operador nabla

4
C ´ ALCULO III - ENGENHARIA MEC ˆ ANICA O OPERADOR ∇ LISTA DE EXERC ´ ICIOS I 1. Seja A = A 1 i + A 2 j + A 3 k um campo vetorial, define-se o operador A ·∇ = A 1 ∂x + A 2 ∂y + A 3 ∂x , onde ( A ·∇)ϕ = A 1 ∂ϕ ∂x + A 2 ∂ϕ ∂y + A 3 ∂ϕ ∂z , para ϕ um campo escalar. No caso de um campo vetorial F = F 1 i + F 2 j + F 3 k, define-se ( A ·∇) F =( A ·∇)F 1 i +( A ·∇)F 2 j +( A ·∇)F 3 k. 1.1) As equa¸c˜oes de Navier Stokes (N-S) s˜ao equa¸c˜ oes diferenciais em derivadas parciais que descrevem o escoamento de fluidos Newtonianos, que permitem determinar os campos de velocidade e de press˜ao num escoamento. S˜ao usadas para modelar o clima, correntes oceˆanicas, fluxos da ´agua em oceanos, movimentos das estrelas dentro da gal´axia, fluxo ao redor de aerof´olios (asas), propaga¸c˜ao de fuma¸ca em incˆ endios. Tamb´ em s˜ao usadas no projeto de aeronaves e carros, no estudo do fluxo sang¨ ıneo, no projeto de usinas de for¸ ca, na an´alise dos efeitos da polui¸c˜ ao, etc... Embora estas equa¸c˜ oes foram escritas no s´ eculo 19, ainda n˜ao foi comprovado que, a trˆ es dimens˜oesexistemsempresolu¸c˜ oes , ou que, se elas existem, ent˜ aon˜aocont´ em qualquer singularidade (ou infinito ou descontinuidade). Existe um prˆ emio de 1.000.000 U$ que foi oferecido em Maio de 2000 pelo o Instituto de matem´atica Clay para qualquer um que fizer progressos substanciais na dire¸c˜ ao de uma matem´atica te´orica que possa ajudar a entender este fenˆomeno. Um dos termos da equa¸c˜ ao N-S ´ e da forma ( V ·∇) V , onde V = V 1 (x, y, z, t) i + V 2 (x, y, z, t) j + V 3 (x, y, z, t) k, ´ e o campo de velocidade do fluido. Calcule-se as componentes de ( V ·∇) V . 1.2) Mostre que uma defini¸ c˜ao equivalente do operador V ·∇ ´ e dado pelo limite: ( A ·∇) F ( r)= Alim ϵ0 F ( r + ϵu) F ( r) ϵ . Onde u ´ evetorunit´arionadire¸c˜aode A. 1

Upload: paulo-henrique-neri-campos

Post on 14-Feb-2015

48 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Apostila para operador nabla

TRANSCRIPT

CALCULO III - ENGENHARIA MECANICA

O OPERADOR ∇

LISTA DE EXERCICIOS I

1. Seja A = A1i+ A2j + A3k um campo vetorial, define-se o operador

A · ∇ = A1∂

∂x+ A2

∂y+ A3

∂x,

onde (A · ∇)ϕ = A1∂ϕ

∂x+ A2

∂ϕ

∂y+ A3

∂ϕ

∂z, para ϕ um campo escalar.

No caso de um campo vetorial F = F1 i+ F2 j + F3 k, define-se

(A · ∇)F = (A · ∇)F1 i+ (A · ∇)F2 j + (A · ∇)F3 k.

1.1) As equacoes de Navier Stokes (N-S) sao equacoes diferenciais em derivadas parciais que

descrevem o escoamento de fluidos Newtonianos, que permitem determinar os campos

de velocidade e de pressao num escoamento. Sao usadas para modelar o clima, correntes

oceanicas, fluxos da agua em oceanos, movimentos das estrelas dentro da galaxia, fluxo

ao redor de aerofolios (asas), propagacao de fumaca em incendios. Tambem sao usadas

no projeto de aeronaves e carros, no estudo do fluxo sanguıneo, no projeto de usinas de

forca, na analise dos efeitos da poluicao, etc...

Embora estas equacoes foram escritas no seculo 19, ainda nao foi comprovado que, a tres

dimensoes existem sempre solucoes , ou que, se elas existem, entao nao contem qualquer

singularidade (ou infinito ou descontinuidade). Existe um premio de 1.000.000 U$ que

foi oferecido em Maio de 2000 pelo o Instituto de matematica Clay para qualquer um

que fizer progressos substanciais na direcao de uma matematica teorica que possa ajudar

a entender este fenomeno.

Um dos termos da equacao N-S e da forma (V · ∇)V , onde

V = V1(x, y, z, t) i+ V2(x, y, z, t) j + V3(x, y, z, t) k,

e o campo de velocidade do fluido.

Calcule-se as componentes de (V · ∇)V .

1.2) Mostre que uma definicao equivalente do operador V · ∇ e dado pelo limite:

(A · ∇)F (r) = ∥A∥ limϵ→0

F (r + ϵ u)− F (r)

ϵ.

Onde u e vetor unitario na direcao de A.

1

Eduardo III
Text Box
- ELÉTRICA - CIVIL

1.3) Verifique a seguinte identidade:

2 (A · ∇)F = rot (F × A) + ∇(A · F ) + (divF ) A− (divA) F − A× rot F − F × rot A.

2. Sejam campos vetoriais F1, F2. Verifique a identidade:

∇(F1 · F2) = (F2 · ∇)F1 + F2 × rot F1 + (F1 · ∇)F2 + F1 × rot F2.

3. Sejam quaisquer campos F , Φ vetorial e escalar respectivamente. Prove-se as seguintes

identidades:

3.1) ∇ · (∇× F ) = 0.

3.2) ∇× (∇Φ) = 0.

3.3) ∇ · (∇Φ) = ∆Φ =∂2Φ

∂x2+

∂2Φ

∂y2+

∂2Φ

∂z2.

4. Sistemas de coordenadas nao cartesianas sao usadas em diversas aplicacoes, como

por exemplo as coordenadas curvilıneas ortonormais (u, v, w), que pode ser derivadas das

coordenadas cartesianas por transformacoes do tipo:

r(u, v, w) = x(u, v, w) i+ y(u, v, w) j + z(u, v, w) k,

tais que os vetores tangentes

{∂r

∂u,∂r

∂v,∂r

∂w

}as linhas coordenadas:

Γ1 : r(u, v0, w0) = x(u, v0, w0) i+ y(u, v0, w0) j + z(u, v0, w0) k

Γ2 : r(u0, v, w0) = x(u0, v, w0) i+ y(u0, v, w0) j + z(u0, v, w0) k

Γ3 : r(u0, v0, w) = x(u0, v0, w) i+ y(u0, v0, w) j + z(u0, v0, w) k,

sao ortogonais dois a dois ( (u0, v0, w0) e um ponto fixo). Chamando h1 =

∥∥∥∥∂r∂u∥∥∥∥, h2 =

∥∥∥∥∂r∂v∥∥∥∥

e h3 =

∥∥∥∥ ∂r

∂w

∥∥∥∥; onde ∥ · ∥ denota o comprimento de um vetor.

Assim obtemos um sistema ortonormal de vetores tangentes as linhas coordenadas:{eu =

1

h1

∂r

∂u, ev =

1

h2

∂r

∂v, ew =

1

h3

∂r

∂w

}.

Sejam as funcoes g : R3 → R, f : R3 → R, onde

f(u, v, w) = g (x(u, v, w), y(u, v, w), z(u, v, w)) ,

2

entao o operador gradiente e dado por:

gradf = ∇ f =1

h1

∂f

∂ueu +

1

h2

∂f

∂vev +

1

h3

∂f

∂wew.

O operador Laplaciano:

∇2f = ∆f =1

h1h2h3

[∂

∂u

(h2h3

h1

∂f

∂u

)+

∂v

(h1h3

h2

∂f

∂v

)+

∂w

(h1h2

h3

∂f

∂w

)].

Agora sejam o campo vetorial F : R3 → V3:

F (u v, w) = Fu(u, v, w) eu + Fv(u, v, w) ev + Fw(u, v, w) ew,

onde Fu, Fv e Fw sao as componentes do campo.

Nesse caso os operadores div e rot sao dados por:

div F = ∇ · F =1

h1h2h3

(∂

∂u(h2h3 Fu) +

∂v(h1h3 Fv) +

∂u(h1h2 Fw)

),

rot F = ∇× F =1

h2h3

(∂(h3 Fw)

∂v− ∂(h2 Fv)

∂w

)eu +

1

h1h3

(∂(h1 Fu)

∂w− ∂(h3 Fw)

∂u

)ev +

1

h1h2

(∂(h2 Fv)

∂u− ∂(h1 Fu)

∂v

)ew.

4.1) Um exemplo de coordenadas curvilıneas sao as coordenadas cilındricas (r, ϕ, z):x = r cosϕ

y = r sinϕ

z = z

(1)

onde r ≥ 0, 0 ≤ ϕ < 2π e −∞ < z < +∞.

Mostre que a divergencia de um campo vetorial F = Frer + Fϕeϕ + Fz ez em coordenadas

cilındricas e dado por:

∇ · F =1

r

∂(rFr)

∂r+

1

r

∂(Fϕ)

∂ϕ+

∂Fz

∂z.

4.2) Outro exemplo de coordenadas curvilıneas, sao as coordenadas esfericas (r, θ, φ):x = r cosφ sen θ

y = r sinφ sen θ

z = r cos θ

(2)

3

onde r ≥ 0, 0 ≤ φ < 2π e 0 ≤ θ < π.

Mostre que o rotacional de um campo vetorial F = Frer + Fθeθ + Fφeφ em coordenadas

esfericas e dado por:

∇× F =1

r sen θ

[∂

∂θ(sen θ Fφ)−

∂Fθ

∂φ

]er +

1

r

[1

sen θ

∂Ar

∂φ− ∂

∂r(rAφ)

]eθ +

1

r

[∂

∂r(rFθ)−

∂Fr

∂θ

]eφ.

4.3) Sejam as seguinte coordenadas curvilıneas:x = u2 − v2

y = u2 − v2

z = w

(3)

onde u > 0, v > 0 e −∞ < w < +∞.

i) Se r = x(u, v, w)i + y(u, v, w)j + z(u, v, w)k, prove que os vetores tangentes as

linhas coordenadas do sistema (3):{∂r

∂u,∂r

∂v,∂r

∂w,

}sao ortogonais dois a dois.

ii) Calcule-se sistema de vetores ortonormais tangentes as linhas coordenadas do sis-

tema (3):

{eu, ev, ew} .

iii) Calcule o operador gradiente nas coordenadas do sistema (3).

iv) Verifique-se (iii) para o seguinte campo escalar:

g(x, y, z) =

(x+ y

2

) √y − x

2− z2.

4

Eduardo III
Text Box
|