lusopresse em lagoa r - montreal, 15 de fevereiro de 2018lusopresse.com/web_luso_julho20.pdf · a...

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A N I V E R S Á R I O . . º º 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 Vol. XXI • N° 375 • Montreal, 20 de julho de 2017 POLIMENTO DE SOALHOS Instalação de pisos de madeira MIRANDA Telefone: 514-272-0519 La vie est plus radieuse sous le soleil Manuel Resendes 514-895-1649 [email protected] www.sunlife.ca/manuel.resendes Conseiller en sécurité financière, Distribution Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de services financiers Représentant en épargne collective, Placements Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de courtage en épargne collective †Filiales de la Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie La Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie est membre du groupe Financière Sun Life. © Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie 2017. Seguro de Vida Seguro de Hipoteca Invalidez e Doenças Criticas Investimentos REER CELI Seguro de saúde Fundo mutualista Férias do jornal C omo habitualmente, nesta qua- dra do ano, o nosso jornal entra de férias. Voltaremos ao contacto com os nos- sos leitores no próximo dia 7 de setem- bro. Até lá vamos continuar a trabalhar. Desta feita, do dia 11 a 24 de agosto, vamos ter uma equipa do LusoPresse nos Açores, mais propriamente em Lagoa, para lançar uma edição especial, à semelhança do que fizemos o ano passado em Ste-Thérèse, no âmbito das celebrações da geminação destas duas cidades. Entretanto, queremos assinalar que durante estas férias, a nossa colega da Lu- saQ TV, Ludmila Aguiar, vai estar ausente na Grécia, onde se vai dar o seu enlace ma- trimonial. Para os futuros esposos aqui vão os nossos votos de felicidade. Para os nossos leitores desejamos também que passem umas boas férias de verão. Até à primeira semana de setembro. A Direção LP EDITORIAL BOA ESCOLHA Por Carlos DE JESUS Desde o primeiro Editorial que escrevi aqui no LusoPresse, sempre procu- rei dar um tom neutro, impessoal, como convém aos artigos que representam a opi- nião dum periódico. Deste modo procura- va distanciar-me, pessoalmente, do con- teúdo e das opiniões que exprimi ao longo destes anos. Muitos jornais tradicionais ainda continuam a utilizar esta postura editorial, mesmo quando vêm assinados. Em geral, nos jornais anglo-saxões a opi- nião redatorial vai até ao ponto de nem sequer ser assinada, para lhe tirar todo e qualquer vínculo com uma pessoa em par- ticular. Mas, na realidade, por mais isento e objetivo que o editorialista procure ser, a verdade é que, quando escreve é a sua opi- nião pessoal que se expressa. A opinião de um ser humano com a sua cultura, a sua experiência, a sua ideologia, os seus esta- dos de alma. O jornal, como é evidente, sendo um objeto inanimado, não pode ter uma opinião de per si. Quem a tem é Cont. na pág 11 EM AGOSTO LUSOPRESSE EM LAGOA R edação – O LusoPresse prepara-se para enviar à cidade de Lagoa, e seu respetivo concelho, uma equipa de quatro jornalistas, chefiada pelo nosso chefe de redação e editor, Norberto Aguiar. Os outros elementos que formam o grupo são Anália Narciso, Raul Mesquita e Joaquim Eusébio. Esta equipa do LusoPresse estará nos Açores de 11 a 24 de agosto, onde preparará uma edição completa sobre o concelho de La- goa, junto com trabalhos já realizados em Ste-Thérèse, no ano passado, por acaso nesta mesma altura do ano (primeira semana de julho), e que resultaram numa edição especial do LusoPresse lançada nesta última cidade, isto, claro, no âmbito da geminação entre as duas lo- calidades. Resta dizer que esta experiência do LusoPresse de produzir um jornal em Lagoa não é inédita, pois que no verão do ano 2000, já uma edição do nosso jornal foi ali lançada, de resto, com bastante êxito. Por conseguinte, o LusoPresse está a algumas semanas de voltar a fazer história nos Açores. LP Norberto Aguiar. Anália Narciso. Joaquim Eusébio. Raul Mesquita. LUSOPRESSE EM LAGOA

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Page 1: LUSOPRESSE EM LAGOA R - Montreal, 15 de fevereiro de 2018lusopresse.com/WEB_LUSO_Julho20.pdf · a dama de origem chilena que traz o avental griffé preto e branco da casa. Mas o fotógrafo

ANIVERSÁRIO

..ºº

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

Vol. XXI • N° 375 • Montreal, 20 de julho de 2017

POLIMENTODE SOALHOS

Instalaçãode pisos de madeiraMIRANDATelefone: 514-272-0519

La vie est plus radieuse sous le soleil

Manuel Resendes [email protected] www.sunlife.ca/manuel.resendes

Conseiller en sécurité financière, Distribution Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de services financiers Représentant en épargne collective, Placements Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de courtage en épargne collective†Filiales de la Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vieLa Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie est membre du groupe Financière Sun Life.© Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie 2017.

Seguro de Vida • Seguro de Hipoteca

Invalidez e Doenças Criticas

Investimentos • REER • CELI

Seguro de saúde • Fundo mutualista

Férias do jornalComo habitualmente, nesta qua-

dra do ano, o nosso jornal entra de férias.Voltaremos ao contacto com os nos-

sos leitores no próximo dia 7 de setem-bro.

Até lá vamos continuar a trabalhar.Desta feita, do dia 11 a 24 de agosto, vamoster uma equipa do LusoPresse nos Açores,mais propriamente em Lagoa, para lançaruma edição especial, à semelhança do quefizemos o ano passado em Ste-Thérèse,no âmbito das celebrações da geminaçãodestas duas cidades.

Entretanto, queremos assinalar quedurante estas férias, a nossa colega da Lu-saQ TV, Ludmila Aguiar, vai estar ausentena Grécia, onde se vai dar o seu enlace ma-trimonial. Para os futuros esposos aquivão os nossos votos de felicidade.

Para os nossos leitores desejamostambém que passem umas boas férias deverão.

Até à primeira semana de setembro. A Direção

L P

EDITORIAL

BOA ESCOLHA• Por Carlos DE JESUS

Desde o primeiro Editorial queescrevi aqui no LusoPresse, sempre procu-rei dar um tom neutro, impessoal, comoconvém aos artigos que representam a opi-nião dum periódico. Deste modo procura-va distanciar-me, pessoalmente, do con-teúdo e das opiniões que exprimi ao longodestes anos. Muitos jornais tradicionaisainda continuam a utilizar esta posturaeditorial, mesmo quando vêm assinados.Em geral, nos jornais anglo-saxões a opi-nião redatorial vai até ao ponto de nemsequer ser assinada, para lhe tirar todo equalquer vínculo com uma pessoa em par-ticular.

Mas, na realidade, por mais isento eobjetivo que o editorialista procure ser, averdade é que, quando escreve é a sua opi-nião pessoal que se expressa. A opiniãode um ser humano com a sua cultura, a suaexperiência, a sua ideologia, os seus esta-dos de alma. O jornal, como é evidente,sendo um objeto inanimado, não podeter uma opinião de per si. Quem a tem é

Cont. na pág 11

EM AGOSTO

LUSOPRESSE EM LAGOA• R edação – O LusoPresse prepara-se para enviar à cidade

de Lagoa, e seu respetivo concelho, uma equipa de quatro jornalistas,chefiada pelo nosso chefe de redação e editor, Norberto Aguiar. Osoutros elementos que formam o grupo são Anália Narciso, RaulMesquita e Joaquim Eusébio.

Esta equipa do LusoPresse estará nos Açores de 11 a 24 deagosto, onde preparará uma edição completa sobre o concelho de La-goa, junto com trabalhos já realizados em Ste-Thérèse, no ano passado,por acaso nesta mesma altura do ano (primeira semana de julho), eque resultaram numa edição especial do LusoPresse lançada nestaúltima cidade, isto, claro, no âmbito da geminação entre as duas lo-calidades.

Resta dizer que esta experiência do LusoPresse de produzir umjornal em Lagoa não é inédita, pois que no verão do ano 2000, jáuma edição do nosso jornal foi ali lançada, de resto, com bastanteêxito.

Por conseguinte, o LusoPresse está a algumas semanas de voltara fazer história nos Açores. L P

Norberto Aguiar. Anália Narciso.

Joaquim Eusébio.Raul Mesquita.

LUSOPRESSE EM LAGOA

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Página 220 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

LUSODESCENDENTE VENCEDOR DE MASTERCHEF...

NÃO SERVE COMIDA PORTUGUESALISBOA – David Jorge, o lusodescen-

dente que ganhou há dois anos o Masterchefno Canadá, é hoje dono de três restaurantesem Vancouver, mas nenhum serve cozinhaportuguesa, aquela que lhe ofereceu “o bilhetede ouro” para uma nova vida.

David Jorge esteve em Lisboa, a conviteda embaixada do Canadá, para participar nacomemoração dos 150 anos do país onde nas-ceu em 29 de novembro de 1975 e cozinharum dos pratos numa receção oficial. Quandopensou no que ia fazer, não teve muitas dúvi-das: “um prato do David, cozinha internaci-onal”.

“Fui criado como uma criança portuguesa,de forma muito tradicional, mas apaixonei-me pelo multiculturalismo do bairro nos arre-dores de Vancouver onde vivo. Os meus vizi-nhos são da Índia, da China…”, explica o luso-descendente em conversa com a Lusa.

Ao longo de todo o famoso programa deculinária, David Jorge apresentou-se como umhumilde trabalhador nas obras – na verdade,dono da sua empresa de construção –, orgulho-so das suas raízes portuguesas, açorianas, dailha do Pico. Escolheu mesmo como pratoprincipal para o programa da final do concursouma receita de barriga de porco, de inspiraçãoportuguesa.

Essa foi, no entanto, apenas uma de trêsreceitas de cozinha portuguesa que se lembrade cozinhar em toda a vida. Quando questiona-do sobre a razão desta escolha – ou não escolha–, confessa que nem sabe muito bem.

“Quando estava ainda na fase das entrevis-tas de casting perguntaram-me que tipo de co-zinha fazia, se fazia cozinha portuguesa, e eurespondi que não! Depois fiquei a perguntar-me porquê. Não sei se é por me sentir intimida-do, porque a considero tanto e tenho tanta es-tima”, diz.

“Mas é verdade. Mesmo quando cozinhopara mim e para a minha família e amigos nuncacozinho pratos portugueses. Talvez o tenhafeito duas ou três vezes na vida, uma delas foina final do Masterchef, outra foi quando rece-bemos umas pessoas dos Açores e acho que aterceira foi para um evento em que prepareiuma refeição de seis pratos. Acho que foi tu-do”, remata.

Em jeito de desculpa, o agora famoso co-zinheiro de ascendência portuguesa, diz queuma das suas “cozinhas preferidas” é a chinesae “também não é por isso” que a executa.

E a questão repete-se, com frequênciaquando alguém num dos seus três restauranteslhe pergunta se tem algum prato portuguêsque possa provar.

“As pessoas que vêm ao restaurante per-guntam se tenho pratos portugueses, queremexperimentar, mas não tenho. E depois, claro,a vida continua, esqueço, mas em alturas comoesta, a questão coloca-se e tenho que reconhe-cer que é verdade!”, admite.

David Jorge era um desconhecido empre-sário da construção civil, liderava a empresa deconstrução fundada pelo seu pai em Vancou-ver, quando a sua cunhada lhe entrou um diapela porta com uma câmara de filmar, apostadaem filmá-lo para um vídeo de candidatura a umcasting para segunda edição do Masterchef no

Canadá.Submeteu-se à brincadeira, convencido de

que “aquilo era uma parvoíce, uma perda detempo”, mas o vídeo foi feito, enviado, e Davidfoi selecionado para o casting. Tinha dado oprimeiro passo para uma ascensão rápida aosucesso e à mudança de vida com que sonhavahá muitos anos.

“Uma das razões porque sonhava em en-trar no Masterchef era para abrir um resta-rante. Sabia que, de outra forma, ninguém liga-ria a um miúdo português vindo das obras queabrisse um restaurante. Se entrasse no pro-grama, talvez conseguisse abrir o restaurante,pensava. Claro que ganhar o concurso mudoutudo”. E muito depressa.

“Há um ano e meio abri o meu primeirorestaurante, com amigos, nos arredores de Van-couver e há poucas semanas abrimos o terceiro.Hoje tenho três restaurantes, o meu sonhoera ter um”, conta David Jorge.

“Diz-se com frequência, em todos osMasterchef no mundo, que esta é experiênciaque nos muda a vida. É mesmo! Não estariaaqui a celebrar o 150º aniversário do Canadá aconvite da embaixada em Lisboa, não me teri-am sido oferecidas as oportunidades que já mederam – de viajar por muitos sítios no mundo;sou convidado para falar em eventos públicos;participo em ações de solidariedade social;enfim – se não tivesse vencido o programa”,afirma.

E agora? A fama é efémera, e o lusodescen-

dente canadiano sabe-o. Quer, por isso, fazermais alguma coisa em televisão. Um programapara ensinar crianças a cozinhar. “As criançasprecisam de ter uma educação de sobre comocozinhar para elas próprias, devem aprender aescolher uma nutrição saudável”, justifica.

A motivação vem-lhe dos dois filhos,com sete e oito anos, com quem quer “passarmais tempo e acompanhar o crescimento”,mas também de “memórias pesadas” do seupassado.

“Quando me casei tinha mais dez quilos

do que tenho hoje. Em jovem cheguei a terquase cem quilos, lutei contra o meu peso gran-de parte da minha vida, não quero que os meusfilhos e as outras crianças tenham que fazer omesmo”, explica.

Quando ao resto, David quer continuar aabrir restaurantes.

“Nos próximos cinco, dez anos, penso quevou continuar a abrir restaurantes. Temos planospara abrir um restaurante italiano e um chinês, temosainda planos para abrir um que seja mais a minhacozinha”, que não é portuguesa. Ainda não.

David Jorge, de empresário da construção civil, a um dos melhores chef’s do Canadá.David Jorge, hoje, é proprietário de três restaurantes famosos nos arredores deVancouver. Foto

L P

Guimarães recebeu apresentação de livro: Dedicado à emigração portuguesa

O NOVO PHOTO CAFÉ:Boa apresentação, bom café, meio-brasileiro

• Por Jules NADEAU

O Photo Café é um três por um. Como a SantíssimaTrindade. Para começar, café saboroso. Depois, imagens nas pa-redes para agradar aos olhos. O todo apresentado em portuguêsbrasileiro, se é Marcela Escribano que vos serve com amor. «Cafégourmet do Haiti provindo do comércio equitativo». Pastelaria erefeições leves caseiras.

«Passei cinco anos no país da bossa nova… Rio, Brasília», diza dama de origem chilena que traz o avental griffé preto e branco dacasa. Mas o fotógrafo em título de Photo Café é o seu afável mari-do, Daniel Morel, Haitiano do coração e caçador de cores tambémpor amor. «Comecei como amador aos 18 anos no meu país e souprofissional desde 1986, depois de ter trabalhado para jornais eagências de imprensa», confia-me o homem de cabelos grisalhos,acrescentando: «Marcha bem. Temos uma clientela de bairro. Tenhoa intenção de organizar ateliês para os apaixonados de fotografia».

Depois da abertura desta caverna de artistas em fevereiro último,Daniel e Marcela encadearam algumas exposições. A próxima apre-senta-nos «Errances / Les enfants de Tokio» de Daniel Miller, do25 de julho ao 25 de agosto. Inauguração na quarta-feira dia 2 deagosto às 18 horas.

O PHOTO CAFÉ2101 rua Rachel este, esquina de Lorimier.Facebook: Photocafemontreal.Courriel: [email protected]

L P

Foi apresen-tado há semanas, emGuimarães, o livro“Rostos da Emigra-ção”, da autoria doescritor e antigo res-ponsável do serviçosocial da Embaixada de Portugal em Bruxelas, Joaquim Tenreira Martins.

A obra, um relato comovente de experiências de vida de mulheres ehomens marcados pelo percurso migratório, foi apresentada na Galeria deArte 9 Séculos, em pleno centro histórico da cidade que viu nascer Portugal.

A apresentação do livro com chancela da Editora Orfeu, e queconta com prefácio da reputada investigadora Maria Manuela Aguiar,esteve a cargo do historiador Daniel Bastos.

O escritor Joaquim Tenreira Martins (à esquerda) esteve acompa-nhado do historiador Daniel Bastos, durante a sessão de apresentaçãodo livro “Rostos da Emigração” na Galeria de Arte 9 Séculos em Gui-marães

Durante a sessão cultural intimista na cidade berço, Joaquim Ten-reira Martins referiu que a sua obra é marcada pela sua experiência aolongo de quarenta anos no serviço social e jurídico da Embaixada dePortugal em Bruxelas. Segundo o mesmo, durante esse tempo, ouviugente pobre, gente rica, visitou presos, limpou lágrimas e sofreu comas pessoas, e que nesse sentido a edição desta obra o conforta, alivia-odos problemas que lhe foram colocados pelas diversas pessoas que re-cebeu.

Segundo Daniel Bastos, cujo percurso literário tem sido alicerçadojunto das comunidades portuguesas, o livro “Rostos da Emigração”mergulha no fenómeno migratório português desvendando no seio dadignidade humana a experiência da emigração e a forma como se refletena vida das famílias. L P

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Página 320 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Fazer história da... História

Flor do Lar... e os primeiros passos...

Eu morava na Rua St-Dominique, logo abaixo da Rua Duluth. Pertohavia três sítios que aprendi a conhecer com alguma rapidez, claro que porinfluência de minha saudosa mãe, que trabalhava na (antiga) Paris Stars, por-tanto, a 50 metros de casa, e que à saída do trabalho quase sempre me levavaà descoberta da comunidade de forma a melhor me integrar na vida local.

De resto, ao chegar a casa, minha mãe apercebia-se do meu estado de es-pírito, nas lonas na maior parte das vezes, pois não era para menos, vistopassar o dia todo em casa... Eu que na ilha era um homem livre, que ia a casapraticamente só para dormir, encontrava-me agora muito limitado nos meusmovimentos. Ainda se houvesse, como hoje, a Internet...

Mas, voltando atrás, falemos dos três sítios que me fizeram conhecer«Para distraires. Ali poderás encontrar alguma pessoa conhecida. Até podescomeçar por fazeres novos amigos», a comunidade. Eram estas as principaisfrases de minha querida mãe, preocupadíssima com a situação, que me levavaa dizer-lhe, de quando em vez, que o bilhete de volta aos Açores continuavaválido e que era uma opção real para o meu problema...

Então, os locais que passei a frequentar foram a Padaria Estrela, situadana Rua Duluth, na esquina da Rua Coloniale, lado sudoeste, a MerceariaBenfeito, no lado direito da Rua St-Dominique, a norte da Rua Duluth, e aFlor do Lar, no boulevard St-Laurent, meia dúzia de portas a sul da Rua Du-luth. Como se vê, o meu raio de ação, nas primeiras semanas, direi algunsmeses, não andou para além disto, um quadrilátero de 100 metros. Nem seise tanto...

À padaria passei a ir todas as manhãs buscar o pão e alguma confeitaria.Lembro-me que não falava com ninguém, pois apenas pedia o pão e pagavaa conta. À Mercearia ia uma vez por semana com a minha mãe «fazer ascompras». Aqui já havia alguma conversa, que andava à volta de «como en-contrar trabalho para o meu filho. Ele não pode ficar em casa a pensar noque deixou atrás... O meu filho para distrair tem de fazer novos amigos e omelhor para ele é encontrar trabalho seja onde for. Pelo menos no ime-diato...». O casal Benfeito, que em certa medida agia como se dirigisse umapequena embaixada açoriana, prometia tudo fazer para arranjar solução parao meu caso. «O que é que ele sabe fazer?» «Ele está disposto a trabalhar noque aparecer até ocasião melhor?», perguntava o Senhor Manuel Benfeito,sempre muito prestável, à minha mãe.

Já à Flor do Lar, logo que dei por ela, passei a ir com muita frequência.Ia buscar os jornais chegados de Portugal pelo menos três vezes por semana.Nessas ocasiões passava lá horas a consultar a literatura chegada e a comentaras últimas. Claro que isto só depois de ter ganho confiança com os respon-sáveis da loja. Também me lembro dos dias de relato de futebol, quando nosjuntávamos em grupinho de «doentes» para sintonizar a Emissora Nacionalatravés da Onda Curta, embora houvesse dias que ficássemos sem saber oresultado final... Dependia, no caso, das condições atmosféricas do momento.Muitas vezes era já na segunda-feira, quando chegavam os jornais, que dá-vamos conta que o resultado deste ou daquele jogo tinha sido diferente...

Foi assim que fui fazendo da Flor do Lar o meu paradeiro preferido. Tar-des e princípios de noite de cada dia; sábados e domingos, quem me quisesseencontrar, lá estava eu no hall do edifício que albergava a Flor do Lar à con-versa com outros comparsas, todos eles desportistas ferrenhos. Lembro-me de discussões acesas entre benfiquistas e sportinguistas. Portistas erampoucos, mas mesmo assim mais numerosos do que eu estava habituado lána minha terra. Claro, não estivéssemos numa comunidade – saberia istoconforme a minha integração no meio comunitário – na presença de muitagente do Norte de Portugal... Muitas dessas discussões chegavam a ser ali-mentadas por mim... benfiquista doente como era e que, apercebo-me agora,só via e queria que o Benfica fosse o melhor! E isto em todas as modalidades!Um exagero para aquilo que hoje sinto e sou. Este estado de espírito valeu-me algumas inimizades, como está bem de ver...

Como contrapartida, eu valia-me na «eloquência» com que defendia osmeus pontos de vista, baseados na minha cultura desportiva, adquirida mui-to cedo na minha vida... E como já vimos, o jornal A Bola, em minha casadesde tenra idade, muito contrubuiu para isso. Mas essa «eloquência» comque dominava o fenómeno desportivo deixava alguns agastados e facilmenteme trazia alguns dissabores... A tirada «Tens a mania que sabes tudo» deixava-me irritado. Chegado a esse ponto, a discussão acabava ali. Por vezes, a reto-ma de diálogo com tais indivíduos levava dias ou semanas... Com alguns ha-via mesmo corte de relações. Temporárias, felizmente.

Porque este texto já vai longo, fico hoje por aqui, mas com a promessade voltar a este tema, pois como disse antes, a Flor do Lar, para mim, foiponto de encontro para muitas amizades e outros desígnios.

Norberto AguiarL P

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

CARLOS BOTELHO:

«SATA QUER CRESCER 21% NO CANADÁ ESTE ANO»TORONTO, Ontário – A SATA pre-

tende “crescer 21% este ano na procura nomercado canadiano”, face a 2016, e transportarcerca de 128 mil passageiros entre o Canadá ePortugal, disse à Lusa Carlos Botelho, admi-nistrador da Azores Airlines Vacations.

“Em 2017, a Azores Airlines planeouoperar mais 40 voos (20 frequências) entre oCanadá e Portugal. Adicionalmente, introduziuuma aeronave de maior capacidade na rota, oA-330 em vez do A-310, o que se traduz numcrescimento significativo da oferta”, afirmouo responsável pela empresa canadiana do gru-po SATA.

A transportadora aérea açoriana está noCanadá há 30 anos e até ao final deste ano esti-ma transportar aproximadamente 128 mil pas-sageiros entre o Canadá e Portugal, através deum voo diário, de Toronto e Montreal (às quin-tas-feiras) para Ponta Delgada e Terceira (A-çores) e Porto e Lisboa.

Nesse sentido, Carlos Botelho disse que aempresa pretende promover o mercado dosAçores e a Azores Airlines dentro e fora dacomunidade portuguesa no Canadá.

“O principal desafio que temos é pro-mover o mercado dos Açores e a Azores Airli-nes dentro e fora da comunidade portuguesa.Acima de tudo, temos de tentar ser competi-tivos, dar a conhecer a nossa imagem e marca,tendo sempre junto a nós os Açores”, acres-centou.

O administradordisse que a AzoresAirlines “mantém aaposta no mercadocanadiano, onde pre-tende continuar acrescer de forma sus-tentada”, até porquePortugal é cada vezmais um destino tu-

rístico para os canadianos. A prová-lo está o “aumento considerávelde passageiros provenientes do Canadá que viajam para os Açores”,destacou.

O regresso da TAP ao mercado canadiano não assusta Carlos Bo-telho, que promete “muito trabalho”, pois “não há que ter receio dacompetição”.

“O Canadá dá para todos, o mercado é vasto, há um grande des-conhecimento do Continente e dos Açores”, disse.

Atualmente, estão a operar para Portugal, desde Toronto, quatrocompanhias, a Air Canada (Rouge), a Air Transat, a Azores Airlines ea TAP. L P

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Página 420 de julho de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Jules Nadeau• Luciana Graça• Lélia Pereira Nunes• Adelaide Vilela• Daniel Bastos• Carlos Taveira• Sérgio Major

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00• Sábado: 11h00; domingo: 17h00(Ver informações: páginas 5 e 9)

Francisco, o vencedor de muitas batalhasAmigo, Te admiro de montão!

Confesso que não fazmuito tempo que tenho o privilé-gio de chamar o Francisco de “ami-go”. Sabia da sua excelência comoprofessor catedrático em Língua eLiteratura Portuguesa na Universi-dade de Massachusetts Amherst,onde leciona desde 1976, admiradopor seus alunos e pares. Reconhe-cido ensaísta, crítico literário, comobras dedicadas a Fernando Pessoa,Jorge Sena, Miguel Torga, VitorinoNemésio e aos escritores da diás-pora açoriana. Sabia muito pouco de si – “pessoa”.

Na verdade, conheci pessoalmente Francisco Cota Fagundesem Lisboa. Penso que foi num desses Encontros das Comunidadesda Emigração (ou algo assim) que a Direção Regional das Comuni-dades promovia unindo vozes de muitas latitudes tendo em co-mum os Açores. Terra natal de uns, dos pais e avós de outros e dedistantes ancestrais perdidos nos confins do século XVIII, omeu caso.

Lembro até da nossa curta e breve conversa. Falamos do sule do nordeste do Brasil. Do cordel e de seus poetas. Contou-meque gostava muito de literatura de cordel, uma riqueza da culturapopular brasileira. Logo fiquei sabendo de seu interesse pela nar-rativa oral e sua representação literária.

Voltamos a nos encontrar em outros eventos literários, con-gressos, colóquios. Notei que o Francisco (alguns o chamavamde Frankie) era de pouca conversa, sem grandes sorrisos. Comodizemos no Brasil – “ficava na dele”. Observando-o junto a umamalta açoriana concluí que seu ar distante não era soberba, comuma tantos doutores “estrelados” e hifenizados a viverem na Américae a carregarem “o rei na barriga”.

Muito logo percebi que o seu silêncio guardava uma grandetristeza, o abatimento constante do indivíduo que vê uma terríveldoença minar a vida do dileto filho. Uma luta renhida e uma espe-rança de vitória todos os dias.

O tempo, prezado Francisco, tratou de revelar o retrato dapessoa admirável que és. Um guerreiro. Um ser humano que soubevencer e realizar sonhos por terras nem sempre da promissão.Impossível não sentir nada ante a tua narrativa nua e crua da re-alidade tão sincera que desfilas, sem qualquer freio ou pudor, apenasdeixando o coração pulsar e a memória ser revisitada livrementena autobiografia – uma crônica monumental que comove-nospor inteiro. A propósito, lembro as palavras afirmativas do saudo-so Daniel de Sá no belo prefácio de “No Fio da Vida” ao reve-renciar a tua extraordinária história de vida, o teu caminhar: “...sefazemos dele um super-herói, perde-se o valor da sua lição de vi-da. Por isso, tentemos perceber que estivemos perante uma pessoa.Uma pessoa, simplesmente.

Este mesmo tempo fortaleceu a amizade, criando laços frater-nos e de grande estima. Das muitas voltas das nossas vidas hámomentos que merecem serem lembrados para avivar a memória,destacar vivências partilhadas e homenagear um amigo.

Amizade estreitada mesmo estando aqui, abaixo do Equador,quase no fim da América do Sul.

Por isso, hoje, desde o fim da América do Sul, chego aqui pa-ra juntar a minha voz, aos teus muitos amigos colegas, alunos efamiliares para um alargado e forte abraço nessa imensa geografiade afetos.

A minha admiração e respeito ao grande intelectual “açorianoda Agualva” e do mundo, Francisco Cota Fagundes, por tudo querealizou na sua vida profissional e no plano pessoal, ao lado dasua mulher Maria Deolinda e de seu amado filho Evan Anthony.

Que sejas sempre abençoado.

Lélia Pereira NunesFlorianópolis, Ilha de Santa CatarinaEm 9 de maio de 2017

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Por um Ministériodas Comunidades Portuguesas

• Por Daniel BASTOS

Em Portugal, desde o início da década de 1980, as políticas da emigraçãoestão acometidas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, que através da Di-reção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas(DGACCP) assegura a coordenação e execução da política de apoio a portuguesesno estrangeiro e às comunidades portuguesas.

Ainda nessa época, durante o VI Governo Constitucional, dirigido porFrancisco de Sá Carneiro, surgiu a Secretaria de Estado das Comunidades, queatuando em princípio por delegação de competências do Ministro dos NegóciosEstrangeiros tem procurado ao longo dos anos um reforço dos laços entre ascomunidades portuguesas e a pátria de origem.

Este esforço e tomada de consciência sobre o papel dos emigrantes portu-gueses no desenvolvimento do país, tem permitido ao longo das quatro décadasde democracia, uma clara revalorização e respeito pela presença de emigrantes elusodescendentes em todo o mundo, mais do que nunca percecionados comoum valioso ativo e fator identitário para Portugal.

Nesse sentido, e tendo em conta que existem cerca de cinco milhões deportugueses emigrantes e luso-descendentes espalhados no Mundo, que corres-pondem praticamente a metade da população residente em Portugal, o poderpolítico nacional deveria dar passos decisivos tendentes à criação de um Minis-tério das Comunidades Portuguesas.

Esta reestruturação no modelo organizacional da política para as comu-nidades portuguesas, além de permitir alcançar uma maior autonomia, dignidadee escala na execução das políticas dirigidas às comunidades portuguesas, possibi-litaria aos emigrantes e lusodescendentes um papel central na sociedade, na po-lítica, no desenvolvimento, no crescimento e no aprofundamento da democraciaem Portugal.

Mais do que uma mera mudança na designação, a criação de um Ministériodas Comunidades Portuguesas justifica-se pelo peso no passado, presente e fu-turo da Diáspora na projeção de Portugal no Mundo, e na própria sustentabili-dade do país que se encontra na base do equilíbrio entre o quociente da emigraçãoe imigração.

A emigração de jovens qualificados• Por Daniel BASTOS

Entre dezembro de 2016 e abril de 2017, a Fundação Associação Empre-sarial de Portugal (AEP) dinamizou um questionário online, dirigido a cidadãosde nacionalidade portuguesa ou nascidos em Portugal residentes no estrangeirocom formação de nível pós-secundário, com o objetivo de estudar a emigraçãode jovens qualificados no âmbito do programa “Empreender 2020 – O Regressode uma Geração Preparada”.

No conjunto de conclusões recentemente divulgadas por este projeto pio-neiro, que operou no seio da diáspora portuguesa, particularmente na Europa,um levantamento de jovens emigrantes detentores de elevadas competênciastécnicas e educativas, e estudou o potencial de retorno desse capital humano eo seu impacto no desenvolvimento económico do país, destaca-se desde logoo facto estruturante de 62% dos jovens lusos qualificados, com idades compre-endidas maioritariamente entre os 30 e 39 anos, continuar a emigrar.

De acordo com o estudo, que mostra o Reino Unido como um dos grandesdestinos da nova emigração portuguesa, embora mais de metade desses jovensqualificados revelarem um perfil de empreendedor ou potencial empreendedor,e inclusivamente 56,4% afirmarem que gostavam de voltar e ser empresários emPortugal, existe um número significativo de jovens emigrantes lusos qualificados(35%) que pondera nunca mais regressar à pátria de origem.

O mesmo estudo indica ainda as principais motivações do retorno ao terri-tório nacional, assim como as de fixação nas novas pátrias de acolhimento. Osque pensam regressar, apontam sobretudo a saudade, e o estar próximo da fa-mília e dos amigos como o principal impulso de retorno, os que não pensam re-gressar, assinalam essencialmente as faltas de oportunidade de carreira, de empre-go e os baixos salários na sua área, como a principal razão de optarem por tra-balhar no estrangeiro.

Tendo em linha de conta que na última década a emigração lusa atingiu nú-meros históricos, contexto que acarretou a saída de milhares de portugueses en-tre os 20 e os 40 anos do país, este estudo sobre a emigração de jovens qualifica-dos revela a imprescindibilidade da sociedade portuguesa apreender os desafiose oportunidades da emigração enquanto instrumento fulcral do nosso desenvol-vimento e futuro coletivo. L P

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Feliz Natala todos!

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CENTRO DE SOLIDARIEDADE DE S. JORGE DA BEIRA, COVILHÃ

DONOS DO AMOR DENUNCIADOS• Por Adelaide VILELA (textos e fotos)

Lusofonia na Nova FrançaConferência que nos levou ao passado

Há mo-mentos que são co-mo pausas na vidaagitada que leva-mos: uma excelenterefeição em compa-nhia de gente inte-ressada e interes-sante; uma confe-rência que nos levaao passado; alguémque canta coisasantigas e moder-nas; uma troca de ideias... A conferência sobre a lusofonia na No-va França, organizada pelo jornal LusoPresse foi um desses mo-mentos privilegiados. São pausas que nos enriquecem e nos mo-tivam a continuar, perseguindo os objetos das nossas paixõesquantas vezes divergentes. Todavia, a sala do Bitoque encheu-secom a presença de pessoas que partilham duas (paixões): a línguaportuguesa e a História, não se consegue, aliás, abordar uma semembarcar na outra.

A parte que me coube foi a mais fácil, folhear num baú e pre-parar uma conferência que, pela primeira vez, foi concebida e apre-sentada nesta língua que é como um mar. Isso não teria sido pos-sível sem a tenacidade do Norberto Aguiar e sua equipa, sem oapoio da Vitória e Carlos de Jesus, sem a disponibilidade do Her-mano Alves, sem a mãozinha do Jules Nadeau que até me ofereceuum livro que deu à luz.

Um pouco em atraso, é verdade, mas tenho uma desculpa vá-lida, estive de férias e todos nós sabemos como elas são sagradas.Em atraso, sim, mas deixo aqui lavrados os meus agradecimentosa todos vocês pela oportunidade de proferir a conferência do pas-sado 18 de junho último, no Bitoque.

Aquele abraço... Carlos Taveira

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Hoje levo aos nossos leitores, umartigo nascido de uma história sem devoçãonem memória.

No passado mês de março estive em Portu-gal, os médicos afirmaram que a vida da minhamãe caminhava para o fim. Ora, como só Deusgarante o final das coisas terrenas, a velhinhadeu a volta ao mal, riu-se da morte e voltou àvida. Logo, para surpresa dos doutores, aindalá está e só não soprou as noventa e duas veli-nhas, no mês de maio, porque lhe tiraram aspróteses dentárias.

Confesso que ainda hoje sofro imensoao ver desaparecer, desgastado e envelhecidoo corpito da minha mãezinha. Não haja dúvida,o fim está perto. Não direi que não procuropalavras de alento para as minhas penas. Vivoem sobressalto, ao pensar no dia em que elanão estará mais ali à minha espera. Um bompensamento me invade, sei que a minha MariaAntónia é amada, bem tratada e cuidada portécnicos, enfermeiros e médicos no Lar de Ido-sos de S. Jorge da Beira. Há quinze anos que aminha mãe reside naquela casa de amor, e nun-ca lhe captamos um sinal infeliz.

O Lar de S. Jorge da Beira foi fundado noano de 2000. O objetivo da Junta de Freguesia,em funções naquele ano, foi arranjar uma casadigna para receber os idosos da aldeia, que nãopudessem viver sozinhos em suas casas e, queos filhos da terra, hospitalizados noutros La-res, voltassem à casa-mãe.

Mas há uma questão que não consigo evi-tar: porque terão denunciado uma instituiçãotão competente se garante aos doentes e aosutentes, da terceira idade, o direito a uma vidamelhor? Sabemos que houve uma denúnciaanónima, alegando que o Lar de S. Jorge daBeira, concelho da Covilhã, funcionava ilegal-mente pelo facto de terem mais utentes inter-nados que os autorizados. Por ventura, emmuitos hospitais daqui e do mundo não haverádoentes a mais tanto nas enfermarias comopelos corredores fora? Por exemplo, eu já estivetrês dias no corredor de um dos hospitais uni-versitários de Montreal, no Canadá.

A instituição que hoje trazemos a lume éconsiderada um dos ex-libris da aldeia. Comopadrão estabelecido, sobressai lindamente naencosta da Serra do Açor, sendo bafejada pelosares puros daquela região, muito importantepara o bem-estar dos doentes ou de cada umdos visitantes que por ali passa. Cada utentetem a sua cama e o seu quarto lindamente deco-rado. Alguns aposentos levam duas camas, mastêm muito espaço e uma casa de banho, bemequipada e espaçosa. Apesar das comodidades,das facilidades e do preço módico, vi muitascamas vazias. Então, não me bastaram as paisa-gens de sonho: chorei pela ausência dos meusconterrâneos, velhinhos e doentes. Para maiortristeza, ouvi tocar a sinais, no coração… Fuiinformada da morte de dois idosos, dos quedali tinham saído. Fiquei embravecida… de ner-vos em franja, por me lembrar que por manhae velhacaria de alguns, aquelas alminhas foramhospitalizadas fora da terra, quando ali tinhamum lugar tranquilo, cuidados e carinhos espe-ciais. Os familiares destes doentes viram-se

obrigados a optar por outros lares da região.Lamentavelmente, esta história não passa de uma triste novela

fundamentada por gente que se esqueceu que tem pais e que eles mesmos,um dia, também necessitarão de um lar e de bons cuidadores. Porqueseparar o povo do seu clã? É muito mais sábio juntar os vizinhos nomesmo lugar e proporcionar-lhes momentos felizes – para que cadaminuto seja lembrado com amor – assinalando as lembranças de todauma vida, antes que chegue o último adeus.

Quando o fim da caminhada na Terra se aproxima o desafio écheio de fragilidades e de tristezas. É aqui que entra o bem-fazer dosprofissionais destas instituições de cariz social. Enfermeiros, médicose cuidadores fazem das fragilidades dos seus doentes a força do pensa-mento, que se transforma em solidariedade para que todos eles tenhamuma vida sem ansiedade, louvando a Deus por cada dia que passa, antesque a morte dite o fim da meta.

Com tudo o que já foi anunciado chegou-nos aos ouvidos que

Horácio, orgulhoso, mostra o Lar da sua aldeia, radiante porpousar para o LusoPresse. (Infelizmente faleceu em abrilúltimo...)

uma lei egoísta e condenável levou o Lar a pagar uma multa de algumasdezenas de euros, comprometendo o sistema já fragilizado, devido àbrutalidade da denúncia. Felizmente, no âmbito do programa de recons-trução e de alargamento do Centro, muitos são os que têm apoiado estaInstituição mostrando que o valor da cultura e da solidariedade sãoinalteráveis. Estes vieram para ficar com gente que se identifica com osbons princípios.

Em meu nome pessoal e em nome da equipa do Jornal LusoPressedesejamos felicitar estagrande mansão do ca-rinho – o Lar de S. Jorgeda Beira – e a todos osque herdaram o dom decuidadores como do-nos do amor: ao presi-dente do Lar, AugustoBatista e a toda a sua di-reção, à Dra. Sofia Via-na, à assistente social,Márcia Covita, à anima-dora Filipa, às enfer-meiras Susana e Juliana,ao enfermeiro Sousa,ao enfermeiro Vasco, àstécnicas, empregadas(os), cozinheiras e atodos quantos ajudamos nossos pais e avós afazerem do fim das suasvidas uma história feliz.OBRIGADA.

São Jorge da Beira, concelho da Covilhã. L P

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DURANTE UMA SEMANA...

LAGOA RECEBE COMITIVAS DAS CIDADES GEMINADASLAGOA, Açores - Entre os dias 19 e 25 de junho, a La-

goa recebeu uma comitiva de cerca de cem pessoas provindadas cidades e vilas geminadas com o município, dos EstadosUnidos, Canadá, Cabo Verde e Algarve para participar numFórum para a Cooperação Cultural, Educativa e Económica,organizado pela autarquia. Esta iniciativa começou segunda-feira, no Cine Teatro Lagoense Francisco d’Amaral, pelas10h00, e foi presidida pelo Diretor Regional das Comunidades,Paulo Teves.

Cristina Calisto, Presidente da Câmara Municipal de Lagoa,frisa que, “esta é uma iniciativa que surge com o propósito deproporcionar a troca de conhecimentos em setores ditos cru-ciais para o desenvolvimento dos territórios, como são de fac-to, a cultura, a educação e a economia, num encontro ondepossam surgir ideias e sinergias que possam contribuir para oprogresso destes setores e num contributo de interação de cul-turas diferentes naquilo que as unifica enquanto cidades ou vi-las geminadas.” A líder do executivo camarário refere aindaque, “esta é, também, uma boa oportunidade de dar a conhecernão só a Lagoa, mas o destino Açores que, claramente, em ter-mos turísticos ganha notoriedade.”

Refira-se que, ao longo da segunda-feira, assistiu-se a váriasintervenções, desde logo, do Secretário Regional, Rui Betten-court (representado por Paulo Teves); da Presidente da CâmaraMunicipal de Lagoa, Cristina Calisto; do representante da Câ-mara de Bristol (Town administrator), Halsey Herroshoff; dovereador da Câmara de Dartmouth, Shawn MacDonald; doPresidente da Câmara de Taunton; Thomas Hoye; do vereadorda Câmara de Fairhaven, Charles Murphy; do Presidente dos

City Councils de NewBedford, JosephLopes, do Presidenteda Câmara Municipalde Santa Cruz – ilhade Santiago – CaboVerde e da vereadorada Câmara Municipalde Lagoa – Algarve,Anabela Simões, in-

tervenções estas que decorreram da parte demanhã. Já de tarde, verificou-se a intervençãode vários empresários e representantes de insti-tuições das cidades e vilas geminadas, nomea-damente, da Presidente dos Amigos da UCLA– Amigos da Lagoa de New Bedford, MariaTomásia; Louis Victorino (Bristol) pela Em-presa East Bay Inc; José e Rosa Ponte (Bristol)

pela empresa North Coast/C&C. Houve, igualmente, a apresentaçãodo Real State e da ação dos Rotários em Bristol, por Anne Marie Clark-son; da empresa Mosaico Park, Tony Ávila (Bristol); da Revista “APraça” por David Loureiro (Bristol), das empresas Real State, Brookere Restoration, por Alda Moniz (Fall River) e a empresa House of Pri-vilege, por Mariazinha Viveiros (Fall River).

Posteriormente, e prosseguindo pelos outros dias 20, 21 e 22 dejunho, procedeu-se a várias visitas e algumas reuniões na Lagoa, duranteesta semana, nomeadamente na Escola Básica e Integrada de Água dePau, no Centro Cultural da Caloura; no Convento dos Franciscanos;na Escola Secundária de Lagoa; no Observatório Vulcanológico e Geo-térmico dos Açores; na Cerâmica Vieira; no Museu Etnográfico do Ca-bouco e Casa Tradicional/Mercearia Central. Previsto, igualmente naLagoa está a passagem pelo Parque Florestal da Macela e passeio pelotrilho da Janela do Inferno. Esta comitiva teve ainda a oportunidade devisitar alguns pontos turísticos da ilha micaelense, designadamente asFurnas, suas fábricas de chá e Lagoa de Fogo. Todos os dias, no progra-ma estiveram previstos vários momentos culturais que visavam a par-tilha da cultura das cidades e vilas geminadas. Um jantar algarvio, gratuito,promovido no dia 21 de junho, no Porto dos Carneiros, dirigido a todaa comunidade, tendo o serão sido dedicado à música e folclore algarvioscom dois grupos provindos de Lagoa – Algarve, onde participou tam-bém o grupo lagoense Grujola.

Refira-se que, ainda nesta semana, a comitiva teve a oportunidadede participar nas Festas em honra do Divino Espirito Santo – Impériode S. Pedro que decorrem em Água de Pau, entre os dias 23 e 25 de ju-nho. Segundo Cristina Calisto, edil lagoense, esta é também uma opor-tunidade de tomarem conhecimento de uma tradição tão típica da culturaaçoriana e que já se encontra enraizada, de algum modo, nas comunidadesgeminadas através da partilha de atividades que têm levado a partilha doEspírito Santo além-fronteiras.” L P

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CONDADO PORTUCALENSE• Por Fernando PIRES

É certo que abordar este assunto nãonos seria possível sem um novo acesso a certosdocumentos sobre a formação do nosso con-dado, “oficialmente” chamado Portucalense.

Para isso não podíamos ignorar o segundomilenário da era cristã, ou seja, depois da inva-são de Jerusalém pelo Império Romano.

Foi a partir de Jerusalém que começou aprimeira cruzada dos Templários, tendo sidoo fundador da ordem Hugo de Payens. A pri-meira Cruzada começou em 1095. Contudo,antes de entrar em detalhes históricos, devedizer-se que já antes da queda do califado deCórdova em 1095(?), celtas, godos, visigodose suevos tinham reinado na Península Ibérica,sobretudo ao norte das Astúrias, Galiza e nortede Portugal. Quanto ao assunto que aqui maisnos interessa, é a passagem da nobreza condalda Galiza, antes da formação do futuro Conda-do Portucalense por D. Afonso Henriques,não esquecendo, evidentemente, que segundoas afirmações dos historiadores, este califadojá controlava o Centro e o Sul de Portugal an-tes dessas datas, ou seja, o chamado “abaixodo Douro”. Segundo o historiador José Matto-so, o repovoamento moçárabe na PenínsulaIbérica teria aparecido com o califado deCórdova. A formação do Porto data de 868,tendo depois a população assumido umaposição de semiautonomia para com a corteleonesa.

A primeira cruzadaA primeira cruzada foi abençoada pelo

papa Urbano II a 27 de novembro de 1095,com a missão de libertar Jerusalém e a Palestina.Daí saiu o juramento feito a Deus por Guillau-me de Thorenc (em nome de Gesta Dei perFrancos): “Dieu le veut”, tornando assim estacruzada em Guerra Santa; o ponto de destinoera Jerusalém, onde se encontrava o Santo Se-pulcro de Cristo, depois de ter sido profanadono Monte Gólgota. Jerusalém seria liberta a15 de julho de 1099, tendo sobrevivido apenas30 000 dos 300 000 cruzados.

Durante o período da I Cruzada Guillaumede Thorenc afirmava ter assistido impotente“às atrocidades cometidas pelos seus irmãosde armas, ou seja, a pilhagem, incêndios, estra-gos e violação”, como conta Max Galo noseu livro “Dieu le veut”, interrogando-se: “Te-ria Deus querido isto?”

Ocupação da Península IbéricaMencionemos agora o período da ocupa-

ção da Península Ibérica pelos bárbaros e mu-çulmanos, no tempo em que o governador deMarrocos, em 711, era Tárique (Tariq ibn Zi-yad) o qual, segundo o historiador Mattoso,teria chefiado um grupo de 12 000 árabes eberberes, que atravessaram o estreito de Gibral-tar, ocupando a Galiza, e vencendo o rei visigo-do Rodrigo em 712, tomando Leão, Astúrias,Castela e Aragão.

Certo é que o reino das Astúrias teria dura-do apenas de 718 a 725, sob o califado de Cór-dova (660-750). Depois do reino das Astúrias,o controlo teria passado para os emirados dosOmíadas em 753-783.

Diz ainda José Mattoso, citando tambémas investidas almorávidas perigosas dos anos

1072-1093 quando reinava ainda Afonso VIde Leão e Castela, acrescentando que o Con-dado Portucalense teria sido protegido pelosmonásticos de Cluny com a nomeação por es-tes de bispos franceses para as Dioceses deBraga e Coimbra.

Depois das nomeações dos bispos apare-ceu então o chamado “Minho Interior” (ouRiba Lima), como isolado que ficou, segundoa Distribuição Geográfica, passando a chamar-se Minho Interior de Valadares, mas dependen-do ainda este Minho da Diocese de Tui. Sómais tarde, a condessa do Condado Portucalen-se Mumadona Dias (de Guimarães) povoariaSoajo, visto que o Mosteiro de Bravães se en-contrava no Minho Interior da Riba Sul dorio Lima, onde Valadares já seria propriedadesua. Quanto ao povoamento de Soajo e doMinho Interior, só teriam entrado na dançadas várias linhagens de familiares do clã dosseus descendentes. Sendo assim, segundo osescritos de Mattoso, um desta linhagem (tribal)seria Diogo Fernandes, seguindo-se depois astribos de certos nomes soajeiros. Exemplo:os Martins (pastores), os Fernandes, os Enes(ou Eanes), os quais ainda hoje aí existem.

Por isso, em 926, o professor Mattosocita nomes desta linhagem condal como Her-menegildo ou Mendo Gonçalves, GonçaloBetote, neto do Conde Afonso Betote e repo-voador do Minho Interior, entre o Minho e oAve. Seguiu-se depois a linhagem de DiogoFernandes Ximeno Dias, pai da Mumadona,quando ainda não existia povoamento na ribanorte do rio Lima. Isto daria para uma pesquisade aprofundamento histórico destas duas li-nhagens (tribais). Recordo aqui de a minhaavó Luísa Enes dizer-me um dia que o seu pailhe contara que a família Enes teria vindo dePonte Vedra na Galiza para Soajo a tocar numasanfona!

Mattoso afirma ainda que a linhagem daNobreza Condal dos anos 926-943 é a linha-gem dos condes Hermenegildo ou MendoGonçalves; a estes nomes, o nosso historiadorjunta também a linhagem do conde GonçaloBetote, neto do conde Afonso Betote e repo-voador do Minho Interior, que antes era ape-nas conhecido por Valadares. Mattoso acres-centa que o conde Betote não tinha linhagempara a Diocese de Tui (portuguesa?) de Vala-dares, prevalecendo-se assim tardiamente, atéà nomeação dos bispos de Braga e Coimbra,nomeados pela ordem do abade francês Mayeulde Cluny (910-994). Contudo, a formação doCondado Portucalense sob a tutela da Diocesede Tui, passou depois para a Diocese de Braga.Será que o vizir Almançor, que destruiu a Cate-dral de Santiago de Compostela, assim comodezenas de igrejas, tinha passado por Guima-rães e teria deixado descendentes bastardos poressas bandas? O nosso historiador nos seusescritos não quer arriscar, apenas avança a li-nhagem de famílias “obscuras” e de linhagensda nobreza condal Galega e Portucalense. Xi-meno Dias seria o pai da Mumadona. Aquiabro um parêntesis, dizendo que talvez antesa condessa Mumadona fosse patroa do Mostei-ro de Guimarães, de pastores e monteiros quecalcorreavam uma parte das serras de Valadarese que era Soajo, Castro Laboreiro e Gerês.Contudo, deve dizer-se que antes houve a quedado visigodo Rodrigo em Coimbra, estandoesta sob o domínio muçulmano durante apro-

ximadamente sessenta anos.

Passagem por LisboaVejamos mais adiante o que nos diz Mat-

toso sobre a passagem por Lisboa do príncipenorueguês Sigurd em 1109, descendente de umapopulação meia cristã, meia pagã, e cito o tes-temunho árabe sobre uma expedição do cadide Sevilha Abul-I-Qasim ao Mosteiro de La-fões em 1020, admirando-se de aí encontraruma população cristã que falava árabe, e a qualteria levado trezentos cativos para a sua terra,com “a preservação de poemas bilingues, emárabe e romance, vulgarmente chamados car-jas”. Mattoso acrescenta, salientando notíciasque “dizem respeito à comunidade moçárabede Coimbra, cuja resistência à imposição ao ri-tual romano foi grande”. Por exemplo, a “vitali-dade cultural é testemunhada pelos livros queo bispo Paterno de Coimbra, morto em 1087,deixou como testemunho à sua Sé”. Mattosocita ainda o primeiro varão ilustre dos condesportucalenses que foi Gonçalves da Maia de1068-1070, senhorio da Nobreza Condal deRiba Douro e Minho Interior. Ou seja: o con-dado dos Mendo-Mendes da nobreza condalcom linhagens familiares, que se tornaram umbico de obra, de uma linhagem antes da verda-deira independência nacional com o conde D.Henrique.

Dado o fim das famílias dos Nuno Mendoe Nuno Mendes que não tinham descendentesdevido à morte deste último, os seus bens fo-ram confiscados.

Já em 1095, o papa Urbano II teria percor-rido a Itália e a França com milhões de peregri-nos, declarando em Clermont-Ferrand que oSanto Sepulcro estava nas mãos dos infiéissarracenos, dos turcos seljúcidas e dos judeus.Destacou-se o conde Nuno Mendes, que mor-reu nesta batalha, donde todos os seus comba-tentes teriam fugido, não tendo deixado des-cendentes. Isto, porque segundo Mattoso, oscondes do próximo Condado Portucalense “játinham atingido o cume da hierarquia socialdesde há algumas décadas”.

Diz-nos ainda José Mattoso que o rei A-fonso VI de Leão restituiu mais tarde, à sua fi-lha Loba Nunes e a seu marido Sesnando Da-vides (de origem obscura segundo Mattoso),“como sendo proprietários de uma parte daspropriedades do condado”. No entanto, Mat-toso acrescenta que Loba Nunes casou com océlebre alvazil (cônsul) Sesnando Davides deCoimbra, um dos principais auxiliares de Afon-so VI de Leão. Para o historiador, o casamento“não teria sido o suficiente para fazer esquecera sua origem “obscura” provavelmente nãonobre, e que podia ser admitida por uma comu-nidade moçárabe como a que dominou Coim-bra durante toda a sua vida, mas de modo al-

Condado Portucalense. Será que este Almançorteria o direito de ter uma biblioteca portuguesana paróquia de Santa Cruz com o seu nome?Abu Amir Muhammad ibn Abdullah ibn AbiAmir, al-Hajib al-Mansur, governador do al-Andalus (Península Ibérica), nasceu em 938em Algeciras e morreria em 1002 (reinado deD. Afonso III de Espanha). Ou ter-se-á dadouma deturpação visto José d´Almansor sertambém o nome de uma revista literária? Veja-mos agora o que nos diz o nosso historiadorsobre ele, invocando os Barbosas: “O condeMendo Luz tinha desempenhado eventual-mente um papel importante na repressão dospartidários de Almançor ao Sul do Douro, dequem descendiam talvez os patronos do Mos-teiro de S. Mamede de Este, em meados do sé-culo XI”. Em 982 os apoiantes de BermudoII dão-lhe apoio, mas em 987 revoltam-se con-tra ele, e apoiam o Almançor, ou aceitam acor-dos com ele em 997. Ainda segundo Mattoso:“alguns colaboram ativamente com os muçul-manos e depois lutam entre si nos primeirosanos do século XI. Ao ajudar a vencer Ramirorei de Leão em Santiago de Compostela (983)Almançor ajudou os nobres galego-portugue-ses em 985. Foi também Afonso VI, à frentedo reino de Leão que expulsou os aliados mu-çulmanos. Contudo, em represália, o Alman-çor reuniu um grande exército com o qual sa-queou sucessivamente Coimbra, Leão, Za-mora, Lugo e Astorga vencendo também San-tiago de Compostela em 997, fazendo prisio-neiros milhares dos cristãos vencidos, obrigan-do esses cativos a transportarem os sinos daSé da Catedral até Córdova”. Segundo os escri-tos, este califa era duma crueldade sem limites,à qual não escapou o próprio sogro (Unificaçãode Portuscale a Leão e Castela entre 1065-1096").

Antes da independência do Condado Por-tucalense, este foi uma coutada da linhagem danobreza condal de filhos (legais), bastardos,mulheres viúvas com poder que governaram,lutas internas periódicas pelo poder no Nortede Espanha e de Portugal.

José Mattoso: «Ricos-Homens, Infançõese Cavaleiros – A Nobreza Medieval Portuguesanos séculos XI e XII» (Guimarães & Ca. Edi-tores – Composto e impresso em abril 1982 –1200 Lisboa).

Max Gallo da Academia Francesa: «Dieule veut – Crónica da Primeira Cruzada»

(www.xoeditions.com Paris, 2015).

José Mattoso: «Oposição e Composiçãonos 30 anos sobre a Identificação de um País»(Edição abril de 2015).

gum pelos senhoresdo Norte que se con-sideravam ou preten-diam ser descendentesdos godos”.

AlmançorO pseudónimo

de Almançor é por-ventura familiar a cer-tas pessoas da comu-nidade, mas para in-formação do leitornão posso deixar deaqui esclarecer algunsrastos da história des-se nome, antes dafundação oficial do

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Português ao raio X• Por Luciana GRAÇA

(Leitora de português do Ca-mões - Instituto da Cooperação e da Lín-gua, na Universidade de Toronto)Rubricaproduzida em colaboração com a Coorde-nação do Ensino Português no Canadá/Camões, I.P.

Caso: «cessão de funções» ou «cessaçãode funções»?

• Verifica-se igualmente a CESSÃODE FUNÇÕES da gerente. (Tax file,2016-02-24)

• Carta de pedido de cessação de fun-ções. (IP Beja, 2011-01-24)

Comentário:• cessão ‘cessação: i) a palavra

«cessão» designa «ato ou efeito de ceder= cedência», «transmissão de um bemou direito a outrem através de um con-trato (exemplo: «cessão de quotas»); ii)a palavra «cessação» designa «ato de ces-sar», «fim», «interrupção»; iii) assim, noscontextos acima apresentados, a palavracorreta é «cessação».

Em síntese:• cessão X• cessação V

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EDITORIAL...Cont. da pág 1

quem a escreve.Deste modo, resolvi, a partir deste núme-

ro, escrever-vos na primeira pessoa. Por umlado, assumo uma maior transparência – pare-ce-me – evitando assim escudar-me por detrásdo “nós” editorial. Por outro, ao utilizar a pri-meira pessoa, dar-me-á a sensação de que, sen-do menos formal, me aproximo do leitor, lhefalo de forma mais familiar. Espero que o novoestilo vos agrade.

•••Posto isto, tínhamos decido, em conversa

da redação, que seria interessante falarmos danomeação de Julie Payette, como nova Gover-nadora Geral do Canadá. Aqui está uma matériaque se prestava, às mil maravilhas, para ser tra-tada de forma editorial tradicional, conside-rando que esta nomeação é altamente política.Mas, mesmo assim, vou tratá-la do meu pontode vista, muito pessoal.

Começarei por vos dizer que tenho umagrande admiração por Julie Payette. Aliás, nem

sou nada original ao falar desta admiração, vistoque ela arrebatou uma rara unanimidade da partede todos os partidos políticos representadosno Parlamento Federal e da população em ge-ral. As opiniões, tanto nas redes sociais comonas páginas de opinião foram unânimes. Atémesmo o Bloc Québécois, o partido indepen-dentista com assento em Otava, saudou a suanomeação, sem deixar passar, no entanto – oque, a meu ver, até faz sentido – que a instituiçãodo Governador Geral é um anacronismo nostempos modernos.

A minha admiração, assim como a dagrande maioria dos canadianos, vem do factode ela ser uma mulher extraordinária, tanto co-mo pessoa, como profissional, como cientista.Pianista exímia, engenheira, piloto de avião decaça, astronauta, duas vezes em missão no es-paço, participou na construção da Estação Es-pacial Internacional, gestora, administradora,vários doutoramentos honoríficos. Poliglota,fala correntemente cinco línguas. Os seus per-gaminhos são tantos que seria difícil enumerá-los todos. Mas, sobretudo, pela sua persona-lidade.

Jamais esquecerei, em 1998, quando elafoi nomeada Personalidade do Ano do jornalLa Presse, num espetáculo de gala transmitidoem direto pela televisão. Era mais que evidenteque ela fora apanhada de surpresa. Mas o discur-so, de improviso, que ela pronunciou na altura,ficou memorável. De uma simplicidade, semfalsa modéstia, como de alguém que recebeuma nova responsabilidade para ir mais longe.Para atingir a perfeição. Naquela data, ela aindaestava a sete meses de fazer o seu primeirovoo espacial e vivia em Moscovo.

O cargo de Governador Geral é o de ser orepresentante da rainha Isabel II, da Inglaterra,que é, como todos sabem, a chefe de estadodo Canadá. É aqui que está o anacronismo. OCanadá, apesar de ser um país independente,continua a ser um país súbdito dum monarcaestrangeiro. O anacronismo é tanto maior quea população de origem britânica é hoje minori-tária. Mas mesmo minoritária, ela ocupa ospostos chave na gestão do estado e daí ser ex-tremamente difícil que este anacronismo desa-pareça tão cedo. Para tal seria necessário fazer-se uma revisão da Constituição e instaurar-seuma república. Ora, como ficou devidamenteprovado, durante o governo conservador deStephen Harper, em que os símbolos da mo-narquia foram ostensivamente postos em evi-dência, que não será tão cedo que o Canadáabandonará a rainha. E enquanto tal não suce-der que ao menos tenhamos, a representá-la,alguém de valor e reconhecido mérito, comoJulie Payette. L P

O Grande Prémio Ciclista de Montreal,a disputar nas ruas do Mont-Royal, estáde volta... Rui Costa, à direita na foto,com pergaminhos nesta competição, viráde novo a Montreal?

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Manoel de Oliveira, o realizador português que filmou até aos 105 anos de vida, terá cinco dos seus filmes mais

emblemáticos em projeção no final de julho e início de agosto. Esta mostra incluiu a sua biografia inédita “Visita

ou Memórias e Confissões” realizada em 1982 e que por vontade expressa do autor só viria a ser revelada

postumamente. Esta iniciativa conta com o apoio do Consulado-Geral de Portugal em Montreal, Cinemateca

Portuguesa-Museu do Cinema e do Instituto Camões.

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SERRÃO SANTOS NA ASSINATURA DA DECLARAÇÃO DE BELÉM SOBRE O ATLÂNTICO

Foi assinada, na quarta-feira da semanapassada, em Lisboa, uma Declaração que defineas vias pelas quais os países da União Europeia,Brasil e África do Sul vão compreender melhoro Atlântico Sul, desde a segurança alimentaraté às alterações climáticas e correntes oceâ-nicas.

Um dos objetivos do acordo é o reforçodas observações no Oceano Atlântico, atravésda congregação de recursos e conhecimentos,para se garantir o apoio necessário à proteçãodos ecossistemas que se encontram sob pres-são.

A Declaração de Belém foi assinada peloComissário Europeu Carlos Moedas, por Nale-di Pandor, Ministra da Ciência e Tecnologia da

África do Sul e por Gilberto Kassab, Ministrode Estado para a Ciência, Tecnologia, Inova-ções e Comunicações do Brasil, numa cerimó-nia que decorreu na Torre de Belém, junto aoRio Tejo, em Lisboa.

Ricardo Serrão Santos que é coordenadordos socialistas europeus na comissão comcompetência nas políticas do mar (Comissãodas Pescas), esteve presente na cerimónia deassinatura que ocorreu na sequência da con-ferência internacional de alto nível “A NewEra of Blue Enlightenment”, organizada pelaComissão Europeia, na Fundação Champali-maud e que juntou representantes de mais de25 países.

A propósito da importância do acordoSerrão Santos afirmou, no decurso de duas ses-

sões a que presidiu, uma sobre o sistema Coper-nicus e a outra sobre o H2020, que a declaraçãode Belém dá enquadramento à cooperação ci-entífica entre a Europa, a África do Sul e aAmérica do Sul, juntando-se aos esforços jádesenvolvidos no Atlântico Norte, com EUAe Canadá sobre o escopo da Declaração deGalway. Recorde-se que aquando da conferênciasobre o Air - Centro de Investigação dos Aço-res, que decorreu em maio na Praia da Vitória,Serrão Santos defendeu que “os Açores são alocalização exata para construir novas pontesde cooperação internacional explorando umaplataforma Norte-Sul e Sul-Norte para investi-gação na investigação dos Oceanos, Clima eAtmosfera”.

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Festa de São João Batista, padroeiro do Quebeque – Com a presidente da CâmaraMunicipal de Sainte-Thérése nos Açores, onde se deslocou para participar no 1.° Encontrode Cidades Geminadas com Lagoa (ilha de São Miguel), foi Armando Melo, vereador e vi-ce-presidente da edilidade teresense, a apresentar o discurso «Patriótico» no decorrer daFête nationale de Québec, que teve lugar no parque da Câmara no passado dia 24 de junho.

Armando Melo, lagoense de origem e atual vereador, e vice-presidente da Câmara du-rante esta ausência de Sylvie Surprenant, começaria o seu discurso, dizendo que «Ce soir,nous célébrons notre fierté! La fierté de notre histoire commune!» L P

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UNIDOS POR PEDRÓGÃOGRANDE

O SOFRIMENTO E O DESESPERO QUEESTAMOS A ASSISTIR DESDE SÁBADO, DIA 16

DE JUNHO ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO SOCIALDO INCÊNDIO QUE DEFLAGROU EM PEDRÓGÃO

GRANDE, FIGUEIRÓ DOS VINHOS ECASTANHEIRA DE PÊRA, PROVOCANDO UMAPERDA IRREPARÁVEL DE VIDAS HUMANAS DEFORMA TÃO TRÁGICA, NÃO DEIXA NINGUÉMINDIFERENTE, DIRÍAMOS MESMO EM ESTADO

DE CHOQUE.POR ISSO, APELAMOS A TODAS AS PESSOASDA NOSSA COMUNIDADE E NÃO SÓ, QUEQUEIRAM ASSOCIAR-SE A UM GESTO DE

SOLIDARIEDADE E DE CIDADANIA PODERÃOFAZÊ-LO PARA AJUDAR AS VÍTIMAS DESTA

TRAGÉDIA.DEIXAMOS AQUI, O NÚMERO DA CONTA,

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A celebração do Espírito Santo emSanta Catarina, no Sul do Brasil, ilustra a maiorexpressão da transnacionalidade cultural apartir da epopeia dos ilhéus, açoriano e madei-rense, para o Sul do Brasil. Sua intensa celebra-ção no litoral de Santa Catarina configura oCiclo do Divino, verdadeiro patrimônio cultu-ral e espiritual do povo.

É a grande Festa da partilha, da comunhão,da liberdade e da alegria. Uma tradição abenço-ada por 269 anos e que continua muito viva.Tão viva e forte como marca identitária queestá salvaguardada pela força da Lei em algunsmunicípios catarinenses. São José “da terraFirme” já fez o seu Registro no Livro das Ce-lebrações. No âmbito do Estado, temos o ex-emplo de Jaguaruna que, de acordo com o Art.3200 da Lei Orgânica, no ano de 1990 pro-mulgou a Festa do Divino Espírito Santo comoPatrimônio Cultural do Município.

No momento, encontra-se na FundaçãoCatarinense de Cultura, na Diretoria de Patri-mônio (DIPATRI), a proposta de Registroda Festa do Divino Espírito Santo que, desde1775, acontece na Capela do Divino, no centrode Florianópolis. Espera-se que muito breve

seja reverenciada e alçada como Bem CulturalImaterial de Santa Catarina por seu reco-nhecido valor histórico, religioso e cultural,conforme dispõe o Decreto n° 2504 de 25/9/2004 de SC.

Presente por distritos e bairros de Floria-nópolis a Festa adentra o século XXI manten-do características seculares. As transformaçõesdecorrentes da dinâmica cultural, da crescenteurbanização não provocaram, neste correr dosanos, alterações substanciais na forma de ce-lebrar o Espírito Santo. Muito menos se afas-taram da essência do culto ao Paráclito.

Hoje, observa-se a existência de práticascoletivas de comemorar o Divino que, de for-ma indelével, nos remetem à tradição açorianaainda presente em muitas localidades de SantaCatarina. Pelo Estado afora, nas bordas doAtlântico e, sobretudo, na Grande Floria-nópolis é intensa a devoção e o louvor ao Di-vino.

Afinal, reza a tradição: não se diz NÃOao Espírito Santo.

Então, deixa a Bandeira do Divino passar!L P

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POR OCASIÃO DOS 375 ANOS DE MONTREAL

SELEÇÃO CANADÁ/QUEBEQUE TRIUNFA

LUSOPRESSE - Como tínhamos avisado em número anterior, teve lugar nopassado dia 9 de julho o jogo de futebol entre as Seleções Sub-20 do Canadá/Quebequee Haiti. O encontro realizou-se no Centro Claude Robillard, perante mais de 3 000 espe-tadores entusiastas, e aconteceu no âmbito dos 375 anos da Cidade de Montreal. O re-sultado acabou por ser favorável à equipa canadiana, por uma bola a zero. Dois dias antes,a seleção haitiana havia empatado (0-0), com o FC Gatineau, em Gatineau, também numestádio completamente cheio.

Tanto a Seleção Canadá/Quebeque como o conjunto caribe estão de partida para aCosta de Marfim, em África, onde vão participar nos Oitavos Jogos da Francofonia, quetêm lugar de 21 a 30 de julho. Caso curioso é que estas duas formações fazem parte domesmo grupo de qualificação (D), mais a França e a República Democrática do Congo.

Entretanto, refira-se que o nome Canadá/Quebeque tem muito a ver com o facto dea quase totalidade dos seus jogadores serem oriundos da província do Quebeque... e mai-oritariamente pertença dos quadros da Academia do Impacto. L P

Numa organização da Associação deTénis de Mesa do Distrito de Viseu (com sedena Vila de S. Martinho de Mouros – Concelhode Resende) dos clubes filiados AssociaçãoDesportiva de Lamelas – Secção de Ténis deMesa, Associação Desportiva de Fareja – Sec-ção de Ténis de Mesa e da Autarquia de CastroDaire teve lugar no dia 15 de julho, onde decor-reu durante a manhã no Pavilhão Municipallocal o Campeonato Distrital de Pares Mistosda atual época desportiva, envolvendo cercade 50 Atletas que representaram 5 Clubes Fili-ados.

Durante a tarde, decorreu a Entrega dePrémios 2016/2017 no Auditório Municipal,com a presença de mais de 120 agentes despor-

tivos (atletas, dirigentes e treinadores).É de referir que na Entrega de Prémios,

estiveram presentes o Vice-presidente do Mu-nicípio de Castro Daire, Eurico Moita; a Presi-dente da Mesa da Assembleia Geral da Fede-ração Portuguesa de Ténis de Mesa, Inês Lou-ro; Presidente da Direção da ATM Distrito deViseu, Aquilino Pinto; a Vice-presidente daMesa da Assembleia Geral da ATM Distritode Viseu, Benvinda Silva; o Diretor TécnicoDistrital da modalidade, Sérgio Sousa e váriosdirigentes da Associação Distrital.

Artigo Elaborado por Gabinete de Co-municação e Imagem da ATM Distrito deViseu

Eurico Moita, vice-presidente da autarquia de Castro Daire, também procede à en-trega de prémios.

Inês Louro, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Federação Portuguesa deTénis de Mesa, na entrega de prémios.

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LIGA DE FUTEBOL AMERICANO EM PORTUGAL...

“DELICIOU” ADEPTOS EM ÉVORA• Por Sérgio MAJOR (texto) e Nuno VEIGA (fotos), da agência Lusa

ÉVORA – A final da Liga Portuguesade Futebol Americano, ganha pelos LisboaDevils, em Évora, “fez as delícias” de PedroNobre, um “apaixonado” pela modalidade,que nunca tinha visto um jogo oficial ao vivo.

“Foi o meu primeiro jogo oficial ao vivoe foi arrepiante”, disse à agência Lusa PedroNobre, de 26 anos, adepto da modalidade hácerca de cinco anos e que integra a linha ofensi-va da equipa Évora Longhorns, que está a daros “primeiros passos”.

Os Lisboa Devils venceram os Maia Re-negades, por 40-35, no derradeiro jogo da oita-va Liga Portuguesa de Futebol Americano, quese realizou no Estádio Sanches de Miranda,em Évora, conquistando o título nacional pelosegundo ano consecutivo.

A equipa da capital, que já tinha vencido oadversário na fase regular da liga, esteve sempreem vantagem, apesar de muito pressionada pe-los Maia Renegades nos dois primeiros e noúltimo quartos do jogo, acabando por ser umjogo muito equilibrado.

O norte-americano Collin Franklin, dosLisboa Devils, esteve em destaque, tendo sidoeleito o jogador mais valioso (MVP) da final.

Pedro Nobre, um dos muitos adeptos queassistiu ao jogo, diz que não perde um jogo daliga norte-americana de futebol americano(NFL) através da televisão e afirma que não

pensou duas vezes em aproveitar para assistir,pela primeira vez, a um jogo oficial.

“Só aqui dá para ver a imensidão de joga-dores e staff ”, observa, realçando que assistira um jogo ao vivo é diferente do que ver na te-levisão, porque “podem ser vistos movimen-tos que são essenciais para uma jogada”.

Como jogador e um dos dinamizadoresdos Évora Longhorns, Pedro espera que estejogo possa servir para “atrair” novos elementospara a modalidade e, sobretudo, para a suaequipa, que precisa de atletas para entrar napróxima liga.

Os Évora Longhorns têm atualmente 22 jo-gadores e necessitam de mais quatro ou cinco ele-mentos no mínimo para começarem a competir emjogos oficiais, adianta, indicando que as dificuldadesestendem-se também à falta de equipamentos.

Na bancada, além de adeptos de futebol ame-ricano e das duas equipas finalistas, assistiram aojogo elementos de outras equipas nacionais, mastambém pessoas que desconheciam a modalidade,como foi o caso de Inácio Rosado.

“Até costumo ver jogos esporadicamentena televisão”, atira Inácio, que assistiu ao jogoao lado de filhos e sobrinhos, admitindo quenão conhece as regras do jogo, que “é parecidocom o râguebi”.

Segundo a Associação Portuguesa de Fu-tebol Americano (APFA), a final da liga fechoua época desportiva, a qual contou com mais de500 atletas que disputaram 50 jogos. L P

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Portugal está a arder?

Os fogos, no momento actual, estão extintos. Porém, ficaram os traumas e os problemas

dos desalojados com as casas e outros bens arrasados pelos incêndios. A pedirem ajuda.

Movimento de solidariedade

Se quiser ajudar pode entregar os seus donativos nestas contas:

- Caixa Desjardins Portuguesa : (815-92166) 24828 (Montreal)

- Caixa Geral de Depósitos - PT50 0035 0001 00100000330 42;

- Banco Santander Totta - PT50 0018 0003 44832368020 39;

- Novo Banco - PT50 0007 0000 003404619502;

- Millennium BCP - PT50 0033 0000 45507587831 05;

- Caritas Portuguesa (conta CGD): PT50 0035 0001 00200000730 54;

- BPI - PT50 0010 0000 5512 2890 0015 6.