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Federao Portuguesa de Badminton
Preveno de Lesoe
Primeiros Socorros
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Introduo
A leso um mal que todos os atletas e treinadores conhecem bem, por terempassado pela situao ou por um colega j a ter vivido.
Assim surge este artigo, numa tentativa de prevenir ao mximo oaparecimento dessa leso e de informar o que poderemos fazer imediatamente aps oaparecimento desta. Pois os primeiros socorros so de extrema importncia para evitaro agravamento da leso. O ideal seria a existncia de equipas pluridisciplinares naactividade desportiva. Embora o fisiotrapeuta seja cada vez mais solicitado otreinador aquele que mais precocemente pode intervir junto dos atletas.
H um conjunto de leses, que ocorrem com mais frequncia na prticadesportiva, cujas causas, diversas, vo desde o desleixo do prprio praticante(porexemplo, devido a um aquecimento inadequado) incorrecta interveno dotreinador(por exemplo, execuo repetida de um erro tcnico que poder levar aleso), justifica-se portanto, que para elas se chame a ateno para os procedimentos aadoptar com vista a evitar o seu aparecimento ou , uma vez verificadas, minimizar osseus efeitos.
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Procedimentos a adoptar para a preveno de leses(por parte do treinador epelo atleta):
- estudo rigoroso da sesso programada- verificao cuidada do estado de conservao, e condies de segurana de
todos os meios e materiais necessrios para a sesso de treino- anlise dos riscos que cada exerccio comporta- anlise rigorosa das capacidades fsicas e psicolgicas dos atletas- alertar o atleta para os cuidados a ter antes da execuo- realizar sempre um bom aquecimento e bons
alongamentos(independentemente do tempo estar quente), qualquer treinoou competio dever ser sempre precedida de um aquecimento que porum lado permite reduzir a viscosidade intramuscular e por outro lado faz apreveno de possveis leses musculares resultantes de uma deficientecoordenao entre os msculos agonistas e antagonistas.
- exerccios de flexibilidade, o stretching como forma de melhorar aflexibilidade tem sido considerado um mtodo efectivo de preveno deleses dos msculos, articulaes e tendes; promove a relaxao, doponto de vista fisiolgico a relaxao diminui a tenso muscular, umestado de contraco prolongado ou um nvel de contraco demasiadoelevado pode dar origem chamada contratura.
- estado de fadiga do atleta, dar o tempo de recuperao suficiente entrecada sesso e entre cada exerccio de treino
Factores predisponentes para o aparecimento de leses de natureza interna:- morfotipo do atleta- ndice de flexibilidade- gesto desportivo- qualidades dos pisos- equipamento desportivo(comun a todos praticantes e a nvel pessoal)
importante identificar e actuar sobre os factores de risco, pois so eles quenos vo permitir actuar no campo da preveno.
a preveno a forma de tratamento mais eficaz
Quando acontece a leso desportiva as estruturas mais frequentes envolvidasso os tecidos moles podendo no entanto ocorrer ocasionalmente situaes maisgraves como as fracturas.
Tipos de tecidos moles:
Contrcteis(produzem movimento) - estruturas musculo-tendinosas
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No contrcteis(controlam o movimento) - cpsula articular- ligamentos- fscias- aponevroses- bolsas serosas- razes nervosas- pele
Todos os tecidos moles dispem-se num sistema de cadeias interligadas einterdependentes funcionalmente. Como podemos identificar se a leso de um tecidocontrctil ou de um tecido no contrctil ?
Tecido contrctil:- a dor/sintoma revelada no:
- movimento activo- estiramento passivo- movimento resistido
Tecido no contrctil:- a dor/sintoma revelada no:
- estiramento passivo
Articulao normal
Leses Articulares
As leses traumticas das articulaes mais comuns so as luxaes e osentorses, que se produzem, tal como as fracturas, por um choque directo, ou a maiorparte das vezes em consequncia de um movimento em falso.
Os esquemas seguintes do uma ideia dessas leses:
Peristeo
Membrana sinovial
Camada fibrosa da cpsulaCavidade articularCartilagem articularOsso esponjosoOsso compacto
Cavidade medular
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LuxaoVerifica-se quando a cabea de um segmento sseo sai da sua articulao.
Na luxao os ligamentos esto seccionados, a articulao est deslocada, assuperfcies articulares no esto em contacto.
Distinguem-se dois tipos, respectivamente, a luxao incompleta ousubluxao(aquela em que existe, em parte, contacto entre as superfciesarticulares) e a luxao completa(aquela em que os contactos entre as superfciesarticulares se perdem totalmente).
Os sintomas so, alm de deformao da extremidade do osso, dor intensa,edema, dificuldade ou impossibilidade do movimento normal.
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Dever imobilizar-se o sinistrado, colocando-o em posio cmoda erepousante, colocar-lhe depois panos molhados e frios.
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Entorse No entorse h a distenso ou rotura de um ligamento, ficando, porm, as
superfcies articulares em contacto. Sinais:
Dor, inchao, movimentos possveis mas dolorosos;O entorse mais frequente o da articulao tibio-trsica, em que o inchaoest habitualmente localizado na parte externa, os movimentos sodolorosos, mas a marcha possvel na maior parte dos casos.
O que no se deve fazer:A articulao lesionada no deve suportar qualquer peso.No aplicar calor ou pomadas termoestimulantes, por produzirem dilataodos vasos sanguneos; se estes apresentam roturas, a quantidade de sangueextraviado maior, o hematoma aumenta, tornando-se mais difcil a suareabsoro.No massajar 24-48 primeiras horas por produzir vasodilatao e retardaro perodo de coagulao, com as consequncias referidas.
O que se deve fazer:Repouso da articulao.Elevar a zona afectada.Aplicar frio(o mais usual uma bolsa de gelo).
Rotura Muscular
uma leso de qualquer massa muscular, como consequncia, em geral, de falta desinergismo entre a actividade dos msculos agonistas e antagonistas, de uma
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contraco violenta do msculo sobrepondo-se sua capacidade contrctil, ou, menosfrequente, devida a uma contuso seguida de uma contraco violenta de defesa. A rotura pode ser mais ou menos grave conforme a extenso de feixes afectados. Considera-se que os factores a seguir mencionados predispem para este tipo de
leses:Bitipo do desportista(os brevlineos musculares e tnicos so os mais afectados).Inactividade prolongada.Execuo de exerccios intensos sem prvio e adequado aquecimento.Fadiga muscular.
Sinais:No momento em que se produz a rotura, o lesionado sente uma dor intensa queabranda com o repouso e volta a aparecer quando se contrai novamente o msculolesionado.Pouco tempo depois aparece um inchao devido ao hematoma produzido,acompanhado de derrame sanguneo(equimose).Tudo isso acarreta uma impotncia, em maior ou menor grau, do msculoafectado.
Comportamento a seguir:- Preveno:Ter em ateno aos atletas com dores musculares localizadas.Comear, sempre , qualquer sesso ou competio com um aquecimento (geral eespecfico) adequado.Ter em ateno o aparecimento da fadiga muscular(diminuir a intensidade outerminar os exerccios).
O que no se deve fazer:Aplicar calor ou massajar, sem que tenham passado 24-48 horas, pelo perigo deaumentar o derrame sanguneo.Proibir a anestesia local e temporria com a finalidade do atleta continuar oexerccio fsico, pois poder aumentar a rotura.
O que se deve fazer:Repousar o msculo afectado.Aplicar compressas.Aplicar frio(bolsa de gelo) sobre o penso compressivo.Tomar anti-inflamatrios.
Contuses So leses traumticas que resultam duma agresso mecnica que conduz a
alteraes orgnicas, sem soluo de continuidade. Sinais:
Dor local.Derrame sanguneo(equimose).Pode ocasionar impotncia funcional.Pode haver hematoma(enquistamento de sangue).
Comportamento a seguir:- Contuses ligeiras:Penso compressivo.Imobilizao ligeira.
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- Contuses graves:Imobilizar o segmento atingido como se uma fractura.
Tendinites So inflamaes dos tendes acompanhadas de um engrossamento dos mesmos,
produzidas por causas vrias como por exemplo, para o caso do tendo deAquiles, o treino em solos duros e irregulares, o calado inadequado ou com solasgastas, ou deformaes dos ps(ps chatos).
Sinais:Dor espontnea ou sob presso, que se acentua quando se move o tendo afectado.No caso de tendo de Aquiles(o caso mais comun), a dor aviva-se com a marchapelo que o doente coxeia.
Comportamento a seguir:- Preveno:Evitar as ms condies de treino, em especial a prtica do mesmo em pisos muitoduros e irregulares.No abusar do treino em asfalto ou empedrado.Evitar arranques excessivamente intensos ou quilometragens dirias exageradas.Evitar calado em mau estado.
O que deve fazer:Repouso com imobilizao da zona afectada.Calor local(o ideal aplicar ondas curtas ou radioterapia dirias).Reabilitao, passados os sintomas, da ligeira atrofia muscular medianteexerccios e massagens adequados.Utilizao de calado adequado.
CibrasAcontecem por uma carncia de sdio, provocada por excesso de fadiga, sudao ouesforo muscular intenso, manifestando-se por uma contraco e endurecimentomuscular. A forma de eliminar a cibra consiste em massajar o msculo contrado,acompanhando a contraco de forma activa e voluntria at o msculo descontrair.Devem ser ministrados ao indivduo lquidos com cloreto de sdio.
Os principais objectivos perante a leso:- prevenir o agravamento da leso- controlar a hemorragia e o edema- criar condies ideias para a recuperao dos tecidos
Fisiopatologia das leses dos tecidos moles:- Fase aguda ou inflamatria(primeiras 48-72 horas)- Fase de reparao tecidular- Fase de remodelao
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RESUMINDO
1.Fase aguda:
O que fazer ?
REPOUSO- A estrutura lesionada dever ser sujeita a um perodo de repouso,respeitando sempre a dor ou outra sintomatologia.
GELO- Aplicar gelo na zona lesionada, durante 10 minutos, de 2 em 2 horas.
COMPRESSO- A compresso da regio afectada permite o controle doedema/hematoma. Deve ser feita com ligaduras elsticas. Dever-se- ter ateno aoscompromissos circulatrios ou nervosos.
ELEVAO- um factor importante para combater a reaco inflamatria,pois favorece o retorno venoso e linftico, diminuindo assim a formao deedema/hematoma.
O que no fazer !
CALOR- Evitar qualquer forma de calor na regio, o que ir produzirnecessariamente um aumento da circulao local, provocando assim aumento doedema/hematoma.
ALCOOL- No ingerir bebidas alcolicas durante a fase aguda porque olcool tem caractersticas vasodilatadoras.
EXERCCIO- A actividade demasiado cedo pode piorar a situao.
MASSAGEM- Na fase aguda ou inflamatria constitui uma contradioabsoluta, aumenta o edema e o derrame pondo em causa a recuperao dos tecidos.
*Ateno a tudo o que possa mascarar a dor -sprays- ou outros analgsicos do tipo.
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2.Fases de reparao tecidular e de remodelao
Na fase de reparao dos tecidos, o movimento controlado muito importantepois favorece a reparao da estrutura segundo as suas linhas de tenso, permitindo apreservao das caractersticas mecnicas e funcionais dos tecidos lesionados.
Nestas duas fases no possvel dar receitas nem timmings exactos para seactuar. Tudo depende da evoluo da situao inicial.
Objectivos do tratamento:
- Eliminar a dor.- Restaurar a mobilidade/estabilidade.- Restaurar o tnus e a fora muscular.- Reprogramar o envolvimento proprioceptivo.- Restabelecer a funo.
Critrios gerais para o regresso actividade
- Ausncia de dor.
- Motivao psicolgica, ausncia de medo/estabilidade.
- Equilbrio entre mobilidade/estabilidade.
- Flexibilidade e fora muscular.
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A actuao precoce no dispensa na maioria dos casos que se recorra a umservio especializado. Pois no podemos esquecer que leses de pouca importnciaquando no respeitadas podem-se tornar em leses graves por vezes incompatveiscom a continuao de uma carreira desportiva.
importante compreender as cadeias musculares pois elas permitem-nos cadavez mais entender o gesto desportivo. Esta noo pode ser decisiva para identificar acausa de uma leso ou compreender que determinado atleta poder estar mais sujeitoa uma leso especfica.
Bibliografia:
- Curso de treinadores de Badminton nvel 1- Preveno e primeiros socorros, L.Miguel/P.Gomes
- Estudos Prticos, Anatomofisiologia Edies F.M.H- P.Pezarat/A.Pascoal/P.Silva/M.Espanha
- Metodologia do Treino Desportivo Edies F.M.H.- J.Castelo/H.Barreto/F.Alves/P.Mil-Homens/J.Carvalho/J.Vieira
Trabalho realizado por Jorge Cao
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Federao Portuguesa de Badminton
Preveno de Lesoe
Primeiros Socorros