populismo (trabalho escrito)

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INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como finalidade apresentar o populismo como uma interação entre o desejo individua ou de um grupo ansioso pelo poder e as necessidades da grande massa, caracterizada pela crescente incorporação das camadas populares ao processo político sob controle e direção do estado, isso através do fortalecimento da Sociedade. Assim o populismo constitui-se como uma fórmula política, cuja fonte referencial é o povo. Sendo assim, sua ação política se fundamenta nas camadas sociais menos favorecidas. POPULISMO O termo populismo é utilizado para designar um conjunto de movimentos políticos que se propuseram colocar, no centro de toda ação política, o povo enquanto massa em oposição aos (ou ao lado dos) mecanismos de representação próprios da democracia representativa. Exemplos típicos são o populismo russo do final do século XIX, que visava transferir o poder político às comunas camponesas por meio de uma reforma agrária radicais (“partilha negra”), e o populismo americano dos EUA da mesma época, que propunha o incentivo à pequena agricultura pela prática de uma política monetária que favorecesse a expansão da base monetária e o crédito (bimetalismo). Historicamente, no entanto, o termo populismo acabou por ser mais identificado

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Page 1: POPULISMO (TRABALHO ESCRITO)

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como finalidade apresentar o populismo como uma interação

entre o desejo individua ou de um grupo ansioso pelo poder e as necessidades da grande

massa, caracterizada pela crescente incorporação das camadas populares ao processo político

sob controle e direção do estado, isso através do fortalecimento da Sociedade. Assim o

populismo constitui-se como uma fórmula política, cuja fonte referencial é o povo. Sendo

assim, sua ação política se fundamenta nas camadas sociais menos favorecidas.

POPULISMO

O termo populismo é utilizado para designar um conjunto de movimentos políticos

que se propuseram colocar, no centro de toda ação política, o povo enquanto massa em

oposição aos (ou ao lado dos) mecanismos de representação próprios da democracia

representativa. Exemplos típicos são o populismo russo do final do século XIX, que visava

transferir o poder político às comunas camponesas por meio de uma reforma agrária radicais

(“partilha negra”), e o populismo americano dos EUA da mesma época, que propunha o

incentivo à pequena agricultura pela prática de uma

política monetária que favorecesse a expansão da base monetária e o crédito (bimetalismo).

Historicamente, no entanto, o termo populismo acabou

por ser mais identificado com certos fenômenos políticos típicos da América Latina,

principalmente a partir do ano de 1930, estando associado à industrialização, à urbanização e

à dissolução das estruturas políticas oligárquicas, que concentravam firmemente o poder

político na mão de aristocracias rurais.

CARACTERÍSTICAS

A política populista caracteriza-se menos por um conteúdo determinado do que por um

"modo" de exercício do poder, através de uma combinação de plebeísmo, autoritarismo e

dominação carismática. Sua característica básica é o contato direto entre as massas urbanas e

o líder carismático (caudilho), supostamente sem a intermediação de partidos ou corporações.

Para ser eleito e governar, o líder populista procura estabelecer um vínculo emocional

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(e não racional) com o "povo". Isso implica num sistema de políticas ou métodos para o

aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo, além da classe média urbana, como

forma de angariar votos e prestígio (legitimidade para si) através da simpatia daquelas. Esse

pode ser considerado o mecanismo mais representativo desse modo de governar.

Desde suas origens, o populismo foi encarado com desconfiança pelas correntes

políticas mais ideológicas da tanto da Esquerda quanto da Direita. Esta última (como

representada, por exemplo, pelo antivarguismo da UDN brasileira, ou pelo antiperonismo da

União Cívica Radical/UCR Argentina) sempre apontou para os aspectos plebeus, as práticas

vulgares e as atitudes "demagógicas" (concessão irresponsável de benefícios sociais e gastos

públicos) que a prática populista comportava; a Esquerda, especialmente a comunista,

apontava para o caráter reacionário e desmobilizador das benesses populistas, que se

contrapunha às lutas organizadas da classe operária e fazia tudo depender da vontade

despótica de um caudilho bonapartista. Na América Latina, o populismo foi um poderoso

mecanismo de integração das massas populares à vida política, favorecendo o

desenvolvimento econômico e social, mas dentro de uma moldura estritamente burguesa em

que essa integração foi "subordinada", colocando-se a figura de um líder carismático muito

ou menos autoritário como tampão entre as massas e o aparelho de Estado.

IDEOLOGIAS

O populismo é uma expressão política que encontram representantes tanto na

Esquerda quanto na Direita. Governantes populistas como Vargas, Perón e Lázaro Cárdenas

realizaram políticas nacionalistas de substituição de importações, estatização de certas

atividades econômicas, imposição de restrições ao capital estrangeiro e concessão de direitos

sociais. No entanto, os regimes populistas frequentemente dedicaram-se à repressão policial

dos movimentos de Esquerda e sempre realizaram sua ação reformista dentro de um quadro

puramente capitalista.

Essa forma de governo tendeu também a retirar da própria burguesia nativa sua

capacidade de ação política autônoma, na medida em que toda ação política é referida à

pessoa do líder populista, que se coloca idealmente acima de todas as classes.

Ideologicamente, o populismo não é necessariamente de Esquerda, no sentido de que seu alvo

não é apenas as massas destituídas; há políticos populistas de Direita - como os políticos

paulistas Adhemar de Barros e Paulo Maluf - que têm como alvo de sua ação política a

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exploração das carências dos extratos mais baixos (ou menos organizados) da população

urbana, com os quais estabelecem uma relação empática baseada na defesa de políticas

autoritárias de "moral e bons costumes" e/ou "Lei e Ordem". Alegam alguns que o maior

representante do populismo de Direita no Brasil talvez tenha sido o presidente Jânio Quadros.

Enquanto ideologia, o populismo não está ligado obrigatoriamente a políticas

econômicas de tipo nacionalista: na América Latina dos anos 1990, governantes populistas

como o argentino Carlos Saul Menem, por exemplo, combinaram políticas neoliberais de

desregulamentação e desnacionalização com uma política social assistencialista herdada do

populismo mais tradicional dos anos 1930 - no caso de Menem, do peronismo - naquilo em

que tais políticas não entravam em conflito com as práticas neoliberais. O mesmo pode ser

dito de outros governantes da época, como Alberto Fujimori.

AUTORITARISMO

O autoritarismo pode ser definido como um comportamento em que uma pessoa ou

mesmo uma instituição se excede no exercício da autoridade de que lhe foi investida. É

caracterizado pelo uso do abuso de poder e da autoridade. Nas relações humanas o

autoritarismo pode se manifestar da vida nacional onde um déspota ou ditador age sobre

milhões de cidadãos, até a vida familiar, onde existe a dominação de uma pessoa sobre outra

através do poder financeiro, econômico ou pelo terror e coação.

POPULISMO AUTORITÁRIO

Uma das características do populismo é o governo autoritário, que é um sistema mais

ou menos ditatorial. É mais um abuso de poder do que um sistema político, pois se caracteriza

mais pela forma como o chefe do poder público exerce as suas funções do que pela base legal,

que autorizasse a tanto poder. É no regime presidencialista de uma democracia que o

populismo surge, com frequência, num governo que quer se manter no poder,

autoritariamente, com fortalecimento do Poder Executivo em detrimento do Legislativo. Para

alguns cientistas políticos é uma ideologia segundo a qual “a legitimidade reside no povo”,

baseando-se em dois princípios fundamentais: o da supremacia da vontade do povo e o da

relação direta entre povo e o chefe da nação. O lusismo é populista no sentido dado por Eva

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Perón: “é importante que sintamos povo, que amemos, soframos e nos alegremos como faz o

povo, embora não vistamos e agimos como o povo, circunstância puramente acidental”. No

fundo, história e politicamente, o populismo nada mais é que um caminho suave para a

ditadura; típico dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

POPULISMO NO BRASIL

No Brasil, a gênese do populismo está ligada à Revolução de 1930, que derrubou a

República Velha oligárquica, colocando no poder Getúlio Vargas, que viria a ser a figura

central da política brasileira até seu suicídio em 1954.

Exemplo máximo do populismo no Brasil, Getúlio Vargas subiu ao poder através de

golpe de Estado nos anos 30 (Era Vargas de 1930 até 1945), elegendo-se democraticamente

presidente em 1951 e governando até suicidar-se em 1954. Apelidado de "pai dos pobres", sua

popularidade entre as massas é atribuída a sua liderança carismática e a seu empenho na

aprovação de reformas trabalhistas que favoreceram o operariado. Entretanto, alguns alegam

que suas medidas apenas minaram o poder dos sindicatos e de seus líderes, tornando-os

dependentes do Estado e usados pelos políticos por muito tempo para ganharem voto.

A NOVA DIREITA

A Nova Direita e um movimento conservador que cresceu nos EUA e rompeu os

moldes do republicanismo e lembra o caráter racista e fanático do fascismo. A Nova Direta

populista autoritária embasa suas posições sobre educação e politica social em geral nas

visões particulares da autoridade bíblica, na “moralidade cristã”, nos papeis de gênero e na

família. A Nova Direita vê gênero e família, por exemplo, como uma unidade orgânica e

divina que determina “o egoísmo masculino e a abnegação feminina”.

Para alguns grupos, o ensino público é de enorme perigo. Nas palavras do ativista

conservador Tim La Haye, “a educação publica moderna é a mais perigosa força na vida de

uma criança: religiosamente, sexualmente, economicamente, patrioticamente e fisicamente”.

Na visão da Nova Direita, as escolas eram extensões do lar e da moralidade

tradicional. Os pais podiam confiar seus filhos à escola publica porque elas eram localmente

controladas e refletiam os valores bíblicos e paternos. A Nova Direita afirma que o controle

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dos pais sobre a educação é bíblico, que pelos planos de Deus a responsabilidade fundamental

pela educação do jovem recai sobre o lar e diretamente sobre o pai (HUNTER, 1988, p. 57).

Os ativistas conservadores têm tido um grande êxito em pressionar os editores de livros

didáticos a mudar o que publicam em alterar importantes aspectos da política educacional do

Estado sobre o ensino, o currículo e a avaliação. Para os ativistas apenas por intermédio das

questões postas a respeito da autoridade, da moralidade, da igreja e da “decência”, as escolas

podem superar a “decência moral” tão evidente à nossa volta. Apenas retornando às

concepções irredentistas dos ensinamentos bíblicos e estimulando (ou exigindo) um ambiente

nas escolas em que tais ensinamentos terão ênfase renovada, pode tal cultura ser salva. De

todo modo, mesmo tendo uma percepção tendenciosa dos efeitos diferenciais da competição

global e da reestruturação econômica, eles veem as propostas para a mercadificação e a

privatização educacional como um caminho pelo qual podem usar tais “reformas” para seus

próprios propósitos (ANDERSON, 1991). Esse paradoxo nem sempre conduz a vitória de

grupos opositores como feministas, povos racialmente subjugados ou outros grupos quaisquer

desprovidos de poder.

CONCLUSÃO

A política populista caracteriza-se menos por um conteúdo determinado do que pela

forma de exercício de poder, através de uma combinação de plebeísmo autoritarismo e

dominação carismática, a sua característica mais básica é o contato direto entre as massas

urbanas e o líder carismático, supostamente sem a intermediação de partidos ou corporações.

Para ser eleito e governar, o líder populista procura estabelecer um vinculo emocional e (não

racional) com o povo.

Portanto implica num sistema de políticos ou métodos para o aliciamento das classes sociais

de menor poder aquisitivo, além da classe média urbana, como forma de obter votos e

prestígios, ou seja, legitimamente para si através da simpatia do povo.