monografia de kelly tainan santos oliveira
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS XIV – CONCEIÇÃO DO COITÉ
KELLY TAINAN SANTOS OLIVEIRA
O USO DA ABORDAGEM COMUNICATIVA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS
PÚBLICAS
CONCEIÇÃO DO COITÉ
2013
KELLY TAINAN SANTOS OLIVEIRA
O USO DA ABORDAGEM COMUNICATIVA NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS
PÚBLICAS
Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Língua Inglesa. Orientadoras: Profª. Ludimilia Silva Profª. Mônica Veloso
CONCEIÇÃO DO COITÉ 2013
KELLY TAINAN SANTOS OLIVEIRA
O USO DA ABORDAGEM COMUNICATIVA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS PÚBLICAS
Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Língua Inglesa.
Aprovada em: ___/___/___
Banca examinadora
_________________________________________ Ludimilia Silva - Orientadora Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV
_______________________________ Neila Santana - TCC Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV
_______________________________ Rita Sacramento - Convidada Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV
CONCEIÇÃO DO COITÉ 2013
Dedico este trabalho a minha família e a todos os educadores que desempenham um grande papel na formação de novos
cidadãos e na busca por uma educação de qualidade.
AGRADECIMENTOS
A Deus, fonte de toda a minha sabedoria e discernimento, por me conceder o dom
da vida, por estar sempre ao meu lado em todos os momentos me dando forças
para superar os obstáculos.
A minha família pelo apoio e incentivo nesta longa jornada, a ela devo tudo que sou
hoje, o ser humano que me tornei.
A professora Mônica Veloso por ter sido a responsável pelo início deste trabalho.
Agradeço pela paciência, disposição e sabedoria durante as orientações.
A professora Ludimilia Silva que na impossibilidade de orientação por parte da
professora Mônica aceitou prontamente dar continuidade as orientações, sempre
com muita sabedoria e competência. Sou imensamente grata pelo apoio e
compreensão no desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores que passaram pelo nosso curso que de modo especial foram
responsáveis não só pelo meu desenvolvimento intelectual, mas pelo meu
crescimento como ser humano. A vocês meu muito obrigado.
Aos colegas que fizeram parte da nossa turma, os que por algum motivo desistiram,
os que continuaram e com muita afetividade construíram uma relação de amizade.
Especialmente: Ana Zilá, Débora Ferraz, Deise Lima, Josiélia Oliveira e Láisa
Ferreira, colegas que se tornaram minhas grandes amigas.
A direção e funcionários do campus XIV, pela disposição em nos ajudar sempre que
necessário.
A direção e alunos do Colégio Polivalente, que significativamente contribuíram para
a realização desta pesquisa. Em especial a professora, por sua atenção e
disposição para que a coleta de dados fosse realizada em sua turma.
A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.
John Dewey
RESUMO
Este trabalho busca descrever e analisar o uso da abordagem comunicativa nas escolas públicas, bem como conhecer o processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa nestas instituições de ensino, tendo como ponto de partida a necessidade de um ensino significativo que atenda às novas demandas surgidas e desenvolva as habilidades comunicativas no aluno. Esta pesquisa tem como objetivos: 1) verificar a viabilidade do uso da abordagem comunicativa nas escolas públicas; 2) discutir sobre a importância do inglês comunicativo; 3) analisar o processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa nas escolas públicas e 4) identificar os benefícios do uso da abordagem comunicativa no contexto da língua inglesa como língua franca. A metodologia deste trabalho é centrada em uma pesquisa de campo, que tem como objeto de estudo, os alunos e a professora de uma escola pública da cidade de Conceição do Coité. Os resultados desta pesquisa mostram que há a possibilidade do uso da abordagem comunicativa no ensino de língua inglesa nas escolas públicas. Por meio desta pesquisa foi possível conhecer vários fatores que regem o processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa na escola pública e que devem ser levados em conta para a inserção de um ensino significativo. Palavras-Chave: Abordagem Comunicativa. Escola Pública. Língua Inglesa
ABSTRACT This paper aims to describe and analyze the use of communicative approach in public schools, as well as to know the teaching/learning process of English Language in these educational institutions, it has as a starting point the necessity of a significant education that meets the new demands arising, and develops communication skills in the student. This research aims to: 1) verify the viability of using the communicative approach in public schools, 2) discuss the importance of communicative English, 3) analyze the teaching/learning process of English in public schools and 4) identify the benefits of using the communicative approach in the context of English as a Lingua Franca. The methodology of this work is focused on field research, it has as an object of study, the students and the teacher of a public school in Conceição do Coité city. The results of this research show that there is the possibility of using the communicative approach in English Language teaching in public schools. Through this research it was possible to know several factors, that conduct the teaching/learning English process in public school and that should be taken into account for the inclusion of a significant education. Keywords: Communicative Approach. Public School. English Language
SUMÁRIO
1 INTODUÇÃO ...............................................................................................
2 A ABORDAGEM COMUNICATIVA E O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA
NAS ESCOLAS PÚBLICAS ...............................................................................
2.1 Ensino comunicativo: algumas definições .............................................
2.2 O ensino de inglês nas escolas públicas sob o olhar dos PCNs ..........
2.3 A abordagem comunicativa e o papel do professor no ensino de
língua inglesa como língua franca .................................................................
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................
3.1 Tipo da pesquisa .......................................................................................
3.2 Sujeitos e Lócus da pesquisa ..................................................................
3.3 Coleta de dados .........................................................................................
4 ANÁLISE DOS DADOS ...............................................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................
APÊNDICES ................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO
Devido à globalização e à denominação da língua inglesa como língua franca,
há a necessidade de um ensino que atenda as novas demandas surgidas. Neste
sentido, é evidente a importância de um ensino comunicativo e significativo,
principalmente no contexto atual em que o inglês se tornou a língua da
comunicação.
Com o advento da internet e a facilidade no acesso às informações, o uso do
inglês é cada vez mais comum e os próprios alunos têm consciência da importância
do aprendizado desta língua. Nesta perspectiva, um ensino comunicativo e
significativo é constantemente abordado por vários autores, os quais trazem grandes
reflexões sobre um ensino de inglês nas escolas públicas que tenha significado e
ofereça oportunidades para que os alunos possam se comunicar nesta língua
estrangeira.
Deste modo, com todas as peculiaridades que a instituição pública de ensino
possui, seus limites e possibilidades será que É possível o uso da abordagem
comunicativa no ensino de língua inglesa na escola pública?
Assim, será desenvolvido um estudo que pretende conhecer a realidade da
escola pública e se há possibilidade da aplicação de um ensino comunicativo,
realizado no Colégio Polivalente na cidade de Conceição do Coité.
O objetivo geral deste trabalho é verificar a viabilidade do uso da abordagem
comunicativa nas escolas públicas, tendo como ponto de partida os desafios
encontrados nestas instituições, bem como a necessidade de um ensino significativo
que atenda às novas demandas surgidas. Listando os objetivos específicos busca-
se discutir a importância do inglês comunicativo, analisar o processo de
ensino/aprendizagem da língua inglesa nas escolas públicas e por fim identificar os
benefícios do uso da abordagem comunicativa no contexto desta língua como língua
franca.
Este trabalho discorre sobre o uso da abordagem comunicativa nas escolas
públicas. A escolha deste tema como objeto de estudo deu-se a partir da
necessidade da aplicação desta abordagem no ensino/aprendizagem da língua
inglesa, levando-se em conta o papel que este idioma possui atualmente na
formação dos alunos.
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Esta pesquisa está estruturada em três capítulos, teórico, metodológico e a
análise de dados. O primeiro capítulo discorre sobre a abordagem comunicativa, o
ensino da língua inglesa nas escolas públicas e o papel do professor durante esse
processo.
No segundo capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos
utilizados na pesquisa, desde o tipo de pesquisa, sujeitos e lócus da pesquisa e a
coleta de dados. Os dados coletados durante a pesquisa foram analisados no
terceiro capítulo, a partir das informações relatadas nos questionários e percebidas
nas observações, buscando verificar se os pressupostos apresentados na
fundamentação teórica são realmente possíveis.
Por fim, nas considerações finais é descrita a conclusão do estudo, embasada
nas considerações desenvolvidas durante toda a pesquisa, desde a fundamentação
teórica à análise dos dados. Através da leitura deste trabalho será possível obter
mais informações sobre a utilização da abordagem comunicativa para o ensino do
inglês no contexto da escola pública.
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2 A ABORDAGEM COMUNICATIVA E O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NAS
ESCOLAS PÚBLICAS
O processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa nas escolas públicas
traz significativas reflexões, em relação aos métodos utilizados durante esse
processo. Na maioria das vezes, o ensino é focado em atividades que envolvem
principalmente gramática, tradução e livro didático, não permitindo ao aluno que ele
desenvolva as habilidades necessárias para uma comunicação eficiente no mundo
globalizado, no qual o inglês é a principal língua para a comunicação.
A aprendizagem de uma LE é um processo complexo, pois se trata de uma
língua diferente com um contexto diferente. O aluno ao estar diante do processo de
aprendizagem dessa língua pode apresentar rejeição em aprendê-la, por julgar que
a LE não é importante ou necessária, já que, principalmente nas escolas públicas, a
disciplina de língua inglesa é muitas vezes desvalorizada.
O ensino da língua inglesa exerce um papel fundamental na formação do
estudante, e devido às exigências do mercado de trabalho, esta língua precisa ser
valorizada no contexto escolar, não somente com o objetivo de ensinar ao aluno
como se comunicar em outra língua, mas principalmente prepará-lo para o futuro, já
que atualmente o mercado de trabalho exige que o indivíduo tenha pelo menos, um
conhecimento mínimo na língua inglesa.
A desmotivação do aluno consiste em um dos fatores que dificultam a
eficiência do ensino de LI principalmente na escola pública, onde o cenário é de
salas lotadas, desinteresse por parte de alguns alunos, e professores não formados
na língua, que tentam à medida do possível ensinar a língua-alvo. Esta
desmotivação pode ser resultado da aplicação de atividades descontextualizadas,
focadas em traduções e regras gramaticais.
Quando as práticas escolares compreendem o ensino de gramática e vocabulário por meio de temáticas e tarefas desvinculadas das necessidades dos alunos, podemos ter muitos problemas, como chamado “desinteresse” dos alunos. (JORGE, 2009, p.165)
Neste sentido é importante que o ensino da língua inglesa seja focado na
comunicação, e o papel do professor tem grande importância nesse processo, pois
ele deve ser um facilitador, e proporcionar aos alunos situações em que eles
possam desenvolver suas habilidades comunicativas, expor seus desejos e opiniões
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na língua-alvo e adquirir confiança para a comunicação em qualquer situação em
que se tenha necessidade.
Tratando-se do ensino de inglês nas escolas públicas, é necessário que o
professor aplique atividades comunicativas, condizentes com a realidade dos alunos
e principalmente atividades atrativas que os motivem, uma vez que:
A aula de língua estrangeira pode proporcionar aos aprendizes oportunidades de compreender e explorar diferentes visões de mundo e formas de expressão, cultivando as possibilidades de uma perspectiva multicultural critica no ensino de línguas, que não nega as diferenças e que desafiem os discursos que perpetuam hierarquias linguísticas e raciais. (JORGE, 2009, p.167)
Levando-se em conta a importância da língua inglesa atualmente e a sua
denominação como língua franca, o uso da abordagem comunicativa neste processo
é de grande relevância, pois permite que o aluno esteja em um ambiente em que a
aprendizagem se torne algo prazeroso e motivador, no qual ele se torne sujeito ativo
no processo de aprendizagem, e que esteja neste ambiente porque quer e não
porque deve estar.
O ensino da língua inglesa deve ser contextualizado e atender as
necessidades do aluno, para que os objetivos da aprendizagem sejam alcançados.
O professor como facilitador não precisa buscar resultados perfeitos, mas oferecer
insumo para que os alunos se comuniquem na língua-alvo.
2.1 Ensino comunicativo: algumas definições
O ensino de línguas nos Estados Unidos avançou durante e após a II Guerra
Mundial, devido à necessidade de comunicação com os aliados e até mesmo com
os inimigos que falavam outras línguas. “O ensino de línguas tem uma história de
muitos séculos, mas foi durante e no pós guerra que ele assumiu oficialmente como
cientifico pela primeira vez.” (ALMEIDA FILHO, 2009, p.11).
Há muito tempo se fala no melhor método para o ensino de línguas. Este
ensino inicialmente era focado na leitura, escrita e na tradução e compreensão de
obras literárias como o método gramática e tradução. Além disso, a aula era
totalmente ministrada na língua materna. No método direto, as aulas eram
ministradas na língua-alvo, já no método audiolingual, os alunos eram estimulados a
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aprender a língua de forma natural, e as atividades consistiam em exercícios de
memorização e repetições.
Devido à necessidade de comunicação com falantes da língua inglesa e um
ensino de língua que atendesse a essas necessidades, estes métodos não
obtiveram sucesso, pois consistiam em atividades mecânicas e repetitivas, pouco
atrativas e pouco flexíveis, as quais não desenvolviam nos alunos as habilidades
necessárias para uma comunicação eficiente. É neste contexto que surge a
abordagem comunicativa para o ensino de línguas.
A abordagem comunicativa tem foco na comunicação, na maneira como o
professor promove situações na sala de aula. Neste tipo de abordagem os alunos
podem se comunicar com os colegas e professor na língua-alvo.
O ensino comunicativo é aquele que organiza as experiências de aprender em termos de atividades relevantes/tarefas de real interesse e/ou necessidade do aluno para que ele se capacite a usar a língua alvo para realizar ações de verdade na interação com outros falantes – usuários dessa língua. (ALMEIDA FILHO, 2010, p.36)
O ensino de língua inglesa tem sido baseado em atividades desgastantes e
mecânicas, as quais provocam desânimo e desinteresse por parte dos estudantes
em aprender esta língua. O uso excessivo do livro didático e os constantes desafios
encontrados nas escolas públicas tornam este processo ainda mais difícil.
Ser comunicativo no ensino de língua estrangeira (LE) é ter uma postura profissional coerente com um conjunto de pressupostos ditos comunicativos. Ser comunicativo é diferente de estar comunicativo temporariamente para realizar uma atividade com os alunos. [...] Não é, da mesma forma, sinônimo de ser informativo ao ensinar uma língua. Nem é equivalente a ensinar língua oral. (ALMEIDA FILHO, 2010, p.45)
Neste sentido, a abordagem comunicativa traz um novo significado ao ensino
de língua estrangeira, pois possui características que visam a interação entre
professor/aluno e aluno/aluno e desenvolve as habilidades comunicativas.
O método geralmente utilizado nas escolas públicas é focado nas formas
gramaticais e na tradução de pequenos textos. Este tipo de ensino se distancia do
que é proposto na abordagem comunicativa, pois estas atividades tornam o ensino
desinteressante/desmotivador e sem um significado real para a aprendizagem.
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Além disso, este tipo de ensino seria considerado como não-comunicativo,
pois seria construído em torno de formas da linguagem, em formas gramaticais.
Nesta perspectiva, por mais que o professor esteja bem intencionado, ele não
proporcionaria condições para a aprendizagem comunicativa. (Almeida Filho 2010,
p.50).
2.2 O ensino de inglês nas escolas públicas sob o olhar dos PCNs
Os PCNs apresentam grandes reflexões sobre o ensino de língua estrangeira,
as habilidades a serem desenvolvidas, a importância deste ensino na formação do
aluno, tudo isto levando em conta as reais necessidades dos alunos e como este
aprendizado pode ajudá-los no futuro.
O ensino da língua inglesa nas escolas públicas possui características que
muitas vezes inviabilizam o processo, pois apresenta um déficit tanto por parte do
professor, quanto por parte do aluno e da escola, já que o ambiente de
aprendizagem da língua inglesa é composto por professores não formados na
língua-alvo ou mal formados, salas lotadas, alunos com rejeição em aprender a
língua e material didático na língua insuficiente ou mesmo inexistente, além da
desvalorização da língua no contexto escolar.
Segundo os PCNs (BRASIL, 1998, p.24)
[...] o ensino de Língua Estrangeira não é visto como elemento importante na formação do aluno, como um direito que lhe deve ser assegurado. Ao contrário, freqüentemente, essa disciplina não tem lugar privilegiado no currículo, sendo ministrada, em algumas regiões, em apenas uma ou duas séries do ensino fundamental. Em outras, tem o status de simples atividade, sem caráter de promoção ou reprovação.
Nesta perspectiva, os próprios PCNs expõem os obstáculos que surgem
durante este processo de ensino, e as dificuldades encontradas para que a língua
inglesa seja reconhecida como uma disciplina tão importante quanto qualquer outra.
Os PCNs propõem a leitura como a principal habilidade a ser desenvolvida, mas
sugere que haja espaço para que as outras habilidades possam também ser
desenvolvidas na aprendizagem de uma língua estrangeira.
A aprendizagem de língua Estrangeira no ensino fundamental não é só um exercício intelectual em aprendizagem de formas e estruturas
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linguísticas em um código diferente; É, sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo. O papel educacional da Língua Estrangeira é importante, desse modo, para o desenvolvimento integral do indivíduo, devendo seu ensino proporcionar ao aluno essa nova experiência de vida. (PCNS, BRASIL, 1998, p.38).
Aprender uma LE não significa meramente aprender outra língua, outro
sistema, pelo contrário, ela exerce um papel fundamental na construção do aluno
como ser crítico/reflexivo.
Um fator interessante na aprendizagem de uma língua estrangeira é a
possibilidade do aluno estar diante da cultura do outro país e aprender mais sobre
esta língua e seus elementos culturais. Esta aprendizagem intercultural torna esse
processo ainda mais enriquecedor, pois o aluno aprende a valorizar a cultura do
outro e a sua própria cultura.
Ao mesmo tempo, ao promover uma apreciação dos costumes e valores de outras culturas, contribui para desenvolver a percepção da própria cultura por meio da compreensão da(s) cultura(s) estrangeira(s). O desenvolvimento da habilidade de entender/dizer o que outras pessoas, em outros países, diriam em determinadas situações leva, portanto, a compreensão tanto das culturas estrangeiras quanto da cultura materna. Essa compreensão intercultural promove, ainda, a aceitação das diferenças nas maneiras de expressão e de comportamento. (PCNS, BRASIL, 1998, p.37)
Desta forma, neste processo de aprendizagem, o aluno está diante de outra
cultura que pode contribuir para enriquecer seu conhecimento sobre o mundo a sua
volta, e ajudá-lo a conhecer melhor a sua própria cultura, além de fazer uma “ponte”
entra as duas culturas, fazendo com que a aprendizagem seja um processo mais
interessante e motivador.
A língua inglesa está presente no cotidiano, nos negócios, enfim, em toda
parte, daí a necessidade de um ensino que se preocupe com o status que esta
língua tem atualmente. O ensino da língua inglesa, principalmente na escola pública,
está longe de ser algo “fácil”, e de atender as reais necessidades dos estudantes e
expectativas do professor e da unidade escolar.
Os PCNs apontam a importância deste ensino e servem como um guia para
que o professor reflita sobre a sua prática, a metodologia por ele utilizada e as
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necessidades dos alunos na aprendizagem de uma língua universal. Cabe ao
professor fazer a sua parte, para que a língua inglesa deixe de ser apenas mais uma
disciplina no currículo escolar.
2.3 A abordagem comunicativa e o papel do professor no ensino de Língua
inglesa como língua franca.
Devido ao rápido processo de globalização e a denominação da língua
inglesa como língua franca, ou seja, língua comumente usada por falantes nativos
de outras línguas, a aprendizagem desta língua tornou-se necessária, e diante deste
contexto ela deve ser ensinada com outro significado, pois atualmente ela exerce um
papel fundamental na comunicação entre os povos.
É evidente o papel que a língua inglesa possui, pois ela é a língua da
comunicação e está presente em diversas situações do cotidiano como na televisão,
na internet, nos comerciais, nos jornais, enfim em toda parte. Neste sentido, a real
necessidade do ensino desta língua está na capacidade que o inglês tem como
ferramenta de comunicação. O aluno não está diante de outro sistema, mas diante
de uma língua que pode levá-lo a um mundo novo, através do qual ele pode se
comunicar, conhecer outras culturas, atender às novas exigências do mercado de
trabalho e aprender mais sobre diversos fatores que cercam está língua sem que ele
precise sair de seu país de origem.
No que se refere ao ensino de línguas, a questão torna-se da maior relevância. Para ser um participante atuante é preciso ser capaz de se comunicar. [...] Para que as pessoas tenham acesso mais igualitário ao mundo acadêmico, ao mundo dos negócios e ao mundo da tecnologia etc., é indispensável que o ensino de Língua Estrangeira seja entendido e concretizado como o ensino que oferece instrumentos indispensáveis de trabalho. (PCNS, BRASIL, 1998, p.38)
A denominação da língua inglesa como língua franca, e a situação atual do
ensino desta língua nas escolas públicas traz mais reflexões acerca deste processo,
pois diante destes fatores que dificultam este ensino, o professor está diante de um
grande desafio, que é o de ensinar uma língua numa nova perspectiva, com a nova
demanda, atendendo as novas exigências do mercado.
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[...] O novo cenário estabelecido, principalmente com o advento da internet, com a dissolução das fronteiras, proporcionando encontros de culturas cada vez mais intensos, demonstra que é imprescindível dispormos de programas de ensino de línguas, LE em especial, dinâmicos, envolventes, alinhados com a nova ordem global, visando, dentre outras coisas, ao desenvolvimento da competência comunicativa e da consciência intercultural crítica do aprendiz-cidadão. (ANJOS e SIQUEIRA, 2012, p.132)
Sendo o inglês hoje uma língua internacional, que permite a interação com
falantes de todo o mundo, há a necessidade de se ensinar esta língua para a
comunicação entre os povos. Para isso, o professor precisa ter em mente, que a
melhor metodologia a ser empregada é levar em consideração o perfil dos alunos.
O surgimento da abordagem comunicativa após a ineficiência de tantos outros
métodos veio alavancar o ensino de língua inglesa e trazer um outro significado para
este ensino e propor que ele, não seja apenas a aprendizagem de um outro sistema,
mas a preparação do estudante para a sociedade e o mercado de trabalho. A
aprendizagem de uma língua contextualizada e baseada em situações reais do
cotidiano dos estudantes ajuda-os a entender melhor o mundo que os cerca,
desenvolve suas habilidades e torna a aprendizagem mais satisfatória, utilizando o
background dos alunos como algo a favor deste processo.
São evidentes os benefícios que o uso do ensino comunicativo pode trazer
tanto para o professor, quanto para o aluno. Vale ressaltar que durante esse
processo podem surgir alguns fatores que dificultem a eficiência desta abordagem.
Almeida Filho (2010, p.21) salienta que:
Além dos filtros afetivos do próprio professor e dos alunos que conjugam motivação, bloqueios, ansiedades, pressões dos grupos, cansaço físico e oscilações eventuais enquanto forças de contraponto numa dada configuração, a abordagem do professor ainda tem de se relacionar com outras forças potenciais. Aí estão incluídas a abordagem de aprender do aluno, a abordagem de ensino subjacente ao material didático adotado e os valores desejados por outros no contexto escolar.
Desta forma, diante destes fatores, o professor pode mostrar aos alunos de
forma concreta a importância da aprendizagem de uma língua estrangeira, motivá-
los para que eles se comuniquem na língua-alvo, realizar atividades condizentes
com a sua realidade através de atividades em grupo e promover a interação entre os
mesmos através do desenvolvimento de suas potencialidades.
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Assim, neste novo cenário em que a língua inglesa está presente, a
abordagem comunicativa tornou-se a ferramenta mais adequada para este ensino e
o professor como facilitador e instrutor deste processo deve buscar preparar suas
atividades baseadas nos princípios desta abordagem a fim de promover a interação
e tornar seus alunos autônomos e agentes ativos no processo da aprendizagem.
Pensar em como a educação pública pode ser diferente, seja em relação à estruturação do currículo, seja em relação a qualquer outro aspecto que precisa de mudança, requer de todos os envolvidos- professor, Estado, sociedade, aluno o desejo de que essa mudança aconteça. (OLIVEIRA, 2009, p. 148 e 149).
Diante desta perspectiva, a escola pública como um ambiente de
aprendizagem com características próprias deveria proporcionar aos alunos um
ensino onde todas as habilidades necessárias pudessem ser desenvolvidas com
vistas à comunicação. No entanto, muitas vezes a disciplina de Língua Inglesa é
ministrada por professores que mal sabem a língua que estão “ensinando”, e não
têm condições de preparar estes alunos para as novas demandas que preveem o
inglês como uma língua franca.
No processo de ensino/aprendizagem da LI, o professor exerce um papel
fundamental. Ele deve ter a postura de um mediador da aprendizagem e ter
consciência da sua responsabilidade em um ensino comunicativo.
Como professores de inglês, é nosso dever preparar nossos alunos para serem cidadãos do mundo novo que se descortina diante dos nossos olhos e sobre o qual temos apenas uma ideia ainda muito vaga. Para atuar nesse admirável novo mundo, os nossos alunos têm de aprender a lidar com todas as formas de falar inglês. (RAJAGOPALAN, 2009, p.45)
Deste modo, o professor não pode ser apenas um reprodutor de
conhecimento, alguém que leva todo o conhecimento ao aluno, mas não oferece
suporte para que ele possa buscar a própria aprendizagem. Há a necessidade de
que o aluno se reconheça como agente no processo de aprendizagem e
responsável pelo sucesso ou fracasso deste processo.
No que diz respeito ao ensino comunicativo é importante que o professor
tenha conhecimento sobre a língua-alvo e esteja disposto a planejar atividades
focadas na abordagem comunicativa e que proponha atividades diferentes em
outros espaços fora da sala de aula.
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Através da abordagem comunicativa o professor pode dinamizar suas aulas e
torná-las mais significantes para o aprendizado do aluno. Ele deve assumir o papel
de professor crítico-reflexivo, e não alguém que acrescentou mais uma disciplina na
sua carga horária. O ensino de língua inglesa nas escolas públicas ainda traz uma
gama de reflexões acerca do que fazer para que este ensino se torne relevante na
vida do aluno e promissor na carreira do professor.
Vale ressaltar, que para ser comunicativo o professor não precisa deixar o
livro didático de lado, o que ele pode fazer é adaptar as atividades do livro às
necessidades dos alunos, e realizá-las de forma dinâmica e interativa. “O LD é
importante, pois muitas vezes, define o conteúdo do ano letivo, o planejamento das
aulas, as propostas de avaliação e os métodos e técnicas de ensino a serem
utilizados pelo professor”. (JORGE e TENUTA, 2011, p.124)
Assim, ele estará usando o material de apoio disponível a seu favor e
promovendo a interação em sala de aula. A base para o ensino comunicativo é o
planejamento, portanto o professor precisa ter em mente que conteúdos e atividades
ele irá aplicar em sala de aula e as necessidades reais dos seus estudantes.
Ser professor é uma vocação, não uma profissão. O professor deve assumir seu papel de educador e de não de mero “ensinador” de línguas. A figura do professor sabe-tudo, do professor enciclopédia ambulante, já não impressiona ninguém, especialmente em tempos de internet ao alcance de praticamente todos num simples clique de mouse. (RAJAGOPALAN, 2011, p.60)
Diante de tudo que foi mencionado, é evidente o papel que o professor tem na
aprendizagem da LI, mas ele precisará de apoio neste processo, pois sozinho ele
não poderá fazer com que o ensino desta língua tenha sucesso. O acesso a
materiais tecnológicos, uma melhor remuneração, redução de carga horária e uma
sala com menor quantidade de alunos são alguns dos aspectos necessários ao
desenvolvimento de um melhor trabalho pelo professor.
Neste sentido, levando-se em conta os desafios encontrados pelo professor
no ensino/aprendizagem da LI e o fato da escola pública ser um ambiente com
muitos obstáculos, há a necessidade da colaboração de todos para que este ensino
tenha resultado. Se professores, alunos e o Estado fizerem a sua parte, a disciplina
de língua inglesa pode passar a ser vista não como simples disciplina, mas como um
elemento importante na formação do indivíduo.
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3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Nesta seção é apresentado o tipo de pesquisa utilizado neste trabalho, os
sujeitos e lócus desta pesquisa, bem como os instrumentos utilizados para coletar os
dados. Aqui é descrito como ocorreu todo o processo de pesquisa.
3.1 Tipo da Pesquisa
Este trabalho baseia-se em uma pesquisa de campo que busca conhecer o
processo de ensino/aprendizagem nas escolas públicas e consequentemente
identificar se há viabilidade do uso da abordagem comunicativa nestas instituições.
De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p.185):
Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.
A escolha deste tipo de pesquisa deu-se a partir da necessidade de contato
com a realidade da escola pública como um todo, levando-se em conta os principais
sujeitos envolvidos no processo de ensino/aprendizagem, ou seja, professor e
alunos.
Este trabalho tem como referencial teórico autores como Almeida Filho (2009)
e (2010), Rajagopalan (2009) e (2011), Jorge e Tenuta (2011), Anjos e Siqueira
(2012), PCNs Brasil (1998), entre outros. Através dos trabalhos publicados por
esses profissionais tornou-se possível fundamentar a realidade do ensino de língua
inglesa na escola pública e obter um direcionamento para esta pesquisa.
Desta forma, para ter um contato direto com o objeto de estudo foi necessário
a observação de algumas aulas de língua inglesa, e a aplicação de questionários
para a professora e os alunos.
3.2 Sujeitos e Lócus da pesquisa
Os sujeitos desta pesquisa são os alunos do segundo ano do Ensino Médio,
turno vespertino, do Colégio Polivalente de Conceição do Coité, e a professora de
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língua inglesa. A turma do segundo ano é bastante participativa, os alunos mostram
interesse nas aulas e tem boa relação com a professora, além de realizarem as
atividades propostas.
A professora é graduada e pós-graduada na língua, fala o inglês
fluentemente, já visitou países que falam o idioma como língua materna e
recentemente viajou para Nova Orleans pelo programa Fulbright. A aula da referida
professora é bastante dinâmica e contextualizada, os alunos gostam muito da aula o
que torna a participação deles natural.
O local escolhido para realização desta pesquisa foi o Colégio Polivalente de
Conceição do Coité situado na Rua Bailon Lopes Carneiro s/n; Centro da cidade de
Conceição do Coité. A escola é bastante espaçosa, possui biblioteca e sala de
vídeo. São disponibilizados materiais tecnológicos como data show para os
professores e também para os alunos apresentarem seminários outros trabalhos em
geral. A maioria das salas é arejada e possui televisores. Nesta instituição de
ensino estão matriculados cerca de 1.000 alunos, desde o ensino fundamental II ao
ensino médio.
3.3 Coleta de dados
Para que fosse possível estudar e entender os fatores que influenciam o
ensino da língua inglesa na escola pública e a possibilidade da aplicação de um
ensino comunicativo foram utilizados como instrumentos de pesquisa a observação
e questionários aplicados à professora e aos alunos.
A observação permite um contato mais próximo com o grupo estudado.
Apesar de não interferir no ambiente estudado, o pesquisador tem uma visão mais
detalhada dos fatores presentes no ambiente de estudo, já que:
A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Desempenha papel importante nos processos observacionais, no contexto da descoberta, e obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade. É o ponto de partida da investigação social. (MARCONI E LAKATOS 2003, p.191).
Estas observações foram de extrema importância para a análise da pesquisa,
pois este contato com o grupo de estudo permitiu observar as características destas
22
aulas e o comportamento dos sujeitos da pesquisa, particularidades que não teriam
sido observadas caso o instrumento de coleta de dados fosse apenas o
questionário.
Inicialmente foram observadas duas aulas de língua inglesa na turma do 2º
ano. Através dessa observação foi possível perceber diversos aspectos referentes à
aula, tais como a interação entre professor e aluno e a metodologia aplicada pelo
professor.
Além das observações, foram utilizados como instrumentos para a coleta de
dados, questionários aplicados à professora e aos alunos. Ao todo foram aplicados
27 questionários, sendo 26 aos alunos e 1 à professora.
Os questionários são bastante utilizados como instrumento de investigação da
realidade que se deseja estudar, uma vez que, este instrumento possibilita ao
pesquisador conhecer a opinião dos sujeitos, sem a necessidade de questionar a
cada um, tornando o trabalho mais prático, não sendo necessária muita
disponibilização de tempo para a investigação.
Estes questionários buscaram conhecer a opinião dos alunos a respeito da
aula de língua inglesa, bem como os desafios encontrados pelo professor na
inserção de um ensino significativo e comunicativo.
23
4 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados coletados nesta pesquisa são analisados com o objetivo de se obter
informações e confirmar os pressupostos nela apresentados, tendo todo o
referencial teórico utilizado neste trabalho como embasamento para esta análise.
Deste modo, ao longo desta análise será possível perceber a interpretação
dos dados obtidos sob o olhar das afirmações dos diversos teóricos que embasaram
este estudo. Buscou-se aqui verificar a viabilidade de um ensino comunicativo, bem
como os benefícios que este ensino pode trazer para o aluno.
Neste sentido, optou-se por analisar primeiro o questionário da professora e
em seguida os questionários dos alunos.
A primeira questão busca conhecer a formação da professora.
1. Qual a sua formação na língua inglesa?
“Graduada em Letras com Inglês – UNEB – Campus XIV. Pós-graduada em Metodologia e Ensino da Língua Inglesa – UEFS”.
A resposta desta questão demonstra a importância da formação do professor
na língua-alvo, para que o ensino desta língua tenha resultado, pois muitas vezes o
professor é bem intencionado, tem responsabilidade e consciência do seu papel
enquanto educador, mas a sua não formação na língua prejudica o seu desempenho
como professor.
A segunda questão pretende verificar quais métodos e técnicas a professora
utiliza em suas aulas.
2. Quais métodos e técnicas você costuma utilizar no ensino de língua inglesa?
“Misturo os métodos (Gramar Translation, Audio-visual Method, Communicative Approach) pego o que há de bom em cada um deles e preparo as aulas usando a estrutura PPP (Presentation, Practice and Production).”
Estes dados revelam que a professora costuma utilizar diferentes métodos e
técnicas em suas aulas, utilizando-os para desenvolver diversas habilidades durante
o processo de ensino/aprendizagem. Isso indica que ela não utiliza apenas a
24
abordagem comunicativa, mas utiliza também métodos focados na tradução e
repetição, porém todos aplicados com a mesma estrutura.
A duas questões seguintes pretendem saber se a professora já conhecia a
abordagem comunicativa e se ela aplicava atividades focadas nesta abordagem.
3. Você conhece a abordagem comunicativa?
4. Você propõe atividades focadas na comunicação na língua inglesa, em sala de
aula?
Ambas as questões tiveram “sim” como resposta, o que revela um dos fatores
necessários para a viabilidade do uso da abordagem comunicativa, já que o
professor precisa conhecer a abordagem comunicativa e aplicar atividades focadas
nesta abordagem.
A questão que se segue busca conhecer as atividades focadas na abordagem
comunicativa, aplicadas pela professora.
5. Que atividades são essas?
“Pronúncia e aquisição de vocabulário através de projeção de imagens, letras de músicas, projeção de filmes”.
A resposta dada pela professora mostra a importância da aplicação de
atividades que visem o desenvolvimento da oralidade dos alunos, atividades que
além de comunicativas, são diferentes e motivadoras, e fazem com que os alunos
tenham interesse em participar das aulas, tornando a aprendizagem um processo
prazeroso.
Na próxima questão a ser analisada busca-se saber se a escola oferece
materiais para as aulas de inglês.
6. A escola oferece material tecnológico, e material didático suficiente para a prática
da língua inglesa?
Segundo a professora, a escola oferece estes materiais e isto tem muita
importância, uma vez que o uso de materiais tecnológicos dinamizam as aulas, e o
material didático suficiente torna o aluno mais autônomo, pois eles podem pesquisar,
estudar e conhecer mais a respeito da língua que estão aprendendo.
25
A questão 7 verifica se há contribuição por parte dos alunos no processo de
aprendizagem.
7. Os alunos contribuem para que o ensino tenha resultado?
Nesta questão, a professora além de ter marcado as duas opções, “sim” e
“não”, ela também incluiu a resposta “alguns”. Isto demostra que nem todos os
alunos contribuem e nem todos não contribuem, existe um meio termo. Assim
surgem os diversos aspectos que dificultam o uso da abordagem comunicativa
como, por exemplo, a desmotivação e desinteresse por parte de alguns alunos.
A questão 8 buscou identificar o impacto da carga horária no
ensino/aprendizagem.
8. Você acredita que a baixa carga horária destinada a LI prejudica a qualidade do
ensino?
Ao contrário de alguns professores e teóricos que apontam a baixa carga
horária como um dos fatores que prejudicam a qualidade do ensino de língua
inglesa, a professora acredita que este fator não interfere no desenvolvimento do
seu trabalho. Isso pode ser resultado dos diversos anos que ela trabalha com a
língua e esta experiência faz com que ela tenha em mente o tempo que irá ser gasto
com cada atividade planejada.
A questão 9 trata dos desafios encontrados no ensino de inglês na escola
pública.
9. Quais são os principais desafios encontrados na inserção de um ensino
significativo na escola pública?
“1. Na questão 7 marquei as duas opções porque a motivação dos alunos na maioria das vezes é muito baixa, o professor tem que tentar motivá-los o tempo todo. 2. As turmas são numerosas e deste modo é difícil para o professor dar uma maior atenção aos alunos com mais dificuldades”.
Aqui nesta resposta está exposto talvez o maior desafio encontrado pelo
professor. Almeida Filho (2010, p.21) aponta além da motivação, outros fatores que
o professor tem de se relacionar durante o processo de aprendizagem.
26
Além dos filtros afetivos do próprio professor e dos alunos que conjugam motivação, bloqueios, ansiedades, pressões dos grupos, cansaço físico e oscilações eventuais enquanto forças de contraponto numa dada configuração, a abordagem do professor ainda tem de se relacionar com outras forças potenciais. Aí estão incluídas a abordagem de aprender do aluno, a abordagem de ensino subjacente ao material didático adotado e os valores desejados por outros no contexto escolar.
Neste sentido, a desmotivação dos alunos é um dos principais desafios
enfrentados pelo professor neste processo, pois a escola pode oferecer estrutura,
materiais e suporte para que o professor possa ter condições de trabalho favoráveis,
o professor pode ser formado na língua e planejar atividades significativas, mas a
responsabilidade do ensino é também do aluno e ele precisa ter consciência do seu
papel e contribuir para que o objetivo desse ensino seja alcançado.
A última questão a ser analisada busca verificar a viabilidade de um ensino
significativo.
10. Levando-se em conta todos os fatores que dificultam o ensino da LI na escola
pública (apontados na questão anterior), você acha que é possível o professor
oferecer um ensino significativo que atenda as novas demandas que surgiram,
devido à importância do inglês atualmente?
“Com o advento da Internet e as novas tecnologias, o aluno demostra nas aulas a necessidade de aprender o Inglês para resolver problemas no uso dessas novas ferramentas que fazem parte de suas vidas, dos seus cotidianos. O aluno agora vê a língua inglesa com um novo olhar, demostra mais interesse e receptividade”.
A resposta dada a esta questão pela professora foi sim. Anjos e Siqueira
afirmam que
[...] O novo cenário estabelecido, principalmente com o advento da internet, com a dissolução das fronteiras, proporcionando encontros de culturas cada vez mais intensos, demonstra que é imprescindível dispormos de programas de ensino de línguas, LE em especial, dinâmicos, envolventes, alinhados com a nova ordem global, visando, dentre outras coisas, ao desenvolvimento da competência comunicativa e da consciência intercultural crítica do aprendiz-cidadão. (ANJOS e SIQUEIRA, 2012, p.132).
Isso demonstra que com a globalização e a denominação da língua inglesa
como língua universal, língua de contato entre os povos, até mesmo os alunos já
27
entendem a importância da aprendizagem desta língua. A possibilidade de um
ensino significativo e que atenda às novas demandas surgidas traz uma nova
realidade para o ensino na escola pública e possibilita ao aluno o acesso ao ensino
da língua com qualidade e compromisso com a aprendizagem. Vale lembrar que
para que isso ocorra, tanto o professor quanto o aluno precisam fazer a sua parte
durante este processo.
As primeiras duas questões aplicadas aos alunos buscou conhecer a opinião
deles em relação à importância da disciplina de língua inglesa, e se eles gostavam
desta aula.
1. Você acha que a disciplina de língua inglesa é importante para a sua formação?
2. Você gosta da aula de língua inglesa?
Em todos os questionários a resposta para a primeira questão foi sim, já na
segunda, apenas um aluno respondeu “não”. Isso demonstra que os alunos
conhecem a importância da aprendizagem desta língua estrangeira, e gostam das
aulas desta disciplina o que torna o processo de aprendizagem mais viável, já que a
motivação do aluno desempenha um papel fundamental na aprendizagem da língua
inglesa. Mesmo que a professora tenha apontado a desmotivação como um desafio
encontrado, o fato de os alunos conhecerem a importância da aprendizagem desta
língua, e gostarem das aulas traz um novo incentivo a este ensino.
Quando questionados a dizer por que eles gostavam da aula de língua
inglesa, a maioria dos alunos ressaltou como motivo, a necessidade de conhecer a
língua, a necessidade de comunicação com falantes da língua, a utilização do inglês
atualmente e a preocupação com o futuro profissional, uma vez que o inglês já se
tornou uma exigência no mercado de trabalho.
“Aprendizes de inglês, em contextos como o brasileiro, almejam falar essa
língua para poder ascender socialmente, para se inserir no mercado de trabalho,
para viajar e para usufruir da cultura globalizada”. (PAIVA, 2011, p. 41)
A próxima questão a ser analisada é a 4. Você tem consciência da sua
responsabilidade na aprendizagem dessa língua?
Nesta questão, a maioria dos alunos respondeu que sim. Através destes
dados é possível perceber que os alunos já conhecem a importância da contribuição
28
e participação deles na aprendizagem, este é um fator necessário para que o aluno
assuma a postura de sujeito ativo da aprendizagem.
As três questões seguintes tratam das atividades que o aluno realiza fora da
sala de aula.
5. Você costuma estudar o inglês em outros espaços, a não ser na sala de aula?
6. Quais técnicas na aprendizagem da língua inglesa você costuma utilizar?
7. E quais recursos você usa neste processo?
A questão 5 teve “sim” como resposta por grande parte dos alunos. As
técnicas mais utilizadas por eles foram, ouvir e repetir, tradução e o uso de palavras
cognatas. Durante este processo eles apontaram músicas, internet, filmes e livros
como recursos utilizados. Paiva (2010, p. 39) sustenta que “(...) os aprendizes mais
bem-sucedidos não ficaram restritos à sala de aula: eles vão além, procuram
oportunidades de interagir com outros falantes e buscam formas diversas de uso da
língua”.
Neste contexto, a partir destas respostas, está evidente que devido à
necessidade de comunicação e à importância do inglês atualmente, fatores estes
relatados pelos próprios alunos, eles não estão mais limitados ao aprendizado
apenas no ambiente escolar e buscam cada vez mais novos instrumentos para
aprimorar este aprendizado.
8. Você participa das atividades em sala de aula quando é necessário falar na
língua inglesa?
Nesta questão como nas anteriores a maioria dos alunos responderam que
sim e relatou que a participação destas atividades está relacionada com a
oportunidade de aprender mais sobre a língua, a necessidade da prática da língua
para o aprendizado, e também a utilização dessas atividades como forma de
aperfeiçoamento.
Portanto, os dados analisados revelam a importância da formação do
professor, da aplicação de atividades comunicativas e significativas, bem como o
papel desempenhado pelo aluno, para que o uso da abordagem comunicativa seja
viável. Assim, levando em conta todos esses fatores, os dados comprovam a
possibilidade do uso desta abordagem, contudo com uma ressalva, já que, por conta
29
de exames como o ENEM e vestibulares exigirem outra habilidade em suas provas,
o professor não pode apenas utilizar esta abordagem, mas pode fazer como a
professora da turma observada, utilizar outros métodos, mas sempre aplicando
atividades focadas nesta abordagem.
30
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem comunicativa consiste em uma metodologia diferente aplicada
ao ensino da língua inglesa. Esta abordagem trouxe uma nova realidade a este
ensino, pois as atividades nela focadas promovem a comunicação em sala de aula,
tornando este ensino mais significativo.
Partindo deste ponto, um ensino significativo que atenda às novas demandas
e esteja relacionado ao contexto e a realidade do aluno é cada vez mais necessário,
para que o aluno esteja diante de uma aula que ofereça oportunidades para que a
sua habilidade comunicativa possa ser desenvolvida.
Com este estudo buscou-se verificar a viabilidade do uso da abordagem
comunicativa nas escolas públicas, bem como os benefícios que este ensino poderia
gerar atentando-se para os desafios e as potencialidades da escola pública. Os
dados coletados através de questionários e observações na turma onde a pesquisa
foi realizada foram de extrema importância para se chegar ao resultado deste
estudo.
Os resultados obtidos nesta pesquisa revelaram que há de fato a
possibilidade de um ensino significativo na escola pública, levando-se em conta a
importância de alguns fatores como a formação e postura do professor em sala de
aula, a disposição por parte dele em aplicar atividades comunicativas e significativas
em suas aulas, bem como o apoio da escola na disponibilização de materiais que
possam auxiliar o professor a enriquecer suas aulas.
O aluno desempenha um grande papel neste processo. Ele é o sujeito da
aprendizagem e por conta disso, deve ter consciência do seu papel o que também
foi comprovado neste estudo. Estes dados evidenciaram também, que os alunos já
não estão restritos apenas a sala de aula, eles buscam novas formas de aprender a
língua por conta do status que ela tem no contexto atual.
A viabilidade do uso desta abordagem está relacionada a diversos fatores,
entre eles, a junção de forças, ou seja, ela só será possível se os alunos tiverem
interesse em aprender a língua, e o professor possuir as ferramentas para tornar a
aprendizagem significativa.
Por outro lado, a conclusão deste estudo traz a ressalva de que, a abordagem
comunicativa com ênfase prioritariamente na comunicação, muitas vezes
negligencia ou subvaloriza outras habilidades, como a leitura e a escrita, por
31
exemplo. No caso específico da leitura, o professor deve buscar desenvolver nos
alunos estratégias específicas de leitura que lhes permitam um bom desempenho
em exames como vestibulares e ENEM.
Neste sentido, mesmo com essa ressalva, a abordagem comunicativa ainda
é a mais indicada ao ensino de inglês como língua franca, pois como foi mencionado
ao longo de todo o trabalho, o uso desta abordagem pode desenvolver nos alunos
as habilidades necessárias para a comunicação em situações do cotidiano.
O professor como facilitador deve estar atento às habilidades que precisam
ser desenvolvidas, utilizar a abordagem comunicativa como a metodologia central do
seu plano de aula, e sempre que houver necessidade, adaptar as atividades focadas
nesta abordagem para desenvolver outras habilidades, como a de leitura e escrita,
por exemplo.
Os dados dessa pesquisa foram satisfatórios, uma vez que comprovaram os
pressupostos apresentados na fundamentação teórica. Espera-se que ela possa
servir de auxílio em trabalhos futuros que tratem da mesma temática e propicie uma
nova visão acerca do ensino de língua inglesa nas escolas públicas.
32
REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. Dimensões Comunicativas no Ensino de Línguas. 5 ed. Campinas: Pontes, 2010. ______________. Linguística Aplicada – Ensino de Línguas e Comunicação. 3 ed. Campinas: Pontes, 2009. ANJOS, Flávius Almeida dos; SIQUEIRA, Domingos Sávio Pimentel. Ensino de inglês como língua franca na escola pública: por uma crença no seu (bom) funcionamento. Muitas vozes, Ponta grossa. V.1, n.1, p. 127-149, 2012. BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Inglesa: 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. JORGE, Miriam Lúcia dos Santos. Preconceito contra o ensino de língua estrangeira na rede pública. Miriam Lúcia dos Santos Jorge responde In: LIMA, Diógenes Cândido de. (Org) Ensino e aprendizagem de língua inglesa: Conversas com especialistas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009, p.161-168. JORGE, Miriam Lúcia dos Santos; TENUTA, Adriana Maria. O lugar de aprender língua estrangeira é a escola: o papel do livro didático. In: LIMA, Diógenes Cândido de. (Org) Inglês nas escolas públicas não funciona: uma questão, múltiplos olhares. São Paulo: Parábola Editorial, 2011, p. 121-132. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003. OLIVEIRA, Adelaide P. de. Abordagens alternativas no ensino de inglês. Adelaide P. de Oliveira responde In: LIMA, Diógenes Cândido de. (Org) Ensino e aprendizagem de língua inglesa: Conversas com especialistas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009, p 141-150. PAIVA, Vera Menezes de Oliveira e. Ilusão, aquisição ou participação. In: LIMA, Diógenes Cândido de. (Org) Inglês nas escolas públicas não funciona: uma questão, múltiplos olhares. São Paulo: Parábola Editorial, 2011, p.33 - 46. RAJAGOPALAN, Kanavillil. O inglês como língua internacional na prática docente. Kanavillil Rajagopalan responde In: LIMA, Diógenes Cândido de. (Org) Ensino e aprendizagem de língua inglesa: Conversas com especialistas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009, p. 39-46. _____________. Kanavillil. Vencer barreiras e emergir das adversidades com pleno êxito, sempre com o pé no chão. In: LIMA, Diógenes Cândido de. (Org) Inglês nas escolas públicas não funciona: uma questão, múltiplos olhares. São Paulo: Parábola Editorial, 2011, p.55-65.
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APÊNDICES
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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DOS ALUNOS
1. Você acha que a disciplina de língua inglesa é importante para a sua formação?
( ) Sim ( ) Não
2. Você gosta da aula de língua inglesa?
( ) Sim ( ) Não– Por que?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. Como você gostaria que essa aula fosse?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4. Você tem consciência da sua responsabilidade na aprendizagem dessa língua?
( ) Sim ( ) Não
5. Você costuma estudar o inglês em outros espaços, a não ser na sala de aula?
( ) Sim ( ) Não
6. Quais técnicas na aprendizagem da língua inglesa você costuma utilizar?
( ) Ouvir e repetir ( ) Interpretação de textos
( ) Relacionar a imagem ao nome
( ) Outros
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7. E quais recursos você usa neste processo?
( ) Músicas ( ) Livros
( ) Internet ( ) Filmes
( ) Outros
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
35
8. Você participa das atividades em sala de aula quando é necessário falar na
língua inglesa?
( ) Sim ( ) Não– Por que?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DA PROFESSORA
1. Qual a sua formação na língua inglesa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2. Quais métodos e técnicas você costuma utilizar no ensino de língua inglesa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. Você conhece a abordagem comunicativa?
( ) Sim ( ) Não
4. Você propõe atividades focadas na comunicação na língua inglesa, em sala de
aula?
( ) Sim ( ) Não
5. Que atividades são essas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6. A escola oferece material tecnológico, e material didático suficiente para a prática
da língua inglesa?
( ) Sim ( ) Não
7. Os alunos contribuem para que o ensino tenha resultado?
( ) Sim ( ) Não
8. Você acredita que a baixa carga horária destinada a LI prejudica a qualidade do
ensino?
( ) Sim ( ) Não
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9. Quais são os principais desafios encontrados na inserção de um ensino
significativo na escola pública?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10. Levando-se em conta todos os fatores que dificultam o ensino da LI na escola
pública (apontados na questão anterior), você acha que é possível o professor
oferecer um ensino significativo que atenda as novas demandas que surgiram,
devido à importância do inglês atualmente?
( ) Sim ( ) Não– Por que?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________