trabalho escrito

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Inscritos no vestibular 2002 por curso.............................................08 Tabela 2 – Inscritos no vestibular 2001 por curso.............................................09 Tabela 3 – Inscritos no vestibular 2000 por curso.............................................10 Tabela 4 – Inscritos no vestibular 1999 por curso.............................................11 Tabela 5 – Inscritos no vestibular 1998 por curso.............................................12 Tabela 6 – Inscritos no vestibular 1997 por curso.............................................13 Tabela 2 – Inscritos no vestibular 1996 por curso.............................................14 Tabela 2 – Inscritos no vestibular 1995 por curso.............................................15

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Page 1: Trabalho Escrito

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Inscritos no vestibular 2002 por curso.............................................08Tabela 2 – Inscritos no vestibular 2001 por curso.............................................09Tabela 3 – Inscritos no vestibular 2000 por curso.............................................10Tabela 4 – Inscritos no vestibular 1999 por curso.............................................11Tabela 5 – Inscritos no vestibular 1998 por curso.............................................12Tabela 6 – Inscritos no vestibular 1997 por curso.............................................13Tabela 2 – Inscritos no vestibular 1996 por curso.............................................14Tabela 2 – Inscritos no vestibular 1995 por curso.............................................15

Page 2: Trabalho Escrito

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Membrana celular.............................................................................08Figura 2 – Citoesqueleto....................................................................................09Figura 3 – Citoplasma........................................................................................10Figura 4 – Complexo de golgi............................................................................29Figura 5 – Mitocôndria.......................................................................................32

Page 3: Trabalho Escrito

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................06

1. PRINCÍPIOS TÉCNICOS............................................................................................071.1INSTRUMENTAL.......................................................................................................07

1.2 VIA DE ACESSO......................................................................................................00

1.3 POSICIONAMENTO..................................................................................................00

1.4 INSERÇÃO DE TROCARTES...................................................................................00

1.5 FECHAMENTO.........................................................................................................00

2. SELEÇÃO DE PACIENTES........................................................................................

3. BENEFÍCIOS DA CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA..........................................00

4. RISCOS DA CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA..................................................00

4.1 COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À INTRODUÇÃO E À MANIPULAÇÃO DE

INSTRUMENTAIS...........................................................................................................00

4.1.1 Lesões vasculares................................................................................................00

4.1.2 Lesão de órgãos digestivos................................................................................00

4.1.3 Lesões vesicais... ................................................................................................00

4.1.4 Hérnias incisionais e infecção............................................................................00

4. 2. COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO PNEUMOPERITÔNIO............................00

4.2.1 Alterações cardíacas e hemodinâmicas............................................................00

4.2.2 Alterações pulmonares........................................................................................00

4.2.3 Sistema Gastro-intestinal....................................................................................00

4.2.4 Fluxo sangüíneo cerebral e pressão intracraniana...........................................00

4.2.5 Hiportermia...........................................................................................................00

4.2.6 Coagulação e trombose.......................................................................................00

4.2.7 Função renal.........................................................................................................00

4.2.8 Insuflação em local inadequado.........................................................................00

Page 4: Trabalho Escrito

5. PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS............................................................................00

5.1 COLECISTECTOMIA................................................................................................00

5.2 APENDICECTOMIA..................................................................................................00

5.3 HÉRNIA INGUINAL...................................................................................................00

5.4 DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO...................................................00

5.5 OPERAÇÃO DE FOBI-CAPELLA.............................................................................00

5.5.1 Estudos comparativos entre laparoscopia e laparotomia na cirurgia de

obesidade mórbida........................................................................................................00

CONCLUSÃO.................................................................................................................00

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................00

Page 5: Trabalho Escrito

INTRODUÇÃO

A cirurgia videolaparoscópica é um método operatório minimamente invasivo que, ao se

utilizar da monitoração do ato cirúrgico em uma tela de vídeo, permite a realização de

intervenções complexas mediante minúsculas incisões de acesso a cavidades e

espaços corpóreos.

Considerada a mais importante revolução na técnica cirúrgica desde o início do

século XX, no entanto, a videolaparoscopia como é praticada atualmente, começou há

apenas cerca de 20 anos após o desenvolvimento de microcâmeras dotadas de alta

sensibilidade à luz

A técnica vem sendo cada vez mais usada como método diagnóstico e terapêutico, e

é cada vez mais abrangente o número de procedimentos operatórios realizados através

da videocirurgia. Alguns se encontram consagrados, considerados padrão–ouro, como

é o caso da colecistectomia. Outras indicações, no entanto, como a hernioplastia

inguinal são amplamente discutidas.

A colecistectomia foi o primeiro procedimento a ser amplamente aceito. Foi realizado na

França em 1985, apresentando menos dor pós operatória, recuperação mais rápida e

um menor tempo de hospitalização. No Brasil, em 1990 foi realizada a primeira

colecistectomia videolaparoscópica.

A hernioplastia inguinal é uma das indicações mais discutidas. A relativa facilidade de

realização do procedimento aberto com curta permanência hospitalar e os baixos

índices de complicações, associados ao custo mais elevado e o obrigatório de prótese

em todos os casos pela via laparoscópica, tornam a aceitação de tal procedimento

ainda em controvérsia.

Page 6: Trabalho Escrito

Apesar de seus inúmeros benefícios, numerosas complicações resultantes de erros

técnicos ou relacionados às alterações sistêmicas inerentes ao procedimento são

reportadas. Também se deve considerar o custo elevado dos equipamentos além do

custo da capacitação técnico-profissional necessária para o acompanhamento e o

progresso da técnica.

Ao analisar a cirurgia videolaparoscópica deve-se sempre comparar a clássica relação

risco/benefício, comparando o procedimento clássico com o procedimento

laparoscópico.

Devemos considerar que, como em qualquer procedimento novo, há necessidade de

rigorosa cautela e análise crítica não se perdendo de vista que o compromisso deve ser

com o paciente e não com o método. O respeito aos princípios básicos da cirurgia

devem sempre estar presentes.

O cirurgião experiente deve sempre estar preparado para o procedimento aberto visto

que a qualquer momento poderá ser necessária a conversão do procedimento

laparoscópico.

No presente trabalho, abordaremos os benefícios já estabelecidos de diminuição da dor

e do tempo de internação, e da preservação da função pulmonar no período

pós-operatório, o que considera a videolaparoscopia um procedimento cirúrgico de

menor mortalidade, morbidade, menor custo e impacto sobre a vida social e produtiva

do paciente. Abordaremos também as complicações inerentes à técnica além das

alterações na fisiologia do organismo decorrente do pneumoperitônio.

Page 7: Trabalho Escrito

1. PRINCÍPIOS TÉCNICOS

1.1 INSTRUMENTAL

O equipamento básico de laparoscopia consiste de monitor e câmera de vídeo,

insuflador automático de CO2, fonte de luz, videocassete, ópticas de 5 e 10 mm, agulha

de Veress, cânula de Hasson, trocartes de calibres variados, pinças retas e curvas,

porta-agulhas, clipadores, grampeadores, tesouras, aspirador e bisturi elétrico. Parte do

equipamento fica em contato com o paciente e outra parte fica num armário vertical em

frente ao cirurgião, distante cerca de 60 cm da mesa operatória. (figura 1).

Figura 1: Armário vertical com parte do material básico de laparoscopia

Para procedimentos mais elaborados, outro instrumental pode ser adicionado ao

básico: bisturi ultra-sônico, laser, hidrodissector, morcelador, suspensor de parede

abdominal (para se fazer a laparoscopia sem gás), e uma infinidade de outros

instrumentos que a indústria vem produzindo incessantemente, alguns absolutamente

dispensáveis, não só por serem inúteis, mas principalmente caros.

Page 8: Trabalho Escrito

1.2 VIA DE ACESSO

A via de acesso pode ser transperitoneal ou extraperitoneal. A via transperitoneal utiliza

a insuflação de CO2 (ou outro gás apropriado, como o N2O) na cavidade peritoneal. Por

meio de uma agulha de ponta retrátil especial – a agulha de Veress, ou de uma cânula

de Hasson (laparoscopia aberta), o gás é insuflado na cavidade peritoneal até que se

atinja uma pressão inicial de 15 a 20 mmHg, que depois pode ser reduzida

para cerca de 12 mmHg. Com alguns litros de gás na cavidade, introduz-se o primeiro

trocarte com uma óptica de 2, 5 ou 10 mm, de zero, 25, 30 ou 45 graus, conforme a

cirurgia proposta, e inicia-se a inspeção da cavidade. Os demais trocartes são inseridos

sob visão direta.

A via extraperitoneal, no retroperitônio alto ou no espaço de Retzius, implica a

introdução de um balão dissector, como por exemplo um dedo de luva amarrado a uma

sonda plástica, que é distendido com soro fisiológico ou gás, de modo a criar-se um

espaço de trabalho – geralmente reduzido, de um a dois litros –, em relação ao espaço

da via transperitoneal, de quatro a seis litros no adulto. O acesso extraperitoneal, ao

contrário do transperitoneal, é muito difícil de ser feito quando o retroperitônio

ou o espaço de Retzius não são virgens. O mais recomendável é que não se utilize a

via extraperitoneal quando houver cirurgia anterior ou antecedente de processo

inflamatório importante. A fibrose local aumenta os riscos de acidentes e lesões

vasculares ou viscerais durante o processo de dilatação.

1.3 POSICIONAMENTO

O paciente fica em decúbito dorsal horizontal com os dois membros superiores ao longo

do corpo quando a região a ser operada é a pélvica (linfadenectomia pélvica,

cistectomia, varicocelectomia, exérese de vesículas seminais etc.), quer o acesso seja

trans ou extraperitoneal. Cirurgião e auxiliar ficam um em frente ao outro, ambos

olhando o monitor, que fica aos pés do paciente.

Page 9: Trabalho Escrito

Para as cirurgias no retroperitônio alto (nefrectomia, suprarrenalectomia, biópsia renal,

etc.) a posição depende da via de acesso. Para o acesso retroperitoneal, o paciente fica

em decúbito lateral total (90o), como que para uma lombotomia. O cirurgião fica ao lado

do auxiliar, e ambos ficam de frente para o dorso do paciente. Para o acesso

transperitoneal, o paciente fica em decúbito dorsal com 30o de inclinação em

relação ao plano horizontal. Cirurgião e auxiliar ficam de frente para a cicatriz umbilical

do paciente, com o monitor do ladooposto (figura 2).

As variações possíveis de posição do paciente, da equipe e do equipamento são

muitas, dependendo não só da experiência da equipe, mas também dos equipamentos

e do número de auxiliares.

Figura 2: Disposição de material e equipe na sala operatória para a realização de uma nefrectomia esquerda retroperitoneal ou nefrectomia direita transperitoneal. Apenas o posicionamento do paciente na mesa é que varia.

1.4 INSERÇÃO DE TROCARTES

O primeiro trocarte, geralmente de 5 ou 10 mm, é inserido no abdome e nele se

introduz uma óptica de calibre correspondente. Os demais trocartes são inseridos no

abdome sob visão direta, distantes pelo menos 10 cm uns dos outros (para não haver

cruzamento de pinças) e todos apontados para a região a ser dissecada.

Page 10: Trabalho Escrito

De dois a cinco trocartes podem ser inseridos, além do trocarte da óptica, dependendo

da complexidade da cirurgia e da experiência do cirurgião. Por dentro dos trocartes as

pinças, tesouras, clipadores, aspiradores, grampeadores, gazes, fios de sutura, sacos

plásticos etc. são introduzidos e manipulados pelo cirurgião e seusauxiliares.

Durante o procedimento freqüentemente é preciso acrescentar mais um trocarte ou

substituir um de menor calibre por outro maior, dependendo da evolução e da

dificuldade da cirurgia.

1.5 FECHAMENTO

Encerrado o procedimento, é imperativo que todos os ferimentos cirúrgicos de mais de

5 mm sejam fechados em dois planos – fáscia e pele, para que se evitem hérnias

incisionais.

Antes disso, é necessário revisar o campo cirúrgico à procura de sangramento, corpos

estranhos e lesões viscerais. Antes que se suture o último ferimento cirúrgico, é preciso

esvaziar todo o gás que, embora absorvível depois de algumas horas, causa

desconforto abdominal e irritação diafragmática. O CO2, em particular, transforma-se

em ácido carbônico na serosa e provoca uma peritonite química, especialmente nas

cirurgias de maior duração.

Page 11: Trabalho Escrito

2. SELEÇÃO DE PACIENTES

Nem todos os pacientes podem ou devem ser submetidos à videolaparoscopia. Além

de algumas contra-indicações absolutas atuais – distensão abdominal importante,

peritonite generalizada, infecção extensa da parede abdominal, coagulopatia não

corrigida ou incorrigível, hérnias muito volumosas de parede abdominal (que impeçam a

criação de um pneumoperitônio eficaz), obesidade mórbida (que supere as

possibilidades técnicas existentes atualmente quanto ao comprimento dos

instrumentos), instabilidade hemodinâmica e insuficiência cardiorrespiratória severa –,

existem contra-indicações relativas, que dependem da ousadia e da experiência do

cirurgião, como, por exemplo, o emprego da via extraperitoneal num paciente já

operado naquela região, a existência de ascite, a presença de grandes aneurismas de

aorta e a presunção de dificuldades muito grandes decorrentes de doenças

inflamatórias.

A seleção de pacientes depende também, necessariamente, da experiência do serviço

de anestesia, da disponibilidade de recursos hospitalares para o caso de surgirem

complicações, disponibilidade de instrumental laparoscópico, aceitação formal do

paciente ou de seu responsável, aspectos psicológicos

e econômicos do paciente.

Page 12: Trabalho Escrito

3. BENEFÍCIOS DA CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA

A cirurgia videolaparoscópica é um grande avanço no âmbito da cirurgia, que

corresponde a um novo acesso para as mesmas operações. Esse novo acesso faz com

que a laparoscopia seja um procedimento de menor mortalidade, morbidade, menor

custo e impacto social sobre a vida social e produtiva do paciente, quando comparada à

cirurgia aberta.

Apesar de muitas opiniões contrárias que argumentam sobre o custo elevado dos

equipamentos, as limitações extremas dos materiais disponíveis, os riscos adicionais ao

procedimento, a situação atual vem mudando: o material necessário para implantação

e pinças de trabalho, além de terem seu custo drasticamente reduzido, oferecem uma

gama enorme de opções e constantes aquisições em seu arsenal. O treinamento

profissional tem aumentado o número de indicações e diminuído o número de

complicações, tornando a cirurgia laparoscópica mais segura e eficaz.

A rapidez da recuperação do paciente diminui o tempo de internação, o que implica na

redução do custo global do procedimento cirúrgico. A estadia hospitalar média é de

cerca de 24 h e há retorno às atividades de trabalho com cerca de 10 dias.

As incisões dos procedimentos abertos, pelo seu tamanho, provocavam um trauma

considerável à parede abdominal e eram responsáveis por um período pós-operatório

desconfortável e arrastado, não raro acompanhado de complicações. Também

afastavam o paciente de suas atividades normais em geral por 30 ou mais dias.

As diminutas incisões do acesso abdominal além de permitirem uma redução do tempo

de internação, contribuíram também para diminuir a dor e o desconforto respiratório,

implicando em menor uso de analgésicos, reduzindo pela metade os riscos de infecção,

e permitindo uma melhor estética (cicatrizes menos visíveis). A menor exploração da

cavidade abdominal diminui o risco de hérnias incisionais e o risco de aderências.

Page 13: Trabalho Escrito

A resposta metabólica ao trauma cirúrgico está diretamente relacionada à extensão do

trauma tecidual que, por sua vez, relaciona-se com o nível de lesão celular. As

concentrações dos marcadores do stress metabólico no período pós-operatório, como

cortisol, catecolaminas, glicose, GH atingem picos menores nas laparoscopias que nas

cirurgias abertas. Esses marcadores contribuem para a inibição da função imunológica..

Estudos experimentais têm demonstrado que a laparoscopia está relacionada a uma

melhor preservação da função imunológica (observar ref. Página 79 alt. sist), com

manutenção do número de leucócitos, menor liberação de substâncias quimiotáxicas

pelos monócitos e neutrófilos, menor destruição de células mesoteliais, melhor

preservação da imunidade celular e menor resposta inflamatória peritoneal. Tal fato

levaria a uma recuperação mais rápida do organismo e, conseqüentemente, menor

morbidade e mortalidade.

Outro benefício bem documentado da cirurgia laparoscópica é a preservação da função

pulmonar no período pós operatório. Pacientes submetidos ao método laparoscópico

apresentam melhor espirometria, maior capacidade vital e uma saturação de oxigênio

quando comparados a pacientes submetidos à cirurgia aberta (observar ref. pág 78 alt.

sist). A função pulmonar usualmente retorna aos valores basais de 4 a 10 dias antes

nas cirurgias laparoscópicas que nas abertas.

Além disso, a redução da intensidade da dor pós-operatória tem papel importante na

preservação da função pulmonar após as laparoscopias. A dor decorrente da inspiração

profunda leva a uma redução da capacidade vital, taquipnéia e respiração superficial,

contribuindo para a formação da atelectasias, que são precursores da maioria das

complicações pulmonares.

Indicadores clínicos têm demonstrado que o íleo paralítico, um dos mais importantes

fatores no aumento do tempo de internação hospitalar, tem apresentando menor tempo

após laparoscopias. A ocorrência de flatos e ruídos hidroaéreos são mais precoces

Page 14: Trabalho Escrito

após cirurgias laparoscópicas do que em cirurgias abertas. (observar ref. pág 79 de alt.

Sistêmicas e metabólicas).

4. RISCOS DA CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA

Nos dias atuais a videolaparoscopia constitui a forma de acesso essencial no

tratamento de diversas afecções. A despeito de suas vantagens, muitas complicações

resultantes de erros técnicos ou acidentes têm sido reportadas.

O custo desse procedimento tem sido implicado como fator limitante. O arsenal

necessário por via laparoscópica é totalmente distinto que do da convencional. Isto

implica em custos adicionais, que na maioria das vezes vêm sendo assumido por

cirurgiões ou equipes.

A tendência natural é que os custos continuem baixando, com a disseminação do

procedimento e oferta dos produtos.

De maneira geral, as complicações técnicas ocorrem em baixa porcentagem de casos e

sua incidência varia na dependência da experiência da equipe, da magnitude e do tipo

de procedimento operatório. Em sua maioria as complicações ocorrem durante a fase

inicial de aprendizado. Com o surgimento de novas aplicações do método, o cirurgiãio e

o anestesista devem estar familiarizados com as possíveis complicações associadas.

O conhecimento da técnica, do emprego do material laparoscópico, assim como o

contínuo treinamento prático constituem os principais meios de evitar estas

complicações.

Page 15: Trabalho Escrito

Uma complicação pode ser definida como um evento inesperado e/ou não planejado

durante o procedimento laparoscópico e que requer um tratamento adicional, como por

exemplo, laparatomia, laparoscopia, observação pós-operatória prolongada ou cirurgia

adicional.

As complicações pode ser classificadas em duas categorias: maiores e menores. São

consideradas maiores quando o grau de injúria requer a realização de laparatomia ou

leva ao óbito. As complicações menores, por sua vez, são lesões ou problemas que

podem ser resolvidos durante a cirurgia videolaparoscópica, em que os procedimentos

possam ser completados.

As complicações menores mais freqüentemente relatadas são: náuseas, vômito,

diarréia, refluxo gastroesofágico, epigastralgia, disfagia, regurgitação, dispnéia, acidose

respiratória e dor.

Náuseas e vômitos são as complicações mais relatadas em videocirurgia. A incidência

é maior nos pacientes que foram submetidos à anestesia inalatória com óxido nitroso.

São mais freqüentes em mulheres, tendo como fatores contribuintes a incidência

aumentada de ansiedade e a fase do ciclo menstrual em que as mulheres se

encontram, sendo mais freqüente do 1º ao 8º dia do ciclo.

A administração de drogas antieméticas deve ser feita rotineiramente neste período,

sendo as drogas escolhidas as antagonistas da serotonina.

O refluxo gastroesofágico é causado pelo aumento da pressão abdominal e da

manipulação de vísceras, mas não se sabe ao certo se ele está associado à técnica

cirúrgica ou se decorre da indução anestésica com agentes inalatórios.

Também foi relatada em alguns estudos como complicação pós-operatória a dor. Dois

tipos de dor são características em procedimentos laparoscópicos. A dor referida no

ombro é decorrente da compressão do diafragma pelo pneumoperitônio.

Page 16: Trabalho Escrito

A outra dor referida é a do local das incisões, embora o procedimento seja menos

agressivo na destruição dos tecidos, quando comparado com a cirurgia tradicional. A

dor pós-operatória da laparoscopia ocorre principalmente por inflamação peritonial. Os

antiinflamatórios não hormonais têm melhor resposta no controle da dor pós operatória

do que substâncias exclusivamente analgésicas.

As complicações maiores da laparoscopia são as mais temidas pois trazem ao

paciente implicações muito graves e até risco iminente de vida. Elas estão relacionadas

acesso abdominal (inserção da agulha e do trocarte na cavidade peritoneal), à

manipulação dos instrumentos utilizados durante a operação e à criação do

pneumoperitôneo.

O conhecimento da técnica de emprego do material laparoscópico, bem como o

contínuo treinamento prático, constituem os principais meios de evitar essas

complicações.

4.1 COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À INTRODUÇÃO E À MANIPULAÇÃO DE

INSTRUMENTAIS

A introdução de diferentes instrumentos necessários ao procedimento laparoscópico na

cavidade abdominal pode resultar em perfuração de vísceras ocas (estômago, intestino

e bexiga) e parenquimatosas, lesão de vasos da parede abdominal, do mesentério ou

retroperitoneais e formação de enfisema.

A maioria das complicações decorrentes do acesso à cavidade peritoneal ocorre pela

realização de manobras sem a visualização direta do operador, principalmente na

punção da cavidade com a agulha de Veress e na introdução do primeiro trocarte.

Page 17: Trabalho Escrito

Muitas lesões podem ser evitadas pelo prévio esvaziamento ou descompressão do

estômago e bexiga, bem como pela adoção da posição de Trendeleburg durante a

introdução da agulha na cavidade, que deve ser direcionada em relação à pelve do

paciente. A confirmação do correto posicionamento da agulha (pela instilação de soro

fisiológico, verificando se houve lesão vascular – presença sangue ou intestinal –

presença de fezes) é necessária antes da insuflação abdominal, que dever ser

suficiente para permitir o distanciamento adequado entre a parede abdominal e as

vísceras.

A introdução da agulha às cegas na cavidade, técnica fechada, ainda é a mais usada

apesar do risco envolvido. A técnica aberta consiste na abertura da aponeurose e do

peritônio parietal em uma incisão de cerca de 1 cm sob visão direta. Depois de

estabelecido o pneumoperitônio, deve-se introduzir o trocarte que servirá como óptica.

O trocarte auxiliar deve ser introduzido lateralmente ao músculo reto abdominal

(figura 3), dessa forma evitando os vasos epigástricos inferiores.

Figura 3: Posicionamento do trocar ( ) e vasos epigástricos (setas).

A passagem do trocarte pode determinar lesões mais graves que as agulhas devido a

seu maior calibre. Por isso o primeiro trocarte deve ser introduzido com contra-tração

para elevação abdominal, devendo-se evitar movimentos bruscos e força excessiva.

Page 18: Trabalho Escrito

A utilização de descartáveis diminui o risco de complicações, embora aumente o custo

geral.

Após a introdução do laparoscópio na cavidade abdominal deve-se proceder a uma

cuidadosa inspeção da cavidade peritonial, procurando eventuais lesões de órgãos ou

estruturas abdominais. A mesma avaliação deve ser repetida no final, uma vez que a

inserção, retirada e manipulação de instrumentos durante a operação podem também

causar lesões acidentais, principalmente nas fases iniciais de aprendizado.

4.1.1 Lesões vasculares

Os vasos epigástrios inferiores podem ser lesados durante a inserção dos trocartes,

provocando a saída de sangue pela incisão abdominal ou ao longo do trocarte em sua

parte intra-abdominal provocando a saída de sangue pela incisão abdominal ou ao

longo do trocarte em sua parte intra-peritonial progressivamente formando um

hematoma na parede.

Para evitar a ocorrência de tal acidente, sugere-se que se realize as punções

abdominais fazendo a transiluminação com a ponta da ótica, a fim de localizar e evitar

os vasos de maior calibre.

O sangramento pode ser controlado por compressão local ou requerer medidas

hemostáticas. A constatação de sangramento contínuo ou a expansão do hematoma

peri-incisional requerem a exploração da ferida ou a feitura de pontos totais em “U”.

Uma vez terminado o procedimento cirúrgico, é aconselhada a visualização dos orifícios

das cânulas pela superfície peritonial antes da retirada do laparoscópio para excluir

sangramento ativo.

A ocorrência de lesões vasculares intra-abdominais podem ser indicada pela aspiração

de sangue através da agulha durante o teste de injeção-aspiração inicial, e suas

conseqüências poderão ser melhor avaliadas visualmente durante o procedimento

Page 19: Trabalho Escrito

laparoscópico e pela monitoração contínua dos sinais vitais. A posição de

Trendelenburg forçada em cirurgias pélvicas pode favorecer este acidente.

A presença de hematoma retroperitonial com aumento progressivo e instabilidade

hemodinâmica constituem indicação para exploração imediata por laparotomia.

Eventualmente, a resolução do acidente pode ser feita por laparoscopia, empregando-

se o eletrocautério, endonós, suturas ou grampeadores. A corrente bipolar é o método

preferido para conseguir a hemostasia.

A eletrocirurgia é uma ferramenta importante para cortar e eletrocoagular. No caso da

corrente do monopolar, a corrente irá buscar o ponto de retorno mais curto da placa

presa na paciente. No caso da corrente bipolar, a corrente passa de um ramo da pinça,

atravessa o tecido, vai até o outro ramo e retorna ao gerador para completar o circuito.

A corrente bipolar é freqüentemente utilizada para a coagulação, enquanto a monopolar

é usada para corte. Quando o monopolar for utilizado, o cirurgião deve verificar se o

cautério está longe de outro trocarte ou de outras estruturas.

Apesar de pouco freqüentes, as lesões vasculares são bastante temidas pela

possibilidade de causarem embolia gasosa ou sangramento com repercussões

hemodinâmicas, colocando em risco a vida do paciente.

4.1.2 Lesão de órgãos digestivos

A ocorrência de perfuração de víscera oca (estômago ou intestino) com agulha não

torna obrigatória a realização de laparatomia para seu reparo.

Na presença de lesão gástrica, o anestesista poderá ouvir ruídos semelhantes à

eructação. Deve-se proceder com aspiração com sonda nasogástrica e sutura por via

laparoscópica ou via aberta, a depender da experiência da equipe.

Page 20: Trabalho Escrito

O fígado e o baço também poder ser lesados quando houver hepato/esplenomegalia,

ou quando a introdução da agulha se faz no abdome superior, próximo ao rebordo

costal esquerdo.

A lesão das vias biliares pode levar a coleção hipercoligênica, extravasamento de bile

além de coleções abdominais, peritonite, colopertionite, fístula anastomótica, necrose,

hematomas cavitários, hemorragias, embolia pulmonar, embolia gasosa em artéria

coronária, barotraumas, infecção em incisão cirúrgica e pneumonia.

A penetração de instrumentos em alças intestinais pode ocorrer por imprudência ou

quando as alças ainda estiverem aderidas à parede abdominal.

As lesões intestinais podem ser detectadas pela aspiração de fluido entérico durante as

manobras iniciais. A constatação de perfuração intestinal por agulha poderá ser tratada

com ráfia laparoscópica da lesão ou mesmo ser observada durante a operação para

avaliar a saída do material.

Lesão intestinal também pode ocorrer pela utilização de bisturi elétrico, o que determina

necrose e abertura tardia da parede da alça queimada. Quando as lesões passarem

despercebidas, serão diagnosticadas tardiamente pela presença de peritonite e sepse

no pós-operatório, sendo importante causa de óbito.

É importante ressaltar também que os trocartes podem causar lesão visceral quando

houver perda rápida do pneumoperitônio ou relaxamento muscular inadequado

propiciado pelo anestesista. Nessas situações, a aproximação brusca e repentina do

trocarte, associado ao mecanismo de aspiração (pressão negativa na luz do trocarte),

pode determinar lesão parietal importante de alças intestinais ou perfuração de órgãos

parenquimatosos.

4.1.3 Lesões vesicais

Page 21: Trabalho Escrito

A perfuração da bexiga constitui ocorrência rara, sendo geralmente resultante de

esvaziamento vesical incompleto previamente às punções abdominais. Outras causas

são a presença de aderências e malformações congênitas.

A detecção de lesões vesicais é feita pela aspiração de urina ou pela saída de sangue

ou gases pela urina. Quando provocada por agulha, a lesão vesical pode ser tratada

pela sondagem prolongada e antibioticoterapia. Aquelas provocadas por trocartes, por

sua vez, devem ser suturadas diretamente.

4.1.4 Hérnias incisionais e infecção

Essas complicações podem aparecer precocemente ou tardiamente ao procedimento

laparoscópico. O desendesenvolvimento de hérnia no local de inserção das cânulas

constitui evento pouco comum, ocorrendo em aproximadamente 0.1 a 0.3% dos casos

4, 14 (olhar pagina 25 – complicaoes do acesso). A utilização de trocarte de grande

diâmetro, a presença de infecção na incisão, obesidade e esforços abdominais

constituem fatores de risco.

As incisões criadas para a colocação de trocartes maiores ou iguais a 10 mm devem

ser fechadas sempre que possível. O fechamento da ferida umbilical é particularmente

importante quando ela é propositalmente alargada para a retirada da vesícula ou outros

órgãos.

A infecção pós-operatória das feridas está relacionada ao tipo de procedimento

cirúrgico, sendo mais comuns após apendicectomias do que em colecistectomias 2, 18.

Na maioria das vezes, a infecção é superficial e facilmente tratada por cuidados locais e

antibioticoterapia. No entanto, já foi relatada a ocorrência de fasciíte necrotizante 11.

Pode-se prevenir a ocorrência de infecção pela lavagem da parede abdominal com

solução antisséptica previamente à cirurgia e com soro fisiológico antes do fechamento

das feridas. Da mesma forma, o emprego de dispositivos para remoção do órgão

Page 22: Trabalho Escrito

operado (dedo de luva, sacos plásticos, trocartes especiais) pode evitar a contaminação

da ferida.

4. 2. COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO PNEUMOPERITÔNIO

A criação do pneumoperitônio determina uma série de alterações hemodinâmicas e

respiratórias, geralmente bem toleradas em indivíduos sadios, mas que podem causar

distúrbios importantes em idosos e portadores de doenças cárdio-pulmonares.

Tais alterações forçaram a introdução de modificações das técnicas anestésicas,

passando-se a usar menos drogas no intra-operatório e associando anestésicos de

curta duração, obtendo, com isso, maior estabilização hemodinâmica e respiratória,

maior relaxamento muscular, despertar mais rápido e mínimo de desconforto ou efeitos

colaterais no pós-operatório.

Os princípios gerais para a escolha da técnica anestésica adequada à cirurgia

tradicional são aplicáveis à cirurgia videolaparoscópica. Esta cirurgia é realizada sob

anestesia geral. O paciente deve se entubado para prevenir a aspiração pulmonar do

conteúdo gástrico regurgitado devido ao aumento da pressão abdominal.

Os fármacos mais usados são os benzodiazepínicos, devido à sua eficiente ansiolítica,

sedativa e amnéstica, que contribuem para aumentar, embora de forma discreta, a

depressão respiratória e alterações hemodinâmicas já ocasionadas pelo

pneumoperitônio.

A monitorização é essencial durante a anestesia para procedimentos

videolaparoscópicos, pois alterações impostas pelo pneumoperitônio agravam os riscos

anestésicos aos quais o paciente é exposto.

Na laparoscopia, o método de exposição mais utilizado no pneumoperitônio com gás

carbônico. O pneumoperitônio também pode ser obtido com outros gases, como o óxido

Page 23: Trabalho Escrito

nitroso, Hélio, ar ambiente (80% de Nitrogênio) e Argônio. Equipamentos de tração

também podem criar a cavidade de trabalho, mas são pouco utilizados.

O gás carbônico (CO2) é o mais utilizado porque apresenta características que o

aproximam do gás ideal. Ele não é combustível, evitando acidentes; é barato,

permitindo sua ampla utilização; e, é rapidamente absorvível, limitando a ocorrência

de embolias gasosas. No entanto, sendo absorvível, ele é também biologicamente

ativo, com conseqüências fisiológicas importantes.

Os efeitos do CO2 no intra-operatório podem ser mínimos ou até mesmo

potencialmente fatais. Os mecanismos envolvidos são complexos e apenas

parcialmente entendidos, mas, de modo geral, eles estão relacionados ao aumento da

pressão intra-abdominal e à absorção de CO2.

4.2.1 Alterações cardíacas e hemodinâmicas

No início da insuflação peritonial, as alterações hemodinâmicas instalam-se de modo

mais intenso. Analogamente ao período crítico do atendimento inicial ao traumatizado, a

chamada hora de ouro, quando se registra o maior número de óbitos, do ponto de vista

hemodinâmico os primeiros cinco minutos de insuflação peritoneal são os mais

delicados.

O pneumoperitônio hipertensivo tem como objetivo a obtenção do campo cirúrgico,

permitindo a visualização da cavidade abdominal e o manuseio do instrumental

específico. Para alcançar os resultados ideais são necessários níveis pressóricos de

insuflação que, muitas vezes, desencadeiam alterações cardiocirculatórias, resultando

em aumento da pressão arterial, redução do débito cardíaco e importante elevação das

resistências periférica e pulmonar.

A realização do pneumoperitônio com CO2 leva a um aumento da pressão intra-

abdominal, resultando numa diminuição do retorno venoso. A maioria dos estudos

Page 24: Trabalho Escrito

clínicos demonstra que com o pneumoperitônio ocorre aumento da freqüência cardíaca,

aumento da resistência vascular periférica, aumento da pressão venosa central e

diminuição do débito cardíaco 1, 2, 3, 4. (ver pág 77 de alterações sistêmicas e

hemodinâmicas)

A redução do débito cardíaco é determinada pela redução do retorno venoso, pela

compressão da veia cava inferior, aumento da resistência vascular periférica pela

vasopressina e pela hiperventilação artificial necessária para evitar a hipercapnia.

Cerca de 30 minutos após o esvaziamento da cavidade abdominal, as variáveis

hemodinâmicas voltam aos valores normais. As alterações hemodinâmicas se devem

ao efeito direto do CO2 sobre o sistema cardiovascular e aos estímulos do sistema

nervoso simpático.

A taquicardia é, usualmente, uma resposta simpática compensatória à diminuição do

retorno venoso, mas pode também ser decorrente de uma maior absorção de CO2. A

resistência vascular periférica aumenta devido à compressão da aorta e vasos viscerais

pelo pneumoperitônio; à vasoconstrição compensatória; ao aumento da pós-carga

causada pela liberação de fatores humorais, como renina e vasopressina; e,

possivelmente, à hipercarbia 5, 6, 7 (pág 78 alt sit). O aumento da pressão venosa central ocorre

pela transmissão do aumento da pressão intra-abdominal ao tórax, devido à elevação

do diafragma. O débito cardíaco pode sofrer diminuições de 20% a até 40%.

Pressões intra-abdominais na faixa de 15 a 20mmHg podem levar ao aumento da

resistência vascular periférica e a uma alteração do fluxo visceral, independente do

débito cardíaco 10, 11. Além disso, o efeito vasoconstrictor do CO2 absorvido pode ter

também uma participação nesse processo.

Muitas das alterações cardiovasculares podem ser minimizadas pela manutenção da

pressão abdominal abaixo de 15 mmHg. Essas considerações justificam o motivo pelo

qual a técnica laparoscópica é formalmente contra-indicada em pacientes em choque.

Page 25: Trabalho Escrito

Preventivamente, deve-se fazer uma minuciosa avaliação cardio-circulatória no pré-

operatório, procurando corrigir estados de desidratação e alterações cardíacas

eventualmente presentes.

Arritmias cardíacas são comuns durante a laparoscopia (25% a 47%). A maioria

corresponde a arritmias sinusais benignas que desaparecem com o final do

pneumoperitônio. As causas dessas arritmias são a hipercarbia severa (acima de

50mmHg), a hipóxia, a estimulação simpática pela diminuição do retorno venoso, e a

estimulação vagal pelo estiramento do peritônio 8, 9. Outros fatores determinantes são as

condições pré-operatórias do doente, tais como a hidratação, pressão arterial e a

reserva cardíaca.

4.2.2 Alterações pulmonares

Durante o procedimento laparoscópico, o pneumoperitônio causa elevação do

diafragma, aumentando a pressão intratorácica e diminuindo a capacidade vital e o

volume respiratório e, conseqüentemente, leva a um aumento das pressões

necessárias para ventilação mecânica.

Esse aumento causa desvio do sangue na circulação pulmonar para regimes de menor

pressão e, conseqüentemente, leva a uma alteração da relação entre ventilação e

perfusão, aumentando o efeito shunt e a ventilação do espaço morto. Estas alterações

resultam em hipóxia e/ou hipercarbia 1, 2,14. Durante o procedimento também ocorre

absorção de gás carbônico através do peritônio, que é demonstrado pela fração de CO2

expirado (Et C02).

As alterações sistêmicas relacionadas ao Sistema Respiratório ocorrem pelo aumento

da pressão intra-abdominal, resultando em diminuição da complacência pulmonar,

atelectasia, hipercarbia e hipóxia, alterações que podem ser exacerbadas em pacientes

cardiopatas, obesos e na posição de Trendelemburg. No entanto, estas disfunções têm

Page 26: Trabalho Escrito

repercussões mínimas quando a anestesia é controlada pela ventilação mecânica sob

pressão.

A hipoxemia pode estar relacionada com doença prévia, hipoventilação, obesidade,

atelectasia prévia, diminuição do débito cardíaco e aumento do shunt pulmonar, além

de falha do equipamento de ventilação ou até mesmo entubação seletiva.

As alterações respiratórias não desaparecem imediatamente após a retirada do gás

carbônico intraperitoneal, permanecendo por até 72 h.

Como vimos, a maior utilização do gás carbônico (CO2) para a instalação do

pneumoperitônio deve-se à sua alta solubilidade no sangue, onde sofre tamponamento,

à sua rápida eliminação através dos pulmões e ao fato de não ser explosivo ou

inflamável. A absorção de CO2 da cavidade peritonial ocorre principalmente através do

leito vascular esplâncnico. Com a utilização de CO2 puro, a tensão do gás através do

capilar é alta, embora a absorção seja relativamente pequena, fazendo com que um

pequeno aumento na ventilação seja suficiente para eliminar qualquer excesso.

A insuflação subcutânea de CO2 aumenta a PaCO2 e diminui o pH, alterações que

podem persistir por algum tempo. Assim, pacientes com enfisema subcutâneo devem

ser cuidadosamente observados na sala de recuperação até que estas alterações

retornem ao normal 23.

A entrada de pequena quantidade de CO2 no sistema vascular normalmente não é

acompanhada de repercussões clínicas, devido à capacidade do leito vascular

esplâncnico de absorver este gás. Entretanto, a entrada de grandes quantidades no

espaço intra-vascular (pela insuflação inadvertida dentro de vasos) ou a diminuição do

fluxo esplâncnico podem determinar o aparecimento de embolia gasosa clinicamente

detectável, que é uma complicação rara, porém grave e com grande potencial fatal.

Page 27: Trabalho Escrito

Alguns fatores podem facilitar a ocorrência de embolia gasosa, tais como

pneumoperitônio com alta pressão, ruptura de grandes vasos, punção vascular com a

agulha de Veress, insuflação rápida e tempo prolongado de pneumoperitônio.

A incidência de embolia gasosa durante cirurgias laparoscópicas pode variar desde

0,01% (quando são avaliados os sinais clínicos) até 69% com o uso de ecocardiograma

transesofágico. 3 (olhar pagina 88 do artigo embolia gasosa).

A absorção de CO2 pode acarretar desde hipercabia com acidose respiratória até

embolia fatal com formação de bolhas dentro do átrio ou ventrículo direitos, com

prejuízo ao enchimento do coração direito, possibilidade de embolia paradoxal em

pacientes com forame oval patente, eombolia pulmonar com hipóxia e parada cardíaca.

A gravidade dos sintomas está diretamente relacionada à velocidade de absorção do

CO2. Os sintomas mais relatados na literatura são a diminuição da pressão arterial

associada à diminuição da PETCO2 e da complacência pulmonar e hipóxia. A

ecocardiografia transesofáfica e o Doppler precordial são os métodos mais sensíveis de

detecção de pequenos êmbolos.

O tratamento da embolia por CO2 consiste na desinsuflação do pneumoperitônio com

colocação do paciente em decúbito lateral esquerdo em cefalodeclive. Dessa forma,

a quantidade de gás que passa do coração direito para a circulação pulmonar será

menor. O óxido nitroso dever ser descontinuado e, se estas medidas não forem

efetivas, deve-se posicionar um cateter central para a aspiração de gás.

4.2.3 Sistema Gastro-intestinal

A insuflação intra-abdominal pode levar a um refluxo passivo do conteúdo gástrico para

o esôfago, facilitando a ocorrência de aspiração para a árvore respiratória. Para evitar

que isso aconteça, recomenda-se o uso de sonda oro ou nasogástrica a fim de se

esvaziar o conteúdo do estômago, facilitando também a visualização do campo

operatório em procedimentos no andar superior do abdome.

Page 28: Trabalho Escrito

Como medidas coadjuvantes na prevenção do refluxo, recomenda-se o uso de

bloqueadores H2 ou inibidores de bomba de prótons, além de drogas com ação

semelhante à metoclopramida, para facilitar o esvaziamento gástrico e aumentar a

pressão do esfíncter inferior do esôfago.

A metoclopramida diminui o relaxamento da porção proximal do estômago e aumenta

as contrações antrais. O piloro e o duodeno relaxam-se, enquanto o tônus do esfíncter

esofagiano inferior é acentuado. Estes efeitos combinam-se para acelerar a velocidade

de esvaziamento do conteúdo gástrico e, para reduzir o refluxo do duodeno e do

estômago para o esôfago. Reduzem, também, o tempo de trânsito de material do

duodeno para a válvula ileocecal como resultado de um aumento da peristalse jejunal.

Outro cuidado importante diz respeito ao emprego de drogas hipno-analgésicas durante

o ato anestésico, que podem determinar espasmo do esfíncter de Oddi e prejudicar a

interpretação do estudo radiológico das vias biliares no intra-operatório.

4.2.4 Fluxo sangüíneo cerebral e pressão intracraniana

A absorção excessiva de CO2 (hipercarbia) durante a laparoscopia pode levar a um

aumento da PaCO2, com aumento do fluxo sanguíneo cerebral, resultando num

aumento da pressão intracraniana e edema cerebral 19, 20. Além disso, o aumento da

pressão intra-abdominal associada à posição de Trendelenburg também pode contribuir

com um aumento da pressão intracraniana.

Estudos sugerem que uma pressão intra-abdominal superior a 16mmHg, associada a

esta posição do paciente, eleva em até 150% a pressão intracraniana. O significado

clínico desses achados ainda é incerto.

4.2.5 Hiportermia

Page 29: Trabalho Escrito

Durante a laparoscopia, a hipotermia (temperatura corporal < 36º C) pode ocorrer. Com

a queda abrupta de pressão do CO2 do tanque (1350-3500mmHg) até o insuflador

(15mmHg), o gás se expande e esfria até vários graus abaixo da temperatura

ambiente. Quanto maior for o fluxo de gás, maior o seu resfriamento.

Estudo demonstraram uma diminuição da temperatura corporal de 0.3o C para cada 50

litros insuflados durante procedimentos laparoscópicos 20 (pág. 79 alter. sistêmcias e

metabólicas).

A hipotermia está associada com disfunção miocárdica, depressão respiratória,

hipocalemia, trombocitopenia, alterações da coagulação e um aumento, de até cinco

vezes, da mortalidade pós-operatória.

4.2.6 Coagulação e trombose

Diversos fatores específicos ao método laparoscópico levam a um aumento ou

diminuição do risco de trombose venosa profunda (TVP). O aumento da pressão intra-

abdominal leva a uma compressão parcial das veias ilíacas e da cava inferior,

acarretando baixo fluxo venoso nas extremidades inferiores e iniciando o processo de

trombose. A posição de proclive, utilizada com freqüência nas cirurgias laparoscópicas,

e o tempo cirúrgico prolongado também podem contribuir para um aumento do risco de

TVP.

Apesar de a deambulação precoce dos pacientes e uma provável menor

hipercoagulabilidade hipercoagulabilidade pós-operatória, devido a menor resposta ao

trauma cirúrgico, levarem à uma diminuição do risco de TVP , deve-se assumir que

pacientes submetidos a procedimentos laparoscópicos possuem risco maior de TVP,

sendo necessárias medidas de prevenção.

4.2.7 Função renal

Page 30: Trabalho Escrito

São referidas alterações renais provocadas pela elevação da pressão intra-capilar

glomerular causada pelo aumento da pressão venosa renal conseqüente ao aumento

da pressão intra-abdominal, o que pode resultar em diminuição do fluxo plasmático

renal efetivo, do ritmo da filtração glomerular e do débito urinário.

4.2.8 Insuflação em local inadequado

A insuflação de CO2 em outros locais que não a cavidade peritonial pode levar ao

aparecimento de enfisema de subcutâneo, do escroto, da região préperitonial, do

epíploon ou retroperitonial.

O mau posicionamento da agulha de Veress pode ser suspeitado pelos altos níveis

pressóricos, pelo aparecimento de crepitação no subcutâneo ou de áreas de

descolamento do espaço pré-peritonial. Geralmente o enfisema não tem repercussões

clínicas importantes, não impede a continuação da laparoscopia e é reabsorvido em 24

a 48 horas. Entretanto, sua ocorrência alerta para a necessidade de avaliar a

concomitância de outras lesões eventualmente despercebidas.

Pneumotórax ou pneumomediastino também podem ocorrer durante laparoscopia. Isto

pode ser causado por lesões diafragmáticas, por dissecção do CO2 através dos tecidos

retroperitoniais e mediastino ou por lesão direta da pleura.

5. PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS

5.1 COLECISTECTOMIA

A via laparoscópica tem sido reconhecida como padrão de excelência para a

colecistectomias1. Phillipe Mouret foi quem primeiro a realizou em 1987, mas outros

Page 31: Trabalho Escrito

procedimentos já haviam sido realizados por laparoscopia e foram descritos por

ginecologistas.

A colecistectomia é um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados no mundo. Com o

advento da videolaparoscopia, tornou-se uma cirurgia menos traumática, mais estética,

com períodos mais curtos de internação. No início só eram realizadas colecistectomais

simples sem exploração das vias biliares e, mesmo assim, em pacientes que não

apresentavam a forma aguda de doença biliar obstrutiva.

Com a melhora dos equipamentos e com o treinamento adequado dos cirurgiões

videolaparoscópicos, hoje praticamente todas as apresentações das doenças biliares, a

exceção das neoplasias, podem ser tratadas por via videolaparoscópica.

O aparecimento de novos aparelhos, como por exemplo, a ultrassonografia

peroperatória, o coledoscópico e os cateteres de exploração biliar, também

contribuíram para a ampliação da gama de atuação do videolaparoscopista.

Em contrapartida, com o tempo, observou-se o aumento da incidência de lesões de via

biliar extra-hepática quando comparado ao procedimento aberto, 2-6 fato preocupante

devido à morbidade elevada desse tipo de lesão, cuja mortalidade não é desprezível.

Foram responsabilizados como fatores de risco para lesões da via biliar em

colecistectomias videolaparoscópicas12-14: pouca experiência do cirurgião, inclusive

com o procedimento convencional (curva de aprendizado); condições locais

desfavoráveis como vesícula esclero-atrófica, aderências perivesiculares, colecistite

aguda, variações anatômicas; tempo operatório prolongado (provavelmente relacionado

aos outros dois fatores).

Page 32: Trabalho Escrito

Em relação à curva de aprendizado, diz-se que a lesão da via biliar sofre diminuição

progressiva com o passar do tempo, atingindo valor comparável ao dos procedimentos

abertos (em torno de 0,3%)2,4,5. A esse fato atribui-se a evolução técnica dos

cirurgiões, que estariam num ponto mais alto da curva de aprendizado14,15.

Casos antes considerados inadequados para o método laparoscópico começaram a ser

tratados com sucesso por vídeo. Grande exemplo é a colecistite aguda, que

inicialmente era considerada contra-indicação para o método e hoje, na maioria das

vezes, é resolvida por esse novo método. 13,16-18 . O cirurgião mais experiente em

cirurgia videolaparoscópica tem menores chances de provocar lesões da via biliar

durante colecistectomias videolaparoscópicas (CVLs), assim como em qualquer outra

cirurgia.

Outro aspecto a ser considerado são as variações anatômicas da via biliar, às quais o

cirurgião deve sempre estar atento19,20. Um ducto cístico curto, uma vesícula séssil

que drene diretamente no ducto hepático comum ou hepático direito, podem gerar

interpretações errôneas quanto à identificação do ducto cístico, tornando sua

individualização fundamental para que não ocorram lesões nas vias biliares.

Desde o início da era videolaparoscópica o uso da colangiografia per-operatória de

rotina tem sido questionado. Seu uso rotineiro diminuiria a incidência de lesões da via

biliar durante CVLs 21 ? Argumentos contrários à colangiografia peroperatória de rotina

referem que sua adoção não diminuiu o número de lesões, e que tal conduta aumenta

os custos do procedimento e o tempo operatório22.

Os adeptos de seu uso rotineiro, por sua vez, atestam que o tempo operatório não é

substancialmente afetado com uma equipe treinada, e que os custos diretos e indiretos

decorrentes de uma única lesão de via biliar ultrapassam, em muito, os de todas as

colangiografias realizadas ao longo de anos em uma instituição 23.

Não se pode negar que a colangiografia per-operatória é útil no reconhecimento da

anatomia das vias biliares, e que, mesmo que não evite a ocorrência da lesão, ajuda

Page 33: Trabalho Escrito

na sua detecção ainda no período intra-operatório 24,25, diminuindo o impacto na

morbidade e na qualidade de vida que tais lesões representam para os pacientes.

Ligaduras, secções completas ou parciais da via biliar e a visualização de

extravazamentos de bile, o que muitas vezes é difícil devido ao pequeno tamanho da

lesão, podem passar despercebidos sem a colangiografia.

Se a lesão não for percebida no momento da cirurgia, a lesão pode ser diagnosticada

sob várias formas, que guardam relação com o tipo de sintomatologia apresentada: 1 -

coleperitônio: sepse abdominal pós-operatória, necessitando reoperação; 2 fístula biliar:

saída de bile por orifício de dreno ou por feridas dos trocáteres; 3 - icterícia precoce ou

tardia, com a lesão biliar diagnosticada por colangiopancreatografia,

colangiorressonância 26 ou colangiografia percutânea.

A ultrasonografia e a tomografia computadorizada mostram dilatação de vias biliares

intra-hepáticas na presença de icterícia obstrutiva após colecistectomia

videolaparoscópica e sugerem fortemente o diagnóstico, ainda que não o confirmem.

Várias classificações de lesões benignas da via biliar já foram propostas. A

classificação de Bismuth 27 baseia-se na altura da lesão (o ponto onde se acha

mucosa biliar saudável) em relação à confluência dos hepáticos. É a classificação mais

usada para estenoses tardias, as quais seriam decorrentes, em sua maioria, de lesões

térmicas ou de ligaduras muito próximas à via biliar, com reação inflamatória e

subseqüente estenose. Essa classificação não engloba lesões agudas.

Em relação às lesões agudas, a classificação de Csendes3 é a mais aceita por

correlaciona melhor o mecanismo de lesão, com sua localização, e proposta terapêutica

posterior, não levando em conta as estenoses tardias. Não há referência à soltura do

“clip” ou da ligadura do ducto cístico, importante causa de coleperitônio, tendo em vista

que não se trata de lesão da via biliar principal (Tabela 1 e Figura 4).

Page 34: Trabalho Escrito

Tabela 1 - Classificação de Csendes.

Tipo Descrição

I Pequena laceração no ducto hepático comum ou hepático direito por

eletrocautério ou tesoura

II Lesão da junção cístico-coledociana (tração, eletrocautério, cateter)

III Secção parcial ou completa da via biliar principal

IV Ressecção de mais de 10 mm da via biliar principal

Fonte:

Figura 4: Amostra esquemática da classificação de Csendes.

Vários aspectos técnicos devem ser observados na prevenção de lesões da via biliar

em CVLs4 . Uma técnica de dissecção meticulosa é mandatória, no intuito de identificar

o triângulo de Calot, incluindo a vesícula, o ducto cístico, o ducto hepático e a junção

dos ductos comuns. A implantação do ducto cístico na vesícula deve ser bem

determinada, e o triângulo de Calot, inteiramente dissecado, e aberto de modo que se

observe somente o parênquima hepático no assoalho do triângulo, para que nenhuma

outra estrutura importante possa ser comprometida .

Page 35: Trabalho Escrito

A terapêutica das lesões da via biliar após colecistectomias videolaparoscópicas pode

ser dividida em precoce e tardia. Entende-se por terapêutica precoce a que é instituída

no mesmo tempo cirúrgico em que se deu a lesão. A colangiografia 24,25, ainda que

não seja adotada de rotina 21,22, deve ser realizada ao menor sinal de dificuldade.

Lacerações parciais da via biliar em qualquer segmento devem ser tratadas sobre

dreno de Kehr 3. Secções totais ou ressecções com perda de até de 10 mm de via biliar

podem ser tratadas com anastomose término-términal sobre Kehr ou com hepático-

jejunostomia10, dependendo da preferência e experiência do cirurgião. Lesões com

perda de mais de 10 mm devem ser reparadas com hepático-jejunostomia alta.

Os pacientes com lesões identificadas em reoperações de urgência (pós-operatório

recente) devem ter sua condição infecciosa sanada e a via biliar drenada, reservando-

se o tratamento definitivo para depois27,31. De acordo com a clínica do paciente pode

ser tentada re-operação por videolaparoscopia 32.

Os casos em que se consegue o reparo primário (no mesmo tempo cirúrgico), são

muito menos onerosos tanto para o paciente quanto para a instituição, que os casos em

que o reparo é tardio. O desenvolvimento de estenoses ou fístulas não raro requer

várias internações por colangite, o que obriga o paciente a ser submetido a

procedimentos invasivos 33-35 (CPER, dilatações percutâneas), cirurgia para

anastomoses biliodigestivas36 (freqüentemente mais de um procedimento), e ainda

assim pode evoluir para cirrose biliar secundária com todas as suas complicações,

podendo chegar até mesmo ao transplante hepático 37.

5.2 APENDICECTOMIA

A causa mais comum de abdômen agudo é a apendicite aguda No entanto, o seu

diagnóstico pode apresentar-se com dificuldade, principalmente em mulheres em idade

fértil.

Page 36: Trabalho Escrito

A partir da utilização da apendicetomia laparoscópica para o tratamento da apendicite

aguda, descrita inicialmente por SEMM6, em 1983, surgiram controvérsias se os

possíveis benefícios de um acesso minimante invasivo teriam aplicação em uma

patologia que vem apresentando resultado excelente e baixa morbidade com o

tratamento convencional.

Nos úlltimos anos, tem havido uma migração gradativa de procedimentos cirúrgicos

abdominais realizados por via laparotômica, para a via laparoscópica. Entretanto, é

imprescindível analisar se a eficácia e a segurança da intervenção por via

laparoscópica é igual ou superior à do acesso aberto.

A literatura tem demonstrado que a apendicectomia laparoscópica é um método

praticável, eficiente e seguro. Mesmo nos casos de apendicite complicada com

apêndice perfurado ou necrosado, a via laparoscópica pode ser indicada com índice de

conversão para o procedimento convencional em 3,6 % dos casos. 2 (abordagemlaparaoscopica

apnedic aguda)

A agressividade do ato cirúrgico, comparando-se os dois tipos de acesso não é tão

diferente, como na colecistectomia. Por outro lado, em alguns casos, a identificação e a

liberação do apêndice pode ser mais trabalhosa e demandar mais tempo durante o

acesso laparoscópico. O mesmo raciocínio é válido para pacientes com laparotomias

prévias e idosos com problemas cardiorespiratórios nos quais o acesso laparoscópico

pode oferecer risco adicional6. A experiência do serviço/cirurgião eve ser um fator

decisivo em relação às dificuldades de ordem técnica.

Alguns estudos 2,3,7,8 também mostram que a maior duração da apendicectomia por

via laparoscópica parece não aumentar sua morbi-mortalidade. O índice mais elevado

de apendicectomia incidental, quando a via laparoscópica é utilizada, inegavelmente,

está associado ao caráter propedêutico da laparoscopia na definição da dor abdominal

aguda, principalmente em pacientes do sexo feminino.

As vantagens da apendicectomia videolaparoscópica são inequívocas em relação à

intensidade da dor pós-operatória, ao tempo de retorno às atividades normais e à

Page 37: Trabalho Escrito

incidência de infecção na ferida operatória2,3. Além disso, deve-se ressaltar a maior

acurácia do diagnóstico, nem sempre seguro nos acessos abertos limitados,

insuficientes para uma inspeção adequada da cavidade peritoneal.

A abordagem inicial da apendicite aguda por laparoscopia pode ser utilizada em todos

os casos. O procedimento é realizado em pouco tempo, permitindo adequada limpeza

da cavidade abdominal sob visão direta, com período pós operatório breve.

O cirurgião abdominal deve estar igualmente preparado para realizar a apendicectomia

por via laparoscópica ou laparotômica. A escolha entre um ou outro acesso deve levar

em conta a experiência pessoal do cirurgião, o estágio evolutivo da afecção, as

condições clínicas, o sexo do doente e a infra-estrutura hospitalar disponível.

É provável que a apendicectomia videolaparoscópica ainda que aparentemente,

apresente menos vantagens que a colecistectomia videolaparoscópica, venha a

exemplo desta última, se consolidar como primeira opção no arsenal terapêutico do

cirurgião abdominal. Para que isso ocorra é necessário que os hospitais que se

propõem a atender urgências e emergências, sejam dotados de infra-estrutura

adequada e que o treinamento em cirurgia videolaparoscópica faça parte da rotina da

formação e da reciclagem dos cirurgiões.

5.3 HÉRNIA INGUINAL

A hérnia inguinal é uma afecção comum e a técnica minimamente invasiva também tem

sido utilizada. No entanto, a técnica laparoscópica não tem sido universalmente aceita

como, por exemplo, no caso daa colecistectomia videolaparoscópica.

As supostas vantagens da hernioplastia videolaparoscópica sobre a técnica

convencional, até o momento, não foram consistentemente demonstradas. Alguns

Page 38: Trabalho Escrito

aspectos podem ser citados para tentar explicar a aceitação limitada desta técnica: a

relativa facilidade de realizar reparos abertos sem tensão, até mesmo com anestesia

local e curta permanência hospitalar; índices de recidiva e de complicações bastante

reduzidos na cirurgia convencional; maior custo e necessidade de equipamentos mais

complexos para a realização da técnica laparoscópica; maior potencial de complicações

relacionadas ao procedimento laparoscópico, ao pneumoperitôneo e à anestesia geral;

a maior familiaridade do cirurgião com a anatomia da região inguinal pela via anterior; e

o uso rotineiro e obrigatório de prótese em todos os casos pela via laparoscópica6.

Apesar disso, duas vantagens relacionadas ao método laparoscópico são citadas e

amplamente aceitas na literatura: quase ausência de dor pós-operatória; maior

facilidade na dissecção anatômica de hérnias recidivadas, tratadas previamente pelo

acesso anterior; e um tempo de retorno mais precoce às atividades habituais e ao

trabalho5.

Outro aspecto que deve ser discutido é com relação à curva de aprendizado

excessivamente longa na técnica videolaparoscópica, sendo que muitos autores

relacionam os índices de complicações à inexperiência dos cirurgiões2,3. Entretanto,

muitos dos trabalhos que mostram taxas de complicações pela técnica laparoscópica

inferiores à aberta não discriminam com precisão os grupos de pacientes estudados e o

tipo de hérnia que eles apresentavam4.

O que se nota com clareza, na literatura, é que as complicações intra-operatórias da

correção laparoscópica, quando ocorrem, são significativamente mais graves do que as

complicações encontradas nos reparos abertos. Podemos destacar as lesões

provocadas pelos trocarteres, e pela clipagem de nervos e vasos1.

Dessa forma, até o presente momento, não há dados na literatura que possam

recomendar o emprego rotineiro da hernioplastia inguinal videolaparoscópica.

5.4 DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Page 39: Trabalho Escrito

Os objetivos da terapêutica moderna da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)

são cicatrizar a lesão da mucosa esofágica, eliminar os sintomas e prevenir ou tratar

suas complicações. A grande maioria dos pacientes são tratados clinicamente de forma

satisfatória. Entre as indicações para o tratamento cirúrgico incluem-se pacientes que

não respondem satisfatoriamente ao tratamento clínico orientado.

Em 1991 foram publicadas as primeiras séries da cirurgia de Nissen para o tratamento

da doença do refluxo gastroesofagiano, com o auxílio da videolaparoscopia3,4.

É importante assinalar que o procedimento básico do tratamento cirúrgico da doença do

refluxo gastroesofagiano não foi alterado, sendo reproduzida a mesma cirurgia

convencionalmente aceita como a de escolha.

O tratamento definitivo para a cura da doença do refluxo gastroesofagiano tem sido a

cirurgia, Ela tornou-se o tratamento mais efetivo para mudar a história natural da

doença e deve ser indicada nos casos de pacientes que apresentem critérios de

intratabilidade clinica após conduta definida no consenso brasileiro ou o paciente

apresente complicações como estenose e esôfago de Barret 8,11,13,16,18,45.

Há forte tendência em se considerar a cirurgia como melhor forma de tratamento para

prevenir a progressão e desenvolvimento de carcinoma em pacientes com esôfago de

Barret 4,8,11,13,14,35.

Uma vez havendo indicação para o tratamento cirúrgico, a via de acesso preferencial

deve ser a laparoscopia empregando-se as técnicas já conhecidas e aceitas como as

melhores, quer sejam fundoplicaturas totais ou parciais, levando a crer que os

resultados clínicos se repetirão5,12,19.

Os resultados iniciais com a laparoscopia para o tratamento da DRGE, apesar de os

estudos ainda terem um acompanhamento curto, são encorajadores e sugerem que os

Page 40: Trabalho Escrito

resultados obtidos possam ser comparáveis àqueles da cirurgia aberta20, podendo

reproduzir exatamente os resultados dos procedimentos cirúrgicos abertos21.

A fundoplicatura laparoscópica pela técnica de Nissen modificada foi capaz de tratar a

DRGE, apresentando vantagens adicionais em relação ao tratamento clínico

prolongado e à cirurgia aberta. Ressaltemos que o procedimento básico de tratamento

não foi mudado, havendo a possibilidade de se atingirem resultados, a longo prazo,

semelhantes àqueles conseguidos pela cirurgia aberta tanto pela técnica de Nissen

como pela técnica de Lind7.

Entre pacientes submetidos a tratamento cirúrgico, tem sido mais freqüentemente

indicado a cirurgia videolaparoscópica nos mais jovens, normalmente abaixo de

quarenta anos de idade, entretanto pacientes mais idosos também se beneficiam do

tratamento cirúrgico.

A efetividade da técnica laparoscópica não difere da técnica aberta. Os resultados

estão relacionados à menor morbidade operatória, menos tempo de permanência

hospitalar e seus custos e um rápido retorno às atividades regulares 1,6,7,24,33,42

5.5 OPERAÇÃO DE FOBI-CAPELLA

Com o desenvolvimento do instrumental cirúrgico e a popularização do método

videolaparoscópico, a cirurgia bariátrica tornou-se uma das áreas em que a

laparoscopia mais promoveu progressos.

Como resultado da experiência produzida inclusive por ensaios clínicos aleatorizados

entre a via laparotômica e a via laparoscópica, a via de acesso por vídeo parece estar

associada a maior tempo operatório, menor tempo de internação, menor incidência de

complicações da incisão cirúrgica, maior incidência de suboclusão intestinal e maior

Page 41: Trabalho Escrito

ocorrência de estenose de anastomose (principalmente quando utilizado

grampeamento circular).

A avaliação das condições inerentes aos locais dos estudos tais como a experiência do

cirurgião, equipamento e financiamento se fazem necessárias com o objetivo de

viabilizar a implantação da via de acesso por vídeo para o tratamento cirúrgico por

gastroplastia da obesidade mórbida.

Desde o início de era da cirurgia videolaparoscópica, foram notados os benefícios desta

via de acesso para os pacientes obesos, tão susceptíveis a complicações pós-

operatória metabólicas, cardiovasculares e da ferida cirúrgica.

Alguns trabalhos demonstraram a superioridade desta via nas colecistectomias

realizadas em obesos4 .Com o desenvolvimento do instrumental cirúrgico e a

popularização do método videolaparoscópico, a cirurgia bariátrica tornou-se uma das

áreas em que a laparoscopia mais promoveu progressos.

Em 1991, foi realizada a primeira gastroplastia por Antonio Catona vertical com

bandagem5 . No mesmo ano, foi iniciada a colocação de banda gástrica ajustável por

via laparoscópica.Em 1994, Wittgrove e Clark relataram sua experiência inicial com a

derivação gástrica laparoscópica6 .

Desde então vários outros relatos se sucederam e séries numerosas com bons

resultados foram publicadas. Todos os tipos de operações bariátricas realizadas na

atualidade podem ser realizadas por via aberta ou por videocirurgia. As gastroplastias

verticais com bandagem7 , colocação de bandas gástricas ajustáveis8 , derivações

gastrojejunais com e sem anel9 e derivações bileopancreáticas10 estão padronizadas

para a via laparoscópica.

Séries numerosas demonstram a segurança e bons resultados da laparoscopia nos

pacientes obesos, semelhantes aos de séries históricas com a via aberta, mas

essaltam a difícil curva de aprendizado, sendo necessárias experiência em

Page 42: Trabalho Escrito

videocirurgia avançada e em cirurgia bariátrica para a implementação de um

programa9.

As dificuldades técnicas na execução da gastroplastia vertical com bandagem e

derivação gástrica em Y-de-Roux videolaparoscópica a colocam entre os

procedimentos de maior complexidade e mais difícil treinamento no campo da

videocirurgia do aparelho digestivo. Gould et al. sugeriram um período de transição

entre as operações abertas e videolaparoscópicas, com a realização das operações

vídeo assistidas (handassisted). O período correspondente à curva de aprendizado,

quando os resultados são inferiores e o cirurgião não se sente seguro para o

procedimento, também é motivo de discussão.

O sucesso da operação bariátrica, realizada por laparotomia ou laparoscopia, é a perda

de pelo menos 50% do excesso de peso (diferença entre o peso pré-operatório e o

peso ideal). Em pacientes com superobesidade, indivíduos com IMC maior que 50

kg/m2 segundo a Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica, a perda do excesso de

peso pode não ser uma medida confiável, visto que uma menor porcentagem destes

pacientes se aproximarão do peso ideal. Nestes casos o IMC é a medida mais

apropriada. Espera-se que estes pacientes atinjam um IMC menor que 35 kg/m2. O

nadir da perda de peso ocorre entre 18 a 24 meses após a operação.

5.5.1 Estudos comparativos entre laparoscopia e laparotomia na cirurgia de

obesidade mórbida

Devido à recomendação de que seja o procedimento bariátrico de primeira escolha nos

EUA, as gastroplastias com derivações gastrojejunais em Y-de-Roux foram as mais

bem estudadas quanto à via de acesso.

A seguir são analisados três estudos prospectivos controlados aleatorizados desta

técnica comparando as vias de acesso aberta e laparoscópica (Tabela 3)2 ,3 ,4 .

Page 43: Trabalho Escrito

Tabela 3: Estudos prospectivos aleatorizados comparando a realização de gastroplastia e derivação

gastrojejunal em Y-de-Roux através dos acessos por laparotomia e laparoscopia no tratamento da

obesidade mórbida (* diferença estatisticamente significativa)

Westling e col. Nguyen e col. Luján e col.

Laparotomia Laparoscopia Laparotomia Laparoscopia Laparotomia Laparoscopia

(n = 30) (n = 21) (n = 76) (n = 79) (n = 51) (n = 53)

Redução do IMC

(Kg/m2) 13 14 - - - -

Perda do excesso

de peso (%) - - 62 68 - -

Tempo cirúrgico(min) 100 245 195 225* 202 186

Mortalidade (%) 0 3,3 0 0 2,0 3,8

Fístula da

anastomose (%) 0 3,3 2,6 3* 9,8 3,8

Hérnia Incisional(%) 4,8 0 6,6 0 29 0

Infecção de parede(%) 14 2 10,5 1,3* 24 0

Estenose da

anastomose(%) 0 3,3 2,6 11,4* 7,9 1,9

Morbidade precoce(%) 38,0 46,7 9,2 7,6 23

Morbidade Tardia (%) - - 18,9 15,2 11

Tempo de internação(d) 6 4,5 8,4 4,0 * 5,2

Fonte: Revista Brasileira de Videociruriga volume 3 n.º 01

Em relação à perda de peso, Nguyen et al. (2001) demonstraram discreta vantagem

com a via laparoscópica, observando diminuição do excesso de peso de 68% após um

ano, contra 62% com a via convencional, diferença estatisticamente insignificante (p =

0,07). De maneira similar, Westling et al. (2001) publicaram diminuição do IMC dos

pacientes operados por via laparoscópica de 14 kg/m2 em um ano e de 13 kg/m2 nos

submetidos à operação aberta, também sem diferença estatística.

Luján et al. (2004) não encontraram diferenças entre os dois grupos.

Page 44: Trabalho Escrito

Nguyen et al. observaram que após a operação por laparoscopia havia menores índices

de hipoxemia e atelectasia nos primeiros três dias, porém após sete dias de pós-

operatório, os pacientes operados por laparotomia obtinham os mesmos resultados nos

testes de função pulmonar 1 ,2 .

Westling et al. observaram resultados semelhantes também quanto à satisfação

pessoal. Entretanto, houve maior tempo cirúrgico com a videocirurgia, mas com menor

tempo de internação hospitalar (três vs. quatro dias). A recuperação da cirurgia pareceu

ser mais rápida nos pacientes operados por via laparoscópica, mas após três meses,

isto não teve significância estatística.

A análise conjunta destas publicações sugere que a via laparoscópica está associada a

maior tempo operatório, menor tempo de internação (e conseqüentemente ao menor

custo), menor incidência de complicações da incisão cirúrgica (infecção e hérnias),

maior incidência de suboclusão intestinal (por hérnias internas) e maior ocorrência de

estenose de anastomose (principalmente quando utilizado grampeamento circular).

Embora a tendência mundial pareça nos levar à era das operações bariátricas por via

laparoscópica, é necessária uma avaliação de seus reais benefícios na condição

estrutural e econômica de cada local antes de sua ampla implementação em nosso tão

heterogêneo país.

Page 45: Trabalho Escrito

CONCLUSÃO

Não há dúvida de que a videolaparoscopia determinou um novo marco na cirurgia

digestiva. O rápido avanço e a sua enorme dispersão do método comprovam

claramente a afirmativa. Como em qualquer procedimento novo há necessidade de

muita cautela e rigorosa análise crítica por parte dos cirurgiões, não perdendo de vista

que o compromisso deve ser com o paciente e não com o método.

De modo geral, os benefícios superam os efeitos adversos e as complicações técnicas,

em sua maioria, ocorrem em baixa porcentagem de casos, tendo sua incidência

variando na dependência da experiência da equipe, da magnitude e do tipo de

procedimento operatório.

A maioria das complicações ocorre no início do procedimento laparoscópico, e estão

associadas a erros técnicos ou falta de atenção durante a inserção da agulha e/ou

trocartes na cavidade peritonial. As lesões mais significantes são as intestinais

(principalmente quando passam despercebidas no intra-operatório) e as vasculares, por

trazerem conseqüências graves ao paciente.

O rigor no emprego da técnica cirúrgica no manuseio do instrumental laparoscópico

constitui medida simples capaz de prevenir acidentes graves. Mesmo o cirurgião

experiente deve estar sempre atento aos detalhes técnicos, além de identificar

situações de maior risco como cirurgias prévias, obesidade, processos inflamatórios

agudos ou recentes, etc, selecionar adequadamente os pacientes e utilizar manobras e

recursos que diminuam a incidência de acidentes que possam ser evitados.

Ressaltemos que o entendimento da anatomia e dos princípios de física são de suma

importância.

Por fim, saber manejar as complicações na laparoscopia é importante, mas saber evitá-

las é ainda melhor.

Page 46: Trabalho Escrito

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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