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Lei SarbanesOxleyGuia para melhorar a governana corporativa atravs de eficazes controles internos

ndiceEm primeiro lugar ............................................................................................................................................................................................................................ pgina 6 Obrigaes e oportunidades .................................................................................................................................................................................................. pgina 6 Vincular a governana s atividades de controle ............................................................................................................................................... pgina 7 Etapa 1 Correto direcionamento das sees ............................................................................................................................................... pgina 8 Seo 302 certificao trimestral e anual dos controles e procedimentos de divulgao .......................................................................................................................................................................................................................................... pgina 9 Seo 404 avaliao anual dos controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros ................................................................................................................................................................................................................ pgina 9 302 + 404 = 1 ....................................................................................................................................................................................................................................... pgina 11 Etapa 2 Comprometer-se e organizar-se .................................................................................................................................................... pgina 11 Fazer uma avaliao ..................................................................................................................................................................................................................... pgina 11 Comprometer-se com a tarefa .......................................................................................................................................................................................... pgina 12 Criar um comit diretor do trabalho ........................................................................................................................................................................... pgina 12 Etapa 3 Selecionar uma apropriada estrutura de controles internos ...................................................................... pgina 13 Controles internos segundo o COSO .......................................................................................................................................................................... pgina 13 Etapa 4 Conferir poderes ao Comit de Divulgao ..................................................................................................................... pgina 15 Etapa 5 Estabelecer um programa de controles internos ...................................................................................................... pgina 17 Planejar o programa .................................................................................................................................................................................................................... pgina 17 Avaliar o ambiente de controle ........................................................................................................................................................................................ pgina 19 Definir o escopo ............................................................................................................................................................................................................................... pgina 20 Construir um repositrio de controles ...................................................................................................................................................................... pgina 20 Executar testes iniciais e contnuos .............................................................................................................................................................................. pgina 21 Monitorar ................................................................................................................................................................................................................................................. pgina 22 Disponibilizar tecnologias para atingir resultados ............................................................................................................................ pgina 22 Concluso .............................................................................................................................................................................................................................................. pgina 23 Eplogo Momento de sustentao .............................................................................................................................................................. pgina 24 Anexo Checklist do cumprimento de regras ........................................................................................................................................... pgina 262 Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003

Resumo ExecutivoA Lei Sarbanes-Oxley de 2002 reescreveu, literalmente, as regras para a governana corporativa, relativas divulgao e emisso de relatrios financeiros. Contudo, sob a infinidade de pginas da Lei, repletas de legalismos reside uma premissa simples: a boa , governana corporativa e as prticas ticas do negcio no so mais requintes so leis. Controles Internos Os recentes escndalos no mundo dos negcios trouxeram tona declaraes de executivos que afirmavam no ter conhecimento das atividades duvidosas praticadas por suas companhias participaes no registradas nos livros, reconhecimentos de receitas imprprios, etc. A Lei Sarbanes-Oxley foi criada para desencorajar essas alegaes atravs de vrias medidas que intensificam as conferncias internas e aumentam a responsabilidade dos executivos. De forma ainda mais notvel, a Lei Sarbanes-Oxley privilegia o papel crtico do controle interno . O controle interno um processo executado pela Diretoria, pelo Conselho de Administrao ou por outras pessoas da companhia que impulsionam o sucesso dos negcios em trs categorias: Eficcia e eficincia das operaes. Confiabilidade dos relatrios financeiros. Cumprimento de leis e regulamentos aplicveis. A Lei Sarbanes-Oxley torna Diretores Executivos e Diretores Financeiros explicitamente responsveis por estabelecer, avaliar e monitorar a eficcia dos controles internos sobre relatrios financeiros e divulgaes. Inegavelmente, as novas regras propostas pela Securities and Exchange Commission SEC (instituio equivalente Comisso de Valores Mobilrios CVM brasileira) que fazem cumprir a Lei Sarbanes-Oxley so complicadas, e a implementao dever ser demorada e custosa. Entretanto, h alguns fatores atenuantes: 1. Normalmente, todas as companhias de capital aberto j possuem alguma estrutura de controles internos, ainda que de maneira informal e no suficientemente documentada. 2. Muitas companhias podero adaptar os processos j existentes para cumprir as medidas de controles internos determinadas pela Lei Sarbanes-Oxley. 3. A construo de uma forte estrutura de controles internos para atender s exigncias da Lei SarbanesOxley pode promover benefcios que extrapolam o cumprimento das regras. Na verdade, o potencial para revisar e concretizar novas vises corporativas e atingir novos nveis de excelncia corporativa inesgotvel. Alguns observadores descreveram a Lei Sarbanes-Oxley como a pea mais significativa da legislao comercial nos ltimos cinqenta anos. A nova Lei Sarbanes-Oxley muda fundamentalmente o ambiente empresarial e regulador. Portanto, as companhias de capital aberto no podem permitir-se subestimar o trabalho que tm pela frente. Qualquer demora em tratar essa questo pode acarretar srias conseqncias para as companhias. imprescindvel a ao imediata e decisiva.Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003 3

Sees crticasGrande parte da discusso em torno da Lei SarbanesOxley concentra-se nas Sees 302 e 404, como tambm o far este artigo. A Seo 302 determina que Diretores Executivos e Diretores Financeiros devem declarar pessoalmente que so responsveis pelos controles e procedimentos de divulgao. Cada arquivo trimestral deve conter a certificao de que eles executaram a avaliao do desenho e da eficcia desses controles. Os executivos certificados tambm devem declarar que divulgaram todas e quaisquer deficincias significativas de controles, insuficincias materiais e atos de fraude ao seu Comit de Auditoria. A SEC tambm props uma exigncia de certificao mais abrangente que inclui os controles internos e os procedimentos para a emisso de relatrios financeiros, alm da exigncia relacionada com os controles e procedimentos de divulgao. A Seo 404 determina uma avaliao anual dos controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros. Alm disso, o auditor independente da companhia deve emitir um relatrio distinto que ateste a assero da administrao sobre a eficcia dos controles internos e dos procedimentos executados para a emisso dos relatrios financeiros.

considerados. Por exemplo, companhias de maior porte encontraro desafios diferentes das de menor porte. Alm disso, a proporo da estrutura de controles internos em prtica ter influncia significativa sobre as atividades. Trs grupos desempenharo um papel importante: o Conselho de Administrao, que supervisiona o compromisso com a tarefa; o Diretor Executivo e o Diretor Financeiro, que reconhecem a responsabilidade de assegurar o cumprimento das regras e transmitir as informaes Alta Administrao e aos funcionrios; e o Comit Diretor de Trabalho, que supervisiona e coordena as atividades relativas Lei Sarbanes-Oxley em toda a organizao.

3 Selecionar uma apropriada estrutura de controles internosPara atingir os objetivos previstos pela Lei SarbanesOxley, muitas companhias constroem a estrutura de controles internos segundo as recomendaes do Commitee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission COSO. Embora existam outras estruturas de controles internos, espera-se que a do COSO se torne o modelo dominante, e sua adoo recomendvel. A estrutura recomendada pelo COSO desmembra os controles internos em cinco componentes interrelacionados: o Ambiente de Controle o alicerce de todos os outros elementos dos controles internos, que inclui os valores ticos e a competncia dos funcionrios da companhia; a Avaliao de Riscos a identificao e a anlise de riscos pertinentes que podem impedir o alcance dos objetivos do negcio; as Atividades de Controle tarefas especficas para atenuar cada um dos riscos identificados anteriormente; a Informao e Comunicao vias de informao que partem da administrao para os funcionrios e vice-versa; e o Monitoramento a avaliao e a apreciao dos controles internos.

Etapas para o desenvolvimento de um programa de controles internosPara o desenvolvimento de um programa de controles internos que direcione as medidas da Lei SarbanesOxley, recomendvel que as seguintes etapas sejam seguidas:

1 Correto direcionamento das seesAlgumas companhias adotaram estratgias que priorizam o cumprimento da Seo 302 em detrimento da Seo 404, seguindo o raciocnio de que a Seo 302 j est em vigor e a Seo 404 no ser aplicvel at o final de 2003. O direcionamento individual dessas duas sees da Lei constitui um processo ineficiente, o raciocnio muito simples: As determinaes de ambas as sees podem ser direcionadas atravs de uma nica metodologia.

4 Conferir poderes ao Comit de DivulgaoA formao de um Comit de Divulgao representa um dos mais importantes controles que uma companhia pode implementar. O Comit de Divulgao executa inmeras funes, incluindo a reviso dos registros da SEC, a recomendao de parmetros para a divulgao, a superviso dos processos de divulgao e a reviso das deficincias dos controles e das insuficincias materiais com o Diretor Executivo e com o Diretor Financeiro.

2 Comprometer-se e organizar-seA compreenso de como a Lei Sarbanes-Oxley se aplica s companhias de acordo com as caractersticas de negcio ser til para o desenvolvimento do programa de controles internos. Muitos fatores devero ser

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5 Estabelecer um programa de controles internosPara esta etapa de trabalho intensivo, so necessrias vrias aes: Planejar o programa para estabelecer o programa de controles internos ou fortalecer um programa j existente, recomendvel a formao de uma Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos. Empresas de menor porte podem remanejar o staff existente, com base em meio expediente. Provavelmente, companhias de maior porte necessitaro de pessoal em jornada integral e exclusiva. Avaliar o ambiente de controle constituindo o alicerce dos controles internos, o ambiente de controle inclui elementos como integridade, valores ticos e competncia; filosofia da administrao e estilo operacional; delegao de autoridade e responsabilidades; e direo fornecida pelo Conselho de Administrao. Uma avaliao cultural pode auxiliar a compreender e a documentar o ambiente de controle j existente nas companhias. Definir o escopo o objetivo do processo de definio do escopo identificar os riscos na emisso de relatrios financeiros e na divulgao. Ele tambm permitir que os esforos sejam priorizados e focalizados. Construir um repositrio de controles o arquivo de controles serve como um depsito para todas as informaes e atividades relacionadas com os controles internos, contendo a documentao relativa aos objetivos de controle, ao desenho e implementao, bem como os mtodos utilizados para testar a eficcia operacional dessas atividades. Executar testes iniciais e contnuos a eficcia operacional das atividades de controle deve ser avaliada por vrias partes, incluindo as pessoas responsveis pelos controles e a Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos. Monitorar a funo de auditoria interna deve monitorar a eficcia de todo o programa de controles internos e da infra-estrutura. (Companhias que no tenham uma funo de auditoria interna podem considerar a utilizao da Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos para executar essas atividades.)

Disponibilizar tecnologias para atingir resultadosExistem inmeras ferramentas que podem auxiliar no desenvolvimento de um programa de controles internos. Programas de bancos de dados e ferramentas patenteadas podem ser utilizados para documentar objetivos, processos e atividades de controle. Tambm podem ajudar a identificar falhas e rastrear aes para corrigir deficincias e ainda fornecer suporte para as atividades de auto-avaliao e monitoramento.

Concluso possvel traar paralelos entre o efeito produzido nas companhias de capital aberto pela Lei Sarbanes-Oxley de 2002 e o impacto do Federal Deposit Insurance Corporation Improvement Act FDICIA de 1991 sobre o setor financeiro. Ambos os estatutos introduziram regulamentaes para corrigir falhas observadas no mercado e cada um deles decretou novas exigncias significativas para a emisso de relatrios. As companhias de capital aberto podem aprender vrias lies a partir do exemplo do FDICIA. 1. Aceitar que o ambiente sofreu profundas mudanas. As companhias devem reconhecer que esto operando em um novo ambiente que demanda mais esforos e responsabilidades. 2. Promover a compreenso dos controles internos dentro da organizao. possvel que as companhias sejam tentadas a mostrar cumprimento superficial das regras impostas pela Lei Sarbanes-Oxley. Contudo, a adoo desse tipo de enfoque pode gerar um efeito adverso se os controles falharem porque a forma sobrepujou o contedo. 3. Decompor o custo do desenvolvimento de um programa de controles internos no seu modelo operacional. Bons controles internos no representam uma despesa nica; ao contrrio, alteram fundamentalmente o custo operacional. Eventos recentes situaram-nos em um perodo mpar da histria empresarial americana. A demanda pela responsabilidade corporativa nunca foi to grande. A necessidade de vincular a governana corporativa ntegra s atividades de controle eficazes nunca foi mais clara. E, em termos de recuperao da confiana pblica nos mercados financeiros, nunca houve tanto em risco. Companhias e executivos que tm o pensamento inovador vo aproveitar essa oportunidade.

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Em primeiro lugarObrigaes e oportunidadesEm julho de 2002, o Presidente George W. Bush assinou a Lei Sarbanes-Oxley e a apresentou ao conhecimento coletivo dos lderes empresariais e funcionrios do governo no mundo inteiro. Repleto de reformas para governana corporativa, divulgao e contabilidade, a nova Lei busca, por meios tangveis, reparar a perda da confiana pblica nos lderes empresariais norteamericanos e enfatizar mais uma vez a importncia dos padres ticos na preparao das informaes financeiras reportadas aos investidores. A Lei Sarbanes-Oxley e as regras relacionadas emitidas pela SEC so leis e regulamentaes complexas que geraram confuso e consternao na comunidade empresarial. Mas, por trs de todas as regras e regulamentaes, a Lei Sarbanes-Oxley simplesmente uma forma encontrada pelo governo para estabelecer recursos legais nos preceitos bsicos da boa governana corporativa e das prticas empresariais ticas. A Lei Sarbanes-Oxley codifica a concepo de que a administrao da companhia deve conhecer as informaes materiais arquivadas na SEC e distribudas aos investidores e deve, tambm, responsabilizar-se pela probidade, profundidade e preciso dessas informaes. Muitos observadores acreditam que o estabelecimento desses novos procedimentos para os controles internos e para a certificao executiva representa uma correo de curso essencial para as companhias de capital aberto, determinando processos cuja adoo as companhias deveriam ter considerado em primeiro lugar. De forma similar, outros estudiosos da lei sustentam que a concentrao do foco na boa governana corporativa e na transparncia das informaes financeiras simplesmente faz despertar o senso empresarial. Mas as novas regras impem um custo: essas mudanas necessitaro de alteraes significativas nos procedimentos e nas prticas, bem como na vida cotidiana de muitos executivos e de pessoas que a eles se reportam. Entretanto, muitas companhias no vo comear do ponto zero, elas estaro aptas a adaptar processos j existentes para cumprir as exigncias de controles internos da Lei Sarbanes-Oxley. Talvez a realizao mais importante seja a mudana significativa e permanente da obrigatoridade da aplicao da Lei Sarbanes-Oxley. Para uma companhia6 Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003

de capital aberto, a obedincia essa Lei no negocivel. Para os Comits de Auditoria e para a Alta Administrao de companhias de capital aberto, particularmente Diretores Executivos e Diretores Financeiros, as definies de administradores financeiros e responsabilidade pessoal tornaram-se mais explcitas e os riscos significativamente mais altos. No s suas obrigaes esto claras, mas tambm as suas oportunidades. Ao percorrer de forma eficaz esse novo terreno, o potencial para revisar e perceber as novas vises corporativas e atingir novos nveis de excelncia corporativa inesgotvel. Executivos que tm o pensamento inovador procuraro aproveitar as mudanas impostas para melhorar o desempenho operacional. Companhias de direito privado, embora no obrigadas legalmente a cumprir a nova Lei, tambm podem optar pela adoo de determinados componentes como parte de um plano geral para o aperfeioamento das operaes de seu negcio. Este documento d grande enfoque, assim como a prpria Lei Sarbanes-Oxley, aos controles internos. Mas os leitores devem estar cientes de que os controles internos constituem-se apenas em um dos muitos componentes da boa governana corporativa. Inmeras outras consideraes tambm entram em discusso: integridade e valores ticos; filosofia da administrao e estilo operacional; estrutura organizacional; papis e responsabilidades bem definidos para diretores, administrao e funcionrios; compromisso com a excelncia; diretorias e comits eficazes e proativos; e muito mais. importante que os administradores das companhias tratem o cumprimento da Lei Sarbanes-Oxley como prioridade Essa nova nfase nos controles internos e na divulgao transparente no um modismo. A Lei Sarbanes-Oxley muda fundamentalmente o cenrio empresarial e as companhias no podem subestimar a tarefa que tm pela frente. necessrio tomar aes imediatas. Muitas medidas da nova Lei ainda esto em fase de formulao, e novas regras e regulamentaes sero

promulgadas. Sem dvida, os efeitos da Lei SarbanesOxley sero sentidos no futuro.

Vincular a governana s atividades de controleA Lei Sarbanes-Oxley torna os executivos explicitamente responsveis por estabelecer, avaliar e monitorar a eficcia da estrutura de controles internos das companhias. Para muitos executivos, as complexidades que envolvem o cumprimento das regras e as implicaes de seu descumprimento podem ser desanimadoras. Contudo, a situao pode no ser to grave quanto se imagina. Isso porque quase todas as companhias de capital aberto j tm algum tipo de estrutura de controles internos. Por exemplo, sempre que um membro do departamento financeiro utiliza uma senha exclusiva para obter acesso ao sistema financeiro da companhia, um controle est sendo executado. Alm disso, a maior parte das companhias j implementou algum nvel de monitoramento. Por exemplo, utilizando o exemplo mencionado, sempre que um supervisor revisa os logs do usurio para verificar se o acesso apropriado ao sistema est sendo mantido, ocorre um monitoramento. Embora a situao possa no ser to crtica, est longe de ser tima. Em muitas companhias existe uma lacuna significativa entre os funcionrios que executam as atividades de controle e os executivos que tomam as decises estratgicas de governana. A maior parte das companhias no tem e antes da Lei Sarbanes-Oxley no estava obrigada a ter um vnculo direto das atividades de governana da Diretoria e da Alta Administrao com as atividades de controle

da organizao. Mas agora Uma forte estrutura importante para o cumpride controles internos mento das regras que se pode fornecer estabelea esse vnculo, j benefcios que excedem que a Lei Sarbanes-Oxley exige que os altos executivos o cumprimento da demonstrem, pelos registros, Lei Sarbanes-Oxley. o quanto sua estrutura de controles internos est funcionando bem. A finalidade deste documento fornecer uma viso geral de um programa de controles internos e infraestrutura que as companhias podem adaptar aos seus recursos, processos e tecnologias j existentes e fornecer o vnculo inexistente que conecta atividades de controle slidas com governana corporativa. Nas prximas pginas, resumiremos, claramente, as Sees 302 e 404 da Lei Sarbanes-Oxley e algumas ramificaes de fundamental importncia para as companhias. recomendvel a formao de comits, adoo dos princpios que devem ser observados e as informaes que devem ser obtidas. Alm disso, necessrio mapear passo a passo uma trajetria que conduza a uma ampliada estrutura de controles. Os benefcios podem exceder o simples cumprimento da Lei Sarbanes-Oxley. Na verdade, uma forte estrutura de controles internos pode ajudar sua companhia a: tomar melhores decises operacionais e obter informaes mais pontuais; conquistar (ou reconquistar) a confiana dos investidores; evitar a evaso de recursos; cumprir leis e regulamentos aplicveis; obter vantagem competitiva atravs de operaes dinmicas. Inversamente, as companhias que se negam a instituir os controles exigidos podem se colocar em situaes similares quelas que levaram promulgao da Lei Sarbanes-Oxley, o que acarretar: maior exposio fraude; penalidades impostas pela SEC; publicidade desfavorvel; impacto negativo sobre o valor do acionista; queixas ou outras aes judiciais impetradas por acionistas. recomendvel que, aps a leitura deste documento, os administradores se renam com seu conselheiro jurdico e seu auditor independente para discutir o desenvolvimento de um programa de controles internos personalizado para o seu negcio.Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003 7

Governana Vnculo inexistente: Programa de Cumprimento e Infra-estrutura

Atividades de Controle

DEFININDO CONTROLESCertos termos relacionados com os controles internos surgem com freqncia durante a discusso da Lei Sarbanes-Oxley e das regulamentaes da SEC. Apresentamos a seguir breves definies dos termos utilizados com maior freqncia. Controles Internos. A definio de controles internos mais amplamente aceita foi desenvolvida pelo Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission COSO: ... um processo, efetuado pelo Conselho de Administrao, pela administrao ou por outras pessoas da companhia, visa fornecer segurana razovel quanto possibilidade de atingir objetivos nas seguintes categorias: eficcia e eficincia das operaes; confiabilidade dos relatrios financeiros; cumprimento de leis e regulamentos aplicveis . Controles Internos e Procedimentos para a Emisso de Relatrios Financeiros. A SEC props definir controles internos e procedimentos para a emisso de relatrios financeiros como controles relativos preparao de demonstraes financeiras para fins externos que so apresentados de maneira apropriada e em conformidade com os princpios contbeis nacionais . Controles e Procedimentos de Divulgao. Termo recentemente apresentado pela SEC aps o decreto da Lei Sarbanes-Oxley, os controles e procedimentos de divulgao so desenhados para assegurar que as informaes que uma companhia precisa divulgar nos relatrios arquivados por ela segundo o Exchange Act so registradas, processadas, resumidas e reportadas dentro dos prazos estipulados pela SEC Essa definio inclui tanto as divulga. es financeiras quanto as no-financeiras. Exemplos de divulgao no-financeira podem incluir itens como assinatura de um contrato significativo, melhorias em relao propriedade intelectual, mudanas nas relaes sindicais, encerramento de um relacionamento estratgico, processos judiciais, ou divulgaes exigidas na seo Discusso e Anlise da Administrao dos Formulrios 10-K, 10-Q e 20-F.

Etapa 1

Correto direcionamento das seesPara melhorar o desempenho, muitos atletas profissionais visualizam o arremesso ou o movimento perfeito. Essa tcnica aplica-se aqui. Para visualizar como ser a companhia depois que o programa de controles internos estiver operando normalmente, sem problemas: importante projetar... ... uma forte estrutura de controles internos que ajude a manter a companhia na direo do crescimento e da lucratividade; ... procedimentos que permitam cumprir as novas exigncias para a emisso de relatrios e para a divulgao decretada pela Lei Sarbanes-Oxley; ... uma estrutura que resista ao exame minucioso de seu auditor independente, da SEC e de outros rgos reguladores; ... maior confiana dos investidores na companhia; ... a companhia tornando-se uma empresa-lder, reconhecida pela governana corporativa, conhecida pela qualidade e integridade de seus relatrios financeiros; ... um fluxo de informaes ampliado que permita a tomada de melhores decises empresariais; ... a restaurao do crdito e da confiana no mercado de aes, conquistada pelos executivos da corporao, porque abraaram esse processo com seriedade e responsabilidade. Muito justificadamente, grande parte da discusso e das incertezas em torno da Lei Sarbanes-Oxley est centrada nas Sees 302 e 404. Muitas companhias adotaram uma estratgia que prioriza o cumprimento da Seo 302 em detrimento da Seo 404. Aparentemente, esse enfoque faz sentido.

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Afinal de contas, a Seo 302 j est em vigor (desde agosto de 2002), enquanto a Seo 404, conforme proposta, no ser aplicvel at o final de 2003. Contudo, importante verificar que o direcionamento individual dessas duas sees da Lei Sarbanes-Oxley constitua um processo ineficiente e provavelmente contraproducente. Podemos apresentar slidos argumentos para integrar as medidas de cada uma delas em uma estrutura de controles internos mais ampla e robusta o suficiente para atender s exigncias de ambas as sees. Apresentaremos um breve esboo desse raciocnio a seguir. Mas, antes, um rpido resumo de cada seo da Lei ajudar a elucidar a discusso. Seo 302: certificao trimestral e anual dos controles e procedimentos de divulgao A Seo 302 impe novos nveis de responsabilidade aos Diretores Executivos e Diretores Financeiros, que agora devem declarar pessoalmente que a divulgao dos controles e procedimentos foi implementada e avaliada. (A SEC tambm apresentou uma exigncia de divulgao expandida que inclui controles e procedimentos internos para emisso de relatrios financeiros, alm da exigncia relacionada com os controles e procedimentos de divulgao.) As regras tambm foram alteradas: o Diretor Executivo deve agora reconhecer diretamente a responsabilidade pelos controles internos que antigamente era amplamente delegada ao Diretor Financeiro. Em cada arquivo trimestral ou anual, o Diretor Executivo e o Diretor Financeiro devem declarar que: so responsveis pelos controles e procedimentos de divulgao;

desenharam esses controles (ou supervisionaram seu desenho) para assegurar que as informaes materiais cheguem ao seu conhecimento; avaliaram a eficcia desses controles a cada trimestre; apresentaram suas concluses em relao eficcia desses controles; divulgaram ao seu Comit de Auditoria e aos seus auditores independentes todas as deficincias significativas encontradas nos controles, as insuficincias materiais e os atos de fraude envolvendo funcionrios da administrao ou outros funcionrios que desempenham papis significativos nos controles internos da companhia; indicaram no arquivamento na SEC todas as alteraes significativas efetuadas nos controles. O cumprimento de algumas determinaes da Seo 302 pode parecer relativamente simples. Por exemplo, reafirmar a cada trimestre que o Diretor Executivo e o Diretor Financeiro so responsveis pelos controles e procedimentos de divulgao tornar-se- uma tarefa habitual. Contudo, a redao simples de outras medidas no corresponde ao nvel de esforo que pode ser exigido para o seu cumprimento, considerando, por exemplo, a exigncia de que os controles e procedimentos de divulgao sejam avaliados todo trimestre. Para uma organizao dinmica que esteja criando novos produtos e servios, concluindo fuses e aquisies, formando alianas e reorganizando divises e departamentos, a simples logstica de desenvolver, monitorar e avaliar esses controles pode rapidamente tornar-se desanimadora. Seo 404: avaliao anual dos controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros A Seo 404 determina uma avaliao anual dos controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros. Como a Seo 302, ela exige que os Diretores Executivos e os Diretores Financeiros avaliem e atestem periodicamente a eficcia desses controles. A Seo 404 obriga as companhias a incluir em seus relatrios anuais um relatrio sobre controles internos emitido pela administrao que: afirme sua responsabilidade pelo estabelecimento e pela manuteno de controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros; avalie e atinja concluses acerca da eficcia dos controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros; declare que o auditor independente da companhia atestou e reportou a avaliao feita pela administrao sobre seus controles e procedimentos internos para aLei Sarbanes-Oxeley Maio 2003 9

Seo 906: responsabilidade corporativa pelos relatrios financeirosOutra medida da Lei Sarbanes-Oxley, amplamente divulgada a Seo 906 , entrou em vigor em agosto de 2002. Essa seo exige que Diretores Executivos e Diretores Financeiros assinem e certifiquem o relatrio peridico contendo as demonstraes financeiras. A certificao executiva declara que o relatrio cumpre as exigncias de emisso de relatrios determinadas pela SEC e que representam adequadamente a condio financeira da companhia, bem como os resultados de suas operaes. O descumprimento dessa exigncia tem um alto preo: multas de at US$5 milhes e at 20 anos de priso podem ser as penas impostas para o descumprimento intencional. Esta uma medida que sustenta a engrenagem do Lei.

emisso de relatrios financeiros. Segundo as regras propostas pela SEC, a administrao tambm dever certificar a eficcia de seus controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros em uma base trimestral. Alm disso, a Lei Sarbanes-Oxley exige que um auditor

independente da companhia preencha um relatrio individual que ateste a avaliao da administrao sobre a eficcia dos controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros. J que o Diretor Executivo e o Diretor Financeiro de sua companhia devem fazer declaraes pblicas em relao eficcia dos controles internos, preciso manter suporte e documentao substanciais relacionados com a estrutura de controles internos e tambm com a sua avaliao. Alm disso, como o auditor independente vai atestar a avaliao dos controles necessrio apresentar toda documentao ao auditor. Vale lembrar que o parecer sem ressalvas na ltima auditoria das demonstraes financeiras no um atestado para a eficcia dos controles internos. Quando os auditores independentes emitem opinio acerca das demonstraes financeiras, no esto validando a estrutura de controles internos. Portanto, os procedimentos de testes que executam no so desenhados para atender s exigncias da certificao. Para que o auditor independente faa essa certificao e para preparar a prpria avaliao preciso adotar uma estrutura de controles internos que contenha critrios objetivos os quais possam ser medidos e avaliados. Acredita-se que as recomendaes do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission COSO surgiro como a estrutura mais utilizada com maior freqncia pelos registrantes. A avaliao fornecida aos auditores independentes deve ser substantiva, bem documentada e abrangente. Um checklist resumido inclui: informaes acerca do ambiente de controles gerais da companhia; descrio do processo adotado pela administrao para identificar, classificar e avaliar riscos que possam impedir que a companhia alcance seus objetivos de emisso de relatrios financeiros; descrio completa dos objetivos de controle criados pela administrao para direcionar os riscos identificados e as respectivas atividades de controle; descrio dos sistemas de informtica e procedimentos de comunicao adotados para fornecer suporte ao tpico anterior; resultados e documentao-suporte da avaliao mais recente feita pela administrao sobre a eficcia do desenho e das operaes das atividades individuais de controle (observao: talvez no seja

DEFININDO DEFICINCIAS E PONTOS FRACOSDeficincia nos Controles. Uma deficincia nos controles indica uma falha no desenho, na implementao e/ou na eficcia operacional de uma atividade de controle. Essas falhas podem afetar adversamente a capacidade da companhia para iniciar, registrar, processar, resumir e reportar dados financeiros e nofinanceiros precisos. Deficincia Significativa/Condio Reportvel. A descrio apresentada pela SEC para uma deficincia significativa torna-a anloga a uma condio reportvel conforme descrito nos padres de audito, ria. Condies reportveis so deficincias nos controles que chegam ao conhecimento dos auditores e que, segundo seu julgamento, devem ser comunicadas ao Comit de Auditoria porque representam deficincias significativas no desenho ou na operao de controles internos, que podem afetar adversamente a capacidade da companhia de iniciar, registrar, processar, resumir e reportar dados financeiros e no-financeiros precisos. Insuficincia Material. De acordo com os padres de auditoria, insuficincia material uma condio reportvel, na qual o desenho ou a operao de um ou mais componentes dos controles internos no reduz a um nvel relativamente baixo o risco de erros monetrios. Por sua vez, esses erros monetrios so causados por erro ou fraude em valores que seriam materiais em relao s demonstraes financeiras que esto sendo auditadas e podem ocorrer e no ser detectados em tempo hbil pelos funcionrios, no curso normal da execuo das funes que lhes foram atribudas. Avaliar se uma condio reportvel tambm uma insuficincia material um processo subjetivo que depende de fatores como: (a) a natureza do sistema contbil e dos valores ou das transaes da demonstrao financeira expostos condio reportvel; (b) o ambiente de controles gerais; (c) pessoas tomam as decises; e (d) outros controles. A presena de uma insuficincia material ou mais pode indicar que a estrutura de controles internos no eficaz.

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suficiente a mera confiana nas declaraes de subordinados); relao de todas as deficincias encontradas no desenho e na implementao das atividades de controle, bem como os procedimentos propostos para sua correo; descrio do processo adotado para comunicar deficincias significativas e insuficincias materiais aos auditores independentes e ao Comit de Auditoria; descrio dos procedimentos de monitoramento executados para assegurar que a estrutura de controles internos est operando conforme planejado e que os resultados dos procedimentos de monitoramento so revisados e executados; descrio do processo de criao da divulgao e das atividades de controle relacionadas.

Essa nova nfase nos controles internos e no cumprimento das regras deve ser disseminada por toda a organizao. Companhias de menor porte, que muito provavelmente no possuem uma infra-estrutura forte e um staff grande, podem julgar essa adaptao especialmente difcil. Companhias de todos os portes sero obrigadas a destinar recursos significativos a esse trabalho tempo, dinheiro e pessoal. Os custos financeiros para o cumprimento das regras sero considerveis (mas deve-se observar que no sero to altos quanto os custos provocados pelo descumprimento delas). Custos diretos podem incluir o tempo dispensado por consultores e funcionrios para avaliao, implementao e monitoramento; instruo de funcionrios acerca dos controles internos; despesas com a nova tecnologia para suportar o programa de controles internos; e honorrios pagos aos auditores independentes para executar os testes dos controles que visam atestar sua assero quanto eficcia de seus controles internos. Custos indiretos podem incluir o remanejamento de pessoal e o realinhamento de outros recursos na organizao para criar e manter uma melhor estrutura de controles internos. Entretanto, como j declaramos anteriormente, a maior parte das companhias de capital aberto j possui algum tipo de estrutura de controles internos em vigor. possvel que as organizaes no precisem comprar sistemas totalmente novos ou desenvolver novos processos, podendo adaptar os recursos j existentes e integr-los nova estrutura de controles internos.

302 + 404 = 1Agora, com uma compreenso mais abrangente das Sees 302 e 404, torna-se clara uma estratgia eficaz: as determinaes de ambas as sees podem ser direcionadas atravs de uma nica metodologia. Um programa de controles internos que focaliza simultaneamente a divulgao e a emisso de relatrios financeiros pode atender s exigncias trimestrais da Seo 302 e as exigncias anuais da Seo 404, bem como suprir as necessidades dos auditores independentes para executar seus procedimentos de certificao. (A reivindicao para um alinhamento mais prximo das exigncias das duas sees da Lei Sarbanes-Oxley tem sido unnime entre a comunidade empresarial, e a maioria dos observadores espera que a SEC continue caminhando nessa direo.)

Etapa 2

Comprometer-se e organizar-seFazer uma avaliaoAntes de dar incio ao projeto de controles internos como exige a Lei Sarbanes-Oxley, uma avaliao informal pode ser bastante til para compreender como a Lei se aplica companhia com base em suas caractersticas operacionais o que poder favorecer o desenvolvimento do plano de ao. Embora provavelmente todas as companhias de capital aberto precisaro fazer ajustes antes de poder avaliar e certificar com confiana a eficcia de seus controles internos, bvio que algumas companhias precisaro fazer mudanas mais radicais que outras. Em grande escala, a natureza das operaes ditar o escopo das mudanas necessrias. Por exemplo, possvel que uma companhia altamente descentralizada necessite de uma resposta mais elaborada para as medidas da Lei Sarbanes-Oxley acerca dos controles internos do que um registrante com caractersticas mais simples.Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003 11

O porte da companhia e a sua complexidade apresentam um paradoxo interessante. Via de regra, a implementao de controles internos em uma companhia de menor porte mais fcil, j que h um nmero menor de pessoas, divises, processos, etc. para acomodar. Contudo, com freqncia, esse tipo de companhia possui uma infra-estrutura to informal que precisa de aes corretivas significativas. No outro extremo, companhias globais que devem instituir atividades de controle em mltiplas localidades podem encontrar um desafio significativo, j que tentam conciliar vrios sistemas e procedimentos em toda a empresa. Alm disso, companhias globais enfrentam os desafios de regulamentaes especficas a cada pas e culturas distintas. Essas companhias de grande porte podem se beneficiar da uniformidade do enfoque e da consistncia da aplicao que seu programa de controles internos pode gerar. As regulamentaes restritas ao ramo de atividade representam outra varivel. Por exemplo, instituies depositrias que esto sujeitas s medidas do Federal Deposit Insurance Corporation Improvement Act FDICIA de 1991 tiveram de sujeitar-se s regras para a emisso de relatrios de controles internos similares s da Lei Sarbanes-Oxley nos ltimos dez anos. Ainda assim muitas instituies depositrias precisaro fortalecer seus programas para a avaliao da eficcia dos controles internos que, segundo a Lei Sarbanes-Oxley, devem agora levar em considerao os controles e procedimentos de divulgao.

esse trabalho, elas devem ser programadas. Uma vez que os membros tenham uma apreciao completa das demandas da Lei Sarbanes-Oxley, o Diretor Executivo e o Diretor Financeiro devem formalmente comprometer a companhia com a tarefa e reconhecer a responsabilidade por assegurar o cumprimento das regras. Posteriormente, deve ser emitido um comunicado formal para a Alta Administrao e para os funcionrios. Esse comunicado deve incluir diretrizes para o cumprimento das medidas da Lei Sarbanes-Oxley, uma definio da tarefa a ser empreendida, instrues gerais e a ampla designao de recursos.

Criar um Comit Diretor de Trabalho recomendvel a criao de um Comit Diretor de Trabalho para supervisionar e coordenar todas as atividades relacionadas com a Lei Sarbanes-Oxley incluindo aquelas que excedem o escopo das Sees 302 e 404 em toda a organizao. Trata-se de um grupo de alto nvel: seus membros devem ser instrudos acerca da imagem global da companhia, integrar a implementao da estratgia da companhia, ter autoridade para tomar decises crticas e direcionar recursos onde e quando necessrio. Em companhias de menor porte, o Comit Diretor de Trabalho pode ser formado de apenas de duas pessoas, que iro certificar a eficcia dos controles internos o Diretor Executivo e o Diretor Financeiro. Em organizaes maiores, possvel incluir outros membros, como o Diretor Contbil, o Diretor de Auditoria Interna e o Conselheiro Geral, bem como um Conselheiro do Comit de Auditoria. Em companhias de todos os portes, um membro da Diretoria deve ser designado para monitorar os processos e os progressos do Comit Diretor de Trabalho. As funes do Comit Diretor de Trabalho incluiro: estabelecer parmetros dentro dos quais o Comit de Divulgao ir operar; identificar as pessoas necessrias para alcanar os objetivos; manter o Conselho de Administrao e a administrao informados sobre o progresso. As deliberaes e aes do Comit Diretor de Trabalho bem como aquelas de qualquer outro grupo que esteja trabalhando no cumprimento das regras devem ser documentadas. Um registro expresso pode servir como mapa para colocar os objetivos em execuo. recomendvel consultar o Conselho Jurdico em relao natureza e abrangncia da documentao.

Comprometer-se com a tarefaCom o entendimento do esforo, que as companhias provavelmente tero de fazer, necessrio estar pronto para comear. E este processo somente poder ser iniciado por um lugar pela Alta Administrao. O Diretor Executivo e o Diretor Financeiro devem determinar a conduta e iniciar o curso de ao. O Conselho de Administrao tambm desempenha um papel importante. Embora no seja diretamente responsvel pela implementao da Lei Sarbanes-Oxley, o Conselho de Administrao deve supervisionar o compromisso da companhia com a tarefa e deve se manter informado sobre o desenvolvimento do programa de controles internos. claro que, para participar efetivamente, o Diretor Executivo, o Diretor Financeiro e o Conselho de Administrao devem possuir conhecimento suficiente da Lei. Se forem necessrias sesses de instrues para facilitar12 Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003

Etapa 3

Selecionar uma estrutura de controles internos apropriadaQuer esteja comeando da estaca zero ou aperfeioando a estrutura de controles internos j existente, a companhia deve objetivar o desenvolvimento de um sistema que preencha quatro critrios: (1) objetividade, (2) mensurao, (3) integridade e (4) pertinncia. Conseqentemente, muitas companhias constroem sua estrutura de controles internos em torno do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission COSO. Contudo, o COSO representa apenas uma embora a mais amplamente reconhecida das muitas estruturas de controles internos existentes. A estrutura do COSO divide os controles internos eficazes em cinco componentes inter-relacionados, com o objetivo de simplificar a tarefa da administrao para gerenciar e supervisionar todas as atividades que fazem parte de uma estrutura de controles internos bem-sucedida.

Relacionamento de Objetivos e ComponentesH um relacionamento direto entre os objetivos, que representam aquilo que uma entidade se esfora para atingir, e os componentes, que representam o que necessrio para atingir os objetivos. As informaes so necessrias para todas as trs categorias de objetivos administrar as operaes empresariais de maneira eficaz, preparar demonstraes financeiras de forma confivel e verificar o cumprimento das regras. Trs Categorias de Objetivosera Op e s s o io iss tr s Em Rela eiro e anc d n Fi

Controles Internos segundo o COSOOs controles internos, conforme definidos pelo COSO, so processos executados pelo Conselho de Administrao, pela Diretoria ou por outras pessoas da companhia, que levam ao sucesso operacional em trs categorias: Eficcia e eficincia das operaes. Confiabilidade dos relatrios financeiros. Cumprimento de leis e regulamentos aplicveis. Devido sua presena por toda a parte o COSO , fornecer a base de discusso sobre a seleo de uma estrutura de controles internos apropriada. As diretrizes do COSO, publicadas em 1991, no se referem explicitamente aos controles e procedimentos de divulgao. Ao contrrio, a estrutura descrita pelo COSO mais abrangente, incluindo tanto os controles e procedimentos de divulgao quanto os controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros.

to en im pr as u m Regr C de

Cinco Componentes

Monitoramento

Informao e Comunicao

Atividades de Controle

Avaliao de Riscos Ambiente de Controle

ESTRUTURA: OBRIGATRIA Qual a importncia da estrutura de controles internos para o programa de controles internos segundo a Lei Sarbanes-Oxley? Considere os pontos a seguir: Sem uma estrutura apropriada de controles internos (COSO ou similar), provavelmente no ser possvel atender s exigncias determinadas pela Seo 404 da Lei Sarbanes-Oxley. Segundo essa seo, o auditor independente deve preencher um relatrio que ateste sua garantia sobre a eficcia de seus controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros. Se a companhia no tiver adotado uma estrutura de controles internos, no haver critrios com os quais a companhia ou o auditor independente possa comparar a eficcia.

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1992

O controle interno pertinente para a companhia como um todo ou para qualquer uma de suas unidades ou atividades. Os cinco componentes so aplicveis e importantes para o alcance dos objetivos operacionais.

ESTRUTURAS PARA CONTROLES INTERNOSVrias estruturas para a avaliao dos controles internos esto disponveis. Entre as mais proeminentes, encontramos: 1. COSO Estrutura Integrada de Controles Internos: Desenvolvida pelo Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission e patrocinada pela AICPA, FEI e IIA entre outros, o COSO a estrutura dominante nos Estados Unidos. As diretrizes foram publicadas em 1991, com revises antecipadas e atualizaes posteriores. Acreditamos que esta ser a estrutura escolhida pela grande maioria das companhias de capital aberto sediada nos EUA. 2. CoCo Modelo de Controles: Desenvolvido pelo Criteria of Control Committee of Canadian Institute of Chartered Accountants, o CoCo concentra-se nos valores comportamentais como a base fundamental para os controles internos de uma companhia, e no na estrutura e nos procedimentos de controle. 3. Turnbull Report Controles Internos: Diretrizes para Diretores sobre o Cdigo Combinado: Desenvolvido pelo Committee on Corporate Governance of the Institute of Chartered Accountants in England & Wales, em parceria com a London Stock Exchange, o guia foi publicado em 1999. O Turnbull exige que as companhias identifiquem, avaliem e administrem seus riscos significativos e avaliem a eficcia do sistema de controles internos relacionado. 4. ACC Australian Criteria of Control: Emitido em 1998 pelo Institute of Internal Auditors Austrlia, o ACC enfatiza a competncia da administrao e dos funcionrios para desenvolver e operar a estrutura de controles internos. Trata-se de um controle independente, que inclui atributos como atitudes, comportamentos e competncia, e promovido como o enfoque mais compensador em termos de custo para os controles internos. 5. King Report Expedido pelo King Committee on Corporate Governance em 1994, promove padres gerais para governana corporativa na frica do Sul. O King Report ultrapassa os aspectos financeiros e reguladores usuais da governana corporativa, direcionando questes sociais, ticas e ambientais.

O Ambiente de Controle abrange toda a estrutura de controles internos o universo no qual todos os outros elementos existem. O Ambiente de Controle inclui conceitos como conduta, atitude, conscincia, competncia e estilo. Grande parte de sua fora extrada da conduta estabelecida pelo Conselho de Administrao e pelos executivos da companhia. A Avaliao de Riscos envolve a identificao e a anlise pela Administrao dos riscos mais relevantes para a obteno dos objetivos do negcio. No decorrer de uma avaliao de riscos, cada objetivo operacional, do nvel mais alto (como dirigir uma companhia lucrativa) ao mais baixo (como salvaguardar caixa), documentado e ento cada risco que possa prejudicar ou impedir o alcance do objetivo identificado e priorizado. As Atividades de Controle so desenvolvidas para direcionar especificamente cada objetivo de controle, visando atenuar os riscos identificados anteriormente. As atividades de controle so polticas, procedimentos e prticas adotados para assegurar que os objetivos operacionais sejam atingidos e as estratgias para atenuar riscos sejam executadas.

A Informao e Comunicao fornecem suporte aos controles internos, transmitindo diretrizes do nvel da administrao para os funcionrios, em um formato e uma estrutura de tempo que lhes permitem executar suas atividades de controle com eficcia. O processo tambm poderia percorrer o caminho inverso, partindo dos nveis mais baixos da companhia para a administrao e para o Conselho de Administrao, transmitindo as informaes sobre os resultados, as deficincias e as questes geradas. O Monitoramento o processo para estimar e avaliar a qualidade dos controles internos durante avaliaes contnuas e especiais. O Monitoramento pode incluir tanto a superviso interna quanto externa dos controles internos pela administrao, pelos funcionrios, ou pelas partes externas.

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Etapa 4

Conferir poderes ao Comit de DivulgaoA formao e as atividades de um Comit de Divulgao representam um dos controles mais importantes que uma companhia pode implementar para assegurar que seus registros sejam claros, precisos, pontuais e completos. Na verdade, as questes quanto divulgao fornecem grande parte das direes anteriores Lei SarbanesOxley. Conforme j observamos anteriormente, a Seo 302 da Lei determina que os Diretores Executivos e os Diretores Financeiros certifiquem que os controles e procedimentos de divulgao so apropriados e eficazes. Alm disso, possvel que a SEC exija que o auditor independente da companhia ateste a eficcia dos controles e procedimentos de divulgao da companhia, alm dos controles e procedimentos internos para a emisso de relatrios financeiros. Na verdade, a SEC realmente considera a questo da divulgao to importante, que aconselha todas as companhias de capital aberto a criarem um comit dedicado superviso das atividades de divulgao. Com base em nossas observaes preliminares, Comits de Divulgao eficazes so compostos por pessoas que: esto familiarizadas com as regras da SEC; esto instrudas quanto aos aspectos primrios dos negcios da companhia; esto familiarizadas com as prticas de divulgao de companhias similares; ocupam posies dentro da companhia que lhes permitem agir quando necessrio. O porte da companhia determinar parcialmente a composio do Comit de Divulgao. possvel que companhias maiores tenham um complemento total de pessoal com os cargos relacionados a seguir. Companhias menores podem ter pessoas cujas descries de cargos se enquadrem em vrios ttulos.Alguns possveis membros do Comit de Divulgao incluem: Diretor Contbil ou Controller. Conselheiro geral ou outro superior jurdico responsvel pelos registros na SEC que se reporte ao Conselheiro geral. Diretor de Avaliao de Riscos. Diretor de Investimentos. Diretor Operacional. Outros funcionrios (incluindo representantes da unidade operacional) que a companhia julgar apropriados. Algumas dessas pessoas podem ser lderes de unidades operacionais-chave, lderes de regies geogrficas, representantes de desenvolvimento operacional ou representantes de recursos humanos. Outras partes, como auditores independentes e consultores jurdicos externos, podem atuar como conselheiros valiosos para o Comit de Divulgao, mas no devem tomar decises ou assumir funes como membros do grupo com direito a voto. O Comit de Divulgao exerce inmeras funes, incluindo:

COMITS DE CRUCIAL IMPORTNCIAIniciar ou aprimorar um programa de controles internos pode exigir uma distribuio (ou redistribuio) de pessoal. recomendvel a criao de vrios novos comits para auxiliar no processo. Comit Diretor de Trabalho. Um grupo de nvel geral, que supervisiona e coordena todas as atividades de controles internos. Em companhias pequenas, esse comit pode consistir apenas do Diretor Executivo e do Diretor Financeiro. Organizaes de maior porte podem ter proporcionalmente um nmero maior de integrantes. Comit de Divulgao. A SEC aconselha todas as companhias de capital aberto a criar um Comit de Divulgao para assegurar que os registros da companhia sejam claros, precisos, pontuais e completos. O comit estipula parmetros para a divulgao e verifica a pertinncia das divulgaes em todas as informaes difundidas publicamente. Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos. Responsvel por uma grande parte do trabalho dos controles internos. As atividades da equipe incluem avaliao, desenvolvimento, implementao e correo dos controles internos.

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Determinao da pertinncia das divulgaes nos esboos de todas as informaes difundidas publicamente. Superviso do processo pelo qual as divulgaes so criadas e revisadas. Identificao do que constitui transaes ou eventos significativos . Identificao de que constitui uma deficincia significativa e insuficincia material no desenho ou na operao dos controles internos. Certificao de que o Diretor Executivo e o Diretor Financeiro estejam cientes das informaes materiais que podem afetar as divulgaes. Reviso das deficincias dos controles com o Diretor Executivo e com o Diretor Financeiro para verificar se, individual ou globalmente, elas constituem uma insuficincia material, e realizao de recomendaes quanto sua divulgao nos registros na SEC. Um das aes preliminares do Comit de Divulgao ser definir sua misso. Para operar de forma eficaz, o comit deve desenvolver uma descrio clara do escopo GRAUS DE DEFICINCIA Graus de Deficincia. Ao tentar verificar se a deficincia de um controle significativa preciso considerar alguns fatores, como o porte da organizao, os aspectos qualitativos e quantitativos dos fatores de risco que a atividade pretende atenuar e a complexidade das operaes. Exemplos de deficincias potencialmente significativas no desenho e na implementao de uma atividade de controle incluem: A companhia no possui procedimentos adotados para avaliar o limite de crdito de novos clientes. A companhia no possui procedimentos adotados para rastrear o valor de seus investimentos em aes. (Esses exemplos pressupem que os processos operacionais relacionados e os saldos so materiais para a companhia em questo.) Deficincias potencialmente significativas na eficcia operacional das atividades de controle podem incluir: Embora a companhia possua procedimentos adotados para avaliar o limite de crdito de novos clientes, os pedidos quase sempre so processados para contas que foram bloqueadas. Embora a companhia rastreie seus investimentos em aes, as diferenas entre os registros mantidos pela companhia e as demonstraes de terceiros no so investigadas imediatamente.

de suas responsabilidades. Ele deve tambm obter a confirmao formal de sua compreenso com o Diretor Executivo e o Diretor Financeiro. A tarefa mais importante que o Comit de Divulgao ter pela frente ser a certificao de que os processos esto em operao para obter e analisar as informaes, visando verificar se ocorreu uma divulgao apropriada. Entre outros itens, o comit deve revisar: todos os registros da SEC, incluindo todos os registros do Exchange Act de 1934 (ou seja, formulrios 10-Q, 10K e 20-F), e as demonstraes de registro do Securities Act de 1933 (ou seja, formulrios S-1 e S-3); avaliaes efetuadas trimestral ou anualmente pela administrao dos controles e procedimentos de divulgao e dos controles e procedimentos internos para emisso de relatrios financeiros; todos os releases que forneam informaes financeiras ou diretrizes, informaes sobre aquisies materiais, disposies ou outros eventos que sejam materiais para a companhia; a correspondncia amplamente divulgada aos acionistas; todas as apresentaes para conferncia dos investidores ou analistas, de acordo com a Regulamentao FD (Full Disclosure); todas as apresentaes para agncias de classificao e agentes de crdito; relatrios de auditoria interna; livros de instrues especficas da administrao; livros de instrues especficas do Conselho de Administrao e do Comit de Auditoria; polticas de divulgao adotadas pela companhia para as informaes includas nos sites de suas relaes com seus investidores/associados. Embora o Comit de Divulgao esteja sob a responsabilidade do Diretor Executivo e do Diretor Financeiro, um de seus membros pode reunir-se periodicamente com o Comit de Auditoria para discutir: as atividades do Comit de Divulgao; a qualidade das divulgaes includas nos registros da companhia; discordncias com o Diretor Executivo e com o Diretor Financeiro; discordncias com especialistas externos, como consultores jurdicos ou auditores independentes. O Comit de Auditoria tambm pode assumir um papel nas resolues de discordncias significativas. Por exemplo, se o Comit de Divulgao recomenda a divulgao de uma determinada informao, mas o Diretor Executivo e/ou o Diretor Financeiro discorda, o Comit de Auditoria pode ser chamado para ajudar a resolver o impasse.

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Etapa 5

Estabelecer um programa de controles internosPara muitas companhias, o cumprimento das medidas da Lei Sarbanes-Oxley relativas aos controles internos exigir um esforo significativo. Na verdade, o trabalho inicial desenvolver um programa de controles internos e a infra-estrutura-suporte relacionada pode ser intensivo. Entretanto, uma vez que o programa esteja bem estabelecido, a carga ser amenizada e a estrutura e os processos tornar-se-o parte dos procedimentos operacionais padro de sua companhia. As etapas relacionadas a seguir, e posteriormente detalhadas, podem ser seguidas ao se estabelecer um programa de controles internos: Planejar o programa. Avaliar o ambiente de controle. Definir o escopo. Construir um repositrio de controles. Executar testes iniciais e contnuos. Monitorar. Aps a formao da equipe, um plano de projeto deve ser criado. Em nvel geral, o processo global de planejamento deve resultar no seguinte: Entendimento e consenso acerca de objetivos, distribuies, escopo, custos e enfoque do projeto. Compromisso de que os recursos necessrios estejam disponveis quando solicitados. Consenso sobre a utilizao de recursos externos e uma descrio dessas funes. Uma linha de base do projeto com a qual o progresso possa ser comparado. Consenso acerca dos processos e das metodologias utilizadas para gerenciar o projeto. Modelo de Confiabilidade nos Controles Internos Com freqncia, confiabilidade nos controles internos uma funo das seguintes caractersticas: Desenho e eficcia operacional dos controles. Extenso da documentao dos controles e procedimentos. Conscincia dos funcionrios acerca das atividades de controle pelas quais so responsveis. Monitoramento independente. Ao desenvolver um plano para o projeto, a Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos pode utilizar uma ferramenta como o Modelo de Confiabilidade nos Controles Internos.

Planejar o programa recomendvel a formao de uma Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos para estabelecer o programa especfico sobre o assunto. O porte e a complexidade de sua companhia determinaro a alocao dos recursos pessoais para a equipe. Em uma pequena companhia, provavelmente, ser necessria pouca estrutura organizacional; a equipe poder ser constituda apenas por membros que trabalhem meio expediente talvez um gerente de projeto e mais alguns funcionrios. Entretanto, para companhias maiores, ser necessrio dispor de um nmero significativo de pessoas em funes que exijam dedicao integral. Para muitas companhias que j possuem um grupo responsvel pelos controles internos, talvez no seja necessrio formar uma nova Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos. Contudo, o Comit Diretor de Trabalho deve avaliar se o grupo responsvel pelos controles internos existente possui o pessoal apropriado para conduzir as etapas selecionadas pela companhia.

O PAPEL DA AUDITORIA INTERNAMuitas companhias j possuem uma funo de auditoria interna e, levando em considerao as recentes propostas apresentadas por determinadas bolsas de valores, provavl que no futuro um nmero ainda maior de companhias estabelea essa funo. Os membros da auditoria interna podem exercer um papel importante nas atividades de uma companhia em relao s regras determinadas pela Lei SarbanesOxley, contribuindo com seu conhecimento de processos e de controles internos, monitorando as atividades de avaliao da administrao, fornecendo inputs a um processo de avaliao de riscos e atuando como um importante elo com o Comit de Auditoria.

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Modelo de ConfiabilidadeControles, polticas e procedimentos relacionados no foram adotados nem documentados. No h um processo de criao para a divulgao. Controles, polticas e procedimentos relacionados foram adotados, mas no esto completamente documentados. H um processo de criao para a divulgao, mas no est totalmente documentado. possvel que os funcionrios no tenham conscincia de suas responsabilidades pelas atividades de controle. A eficcia operacional das atividades de controle no adequadamente avaliada em uma base regular e o processo no est completamente documentado. possvel identificar as deficincias dos controles, mas elas no so prontamente corrigidas. Controles, polticas e procedimentos relacionados foram adotados e esto completamente documentados. H um processo de criao para a divulgao, que est documentado de forma apropriada. Os funcionrios tm conscincia de suas responsabilidades pelas atividades de controle. A eficcia operacional das atividades de controle avaliada em uma base peridica (ou seja, trimestralmente) e o processo est documentado de forma apropriada. As deficincias dos controles so identificadas e prontamente corrigidas. Abrange todas as caractersticas apresentadas no Estgio 3. Existe um programa de gerenciamento de riscos e controles que abrange toda a companhia, de modo que controles e procedimentos so documentados e continuamente reavaliados para refletir um processo maior ou mudanas organizacionais. Um processo de autoavaliao utilizado para avaliar o desenho e a eficcia dos controles. A tecnologia alavancada para documentar processos, objetivos de controle e atividades, e identificar falhas e avaliar a eficcia dos controles.

CARACTERSTICAS

Os funcionrios no tm conscincia de suas responsabilidades pelas atividades de controle. A eficcia operacional das atividades de controle no avaliada em uma base regular. As deficincias dos controles no so identificadas.

IMPLICAES

Documentao insuficiente para suportar a certificao e a garantia da administrao. O nvel de esforo para documentar, testar e corrigir controles significativo.

Documentao insuficiente para suportar a certificao e a garantia da administrao. O nvel de esforo para documentar, testar e corrigir controles significativo.

Documentao suficiente para suportar a certificao e a garantia da administrao. O nvel de esforo para documentar, testar e corrigir controles pode ser significativo, dependendo das circunstncias da companhia.

Implicaes do Estgio 3. Tomada de decises aperfeioada em virtude de informaes pontuais e de alta qualidade. Utilizao eficiente de recursos internos. Monitoramento em tempo real.

Esse modelo, que visualmente retrata o grau de confiabilidade dos controles internos, pode ser aplicado a qualquer unidade para a qual um plano esteja sendo criado (por exemplo, a companhia como um todo, uma unidade operacional ou uma subsidiria). Uma verso do Modelo de Confiabilidade nos Controles Internos, foi desenhada para categorizar a confiabilidade dos controles internos em quatro estgios: (1) no-confivel, (2) insuficiente, (3) confivel e (4) excelente, com base nas caractersticas apresentadas na tabela.18 Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003

Ao utilizar o Modelo de Confiabilidade nos Controles Internos, a equipe do projeto deve avaliar minuciosamente as caractersticas da unidade que est sendo avaliada e determinar o estgio que mais se assemelha ao status dos controles internos dessa unidade. Se os controles internos forem classificados como no-confiveis (Estgio 1) ou insuficientes (Estgio 2), provavelmente a estrutura de controles internos no suficiente para suportar as exigncias de certificao

nos Controles InternosExtenso da Documentao, Conscincia e Monitoramento Estgio 1 No-Confivel Estgio 2EsInsuficiente t gi o4 Estgio 3 Confivel Estgio 4 Excelente Extenso da DocumentaoEs t gi o Ex ce le n te

MODELO DE CONFIABILIDADE

fornecer uma descrio altamente visual sobre a confiabilidade dos controles internos da companhia para o Conselho de Administrao e para Alta Administrao executiva.

Avaliar o ambiente de controleObviamente, polticas e procedimentos expressos so importantes e exercero um papel principal na eficcia de sua estrutura de controles internos. Na verdade, grande parte do sucesso ou do fracasso de um programa de controles internos pode depender da documentao escrita. Mas tambm so crticos os atributos menos tangveis de cultura, conduta e atitude, coletivamente chamados de Ambiente de Controle Contribuindo . com o Ambiente de Controle encontram-se elementos como integridade, valores ticos e competncia dos funcionrios de sua companhia; filosofia e estilo operacional da administrao; delegao de autoridade e responsabilidade; e ateno e direo fornecidas pelo Conselho de Administrao. O Ambiente de Controle constitui a base para todos os demais componentes dos controles internos. Para facilitar a compreenso do Ambiente de Controle, recomendvel a execuo de uma avaliao cultural. Ao pesquisar a Alta Administrao e os funcionrios de toda a organizao, possvel obter rapidamente uma compreenso sobre a atitude dessas pessoas acerca do compromisso da companhia em criar um ambiente de controle eficaz. Se os resultados da avaliao cultural sugerirem que a companhia no possui um ambiente de controle consistente, necessrio adotar medidas corretivas, como: comunicar a importncia dos controles internos; reforar seu cdigo de conduta e tica, bem como o programa de cumprimento de regras; Polticas e restabelecer o apropriado procedimentos expressos jargo o exemplo vem so importantes. de cima; Mas tambm so crticos conduzir programas os atributos menos de treinamento e tangveis de cultura, conscientizao; estabelecer canais para conduta e atitude, comunicao aberta coletivamente (incluindo mecanismos chamados de Ambiente que possibilitem a de Controle . informao annima).Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003 19

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Conscincia e Monitoramento

anual. Sob tais circunstncias, recomendamos que a equipe do projeto comece a implementar imediatamente o plano do projeto. Se essa implementao demorar, pode ser que a companhia no esteja preparada para apresentar seu relatrio anual acerca dos controles internos ou para atender s exigncias de certificao do auditor independente. Atingir o Estgio 3, significa que os controles internos de uma companhia so confiveis, mas no determina o fim do processo. Ao contrrio, o Estgio 4 que representa o propsito da Lei Sarbanes-Oxley, por meio do qual a governana corporativa est vinculada a atividades de controle eficazes. Alm de fornecer informaes teis que a equipe do projeto pode utilizar ao desenvolver o seu plano de projeto, o Modelo de Confiabilidade nos Controles Internos pode servir para vrias outras finalidades, incluindo: servir como um modelo comum para a discusso entre a administrao e o auditor independente, em relao confiabilidade dos controles internos da companhia, para a avaliao dos controles pela administrao e certificao do auditor independente;

Inversamente, se os resultados da avaliao cultural indicarem que a companhia possui um slido ambiente de controle, ela ter uma base concreta sobre a qual construir seu programa de controles internos.

Definir o escopoO objetivo do processo de definio do escopo identificar e inventariar os riscos de estoques relacionados com a divulgao e emisso de relatrios financeiros. Isso permitir que a Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos concentre seus esforos na identificao ou no desenho de controles para direcionar esses riscos. (Observe que o foco dessa fase do projeto riscos na emisso de relatrios financeiros e divulgao mais restrito do que a avaliao do risco em larga escala e de toda a empresa.) Embora algumas companhias j possuam um programa formal ou informal de avaliao de riscos, o programa deve ser revisado pela equipe do projeto para assegurar que ele engloba o processo abrangente de identificao de todos os riscos financeiros e de divulgao. A equipe do projeto deve comear o processo de definio do escopo pela identificao de todas as principais unidades operacionais, localidades e subsidirias da companhia. Em seguida, deve entrevistar o pessoal da administrao dessas unidades operacionais para identificar riscos na emisso de relatrios financeiros e na divulgao, que poderiam afetar de maneira adversa a capacidade da entidade de reportar com preciso dados financeiros e nofinanceiros, consistentes com o seguinte objetivo: todos os valores e divulgaes so precisos, completos, justos e pontuais . Durante o processo de entrevistas, a administrao deve estar preparada para abordar os seguintes pontos, entre outros: Riscos que podem impedir que a companhia alcance seus objetivos operacionais. Riscos na emisso de relatrios financeiros e nas divulgaes, considerando o seguinte: principais processos e sistemas operacionais, incluindo aplicativos e processos terceirizados; A equipe do projeto riscos e processos nodeve documentar e sistemticos (por exemplo, priorizar cada risco lanamentos no dirio e responsabilidade por identificado na emisso contratos); de relatrios financeiros padres contbeis e na divulgao significativos;20 Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003

regulamentaes da SEC e do ramo de atividade; exemplos de descumprimento de polticas e procedimentos da companhia; questes fortemente relacionadas com avaliaes que dependem do julgamento profissional; sistemas e tecnologias de informao mais importante; situaes nas quais a administrao pode desconsiderar os controles. A equipe do projeto deve ento documentar e priorizar cada risco identificado na emisso de relatrios financeiros e na divulgao, pesando a importncia relativa e a probabilidade de um efeito potencialmente adverso, sem levar em considerao a eficcia dos controles internos da companhia. Fatores que devem ser considerados ao priorizar os riscos na emisso de relatrios financeiros e na divulgao incluem: risco relativo para a companhia; materialidade das demonstraes financeiras; probabilidade de ocorrncia. Com o passar do tempo, a companhia pode considerar a integrao do processo de priorizao de riscos na emisso de relatrios financeiros e na divulgao com um programa de avaliao de riscos em toda a empresa, que direcione todos os elementos da estrutura do COSO.

Construir um repositrio de controlesO repositrio de controles servir como uma central de informaes e atividades relacionadas com os controles internos. Ele conter a documentao sobre os objetivos de controle, o desenho e a implementao das atividades de controle, bem como os mtodos para testar a eficcia dessas atividades. Ser o banco de dados no qual trimestral e anualmente as avaliaes da administrao se basearo, conforme determinado pelas Sees 302 e 404. Para desenvolver esse repositrio de controles, recomendvel que sejam seguidas as seguintes etapas: Definir os principais objetivos de controle. Mapear as atividades de controle existentes e compar-las com os objetivos de controle. Identificar reas em que os controles necessrios esto ausentes e corrigi-las. Definir os principais objetivos de controle Como resultado do processo de definio do escopo, deve ser produzido um inventrio dos principais riscos na emisso de relatrios financeiros e na divulgao.

A Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos deve trabalhar sistematicamente os riscos, a fim de definir os principais objetivos de controle. aconselhvel que, em primeiro lugar, a equipe focalize os riscos que foram considerados prioridade mxima e prossiga seu trabalho abrangendo as outras categorias em etapas sucessivas, de acordo com a necessidade do seu ambiente. Um objetivo de controle descreve as metas que a administrao procura atingir. Na rea de emisso de relatrios financeiros, alguns exemplos de objetivos gerais de controle incluem: Autorizao: as transaes so executadas de acordo com autorizao geral ou especfica da administrao. Registro: todas as transaes autorizadas so registradas pelos valores corretos, no perodo correto e na conta apropriada, a fim de permitir a preparao das demonstraes financeiras de acordo com os princpios contbeis geralmente aceitos. Salvaguarda: a responsabilidade pela custdia fsica dos ativos designada a pessoas especficas e independentes das funes de manuteno dos registros. Reconciliao: ativos registrados so comparados com ativos existentes em intervalos razoveis e so tomadas aes apropriadas em relao a quaisquer diferenas verificadas. Exemplos de objetivos de controle acionveis incluem: Processo de Gerenciamento de Pedidos: pedidos de venda somente so processados dentro dos limites de crdito aprovados para o cliente. Processo de Compra: os valores lanados nas contas a pagar representam bens adquiridos. Mapear as atividades de controle existentes e compar-las com os objetivos de controle As atividades de controle so polticas e procedimentos que ajudam a companhia a atingir determinados objetivos de controle. Elas devem ser incorporadas nas operaes do negcio e utilizadas para reduzir, a nveis razoveis, os riscos na emisso de relatrios financeiros e na divulgao. Exemplos de atividades de controle incluem: Aprovaes, autorizaes e verificaes. Gerenciamento funcional direto ou gerenciamento de atividades. Reviso dos indicadores de desempenho. Segurana de ativos. Segregao de funes. Controles dos sistemas de informtica.

O objetivo dessa etapa fazer um inventrio das atividades de controle existentes que so praticadas na organizao e compar-las com a lista abrangente de objetivos de controle desenvolvida na etapa anterior. Identificar reas em que os controles necessrios so inexistentes e corrigir o problema Aps comparar todas as atividades de controle existentes com os objetivos de controle, provvel que haja objetivos para os quais no existem atividades de controle correspondentes. Essas falhas devem ser identificadas e documentadas para correo. Ou, de modo inverso, possvel haver atividades de controle identificadas que no podem ser comparadas com um objetivo. Nesse contexto, elas poderiam ser atividades de controle desnecessrias e, portanto, podem ser eliminadas, ou, ainda, o indcio de que um objetivo de controle necessrio no foi identificado. Todas as falhas descritas anteriormente devem ser corrigidas atravs de um processo sistemtico, comeando pelos objetivos de controle de prioridade mxima, at que todos os objetivos de controle significativos tenham atividades de controle para direcion-los.

Executar testes iniciais e contnuosDepois de ter desenvolvido o repositrio de Controles, a eficcia operacional das atividades de controle deve ser avaliada. Essa avaliao pode ser executada por pessoas responsveis pelo desempenho dos controles, pela administrao da companhia ou pela Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos. Os objetivos dessas atividades iniciais de teste so: Assegurar que as atividades de controle esto operando de forma apropriada. Fornecer informaes para suportar medidas corretivas posteriores quando os testes das atividades revelarem deficincias nos controles internos. Desenvolver um programa de testes sustentvel que fornea suporte para as avaliaes trimestrais e anuais da administrao. Com a finalidade de fornecer suporte para a avaliao trimestral e anual dos controles internos, deve ser conduzida uma anlise da estrutura desses controles, visando assegurar que no ocorreram mudanas significativas desde o ltimo perodo de avaliao. Caso sejam verificados processos operacionais ou mudanas organizacionais (por exemplo, uma aquisio), serLei Sarbanes-Oxeley Maio 2003 21

necessrio repetir as etapas anteriores para modificar a estrutura de controles internos e direcionar essas mudanas. As pessoas responsveis pelas atividades de controle devem avaliar sua eficcia como parte do processo formal de auto-avaliao dos controles internos. Para tanto, recomendvel que a eficcia operacional das atividades de controle individuais seja testada e que a documentao apropriada seja retida, de maneira que possa ser revisada pelos auditores independentes como parte de seus procedimentos para o trabalho de certificao.

dos controles internos. As companhias que no possuem uma funo de auditoria interna podem avaliar a utilizao da Equipe de Gerenciamento do Programa de Controles Internos para executar essas tarefas. As atividades de monitoramento que devem ser executadas incluem: avaliao independente da pertinncia dos dados contidos no repositrio de controles; verificao das atividades de testes, ou seja, se elas so completas, precisas e pontuais; confirmao de que as pessoas que avaliaram as atividades de controle o fizeram de modo pontual e com a compreenso total e completa das implicaes decorrentes desse tipo de confirmao; comprovao de que a documentao completa e precisa mantida.

MonitorarPara muitas companhias, a funo de auditoria interna desempenhar um importante papel no monitoramento e na emisso de relatrios sobre a eficcia da estrutura

Disponibilizar tecnologias para atingir resultadosA simples logstica do cumprimento das medidas da Lei Sarbanes-Oxley para os controles internos pode parecer desanimadora. Contudo, a carga pode ser extremamente amenizada com a utilizao estratgica das ferramentas apropriadas. Essas ferramentas podem auxiliar em inmeras tarefas como desenho de controles, documentao de controles, anlise e correo de falhas nos controles, aperfeioamento de divulgaes, gerenciamento de riscos, documentao de revises e assinaturas e fornecimento de relatrios administrativos aperfeioados. O uso que as companhias fazem dessas ferramentas limitado apenas por suas necessidades e pelos recursos financeiros disponveis. Em geral, as necessidades de companhias menores e tambm a verba disponvel para a aquisio dessas ferramentas sero menores do que as verificadas em organizaes mais complexas ou maiores. Mas, independentemente do tamanho e da complexidade da companhia, as ferramentas e a tecnologia selecionadas devem ser consistentes com as necessidades de sua organizao.22 Lei Sarbanes-Oxeley Maio 2003

As ferramentas no devem ser encaradas como uma soluo fcil para um problema difcil. Todas elas precisaro de algum tipo de adaptao para operar de maneira eficaz. Tambm, no se pode se deixar seduzir pela tecnologia uma ferramenta prpria deve simplificar em vez de complicar o processo. Finalmente, vale lembrar que as ferramentas devem complementar o trabalho pessoal, no substitu-lo. Antes de investir em ferramentas, importante verificar a possibilidade de personalizao dos recursos existentes que podem dar suporte ao programa de controles internos. Por exemplo, muitas companhias mantm uma intranet que pode servir como repositrio para informaes e documentos relacionados com os controles internos. Veja a seguir um resumo de algumas opes.

Banco de dadosProgramas de banco de dados esto disponveis para fornecer suporte ao programa de controles internos. Um banco de dados de controles pode ajudar as companhias a documentar seus processos, objetivos

de controles e atividades existentes, e ainda identificar falhas e traar aes para corrigir essas deficincias. Ao adicionar uma camada de visualizao no banco de dados dos controles, a administrao pode rapidamente compreender os resultados da avaliao que auxiliar no preenchimento da certificao trimestral dos controles.

ConclusoO cumprimento da Lei Sarbanes-Oxley pode ser uma tarefa difcil. Mas, para atingir um nvel superior de integridade e desempenho corporativos, o cumprimento da Lei por si pode ser inadequado. A esse respeito, certos precedentes podem ajudar a apontar armadilhas e destacar as melhores prticas. Por exemplo, o Federal Deposit Insurance Corporation Improvement Act FDICIA de 1991 foi para as instituies financeiras o que a Lei Sarbanes-Oxley hoje para as companhias de capital aberto: ambos introduziram regulamentaes para corrigir falhas observadas no mercado e cada um deles decretou novas exigncias significativas para a emisso de relatrios. Decorridos mais de dez anos desde que o FDICIA entrou em vigor, at os crticos mais ferrenhos admitem que os principais objetivos da regulamentao a preveno de falncias de grandes instituies depositrias foram amplamente alcanados. H vrias lies que as companhias de capital aberto podem aprender a partir do exemplo do FDICIA que ajudaro a assegurar o sucesso tanto em nvel da companhia individual (integridade e responsabilidade corporativas) como tambm em nvel dos mercados financeiros (transparncia e simetria de informaes).

Ferramentas patenteadasPara auxiliar as companhias, muitas empresas de servios profissionais oferecem ferramentas patenteadas com o desenvolvimento de um programa de controles internos. A Deloitte Touche Tohmtsu, por exemplo, utiliza o Risk and Controls KnowledgebaseTM RACK, um repositrio central de informaes especficas ao ramo de atividade e aos controles, estruturado de acordo com o processo operacional. Com a utilizao do RACK, os profissionais da Deloitte Touche Tohmatsu podem rapidamente personalizar o processo e as informaes de controle para as companhias. Sistemas rastreadores de riscos e controles so sistemas de auto-avaliao e monitoramento baseados na web desenhados para atender a grandes corporaes ou companhias com operaes mais complexas. Com freqncia, so ferramentas flexveis e escalonveis que ajudam as organizaes a documentar, monitorar e periodicamente avaliar a eficcia da estrutura de controles internos. Esses sistemas so desenhados para direcionar as necessidades das companhias, que englobam desde a avaliao inicial, e o rastreamento de riscos, at o suporte da certificao e, portanto, so desenhados para suportar as mltiplas fases do processo de cumprimento das regras. A Deloitte ToucheTohmatsu desenvolveu o Risk and Control Tracking System RCTS para ajudar as companhias a estruturar, gerenciar e rastrear o processo de avaliao e os planos de correo, bem como agregar resultados em um nico repositrio. Esse enfoque estruturado tem por finalidade melhorar o controle da administrao e a emisso centralizada de relatrios, o que deve facilitar o processo de divulgao. Seja qual for o sistema adotado, aconselhvel executar um programa piloto em uma escala gerencivel como uma diviso, departaA carga imposta mento ou unidade operacional antes de pelas medidas da Lei implantar o sistema em Sarbanes-Oxley pode toda a empresa. ser amenizada com autilizao estratgica de ferramentas.

1 Aceitar que o ambiente sofreu profundas mudanas.As companhias precisam reconhecer que esto operando em um novo ambiente que demanda mais esforos e responsabilidade. Se a companhia no conseguir desenvolver uma estrutura de controles internos abrangente, no ter a documentao adequada para corroborar sua avaliao trimestral e anual dos controles internos, e o auditor independente enfrentar problemas para entregar o trabalho com a qualidade que necessria e em uma base pontual.

2 Promover a compreenso dos controles internos dentro da organizao.Estudos recentes realizados pelas agncias reguladoras demonstraram que, no caso de dois grandes bancos, os executivos assinaram declaraes de boa-f. Contudo, no estavam aptos a demonstrar nenhum controle acerca do processo de avaliao, j que no compreendiam todas as implicaes de suas declaraes. Em outros casos, descobriu-se que funcionrios arquivavam checklists e pacotes de relatrios de controles internosLei Sarbanes-Oxeley Maio 2003 23

trimestrais sem compreender a finalidade de cada documento. A questo aqui que, embora as companhias se vejam tentadas a demonstrar o cumprimento superficial da Lei Sarbanes-Oxley, esse tipo de enfoque pode gerar um efeito adverso se os controles falharem porque a forma sobrepujou o contedo.

3 Levar em conta o custo do desenvolvimento de um programa de controles internos no seu modelo operacional.Vrios bancos de pequeno porte tinham planos operacionais apropriados, mas falharam porque no levaram em considerao os custos (substanciais) associados ao desenvolvimento de um programa de controles internos para cumprir as regulamentaes impostas pelo FDICIA. Isso pode ocorrer com as companhias de capital aberto sujeitas Lei SarbanesOxley. Bons controles internos no representam uma despesa nica; ao contrrio, alteram fundamentalmente o custo operacional. Eventos recentes situaram-nos em um perodo mpar da histria empresarial americana. A demanda pela responsabilidade corporativa nunca foi to grande. Nunca foi to evidente a necessidade de vincular uma adequada governana corporativa s eficazes atividades de controle. Empresas e executivos que tm o pensamento inovador vo aproveitar essa oportunidade.

COMPREENDENDO OS LIMITES DOS CONTROLES INTERNOSEmbora os controles internos possam ajudar a atenuar riscos, eles no os eliminam completamente. Controles internos somente podem fornecer segurana razovel mas no absoluta de que os objetivos de uma companhia foram alcanados. Os controles internos so, afinal de contas, construdos por processos que envolvem pessoas e, assim, esto sujeitos a todas as limitaes pertine