mecanismos da mediunidade - chico xavier

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Mecanismos da Mediunidade é a décima-segunda obra da série do autor espiritual André Luiz, psicografada por Chico Xavier.Nos primeiros capítulos, o livro fornece noções sobre ondas, campo eletromagnético, estrutura atômica e radioatividade, procurando estabelecer analogias destes conceitos com temas associados à mediunidade. Já nos capítulos finais, são tratados temas como hipnotismo, passes, obsessões e preces.

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Francisco Cândido Xavier - Mecanismos da Mediunidade - pelo Espírito André Luiz

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Coleção “A Vida no Mundo Espiritual”

01 - Nosso Lar 02 - Os Mensageiros 03 - Missionários da Luz 04 - Obreiros da Vida Eterna 05 - No Mundo Maior 06 - Libertação 07 - Entre a Terra e o Céu 08 - Nos Domínios da Mediunidade 09 - Ação e Reação 10 - Evolução em Dois Mundos 11 - Mecanismos da Mediunidade 12 - Sexo e Destino 13 - E a Vida Continua...

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Índice Registros de Allan Kardec ......................................................... 9 Mediunidade ............................................................................. 11 Ante a Mediunidade ................................................................. 15 1 Ondas e percepções .............................................................. 19

Agitação e ondas ............................................................... 19 Tipos e definições ............................................................. 19 Homem e ondas................................................................. 20 Continente do “infra-som” ................................................ 21 Sons perceptíveis .............................................................. 22 Outros reinos ondulatórios ................................................ 23

2 Conquistas da Microfísica ................................................... 25 Primórdios da Eletrônica................................................... 25 Campo eletromagnético..................................................... 26 Estrutura do átomo ............................................................ 27 Estado radiante e raios X................................................... 27 Elétron e radioatividade .................................................... 29 Química Nuclear ............................................................... 29

3 Fótons e fluido cósmico ........................................................ 32 Estrutura da luz ................................................................. 32 “Saltos qüânticos” ............................................................. 33 “Efeito Compton” ............................................................. 34 Fórmula de De Broglie...................................................... 34 Mecânica ondulatória ........................................................ 35 Campo de Einstein”........................................................... 36

4 Matéria mental ..................................................................... 38 Pensamento do Criador ..................................................... 38 Pensamento das criaturas .................................................. 38

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Corpúsculos mentais ......................................................... 39 Matéria mental e matéria física ......................................... 40 Indução mental.................................................................. 41 Formas-pensamentos......................................................... 42

5 Corrente elétrica e corrente mental .................................... 43 Dínamo espiritual .............................................................. 43 Gerador elétrico ................................................................ 43 Gerador mediúnico............................................................ 44 Átomos e Espíritos ............................................................ 45 Força eletromotriz e força mediúnica................................ 46 Fontes de fraco teor........................................................... 46

6 Circuito elétrico e circuito mediúnico................................. 48 Conceito de circuito elétrico ............................................. 48 Conceito de circuito mediúnico......................................... 48 Circuito aberto e circuito fechado ..................................... 49 Resistência ........................................................................ 49 Indutância ......................................................................... 50 Capacitância...................................................................... 51

7 Analogias de circuitos .......................................................... 53 Velocidade elétrica............................................................ 53 Continuidade de correntes................................................. 53 Expressões de analogia ..................................................... 54 Necessidades da sintonia................................................... 55 Detenção de circuitos ........................................................ 56 Condução das correntes..................................................... 56

8 Mediunidade e eletromagnetismo........................................ 57 Mediunidade estuante........................................................ 57 Corrente elétrica................................................................ 57 “Spins” e “domínios” ........................................................ 58 Campo magnético essencial .............................................. 59 Ferromagnetismo e mediunidade ...................................... 61 “Descompensação vibratória” ........................................... 61

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9 Cérebro e energia ................................................................. 63 Geradores e motores.......................................................... 63 Gerador “shunt” ................................................................ 63 Frustração da corrente elétrica .......................................... 64 Gerador do cérebro............................................................ 64 Corrente do pensamento.................................................... 66 Negação da corrente mental .............................................. 67

10 Fluxo mental ....................................................................... 68 Partícula elétrica................................................................ 68 Partícula mental ................................................................ 69 Corrente mental sub-humana............................................. 69 Função dos agentes mentais .............................................. 69 Corrente mental humana ................................................... 70 Campo da aura .................................................................. 71

11 Onda mental ....................................................................... 73 Onda hertziana .................................................................. 73 Pensamento e televisão ..................................................... 73 Células e peças .................................................................. 75 Alavanca da vontade ......................................................... 76 Vontade e aperfeiçoamento ............................................... 77 Ciclotron da vontade ......................................................... 77

12 Reflexo condicionado ......................................................... 79 Importância da reflexão..................................................... 79 Tipos de reflexos............................................................... 79 Experiência de Pavlov....................................................... 80 Reflexos psíquicos ............................................................ 80 Agentes de indução ........................................................... 81 Uso do discernimento........................................................ 82

13 Fenômeno hipnótico indiscriminado ................................. 84 Hipnotismo vulgar............................................................. 84 Graus de passividade......................................................... 85 Idéia-tipo e reflexos individuais ........................................ 86

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Aula de violino.................................................................. 87 Hipnose e telementação..................................................... 87 Sugestão e afinidade.......................................................... 88

14 Reflexo condicionado específico ........................................ 90 Pródromos da hipnose ....................................................... 90 Mecanismo do fenômeno hipnótico .................................. 91 Mecanismo da Hipnoterapia.............................................. 92 Objetos e reflexos específicos ........................................... 93 Circuito magnético e circuito mediúnico........................... 94 Auto-magnetização ........................................................... 94

15 Cargas elétricas e cargas mentais...................................... 96 Experiência vulgar ............................................................ 96 Máquina eletrostática ........................................................ 96 Nas camadas atmosféricas................................................. 97 Correntes de elétrons mentais............................................ 98 Correntes mentais construtivas.......................................... 99 Correntes mentais destrutivas.......................................... 100

16 Fenômeno magnético da vida humana............................ 102 Hipnose de palco e hipnose natural ................................. 102 Centro indutor do lar ....................................................... 102 Outros centros indutores ................................................. 103 Todos somos médiuns ..................................................... 105 Perseverança no bem....................................................... 106 Gradação das obsessões .................................................. 106

17 Efeitos físicos .................................................................... 108 Simbioses espirituais....................................................... 108 Médium teleguiado ......................................................... 109 Dificuldades do intercâmbio ........................................... 110 Médiuns e assistentes ...................................................... 111 Lei do Campo Mental...................................................... 111 Futuro dos fenômenos físicos.......................................... 112

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18 Efeitos intelectuais............................................................ 114 Nas ocorrências cotidianas .............................................. 114 Mediunidade ignorada..................................................... 116 Mediunidade disciplinada ............................................... 117 Passividade mediúnica .................................................... 118 Conjugação de ondas....................................................... 118 Clarividência e clariaudiência ......................................... 119

19 Ideoplastia......................................................................... 121 No sono provocado ......................................................... 121 Nos fenômenos físicos .................................................... 122 Interferências ideoplásticas ............................................. 123 Mediunidade e responsabilidade ..................................... 124 Em outros fenômenos...................................................... 124 Na mediunidade aviltada................................................. 125

20 Psicometria ....................................................................... 126 Mecanismo da psicometria.............................................. 126 Psicometria e reflexo condicionado................................. 127 Função do psicômetra ..................................................... 128 Interdependência do médium .......................................... 128 Caso de desaparecimento ................................................ 129 Agentes induzidos ........................................................... 130

21 Desdobramento................................................................. 132 No sono artificial............................................................. 132 No sono natural ............................................................... 133 Sono e sonho................................................................... 134 Concentração e desdobramento....................................... 135 Inspiração e desdobramento ............................................ 136 Desdobramento e mediunidade ....................................... 137

22 Mediunidade curativa ...................................................... 138 Mente e psicossoma ........................................................ 138 Sangue e fluidoterapia..................................................... 139 Médium passista.............................................................. 140

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Mecanismo do passe ....................................................... 141 Vontade do paciente........................................................ 142 Passe e oração ................................................................. 142

23 Animismo .......................................................................... 143 Mediunidade e animismo ................................................ 143 Semelhanças das criaturas ............................................... 144 Obsessão e animismo ...................................................... 145 Animismo e hipnose........................................................ 145 Desobsessão e animismo................................................. 146 Animismo e criminalidade .............................................. 146

24 Obsessão............................................................................ 148 Pensamento e obsessão ................................................... 148 Perturbações morais ........................................................ 148 Zonas purgatoriais........................................................... 149 Reencarnação de enfermos.............................................. 151 Obsessão e mediunidade ................................................. 151 Doutrina Espírita ............................................................. 152

25 Oração............................................................................... 154 Mediunidade e religião.................................................... 154 Reflexo condicionado e mediunidade.............................. 154 Grandeza da oração ......................................................... 155 Equilíbrio e prece ............................................................ 156 Prece e renovação............................................................ 157 Mediunidade e prece ....................................................... 158

26 Jesus e mediunidade......................................................... 159 Divina mediunidade ........................................................ 159 Médiuns preparadores ..................................................... 160 Efeitos físicos.................................................................. 161 Efeitos intelectuais .......................................................... 163 Mediunidade curativa...................................................... 163 Evangelho e mediunidade ............................................... 164

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Registros de Allan Kardec1

No estado de desprendimento em que fica colocado, o Espíri-to do sonâm bulo entra em comunicação mais fácil com os ou tros Espíritos encarnados, ou nã o encarnados, com unicação que se estabelece pelo contacto dos fluidos, que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico.

“O Livro dos Espíritos” – Pág. 233. FEB, 27ª edição.

* * * Salvo algu mas ex ceções, o m édium exprim e o pensam ento

dos Espíritos pelos meios mecânicos que lhe estão à d isposição e a ex pressão des se p ensamento p ode e d eve mesm o, as m ais d as vezes, ressentir-se da imperfeição de tais meios.

“O Livro dos Médiuns” – Pág. 229. FEB, 26ª edição.

* * * A mediunidade não é uma arte, nem um talento, pelo que não

pode tornar-se um a profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade.

“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Pág. 311. FEB, 48ª edição.

* * * Por toda a p arte, a vida e o movimento: nenhum canto do In-

finito despovoado, nenhu ma região que não se ja incessantemente percorrida por legiões inum eráveis de Espíritos radi antes, invisí-veis a os senti dos gr osseiros do s encarnad os, m as cu ja v ista d es-lumbra de alegria e admiração as almas libertas da matéria.

1 Designados pelo Autor espiritual.

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“O Céu e o Inferno” – Página 34. FEB, 18ª edição.

* * * São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre

os d oentes, de aco rdo com as circunstâncias. Algum as vezes é lenta e reclam a tratam ento p rolongado, com o no m agnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica.

“A Gênese” – Pág. 279. FEB, 13ª edição.

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Mediunidade

Acena-nos a an tigüidade terres tre com brilh antes m anifesta-ções mediúnicas, a repontarem da História.

Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava constantemente.

Reporta-se Pl utarco a o e ncontro de Br uto, cert a noite , com um dos seus perseguidores dese ncarnados, a visitá-lo, em pleno campo.

Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a morrer de fom e, passou a viver, em Espírito, m onoideizado na revolta em que s e alu cinava, aparecend o e d esaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.

Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fo-ra do co rpo carnal, junto de Agripi na e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.

Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os res tos nos jard ins de Lâmia, eram ali vistos, freqüentemente, até que se lhe exum aram os despojos para a incineração.

Todavia, on de a m ediunidade atin ge cu lminâncias é ju sta-mente no Cristianismo nascituro.

Toda a passagem do Mestre ines quecível, entre os hom ens, é um cân tico de lu z e am or, exte rnando-lhe a co ndição de Media-neiro da Sabedoria Divina.

E, continuando-lhe o ministério, os apóstolos que se lhe man-tiveram l eais convert eram-se em m édiuns notáve is, no dia de

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Pentecostes2, quando, associadas as suas forças, por se acharem “todos reunidos”, os em issários es pirituais do Se nhor, a través deles, produziram fenôm enos f ísicos em g rande cóp ia, com o sinais lum inosos e vo zes diretas, in clusive fato s de psicof onia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias língu as, s imultaneamente, pa ra os isr aelitas de pr oce-dências diversas.

Desde então, os eventos mediúnicos para eles se tornaram ha-bituais.

Espíritos materializados libertavam-nos da prisão injusta.3 O magnetismo curativo era vastamente praticado pelo olhar4 e

pela imposição das mãos.5 Espíritos sofr edores er am r etirados de pobres obsesso s, aos

quais vampirizavam.6 Um hom em objetivo e teim oso, quanto S aulo de T arso, de-

senvolve a clarividência, de um momento para outro, vê o próprio Cristo, às portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções.7

E porque S aulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus, condoído, procura An anias, médium clarividente na aludida cidade, e pede -lhe socorro para o companheiro que ence-tava a tarefa.8

Não somente na casa dos apóstolos em Jerusalém mensagei-ros esp irituais p restam con tínua ass istência a os sem eadores d o Evangelho; igualmente no lar dos cristãos, em Antioquia, a medi- 2 Atos, capítulo 2, versículos 1 a 13. 3 Atos, capítulo 5, versículos 18 a 20. 4 Atos, capítulo 3, versículos 4 a 6. 5 Atos, capítulo 9, versículo 17. 6 Atos, capítulo 8, versículo 7. 7 Atos, capítulo 9, versículos 3 a 7. 8 Atos, capítulo 9, versículos 10 e 11.

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unidade opera serviços valiosos e incessantes. Dentre os médiuns aí reunidos, um de les, de nom e Agabo 9, incorpora um Espírit o benfeitor q ue r ealiza im portante prem onição. E nessa m esma igreja, vários instrumentos medianímicos aglutinados favorecem a produção da voz direta, consi gnando expressiva incum bência a Paulo e Barnabé.10

Em Tróade, o apóstolo da gent ilidade recebe a visita de um varão, em Espírito, a pedir-lhe concurso fraterno.11

E, ta nto qua nto a contece hoje, os m édiuns de ont em, apesar de guardarem consigo a Bênção Divina, experimentavam injustiça e per seguição. Quase por t oda a part e, pa deciam inqué ritos e sarcasmos, vilipêndios e tentações.

Logo no início das atividades mediúnicas que lhes dizem res-peito, vêem-se P edro e João segr egados no cárcere. Est êvão é lapidado. Tiago, o f ilho de Z ebedeu, é m orto a golpes de espada. Paulo de Tarso é preso e açoitado várias vezes.

A m ediunidade, que prossegue fulgindo entre os m ártires cristãos, s acrificados n as festas circenses, n ão se eclips a, aind a mesmo quando o ensinam ento de Je sus passa a sofrer estagnaçã o por im positivos de orde m política. Apen as há alguns séculos, vimos F rancisco d e A ssis ex alçando-a em lum inosos aconteci-mentos; Lutero transitando entre visões; Teresa d’Ávila em admi-ráveis desdobramentos; José de Copertino levitando ante a espan-tada obse rvação do papa Ur bano 8º , e Swede nborg re colhendo, afastado do corpo físic o, anotações de vários planos espirituais que ele próprio f iltra para o conhecim ento hum ano, segundo as concepções de sua época.

9 Atos, capítulo 11, versículo 28. 10 Atos, capítulo 13, versículos 1 a 4. 11 Atos, capítulo 16, versículos 9 e 10.

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Compreendemos, assim, a validade permanente do esforço de André Luiz, que, servindo-se de es tudos e con clusões de concei-tuados ci entistas terreno s, ten ta, tam bém aqu i12, colaborar na elucidação dos proble mas da m ediunidade, cada vez m ais inquie-tantes na vida conturbada do mundo moderno.

Sem recomendar, de modo algum, a prática do hipnotismo em nossos templos espíritas, a ele reco rre, de escantilhão, para fazer mais ampl amente compreendi dos os m últiplos fenôm enos da conjugação de ondas mentais, além de, com isso, demonstrar que a força m agnética é s imples agente, sem ser a caus a das ocorrê n-cias m edianímicas, n ascidas, inv ariavelmente, de esp írito p ara espírito.

Em nosso cam po de ação, tem os livros que consolam e res-tauram, medicam e alimentam, tanto quanto aqueles que propõem e concluem, argumentam e esclarecem.

Nesse critério, surpreendemos aqui um livro que estuda. Meditemos, pois, sobre suas páginas.

EMMANUEL

Uberaba, 6 de agosto de 1959.

12 Sobre o tema desta obra, André Luiz é o autor de outro livro, intitula-do “Nos Domínios da Mediunidade”. (Nota da Editora.)

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Ante a Mediunidade

Depois de um século de mediunidade, à luz da Doutrina Espí-rita, com inequívocas provas da sobrevivência, nas qu ais a abn e-gação dos Mensageiros Divinos e a tolerância de muitos sensiti-vos foram colocadas à prova, temo-la, ainda hoje, incompreendida e ridicularizada.

Os intelectuais, vinculados ao ateísmo prático, desprezam-na até agora, enquanto os cientistas que a experimentam se recolhem, quase todos, aos pala nques da Metapsíqui ca, observando-a com reserva. Junto deles, porém, os espíritas sustentam-lhe a b andeira de trabalho e revelação, conscientes de sua presença e significado perante a vida. Tachados, m uitas vezes, de fanáti cos, prosseguem eles, à feição de p ioneiros, de sbravando, sof rendo, ajudando e construindo, at entos a os pri ncípios enfeixados por Allan Kardec em sua codificação basilar.

Alguém disse que “os esp íritas pretenderam misturar, no Es-piritismo, ciência e religião, o qu e r esultou em gr ande pr ejuízo para a s ua parte cien tífica”. E acentuou que “um historiador, ao analisar as or denações de Carlos Ma gno, não pensa em Além -Túmulo; que um fis iologista, assinalando as contrações muscula-res de uma rã não fala em esferas ultraterrestres; e que um quím i-co, ao dosar o azoto da lecitina , não se deixa im pressionar po r nenhuma fraseologia da sobr evivência hum ana”, acr escentando que, “em Metapsíquica , é necessário proc eder de igual m odo, abstendo-se o pesqui sador de sonhar com mundos etéreos ou emanações an ímicas, d e m aneira a perm anecer no terra -a-terra, acima de q ualquer teo ria, p ara som ente indaga r, m uito hum ilde-mente, se tal ou tal fenôm eno é verdadeiro, sem o propósito de desvendar os mistérios de nossas vidas pregressas ou vindouras”.

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Os espírita, contudo, apesar do respeito que consagram à pes-quisa dos sábios, não podem abdicar do s enso religioso que lhes define o trabalho. Julg am l ícito reverenciá-los, aproveitando-lhes estudos e equaçõ es, qual nos conduzimos nes tas páginas13, tanto quanto eles m esmos, os sábios , lhes hom enageiam o esforço , utilizando-lhes o cam po de at ividade para experimentos e a nota-ções.

Consideram os espírita s, que o historiador, o fisiologista e o químico podem não pensar em Além-Túmulo, ma s nã o c onse-guem avançar desp rovidos de sens o moral, porquanto o hi storia-dor, sem dignidade, é veículo de imprudência; o fisiologista, sem respeito pa ra cons igo pr óprio, qua se se mpre s e tra nsforma e m carrasco da vida hum ana, e o qu ímico, desalmado, facilmente se converte em agente da morte.

Se caminham atentos à mensagem das Esferas Espirituais, is-so não quer dizer se enquiste m na visão de “mundos etéreos”, para enternecimento beatifico e esterilizante, mas para se fazerem elementos úteis na edif icação do m undo m elhor. Se analisam as emanações an ímicas é porqu e dese jam coop erar n o ap erfeiçoa-mento da vida espiritual no P laneta, assi m como na solução dos problemas do destino e da dor, junto da Hum anidade, de m odo a se es vaziarem pen itenciarias e h ospícios, e, se alg o p rocuram, acima do “terra-a- terra”, esse algo é a educação de si mesmos, através do bem puro aos sem elhantes, com o que aspiram , sem

13 A convi te do Es pírito André Lu iz, os m édiuns Francisco Câ ndido Xavier e Wa ldo Viei ra re ceberam os text os des te l ivro em noi tes de quintas e terças-feiras , na cidade de U beraba, Estado de Minas Gerais. O prefácio de Emmanuel e os capítulos pa res foram recebidos pelo médium Francisc o Cân dido Xa vier, e o p refácio de An dré L uiz e os capítulos ímpares foram recebidos pelo m édium Waldo V ieira. (N ota dos médiuns.)

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pretensão, a orientar o f enômeno a serviço dos hom ens, para que o fenômeno não se reduza a simples curiosidade da inteligência.

Quanto m ais in vestiga a Natu reza, m ais se convence o ho-mem de que vive num reino de ondas tr ansfiguradas em l uz, eletricidade, calor ou matéria, segundo o padrão vibratório em que se exprimam.

Existem, no e ntanto, outras manifestações da luz, da eletrici-dade, do calor e da m atéria, desconhecidas nas faixas da evolução humana, d as q uais, po r enq uanto, s omente podere mos re colher informações pelas vias do espírito.

Prevenindo qualquer ob servação da crítica construtiva, le al-mente declaramos haver recorrido a diversos trab alhos de di vul-gação científica do m undo contemporâneo para tornar a su bstân-cia esp írita des te livro m ais seguramente compr eendida pela generalidade dos lei tores, c omo que m s e ut iliza da est rada de todos para atingir a meta em vista, sem maiores dificuldades para os com panheiros d e excu rsão. Al iás, qu anto ao s apontam entos científicos humanos, é preciso reconhecer-lhes o caráter passagei-ro, no que se refere à definição e nomenclatura, atentos à circuns-tância de q ue a exp erimentação constante ind uz os cien tistas d e um século a con siderar, muitas vezes, como superado o trabalho dos cientistas que os precederam.

Assim, as n otas dessa natureza, neste volume, tomadas natu-ralmente ao acervo d e informações e deduções dos estudiosos da atualidade te rrestre, valem aqui por vestim enta necess ária, m as transitória, da exp licação espírita da m ediunidade, que é, no pre-sente livro, o corpo de idéias a ser apresentado.

Não podemos esquecer a obriga ção de cultuar a m ediunidade e acrisolá-la, aparelhando-nos com os recursos precisos ao conhe-cimento de nós mesmos.

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A Parapsicologia nas Universidades e o est udo dos mecanis-mos do cérebro e do sonho, do m agnetismo e do pensam ento nas instituições l igadas à Ps iquiatria e às ciên cias m entais, em bora dirigidos noutros rum os, chegarão ig ualmente à v erdade, m as, antes q ue s e in tegrem co nscientemente no plano da redenção humana, burilemos, por nossa vez, a m ediunidade, à luz da Dou-trina Espírita, que revive a Doutrina de Jesus, no reconhecimento de que não basta a ob servação dos fatos em si, mas também que se fazem indispensáveis a disciplina e a iluminação dos ingredien-tes morais que os constituem , a fi m de que se tornem fatores de aprimoramento e feli cidade, a be nefício da cri atura e m trâ nsito para a realidade maior.

ANDRÉ LUIZ

Uberaba, 11-8-59.

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1 Ondas e percepções

Agitação e ondas Em seguida a esforços persistentes de muitos Espíritos sábios,

encarnados no mundo e patrocinando a evolução, a inteligência do século XX compreende que a T erra é um magneto de gigantescas proporções, constituído de forças atômicas condicionadas e cerca-do po r es sas mesmas for ças em combinações multiformes, com-pondo o cham ado cam po eletrom agnético em que o P laneta, no ritmo de seus próprios m ovimentos, se tipif ica na Im ensidade Cósmica.

Nesse reino de energias, em que a matéria concentrada estru-tura o G lobo de no ssa moradia e em que a m atéria em expansão lhe forma o clima peculiar, a vida desenvolve agitação.

E toda agitação produz ondas. Uma frase que em itimos ou um instrumento que vibra criam

ondas sonoras. Liguemos o aquecedor e espalharemos ondas caloríficas. Acendamos a lâmpada e exteriorizaremos ondas luminosas. Façamos funci onar o re ceptor radiofônico e encontrarem os

ondas elétricas. Em suma, toda inquietação se propaga em forma de ondas, a-

través dos diferentes corpos da Natureza.

Tipos e definições As ondas são avalia das segundo o com primento em que se

expressam, dependendo esse comprimento do em issor em que s e verifica a agitação.

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Fina vara tangendo as águas de um lago provocará ondas pe-quenas, ao passo que a tora de madeira, arrojada ao lençol líquido, traçará ondas maiores.

Um contrabaixo lançá-las-á muito longas. Um flautim desferi-las-á muito curtas. As ondas ou oscil ações eletromagnéticas são sempre da mes-

ma substância, di ferenciando-se, porém, na pauta do se u compri-mento o u d istância q ue se segu e do penacho ou crista de uma onda à crista da onda seguinte, em vibrações m ais ou m enos rápidas, conform e as leis de ritm o em que se lhes id entifica a freqüência diversa.

Que é, no entanto, uma onda? À falta de terminologia mais clara, diremos que um a onda é

determinada forma de r essurreição da ener gia, por interm édio do elemento particular que a veicula ou estabelece.

Partindo de s emelhante p rincípio, e ntenderemos qu e a fo nte primordial de qualquer i rradiação é o át omo ou partes dele em agitação, despedindo rai os ou onda s que se articulam , de acordo com as oscilações que emite.

Homem e ondas Simplificando conceitos em torno da escala das ondas, recor-

demos que, oscilando de maneira integral, sacudidos simplesmen-te nos elétrons de su as órb itas o u excitado s apen as em seus nú -cleos, os átomos lançam de si o ndas que produzem calor e som , luz e raios gama, através de inumeráveis combinações.

Assim é que entre as o ndas da corrente alternada para objeti-vos industriais, as ondas do rádio, as d a luz e dos raio s X, tanto quanto as que def inem os raios có smicos e as que se superpõem

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além deles, não existe qualquer diferença de natureza, mas sim de freqüência, considerado o modo em que se exprimem.

E o hom em, colocado nas f aixas desse im enso dom ínio, em que a m atéria quanto m ais estudada mais se r evela qual feixe de forças em temporária associação, soment e a ssinala a s onda s que se lhe afinam com o modo de ser.

Temo-lo, dessa m aneira, por vi ajante do Cosm o, respirando num vastíssimo império de onda s que se comportam como massa ou vice-versa, condicionado, nas suas percepções, à escala do progresso que já alca nçou, progresso esse qu e se m ostra sempre acrescentado pelo patrimônio de experiência em que se gradua, no campo mental que lhe é característico, em cujas dimensões revela o que a vi da já lhe deu, ou tempo de evolução, e aquilo que ele próprio já deu à vida, ou tempo de esforço pessoal na constru-ção do destino. Para a valorização e en riquecimento do cam inho que lhe compet e percorrer, rece be dessa mesma vida, que o ac a-lenta e a qu e deve servir, o tesour o do cérebro, por interm édio do qual ex terioriza as on das qu e lh e marcam a indiv idualidade, no concerto das for ças univer sais, e abso rve aq uelas com as qua is pode entrar em sintonia, ampliando os recursos do seu cabedal de conhecimento e da s qua is se de ve a proveitar, no a primoramento intensivo de si mesmo, no trabalho da própria sublimação.

Continente do “infra-som” Ajustam-se ouvi dos e ol hos hu manos a balizas naturais de

percepção, circunscritos aos implementos da própria estrutura. Abaixo de 35 a 40 vibrações po r segundo, a criatura encarna-

da, ou que ainda se m ostre fora do corpo f ísico em condições análogas, movimenta-se no império dos “infra-sons” 14, porquanto 14 Outros Autores adm item que estes infra-sons começam abaixo de 18 vibrações por segundo. (Nota do Autor espiritual.)

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os sons continuam existindo, sem que disponha de recursos para assinalá-los.

A ponte pressionada po r grande veículo ou a locomotiva que avança sobre trilhos agita a porta de residência não distante, porta essa cuja i nquietação se comunica a outr as portas mais afastadas, em regime de transmissão “infra-som”.

Nesse domínio das correntes imperceptíveis, identificaremos as ondas eletrom agnéticas de Hertz a se exterio rizarem da an tena alimentada pela energia elétri ca e que, apresentando freqüência aumentada, com o em prego dos chamados “circuitos oscilantes”, constituídos com o aux ílio de condensadores, produzem as ondas da telegrafia sem fio e do rádi o comum, começando pelas ondas longas, até aproximadamente mil metros, na medida equivalente à freqüência de 300.00 0 vibrações por segu ndo ou 300 quilociclos, e avançando pelas onda s cu rtas, além das qu ais se localizam as ondas métricas ou decimétricas, disciplinadas em serviço do radar e da televisão.

Em semelhantes faixas da vida, que a ciência terrestre assina-la como o continen te do “infra-som”, circulam forças co mplexas; contudo, par a o Es pírito e ncarnado ou ainda condicionado às sensações do Pl ano Físico, não existe nessas províncias da Natu-reza senão silêncio.

Sons perceptíveis Aumente-se a freqüência das ondas, nascidas do m ovimento

incessante d o Universo, e o hom em al cançará a escal a dos sons perceptíveis, mais exatamente qualificáveis nas cordas graves do piano.

Nesse ponto, penetraremos a esfera das percepções sensoriais da criatura terrestre, porquanto, nesse grau vi bratório, as ondas se transubstanciam em fontes sonoras que afetam o tímpano, gerando

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os “tons de Tartini” ou “tons de combinação”, com efeitos psíqui-cos, segundo as disposições mentais de cada indivíduo.

Eleva-se o diapasão. Sons médios, mais altos, agudos, superagudos. Na fronteira aproxim ada de pouco além de 15.000 vibrações

por segundo, não raro, o ouvido vulgar atinge a zona-limite.15 Há pessoas, contu do, que, depois desses marcos, ouvem ain-

da. Animais diversos, quais os cães, portadores de profunda acui-

dade auditiva, escutam ruídos no “ultra-som ”, para além das 40.000 vibrações por segundo.

Prossegue a escala ascendente em recursos e propo rções ini-magináveis aos sentidos vinculados ao mundo físico.

Outros reinos ondulatórios Salientando-se no oceano da V ida Infinita, outros reinos on-

dulatórios se espraiam , ofertando novos cam pos de evolução ao Espírito, que a me nte aj ustada às pe culiaridades do Pl aneta não consegue perceber.

Sigamos através das oscilações mais curtas e seremos defron-tados pelas ondas do infravermelho.

Começam a luz e as cores visíveis ao olhar humano. As m icro-ondas, em m anifestação ascendente, det erminam

nas fibras intra-reti nianas, s egundo os p otenciais elétrico s qu e lhes são próprios, as imagens das se te cores fundamentais, facil-mente descortináveis na luz branca que as s intetiza, por in termé-

15 A escala de perce pção é extrem amente variável. (Nota do Autor espiritual).

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dio do p risma com um, criand o ig ualmente ef eitos p síquicos, em cada criatura, conforme os estados mentais que a identifiquem.

Alteia-se a ordem das ondas e surgem, depois do vermelho, o alaranjado, o amarelo, o verde, o azul, o anilado e o violeta.

No com primento de onda em qu e se l ocaliza o violet a, em 4/10.000 d e m ilímetro, os o lhos h umanos c essam de e nxergar; todavia, a série das oscilações continua em progressão constante e a chapa fotográfica, s ituada n a vi zinhança do esp ectro, revela a ação fotoquímica do ultravioleta e, ultrapassando-o, aparecem as ondas imensamente curtas dos raios X, dos raios gam a, dirigindo-se para os raios cósm icos, a cruzarem por todos os departam entos do Globo.

Semelhantes no tas of erecem lig eira idé ia d a tra nscendência das ondas nos re inos do Espí rito, com base nas forças do pensa-mento.

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2 Conquistas da Microfísica

Primórdios da Eletrônica Espíritos eminentes, atendendo aos imperativos da investiga-

ção cien tífica en tre os hom ens, v olvem da Esp iritualidade ao Plano Terrestre, i ncentivando estudos acerca da natureza ondula-tória do Universo.

A Eletrônica balbucia as pri meiras notas com Tales de M ile-to, 600 anos antes do Cristo.

O grande filósofo, que tinha a cr ença na unidade essencial da Natureza, observa a eletrização no âmbar (“elektron”, em grego).

Seus apo ntamentos s obre as em anações lum inosas são reto -mados, no curso do tem po, por He rão de Alexandria e outras grandes in teligências, cu lminando nos r aciocínios d e De scartes, no século XVII, que, inspirado na teoria atômica dos gre gos, conclui, trezentos anos antes da descoberta do elétron, que na base do átom o deveria existir um a partícula prim itiva, chegando a desenhá-la, c om s urpreendente r igor de c oncepção, como s endo um “remoinho” ou im agem aproximada dos recursos energéticos que o constituem.

Logo após, Isaac Newton realiza a decomposição da luz bran-ca, nas sete co res do prisma, apresentando, ainda, a idéia de q ue os fenôm enos lum inosos seriam correntes corp usculares, s em excluir a hipótese de ondas vibratórias, a se expandirem no ar.

Huyghens prossegue na experimentação e defende a teoria do éter luminoso ou teoria ondulatória.

Franklin teoriza sobre o fluido elétrico e prop õe a hipótese atômica da eletricidade, tentando classif icá-la como sendo forma-

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da de gr ânulos s utis, per feitamente i dentificáveis a os re moinhos eletrônicos hoje imaginados.

Campo eletromagnético Nos primórdios do século XI X, aparece T omás Young, exa-

minando as ocorrências da reflex ão, i nterferência e di fração da luz, fundamentando-se sobre a ação ondulatóri a, seguindo-se-lhe Fresnel, a consolidar-lhe as deduções.

Sucedem-se investigadores e pi oneiros, at é qu e, em 1869, Maxwell afirm a, sem que as suas asserções lo grassem desperta r maior interesse nos sábios de seu tempo, que as ondulações de luz nasciam de um campo magnético associado a um campo elétrico, anunciando a correlação entre a eletricidade e a luz e assegurando que as lin has d e fo rça ex travasam dos circuito s, assaltando o espaço am biente e exp andindo-se com o pu lsações ondulatórias. Cria ele a notável teoria eletromagnética.

Desde ess a épo ca, o co nceito de cam po eletrom agnético as-sume singular im portância no mundo, até que Hertz consegue positivar a existência das ondas elétricas, descobrindo-as e co lo-cando-as a serviço da Humanidade.

Nas vésperas do século XX, a Ciência já considera a Natureza terrestre como percorri da por ondas inum eráveis q ue cruzam todas as faixas do Planeta, sem jamais se misturarem.

Entretanto, certa indagação se generalizara. Reconhecido o m undo como vasto m agneto, composto de á-

tomos, e sabendo-se que as onda s provinham deles, como poderi-am os sistemas atômicos gerá-las, criando, por exemplo, o calor e a luz?

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Estrutura do átomo Max P lanck, distinto físico alemão, repara, em 1900, que o

átomo, em lançando energia, não procede em fluxo contínuo, mas sim por arremessos individuais ou, mais propriamente, através de grânulos de energia, estabelecendo a teoria dos “quanta de energi-a”.

Foi então que Niels Bohr deduziu que a descoberta de P lanck somente se explicaria pelo fato de gravitarem os elétrons, ao redor do núcleo, no sistema atômico, em órbitas seguramente definidas, a exteriorizarem energia, não gira ndo como os planetas em torno do Sol, mas saltando, de inesperado, de uma camada para outra.

E, procedendo m ais por intuiç ão que por obse rvação, menta-lizou o átomo como sendo um núcleo cercado, no máximo, de sete camadas co ncêntricas, plen amente isoladas en tre si, no s eio d as quais os elétr ons cir culam l ivremente, em todos os sentidos. Os que se localizam nas zonas periféricas são aqueles que m ais fa-cilmente s e des locam, patrocinando a proj eção de raios lum ino-sos, ao passo que os elétrons aglutinados nas camadas profundas, mais jungidos ao núcleo, quando mudam de órbita deixam escapar raios mais curtos, a se graduarem na série dos raios X.

Aplicada a teoria de Bohr em multifários setores da dem ons-tração objeti va, el a al cançou en corajadoras confirmações e, com isso, dentro das possíve is definições t errestres, o ci entista di na-marquês preparou o caminho a mais amplo entendimento da luz.

Estado radiante e raios X A Ciência da Terr a acr editava antigamente que os átom os

fossem corpúsculos eternos e i ndivisíveis. Elementos conjugados entre si entrelaçavam-se e se separavam, plasmando formas diver-sas.

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Seriam como vasto mas limitado capital da vida de que a Na -tureza poderia dispor sem qualquer desperdício.

No últim o quartel do século XIX, porém , singulares altera-ções marcaram os passos da Física.

Retomando experiências iniciada s pelo cientista alem ão Hit-torf, William Crookes vale u-se de um tubo de vidro f echado, no qual obtinha grande rarefação do ar, fazendo passar, através dele, uma corrente elétrica, oriunda de alto potencial.

Semelhante tubo poderia conter dois ou mais eletrodos (cáto-dos e ânodos, ou pólo s negativos e positivos, r espectivamente), formados por f ios de platina, e rematados em placas metálicas de substância e molde variáveis.

Efetuada a corrente, o grande físico no tou que do cátodo par-tiam raios que, atingindo a parede oposta do vidro, nela formavam certa luminosidade fluorescente.

Crookes classificou co mo sendo radiante o estado em que se mostrava o gás contido no recipiente e declarou guardar a impres-são de que conseguira reter os corpúsculos que entretecem a base física do Universo.

Mas, depois dele, aparece Roentgen, que lhe retoma as inves-tigações e, pro jetando os raios catódicos sobre tela metálica, colocou a própria mão entre o tubo e pequena chapa r ecamada de substância fluorescente, observando que os ossos se destacavam, em cor escura, na carne que se fizera transparente.

Os raios X ou ra ios Roentgen foram, desde en tão, trazidos à consideração do mundo.

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Elétron e radioatividade O jovem pesquisador francês Jean Perrin, utilizando a ampola

de Crookes e o eletroscópio, co nseguiu positivar a existência do elétron, como partícula elétrica, viajando com rapidez vertiginosa.

Pairava no ar a indagação sobre a massa e a expressão elétrica de semelhante partícula.

Surge, todavia, José Thom son, distinto físico inglês, que, es-tudando-a do ponto de vista de um projétil em movimento, conse-gue determinar-lhe a massa, que é, aproximadamente, 1.850 vezes menor que a do átom o conhecido por m ais leve, o hidrogênio, calculando-lhe, ainda, com relativa segurança, a carga e a veloc i-dade.

Os apontamentos objetivos, em torno do elét ron, incentiva-ram novos estudos do infinitamente pequeno.

Animado pelos êxitos dos raios de Roentgen, Henri Becque-rel, com o auxílio de am igos espirituais, porque até então o gênio científico n a Terra des conhecia o e xtenso ca bedal ra dioativo do urânio, escolhe esse elemento para a pesquisa de novas fontes dos raios X e s urpreende a s rad iações diferen tes q ue en caminham o casal Curie à descoberta do rádio.

A Ciên cia perceb eu, afinal, que a r adioatividade e ra c omo que a fala dos átom os, as severando que eles n asciam e m orriam ou apareciam e desapareciam no reservatório da Natureza.

Química Nuclear O contador de Geiger, emergindo no c enário das experimen-

tações da Microf ísica, demonstrou que, em cada segundo, de um grama de rádio se desp rendem 36 bilhões de fragmentos radioati-vos da co rrente m ais f raca de raios em anantes d esse elem ento,

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perfazendo um to tal de 20.000 quilôm etros de irradiação por segundo.

No entanto, há tão gran de quantidade de átomos de rádio, em cada grama desse metal, que som ente no es paço de 16 séc ulos é que o seu peso fica reduzido à metade.16

Apreendendo-se que a r adioatividade e xprimia a mort e dos sistemas at ômicos, nã o s eria pos sível apre ssar-lhes a de sintegra-ção controlada, com vistas ao ap roveitamento de s eus potenciais energéticos?

Rutherford lembrou que as par tículas emanadas do rádio fun-cionam como projéteis vigorosos, e enchendo um tubo com azoto, nele situou um a parcela de rádi o, reparando os pontos de queda dos corpúsculos eletrizados sobr e pequ ena tela fosfo rescente. Descobriu, desse m odo, que os núcl eos do azoto, espancados em cheio pelas partículas radioativa s alfa, explodiam, convertendo-se em hidrogênio e num isótopo do oxigênio.

Foi realizada, assim, calculadamente, a primeira transmutação atômica p elo hom em, orig inando-se, d esde então, a ch amada química nu clear, qu e culm ina ho je com a artilh aria atôm ica do cíclotron, es truturado por La wrence, à feição de um eletroim ã, onde, acelerados por uma corrente de milhares de volts, em tensão alternada altíssima, projéteis atômicos bombardeiam os elementos a eles expostos, que se transmutam em outros elementos químicos 16 NOTA DA EDITORA, e m 1993: Este pará grafo, c onforme está escrito, parece dizer que o tempo de meia-vida depende da quantida de de material, ou núm ero d e átomos de rádio, o que não co ndiz c om o conhecimento que a Ciência tem do assunto. Lembra Emmanuel, no Prefácio, que André Luiz s e serviu, nes ta obra, de estudos e conclusões de cien tistas da Terra, p odendo, entã o, ter havido, qua nto ao assunto em paut a, entendim ento im perfeito ou do autor espiritual, ou do médium, ou da fonte científica da qual se origi-nou o parágrafo.

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conhecidos, a crescidos dos c hamados r adioisótopos, que o c asal Joliot-Curie obteve pela prim eira vez ar remessando sobre o alu-mínio a corrente m enos penetran te do rádio, cons tituída de nú -cleos do hélio, ou hélion s. Surgiram, assim, os fecu ndos serviços da radioatividade artificial.

Nossos a pontamentos si ntéticos obj etivam a penas de stacar a analogia do que se passa no m undo íntimo das forças corpuscula-res qu e en tretecem a matéria físi ca e daquel as que estrutur am a matéria mental.

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3 Fótons e fluido cósmico

Estrutura da luz Clerk M axwell, cen tralizado n os estudos do eletrom agnetis-

mo, previra que todas as irradiações, inclusive a luz visível, pres-sionam os demais corpos.

Observações experimentais com o jato de uma lâmpada sobre um feixe de poeira m ostraram que o feixe se acurvou, com o se impelido por l eve c orrente de força. S emelhante corrente foi medida, acusando insignif icante percentagem de pressão, m as o bastante para provar que a luz era dotada de inércia.

Os físicos eram defrontados pelo problema, quando Einstein, estruturando a sua teor ia da relatividade, no princípio do sécul o XX, chegou à conclusão de que a luz, nesse novo aspecto, possui-ria peso específico.

Isso implicava a existência de massa para a luz. Como conci-liar vibração e peso, onda e m assa? Intrigado, o gra nde ci entista voltou às experiências de P lanck e Boh r e de duziu qu e a luz de uma lâmpada resulta de sucessivos arremessos de g rânulos lumi-nosos, e m re lâmpagos c onsecutivos, a se desprend erem dela po r todos os lados.

Pesquisadores protestaram contra a a ssertiva, lembrando o e -nigma das difrações e das interferências, tentando demonstrar que a luz era constituída de vibrações.

Einstein, contudo, recorreu ao efeito fotoelétrico – pelo qual a incidência de um raio lum inoso sobre um a película de sódio ou potássio determ ina a e xpulsão de elétrons da me sma pe lícula, elétrons cuja velocidade pode ser medida com exatidão –, e geni-almente concebeu os grânul os lu minosos ou fótons que, em se

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arrojando sobre os elétrons de sódio e potássio, lhes pr ovoca o deslocamento, com tanto mais violência, quanto mais concentrada for a energia dos fótons.

O aumento de intensidade da luz, por isso, não acrescenta ve-locidade ao s elétron s exp ulsos, o que ap enas acon tece an te a incidência de uma luz caracterizada por oscilação mais curta.

“Saltos qüânticos” A teoria dos “saltos quânticos” ex plicou, de ce rto m odo, as

oscilações eletromagnéticas que produzem os raios luminosos. No átomo excitado, aceleram-se os movimentos, e os elétrons

que lhe correspondem , em se distan ciando dos núcl eos, passam a degraus mais altos de energias. Efet uada a a lteração, os elétrons se afastam dos núcl eos aos salt os, de acordo com o quadrado dos números cardinais, isto é, de 1 pa ra 2 no primeiro salto, de 2 para 4 no segundo, de 3 para 9 no te rceiro, de 4 para 16 no quart o, e assim sucessivamente.

Na tem peratura aproxim ada de 1.000 graus centígrados, os elétrons abandonam as órbitas que lhes são peculiares, em número sempre crescente, e, se es sa temperatura atingir cerca de 10 0.000 graus centígrados, os átom os pa ssam a ser con stituídos so mente de núcleos despojados de seus elétrons-satélites, vindo a explodir, por entrechoques, a altíssimas temperaturas.

Reportando-nos, pois , à escala d e excitação d os s istemas a-tômicos, vamos encontrar a luz, conhecida na Terra, como oscila-ção eletromagnética em comprimento médio de onda que nasce do campo atômico, quando os elétrons, erguidos a órb itas ampliadas pelo ab astecimento d e energia, re tornam às s uas ó rbitas prim iti-vas, veiculando a sua energia de queda.

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Se excitarmos o át omo com esca ssa energia, apenas se altea-rão aqueles elétrons da periferia, capazes de super ar facilmente a força atrativa do núcleo.

Compreenderemos, portanto, qu e, quanto m ais distante do núcleo, m ais com prido será o salt o, determ inando a em issão de onda mais longa e, po r esse motivo, identificada por menor ener-gia. E quanto m ais para dentro do sistema atômico se verif ique o salto, tanto m ais curta e, por is so, de ma ior poder pe netrante, a onda exteriorizada.

“Efeito Compton” Buscando um exemplo, verifica remos que a estim ulação das

órbitas eletrônicas externas produzirá a luz vermelha, formada de ondas longas, enquanto que o mesmo processo de atrito nas órbi-tas que se lhe seguem, na direção do núcleo, originará a irradiação azul, formada de ondas mais curtas, e a excitação nas órbitas mais íntimas provocará a luz violeta, de ondas ainda m ais curtas. Con-tinuando-se a progress ão de fora para de ntro, chegar emos aos raios gama, que derivam das oscilações do núcleo atômico.

Em todos esses processos de i rradiação, o poder do fóton de-pende do com primento da onda em que s e manifesta, qual ficou positivado no “efeito Compton”, pelo qual uma colisão provocada entre fótons e elétrons revela que os fótons, em fazendo ricochete no entrechoque, descarre gam ener gia, bai xando a fre qüência da própria onda e originando, assim, a luz mais avermelhada.

Fórmula de De Broglie A evidência do fóton vinha enriquecer a teoria corpuscular da

luz. En tretanto, ce rtos f enômenos s e ma ntinham à ma rgem, s o-mente explicáveis pela teoria on dulatória que a Ciên cia não acei-tara até então.

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Foi o estudioso físico francês, Luis De Broglie, que compare-ceu no cenário das contradições, enunciando o seguinte princípio:

– “Compreendendo-se que as ondas da luz, em certas circuns-tâncias, pro cedem à feição d e corpúsculos, po r que m otivo os corpúsculos de m atéria, em determinadas condições, não se com-portarão à maneira de ondas?”

E acres centava qu e cada p artícula de m atéria está acom pa-nhada pela onda que a conduz.

Suportando hostilidades e desafi os, devotou-se a m inuciosas perquirições e criou a fórm ula para de finir o c omprimento da onda con jugada ao corpús culo, en tendendo-se, desd e en tão, que os elétrons arremessados pela válvula de Roentgen, quando origi-nam oscilações curtas, aproximadamente 10.000 vezes m ais redu-zidas que as da lu z, são transportados por ondas tã o curtas com o os raios X.

Mecânica ondulatória Físicos distintos não se sentiam dispostos a concordar com as

novas observações de De Broglie, alegando que a teo ria se m os-trava i ncompatível com o fenômen o da difração e pediam que o sábio lhes fi zesse ve r a di fração dos el étrons, de ve z que nã o admitiam a existência de corpús culos desfrutando propriedades que, a seu ver, eram exclusivamente características das ondas.

Pouco tempo decorrido, dois cientistas americanos projetaram um jato de elétrons sobre um cr istal d e níqu el e re gistraram a existência da dif ração, de conform idade com os princípios de De Broglie.

Desde en tão, a m ecânica o ndulatória in stalou-se n a C iência, em definitivo.

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Mais da metade do Universo foi reconhecido com o um reino de oscilações, restando a parte co nstituída de maté ria igualmente suscetível de converter-se em ondas de energia.

O mundo material como que desapareceu, dando lugar a teci-do vasto de corpúsculos em movimento, arrastando turbilhões de ondas em freqüências inumeráveis, cruzando-se em todas as d ire-ções, sem se misturarem.

O homem passou a compreender, enfim, que a matéria é sim-ples vestimenta das forças que o servem nas múltiplas f aixas da Natureza e que todos os domínios da substâ ncia palpável pode m ser p lenamente analisados e exp licados em linguagem matemáti-ca, em bora o plano das causas c ontinue para ele indevassado, tanto quanto para nós, as cria turas terrestres temporariamente apartadas da vida física.

Campo de Einstein” Conhecemos a gama das ondas, sabemos que a luz se desloca

em feixes corp usculares que denominamos “fótons”, não ignora-mos que o átom o é um remoinho de forças posit ivas e negativas, cujos potenciais variam com o núm ero de elétrons ou partículas de força em torno do núcleo, inform amo-nos de que a energia, ao condensar-se, surge como massa para transformar-se, depois, em energia; entr etanto, o mei o sutil em que os sistem as atôm icos oscilam não pode ser equacionado com os nossos conhecimentos. Até agora, temos nomeado esse “terreno indefinível”, como sendo o “éter”; contu do, Einstein, quando busc ou im aginar-lhe as pro-priedades indispensáveis para poder t ransmitir ondas característi-cas de bilhões de oscilações, com a velocidade de 300.000 quilô-metros por segundo, não conseguiu acom odar as necessári as grandezas matemáticas numa fórmula, porquanto as qualidades de que essa matéria de via e star re vestida nã o sã o combi náveis, e

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concluiu qu e ela não existe, propondo abolir-s e o conceito de “éter”, substituindo-o pelo conceito de “campo”.

Campo, desse m odo, passou a de signar o espaço dom inado pela influência de uma partícula de massa.

Para guardarmos uma idéia do princípio estabelecido, im agi-nemos uma chama em atividade. A zona por ela iluminada é-lhe o campo peculiar. A intensidade de sua influência diminui c om a distância do seu fulcro, de acordo com certas pro porções, isto é, tornando-se 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, etc., a revelar valor de fração cada vez menor, sem nunca atingir a zer o, porque, em teoria, o cam po ou região de influência alcançará o infinito.

A proposição de Einstein, no entanto, não resolve o problema, porque a indagação quanto à matéria de base pa ra o campo continua desafiando o raciocínio, motivo pelo qual, escrevendo da esfera extrafís ica, na tentativa de anal isar, mais acur adamente, o fenômeno da transmissão mediúnica, definiremos o meio sutil em que o Universo se e quilibra com o sendo o Fluido Cósm ico ou Hálito Divino, a força para nós in abordável que sustenta a Cria-ção.

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4 Matéria mental

Pensamento do Criador Identificando o F luido Elementar ou Hálito D ivino por base

mantenedora d e tod as as as sociações da form a nos dom ínios inumeráveis do Cosm o, do qual conhecemos o elétron com o sendo um dos corpúsculos-base, na s organizações e oscil ações da matéria, interpretarem os o Univ erso com o um todo de forças dinâmicas, expressando o Pensam ento do Criador. E superpondo-se-lhe à grandeza in devassável, en contraremos a m atéria m ental que nos é própria, em agitação constante, plasmando as criações temporárias, adstritas à nossa necessidade de progresso.

No macrocosmo e no microcosmo, tateamos as manifestações da Et erna Sa bedoria que m obiliza agentes in contáveis para a estruturação de s istemas e f ormas, em vari edade infinita de graus e fases, e entre o infin itamente pequeno e o inf initamente grande surge a i nteligência huma na, dota da i gualmente da fa culdade de mentalizar e co-criar, empalmando, para isso, os recursos intrín-secos à vida ambiente.

Nos fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensu-rável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força ment al em que os poderes do Espírito se manifestam.

Pensamento das criaturas Do Princípio Elem entar, fl uindo incessantemente no cam po

cósmico, auscultamos, de modo imperfeito, as energias profundas que produzem eletricidade e magnetismo, sem conseguir enqua-drá-las em exatas d efinições terre stres, e , d a m atéria m ental do s

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seres cr iados, e studamos o pe nsamento ou fluxo energético do campo espiritual de cada um de les, a se graduarem nos m ais diversos tipos de onda , desde os raios super- ultra-curtos, em que se e xprimem a s l egiões a ngélicas, através de processos ainda inacessíveis à nossa observação, passando pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exte rioriza a m ente hum ana, até à s ondas f ragmentárias d os an imais, cuja vida psíquica, ainda em germe, som ente arro ja de s i d eterminados pe nsamentos ou r aios descontínuos.

Os Espíritos aperfeiçoados, que conhecemos sob a designação de potências angélicas do Am or D ivino, operam no m icro e no macrocosmo, em nome d a Sab edoria Ex celsa, fo rmando cond i-ções adequadas e multiformes à expansão, sustentação e projeção da vida , na s vari adas esferas da Nat ureza, no encalço de aquisi-ções celestiais que, por enquan to, estam os longe de perceber. A mente dos homens, indiretamente controlada pelo comando supe-rior, i nterfere no acer vo de r ecursos do P laneta, em particular, aprimorando-lhe o s recu rsos na direção do pl ano angélico, e a mente embrionária dos an imais, influenciada pe la direção huma-na, hierarquiza-se em serviço nas regiões inferiores, da Terra, no rumo das conquistas da Humanidade.

Corpúsculos mentais Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e

extrafísico, en contramos o p ensamento po r ag ente es sencial. Entretanto, ele ainda é matéria, – a matéria mental, em que as leis de form ação das cargas m agnéticas ou dos sistem as atôm icos prevalecem sob novo sentido, com pondo o m aravilhoso m ar de energia su til em qu e todos no s acham os sub mersos e n o qu al surpreendemos elem entos qu e transcen dem o sis tema p eriódico dos elementos químicos conhecidos no mundo.

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Temos, ain da aqu i, as form ações co rpusculares, com bases nos sistemas atômicos em diferentes condições vibratórias, consi-derando os átomos, tanto no plano físico, quanto no plano mental, como associações de cargas positivas e negativas.

Isso nos compele naturalmente a denominar tais princípios de “núcleos, pr ótons, nê utrons, posít rons, el étrons ou fótons me n-tais”, em vista da ausência de terminologia analógica para estrutu-ração mais segura de nossos apontamentos.

Assim é que o halo vi tal ou aura de cada criatura permanece tecido de corr entes at ômicas su tis dos pen samentos qu e lhe s ão próprios ou habituais, dentro de norm as que co rrespondem à lei dos “quanta de energia” e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem freqüência e cor peculiares.

Essas forças, em constantes movimentos sincrônicos ou esta-do de agitação pelos im pulsos da v ontade, estabelecem para cad a pessoa uma onda mental própria.

Matéria mental e matéria física Em posição vulgar, acomodados às im pressões com uns d a

criatura humana normal, os átomos mentais inteiros, regularmente excitados, na e sfera dos pe nsamentos, produzirão ondas m uito longas ou de si mples sustentação da in dividualidade, co rrespon-dendo à m anutenção de calor. Se forem os elétrons mentais, nas órbitas dos átom os da m esma na tureza, a cau sa da agitação, em estados menos comuns da mente, quais se iam os de atenção ou tensão pacífica, em virtude de reflexão ou oração natural, o cam -po dos pensam entos exprim ir-se-á em ondas de com primento médio ou de aquisição de experiência, por parte da alm a, corres-pondendo à produção de lu z interior. E se a excitação nasce dos diminutos núcleos atôm icos, em situações ex traordinárias d a mente, quais sejam as em oções profundas, as dores indizíveis, as laboriosas e aturadas concentrações de força mental ou as súplicas

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aflitivas, o dom ínio dos pensam entos em itirá ra ios m uito cur tos ou de im enso poder transform ador do cam po espiritual, teorica-mente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama.

Assim considerando, a matéria m ental, em bora em aspectos fundamentalmente diversos, obedece a princípi os idênticos àque-les que regem as as sociações atômicas, na esfera f ísica, demons-trando a divina unidade de plano do Universo.

Indução mental Recorrendo ao “cam po” d e E instein, im aginemos a m ente

humana no lug ar da ch ama em atividade. Assim como a in tensi-dade de influência da chama diminui com a distância do núcleo de energias em com bustão, dem onstrando f ração cada vez me nor, sem nunca atingir a zer o, a corrente m ental se espraia, segundo o mesmo princípio, não obstante a diferença de condições.

Essa corrente de partículas mentais exterioriza-se de cada Es-pírito com qualidade de indução mental, tanto m aior quanto m ais amplos se lhe ev idenciem as facu ldades de co ncentração e o teo r de persistência no rumo dos objetivos que demande.

Tanto quanto, no domínio da energia elétrica, a indução signi-fica o pr ocesso através do qual um corpo que detenha proprieda-des eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contac-to visível, no reino dos podere s mentais a indução exprim e pro-cesso idêntico, porquanto a corrente mental é suscetível de repro-duzir as suas próprias peculi aridades em outr a corrent e ment al que se l he sintonize. E tanto na eletricidade quanto no m entalis-mo, o fenômeno obedece à conjugação de ondas, enquanto perdu-re a sustentação do fluxo energético.

Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as m otivações de prazer ou desg osto, alegria ou

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dor, otimismo ou desespero, que não s e reduzem efetivamente a abstrações, por repres entarem turbilhões de força em que a alm a cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si m esma os agentes (por enquanto imponderáveis na T erra), de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.

Formas-pensamentos Pelos pr incípios me ntais que i nfluenciam em todas as dire-

ções, encontramos a telementação e a r eflexão comandando todos os fenômenos de associação, desde o acasalamento dos insetos até a comunhão dos Espíritos Superiores, cujo sistema de aglutinação nos é, por agora, defeso ao conhecimento.

Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe asseme-lham, id éia es sa qu e p ara log o s e co rporifica, com in tensidade correspondente à no ssa insistência em sustentá-la, m antendo-nos, assim, espontaneam ente em com unicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.

É nessa projeção de forças, a determinarem o compulsório in-tercâmbio com todas as mentes encarnadas ou desencarnadas, que se nos m ovimenta o E spírito no mundo das form as-pensamentos, construções s ubstanciais na e sfera da al ma, que nos li beram o passo ou no-lo escrav izam, na pauta do bem ou do m al de nossa escolha. Isso acontece porque, à maneira do hom em que constrói estradas para a sua própria expansão ou que talha algemas para si mesmo, a m ente de cada um , pela s co rrentes de matéria me ntal que exterioriza, eleva-se a g radativa libertação no rum o dos p la-nos s uperiores ou e staciona nos pla nos i nferiores, c omo que m traça vasto labirinto aos próprios pés.

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5 Corrente elétrica e corrente mental

Dínamo espiritual Ainda mesmo que a Ciência na Terra, por longo tempo, recal-

citre contra as reali dades do Es pírito, é imperioso convir que, no comando das associações atômicas, sob a pe rquirição do home m, prevalecem as associações inteligentes de matéria mental.

O Espírito, encarnado ou desencarnado, na essência, pode ser comparado a um dínamo complexo, em que se verifica a transubs-tanciação do trabalho psicof ísico em forças m ento-eletromagnéticas, forças essas que guardam consigo, no laborató-rio das células em que circu lam e se harm onizam, a propriedade de agentes emissores e recept ores, conservadores e regeneradores de energia.

Para q ue no s fa çamos ma is si mplesmente co mpreendidos, imaginemo-lo como sendo um dínamo gerador, indutor, transfor-mador e co letor, ao m esmo tempo, com capacidade de ass imilar correntes contínuas de força e exteriorizá-las simultaneamente.

Gerador elétrico Recordemos que um mo tor se ali menta da corrent e el étrica,

fornecida pelos recursos atômicos do plano material. E para simples efeito de estudo da transmissão de força medi-

única, em que a matéria mental é substância básica, lembremo-nos de que a chamada força eletromotriz nasce do agente que a produz em circuito fechado.

Afirmamos que o gerador elétri co é uma font e de força ele-tromotriz, entretanto não nos ac hamos à fren te de um a força au-

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tomática, m as s im de um a caracter ística do ge rador, no qual a energia abs orvida, sob form a par ticular, se convert e em ener gia elétrica.

O aparelho, gerador, no caso, não plasma correntes elétricas e sim pr oduz det erminada di ferença de pot encial entre os se us terminais o u e xtremos, facultando aos el étrons a m ovimentação necessária.

Figuremos dois cam pos elétrico s separados, cad a um deles com cargas de natureza contrária, com uma diferença de potencial entre eles. Estabelecido um fi o condutor entre ambos, a corrente elétrica se im provisa, do centro negativo para o centro positivo, até qu e s eja alcançad o o ju sto eq uilíbrio entre os dois centros, anulando-se, desde então, a diferença de potencial existente.

Se desejamos manter a diferença de potencial a que nos refe-rimos, é indi spensável interpor entre ambos um gerador elétrico, por interm édio do qua l se nutra, constant e, o fluxo eletrônico entre um e outro, de ve z que a co rrente circulará no condutor, em vista do campo elétrico existente entre os dois corpos.

Gerador mediúnico Idealizemos o fl uxo de e nergias me nto-eletromagnéticas, ou

fulcro de ondas da entidade comunicante e do médium, como dois campos distintos, asso ciando valores positivo s e negativos, res-pectivamente, com uma d iferença de potencial que, em nosso caso, constitui certa capacidade de junção específica.

Estabelecido um fio condutor de um para o outro que, em nosso problema, representa o pensamento de aceitação ou ade-são do m édium, a corrente m ental desse ou daquele teor se im -provisa em reg ime de ação e rea ção, atingindo-se o necessário equilíbrio entre am bos, anu lando-se, d esde então, a d iferença

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existente, pela integ ração das forças con juntas em clima de afin i-dade.

Se quiser mos sust entar o c ontinuísmo de sem elhante conju-gação, é im prescindível con servar entre os dois um gerador de força, que, na questão em análise, é o pensamento constante de aceitação ou adesão da personalidade mediúnica, através do qual se evidencie, incessante, o fluxo de energias conjugadas entre um e outro, porquant o a co rrente de forças mentais, destinada à p ro-dução desse ou daquele fenôm eno ou serviço, circulará no condu-tor m ediúnico em razão do cam po de energias m ento-eletromagnéticas existente entre a entidade comunicante e a i ndi-vidualidade do médium.

Átomos e Espíritos Para ent endermos co m m ais segurança o problem a da com -

pensação vibra tória na pr odução da corrent e el étrica e ( de out ro modo) da corrente m ental, lembremo-nos de que, conform e a lei de Coulom b, as cargas de sinal contrário ou de for ça ce ntrípeta atraem-se, contrab alançando-se e ssa at ração com a r epulsão por elas exp erimentada, ante as carg as de s inal i gual ou de força centrífuga.

A harm onia eletrom ecânica d o s istema atôm ico se v erifica toda vez que se encontre neutro ou, mais propriamente, quando as unidades positivas ou unidades do núcleo são em número idêntico ao das nega tivas ou aquela s de que s e c onstituem os e létrons, estabilidade e ssa que de corre do s princípios de gravitação nas linhas do microcosmo.

Afirma-se, desse m odo, que exis te uma unidade de diferença de potencial entre do is pontos de um cam po elétrico, quando a ação ef etuada p ara tran sportar uma unidade de carga (ou 1 cou-lomb), de um ponto a outro, for igual à unidade de trabalho.

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Entendendo-se que os mesmos princípios predominam para as correntes d e m atéria m ental, em bora as m odalidades outras d e sustentação e m anifestação, som os induzidos a asseverar, por analogia, que existe capacidade de afinização entre um Espír ito e outro, quando a ação de plasmagem e projeção da m atéria mental na entidade com unicante for, m ais ou m enos, ig ual à aç ão d e receptividade e expressão na personalidade mediúnica.

Força eletromotriz e força mediúnica Compreendemos que se dispomos, em toda parte, de fontes de

força eletromotriz, mediante a sábia distribuição das cargas elét ri-cas, encontrando-as, a cada passo, na extensão da i ndústria e do progresso, temos igualmente variados mananciais de força mediú-nica, mediante a permuta harmoniosa, consciente ou inconsciente, dos princípios ou correntes m entais, sendo possív el observá-los, em nosso caminho, alimentando grandes iniciativas de socorro às necessidades humanas e de expansão cultural.

Usinas diversas espalham-se na paisagem terrestre, alentando sistemas de luz e força, na criação do conforto e da atividade, em cidades e v ilarejos, campos e es tâncias, e associações mediúnicas de vária espécie se multiplicam nos quadros m orais do m undo, nutrindo as instituições maiores e menores da Religião e da Ciên-cia, da Filosofia e da Educação, da Arte e do Trabalho, do Conso-lo e da Caridade, impulsionando a evolução da e spiritualidade no plano físico.

Fontes de fraco teor Possuímos, ainda, aquelas fontes de força elétrica, dotadas de

fraco teor, nos processos não industriais em que obtemos a eletri-zação por atrito, ou, p or con tacto, a indu ção eletros tática e os efeitos diversos, tais com o o ef eito piezel étrico, vul garmente empregado na con strução d e m icrofones e alt o-falantes, peças

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destinadas à rep rodução do som e ao con trole d e freqü ência na radiotecnia; o efeit o ter moelétrico, uti lizado na for mação dos pirômetros elétrico s qu e facu ltam a aferição das tem peraturas elevadas, e o efeito fotoelétrico , aproveitado em várias espécies de medidores.

Em analogia de circ unstâncias, assinalamos, em todos os lu-gares, os mananciais de força mediúnica, a se expressarem por mais fraco teor nos processos não ostensivos de ação, do ponto de vista da evidê ncia públi ca, pe los quai s ser vidores a bnegados do bem conseguem a restauração moral desse ou daquele companhei-ro rebelde, a cu ra de certo núm ero de alm as doentes, a repetição de avisos edificantes, a assistência especializada a múltiplos tipos de sofrim ento, ou a condução enob recedora do grupo f amiliar a que se devotam.

Em todas as atividades m ediúnicas, porém, nas quais a m ente demande a construção do bem, sejam elas de grande porte ou de singela apresentação, a importância do tr abalho a reali zar e a l uz da Vida Superior são sempre as mesmas, possibilitando ao Espíri-to a f aculdade de f alar ao E spírito na obra incess ante de aper fei-çoamento e sublimação.

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6 Circuito elétrico e circuito mediúnico

Conceito de circuito elétrico Indica o conc eito de circuito elétrico a ex tensão do condutor

em que se m ovimenta uma co rrente elétrica, s empre que se su s-tente uma diferença de potencial em seus extremos.

O circuito encerra um condutor de ida e outro de volta da cor-rente, abrangendo o gerador e os aparelhos de utilização, a englo-barem os s erviços de g eração, transmissão, transfo rmação e dis -tribuição da energia.

Para a execução de sem elhantes atividades, as máqui nas res-pectivas guardam cons igo recursos especi ais, em circu itos ele-mentares, como sejam os de geração e manobra, proteção e medi-da.

Conceito de circuito mediúnico Aplica-se o conceit o de cir cuito m ediúnico à extensão do

campo de integração m agnética em que circu la um a corrente mental, sempre que se m antenha a sintonia psíquica entre os seus extremos ou, mais propriamente, o emissor e o receptor.

O circuito mediúnico, dessa maneira, expressa uma “vontade-apelo” e um a “vontade-resposta”, respectivamente, no trajeto ida e volta, definindo o com ando da entidade com unicante e a con-cordância do m édium, fenômeno esse exatamente apl icável tanto à es fera dos Es píritos de sencarnados, qua nto à dos Es píritos e n-carnados, porquanto exprime conjugação na tural ou provocad a nos domínios da in teligência, to talizando os serviç os de associ a-ção, assimilação, transformação e transmissão da energia mental.

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Para a r ealização dessas at ividades, o em issor e o receptor guardam consigo possibilidades particulares nos recursos do cérebro, em cuja intim idade se p rocessam circuito s elem entares do campo nervoso, atendendo a trabalhos espontâneos do Espírito, como sejam, ideação, seleção, auto-crítica e expressão.

Circuito aberto e circuito fechado A co rrente, em sen tido con vencional, no cir cuito e létrico, é

expedida do pól o positi vo do ge rador, circu la nos ap arelhos d e utilização e volta ao gerador, alcançando-lhe o pólo negativo, do qual passa, por interm édio do cam po interno do gera dor, ao pólo positivo, prosseguindo em seu curso.

Entretanto, para que a corrente se mantenha, é imprescindível que o interruptor de manobra se demore ligado ou, mais claramen-te, que o circuito esteja fechado, de vez que em regime de circuito aberto a corrente não circula.

A c orrente me ntal no cir cuito me diúnico equili bra-se i gual-mente entre a entidade comunicante e o médium, mas, para que se lhe alimente o fluxo energético em circulação, é indispensável que o pensamento constante de aceitação ou adesão do m édium se mostre em equilíbrio ou, mais exatamente, é preciso que o circuito mediúnico perm aneça fech ado, po rque em re gime d e circ uito aberto ou des atenção a co rrente de associ ação mental nã o se articula.

Resistência Todo circuito elétrico se evidencia por pe culiaridades distin-

tas, chamadas “constantes” ou “parâmetros”, a sab er: resistência, indutância e capacitância.

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Resistência é a p ropriedade qu e as sinala o gas to d e en ergia elétrica no circu ito, co mo prov isão d e calo r, co rrespondendo à despesa de atrito em mecânica.

Igualmente no circuito m ediúnico, a resis tência s ignifica a dissipação de en ergia m ental, destinada à sustentação d e b ase entre o Espírito comunicante e o médium.

Indutância No circu ito elétrico, in dutância é a pecu liaridade atrav és da

qual a energia é acum ulada no campo magnético provocado pela corrente, im pedindo-lhe a alte ração, seja por aum ento ou por diminuição. Em vista da ind utância, qu ando a corren te varia, aparece n a in timidade do circu ito determ inado acréscimo de força, opondo-se à m udança, o que faz d essa pro priedade um a característica semelhante ao resultado da inércia em mecânica. Se o circuito elétrico em ação sofre abrupta solução de continuidade, o efeito em es tudo p roduz um a descarga el étrica, cuj as conse-qüências v ariam com a in tensidade da corrente, de vez que o circuito, encerrando bobi nas e motores, caracteriza-se por nature-za profundamente indutiva, implementos esses que não devem ser interrompidos de chofre e cujos movimentos devem ser reduzidos devagar, único m odo de frustrar o aparecim ento de correntes extras, suscetíveis de d eterminar fechamentos ou rup turas desas-trosas para os aparelhos de utilização.

Também no circuito m ediúnico verifica-se a mesma propri e-dade, ante a energia mento-eletromagnética armazenada no campo da associação mental, entre a entidad e comunicante e o m édium, provocada pelo equi líbrio entre ambos, obstando po ssíveis varia-ções. Em virtude de semelhante pri ncípio, se apar ece al guma alteração na co rrente men tal, su rge nas profundezas da conjuga-ção mediúnica certo aumento de força, impedindo a variação. Se a violência interfere cr iando m udanças bruscas, a indutância n o

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plano mental determina uma descarga magnética, cujos efeitos se hierarquizam, conforme a intensidade da integração em andamen-to, porquanto o circuito m ediúnico, envolvendo im plementos fisiopsicossomáticos e t ecidos celulares com plexos no plano físico e no pla no es piritual, most ra-se fort emente indutivo e não deve ser submetido a interrupções intempestivas, sendo necessário atenuar-se-lhe a inten sidade, q uando s e lhe trace a term inação, para que se im possibilite a form ação de extr acorrentes m agnéti-cas, capazes de operar desajustes e perturbações físicas, perispirí-ticas e e mocionais, de r esultados impr evisíveis par a o mé dium, quanto para a entidade em processo de comunicação.

Capacitância No circuito elétrico, capacitância é a peculiaridade mediante a

qual se permite a acumulação da energia no campo elétrico, ener-gia essa que acompanha a pr esença da voltagem, revelando seme-lhança ao efeito da elasticidade em mecânica.

Os apar atos que guar dam ener gia no cam po eletrostático do circuito são chamados capacitores ou condensadores.

Um capacitor, por exemplo, acumula energia elétrica, durante a carga, restituindo-a ao circuito, por ocasião da descarga.

Em i dentidade de cir cunstâncias, no circuito m ediúnico, ca-pacitância exprime a propriedade pe la qual se verif ica o arm aze-namento de recursos es pirituais no cir cuito, recursos esses que correspondem à sintonia psíquica.

Os el ementos suscetí veis de co ndensar essas possib ilidades, no cam po m agnético da conjunção mediúnica, exp ressam-se n a capacidade con ceptual e in terpretativa na região m ental do m é-dium, que acum ulará os valores re cebidos da entidade que o c o-manda, devolvendo-a com a possí vel fidelidade ao serviço do circuito mediúnico na ação do intercâmbio.

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Essas an alogias são v aliosas, compreendendo-se, então, por que motivo, nas tarefas mediúnicas. organizadas para f ins nobres, é sempre necessário a form ação de um circuito em que cada m é-dium perm anece subordinado ao tradicional “Espírito-guia” ou determinado orientador da Espiritualidade.

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7 Analogias de circuitos

Velocidade elétrica Estudemos a inda alguns problemas primários da elet ricidade

para compreendermos com segurança os prob lemas do intercâm-bio mediúnico.

Sabemos que a velocidade na expansão dos impulsos elétricos é semelhante à da luz, ou 300.000 quilômetros por segundo.

Fácil entender, assim , que se estenderm os um condutor, qual o fio de cobre, num a extensão de 300.000 quilômetros, e se numa das extrem idades injetarm os cert a quantidade de elétrons livres, um segundo após a m esma quantidad e de elétrons liv res v erterá da extremidade oposta.

Entretanto, devemos considerar que a velocidade dos elétrons depende dos recursos imanentes da pressão elétrica e da resi stên-cia elétrica do elemento condutor, como acontece à velocidade de uma corrente l iquida que depende da pressão aplicada e da re sis-tência do encanamento.

Continuidade de correntes Compara-se vul garmente a cir culação da corr ente el étrica

num circuito fechado, na base do gerador e dos re cursos que encerram a aparelhagem utilizad a, ao cu rso da água em determi-nado setor de canalização.

Se sustentarm os um a pressão contínua sobre o m ontante lí-quido, com o auxílio de um a bomba, a linha colateral da artéria circulatória será trasp assada s empre pela m esma quantid ade d’água, no mesmo espaço de tempo, e se alimentarmos um circui-

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to elétrico, através de um ge rador, em regime de uniformidade, o grau de in tensidade da corrente será constante, em cada setor do mesmo circuito.

Acontece que reduzida quantidade de elét rons produz corren-tes d e f orça qu ase im perceptíveis, à m aneira de apenas algum as gotas d’água que, ar rojadas ao bojo do en canamento, não conse-guem formar senão curso fraco e imperfeito.

Assim como se faz necessária uma corrente líquida, em circu-lação e massa constantes, é imperioso se façam cargas de b ilhões de elétrons, por segundo, para que se m antenha a produção de correntes elétricas de valores contínuos.

Expressões de analogia Aplicando os conceitos expendidos atrás, aos n ossos estudos

da mediunidade, recordemos a an alogia existente entre os circui-tos hidráulico, elétrico e mediúnico, nas seguintes expressões: a) Curso d’água – fluxo elétrico – corrente mediúnica. b) Pressão hidráulica – diferença de poten cial elétrico, d etermi-

nando harmonia – sintonia psíquica. c) Obstáculos na intimidade do encanamento – resistência elétrica

do circuito, através dos condutores – in ibições ou desatenções do médium, dificultando o equilíbrio no circuito mediúnico.

d) Para que o curso d’água apresente pressão hidráulica uniforme, superando a resi stência de atr ito, é necessário o concurso da bomba ou a solução do problema de nível; – para que a corren-te elétrica s e m antenha com in tensidade invariável, eq uacio-nando os im positivos da resistên cia elét rica, é i mprescindível que o gerador assegure a dif erença de pote ncial, nutrindo-se o movimento de elevada carga de elétrons, conf orme as aplica-ções da força; – e para que se garanta a com plementação do circuito m ediúnico, co m a possív el anu lação das d eficiências

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de in tercâmbio, é p reciso q ue o m édium ou os m édiuns em conjunção para determinada tarefa se consagrem, de boamente, à manutenção do pensamento constante de aceitação ou ade-são ao p lano da entidade ou das entidades da Esfera Superi or que se proponham a utilizá-los em serviço de el evação ou so-corro. Tanto quanto lhes seja possível, de vem os m édiuns ali-mentar esse pensamento ou recurso condutor, sempre mais en-riquecido dos valores de tempo e condição, sentimento e cultu-ra, com o alto entend imento da ob ra de benemerência ou edu-cação a realizar.

Necessidades da sintonia Não se veja em nossas assertivas qualquer tendência à inutili-

zação da vontade do mé dium, com evidente desrespeito à per so-nalidade humana, inviolável em seu livre arbítrio.

Anotamos simplesmente as nece ssidades da s intonia, no tra-balho d as Inteligên cias as sociadas para fins enob recedores, p or-que, em verdade, os m édiuns trazi dos ao serviço de r eflexão do Plano Superior, quer nas obras de caridade e esclarecimento, quer nas de instrução e consolo, precisarão abolir tudo o que lhes cons-titua preocupações-extras, tanto no que se ref ira à perda de tempo quanto no que se reporte a intere sses subalt ernos da experi ência vulgar, sustenta ndo-se, por esforço próp rio e não por exigência dos Espíritos Benevolentes e Sábios, em clima de responsabilida-de, alegremente aceita, e de trab alho voluntário, na preservação e enriquecimento dos ag entes con dutores da sua vida m ental, no sentido de valorizar a própria cooperação, com fé no bem e segura disposição ao sacrifício, no serviço a efetuar-se.

Naturalmente, estudamos, no pr esente registro, a m ediunida-de em ação co nstrutiva e não o fenôm eno m ediúnico, suscetível de ser identificado a cada passo, inclusive nos problemas obscuros da obsessão.

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Detenção de circuitos Cabe consider ar que as analog ias de circu itos ap resentadas

aqui são confrontos portadores de justas limitações, porquanto, na realidade, nada existe na cir culação da água que c orresponda ao efeito magnético da corrente elétrica, como nada existe na corren-te elétrica que po ssa equ ivaler ao ef eito es piritual do circu ito mediúnico.

Recorremos às comparações em foco apenas para lembrar aos nossos companheiros de estudo a im agem de “co rrentes circulan-tes”, recordando, ainda, que a co rrente líquida, comumente vaga-rosa, a co rrente elétrica m uito rá pida e a co rrente m ental ultra -rápida podem ser adaptadas, co ntroladas, aproveitadas ou condu-zidas, não podendo , entretanto, suportar indefinida armazenagem ou detenção, sob pena de provocarem o aparecimento de charcos, explosões e rupturas, respectivamente.

Condução das correntes Na dis tribuição pre stante da s água s, no c ircuito hi dráulico,

são n ecessários reserv atórios e ca nais, rep resas e com portas, em edificações adequadas.

Na aplicação da cor rente elétrica, em ci rcuitos corresponden-tes, não podem os pres cindir, com o n a adm inistração da força eletromotriz, de alternadores inteligentemente estruturados, para a dosagem de co rrentes e vo ltagens div ersas, co m a pro dução de variadas utilidades.

E no aproveitamento da corrente mental, no circuito mediúni-co, são necessários instrumentos receptores capazes de atender às exigências da emissão, para qualquer serviço de essência elevada, compreendendo-se, desse modo, que a corrente líquida, a corrente elétrica e a corrente mental dependem, nos seus efeitos, da condu-ção que se lhes imprima.

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8 Mediunidade e eletromagnetismo

Mediunidade estuante Aplicando noções de el etricidade ao exame do circuito medi-

único, será interessante alinhar alguns leves apontamentos. Na generalidade dos me tais, principalmente no cobre, na pra-

ta, no ouro e no alum ínio, os elétrons livres são facilm ente desta-cáveis do átom o, m otivo pelo qu al s emelhantes elem entos são chamados condutores.

Isso acontece em r azão de esse s elé trons li vres ser em dest a-cáveis ante a aposição de uma pressão elétrica, de vez que, quan-do um átom o acusa a deficiência de um e létron, el e de sloca, de imediato, um elétron do átom o adjacente, estabelecendo-se, desse modo, a corrente elétrica em certa direção, a expressar-se sem pre através do metal, permanecendo, assim, os átomos em posição de harmonia.

Aqui temos a im agem das cria turas do tadas de me diunidade estuante e espontânea, nas quais a sensibilidade psíquica se dei xa traspassar, naturalm ente, pelas irradiações mentais afi ns, recla-mando educação adequada para o justo aproveitamento dos recur-sos de que são portadoras.

Corrente elétrica Para que se faça mais clareza em nosso tema, é imperioso in-

cluir o m agnetismo, de m odo mais profundo, em nossas observa-ções de limiar.

Sempre que nos reportamos ao estudo de campos magnéticos, o ímã é recordado para marco inicial de qualquer anotação.

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Nele en contramos um elemento com a prop riedade de atrair limalhas de ferro ou de aço e que, com liberdade de girar ao redor de um eixo, assume posição def inida, relativamente ao meridiano geográfico, voltando in variavelmente a m esma ex tremidade p ara o pólo norte do Planeta.

Estabelecendo algumas idéias, com respeito ao assunto, con-signaremos que a co rrente elétri ca é a fon te d e m agnetismo até agora para nós conhecida na Terra e no Plano Espiritual.

Nessa m esma cond ição en tendemos a corren te m ental, tam -bém corr ente de nat ureza elét rica, em bora m enos ponderável na esfera física.

Em torno, pois, da corrente elét rica, através desse ou daquele condutor, s urgem efeitos m agnéticos de intens idade co rrespon-dente, e sempre que nos proponhamos à produção de tais efeitos é necessário recorrer ao apoio da corrente referida.

Sabemos, no entanto, que a eletricidade vibra em todos os es-caninhos do infinitamente pequeno.

Em cálculo aproximado, não ignoramos que um elétron trans-porta consigo uma carga elétrica de 1,6 x 10-19 coulomb.

Além do movim ento de translação ou de saltos, em derredor do núcleo, os elétrons caracterizam-se igualmente por determina-do m ovimento de rotação sobre o seu próprio eixo, se podem os referir-nos desse modo às partículas que os exprimem, produzindo os efeitos conhecidos por “spins”.

“Spins” e “domínios” Geralmente, nas cam adas d o s istema atôm ico, os cham ados

“spins” ou dim inutos vórtices magnéticos, revela ndo nat ureza positiva ou negativa, se com pensam uns aos outros, m as não em determinados e lementos, com o se ja o átom o de ferro, no qual existem quatro “spins ” ou ef eitos m agnéticos desajustados nas

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camadas peri féricas, provocando as avançadas peculiari dades magnéticas que se exteriorizam dele, porquanto, reunido a outros átomos da mesma substância, faz que se conjuguem, ocasionando a form ação espontânea de ím ãs microscópicos ou, m ais propria-mente, “domínios”.

Esses “dom ínios” se ex pressam de m aneira irregular ou de-sordenada, guar dando, contudo, a tendência de se alinharem , como, por exemplo, no mesmo átomo de ferro a que nos reporta-mos.

Inclinam-se a esp ontâneo ajustamento, de conf ormidade com um dos três eixos do cristal desse elemento, mas sofrem obstrução oferecida pelas ener gias in teratômicas, a funcionarem com o re-cursos de atrito contra a mudança provável da condição magnética que lhes é caracterís tica. Todavia, s e a inten sidade magnética do campo for aum entada, alcançando determ inado teor, com capaci-dade de garantir a orientação de cada “domínio”, cada “domí nio” atingido en tra im ediatamente no alinham ento m agnético e, à medida que se dilate o campo, todos os “domínios” se padronizam pela mesma orientação, tornando-se, dessa forma, o fluxo m agné-tico gradativamente maior.

Tão logo a to talidade dos “domínios” assume direção idênti-ca, afirm a-se qu e o corpo ou material e stá sa turado o u, m ais exatamente, que já s e encontram ocupadas todas as valências dos sistemas atômicos de que esse corpo ou material se compõe.

Campo magnético essencial Da associação dos chamados “domínios”, surgem as linhas de

força a en tretecerem o cam po magnético es sencial ou, ma is pr o-priamente, o espaço em torno de um pólo magnético.

Esse ca mpo é susc etível de ser pe rfeitamente e xplorado por uma agulha magnética.

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Sabemos que um pólo magnético se caracteriza por intensida-de análoga à unidade sempre que estiver colocado à distância de 1 centímetro de um pólo idêntico, estabelecendo-se que a f orça de repulsão ou da atração existente entre ambos equivale a 1 dina.

É as sim qu e o oersted designa a intensidade do cam po que funciona sobre a massa magnética unitária com a força de 1 dina.

Se o campo magnético terrestre é muito reduzido, formando a sua com ponente h orizontal 0 ,2 o ersted e a vertical 0,5 oersted aproximadamente, os campos magnéticos, nos fluxos habituais de aplicação elétrica, d emonstram elevado grau d e intensidade, qual acontece no campo característico do entreferro anular de um alto-falante, que m edeia, aproxim adamente, de 7.000 a 14.000 oers-teds.

Fácil r econhecer que, em todo s o s elem entos atôm icos n os quais os efeitos m agnéticos ou “s pins” se revelam compensados, os “domínios” ou ímãs microscópicos se equilibram na constitui-ção inter-atômica, com índices de harmonia ou saturação adequa-dos, pelos quais o cam po magnético se mostra regular, o que não acontece nos elementos em que os “spins” da camada periférica se evidenciam descompensados ou na queles que estejam sob regime de excitação.

Possuímos, na Terra, as chamadas substâncias magnéticas na-turais e, ai nda, aquelas que podem adquirir semelhantes qualida-des arti ficialmente, como sej am mais destacadam ente o ferro, o aço, o cobalto, o ní quel e as lig as que lhes dizem respeito, mere-cendo especi al menção o ferro doce, que m antém a im anização apenas no curso de tem po em que se acha submetido à ação mag-netizante, e o aço tem perado, que se demora imanizado por m ais tempo, depois de cessada a ação referida, em vi sta de reter a imanização remanente.

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Ferromagnetismo e mediunidade Após ligeiros apontamentos sobre circuitos elétricos e efeitos

magnéticos, s urpreendemos no fe rromagnetismo um ponto ex-pressivo para o estudo da m ediunidade. Perceberemos nas ment es ajustadas aos im perativos da ex periência humana, mesmo naque-las de s ensibilidade me diúnica normal, criaturas em que os “spins” ou e feitos magnéticos da atividade espiritual se evidenci-am necess ariamente h armonizados, pres idindo a form ação do s “domínios” ou ím ãs diminutos do mundo íntimo em processo d e integração, através do qual o campo magnético se mostra entrosa-do às em oções com uns, ao passo que, nas organiza ções m entais em que os “spins” ou efeitos magnéticos do pensamento apareçam descontrabalançados, as propriedades magnéticas patenteiam teor avançado, tanto m aior quanto m ais vasta a descom pensação, plasmando condições mediúnicas variáveis por exigirem o auxílio de correntes de força qu e lhes ofereçam o necessário equilíbrio, o que ocorre tanto com as grandes almas que aceitam ministérios de abnegação e r enúncia em pl anos inferiores, aí perm anecendo em posição de desnível, como também com as a lmas menos enobre-cidas, embora em outro sentido, segregadas em aflitivo desajuste nas reencarnações r eparadoras por se h averem onerado perante a Lei.

Vemos, pois, que as m entes integralmente afinadas com a es-fera f ísica possuem cam po m agnético reduzido, ao passo qu e aquelas situadas em condições anômalas guardam consigo campo magnético mais vasto, com possibilidades de am pliação, seja nas atividades que se relacionam com o exercício do bem ou naquelas que se reportam à prática do mal.

“Descompensação vibratória” Sem obstáculo, reconh ecemos que a m ediunidade ou capaci-

dade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas as criatu-

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ras são dotadas de cam po magnético particular, ca mpo ess e, po-rém, que é sempre mais pronunciado naquelas que estejam tempo-rariamente em regim e de “desco mpensação v ibratória”, s eja d e teor purgativo ou de elevada s ituação, a trans parecer no trabalho expiatório da alm a que se rend eu à delinqü ência ou n a ação m is-sionária dos Espíritos de el eição que se en tregam à bem -aventurança do sacrifício por am or, em estágios curtos ou l ongos na reencarnação terrestre, com o objetivo de trazerem das Esferas Superiores mais alta contribuição de progre sso ao p ensamento da Humanidade.

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9 Cérebro e energia

Geradores e motores Na produção de corrente contínua em eletricidade, possuímos

geradores e mot ores, capazes de criar força eletromotriz e forne-cer corrente, no qu e respeita aos geradores, ou de ceder potência determinada, no que tange aos motores.

Nas m áquinas destinad as a se melhantes s erviços, en contra-mos os enrolam entos em tam bor, que podem ser im bricados ou ondulados, com particularidades técnicas variadas.

Anotando a m ultiplicidade dos ap arelhos dessa espécie, lem-bremo-nos de que os ge radores, em sua maioria, são sempre auto-excitados.

E para co nsolidar imagens comparativas, preciosas no assun-to, perm itimo-nos repetir as figu rações já f eitas, em cap ítulos anteriores, em torno da atenção e d a desatenção, para f ixar com mais segurança o nosso estudo, acerca da criação da energia men-tal e expansão respectiva

Gerador “shunt” Observemos um gerador “shunt”, em que o fenômeno da cor-

rente elétrica é mais acessível ao nosso exame. Imaginando-se-lhe o in terruptor ab erto, qu ando o i nduzido

começa a girar, repararemos que aí se pl asma pequena for ça ele-tromotriz, em vista da formação de magnetismo residual.

Essa força, no entanto, não patrocina qualquer corrente circu-lante no campo.

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Se fechamos, contudo, o interruptor, a fo rça eletromotriz ge-rada produz uma corrente no campo que, por sua vez, determina a formação de uma força magnetomotriz de sentido idêntico, àquele em que se expressa o magnetism o residual, dilatando o fluxo, até que a fo rça eletromotriz alcance o seu m áximo valor, de confor-midade com a resistência integral do campo.

A elevação da voltagem cessa no ponto em que a linha de re-sistência interrompe a curva de saturação, porquanto, acima dessa zona, a força eletromotriz gerada é menor do que aquela necessá-ria para sustentar o valor da corrente excitadora.

Frustração da corrente elétrica Sempre que a corrente de um gerador não se alteie, a f rustra-

ção é de vida a c ausas di versas, das quai s salie ntamos a s ma is importantes: 1) Ausência de magnetismo residual, em se tr atando de aparelhos

novos ou fora de serviço por longo tempo. 2) Ligações invertidas no circuito do campo, de vez que, se preci-

samos do magnetismo de resíduo para que se produza ação a-dicional no circuito ma gnético, é i ndispensável que o c ampo “shunt” es teja em ligação com a arm adura, de m aneira que a corrente ex citadora en gendre a força eletrom otriz qu e se ad i-cione ao campo residual.

3) Resistência excessiva do circ uito do cam po, que poderá advir de ligações inconvenientes ou de influência pern iciosa dos de-tritos acumulados na máquina.

Gerador do cérebro Com algum a analo gia, encon tramos no cérebro um gerador

auto-excitado, acrescid o em sua contextura ín tima de av ançados implementos p ara a geração, ex citação, transform ação, indução,

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condução, exteriorização, captaçã o, assimilação e d esassimilação da energia m ental, qual se um gerador com um desempenhasse, não ap enas a fun ção d e criar fo rça el etromotriz e conseqüent es potenciais m agnéticos para forn ecê-los em certa d ireção, m as também tod o o acervo de recu rsos dos m odernos em issores e receptores de radiotelefonia e te levisão, acrescid os de valores ainda ignorados na Terra.

Erguendo-se sobre os vár ios departamentos do corpo, a fun-cionarem por m otores de sustentação, o cérebro, com as células especiais que lhe são p róprias, detém verdadeiras usinas micros-cópicas, d as quais as p equenas pa rtículas de ge rmânio, na c ons-trução do tra nsistor, nos c onjuntos radiofônicos m iniaturizados, podem oferecer imperfeita expressão.

É aí, nesse m icrocosmo prodigioso, que a matéria mental, ao impulso do Espírito, é m anipulada e expressa, em m ovimento constante, produzindo correntes que se ex teriorizam, no es paço e no tempo, conservando mais amplo poder na aura da personalida-de em que se exprim e, atrav és d e ação e reação p ermanentes, como acontece no ge rador com um, em que o flu xo en ergético atinge valor m áximo, segundo a resistênci a integral do cam po, diminuindo de intensidade na curva de saturação.

Nas reen trâncias de semelhante cabine, de cu ja in timidade a criatura expede as ordens e d ecisões co m que tr aça o próprio destino, temos, no córtex, os centros da visão, da audição, do tato, do olfato, do gosto, da palavra falada e escr ita, da memória e de múltiplos autom atismos, em con exão com os m ecanismos d a mente, configurando os poderes da memória profunda, do discer-nimento, da a nálise, da reflexão, do e ntendimento e dos multifor-mes valores morais de que o ser se enriquece no tr abalho da pró-pria sublimação.

Nessas províncias-fulcros da i ndividualidade, ci rculam a s correntes m entais co nstituídas à ba se dos átom os de m atéria da

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mesma grandeza, qual ocorre na m atéria física, em que as corren-tes elétricas resultam dos átomos físicos excitados, formando, em sua passagem, o conseqüente resí duo magnético, pelo que depre-endemos, sem dificuldade, a existência do eletromagnetismo tanto nos si stemas inter atômicos da ma téria f ísica, com o naqu eles em que se evidencia a matéria mental.

Corrente do pensamento Sendo o pensamento força sutil e inexaurível do Espírito, po-

demos categorizá-lo, assim , à cont a de co rrente v iva e ex teriori-zante, com facu ldades de auto-ex citação e autoplasticização ini-magináveis.

À feição do gerador “shunt”, se a m ente jaz des atenciosa, como que m antendo o cé rebro em c ircuito a berto, forma -se, no mundo intracraniano, re duzida f orça m entocriativa que não de-termina qualquer corrente circulante no campo individual: mas, se a m ente es tá con centrada, fazen do co nvergir sob re s i m esma as próprias osc ilações, a for ça me ntocriativa ge rada pr oduz uma corrente no campo da personalidade que, a s eu tu rno, p rovoca a formação de energia mental de sentido análogo àque le em que se exprime o m agnetismo de resíduo, dilatando o fluxo até que a força alud ida atin ja o seu valo r máximo, de acor do c om a re sis-tência do campo a que nos referimos.

Surpreendemos, nessa fase, o mesmo fenômeno de elevação da voltagem no gerador elétrico, porquanto, no cosmo fisiopsicos-somático, a corrente mentocriativa se alteia até o ponto de satura-ção, do qual se alonga, com m enor expressão de potencial, no rumo dos objetivos a que se afeiçoe, conforme a linha do desejo.

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Negação da corrente mental Sempre que a corrente mental ou mentocriativa não possa ex-

pandir-se, tal negação se filia a causas diversas, das qu ais, como acontece na máquina “shunt”, assinalamos as mais expressivas: 1) Ausência de m agnetismo residual, em se trata ndo de cérebro s

primitivos, is to é, d e c riaturas nos pri meiros es tágios do pe n-samento contínuo, no reino hom inal, ou de pessoas por largo tempo entregues a profunda e reiterada ociosidade espiritual.

2) Circuitos mentais invertidos, em razão de m onoideísmo vicio-so, na maioria das vezes agravado por influências obsessivas.

3) Deficiência da apar elhagem or gânica, por moti vo de e nfermi-dade ou perturbações temporárias, oriundas do relaxamento da criatura, no trato com o próprio corpo.

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10 Fluxo mental

Partícula elétrica Por anotações ligeiras, em torno da Microfísica, sabem os que

toda partícula se desloca, gerando onda característica naturalmen-te formada pelas vibrações do campo elétrico, relacionadas com o número atômico dos elementos.

Em conjugando os processos termoelétricos e o cam po mag-nético, a C iência pode medir com exatidão a carga e a m assa dos elétrons, demonstrando que a en ergia se d ifunde, através de m o-vimento sim ultâneo, em part ículas i nfra-atômicas e pul sações eletromagnéticas correspondentes.

Informamo-nos, ainda, de que a ci rculação da cor rente elétri-ca num condutor é inva riavelmente seguida do nascim ento d e calor, form ação de um cam po m agnético ao redo r d o c ondutor, produção de luz e ação química.

Deve-se o aparecim ento do calor às con stantes co lisões d os elétrons li vres, e spontaneamente i mpelidos a s e move rem a o longo do condutor, a ssociando a velocidade de transf erência ou deslocamento à velo cidade p rópria, no que tange à tran slação sobre si m esmos, o que determ ina a agitação dos átom os e das moléculas, provocando aquecimento.

A constituição de um campo magnético, ao re dor do condu-tor, é in duzida pelo m ovimento das co rrentes co rpusculares a criarem forças ondulatórias de imanização. A pr odução de luz decorre da corrente elétrica do condutor. E a ação química resulta de cir culação da corr ente el étrica, através de det erminadas sol u-ções.

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Partícula mental Em i dentidade de ci rcunstâncias, a pesar da di versidade dos

processos, toda partícula da co rrente mental, nascida das emoções e desejos recônditos do Espírito, através dos fenômenos íntimos e profundos da consci ência, cuja estrutura ain da não con seguimos abordar, se desloca, produzindo irradiações eletromagnéticas, cuja freqüência varia conform e os estados m entais do em issor, qua l acontece na ch ama, cu jos fó tons arremessados em todas as dire-ções são constituídos por grânulos de força cujo poder se revela mais ou m enos intenso, segundo a freqüência da onda em que se expressam.

Corrente mental sub-humana Nos reinos i nferiores da Natu reza, a corren te mental res trin-

ge-se a im pulsos de sustentação no s seres d e constituição primá-ria, a com eçar dos minerais, preponderando nos ve getais e avan-çando pelo dom ínio dos animais de formação mais s imples, para se ev idenciar mais co mplexa nos a nimais s uperiores que j á con-quistaram bases mais amplas à produção do pensamento contínuo.

Em todas as criatu ras sub -humanas, os agentes m entais, na forma de im pulsos co nstantes, são, desse modo, em pregados na manutenção de cal or e magnetismo, radiação e ati vidade química nos pr ocessos vit ais dos ci rcuitos or gânicos, de ma neira a s edi-mentarem, pouco a pouco, os alicer ces da inteligência, salientan-do-se que nos animais superiores os im pulsos mentais a que alu-dimos já se responsabilizam por valioso patrimônio de percepções avançadas.

Função dos agentes mentais Por i ntermédio dos agentes me ntais ou ondas eletrom agnéti-

cas incessantes, tem os os f enômenos el étricos da t ransmissão

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sináptica ou transm issão do im pulso nervos o de um neurônio a outro, fenômenos esses que podem ser largamente analisados nos gânglios sim páticos (quais o of tálmico, o estrelado, o cervical superior, o me sentérico i nferior, os lom bares), na m edula esp i-nhal, após a excitação das fib ras aferen tes, no s nú cleos m otores dos nervos óculo-motor comum e motores espinhais.

Podemos, ainda, verificar essa ocorrência nos neurônios mo-tores espinhais, valendo-nos de eletródios intracelulares.

Inibindo, controlando, libertando ou distri buindo a força ner-vosa ou os potenci ais el etromagnéticos acumulados pelos im pul-sos mentais, nas pr ovíncias celulares, surpreendemos a coord ena-ção dos estímulos diversos, mantenedores do equilíbrio orgânico, através da ação conduzida dos vários mediadores químicos de que as células se fazem os fabricantes e distribuidores essenciais.

Corrente mental humana No hom em a co rrente m ental as sume feição m ais elev ada e

complexa. No cérebro humano, gabinete da alma erguida a estágios mais

nobres na senda evolutiva, ela não se exprime tão só à maneira de impulso necess ário à sus tentação dos ci rcuitos or gânicos, c om base na nutrição e reprodução. É pensam ento contínuo, f luxo energético incessante, revestido de poder criador inimaginável.

Nasce das profundezas da mente, em circunstâncias por agora inacessíveis ao nosso conhecimento, porque, em verdade, a criatu-ra, pensando, cria sobre a Cria ção ou Pe nsamento Concre to do Criador.

E, após nascida, ei-la – a corrente mental – que se espr aia so-bre o cosm o celular em que se manifesta, m antendo a fábrica admirável das unidades orgânicas, através da inervação visceral e

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da iner vação somáti ca a se con stituírem pelo arco ref lexo esp i-nhal, bem como pelos centros e vias de coordenação superiores.

E, assim, percorre o arco reflexo visceral, vibrando: 1) nas f ibras aferentes, cuja tessitura celular pe rmanece nos gân-

glios das raízes dorsais e dos nervos cranianos corr esponden-tes;

2) nas fib ras con ectoras m ielínicas que se origin am na co luna intermédio-lateral;

3) nas fibras motoras originadas nos neurônios ganglionares e que terminam nos efetores ou fibras pós-ganglionares.

Acima do nível espinhal, vibra, ainda: 1) na i ntegração pont obulbar e m que s e hi erarquizam re flexos

importantes, como sejam os da pressão arterial; 2) no conjunto talâmico e hipotalâmico. em que se m ecanizam os

reflexos do Espírito; 3) na composição cortical.

A corrente m ental, segundo anotam os, vita liza, particular-mente, todos os centro s da a lma e, c onseqüentemente, t odos os núcleos endócrinos e junturas plexiformes da usina física, em cuja urdidura dispõe o Espírito de recursos para os serviços da emissão e recepção, ou exterior ização dos próprios pensam entos e assimi-lação dos pensamentos alheios.

Campo da aura Articulando, ao redor de si mesma, as radiações das sinergias

funcionais das agregações celulares do campo físico ou do psicos-somático, a alm a en carnada ou de sencarnada e stá e nvolvida na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitu-ra circulam as irradiações que lhe são peculiares.

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Evidenciam-se essas ir radiações, de ma neira condensada, até um ponto determ inado de satur ação, contendo as essências e imagens que lhe conf iguram os desejos no m undo íntim o, em processo espontâneo de auto-exteriorização, ponto esse do qual a sua onda ment al se al onga adia nte, at uando sobre todos os que com ela s e afinem e reco lhendo naturalmente a at uação de todos os que se lhe revelem simpáticos.

E, desse m odo, estende a própria infl uência que, à feição do campo proposto por E instein, d iminui com a d istância do fulcro consciencial emissor, tornando-se cada vez menor, mas a espraiar-se no Universo infinito.

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11 Onda mental

Onda hertziana Examinando sumariamente as forças corpu sculares de que se

constituem todas as co rrentes atômicas do P lano Físico, podemos compreender, s em dificuld ade, no pen samento ou rad iação m en-tal, a substância de todos os fenômenos do espírito, a expressar-se por ondas de múltiplas freqüências.

Valendo-nos de i déia impe rfeita, pode mos c ompará-lo, de i -nício, à onda hertziana, tomando o cérebro como sendo um apare-lho emissor e receptor ao mesmo tempo.

Pensamento e televisão Recorrendo, ainda, a recursos igualmente incompletos, recor-

demos a televisão, cujo s serviços se ver ificam à base de podero-sos feixes eletrônicos devidamente controlados.

Nos transmissores dessa espécie, é imperioso conjugar a apa-relhagem neces sária à cap tação, transformação, irradiação e re-cepção dos sons e das imagens de modo simultâneo.

De igual maneira, até certo ponto, o pens amento, a fo rmular-se em ondas, age de cérebro a cé rebro, quanto a corrente de elé-trons, de transmissor a receptor, em televisão.

Não desconhecemos que todo E spírito é fulcro gerador de vi-da onde se encontre.

E toda espécie de vida começa no impulso mental. Sempre que pensam os, expressando o cam po íntimo na idea-

ção e na p alavra, na atitu de e n o exem plo, criam os form as-

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pensamentos ou im agens-moldes que arrojamos para fora de nós, pela atmosfera psíquica que nos caracteriza a presença.

Sobre todos os que nos aceitem o m odo de sentir e de ser, consciente ou inco nscientemente, atuamos à m aneira do hipnoti-zador sobre o hipnotiz ado, verificando-se o inverso, toda vez qu e aderimos ao modo de ser e de sentir dos outros.

O cam po espiritual de quem su gestiona gera no âm bito da própria imaginação os esboços ou planos que se propõe exteriori-zar, assemelhando-se, então, à câm ara de imagens do transmissor vulgar, em que o iconoscópio, co m o jogo de lent es adequadas, focaliza a cena so bre a face sensível do mosaico que existe num a das ex tremidades dele m esmo, iconoscópio, ao passo que um dispositivo explorador, situado na outra extremidade, fornece um feixe tênue de el étrons ou r aio explorador que pe rcorre to da a superfície do mosaico.

Quando o ra io e xplorador alc ança a superfície do mosaico, desprende-se deste uma corrente elétrica de potência proporcional à luminosidade da região que es tá a travessando e, c ompreenden-do-se que a maior ou menor luminosidade dos pontos diversos do mosaico eq uivale à im agem sob re ele m esmo refletida, p ercebe-remos com facilidade que as variações de intensidade da corrente fornecida p elo m osaico eq uivalem à me tamorfose da s ce nas e m eletricidade, variaçõe s que respondem pela s modi ficações das cores e respectivos semitons.

As imagens arremessadas através do dispositivo de focaliza-ção da câmara, atingindo o mosaico, se fazem invisíveis ao ol har comum.

Nessa fase da tran smissão, os vários pontos do mos aico acu-mulam maior ou menor corrente elétrica, segundo a porção de luz a incidir sobre eles.

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Somente depois dessa operação, que pros segue em variad as minudências técnicas, é que a cena passa ao transmissor da im a-gem, a reco nstituir-se, atrav és do cinescópio ou válvula da i ma-gem, no aparelho re ceptor, vál vula e ssa cujo funcionam ento é quase análogo ao do ic onoscópio, na transm issão, embora fis ica-mente não se pareçam.

Células e peças Com muito mais primor de o rganização, o cére bro ou cabine

de manifestação do Espírito, tanto quanto possamos conhecer-nos, do ponto de vista da estrutura m ental, em nossa presente condição evolutiva, possui nas células e implementos que o serv em apare-lhagens correspondentes às peças empregadas em televisão para a emissão e recepção da s correntes elet rônicas, exteriorizando as ondas que lhe são car acterísticas, a transportarem consigo estímu-los, imagens, vozes, cores, palavras e sinais múltiplos, através de vias aferentes e eferentes, nas faixas de sintonia natural.

As vál vulas, câ maras, a ntenas e tubo s d estinados à em issão dos elétrons, ao controle dos el étrons em itidos, à form ação dos feixes corpusculares e respectiva deflexão vertical e horizontal e a operações outras para que o m osaico ou espe lho elétri co forneça os sinais de vídeo, eq uivalentes à m etamorfose d a cena em cor-rente elétrica, e para que a tela f luorescente converta de novo os sinais de vídeo na pr ópria cena ó ptica, a ex primir-se nos quadros televisionados, – c onfiguram-se, adm iravelmente, nos recursos sensíveis d o céreb ro, s istema ne rvoso, pl exos e glândulas endó-crinas, enriquecidos de outro s elem entos sen soriais no veículo físico e psicossomático, cabendo-nos, ainda, acentuar que a nossa comparação peca dem asiado pela pobreza conceptual, porquanto, em televisão, na atualidade, há conjuntos distintos para emissão e recepção, quando o Espí rito, na engrenagem individual do cére-

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bro, con ta com recu rsos av ançados par a serviç os de emi ssão e recepção simultâneos.

Alavanca da vontade Reconhecemos que toda criatura dispõe de oscilações mentais

próprias, pelas quais entra em combinação espontânea com a onda de outras criaturas desencarnadas ou encarnadas que se lhe afinem com as inclinações e desejos, atitudes e obras, no quimismo inelu-tável do pensamento.

Compreendendo-se que toda pa rtícula d e m atéria em m ovi-mentação se caracteriza por impulso inconfundível, fácil ser-nos-á observar que cada E spírito, pel o pode r vi bratório de que seja dotado, im primirá aos se us re cursos m entais o ti po de onda ou fluxo energético que lhe def ine a personalidade, a evidenci ar-se nas faixas superiores da vida, na proporção das grandezas morais, do ponto de vista de amor e sabedoria, que já tenha acumulado em si mesmo.

E para manejar as co rrentes mentais, em serviço de projeção das próprias energias e de assimilação das energias alheias, dispõe a alm a, em s i, da alav anca da vonta de, por e la vagarosam ente construída em milênios e milênios de trabalho automatizante.

A princípio, adstrita aos círculos angustos do p rimitivismo, a vontade, agarrada ao in stinto de preservação, faz do Espírito um inveterado monomaníaco do prazer inferior.

Avançando pelo terreno inicial da experiên cia, aparece o h o-mem qual molusco inteligente, sempre disposto a fechar o circuito das próprias oscilações mentais sobre si mesmo, em monoideísmo intermitente.

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Vontade e aperfeiçoamento A memória e a imaginação, ainda curtas, limitam a volição do

homem a sim ples tendência que, no fundo, é as pecto primário da faculdade de decidir.

Ele mesmo opera a retração da onda m ental que o personali-za, repelindo as vibrações que o inclinem ao burilam ento sempre difícil e à expansão sempre laboriosa, para deter-se no reino afeti-vo das vibrações que o atraem, onde encontra os mesmos tipos de onda dos que se lhe assemelham, capazes de entre ter-lhe a egola-tria, no gregarismo da s longas simbioses em repetidas reencarna-ções de aprendizagem.

A civilização, porém, chega sempre. O progresso impõe nov os métodos e a do r estilhaça envoltó-

rios. As modificações da es colha acompanham a ascens ão do co -

nhecimento. A vontade de prazer e a vontade de domínio, no curso de lar-

gos sécu los, co nvertem-se em p razer de aper feiçoar e ser vir, acompanhados de autodomínio.

Ciclotron da vontade Arremessa a criatura, naturalmente, a própria onda m ental na

direção dos Es píritos que pe netraram mais amplos horizontes da evolução.

Alcançando semelhante estágio de consciência, a vontade, no campo do Espírito, desempenha o papel do ciclotron no mundo da Química, b ombardeando au tomaticamente os prin cípios m entais que se lhe contraponha m aos im pulsos. E é, ainda, com essa f a-culdade d eterminante q ue ela p reside as ju nções de onda, junto àquelas que se proponha assimilar, no plano das sintonias, de vez

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que, quanto mais elevado o discernimento, mais livre se lhe fará a criação ment al or iginária para libertar e apri sionar, enri quecer e sublimar, agravar os m ales ou acre scentar os pr óprios be ns na esfera do destino.

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12 Reflexo condicionado

Importância da reflexão Entendendo-se que toda mente v ibra na ond a de es tímulos e

pensamentos em que s e id entifica, facilm ente pe rceberemos qu e cada Espírito gera em si mesmo inimaginável potencial de forças mento-eletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente psíquica os recursos e valores que acumula em si próprio.

Daí nasce a im portância d a ref lexão em tod os os seto res da vida.

É que, gerando força criativa incessante em nós, assimilamos, por impulso espontâneo, as correntes mentais que se harm onizem com o nosso tipo de onda, im pondo às mentes simpáticas o fruto de nossas elucubrações e delas recolhendo o que lhes seja caracte-rístico, em ação que independe da distância espacial, sempre que a simpatia esteja estabelecida e, com mais objetividade e eficiência, quando o serviço de tro ca mental se evidencie assegurado consci-entemente.

Tipos de reflexos Vale a p ena recordar o con hecimento dos reflexos condicio-

nados, em evolução na escola instituída por Pavlov. Esse campo de experiências traz a estudo os reflexos congêni-

tos ou incondicionados, quais os cham ados protetores, alim enta-res, posturais e sexuais , detentores de vias nervosas próprias, como que hauridos da espécie, seguros e estáveis, sem necessida-de do córtex, e os ref lexos adquiridos ou condicio nados, que não surgem es pontaneamente, m as s im conquistados pe lo indivíduo, no curso da existência.

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Os ref lexos adquiridos ou condic ionados, que se uti lizam da intervenção neces sária do có rtex cerebral, desenvolvem -se sobr e os reflexos preexisten tes, à m aneira de co nstruções e mocionais, por vezes inst áveis, e sobre os a licerces das vias nervosas, que pertencem aos seguros reflexos congênitos ou absolutos.

Experiência de Pavlov Lembremo-nos de que Pavlov, em uma de suas experiências,

separou alguns cães do convívio m aterno, desde o nascim ento, sujeitando-os ao aleitamento artificial. Como é lógico, revelaram naturalmente os reflexo s co ngênitos, quais o pate lar e o c órneo-palpebral, mas, quando lhes foi mostrada a carne, tanto aos olhos quanto ao olfato, não se gregaram saliva, não ob stante à frente do alimento tradicion al da esp écie, dem onstrando a esperada secre-ção apenas quando a carne lhes foi colocada na boca.

Desde então, os animais se habituaram a form ar a m enciona-da secreção, sempre que o ref erido alimento lhes fosse apresenta-do à vista ou ao olfato.

Observemos que o estímulo provocou um reflexo condiciona-do, com o que em regim e de enxe rtia sobre o reflexo congênito desencadeado pelo alimento introduzido na boca.

Reflexos psíquicos Os pr incípios de r eflexão po dem ser ap licados ao s ref lexos

psíquicos. Compreenderemos, desse m odo, qu e o ato de alim entar-se é

um hábito estratificado na pers onalidade do c ão, e m proc esso evolucionista, através de reencarnações múltiplas, e qu e o ato d e preferir carne, m esmo em se trat ando de alim ento ancestral da espécie a q ue se entrosa, é um hábito que ele adq uire, formando impressões novas sobre um campo de sensações já consolidadas.

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Recorremos à im agem sim plesmente p ara salien tar qu e os nossos ref lexos psíqui cos condicionados se revestem de sum a importância em nossas ligações mentais diversas.

E esses reflexos são – todos eles – presididos e orientados pe-la indução.

Nos cães de Pav lov a que nos reportamos, a faculdade de co-mer repr esenta a titude e spontânea, c omo aquisição me ntal a uto-mática, mas o in teresse pela carne a que foram habituados define uma atitud e ex citante, com pelindo-lhes a m ente a exteriorizar uma onda característica que age como pensamento fragmentário, em to rno d eles, a reag ir n eles próprios, not adamente sobr e as células gustativas. Do mesmo modo, variados estímulos aparecem nos anim ais aludidos , segundo o desdobram ento das im pressões que lhes atingem o acanhado m undo sensório, acentuando-lhes a experiência.

Podemos, ass im, apreciar a ri queza dos re flexos condic iona-dos, pelos quais se expande a vida mental do Espírito humano, em que a razão, por luz do discernimento, lhe faculta o pr ivilégio da escolha.

É nes ses r eflexos c ondicionados da ati vidade psí quica que principiam para o hom em de pensamentos elementares os proces-sos inconscientes da conjugação mediúnica, porquanto, emitindo a onda das id éias que lhe são p róprias, ao redor dos tem as que lhe sejam af ins, ex terioriza na d ireção dos ou tros as im agens e estí-mulos que acalenta consigo, recebendo, depois, sobre si mesmo os princípios mentais que exteriorizou, enriquecidos de outros agen-tes que se lhe sintonizem com as criações mentais.

Agentes de indução Temos plenamente evidenciada a auto -sugestão, encorajando

essa ou aquela ligaçã o, esse ou aquele hábito, dem onstrando a

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necessidade de autopoliciam ento em todos os intere sses de noss a vida mental, porquant o, conquistada a razã o, com a prerrogativa da escolha de no ssos objetivos, todo o alvo de nossa atenção se converte em fator indutivo, compelindo-nos a emitir os valores do pensamento contínuo na direção em que se nos fixe a idéia, dire-ção essa na qual en contramos os p rincípios combináveis com os nossos, razão por que, autom aticamente, es tamos lig ados em espírito com todos os encarnados ou desen carnados que pensam como pensamos, tão mais estreita mente quão mais estreita a d is-tância entre nós e el es, isto é, quanto mais intimamente estejamos comungando a atm osfera m ental uns dos outros, independente-mente de fatores espaciais.

Uma conversação, essa ou aquela leitura, a co ntemplação de um quadro, a idéia vo ltada p ara certo ass unto, um esp etáculo artístico, um a visita ef etuada ou re cebida, um c onselho ou uma opinião representam agentes de indução, que va riam segundo a natureza q ue lh es é caracterís tica, com res ultados tanto m ais amplos quanto maior se nos faça a fixação mental ao redor deles.

Uso do discernimento A liberdade de escolha, na paut a das Lei s Divinas, é cla ra e

incontestável nos processos da consciência. Ainda mesmo em regime de prisão absoluta, do ponto de vis-

ta físico, o homem, no pensamento, é livre para eleger o bem ou o mal para as rotas do Espírito.

O discernimento deve ser, assim, usado por nós outros à fei-ção de leme que a razão não pode esquecer à matroca, de vez que se a v ida física está cercad a de correntes eletrônicas por todos os lados, a v ida esp iritual, d a m esma so rte, jaz im ersa em largo oceano de c orrentes me ntais e, dentro delas, é imprescindível saibamos p rocurar a co mpanhia dos espír itos nobr es, capazes de

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auxiliar a n ossa sustentação no bem, para que o bem , como apli-cação das Leis de Deus, nos eleve à vida superior.

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13 Fenômeno hipnótico indiscriminado

Hipnotismo vulgar No ex ame dos su cessos devidos ao refle xo condicionado, é

importante nos detenh amos, por alguns inst antes, no hi pnotismo vulgar.

Há quem diga que o ato de hipnotizar se filia à ciência de atu-ar sobre o espírito alheio e, para que a impressão provocada nesse sentido se faça duradoura e profunda, é im perioso se não desen-volva maior intimidade en tre o magnetizador e a p essoa que lhe serve d e in strumento, porquanto a facu ldade de hipnotizar, para persistir em alguém, reclama dos outros obediência e respeito.

Reparemos o fenôm eno hipnótic o em sua feição m ais s im-ples, a ev idenciar-se, m uita vez, em e spetáculos públ icos me nos edificantes.

O operador pede silênc io e, para observa r qu ais as pess oas mais suscetíveis de receber-lhe a influenciação, roga que todos os presentes fixem determinado objeto ou local, proibindo perturba-ção e gracejo.

Anotamos aqui a operação inicial do “circuito fechado”. Exteriorizando-se em mais rigoroso regime de ação e reação

sobre s i m esma, a co rrente m ental do s assisten tes cap azes de entrar em sintonia com o toqu e de indução do hi pnotizador passa a absorver-lhe os ag entes mentais, predispondo-se a ex ecutar-lhe as ordens.

Semelhantes p essoas n ão pr ecisarão e star ab solutamente c o-ladas à região espacial em que se encontra a vontade que as mag-netiza. Podem estar até m esmo muito distanciadas, sofrendo-lhe a

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influência atr avés do rá dio, de gra vações e da t elevisão. De sde que se rendam, profundamente, à sugestão inicial recebida, come-çam a emitir certo tipo de onda mental com todas as potencialida-des criadoras da ideação comum, e ficam habilitadas a plasmar as formas-pensamentos que l hes sejam sugeridas, formas essas que, estruturadas pelos m ovimentos de ação dos princípios m entais exteriorizados, reagem sobre elas próprias, determinando os efei-tos ou alucinações que lhes imprima a von tade a que se subm e-tem.

Temos aí a perfeita conjugação de forças ondulatórias.

Graus de passividade Induzidos pelo impacto de comando do hipnotizador, os hip-

notizados produzem oscilações mentais com freqüência peculiar a cada um , o scilações es sas qu e, p artindo deles , en tram autom ati-camente em relação com a onda de forças positivas do magnetiza-dor, voltando a eles próprios com a sugestão que lhes é desfecha-da, estabelecendo para si m esmos o cam po alucinatório em que lhe responderão aos apelos.

Cada instrum ento, nesse passo, após dem onstrar obediência característica, revelar-se-á em determinado grau de passividade.

A maioria estará em posição de hipnose vulgar, alguns cairão em letargia e alguns raros em catalepsia ou sonambulismo.

Nos dois primeiros casos (isto é, na hipnose e na letargia), as pessoas apassivadas, à frente do magnetizador, terão libertado, em condições anômalas, certa classe de aglutininas mentais que facul-tam o sono comum, obscurecendo os núcleos de controle do Espí-rito, nos diver sos de partamentos ce rebrais. Alé m di sso, corr ela-cionam-se com a onda-motor da vontade a que se sujeitam, subs-tancializando, na c onduta que l hes é im posta, os quadros que s e lhes apresentem.

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Nos dois segundos (na cataleps ia e no sonam bulismo provo-cado), as os cilações m entais d os hipnotizados, a reag irem sob re eles m esmos, determ inam o despre ndimento parcia l ou total do perispírito ou psicossoma, que, não obstante mais ou menos liber-to das células físicas, se mantém sob o dom ínio direto do m agne-tizador, atendendo-lhe as ordenações.

Idéia-tipo e reflexos individuais Na hipnose ou na leta rgia, os passivos co ntrolados executam

habitualmente cen as qu e provo cam adm iração pela jog ralidade com que se manifestam.

O hipnotizador dará, por exemplo, a dez passivos, em ação, a idéia de frio, as severando que a atmosfer a se tornou subitam ente gélida.

Expedirão todos eles, para l ogo, ondas m entais característi-cas, associando as imagens que sejam capazes de formular.

Semelhantes vibrações encontram na onda mental do hipnoti-zador o ag ente ex citante qu e lh es alim enta o fluxo crescente na direção do objetivo determinado.

No decurso de instan tes, essas vibrações terão reagido muitas vezes sobre os cérebros que as ge ram e entretecem, inclinando-os a agir como se realmente estivessem em pleno inverno.

Cada um, entretanto, procederá no vaivém das oscilações de maneira diversa.

Aqui, um deles abotoará fortem ente o cas aco; ali, outro se encolherá, verg ando a cab eça p ara a fren te; aco lá, outro fará gestos de quem toma agasalhos, utilizando objetos em desacordo com os que im agina, e, além, ainda outros tremerão, impacientes, como que desamparados à ventania de um temporal.

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O toque excitante do hi pnotizador la nçou uma idéia-tipo; contudo, as mentes por ele impressionadas responderam em sinto-nia, mas segundo os reflexos peculiares a si mesmas.

Aula de violino Na mesma ordem de fenôm enos, o hipnotizador sugerirá aos

mesmos pas sivos, e m s ono pr ovocado, que se e ncontram numa aula de música e que lhes cabe o dever de ensaiarem ao violino.

A mente de cada um despedirá ondas de acordo com a ordem recebida, criando a forma-pensamento respectiva.

Em poucos segundos, sob o cont role do m agnetizador, tê-la-ão plasmado com tanto realismo quanto lhes seja possível.

Os mais achegados ao culto do referido instrumento assumi-rão atitude consentâne a com o estudo m entalizado, conjugando movimentos harm oniosos, com a di gnidade de um concertista, enquanto os a dventícios da mús ica exibi rão ge stos grot escos, manobrando a form a-pensamento m encionada quais se f ossem crianças injuriando a arte musical.

Em todos os estado s anômalos a que nos referim os, os sujets governados dem onstrarão certo gr au de pa ssividade. Da hipnos e semiconsciente ao sonambul ismo profundo, num erosas po sições se evidenciam.

Hipnose e telementação Em determinados estágios da ocorrência hipnótica, verifica-se

o desprendimento parcial da pers onalidade, com o deslocament o de centros sensoriais.

Ainda aí, porém , o hipnotizado , no ce ntro da s ir radiações mentais qu e lhe são p róprias, permanece co ntrolado p ela ond a positiva da vontade a que se submete.

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Nessa condição, esse ou aquele passivo pode ainda represen-tar o papel de suposta personalid ade, conforme a sugestão que o magnetizador lhe incuta.

O hipnotizador escolherá, de preferência, uma figura popular, um cantor, um lite rato ou um regente de or questra que es teja no âmbito de con hecimento do p assivo em ação e in cliná-lo-á a sentir-se como sendo a pessoa lembrada.

Imediatamente o sujet estampará, no próprio fluxo de energia mental, a f igura do artista, do escr itor ou do ma estro, de ac ordo com a s poss ibilidades da pr ópria i maginação, t omará da pe na, erguerá a voz, ou em punhará a forma-pensamento de uma batuta, por ele mesmo criada, manobrando os mecanismos da mente para substancializar a sugestão recebida.

Entretanto, se o m agnetizador lem bra al gum m aestro de al-deia, ou escritor sem projeção, ou algum cantor obscuro, conheci-do apenas dele, não será tão fácil ao pass ivo aten der-lhe as o r-dens, por falt a de r ecursos i maginativos a serem apostos p or ele mesmo nas próprias oscilações m entais, o que apenas será conse-guido após longos exercícios de telementação especializada entre ambos.

Sugestão e afinidade Estabelecida a s ugestão ma is profunda, o hipnotizador pode

traçar ao sujet, com ple no êxit o, es sa ou aquela incumbência de somenos importância, pa ra ser executada após desperte do sono provocado, seja of erecer um lá pis ou um copo d’água a certa pessoa, s ugestão e ssa que por se u caráter ele mentar é ab sorvida pela onda m ental do passivo, em seu movimento de ref luxo, in-corporando-se-lhe, au tomaticamente, ao cen tro da aten ção, par a que a vontade lhe dê curso no instante preciso.

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Isso, porém, não aconteceria de modo tão simples se a suges-tão envolvesse processos de mais a lta responsabilidade na e sfera da consciência, porq uanto nos atos m ais complexos do E spírito, para que haja sinton ia nas ações que envolvam com promisso moral, é imprescindível que a onda do hipnotizador se case perfei-tamente à onda do hi pnotizado, com plena identidade de tend ên-cias ou opiniões, qual se estivessem jungidos, moralmente, um ao outro nos recessos da afinidade profunda.

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14 Reflexo condicionado específico

Pródromos da hipnose Após observarmos o fenômeno do hipnotismo num espetácu-

lo p úblico, im aginemos qu e o m agnetizador seja um hom em digno de respeito, capaz de nutrir a confiança popular.

Suponhamos seja ele procurad o por um cidadão qualquer, portador de doença nervosa, desejoso de tratar-se pela hipnose.

O e nfermo t ê-lo-á vi sto na e xibição a que nos ref erimos ou dela terá recebido exato noticiário e, por isso mesmo, buscar-lhe-á o concurso, fortemente decidido a aceitar-lhe a orientação.17

O hipnotizador, de imediato, adquire conhecimento da atitude simpática do visitante e acolhe-o com manifesto carinho.

Toma-lhe a m ão, entrando de im ediato na aura ou halo de forças do paciente, endereçando-lhe algumas inquirições.

Nesse toque dire to, inocula-lhe vasta corrente revitalizadora, em lhe falando de bom ânimo e esperança, e o doente se lhe ren-de, satisfeito, aos apelos silenciosos de relaxamento da tensão que o castiga.

17 A utilizaçã o dos fe nômenos hipnóticos serve , neste livro, s imples-mente para explicar os mecanismos da mediunidade, e não para induzir os companheiros do Espiritismo a praticá-los em suas tarefas, porquanto o nosso objetivo primordial é o ser viço da D outrina Espírita que deve-mos tomar por disciplinadora de todos os fe nômenos que nos rodeiam, na esfera da s ocorrênc ias mediúnicas, a beneficio de nossa própria melhoria moral. (Nota do Autor espiritual.)

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O co nsulente p restará ligei ros i nformes a cerca dos si ntomas de que se vê objeto e o anfitrião, paternal, convidá-lo-á a sentar-se em larga poltrona que lhe faculte mais amplamente o repouso.

Mecanismo do fenômeno hipnótico Recorrendo, para ex emplo, em no sso es tudo, ao con hecido

processo de Liébeault, o hipnotizador passará à ação franca, colo-cando-se à frente do enfermo.

E, situando de leve a mão es querda sobre a sua cabeça, m an-terá dois dedos da m ão direita, à distância aproximada de vinte a trinta centímetros dos olhos do paciente, de m odo a form ar com eles um ân gulo elev ado, com pelindo-o a levantar os olhos, em atenção alg o labo riosa, para que lhe fixe os dedos por algum tempo.

Com esse gesto, o m agnetizador estará projetando o seu pró-prio fluxo energético sobre a epífise do hipnotizado, glândula esta de suma importância em todos os processos m edianímicos18, por favorecer a passividade dos núcleos receptivos do cérebro, provo-cando, ao m esmo tem po, a atenção ou o circuito fechado no campo m agnético do paciente, cuja onda m ental, projetada para além de sua própria aura, é imediatamente atraída pelas oscilações do m agnetizador que, a seu turno, lh e transm ite a es sência das suas próprias ordens.

Libertando as aglutininas mentais do sono, o passivo, na hip-nose estimulada, se vê influenciado pela vontade que lhe comanda transitoriamente o s s entidos, vontade essa a que, de m aneira habitual, adere de “moto-próprio”, quase que alegremente.

18 Para mais claro entendimento do assunto, indicamos ao leitor a relei-tura do ca pitulo 2 º do li vro “Miss ionários da Luz” , d o m esmo Autor espiritual, re cebido pe lo médium Fr ancisco Câ ndido Xavier. (Nota da Editora.)

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É então que o hipnotizador, para fixar com mais segurança a sua própria atuação, exclama, em tom grave e calmo:

– “Não receie. S egundo o noss o desejo, passará você, em breves in stantes, pela m esma transfiguração mental a qu e s e en-trega cada noite, transitando da vi da ativa para o ento rpecimento do sono, em que os se us ouvidos escutam sem qualquer esforço e no qual não se sente você dispos to a v oluntária m ovimentação. Durma, descanse. Repouse na certeza de que não terá consciência do que ocorra em torno de nós! Despertará você do presente esta-do, quando me aprouver, perfeitamente aliviado e fortalecido pela supressão do desequilíbrio orgânico.”

O doente enlanguesce, satisfeito, acalentado pela sua própria onda mental de confiança, exteriorizada ao impacto do pensamen-to positivo que o controla, e o hi pnotizador reafirma, tocando-lhe as pálpebras de leve:

– ”Durma tranqüilamente. Tudo es tá bem. Acordará livre de todo o m al. Acalme-se e espere . Não sof rerá qualquer incôm odo. Dentro de alguns minutos, chamá-lo-ei à vigília.”

O doente dorm e e o m agnetizador retira-se por al guns minu-tos.

Mecanismo da Hipnoterapia Enquanto adormecido, a própria onda mental do paciente, em

movimento renovador e guardando consigo as sugestões benéficas recebidas, at ua sobr e as cél ulas do veíc ulo fis iopsicossomático, anulando, tanto quanto possível, as in ibições f uncionais e xisten-tes.

Como se observa, o agente p ositivo atua como fator desenca-deante da recuperação, que pass a a ser ef etuada pelo próprio paciente, em todos os casos de hipnoterapia ou reflexoterapia.

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O hipnotizador, depois de um quarto de hora, f á-lo novamen-te voltar à vigília, e o enfermo, desperto, acusa por vezes grandes melhoras.

Naturalmente, ag radece ao b enfeitor o so corro as similado; contudo, o magnetizador agiu apenas como recurso de excitação e influência, porque as os cilações mentais em ação restaurativa dos tecidos celulares foram exteriorizadas pelo próprio consulente.

Objetos e reflexos específicos No segundo dia do tratamento hipnótico, o paciente com mais

facilidade se confiará à vontade orientadora que o dirige. Bastar-lhe-á o reenc ontro com o hipnoti zador para entrar no

reflexo co ndicionado, pelo qu al com eça a au tomatizar o ato d e arrojar de si m esmo as próprias forças mentais, impregnadas das imagens de saúd e e corag em que el e me smo rec orporifica no pensamento, recordando os apelos recebidos na véspera.

E ass im pro cede o en fermo, no m esmo regi me de condicio-namento, até qu e a con templação d e um sim ples o bjeto q ue lhe tenha sido presenteado pelo m agnetizador, com o f im de ajudá-lo a liberar-se de qualquer crise, na linha de ocorrências da m oléstia nervosa de que se haja curado, será o suficiente para que se entre-gue à hipnose de recuperação por sua própria conta.

Semelhante medida, que explica o suposto poder curativo de certas relíquias m ateriais ou do s cham ados talism ãs d a m agia, pode ser interpretada como r eflexo condici onado e specífico, porquanto, sem a presença do hipnotizador, suscetível de imprimir novas modalidades à onda mental de que tratamos, o objeto aludi-do s ervirá – m uito p articularmente ness e cas o – com o reflexo determinado para o refazimento orgânico, em certo sentido.

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Circuito magnético e circuito mediúnico Se o paciente, depois de curado, prossegu e submisso ao hip-

notizador, sus tentando-se en tre ambos o intercâm bio seguro, dentro de algum tempo ambos se encontrarão em circuito mediú-nico perfeito.

A onda mental do magnetizado, reeducada para a ex tirpação da moléstia anteriormente apresentada, terá atendido ao restabele-cimento da região em desequilíbrio, mostrando-se, agora, sadia e harmônica para os serv iços da troca, na hipótese do cont inuísmo de contacto.

Voltando-se diariamente para o magnetizador que, a seu tur-no, diariam ente a inf luencia, e de vidamente ajustada ao cérebro em que s e apó ia, d o ponto de vista da resistência do campo, passará a refletir a on da m ental da vontade a que livremente se submete, absorvendo-lhe as inclinações e os desígnios.

Verificam-se aí os mais av ançados pro cessos de telem enta-ção, incl usive o de sdobramento controlado, pe lo qual o passivo, ausente do co rpo físico, sob a indução preponderante do hipnoti -zador, apenas verá e ouvirá de acordo com a orientação particular a que se sujeita.

É o estado de permuta magnética aperfeiçoada, em que o pas-sivo, na hipnose ou na vigília, transmite co m facilidade as deter-minações e propósitos do me ntor, na esfera das suas possibilida-des de expressão.

Auto-magnetização Ainda há que apreciar uma ocorrência importante. Se o hipnotizador não mais tem contacto com o passivo e se o

passivo prossegue intere ssado no progresso de suas conquist as espirituais, es te con segue, à cu sta de esforço, por interm édio da

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profunda concentração das ener gias mentai s, na lem brança dos fenômenos a que se co nsagrou junt o a o ma gnetizador, cair e m hipnose o u le targia, c atalepsia ou sonam bulismo – ainda pelo reflexo condicionado igualm ente específico –, afastando-se do envoltório carnal, em plena con sciência, para entrar em contact o com entid ades en carnadas o u dese ncarnadas d e su a co ndição o u para provocar por si m esmo certa categoria de fenômenos físicos, mediante a ap licação de energia acumulada, com o que se expli-cam as ocorrências do faquirism o oriental, nas quais a própria vontade do operador, parcial ou integralmente separado do corpo somático, exerce determinada ação sobre as células físicas e extra-físicas, estabelecendo acontecimentos inabituais para o m undo rotineiro dos cinco sentidos.

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15 Cargas elétricas e cargas mentais

Experiência vulgar Para examinar as ocorrência s do fenôm eno mediúnico indis-

criminado, referimo-nos linhas antes19, ao fenômeno hipnótico de ordem popular, em que hipnotizadores e hi pnotizados, sem qual-quer recurso de sublimação do espírito, se entregam ao serviço de permuta dos agentes mentais.

Contudo, para gravar as linhas básicas de n osso estudo, re-cordemos a pro pagação indeterminada dos el étrons nas fai xas da Natureza.

De sem elhante propagação, qu alquer pessoa pode r etirar a prova ev idente com vários o bjetos com o, por exem plo, com a experiência cl ássica da caneta-t inteiro qu e, f riccionada com um pano de lã, nos deixa perceber que as bolhas de ar existentes entre as fibras do pano fornecem os elét rons liv res a elas ag regados, elétrons que se acum ulam na can eta mencionada, por suas quali-dades dielétricas ou isolantes.

Efetuada a operação, elem entos leves, port adores de cargas elétricas positivas ou, mais exatamente, muito pobres de elétrons, como sejam pequeninos fragmentos de papel, serão atraídos pela caneta, então negativamente carregada.

Máquina eletrostática Na máquina eletrostática ou i ndutora, utilizada nas experiên-

cias p rimárias d e eletricidade, a ação se v erifica sem elhante à experiência da caneta-tinteiro. 19 Capítulo 13º.

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Os discos de ebonite em atividade rotatória como que esfare-lam as bolhas de ar, guardadas entre eles , com primindo os elé-trons que a elas se encontram frouxamente aderidos.

Com o auxílio de escovas, esse s el étrons se encami nham às esferas m etálicas, o nde se aglom eram até qu e a carg a s e faç a suficientemente elevada para que seja extraída em forma de cente-lha.

Nas camadas atmosféricas As correntes de elétrons livres estão em toda a parte. Nos dias estivais, os conjunto s de átom os ou m oléculas de

água sobem às camadas atmosféricas mais altas, com o ar aqueci-do.

Nas zonas de altitude fria, aglu tinam-se formando gotas que, em seguida, tombam na direção do solo, em razão de seu peso.

Todavia, as go tas q ue vertem de c ima, s em ch egarem ao chão, por se evaporarem na vi agem de retorno, são surpreendidas em c aminho pe las corre ntes de ar aquecido em ascens ão e, atri-tando os elem entos nesse encontro, o ar quente, na subida, extrai das m oléculas d’águ a o s elétro ns livres que a elas s e encontram fracamente aderid os, arras tando-os em turbilh ões para a altu ra, acumulando-os nas nuvens, que se to rnam então eletricam ente carregadas.

Quando as correntes eletrônicas aí agregadas tiverem atingido certo v alor, as semelham-se as n uvens a m áquinas indu toras, em que a tensão se el eva a milhões de volts, das quais os elétrons em massa, na f orma de relâm pagos, saltam para outras nuvens ou para a terr a, provocando descargas que, às vezes, tomam a feição de faíscas elétricas, em meio de aguaceiros e trovoadas.

Em identidade de circunstâncias, quando o planeta terrestre se encontra na direção de explosõe s el etrônicas part idas do Sol ,

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cargas imensas de elétrons perturbam o campo terrestre, respon-sabilizando-se pelas tempestades magnéticas que afetam todos os processos vitais do Gl obo, – a existência hu mana inclusive, por-quanto costumam desarticular as válvulas microscópicas do c ére-bro humano, impondo-lhes alterações nocivas, tanto quanto dese-quilibram a s vál vulas dos a parelhos ra diofônicos, pr ejudicando-lhes as transmissões.

Correntes de elétrons mentais Dentro de certa an alogia, temos também as co rrentes de elé-

trons m entais, por toda a parte, form ando cargas que aderem ao campo magnético dos indivíduos, ou que vagueiam , entre eles, à maneira de campos elétricos que acabam atraídos por aqueles que, excessivamente carregados, se lhes afeiçoem à natureza.

Recorrendo à imagem da caneta-tinteiro, em atrito com o pa-no de lã, e da m áquina eletrostática, em que os elétrons se condi-cionam para a produção de ce ntelhas, le mbraremos q ue t oda compressão de agentes mentais, através da atenção, gera em nossa alma estados indutivo s pelos quais atraímos cargas de pensam en-tos em sintonia com os nossos.

A le itura de ce rta pá gina, a c onsulta a es se ou àquele livro, determinada conversação, ou o in teresse voltado para esse ou aquele as sunto, no s co locam em correlação es pontânea co m as Inteligências encar nadas ou de sencarnadas que c om el es se ha r-monizem, p or in termédio d as carg as m entais que acum ulamos e emitimos, na form a de quadros ou centel has em série, com que aliciamos pa ra o noss o c onvívio mental os que se entregam a ideações análogas às nossas.

Não nos propomos afirmar que o fenômeno da caneta-tinteiro ou do aparelho eletrostático seja igual à ocorrênc ia da indução mental no cérebro.

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Assinalamos apenas a analog ia de superfície, para salientar a importância dos nossos pensamentos concentrados em certo senti-do, porque é pela projeção de nossas idéias que nos vinculamos às Inteligências inferiores ou superiores de nosso caminho.

E para estampar, com mais segurança, a nossa necessidade de equilíbrio, perante a vida, recordemos que à maneira das correntes incessantes de fo rça, que sustentam a Na tureza terrestre, também o pensam ento circul a ininterrupto, no cam po m agnético de cada Espírito, extravasando-se para além dele, com as essências carac-terísticas a cada um.

Queira ou não, cada alm a pos sui no próprio pensamento a fonte inestancável das próprias energias.

Correntes vivas fluem do íntimo de cada Inteligência, a se lhe projetarem no “halo energético”, estruturando-lhe a aura ou fotos-fera psíquica, à base de cargas magnéticas constantes, conforme a natureza que lhes é p eculiar, de certa fo rma semelhantes às co r-rentes de f orça que partem da m assa planetária, com pondo a atmosfera que a envolve.

Correntes mentais construtivas Assim como a Natu reza encontra, na distribuição harmoniosa

das próprias energias, o c aminho j usto para o pr óprio equilíbrio, sustentando-se em movimento contínuo, o E spírito identifica, no trabalho ordenado com se gurança, a trilha i ndispensável para o seu clima ideal de euforia.

Quanto mais enobrecida a consciência, mais se lhe configura-rá a riqu eza d e im aginação e p oder me ntal, s urgindo, porta nto, mais complexo o cabedal de suas cargas magnéticas ou correntes mentais, a v ibrarem ao redo r de si mesmo e a ex igirem mais am -pla quota de atividade construtiva no serviço em que se lhe plas-mem vocação e aptidão.

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Seja no esforço intelectual em elevado labor, na criação artís-tica, nas obras de benem erência ou de educação, se ja nas dedica-ções domé sticas, na s t arefas s ociais, na s pr ofissões di versas, nas administrações públicas ou particulares, nos empreendimentos do comércio ou da indústria, no amanho da terra, no trato dos ani-mais, nos desportos e em todos os departamentos de ação, o Espí-rito é chamado a servir bem, isto é, a servir no benefício de todos, sob pena de conturbar a c irculação das próprias energias mentais, agravando os estados de tensão.

Correntes mentais destrutivas Os referidos estados de tensão, devidos a “núcleos de força na

psicosfera pessoal”, procedem, quase sempre, à feição das nuvens pacíficas repentinamente transformadas pelas cargas anorm ais de elétrons livres em máquinas indutoras, atraindo os campos elétri-cos com que se fazem instrumentos da tempestade.

Acumulando em s i mesma as forças au togeradas em proces-sos de prof undo desequilíbrio, a al ma exterioriza forças m entais desajustadas e des trutivas, p elas quais atrai as forças d o mesm o teor, caindo freqüentemente em cegueira obsessiva, da qual mui-tas vezes se afasta, desorientada, pela porta inde sejável do remor-so, após converter-se em intérprete de inqualificáveis delitos.

Noutras circun stâncias, con siderando-se que o processo da obliteração mental , ou acumulação desord enada das nuvens de tensão no cam po da aura, se caract eriza por imensa gradação, se as criaturas conscientes não se dispõem à distribui ção natural das próprias cargas m agnéticas, em trabalho digno, es tabelecem para si a degenerescência das energias.

Nessa posição, em item ondas m entais pe rturbadas, pelas quais s e aj ustam a I nteligências pert urbadas do me smo s entido, arrojando-se a lament áveis estações de av iltamento, em ocorrên-

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cias deploráveis de obsessão, nas quais as mentes desvairadas ou caídas em monoideísmo vicioso se refletem mutuamente.

E chegadas a semelhantes cont urbações, seja no arrastamento da paixão ou na sombra do ví cio, sofrem a aproximação de co r-rentes m entais arras adoras, o riundas do s seres em penhados à crueldade, por ignorância – encarnados ou desencarnados –, que, em lhes v ampirizando a ex istência, lhes im põem disfunções e enfermidades de variados m atizes, segundo os pontos vulneráveis que apresentem, criando no mundo vastas províncias de alienação e de sofrimento.

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16 Fenômeno magnético da vida humana

Hipnose de palco e hipnose natural Analisando a ocorrência mediúnica, na base do reflexo condi-

cionado, assinalemos mais alguns aspectos de semelhante estudo, na esfera do cotidiano.

Assistindo ao fenôm eno hipnó tico indiscrim inado, nas de-monstrações públi cas, pr esenciamos algu ém se nhoreando o psi-quismo de diversas pessoas, por alguns minutos; mas, na exp eri-ência diária, vem os o m esmo fenômeno em nossas relações, uns com os outros.

Na exibição popular, o m agnetizador pratica a hipnose que se hierarquiza por muitos graus de passividade nos hipnotizados.

Na vida com um, todos prati camos espontaneamente a s uges-tão, em que a obediência maquinal se gradua, em cada um de nós, através de vários graus de rendição à influência alheia.

Tal situação começa no berço.

Centro indutor do lar O lar é o mais vigoroso centro de indução que conhecemos na

Terra. À maneira de alguém que recebe esse ou aq uele tipo de edu-

cação em estado de sonolência, o Espírito reencarnado, no perí o-do infantil, recolhe dos pais os mapas de inclinação e conduta que lhe nortearão a existê ncia, em processo an álogo ao da escola primária, pelo qual a criança é impelida a contemplar ou mentali-zar certos quadros, para refleti-los no desenvolvimento natural da instrução.

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As alm as v alorosas, do tadas de m ais a lto p adrão m oral, s e-gundo as aquisições já feitas em num erosas reencarnações de trabalho e sacrifício, constituem exceções no ambiente doméstico, por se sobreporem a ele, ex teriorizando a vontade ma is ené rgica de que se fazem mensageiras.

Contudo, via de regra, a maioria esmagadora de Inteligências encarnadas retratam psico logicamente aqu eles qu e lh es d eram o veículo físico, transformando-se, por algum tempo, em instrumen-tos ou m édiuns dos ge nitores, à f ace do ajustam ento das ondas mentais que lhes são próprias, em c ircuitos c onjugados, pel os quais permutam entre si os agentes mentais de que se nutrem.

Somente depois que experiências mais fortes lhes renovam a feição interior, costumam os filhos alterar de m aneira mais ampla os moldes mentais recebidos.

Outros centros indutores Em todos os planos determina a Providência do Criador seja a

criatura amparada com segurança. Cada consciência que renasce no campo físico traz consigo as

ligações do agrupamento espiritual a que se filia, demonstrando as afinidades profu ndas d e qu e a on da m ental dá no tícia no fl uxo revelador com que se apresenta.

Se os pais guardam sintonia com as forças a qu e se lhes jun-gem fluidicamente os filhos, a vi da prossegue harm oniosa, como que sobre rodas nas quais as cr enas se mo stram p erfeitamente engrenadas.

Entretanto, se h á divergên cia, p assada a p rimeira infân cia, começam atritos e desencontros, à face das interferências inevitá-veis, com perturbações dos circuitos em andamento.

Surgem as incom patibilidades e d isparidades q ue a g enética não consegue explicar.

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Enredados à influência de companheiros que permanecem fo-ra do vas o fi siológico, os fil hos, nessas ci rcunstâncias, evidenci-am tend ências inq uietantes, sem que os genitore s con sigam rei-vindicar a autoridade de que se revestem.

Todavia, a escola ed ificante espera-os, nas linhas da civiliza-ção, para restaurar-lhes, desde cedo, as noções de ordem superior, diante da vida, exalçando os conceitos de elevação moral, impres-cindíveis ao aprimoramento da alma.

Transfiguram-se, então, os me stres com uns em orientadores dos aprendizes que, se aten tos ao ensino, se fazem médiuns tem-porários das mentes que os instruem, através do mesmo fenômeno de harmonização das onda s mentais, porquanto o professor, ensi-nando, torna mais lentas as osci lações que despede, enquanto que os alunos, aprendendo, fazem mais curtas as o scilações que lhes são peculiares, verifica ndo-se o nec essário aj uste de ní vel para que a permuta dos agentes espirituais se faça com segurança.

Os di scípulos que fogem de liberadamente ao de ver da a ten-ção, relaxando os com promissos q ue ab raçam, perm anecem au-sentes do benefício, ligados a circuitos outros que lhes retardam a marcha na direção da cultura, por desertarem dos exercí cios que lhes favoreceriam mais dilatada iluminação íntima.

E, além da escola, surgem, para os rebentos do lar terrestre, as obrigações do trabalho prof issional em que a p ersonalidade segue no encalço da vocação ou som a de experiência que já conquistou na vida.

Cada oficina de ação construtiva, seja qual for a l inha de ser-viço em que se expresse, é novo educandário para a criatura em lide no campo humano, em que a chefia, a escalonar-se através de condutores diversos, convoca os cooperadores, nos vários círculos da subalternidade, ao esforço de melhoria e sublimação.

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Ainda a qui, ve mos, por i ntermédio da m esma ocorrência de harmonização mental, os que orient am, er guidos à condição de Espíritos prote tores, e os que obedecem, tran sformados em ins-trumentos para determinadas realizações.

Todos somos médiuns Nos centros de atividade refe ridos em nosso estudo, encon-

tramos o reflexo condicionado e a sugestão com o ingredientes indispensáveis na obra de educação e aprimoramento.

Urge r econhecer que a li berdade é tant o mai or par a a alma quanto maior a parcela de conhecimento que se lhe debite no livro da existência.

Por isso mesmo, quanto mais cresça em possibilidades, nesse ou naquele sentido, m ais se lh e desdobram cam inhos à visão, constrangendo-a a vigiar sobre a própria escolha.

Mais extensa mordomia, responsabilidade mais extensa. Isso acontece porque, com a in tensificação de nossa influên-

cia, ne sse ou na quele ca mpo de i nteresses, ma is per sistentes se fazem os apelos em torno, para que não nos esqueçamos do dever primordial a cumprir.

Quem avança está invariavelmente entre a van guarda e a re-taguarda, e a romagem para Deus é uma viagem de ascensão.

Toda subida, quanto qualquer burilamento, pede suor e disci-plina.

Todo estacionamento é repouso enquistante. Somos todos, assim, médiuns, a cada passo refletores das for-

ças que ass imilamos, por fo rça de nossa vontade, na focalização da energia mental.

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Perseverança no bem É i mprescindível recor dar o impositivo da perseverança no

bem. O c omprazimento nessa ou naquel a es pécie de atitude ou

companhia, leitu ra ou conv ersação menos ed ificantes, es tabelece em nós o reflexo cond icionado p elo q ual in conscientemente nos voltamos para as correntes invisíveis que representam.

É desse modo que formamos hábitos indesejáveis pelos quais nos fazemos pasto de entidades vampirizantes, acabando na feição de arcabouços vivos para moléstias fantasmas.

Pensando ou conversando consta ntemente so bre ag entes en-fermiços, quais sejam a acusação indébita e a criti ca destrutiva, o deboche e a crueldade, incorporamos de imediato, a influência das criaturas encarnadas e desencarnadas que os alimentam, porque o ato de voltar a sem elhantes tem as, c ontrários aos pr incípios que ajudam a vida e a regen eram, se transforma em ref lexo condicio-nado de caráter doen tio, autom atizando-nos a capaci dade d e transmitir tais agentes mórbidos, responsáveis por largo acervo de enfermidade e desequilíbrio.

Gradação das obsessões Muitas vezes, em nossos estados de tensão deliberada, incli-

namo-nos para forças violentas que se n os insinuam no halo psí-quico, aí criando ferm entações infelizes que resultam em atitudes de c ólera arra sadora, pelas quais, despreve nidamente, nos trans-formamos, na vida, em m édiuns de aç ões de lituosas, arr astados nos fenômenos de associação dos agentes mento-eletromagnéticos da m esma natureza, se melhantes aos q ue caracterizam as exp lo-sões de recursos químicos, nas conhecidas reações em cadeia.

É assim que som os, p or v ezes, loucos tem porários, grandes obsidiados de alguns minutos, alienados m entais em m arcadas

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circunstâncias de lugar ou de te mpo, ou, ainda, doentes do racio-cínio em crises periódicas, m édiuns la stimáveis da de sarmonia, pela n ossa perm anência lo nga em ref lexos condi cionados vicio-sos, adquirindo com promissos de gr ave teor nos atos m enos feli-zes que pr aticamos, semi -inconscientemente, s ugestionados uns pelos outros, porquant o, perante a L ei, a no ssa vontade é respon-sável em todos os nossos problemas de sintonia.

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17 Efeitos físicos

Simbioses espirituais Compreendendo-se que t oda cr iatura se m ovimenta no seio

das em anações qu e lh e são p eculiares, intuitivamente percebere-mos os processos sim bióticos, dentro dos quais se efetua a i nflu-enciação das Inteligências desencarnadas que tomam alguém para instrumento de suas manifestações

Muitas vezes, essa ou aquela individualidade, ao re encarnar, traz nos próprios passos a companhia i nvisível de ssa ou daquela entidade com a qua l se mostre mais inte nsamente associ ada em tarefas e dívidas diferentes.

Harmonizadas na mesma onda mental, é possível sentir-lhes a integração, qual se fossem hipnotizador e hipnotizado, em proces-so de ajustamento.

Se a person alidade en carnada acu sa pos sibilidades d e larga desarticulação das próp rias forças aním icas, encon tramos aí a mediunidade d e efeitos fís icos, su scetível de ex teriorizar-se em graus diversos.

Eis po rque c omumente s omos d efrontados na Terra por jo-vens mal saídos da prim eira infância, servindo de medianei ros a desencarnados m enos esclarecidos que com eles s e af inam, na produção dos fenômenos físi cos de espécie inferior, como sejam batidas, sinais, deslocamentos e vozes de feição espetacular.

É certo que semel hantes evi dências do pla no e xtrafísico s e devam, de modo geral, a entidades de pouca evolução, porquanto, imanizadas aos médiuns naturais a que se condicionam, entremos-tram-se entre o s hom ens, à m aneira de ca prichosas cr ianças, e m afetos e desafetos de sgovernados, bastando, às vezes, s imples

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intervenção de a lguma autoridade moral, através da exortação ou da p rece, p ara q ue as pertur bações em andam ento cessem de imediato.

Tal eclos ão de recu rsos m edianímicos, capaz de oc orrer e m qualquer idade da constituição fisiológica, independe de quaisquer fatores de cult ura da i nteligência ou de apri moramento da al ma, por filiar-se a fatores positivamente mecânicos, tal qual ocorre nas demonstrações públicas de agili dade ou de fo rça em que um ginasta qualquer, com treinam ento adequado, apre senta vari adas exibições.

Médium teleguiado Imaginemos que persista na individualidade encarnada a fácil

desassociação das forças anímicas. Nesse caso, temo-la habilitada ao fornecimento do ectoplasma ou plasma exteriorizado de que se valem a s Int eligências de sencarnadas para a produção dos fenô-menos físicos que lhes denota a sobrevivência.

Chegada a es se ponto, se a cria tura de seja c ooperar na obra do esclarecimento humano, recebe do Plano Espiritual um guarda vigilante – mais comumente chamado “o guia”, segundo a apreci-ação terrestre –, guarda esse, porém, que, diante da esf era extrafí-sica tem as funçõ es de um zelador ou de um mordomo responsá-vel pelas ener gias do medi aneiro, sem pre de posição evolutiv a semelhante.

Ambos passam a form ar um circuito de forças, sob as vistas de Instrut ores da Vi da Maior, que os m obilizam a serviço da beneficência e da edu cação, em muitas circunstâncias com pl eno desdobramento do corpo espiritual do médium, que passa a agir à feição de uma Inteligência teleguiada.

Daí nasce a possibilidade da co nstituição dos círculos de es-tudo das oc orrências de ma terialização, com os fenôm enos de

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telecinesia, a com eçarem nos “rap s” e a cu lminarem na ectop las-mia visível.

Dificuldades do intercâmbio Não podemos esquecer que o campo de oscilações mentais do

médium – envoltório natural e irremovível que lhe pulsa do espíri-to – é o filtro de todas as operações nos fenômenos físicos.

Incorporam-se-lhe ao dinamismo psíquico os contingentes ec-toplásmicos dos assistentes, aliados a recursos outros da Natureza; mas, ainda aí, os elementos essenciais pertencem ao médium que, consciente ou inconscient emente, pode interferir nas m anifesta-ções.

A exteriorização dos princípios anímicos nada tem a ver, em absoluto, com o aperfeiçoamento moral.

Cumpre des tacar, as sim, as d ificuldades p ara a m anutenção de largo intercâmbio dilatado e seguro, nesse terreno.

Basta leve modificação de propósito na personalidade media-nímica, seja em m atéria de in teresse econôm ico ou de conduta afetiva, para que se lhe alterem os raios mentais. Verificada seme-lhante metamorfose, esboçam-se-lhe, na aura ou fulcro energético, formas-pensamentos, por vez es em compl eto de sacordo com o programa traçado no P lano Superior, ao m esmo tempo que peri-gos consi deráveis assoma m na esfera do serv iço a fazer, de v ez que a transform ação das ondas m ediúnicas imprime novo rum o à força exteriorizada, que, desse modo, em certas ocasiões, pode ser manuseada por entidades desencarnadas, positivamente inferiores, famintas de sensações do campo físico.

Em tais sucessos, pe rturbações vari adas podem ocorrer, de-sencorajando experiências magnificamente encetadas.

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Médiuns e assistentes Todavia, é imperioso anotar que não somente o fulcro mental

do médium intervém nas atividades em grupo. Cada as sistente aí com parece com as os cilações que lhe são

peculiares, t angenciando a esfera m ediúnica em ação, e, se os pensamentos com que interf ere nesse cam po diferem dos objeti-vos traçados, com facili dade se erige, ig ualmente, em fator alter-nante, por insinuar-se, de m odo indesejável, nos agentes de com -posição da obra espe rada, im pondo desequilí brio a o conj unto, qual acontece ao instrumento desafinado numa orquestra comum.

Disso decorrem os em baraços graves para o co ntinuísmo efi-ciente dos agrupamentos que se formam, na Terra, para as chama-das tarefas de materialização.

Se as en tidades espirituais sensatas e nob res estão dependen-tes da faixa de ondas mentais do médium, para a condução correta das forças ectoplasmáticas dele exteriorizadas, o médium depende também da inf luência elevada dos circunstantes, para sustentar-se na harmonia ideal.

É por isso que, se o m edianeiro tem o espírito parcialmente desviado da meta a ser atingida, sem dificuldade se rende, invigi-lante, às so licitações dos acompanhantes encarnados, quase sem -pre i mperfeitamente habili tados pa ra os com etimentos em vista, surgindo, então, as fraudes inconscientes, ao lado de perturbações outras de que se queixam, aliás in consideradamente, os metapsi-quistas, pois lidando com agentes mentais, longe ainda de serem classificados e catalog ados em sua natureza, não podem aguardar equações imediatas como se lidassem com simples números.

Lei do Campo Mental Lamentam-se amargamente os metapsiquistas de que a m aio-

ria dos fenôm enos mediúnicos se encontram eivados de obscuri-

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dades e extr avagâncias, e que, por i sso me smo, a doutr ina da sobrevivência, para eles, se mostra repleta de impossibilidades.

Estabelecem exigências e, depois de atendidos, acusam a ins-trumentação medi anímica de cri ar personal idades i maginárias; exageram a função dos cham ados pod eres in conscientes da v ida mental, estranhando que a força psíquica, como recurso mediador entre encarnad os e d esencarnados, não procede na balança da observação humana à maneira, po r exemplo, das combinações do cloro com o hidrogênio.

Com referência ao as sunto, é imperioso salientar que se des-conhece ainda, no m undo, a Lei do Cam po Mental, que rege a moradia energética do E spírito, segundo a qual a cr iatura consci-ente, seja onde for no Universo, apenas assimilará as influências a que se afeiçoe.

Cada mente é com o se fora um mundo de per si, respirando nas ondas criativas que despede – ou na psicosfera em que gravita para e sse ou a quele obj etivo s entimental, conform e os próprios desejos –, sem o que a lei de responsabilidade não subsistiria.

Um médium, ainda mesmo nas mais altas situações de amné-sia cerebral, do ponto de vista fi siológico, não está inconsciente de todo, na faixa da realidade espiritual, e ag irá sempre, nunca à feição de um autômato perfeito, mas na posição de uma consciên-cia limitada às possibilidades próprias e às disposições da própria vontade.

Futuro dos fenômenos físicos No entanto, devemos declarar que conhecemos, em vários pa-

íses, al guns c írculos de a ção e spiritual nos qua is a si nergia das oscilações m entais entre m édiuns, ass istentes e en tidades des en-carnadas se ergue a níveis convenientes , facultando acontecimen-tos de profunda significação, nas províncias do espírito, não obs-

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tante, até certo po nto, servirem apen as com o índ ice de pod er mental ou de sim ples inform ações s em ma ior p roveito pa ra a Humanidade, tal o m ecanismo co mpreensivelmente fech ado em que se encerram.

A ciência humana, porém, caminha na direção do porvir. A nós, os Espíritos desencarnados, interessa, no plano extrafí-

sico, m ais am pla su blimação, para qu e façam os ajus tamento d e determinados pr incípios me ntais, com r espeito à execução de tarefas específicas.

E aos en carnados interessa a ex istência em plano moral mais alto para qu e def inam, com exatidão e p ropriedade, a su bstância ectoplasmática, analis ando-lhe os com ponentes e protegendo-lhe as manifestações, de modo a oferecerem às Inteligências Superio-res m ais seguros cabe dais de tr abalho, e quacionando-se, com os homens e para os homens, a prova inconteste da imortalidade.

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18 Efeitos intelectuais

Nas ocorrências cotidianas No estudo da m ediunidade d e efeitos in telectuais, pod emos

invocar as ocorrências cotidianas para ilustrar a noss a conceitua-ção de maneira simples.

Basta examinar o hábito, com o cristalização do ref lexo con-dicionado específico, pa ra encon trá-la, a cada ins tante, n os p ró-prios encarnados entre si.

Tomemos o hom em moderno buscando o jornal da manhã, e vê-lo-emos procurando o setor do noticiário com que m ais sinto-nize.

Se os ne gócios ma teriais l he definem o cam po de interesses imediatos, assimilará, automaticamente, todos os assuntos comer-ciais, em itindo oscilações cond icionadas aos pregões e avisos divulgados.

Formará, então, largos racioc ínios sobre o m elhor m odo de amealhar o s lu cros po ssíveis e, se o co metimento d emanda a cooperação de alguém , buscá-lo-á, incontinenti, na pessoa de um parente ou afeiçoado que lhe partilhe as visões da vida.

O sócio potencial de aventura ou vir-lhe-á as alegações e, m e-canicamente, absorver-lhe-á os pensamentos, passando a incorpo-rá-los na onda que lh e seja própria, mentalizando os problemas e realizações previstos, em termos análogos.

Cada um de per si f alará na ação em perspectiva, com impul-sos e resoluções individuais, embora a idéia fundamental lhes seja comum.

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Pelo reflexo condicionado específico, haurido através da im-prensa, ambos produzirão raios mentais, subordinados ao tema em foco, comunicando-se intimamente um com o outro e partindo no encalço do objetivo.

Suponhamos, porém, que o leitor se decida pelos fatos polici-ais.

Avidamente procurará os sucessos mais lamentáveis e, finda a voluptuosa seleção dos crimes ou desastres apre sentados, esco-lherá o mais impressionante aos próprios olhos, para nele concen-trar a atenção.

Feito isso, começará exteriori zando na onda m ental caracte-rística os q uadros terr ificantes qu e lhe n ascem do cérebro, plas-mando a sua própria versão, ao redor dos fatos ocorridos.

Nesse estad o d e ân imo, atrairá co mpanhias s impáticas qu e, em lhe escutando as conjeturas, passarão a cunhar pensamentos da mesma natu reza, associando-se-lhe à m aneira ín tima de v er, não obstante cada um se mostre em campo pessoal de interpretação.

Daí a instantes, se as formas-pensamentos fossem visíveis ao olhar hum ano, os comentaristas contemplariam no próprio agru-pamento o fluxo tóxico de im agens deploráveis, em torno da tragédia, a lh es nascerem da mente no re gime da s re ações e m cadeia, es praiando-se n o rum o de outras m entes interessadas no acontecimento infeliz.

E, po r vezes, s emelhantes c onjugações de onda s des equili-bradas culminam em grandes crimes públicos, nos quais Espíritos encarnados, em desvario, pelas idéias doentes que permutam entre si, se an tecipam às manifestações da just iça h umana, ef etuando atos de extrem a ferocidade, em canibalismo franco, atacados de loucura c oletiva, par a, ma is ta rde, r esponderem à s s ilenciosas argüições da Lei D ivina, cada qual na m edida da colaboração própria, no que se refere à extensão do mal.

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Mediunidade ignorada Na pauta do reflexo condicio nado específico, surpreendemos

também vícios diversos, tão vulgares na vida social, como sejam a maledicência, a cr ítica sistemática, os abus os da alimentação e os exageros do sexo.

Esse ou aquele Espírito encarnado, sob o disfarce de um título honroso qualquer, lança o m otivo inconveniente numa reunião ou conversação, e quantos lhe aderem ao mote passam a lançar osc i-lações m entais n o pl ano m enos digno que lh es di ga re speito, plasmando form as-pensamentos es tranhas, ent re as quai s per ma-nece o conjunto em com unhão tem porária, do qual cada um se retira exp erimentando excitação d e natureza inferi or, à ca ça de presa para os apetites que manifeste.

Como é fácil reconhecer, cada qual foi apenas influenciado de acordo com as su as inclinações, mas d ebita a si p róprio os erros que venha a perpetrar, conforme a onda m ental que deit ou de si mesmo.

Tais notas ajudam a co mpreender os m ecanismos da m ediu-nidade de efeitos intelectuais em que encarnados e desencarnados se associam nas m anifestações da chamada metapsíquica subjeti-va.

Qual se observa nos ef eitos físicos, a eclosão da força psíqui-ca nos efeitos intelectuais pode surgir em qualquer idade f isioló-gica, verificando-se, muita vez, a simbiose entre a entidade desen-carnada e a entidad e encarnada desde o renas cimento dessa ú lti-ma, pela ocorrência da conjugação de ondas.

Em todos os continentes, pode mos encontrar milhões de pes-soas em tarefas dignas ou menos dignas – mais destacadamente os expositores e artis tas da palav ra, na tri buna e na pena, como veí-culos mais constantemente acessíveis ao p ensamento – s enhorea-das por Espíritos de senfaixados do liam e físico, atendendo a

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determinadas obras ou infl uenciando pessoas para fins superiores ou inferiores, em largos processos de mediunidade ignorada, fatos esses vulgares em todas as épocas da Humanidade.

Mediunidade disciplinada Imaginemos que certa personalidade se disponha a disciplinar

as energias medianímicas, segundo os moldes morais da Doutrina Espírita, c ujos post ulados s e destinam a sol ucionar, tã o simpl es-mente quanto possível, todos os problemas do destino e do ser.

Admitida ao cír culo da atividad e espiritual, recolherá na ora-ção o ref lexo condicionado específ ico para exteri orizar as oscil a-ções m entais próprias, no rum o da entidade de sencarnada que mais de perto lhe comungue as ideações.

Decerto que, nos serviços de intercâmbio, experimentará lar-go período de vacilações e dúvidas, porquanto, morando no centro das próprias em anações e recolhendo a infl uenciação do plano espiritual – com que, m uitas vezes, j á se en contra i nconsciente-mente auto matizada –, a prin cípio supõ e qu e as ond as m entais alheias incorporadas ao campo de seu Espírito não sejam mais que pensamentos arrojados do próprio cérebro.

Ilhado no fulcro da consciên cia, d e aco rdo com a Lei do Campo Mental que especifica obrigações para cada ser guindado à luz da razão, habitualmente se tortura o medianeiro, perguntando, imponderado. se não de ve interrom per o ch amado “desenvolvi-mento mediúnico”, já que não cons egue, de imediato, discernir as idéias que lhe pertencem das idéias que pertencem a ou trem, sem aperceber-se de que ele próprio é um Espírito responsável, com o dever de resguard ar a própria vida mental e de e nriquecê-la com valores mais elevados pela aquisição de virtude e conhecimento.

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Passividade mediúnica Se o m édium consegue transpor , valoroso, a f aixa de hesita-

ções pueris, entendend o que im porta, acim a de tudo, o bem a fazer, p rocura ofertar a reta co nduta, no ref lexo condicionado específico da pr ece, à Es piritualidade Superi or, e passa, então, a ser objeto da confiança dos B enfeitores desencarnados que lhe aproveitam as capacidades no amparo aos semelhantes, dentro do qual assimila o amparo a si mesmo.

Quanto mais se lhe acentu em o ap erfeiçoamento e a abn ega-ção, a cultura e o desinteresse, mais se lhe sutilizam os pensamen-tos e, com is so, m ais s e lh e ag uçam as percepçõ es m ediúnicas, que se elevam a maior demonstração de serviço, de acordo com as suas disposições individuais.

Com base no m agnetismo enobr ecido, os inst rutores de sen-carnados influenciam os mecanismos do cérebro p ara a fo rmação de certos f enômenos, com o acont ece ao s m usicistas qu e tang em as cordas do piano na produção da me lodia. E a ssim c omo a s ondas sonoras se associam na música, as ondas m entais se conju-gam na expressão.

Se o instrumento oferece male abilidade mais avançada, mais intensamente específico aparece o toque do artista.

Nessa base, identificamos a ps icografia, desde a estritam ente mecânica até a in tuitiva, a in corporação em graus d iversos d e consciência, as inspirações e premonições.

Conjugação de ondas Vemos que a conjugação de onda s m entais surg e, p resente,

em todos os fatos mediúnicos. Atenta ao reflexo condicionado da prece, nas reuniões doutri-

nárias ou n as experiências psíquicas, a m ente do m édium passa a

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emitir as oscilações que l he são próprias, às quais s e en trosam aquelas da entidade comunicante, com vistas a certos fins.

É natural, dessa forma, que as dificuldades da filtragem me-diúnica s e façam , às v ezes, ex tremamente prepo nderantes, po r-quanto, se não há riqu eza de m aterial in terpretativo no ful cro receptor, as ma is vi vas ful gurações a ngélicas pa ssarão des perce-bidas para quem as procura, com sede da luz do Além.

Cabe-nos reconhecer que, excetuados os cas os especiais, em que o m edianeiro e a entid ade es piritual se comp letam d e mo do perfeito, na maioria das circunstâncias, apesar da integração men-tal profunda entre um e outro, quase toda a exteriorização fisioló-gica no intercâm bio pertence ao médium, cujos traços caracterís-ticos, via de re gra, as sinalarão as m anifestações até q ue a força psíquica da Humanidade se mostre mais intrinsecamente aperfei-çoada, para mais aprimorada evidência do Plano Superior.

Clarividência e clariaudiência Idêntico mecanismo preside o s fenômenos da clariv idência e

da cla riaudiência, porquanto, pe la a ssociação avançada dos r aios mentais entre a entidad e e o m édium dotado de m ais amplas per-cepções visuais e au ditivas, a v isão e a au dição se fazem diretas, do recinto exterior para o campo íntimo, graduando-se, contudo, em expressões variadas.

Escasseando os recursos ultra-sensoriais, surgem nos médiuns dessa categoria a v idência e a au dição internas, m ais entranhada-mente radicadas na conjugação de ondas.

Atuando sobre os raios m entais do medianeiro, o desencarna-do transmite-lhe quadros e imagens, valendo-se dos centros autô-nomos da visão profunda, localiz ados no diencéfal o, o u lhe co -munica vozes e sons, utilizando-se da cóclea, tanto m ais perfeita-mente q uanto m ais intensam ente se verif ique a com plementação

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vibratória nos quadros de freqüência das ondas, oc orrências essas nas quais se afigura ao médium possuir um espelho na intimidade dos olhos ou uma caixa acústica na profundez dos ouvidos.

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19 Ideoplastia

No sono provocado Para maior compreensão de qualquer fe nômeno da transmis-

são m ediúnica, não nos será lícito esquecer a i deoplastia, pel a qual o pensam ento pode m aterializar-se, cr iando for mas que muitas vezes se revestem de longa duração, conforme a persistên-cia da onda em que se expressam.

Entendendo-se que os poderes mentais são inerentes tanto às criaturas desencarnadas quanto às e ncarnadas, é na tural que os elementos p lásticos e o rganizadores da id éia se ex teriorizem dos médiuns, com o tam bém dos co mpanheiros que lhes com ungam tarefas e ex periências, es tabelecendo-se proble mas espontâneos, cuja solução reclama discernimento.

Para clarear o ass unto, recordemos o circu ito de forças exis-tente entre magnetizador e magnetizado, no sono provocado.

Se o primeiro sugere ao segun do a existência de determinada imagem, em certo local, de imediato a mente do “sujet”, governa-da pelo toque positivo que a orienta, concentrará os próprios raios mentais no ponto indicado, aí plasm ando o qua dro sugerido, segundo o princípio da reflexão, pelo qual, como no cinematógra-fo, a projeção de cenas repetidas mantém a estabilidade transitória da imagem, com o movimento e som respectivos.

O hipnotizado contem plará, en tão, o de senho e stabelecido, nas menores particularidades de tessitura, e se o hipnotizador, sem preveni-lo, lhe coloca u m espelho à frente, o sens itivo para logo demonstra insopitável assom bro, ao f itar a gravu ra em dup la exibição, p orquanto a im agem refletida p arecer-lhe-á tão real quanto a outra.

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Emprega-se comumente a palavra “alucinação” para designar tal fenômeno; contudo, a def inição não é p raticamente segura, de vez que na ocorrência não entra em jogo o devaneio ou a ilusão.

Qual acontece nos es petáculos d a telev isão, em que a cena transmitida é essencialmente real, através da conjugação de ondas, o quadro entretecido pela m ente do m agnetizado, ao influxo do magnetizador, é fundam entalmente verdadeiro, segundo análogo princípio, porque, fa zendo convergir, em cert a região, as oscila-ções do pr óprio Espírito, o hi pnotizado cria a gr avura sugerida, imprimindo-lhe vitalidade corres pondente, à forç a da pe rcussão sutil, pela qual a tela se estrutura.

O acontecimento, corriqueiro aliás, dá noções exatas da ideo-plastia em todas as ativ idades mediúnicas comandadas por inves-tigadores em que a exigência alcança as raias da presunção.

Multiplicando instâncias, além da fiscalização compreensível e justa, não se precatam de que se transformam em hipnotizadores incômodos, ao invés de estudiosos equilibrados, interferindo no circuito de energias m antido en tre o benf eitor desencarnado e o servidor encarnado, obstando, assim , a realização de program as do P lano S uperior, com vistas à identificação e rev elação da Espiritualidade Maior.

Nos fenômenos físicos Nas sessões de efeitos f ísicos, ante as en ergias ectoplasmáti-

cas exteriorizadas no curso das tarefas em vias de efet ivação pelo instrutor espiritual, se o experim entador humano formula essa ou aquela reclam ação, eis que a m ente m ediúnica, qu al o corre ao “sujet”, na hip nose artificial, se deixa em polgar pela ordem rece-bida, em itindo a própria onda m ental, não mais no sentido de atender ao am igo desencarnado qu e d irige a ação em foco, m as sim para satisfazer ao pesquisador no campo físico.

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Daí porque, apreendendo, com mais segurança, as necessida-des do m édium e respeitando-as co m o elev ado critério d e quem percebe a com plexidade do serv iço em desenvolvim ento, as enti-dades indulgentes e sábias se retraem na experiência, mantendo-se em guarda para proteger o conjunto, à maneira de professores que, dentro das suas possibilidades, se colocam na posição de sentine-las quando os alunos abandonam os objeti vos enobrecedores da lição, a pervagarem no terreno de caprichos inconseqüentes.

Interferências ideoplásticas Mentalizemos o orientador desencarnado, numa sessão de ec-

toplasmia regu larmente controlada, quando es teja constituindo a forma de u m braço co m os recu rsos exteriorizados do médium , a planejar maior desdobramento do trabalho em curso. Se, no me s-mo instante, o experimentador terrestre, tocando a forma tangível, solicita, por exem plo: – “um a pulseira, quero um a pulseira no braço” – , de imediato a m ente do médium recolhe o im pacto da determinação e, em vez de pr osseguir sob o contr ole benevolente do operador desencarna do, passa a obedecer ao investigador humano, centralizando, de m odo inconveniente, a própria onda mental induzida sobre o braço já parcialmente m aterializado, a í plasmando a pulseira, nas condições reclamadas.

Surgida a interf erência, o s erviço da Esf era E spiritual sof re enorme dificuldade de ação, d iminuindo-se o prov eito da assem-bléia encarnada.

E, na me sma pa uta, r equerimentos fúteis e p edidos desorde-nados dos circunstante s pr ovocam ocorrê ncias i deoplásticas de manifesta incongruência, baixando o teor das m anifestações, por viciarem a m ente m ediúnica, liga ndo-a à inf luência d e agen tes inferiores que, não raro, passam a atuar com manifesto desprestí-gio dos projetos de sublim ação, a pri ncípio a calentados pel o conjunto de pessoas irmanadas para o intercâmbio.

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Mediunidade e responsabilidade Decerto não invocamos o relaxamento para o governo das re-

uniões de ectoplasmia, nem endossamos a irresponsabilidade. Recordamos simplesmente que a b ancarrota de m uitos círcu-

los organizados para o trato dos efeitos físicos e, notadamente, da materialização, se deve à própria incúria ou impertinência daque-les que os constituem, na maioria das vezes indagadores e pedin-chões i nveterados que de scambam, i mperceptivelmente, pa ra a leviandade, comprometendo a obra ideada para o bem, porquanto interpõem o s mais es tranhos r ecursos n a ed ificação programada, provocando enganos ou fraudes inconscientes e in tervenções menos desejáveis em resposta à irresponsabilidade deles mesmos.

Em outros fenômenos Idênticos fenômenos com a ideo plastia por base são com uns

na fo tografia trans cendente, em seus vários tipos , porque, se o instrumento m ediúnico e acom panhantes n ão dem onstram m ais alta compreensão dos atributos que lhes cabem na mediação entre os dois planos, prepond erando com a fo rça de suas p róprias osci-lações mentais sobre as energias exteriorizadas, perde-se, como é natural, o asc endente da Es fera Superior, que sulc aria a exper iên-cia com o selo de su a presença ilum inativa, im pondo-se-lhe tão somente a m arca dos encarn ados inq uietos, aind a in capazes d e formar o cam po indispensável à receptividade dos ag entes de ordem mais elevada.

Na mediunidade de efeitos in telectuais, a ideo plastia assume papel extremamente importante, porque certa classe de pensamen-tos co nstantemente rep etidos sobre a m ente m ediúnica m enos experimentada, pode constrangê-la a tom ar certas im agens, man-tidas pela onda m ental persistente, com o situações e personal ida-des reais, tal qual uma criança que acreditasse estar contemplando

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essa pai sagem ou a quela pe ssoa, t ão só por ver -lhes o r etrato animado num filme.

Na mediunidade aviltada Onde os agentes ideoplásticos assumem caráter dos m ais sig-

nificativos desde épocas im emoriais no mundo, é justam ente nos círculos do magismo, dentro dos quais a mediunidade rebaixada a processos inferiores de manifestação se deixa aprisionar por seres de posição primitiva ou por Inteligências de gradadas que cunham idéias escravizantes para quantos se permitem vampirizar.

Aceitando s ugestões de primentes, quantos s e en tregam ao culto da m agia av iltante arrem essam de si p róprios as im agens menos dignas a que se vinculam , engendrando ta bus dos quais dificilmente se desv encilham, à fa ce do terror que lhes instila o demorado cativeiro às forças da ignorância.

Submetida a mente a idolatria desse jaez, passa a m anter, por sua própria conta, os agentes com que se tortura, tanto mais inten-samente quanto mais extensa se lhe revele a sensibilidade recepti-va, porque, com mais alevantado poder de plasm agem mental, a criatura mais facilmen te gera, para si m esma, tanto o bem que a tonifica quanto o mal que a perturba.

E não se diga que o assunto vige preso a mero entrechoque de aparências, de vez que a sugest ão é poder inc onteste, ligando a alma, de maneira inequívoca, às criações que lhe são iner entes no mundo íntim o, obrigando-a a recolher as result antes da treva ou da luz a que se afeiçoe.

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20 Psicometria

Mecanismo da psicometria Expondo algumas anotações em torno da ps icometria, consi-

derada nos c írculos me dianímicos por faculdade de pe rceber o lado oculto do am biente e de ler im pressões e l embranças, ao contacto d e ob jetos e docum entos, nos dom ínios da sensação a distância, não é dema is t raçar sint éticas obser vações acer ca do pensamento, que varia de criatura para criatura, tanto quanto a expressão fisionômica e as marcas digitais.

Destacaremos, assim, que, em certos indivíduos, a onda m en-tal a ex pandir-se, q uando em reg ime de “circuito fechado”, n a atenção profunda, carreia consigo agentes de percepção avançada, com capacidade de transportar os sentidos vulgares para além do corpo físico, no estado natural de vigília.

O fluido nervoso ou força psíqui ca, a desarticular-se dos cen-tros vitais, incorpora- se aos rai os de ener gia ment al ext erioriza-dos, neles conf igurando o cam po de p ercepção q ue s e deseje plasmar, segundo a dileção da vo ntade, conf erindo ao Espírito novos poderes sensoriais.

Ainda aqui, o fenôm eno pode se r ap reendido, guardando-se por base de observação as expe riências do hipnotism o com um, nas quais o sensitivo – muitas vezes pessoa em que a força nervo-sa está mais fracamente aderida ao carro f isiológico – deixa esca-par com fa cilidade es sa me sma fo rça, qu e p assa, d e pro nto, ao impacto espiritual do magnetizador.

O hipnotizado, na profu ndez da hipnose, po de, então, libertar a sensibilidade e a motricidade, transpondo as limitações conheci-das no cosmo físico.

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Nestas oc orrências, s ob a s ugestão do m agnetizador, o “su-jet”, com a energ ia men tal d e qu e dispõe, desassocia o fluido nervoso de certas regiões do veíc ulo carnal, passando a r egistrar sensações fora do c orpo denso, em local sugerido pelo hipnotiza-dor, ou impede que a mesma força circule em certo membro – um dos braços por exem plo –, que se faz prati camente ins ensível enquanto perdu re a ex periência, até q ue, ao toq ue p ositivo d a vontade do m agnetizador, ele m esmo reconduza o pr óprio pensa-mento revitalizante para o braço inerte, restituindo-lhe a energia psíquica temporariamente subtraída.

Psicometria e reflexo condicionado Nas pessoas do tadas de forte se nsibilidade, bast a o r eflexo

condicionado, por interm édio da oração ou da centr alização de energia m ental, para que, por si m esmas, desloquem mecanica-mente a força n ervosa co rrespondente a esse ou àquele centr o vital do organismo fisiopsicossomático, entrando em relação com outros impérios vibratórios, dos quais extraem o material de suas observações psicométricas.

Aliás, é imperioso ponderar que semelhantes faculdades, ple-namente evidenciadas nos portadores de sensibilidade mais exten-samente extroversível, esboçam -se, de m odo potencial, em todas as criatu ras, atrav és d as sen sações instintivas de si mpatia ou antipatia com que se acolhem ou se repelem um as às outras, na permuta incessante de radiações.

Pela reflexão, cada In teligência pressente, diante de outra, se está sendo defrontada por algué m fa vorável ou nã o à dir eção nobre ou deprimente que escolheu para a própria vida.

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Função do psicômetra Clareando o assunto quanto possível, vam os encontrar no

médium de psicometria a individualidade que consegue desarticu-lar, de m aneira au tomática, a fo rça nerv osa d e certo s nú cleos, como, por exem plo, os da visão e da audição, tran sferindo-lhes a potencialidade para as próprias oscilações mentais.

Efetuada a tran sposição, tem os a idéi a de que o medi aneiro possui olhos e ouv idos a dis tância do envoltório denso, acrescen-do, muitas vezes, a circunstância de que tal sensit ivo, por autode-cisão, não apenas desassoci a os agentes p síquicos do s n úcleos aludidos, mas também opera o desdobramento do corpo espiritual, em processo rápido, acom panhando o m apa que se lhe traça às ações no espaço e no tempo, com o que obté m, sem maiores em-baraços, o montante de impressões e informações para os fins que se tenha em vista.

Interdependência do médium Como em qualquer atividade coletiva entre os homens, é for-

çoso convir que médium algum pode agir a sós, no plano comple-xo da psicometria.

Igualmente, aí, o sensitivo está como peça interdependente no mecanismo da ação.

E como é f artamente compreensível, se os com panheiros de-sencarnados ou encarnados da oper ação a r ealizar não guar dam entre si os ascendentes da harmonização necessária, claro está que a onda mental do i nstrumento mediúnico somente em circunstân-cias m uito esp eciais n ão se d eixará inf luenciar pelo s elem entos discordantes, invalidando-se, de sse modo, qualquer possibilidade de êxito nos tentames empreendidos.

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Nesse campo, as fo rmas-pensamentos adquirem fundamental importância, porque todo objeto deliberadamente psicometrado já foi alvo de particularizada atenção.

Quem apresenta ao p sicômetra um pertence de an tepassados, na maioria das vezes já lhe invo cou a memória e, com isso, quan-do não tenha atraído pa ra o objeto o intere sse afetivo, no Plano Espiritual, terá desenhado mentalmente os seus traços ou quadros alusivos às reminiscências de que disponha, estabelecendo, assim, recursos de i ndução par a que a s pe rcepções ult ra-sensoriais do médium se lhe coloquem no campo vibratório correspondente.

Caso de desaparecimento Noutro aspecto, im aginemos que de terminado o bjeto se ja

conduzido ao sensitivo para ser psicometrado, com vistas a certos objetivos.

Para clarear a asserção, suponhamos que uma pessoa acaba de desaparecer do quadro doméstico, sem deixar vestígio.

Buscas minuciosas são empreendidas sem resultado. Lembra-se alguém de tomar-lhe um dos pertences de uso pes-

soal. Um lenço por exemplo. A recordação é submetida a exame de um médium que reside

a longa distância, sem que informe algum lhe seja prestado. O médium recolhe-se e, a brev e tempo, voltando da profunda

introspecção a que se entregou, descreve, co m minúcias, a fisio-nomia e o caráter do pr oprietário, reporta-se ao desaparecim ento dele, ex plana so bre p equeninos in cidentes em torn o do cas o em lide, esclarece que o dono desencarnou, de repente, e inform a o local em que o cadáver permanece.

Verifica-se a exat idão de t odas as notas e, co mumente, atri-bui-se ao psicômetra a autoria integral da descoberta.

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Entretanto, analisad o o ep isódio do Plano E spiritual, outras facetas ele revela à visão do observador.

Desencarnado o amigo a q ue aludimos, afeições que ele p os-sua na esfera extrafísi ca i nteressam-se em ajudá -lo, au xílio es se que se estende, naturalmente, à s ua equipe doméstica. Pensamen-tos agoniados daqueles que f icaram e pensam entos ansiosos dos que residem na vanguarda do E spírito entrecruzam-se na procura movimentada.

Alguém sugere a rem essa do lenço para inves tigações psico-métricas e a solução aparece coroada de êxito.

Os en carnados v êem hab itualmente ap enas o sen sitivo q ue entrou em função, m as se es quecem, não raro, da s Inteligências desencarnadas que se lhe incorp oram à onda mental, fornecendo-lhe todos os avisos e instruções, atinentes ao feito.

Agentes induzidos Todos os objetos e am bientes psicometrados são, quase sem -

pre, francos mediadores entre a esfera f ísica e a esfera ex trafísica, à maneira de agentes fortemente induzidos, estabelecendo fatores de telementação entre os dois planos.

Nada difícil, portan to, entender que, ai nda aí. prev alece o problema do merecimento e da companhia.

Se o consulente e o experimentador não se revestem de quali-dades morai s re speitáveis par a o e ncontro do me lhor a obter , podem carrear à pres ença do s ensitivo elem entos desencarnados menos afins com a tarefa sup erior a que se p ropõem e, se o in ter-mediário humano não está espiritualmente seguro, a consulta ou a experiência resulta em fracasso perfeitamente compreensível.

Nossas anotações, demonstrando o extenso campo da influen-ciação dos desencarnados, em todas as ocorrências da psicom etri-a, não excluem, como é natural, o reconhecimento de que a maté-

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ria assinala sistemas de vibrações, criados pelos contactos com os homens e com os seres inferiores da Natureza, possibilitando as observações inabituais das pessoas dotadas de poderes sensoriais mais prof undos, com o por exem plo na vis ão, atr avés de c orpos opacos, n a clarividên cia e n a cl ariaudiência telem entadas, na apreensão críptica da sensibilidade e nos diversos recursos radies-tésicos que se filiam notadamente aos chamados fenômenos de telestesia.

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21 Desdobramento

No sono artificial Enfileirando algum as anotaçõe s co m resp eito ao desdo bra-

mento da pe rsonalidade, c onsoante as nos sas r eferências a o hi p-notismo c omum, r ecordemos ai nda o fenôm eno da hipnose pro-funda, entre o magnetizador e o sensitivo.

Quem possa observar além do campo físico , reparará, à m e-dida se af irme a ordem do hipn otizador, que se es capa abundan-temente do tórax do “s ujet”, caído em transe, um vapor branqui-cento que, em se condensando qual nuvem inesperada, se conver-te, habitualmente à esquerda do corpo carnal, numa duplicata dele próprio, quase sempre em proporções ligeiramente dilatadas.

Tal seja o poten cial mais am plo da von tade que o dirige, o sensitivo, desligado da veste fí sica, passa a m ovimentar-se e, ausentando-se m uita vez do recint o da experiência, atendendo a determinações recebida s, pode efetuar apontam entos a longa distância ou transmitir notícias, com vistas a certos fins.

Seguindo-lhe a excursão, vê-lo-emos, porém, constantemente ligado ao corpo somático por fio tenuíssimo, fio este muito super-ficialmente comparável, de certo modo, à onda do radar, que pode vencer im ensuráveis d istâncias, voltando, inalterá vel, ao cen tro emissor, não obstante saberm os que semelhante confronto resulta de todo im próprio para o fenôm eno que estudam os no campo da inteligência.

Nessa fa se, o pa ciente executa as ordens que rec ebeu, desde que não constituam de srespeito ev idente à su a dign idade m oral, trazendo informes valiosos para as realidades do Espírito.

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Notemos que aí, enquanto o carro fisiológico se detém, resfo-legante e im óvel, a in dividualidade real, em bora teleguiada, ev i-dencia ple na inte gridade de pe nsamento, t ransmitindo, de longe, avisos e an otações atra vés dos órgãos vocais , em circu nstâncias comparáveis aos im plementos d o alto-f alante, n um ap arelho radiofônico.

À s emelhança do fl uxo e nergético da circulação sanguínea, incessante no corpo denso, a onda mental é inestancável no Espí-rito.

Esmaecem-se as im pressões n ervosas e do rme o cé rebro de carne, mas o coração prossegue ativo, no envoltório somático, e o pensamento vibra, constante, no cérebro perispirítico.

No sono natural Na maioria das situações, a criatura, ainda extremamente apa-

rentada co m a anim alidade prim itivista, tem a m ente com o que voltada para si m esma, em qual quer e xpressão de de scanso, t o-mando o sono para claustro remançoso das impressões que lhe são agradáveis, qua l cria nça que , à solta, procura sim plesmente o objeto de seus caprichos.

Nesse ensejo, configura na onda mental que lhe é característi-ca as imagens com que se acalenta, sacando da memória a visuali-zação dos próprios de sejos, im itando alguém que im provisasse miragens, na antecipação de acontecimentos que aspira a concre-tizar.

Atreita ao narcisism o, tão logo demande o sono, quase sem -pre se detém justaposta ao veículo físico, como acontece ao con -dutor que repousa ao pé do carro que diri ge, en tregando-se à volúpia m ental com que alim enta os própri os im pulsos af etivos, enquanto a máquina se refaz.

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Ensimesmada, a alma, usando os recursos da vi são profunda, localizada nos fulcros do diencéfalo, e plenamente desacolchetada do corpo carnal, por te mporário desnervam ento, nã o ape nas s e retempera nas telas ment ais com que preliba satisfações distantes, mas experimenta de igual m odo o resultado dos pr óprios abusos, suportando o des conforto da s vís ceras inju riadas p or ele m esmo ou a inquietude dos órgãos que desrespeita, quando não padece a presença d e rem orsos constrangedores, à fa ce dos atos reprová-veis que pratica, po rquanto ni nguém s e l ivra, no próprio pensa-mento, dos reflexos de si mesmo.

Sono e sonho Qual oc orre no a nimal de e volução s uperior, no home m de

evolução pos itivamente i nferior o de sdobramento da i ndividuali-dade, por interm édio do sono, é quase qu e abso luto es tágio d e mero refazimento físico.

No primeiro, em que a ond a mental é s implesmente f raca e-missão de f orças fragmentárias, o sonho é puro re flexo das ativi-dades f isiológicas. N o segundo, em que a onda m ental está em fase iniciante de expansão, o sonho, por muito tempo, será invari-ável ação reflexa de seu próprio mundo consciencial ou afetivo.

Evolui, no enta nto, o pens amento na criatura que amadurece, espiritualmente, através da repercussão.

Como no caso do sensitivo que, fora do envoltório f ísico, vai até ao local sugerido pelo m agnetizador, tom ando-se a ordem determinante da hipnose artifici al pel o reflexo condicionado que lhe comanda as idéias, a criatura na hipnose natural, fora do veí -culo som ático, possui no próprio desejo o reflexo c ondicionado que lhe cir cunscreverá o âmbito da ação além da roupagem fisio-lógica, alongando-se até ao local em que se lhe vincula o pensa-mento.

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O homem do campo, no repouso f ísico, supera os fenômenos hipnagógicos e volta à gleba que sem eou, contem plando aí, em Espírito, a plantação que lhe recolhe o carinho; o artista regressa à obra a q ue se co nsagra, m entalizando-lhe o ap rimoramento; o espírito maternal se aconchega ao pé dos filhinhos que a v ida lhe confia, e o delinqüente retorna ao lugar onde se encarcera a dor do seu arrependimento.

Atravessada a faixa das cham adas imagens eutópticas, exteri-orizam de s i mesmos os quadros mentais pertinentes à a tividade em que s e con centram, com os q uais an gariam a atenção d as Inteligências des encarnadas que c om eles se afinam , recolhen do sugestões para o tr abalho em que se em penham, muito embora, à distância d a ves te som ática, fre qüentemente procedam ao m odo de crianças conduzidas ao am biente de pessoas adultas, manten-do-se ent re as idéi as super iores que recebem e as id éias infan tis que lhes são próprias , do que resulta, na maioria das ve zes, o aspecto caó tico d as rem iniscências que conseguem guardar, ao retornarem à vigília.

Nesse estági o evolutivo, per manecem mi lhões de pessoas – representando a faix a de ev olução m ediana da Hum anidade – rendendo-se, cada dia, ao im positivo do sono ou hipnose natural de refazimento, em que se desd obram, mecanicamente, entrando, fora do indum ento carnal, em si ntonia com as entidades que se lhes revelam afins, tan to na ação construtiva do be m, q uanto na ação deletéria do m al, entretecendo-se-lhes o cam inho da experi-ência que lhes é necessária à sublimação no porvir.

Concentração e desdobramento Quantos se entregam ao labor da arte, atraem, durante o sono,

as inspirações para a obra que realizam, compreendendo-se que os Espíritos enobrecidos assimilam do con tacto com as In teligências superiores os motivos corretos e brilhantes que lhes palpitam nas

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criações, ao passo que as mentes sarcást icas ou c riminosas, pelo mesmo processo, apropriam -se dos temas infelizes com que se acomodam, aco rdando a iro nia e a irresp onsabilidade naq ueles que se lhes ajustam aos pensamentos, pelo trabalho a que se dedi-cam.

Desdobrando-se no sono vulgar , a criatura s egue o rum o da própria concentração, procura ndo, aut omaticamente, fora do corpo de carne, os obje tivos que se casam com os seus in teresses evidentes ou escusos.

Desse modo, mencionando apenas um exemplo dos contactos a que aludim os, determ inado escrit or exporá i déias edi ficantes e originais no que tange ao serviço do bem , induzindo os leitores à elevação d e nív el m oral, ao pa sso que outro ex ibirá element os aviltantes, alinhando escárnio ou lodo sutil com que corro mpe as emoções de quantos se lhe entrosam à maneira de ser.

Inspiração e desdobramento Dormindo o corpo denso, continua vigilante a onda mental de

cada um – presid indo ao sono ativo, quando registra no cérebr o dormente as impressões do Espírito desligado das células físicas, e ao sono passivo, quando a m ente, nessa condição, se desinteres-sa, de todo, da esfera carnal.

Nessa posição, sintoniza-se com as oscilações de companhei-ros desencarnados ou não, com as quais se harm onize, trazendo para a vigília no carro de matéria densa, em forma de inspiração, os resultados do in tercâmbio que levou a ef eito, porquanto rara-mente con segue conscientizar as ativ idades q ue em preendeu n o tempo de sono.

Muitos apelos do plano terrestre são atendidos, integralmente ou em parte, nessa fase de tempo.

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Formulado esse ou aquele pedi do ao companheiro desencar-nado, habitualmente surge a resposta quando o solicitante se acha desligado do vaso f ísico. Entretanto, como nem sempre o cérebro físico está em posição de fixar o encontro realizado ou a informa-ção recebida, os remanescentes da ação esp iritual, entre encarna-dos e de sencarnados, pe rmanecem, naqueles Espíritos que ainda se demorem chumbados à Terra, à feição de quadros sim bólicos ou de fragment árias remi niscências, quando não sejam na form a de súbita intuição, a expressarem, de certa forma, o socorro parci-al ou total que se mostrem capazes de receber.

Desdobramento e mediunidade As ocorrências referidas vigem na conjugação de ondas men-

tais, porque apenas excepcionalm ente consegue a criatura encar-nada desvencilhar-se de todas as amarras naturais a que se prende, adstrita às conveniências e necessidades de redenção ou evolução que lhe dizem respeito.

É imperioso notar, porém, que considerável número de pesso-as, p rincipalmente as q ue se ad estraram para ess e fim , ef etuam incursões nos planos do Espírito, transformando-se, muitas vezes, em preciosos in strumentos d os B enfeitores d a Es piritualidade, como oficiais de ligação entre a esfera física e a esfera extrafísica.

Entre os m édiuns dessa categori a, surpreenderemos todos os grandes mís ticos da fé , porta dores de val iosas obs ervações e revelações para quantos se decidam marchar ao en contro da V er-dade e do Bem.

Cumpre destacar, en tretanto, a im portância do estudo para quantos se vejam cham ados a se melhante gê nero de se rviço, porque, segundo a Lei do Cam po Mental, cada Espí rito somente logrará chegar, do ponto de vist a da compreensão necessária, até onde se lhe paire o discernimento.

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22 Mediunidade curativa

Mente e psicossoma Compreendendo-se o envoltório ps icossomático por te mplo

da alma, estruturado em bilhões de células a se caracterizarem por atividade incessante, é natural imaginemos cada centro de força e cada órgão por departamentos de trabalho, interdependentes entre si, não obstante o caráter autônomo atribuível a cada um.

Semelhantes peças, no entanto, obedecem ao com ando men-tal, sediado no cérebro, que lh es mantém a coes ão e o equ ilíbrio, por intermédio das oscilações inestancáveis do pensamento.

Temos, as sim, a s va riadas pr ovíncias cel ulares sofrendo o impacto constante das radiações m entais, a lhes ab sorverem os princípios de ação e reação dess e ou da quele teor, pelos quais os processos da saúde e da enfermidade, da harmonia e da desarmo-nia s ão a ssociados e des associados, conforme a di reção que l hes imprima a vontade.

Naturalmente não p odemos esquecer que o alim ento comum garante a subs istência do corpo físico, através da perm uta contí-nua de substâncias com a incessan te transformação de energia, e isso acontece porque a força m ental conjuga substância e energ ia na produção dos recurs os de apoio à existê ncia e dos elem entos reguladores do metabolismo.

Além desses fatores, cabe- nos contar com os fatores m entais para a sustentação de todos os ag entes da vida, que se fará dessa ou daquela forma, segundo a qualidade desses mesmos ingredien-tes.

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Conforme a integridade desses princípios, resultará a integri-dade do poder mecânico da mente para a formação dos anticorpos na intimidade das forças componentes do sistema sanguíneo.

Sangue e fluidoterapia Salientando-se que o sistema hemático no corpo físico repre-

senta o conj unto das ener gias ci rculantes no corpo esp iritual o u psicossoma, energias essas tom adas em princípio pela m ente, através da respir ação, ao r eservatório incom ensurável do fluido cósmico, é para ele q ue nos compete voltar a aten ção, no estudo de qualquer processo fluidoterápico de tratamento ou de cura.

Relacionados com os centros ps icossomáticos, os variados núcleos da vi da s anguínea pr oduzem a s gra ndes coleti vidades corpusculares das hemáci as, dos leucócitos, trombócitos, m acró-fagos, linfócitos, histiócitos, pl asmócitos, monó citos e ou tras unidades a se dividirem, inteligentemente, em famílias numerosas, movimentando-se em trabalho constante, desde os fulcros gerado-res do baço e da m edula óss ea, do fí gado e dos gâ nglios, a té o âmago dos órgãos.

Fácil entender que todo desreg ramento de na tureza fís ica ou moral faz-se refletir, de imediato, por reações mentais conseqüen-tes, sobre as pr ovíncias celulares, determinando situações favorá-veis ou desfavoráveis ao equilíbrio orgânico.

O pensamento é a força que, devidamente orientada, no senti-do de garantir o nível das entidades celulares no reino fisiológico, lhes faci lita a mi gração ou l hes acelera a m obilidade para certos efeitos de preservação ou defens iva, seja na improvisação de elementos com bativos e im unológicos ou na im pugnação aos processos patogênicos, com a intervenção da consciência profun-da.

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Deduzimos, sem dificuldade, que se é possível a hipnotização da mente humana, com vistas a cer tos fins, com mais propriedade operar-se-á a magnetização das en tidades corpuscu lares, para efeitos determinados, no ajustamento das células.

Médium passista Entendemos que a m ediunidade cu rativa s e reves te d a m ais

alta importância, desde que alicerçada nos sentimentos mais puros da mais pura fraternidade.

É claro que não nos reportam os aos m agnetizadores que de-senvolvem a s forç as que l hes sã o pec uliares, no tra to da sa úde humana.

Referimo-nos, sim, aos intérpretes da E spiritualidade Superi-or, consagrados à assi stência provi dencial aos enfer mos, par a encorajar-lhes a ação.

Decerto, o estudo da constituição humana lhes é naturalmente aconselhável, tanto qu anto ao al uno de enfer magem, embora não seja m édico, se recom enda a a quisição de conhecim entos do corpo em si. E do m esmo modo que esse aprendiz de rudimentos da Medicina precisa atentar para a ass epsia do seu quadro de trabalho, o m édium passista necessitará vigilância no seu cam po de ação, porquanto de sua higien e espirit ual resu ltará o reflexo benfazejo naqueles que se propo nha so correr. Eis po rque se lh e pede a su stentação de hábitos nobres e ativid ades limpas, com a simplicidade e a hum ildade por alicerces no serviço de socorr o aos doentes, de vez que semelhantes fatores funcionarão à manei-ra do tungstênio na lâmpada elétrica, suscetível de irradiar a força da usina, produzindo a luz necessária à expulsão da sombra.

O inv estimento cu ltural am pliar-lhe-á os recurs os p sicológi-cos, facilitando-lhe a recepção das ordens e avisos dos instrutores que lhe propiciem am paro, e o as seio mental l he consolidar á a

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influência, purif icando-a, além de do tar-lhe a p resença com a indispensável au toridade m oral, capaz de i nduzir o enfermo ao despertamento das próprias forças de reação.

Mecanismo do passe Tendo mencionado o fenôm eno hipnótico em diversas passa-

gens de nossas anotações, a ele recorreremos, ainda uma vez, para definir o me dianeiro do pas se ma gnético por autê ntico represen-tante do magnetizador espiritual, à frente do enfermo.

Estabelecido o cli ma de confiança, qual acon tece entre o d o-ente e o médico preferido, cria-se a ligação sutil entre o necessita-do e o socorrista e, por sem elhante elo de forças, ainda im ponde-ráveis no mundo, verte o auxílio da Esfera Superior, na m edida dos créditos de um e outro.

Ao toqu e d a energ ia em anante do pass e, com a sup ervisão dos benfeitores desencarnados, o próprio enf ermo, na pauta da confiança e do m erecimento de que dá testem unho, em ite ondas mentais características, assimilando os recursos vitais que recebe, retendo-os na própria constituição fisiop sicossomática, atrav és das várias funções do sangue.

O socorro, quase sem pre hesitante a principio, corporifica-se à medida que o doente lhe confere atenção, porque, centralizando as p róprias radiaçõe s sobre as províncias celulares d e que se serve, lhes regula os movimentos e lhes co rrige a atividade, man-tendo-lhes as m anifestações dentro de normas desejáveis, e, esta-belecida a recom posição, volve a harm onia orgânica pos sível, assegurando à mente o ne cessário governo do ve ículo em que se amolda.

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Vontade do paciente O processo de socorro pelo pass e é tanto mais eficiente quan-

to mais intensa se faça a ad esão daquele que lhe recolhe os bene-fícios, de vez que a vo ntade do paciente, erguida ao lim ite máxi-mo de aceitação, determ ina sobre si mesmo mais elevados poten-ciais de cura.

Nesse es tado de am bientação, ao influxo dos passes recebi-dos, as o scilações mentais do enferm o se cond ensam, mecanica-mente, na direção do trabalho restaurativo, passando a sugeri-lo às entidades celulares do veículo em que se expressam, e os milhões de c orpúsculos do or ganismo fi siopsicossomático tendem a obe-decer, instinti vamente, à s or dens re cebidas, sint onizando-se c om os propósitos do comando espiritual que os agrega.

Passe e oração O passe, com o gênero de auxí lio, inv ariavelmente ap licável

sem qua lquer contr a-indicação, é sempre valioso no tratamento devido a os e nfermos de t oda c lasse, des de as c riancinhas t enras aos pacientes em posição provecta na experiência física, reconhe-cendo-se, no entanto, ser menos rico de resultados imediatos nos doentes adultos que se m ostrem jungidos à in consciência tempo-rária, por desajustes complicados do cérebro.

Esclareçamos, porém , que, em toda si tuação e em qual quer tempo, cabe ao m édium passista buscar na prece o fio de ligação com os plan os mais elevados da vida, porquanto, at ravés da ora-ção, contará com a presença sutil dos instrutores que atendem aos misteres da Pr ovidência Divina, a lhe utilizarem os recursos par a a extensão incessante do Eterno Bem.

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23 Animismo

Mediunidade e animismo Alinhando apontamentos sobre a mediunidade, não será licito

esquecer algum as co nsiderações em torno do anim ismo ou con-junto dos fe nômenos psí quicos produzidos com a co operação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação.

Temos a qui mui tas oc orrências que podem repontar nos f e-nômenos mediúnicos de efeitos físicos ou de efeitos intelectuais, com a própria Inteligência enca rnada comandando manifestações ou delas participando com diligência, numa demonstração de que o corpo espiritual pode efetivamente desdobrar-se e at uar com os seus recu rsos e im plementos ca racterísticos, como consci ência pensante e organizadora, fora do carro físico.

A verificação de sem elhantes aconteciment os crio u en tre os opositores da Doutrina Espírita as teorias de nega ção, porquanto, admitida a poss ibilidade de o pr óprio Es pírito e ncarnado poder atuar fora do traje fisiológico, apressaram-se os cépticos invetera-dos a afirm ar que todos os su cessos medianímicos se reduzem à influência de uma força nervosa que efetua, fora do corpo carnal, determinadas açõ es m ecânicas e p lásticas, co nfigurando, aind a, alucinações de variada espécie.

Todavia, os e stardalhaços e pavores levantados por esses ar -gumentos indébitos, ar redando para longe o otim ismo e a espe-rança de tantas criaturas que co meçam confiantemente a iniciação nos serviços da m ediunidade, não apresentam qualquer significa-do substancial, porque é forçoso ponderar que os Espíritos desen-carnados e encarn ados não s e f iliam a raças antagônicas que se devam reencontrar em condições miraculosas.

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Semelhanças das criaturas Somos necessariamente impelidos a reconhecer que, se os vi-

vos d a Terra e os v ivos do Além resp irassem clim as evo lutivos fundamentalmente diversos, a com unicação entre eles resultaria de todo impossível, pela impraticabilidade do ajuste mental.

Seres em desenvolvime nto para a vida et erna, uns e outros guardam consigo, seja no plano ex tra-físico, preparando o retorno ao campo terrestre, ou no plano fí sico, em direção à esfera espiri-tual, facul dades adquir idas no vasto cam inho da experiên cia, as quais lhes servirão de recursos à percepção no ambiente próximo.

Tem cada E spírito, em vias d e reencarnação, todos os meios de que já se m uniu para contin uar no círculo dos encarnados o trabalho de aperf eiçoamento que lhe é próprio, co nservando-os potencialmente no feto, tanto quan to possui o Espírito encarna do todas as possibilidades que já entesourou em si mesmo para pros-seguir em suas atividades no Plano Espiritual, depois da morte.

Assinalada es sa o bservação, é fá cil anot ar que a criatur a na Terra partilha, assim, até certo ponto, dos se ntidos que caracteri-zam a c riatura desencarnada, nas esferas imediatas à experi ência humana, conseguindo, às vezes, desenfaixar-se do corpo denso e proceder como a Inteligência desenleada do indumento carnal ou, ainda, o bedecer aos ditam es do s E spíritos d esencarnados, com o agente mais ou menos fiel de seus desejos.

Encontramos, ne ssa ba se, a eluci dação cla ra de mui tos dos fenômenos do faquirismo vulgar, em que o Espírito encarnado, ao desdobrar-se, pode pr ovocar, em relativo es tado de consciência, certa classe de f enômenos f ísicos, enq uanto o co rpo carnal s e demora na letargia comum.

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Obsessão e animismo Muitas vezes, conform e as circunstâncias, qual ocorre no fe-

nômeno hipnótico isolado, pode ca ir a m ente nos estados anôm a-los de sentido inferior, dom inada por forças retrógradas que a imobilizam, temporariamente, em atitudes e stranhas ou i ndesejá-veis.

Nesse aspecto, surpreendemos multiformes proc essos de ob-sessão, nos quais Inteligências desencarnadas de grande poder senhoreiam vítimas in abilitadas à def ensiva, detendo-as, po r tempo indeterminado, em certos tipos de record ação, segundo as dívidas cármicas a que se acham presas.

Freqüentemente, p essoas en carnadas, n essa m odalidade de provação regeneradora, são encontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas nos m ais com plexos estados em otivos, quais se personificassem entidades outras, quando, na realidade, exprimem a si m esmas, a em ergirem da su bconsciência nos trajes ment ais em que s e ex ternavam nou tras ép ocas, sob o fasc ínio co nstante dos desencarnados que as subjugam.

Animismo e hipnose Imaginemos um sensitivo a qu em o magnetizador intencio-

nalmente fizess e recu ar até es se ou aqu ele m arco do pretérito , pela deliberada regressão da m emória, e o deixasse nessa posição durante semanas, meses ou anos a fio, e teremos exata compreen-são dos casos m ediúnicos em que a tese do anim ismo é cham ada para a explicação nece ssária. O “suj et”, nessa experiência, decla-rar-se-ia como sendo a personalidade invocada pelo hipnotizador, entrando em conflito com a realid ade objetiva, mas não deixaria, por isso, de ser ele mesmo sob controle da idéia que o domina.

Nas ocorrências várias da alie nação mental, encontramos fe-nômenos assim tipificados, reclamando larga dos e de p aciência e

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carinho, por quanto as víti mas de sses pr ocessos de fi xação nã o podem ser catego rizadas à co nta de mistificadores inconscientes, pois representam, de fato, os agentes desencarnados a elas jungi-dos por teias fluídicas de significativa expressão, tal qual acontece ao sensitivo com um, m entalmente m odificado, na hipnose de longo curso, em que demonstra a influência do magnetizador.

Desobsessão e animismo Nenhuma justif icativa existe pa ra qualquer recusa no trato

generoso de pers onalidades me dianímicas pr ovisoriamente e sta-cionadas em sem elhantes p rovações, d e v ez que s ão, em si p ró-prias, Esp íritos sofred ores ou co nturbados qua nto quaisquer ou-tros que se m anifestem, exigin do es clarecimento e s ocorro. O amparo espontâneo e o auxílio genuinamente fraterno lhes reajus-tarão as ondas mentais, concurso esse que se estenderá, inevitável, aos com panheiros do pretérito qu e lhes assediem o pensam ento, operando a reconstituição de c aminhos ret os par a os se nsitivos corporificados na Terra, tão im portantes e tão nobres em sua estrutura q uanto aqu eles qu e os dou trinadores encarnados s e propõem traçar para os amigos desencarnados menos felizes.

Aliás, é preciso dest acar que o esforço da escola, seja el a o recinto con sagrado à in strução p rimária ou a in stituto corretivo, funciona co mo recu rso renovador da m ente, equilibrando-lhe as oscilações para níveis superiores.

Não há novi dade a lguma no i mpositivo da ac olhida ma gnâ-nima aos obsessos dessa natureza, hipnotizados por forças que os comandam espiritualmente, a distância.

Animismo e criminalidade Os ma nicômios e as pe nitenciárias est ão r epletos de irm ãos

nossos obsidiados que, alcançando o ponto específico de suas

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recapitulações do pretérito culposo, à falta de pr ovidências reedu-cativas, na da ma is pude ram fa zer que re cair na l oucura ou no crime, porque, em verdade, a alienação e a delinqüência, na maio-ria das vezes, expressam a queda mental do Espí rito em r eminis-cências de lutas preg ressas, à sem elhança do aluno que, voltando à lição, co m recu rsos deficitári os, incorre lam entavelmente nos mesmos erros.

O res surgimento de certas s ituações e a v olta d e m arcadas criaturas ao nosso cam po de atividade, do ponto de vista da reen-carnação, funcionam em noss a v ida íntima como ref lexos condi-cionados, com provando-nos a capa cidade de s uperação de noss a inferioridade, antigamente positivada.

Se estivermos desarmados de elementos morais suscetíveis de alterar-nos a ond a mental para a assimilação de recursos superi o-res, qu ase sem pre to rnamos à m esma pertu rbação e à m esma crueldade que nos assinalaram as experiências passadas.

Nesse fe nômeno r eside a ma ior pe rcentagem da s ca usas de insânia e crim inalidade em todos os setore s da civilização terres-tre, porquanto é aí, nas chamadas predisposições mórbidas, que se rearticulam velhos conflitos, arrasando os m elhores propósitos da alma, sempre que descure de si mesma.

Convenhamos, pois, que a taref a espírita é ch amada, de ma-neira particular, a contribuir no aperfeiçoam ento dos im pulsos mentais, favorecendo a solução de todos os problemas suscitados pelo animismo. Através dela, são eles endereçados à esfera ilumi-nativa da educação e do am or, para que os sensitivos, estagnados nessa clas se de acon tecimentos, sejam devidam ente amparados nos desajustes de que se vejam portadores, impedindo-se-lhes o mergulho nas som bras da pertur bação e recu perando-se-lhes a atividade para a sementeira da luz.

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24 Obsessão

Pensamento e obsessão O estudo da obsessão, conjuga do à mediunidade, se realizado

em maior amplitude, abrangeria o exam e de quase toda a Hum a-nidade terrestre.

Expressamos tal conceito, à face do pensamento que age e re-age, carreando para o em issor to das as fecundaçõ es felizes ou infelizes que arr emessa de si pr óprio, a de terminar par a c ada criatura os estados psíquicos que variam segundo os tipos de emoção e conduta a que se afeiçoe.

Enquanto se não aprim ore, é cer to que o Espírito padecerá, em seu instrum ento de m anifestação, a resultante dos próprios erros. Esses desajustes, como é na tural, não se limitam à comuni-dade das células físicas, quando em disfunções múltiplas por força dos agentes m entais v iciados e enfermiços; esten dem-se, m uito especialmente, à constituição do co rpo espiritual, a ref letir-se no cérebro ou gabinete com plexo da alma, aí ocasionando os diver-sos sintomas de perturbação do campo encefálico, acompanhados dos fenôm enos psico-sensoriais que produzem alucinações e doenças da mente.

Perturbações morais Não nos propom os analisar aqui as personalidades psicopáti-

cas, do p onto de v ista da Ps iquiatria, nem focalizar as cham adas psicoses de involução, ou as demências senis, claramente necessi-tadas de orie ntação mé dica; r ecordaremos, contudo, que na reta-guarda dos desequilíbrios m entais, se jam da id eação ou da afeti-vidade, da atenção e da m emória, tanto quanto por trás de enfer-

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midades psíquicas clássicas, com o, por exem plo, as esquizofreni-as e as parafren ias, as oligof renias e a para nóia, as psicoses e neuroses de mul tifária expressão, permanecem as perturbações da individualidade transviada do cam inho que as Leis Divinas lhe assinalam à evolução moral. Enquanto se lhe mantém a internação no instrum ento físico transitório, até cert o ponto el a consegue ocultar no esconderijo da carne o s resultados das p aixões e abu -sos, extravagâncias e viciações a que se dedica.

Assim vive na paisag em social em que transita, até que, arre-dada de s emelhante vas o pe la i nfluência de cisiva da mort e, não mais s uporta o r egime de fa ntasia, obrigando-se a sof rer, em s i própria, as conseqüências dos excessos e ultrajes com que, impre-vidente, se desrespeitou.

Torturada por suas próprias ondas desorientadas, a reagirem, incessantes, so bre os cen tros e m ecanismos d o corpo esp iritual, cai a m ente nas d esarmonias e fix ações conseqüentes e, porque o veículo de célula s extrafísicas que a serv e, de pois da mort e, é extremamente influ enciável, am bienta nas próprias f orças os desequilíbrios que a senhoreiam , consolidando-s e-lhe, de sse modo, as inibições que, em futu ra existência, dom inar-lhe-ão temporariamente a personalidade, sob a form a de fa tores mórbi-dos, condicionando as disfunções de certos recu rsos do cérebro físico, por tempo indeterminado.

Zonas purgatoriais Entendendo-se que todos os delinqüentes deitam de si oscila-

ções m entais d e terrív el caráte r, con densando as reco rdações malignas que albergam no seio, compreenderemos a exis tência das zonas purgatoriais ou i nfernais como regiões em que se com-plementam as temporárias c riações do rem orso, as sociando arre-pendimento e amargura, desespero e rebelião.

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Na intimidade dessas província s de som bra, em que se agru-pam m ultidões de crim inosos, segundo a espécie de delito que cometeram, Espíritos culpados, através das o ndas m entais com que ess encialmente s e af inam, s e com unicam recip rocamente, gerando, ante os seus ol hos, qua dros vi vos de extrem o horror, junto dos quais desvairam , rece bendo, de retorno, os estranhos padecimentos que criaram no ânimo alheio.

Claro está que, embora comandados por Inteligências perver-tidas ou bestializadas nas trevas da ignorância , esses antros jazem circunscritos no Espaço, fiscalizados por Espíritos sábios e benfa-zejos que dis põem de meios precisos para observar a transf orma-ção i ndividual das consci ências em processo de purif icação ou regeneração, a fim de conduzi-las a providências compatíveis com a melhoria já alcançada.

Semelhante supervisão, entretanto, não impede que essas vas-tas cavernas de to rmento reeducativo sejam, em si, im ensas peni-tenciárias do Espírito, a que se recolhem as feras conscient es que foram hom ens. A í p ermanecem detidas po r gu ardas esp ecializa-dos, que lhes são afin s, o que nos faz def inir cada “purgatório particular” como “prisão-manicômio”, em que as alm as embrute-cidas no crim e sofrem , de volta, o impacto de suas fecundações mentais infelizes.

Tiranos, suicidas, hom icidas, carrascos do povo, libertinos, caluniadores, malfeitores, ingratos, traidores do bem e viciados de todas as procedências, reunidos conforme o tipo de falta ou defec-ção a que se renderam , se exam inados pelos cientistas do m undo apresentariam à Medicina os m ais extensos quadro s para estudos etiológicos das mais obscuras enfermidades.

Deduzimos, assim, que todos os redutos de sofrimento, além-túmulo, não passam de largos po rões do trab alho evolutivo da alma, à feição de g randes ho spitais carcerár ios para t ratamento das consciências envilecidas.

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Reencarnação de enfermos Dos ab ismos ex piatórios, vo lvem à reen carnação qu antos se

mostram inclinados à recu peração dos valores m orais em si m es-mos.

Transportados a novo berço, comumente entre aqueles que os induziram à queda, quando não se vêem objeto de amorosa ternu-ra por parte de co rações que por eles renunciam à imediata felici-dade nas Esferas Superiores, são resguardados no recesso do lar.

Contudo, renascem no corpo carnal espiritualmente jungidos às linhas inferiores de que são advindos, a ssimilando-lhes, facil-mente, o influxo aviltante.

Reaparecem, desse m odo, na arena física. Mas, vi a de regra, quando não se m ostram retardados mentais, desde a infância, são perfeitamente classificáveis entre os psicopatas amorais, segundo o con ceito da “ moral insanity”, vulgarizado pe los ingleses, de-monstrando manifesta perversidade, na qual se re velam constan-temente bru talizados e ag ressivos, petulantes e pé rfidos, indif e-rentes a qual quer noção da dignidade e da honra, conti nuamente dispostos a mergulhar na criminalidade e no vício.

Aqueles Espíritos relativamente corrigidos nas escolas de re-abilitação da Espiritualidade desenvolvem-se, no ambiente huma-no, enquadráveis entre os psicopatas astênico s e abúlicos, fanáti-cos e h ipertímicos, ou id entificáveis c omo rep resentantes d e várias doenças e delírios psíquico s, incl usive aberr ações sexuai s diversas.

Obsessão e mediunidade Tais enfermos da alma, tantas vezes submetidos, sem resulta-

do satisfatório, à insulina e à convulsoterapia, quando recomenda-dos a o a uxílio dos templ os e spíritas, poderão ser ti dos como médiuns? S em dúvida, são m édiuns doentes, afinizados com os

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fulcros de s entimento de sequilibrado de onde ressurgiram para novo aprendizado entre os homens.

Por certa quota de tem po, são in térpretes de f orças degrada-das, às quais é preciso opor a in tervenção m oral necessária, do mesmo modo que se prescreve medicação aos enfermos.

Trazendo consigo as seqüelas oc ultas da internação na pro-víncia purgatorial, de que volvem pe la porta do berç o terrestre, exteriorizam ondas mentais viciadas que lhes alen tam as disfun-ções dos implementos físicos, ondas essas pelas quais recolhem os pensamentos das en tidades inferiores a lhes constituírem a cober-tura da retaguarda.

Apesar di sso, de vem s er ac olhidos nos santuários do Espiri-tismo por m edianeiros de planos que é pr eciso t ransformar e ajudar, porquanto um Espírito renovado pa ra o Bem – Lei do Criador para todas as criaturas – é peça importante para o reajus-tamento g eral d essa o u daqu ela en grenagem contu rbada n a m á-quina da vida.

Doutrina Espírita Forçoso é consi derar que a at ividade religiosa, digna e v ene-

rável, em qualquer se tor da ed ificação h umana, exp rime s ocorro celeste aos desajustes morais de quantos se d emoram na re encar-nação, buscando a restauração precisa.

E, compreendendo-se que elevada percentagem das persona-lidades humanas traz, no im o do pr óprio ser, ra ízes e b rechas de comunhão com o pretérito de sombra, através das quais são susce-tíveis de sofrer os mais estranhos processos de obsessão oculta – a se reavivarem, constantes, nos diversos períodos etários que cor-respondem ao tem po de formação dos débitos cárm icos que bus-cam equacionar no corpo terrestre –, é justo encarecer, assim , a oportunidade e a ex celência do amparo moral da Doutrina Espíri-

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ta, como sendo o recurs o mais sólido na assi stência às vítimas do desequilíbrio espiritual de qualq uer m atiz, por oferecer-lhes, no estudo nobre e no serviço santificante, o clim a indispensável de transmutação e harmonização, com que se recuperem, no domínio dos pensamentos mais íntimos, para assi milarem a inf luência benéfica dos agentes espirituais da necessária renovação.

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25 Oração

Mediunidade e religião Misturada à m agia vulgar, a m ediunidade é d e todos os tem-

pos no mundo. Confundida entre os totens e manitus, nas raças primitivas, al-

teia-se, g radativamente, e su rge, s untuosa e com plexa, n os tem -plos in iciáticos do s povos antigos, ou reba ixada e d esordenada, entre os magos da praça pública.

Ocioso seria en umerar suces sos e prof ecias, constantes dos livros sagrados das religiões, nas épocas anciãs.

A cada passo, nas recordações de todas elas, encontram os re-ferências a manifestações de anjos e demônios, evocações e men-sagens de se res desencarnados, visões e s onhos, encantamentos e exorcismos.

Reflexo condicionado e mediunidade Em toda a parte, desde os am uletos das tribos m ergulhadas

em profunda ignorância até os cânticos sublimados dos santuários religiosos dos te mpos mode rnos, vem os o reflexo condicionado, facilitando a exteriorizaç ão de recursos da mente, para o inter-câmbio com o plano espiritual.

Talismãs e altares , vestes e pa ramentos, símbolos e im agens, vasos e perf umes, não passam de petrechos destinados a incenti-var a produção de ondas m entais, nesse ou na quele sentido, atra-indo forças do m esmo tipo que as arrem essadas p elo op erador dessa ou daquela c erimônia má gica ou r eligiosa e pela s a ssem-bléias que os acompanham, visando a certos fins.

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E compreendendo-se que os s emelhantes se atraem , o bru xo que se vale da m andrágora para endereçar vibrações deprimentes a cer ta pes soa, a e sta pr ocura i nduzir à em issão de en ergias d o mesmo naipe com que, à base de terror, assimila correntes men-tais inferiores, prejudicando a si mesma, sempre que não possua a integridade da co nsciência tranqüila; o s acerdote de classe eleva-da, toda vez que a proveita os el ementos de sua fé para co nsolar um espírito desesperado, está im pelindo-o à pr odução de r aios mentais enobrecidos, com os qu ais fo rma o clim a ad equado à recepção do auxilio da Esfera S uperior; o m édico que encoraja o paciente, usando autoridade e do çura, inclina-o a gerar, em favor de si me smo, os cilações me ntais r estaurativas, pel as quai s se relaciona com os poderes curativos estuantes em todos os escani-nhos da Natureza; o professor, estimulando o discípulo a dominar o aprendizado dessa ou daquela expressão, impulsiona-o a condi-cionar os elem entos d o p róprio espírito, ajus tando-lhe a onda mental para incorporar a carga de conhecimento de que necessita.

Grandeza da oração Observamos em todos os momentos da alma, seja no repouso

ou na atividade, o reflexo condic ionado (ou ação independente da vontade que se segue, imediatamente, a uma excitação externa) na base das operações da m ente, ob jetivando esse ou aquele gênero de serviço.

Daí r esulta o i mpositivo da vi gilância s obre a noss a pr ópria orientação, de vez que som ente a conduta reta su stenta o reto pensamento e, de posse do reto pensamento, a or ação, q ualquer que seja o nosso grau de cultura intelectua l, é o m ais elevad o toque de indução para que nos coloquemos, para logo, em regim e de comunhão com as Esferas Superiores.

De es sência div ina, a p rece se rá se mpre o ref lexo p ositiva-mente sublime do Espírito, em qualquer posição, por obri gá-lo a

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despedir de si m esmo os elem entos mais puros de que possa dis-por.

No reconhecimento ou na petição, na diligência ou no êxtase, na alegria ou na dor, na t ranqüilidade ou na aflição, ei-la exterio-rizando a consciência que a fo rmula, em ef usões indescritíveis, sobre as quai s as ondulações do Céu corrigem o m agnetismo torturado da cria tura, insulada no sofrim ento educativo da Terra, recompondo-lhe as faculdades profundas.

A m ente centralizad a n a ora ção p ode s er com parada a u ma flor estelar, aberta ante o Infinito, absorvendo-lhe o orvalho nutri-ente de vida e luz.

Aliada à higiene do espírito, a prece representa o comutador das correntes mentais, arrojando-as à sublimação.

Equilíbrio e prece É indispensável com preender qu e a Intel igência encar nada

conta com múltiplos meios de preservar o corpo físi co em que se demora.

Além dos inestimáveis serviços da pele e da mucosa intestinal que o defendem das intromissões indébitas de elementos físicos e químicos, prontos a l he arruinarem a es tabilidade, o h omem con-segue m obilizar todo um sistem a de quim ioterapia bacteriana, atualmente em plena evolução para mais ampla eficiência, com a antibiose ou atuação bacteriostática levada a efeito por determina-das unidades m icrobianas sobre ou tras, na vangua rda dos proces-sos imunológicos.

É possível, então, coib ir, com relativ a s egurança, a febre ti-fóide, as disenterias, a tuberculose, as riquetsioses, a psitacose, as infecções pulmonares e urinárias, etc.; entretanto, não acontece o mesmo, quando nos reportam os à at mosfera psicológica em que toda criatura se submerge na vida social do Planeta.

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Visto a distância, o homem, na arena carnal, pode ser compa-rado a um viajor na selva d e pens amentos heterogêneos, apren-dendo, por interm édio de rudes exercícios , a encontrar o seu próprio caminho de libertação e de ascese. Mentalmente exposto a todas as inf luências psíquicas, é imperioso se eduque para gover-nar os próprios im pulsos, aperfe içoando-se mora l e in telectual-mente, para que se lhe aprimorem as projeções.

No que tange à saúde e m anutenção do corpo e no que se re-fere à aq uisição de co nhecimentos, utiliza a co nsulta a m édicos e nutricionistas, prof essores e orie ntadores diver sos. É natura l, dessa forma, se valh a da prece pa ra angariar a i nspiração de que precisa, a fim de afinizar-se com as diretrizes superiores.

No circui to de forças est abelecido com a oração, a alm a não apenas se pr edispõe a r egenerar o e quilíbrio da s cél ulas fí sicas viciadas ou exaustas , através do inf luxo das energias renovadoras que i ncorpora, es pontaneamente, assimilando os raios da Vida Mais Alta a que se d irige, mas também reflete as sugestões ilumi-nativas das I nteligências de sencarnadas de condiç ão ma is nobr e, com as quais se coloca em relação.

Prece e renovação Na floresta m ental em que avança, o hom em freqüentemente

se vê defrontado por vibrações subalternas que o golpeiam de rijo, compelindo-o à f adiga e à irrit ação, sej am elas pr ovenientes de ondas enferm iças, partidas do s desencarnados em posição de angústia e que lhe partilham o c lima psíquico, ou de oscilações desorientadas dos pr óprios compa nheiros t errestres de sequilibra-dos a lhe respirarem o ambiente. Todavia, tão logo se envolva nas vibrações ba lsâmicas da pr ece, ergue-se-lhe o pe nsamento ao s planos sublimados, de onde recolh e as idéias transformadoras dos Espíritos benevolentes e amigos, convertidos em vanguardeiros de seus passos, na evolução.

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Orar constitui a fórmula básica da renovação íntima, pela qual divino ente ndimento desce do Coraçã o da Vida pa ra a vida do coração.

Semelhante atitude da a lma, porém, não deve, em tempo al-gum, resumir-se a simplesmente pedir algo ao Suprimento Divino, mas pedir, acim a de tudo, a com preensão quanto ao plano da Sabedoria Infinita, traçado para o seu próprio aperfeiçoamento, de maneira a apr oveitar o ensej o de trabalho e se rviço no bem de todos, que vem a ser o bem de si mesma.

Mediunidade e prece A mediunidade, na ordem superior da vida, esteve sempre as-

sociada à oração, para converter-se no instrumento da obra ilum i-nativa do mundo.

Entre os egípcios e hindus, chineses e persas, gregos e ciprio-tas, gauleses e rom anos, a prece, expressa ndo i nvocação ou lou-vor, adoração ou m editação, é o ag ente refletor do P lano Celeste sobre a alma do homem.

Orando, Moisés recolhe, no Sinai, os m andamentos que ali-cerçam a ju stiça de to dos os tempos e, igual mente em prece, sej a nas margens do Genesaré ou em pleno Tabor, respirando o silên-cio de Getsêmani ou nos braços da cruz, o Cristo revela na oração o reflexo condicionado de natureza divina, suscetível de facultar a sintonia entre a criatura e o Criador.

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26 Jesus e mediunidade

Divina mediunidade Em nos reportando a qualquer estudo da m ediunidade, não

podemos olvidar que, em Jesus, ela assum e todas as característi-cas de exaltação divina.20

Desde a ch egada do E xcelso Benf eitor ao Pl aneta, obser va-se-lhe o pensamento sublime penetrando o pensamento da Huma-nidade.

Dir-se-ia qu e n o es tábulo s e reúnem pedras e arbustos, ani-mais e c riaturas hum anas, r epresentando os divers os reinos da evolução ter restre, pa ra r eceber-lhe o pri meiro t oque me ntal de aprimoramento e beleza.

Casam-se os hinos singelos dos pastores aos cânticos de amor nas vozes dos m ensageiros espi rituais, saudando Aquele que vinha libertar as nações, não na forma social que sempre lhes será

20 Em “A Gênese” (pá gs. 293 e 294, FEB, 12ª e dição). Anota Allan Kardec, com referência aos fenômenos da mediunidade em Jesus: “Agiria como médium nas curas que operava? Poder-se-á c onsiderá-lo poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediá-rio, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados, e o Cristo nã o precisava de a ssistência, pois que era ele quem ass istia os outros. Agia por si m esmo, em vi rtude do seu poder pessoa l, c omo o podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.” (Nota indicada pelo Autor espiritual)

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vestimenta às necess idades de ordem coletiva, m as no ádito das almas, em função da vida eterna.

Antes dele, grandes com andantes da idéia haviam pisado o chão do mundo, influenciando multidões.

Guerreiros e políticos, filósof os e prof etas alinhavam-se na memória popular, recordados com o disciplinadores e heróis, m as todos desfilaram com exército s e fórm ulas, enunciados e av isos, em que se misturam retidão e parcialidade, sombra e luz.

Ele chega sem qualquer prestígio de autoridade humana, mas, com a s ua m agnitude m oral, im prime novos rum os à vida, po r dirigir-se, acima de tudo, ao espírito, em todos os climas da Terra.

Transmitindo as ondas mentais das Esferas Superiores de que procede, tr ansita entr e as cri aturas, desp ertando-lhes as ener gias para a Vida Maior, como que a tanger-lhes as fibras recônditas, de maneira a harmonizá-las com a sinfonia universal do Bem Eterno.

Médiuns preparadores Para recepcionar o influxo m ental de Jesus, o Eva ngelho nos

dá notícias de um a pequena congregação de médiuns, à feição d e transformadores elét ricos conj ugados, p ara acolh er-lhe a força e armazená-la, de princípio, antes que se lhe pudessem canalizar os recursos.

E longe de anotarmos aí a p resença de qualquer instrum ento psíquico m enos seguro do ponto de vista m oral, encontram os importante núcleo de medianeiros, desassombrados na confiança e corretos na diretriz.

Informamo-nos, assim , nos apon tamentos da Boa Nova, de que Zacarias e Is abel, os pai s de João Bat ista, precursor do Mé-dium Divino, “eram am bos just os perante D eus, andando sem

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repreensão, em todos os m andamentos e preceitos do Senhor” 21, que Maria, a jovem simples de Nazaré, que acolheria o Embai xa-dor Celeste nos braços m aternais, se achava “em posição de lou-vor di ante do Et erno Pai ”22, que José da Gali léia, o varão que o tomaria sob pate rnal tu tela, “ era ju sto”23, que S imeão, o amigo abnegado que o aguardou em prece , durante longo tem po, “era justo e obediente a Deus”24, e que Ana, a viúva que o esperou em oração, no templo de Jerusalém, por vários lustros, vivia “servin-do a Deus”.25

Nesse grupo de m édiuns adm iráveis, não apenas pelas per-cepções avançadas qu e os s ituavam em contacto com os E missá-rios Celestes, m as tam bém pela conduta irrepree nsível de que forneciam tes temunho, surpreendemos o circu ito de forças a q ue se ajustou a onda m ental do Cristo, para daí expand ir-se na reno-vação do mundo.

Efeitos físicos Cedo com eça p ara o Mestre Div ino, ergu ido à pos ição de

Médium de Deus, o apostolado excelso em que lhe caberia carrear as noções da vida imperecível para a existência na Terra.

Aos doze anos, assenta-se entre os doutores de Israel, “ouvin-do-os e interrogando-os” 26, a provocar admiração pelos conceitos que exp endia e a en tremostrar a s ua co ndição de in termediário entre culturas diferentes.

21 Lucas, capítulo 1, versículo 5. 22 Lucas, capítulo 1, versículo 30. 23 Mateus, capítulo 1, versículo 19. 24 Lucas, capítulo 2, versículo 25. 25 Lucas, capítulo 2, versículo 37. 26 Lucas, capítulo 2, versículo 46.

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Iniciando a tarefa públ ica, na ex teriorização de energias su -blimes, encontram o-lo em Caná da Galiléia, of erecendo notáv el demonstração d e ef eitos fís icos, com ação a distân cia s obre a matéria, em transformando a água em vinho27.

Mas, o acontecim ento não perm anece circunscrito ao âm bito doméstico, porquanto, evidenciando a ex tensão dos s eus poderes, associados ao concurso dos me nsageiros espirituais que, de ordi-nário, lhe obedeciam às ordens e sugestões, nós o encontramos, de outra feita, a m ultiplicar pães e p eixes28, no tope do m onte, para saciar a fome da turba inquieta que lhe ouvia os ensinamentos, e a tranqüilizar a Natureza em desvario29, quando os discípulos assus-tados lhe pedem socorro, diante da tormenta.

Ainda no campo da fenomenologia física ou metapsíquica ob-jetiva, id entificamo-lo em plen a levitação, cam inhando sobre as águas30, e em prodigiosa oc orrência de mat erialização ou ecto-plasmia, qu ando se p õe a conv ersar, diante dos aprendizes, com dois varões desencarnados que, po sitivamente, apareceram g lori-ficados, a lhe falarem de acontecimentos próximos.31

Em Jerusalém, no templo, desaparece de chofre, desmateriali-zando-se, ante a expectação geral32, e, na mesma cidade, perante a multidão, produz-se a voz di reta, e m que bênç ãos di vinas l he assinalam a rota.33

Em cada acontecimento, sentimo-lo a governar a matéria, dis-sociando-lhe os ag entes e rein tegrando-os à vo ntade, com a cola-

27 João, capítulo 2, versículos 1 a 12. 28 João, capítulo 6, versículos 1 a 15. 29 Marcos, capítulo 4, versículos 35 a 41. 30 Marcos, capítulo 6, versículos 49 e 50. 31 Lucas, capítulo 9, versículos 28 a 32. 32 João, capítulo 7, versículo 30. 33 João, capítulo 12, versículos 28 a 30.

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boração dos servidores espirituais que lhe assessoram o ministério de luz.

Efeitos intelectuais No c apítulo dos ef eitos in telectuais ou , s e q uisermos, n as

provas da me tapsíquica s ubjetiva, que recon hece a in teligência humana co mo possu idora d e ou tras v ias de con hecimento, além daquelas que se cons tituem dos sentidos no rmais, reconhecemos Jesus nos mais altos testemunhos.

A dis tância da s ociedade h ierosolimita, vaticina os sucessos amargos que culminariam com a sua morte na cruz.34 Utilizando a clarividência que lhe era peculiar, antevê Simão Pedro cercado de personalidades inferiores da esfera extrafísica, e avisa-o quanto ao perigo que isso representa pa ra a fraq ueza do ap óstolo.35 Nas últimas instruções, ao pé dos am igos, conf irmando a profunda lucidez qu e lhe caracterizava as a preciações pe rcucientes, de-monstra conhecer a perturbação consciencial de Judas36, a despei-to da s dúvida s que a ponderação s uscita en tre os ouv intes. Nas preces de G etsêmani, aliando clarividência e clariaud iência, con-versa com um mensageiro espiritual que o reconforta.37

Mediunidade curativa No que se refere aos poderes curativos, temo-los em Jesus nas

mais altas afirmações de grandeza. Cercam-no doentes de variada expressão. Pa ralíticos e stendem-lhe me mbros mi rrados, obte ndo socorro. Cegos recuperam a visão. Ulcerados mostram-se limpos.

34 Lucas, capítulo 18, versículos 31 a 34. 35 Lucas, capítulo 22, versículos 31 a 34. 36 João, capítulo 13, versículos 21 e 22. 37 Lucas, capítulo 22, versículo 43.

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Alienados me ntais, no tadamente obsidiados diversos, rec obram equilíbrio.

É importante considerar, porém, que o Grande Benfeitor a to-dos convida para a valorização das próprias energias.

Reajustando as células enfermas da m ulher hemorroíssa, diz-lhe, convincente: – “Filha, tem bom ânimo! A tua fé te cu rou.”38 Logo após, tocando os olhos de do is cegos que lhe recorrem à caridade, exclama: – “Seja feito, segundo a vossa fé.”39

Não salienta a co nfiança por simples ingrediente de natureza mística, mas sim por recurso de ajustamento dos princípios m en-tais, na direção da cura.

E e ncarecendo o i mperativo do pens amento ret o para a har -monia do binômio mente-corpo, por várias vezes o vem os impelir os sofredores aliviados à vida nobre, como no caso do paralítico de Betesda, que, devidamente refeito, ao reencontrá-lo no templo, dele ouviu a advertência inesquecível: – “Eis que já estás são. Não peques mais, para que te não suceda coisa pior.”40

Evangelho e mediunidade A prática da mediunidade não es tá somente na passagem do

Mestre entre os homens, junto dos quais, a cada hora, revela o seu intercâmbio con stante com o Plano Superior, seja em co lóquios com os emissários de alta estirpe, seja em se dirigindo aos aflitos desencarnados, no socorro aos obsessos do caminho, mas também na e quipe dos c ompanheiros, a os quais se ap resenta em pesso a, depois da m orte, ministrando instruções para o e difício do Evan-gelho nascente.

38 Mateus, capítulo 9, versículo 22. 39 Mateus, capítulo 9, versículo 29. 40 João, capítulo 5, versículo 14.

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No dia de Pentecostes, vários fenômenos mediúnicos marcam a tarefa dos a póstolos, mesclando-se efeitos físicos e int electuais na praça pública, a constituir-se a m ediunidade, desde então, em viga mestra de todas as construções do C ristianismo, nos séculos subseqüentes.

Em Jesus e em seus primitivos continuadores, porém, encon-tramo-la pura e esp ontânea, como deve ser, distan te de particula-rismos inferiores, tanto quanto isenta de sim onismo. Neles m os-tram-se os valores mediúnicos a serviço da R eligião Cósmica do Amor e da Sabedoria, na qual os regulam entos divinos, em todos os mundos, instituem a responsabilidade moral segundo o grau de conhecimento, situan do-se, desse m odo, a Justiça Perfeita, no íntimo de cada um , para que se outorgue isso ou aquilo, a cad a Espírito, de conformidade com as próprias obras.

O Evangelho, assim, não é o li vro de um povo apenas, m as o Código de Princípios Morais do Universo, ad aptável a todas a s pátrias, a todas as co munidades, a to das as raças e a tod as as criaturas, porque representa, ac ima d e tu do, a carta de con duta para a as censão da co nsciência à im ortalidade, na re velação da qual Nosso Senhor Jesus-Cristo empregou a mediunidade sublime como agente de luz etern a, exaltando a vida e aniquilando a mor-te, abolindo o m al e gl orificando o bem , a fim de que as leis hu-manas se p urifiquem e se en grandeçam, se santifiqu em e se ele-vem para a integração com as Leis de Deus.

--- Fim ---