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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ HELOISA DE MOURA IÊDA BEZERRA DE ALCÂNTARA O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA NO CUMPRIMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO BRASÍLIA, DF 2009

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

HELOISA DE MOURA

IÊDA BEZERRA DE ALCÂNTARA

O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA NO CUMPRIMENTO DO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

BRASÍLIA, DF 2009

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TERMO DE APROVAÇÃO Heloisa de Moura

Iêda Bezerra de Alcântara

O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA NO CUMPRIMENTO DO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Esta Monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Especialista em Controladoria, Auditoria, Perícia e Docência Superior no Programa de Ciências Contábeis do Instituto Brasil Extensão e Pós-Graduação – IBEP em convênio com a Universidade Tuiuti do Paraná-UTP.

Brasília, 26 de setembro de 2009.

_________________________________________ Prof. Dr. Cláudio Nogas

Universidade Tuiuti do Paraná Coordenador

__________________________________________ Prof. Msc. Marcus José Gomes Costa Instituto Brasil e Extensão de Pós-Graduação - IBEP

Orientador

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RESUMO

ALCÂNTARA, Iêda Bezerra de. MOURA, Heloisa de. O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA NO CUMPRIMENTO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, 2009. 111 p. Dissertação (Especialização em Controladoria, Auditoria, Perícia e Docência Superior). Programa do Instituto Brasil Extensão e Pós-Graduação-IBEP e Universidade Tuiuti do Paraná-UTP.

A procura das organizações por modelos eficazes de gestão estratégica, durante as últimas décadas, visa um desempenho superior devido a experiências mal sucedidas, tem suscitado questões estratégicas que se encontram em aberto, como a da construção de visão de futuro. Esta pesquisa objetiva contribuir com os esforços empreendidos pelas organizações que pretendem chegar a um futuro desejado, e com os estudos acadêmicos sobre o assunto. As realizações de auditorias internas como técnicas de acompanhamento nas fases de planejamento, execução, gestão e controle dos projetos visam garantir o planejamento estratégico mais proveitoso e favorável da organização no mercado competitivo. É fundamental estabelecer procedimentos padronizados e informatizados para o planejamento, execução e controle alinhados utilizando a ferramenta Balanced Scorecard. Propor novos e desafiadores rumos para organizações, também como se utilizar da transparência na aplicação dos recursos e visibilidade dos resultados, fazendo da concepção de visão de futuro um sonho que pode se transformar em realidade para as organizações.

Palavras-chave: Auditoria. Balanced Scorecard. Planejamento Estratégico.

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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADRs - American Depositary Receipts

BSC - Balanced Scorecard

CFC - Conselho Federal de Contabilidade

CGU - Controladoria Geral da União

CNP - Comissão Nacional de Planejamento

COSO - Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway

EPM - Enterprise Project Management

IBRACON - Instituto Brasileiro de Contadores

IPMA - International Project Management Association

PMI - Project Management Institute

PMP - Project Management Professional

SEC - Securities and Exchange Commission

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SGPE - Sistema de Gestão de Projetos Estratégicos

SNMP - Simple Network Management Protocol

SOX - Lei Sarbanes Oxley

TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol

TQM - Gestão da Qualidade Total

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 - Visão geral das áreas de conhecimento e processos ............. 38

Figura 2 - Os seis componentes da excelência........................................ 43

Figura 3 - Modelo do processo de administração estratégica ................. 53

Figura 4 - Processo de interação da empresa com o ambiente .............. 66

Figura 5 - Um modelo geral do processo de controle ............................. 74

Figura 6 - O Balanced Scorecard como estrutura para ação estratégica 76

Figura 7 - Tradução da visão e estratégia – quatro perspectivas............ 78

Figura 8 - Mapa Estratégico Senac-DF ................................................... 83

Figura 9 - Modelo de gestão estratégica do SENAI ................................ 85

Figura 10 - Ciclo de vida de um projeto ..................................................... 86

Figura 11 - Processo do escritório de gestão estratégica de projetos ...... 88

Figura 12 - Nova sistemática de implementação da estratégia SENAI ... 90

Figura 13 - Mapa Estratégico SENAI ........................................................ 91

Figura 14 - Fluxo de apresentação de projetos via editais ....................... 94

Figura 15 - Registro da Execução pelo gestor do projeto ......................... 96

Figura 16 - Acompanhamento de prazos no sistema SGPE ..................... 98

Figura 17 - Acompanhamento das despesas no sistema SGPE .............. 98

Figura 18 - Pós-implementação avaliação de impactos ............................ 100

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1 - Evolução dos sistemas de administração................................ 50

Quadro 2 - Vantagens e desvantagens do Planejamento Estratégico ..... 81

Quadro 3 - Critérios de Avaliação ............................................................. 92

Quadro 4 - Execução do Projeto pelos Gestores no Sistema SGPE ........ 97

Quadro 5 - Monitoramento – exemplo de relatório .................................... 99

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO .................................................................................... 1

1.1 Tema e Problema .................................................................................... 2

1.1.1 Tema ......................................................................................................... 2

1.1.2 Problema .................................................................................................. 3

1.2 Objetivos .................................................................................................. 3

1.2.1 Objetivo Geral............................................................................................ 3

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 3

1.3 Justificativa do Estudo ........................................................................... 4

1.4 Delimitação do Estudo ........................................................................... 5

1.5 Hipóteses ................................................................................................. 6

1.6 Estrutura .................................................................................................. 6

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 8

2.1 Auditoria ................................................................................................... 8

2.1.1 Conceitos .................................................................................................. 8

2.1.2 Desenvolvimento Histórico da Auditoria ................................................... 11

2.1.3 Aspectos Legais ....................................................................................... 16

2.1.4 Processos ................................................................................................. 16

2.1.5 Ferramentas para Auditoria de Segurança ............................................... 17

2.1.5.1 Ferramentas para UNIX ............................................................................ 18

2.1.5.2 Ferramentas para Windows NT ................................................................ 19

2.2 Auditoria Interna e seus Objetivos ........................................................ 21

2.2.1 Auditoria Interna como Ferramenta Gerencial .......................................... 21

2.2.2 Tipos de Auditoria ..................................................................................... 23

2.3 Relatório de Auditoria Interna ............................................................... 23

2.4 Governança Corporativa ........................................................................ 25

2.4.1 A Lei Sarbanes-Oxley ............................................................................... 27

2.4.2 Controles internos e a lei Sarbanes-Oxley ............................................... 29

2.5 Importância da Controladoria na Gestão das Empr esas ..................... 30

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3 PROCESSO DE GESTÃO........................................................................ 31

3.1 Projeto ..................................................................................................... 33

3.2 Gestão de Projetos ................................................................................. 33

3.2.1 Aspectos gerais e evolução da gestão de projetos .................................. 34

3.2.2 Conceituação acerca de projetos ............................................................. 36

3.2.3 PMI/PMBOK – Estados Unidos ................................................................ 38

3.3 Gerência Tradicional De Projetos ......................................................... 40

3.3.1 Introdução ................................................................................................. 40

3.3.2 O contexto da gerência de projetos .......................................................... 41

3.3.3 Fases e ciclo de vida do projeto ............................................................... 41

3.3.4 Partes envolvidas ..................................................................................... 42

3.4 Excelência Em Gestão De Projetos ...................................................... 43

3.5 Ferramentas de Software ....................................................................... 47

4 O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E AS ORGANIZAÇÕES ............. 48

4.1 Origem e Evolução do Planejamento Estratégico ................................ 48

4.1.1 Administração Estratégica......................................................................... 49

4.2 Planejamento .......................................................................................... 55

4.3 Planejamento Estratégico ...................................................................... 56

4.3.1 Planejamento estratégico corporativo ...................................................... 59

4.3.2 Planejamento estratégico do negócio ....................................................... 60

4.3.3 Planejamento estratégico nível funcional.................................................. 61

4.3.4 O Planejamento Estratégico na Prática .................................................... 62

4.4 Definir a Missão ...................................................................................... 64

4.5 Definir a Visão ......................................................................................... 65

4.6 Identificar Fatores Fundamentais Para O Sucesso ............................. 65 4.6.1 Análise do Ambiente ................................................................................. 66

4.6.2 Estudar o mercado ................................................................................... 67

4.7 Definir Metas e Objetivos ....................................................................... 68

4.8 Estabelecer Estratégias ......................................................................... 68

4.9 Planejar a Ação ....................................................................................... 69

4.9.1 Controlar as Ações ................................................................................... 70

4.10 Processo Orçamentário ......................................................................... 71

4.10.1 Orçamento ................................................................................................ 71

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5 CONTROLE E AVALIAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ..... 72

5.1 O BSC como Instrumento de Gestão Estratégica ............................... 74

5.1.1 Perspectiva dos clientes ........................................................................... 78

5.1.2 Perspectiva dos processos internos ......................................................... 79

5.1.3 Perspectiva de inovação e aprendizagem ................................................ 79

5.1.4 Perspectiva financeira .............................................................................. 80

5.1.5 Proposta de um modelo de indicadores de desempenho ........................ 80

5.2 Vantagens e Desvantagens do Planejamento Estrat égico ................. 81

5.3 Mapa Estratégico .................................................................................... 82

6 ESTUDO DE CASO SENAI: A GESTÃO INTEGRADA DE PROJE TOS

ESTRATÉGICOS......................................................................................

84

6.1 Apresentação ........................................................................................... 84

6.2 Modelo de Gestão Estratégica do SENAI ............................................. 85

6.3 Resultado Esperado: Nova Sistemática de Impleme ntação da

Estratégia SENAI ....................................................................................

90

6.4 Modelo de Gestão Estratégica de Projetos ........................................... 92

6.5 Considerações Finais ............................................................................. 102

7 METODOLOGIA...................................... ................................................. 103

7.1 Classificação da Pesquisa ..................... ............................................... 103

7.2 Coleta, Análise e Interpretação dos Dados ..... .................................... 104

7.3 Fontes de Dados ............................... ..................................................... 105

7.4 Recomendações para Trabalhos Futuros .......... .................................. 105

8 CONCLUSÃO ....................................... .................................................... 106

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......... ............................................... 108

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1 APRESENTAÇÃO

Com o aparecimento das grandes empresas, a necessidade de controle e

credibilidade nos registros contábeis, a formação de capitais feitas por muitas

pessoas, normas e procedimentos estabelecidos nestas empresas, esta seqüência

de fatos deu origem à auditoria.

Auditoria pode variar de acordo com a extensão do trabalho, profundidade

dos exames, natureza, com os fins e de acordo com as relações do auditor com a

entidade auditada: auditoria interna e externa.

As empresas necessitam de informações novas e atualizadas das

perspectivas de lucro ou prejuízo, bem como possui a necessidade premente de

detectar se existem falhas em seus controles internos.

No contexto empresarial atual, grandes empresas buscam constantemente

meios informacionais que possibilitem resultados confiáveis em suas tomadas de

decisão, de modo a aumentar a competitividade de suas atividades, satisfazendo as

expectativas de seus clientes e acionistas.

Dessa maneira, os gestores adotam instrumentos que permitem maior

flexibilidade, velocidade, inovação e integração para atuar num ambiente formado

por constantes mudanças. Assim, a ação de tomar decisões, em uma corporação é

uma responsabilidade que precisa ser muito bem planejada. O grau de

imprevisibilidade induz comumente à tomada de decisões de elevado grau de risco

que, em sua maioria, envolvem investimentos necessários para assegurar a

eficiência e a eficácia das atividades em um período futuro de tempo.

De acordo com Sobanski (2000), as corporações com fins lucrativos têm

como objetivo a obtenção de um retorno mínimo sobre o investimento realizado,

condizente com o grau de risco envolvido, respeitando aspectos éticos e de

responsabilidade social.

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Mas, ao delinear informações de caráter estratégico com a utilização do

planejamento estratégico poderá otimizar as chances de sucesso das organizações,

já que, atualmente, atravessam por um cenário repleto de mutações.

Nesse contexto, pode-se evidenciar a importância de uma estratégia que

oriente a empresa para que seja possível alcançar seus objetivos, seja através da

produção de bens ou de oferecimento de serviços. Assim, pode-se dizer que o

objetivo geral da auditoria interna é o de contribuir para o fortalecimento do sistema

de controle interno de uma empresa.

Diante deste cenário o planejamento estratégico surge como uma valiosa

“ferramenta” de auxílio à alta administração, pois permite nortear as ações

gerenciais da empresa dentro de um plano previamente determinado de metas e

estratégias diminuindo, com isso a possibilidade de tomada de decisões

equivocadas, num mercado extremamente competitivo sem margem para erro.

Considerando o acima exposto buscou-se na elaboração deste trabalho

acadêmico, contemplar os aspectos e/ou fatores que permitem fornecer subsídios

com vistas a mostrar a importância da realização da auditoria interna no controle de

uma empresa e cumprimento das normas contábeis, para alcançar satisfatoriamente

os objetivos fixados, torna-se fundamental a participação do planejamento

estratégico.

1.1 Tema e Problema

1.1.1 Tema

O tema deste trabalho é apresentar a importância da auditoria interna no

cumprimento do planejamento estratégico nas instituições, que vem refletir aspectos

importantes, e que evidencia obter os melhores resultados organizacionais por meio

do modelo de gestão estratégica.

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1.1.2 Problema

Ao empresário torna cada vez mais necessária a visão estratégica no

seguimento da atividade econômica para a sustentabilidade da empresa, tendo em

vista que, podem ocorrer falhas nos controles internos aplicada na gestão

empresarial, levando a ocorrer erros e fraudes e o não cumprimento das normas

contábeis.

Um dos instrumentos muito utilizados para fazer frente à possibilidade de

ocorrerem procedimentos divergentes do previsto é a auditoria interna que atua

fortemente em busca da conformidade. No entanto, pode-se afirmar que

categoricamente, a auditoria interna é uma ferramenta que garante o cumprimento

dos objetivos traçados pelo planejamento estratégico?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Evidenciar a utilização do papel da auditoria interna nas empresas para o

processo de gestão das atividades empresariais, com o foco no planejamento e

controle.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Indicar o papel da auditoria interna destacando os pontos de relevância nas

empresas, evidenciando a evolução da auditoria interna nesse contexto;

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b) Apresentar o histórico do surgimento quanto às práticas relacionadas ao

planejamento estratégico;

c) Demonstrar o planejamento estratégico da empresa com seus objetivos

corporativos;

d) Estabelecer a importância da auditoria interna na tomada de decisão com o

respectivo reflexo nas ações referenciadas pelo planejamento estratégico.

1.3 Justificativa do Estudo

A avaliação e o controle daquilo que foi planejado e implantado, muitas

vezes, não faz parte dos esforços cotidianos do gestor, resultando em ausência de

informações para que este possa tomar as decisões necessárias – de alinhamento

ou mudança do que foi planejado, para manter a lucratividade e a competitividade da

empresa.

A avaliação e controle é o processo pelo qual as atividades que a empresa

realiza os resultados de desempenho dessas atividades e das pessoas envolvidas

nelas são acompanhadas de modo que o desempenho efetivo possa ser comparado

com o desempenho desejado.

Esse processo proporciona o feedback – ou a retroalimentação – necessário

para que o gestor possa avaliar os resultados do processo estratégico e decidir

desencadear, ou não, ações corretivas.

Cabe aos gestores especificar o que vai ser acompanhado e avaliado no

processo de implantação da estratégia. Os processos e os resultados devem ser

mensurados de maneira objetiva e devem focar os elementos significativos do

processo.

No atual ritmo de mudanças ambientais, nenhuma empresa pode

considerar-se imune às ameaças do ambiente, tais como a obsolescência do

produto ou a saturação do mercado. Por essa razão, todas as empresas devem

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fazer revisões periódicas de suas estratégias de produto-mercado e outras

atividades dentro de um processo contínuo de identificação das ameaças e

oportunidades externas.

A decisão de planejar decorre da percepção de que os eventos futuros

poderão não estar de acordo com o desejável se nada for feito. O ponto de partida

para esta percepção é a disponibilidade de diagnósticos, de análises e projeções da

empresa. Portanto, é fundamental que a empresa tenha um otimizado sistema de

informações externas e internas.

Sob esse enfoque, a cúpula diretiva de uma instituição tem pelo menos três

aspectos a considerar na gestão, que são o estratégico, o tático e operacional. No

entanto, a atuação do corpo diretivo está mais intimamente relacionada ao aspecto

estratégico, de onde surgem às políticas, enquanto que o tático e o operacional

ficam a cargo dos níveis de execução.

Esta pesquisa tem por objetivo analisar o uso da auditoria interna nas

empresas, como atividade fundamental para valorização do apoio nas negociações

no processo de transparência, com o propósito de assegurar o bom andamento dos

negócios em consonância com o planejamento estratégico traçado pela alta

administração.

1.4 Delimitação do Estudo

O presente trabalho está delimitado na importância de estabelecer

estratégias de atuação que norteiem a organização em seus processos de gestão,

sob esse enfoque, o Auditor Interno faça parte da análise da estratégia

administrativa, uma vez que o seu sistema de informação deverá estar alinhado com

as estratégias organizacionais e de negócios.

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1.5 Hipóteses

Com a elaboração da estratégia são consideradas as perspectivas de

finanças, de mercado, processos internos operacionais e de negócios, de pessoas,

de infra-estrutura. O Planejamento Estratégico é uma ferramenta da administração

ela vai além, pois as análises que obtêm mediante sua utilização oferecem um

quadro global e dinâmico das decisões tomadas e do gerenciamento de cada

perspectiva facilitando aos gestores agir em tempo hábil, contudo, a Auditoria Interna

verifica e aponta os possíveis desvios que afetam a empresa para alcançar os

objetivos estabelecidos.

1.6 Estrutura

O presente trabalho divide-se em capítulos e traz o cerne em oito capítulos

que permite o entendimento do assunto principal. Para atingir-se o objetivo se fez

necessário, a divisão da linha cronológica dos acontecimentos, da seguinte maneira:

O primeiro capítulo faz uma introdução sobre Auditoria e Planejamento

Estratégico, relata os objetivos geral e específicos delimitação do tema e a estrutura

do trabalho.

O capítulo dois versa sobre a auditoria, ferramentas para auditoria de

segurança, objetivos da auditoria interna, relatório de auditoria, governança

corporativa, lei Sarbanes-Oxley e importância da controladoria na gestão das

empresas.

O terceiro capítulo destina-se a processo de gestão, projeto, gestão de

projeto, gerencia tradicional de projetos, excelência em gestão de projetos e

ferramentas de software.

O quarto capítulo descreve o planejamento estratégico e as organizações,

planejamento, planejamento estratégico, definir a missão e a visão, identificar fatores

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fundamentais para obter sucesso, definir metas e objetivos, estabelecer estratégias,

planejar a ação e processo orçamentário

O quinto capítulo aborda o controle e avaliação do planejamento estratégico,

o balanced scorecard como instrumento de gestão estratégica, vantagens e

desvantagens do planejamento estratégico, mapa estratégico.

O sexto capítulo apresenta um estudo de caso bibliográfico constante na

literatura brasileira sobre o tema proposto, que permite a avaliação e validação do

resultado na gestão integrada de projetos estratégicos do SENAI Nacional.

O sétimo capítulo define a metodologia, classificação da pesquisa, coleta,

análise e interpretação dos dados, fontes de dados, recomendações para trabalhos

futuros.

Por fim, o oitavo capítulo traz as considerações finais do presente trabalho.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O propósito é apresentar a estrutura conceitual do tema de Auditoria Interna

e Planejamento Estratégico sendo dividido em diversos capítulos. Cada capítulo

apresentará em detalhes os principais conceitos envolvidos. Quando a instituição

adota o modelo de gestão estratégica e planejamento participativo torna-se usual,

todos os gestores passarem a utilizar a ferramenta Balanced Scorecard (BSC),

assim ocorre melhoria no acompanhamento do desempenho organizacional. Antes,

porém de discorrer sobre Auditoria Interna e Planejamento Estratégico, é importante

que sejam apresentados alguns conceitos de Auditoria e de Contabilidade.

2.1 Auditoria

2.1.1 Conceitos

O surgimento da Auditoria está ligado diretamente à Contabilidade. Essa

surgiu para controlar o patrimônio das empresas mediante os registros, preparação

das demonstrações e interpretação dos fatos ocorridos, com a finalidade de fornecer

informações sobre a gestão patrimonial. Enquanto a Auditoria opina sobre a

adequação deste processo:

Contabilidade é a ciência – ou, segundo alguns, a técnica destinada a estudar e controlar o patrimônio das entidades, do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e qualitativo e as variações por ele sofridas, com o objetivo de fornecer informações sobre o estado patrimonial e suas variações em determinado período. (FRANCO E MARRA, 2001, p.25)

A Contabilidade, portanto, é ciência considerando o ponto de vista

econômico e financeiro, suas variações quantitativa e qualitativa, fornecem

informações sobre o estado patrimonial e suas transformações em determinado

momento. Neste pensamento, destaca que:

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A auditoria interna, sendo parte da empresa e recebendo suporte desta, necessita abrir mão de alguma independência. A meta do auditor, por conseguinte, é achar o maior grau de independência dentro das limitações existentes no seu mundo real, independência esta que o protegerá de assumir compromissos em detrimento dos objetivos da auditoria. (ATTIE, 1998, p.30)

Apesar de o auditor interno ser um funcionário da empresa, fica claro,

portanto, que não poderá abrir mão de sua independência em favor da mesma.

Em sentido mais amplo, a auditoria é o processo de confrontação entre o

fato incorrido com o que deveria ocorrer. Pode-se afirmar, ainda, que nesta

concepção, seja a auditoria um conjunto de procedimentos técnicos aplicados de

forma independente sobre uma relação que traz a obrigação de responder por uma

responsabilidade recebida na qual se encontram pelo menos duas partes: a que

delega a responsabilidade e a que aceita, como compromisso de prestar contas na

forma como a delegação foi ou está sendo cumprida, buscando emitir opinião sobre

o fato, a auditoria:

Compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, interna e externa, relacionada com controle do patrimônio, com o objetivo de comprovar se os registros contábeis foram executados dentro dos princípios de contabilidade e se as demonstrações contábeis dele decorrentes refletem adequadamente a situação econômico – financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e outras situações nelas demonstradas. (BASSO, 2000, p.12)

A auditoria é definida, por Basso (...), “como uma técnica contábil que visa

obter elementos da convicção facilitadores do julgamento dos registros contábeis

efetuados de acordo com os Princípios de Contabilidade,” encontra o

esclarecimento:

Auditoria Interna é uma atividade de avaliação independente e de assessoramento da administração, voltada para o exame e avaliação da adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de controle, bem como da qualidade do desempenho das áreas em relação às retribuições e aos planos, metas, objetivos políticos definidos para as mesmas. (IBRACON, 1996, p.33)

Com isso não se quer afirmar que a ação da auditoria se limita àquilo que

está registrado nos livros, pois ela poderá, ainda, apurar o que foi omitido nos

registros. Dessa forma faz-se necessário o entendimento dos controles internos

dentro das organizações empresariais.

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Do ponto de vista de Attie (1998 p.25): “A auditoria é uma especialização

contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado

com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”.

Conforme relatado por Attie, o trabalho de auditoria deve ser feito dentro do

prazo, de forma correta, para que se possa satisfazer o objetivo de expressar uma

opinião de uma determinada informação.

A técnica contábil que através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, relacionadas com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômica financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. (FRANCO E MARRA, 2001, p.28)

Portanto, é a ciência da escrituração comercial, que através de vias próprias

especiais, utiliza-se de pessoas versadas ou peritas em Contabilidade para lançar

dados e obter informações, estar sempre totalmente atualizado para quaisquer

confirmações relacionadas com a fiscalização, verificação patrimonial de uma

sociedade ou associação.

Procura a certeza de fazer juízo à escrituração, efetuando assim as normas

e procedimentos para que os registros e as demonstrações contábeis estejam em

situação econômica, patrimonial e financeira adequadas para que possa chegar ao

exame perfeito de sua conclusão.

A Administração da empresa com a expansão dos negócios sentiu a

necessidade de dar maior ênfase às normas ou aos procedimentos internos, devido

ao fato de o administrador, ou em alguns casos o proprietário da empresa, não

poder supervisionar pessoalmente todas as atividades. Entretanto, de nada valia a

implantação desses procedimentos internos sem que houvesse um

acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos

empregados da empresa.

Attie afirma que (1992 p.28): “A auditoria interna é uma função independente

de avaliação criada dentro da empresa para examinar e avaliar suas atividades,

como um serviço a essa mesma organização”.

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Portanto, o auditor interno é um empregado da empresa e, dentro da

estrutura organizacional não deve ser subordinado àquele, cujo trabalho é

examinado pelo mesmo, para que a objetividade da auditoria não seja colocada em

questão e que a independência seja preservada. Assim, a auditoria interna deve ser

entendida como órgão independente, para que sua estrutura não seja comprometida

e possa realmente estar em nível de assessoramento ao gestor. O Institute of

internal Auditors – II conceituou a auditoria interna da seguinte forma:

Auditoria interna é uma atividade independente, de fornecimento de segurança objetiva e de consultoria que visa acrescentar valor a uma organização e melhorar suas operações. Trazendo para a organização uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliação e melhora da eficácia de seus processos de gerenciamento de risco, controle e governança ajudam-a a atingir seus objetivos. (BOOYNTON, JOHNSON E KELL, 2002, p.932).

A Auditoria Interna fornece análises, apreciações, recomendações,

sugestões e informações, relativas às atividades examinadas, incluindo a promoção

do controle eficaz a custo razoável. O auditor interno deve revelar as fraquezas,

determinar as causas, avaliar as consequências e encontrar uma solução de modo a

convencer os responsáveis a agir. A seguir apresenta-se um breve relato sobre o

desenvolvimento histórico da auditoria.

2.1.2 Desenvolvimento Histórico da Auditoria

Mesmo antes da exploração mercantil do nosso continente, já existia a

Auditoria, notícias sobre práticas de técnicas de Auditoria a posicionam como

originária da Inglaterra. A característica central da prática, usualmente descrita era,

portanto, a conferência dos valores monetários arrecadados, a verificação da

capacidade financeira dos cidadãos e o apetite elevado do trono pelos gastos na

corte.

Mais tarde, quando das expedições marítimas empreendidas por

companhias européias nos outros continentes, essas necessidades se ampliaram

consideravelmente. Os empreendedores tiveram que responder por um volume

elevado de capital se, considerado o hábito das transações daquela época.

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Uma das soluções encontradas foi, então, a parceria de capitais e o

surgimento dos financiadores de expedições. A Inglaterra e a Holanda,

principalmente, foram as fontes desta forma de empreendedorismo. Embora

tenhamos os espanhóis e os portugueses como os realizadores deste tipo de

empreendimento é, importante perceber a estrutura de capitais envolvida nessas

expedições.

O capital de múltiplas origens era empregado para um objetivo empresarial

comum e tinha também vários proprietários. É evidente que cada proprietário

possuía seus interesses diretos na regular aplicação do capital e este interesse

poderia coincidir ou divergir em relação a proprietários da mesma ou de outra

espécie de participação.

O exame documental e a escrituração contábil sempre foram o ponto de

referência para legitimar a auditoria. Desde que o homem conheceu a escrita, os

registros contábeis passaram a ser praticado.

Portanto a auditoria fundamenta-se em documentos formais, e estes, por

sua vez, traduzem resultados de movimentos físicos de operações ou atos

gerenciais. Os dados contidos nos documentos são, sistematicamente,

transformados em informação contábil.

Há que se destacar a diferença existente entre dados e informações, onde,

dados são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não

provocam nenhuma reação ao leitor, e informações, seria uma comunicação que

pode produzir uma reação ou decisão, para quem as recebe.

A palavra auditoria é originada do Latim audire, significando ou relacionando-se com as funções auditivas, ouvir e audição. Inicialmente foi utilizada na língua inglesa, sob o termo auditing, para significar, em sentido restrito o conjunto de procedimentos técnicos para a revisão da contabilidade com o objetivo de examinar e emitir opinião sobre a fidedignidade de suas demonstrações financeiras. GIL (1992, p.3):

A auditoria surgiu como que respondendo a necessidade de confirmação

dos registros contábeis, em virtude do aparecimento das grandes empresas e da

taxação do imposto de renda, baseado nos resultados apurados em balanço. Sua

evolução ocorreu concomitantemente com o desenvolvimento econômico, gerado

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pelas grandes empresas, formadas por capitais de muitas pessoas, que têm na

confirmação dos registros contábeis a proteção ao seu patrimônio.

Surgiu primeiramente na Inglaterra, que, dominava os mares e controlava o

comércio mundial, a primeira a possuir também grandes companhias de comércio e

instituir a taxação do imposto de renda, baseado nos lucros das empresas.

Na Inglaterra, já se praticava a auditoria das contas públicas, desde 1314.

Contudo, conforme afirmam alguns estudiosos, seu aparecimento como prática

sistematizada, ocorreu no século XIX como se depreende do fato de que a partir da

segunda metade desse século é que começaram a surgir as primeiras associações

de Contadores Públicos, profissionais que tem as funções de auditor.

A mesma causa responsável pelo surgimento da auditoria, hoje é

determinante de sua evolução. A grandeza econômica e comercial da Inglaterra e

da Holanda, em fins do século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a

profissão é mais desenvolvida, reluz que o progresso das empresas, a evolução de

sua complexidade e do envolvimento do interesse da economia popular em

empreendimentos de peso, valorizou o trabalho de auditoria interna.

A auditoria e a contabilidade são intrínsecas, o mesmo que íntimas por

questões funcionais. Não sabemos qual das duas veio em primeiro lugar, contudo

podemos deduzir que a auditoria é ferramenta técnica da contabilidade.

A necessidade de guardar memória dos fatos ocorridos com a riqueza

patrimonial gerou critérios de escrita em forma progressiva mesmo nas

civilizações mais antigas, como a da Suméria; há cerca de 6.000 anos,

encontram-se registros em peças de argila que indicam tais evoluções.

Pequenas tábuas de barro crú serviam para gravar, de forma simples, fatos

patrimoniais diversos. (CRUZ, 1997, p.22)

Foi o desenrolar das práticas contábeis que gerou a necessidade da

auditoria, trazendo o auditor interno com o título de “profissional especialista”, que

executava as revisões no serviço do contador.

Na Suméria, pois, a escrita contábil já havia conquistado um razoável grau de evolução e o trabalho de registrar já era confiado a profissionais especialistas. Provas também, de revisões ou conferências dos registros para certificar a exatidão foram encontradas. Uma primitiva, mais eficiente,

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auditoria já ocorria em 2.600 a.C., feita por revisores ou inspetores de contas na época do Rei Uru – Kagina (tal prova acha-se no Museu do Centenário em Bruxelas, na Bélgica e foi estudada pelo emérito historiador da Contabilidade, o Prof. Frederico de Melis, das Universidades de Florença e Pisa). (CRUZ, 1997, p.22)

Na Inglaterra o auditor se fazia necessário na verificação dos gastos dos

cidadãos e do rei. Era seu trabalho verificar a viabilidade dos planos do

empreendimento; estabelecer controle sobre a fonte e o retorno do capital

financeiro; realizar o rateio preciso dos resultados segundo critérios de contrato e

maneiras diversas de participação; trazer a fiscalização usando os recursos à mão; e

constatar as dificuldades de definição no valor somado ao resultado do negócio.

No Brasil, o surgimento da auditoria convencional, é tido como oriundo da

terceira década do século XX. Ocorrendo através do surgimento de grandes

empresas estrangeiras, que aqui se instalavam e traziam a técnica de controle

interno de suas operações, mudando assim, os hábitos das empresas brasileiras,

pois, estas passaram a adotar a nova técnica, na qual eram levados a seguirem

normas e mais tarde, partindo de uma maior necessidade a adotar a Auditoria.

Portanto, a auditoria interna não tem mais que quarenta e cinco anos. As

empresas em desenvolvimento sentiram a necessidade de ter em seus quadros um

profissional capacitado para realizar o trabalho de um auditor independente. Em 20

de novembro de 1960 fundou-se o instituto de auditores internos do Brasil, em São

Paulo. As organizações financeiras de lucro reconheceram a importância deste

trabalho para apoio administrativo e elaborativo no desenvolvimento empresarial.

Na obra de Attie (1998, p. 142), a sua afirmação de que as empresas

internacionais instaladas no Brasil geraram a evolução da auditoria interna,

precisamente as companhias inglesas, no início do séc. XX, contudo seu apogeu

deu-se na década de 70, com o desenvolvimento das companhias abertas.

A regulamentação da profissão deu-se através do Conselho Federal de

Contabilidade e a comissão de valores mobiliários.

Através do Instituto de Auditores do Brasil, transformado em IBRACON -

Instituto Brasileiro de Contadores, atualmente Instituto dos Auditores Independentes

do Brasil, foram criadas em 1972 as primeiras normas de auditoria.

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A auditoria é uma atividade relativamente nova no Brasil, ainda no estágio embrionário em termos de técnicas, haja vista que as legislações específicas brasileiras vêm abordando superficialmente o assunto, sem definir de forma clara e precisa os procedimentos que os profissionais da área deveriam adotar por ocasião das auditorias das demonstrações financeiras. ALMEIDA (2003 p.17).

O desenvolvimento da auditoria no Brasil foi influenciado por filiais e

subsidiárias de firmas estrangeiras; pelo financiamento de empresas brasileiras

através de entidades internacionais; pelo progresso das empresas brasileiras e

carência de descentralização e diversificação de suas atribuições econômicas; pela

evolução do mercado de capitais; pela criação de auditoria pelo Banco Central do

Brasil em 1972; e pela criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das

Sociedades Anônimas em 1976.

A Lei das Sociedades Anônimas determinou que as companhias abertas,

não só observariam as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários,

como seriam obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na

mesma comissão.

No cumprimento desta Lei, a companhia é aberta ou fechada de acordo com

os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação em

bolsa ou no mercado de balcão. Apenas os valores mobiliários de companhia

registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser distribuídos no mercado e

negociados em bolsa ou no mercado de balcão.

De acordo com a Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976 auditar as

demonstrações financeiras de companhias abertas e das instituições, sociedades ou

empresas que formam o sistema de distribuição e intermediação de valores

mobiliários, é de competência exclusiva das empresas de auditoria contábil ou

auditores contábeis independentes registrados caso exerça de maneira

descompromissada e incompetente a sua função, será legalmente responsável por

qualquer prejuízo da empresa.

As normas de auditora são regras estabelecidas pelos órgãos reguladores

da profissão contábil, para orientar o exercício da profissão. Sendo assim, torna-se

necessário um estudo dos aspectos legais no intuito de esclarecer o assunto.

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2.1.3 Aspectos Legais

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no exercício de suas

atribuições legais e regimentais, aprova a Resolução N º 780, de 24 de março de

1995 as Normas Brasileiras de Contabilidade-NBC T 12 – Da Auditoria Interna,

determina a importância da imparcialidade do auditor interno quando da emissão de

um relatório com o resultado dos trabalhos realizados. Por conseguinte, percebe-se

que, deve haver independência tanto no trabalho do auditor interno quanto externo,

pois este atributo é a base da profissão de auditor. E, caso haja quebra deste

atributo, os auditores internos poderão ser submetidos a penalidades previstas no

código de Ética Profissional, no âmbito do Conselho Federal de Contabilidade CFC.

Para atender plenamente as exigências organizacionais, a profissão de

auditor interno direciona-se a ceder espaço para o surgimento e/ou aplicação de

mais um segmento da profissão, sendo este com foco nos processos internos.

2.1.4 Processos

O processo de planejamento da auditoria deve ser participativo, envolvendo

diversos níveis funcionais, a fim de que seja alcançado o maior volume possível de

informações que subsidiem a tomada de decisão. Para se obter subsídio necessário

para o planejamento dos trabalhos de auditoria, torna-se necessária uma avaliação

preliminar acerca dos controles da empresa que será auditada.

De acordo com a Norma NBR 10011-1, o planejamento das auditorias deve

ser aprovado pelo cliente e comunicado aos auditores e ao auditado. Dessa forma,

planejamento é um comportamento para agir em bases ordenadas, realísticas e

sistemáticas; é uma escolha racional de curso de ação.

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O planejamento em auditoria consiste na determinação antecipada de quais

procedimentos serão aplicados, bem como, a extensão e a distribuição desses

procedimentos no tempo e, a determinação de quem executará os trabalhos.

O Planejamento do trabalho de auditoria tem por objetivo permitir a

realização de exame adequado e eficiente, facilitar o controle sobre o

desenvolvimento do trabalho e sobre o tempo que se gasta nele, estabelecer

racionalmente a extensão dos diversos procedimentos de auditoria, e evitar a

sobrecarga de trabalho.

Há duas fases distintas no planejamento dos trabalhos de auditoria. A

primeira é o planejamento prévio dos trabalhos, em que se traçam os contornos

genéricos do exame, determina-se o tipo de trabalho, fixa-se a previsão de horas e o

prazo para encerramento e a distribuição das tarefas entre os elementos da

auditoria. A segunda é a do planejamento do trabalho propriamente dito, onde ocorre

o planejamento da utilização das horas e os programas de auditoria, com base em

uma análise mais profunda da situação.

Um planejamento em auditoria deve envolver conhecimento prévio das

atividades, pesquisa de fontes alternativas, definição do trabalho, assistência e

colaboração da área auditada, orçamento de horas, período de execução, pessoal

envolvido, e plano de auditoria.

2.1.5 Ferramentas para Auditoria de Segurança

Nos últimos anos, pôde-se assistir ao aparecimento e ao crescimento

fenomenal da internet: a rede mundial de redes. Milhares de conexão se espalharam

e continuam se propagando a uma velocidade jamais vista em qualquer outro tipo de

rede.

A internet é um recurso vital que está mudando a maneira pela qual muitas

organizações e indivíduos estão se comunicando, interagindo e fazendo negócios.

Porém, a internet não foi projetada para ser segura. Ao mesmo tempo em que a

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conectividade, trazida com seu advento, oferece enormes benefícios ao homem, em

termos de aumento de acesso a informação, ela traz, intrinsecamente, grandes

perigos para sites com baixos níveis de proteção.

Uma nova categoria de “criminosos” foi criada: curiosos portadores de

informações sobre vulnerabilidades de máquinas, mais popurlamente conhecidos

como hackers. São responsáveis por invasões em sistemas de instituições

educacionais, agências do governo, organizações comerciais e internacionais,

causando muitos transtornos e prejuízos a essas empresas.

Problemas inerentes aos serviços TCP/IP (Transmission Control

Protocol/Internet Protocol), protocolo de comunicação utilizado na internet, a

complexidade de configuração de hosts, falta de políticas definidas de segurança,

entre tantos outros são fatores que tem contribuído para que sites despreparados

sofram atividades de ataque e outros problemas relacionados.

A comunidade mundial vem se defendendo como pode. Inúmeras

ferramentas estão sendo desenvolvidas. Algumas delas têm o intuito de apenas

testar a segurança de uma máquina ou de uma rede local, outras visam detectar

invasões. Há, ainda, outras que tentam garantir a segurança através de filtros ou do

próprio isolamento de suas máquinas da Internet.

As principais ferramentas de segurança da rede existentes no mercado para

duas plataformas muito utilizadas atualmente: UNIX e Windons NT.

2.1.5.1 Ferramentas para UNIX

O ambiente UNIX em que a internet se originou e, ainda hoje, é o sistema

operacional mais utilizado na rede. Por ter sido desenvolvido em universidade, com

objetivos acadêmicos, seu projeto não apresentou uma preocupação maior com

todos os aspectos de segurança que poderiam ser envolvidos. E isso deu margem à

existência de vários pontos de vulnerabilidade em sistemas de computadores que

adotam tal plataforma.

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Autenticação fraca, serviço como telnet, FTP, rlogin, finger e-mail (que

disponibilizam informações a respeito do usuário e do sistema, sem nenhum tipo de

proteção, como a criptografia de informações por exemplo) e protocolos que se

permitem monitorar (como o protocolo SNMP – Simple Network Management

Protocol – em redes Ethernet) são causas de terríveis dores de cabeça para os

administradores de redes.

Além disso, a existência de vírus (programas que se inserem dentro de

outros programas), de vermes (executáves que podem rodar independentemente e

trafegam de máquina a máquina através das conexões da rede), e de Cavalo de

Tróia (parecem com aplicativos que o usuário quer rodar – um jogo, editor, etc.

Enquanto os arquivos parecem estar executando normalmente, ele está fazendo

outra, como deletando seus arquivos, formatando o disco, etc.) expõe seu ambiente

a mais perigos.

Na tentativa de amenizar a difícil tarefa de se administrar sistemas de

computadores, uma série de ferramentas foi e está sendo desenvolvida. Muitas

delas são aplicativas freeware (inclusive todas as descritas nesta seção) e algumas

não necessitam de privilégios de administrador para serem executadas, o que ainda

implica muita discussão e crítica ao seu uso (pois desta forma, qualquer usuário

pode detectar as falhas do sistema e descobrir os furos do sistema alvo).

2.1.5.2 Ferramentas para Windows NT

O sistema operacional Windows NT foi implantado utilizado requisitos básico

de segurança em seu serviço. Ele permite, por exemplo, que o administrador faça

um controle centralizado sobre as contas de usuários e utiliza um sistema de

criptografia para garantir a segurança das senhas dos usuários.

Apesar disso, muitos desenvolvedores de aplicações preferem a plataforma

Windows NT por ser um sistema aparentemente simples de programar e por ter uma

boa aceitação de mercado. Contudo estes desenvolvedores não têm muito

conhecimento sobre segurança de sistema e terminam por construírem aplicativos

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não tão seguros quanto o necessário. Além disso, Windows NT é um alvo para

desenvolvedores de vírus-programas que muitas vezes podem influir na segurança

do sistema.

Há uma crença de que, pelo fato do ambiente Windows ter uma interface

gráfica amigável, qualquer pessoa pode administrá-lo e configurá-lo de maneira

segura. Isto é uma afirmação falsa. A configuração desse sistema deve ser feita de

maneira cuidadosa. Vale apena observar que, geralmente, os defaults são

inseguros. Sendo assim, muitas permissões de acesso podem ser mal configuradas

e, então, se tornar uma porta aberta para invasões.

Windows NT também não tem um bom gerador de relatórios de eventos. Os

logs gerados estão geralmente espalhados nas máquinas da rede e não há uma

integração entre eles. A falta de integração prejudica a análise e a descoberta de

problemas.

A informação tem uma importância significativa – ela pode ser comprada e

vendida diretamente e usada indiretamente para criar novos produtos e serviços que

produzem lucros elevados. É difícil manter sistemas seguros, porque se requer um

entendimento da ocasião e do modo com os seus participantes podem confiar em

um ou outro, assim como uma compreensão de detalhes específicos de hardware e

software que devem ser observados.

Em redes de computadores, um bom analista de segurança deve conhecer

as técnicas utilizadas por hackers para invadir um sistema, a fim de se prevenir de

tais ataques.

Para lutar frente a frente neste campo de batalha o administrador de

sistemas deve possuir boas munições: ferramentas para auditoria de segurança. A

maioria das ferramentas para UNIX é do domínio público e muitas das específicas

para Windows NT são de ordem comercial.

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2.2 Auditoria Interna e seus Objetivos

2.2.1 Auditoria interna como ferramenta gerencial

O posicionamento da Auditoria é o de expressar opinião sobre as

demonstrações financeiras e assegurar que elas representem adequadamente a

posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens e

aplicações de recursos correspondentes aos períodos em exame, de acordo com os

princípios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados com uniformidade durante

os períodos.

O exame de auditoria deve ser efetuado de acordo com as normas usuais de

auditoria, inclusive quanto às provas nos registros contábeis e aos procedimentos de

auditoria julgados necessários nas circunstâncias. Dessa forma, o objetivo principal

da auditoria pode ser descrito, em linhas gerais, como sendo o processo pelo qual o

auditor se certifica da veracidade das demonstrações financeiras preparadas pela

companhia auditada.

É o conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, que compreendem registros contábeis, arquivos, anotações e existência física que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, também sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais. A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas no patrimônio ministrado, cuja informação mereça confiança, desde que tais informações devam ser admitidas como seguras pela evidência ou por indícios convincentes. MERCÊS (1996 p.18)

Pode a auditoria, inclusive, basear-se em informações obtidas fora da

empresa, tais como as relativas à confirmação de contas de terceiros e de saldos

bancários, por exemplo: as confirmações obtidas de fontes externas geralmente

oferecem melhores características de credibilidade do que aquelas obtidas dentro da

própria empresa auditada.

Na consecução de seus objetivos ela contribui para confirmar os próprios

fins da Contabilidade, pois avalia a adequação dos registros, dando à administração,

ao fisco e aos proprietários e financiadores a convicção de que as demonstrações

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contábeis refletem, ou não, a situação do patrimônio em determinada data e suas

variações em certo período.

Portanto, é a auditoria que dá credibilidade às demonstrações contábeis e às

informações nelas contidas, pela própria avaliação do controle interno. Embora a

auditoria não destine especificamente à descoberta de fraudes, erros ou

irregularidades praticadas por administradores ou funcionários, ela freqüentemente

apura tais fatos, através dos procedimentos que lhes são próprios.

Mercês (1996, p. 121) “afirma também que o objetivo da Auditoria é o de

expressar as demonstrações financeiras e assegurar que elas representem

adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e

as origens e aplicações de recursos correspondentes aos períodos em exame, de

acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados com

uniformidade durante os períodos.

Em síntese, a auditoria interna tem por objetivo assessorar a administração

no desempenho eficiente de suas funções, fornecendo-lhe análises, avaliações,

recomendações e comentários sobre as atividades auditadas. Com isto tem como

finalidade fornecer dados para um melhor controle e desempenho da empresa.

Há também a chamada “Atitude Auditorial” que é a combinação de

educação, experiência e critério a qual possibilita uma condição mental, uma atitude

em relação a seu trabalho, que capacita o auditor a avaliar seus problemas com

exatidão e a enfrentá-los eficientemente.

Confronto entre Contabilidade e Auditoria: a contabilidade trabalha com

dados originais, e têm a responsabilidade de extrair, de um grande número de

dados, relatórios úteis sobre a situação patrimonial. Ela é, basicamente construtiva,

utilizando-se de dados originais para elaboração de suas demonstrações.

A Auditoria, ao contrário, é fundamentalmente crítica. Quando o auditor

começa seu trabalho de verificação, a maior parte da tarefa do contador terá sido

completada. Ao auditor cabe a tarefa de opinar se as demonstrações contábeis, já

preparadas pelo departamento de contabilidade, ou a serem preparadas com os

saldos do razão, representam ou não, os resultados das operações da empresa.

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Em geral a auditoria procura determinar se as demonstrações e respectivos

registros contábeis de uma empresa ou entidade merecem ou não confiança. A

auditoria é um esforço para verificar se as demonstrações contábeis realmente

refletem, ou não, a situação patrimonial, assim como os resultados das operações

da empresa ou entidade que está sendo examinada.

Para Mercês (1996, p.85) o objetivo maior da auditoria interna é dar

assessoria no desempenho das funções administrativas da empresa. Para alcançar

tal objetivo é preciso que o auditor interno forneça ao administrador suas análises,

avaliações, recomendações e comentários sobre as atividades auditadas.

2.2.2 Tipos de Auditoria Interna

O Contador, na função de Auditor Interno, classifica seus trabalhos conforme

o enfoque que lhes é definido. Assim, pode-se ter sua atuação em vários tipos e

abrangências de trabalhos, com enfoques diferentes, podendo em algumas áreas ter

a colaboração de outros profissionais especializados, tais como: auditoria na área

contábil; auditoria na área operacional; e auditoria de gestão.

2.3 Relatório de Auditoria Interna

O Relatório do auditor é o produto final do seu trabalho e, como tal, deve ser

apresentado, visto e entendido pelo auditado, ou mesmo pelo usuário da auditoria.

Considerado como veículo principal de relacionamento entre o auditor e a entendida

auditada, o Relatório é documento técnico e deve obedecer a normas de

apresentação, forma e objetivos.

O Relatório é o ponto de ligação entre o trabalho planejado e o efetivamente

realizado. É o instrumento que revela a administração da empresa a qualidade e a

contribuição da Auditoria interna, suas constatações, opiniões técnicas e

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recomendações. Serve também como documento de avaliação do trabalho efetuado

pelo auditor.

Peça técnica que tem por objetivo informar o resultado dos trabalhos executados de acordo com o programa planejado, quando o programa é dividido em partes para ser cumprido por diversos profissionais (caso das grandes empresas e das grandes instituições), é preciso realizar uma coordenação das tarefas de modo que realize uma autêntica “montagem”, ele será sempre, todavia, um informe global que deve abranger a todos os itens da programação, o relatório já é uma opinião sobre o que se realizou; todavia, não é formalmente sucinto a ponto de oferecer uma conclusão sumária (fato que se reserva para o parecer), deve se adaptar-se à finalidade do trabalho (para que se solicitou o serviço do auditor), resulta de avaliação dos serviços realizados. SÁ (2002, p.443)

O relatório deve conter avaliações precisas dos fatos verificados,

recomendando mudanças que visem ao saneamento das irregularidades levantadas,

estabelecendo controles e conferências que possibilitam eliminá-las em definitivo.

Além de objetivo, o relatório deve ser oportuno, possibilitando a adequada tomada

de decisão pela administração da empresa.

Conclui-se que relatório de Auditoria são documentos emitidos pelo auditor,

quando da conclusão de seus trabalhos. Através dele, o auditor evidenciará o

serviço realizado, mostrando à entidade, os pontos levantados durante a auditoria,

com recomendações pertinentes, refletindo os resultados dos exames efetuados.

Há de se considerar que as normas relativas ao relatório devem reunir

principalmente atributos de qualidade, tais como, clareza, objetividade, método,

habilidade, imparcialidade, precisão, facilidade de Leitura, estilo, cautela, técnica, e

finalidade, para que a mensagem a ser transmitida possa alcançar seu objetivo.

É nesta fase que o auditor deve apresentar explicações sobre todas as questões suscitadas pelo trabalho realizado durante a fase de execução e apreciar os seus eventuais efeitos sobre as conclusões gerais, visando determinar as matérias que serão objeto de relatório e que, como tal, determinarão, em parte, a respectiva estrutura. MARTINS (1998, p. 31):

Quanto ao relatório propriamente dito, deve contemplar as atividades e

programas ou projetos auditados e observar, correta e imparcialmente, os fatos

constatados.

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Sobre o assunto manifesta-se Holmes (1956, p.28): “Um relatório é a

expressão de uma opinião e não uma garantia feita pelo auditor.” Portanto, o

relatório deve ser o elemento de ligação entre o auditor, o cliente e os auxiliares.

Os relatórios se classificam em formais: elaborados de forma escrita e

sujeitos a determinadas normas, muitas das quais estão contidas nas próprias

normas de auditoria; e informais: que geralmente não consubstanciam a forma

escrita, mais compreende apenas informações verbais, transmitidas aos

administradores da entidade auditada, ou os seus subordinados, e que envolvem

assuntos ou erros não relevantes, que podem ser corrigidos sem que precisem

constar nos relatórios formais.

2.4 Governança Corporativa

Segundo La Porta, Lopes-de-Silanes, Shleifer e Vishny, “a governança

corporativa é considerado como o conjunto de mecanismos por meio dos quais

investidores outsiders (acionistas ou credores) se protegem contra expropriação por

parte dos investidores insiders (executivos ou acionistas controladores). Nesta

relação os primeiros não têm garantia de que seus recursos serão tratados pelos

últimos com a devida diligência e lealdade.

De outra forma, Lameira, define governança corporativa como “o conjunto

dos mecanismos econômicos e legais que são alterados por processos políticos,

objetivando melhorar a proteção dos direitos dos acionistas e credores (investidores

de uma forma geral) em uma sociedade”

As boas práticas de governança corporativa visam alinhar o interesse dos

insiders ao dos outsiders através de mecanismos que garantam equidade,

transparência e prestação de contas.

Os principais aspectos da crise de confiança nos EUA, causado pelos

escândalos corporativos envolvendo empresas como Parmalat, Enron, WordCom,

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Xerox não respeitaram os princípios de Governança Corporativa no que diz respeito

a transparência (disclosure) e prestação de contas (accountability).

O temor de conduta perniciosa por parte de administradores gerou uma

verdadeira crise de confiança nas práticas contábeis e de governança corporativa.

As suspeitas sobre a integridade dos balanços e demonstrativos financeiros

afetaram profundamente o mercado, alimentaram a queda das bolsas de Valores e

motivaram a criação da Lei Sarbanes-Oxley, pelo governo norte-americano, criada

para dar transparência e proteger os investidores.

Neste sentido, é importante não só cumprir aos requisitos de existência de

órgãos societários como Conselhos de Administração e Fiscal, auditoria

independente e interna, mas é igualmente importante que estes órgãos funcionem

adequadamente. Os escândalos ocorreram não pelo fato de os auditores estarem

sujeitos a amplo conjunto de normas nacionais e internacionais, que enfatizam

aspectos de independência e a correta divulgação das informações financeiras ao

mercado.

As fraudes evidenciaram a falta de transparência e accountability dos

insiders (executivos ou acionistas controladores) para com os outsiders (acionistas

ou credores). Estas fraudes se concretizaram mais especificamente em função de

falhas de monitoramento da relação entre auditores independentes e os executivos.

Desta forma, caberia ao Conselho de Administração dessas empresas ter

monitorado mais de perto esse relacionamento.

Após esta série de escândalos corporativos surgiram declarações de

executivos que afirmavam desconhecer as atividades duvidosas praticadas por suas

companhias, como, por exemplo, participações não registradas nos livros contábeis,

e receitas indevidas.

A Lei Sarbanes-Oxley foi promulgada justamente para evitar estas

alegações e tornar obrigatórias medidas que intensificam a responsabilidade dos

executivos, atribuindo grande ênfase à responsabilidade da administração no que

diz respeito à efetividade do ambiente de controles corporativos.

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Ademais, a Lei reescreveu as regras para a governança corporativa relativas

à divulgação e emissão de relatórios financeiros. Dentre outros mecanismos de

incentivo às boas regras de governança corporativa, a Lei tornou obrigatória a

presença de membros independentes nos Conselhos de Administração e nos

Comitês de Auditoria das empresas.

2.4.1 A Lei Sarbanes-Oxley

A lei de governança corporativa conhecida como Sarbanes-Oxley SOX

aprovada pelo congresso americano em julho de 2002, tem como principal objetivo a

proteção ao investidor e é a mais profunda reforma implementada no sistema de

legislação financeira dos Estados Unidos desde 1934. Seu nome decorre do fato de

a lei ter sido incentivada pelos senadores Paul Sarbanes (democrata) e Michel Oxley

(republicano).

A descoberta de fraudes contábeis em companhias do porte de Entron, Tyco

Internacional, World-Com e Adelphia Communications juntamente com cnco das dez

maiores declarações da história dos Estados Unidos geraram uma crise de

desconfiança nos investidores em 2001 e 2002. Como resposta, foi aprovada pelo

congresso americano a legislação federal “The U.S. Public Company Accounting

Reform and Investor Protection Act of 2002”, conhecida como Sarbanes-Oxley Act of

2002 (ou simplesmente SOX).

Esta lei se insere no âmbito da governança corporativa e impõe rígidos

parâmetros legais às companhias de capital aberto e suas subsidiárias cujas ações

são negociadas em Bolsas. A partir da SOX, o que era recomendável passa a ser

exigência legal: as práticas da boa governança e a ética nos negócios de

companhias com presença no mercado mobiliário.

A SOX imputa severas responsabilidades aos diretores de corporações, que

vão desde o pagamento de pesadas multas ao cumprimento de longas penas de

reclusão em caso de comprovação de fraude. Estas sanções podem ser estendidas

aos auditores que atestarem resultados com números fraudulentos.

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Motivada por escândalos financeiros coorporativos (dentre eles o da Enron,

que acabou por afetar drasticamente a empresa de auditoria Arthur Andersen), essa

lei foi redigida com o objetivo de evitar o esvaziamento dos investimentos financeiros

e a fuga dos investidores causada pela aparente insegurança a respeito da

governança adequada das empresas.

A lei Sarbanes-Oxley, apelidada de Sarbox ou ainda de SOX, visa garantir a

criação de mecanismos de auditoria e segurança confiáveis nas empresas, incluindo

ainda regras para a criação de comitês encarregados de supervisionar suas

atividades e operações, de modo a mitigar riscos aos negócios, evitar a ocorrência

de fraudes ou assegurar que haja meios de identificá-las quando ocorrem,

garantindo a transparência na gestão das empresas.

Atualmente grandes empresas com operações financeiras no exterior

seguem a lei Sarbanes-Oxley. A lei também afeta dezenas de empresas brasileiras

que mantém ADRs (American Depositary Receipts) negociadas na NYSE, como a

Petrobras, a Sabesp,a TAM Linhas Aéreas, a Brasil Telecom, Ultrapar (Ultragaz), a

Companhia Brasileira de Distribuição (Grupo Pão de Açúcar), Banco Itaú e a

Telemig Celular.

A SOX adota as seguintes premissas:

� Conformidade contínua: as informações financeiras e os controles internos

relativos a elas devem ser mantidos sob efetivo controle dos executivos

responsáveis e estes devem prestar contas trimestralmente.

� Avaliação contínua: para atender a conformidade contínua, testes freqüentes e

validações dos controles internos devem ser executados (prevê a seção 302).

� Conhecimento: As autoridades querem saber quem estava em qual sistema,

fazendo o que, porque estavam fazendo, tinham autorização para isto e por

quanto tempo ficam nele.

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2.4.2 Controles internos e a lei Sarbanes-Oxley

A definição de controles internos mais amplamente aceita foi desenvolvida

pelo Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway – COSO: um

processo, efetuado pelo Conselho de Administração, pela administração ou por

outras pessoas da companhia, que visa fornecer segurança razoável quanto à

possibilidade de atingir objetivos nas seguintes categorias:

� Eficácia e eficiência das operações;

� Confiabilidade dos relatórios financeiros;

� Cumprimento de lei e regulamento aplicáveis.

O controle interno é um processo executado pela Diretoria, pelo Conselho de

Administração, pela administração ou por pessoas da companhia, que impulsionam

o sucesso dos negócios.

A Lei Sarbanes-Oxley torna Diretores Executivos e Diretores Financeiros

explicitamente responsáveis por estabelecer, avaliar e monitorar a eficácia dos

controles internos sobre relatórios financeiros e divulgações. Inegavelmente, as

novas regras propostas pela Securities and Exchange Commission – SEC

demandam tempo e são custosas, entretanto, existem alguns fatores atenuantes:

� Normalmente, todas as companhias de capital aberto já possuem alguma

estrutura de controles internos, ainda que de maneira informal e não

suficientemente documentada;

� Muitas companhias poderão adaptar os processos já existentes para cumprir as

medidas de controles internos determinadas pela Lei Sarbanes-Oxley.

� A construção de uma forte estrtura de controles internos para atender às

exigências da Lei Sarbanes-Oxley pode promover benefícios que extrapolam o

cumprimento das regras. Na verdade, o potencial para revisar e concretizar

novas visões corporativas e atingir novos níveis de excelência corporativa.

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Existem duas principais categorias de controles: controles preventivos e

controles detectivos. Os controles preventivos são utilizados para eliminarem falhas

antes que possam ocorrer, seja por motivo intencional ou inadvertidamente. Um

exemplo é a segregação de funções, em que uma pessoa executa a tarefa, uma

segunda pessoa fica responsável por verificar e outra por aprovar. Já os controles

detectivos são implementados para identificar erros e irregularidades que já

ocorreram, como por exemplo, a conciliação bancária.

O elemento crucial no programa de cumprimento da Sarbanes-Oxley é a

realização de testes para verificar o funcionamento dos controles existentes. Durante

o primeiro ano de implementação da Lei, em 2004, muitas companhias e auditores

testaram uma série de controles desnecessariamente por falta de orientação

regulatória. Em alguns casos, os temas que estavam sendo testados não eram tão

relevantes a ponto de acarretarem uma debilidade material nas demonstrações

financeiras.

No segundo ano de cumprimento da Lei, as empresas começaram a

padronizar e consolidar os principais procedimentos, eliminar informação redundante

de sistemas e unificar plataformas; minimizar inconsistências de dados. Automatizar

processos manuais; ampliar a responsabilidade dos controles; e eliminar controles

desnecessários.

2.5 Importância Da Controladoria Na Gestão Das Empr esas

MOSIMANN (1999, p.123) afirma que “o processo de gestão é influenciado

pela filosofia da empresa, por seu modelo de gestão e pelas variáveis ambientais

que exercem influência sobre ela.”

A Controladoria deve propiciar, através de controles confiáveis, efetivos e

constantes, informações para a tomada de decisões nas empresas. Seus estudos,

controles e recomendações servem de base para decisões que visam a manter a

continuidade empresarial.

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Com sua visão ampla e generalista, a Controladoria influencia e assessora

todos os departamentos da empresa, gerando informações a serem colocadas à

disposição dos executivos para a tomada de decisões. Elabora relatórios de análise

da performance da gestão, por segmento, setor e produto, recomendando e

orientando a execução dos processos de forma que salvaguarde o capital, atinja os

objetivos corporativos e proporcione lucratividade.

A Controladoria deve ter a capacidade de prever e de se antecipar aos

problemas da empresa, bem como propiciar os elementos para as devidas soluções.

Deve, também, fornecer à alta direção as informações na linguagem dos executivos.

Tais informações podem variar desde complicadas tabelas estatísticas a balanços

futuros projetados.

Deve ter os olhos voltados para o futuro. Deve ser capaz de analisar os

resultados do passado, sem perder de vista o presente e tirando todas as lições dos

erros anteriormente praticados. Deve ser capaz de dar informações e elaborar

relatórios no momento em que for solicitado.

Kaplan (1997, p 156) descreve que “os sistemas de gerenciamento e de

controle e geração de relatórios deverão ser totalmente integrados, com um único

conjunto de informações inseridas uma só vez e acessíveis a todos, dando suporte a

relatórios internos e externos.”

Os sistemas de gerenciamento fornecerão informações sobre desempenho

para o controle operacional e estratégico e à avaliação precisa da lucratividade de

produtos e clientes.

3 PROCESSO DE GESTÃO

A administração da empresa terá a responsabilidade de conduzi-la para

alcançar a maximização dos resultados e ao cumprimento de seus objetivos. Na

etapa do planejamento é que se dará a análise de como estes objetivos serão

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atingidos, com o acompanhamento constante dos resultados obtidos, comparados

ao planejado.

O termo gestão deriva do latim gestione e significa gerir, gerência, administração. Administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado objetivo. Gerir é fazer as coisas acontecerem e conduzir a organização para seus objetivos. Portanto, gestão é o ato de conduzir as empresas para a obtenção dos resultados desejados. OLIVEIRA (2002, p. 136)

Catelli (2002, p. 138) define o processo de gestão basicamente como sendo:

“De forma sintética, o processo de gestão pode ser entendido como composto das

seguintes fases: planejamento, execução e controle”.

Os gestores traçaram os objetivos a serem atingidos para o sucesso da

empresa e a forma pela qual estes objetivos serão alcançados na etapa do

planejamento, os quais poderão ser replanejados à medida que os resultados se

mostrem insatisfatórios.

Para auxiliar os gestores na administração da empresa, surge a necessidade

da criação de um modelo de gestão, o qual induzirá os gestores a atingir seu

potencial maior na condução dos negócios em busca dos melhores resultados. Este

modelo será definido com base no perfil da empresa em questão.

Os gestores devem ser impulsionados ou motivados a tomar as melhores decisões para a empresa. Para isso, em primeiro plano é necessário um modelo de gestão que incorpore um conjunto de crenças, valores e definições, que alavanque a potencialidade do corpo gerencial competência, criatividade, cooperação etc. (CATELLI (2002, p. 286)

Portanto, o modelo de gestão contribuirá efetivamente para que a eficiência

e a eficácia sejam atingidas em todas as suas operações.

A importância do modelo de gestão para a condução dos negócios de uma

empresa se evidencia quando comparado com a importância de uma constituição

para um país.

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Gestão é o processo de decisão, baseado em um conjunto de conceitos e princípios coerentes ente si, que visa garantir a consecução da missão da empresa. Denominamos esse conjunto de conceitos e princípios de modelo de gestão, cuja importância está para a empresa assim como a Constituição está para o País. CATELLI (2002, p. 119)

O processo de gestão e o processo de decisão estão intimamente ligados,

considerando-se que o objetivo da gestão é direcionar a empresa rumo ao

cumprimento de sua missão e assegurando sua continuidade, nas diversas fases do

planejamento, execução e controle.

3.1 Projeto

O especialista em qualidade Dr. J. M . Juran, define um projeto “como um

problema programação para ser resolvido”. A Maioria das definições nos leva a crer

que um projeto é idealizado para solução de problemas e que a falha em se definir o

problema adequadamente é que traz o insucesso.

Vargas descreve “E um problema é uma lacuna existente entre onde você

está e aonde quer chegar, com um obstáculo que dificulta sua solução”. A grande

maioria dos executivos está hoje procurando por uma fórmula do sucesso, ou seja, a

fórmula que garanta a solução de todos os problemas.

O sucesso, porém, não está em seguir cegamente as modernas técnicas e

teorias administrativas apresentadas ao mundo corporativo. É preciso que se

tenham habilidades para gerenciar o que se conhece muito, o que se conhece pouco

e é o que é desconhecido.

3.2 Gestão de Projetos

Acompanha-se atualmente uma grande tendência sobre a forma como as

novas idéias e estratégias das empresas são colocadas em prática. Nas mais

diversas áreas, produtos, serviços e procedimentos são concebidos através de

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projetos. Isto pode ser percebido pelo aumento do número de empresas que estão

adotando alguma metodologia de gerenciamento de projetos.

O gerenciamento de projetos é a arte de coordenar atividades com o objetivo

de atingir as expectativas dos indivíduos e das organizações diretamente envolvidos

no projeto ou aqueles cujos interesses podem ser afetados de forma positiva ou

negativa no decorrer do projeto ou após sua conclusão PMBOK (2000) - Project

Management Body of Knowledge. Assim como a tecnologia e os negócios, a

administração de projetos passa atualmente por uma profunda mudança de

paradigma – da abordagem rígida e mecanicista derivada da engenharia, para

abordagens dinâmicas e flexíveis que levam em consideração a necessidade de

adaptabilidade às constantes mudanças nestes cenários.

3.2.1 Aspectos gerais e evolução da gestão de projetos

A Gestão de Projetos como uma disciplina formal teve seu início no começo

da década de sessenta, após o sucesso do projeto Polaris, em 1958, onde foram

construídos 200 submarinos atômicos dentro do prazo e custo planejados (5 anos e

9 bilhões de dólares). Em 1969 foi fundado nos Estados Unidos, o PMI (Project

Management Institute), uma organização sem fins lucrativos, com o objetivo de

fomentar a atividade de Gestão de Projetos (PRADO, 2003). Em 1965, foi fundado o

IPMA (International Project Management Association), sob o nome anterior de

INTERNET, na Suíça, por iniciativa de vários países europeus, como um fórum para

a troca de experiências entre gerentes de projetos internacionais.

Prado (2003) descreve três fases históricas da Gestão de Projetos,

começando pela Gestão de Projetos tradicional, passando pela Gestão de Projetos

moderna e chegando à recente gestão corporativa de projetos. Primeiramente, na

Gestão de Projetos tradicional, os aspectos considerados pelos projetos eram

prazos, custos e qualidade.

Na Gestão de Projetos moderna, passou-se a perceber que a satisfação do

cliente deveria ser o principal fator de sucesso de um projeto. Outro aspecto foi o

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fator humano, representado pela satisfação dos membros da equipe de projeto.

Agora, não só prazos, custos e qualidade são importantes, mas também outros

fatores como escopo, recursos humanos, comunicações, riscos,

suprimentos/contratação e integração dos projetos. Já a gestão corporativa de

projetos envolve toda a empresa e é uma tendência recente na área de Gestão de

Projetos. Isto significa algum tipo de acompanhamento geral de todos os projetos da

organização. Em inglês, utiliza-se a sigla EPM (Enterprise Project Management) para

gestão corporativa de projetos.

No século XXI, países em desenvolvimento vão passar a reconhecer os

benefícios e a importância da Gestão de Projetos e também serão definidos padrões

mundiais para a Gestão de Projetos (KERZNER, 2002). Isto é reflexo de um maior

patamar de desenvolvimento e estabilidade econômica esperados para os países

emergentes no século XXI. O Brasil já está seguindo esta tendência em reconhecer

os benefícios e importância da Gestão de Projetos desde a década de 90,

principalmente após a abertura de mercado e estabilização econômica, e continua

neste século que se inicia. Os fatores modernos mais mencionados que impulsionam

a Gestão de Projetos são a globalização e mudança.

A Gestão de Projetos encontra as seguintes definições na literatura:

� É a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às

atividades do projeto para atender aos requisitos do projeto (PMBOK, 2000).

� É o planejamento, organização, monitoração e controle de todos os aspectos

de um projeto e a motivação de todos os envolvidos para atingir os objetivos do

projeto de forma segura e dentro dos critérios acordados de tempo, custo e

desempenho (ICB, 1999).

� É o planejamento, programação e controle de uma série de tarefas integradas

de forma a atingir seus objetivos com êxito, para benefício dos participantes do

projeto (KERZNER, 2002).

É importante salientar que o guia de conhecimento do PMI, o PMBOK

(2000), é o mais conhecido e difundido no Brasil, mas não necessariamente o

melhor. Não existe uma instituição genuinamente brasileira de Gestão de Projetos,

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mas com o amadurecimento desta disciplina no Brasil, pode se tornar viável a sua

instalação.

Os projetos se diferenciam uns em relação aos outros dependendo do tipo

de mão-de-obra, grau de incerteza em relação ao que se deseja produzir, pressão

por prazos, nível de tecnologia, estabilidade do escopo (possibilidades de haver

mudanças), importância do fator custo, dentre outros.

3.2.2 Conceituação acerca de projetos

As atividades realizadas dentro de uma organização podem ser divididas

basicamente em dois grandes grupos. O primeiro grupo é composto pelas ações

contínuas e repetitivas realizadas no dia a dia das empresas. O segundo é composto

pelas atividades que visam colocar em prática novas idéias, sejam elas de novos

produtos, serviços ou procedimentos. Estas iniciativas podem ser denominadas de

projetos.

Os serviços contínuos e os projetos têm algumas características em comum,

quais sejam:

� São executados por pessoas;

� São restringidos por recursos limitados;

� São planejados, executados e controlados.

Segundo o PMBOK (2000, p. 4) “um projeto é um esforço temporário para a

obtenção de um objetivo particular e sobre o qual a gerência de projetos pode ser

aplicada independente de seu tamanho, orçamento ou cronograma de execução”.

Observam-se algumas características intrínsecas de projetos nesta

afirmação, quais sejam: pessoas, custos, prazos e objetivos. Além destes, há ainda

outros aspectos importantes como qualidade e riscos.

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As principais características que distinguem um projeto de uma atividade

contínua é que ele deve ser uma atividade temporária e única (PMBOK, 2000).

Assim, pode ser definido em termos de suas características distintas – um projeto é

um empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único.

O caráter temporário justifica-se pois cada projeto deve ter um início e um

fim bem definidos. Já o caráter único significa que o novo produto, serviço ou

procedimento é, de alguma forma, diferente de todos os outros produtos, serviços ou

procedimentos já existentes na organização.

Projetos são desenvolvidos em todos os níveis de uma organização e

podem envolver uma única pessoa ou muitas delas. Podem requerer poucas horas

de trabalho ou até vários meses ou anos para se completarem. Os projetos podem

envolver uma unidade isolada da organização ou atravessar as fronteiras

organizacionais, como ocorre com os consórcios e as parcerias. Os projetos são

freqüentemente componentes críticos da estratégia de negócios de uma

organização. Exemplos de projetos são:

� Desenvolvimento de um novo produto ou serviço;

� Implementação de estratégias mundiais e locais;

� Implementação de um novo processo ou procedimento organizacional;

� Implementação de uma mudança organizacional no nível de estrutura, pessoas

ou estilo gerencial;

� Desenvolvimento ou aquisição de um sistema de informação novo ou

modificado;

� Construção de um prédio ou instalações.

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3.2.3 PMI/PMBOK® - Estados Unidos

O PMBOK (2000) é um guia de referência que descreve o conjunto de

conhecimento dentro da profissão de Gestão de Projetos. É publicada pelo PMI

(Project Management Institute), uma organização sem fins lucrativos dos Estados

Unidos, dedicada ao fomento da Gestão de Projetos no mundo.

Apresenta os conceitos e definições mais importantes da área de Gestão de

Projetos e que são geralmente aceitos. Por “geralmente aceitos”, entende-se que o

conhecimento e as práticas descritas são aplicáveis à maioria dos projetos na maior

parte do tempo e que há um amplo consenso a respeito de seu valor e utilidade

(PMBOK, 2000). O conhecimento da Gestão de Projetos é organizado em nove

áreas: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos,

comunicações, riscos e aquisições. A Figura 1 mostra as áreas de conhecimento e

os processos que compõem cada área.

Figura 1 – Visão geral das áreas de conhecimento e processos. Fonte: PMBOK (2000).

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Os projetos são compostos por processos. Um processo é entendido como

uma série de ações que levam a um resultado. Os processos descrevem, organizam

e completam o trabalho do projeto e são organizados em cinco grupos de um ou

mais processos cada (PMBOK, 2000):

� Processos de iniciação : autorizando o projeto ou fase;

� Processos de planejamento : definindo ou refinando objetivos e selecionando

o melhor dos cursos de ações alternativos para cumprir os objetivos propostos

do projeto;

� Processos de execução : coordenando pessoas e outros recursos para

conduzir o plano;

� Processos de controle : assegurando que os objetivos do projeto são

cumpridos através do monitoramento e medição do progresso regularmente

para identificar variações do plano de tal forma que ações corretivas possam

ser tomadas quando necessário;

� Processos de encerramento : formalizando a aceitação do projeto ou da fase

e trazendo-o a um final satisfatório.

Esta abordagem do PMI é a mais difundida e conhecida no Brasil. Ela

reforça a visão da Gestão de Projetos como composta por áreas de conhecimento. A

ênfase nesta abordagem é na gestão de um projeto, não na gestão de um portifólio

de projetos nem na gestão corporativa de projetos ou gestão por projetos. A

pergunta que o PMBOK (2000) ajuda a responder é: “Dado um projeto, qual é a

melhor forma de gerenciá-lo?”.

A certificação do PMI para profissionais de Gestão de Projetos (PMP –

Project Management Professional) é uma prova de conhecimento de múltipla

escolha com questões baseadas no PMBOK (2000). Não é uma prova para medir a

competência do profissional. Competência, neste caso, definida como o conjunto de

conhecimento, habilidades e atitudes do profissional, de acordo com a definição do

IPMA/ICB, cuja referência será apresentada a seguir. Uma avaliação de experiência

é feita através de citação das horas trabalhadas em Gestão de Projetos. Uma melhor

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avaliação de competência é feita através da certificação do IPMA, onde há inclusive

entrevistas para avaliação da experiência e atitude dos candidatos.

No Brasil, o PMI é representado por chapters localizados em alguns

Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul,

dentre outros.

3.3 Gerência Tradicional de Projetos

Como exemplos de abordagem da gerência tradicional de projetos serão

apresentados a seguir as definições utilizadas no documento (PMBOK,2000).

Gerência de projetos, segundo o PMBOK (2000) “é a aplicação de conhecimentos,

habilidades, e técnicas para projetar atividades que visem atingir ou exceder as

necessidades e expectativas das partes envolvidas, com relação ao projeto”. Sua

definição diz ainda que “o ato de atingir ou exceder as necessidades e expectativas

das partes envolvidas, invariavelmente envolve o equilíbrio entre demandas

concorrentes” (PMBOK, 2000, p. 6). As denominadas demandas concorrentes

incluem:

� Escopo, prazo, custo e qualidade;

� Diferentes necessidades e expectativas das partes envolvidas;

� Necessidades concretas e expectativas.

3.3.1 Introdução

Esta seção do PMBOK (2000) apresenta a estrutura e os conceitos

necessários para a compreensão do assunto gerência de projetos. Dentre eles,

estão aqueles que já foi falado sobre as questões: o que é um projeto e o que é

gerência de projetos. Outros aspectos referentes ao relacionamento da gerência de

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projetos com outras disciplinas e os empreendimentos relacionados também são

discutidos.

Apesar de ser uma disciplina que inclui a maior parte dos conhecimentos

necessários ao seu desenvolvimento, a gerência de projetos tem alguns

relacionamentos com a administração geral, como nas áreas de comportamento

organizacional, previsão financeira e técnicas de planejamento. Outra característica

da área de gerência de projetos é que ela pode ser dividida em áreas de aplicação

específicas, ou seja, em categorias de projetos que têm elementos comuns mas que

podem não estar presentes em todos os projetos indistintamente.

Neste trabalho considera-se que uma de suas contribuições está

fundamentada no princípio de que são necessários trabalhos que definam os

pressupostos para a aplicação da metodologia difundida pelo PMI às mais diversas

áreas, inclusive para projetos de implantação de estratégias. Aqui será considerada,

mais particularmente, sua aplicação para pequenas e médias empresas, apesar de

que a empresa que será estudada, é uma multinacional de grande porte mas a área

em questão é de médio porte.

3.3.2 O contexto da gerência de projetos

Nesta etapa são apresentadas e discutidas as fases que compõem um

projeto e o ciclo de vida de um projeto. Como seu objetivo é a contextualização,

também se discute sobre as partes envolvidas em um projeto, as principais fontes de

influência e as principais habilidades que um gerente de projeto deve ter.

3.3.3 Fases e ciclo de vida do projeto

A característica de unicidade dos projetos lhes confere um determinado grau

de incerteza e por isso geralmente eles são divididos em fases para facilitar seu

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gerenciamento. O conjunto de fases de um projeto é conhecido como ciclo de vida

do projeto. Basicamente, o ciclo de vida do projeto serve para definir seu início e seu

fim e ainda para ligar o projeto aos processos operacionais contínuos da

organização.

Cada uma das fases de um projeto normalmente inclui um ou mais

resultados definidos para estabelecer um controle gerencial adequado, e

comumente todas têm nomes relacionados aos seus objetivos, tais como:

levantamento de necessidades, especificação de requisitos, implementação,

documentação, entre outras.

Uma nova fase normalmente é iniciada depois da aprovação dos resultados

da fase anterior. No entanto, se os riscos forem considerados aceitáveis, a nova fase

pode ter seu início antecipado, e isto é usualmente chamado de fast-tracking.

O ciclo de vida de um projeto geralmente define os trabalhos técnicos e as

pessoas envolvidas em cada uma de suas fases. Estas definições podem ser

genéricas ou bastante detalhadas e, no caso destas últimas, são chamadas de

metodologia de gerência de projeto.

3.3.4 Partes envolvidas

São os indivíduos e as organizações diretamente envolvidos no projeto ou

aqueles cujos interesses podem ser afetados de forma positiva ou negativa no

decorrer do projeto ou após sua conclusão. Uma tarefa da equipe de gerência do

projeto é gerenciar as expectativas de todas estas partes para garantir o sucesso do

projeto. Em quase todo projeto existem algumas partes envolvidas comuns, quais

sejam:

� Gerente de projeto: o indivíduo responsável;

� Cliente: as entidades que farão uso do que for resultado do projeto;

� Executores: todos os que estão diretamente envolvidos na execução do projeto;

� Patrocinador: aquele que provê financeiramente o projeto.

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De forma indireta existem outros agentes envolvidos em um projeto, e seus

papéis e responsabilidades devem ser claramente definidos, de forma a melhor

gerenciar suas expectativas. O problema de gerenciamento de expectativas em um

projeto pode ser uma tarefa complexa. Os envolvidos podem ter objetivos diferentes

e isto leva inevitavelmente a conflitos. Encontrar soluções para as eventuais

divergências deve ser um dos maiores desafios dos gerentes de projeto.

3.4 Excelência em Gestão de Projetos

Para se implantar ou melhorar o sistema de Gestão de Projetos de uma

organização, há necessidade de se compreender o que é a excelência em Gestão

de Projetos e quais os fatores que levam ao seu alcance. Kerzner (2002, p.98) alerta

que a existência de uma metodologia de expressão mundial não basta para se

alcançar a excelência em Gestão de Projetos. A sua aceitação e utilização pelo

conjunto da organização é que conduzem a excelência. É pela excelência na

execução que uma metodologia de nível médio se torna uma metodologia de

expressão mundial.

A Figura 2 mostra o hexágono da excelência, onde estão representadas as

seis áreas nas quais as organizações excelentes em Gestão de Projetos superam a

concorrência (KERZNER, 2002).

Figura 2 – Os seis componentes da excelência. Fonte: Kerzner (2002).

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A primeira área é sobre os processos integrados. A integração da Gestão de

Projetos com outros processos administrativos é de fundamental importância para se

atingir a excelência. Entre outros processos administrativos podem-se destacar:

gestão da qualidade total (TQM), engenharia simultânea, equipes autônomas,

delegação de autoridade aos funcionários, reengenharia, custos dos ciclos de vida,

gestão de mudanças, gestão de riscos, departamentos de projetos e centros de

excelência, equipes alocadas e equipes multinacionais. As empresas que

conseguiram implementar metodologias de classe mundial adotam uma metodologia

única e padronizada, baseada em processos integrados (KERZNER, 2002).

O processo integrado é, em muitas empresas, uma grande barreira a ser

transposta, pois, freqüentemente, sistemas localizados e pontuais são desenvolvidos

para atender a necessidades específicas de um dado momento, os quais não são

compatíveis entre si. Assim, criam-se os feudos e os arquipélagos de projetos que,

com a necessidade de maior interação entre as áreas da empresa e maior

compartilhamento de recursos, acabam por fazer com que os projetos tenham um

desempenho aquém do esperado.

A segunda área é a cultura. O objetivo é criar uma organização e cultura

capaz de mudar aceleradamente de acordo com as necessidades de cada projeto e

adaptar-se com igual rapidez a um ambiente dinâmico em constante mutação. A

cultura corporativa não muda rapidamente, leva geralmente alguns anos. A criação e

implementação de uma cultura podem demorar, mas destruí-la e abandoná-la pode

acontecer da noite para o dia. A cultura de Gestão de Projetos pode existir no âmbito

de qualquer estrutura organizacional. A rapidez de sua maturação vai depender do

tamanho da organização, do porte e da natureza do projeto e do tipo de cliente

(interno ou externo).

Como existe uma forte influência do comportamento e do perfil psicológico e

histórico da organização, é praticamente impossível transplantar uma cultura de

Gestão de Projetos diretamente de uma organização para outra. É indispensável

que a cultura interna da organização sustente os quatro valores básicos da Gestão

de Projetos: cooperação, trabalho de equipe, confiança e comunicações mais

eficientes.

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Os tipos de culturas encontrados na Gestão de Projetos são baseados no

grau de confiança e de cooperação existentes, na natureza do empreendimento e no

ambiente de concorrência (KERZNER, 2002).

É interessante também observar a responsabilidade compartilhada entre o

gerente de área e o gerente de projetos (KERZNER, 2002): Responsabilidade final =

Autoridade + Responsabilidade.

No caso de o gerente de área e o gerente de projeto não serem a mesma

pessoa, normalmente a maior parte dos recursos fica sob o controle direto do

gerente de área. Assim, os gerentes de área têm a autoridade, por causa de seu

controle sobre os recursos, enquanto que o gerente de projeto tem a

responsabilidade. Os gerentes de área têm a responsabilidade com os

compromissos que assumiram com o projeto (responsabilidade interna,

principalmente técnica) enquanto que os gerentes de projeto têm a responsabilidade

perante seus executivos e seus clientes (responsabilidade interna e externa, mais

voltada aos negócios).

Assim, com a responsabilidade final compartilhada, deixa de existir a

obrigação de selecionar gerentes de projetos entre os quadros técnicos. Os gerentes

de áreas são especialistas técnicos, sendo cada vez mais exigido experiência em

negócios para os gerentes de projetos (KERZNER, 2002).

A terceira área é o apoio gerencial. “O apoio gerencial visível é indispensável

para a continuidade da cultura de Gestão de Projetos” (KERZNER, 2002, p.241). Em

última análise para que a Gestão de Projetos seja implantada com sucesso na

organização como um todo é indispensável o apoio do executivo mais graduado

(DINSMORE, 1999). É importante salientar que este apoio deve ser visível e ativo e

não apenas um apoio moral, onde a gerência apenas argumenta que a Gestão de

Projetos é importante, mas não age no dia a dia, incentivando e fomentando a

cultura de Gestão de Projetos.

A quarta área é o treinamento e desenvolvimento. As empresas excelentes

em Gestão de Projetos proporcionam treinamento e desenvolvimento para os

interessados em fazer carreira e dar sustentação à Gestão de Projetos como

profissão. Atualmente, os cursos de Gestão de Projetos incluem tanto aspectos

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comportamentais (qualitativos) como quantitativos, ficando para os gerentes de

treinamento estabelecer um equilíbrio viável entre os dois aspectos (KERZNER,

2002).

A qualidade do treinamento e desenvolvimento, juntamente com o apoio dos

executivos, são os dois fatores mais importantes para as organizações alcançarem

uma Gestão de Projetos bem sucedida e, por conseguinte, a excelência. É

importante que o treinamento seja, na medida do possível, adaptado à realidade da

empresa e às características da sua área de atuação. Treinamentos muito genéricos

acabam se tornando apenas eventos informativos, sem causar impacto na forma de

gerenciar projetos.

A quinta área é a gestão informal de projetos, cuja cultura se baseia em

quatro elementos básicos: confiança, comunicação, cooperação e trabalho em

equipe. A formalidade é representada por políticas e procedimentos. Por isso, a

gestão formal de projetos é cara. Já a informalidade é representada por listas de

verificação. A informalidade sozinha não elimina toda a documentação, mas a reduz

a níveis minimamente aceitáveis. Quanto maior o porte da empresa, maior a

tendência a utilizar a gestão formal de projetos. Por isso, as empresas de grande

porte não conseguem gerenciar seus projetos de maneira informal, mesmo

querendo. As questões de documentação e comunicação podem estar, neste caso,

até especificadas em contrato (KERZNER, 2002).

A sexta área é a excelência comportamental. Muitas empresas bem

sucedidas entendem que o fracasso em projetos deve-se principalmente a

deficiências comportamentais, tais como desestímulo entre os funcionários,

relacionamentos inter pessoais negativos, produtividade escassa e ausência de

comprometimento com os objetivos do projeto. Isto faz com que o gerente de

projetos seja um gerente de conflitos, constantemente apagando incêndios e

intermediando crises surgidas de conflitos inter pessoais ou inter setoriais

(KERZNER, 2002). Pode-se dizer que, atualmente, o papel do gerente de projetos é

mais o de um gerente de interfaces ou facilitador, cuidando mais da integração entre

as diversas partes do projeto. Acima foi descritos os seis componentes a serem

considerados para se atingir a excelência em Gestão de Projetos.

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3.5 Ferramentas de Software

Após se implementar uma metodologia e se estabelecer uma cultura de

Gestão de Projetos, ferramentas de software podem ser necessárias para dar apoio

à metodologia.

As ferramentas de software para Gestão de Projetos surgiram para melhorar

a gestão das informações, fornecendo poderosos recursos de planejamento e

controle de projetos. Existem desde softwares para projetos menores e conduzidos

de forma isolada até aqueles para gestão de múltiplos projetos ou projetos de

grande porte, comportando muitas tarefas e centenas de recursos.

As funções básicas dos softwares de Gestão de Projetos são as gestões do

tempo, dos custos, dos recursos humanos (pessoas) e dos demais recursos

(materiais, equipamentos, viagens, serviços de terceiros, aluguel, etc.).

É importante salientar que a ferramenta de software deve ser conseqüência

de uma metodologia e de uma cultura de Gestão de Projetos muito bem implantada.

Em outras palavras, deve-se implantar primeiro a metodologia e a cultura e depois

escolher a melhor ferramenta que atenda às necessidades específicas dos projetos

das organizações.

O que se observa muito, na prática, é a organização, ao tomar a decisão de

implantar Gestão de Projetos, já partir para a compra de um software, oferecer

treinamento para alguns aprenderem a operá-lo e esperar os resultados

aparecerem. Em geral, esta abordagem é frustrante, pois o ambiente não é

preparado e a cultura interna da empresa não consegue sustentar a Gestão de

Projetos imposta pela utilização do software.

Um aspecto relevante na escolha das ferramentas de software é a

capacidade de integração com as ferramentas já existentes na organização. Kerzner

(2002) aponta que um dos componentes da excelência em Gestão de Projetos são

os processos integrados. As ferramentas de software devem facilitar esta integração.

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4 O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E AS ORGANIZAÇÕES

4.1 Origem e Evolução do Planejamento Estratégico

O termo estratégia, com origem na Grécia, a partir de “estratego”, o cargo de

um comandante de armada, cargo ou dignidade de uma espécie de ministro da

guerra na antiga Atenas aparece inicialmente em 1836.

Segundo Houaiuss, 2001, p.1261 “A arte de coordenar a ação das forças

militares, políticas, econômicas e morais implicadas na condução de um conflito ou

na preparação da defesa de uma nação ou comunidade nações”.

As empresas e mais tarde outros tipos de organização passaram a preocupar-se cada vez mais com o ambiente (...) a causa do problema (que ficou conhecido como problema estratégico) era a falta de sintonia entre a oferta de produtos e o mercado que se destinava a aborvê-los. Tratava-se, portanto, de um problema técnico-administrativo. Achou-se que a solução do problema estava no planejamento estratégico – análise racional das oportunidades oferecidas pelo meio, dos pontos fortes e fracos das empresas, e de um modo de compatibilização (estratégia) entre os dois extremos. (ANSOFF E HAYES, (1981, p. 15)

Cinqüenta anos depois, conceituação e prática do planejamento estratégico

evoluíram significamente; destaca-se neste sentido, houve uma evolução do próprio

problema estratégico, tornou-se necessário lidar com situações mais complexas,

com fatores inter-relacionados, em um ambiente externo de rápidas e profundas

transformações.

O desenvolvimento científico do período propiciou novas formas de

pensamento e mesmo de visão do mundo com um desdobramento que vem se

mostrando extremamente relevante em todos os campos do conhecimento humano

(da concepção mecanicista de conhecimento de Descartes e Newton para uma visão

holística).

A evolução nos conceitos de gestão e administração de empresas,

notadamente o crescente reconhecimento e valorização do ‘’capital humano’’ e os

avanços no campo da aprendizagem e do desenvolvimento organizacional,

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estimulou a busca de métodos que lidassem de forma apropriada com estas

mesmas dimensões e a intensificação da competição entre as empresas pelos

mercados e o próprio amadurecimento da prática de planejamento estratégico

favoreceram a investigação e o aparecimento de novos conceitos e abordagens.

4.1.1 Administração Estratégica

A grande preocupação no ambiente corporativo situa-se na forma pela qual

a administração formulará a sua estratégia e quais decisões serão provenientes

desta estratégia.

Daft (1997) acredita que perante esta preocupação torna-se fundamental

que as empresas possuam uma administração estratégica que, segundo ele, é um

conjunto de decisões e ações usadas para formular e implantar as estratégias que

irão conduzir as empresas a se tornarem mais competitivas.

Na ótica de Montgomery e Porter (1998), estratégia é a busca deliberada por

um plano de ação para desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma

corporação. Os autores afirmam que a estratégia deve-se iniciar com o

reconhecimento do que a corporação é e quais os recursos disponíveis naquele

momento.

Outra definição clara de estratégia é a de Wright, Kroll, Parnell (2000), que

afirmam que a estratégia refere-se aos planos da alta administração para alcançar

resultados consistentes com a missão e os objetivos gerais da corporação.

No contexto organizacional, a estratégia corresponde à capacidade de se

trabalhar contínua e sistematicamente o ajustamento da organização às condições

ambientais que se encontram em constante mudança, tendo simplesmente a visão

de futuro e a perpetuidade organizacional.

No significado em geral sobre “estratégia” observa-se que seu norte principal

diz respeito a ser capaz de posicionar-se corretamente frente às situações

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principalmente quando se está diante de incertezas e turbulências do ambiente, seja

ele no plano financeiro, seja no âmbito de suas atividades internas e processuais.

A descrição e evolução dos sistemas de administração estratégica podem

ser explicadas, inicialmente, sob uma perspectiva histórica. Assim, o processo de

desenvolver e implementar estratégias têm sido descrito, ao longo dos anos, por

meio de diversos termos incluído planejamento orçamentário, planejamento de longo

prazo, planejamento estratégico e administração estratégica (AAKER, 2001:

ANSOFF ET AL., 1981).

A evolução histórica pode ser observada através do quadro 1 que apresenta

o progresso dos planos organizacionais de longo prazo e suas características

principais.

Planejamento orçamentário

Planejamento de longo prazo

Planejamento estratégico

Administração estratégica de mercado

Ênfase da

Administração

Controle de

disparidades e

administração

complexa.

Antecipação do

crescimento e

administração da

complexidade.

Mudanças nas

investidas

estratégicas e

capacitação.

Compatibilizar o

planejamento com as

surpresas estratégicas e

ameaças/oportunidades de

rápida evolução.

Pressupostos O passado se

repete.

Novas tendências e

descontinuidades

são previsíveis.

Novas tendências e

descontinuidades

são previsíveis.

Ciclos de planejamento são

inadequados para lidar com

mudanças rápidas.

Processo Periódico Contínuo.

Período de

tempo

associado ao

sistema

A partir de 1900. A partir de 1950. A partir de 1960. A partir de meados dos anos

80.

Quadro 1 – Evolução dos Sistemas de Administração Fonte: Adaptado de Aacker (2001)

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Pode-se observar que a ênfase dada a administração no planejamento

orçamentário referia-se ao controle das diferenças entre o que se previa e o que era

realizado. No plano de longo prazo a ênfase recaía sobre a antecipação do

crescimento organizacional e da administração da complexidade. O planejamento

estratégico por sua vez, enfatizava as mudanças nas investidas estratégicas e na

capacitação e, por fim, a administração estratégica busca a compatibilização de

rápida evolução.

Observa-se também, que os pressupostos do planejamento organizacional

parte da suposição de que o passado se repete, passa pelo entendimento de que

tendências passadas vão continuar, após fundamenta-se na teoria de que novas

tendências e descontinuidades são previsíveis e chega a administração estratégica

que pressupõe que os ciclos de planejamento são inadequados para ligar com

mudanças rápidas.

Atentando-se ainda para a perspectiva histórica da evolução da

administração estratégica, percebe-se que os processos de planejamento

orçamentário, de longo prazo e estratégico eram periódicos, passando a ser

contínuo na administração estratégica.

As informações apresentadas no quadro anterior finalizam com a descrição

do período de tempo em que cada processo de planejamento foi adotado, assim, o

planejamento orçamentário foi desenvolvido a partir do ano de 1900, o planejamento

de longo prazo a partir de 1950, o planejamento estratégico a partir de 1960 e

administração estratégica a partir dos anos 80.

O conceito de administração estratégica é definido por Certo & Peter (1993)

“como um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um

conjunto apropriadamente integrado o seu ambiente”. Aacker (2001, p. 201)

determina que a administração estratégica é regida pela premissa de que o ciclo do

planejamento é inadequado para lidar com a alta taxa de mudança que pode ocorrer

no ambiente externo da empresa.

Assim, a administração estratégica é o processo de adaptação contínua que

as organizações têm de enfrentar, mudando hábitos, cultura, estratégias, posturas, o

sentido de, adaptando-se às turbulências do meio ambiente e ás tendências futuras,

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agregar valor para o cliente, seguindo na constante e interminável busca da

excelência, o que viabilizará a sua sobrevivência de longo prazo (TACHIZAWA &

REZENDE, 2000).

O desenvolvimento da administração estratégica ocorre a partir de uma série

de etapas definidas por Certo & Peter (1993) como:

a) execução de uma análise do ambiente;

b) estabelecimento de uma diretriz organizacional;

c) formulação de uma estratégia organizacional;

d) implementação de uma estratégia organizacional, e

e) exercício de controle estratégico.

Um esquema de administração estratégica é proposto por Estrada (2000),

compondo-se de uma etapa inicial de avaliação que inclui o levantamento dos

elementos formadores da coalizão de poder e cultura e de uma avaliação

organizacional.

A segunda etapa refere-se à formulação do plano estratégico que contempla

a definição da visão de futuro da organização, a análise do ambiente externo e

interno e a descrição das questões estratégicas.

A terceira etapa diz respeito a fase de implementação do plano estratégico

elaborado e inclui a formulação do plano de ação e o desenvolvimento do controle

estratégico.

A quarta e última etapa faz referência a aprendizagem organizacional que

compreende a inovação. Salienta-se que as etapas estão dispostas em um processo

cíclico que sustenta a mudança organizacional conforme demonstrado na figura 3.

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Figura 3 – Modelo do processo de administração estratégica Fonte: Adaptada de Estrada (2000)

A etapa inicial de avaliação busca informações sobre elementos

componentes da cultura e poder na organização. Nesta etapa realiza-se, também,

uma avaliação organizacional, que consiste em uma análise dos aspectos relativos a

liderança, estratégias e planos, clientes e sociedade, informações e conhecimentos,

pessoas, gestão de processos relativos ao produto, fornecedores e gestão de

custos.

A etapa de formulação estratégica inicia pela definição da visão de futuro da

empresa, ou seja, a determinação dos propósitos globais permanentes que servem

como base para a realização do planejamento e estratégico. A visão de futuro é

resultado da definição da finalidade básica da empresa, dos seus valores básicos e

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de suas super metas. Nesta etapa realiza-se, também, a análise do ambiente

externo, através de cenários, levantando as oportunidades e ameaças, e análise do

ambiente interno com a definição dos pontos fortes e pontos fracos da organização.

A partir da definição da visão de futuro e da análise interna e externa

determinam-se as questões consideradas indispensáveis ou chaves para a

realização dos intentos estratégicos. As questões chave são um conjunto de

condições ou pressões internas ou externas (ou a combinação das duas), que

podem causar efeitos significativos no desempenho da organização, ou os seus

interesses futuros.

A determinação das questões chave direciona os esforços ao

desenvolvimento do plano de ação que definirá as atividades, os responsáveis,

datas e orçamento necessário para a implementação do plano estratégico. Na sua

fase de implementação estratégica, o modelo passa do delineamento para a ação,

além da definição do plano de ação, constrói-se o sistema de controle estratégico,

onde o determina-se orçamentário e os indicadores de desempenho necessários

para o acompanhamento e realização da visão do futuro.

A última fase considerada como a etapa de aprendizagem que levará ao

processo de inovação, pela absorção do crescimento técnico e comportamental da

organização e de seus recursos humanos, ocorridos com a mudança organizacional.

Esta fase é sustentada pelo monitoramento e retro-alimentação de todas as etapas

anteriores e, portanto, consiste em uma verificação atenta e minuciosa da

regularidade de cada uma das etapas anteriores para que a empresa possa

monitorar todas as atividades estabelecidas no plano estratégico, de forma à garantir

que estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir quaisquer desvios

importantes.

Verifica-se que o processo de administração estratégica,

independentemente de sua estruturação, é um processo contínuo, capaz de

responder as surpresas ambientais e de antever oportunidades e ameaças. Desta

forma, o processo intermediário da administração estratégica será o planejamento

estratégico, ou seja, o registro de um conjunto de decisões interdependentes e

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resultantes das análises estratégicas, que pode ser dividido de diversas maneiras.

(ANSOFF, 1981).

De forma ampla, o plano estratégico dá suporte à gestão organizacional e

sustenta o processo de tomada de decisão. De acordo com Ackoff (1983)

planejamento é algo que fazemos antes de agir, isto é, tomada antecipada de

decisão.

4.2 Planejamento

Planejar significa a formulação sistêmica de objetivos e ações alternativas,

que ao final, a escolha se dará sobre a melhor ação. Também diz respeito a

implicações futuras de decisões presentes, pois é um processo de decisões

recíprocas e independentes que visam alcançar objetivos anteriormente

estabelecidos.

O planejamento é necessário quando a consecução do estado futuro que se

deseja envolve um conjunto de decisões interdependes, isto é, um sistema de

decisões; e o planejamento é um processo que se destina a produzir um ou mais

estados futuros desejados e que não deverão ocorrer, a menos que alguma coisa

seja realizada.

Hindle (2002, p.142) conta que os primeiros conceitos de planejamento

embora nem reconhecidos como tais, devem provavelmente ter surgido ainda na

pré-história, ente as primitivas “donas-de-casa”, que tinham que de certa forma ter

certos conhecimentos de planejamento. O autor exemplifica que ao não ter espaço e

nem tecnologia para conservar alimento, era necessário programar o término do

preparo da refeição para um momento que o companheiro estivesse presente, saber

o momento de enviar um dos filhos para buscar gravetos ou tirar leite de cabras, e

assim eram desenvolvidos conceitos muitos semelhantes ao que hoje se chame

cientificamente de planejamento, controle de orçamento, estoque, produção,

logística.

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Segundo Silva (2001, p.89) o planejamento, é a parte fundamental da

administração, e tem suas origens nas mais remotas civilizações, desde o momento

em que o homem precisou realizar tarefas e organizar recursos disponíveis. Em sua

obra Teorias da Administração, o autor descreve civilizações como os Sumérios, os

Egípcios, os Babilônios e Chineses entre outros, exemplificando tal afirmação.

O autor, para passar uma breve noção das obras antigas, e assim sugerir a

complexidade que já era exigida do planejamento, descreve a construção da

pirâmide de Quéops no Egito, como um empenho de uma “cidade empresa” com

aproximadamente cem mil habitantes, trabalhando por 20 anos em pelo menos dois

milhões e trezentos mil blocos de pedra de duas toneladas e meia cada, além é claro

de vários outros materiais; essas e outras realizações seriam impossível sem

planejamento.

4.3 Planejamento Estratégico

Segundo Kotler (1992, p. 63) “planejamento estratégico é definido como o

processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os

objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades do mercado”. O

objetivo do planejamento estratégico é orientar e reorientar os negócios e produtos

da empresa de modo que gere lucros e crescimento satisfatórios.

O planejamento estratégico, em todos os aspectos técnicos, surgiu somente

o início da década de 70. Nas décadas de 50 e 60 os administradores empregavam

apenas o planejamento operacional, porque o crescimento de demanda total estava

controlado, e era pouco provável que mesmo um administrador inexperiente não

fosse bem sucedido no negócio.

Isso mudou com a turbulência dos anos 70, que trouxe a tona diversas

crises: os preços do petróleo dispararam com a guerra entre árabes e israelenses;

houve escassez de energia e matéria-prima, inflação de dois dígitos, recessão

econômica e alarmantes índices de desemprego.

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Essa seqüência de fatores negativos para a economia trouxe como

conseqüência à necessidade de um novo processo de planejamento administrativo,

visando manter as empresas numa boa posição, mesmo diante de problemas que

possam ocorrer em qualquer um de seus negócios ou linhas de produtos.

Entender o planejamento estratégico é necessário examinar a estrutura

organizacional da organização, normalmente dividida em três níveis: alta

administração, unidades de negócios da empresa e produto. Desta maneira, é

incumbência da alta administração elaborar e desenvolver o planejamento

estratégico corporativo para levar a empresa a um futuro promissor e rentável.

As resoluções da alta administração referem-se à alocação de recursos para

cada unidade de negócio da empresa e até mesmo para definir qual tipo de negócio

iniciar. Por outro lado, cada unidade de negócio da empresa precisa desenvolver um

plano estratégico específico para tornar o negócio lucrativo no futuro,

fundamentando-se nos recursos destinados para esse fim pela alta administração.

O planejamento estratégico ocorre no topo da hierarquia da empresa com

seus gestores, como etapa ou fase inicial do processo de gestão.

A fase de planejamento estratégico tem como premissa fundamental assegurar o cumprimento da missão e da continuidade da empresa. Essa fase do processo de gestão gera um conjunto de diretrizes de caráter qualitativo que visa orientar a etapa de planejamento operacional. (CATELLI, 2002, p. 59)

É nesta fase do processo de gestão que é feita uma avaliação da situação

atual, analisando o comportamento das variáveis do ambiente interno e externo, as

quais poderão representar pontos fortes e pontos fracos, ou seja, as ameaças e

oportunidades, para então, se projetar prováveis cenários futuros decorrentes de

decisões tomadas no presente.

O planejamento estratégico consiste de um processo de análise das oportunidades e ameaças (ambiente externo) e dos pontos fortes e fracos (ambiente interno) da organização, com vista a definir diretrizes estratégicas para assegurar o cumprimento da missão da empresa. SCHIMIDT (2002, p. 18)

Após, elaborada a estratégia da organização, faz-se necessário estabelecer

alguns conceitos sobre planejamento estratégico. Segundo Padoveze (2004), o

planejamento estratégico é o processo que prepara a empresa para o futuro.

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A utilização do planejamento estratégico poderá otimizar as chances de

sucesso das organizações, já que, atualmente, atravessam por um cenário repleto

de constantes mutações. As metas e os objetivos devem ser parametrizados de

modo que a organização atinja ou mantenha um determinado momento

preestabelecido no planejamento.

A capacidade de percepção a um momento futuro de tempo e as possíveis

conseqüências que uma ação presente poderá proporcionar, é extremamente

relevante para qualquer gestão de uma organização. Em outras palavras, esta

capacidade de percepção é denominada planejamento.

Assim, Weslch (1983) afirma que planejar significa estabelecer com

antecedência as ações a serem executadas, assim como estimular os recursos que

serão empregados, definindo as correspondentes atribuições de responsabilidades

em relação a um período futuro.

Conforme Matos (1999, p. 30), o planejamento estratégico apresenta cinco

características fundamentais:

a) O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização

a um ambiente mutável, ou seja, sujeito à incerteza a respeito dos eventos

ambientais. Por se defrontar com a incerteza tem suas decisões baseadas em

julgamentos e não em dados concretos. Reflete uma orientação externa que

focaliza as respostas adequadas às forças e pressões que estão situadas do

lado de fora da organização.

b) O planejamento estratégico é orientado para o futuro. Seu horizonte de tempo

é o longo prazo. Durante o curso do planejamento, a consideração dos

problemas atuais é dada em função dos obstáculos e barreiras que eles

possam provocar para um almejado lugar no futuro.

c) O planejamento estratégico é compreensivo, ele envolve a organização como

uma totalidade, abarcando todos os seus recursos, visando manter as

empresas numa boa posição, mesmo diante de problemas que possam ocorrer

em qualquer um de seus negócios ou linhas de produtos, potencialidades da

organização.

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d) O planejamento estratégico é um processo de construção de consenso, deve à

diversidade dos interesses e necessidades dos parceiros envolvidos, o

planejamento deve oferecer um meio de atender a todos na direção futura que

melhor convenha para que a organização possa alcançar seus objetivos. Para

isso, é preciso aceitação ampla e irrestrita para que o planejamento estratégico

possa ser realizado através dessas pessoas em todos os níveis da

organização.

e) O planejamento estratégico é um forma de aprendizagem organizacional, por

estar orientado para a adaptação da organização ao contexto ambiental, o

planejamento constitui uma tentativa constante de aprender a ajustar-se a um

ambiente complexo, competitivo e suscetível a mudanças.

A resposta estratégica da organização envolve um comportamento global,

compreensivo e sistêmico. A participação das pessoas é fundamental nesse

aspecto, pois o planejamento estratégico não deve ficar apenas no papel, mas na

cabeça e no coração de todos os envolvidos, são eles que o realizam e o fazem

acontecer.

4.3.1 Planejamento estratégico corporativo

O planejamento estratégico corporativo abrange 4 linhas de ação. A primeira

desenvolve uma clara idéia da missão da empresa em termos de objetivos da

história, do segmento de mercado, da produção vertical e área geográfica.. Isso

tudo, quando bem definido, permite aos empregados um senso compartilhado de

direção, oportunidade, significância e realização.

A segunda atividade consiste em definir as unidades de negócios. O

negócios é bem definido pelos grupos de clientes, pelas necessidades dos clientes e

tecnologias empregadas. As unidades de negócios se beneficiam de planejamento

específico, enfrentam concorrentes próprios e são geridas como centros de lucro.

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A terceira atividade consiste em alocar recurso às várias unidades de

negócios com base na atratividade da indústria e na força competitiva da empresa.

Vários modelos de portfólio, como os do Boston Consulting Group e da General

Eletric, são apresentados para facilitar a determinação de quais negócios devem

crescer, ser mantidos, aproveitados ao máximos ou abandonados.

A quarta atividade consiste em expandir os negócios atuais e desenvolver

outros negócios para preencher a lacuna do planejamento estratégico. A empresa

pode identificar oportunidades via crescimento intenso (penetração de mercado,

desenvolvimento de mercado e de produto), crescimento integrado (para trás, para

frente e horizontal) e crescimento diversificado (concêntrico, horizontal e global).

4.3.2 Planejamento estratégico do negócio

Para GAJ (2002, p. 126) “o planejamento estratégico do negócio de uma

empresa deve em primeiro lugar se orientar pela estratégia corporativa, que é

normalmente baseada na missão e na visão da empresa, assim esses dois itens se

tornam os indispensáveis para sua elaboração, no entanto há outras etapas também

importantes na elaboração de um plano estratégico de negócio”.

Cada unidade de negócio realiza o seu próprio planejamento estratégico, o

qual inclui 8 fases: definição da missão, observação dos ambientes externo e

interno, formulação de metas, elaboração da estratégica do negócio, formulação do

programa de ação, implementação, feedback e controle. Todas essas etapas

mantêm a unidade de negócio ligada ao ambiente e atenta às novas oportunidades

de ameaças. Desse modo, o planejamento estratégico da unidade fornece o

contexto para preparar os planos de mercado para produtos e serviços específicos.

A visão da empresa é uma espécie de declaração dos rumos, da direção

que a empresa pretende tomar, de suas aspirações, suas crenças, sua postura. Não

se trata, portanto, de algo burocrático ou vazio como papéis ou documentos sem

sentido, e muito menos se trata de meros valores numéricos ou cálculos e propostas

quantitativas, pois, a declaração da visão de uma empresa, é algo mais filosófico, de

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cunho moral, social e ético, que pode causar empatia naquele que se identifica com

as intenções e esperanças ali declaradas.

O método mais comum para se elaborar uma declaração de visão da

empresa, visa, sobretudo, comprometer todos os níveis da organização, começando

pelos mais baixos, desde o chão da fábrica, de onde devem partir as idéias, relatos e

sugestões, sendo então revisto e acrescentado pelas gerências e a alta

administração até que tome forma.

GAJ (2002, p. 189) atribui essa metodologia, sobretudo à necessidade de

uma declaração de visão da empresa baseada em sua realidade, que expresse os

verdadeiros sentimentos e intenções de seus recursos humanos, pois que

declarações fantasiosas em nada contribuem para uma visão da empresa, a não ser

no fato de torná-la capaz de ser desmentida e até ridicularizada ao longo do tempo

com as práticas diárias. Esse é um dos problemas de empresas que formulam sua

declaração de visão exclusivamente a partir da alta administração, que tem pouco

contato com a realidade de todos os outros setores, que são os que vão levar as

tarefas e comportamento geral a cabo.

4.3.3 Planejamento estratégico nível funcional

O nível funcional não somente consolida os requisitos funcionais

demandados pela estratégia corporativa, mas também se constitui, acima de tudo,

no arsenal de armas competitivas que irão transformar-se nas competências

distintivas da empresas.

As estratégias funcionais aplicam-se às funções de cada negócio, ou de

cada unidade que atua em determinado ramo de negócios, como marketing,

produção, finanças, engenharia, recursos humanos, pesquisa e desenvolvimento,

logística, vendas e serviços.

O nível funcional tem o principal objetivo de manter o bom desempenho

corporativo e interatividade entre cada negócio estratégico da organização. Assim,

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chama-se de objetivo funcional, o conjunto de metas relacionas à área funcional,

que devem ser atingidas com a finalidade de se concretizarem os objetivos da

empresa, ou seja, da organização com um todo.

Torna-se muito importante no nível funcional, não somente atingir objetivos e

metas correlatas com o desempenho geral da organização, mas sobretudo é de

suma importância que esse nível compreenda grande compatibilidade de metas e

objetivos entre seus negócios, assim como também deve haver um mesmo nível de

compatibilidade nas ações dos negócios, visado o efeito de sinergia, caso contrário,

uma ação do marketing pode comprometer a logística, ou uma ação da pesquisa e

desenvolvimento pode comprometer a produção, e assim por diante.

Talvez o efeito sinérgico de ações centradas nos objetivos gerais da

organização como um todo coordenado, seja a característica mais importante do

nível funcional para o sucesso da organização. É fácil imaginar o efeito de ações

simultâneas como um novo produto ou tecnologia por parte da pesquisa e

desenvolvimento, aliado a um novo sistema de produção e o treinamento do pessoal

pelo setor de recursos humanos, havendo paralelamente uma campanha de

divulgação publicitária para lançamento do produto ou serviço, treinamento e

reciclagem das equipes de vendas, pesquisas de satisfação, ajustes elaborados à

partir das pesquisas e novo recomeço do ciclo no setor de pesquisa e

desenvolvimento.

4.3.4 O Planejamento estratégico na prática

Existem vários modelos de planejamento estratégico com possibilidade de

implantação nas organizações. A escolha de qual deve ser o escolhido deverá em

consideração o tipo de organização a ser submetida ao plano, bem como o ambiente

externo dessas organizações. Em linhas gerais um planejamento estratégico deve

seguir uma série de premissas, conforme segue no roteiro a seguir:

O primeiro passo para a elaboração do planejamento estratégico é

determinar com precisão questões básicas, porém primordiais como:

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� “Quem somos?”

� “Onde queremos chegar?”

� “Avaliamos os fatores externos?”

� “Como atingiremos nossos objetivos?”

A partir daí, deve-se simular situações diversas construir cenários, não

objetivando prever o futuro, mas sim descrever possíveis acontecimentos plausíveis

que poderão ocorrer. Para isso é necessário levar em consideração fatores como o

histórico e resultados para ter condições de interagir.

4.4 Definir a Missão

Definir a missão significa “estabelecer a razão de existência da organização,

qual seu negócio (o que faz) e de que forma atua nesse negócio (como faz)”. A

missão deve ser simples, curta extremamente objetivo. Ademais, deve haver

consenso entre os dirigentes da organização e ser um compromisso de todos.

Ao definir a missão da organização, o empreendedor estará

conseqüentemente objetivando o foco da empresa do mercado. Podendo assim

determinas com precisão em que segmento irá atuar, quais são seus concorrentes,

que empresas serão seus futuros fornecedores.

A missão da empresa é algo totalmente diferente da declaração de visão da

empresa. Desta vez, trata-se exatamente de valores numéricos e quantitativos,

estabelecidos de modo muito mais preciso e documental. A missão da empresa não

somente indica seus objetivos e propósitos concretos futuros e em andamento, como

descreve seu estado atual, seu ramo, atividade, produtos e serviços, sua

abrangência, seu mercado, seu público.

Para GAJ (2001, p. 219) define a declaração da missão da empresa, como

uma consolidação prática, formal e detalhada de como se pretende e se pode aplicar

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o conteúdo da visão da empresa o mercado e em suas ações no mundo real, ou

seja, trata-se de uma forma sólida de declarar as práticas que são subjetivamente

abordadas na visão da empresa.

A estratégia pela suas características de generalidade, busca da integração

e capacidade de agregar negócios e funções, pode ser vista, em uma última

instância, como responsável e necessária ao direcionamento da ação empresarial.

A missão é a razão de ser da empresa. Neste ponto procura-se determinar

qual o negócio da empresa, porque ela existe, ou ainda em que tipos de atividade a

empresa deverá concentrar-se no futuro. Aqui procura-se responder a pergunta

básica: “onde se quer chegar com a empresa?”

Conforme descrito por Oliveira, “a missão é uma forma de se traduzir

determinado sistema de valores em termos de crenças ou áreas básicas de atuação,

considerando as tradições e filosofias da empresa.”

A missão constitui o conjunto de procedimento que a empresa adota a fim de

realizar uma visão. Enquanto que a visão define o que a empresa quer para o seu

futuro, aonde ela quer chegar, a missão está relacionada à razão de existir da

empresa.

Percebe-se que, a missão da empresa representa um horizonte na qual a

empresa decide atuar e vai realmente entrar em cada um dos negócios que

aparecem neste horizonte, desde que seja viável sobre os vários aspectos

considerados.

4.5 Definir a Visão

A visão está ligada ao que se deseja ver realizado em uma grande empresa,

isso implica não estar satisfeito, necessariamente, com o que a empresa é o no

momento atual, mas sim com o que se deseja que ela venha a ser.

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Assim, para Berton visão é: “ser reconhecido por colaboradores, parceiros,

clientes e seguimento em que atua como uma das maiores importantes referências

mundiais em beleza e fazer com que suas ações para a preservação da vida

estabeleçam uma forte identificação com a sociedade.”2005, p. 149

Dessa forma, o termo visionário, aplica-se àquele que possui visão, estende-

se ao empreendedor.

Como um resumido exemplo, pode-se imaginar uma empresa que em sua

declaração de visão, exprima a idéia, a esperança e a intenção de preservar o meio

ambiente. Essa empresa em sua declaração de missão deverá listar os recursos

humanos e materiais que possui, e quais serão as ações específicas para atingir

esse ideal, como, por exemplo, oferecer um determinado produto que não contenha

ingredientes tóxicos, prestar um serviço de modo que seus resíduos sejam

reciclados ou devidamente contidos, ou ainda fomentar a consciência ambiental em

campanhas.

Descrevendo detalhadamente esses produtos, serviços e campanhas,

estabelecendo metas, prazos, quantidades, valores e outras características

específicas.

4.6 Identificar Fatores Fundamentais para Obter Suc esso

Consiste no levantamento e estudo dos principais fatores que poderão

influenciar no desempenho da empresa no mercado alvo e o conseqüente sucesso

ou fracasso no planejamento estratégico da organização. A identificação de fatores

essenciais para obtenção de sucesso consiste basicamente na análise interno e

externo da empresa e formulação das metas e objetivos.

A empresa é normalmente situada num ambiente que oferece oportunidades

e risco e, essas informações devem ser coletadas com quantidade e qualidade

adequadas para uma boa tomada de decisão por parte de seu executivo. No entanto

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não se trata de ato isolado no tempo, o método consiste de monitoração constante

uma vez que suas variáveis se modificam ao longo do tempo.

Entre outros fatores importantes a serem monitorados, pode-se citar os

macro ambientais – forças geográficas, demográficas, políticas, sociais econômicas.

E os micro ambientais – consumidores, concorrentes, distribuidoras, fornecedores,

assistência técnica.

O rastreamento, arquivamento e a capacidade de análise e interpretação de

dados são a essência deste procedimento, devendo ser a organização, capaz de

identificar as mudanças, tendências e nuances dos ambientes micro e macro, e

associar rapidamente a ela, as oportunidades e riscos que implicam.

4.6.1 Análise do Ambiente

Conforme Oliveira (2003) o sistema interage com seu ambiente,

caracterizando-se por um processo contínuo de entrada (inputs), transformações

internas, saídas (outputs) e retroalimentação (feedback). A figura 4 demonstra os

elementos componentes no sistema.

Figura 4 – Processo de interação da empresa com o ambiente Fonte: Adaptado de Oliveira (2003)

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Entende-se a organização como um sistema que está em constante

interação com o ambiente torna-se fundamental a análise atenta dos aspectos

ambientais, pois a formulação das estratégias organizacionais objetiva justamente o

levantamento das ameaças e oportunidades no ambiente, bem como, a

determinação dos pontos fortes e fracos da organização.

4.6.2 Estudar o mercado

Nesta etapa deve-se avaliar a posição/participação da empresa no mercado,

bem como, analisar fatores internos e externos, utilizando dados fidedignos e

consistentes.

No levantamento de dados internos da organização, deve-se levar em

consideração a trajetória da empresa, seu modelo de gestão, sua estrutura,

ambiente organizacional, seus resultados nas áreas comercial e financeira;

provenientes de suas estratégias, bem como, operacionalização da sua qualificação

técnica e evolução dos seus processos produtivos.

Ao se reunir e analisar esses dados, serão obtidas conclusões dos pontos

fortes e fracos da organização e deverão ser tomadas medidas cabíveis para

minimizar tais pontos fracos e maximizar e explorar os pontos fortes.

Ao analisar as informações externas, devem ser levados em consideração

dados e fatores de fornecedores, concorrentes e clientes diretos e indiretos e

aspectos políticos, sociais, econômicos, entre outros que venham a causar algum

efeito sobre estes e logicamente também sobre a organização.

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4.7 Definir Metas e Objetivos

As metas e objetivos devem ser definidos de maneira agressiva e

desafiadora, porém deve-se levar em conta as limitações da organização. Esses

deverão ser qualitativos e quantitativos e precisarão obedecer a prazos previstos no

planejamento.

As metas são na verdade necessárias para orientar a empresa no caminho,

no roteiro que deve ser seguido para que seja cumprida a missão de empresa dentro

da visão de empresa, já os objetivos, são as descrições detalhadas do que deve ser

feito para se atingir as metas.

As metas podem ser baseadas em diversos setores diferentes, do

econômico ao operacional, do marketing ao social, do operacional ao legislativo e

fiscal. As metas podem objetivar as mais variadas situações, posições e

considerações. Por exemplo, pode-se ter como meta a liderança de mercado, a

expansão de mercado, a consolidação da marca, o volume de exportação, a

consolidação de marca, a satisfação do cliente, a certificação de qualidade, o

equilíbrio financeiro, a adequação diante da legislação e assim por diante.

4.8 Estabelecer Estratégias

Neste ponto do planejamento serão utilizadas informações de todas as

etapas anteriores, visando estabelecer estratégias focadas nas necessidades da

organização em questão. Um fator crucial é agregar valor ao cliente oferecendo um

diferencial no segmento em que atua a organização.

Uma vez prontas essas referidas etapas anteriores, pode-se então formular

a estratégia propriamente dita. O plano estratégico de negócio conterá então

diversas informações e propostas importantes para que ocorram as melhores

tomadas de decisão, tanto diante de situações previstas como de surpresas, além de

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proporcionar a existência de uma organização sólida, capacitada, empreendedora,

que age com margens de segurança e risco devidamente equilibradas ao considerar

a relação custo x benefício x risco e cada oportunidade vislumbrada. Contando ainda

com uma forte sinergia através da coordenação de ações e métodos em todos seus

departamentos.

4.9 Planejar a Ação

Tendo-se estabelecido estratégias, faz-se necessário definir claramente

quem será o responsável pela execução de determinada ação, com e quando será

implementada, qual será o cronograma a ser seguido e qual será o custo da mesma,

ou seja, fazer um plano de ação.

O plano de ação é um resumo das atividades pretendidas para um período.

Representa uma espécie de cronograma de atividades mercadológicas e

corresponde às atividades operacionais da empresa. É um detalhamento de que

atividades serão desenvolvidas, quando, como e por quem.

Depois de escolher as estratégias e as táticas básicas para alcançar seus

objetivos, é preciso transformá-las em programas ou em planos de ação, pois estes

permitirão que sejam instruções claras à equipe de trabalho.

Na concepção de Oliveira (2002, p. 249) “plano de ação é o conjunto das

partes comuns dos diversos projetos quanto ao assunto que está sendo tratado

(recursos humanos, tecnologia, etc).”

O estabelecimento dos projetos proporciona ao executivo condições de

identificar e operacionalizar os planos de ação que a empresa irá desenvolver com o

objetivo de alcançar os resultados esperados e enfocados pelo planejamento

estratégico.

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Geralmente os planos de ação mais comuns se baseiam em três modelos:

liderança total em custos, diferenciação e foco.

No modelo da liderança total em custos, a atenção do plano de ação, é

voltada para a produção, distribuição e qualquer outro setor diretamente aos custos,

no sentido de reduzi-los sem grande impacto na qualidade geral do produto, sendo

assim possível, se obter um produto com preço menor que a concorrência e com

base nisso, dominar uma maior fatia de mercado progressivamente rumo à

liderança.

No modelo de diferenciação, a atenção central do plano de ação também é

voltada para a produção e distribuição, no entanto, engloba também outros setores

da organização, como o marketing, o design, a pesquisa e desenvolvimento ou

outros de acordo com o caso específico e, desta vez os esforços serão concentrados

no sentido de diferenciar seu produto ou serviço dos demais concorrentes, em

alguma característica desejada pelos consumidores.

O modelo do foco pode tanto ser um, o outro, ou ambos os exemplos

supracitados, com a diferença que ao invés de almejar um grande mercado, será

concentrado num segmento menor.

4.9.1 Controlar as ações

A execução das ações estabelecidas deve ser analisada constantemente,

visando mensurar desempenho x investimento e verificar se o cronograma está

sendo cumprido. Só assim será possível identificar as dificuldades e prováveis

falhas, possibilitando mudança de estratégia caso se faça necessária.

Diversos são os fatores internos e externos que devem ser monitorados para

um perfeito controle das ações. Por exemplo, funcionários aumentam ou diminuem

sua produtividade de acordo com sua motivação ou reação diante de modificações

diversas; o mercado reage com a maior ou menor demanda diante de diversos

fenômenos que vão desde a mudança repentina de opinião – como uma notícia de

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que manteiga causa infarto, ou que aumentaram os acidentes aéreos – à alteração

do poder aquisitivo – como falências, demissões em massa ou catástrofes naturais.

Os concorrentes também reagem, podendo lançar novos produtos ou fazer

promoções; a moda e os estilos de vida se modificam, até mesmo por causa de

telenovela e assim por diante.

Receber essas informações – feedback – e reagir adequada e prontamente

é algo essencial para a continuidade de toda estratégia implementada, inclusive até

mesmo estar apto a mudanças radicais em toda estrutura e conceitos se isso for

necessário.

4.10 Processo Orçamentário

Uma vez que a empresa já despendeu tanta energia para analisar o

ambiente, para fazer auto diagnóstico e definir seus objetivos e estratégias, amplos e

funcionais, seria uma pena que deixasse todo esse empenho morrer. E é

precisamente isso, que pode acontecer se ela não definir, juntamente com seus

objetivos e estratégia, quais serão os mecanismos específicos para acompanhar o

alcance dos objetivos.

4.10.1 Orçamento

Uma das maneiras mais tradicionais da organização de buscar a integração

de seus objetivos e, ao mesmo tempo controlar seu alcance, é consolidá-lo sob a

forma de um orçamento. O orçamento é peca importante, porém operacional, no

planejamento estratégico da empresa. O orçamento procura traduzir em valores tudo

aquilo que a empresa pretende colocar em prática em um determinado período.

O orçamento nada mais é do que, a partir da previsão das vendas da

empresa, determinar metas financeiras de receitas, gastos e investimentos a

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realizar. O processo mais valioso não está na elaboração do orçamento mas na

construção dos objetivos estratégicos da empresa.

O orçamento é, portanto, um processo de planejamento continuo, dinâmico e flexível de que o Estado se utiliza para demonstrar seus planos e programa de trabalho, para determinado período. Ele abrange a manutenção das atividades do Estado, o planejamento e a execução dos projetos estabelecidos nos planos e programas de Governo. (FORTES (2005, p. 73)

O orçamento cuja expressão forma de planos de curto prazo (um ano),

baseados nas estruturas empresariais existentes e/ou já programadas. Decorre dos

planos operacionais, na parte que é relativa ao próximo exercício contábil, ou seja, a

programação operacional.

Com o orçamento consolidado será vital para que a organização tenha uma

visão geral de seus negócios e resultados econômicos esperados para o próximo

ano, para aprovação de sua diretoria máxima.

Cabe ao controller a administração do sistema orçamentário, que recebe a

delegação da cúpula da empresa, seja dos proprietários, seja da diretoria

administrativa e financeira. Ele é quem deve liderar a organização do processo

orçamentário tanto na estrutura informacional como nos cronogramas de execução.

5 CONTROLE E AVALIAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Todas as decisões, tomadas durante o planejamento ou as operações

normais, devem estar sujeitas a controle. Um único sistema de controle pode ser

aplicado a todas as decisões, quaisquer que sejam suas origens (ACKOFF, 1983)

De acordo com Certo & Peter “o controle estratégico consiste em fazer com

que certas estratégias se desenvolvam da forma planejada.“ Os autores

acrescentam que o controle estratégico é uma forma de garantir a realização da

meta organizacional monitorando e avaliando a efetividade do processo de

administração estratégica.

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Oliveira (1993) explica que nesta fase verifica-se “como a empresa está

indo” para a situação desejada. O controle pode ser definido, em termos simples,

como a ação necessária para assegurar a realização, desafios, metas e projetos

estabelecidos. O autor determina que a função de controle, em sentido amplo,

envolve processo de:

� Avaliação de desempenho;

� Comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas e projetos

estabelecidos;

� Análise dos desvios dos mesmos;

� Tomada de ação corretiva provocada pelas análises efetuadas;

� Acompanhamento para avaliar a eficiência da ação de natureza corretiva; e

� Adição de informações ao processo de planejamento para desenvolver os

ciclos futuros da atividade administrativa.

O processo de controle envolve quatro etapas:

a) prever os resultados de decisões na forma de medidas de desempenho;

b) reunir informação sobre o desempenho real;

c) comparar o desempenho real com o previsto;

d) verificar quando uma decisão foi deficiente e corrigir o procedimento que a

produziu e suas conseqüências, quando possível. As etapas do controle são

demonstradas na figura 4 que demonstra um modelo geral de processo de

controle.

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Figura 5 – Um modelo geral do processo de controle Fonte: Adaptado de Certo & Peter (1993)

Assim, o controle pode ser definido como uma função do processo

administrativo que, mediante a comparação com padrões previamente

estabelecidos, procura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com

a finalidade de realimentar os tomadores de decisão, de forma que possam corrigir

ou reforçar esse desempenho ou interferir em funções do processo administrativo,

para assegurar que os resultados satisfaçam às metas, aos desafios e aos objetivos

estabelecidos (OLIVEIRA, 1993).

5.1 O BSC como Instrumento de Gestão Estratégica

O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta que constitui em um

referencial para traduzir os objetivos estratégicos de uma empresa num conjunto

coerente de indicadores de desempenho, segundo as próprias de seus criadores, o

professor Robert Kaplan e David Norton, da Harvard Business Scholl.

A principal contribuição desses dois autores parte da constatação de que as

medidas financeiras tradicionais não capitam a totalidade do esforço organizacional

em busca do seu futuro desejado.

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O balanced scorecard é um sistema de informação para gerenciamento da estratégia empresarial. Traduz a missão e a estratégia da empresa em um conjunto abrangente de medidas de desempenho financeiras e não-financeiras que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica. PADOVEZE (2003, p. 121)

Essa ferramenta complementa os indicadores financeiros tradicionais com

critérios que mensuram o desempenho sobre três outras perspectivas: a dos

clientes, a dos processos organizacionais internos e a do aprendizado e

crescimento.

O BSC é um instrumento que procura acompanhar a mudança nas oportunidades na criação de valor para o cliente pela gestão do patrimônio tangível e pela gestão do patrimônio intangível: relacionamento com cliente, produtos e serviços inovadores, processos operacionais sensíveis e de alta qualidade, data base e informações tecnológicas, capacidade, habilidade e motivação das pessoas. TAVARES (2007, p. 351)

O BSC é um sistema de medição que possui o objetivo de motivar

executivos e colaboradores a executar a estratégia e transformando-a em ação.

Através da comunicação dos objetivos e medidas de desempenho o balanced

scorecard:

� Descrever a visão de futuro da empresa para toda a organização, criando

aspirações compartilhadas;

� Cria um modelo holístico da estratégia, mostrando a todos os funcionários

como podem contribuir para o sucesso organizacional. Sem esse elo, os

indivíduos e departamentos podem até otimizar desempenho local, mas não

contribuirão para a realização dos objetivos estratégicos;

� Dá foco aos esforços de mudança. Se os objetivos e medidas certos forem

identificados, a implementação provavelmente será bem sucedida. Caso

contrário, os investimentos e iniciativas serão desperdiçados.

Kaplan & Norton (2000 propuseram um novo sistema de mensuração que

oferece aos gerentes um referencial abrangente para traduzir os objetivos

estratégicos da empresa num conjunto coerente de indicadores de desempenho. A

filosofia proposta pelo balanced scorecard fundamenta-se nas seguintes premissas

(figura 6):

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a) esclarecer e traduzir a visão e a estratégia;

b) comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas;

c) planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas;

d) melhorar o feedback e o aprendizado estratégico.

Figura 6 – O Balanced Scorecard como Estrutura para Ação Estratégica Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton (1997)

A premissa de esclarecimento e tradução da visão e da estratégia serve de

base para administração estratégica, pois a alta administração inicia o

desenvolvimento do estabelecimento de metas financeiras específicas que traduzam

claramente a estratégia adotada e pela definição dos objetivos relativos a

perspectiva dos clientes. A seguir determinam-se os objetivos relacionados aos

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processos internos e aprendizado. Conforme os autores, os objetivos do balanced

scorecard tornam-se uma responsabilidade funcional conjunta do grupo executivo, e

passa a funcionar como ponto de referência para uma série de importantes

processos gerenciais baseados em equipes.

A premissa de comunicação e associação dos objetivos e medidas

estratégicas demonstra a todos os colaboradores os objetivos críticos referentes à

consecução da estratégia, direcionando-os ao entendimento claro das metas d e

longo prazo.

Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas como premissa

do balanced scorecard possibilitará o alinhamento dos esforços organizacionais já

desenvolvidos à estratégia global.

A premissa de melhoraria do feedback e do aprendizado estratégico permite

que o balanced scorecard seja um instrumento para o aprendizado. “O balanced

scorecard permite que monitorem e ajustem a implementação da estratégia e, se

necessário, efetuem mudanças fundamentais na própria estratégia” esclarecem

Kaplan & Norton (1997).

O balanced scorecard é explicado por costa (2001) como um sistema de

gestão estratégica que se propõe a ajudar as empresas a traduzirem suas

estratégias em ações. Ele trata da definição e disposição das informações chave

para gerenciar o cumprimento da estratégia da empresa e dos processos gerenciais

que promovem o alinhamento estratégico necessário.

Conforme Kaplan & Norton (1997) o balanced scorecard traduz a missão e

estratégia em objetivos e medidas organizadas segundo quatro perspectivas

diferentes: financeira, do cliente, dos processos internos e do aprendizado e do

crescimento. A figura 7 apresenta as perspectivas.

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Figura 7 – Tradução da visão e estratégia – quatro perspectivas Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton (1997)

Aos indicadores financeiros tradicionais são incluídas medidas de

desempenho referente aos clientes, aos processos internos, as atividades de

inovação e crescimento.

5.1.1 Perspectiva dos clientes

Os interesses dos clientes para o modelo podem enquadrar-se na análise do

prazo, qualidade, desempenho e serviço. Para colocar o BSB em funcionamento, as

empresas precisam definir objetivos ou metas de prazo, de qualidade, de

desempenho e de serviço.

Posteriormente, necessita converter esses objetivos ou metas em

indicadores específicos. É indispensável para a adoção dessa perspectiva que a

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empresa adote algum mecanismo para que o cliente possa efetivamente ser ouvido

e monitorado.

5.1.2 Perspectiva dos processos internos

Os indicadores dos processos internos só terão significativos se forem

orientados pelo conhecimento do cliente e pelos feedbacks recebidos pelo

monitoramento das ações desenvolvidas para atender as suas expectativas.

A satisfação do cliente resulta das decisões e ações desenvolvidas no

âmbito da organização. Os indicadores internos do BSC devem refletir os processos

organizacionais internos que exercem maior impacto sobre a satisfação do cliente.

5.1.3 Perspectiva de inovação e aprendizagem

Os indicadores anteriores voltados para o cliente e para os processos

internos são importantes, mas não suficientes. Precisam atender as necessidades

de mudanças. A empresa precisa adotar duas rotas para mudanças: o

incrementalismo e a inovação. Isto é, precisam estar orientadas para pequenas e

contínuas mudanças e precisam ainda estar orientadas para a inovação em

produtos/serviços e em processos. Essa capacidade de melhorar, inovar e aprender

possui uma relação muito próxima com a perspectiva de perenizaçao da empresa e

de seu valor de mercado.

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5.1.4 Perspectiva financeira

Os indicadores financeiros constituem-se na medida mais objetiva da

contribuição do conjunto de ações descrito para a melhoria dos resultados da

empresa. Os indicadores identificados em outras dimensões necessitam serem

transformados em medidas financeiras, visando a sustentabilidade da instituição.

A metodologia do scorecard reúne uma série de informações estratégicas

que são organizadas num conjunto de indicadores que permitem localizar

problemas, definir rumos, prever turbulências e entender aonde a empresa vai,

portanto, um balanced scorecard adequado deve contar a história da estratégia.

5.1.5 Proposta de um modelo de indicadores de desempenho

A construção de um modelo de indicadores de desempenho pressupõe a

utilização de uma teoria que sustente o sistema e que forneça os conceitos básicos

orientadores do trabalho. Assim, elaboram-se os indicadores com base na estrutura

do sistema de medição “balanced scorecard” desenvolvido por Kaplan e Norton

(1997). Salientando-se que esta metodologia é uma abordagem participativa que

fornece um arcabouço para o desenvolvimento sistemático da visão organizacional,

tornando-a mensurável (RAMPERSAD, 2004).

A proposta desenhada ampara-se nos seguintes conceitos: mapa

estratégico, perspectivas organizacionais, relação de causa e efeito, indicadores de

resultado e de tendência.

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5.2 Vantagens e Desvantagens do Planejamento Estra tégico

A busca constante introduzida pela prática e o aprendizado no processo de

planejamento estratégico leva a organização a refletir sobre como poderia ser mais

efetivo, identificando-se as vantagens e desvantagens.

VANTAGENS DESVANTAGENS

� Qualificação dos cenários na forma de apresentação e consolidação dos temas;

� Necessidade de mensurar o impacto dos projetos estratégicos nos indicadores de gestão e na própria estratégia;

� Revisão da missão, visão e dos objetivos estratégicos;

� Necessidade de validar os indicadores de gestão em uso sob o enfoque estratégico;

� Substituição de planos de ação por projetos estratégicos, visando maior foco, consistência e integração das ações estratégicas;

� Aperfeiçoamento na definição das metas que se valiam muito das projeções e tendências construídas sobre resultados obtidos;

� Inserção da prática de posicionamento estratégico antes da definição dos objetivos;

� A não clareza de metas de longo prazo leva a dificuldades para priorizar projetos e alocar recursos;

� Criação do conceito de auditoria de objetivos, realizada ao final de cada ciclo para avaliar o atingimento dos objetivos e suas metas anuais;

� Alinhamento dos esforços na organização concentra na atuação por projetos e pouco nas ações funcionais;

� Ampliação da venda de produtos ou serviços, gerando uma vantagem competitiva em termos de escala, custos e posicionamento no mercado;

� Os processos redesenhados encontram à margem na realização das estratégias, não existindo uma conexão entre a gestão por processo e a de ações estratégicas;

� Desenvolver a continuidade operacional em nível de excelência, a busca permanente de rentabilidade, transparência e credibilidade, e o crescimento por novas oportunidades. Estes elementos fazem parte da perspectiva de processos internos, que são identificados objetivos que suportam as ações para a sustentabilidade.

� Atenção da organização para as estratégias ocorre mais focada em ciclos anuais (1ciclo/ano) de discussão e definição. Após o ciclo anual a organização se limita a monitorar o andamento dos projetos, pouco considerando a necessidade de rever as estratégias em função das mudanças no ambiente.

Quadro 02 – Vantagens e desvantagens no processo estratégico Fonte: Adpatado Kaplan

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5.3 Mapa Estratégico

O mapa estratégico procura estabelecer essa relação de causa e efeito

conectando os resultados almejados com os respectivos vetores ou

impulsionadores, isto é, aquilo que pode levar ao resultado pretendido.

As relações de causa e efeito geralmente procuram tornar evidentes os

vínculos mais significativos da relação estabelecida, segundo a visão estabelecida e

o posicionamento estratégico pretendido.

O surgimento de uma ameaça ou oportunidade importante pode,

inicialmente, ser ignorada em algumas empresas e ansiosamente aguardada em

outras. Assim, o estímulo inicial, o evento que começa o processo de resposta,

determina o quão oportuno ele é.

O estímulo depende do mecanismo de monitoramento ambiental da

empresa, das técnicas utilizadas para a análise e avaliação do seu impacto, da

mentalidade, dos principais administradores e da estrutura organizacional.

Os autores Kaplan & Norton (1997), salientam que a metodologia do

balanced scorecard possui como premissa o esclarecimento e a tradução da visão e

da estratégia organizacional. Para tanto, elabora-se o mapa estratégico onde pode-

se visualizar o encadeamento das questões estratégicas e o seu alinhamento a

visão de futuro, ou seja, o mapa estratégico é uma estrutura genérica para a

descrição da estratégia.

Os mapas estratégicos ajudam as organizações a ver suas estratégias de

maneira coesiva, integrada e sistemática.

Conforme Kaplan & Norton (2000) o mapa estratégico permite o

entendimento da estratégia sob uma perspectiva ampla e não como um processo

gerencial isolado. A estratégia deve ser compreendida com parte de um contínuo

que começa com a visão da empresa, que deve ser traduzida para que as ações

individuais com ela se alinhem e lhe proporcionem apoio.

Seguindo, desta forma, a literatura de base, formulou-se o mapa estratégico

da empresa estruturando-se as questões definidas no planejamento estratégico

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numa relação de causa e efeito. A figura 08 apresenta o mapa estratégico onde se

evidencia o encadeamento das questões estratégias da organização.

O mapa estratégico do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Senac-

DF apresenta objetivos estratégicos, distribuídos em perspectivas em uma relação

de causa e efeito, de forma que, para alcance da visão de futuro, é necessário

atender a todas as perspectivas. Assim, para agregar valor ao cliente e sociedade,

devem ocorrer melhorias dos processos internos organizacionais, o que será

promovido quando as pessoas ou empregados alcançarem patamares superiores

em aprendizado e inovação. A perspectiva financeira, localizada em toda a extensão

lateral direita do mapa, indica o suporte para desenvolvimento das demais

perspectivas com a garantia da saúde financeira da instituição.

Figura 8 – Mapa Estratégico Senac-DF Fonte: Plano de Trabalho 2008 Senac-DF

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6 ESTUDO DE CASO SENAI: A GESTÃO INTEGRADA DE PROJE TOS

ESTRATÉGICOS

A fonte de informação para a elaboração da pesquisa foi o estudo de caso

realizado no SENAI Nacional publicado por Frederico Lamego de Teixeira Soares,

gestor do Modelo de Avaliação e gerente de Orçamento e Gestão da Unidade de

Planejamento e Gestão.

6.1 Apresentação

Presente em todos os estado do Brasil, o Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial – SENAI tem como missão contribuir para a competitividade da indústria

brasileira por meio da educação para o trabalho e da prestação de serviços técnicos

e tecnológicos (assistência técnica e tecnológica, pesquisa aplicada e informação

tecnologia. Criado em 1942, o SENAI é parte integrante do Sistema CNI-

Confederação Nacional da Indústria e Federações das Indústrias dos estados. Atua

em 28 setores econômicos, com oferta de cerca de 2 milhões de matrículas e 151

mil serviços técnicos e tecnológicos prestados por meio de sua estrutura física de

mais de 744 unidade operacionais de 18.881 colaboradores.

No que concerne ao seu modelo de gestão o SENAI é constituído por dois

blocos fundamentais. De um lado, encontram-se os órgãos normativos, compostos

pelo Conselho Nacional e pelos Conselhos Regionais, responsáveis pelo

delineamento de diretrizes e aprovação de resultados da gestão. Do outro, estão os

órgão executivos, representados pelo Departamento nacional e pelos 27

Departamentos Regionais. Cabe ao Departamento Nacional coordenar a execução

de políticas definidas pelo Conselho Nacional e projetos, de forma articulada com os

Departamentos Regionais. Responsáveis diretos pela execução de projetos e

programas, os Departamentos Regionais detêm autonomia executiva. Operando em

estreita colaboração com o setor industrial, atendem às demandas locais segundo as

orientações das respectivas federações das indústrias. Assim, combina-se um

modelo de gestão privada com atuação confederativa.

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6.2 Modelo de gestão estratégica do SENAI

Em 1995, o SENAI iniciou a implementação de processo de gestão baseado

na tomada de decisões com foco estratégico. Foi criada a Comissão Nacional de

Planejamento – CNP, fórum composto por diretores representantes das cinco

regiões geográficas do país para deliberar sobre assuntos de natureza estratégica e

projetos. Paralelamente, foram constituídos os comitês regionais de planejamento

para discussão de estratégias e projetos de interesse dos seus respectivos estados.

O Departamento Nacional, por sua vez, estruturou sua área de planejamento para

atuar nos processos de gestão estratégica e no gerenciamento de projetos

aprovados pela CNP. Com isso, formou-se uma rede de planejamento nacional que

passou a organizar, de forma articulada, a discussão estratégica e a sua respectiva

operacionalização por meio de projetos.

Em 2002, o Departamento Nacional iniciou a implantação, em todo o país,

da metodologia do balanced scorecard (BSC) para permitir analisar e quantificar o

desempenho estratégico do Sistema SENAI. E, nesse contexto, o desafio principal

consistiu em buscar avaliar os impactos dos projetos na estratégia formulada. Dessa

forma, o modelo de gestão estratégica do SENAI pode ser sintetizado conforme a

Figura 9.

Revisão da Estratégia Plano Estratégico

Análise Ambiental Externa (Cenários) Balanced Scorecard - BSC

Identificação de projetos

pelas metas Análise do Desempenho Estratégico

Gestão de Projetos Estratégicos

Figura 9 - Modelo de gestão estratégica do SENAI Fonte: SENAI

A partir do desdobramento dos referenciais estratégicos e do balanced

scorecard, a sistemática de gerenciamento de projetos estratégicos no SENAI foi

estruturada de acordo com a filosofia do Instituto de Gerenciamento de Projeto

(Project Management Institute – PMI). De igual modo, vem sendo desenvolvida,

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conforme as normas ISO 9000:2000, tendo em vista ser o Departamento Nacional

certificado em gestão de projetos. Para tanto, foi desenvolvido o Sistema de Gestão

de Projetos Estratégicos – SGPE para sistematizar, em rede, todo o processo que

caracteriza a gerência por projetos no SENAI. Esse processo de gestão contempla

conjunto de fases que caracterizam o ciclo de gerência estratégica de projetos no

SENAI, a seguir descritas na figura 10.

Figura 10 - Ciclo de vida de um projeto com adaptação Fonte: SENAI

Projetos Estratégicos – SGPE para sistematizar, em rede, todo o

processo que caracteriza a gerência por projetos no SENAI. Esse processo de

gestão contempla conjunto de fases que caracterizam o ciclo de gerência estratégica

de projetos no SENAI, a seguir descritas:

Início – Compreende a fase de identificação da demanda e sua tradução em

uma idéia para solucionar o problema. Isto é, o diagnóstico formal das alterações

ocorridas no ambiente de atuação do SENAI, que justifica a concepção de um novo

projeto.

Planejamento – Contempla a apresentação das especificações técnicas de

proposta de projeto, cujo preenchimento é realizado por um gestor no Sistema

Gestão de Projetos Estratégicos (SGPE). A proposta de projeto é detalhada por

objetivo, justificativa, alinhamento estratégico, equipe, cronograma de execução,

produtos, metas, indicadores de desempenho, indicadores de impactos e análise de

viabilidade econômico-social.

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O financiamento para viabilizar a execução dos projetos estratégicos advém

de recursos do Departamento Nacional que são aplicados por meio da publicação de

editais de projetos. Trata-se de conjunto de diretrizes e orientações para organizar a

apresentação e seleção de propostas de projetos encaminhadas pelos

Departamentos Regionais ao Departamento nacional. Os editais são publicados em

dois momentos: no início do planejamento orçamentário do exercício seguinte e no

momento de sua revisão (julho). Pelas regras do edital, toda proposta de projeto

deve estar alinhada aos referenciais estratégicos, linhas de negócios e setores

econômicos priorizados pelo Departamento Nacional.

A partir de seu preenchimento SGPE, conforme data estabelecida no edital,

inicia-se a análise das propostas de projetos pelo Departamento Nacional do SENAI.

Caso a proposta não esteja em conformidade com as regras do edital, o projeto é

automaticamente desqualifado. Os projetos que alcançarem pontuação mínima

estabelecida de 60 pontos serão, então, encaminhados, conforme sua ordem de

classificação, para a aprovação da Comissão Nacional de Planejamento - CNP. Os

demais serão arquivados e poderão ser reapresentados nos próximos editais de

projetos.

Execução - Trata-se de “fazer acontecer” o planejamento do projeto,

executando as atividades programadas, visando o alcance das metas no prazo e

nos custos estabelecidos. Nesse sentido, o gestor de projeto deve registrar as

seguintes informações sobre a evolução do projeto no SGPE:

� Realização financeira;

� Situação do cronograma no que tange à evolução das etapas e atividades;

� Situação das metas estabelecidas no planejamento do projeto;

� Descrição resumida da evolução global do projeto;

� Resultado da pesquisa de satisfação dos clientes do projeto para produtos

gerados durante a fase de execução.

Caso necessário, o gestor deverá proceder às alterações no cronograma

físico e financeiro, visando antecipar mudanças que possam prejudicar os resultados

do projeto. Em especial, a partir da identificação de desvios entre o cronograma

previsto e o realizado. Se for identificada a necessidade de mudança na data de

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conclusão ou no valor total do projeto, há a necessidade de avaliação por parte da

comissão nacional de planejamento.

Controle – Cabe ao Departamento Nacional monitorar o progressivo,

sistematizar a liberação de recursos e prestar assessoria aos gestores. Para tanto, a

unidade de planejamento do Departamento Nacional exerce a função de escritório

de gestão estratégica de projetos, nos seguintes processos. (Figura 11)

Assessoria à

tomada de decisão

Assessoria e suporte Técnico e metodológico

aos gestores de projetos.

Acompanhamento, gestão e controle da carteira de projetos.

Figura 11 – Processos do escritório de gestão estratégica de projetos. Fonte: SENAI

Assessoria à tomada de decisão

� Geração de relatórios gerenciais para a direção, contemplando avaliações

comparativas da carteira no que tange aos aspectos de custo, prazo, escopo e

qualidade;

� Identificação de desvios e apresentação de soluções para programas em

desenvolvimento;

� Apresentação das análises de impacto dos projetos, a ser objeto de cruzamento

com performance estratégica;

� Assessoria na resolução de conflitos;

� Assessoria na alocação de recursos de acordo com prioridades estratégicas.

Assessoria e suporte técnico e metodológico aos ges tores de projetos

� Implementação das metodologias de gestão de programas e projetos e dos

sistemas de informações.

� Assessoria aos gestores na estruturação do planejamento, gestão e controle

dos projetos.

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� Realizações de auditorias técnicas de acompanhamento nas fases de

planejamento e de execução visando garantir a qualidade dos resultados do

projeto;

� Identificação e provimento de capacitação em gestão de projetos aos gestores

e equipe técnica;

� Provimento de suporte técnico e de manutenção para toda a carteira de

projetos;

� Busca de melhores práticas visando a melhoria contínua no processo de

gerenciamento;

� Levantamento, arquivo e disseminação de melhores práticas.

Acompanhamento, gestão e controle da carteira de pr ojetos

� Gestão e monitoramento de progresso dos projetos;

� Análise das distorções e desvios visando a tomada proativa de ações

corretivas;

� Proposição de replanejamento nos programas de prazos, custo, qualidade e

escopo, quando necessário;

� Controle dos resultados e metas planejadas dos projetos – rastreamento dos

impactos estratégicos;

� Controle financeiro e alinhamento orçamentário da carteira.

A evolução do processo de Administração Estratégica

� Construção do 1º Plano Estratégico Nacional 1996-2010 (1995);

� Desdobramento das Focalizações Regionais (1997);

� Desdobramento dos Planos Estratégicos Estaduais (1988-1999);

� Implementação da Gestão de Projetos Estratégicos (a partir de 1998);

� Revisão e Atualização do Plano Estratégico 2000-2010 (2000);

� Implementação do Modelo de Avaliação da Performance (2002 - 2005);

� Lançamento dos Editais de Projetos Estratégicos (2004-2005).

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6.3 Resultado Esperado: Nova Sistemática de Impleme ntação da Estratégia

SENAI.

Figura 12 – Nova Sistemática de Implementação da estratégia SENAI. Fonte: SENAI

Referenciais Estratégicos

Gestão Estratégica de Projetos

Painéis de Desempenho: Mapa Estratégico, Indicadores e Metas

Colaboradores Comprometidos com a Estratégia

Maximização do

Cumprimento da Missão

Clientes e Sociedade Satisfeitos

Excelência em Gestão

Saúde Financeira

Valor Agregado Social

Missão Visão

Avaliação ambiental

Interna

Avaliação ambiental Externa

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Mapa Estratégico do SENAI

Figura 13 – Mapa Estratégico SENAI

Fonte: SENAI

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6.4 Modelo de Gestão Estratégica de Projetos

Editais de projetos do sistema SENAI - Objet ivos Principais

� Fortalecer o papel do SENAI Departamento Nacional como instigador de

iniciativas inovadoras;

� Alinhar ações do Sistema SENAI com áreas tecnológicas e linhas de atuação

prioritárias;

� Alocar orçamento em ações que fortaleçam a atuação das unidades regionais

junto às indústrias;

� Envolver as unidades internas na avaliação das propostas de projetos e no

monitoramento dos projetos aprovados junto aos regionais;

� Aprovar e selecionar projetos estratégicos, segundo critérios técnicos

previamente estabelecidos;

� Transparência na aplicação dos recursos e visibilidade dos resultados.

Critérios de Avaliação

Quadro 03 – Critérios de Avaliação

Fonte: SENAI

Critério Definição Pontuação

Análise técnica

Consistência entre os componentes do projeto, capacidade de atendimento à demanda identificada, suficiência de recursos para desenvolvimento dos produtos ou serviços e alcance dos impactos esperados, potencial de mercado e atendimento às legislações vigen

Até 50

Abrangência Multi-estadual Até 15

Capacidade dos produtos do projeto gerarem diretamente ou captarem os recursos necessários para sua sustentação futura. Verifica-se mediante a ocorrência de resultado operacional positivo após no máximo três anos da colocação dos produtos do projeto no me

• Os projetos voltados para a Aprendizagem serão sempre considerados sustentáveis.

• Os demais projetos não-geradores de receitas serão considerados sustentáveis apenas quando contarem com receitas de convênios suficientes para cobrir as despesas da fase de operação dos produtos do projeto (pós-projeto).

Parcerias Financeiras

Participação de recursos financeiros de Departamentos Regionais e demais parceiros do projeto para desenvolvimento de seus produtos.

Até 20

100Total

Até 15Sustentabilidade

Nota mínima para aprovação 60 pontos

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Princípios do Modelo

� A Comissão Nacional de Planejamento é o fórum responsável pela definição de

critérios, seleção dos projetos, bem como pelo acompanhamento da carteira de

projetos aprovados;

� Cada projeto tem um gestor, responsável direto por toda a execução e

gerenciamento de recursos, prazo e comunicação;

� O monitoramento do dia-a-dia do projeto é realizado por Unidade

Organizacional do Departamento Nacional, conforme o escopo do projeto, que

designa um “Padrinho” para cada projeto;

� A Unidade de Planejamento, Orçamento e Gestão é responsável pela

elaboração dos Editais com o envolvimento das áreas técnicas do DN e pelo

monitoramento físico e financeiro da carteira de projetos.

Gestor do Projeto – Responsabilidades

1. Apresentar proposta de projeto, conforme modelo estabelecido;

2. Executar, controlar e gerir os recursos repassados por todos os parceiros

envolvidos;

3. Coordenar a execução do projeto;

4. Atualizar o Sistema SGPE mensalmente apresentando as seguintes

informações:

� Atualização do cronograma físico (% de realização) das atividades de cada

etapa e metas relacionadas;

� Atualização do cronograma financeiro;

� Descrição resumida da evolução do projeto incluindo resultados,

observações, lições aprendidas;

� Atualizar resultados da pesquisa de satisfação do cliente do projeto.

5. Organizar prestação de contas parciais e final das despesas;

6. Centralizar o processo de aquisição e contratação de produtos e serviços;

7. Prestar quaisquer informações sobre o projeto ao DN, quando necessário;

8. Apoiar possíveis auditorias mediante a apresentação de relatórios e de

documentação fiscal.

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Fluxo de apresentação de projetos via Editais

Figura 14 – Fluxo de apresentação de projetos via Editais Fonte: SENAI

Linhas de Ação Priorizadas em 2005

1. Implantação, ampliação ou modernização de laboratórios para

desenvolvimento de novos produtos;

2. Implantação, ampliação ou modernização da rede de laboratórios de

metrologia;

3. Certificação de produtos;

4. Pesquisa aplicada e inovação tecnológica;

5. Implantação, atualização do acervo e modernização da infra-estrutura dos

núcleos de informação tecnológica;

6. Modernização da infra-estrutura de ambientes de ensino para

desenvolvimento de novos produtos de educação profissional;

7. Expansão da Aprendizagem;

8. Certificação de pessoas;

9. Desenvolvimento de ações educacionais e de tecnologia que demandem

cooperação internacional;

10. Educação à distância.

Apresenta ção das propostas de projetos pelos Departamentos Regionais no in ício do planejamento

do pr óximo exerc ício e na revis ão or çament ária

Pré – Qualifica ção (análise do projeto pelo DN em relação às linhas de atua ção, objetivos estrat égicos,

setores priorizados e regras do edital)

Análise t écnica e prioriza ção pelo DN (an álise e pontua ção de acordo com crit érios de sele ção)

Avalia ção de m érito e aprova ção pelo F órum de Planejamento

Divulga ção de Resultados

Análise do alinhamento Estratégico

Uso do SGPE

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Áreas Tecnológicas priorizadas em 2005

1. Alimentos e Bebidas

2. Automotiva

3. Construção Civil

4. Eletroeletrônica

5. Energia, Petróleo e Gás

6. Madeira e Mobiliários

7. Metal Mecânica

8. Telecomunicações

9. Vestuário, Têxtil e Confecções

Formulário de Planejamento

• Objetivos (o que);

• Justificativa (por que);

• Cliente (quem se beneficia diretamente);

• Parceiros técnicos e financeiros (quem ajuda e participa dos resultados);

• Produtos (resultados tangíveis);

• Referenciais estratégicos (objetivos do BSC);

• Gestor (responsável formal);

• Metas (produtos quantificados);

• Equipe Técnica (quem trabalha);

• Cronograma de Execução e período de execução (como e quando);

• Despesas (quanto custa por ano e por conta orçamentária);

• Memória de cálculo e origem dos recursos (quanto);

• Análise de viabilidade econômica e social com apresentação de plano de

negócio (comprovação da rentabilidade econômico e/ou social do projeto);

• Descrição dos Impactos esperados, indicador (BSC) e periodicidade para a

avaliação estratégica.

Monitoramento, Execução e Controle

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Execução do Projeto

� “Fazer acontecer” o planejamento;

� Monitorar o progresso das etapas, atividades e metas no Sistema SGPE;

� Analisar as distorções e registrar observações no relatório consolidado do

projeto;

� Verificar necessidade de re-planejar o projeto dentro do prazo de execução

estabelecido.

Registro Permanente da Execução pelo Gestor do Proj eto

Figura 15 – Registro da Execução pelo Gestor do Projeto Fonte: SENAI

Verificação da Execução do Projeto pelos Gestores n o Sistema SGPE

Necessidade de o gestor rever cronograma, registrar observação ou

atualizar o projeto quando há desvio superior a 30% nas despesas e ou 3 meses de

atraso no término projetado.

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Quadro 05 – Verificação da Execução do Projeto pelos Gestores no Sistema SGPE Fonte: SENAI

Acompanhamento de prazos: desvio de prazos em mais de 120 dias obrigam

ação corretiva

Figura 16 – Acompanhamento de prazos no Sistema SGPE Fonte: SENAI

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Acompanhamento das Despesas: desvio de despesas em 35% demanda ação

corretiva

Figura 17 – Acompanhamento das Despesas no Sistema SGPE

Fonte: SENAI

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Monitoramento – Exemplo de Relatório

Quadro 05 – Exemplo de Relatório Gerencial

Fonte: Senai

Valores em R$

DR-Título Início Total do

Projeto Realizado

Repassado

DN

Data Último

Repasse

Saldo a Prestar

Contas

%

Realização

de Etapas

Última

Atualização

Gestor

Capacitação na elaboração de Projeto de Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo e Créditos de Carbono. 7/2/2005 245.000,00 19.800,00 33.000,00 23/2/2005 33.000,00 39,00 26/09/2005

Implantação dos Serviços Laboratoriais de Ensaios

para Cadeia Produtiva da Construção Civil 1/2/2005 260.000,00 15.537,59 40.000,00 23/2/2005 40.000,00 46,00 28/09/2005

Modernização e ampliação da infra-estrutura dos

laboratórios de alimentos do SENAI Região Sul 3/1/2005 1.220.000,00 282.605,56 160.000,00 14/1/2005 160.000,00 35,00 28/09/2005

Curso de Eletrônica Embarcada 15/1/2005 486.698,50 50.301,12 40.000,00 14/1/2005 0,00 42,00 28/09/2005

Capacitação a Distância para Aplicação da NR 10 -

INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 24/1/2005 159.884,75 24.514,35 19.641,30 14/1/2005 19.641,30 53,00 24/08/2005

Modelo para Implantação de Tecnologias em Gestão

Empresarial 1/1/2005 296.000,00 84.289,10 100.000,00 26/9/2005 100.000,00 48,00 08/08/2005

Produção de Materiais de Referência Elastoméricos

Certificados 1/2/2005 240.000,00 46.104,60 99.000,00 23/8/2005 59.400,00 66,00 21/09/2005

Inclusão de duas novas metodologias no Programa

Inovar para Competir 1/12/2004 247.500,00 93.038,74 39.500,00 14/1/2005 39.500,00 59,00 15/09/2005

Implantação de ensaios de flamabilidade 1/7/2005 219.682,48 0,00 68.543,00 29/8/2005 68.543,00 15,00 29/09/2005

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100

Quando um projeto termina?

� Conclusão das etapas e atividades com registro de 100%;

� Registro final das despesas realizadas no “relatório consolidado”;

� Prestação de Contas Final;

� Aplicação da pesquisa de satisfação do cliente na última etapa do projeto;

� Registro dos resultados do projeto pelo gestor no relatório consolidado;

� Formalização da conclusão do projeto pelo Diretor Regional responsável;

� Apresentação de resultados do projeto no Fórum de Planejamento;

� Registro de lições aprendidas.

Pós-implementação – Avaliação de Impactos

Figura 18 – Pós-implementação – Avaliação de Impactos no painel de desempenho Fonte: SENAI

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Os 10 Fatores Críticos de Sucesso do Modelo de Gest ão Estratégico de Projeto

do SENAI

1. Os projetos devem ter duração limitada (No SENAI = 18 meses) de modo a

permitir o controle efetivo da execução e a rastreabilidade dos impactos

estratégicos.

2. Projetos são empreendimentos inovadores e de mudança. Logo, a gestão de

carteira contém número limitado de empreendimentos.

3. É fundamental estabelecer procedimentos padronizados e informatizados

para o planejamento, execução e controle de carteiras de projetos alinhadas

ao painel de desempenho (BSC).

4. A gestão de projetos é macro-processo exclusivo da área de Planejamento.

5. Antes de aprovar e selecionar projetos há necessidade de se definir critérios

objetivos de priorização que levem em conta o impacto estratégico, bem como

viabilidade técnica-econômica do empreendimento;

6. O planejamento detalhado facilita o controle e reduz riscos na execução;

7. O monitoramento de prazos e despesas pressupõe métricas iguais similar ao

de processo de gestão de escritório de projetos;

8. No planejamento, identificar os impactos esperados e sua forma de medição

(indicadores estratégicos). No SENAI, cada descrição de impacto está

vinculada com um indicador estratégico de modo possibilitar quantificação de

resultado futuro;

9. A gestão da carteira de projetos deve estar vinculada com a gestão

orçamentária;

10. O desenvolvimento de cultura de gestão de projetos demanda investimentos

permanentes em capacitação.

Para realizar este trabalho, a unidade de planejamento utiliza as informações

geradas pelo Sistema Gestão de Projetos Estratégicos a partir dos registros

efetuados pelos gestores. Nesse sentido, há a necessidade de o gestor estar

sempre atualizando os registros sobre a evolução do respectivo projeto para refletir

sua situação real. Caso contrário, o projeto poderá ser automaticamente suspenso.

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Encerramento – É marcado pela conclusão de 100% do cronograma com o

atingimento dos produtos e resultados previstos e organização da prestação de

contas. O gestor do projeto ou o coordenador da região deverá realizar exposição

aos membros da Comissão Nacional de Planejamento – CNP dos resultados

alcançados, evidenciarem os produtos tangíveis e relatar o conhecimento adquirido

(lições aprendidas) em todo o processo de gestão. De igual modo, deverá ser

apresentada, se couber, a primeira mensuração dos indicadores de impacto do

projeto. Caberá a CNP avaliar e proceder à aceitação formal ou não dos resultados

do projeto quer serão, posteriormente, registrados em memória.

6.4 Considerações Finais

Como avaliar os impactos dos projetos na estratégia formulada? No

entendimento do SENAI, o alinhamento ocorre inicialmente no planejamento do

projeto, a partir da análise estratégica, do desdobramento das metas estratégicas

em metas do projeto, bem como da identificação dos impactos. Nesse contexto, o

desafio consiste em identificar se houve alteração das metas estratégicas a partir

dos resultados do projeto, bem como quantificar outros impactos não

necessariamente estratégicos, mas que mensuram a qualidade dos resultados

alcançados. Essa tarefa demanda esforço de rastreabilidade de cada projeto

concluído com a implementação de processo de verificação dos impactos, por parte

da unidade de planejamento.

E, nesse contexto, o modelo de gestão estratégica de projetos do SENAI

considera conjunto de pressupostos que visam garantir sua efetividade:

� Um bom planejamento de projeto facilita a análise e o alinhamento estratégico;

� Todo projeto estratégico deve ter escopo inovador que proporcione impactos

significativos e não incrementais na estratégica;

� A atualização de informações pelo gestor é obrigatória;

Com base nessa estrutura, o Departamento Nacional do SENAI vem atuando

como um agente alavancador de iniciativas estratégicas materializadas em projetos

de mudança. Essa função não se limita ao aspecto financeiro onde, cada vez mais,

parcela dos recursos disponíveis da organização destina-se aos principais negócios

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do SENAI. Com efeito, o foco consiste no desenvolvimento de cultura interna

pautada na gestão por projetos. E, considerando a lógica confederativa de atuação

do Sistema SENAI, a gestão estratégica de projetos cumpre, com êxito, sua função

de promover uma atuação sinérgica e integrada de todos os Departamentos

Regionais em torno de objetivos estratégicos comuns.

7 METODOLOGIA

Pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistemático de

desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é

descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos

científicos (GIL, 1987). De acordo com o autor, no campo das ciências sociais e

humanas desenvolve-se a pesquisa social que pode ser definida como o processo

que, utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos

no campo da realidade social.

A metodologia empregada no desenvolvimento do presente trabalho

demonstrando-se os passos, métodos, técnicas e abordagens utilizadas para o

alcance do objetivo de desenvolvimento do papel da auditoria interna que sustente o

planejamento estratégico e auxilie na tomada de decisão.

7.1 Classificação da Pesquisa

A metodologia aplicada na construção deste trabalho será uma pesquisa

realizada descritiva de referencial bibliográfico, objetivando inferir informações e

conhecimentos acerca do problema proposto.

Além de se classificar a pesquisa em relação aos seus objetivos e evidências,

faz-se necessário classificá-la quanto à técnica de análise e interpretação dos

dados, pois, este estudo contempla o exame de fatos mutáveis e que possuem

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sentido em um contexto específico apresentando nuances e peculiaridades. Assim, a

técnica do estudo de caso apresenta-se como adequada, de maneira a permitir

conhecimento amplo e detalhado do mesmo.

7.2 Coleta, Análise e Interpretação dos Dados

O estudo iniciou com a pesquisa bibliográfica, pois, o objetivo inicial era

obter sustentação teórica para o desenvolvimento da proposta de trabalho. As fontes

de pesquisa para esta etapa foram livros, artigos científicos, dissertações, teses,

sites da internet e artigos de revista.

A coleta de dados será feita por dados históricos relevantes sobre a auditoria

interna no cumprimento do planejamento estratégico adotado, as modificações

ocorridas ao longo da atividade empresarial e o alinhamento dos objetivos, com o

acompanhamento da auditoria interna e externa para a sustentabilidade da

organização.

Na análise documental dos dados objetiva-se relatar a importância do

planejamento estratégico, mediante o bom uso da pesquisa de mercado, e outras

ferramentas de marketing que são também usadas aqui para revelar o panorama da

instituição.

A integração dos sistemas de informações utilizados pela empresa, é de

grande magnitude para a controladoria que, por possibilita que todas as informações

de âmbito operacional, tática e estratégica sejam empregadas em toda sua

plenitude.

Diante disso, conclui-se, poderá haver discrepâncias entre estruturas de

sistemas de informações, a auditoria irá acompanhar o processo de implantação e

validará os resultados num conjunto abrangente de medidas de desempenho que

serve de base para o sistema de medição e de gestão estratégica.

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105

Na interpretação dos dados buscar-se-à, responder aos questionamentos

evidenciados no Capítulo 3 deste trabalho, e averiguar se a hipótese apresentada é

verdadeira ou não para o problema definido e aceitação da hipótese.

7.3 Fontes dos Dados

Os dados primários obtidos diretamente de informações sobre a pesquisa e

mercado, marketing serão transformados em informações estratégicas, onde serão

expostas opiniões com linguagem próprias, e os dados secundários obtidos

diretamente de investigação bibliográfica, textuais, jornais, revistas, periódicos,

legislação, sites da internet e fontes documental, serão utilizados para

fundamentação teórica de revisão bibliográfica.

Diante do exposto, finaliza-se a descrição da metodologia de pesquisa

utilizada, reforçando-se a relevância desta etapa para o sucesso do estudo. Possuir

um projeto de trabalho é um dos fatores que garante resultados confiáveis e uma

lógica no desenvolvimento das atividades.

7.4 Recomendações para Trabalhos Futuros

Este estudo apenas abre a possibilidade para novas pesquisas, a partir dos

achados aqui descritos é possível imaginar inúmeras pesquisas adicionais.

Constatar que a formulação e a implementação de estratégias proporcionam

aprendizagem aos indivíduos e às organizações significa que elas podem

desenvolver meios que lhes permitam a gestão de forma a alavancar o desempenho

e a sustentabilidade.

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Novos trabalhos podem ser realizados com o objetivo de analisar como

implantar a gestão estratégica nos segmentos do Sistema “S”, que não possuem um

processo de planejamento estratégico.

8 CONCLUSÃO

A integração dos conceitos e práticas mais tradicionais de um processo de

planejamento do negócio com as práticas do balanced scorecard originou um

processo mais robusto – Gestão da Estratégia - extraindo de ambas as práticas o

que é sua principal característica de efetividade. A primeira, na qualificação do

posicionamento estratégico e a segunda na competência para a sua realização.

O desafio atual das organizações é trabalhar com foco nos resultados, pois

os limites de orçamento que lhes são impostos inviabilizam progressivamente o

negócio em função de erros estratégicos e decisões lentas.

Nesse contexto, aparece o balanced scorecard que propõe traduzir a

estratégia da organização para as áreas operacionais e assim minimizar os impactos

gerados a partir de erros oriundos da falta de integração de ambas as abordagens.

Em um processo de retroalimentação sistêmica tais áreas iriam alimentar o

sistema de forma que os resultados operacionais pudessem realinhar o

planejamento estratégico sob a luz de fatos e dados.

A forma com que a empresa estabelece a correlação entre o seu estratégico

e operacional caracteriza um dos diferenciais de aplicação do conceito já conhecido

e disseminado no mercado. Outro diferencial importante a ser considerado é a forma

de gestão integrada que incorpora conceitos e práticas de uma gestão orientada por

processos, com a execução da estratégia.

A auditoria interna tem o papel fundamental de monitorar a gestão

estratégica, prestar assessoria aos gestores, visando antecipar mudanças que

possam prejudicar os resultados dos projetos.

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Realmente a auditoria interna identifica os desvios entre o cronograma

previsto e o realizado; acompanha os projetos e se for identificado à necessidade de

mudança na data de conclusão ou no valor total do projeto, existe a necessidade em

analisar as distorções e desvios visando à tomada proativa de ações corretivas.

O monitoramento da execução do planejamento estratégico por meio do

balanced scorecard proporciona ao gestor um controle concomitante na implantação

das estratégias, reduzindo os impactos negativos para o alcance dos objetivos

estratégicos.

Mediante a análise da auditoria interna no cumprimento do planejamento

estratégico percebe-se que os processos foram alinhados de forma satisfatória

possibilitando a emissão dos relatórios de auditoria para composição do relatório de

gestão, os quais farão parte da prestação anual de contas e serão apreciados pelos

órgãos fiscalizadores tais como, conselho fiscal, auditoria e fiscalização da

Controladoria Geral da União-CGU.

Tal metodologia implica o gerenciamento eficaz de mudanças culturais

dentro da organização, comunicando essa estratégia de maneira sistêmica e

consistente, pois o sistema propõe que a organização olhe à frente e extraia o

máximo de valor de informações históricas e experiências operacionais, enquanto

permite que os gestores planejem o futuro.

Por fim, cito o pensamento de Vito Hugo que inspira os homens na procura

por tempos melhores: “Não há nada como um sonho para poder criar o futuro.”

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