reabilitaÇÃo fisioterapÊutica em mulheres acometidas …

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Projeto Gráfico: Seção de Edição Técnico-Científica / DIETC / CEDC / INCA INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSIDERAÇÕES FINAIS REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM MULHERES ACOMETIDAS POR CÂNCER DE MAMA REVISÃO DA LITERATURA ALMEIDA, M.L¹; BASTOS, H.K.P¹; CARVALHO, R.C²; NEVES, T.R.J²; SILVA, S²; PEREIRA, C.M.A³ ¹Especializanda de Fisioterapia do Hospital do Câncer/INCA/RJ; ²Fisioterapeuta do Centro Universitário Monte Serrat; ³Mestranda em Uroginecologia pela Sta. Casa de São Paulo Email:[email protected] O presente estudo nasceu da necessidade de aprimorar o conhecimento a cerca da atuação fisioterapêutica em mulheres com câncer de mama, uma doença que cada vez mais apresenta índices alarmantes de mortalidade não só no Brasil, como também no mundo. O objetivo deste trabalho busca fundamentar, de acordo com a literatura, a importância da intervenção fisioterapêutica precoce nas mesmas, citando os recursos que podem e devem ser utilizados como meio reabilitador, visando tratar e prevenir as possíveis complicações pós-operatórias, e ainda, proporcionar as pacientes uma melhora da qualidade de vida e auto-estima. O trabalho é uma revisão da literatura. Foram utilizados dados estatísticos obtidos no Ministério da Saúde, no período de 2006 a 2008 para avaliar a prevalência de câncer de mama no país e também os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Selecionamos diversos artigos através da pesquisa nas bases de dados Lilacs e Pubmed. Usamos como descritores: câncer de mama, fisioterapia/técnicas, dor e complicações pós-operatórias. Além dos artigos, incluímos livros textos que consideramos importantes para fundamentar o trabalho, todos publicados a partir do ano 2000 e selecionados de agosto de 2007 a abril de 2008. O câncer é um tecido anormal, cujo crescimento é praticamente autônomo e excede os tecidos normais (COTRAN et al, 2001). espessamento na mama ou axila, secreção espontânea, vermelhidão, ulceração, edema, aumento do tamanho dos linfonodos na região supraclavicular ou cervical (CAMARGO & MARX, 2000). predisposições hereditárias ou dependentes da constituição hormonal de esteróides sexuais, com alteração nos genes BRCA1 e BRCA2, o estado emocional, a menopausa tardia e a menarca precoce. agentes físico-químicos capazes de causar dano ao patrimônio genético e os contraceptivos (VERONESI, 2002). istória clínica, auto-exame, mamografia, ultrassom e diagnóstico histológico (LEMGRUBER & OLIVEIRA, 2000). Dá-se através de: quimio, radio, hormônio e imunoterapia (SASSE, 2004). são divididas em conservadoras (Tumorectomia e Quadrantectomia), radicais (Total, Subcutânea e a Halsted) ou radicais modificadas (a Madden e a Patey) (LEMGRUBER & OLIVEIRA, 2000). Reabilitação Fisioterapêutica: Para um diagnóstico correto e elaboração de intervenções apropriadas faz-se necessária uma avaliação minuciosa (SOUZA, 2002). Orientações ao paciente em relação as possíveis complicações pós-cirúrgicas, cinesioterapia para correção dos desequilíbrios posturais, massoterapia facilitando a circulação e conscientização da respiração e relaxamento físico, aliviando ansiedade e tensão. Iniciada logo no primeiro dia pós-operatório, prevenindo complicações pulmonares e tromboembolismo, através de cinesioterapia respiratória, procurar restabelecer o mais rapidamente a função do membro superior com utilização da cinesioterapia motora, prevenir formação de cicatrizes hipertróficas, aderências e disfunções linfáticas, por meio da massoterapia e proporcionar orientações sobre cuidados com o membro homolateral à cirurgia prevenindo linfedema. Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS), dosagem 75 a 200Hz, para alívio da dor (GUIRRO & GUIRRO, 2004), automassagem, visando estimular a circulação linfática, crioterapia, nas primeiras 24hs, na forma de compressas sobre os curativos para diminuir dor, edema e reduzir resposta inflamatória, exercícios de mobilização precoce do membro superior com amplitude limitada para que não haja tração demasiada sobre a incisão cirúrgica, início dos exercícios posturais simples (esquema corporal), dinâmicos (sem dor e movimentos até 90°) e globais (equilíbrio da coluna como um todo). A partir do 15° dia de pós-operatório: Agora a amplitude é liberada para ser trabalhada, os exercícios nesta fase são infinitos. Quadro Clínico: Fatores de Risco Internos: Fatores de Risco Externos: Exames Diagnósticos: Tratamento Clínico: Fase Pré-operatória: Fase Pós-operatória: Pós-operatório imediato ao 15° dia: h Cirurgias: Mediante a pesquisa alguns fatos puderam ser constatados: A fisioterapia previne as limitações funcionais, o linfedema, as complicações pulmonares e tromboembolismo (COLBY & KISNER, 2005 e CAMARGO & MARX, 2000); A cinesioterapia e o treinamento com a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) favorece o ganho de ADM e força muscular (NOGUEIRA, 2005); Os exercícios não aumentam a incidência das complicações pós-operatórias, mas só beneficiam: na redução de linfedema, com o auxílio de técnicas de drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo funcional, orientações de auto-cuidado, automassagem, uso de braçadeiras elásticas (MEIRELLES MCCC et al, 2006 e SOUZA, 2002); Segundo o INCA (2001) não há estudos conclusivos a respeito da aplicação de crioterapia na diminuição de dor oncológica, porém, afirma que sua aplicação pode ser útil em dores músculo-esqueléticas, o que concorda Guirro & Guirro (2004). Há diminuição do linfedema após intervenção fisioterapêutica com a utilização da corrente de alta voltagem, dosagem de 50Hz (GARCIA & GUIRRO, 2005 e GUIRRO & GUIRRO, 2004); Para Johson in Marcucci (2005) a corrente interferencial é estabelecida para diminuir a dor, mas não há consenso sobre qual variação da amplitude modulada de freqüência é mais eficaz. Existe a possibilidade de metástase na utilização de ultrassom nas cicatrizes aderentes pós-mastectomia (GUIRRO & GUIRRO, 2004 e MARCUCCI, 2005). O tratamento fisioterapêutico em grupo de apoio psico-terapêutico proporciona melhora significativa das pacientes e mostra a necessidade de valorizar a qualidade de vida (ALMEIDA et al, 2002). Diante de tudo o que foi exposto, consideramos que o objetivo deste trabalho foi contemplado de forma positiva, onde foi constatada a importância da fisioterapia precoce através da utilização de uma grande variedade de recursos fisioterapêuticos na prevenção e tratamento de possíveis complicações pós-operatórias, afim de proporcionar uma melhor qualidade de vida e auto-estima. BORGES, Fábio S. Dermato Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. 1 ed. São Paulo: Phorte, 2006. 541 p. CAMARGO, Márcia C; MARX, Ângela G. Reabilitação Física no Câncer de Mama. 1 ed. São Paulo: Roca, 2000. 173 p. COLBY, Lynn Allen; KISNER, Carolyn. Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 5 ed. São Paulo: Manole, 2005. 746 p. GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia em Estética Fundamental – Recursos e Patologia. 3 ed. São Paulo: Manole, 2004. 560 p. INCA - Instituto Nacional de Câncer; Ministério da Saúde. Câncer de Mama. Rev. Brasileira de Cancerologia. 2001; 47(10):9-19. Acesso em: 28 mar. 2007. LEMGRUBER, Ivam; OLIVEIRA, Hildoberto Carneiro. Tratado de Ginecologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. 790 p. SOUZA, Elza Lúcia B L. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia. Aspectos de Ginecologia e Neonatologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2002. 547 p. VERONESI, Humberto. Mastologia Oncológica. Rio de Janeiro: Medsi, 2002. 580 p.

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INCA

INTRODUÇÃO

DESENVOLVIMENTO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM MULHERES ACOMETIDAS

POR CÂNCER DE MAMA REVISÃO DA LITERATURA

ALMEIDA, M.L¹; BASTOS, H.K.P¹; CARVALHO, R.C²; NEVES, T.R.J²; SILVA, S²; PEREIRA, C.M.A³ ¹Especializanda de Fisioterapia do Hospital do Câncer/INCA/RJ;²Fisioterapeuta do Centro Universitário Monte Serrat; ³Mestranda em Uroginecologia pela Sta. Casa de São Paulo Email:[email protected]

O presente estudo nasceu da necessidade de aprimorar o conhecimento a cerca da atuação fisioterapêutica em mulheres com câncer de mama, uma doença que cada vez mais apresenta índices alarmantes de mortalidade não só no Brasil, como também no mundo. O objetivo deste trabalho busca fundamentar, de acordo com a literatura, a importância da intervenção fisioterapêutica precoce nas mesmas, citando os recursos que podem e devem ser utilizados como meio reabilitador, visando tratar e prevenir as possíveis complicações pós-operatórias, e ainda, proporcionar as pacientes uma melhora da qualidade de vida e auto-estima. O trabalho é uma revisão da literatura. Foram utilizados dados estatísticos obtidos no Ministério da Saúde, no período de 2006 a 2008 para avaliar a prevalência de câncer de mama no país e também os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Selecionamos diversos artigos através da pesquisa nas bases de dados Lilacs e Pubmed. Usamos como descritores: câncer de mama, fisioterapia/técnicas, dor e complicações pós-operatórias. Além dos artigos, incluímos livros textos que consideramos importantes para fundamentar o trabalho, todos publicados a partir do ano 2000 e selecionados de agosto de 2007 a abril de 2008.

O câncer é um tecido anormal, cujo crescimento é praticamente autônomo e excede os tecidos normais (COTRAN et al, 2001). espessamento na mama ou axila, secreção espontânea, vermelhidão, ulceração, edema, aumento do tamanho dos linfonodos na região supraclavicular ou cervical (CAMARGO & MARX, 2000). predisposições hereditárias ou dependentes da constituição hormonal de esteróides sexuais, com alteração nos genes BRCA1 e BRCA2, o estado emocional, a menopausa tardia e a menarca precoce. agentes físico-químicos capazes de causar dano ao patrimônio genético e os contraceptivos (VERONESI, 2002). istória clínica, auto-exame, mamografia, ultrassom e diagnóstico histológico (LEMGRUBER & OLIVEIRA, 2000). Dá-se através de: quimio, radio, hormônio e imunoterapia (SASSE, 2004). são divididas em conservadoras (Tumorectomia e Quadrantectomia), radicais (Total, Subcutânea e a Halsted) ou radicais modificadas (a Madden e a Patey) (LEMGRUBER & OLIVEIRA, 2000). Reabilitação Fisioterapêutica: Para um diagnóstico correto e elaboração de intervenções apropriadas faz-se necessária uma avaliação minuciosa (SOUZA, 2002). Orientações ao paciente em relação as possíveis complicações pós-cirúrgicas, cinesioterapia para correção dos desequilíbrios posturais, massoterapia facilitando a circulação e conscientização da respiração e relaxamento físico, aliviando ansiedade e tensão. Iniciada logo no primeiro dia pós-operatório, prevenindo complicações pulmonares e tromboembolismo, através de cinesioterapia respiratória, procurar restabelecer o mais rapidamente a função do membro superior com utilização da cinesioterapia motora, prevenir formação de cicatrizes hipertróficas, aderências e disfunções linfáticas, por meio da massoterapia e proporcionar orientações sobre cuidados com o membro homolateral à cirurgia prevenindo linfedema. Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS), dosagem 75 a 200Hz, para alívio da dor (GUIRRO & GUIRRO, 2004), automassagem, visando estimular a circulação linfática, crioterapia, nas primeiras 24hs, na forma de compressas sobre os curativos para diminuir dor, edema e reduzir resposta inflamatória, exercícios de mobilização precoce do membro superior com amplitude limitada para que não haja tração demasiada sobre a incisão cirúrgica, início dos exercícios posturais simples (esquema corporal), dinâmicos (sem dor e movimentos até 90°) e globais (equilíbrio da coluna como um todo). A partir do 15° dia de pós-operatório: Agora a amplitude é liberada para ser trabalhada, os exercícios nesta fase são infinitos.

Quadro Clínico:Fatores de R isco Internos :

Fatores de Risco Externos: Exames Diagnósticos:Tratamento Clínico:

Fase Pré-operatória: Fase Pós-operatória:

Pós-operatório imediato ao 15° dia:

h

Cirurgias:

Mediante a pesquisa alguns fatos puderam ser constatados: A fisioterapia previne as limitações funcionais, o linfedema, as complicações pulmonares e tromboembolismo (COLBY & KISNER, 2005 e CAMARGO & MARX, 2000); A cinesioterapia e o treinamento com a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) favorece o ganho de ADM e força muscular (NOGUEIRA, 2005); Os exercícios não aumentam a incidência das complicações pós-operatórias, mas só beneficiam: na redução de linfedema, com o auxílio de técnicas de drenagem linfática manual,

enfaixamento compressivo funcional, orientações de auto-cuidado, automassagem, uso de braçadeiras elásticas (MEIRELLES MCCC et al, 2006 e SOUZA, 2002); Segundo o INCA (2001) não há estudos conclusivos a respeito da aplicação de crioterapia na diminuição de dor oncológica, porém, afirma que sua aplicação pode ser útil em dores

músculo-esqueléticas, o que concorda Guirro & Guirro (2004). Há diminuição do linfedema após intervenção fisioterapêutica com a utilização da corrente de alta voltagem, dosagem de 50Hz (GARCIA & GUIRRO, 2005 e GUIRRO & GUIRRO,

2004); Para Johson in Marcucci (2005) a corrente interferencial é estabelecida para diminuir a dor, mas não há consenso sobre qual variação da amplitude modulada de freqüência é mais

eficaz. Existe a possibilidade de metástase na utilização de ultrassom nas cicatrizes aderentes pós-mastectomia (GUIRRO & GUIRRO, 2004 e MARCUCCI, 2005).

O tratamento fisioterapêutico em grupo de apoio psico-terapêutico proporciona melhora significativa das pacientes e mostra a necessidade de valorizar a qualidade de vida (ALMEIDA et al, 2002). Diante de tudo o que foi exposto, consideramos que o objetivo deste trabalho foi contemplado de forma positiva, onde foi constatada a importância da fisioterapia precoce através da utilização de uma grande variedade de recursos fisioterapêuticos na prevenção e tratamento de possíveis complicações pós-operatórias, afim de proporcionar uma melhor qualidade de vida e auto-estima.

• BORGES, Fábio S. Dermato Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. 1 ed. São Paulo: Phorte, 2006. 541 p.• CAMARGO, Márcia C; MARX, Ângela G. Reabilitação Física no Câncer de Mama. 1 ed. São Paulo: Roca, 2000. 173 p. • COLBY, Lynn Allen; KISNER, Carolyn. Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 5 ed. São Paulo: Manole, 2005. 746 p.• GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia em Estética Fundamental – Recursos e Patologia. 3 ed. São Paulo: Manole, 2004. 560 p.• INCA - Instituto Nacional de Câncer; Ministério da Saúde. Câncer de Mama. Rev. Brasileira de Cancerologia. 2001; 47(10):9-19. Acesso em: 28 mar. 2007. • LEMGRUBER, Ivam; OLIVEIRA, Hildoberto Carneiro. Tratado de Ginecologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. 790 p. • SOUZA, Elza Lúcia B L. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia. Aspectos de Ginecologia e Neonatologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2002. 547 p.• VERONESI, Humberto. Mastologia Oncológica. Rio de Janeiro: Medsi, 2002. 580 p.