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4 OPINIÃO São Luís, 27 de março de 2017. Segunda-feira O Estado do Maranhão FUNDADOR JOSÉ SARNEY E BANDEIRA TRIBUZI, PRESIDENTE TERESA SARNEY, DIRETOR DE REDAÇÃO CLÓVIS CABALAU, DIRETORA COMERCIAL MADELON ARAÚJO, SECRETÁRIO DE REDAÇÃO ADEMIR SANTOS [email protected], COORDENADORA DE REDAÇÃO SELMA FIGUEIREDO [email protected], COORDENADOR DE REPORTAGEM DANIEL MATOS [email protected] Neymar leva nota 8,0 do 'Linha de Passe' após vitória contra o Uruguai Com um dos gols que deu a vitória por 4 a 1 do Brasil sobre o Uruguai, Neymar chegou aos 51 gols marcados com a camisa da seleção. Ele ficou mais próximo de Romário. O Estado do Maranhão não se responsabiliza por opiniões emitidas nesta seção. Os comentários, análises e pontos de vista expressos pelos colaboradores são de sua inteira responsabilidade. As cartas para esta seção devem ser enviadas com nome, número da carteira de identidade, endereço e telefone de contato. Os textos devem ser enviados para a Redação em nome do editor de Opinião, Avenida Ana Jansen, 200 - Bairro São Francisco - São Luís-MA - CEP 65.076-902, ou para os e-mails: [email protected] ou [email protected], ou pelo fax (98) 3215-5054. Aos 35 anos, o atacante Kevin Kuranyi anunciou a sua aposentadoria do futebol. Kuranyi, que nasceu no Rio, fez o anúncio sexta- feira. O agora ex-jogador é filho de pai alemão e mãe panamenha, mas optou pela naturalização europeia para defender o país de seu pai. EDITORIAL Os velhos problemas das feiras de São Luís N o sábado, 25, em meio às fortes chuvas que caiam sobre a cidade de São Luís, um feirante contabilizava mais de 200 dias que o teto da feira do bairro Vicente Fialho havia desabado e até então a Prefeitura não havia tomado uma providência. A estrutura desabou em 29 de agosto do ano passado. Portanto, na quarta-feira, 29 de março, completarão sete meses em que feirantes e consumidores estão utilizando o espaço de forma improvisada. Ou seja, com o uso de tendas para proteção contra o sol e chuva. Mas, essa “obra” improvisada por parte da Prefeitura de São Luís não está resolvendo. Pelo contrário, mostra que poder público municipal não está preocupado com a situação de quem vende e compra na feira do Vicente Fialho. No sábado, 25 - a exemplo de outros dias desse inverno rigoroso - a água da chuva caia sobre o chão da feira, por entre as bancas e boxes, prejudicando a todos. Segundo um dos feirantes, nesse dia, representantes de partidos ligados a governo e prefeitura foram ao local e mais uma vez prometeram que a reforma do espaço seria realizada. O problema é que ele disse que já vem ouvindo isso há meses e nada. E olha que durante a campanha eleitoral de 2016, próximo à feira foram realizados atos políticos em favor do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Passada a campanha e a vitória nas urnas, o gestor municipal sumiu. Aliás, essa é a marca de sua gestão: sumir, esconder-se em gabinete. Parece que a cidade não tem prefeito. Mas, voltando à questão da feira, o cuidado com esse importante espaço de comercialização nunca foi prioridade da gestão Edivaldo Holanda. No Mercado Central como nas demais feiras da cidade, reinam a sujeira e a proliferação de ratos e insetos, colocando em risco a saúde de feirantes e da população. Nem mesmo a Justiça, a Prefeitura de São Luís obedece. Desde 2015, foi determinado ao Município reformar 27 feiras e mercados, mas passado todo esse tempo nada foi feito. E ao que parece vai continuar assim por muito tempo. O então prefeito João Castelo (já falecido) chegou a construir um espaço novo para a feira da Cohab, mas que abrigou apenas uma parte dos feirantes. O restante permaneceu na estrutura antiga, em meio ao lixo, esgoto a céu aberto e animais nocivos à saúde. A própria feira da Liberdade também passou por uma reforma, na gestão Castelo, mas o problema está na administração. Parafraseando o feirante da Vicente Fialho, que disse faltar “óleo de peroba para a cara de pau de quem vem aqui só pra fazer promessas”, a gestão municipal em é que agir, cobrar de seus secretários resultados, pois é isso que a população espera. Foi com essa esperança de dias melhores que o eleitor foi às urnas e não para ser enganado, sentindo-se desprezado pelo poder público. Não por acaso, a classe política está cada vez mais desacreditada. Se não se faz a instalação de um teto em uma feira, vai se esperar o que de uma gestão que enfia a cabeça para dentro do Palácio La Ravardière e não dá a mínima para os problemas da população? É uma boa reflexão. Nas feiras da cidade, reinam a sujeira e a proliferação de ratos e insetos. JOSÉ SARNEY “O Maranhão é uma saudade que dói e não passa. Não o esqueço um só dia, um só instante. É amor demais. Maranhão, minha terra, minha paixão.” CABALAU UM DIA COMO HOJE SOBE E DESCE FÁBIO ANDRADE BESSA DE LIMA A carne forte do SIF O Serviço de Inspeção Federal (SIF), que no último fim de semana ganhou as manchetes da imprensa brasileira por razões desabonadoras, completou em 2015 um século de existência. Mais que um serviço, o SIF é quase uma instituição dentro do próprio MAPA e sempre prestou um serviço público inestimável à sociedade brasileira. Presente em mais de 4,8 mil fábricas de processamento de produtos cárneos, ao longo de mais de uma centena de anos o SIF tem servido de modelo para serviços de inspeção mundo afora. Buscando seguir todos os códigos alimentares internacionais, permitiu que o agronegócio nacional chegasse aos mercados consumidores mais exigentes em mais de 140 nações. No entanto, ser tão grande tem suas desvantagens. Talvez não seja necessário dizer que só existe corrupção onde há seres humanos. O SIF, composto por milhares, não está imune à má conduta de alguns, assim como qualquer outro ente público ou privado. O que não deve sobressair no frigir de todos os ovos quebrados pela Operação Carne Fraca - e isto não é uma crítica à atuação da Polícia Federal, muito pelo contrário! - é a sensação de que o alimento consumido pelos brasileiros está desprotegido ou está sendo produzido e fiscalizado por uma súcia de corruptos e corruptores. Não é verdade. Os procedimentos fiscalizatórios do SIF, constantemente atualizados, não estão em questão. Os padrões sanitários nos quais a legislação brasileira se baseia não estão em questão. De que maneira, por qual motivo, pessoas de má índole, pessoas despreocupadas com a saúde pública, inconsequentes, suspeitas de corrupção, foram alçadas a cargos de chefia nas mais variadas instâncias de um órgão da importância do MAPA? Esta é a pergunta que todos deveriam estar fazendo neste momento. Enquanto a indicação política, o apadrinhamento, o "quem indica", vigorar dentro das instituições públicas não teremos serviços de qualidade sendo oferecidos pelo Estado. Seja na fiscalização agropecuária, na saúde, na educação ou em qualquer outro serviço que deveria ser prestado de forma excelente à população brasileira. Não basta que o cargo seja ocupado por um servidor da casa, como se diz. Isto é o mínimo. É imprescindível a criação e a adoção de um sistema que impeça a ascensão dos incompetentes, dos incapazes de fazer gestão de recursos públicos, dos aproveitadores. Que consiga promover os que pretendem realizar aquilo que a sociedade espera e não o contrário. Os oportunistas, que valem-se do noticiário negativo para oferecer soluções fáceis para um problema difícil, já começaram a aparecer. Oferecem a ideia de que o serviço público é incapaz de oferecer a fiscalização necessária. E o que propõem? Terceirização. Que as indústrias realizem sua própria inspeção. Não, não é uma piada. Infelizmente, muitos e bons técnicos da área levam essa tese a sério. Desconsideram que a fiscalização dos produtos agropecuários quaisquer que sejam é um serviço que só o Estado pode realizar, pois pressupõe o exercício dos poderes típicos da função estatal, como o poder de polícia, por exemplo. Desconsideram os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário garantindo que tal fiscalização é realizada por servidores de carreira, que não podem ser demitidos ao sabor dos ventos. Depois de tudo o que foi apurado, continuará a ser permitido a políticos de toda espécie colocar e tirar agentes de fiscalização onde e quando quiserem? Será deixado de lado um serviço técnico de excelência oferecido por profissionais capacitados e que prestam contas à sociedade, para franquear às industrias um tipo de fiscalização da maneira que entenderem? Quais respostas serão dadas à sociedade? Médico veterinário (CRMV-MA 0716), auditor fiscal federal agropecuário Professor da Universidade Positivo e da UFPR, defensor público no estado do Paraná O Serviço de Inspeção Federal tem servido de modelo para serviços de inspeção mundo afora ANDRÉ GIAMBERARDINO A demagogia da violência O projeto do “Estatuto de Controle de Armas de Fogo”, que revoga o Estatuto do Desarmamento e flexibiliza restrições para a posse e o porte, não tem nada a ver com a proteção da vida humana. Sua perspectiva de aprovação deve ser compreendida no contexto de fragilidade institucional do país e do oportunismo de setores do mercado. Não se trata de discutir segurança pública ou direito à autodefesa: trata- se apenas de negócios. Não é à toa que dados oficiais do TSE indicam a doação de valor próximo a R$ 3 milhões a candidatos e comitês partidários, apenas nas últimas eleições, por parte de grandes empresas do ramo. É por isso que espanta a facilidade pela qual tantos embarcam com ingenuidade no discurso sedutor segundo o qual todo “cidadão de bem”, diante da ineficiência do Estado, tem o direito de andar armado para se defender dos “bandidos”. Apenas demagogia, incapaz de se sustentar em suas próprias premissas. A distinção entre “bandidos” e “cidadãos de bem” não passa de retórica vazia: atiradores em shoppings e escolas, por exemplo, eram todos “cidadãos de bem” até fazerem o que fizeram. Ou “bandido” seria quem tem inquéritos policiais ou processos criminais em andamento? Pois uma das alterações propostas derruba a restrição ao porte de armas hoje existente justamente para esses casos! É evidente que o princípio da presunção de inocência deve ser defendido sempre, mas é impossível não se estarrecer com a incoerência entre o discurso e o que o projeto propõe. Esperemos que a presunção de inocência seja lembrada também na hora de atirar contra o próximo a quem defino como ameaça, e não sirva apenas como regra de ouro para vender mais armas e munições. É comprovado que boa parte dos homicídios decorre de atos impulsivos, sem premeditação, desdobramentos infelizes e trágicos de brigas de bar, no trânsito ou em casa. O debate honesto deverá admitir, nesse sentido, que a redução da disponibilidade e do número de armas de fogo em circulação é diretamente associada à redução das mortes violentas. Se continuam a circular nas mãos de organizações criminosas, o que se há de fazer é combater o tráfico de armas e suas causas, valorizando e buscando um novo papel à polícia dentro da democracia. Transformar as relações sociais em um permanente faroeste em potencial não é a medida mais inteligente, muito menos eficaz. Legítima defesa não é um direito em abstrato, mas sim uma situação muito específica que autoriza o sujeito a agir com violência no caso de injusta agressão atual ou iminente, e apenas na medida necessária para tanto. Pressupor que devemos sair às ruas prontos para, a qualquer momento, agir em legítima defesa significa dizer que há uma ameaça em cada esquina, em cada vizinho, em cada cidadão: é o sepultamento da cidade, do espaço público, da cidadania, em prol de uma sociedade fundada no medo e em uma filosofia pseudo “anarcoliberal” de radicalização do individualismo. A primeira arma aos 21 anos, presente para o filho. Cinquenta balas por mês, até nove armas em casa. Ocorre que não há salvação para a segurança pública sem o resgate do espaço público e de políticas que valorizem a convivência e a coexistência. A banalização da violência significa a vitória desta última, não seu combate. Como canta O Rappa, afinal, também morre quem atira. É comprovado que boa parte dos homicídios decorre de atos impulsivos 27 de março de 1309 Papa Clemente V excomunga Veneza e toda a sua população, porque os exércitos da região lutaram contra os dois Estados Pontifícios em Ferrara. As ordens do papa diziam que os venezianos capturados podiam ser vendidos como escravos, como os não cristãos. A excomunhão foi levantada no dia 17 de fevereiro de 1313. Clemente V foi o 195° papa da Igreja. de 1901 Nasceu Carl Barks, em Merrill, Oregon, EUA. Ilustrador dos estúdios Disney e criador de arte sequencial, responsável pela invenção de Patópolis e muitos de seus habitantes: Tio Patinhas (1947), Gastão (1948), Irmãos Metralha (1951), Professor Pardal (1952) e Maga Patalójika (1961), entre outros. de 1944 A polícia nazista levou mil judeus para o campo de Auschwitz, e matou mais 2 mil pessoas na Lituânia. No complexo de Auschwitz, sul da Polônia, junto à cidade de Oswiecim, na alta Silésia, as estimativas indicam que tenham sido exterminadas entre 1,3 e 1,5 milhão de pessoas em câmaras de gás. Este foi o maior entre os dois mil campos. Diretora Comercial Madelon Araújo Gerente de Circulação Glauco Aguiar Coordenadora de Marketing: Rose Pinheiro Atendimento ao assinante: segunda a sexta, de 8h às 18h sábado e domingo de 8h às 11h Clube do assinante: oestadoma.com.br/clube Assine O Estado: Tel.: (98) 3215.5123 www.oestadoma.com.br e-mail: [email protected] segunda a sexta, de 8h às 20h Publicidade O Estado: E-mail: [email protected] Tel.: (98) 3215 5105 | Fax: (98) 32155.125 Representantes Nacionais: (98) 3215.5100 Classificadão Tel.: (98) 3215.5000 | Fax: (98) 3215.5034 classifi[email protected] segunda a sexta, de 8h às 20h classificadaoma.com.br segunda a sexta, de 8h às 19h Arquivo, Edições Anteriores Atendimento a bancas e jornaleiros Tel.: (98) 3215.5114 Comercial O Estado

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4 OPINIÃO São Luís, 27 de março de 2017. Segunda-feira O Estado do Maranhão

FUNDADOR JOSÉ SARNEY E BANDEIRA TRIBUZI, PRESIDENTE TERESA SARNEY, DIRETOR DE REDAÇÃO CLÓVIS CABALAU, DIRETORA COMERCIALMADELON ARAÚJO, SECRETÁRIO DE REDAÇÃO ADEMIR SANTOS [email protected], COORDENADORA DE REDAÇÃO SELMA [email protected], COORDENADOR DE REPORTAGEM DANIEL MATOS [email protected]

Neymar leva nota 8,0 do'Linha de Passe' apósvitória contra o UruguaiCom um dos gols que deua vitória por 4 a 1 doBrasil sobre o Uruguai,Neymar chegou aos 51gols marcados com acamisa da seleção. Eleficou mais próximo deRomário.

O Estado do Maranhão não se responsabiliza por opiniões emitidas nesta seção. Os comentários, análises e pontos de vista expressos pelos colaboradores são de sua inteira responsabilidade. As cartas para esta seção devem ser enviadas com nome, númeroda carteira de identidade, endereço e telefone de contato. Os textos devem ser enviados para a Redação em nome do editor de Opinião, Avenida Ana Jansen, 200 - Bairro São Francisco - São Luís-MA - CEP 65.076-902, ou para os e-mails: [email protected] [email protected], ou pelo fax (98) 3215-5054.

Aos 35 anos, o atacanteKevin Kuranyi anunciou asua aposentadoria dofutebol. Kuranyi, que nasceuno Rio, fez o anúncio sexta-feira. O agora ex-jogador éfilho de pai alemão e mãepanamenha, mas optou pelanaturalização europeia paradefender o país de seu pai.

EDITORIAL

Os velhos problemas das feiras de São LuísN

o sábado, 25, em meio às forteschuvas que caiam sobre a cidade deSão Luís, um feirante contabilizavamais de 200 dias que o teto da feira do

bairro Vicente Fialho havia desabado e atéentão a Prefeitura não havia tomado umaprovidência.

A estrutura desabou em 29 de agosto do anopassado. Portanto, na quarta-feira, 29 de março,completarão sete meses em que feirantes econsumidores estão utilizando o espaço deforma improvisada. Ou seja, com o uso detendas para proteção contra o sol e chuva.

Mas, essa “obra” improvisada por parte daPrefeitura de São Luís não está resolvendo. Pelocontrário, mostra que poder público municipalnão está preocupado com a situação de quemvende e compra na feira do Vicente Fialho.

No sábado, 25 - a exemplo de outros diasdesse inverno rigoroso - a água da chuva caia

sobre o chão da feira, por entre as bancas eboxes, prejudicando a todos. Segundo um dosfeirantes, nesse dia, representantes de partidosligados a governo e prefeitura foram ao local emais uma vez prometeram que a reforma doespaço seria realizada.

O problema é que ele disseque já vem ouvindo isso hámeses e nada. E olha quedurante a campanha eleitoralde 2016, próximo à feira foramrealizados atos políticos emfavor do prefeito EdivaldoHolanda Júnior. Passada acampanha e a vitória nas urnas, o gestormunicipal sumiu. Aliás, essa é a marca de suagestão: sumir, esconder-se em gabinete. Pareceque a cidade não tem prefeito.

Mas, voltando à questão da feira, o cuidadocom esse importante espaço de

comercialização nunca foi prioridade da gestãoEdivaldo Holanda. No Mercado Central comonas demais feiras da cidade, reinam a sujeira e aproliferação de ratos e insetos, colocando em

risco a saúde de feirantes e dapopulação.

Nem mesmo a Justiça, aPrefeitura de São Luísobedece. Desde 2015, foideterminado ao Municípioreformar 27 feiras emercados, mas passado todoesse tempo nada foi feito. Eao que parece vai continuar

assim por muito tempo.O então prefeito João Castelo (já falecido)

chegou a construir um espaço novo para a feirada Cohab, mas que abrigou apenas uma partedos feirantes. O restante permaneceu naestrutura antiga, em meio ao lixo, esgoto a céu

aberto e animais nocivos à saúde. A própriafeira da Liberdade também passou por umareforma, na gestão Castelo, mas o problemaestá na administração.

Parafraseando o feirante da Vicente Fialho,que disse faltar “óleo de peroba para a cara depau de quem vem aqui só pra fazer promessas”,a gestão municipal em é que agir, cobrar deseus secretários resultados, pois é isso que apopulação espera. Foi com essa esperança dedias melhores que o eleitor foi às urnas e nãopara ser enganado, sentindo-se desprezadopelo poder público.

Não por acaso, a classe política está cadavez mais desacreditada. Se não se faz ainstalação de um teto em uma feira, vai seesperar o que de uma gestão que enfia acabeça para dentro do Palácio La Ravardière enão dá a mínima para os problemas dapopulação? É uma boa reflexão.

Nas feiras da cidade, reinam asujeira e aproliferação de ratos e insetos.

JOSÉ SARNEY

“O Maranhão é uma saudade que dói enão passa. Não o esqueço um só dia, umsó instante. É amor demais. Maranhão,minha terra, minha paixão.”

CABALAU

UM DIA COMO HOJE SOBE E DESCE

FÁBIO ANDRADE BESSA DE LIMA

A carne forte do SIF

OServiço de Inspeção Federal (SIF), que no últimofim de semana ganhou as manchetes da imprensabrasileira por razões desabonadoras, completouem 2015 um século de existência. Mais que um

serviço, o SIF é quase uma instituição dentro do próprioMAPA e sempre prestou um serviço público inestimável àsociedade brasileira.

Presente em mais de 4,8 mil fábricas de processamentode produtos cárneos, ao longo de mais de uma centena deanos o SIF tem servido de modelo para serviços de inspeçãomundo afora. Buscando seguir todos os códigosalimentares internacionais, permitiu que o agronegócionacional chegasse aos mercados consumidores maisexigentes em mais de 140 nações.

No entanto, ser tão grande tem suas desvantagens. Talveznão seja necessário dizer que só existe corrupção onde háseres humanos. O SIF, composto por milhares, não está imuneà má conduta de alguns, assim como qualquer outro entepúblico ou privado.

O que não deve sobressair no frigir de todos os ovosquebrados pela Operação Carne Fraca - e isto não é umacrítica à atuação da Polícia Federal, muito pelo contrário! - é asensação de que o alimento consumido pelos brasileiros estádesprotegido ou está sendo produzido e fiscalizado por umasúcia de corruptos e corruptores. Não é verdade.

Os procedimentos fiscalizatórios do SIF, constantementeatualizados, não estão em questão. Os padrões sanitários nosquais a legislação brasileira se baseia não estão em questão.De que maneira, por qual motivo, pessoas de má índole,pessoas despreocupadas com a saúde pública,inconsequentes, suspeitas de corrupção, foram alçadas acargos de chefia nas mais variadas instâncias de um órgão daimportância do MAPA? Esta é a pergunta que todos deveriamestar fazendo neste momento.

Enquanto a indicação política, o apadrinhamento, o

"quem indica", vigorar dentro das instituições públicas nãoteremos serviços de qualidade sendo oferecidos pelo Estado.Seja na fiscalização agropecuária, na saúde, na educação ouem qualquer outro serviço que deveria ser prestado de formaexcelente à população brasileira.

Não basta que o cargo seja ocupado por um servidor dacasa, como se diz. Isto é o mínimo. É imprescindível acriação e a adoção de um sistema que impeça a ascensãodos incompetentes, dos incapazes de fazer gestão derecursos públicos, dos aproveitadores. Que consigapromover os que pretendem realizar aquilo que a sociedadeespera e não o contrário.

Os oportunistas, que valem-se do noticiário negativo paraoferecer soluções fáceis para um problema difícil, jácomeçaram a aparecer. Oferecem a ideia de que o serviçopúblico é incapaz de oferecer a fiscalização necessária. E oque propõem? Terceirização. Que as indústrias realizem suaprópria inspeção. Não, não é uma piada.

Infelizmente, muitos e bons técnicos da área levam essatese a sério. Desconsideram que a fiscalização dos produtosagropecuários quaisquer que sejam é um serviço que só oEstado pode realizar, pois pressupõe o exercício dos poderestípicos da função estatal, como o poder de polícia, porexemplo. Desconsideram os acordos internacionais dos quaiso Brasil é signatário garantindo que tal fiscalização é realizadapor servidores de carreira, que não podem ser demitidos aosabor dos ventos.

Depois de tudo o que foi apurado, continuará a serpermitido a políticos de toda espécie colocar e tirar agentes defiscalização onde e quando quiserem? Será deixado de ladoum serviço técnico de excelência oferecido por profissionaiscapacitados e que prestam contas à sociedade, para franquearàs industrias um tipo de fiscalização da maneira queentenderem? Quais respostas serão dadas à sociedade?

Médico veterinário (CRMV-MA 0716), auditor fiscal federal agropecuárioProfessor da Universidade Positivo e da UFPR, defensor público no estado do Paraná

O Serviço de Inspeção Federaltem servido de modelo paraserviços de inspeção mundo afora

ANDRÉ GIAMBERARDINO

A demagogia daviolência

Oprojeto do “Estatuto de Controle de Armas deFogo”, que revoga o Estatuto do Desarmamentoe flexibiliza restrições para a posse e o porte, nãotem nada a ver com a proteção da vida humana.

Sua perspectiva de aprovação deve ser compreendidano contexto de fragilidade institucional do país e dooportunismo de setores do mercado. Não se trata dediscutir segurança pública ou direito à autodefesa: trata-se apenas de negócios. Não é à toa que dados oficiais doTSE indicam a doação de valor próximo a R$ 3 milhões acandidatos e comitês partidários, apenas nas últimaseleições, por parte de grandes empresas do ramo.

É por isso que espanta a facilidade pela qual tantosembarcam com ingenuidade no discurso sedutorsegundo o qual todo “cidadão de bem”, diante daineficiência do Estado, tem o direito de andar armadopara se defender dos “bandidos”.

Apenas demagogia, incapaz de se sustentar em suaspróprias premissas. A distinção entre “bandidos” e“cidadãos de bem” não passa de retórica vazia: atiradoresem shoppings e escolas, por exemplo, eram todos“cidadãos de bem” até fazerem o que fizeram. Ou“bandido” seria quem tem inquéritos policiais ouprocessos criminais em andamento? Pois uma dasalterações propostas derruba a restrição ao porte dearmas hoje existente justamente para esses casos! Éevidente que o princípio da presunção de inocência deveser defendido sempre, mas é impossível não se estarrecercom a incoerência entre o discurso e o que o projetopropõe. Esperemos que a presunção de inocência sejalembrada também na hora de atirar contra o próximo aquem defino como ameaça, e não sirva apenas comoregra de ouro para vender mais armas e munições.

É comprovado que boa parte dos homicídios decorrede atos impulsivos, sem premeditação, desdobramentosinfelizes e trágicos de brigas de bar, no trânsito ou emcasa. O debate honesto deverá admitir, nesse sentido, quea redução da disponibilidade e do número de armas defogo em circulação é diretamente associada à redução dasmortes violentas. Se continuam a circular nas mãos deorganizações criminosas, o que se há de fazer é combatero tráfico de armas e suas causas, valorizando e buscandoum novo papel à polícia dentro da democracia.Transformar as relações sociais em um permanentefaroeste em potencial não é a medida mais inteligente,muito menos eficaz.

Legítima defesa não é um direito em abstrato, mas simuma situação muito específica que autoriza o sujeito aagir com violência no caso de injusta agressão atual ouiminente, e apenas na medida necessária para tanto.Pressupor que devemos sair às ruas prontos para, aqualquer momento, agir em legítima defesa significa dizerque há uma ameaça em cada esquina, em cada vizinho,em cada cidadão: é o sepultamento da cidade, do espaçopúblico, da cidadania, em prol de uma sociedade fundadano medo e em uma filosofia pseudo “anarcoliberal” deradicalização do individualismo.

A primeira arma aos 21 anos, presente para o filho.Cinquenta balas por mês, até nove armas em casa. Ocorreque não há salvação para a segurança pública sem oresgate do espaço público e de políticas que valorizem aconvivência e a coexistência. A banalização da violênciasignifica a vitória desta última, não seu combate. Comocanta O Rappa, afinal, também morre quem atira.

É comprovado que boa partedos homicídios decorre deatos impulsivos

27 de março

de1309

Papa Clemente V excomunga Veneza etoda a sua população, porque osexércitos da região lutaram contra osdois Estados Pontifícios em Ferrara. Asordens do papa diziam que osvenezianos capturados podiam servendidos como escravos, como os nãocristãos. A excomunhão foi levantadano dia 17 de fevereiro de 1313.Clemente V foi o 195° papa da Igreja.

de1901

Nasceu Carl Barks, em Merrill,Oregon, EUA. Ilustrador dos estúdiosDisney e criador de arte sequencial,responsável pela invenção dePatópolis e muitos de seushabitantes: Tio Patinhas (1947),Gastão (1948), Irmãos Metralha(1951), Professor Pardal (1952) eMaga Patalójika (1961), entre outros.

de1944

A polícia nazista levou mil judeus parao campo de Auschwitz, e matou mais 2mil pessoas na Lituânia. No complexode Auschwitz, sul da Polônia, junto àcidade de Oswiecim, na alta Silésia, asestimativas indicam que tenham sidoexterminadas entre 1,3 e 1,5 milhão depessoas em câmaras de gás. Este foi omaior entre os dois mil campos.

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