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Anais do Congresso de Administração, Sociedade e Inovação - CASI 2016 - ISSN: 2318-698 | Juiz de fora/MG -

01 e 02 de dezembro de 2016

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ARTIGO - EPA – ENSINO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

META-ANÁLISE DA RELEVÂNCIA DAS PUBLICAÇÕES NOS PERIÓDICOS

NACIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO (QUALIS A-2) EM GESTÃO DA

SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

AMERY MOISES NADIR JUNIOR

Este artigo de revisão da literatura propõe-se a quantificar, analisar e avaliar a relevância das

publicações nos periódicos de Administração nacionais sobre o tema gestão da

sustentabilidade nas organizações. Diante da vasta gama de periódicos existentes na área de

Administração e considerando o objetivo de selecionar os artigos mais relevantes, optou-se

por restringir a pesquisa aos periódicos nacionais de Administração com maior fator de

impacto (Qualis A2 – 2014), editados nos últimos 3 anos, ou seja, a partir do ano de 2013.

Foram selecionados 30 artigos considerados mais relevantes, levando-se em conta os

seguintes critérios: instrumental, conceitual, legitimador e teórico-metodológico. Este artigo

possui abordagem mista (qualitativa e quantitativa), utilizando-se de técnicas de bibliometria,

meta-análise e estatística descritiva para quantificar, analisar e avaliar a produção científica

considerada mais relevante na temática. Traz como contribuição proporcionar o levantamento

do estado da arte e do grau de relevância dos artigos relacionados à gestão da sustentabilidade

nas organizações, publicados nos periódicos de Administração brasileiros, por meio do

levantamento sistemático dos periódicos e dos artigos relacionados à produção científica do

tema.

PALAVRAS-CHAVE: desenvolvimento sustentável; gestão ambiental; organizações;

responsabilidade social; sustentabilidade.

1. INTRODUÇÃO

Este estudo de revisão de literatura propõe-se a quantificar, analisar e avaliar a

relevância das publicações nos periódicos de Administração nacionais sobre o tema gestão da

sustentabilidade nas organizações.

Considerando a grande quantidade de periódicos existentes na área, bem como

considerando o objetivo de selecionar os artigos de cunho mais relevante, optou-se por

delimitar a pesquisa da seguinte forma: (i) periódicos nacionais de Administração com maior

fator de impacto (Qualis A2 – 2014); (ii) publicados nos últimos três anos, ou seja, a partir de

2013, para proporcionar o conhecimento do estado da arte mais recente na temática.

Segundo Vieira (2006) a preocupação com a qualidade das pesquisas cientificas na

área de Administração no Brasil não é nova, pois nos primeiros encontros da ANPAD

(Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Administração) já havia área



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temática específica sobre pesquisa em Administração. Atualmente é denominada de “Ensino e

Pesquisa em Administração e Contabilidade - EPQ” nos EnANPADs (Encontros Nacionais da

ANPAD).

Conforme a APA (2012), periódicos científicos são repositórios de conhecimento

acumulado em determinada área. A familiaridade com a literatura permite ao pesquisador

evitar a repetição de trabalho realizado anteriormente e contribuir com algo novo, com clareza

e concisão. Os artigos científicos, de modo geral, são assim classificados: estudos empíricos:

relatos de pesquisa original, incluindo análises secundárias que testam hipóteses abrangendo

novas análises de dados não abordados em pesquisas anteriores; revisões de literatura:

avaliações críticas de material já publicado, incluindo sínteses de pesquisa e meta-análises;

artigos teóricos: utilizam a literatura de pesquisa existente para aperfeiçoar a teoria; artigos

metodológicos: apresentam novas abordagens metodológicas, modificações dos métodos

existentes ou discussões sobre abordagens quantitativas e qualitativas; e estudos de casos:

relatos de materiais de casos, obtidos por meio de trabalho com indivíduos, grupos,

comunidades ou organizações.

A revisão da literatura cumpre vários propósitos, como: (i) compartilhar com o leitor

os resultados de outros estudos que estão intimamente relacionados àquele que está sendo

realizado; (ii) relacionar determinado estudo ao diálogo maior e contínuo na literatura,

preenchendo lacunas e ampliando estudos anteriores; (iii) proporcionar estrutura para

estabelecer a importância do estudo e também referência para comparar os resultados com

outros achados (CRESWELL, 2010).

De acordo com Richardson (1999) a pesquisa pode ter os seguintes objetivos (do

ponto de vista de ferramenta) para adquirir conhecimento: (i) resolver problemas específicos;

(ii) gerar teorias; e (iii) avaliar teorias existentes. Destaca ainda o autor que, em termos gerais,

não existe pesquisa sem teoria: de forma implícita ou explicita, a teoria está presente em todo

o processo de pesquisa. Vergara (2012) observa que a teoria e o método são interdependes ao

buscar realizar o objetivo da pesquisa, seja ele descrever, explicar, descobrir, compreender,

predizer determinado fenômeno. Portanto ambos se nutrem (teoria e método), pois se o

resultado de dada investigação confirma a teoria existente, o estudo pouco acrescenta à

compreensão dominante de determinado fenômeno; conquanto se o resultado redimensiona ou

refuta a teoria, altera, significativamente, tal compreensão.

Na visão de Demo (2008) os dados da pesquisa necessitam ser trabalhados de forma

criteriosa, e tratados como produtos interpretativos, reconstruídos. Entre os critérios

encontram-se a coerência, a consistência, a sistematicidade, a originalidade, a objetivação e a

discutibilidade. Para Bartunek, Rynes e Ireland (2006) a importância da questão de pesquisa e

a validade das conclusões são os elementos centrais de artigos de alta qualidade, contribuindo

para que sejam considerados interessantes no meio acadêmico editorial.



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Segundo Nicolai e Seidl (2010) a relevância da pesquisa pode ser classificada em: (i)

relevância instrumental, no caso de o conhecimento prestar-se à aplicação prática direta; (ii)

conceitual, quando o conhecimento revela entendimentos novos com base nos quais se pode

repensar a realidade; ou (iii) legitimadora, se o conhecimento legitimar aspectos da realidade.

Mascarenhas, Zambaldi e Moraes (2011) acrescentam à relevância prática aquela de caráter

teórico-metodológica, na qual o conhecimento se prova pertinente à evolução dos

entendimentos ou procedimentos científicos. Assim esta pesquisa considerou os seguintes

critérios para a seleção dos artigos mais relevantes: instrumental; conceitual; legitimador e

teórico-metodológico.

Este estudo divide-se nos seguintes tópicos, além desta introdução: (i) gestão da

sustentabilidade nas organizações; (ii) metodologia de pesquisa, (iii) apresentação e análise

dos resultados obtidos; e (iv) considerações finais.

2. GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

No primeiro subtópico serão abordados, resumidamente, os aspectos gerais

relacionados ao desenvolvimento sustentável, à sustentabilidade, à responsabilidade social e à

gestão da sustentabilidade nas organizações. No segundo subtópico são apresentadas as

sínteses dos artigos publicados nos periódicos de Administração Qualis A2, na sequência

estabelecida na Tabela 2, considerados mais relevantes com base nos critérios instrumental,

conceitual, legitimador e teórico-metodológico, descritos no tópico introdutório.

2.1 Gestão da sustentabilidade nas organizações

A sustentabilidade, de acordo com a teoria do triple bottom line desenvolvida por

Elkington (2012), considera o desenvolvimento sustentável nas seguintes dimensões:

prosperidade econômica, qualidade ambiental e justiça social. Segundo o autor,

sustentabilidade pode ser definida como: “(...) princípio que assegura que nossas ações de

hoje não limitarão a gama de opções econômicas, sociais e ambientais disponíveis para as

futuras gerações”.

Para Sachs (2008) o conceito de desenvolvimento sustentável, em especial a dimensão

ambiental, baseia-se no duplo imperativo ético de solidariedade sincrônica com a geração

atual e de solidariedade diacrônica com as gerações futuras. Dessa forma sustentabilidade

seria o novo paradigma dos negócios do século 21 e o desenvolvimento sustentável proposto

pelos líderes governamentais e corporativos como solução para grande gama de problemas

que estão começando a fazer parte da pauta internacional. A expectativa de que as empresas

contribuirão para a sustentabilidade cresce em todo o mundo (ELKINGTON, 2012).

A gestão ambiental empresarial, por seu turno, possui nas iniciativas ambientais

públicas globais, regionais, nacionais e locais as suas principais fontes de incentivo e

desenvolvimento. Pode-se considerar a Conferência das Nações Unidas (ONU) para o Meio

Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972, como importante marco para o



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desenvolvimento da gestão ambiental. As conferências posteriores, como a realizada no Rio

de Janeiro em 1992 (Rio 92), resultaram na diversidade de medidas de gestão socioambiental,

consubstanciadas em acordos multilaterais ambientais e programas envolvendo governos,

empresas, organizações não governamentais e instituições de ensino e pesquisa (BARBIERI,

2016).

Não há dúvidas em relação à importância da implementação da gestão ambiental nas

empresas, todavia cada organização deve encontrar seu caminho. Nas grandes empresas cabe

a criação de departamentos específicos. Nas médias, pequenas e microempresas as atividades

ambientais podem ser conduzidas em conjunto com outras questões empresariais,

principalmente com áreas correlatas (BARBIERI, 2016).

Para Tachizawa (2016) gestão ambiental abrange a passagem do pensamento

mecanicista para o pensamento sistêmico, no qual um aspecto essencial dessa mudança é que

a percepção do mundo como máquina cede lugar à percepção do mundo como sistema vivo.

Assim a gestão ambiental e a responsabilidade social tornaram-se importantes instrumentos

gerenciais para a capacitação e a criação de condições de competitividade para as

organizações.

A demanda por maior participação e a crescente conscientização da dependência

mútua dos problemas econômicos, sociais e ambientais levaram a uma nova perspectiva em

responsabilidade social. O conceito de responsabilidade social corporativa (RSC) foi

conectado ao conceito de desenvolvimento sustentável após a Comissão Brundtland (1987) e

da Rio 92 (1992), ambas realizadas pela ONU (THEUER, 2013).

2.2 Síntese dos artigos mais relevantes em gestão da sustentabilidade nas organizações

Schreiber at al. (2016) abordaram o conflito entre a redução dos recursos naturais e a

demanda por crescimento econômico que têm criado crescente necessidade de encontrar

meios para tornar a conservação do meio ambiente compatível com o crescimento econômico.

Para tanto analisaram a inovação implementada em companhias químicas situadas na região

do Vale dos Sinos-RS. Trata-se de estudo exploratório e descritivo, com a utilização de survey

nas companhias.

Alperstedt e Bulgacov (2015) analisaram a correlação entre a práxis estratégica

relacionada à gestão ambiental nas companhias industriais catarinenses e suas práticas

estratégicas. Os dados desse estudo quantitativo foram obtidos por meio da aplicação de

questionário online.

Berardi e Brito (2015) investigaram o negligenciado caminho do meio no processo de

gestão ambiental, analisando a força dos principais drivers ambientais para aprimorar as

práticas ambientais no interior das empresas. Trata-se de pesquisa quantitativa de corte

transversal, com emprego de survey em 150 empresas brasileiras. Constatou a importância



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dos instrumentos de comando e controle e da pressão dos stakeholders para o aprimoramento

das práticas ambientais nas empresas.

Ferron at al. (2012) examinaram o efeito da certificação de gestão ambiental (ISO

14001) na rentabilidade das companhias de capital aberto brasileiras. A pesquisa comparou o

desempenho financeiro de companhias com e sem a certificação, utilizando dados de 552

empresas no período de 1996 a 2008. O estudo demonstrou que as empresas certificadas são

mais rentáveis, na média, do que aquelas sem certificação ambiental.

Justen e Moretto Neto (2013) exploraram em seu artigo teórico alternativas e

potencialidades advindas das relações entre desenvolvimento e gestão, com os postulados das

gestões do desenvolvimento e dos aprimoramentos da gestão.

Orsiolli e Nobre (2016) analisaram como a inter-relação entre empresas que

satisfazem critérios do empreendedorismo sustentável e dos seus stakeholders-fornecedores

influencia na criação de valores que contribuam para o desenvolvimento sustentável.

Utilizaram abordagem qualitativa e estratégia de estudo de casos múltiplos.

Salles at al. (2016) analisaram a adoção da TI Verde nas organizações, examinando,

mais especificamente, os motivos para sua adoção, as práticas implantadas, os benefícios

percebidos e as dificuldades enfrentadas. Para tanto foram conduzidos três estudos de caso

com empresas de diferentes setores econômicos.

Paiva at al. (2015) identificaram e analisaram os cobenefícios em prol do

desenvolvimento sustentável de projetos do mercado voluntário de carbono no Brasil para

além da redução de gases de efeito estufa. Para tanto realizaram pesquisas exploratórias,

análise documental e estudos de casos ilustrativos.

Maçaneiro at al. (2015) analisaram a associação da regulamentação ambiental com a

adoção de estratégias de ecoinovação proativas e reativas na indústria brasileira de celulose,

papel e produtos de papel. Empregou-se a abordagem quantitativa, com estratégia de

levantamento de corte transversal, por meio de um questionário on-line respondido por 117

empresas do setor, de todos os portes e de todas as regiões do Brasil.

Coelho, Godoi e Coelho (2015) procuraram demonstrar a análise do discurso da

sustentabilidade a partir de materiais visuais. Os relatórios de sustentabilidade divulgados pela

empresa estudada durante cinco anos (2007 a 2011) foram utilizados como fontes discursivas.

Machado Júnior, Souza e Parisotto (2014) analisaram o processo de

institucionalização e legitimação do conhecimento em programas stricto sensu em

Administração, no campo de sustentabilidade ambiental, por meio da proposição e aplicação

de sociologia do conhecimento. Trata-se de pesquisa com abordagem de métodos mistos, com

predomínio de técnicas quantitativas, com a análise de redes.

Souza e Ribeiro (2013) investigaram o perfil das pesquisas e a evolução do tema

sustentabilidade ambiental nos artigos publicados em periódicos Qualis de Administração de

A1 a B2, no período de 1992 a 2011, num total de 396 artigos. Os resultados apontaram que a



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área é recente e que ainda não atingiu maturidade nas publicações, mas que se encontra a

caminho da consolidação, pois o número de artigos mostra tendência de crescimento. Trata-se

de pesquisa bibliométrica (meta-análise) com emprego de estatística descritiva.

Nobre e Ribeiro (2013) estudaram a relação entre Grau de Complexidade Cognitiva e

Sustentabilidade em Organizações (SEO) de empresas listadas no Índice de Sustentabilidade

Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo. Adotaram abordagem qualitativa, com

estudo de casos múltiplos. Utilizou-se pesquisa documental para levantar relatórios de

sustentabilidade e questionários do ISE que foram submetidos à análise de conteúdo.

Fontoura, Bharucha e Böhm (2016) analisaram as diferentes posições assumidas no

sistema agroalimentar transnacional por atores estatais, privados e da sociedade civil.

Mapearam as principais diferenças e semelhanças nos discursos desses grupos na influente

Rio+20, em 2012. Com base na teoria de discurso neogramsciana procuraram desvelar os

diferentes interesses político-econômicos e posicionamentos no sistema agroalimentar.

Dolci at al. (2015) estudaram a dinâmica da implementação da TI Verde nas

organizações sob a perspectiva estruturacionista da tecnologia, por meio de estudo de

múltiplos casos realizado com três empresas brasileiras. Os resultados permitem melhorar a

compreensão da inter-relação entre a tecnologia, os indivíduos e as propriedades institucionais

da organização, destacando o papel da equipe de TI na institucionalização da dimensão

ambiental da sustentabilidade.

Alves e Nascimento (2014) analisaram a difusão do conceito e das apráticas de Green

Supply Chain Management (GSCM) no cenário brasileiro. Para tanto foram realizadas

entrevistas com especialistas do tema cadeia de suprimentos na área de Administração no

Brasil. Os resultados indicam que as razões para o lento desenvolvimento do conceito podem

relacionar-se com as características do mercado nacional, foco empresarial em aspectos

internos, falta de legislação rígida e baixa pressão dos consumidores.

Scandelari e Cunha (2013) estudaram a relação entre a ambidestralidade e o

desempenho socioambiental de organizações. Os dados foram obtidos em survey conduzida

em 131 empresas da indústria eletroeletrônica. Constataram que as organizações

categorizadas como ambidestras apresentaram desempenhos ambientais e sociais superiores,

evidenciando a relação positiva entre a ambidestralidade e o desempenho socioambiental.

Merino e Pastorino (2013) abordaram as percepções de futuros profissionais de nível

universitário com relação às atividades de responsabilidade social das micro e pequenas

empresas (MPE) no Peru. O objetivo do artigo é contribuir para um melhor entendimento de

como implementar cursos de responsabilidade social em universidades. Para tanto uma escala

foi desenvolvida e aplicada a 506 estudantes de graduação em cinco universidades.

Gonzalez e Moser (2015) realizaram estudo qualitativo indutivo para avaliar

potenciais sinergias entre clientes microfinanceiros (MF) e temáticas de microcrédito (MC),

bem como estratégias que podem ser aprimoradas para reduzir vulnerabilidades à MC no



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nível micro/institucional. Para tanto investigaram o segundo maior programa de microcrédito

rural no Brasil, o Sistema Cresol de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária.

Moura (2015) analisou os aspectos jurídico-institucionais o Imposto sobre Circulação

de Mercadorias e Serviços (ICMS) socioambiental. Também analisa seu trajeto histórico e

evolução jurídica. Buscou traçar panorama nacional de como as diferentes concepções de

sustentabilidade foram operacionalizadas pelas legislações estaduais, gerando diferentes

estruturas de incentivos institucionais. Trata-se de pesquisa teórico-empírica.

Costa (2015) realizou análise comparativa das disputas trazidas à Organização

Mundial do Comércio (OMC), desde a entrada em vigor da instituição em 1º de janeiro de

1995 até 1º de janeiro de 2014, relacionadas com elementos do desenvolvimento sustentável.

O objetivo é examinar a extensão e a natureza do conceito de desenvolvimento sustentável no

sistema de solução de controvérsias da OMC por meio dos exames da “jurisprudência” da

organização. Utilizou-se da abordagem qualitativa na pesquisa.

Alencastro, Silva e Lopes (2014) analisaram a implementação da contratação pública

sustentável (CPS) no âmbito do Poder Executivo federal brasileiro, considerando os objetivos

que orientam esse processo, as normas de cumprimento obrigatório, suas potencialidades e

limitações. Trata-se de pesquisa com abordagem de método misto.

Almeida, Silvia e Pessoa (2013) buscaram identificar em qual medida a participação

do município de Palmas-TO na campanha Cidades pela Proteção do Clima (CPC) do Local

Governments for Sustainability (Iclei) influenciou a formulação e a implementação de

políticas locais sobre mudanças climáticas. Utilizou-se o método qualitativo de pesquisa, por

meio da análise de documentos formais e entrevistas semiestruturadas com atores da

administração pública municipal e do terceiro setor.

Lopes e Pacagnan (2014) verificaram se as indústrias de grande porte do estado do

Paraná estão utilizando as práticas de marketing verde e mantêm projetos de gestão

socioambiental. Para atender aos objetivos, elaborou-se pesquisa descritiva e quantitativa com

48 grandes empresas cadastradas na Federação das Indústrias do Paraná.

Jabbour (2014) verificou se a evolução da gestão ambiental se relaciona positivamente

com a adoção de práticas de green supply chain management (GSCM) por empresas do setor

eletroeletrônico do Brasil. Realizou-se pesquisa quantitativa por meio de levantamento survey

com 100 empresas do setor eletroeletrônico brasileiro.

Abreu, Albuquerque e Freitas (2014) analisaram a estratégia de redução das emissões

dos gases do efeito estufa (GEE) em empresa de distribuição de energia elétrica. A pesquisa

foi conduzida por meio de entrevistas com roteiro semiestruturado com a presidência da

empresa e com os gestores das áreas de planejamento e controle, marketing, regulação, meio

ambiente, responsabilidade social, e pesquisa e desenvolvimento. A parte empírica foi

conduzida sob abordagem qualitativa, descritiva, exploratória e estudo de estudo de caso

único.



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Calixto (2013) analisou comparativamente as informações socioambientais divulgadas

pelas companhias latino-americanas nos seus relatórios. Realizou-se análise de conteúdo das

informações socioambientais divulgadas por amostra de 226 organizações, no período de

2004 a 2009, segregadas por país, empresa, setor e ano. Utilizou-se as diretrizes voluntárias

da The Global Reporting Initiative (GRI). Trata-se de pesquisa indutiva, qualitativa e

descritiva.

Scur e Heinz (2016) analisaram a inserção da dimensão ambiental na estratégia de

operações de três montadoras do ABC paulista e como tal estratégia pode impactar o

desempenho competitivo da área de operações. Utilizou-se estudo de caso múltiplo descritivo

e exploratório.

Oliveira Neto at al. (2015) demonstram as influências ambientais primárias exercidas

pelo governo, agentes econômicos e sociedade nas companhias para a implementação dos

princípios e mecanismos de produção limpa (MPL), bem como os atributos (poder,

legitimidade e urgência) usados pelo stakeholders para coagir companhias a adotarem esses

princípios. Utilizou-se pesquisa exploratória, por meio de survey aplicada em 102 companhias

brasileiras, com análise multivariada de dados.

Lameira at al. (2013) testaram o possível relacionamento entre o índice de

sustentabilidade da Bovespa, utilizada como proxy de melhores práticas de sustentabilidade, e

a concomitante prática de melhores regras de sustentabilidade com os indicadores da

qualidade da gestão dessas companhias. Utilizaram-se métodos econométricos.

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva (VERGARA, 2005), com abordagens

qualitativa e quantitativa (RICHARDSON, 1999). Conforme expõe Creswell (2010), pode-se

obter mais insights com a combinação de pesquisas qualitativa e quantitativa do que com cada

uma das formas isoladamente.

Para atingir os objetivos da pesquisa foram utilizadas técnicas de bibliometria e meta-

análise para quantificar e analisar a produção científica da temática relacionada ao estudo.

Cabe observar que a bibliometria, inicialmente voltada para a medida de livros (quantidade de

edições e exemplares, quantidade de palavras contidas nos livros, espaço ocupado pelos livros

nas bibliotecas, estatísticas relativas à indústria do livro), aos poucos foi se direcionando para

o estudo de outros formatos de produção bibliográfica, tais como artigos de periódicos e

outros tipos de documentos, para depois ocupar-se, também, da produtividade de autores e do

estudo de citações (ARAÚJO, 2006).

A revisão da bibliografia seguiu os seguintes passos, com base nas sugestões de

Creswell (2010): (i) identificação das palavras chaves (desenvolvimento sustentável; gestão

ambiental; organizações; responsabilidade social; sustentabilidade); (ii) buscas nos bancos de

dados eletrônicos disponíveis na Internet (“Periódicos”, “Ebsco”, “Scielo” e sites dos



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periódicos); (iii) seleção dos artigos relacionados ao tema da pesquisa (iv) identificação da

literatura útil para o objetivo da pesquisa; e (v) catalogação dos artigos selecionados.

Assim sendo, com base nas palavras-chave, foram selecionados artigos publicados em

periódicos nacionais de Administração de alto impacto publicados (Qualis A2), conforme

tabela Tabela 1. Optou-se por delimitar a amostra inicial aos artigos publicados nos últimos 3

anos para que se obtivesse o estado da arte na temática mais recente. Num segundo momento

foram realizadas as meta-análises dos conteúdos dos artigos selecionados. Por fim, a escolha

dos artigos considerados mais relevantes (Tabela 2) foi realizada conforme os critérios pré-

definidos (instrumental; conceitual; legitimador e teórico-metodológico), mediante a

aplicação de notas, pelo próprio autor, no intervalo de 1 (nota mínima) a 5 (nota máxima),

cuja pontuação máxima é igual a 20 (Tabela 3). Além das pontuações por artigo, também

foram consideradas as pontuações gerais por critérios de relevância, com pontuação máxima

igual a 150.

Os artigos selecionados foram catalogados por meio do software Microsoft Excel, com

o emprego de estatística descritiva.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Neste tópico serão apresentados os principais resultados da pesquisa, bem como

postadas as tabelas que sistematizam os dados e as informações coletadas.

Conforme consta da Tabela 1, catalogou-se 72 artigos publicados nos periódicos

nacionais Qualis A2 de Administração segundo palavras-chaves pré-definidas, descritas nas

seções introdutória e metodológica. Esses artigos selecionados para avaliação da relevância

não serão relacionados (ou expostas as suas avaliações) neste trabalho devido às limitações de

espaço, características dos artigos científicos.

Do total de 72 artigos, selecionaram-se as 30 publicações consideradas mais relevantes

com base nos seguintes critérios: (i) instrumental; (ii) conceitual; (iii) legitimador; e (iv)

teórico-metodológico. Aplicaram-se notas de 1 a 5, com pontuação máxima igual a 20, para

cada critério de relevância, considerando-se os artigos individualmente.

Na Tabela 2 estão relacionados os títulos dos artigos considerados mais relevantes,

seguidos dos autores, anos de publicação e periódicos. Todos os artigos constantes da Tabela

estão referenciados ao final do artigo.

Cabe observar que a RAC foi o único periodico que teve todos os artigos selecionados

por palavras-chave também selecionados pelos criteiros de relevância. Também é mister citar

que a RAP obteve o maior número de artigos selicionados por palavras-chave.

A Tabela 3 apresenta as avaliações dos 30 artigos selecionados pela sua relevância.

Pode-se verificar que os artigos com as três melhores pontuações (máximo igual a 20) foram

escritos por Scandelari e Cunha (RAE), com 20 pontos; Ferron at al (BAR), com 19 pontos; e

Oliveira Neto at al. (RBGN), com 19 pontos. O primeiro artigo obteve notas máximas em



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todos os critérios. Os demais obtiveram notas máximas nos critérios instrumental, legitimador

e teórico-metodológico.

Em relação às pontuações relativas aos critérios (máximo igual a 150), sem levar em

conta os artigos individualmente, constata-se na Tabela 3 que as melhores pontuações foram

relativas aos seguintes critérios: conceitual (131 pontos); legitimador (130 pontos);

instrumental (128 pontos); e teórico-metodológico (128 pontos). Todavia a diferença não é

significativa.



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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo foram quantificados, analisados e avaliados os artigos considerados mais

relevantes na temática relacionada à gestão da sustentabilidade nas organizações, publicados

nos periódicos de Administração Qualis A2 – 2014, a partir do ano de 2013.

A importância da pesquisa revela-se (i) na seleção dos artigos considerados mais

relevantes publicados em periódicos de Administração de alto impacto (Qualis A2 - 2014),

servindo de guia para trabalhos científicos futuros; (ii) na apresentação do estado da arte nas

pesquisas relacionadas à temática gestão ambiental nas organizações; (iii) na escolha da

temática, haja vista a urgência da adoção de medidas por todos os segmentos da sociedade

para reverter o quadro atual de exaustão dos recursos naturais, poluição e degradação do meio

ambiente, que compromete a sobrevivência da própria civilização; e (iv) no auxílio aos

profissionais que atuam ou pretendem atuar na área da gestão da sustentabilidade nas

organizações. É por meio do conhecimento e da capacitação dos gestores ambientais que será

possível ao Brasil adotar e aplicar, de forma eficiente e eficaz, as práticas de sustentabilidade

e de responsabilidade social.



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Aponta-se como limitação da pesquisa o fato da restrição da amostra a periódicos

nacionais Qualis A2 de Administração, a partir de 2013. Assim para futuras pesquisas,

sugere-se: (i) considerar, além do Qualis A2, os periódicos Qualis B2 e B3 nacionais,

inclusive os internacionais com classificações equivalentes; (ii) ampliar a pesquisa para

artigos publicados em datas anteriores a 2013; (iii) expandir a pesquisa para contemplar os

artigos publicados nos periódicos de Economia e Contabilidade de alto impacto,

especialmente no que tange às temáticas relacionadas à economia e contabilidade ambientais;

e (iv) aprimorar a aplicação dos critérios de relevância para seleção dos artigos, minimizando,

na medida do possível, os efeitos da subjetividade, características da avaliação de cunho

individual.

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