nutrição de plantas boro
TRANSCRIPT
MICRONUTRIENTE NA AGRICULTURA
(BORO)
RESUMO
O solo em seu sistema tem limites para a disponibilidade de nutrientes,
esses limites podem inibir o desenvolvimento das plantas. Desses elementos,
alguns são exigidos em grandes quantidades e outros em pequenas
quantidades e, por isso, comumente chamados de micronutrientes, são eles:
boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e
zinco (Zn). As fontes de micronutrientes podem ser classificadas quanto à
solubilidade e quanto à sua origem. No que diz respeito à solubilidade destas
fontes, pode-se classifica-las em: a) menor solubilidade: Fritas, Óxidos, Óxi-
sulfatos e fontes boratadas (ulexita e colemanita); b) de maior solubilidade:
Sulfatos, Fontes quelatizadas, fontes de boro (ácido bórico, solubor, bórax) e
fontes de molibdênio (molibdatos de sódio e de amônio). Apesar de ser baixa a
abundância na crosta terrestre, o B não ocorre de forma uniforme e está
amplamente distribuído tanto na litosfera quanto na hidrosfera. A quantidade de
B aumenta com a acidificação das rochas magmáticas, enquanto nas rochas
sedimentares, o elemento está associado à fração de argila. Boro é um dos
micronutrientes cuja deficiência interfere, principalmente, na aparência do fruto,
com baixa aceitação no mercado consumidor. O Boro presente no solo é
quantificado em duas formas distintas: a total e a disponível. O boro total é
representado no solo pelas suas formas contidas nos minerais, na matéria
orgânica e adsorvida ou fixada, formas estas não absorvidas pelas raízes das
plantas, e, ainda, pelo boro da solução do solo, que são as absorvidas. O Boro
disponível é representado pelo dissolvido na solução do solo, pelas formas
inorgânicas sujeitas à dissolução e pelo associado à matéria orgânica que pode
ser mineralizado. Este estudo propiciou aproximação teórica acerca do
micronutriente boro e sua importância para a agricultura, contribuindo assim
com a formação profissional e o seguimento na nutrição mineral de plantas.
SUMARIO
PÁGINA
1. INTRODUÇÃO 5
2. O MICRONUTRIENTE BORO 8
2.1. Disponibilidade do elemento no solo 10
2.2. Sintomas visuais do excesso e da deficiência de boro na planta 11
2.3. Boro na planta 13
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 15
4 REFERENCIAS 16
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. O Boro causando enrugamento nas folhas de café 12
Figura 2. Enrugamento nas folhas 12
Figura 3. Perfilhamento quebrando as folhas 12
Figura 4-5. O Boro causando toxidez nas folhas 13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Garantias dos principais fertilizantes boratados 7
PÁGINA
PÁGINA
4
1. INTRODUÇÃO
O solo em seu sistema tem limites para a disponibilidade de nutrientes,
esses limites podem inibir o desenvolvimento das plantas. De acordo com os
estudos Epstein (1975), o elemento pode ser considerado essencial para a
planta quando satisfizer os “critérios da essencialidade”. Critérios esses que
dizem: na ausência do elemento a planta não completa o seu ciclo vital; e o
elemento deve estar diretamente envolvido no metabolismo da planta como
constituinte de um composto essencial. Com o aprofundamento destes estudos
que Hodgson (1963) já tinha elencado que alguns elementos químicos são
essenciais para o desenvolvimento e reprodução das plantas, desempenham
funções vitais no metabolismo, quer como parte de compostos responsáveis
por processos metabólicos e/ou fenológicos, quer como ativadores enzimáticos
(Vitti, 2005). Desses elementos, alguns são exigidos em grandes quantidades e
outros em pequenas quantidades e, por isso, comumente chamados de
micronutrientes, são eles: boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês
(Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn).
O conhecimento da ocorrência, reação e movimento no solo é de muita
importância para se analisar o comportamento dos micronutrientes no sistema
solo-planta. A ocorrência está muito ligada ao material de origem, ao
intemperismo e à ação dos fatores formadores do solo. As reações têm muito a
ver com a solubilidade dos minerais que os contêm e com a existência de
material orgânico e inorgânico, cujos radicais e superfícies propiciam o meio
adequado para o controle da disponibilidade e movimentação desses
elementos na solução do solo.
Os mecanismos principais que controlam os níveis dos micronutrientes
na solução do solo são a adsorção e a precipitação. A adsorção pode ser
reversível, parcialmente reversível ou irreversível e ocorre na superfície coloidal
segundo diversos mecanismos envolvendo ou não troca iônica. A precipitação
depende da quantidade do mineral em equilíbrio na solução do solo. Apesar da
importância desses elementos para as culturas, quando presentes em
concentrações relativamente altas na solução do solo, estes elementos podem
alcançar níveis tóxicos às plantas e aos microorganismos. Até mesmo as
quantidades presentes sob condições naturais do solo são, em alguns casos,
5
excessivas para o crescimento agrícola normal. Embora sejam necessárias
quantidades algo maiores de outros micronutrientes toleráveis pelos vegetais, é
essencial o controle sobre a sua disponibilidade no solo, para se mantiver o
equilíbrio dos nutrientes (BRADY, 1989). Reduções na produtividade e até
morte de plantas são consequências naturais advindas de desarranjos nos
processos metabólicos, ocasionados pela carência de micronutrientes.
(ORLANDO FILHO, 1993).
Os solos diferem bastante quanto à quantidade de micronutrientes que
contém. Cada solo possui propriedades que interferem diferentemente no
comportamento de cada elemento. Por isso, é interessante que se considere
cada elemento em separado, para se colocar em destaque aspectos
fundamentais e principais da interação solo-nutriente.
As fontes de micronutrientes podem ser classificadas quanto à
solubilidade e quanto à sua origem. No que diz respeito à solubilidade destas
fontes, pode-se classifica-las em: a) menor solubilidade: Fritas, Óxidos, Óxi-
sulfatos e fontes boratadas (ulexita e colemanita); b) de maior solubilidade:
Sulfatos, Fontes quelatizadas, fontes de boro (ácido bórico, solubor, bórax) e
fontes de molibdênio (molibdatos de sódio e de amônio). Apesar de ser baixa a
abundância na crosta terrestre, o B não ocorre de forma uniforme e está
amplamente distribuído tanto na litosfera quanto na hidrosfera. A quantidade de
B aumenta com a acidificação das rochas magmáticas, enquanto nas rochas
sedimentares, o elemento está associado à fração de argila. As maiores
quantidades de B estão concentradas em regiões que já foram oceanos e em
sedimentos marinhos argiláceos, portanto a quantidade de B pode servir de
indicador de paleossalinidade (KABATA-PENDIAS; PENDIAS, 1984).
Para os Fertilizantes Boratados, existem diversas fontes no mercado,
que se diferenciam principalmente umas das outras pela sua solubilidade. O
ácido bórico, que foi a fonte mais utilizada no passado nas práticas de
adubação via solo, é completamente solúvel em água e bastante sujeito a
perda por lixiviação. Sendo assim, fontes de menor solubilidade que o ácido
bórico passou a ter maior importância, como a ulexita principalmente. A
colemanita é uma fonte de baixa solubilidade em água e comumente
recomendada para culturas perenes e reflorestamento, exceção à colemanita
contida em termofosfatos (VITTI, 2005).
6
Tabela 1. Fertilizantes boratados. Fonte. Vitti, 2005
O Objetivo deste trabalho é realizar um estudo sobre o elemento boro na
agricultura e com isso entender a importância deste microelemento para a
agricultura.
7
2. O MICRONUTRIENTE BORO
Esse elemento está incluso no grupo dos micronutrientes, tendo sua
deficiência no solo concorrido para a queda da produtividade de muitas
culturas, nas diferentes partes do mundo. No Brasil, segundo Malavolta (1981),
citado por Ferreira, 1991, já foi constatada deficiência de Boro em culturas de
expressão econômica em pelo menos dez estados da federação. Apresenta
papel de importância na nutrição das plantas e a sua ausência pode causar
queda na produtividade. Sua ação está diretamente relacionada ao
metabolismo do cálcio, ou seja, para formação adequada da parede celular é
necessária à presença desse nutriente (VITTI, 2005).
A prova inicial da essencialidade de B nas plantas foi publicada por
Warington (1923) e há muito já se estabeleceu que o B é um micronutriente
essencial ao desenvolvimento das plantas superiores, apesar de sua função
primária não ter sido totalmente esclarecida (MATOH, 1997).
Evidências sugerem que o boro desempenha funções no alongamento
celular, na síntese dos ácidos nucléicos, nas respostas hormonais e no
funcionamento de membranas (SHELP, 1993).
O B é bastante imóvel na planta e importante no metabolismo do DNA
(ácido desoxirribonucléico), RNA (ácido ribonucléico) e AIA (ácido indol
acético). É essencial para a geminação dos grãos e formação das sementes. O
B forma complexos açúcar/borato relacionados com a translocação de
açúcares e é importante na formação de proteínas (SENGIK, 2005).
Boro é um dos micronutrientes cuja deficiência interfere, principalmente,
na aparência do fruto, com baixa aceitação no mercado consumidor. Observa-
se esta deficiência na deformação de frutos no mamoeiro, no aumento da
espessura da casca em frutos cítricos, no bronzeamento interno em nabos e
rabanetes, no caule oco e no bronzeamento da couve flor e do brócolis
(CHANDLER, 1941, citado por SHELP et al., 1992), e na deformação de frutos
de mangueira (DELL e HUANG, 1997). Esse efeito na morfologia do fruto é
decorrente da ação do B na estruturação da parede celular e na funcionalidade
da membrana plasmática.
8
Um fornecimento limitado de B provoca uma redução no crescimento,
particularmente da raiz, o que parece estar relacionado com um efeito na
elongação celular. A exigência em B é comparativamente mais elevada para a
germinação de pólen e crescimento do tubo polínico, aspecto que em espécies
exigentes como a videira, pode provocar uma redução na produção, sem afetar
o desenvolvimento vegetativo da planta. Ainda que não se conheça o
mecanismo, parece existir uma relação direta entre esse elemento mineral com
o metabolismo e transporte dos açúcares na planta (CASTRO et al., 2005).
Na faixa de pH da maioria dos solos cultivados (levemente ácidos), o B
ocorre na solução do solo na forma de ácido bórico não dissociado (H3BO3). É,
portanto, o único nutriente que ocorre na solução na forma neutra, sendo muito
suscetível a perdas por lixiviação (FURTINI NETO et al., 2001).
Para Camargo et al., (2001), a adsorção do B aos coloides minerais e
orgânicos controla a concentração dos íons e complexos na solução do solo
exercendo, então, grande influência na absorção deste nutriente pelas plantas.
Cruz et al., (1987) citam que quando se adiciona boro ao solo, parte
permanece na solução do solo – disponível para absorção pelas plantas – e
parte é adsorvida à fase sólida. Goldberg (1997) argumenta que a absorção de
boro pelas plantas depende da sua concentração na solução do solo; e que
essa, por sua vez, depende das reações de adsorção entre o boro e seus
adsorventes no solo, tais como os óxidos de ferro e alumínio, os minerais de
argila, a matéria orgânica, o hidróxido de magnésio e o carbonato de cálcio.
Argumenta também que os fatores que influenciam a adsorção de boro são: a
concentração inicial do nutriente no solo, o pH, os íons trocáveis presentes, o
conteúdo de matéria orgânica e a umidade do solo. A adsorção de boro no solo
aumenta com o aumento do pH, da temperatura, do teor de materiais
adsorventes e com a diminuição da umidade do solo.
A reação do solo (pH) é o fator que mais influencia na absorção de B
pelas plantas, uma vez que o aumento do pH ocasiona uma diminuição na
absorção. Isto ocorre porque valores de pH abaixo de 7 a forma predominante
é o ácido bórico que, tendo pouca afinidade com os minerais de argila, é pouco
adsorvido pelo solo e é uma forma disponível para as plantas. À medida que o
pH aumenta, aumenta a concentração de B na forma de borato (B(OH)4), que
possui forte afinidade pelos minerais de argilas, resultando no aumento da
9
adsorção do B (HU; BROWN, 1997; KEREN et al., 1985; OERTLI;
GRGUREVIC, 1975).
2.1. Disponibilidade do elemento no solo
Em solos alcalinos, com altos teores de boro, a fração do elemento que
fica adsorvida constitui o reservatório lábil, a partir do qual a concentração de
boratos na solução do solo é mantida, enquanto em solos ácidos e com baixos
teores de matéria orgânica o principal reservatório desse nutriente no solo é
representado pelos minerais contendo boro, os quais são vagarosamente
intemperizados.
Quanto às formas do boro na solução do solo, há evidências de que o
ácido bórico predomine até o limite de pH 9,2, a partir do qual predomina a
forma iônica. O boro disponível do solo se encontra principalmente associado à
matéria orgânica, o que explica os seus maiores teores nos horizontes
superficiais. (FERREIRA, 1991).
O Boro presente no solo é quantificado em duas formas distintas: a
total e a disponível. O boro total é representado no solo pelas suas formas
contidas nos minerais, na matéria orgânica e adsorvida ou fixada, formas estas
não absorvidas pelas raízes das plantas, e, ainda, pelo boro da solução do
solo, que são as absorvidas.
O Boro disponível é representado pelo dissolvido na solução do solo,
pelas formas inorgânicas sujeitas à dissolução e pelo associado à matéria
orgânica que pode ser mineralizado.
Há uma estreita relação entre os fatores intrínsecos do solo e a disponibilidade
de boro às plantas. Os principais são: pH, matéria orgânica compostos de ferro
e alumínio, tipo de argila, textura, umidade do solo, interações do boro com
outros íons.
Embora os solos do Brasil na sua maioria sejam considerados bem
supridos de boro no sistema de produção agrícola, tem-se constatado em
determinadas regiões deficiência desse elemento para diferentes espécies, o
que comprova a necessidade de calibração dos métodos de extração de boro a
campo.
O controle da disponibilidade do boro no solo pode ser feito através da
calagem, da adubação e de outras práticas de manejo do solo.
10
2.2. Sintomas visuais do excesso e da deficiência de boro na planta
Os sintomas leves de deficiência deste micronutriente mostram
pequenas estrias cloróticas e aquosas no espaço internerval das folhas jovens.
As áreas cloróticas podem evoluir para a necrose e o crescimento irregular do
limbo foliar tende a causar enrugamento em algumas bandas. Nos casos mais
severos, os sintomas evoluem para a necrose das folhas, encurtamento do
limbo foliar e necrose do tecido meristemático intercalar, causando os sintomas
de necrose interna em forma de espiral no caule, próximo ao meristema apical
(TOKESHI, 1991 citado por VITTI, 2005).
Observa-se que os sintomas de deficiência são muito semelhantes aos
da doença “Pokkah boeng” causada pelo Fusarium moniliforme (VITTI, 2005).
Têm-se também folhas torcidas; lesões translúcidas ou em forma de
"sacos de água" entre as nervuras; plantas novas com muitos perfilhos; folhas
tendem a ficar quebradiças; folhas do cartucho podem ficar cloróticas e mais
tarde necróticas; frequentemente chamada de doença do falso "Pokkah
boeng"; também semelhante ao dano causado por alguns herbicidas; clorose
nas pontas e margens das folhas novas progredindo da base para a ponta da
lâmina foliar; por último, a clorose estende-se às folhas mais velhas; tecido
clorótico rapidamente torna-se necrótico; pontas das folhas podem ficar
severamente queimadas.
11
Figura 1. O Boro causando enrugamento nas folhas de café (Fonte: EMBRAPA – Rondônia, 2011.)
Figura 2. Enrugamento nas folhas (Vitti,2005).
Figura 3. Perfilhamento quebrando as folhas (Fonte: POTAFOS)
12
O boro é um micro-nutriente importante para o cafeeiro, influindo no
crescimento das plantas e no pegamento da florada (fecundação das flores),
participando da divisão e crescimento das células e de sua parede. A carência
aparece nas folhas novas, que ficam deformadas, afiladas, pequenas e com
bordas arredondadas. Mas em excesso o boro causa toxidez, mais grave em
plantas jovens, pelo efeito de concentração da dose aplicada em relação à
menor área foliar das plantas. As plantas intoxicadas apresentam folhas
manchadas de verde-amarelo e em casos graves aparecem pequenas
manchas escuras e até queima total nas bordas das folhas.
Figura 4-5. O Boro causando toxidez nas folhas (Fonte: Pró café 2004)
2.3. Boro na Planta
A absorção de B pelas raízes ocorre, principalmente, na forma de ácido
bórico; e é influenciada por vários fatores ambientais, tais como, pH, textura do
solo, umidade, temperatura, matéria orgânica, intensidade de luz e mineralogia
da argila (HU; BROWN, 1997).
Entre os fatores ambientais não edáficos, a taxa de transpiração é a que
mais influencia a absorção de B. O aumento da transpiração promove o
aumento na absorção de B, que é influenciada pela umidade relativa,
temperatura e intensidade luminosa (HU; BROWN, 1997).
Hu e Brown (1997) sugerem que a absorção de B pelas plantas
superiores é um processo passivo, não-metabólico, que age em resposta à
concentração externa de ácido bórico, à permeabilidade da membrana, à
13
formação de complexos dentro da célula e à taxa de transpiração.
O B desempenha papel fundamental no desenvolvimento e elongação
celular e na integridade estrutural da parede celular das dicotiledôneas, sendo
que acima de 95% do B celular têm sido localizados na parede celular
associados a pectinas (POWER; WOODS, 1997; HU et al., 1997). Para
Cakmak e Römheld (1997) outro importante papel do B é a manutenção da
integridade da membrana plasmática, que está associado a sua habilidade em
se ligar a componentes com configuração cis-diol, tais como glicoproteínas e
glicolipídios. Cakmak et al., (1995) analisaram folhas de girassol deficientes e
com níveis suficientes em boro.
Observaram que o efluxo de potássio, sacarose e fenóis e aminoácidos em
folhas deficientes em boro foram, respectivamente, 35, 45 e 7 maiores quando
comparados com folhas com níveis suficientes de boro; Power e Woods (1997)
argumentam que o transporte de alguns nutrientes (K e P) pela membrana é
inibida na ausência de B. Além dessas funções, o B também está relacionado
com transporte de açúcares, lignificação, metabolismo de carboidratos,
metabolismo de RNA, respiração, metabolismo de ácido indol acético (AIA),
metabolismo de fenol de ascorbato (CAKMAK; RÖMHELD, 1997).
A distribuição de B nas plantas ocorre pelo xilema que é,
predominantemente, transportado via fluxo de transpiração, sendo afetada,
principalmente, pela temperatura e intensidade luminosa, pelo conteúdo de
água no solo e pela umidade relativa (ASAD et al., 2001; SHELP; BROWN,
1995). O B é considerado imóvel no floema – exceto para as espécies que
produzem quantidades significativas de polióis, como sorbitol, manitol e dulcitol,
como ocorrem em membros das famílias Rosaceae, Rubiaceae e Celestraceae
(HU et al., 1997). Nestes casos, o B não é retranslocável para as partes mais
jovens da planta, locais onde normalmente aparecem os sintomas de
deficiência deste nutriente.
A deficiência de B é mais comum que a deficiência de qualquer outro
micronutriente e tem sido reportada em 132 culturas exploradas
economicamente em 80 países (SHELP; BROWN, 1995; SHORROCKS, 1997).
O girassol é uma das culturas mais sensíveis à deficiência de B, podendo ser
utilizada, segundo Schuster e Stephenson (1940), como planta indicadora do
nível de disponibilidadede B no solo.
14
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso racional do solo é uma importante questão para o futuro da
agricultura, pois é no solo que concentra a fonte que disponibilizastes diversos
nutrientes para a planta.
Dentre esses macros e micronutrientes todos tem importância
significativas, que no caso do boro são encontrados em pequenas proporções
no solo, mas para sorte de todos é requisitado pouco pelas plantas.
As fontes de boro mais comum são: ácido bórico, solubor e bórax. O
ácido bórico é o mais comum por ser completamente solúvel em água
facilitando assim sua aplicação e por ser também a forma absorvível pela
planta. Esta absorção é potencializada por fatores ambientais, pH, umidade,
textura do solo, matéria orgânica, Intensidade da luz, entre outros.
Os sintomas leves de deficiência deste micronutriente mostram
pequenas estrias cloróticas e aquosas no espaço internerval das folhas jovens.
As áreas cloróticas podem evoluir para a necrose e o crescimento irregular do
limbo foliar tende a causar enrugamento em algumas bandas.
Contudo, este estudo propiciou aproximação teórica acerca do
micronutriente boro e sua importância para a agricultura, contribuindo assim
com a formação profissional e o seguimento na nutrição mineral de plantas.
15
4. REFERENCIAS
ASAD, A.; BLAMEY, F. P. C.; EDWARDS, D. G. Boron nutrition of sunflower
crops. In: Reunião nacional de pesquisa de girassol, 14, Simpósio nacional
sobre a cultura do girassol, 2., 2001, Rio Verde. Resumos... Rio Verde:
FESURV/IAM, 2001a. p.14-19.
BRADY, N. C. Natureza e propriedades dos solos. 7ª ed. Rio de Janeiro,
Freitas Bastos, 1989.
BROWN, J. C.; JONES, W. E. Fitting plants nutritionally to soils. Agronomy
Journal, Madison, v.69, n.3, p.399-414, may/jun. 1977.
CAKMAK, I.; RÖMHELD, V. Boron deficiency-induced impairments of cellular
functions in plants. Plant and Soil, Dordrecht, v.193, n.1-2, p.71-83, jun. 1997.
CAKMAK, I; KURZ, H.; MARSCHNER, H. Short-term effects of boron,
germanium and high light intensity on membrane permeability in boron deficient
leaves of sunflower. Physiology Plantarum, Copenhagen, v.95, n.1, p.11-18,
sept. 1995.
CAMARGO, O. A.; ALLEONI, L. R. F.; CASAGRANDE, J. C. Reações dos
micronutrientes e elementos tóxicos no solo. In: FERREIRA, M. E. (Ed.).
Micronutrientes e elementos tóxicos na agricultura. Jaboticabal: CNPq/
FAPESP/POTAFOS, 2001. p.89-124.
CRUZ, M. C. P.; NAKAMURA, A. M.; FERREIRA, M. E. Adsorção de boro pelo
solo: efeito da concentração e do pH. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, v.22, n.6, p.621-626, jun. 1987.
EPSTEIN, E. Nutrição mineral das plantas: princípios e perspectivas. São
Paulo: UNESP, 1975. 341p.
FERREIRA, M.E; CRUZ, C.P. Simpósio sobre Micronutrientes na
agricultura, 1., Jaboticabal-SP, Anais editado: POTAFOS/CNPq,1991. 734p.
16
GOLDBERG, S. Reactions of boron with soils. Plant and Soil, Dordrecht,
v.193, n.1/2, p.35-48, jun. 1997.
HODGSON, J. F. Micronutrients in soils. Adv. Agron., 15:119-159, 1963.
HU, H.; BROWN, P. H. Absortion of boron by plant roots. Plant and Soil,
Dordrecht, v.193, n.1/2, p.49-58, jun. 1997.
KABATA-PENDIAS, A.; H. Element of group III. in: Trace elements in soils and
plants. 1. ed. Boca Raton: CRC Press, 1984. p. 127-134.
MATOH, T. Boron in plant cell walls. Plant and Soil, Dordrecht, v.193, n.1/2,
p.59-70, jun. 1997.
OERTLI, J. J.; GRGUREVIC, E. Effect of pH on the absorption of boron by
excised barley roots. Agronomy Journal, Geneva, v.67, n.2, p.278-280,
mar./apr. 1975.
POWER, P. P; WOODS, W. G. The chemistry of boron and its speciation in
plants. Plant and Soil, Dordrecht, v.193, n.1/2, p.1-14, jun. 1997.
SCHUSTER, C. E.; STEPHENSON, R. E. Sunflower as an indicator plant of
boron deficiency in soils. Journal of the American Society of Agronomy,
Geneva, v.32, n.8, p.607- 621, aug. 1940.
SHELP, B. J.; BROWN, P. H. Boron mobility in plants. Physiology Plantarum,
Copenhagen, v.94, n.2, p.356-361, jun. 1995.
SHELP, B.J. Physiology and biochemistry of boron in plants. In: Boron and
its role in crop production. U.C. Gupta (ed) CRC Press, Boca Raton, FL, pp. 53-
85, 1993.
17
SHELP, B.J., PENNER, R., ZHU, Z. Broccoli (Brassica oleraceae var. italica)
cultivar response to boron deficience, Canadian. Journal of Plant Science, p.
883-888, 1992.
SHORROCKS, V. M. The ocorrence and correction of boron deficiency. Plant
and Soil, Dordrecht, v.193, n.1/2, p.121-148, jun. 1997.
VITTI, GODOFREDO CESAR Et All. Micronutrientes na cana-de-açúcar:
Mitos e Realidades. Material Didático. Dep. de Solos e Nutrição de Plantas -
ESALQ/USP. Piracicaba, 2005. 39p