jun. 2016 €3,90 (continente) e xame -...

4
www.exame.sapo.pt MIGUEL MAYA, MARIA JOÃO CARIOCA, SÉRGIO MONTEIRO, PEDRO BARRETO, NUNO FERNANDES THOMAZ E MIGUEL BRAGANÇA SEIS REPRESENTANTES DE UMA GERAÇÃO QUE SE TEM DESTACADO NO SECTOR FINANCEIRO Publicação Mensal 386 Portugal €3,90 (Continente) Jun. 2016 A UNIÃO FAZ O VINHO || HÁ CADA VEZ MAIS PRODUTORES QUE TRABALHAM EM GRUPO PARA GANHAREM ESCALA E VISIBILIDADE || CADA UM ESCOLHE UM MODELO DE NEGÓCIO À SUA MEDIDA || CONHEÇA 14 CASOS, DO MINHO AO ALGARVE Negociar Como as marcas controlam a nossa vida Gerir Revelamos as empresas mais felizes em Portugal Viver Prepare-se para a chegada do sol DE CIMA PARA BAIXO: JORGE MOREIRA, XITO OLAZABAL E JORGE SERÔDIO BORGES exame.sapo.pt E xame A UNIÃO FAZ O VINHO junho 2016 386 Exame

Upload: ngoduong

Post on 11-Feb-2019

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Jun. 2016 €3,90 (Continente) E xame - media.jjteixeira.ptmedia.jjteixeira.pt/MULTIMEDIA/DOCUMENTOS/659/EXA_JUNHO.pdf · Como as marcas controlam a nossa vida Gerir Revelamos as

ww

w.e

xam

e.sa

po.p

t

MIGUEL MAYA, MARIA JOÃO CARIOCA, SÉRGIO MONTEIRO, PEDRO BARRETO, NUNO FERNANDES THOMAZ E MIGUEL BRAGANÇA SEIS REPRESENTANTES DE UMA GERAÇÃO QUE SE TEM DESTACADO NO SECTOR FINANCEIRO

Publicação Mensal

386 Portugal €3,90 (Continente)

Jun. 2016

A UNIÃO FAZ O VINHO

|| HÁ CADA VEZ MAIS PRODUTORES QUE TRABALHAM EM GRUPO PARA GANHAREM ESCALA E VISIBILIDADE || CADA UM ESCOLHE UM MODELO DE NEGÓCIO À SUA MEDIDA || CONHEÇA 14 CASOS, DO MINHO AO ALGARVE

Negociar Como as marcas

controlam a nossa vida

Gerir Revelamos as empresas mais felizes em Portugal

Viver Prepare-se para a

chegada do sol

DE CIMA PARA BAIXO: JORGE MOREIRA, XITO OLAZABAL

E JORGE SERÔDIO BORGES

exam

e.sa

po.p

tExame

A U

NIÃ

O FA

Z O

VIN

HO

jun

ho 2016

38

6Exam

e

Page 2: Jun. 2016 €3,90 (Continente) E xame - media.jjteixeira.ptmedia.jjteixeira.pt/MULTIMEDIA/DOCUMENTOS/659/EXA_JUNHO.pdf · Como as marcas controlam a nossa vida Gerir Revelamos as

ESPECIAL PROMOCIONAL82/Exame/junho 2016

JOÃO TEIXEIRA, PRESIDENTE DA J&J TEIXEIRA

ENTREVISTA

Temos uma fábrica altamente competitiva e moderna

Há 39 anos começou a trabalhar em carpintaria com seis funcionários e hoje tem cerca de 300. A que se deveu o crescimento da empresa?Quando isto começou eu era mui-to novo, tinha 19 anos, e construi tudo do zero com um funcionário que ainda hoje está connosco, as-sim como todos os outros que se seguiram. Juntos somos uma gran-de família. Na altura, trabalhávamos numa pequena carpintaria e aos bo-cadinhos as coisas foram crescendo.

Nunca pensamos ser o que somos hoje. Os clientes impuseram-nos rit-mo e nós limitamo-nos a arranjar so-luções. Para isso tivemos de crescer, investir e, ano após ano, trabalhamos muito para chegar aqui.

Qual foi o projeto que vos apresentou ao mercado e abriu portas para estabelecer novas parcerias?Desde cedo que procuramos as gran-des empresas e embora fossemos novos tivemos a ousadia de nos jun-

Fundada em 1977, a J&J Teixeira lidera no sector da carpintaria em Portugal e está presente na Europa, África e Ásia. Quase 40 anos de história e experiência aliados a uma fábrica moderna, equipada com tecnologia de ponta, são o segredo do sucesso desta empresa familiar liderada por João Teixeira.

As instalações da fábrica no norte do país

Page 3: Jun. 2016 €3,90 (Continente) E xame - media.jjteixeira.ptmedia.jjteixeira.pt/MULTIMEDIA/DOCUMENTOS/659/EXA_JUNHO.pdf · Como as marcas controlam a nossa vida Gerir Revelamos as

ENTREVISTA

junho 2016/Exame/83

tarmos aos melhores. Sempre soube que éramos capazes de cumprir e correspon-der com o nosso trabalho, por isso arris-cámos. A nossa primeira grande obra foi o Hotel Sheraton no Porto (agora Porto Palácio Hotel), em 1981. Foi um excelente cartão de visita para a J&J Teixeira. Depois fizemos a Câmara de Matosinhos, obra do Alcino Soutinho, e a procura aumentou. Impuseram-se grandes desafios à empre-sa e só nos restava trabalhar. A carpintaria tinha de acompanhar a procura que está-vamos a ter e a fábrica foi crescendo.

Mas depois de uma fase de crescimento também foram afetados pela crise. Como enfrentaram e geriram as dificuldades?A crise na construção civil afetou-nos profundamente e em 2010 passamos por uma grande dificuldade. Só conseguía-mos honrar os nossos compromissos se os nossos clientes fizessem o mesmo e como isso nem sempre aconteceu, vimo--nos num abismo. Em dezembro de 2010 tivemos de pedir insolvência para que a empresa não caísse. Assumimos as difi-culdades e com a ajuda de todos os nossos colaboradores conseguimos recuperar. Sempre dialogamos muito com a equipa, eles estavam a par da vida da empresa e

nessa fase menos boa o diálogo foi crucial. Nas reuniões após a insolvência, altura em que o mercado, os bancos e os clientes não acreditavam em nós, pedimos aos funci-onários para nos ajudarem: garantíamos os salários, mas tínhamos de congelar os subsídios. Se todos acreditassem íamos

conseguir sobreviver, mas, naquele mo-mento, precisávamos que estivessem do nosso lado. Nada nos tirou a vontade de vencer ou a força. Só ficamos sem crédi-to, mas o resto esteve sempre cá dentro. Foram poucos os que não acreditaram. E a verdade é que conseguimos superar e, dois anos depois, pagamos tudo aos nos-sos colaboradores.Aos nossos fornecedores e banca pagamos 100% a oito anos.

O que fizeram para ultrapassar a crise em Portugal?Quando o mercado nacional retraiu tive-mos de procurar alternativas e foi Angola que nos salvou. As grandes empresas de construção portuguesas estavam em for-ça no mercado angolano e foi para lá que nos viramos. Nessa altura, ia semana sim, semana não para Angola. Foi um grande desafio e esforço, meu e da minha equipa, mas ajudou-nos a por as contas em ordem e a crescer. Entretanto, o Ministro da Economia, An-tónio Pires de Lima, disponibilizou 600 milhões de euros, a título de fundo, para reestruturar a economia do Norte de Por-tugal. Nós tínhamos as contas estáveis, e propuseram-nos o apoio de 4,5 milhões, dividido por três anos. Hesitei, porque não

A sustentabilidade de uma empresa cria-se com a capacidade humana e tecnológica para servir os clientes bem e a tempo

n

Page 4: Jun. 2016 €3,90 (Continente) E xame - media.jjteixeira.ptmedia.jjteixeira.pt/MULTIMEDIA/DOCUMENTOS/659/EXA_JUNHO.pdf · Como as marcas controlam a nossa vida Gerir Revelamos as

ENTREVISTA

ESPECIAL PROMOCIONAL84/Exame/junho 2016

gosto de ter a empresa endividada mas acabamos por aceitar. Na mesma altura, apresentamos um projeto ao IAPMEI, de 11 milhões de euros, apoiado a 55% pelo Estado. Aos 4,5 milhões juntaram-se os 6 milhões do IAPMEI e com este dinheiro resolvi preparar a empresa para a próxima geração, para os próximos 20 anos. Como tenho cá os meus filhos, sei que juntos vão dar continuidade ao meu trabalho. Acho que este investimento fazia todo o sentido.Hoje temos uma fábrica altamente com-petitiva e moderna, com tecnologia de ponta. Fazemos tudo por medida e per-

sonalizado: móveis, roupeiros, cozinhas, janelas, soalhos e portas. Damos resposta a todos os pedidos dos clientes. A susten-tabilidade de uma empresa cria-se com a capacidade tecnológica para servir os cli-entes bem e a tempo.

Além de Angola, em que outros mercados operam?O mercado de Angola perdeu força, tal como o de Moçambique. Atualmente es-tamos a entrar em força em Inglaterra e é lá que nos estamos a concentrar. Mas também temos grandes obras na França, Suíça, Kuwait, Qatar e, claro, em Portugal. Estamos mais fortes cá, os nossos clientes portugueses nunca serão esquecidos. Há muito para fazer no mercado da reabilita-ção em Portugal.

Quais os maiores projetos, nacionais e internacionais, que a J&J Teixeira assinou?Fizemos muitas obras de grande prestígio. Por exemplo: a Assembleia Nacional de Angola, o Museu da Moeda de Angola, o The Yeatman Hotel, o Conrad Hotel, ou o Auditório de Poitiers. E estamos a fazer o Banco Nacional de Angola, o Banco Naci-onal de Moçambique, o Pine Cliffs Resort,

o novo Palácio da Justiça Paris... Todos projetos diferentes que nos projetam no mundo.

Podemos, então, dizer que saíram reforçados da crise?Há cinco anos não sonhava que íamos chegar aqui. Este é um sonho que se realiza todos os dias e temos de ser capazes de o realizar. Temos de traba-lhar diariamente para nos superarmos e sermos sempre melhores. Hoje temos grandes parceiros, trabalhamos com as melhores empresas e grandes arquite-tos e somos capazes de fazer qualquer projeto de carpintaria e decoração. Somos uma carpintaria universal que prima pela qualidade e cumpre os pra-zos. Estamos preparados para trabalhar para todo o mundo, sempre a partir de Portugal.

O ano de 2016 já vai quase a meio, quais as expectativas?Este vai ser um ano menos bom que o de 2015 porque reduzimos a exposição em Angola e Moçambique, por motivos relacionados com os problemas intríns-secos desses mercados. Temos de prepa-rar bem o mercado de substituição, re-pensar a estratégia, manter o que temos e continuar o que estamos a fazer. Os mercados de Inglaterra e França estão a progredir a bom ritmo e com rentabili-dade interessante. De resto, vamos co-meçar a preparar 2017 sem medo.

Estamos a entrar em força em Inglaterra

Há muito para fazer no mercado da reabilitação em Portugal

JOÃO TEIXEIRA, presidente do grupo

n