o papel da auditoria interna no combate às fraudes a perspectiva da união europeia

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O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia Robert GIELISSE, CIA, CGAP Conselheiro-Chefe (PA), responsável pelos projetos PIC/PIFC (Comissão Europeia) Direção-Geral de Orçamento – PA.02

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O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia Robert GIELISSE, CIA, CGAP Conselheiro-Chefe (PA), responsável pelos projetos PIC/PIFC (Comissão Europeia) Direção-Geral de Orçamento – PA.02. Apresentador. Robert GIELISSE – nacionalidade holandesa - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

O Papel da Auditoria Interna no Combate às FraudesA perspectiva da União Europeia

Robert GIELISSE, CIA, CGAP Conselheiro-Chefe (PA), responsável pelos projetos PIC/PIFC (Comissão Europeia)Direção-Geral de Orçamento – PA.02

Page 2: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Apresentador

Robert GIELISSE – nacionalidade holandesa

Certificações CIA, CGAP Conselheiro-Chefe, chefe da Força-Tarefa para Controle Interno

Público/Controle Interno das Finanças Públicas (PIC/PIFC) da Comissão Europeia

Presidente da Rede e do Grupo de Trabalho EU28 PIC (Controle Interno Público)

Na Comissão Europeia desde 1983, várias cargos de gestão desde 1993

Administração Fiscal Holandesa 1978 – 1983 Graduações em Economia e Direito

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Page 3: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Premissas

Referência para Controle Interno: framework do COSO framework/diretrizes da INTOSAI

Referência para Auditoria Interna: Estrutura Internacional de Práticas Profissionais (IPPF) do IIA

CI/AI são executadas no nível de entidade (AI pode ser centralizada ou descentralizada)

Investigação (quando presente) em nível central como atividade ex-post (não proativa)

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Page 4: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Definição de Controle Interno

Controle Interno (Definição do COSO)

Processo, efetuado pela gestão, pelo conselho diretor ou por outra equipe da entidade, projetado para prover segurança razoável sobre os atingimento dos objetivos nas seguintes categorias:

eficiência e eficácia das operações – atingimento da missão; confiabilidade (financeira e outras) dos relatórios – dados precisos

para tomada de decisão cumprimento das leis e regulamentos salvaguarda de ativos

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Page 5: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Controle Interno, na essência

Controle InternoNa essência … trata de

Processos Pessoas Razoável segurança Objetivos claros

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Page 6: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Definição de Auditoria Interna (IPPF do IIA)

Auditoria Interna (IPPF)

Auditoria interna é uma atividade independente e objetiva de garantia e consultoria, concebida para agregar valor e melhorar as operações da organização.

Auxilia a organização a atingir seus objetivos trazendo uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos processo de gestão de risco, controle e governança

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Page 7: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Auditoria Interna, na essência

Auditoria Interna (serviços de avaliação)Na essência – trata-se de

Agregar valor: pretende-se melhorar as operações avaliadas Segurança razoável (não absoluta) de que: Os processos de Gestão de Riscos, Controle e Governança

operam conforme planejados

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Page 8: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

IPPF

Estrutura Internacional de Práticas ProfissionaisInternational Professional practice Framework (IPPF)

1. Definição de Auditoria Interna - Obrigatório2. Código de Ética - Obrigatório3. Normas (de Atributos e de Desempenho) - Obrigatório4. Orientações Práticas - Recomendado5. Guias Práticos - Recomendado6. Declarações de Posicionamento - Recomendado7. Glossário

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Page 9: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Definição de Fraude - 1

Fraude:

Definição de 2008 do IIA, do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA) e da Associação de Examinadores Certificados de Fraudes (ACFE)

“Qualquer ato ou omissão intencional destinado a enganar a outros, resultando em perda para a vítima ou em benefício para o autor"

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Page 10: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Definição de Fraude - 2

Fraude pode ser lesiva para a organização (setores público e privado) Pode ser benéfica para a organização (geralmente setor

privado)

Fraude em benefício de um ou mais indivíduos (setores público e

privado) em benefício da organização (geralmente setor privado)

Foco na fraude que é lesiva à organização e em benefício de um ou mais indivíduos

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Page 11: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Exemplos de fraude no setor público

Contratação de Bens e Serviços Suborno e corrupção Contratação de Pessoal Roubo de dados e propriedade intelectual Golpe Gestão da folha de pagamentos e dos gastos

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Page 12: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Combate à Fraude: principais atores

O fraudador A gestão Auditoria Interna Investigação Auditoria Externa

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Page 13: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

O Fraudador - Perfil

Perfil dele/dela

Qualquer pessoa pode cometer fraudemas

Perfil Chave (PWC 2014 – Setor Privado):

Masculino 31 – 40 anos 6+ anos de serviço Nível superior

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Page 14: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

O Fraudador: o triângulo da fraude

Pré-condições para fraudar:

1) Como? Oportunidade

2) Por quê? Motivo

3) Por quê não? Racionalização

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Page 15: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Gestão e Fraude

Papel da gestão no combate à fraude: Preventivo, Detectivo e Responsivo

Principal responsabilidade da gestão é assegurar a existência de Controle Interno adequado

Estruturas de governança devem considerar risco de fraude:Estratégia e políticas anti-fraude francas

Ambiente ético que define o “tom” correto (inclusive no topo) Risco de fraude deve ser incluído nas avaliações de risco Conceber controles preventivos e detectivos que sejam efetivos Resposta a casos de fraude deve ser consistente e aberta Relatar a Fraude

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Page 16: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Auditoria Interna e Fraude

1) Um dos principais objetivos da Auditoria Interna é fornecer segurança razoável de que o sistema de controle interno opera conforme esperado.

2) Isto pressupõe que o sistema de CI deve ser suficientemente a prova de fraudes e que a Auditoria Interna busca testar a robustez do sistema de CI para os tipos de fraudes mais prováveis: se controles foram instituídos para prevenir e detectar ocorrências de fraude e se estes controles são eficazes

3) Auditores Internos devem possuir conhecimento suficiente para identificar indícios de fraude, mas não necessitam ter a experiência das pessoas cuja responsabilidade primária é detectar e investigar fraudes

4) Se o Auditor Interno provê razoável segurança sobre a qualidade do sistema de Controle Interno, isto não significa que não ocorreu fraude o que ela não ocorrerá (‘Lacuna de Auditoria’)

5) Não se espera do Auditor Interno que detecte ou investigue fraude!

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Page 17: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Papel do Auditor Interno – 1 Padrões do IPPF AplicáveisIPPF – Padrões Internacionais para Auditoria Interna relacionados a Fraude

1210.A2 Conhecimento (conhecimento suficiente para avaliar o risco de fraude)

1220.A1 – Devido Zelo Profissional (considerar a probabilidade de fraude)

2060 – Reportar à Gerência Executiva e ao Conselho (relatórios devem incluir riscos de fraude)

2110.A1 Programas de Ética (avaliar os objetivos e programas da organização relacionados à ética)

2120.A2 Exame do Risco de Fraude (avaliar o potencial de ocorrência de fraude e a gestão de risco de fraude)

2210.A2 Fraude Significante (considerar a probabilidade de fraudes significantes quando do desenvolvimento dos objetivos do trabalho)

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Page 18: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Papel do Auditor Interno – 2 Responsabilidade dos Auditores Internos relacionadas a fraude

A avaliação objetiva sobre o quadro de governança, gestão de riscos e controle interno da organização

Aplicar o devido zelo profissional e ceticismo profissional Prevenir e detectar fraude e corrupção não é um papel

primário da auditoria interna Não se espera dos auditores internos que ajam como

investigadores profissionais

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Page 19: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Papel do Auditor Interno – 3 Durante o trabalho de auditoria internaO Auditor Interno deve:

Considerar os riscos de fraude no planejamento da atividade de auditoria Considerar os riscos de fraude na avaliação do sistema de controle interno Documentar as considerações sobre riscos de fraude Identificar os grandes riscos de fraude e considerar a eficácia dos controles

mitigadores Estar alerta às deficiências do controle; se elas são identificadas, o que

aconteceu? Verificar se a gestão endossa ativamente o programa de riscos de fraude Chamar a atenção para as deficiências do controle, assegurar o

monitoramento e o prosseguimento de casos de fraude reportados Comunicar à alta administração e ao conselho os casos de fraude significante Recomendar a investigação quando apropriado, em vez de aprofundar a

investigação19

Page 20: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Analisando a Avaliação de Risco de Fraude

Passos Principais para a Auditoria Interna

1) Identificar fatores de risco de fraudes relevantes2) Identificar esquemas potenciais de fraude e priorizá-los

com base no risco3) Mapear controles existentes para os esquemas

potenciais de fraudes e identificar as lacunas4) Testar a eficácia dos controles5) Documentar e relatar a análise da avaliação de risco de

fraude

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Page 21: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Indicadores de Fraude 1: Alerta Vermelho

Alerta Vermelho – um sinal de aviso ou dica sobre algo que necessite de atenção extra para descartar ou confirmar a fraude potencial.

Alertas vermelhos relacionados a pessoas

Estilo de vida luxuoso sem compatibilidade com a renda Aumento repentino de riqueza (carros luxuosos, casa de

campo, jóias) Relutância em tirar férias Recusa de mudança de cargo, responsabilidades, arquivos Mudança de personalidade, oscilações de humor, mudança

de comportamento21

Page 22: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Indicadores de Fraude 2: Alerta Vermelho

Alertas vermelhos relacionados à Organização

Controles internos ineficazes Clima organizacional pobre em relação à ética Sem ‘exemplo que vem de cima’ Procedimentos de recrutamento deficientes Rotatividade alta ou muito baixa para cargos com

funções sensíveis

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Page 23: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Papel do Auditor Interno na Investigação da Fraude A função da Auditoria Interna não é prevenir, detectar ou investigar

fraudes A Auditoria interna deve estar alerta para a possibilidade de fraude

na condução dos seus trabalhos: isto é, estar atenta aos ‘alertas vermelhos’

Se a fraude for descoberta, o auditor deve alertar a gestão e/ou os serviços especializados

Exceções Atuação específica sobre fraude (deve estar no Regimento) Auditoria Forense (para coletar evidências de fraude para casos na

justiça) Auditor interno pode ser solicitado a auxiliar os investigadores de

fraudes (mas deve possuir conhecimento suficiente)

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Page 24: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Controle Financeiro (Investigação) e fraude

Papel principal do Controle Financeiro nos casos de fraude (compatível com o COSO)

Função central especializada (Função de polícia)("Inspection Générale des Finances") esquadrão/polícia especializada em combate à fraude

Baseada em alegações ou suspeita Detectar, investigar Foco em irregularidades Ação corretiva

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Page 25: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Controle Financeiro: proativo ou reativo

2 modalidades

tradicionalproativa

compatível c/ COSO

reativa

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Page 26: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Papel tradicional da Investigação (na ausência de controle interno/auditoria interna descentralizado(a))

Abordagem proativa exercida através de exames regulares, baseados em plano de trabalho

Controle financeiro de operações individuais Controle ex-ante para prevenir descumprimento de

normas, irregularidades ou fraude Controle ex-post para corrigir descumprimentos Relatório ao Ministro das Finanças e ao Ministério Público

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Page 27: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Papel da Investigação compatível com o controle interno descentralizado (COSO)

Compatível com o COSO - abordagem reativa – controle ex-post, caso a caso

Investigação acionada por suspeição ou fraude, alegação (documentada), denúncia, relatórios de auditoria (interna e externa)

Inspeção com o objetivo de investigar irregularidades e fraudes; impor sanções, penalidades quando pertinente

Função de 'Polícia'

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Page 28: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Papel da Auditoria Externa

Auditoria Financeira e de desempenho (compatível com INTOSAI) Avaliar o funcionamento do sistema de CI no setor público e

informar a gestão (INTOSAI GOV 9100) Considerar o risco de fraude no planejamento e realização de

auditoria O foco não é na detecção ou investigação de fraudes, mas na

supervisão do CI; a não ser em caso de ausência de CI no setor público

Relatórios para o parlamento Tem independência financeira e funcional do executivoConclusão: auditoria externa é comparável com auditoria interna

em relação à fraude28

Page 29: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Auditoria Interna versus Investigação: uma visão geral

Diferenças entre Auditoria Interna e InvestigaçãoAuditoria Interna Investigação

Acionamento Baseada em risco Baseado em denúncias, suspeição

Objetivo Garantia razoável sobre a governança, gestão de riscos, controle

Foco no delito e sua correção

Escopo Questões de gestão Gerais Legal

Tipo de relação Cordial (amigo crítico) Contraditório, interrogativo

Premissa Provável adequação Possível impropriedade

Motivação Agregar valor Ação corretiva

Ambiente Parte Integrante do Controle Interno

Externo à entidade

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Page 30: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Conclusões 1

Fraudador: Oportunidade, Motivo e Racionalização

Gestão: Assegura ambiente ético e liderar pelo exemplo Avalia o risco de fraude - projeta controles preventivos e

detectivos Age caso uma fraude seja revelada

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Page 31: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Conclusões 2Auditoria Interna:

Avalia se os controles funcionam À procura de alertas vermelhos Relata casos de presunção de fraude

Controle Financeiro: Examina os casos de suspeita de fraude Visa reparar o dano financeiro Garante que fraudador é relatado para indiciamento

Auditoria Externa: Papel compatível com a auditoria interna

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Page 32: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Conclusões 3

No que concerne fraudes, lembre-se:

A maioria das fraudes começa pequena Segregação de tarefas é crucial para atividades sensíveis a

transações financeiras (cash) Antiguidade, reputação ou confiança não podem justificar

perda ou ausência de controles internos: mesmos controles para todos

A confiança é um denominador comum subjacente a muitas fraudes

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Page 33: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Fontes

1) IPPF – Practical Guide: Internal Auditing and Fraud – Dezembro de 2009, IIA

2) CIA-Part2, Topic 2, Conducting the Internal Audit Engagement – Awareness of the Potential Fraud, 2010, IIA

3) Auditing Fraud – How to do it right: A Practical Guide. Apresentação de Martin Robinson na IIA Global conference, Londres, Junho 2014

4) Donald McConnell Jr/Fanghry Josan, Internal Audit Magazine, Agosto 2014

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Page 34: O Papel da Auditoria Interna no Combate às Fraudes A perspectiva da União Europeia

Obrigado!

Questões

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