joserlan nonato moreira

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JOSERLAN NONATO MOREIRA CONSORCIAÇÃO DE RÚCULA E COENTRO ADUBADA COM ESPÉCIE ESPONTÂNEA SUCEDIDA PELO CULTIVO DE RABANETE MOSSORÓ - RN 2011

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Page 1: joserlan nonato moreira

JOSERLAN NONATO MOREIRA

CONSORCIAÇÃO DE RÚCULA E COENTRO ADUBADA

COM ESPÉCIE ESPONTÂNEA SUCEDIDA PELO

CULTIVO DE RABANETE

MOSSORÓ - RN

2011

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JOSERLAN NONATO MOREIRA

CONSORCIAÇÃO DE RÚCULA E COENTRO ADUBADA COM

ESPÉCIE ESPONTÂNEA SUCEDIDA PELO CULTIVO DE

RABANETE

Tese apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do grau de Doutor em Ciências, em Fitotecnia.

Orientador: Prof. Ph.D. Francisco Bezerra Neto

Co-Orientadora: Profª. D.Sc. Jailma Suerda Silva de Lima

MOSSORÓ - RN

2011

Page 3: joserlan nonato moreira

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva

CRB15 120

M835a Moreira, Joserlan Nonato. Consorciação de rúcula e coentro adubada com espécie

espontânea sucedida pelo cultivo de rabanete/Joserlan Nonato Moreira -- Mossoró, 2011.

116f.: il.

Tese (Doutorado em Fitotecnia. Área de concentração: Agricultura Tropical) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido.

Orientador: Profº. Ph.D. Francisco Bezerra Neto. Co-orientadora: Profª. D.Sc. Jailma Suerda Silva de Lima 1.Eruca sativa Miller. 2.Coriandrum sativum L. 3.Merremia

aegyptia. 4.Adubação verde. 5.Efeito residual. I.Título.

CDD: 635.54

Page 4: joserlan nonato moreira

JOSERLAN NONATO MOREIRA

CONSORCIAÇÃO DE RÚCULA E COENTRO ADUBADA COM

ESPÉCIE ESPONTÂNEA SUCEDIDA PELO CULTIVO DE

RABANETE

Tese apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Doutor em Ciências, em Fitotecnia.

APROVADA EM: 28/10/2011

Page 5: joserlan nonato moreira

Aos meus irmãos, Antônio Iracildo de Queiroz e Maria Erlânia de Abrantes, por estarem presentes em todos os momentos de minha vida. Ofereço

Aos meus pais, Juarez Nonato Abrantes e Terezinha Moreira de Queiroz Abrantes, pelo amor, dedicação e confiança que em mim depositaram nessa etapa de minha vida. Dedico

Page 6: joserlan nonato moreira

“Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se eu não tivesse amor, eu não seria nada.”

(1 Coríntios 13:2)

Page 7: joserlan nonato moreira

AGRADECIMENTOS

A DEUS autor da vida. Pai zeloso, amoroso e misericordioso que conduziu

meus passos e me levou nos braços quando eu não tinha forças para caminhar.

Aos meus pais, Juarez Nonato Abrantes e Terezinha Moreira de Queiroz

Abrantes, por todo apoio e confiança.

Aos meus irmãos, Antônio Iracildo de Queiroz Abrantes e Maria Erlânia de

Abrantes, pelo incentivo no decorrer do curso.

Aos meus avós paternos, José Nonato Sobrinho e Antônia Nonato de

Abrantes e maternos, Raimundo Moreira de Queiroz e Maria Cotília da Conceição

(in memória).

Aos meus familiares, tios (as), padrinho (s), primos (as), afilhados (as) e

cunhada, aqui representados por: Fátima Moreira, Aguinel, Zilmara, Gabriel e Léa

Carla.

Ao Professor Francisco Bezerra Neto, pela orientação, confiança,

compreensão, contribuição e acima de tudo amizade, durante todo este trabalho.

Aos servidores da Fazenda Experimental Rafael Fernandes, da UFERSA,

em especial aos funcionários da horta Antônio, Josimar e Josivan, pela ajuda na

coleta dos dados e agradável convívio.

Ao corpo docente da UFERSA, pelos conhecimentos transmitidos no

decorrer do curso, em especial aos do Curso de Pós-Graduação em Fitotecnia.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq) pela concessão da bolsa de estudo.

Aos membros da banca examinadora, Aurélio Paes Barros Júnior, Eliane

Queiroga de Oliveira, Jailma Suerda Silva de Lima e Alan Martins de Oliveira,

pelas correções e valiosas contribuições para o aperfeiçoamento deste trabalho.

A Cierneide Freitas pelo carinho, atenção e compreensão nessa fase de

minha vida.

Aos colegas de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFERSA, pela amizade e

convivência durante o curso de doutorado, aqui representados por Brígida e

Wagner.

Page 8: joserlan nonato moreira

Aos amigos: Elizangela, Lindomar, Maclayver, Juninho e Ferdinando que

me ajudaram na coleta dos dados de campo.

Aos amigos: Caio, Meirinha, Alinne, Kaline e Mercia.que me ajudaram nas

análises químicas ( solo e planta).

A todos os que fazem o Movimento “UFERSA para Cristo”, em especial

aos irmãos de caminhada: Auxiliadora, Cilinha, Alinne, Sílvia, Meirinha, Dyego,

José Nelto (Zezinho), Lucas, Bruno, Érica, Romário e Fabinho.

Aos moradores do Residencial “Nossa Senhora das Graças”, Alinne, Sílvia,

José Nelto (Zezinho) e Lucas, pela amizade e convívio.

Aos “amigos do tempo”, aqui representados por Tardelly, Kaline, Fladiana,

Jaira, Kauka, Suilly, Katiana, Tiago, Jailton e Fátima.

Aqueles que não pude nomear pela traição do esquecimento, mas que

contribuíram direto ou indiretamente para a realização deste trabalho, meus

sinceros agradecimentos.

Page 9: joserlan nonato moreira

DADOS BIOGRÁFICOS DO AUTOR

JOSERLAN NONATO MOREIRA, filho de Juarez Nonato Abrantes e Terezinha

Moreira de Queiroz Abrantes, nascido no dia 21 de outubro de 1982 na cidade de

Tenente Ananias, RN. Concluiu o ensino fundamental na Escola Estadual de 1º e 2º

Grau Demócrito de Sousa, em Tenente Ananias-RN no ano de 1996 e o ensino

médio com curso de Técnico Agrícola e Habilitação em Agropecuária, pela Escola

Agrotécnica Federal de Sousa, em Sousa, PB no ano de 1999. Em março de 2001,

ingressou no curso de Engenharia Agronômica da Escola Superior de Agricultura

de Mossoró (ESAM). Foi monitor da disciplina de Bioquímica Geral por um ano,

pelo departamento de Química e Tecnologia - QTC e bolsista do PIBIC/CNPq por

dois anos, pelo departamento de Solos da ESAM. Graduou-se como Engenheiro

Agrônomo pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), antiga

ESAM, obtendo o título em janeiro de 2006. Em março desse mesmo ano, iniciou o

curso de Mestrado em Agronomia: Fitotecnia, pela Universidade Federal Rural do

Semi-Árido (UFERSA), como bolsista da CAPES, recebendo o título de Mestre em

Ciências, em março de 2008, na cidade de Mossoró, RN. Em março do mesmo ano,

iniciou o curso de Doutorado em Fitotecnia, como bolsista do CNPq, recebendo o

título de Doutor em Ciências em outubro de 2011.

Page 10: joserlan nonato moreira

RESUMO MOREIRA, Joserlan Nonato. Consorciação de rúcula e coentro adubada com espécie espontânea sucedida pelo cultivo de rabanete. 2011. 115 f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011. Dois experimentos foram realizados durante o período de outubro de 2009 a fevereiro de 2010 na Fazenda Experimental Rafael Fernandes - UFERSA, em Alagoinha, distante 20 km da cidade de Mossoró-RN, com o objetivo de avaliar a viabilidade agroeconômica de consórcios de rúcula e coentro adubados com jitirana em diferentes quantidades e arranjos espaciais sucedida pelo cultivo de rabanete. Em ambos os experimentos, o delineamento experimental usado foi de blocos completos casualizados com quatro repetições, com os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 x 4. No primeiro experimento, os tratamentos consistiram da combinação de quatro quantidades de jitirana incorporadas ao solo (5,4; 9,0; 12,6 e 16,2 t ha-1 em base seca) com quatro arranjos espaciais das culturas componentes (1:1, 2:2, 3:3 e 4:4), que corresponderam às fileiras de rúcula (R) alternadas com as fileiras de coentro (C). No segundo experimento, os tratamentos consistiram da combinação do efeito residual das quatro quantidades de jitirana incorporadas ao solo com o efeito residual dos arranjos espaciais. As características avaliadas na cultura da rúcula e do coentro foram: altura de plantas (AP), número de folhas por planta (NF) ou número de haste por planta (NH), rendimento de massa verde (RMV), rendimento de massa seca (RMS) e os teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) total da folha diagnóstica. No consórcio, os índices de eficiência biológico/agronômica avaliados foram: coeficiente relativo populacional das culturas (KR e KC) e do consórcio (K), índice de superação das culturas (ISR e ISC), razão competitiva das culturas (RCR e RCC) e do consórcio (RC), perda real de rendimento das culturas (PRRR e PRRC) e do consórcio (PRR), vantagem do consórcio das culturas (VCR e VCC) e do sistema consorciado (VC) e índice de uso eficiente da terra das culturas (UETR e UETC) e do consórcio (UET). Também foram avaliados os indicadores econômicos de renda bruta (RB), renda líquida (RL) e índice de lucratividade (IL). No rabanete, as características avaliadas foram: altura de plantas (AP), produtividade total de raízes (PTR), produtividade de raízes comerciais (PRC), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de raízes (MSR), diâmetro de raízes (DR), percentagem de raízes comerciais (RC), percentagem de raízes rachadas e isoporizadas (RRI) e os teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) total da folha diagnóstica. Nas amostras de solo foram avaliados o potencial hidrogeniônico (pH) e os teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), sódio (Na) e matéria orgânica (M.O.). O melhor desempenho agroeconômico de consórcios de rúcula e coentro foi obtido na quantidade de 8,77 t ha-1 de jitirana incorporada ao solo no arranjo espacial 2:2. A rúcula foi a cultura dominante e o coentro a cultura dominada nos consórcios de rúcula e coentro avaliados. Sistemas de cultivos consorciados de rúcula e coentro adubados com jitirana em cultivo precedente permitem cultivo sucedente de rabanete. A adubação verde com jitirana pode ser uma prática promissora para o

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produtor de hortaliças em cultivo sucessivo. Palavras-chave: Eruca sativa. Coriandrum sativum. Raphanus sativus. Merremia aegyptia. Adubação verde. Efeito residual.

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ABSTRACT MOREIRA, Joserlan Nonato. Intercropping systems of arugula and coriander fertilized with spontaneous species succeeded by a culture of radish. 2011. 115 f. Dissertation (Doctorate in Agronomy: Plant Science) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011. Two experiments were conducted during the period of October 2009 to February 2010 in the experimental farm Rafael Fernandes - UFERSA in Alagoinha, 20 km away from the city of Mossoró-RN, in order to assess the feasibility of intercropped systems of arugula and coriander fertilized with scarlet starglory in different amounts and spatial arrangements succeeded by a culture of radish. In both experiments, the experimental design was of randomized complete blocks with four replications, with the treatments arranged in a factorial 4 x 4. In the first experiment, the treatments consisted of the combination of four amounts of scarlet starglory incorporated into the soil (5.4, 9.0, 12.6 and 16.2 t ha-1 on a dry basis) with four spatial arrangements of the component crops (1:1, 2:2, 3:3 and 4:4), corresponding to the rows of arugula (A) alternated with rows of coriander (C). In the second experiment, the treatments consisted of the combination of the residual effect of four amounts of scarlet starglory incorporated into the soil with the residual effect of four spatial arrangements. The characteristics assessed in the cultures of arugula and coriander were: plant height (PH), number of leaves per plant (NL) or number of stems per plant (NS), yield of green mass (YGM), yield of dry mass (YDM) and the total levels of nitrogen (N), phosphorus (P) and potassium (K) of the diagnostic leaf. In the intercropping systems, the indices of biological/agronomic efficiency evaluated were: Relative crowding coefficients of the crops (KA and KC) and the intercrops (K), aggressivity of the crops (AA and AC), competitive ratios of the crops (CRA and CRC) and the intercrops (CR), actual yield losses of the crops (AYLA and AYLC) and the intercrops (AYL), intercropping advantages of the crops (IAA and IAC) and the intercrops (IA), and land equivalent ratios of the crops (LERA and LERC) and the intercrops (LER). Also were evaluated the economic indicators of gross income (GI), net income (NI) and profit margin (PM). In the radish crop, the characteristics evaluated were: plant height (PH), total productivity of roots (TPR), commercial productivity of roots (CPR), dry mass of shoots (DMS), root dry matter (RDM), root diameter (RD), percentage of commercial roots (PCR), percentage of cracked and spongeous roots (PCS) and the total levels of nitrogen (N), phosphorus (P) and potassium (K) of the diagnostic leaf. In the soil samples were evaluated the hydrogenic potential (pH) and the levels of nitrogen (N), phosphorus (P), potassium (K), calcium (Ca), magnesium (Mg), sodium (Na) and organic matter (OM ). The best agroeconomic performance of intercropped systems of arugula and coriander was obtained in the amount of 8.77 t ha-1 of scarlet starglory incorporated into the soil in the spatial arrangement of 2:2. The arugula was the dominant crop and the coriander was the dominated crop in the intercropped systems of arugula and coriander evaluated. Intercropped systems of arugula and coriander fertilized with scarlet starglory in previous cropping allow a succeeding culture of radish. The green manure with

Page 13: joserlan nonato moreira

scarlet starglory may be a promising practice for the producers of vegetables in successive cultivation. Keywords: Eruca sativa. Coriandrum sativum. Raphanus sativus. Merremia aegyptia. Green manure. Residual effect.

Page 14: joserlan nonato moreira

CAPÍTULO I

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -

Médias de altura de plantas (AP), número de folhas por planta (NF) e rendimento de massa seca (RMS) de rúcula em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

41

Tabela 2 -

Médias de rendimentos de massa verde (RMV) de rúcula em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011............

42

Tabela 3 -

Médias dos teores de nitrogênio (N) e potássio (K) total da folha diagnóstica de rúcula em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

44

Tabela 4 -

Médias dos teores de fósforo (P) total da folha diagnóstica de rúcula em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..............................

45

Tabela 5 - Médias de altura de plantas (AP), número de hastes por planta (NH) e rendimentos de massa seca (RMS) de coentro em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..............................

47

Tabela 6 - Médias de rendimento de massa verde (RMV) de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.............................................................

49 Tabela 7 -

Médias dos teores de nitrogênio (N) e fósforo (P) total da folha diagnóstica de coentro em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERS, 2011...............................................................................

50

Tabela 8 - Médias dos teores de potássio total (K) da folha diagnóstica de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................

51

Tabela 9 - Médias do coeficiente relativo populacional do consórcio (K), coeficiente relativo populacional da rúcula (KR), coeficiente relativo populacional do coentro (KC), índice de superação da rúcula (ISR), índice de superação do coentro (ISC), razão competitiva do consórcio (RC), razão competitiva da rúcula (RCR), razão competitiva do coentro (RCC), perda real de rendimento do consórcio (PRR), perda real de rendimento da rúcula (PRRR), perda real de rendimento do coentro (PRRC),

Page 15: joserlan nonato moreira

vantagem do consórcio da rúcula (VCR) e índice de uso eficiente da terra da rúcula (UETR) em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

57

Tabela 10- Médias da vantagem do consórcio do coentro (VCC), vantagem do consórcio (VC), índice de uso eficiente da terra do coentro (UETC) e índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

62

Tabela 11- Médias de renda bruta (RB), renda líquida (RL) e índice de lucratividade (IL) de consórcios de rúcula e coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

65

Page 16: joserlan nonato moreira

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -

Representação gráfica de parcelas experimentais de rúcula (R) e coentro (C) consorciadas em diferentes arranjos espaciais. Mossoró, RN, 2011...........................................................................

31

Figura 2 -

Representação gráfica de parcelas experimentais de rúcula (R) e coentro (C) em cultivo solteiro. Mossoró, RN, 2011........................

32

Figura 3 -

Altura de plantas de rúcula em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................................................

39

Figura 4 -

Número de folhas por planta de rúcula em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

40

Figura 5 -

Rendimento de massa seca da parte aérea de rúcula em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

40

Figura 6 -

Rendimento de massa verde de rúcula em função quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........

42

Figura 7 -

Teor de nitrogênio (N) total da folha diagnóstica de rúcula em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

43

Figura 8 -

Teor de potássio (K) total da folha diagnóstica de rúcula em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

43

Figura 9 -

Teor de fósforo (P) total da folha diagnóstica de rúcula em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................

44

Figura 10 -

Altura de plantas de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011........................

46

Figura 11 -

Número de hastes por planta de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.........

46

Page 17: joserlan nonato moreira

Figura 12 -

Rendimento de massa seca de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011......

47

Figura 13 -

Rendimento de massa verde de coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

48

Figura 14 -

Teor de nitrogênio (N) total da folha diagnóstica de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

49

Figura 15 -

Teor de fósforo (P) total da folha diagnóstica de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

50

Figura 16 -

Teor de potássio (K) total da folha diagnóstica de coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.............................................

51

Figura 17 -

Coeficiente relativo populacional da rúcula (KR), coeficiente relativo populacional do coentro (KC) e coeficiente relativo populacional do consórcio (K) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........

53

Figura 18 -

Índice de superação da rúcula (ISR) e índice de superação do coentro (ISC) em função quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................

53

Figura 19 -

Razão competitiva da rúcula (RCR); razão competitiva do coentro (RCC) e razão competitiva do consórcio (RC) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................................................

54

Figura 20 -

Perda real de rendimento da rúcula (PRRR), perda real de rendimento do coentro (PRRC) e perda real de rendimento do consórcio (PRR) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011........................

54

Figura 21 -

Vantagem do consórcio da rúcula (VCR) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011......

55

Figura 22 -

Índice de uso eficiente da terra da rúcula (UETR) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................................................

55

Page 18: joserlan nonato moreira

Figura 23 -

Vantagem do consórcio do coentro (IAC) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

59

Figura 24 -

Vantagem do consórcio (VC) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................................................

59

Figura 25 -

Índice de uso eficiente da terra do coentro (UETC) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

60

Figura 26 -

Índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

60

Figura 27 -

Renda bruta (RB) do consórcio de rúcula e coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

63

Figura 28 -

Renda líquida (RL) do consórcio de rúcula e coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

64

Figura 29 -

Índice de lucratividade (IL) do consórcio de rúcula e coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.............................................

64

Page 19: joserlan nonato moreira

CAPÍTULO II

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -

Médias da altura de plantas (AP), produtividade total (PT), produtividade comercial (PC), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de raízes (MSR), diâmetro de raízes (DR), percentagem de raízes comerciais (RC) e percentagem de raízes rachadas e isoporizadas (RRI) de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011....

89

Tabela 2 -

Médias dos teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) totais da folha diagnóstica de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011....

92

Tabela 3 -

Médias de pH, teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e sódio (Na) do solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.....................................................................................................

96

Tabela 4 -

Médias do teor de magnésio (Mg) e da percentagem de matéria orgânica (M.O.) do solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.....................................................................................................

98

Page 20: joserlan nonato moreira

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -

Altura de plantas de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...............................

85

Figura 2 -

Produtividade total de raízes de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011....

85

Figura 3 -

Produtividade comercial de raízes de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011....

86

Figura 4 -

Massa seca da parte aérea de plantas de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...................................................................................................

86

Figura 5 -

Diâmetro de raízes de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................

87

Figura 6 -

Percentagem de raízes comerciais de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011....

87

Figura 7 -

Massa seca de raízes de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011....

88

Figura 8 -

Percentagem de raízes rachadas e isoporizadas de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

88

Figura 9 -

Teor de fósforo (P) total da folha diagnóstica de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

90

Figura 10 -

Teor de nitrogênio (N) total da folha diagnóstica de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

90

Figura 11 -

Teor de potássio (K) total na folha diagnóstica de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................................

91

Figura 12 -

Valores do potencial hidrogeniônico (pH) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..........................................................

92

Page 21: joserlan nonato moreira

Figura 13 -

Teor de fósforo (P) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...................................................................................................

93

Figura 14 -

Teor de nitrogênio (N) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...................................................................................................

93

Figura 15 -

Teor de potássio (K) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...................................................................................................

94

Figura 16 -

Teor de cálcio (Ca) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................................................................

94

Figura 17 -

Teor de sódio (Na) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................................................................

95

Figura 18 -

Teor de magnésio (Mg) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011..................................................................................

96

Figura 19 -

Percentagem de matéria orgânica (M.O.) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

97

Page 22: joserlan nonato moreira

LISTA DE TABELAS DO APÊNDICE

Tabela 1A - Valores de “F” para altura de plantas (AP), número de folhas por planta (NF), rendimento de massa verde (RMV) e rendimento de massa seca (RMS) de rúcula em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais Mossoró-RN, UFERSA, 2011.................

103

Tabela 2A - Valores de “F” para teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) totais da folha diagnóstica de rúcula em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

103

Tabela 3A - Valores de “F” para altura de plantas (AP), número de hastes por planta (NH), rendimento de massa verde (RMV) e rendimento de massa seca (RMS) de coentro em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011................

103

Tabela 4A - Valores de “F” para teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) totais da folha diagnóstica de coentro em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

104

Tabela 5A - Valores de “F” para o coeficiente relativo populacional do consórcio (K), coeficiente relativo populacional da rúcula (KR), coeficiente relativo populacional do coentro (KC), índice de superação das culturas (ISS e ISS), razão competitiva do consórcio (RC), razão competitiva da rúcula (RCR), razão competitiva do coentro (RCC), perda real de rendimento do consórcio (PRR), perda real de rendimento da rúcula (PRRR), perda real de rendimento do coentro (PRRC), vantagem do consórcio (VC), vantagem do consórcio da rúcula (VCR), vantagem do consórcio do coentro (VCC), índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET), índice de uso eficiente da terra da rúcula (UETR) e índice de uso eficiente da terra do coentro (UETC) em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011...........................................................

105

Page 23: joserlan nonato moreira

Tabela 6A - Valores de “F” para a renda bruta (RB), renda líquida

(RL), taxa de retorno (TR) e índice de lucratividade (IL) do consórcio de rúcula e coentro em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011......

106

Tabela 7A - Custos variáveis de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 5,4 toneladas de jitirana como adubo verde Mossoró, UFERSA, 2011...........................

106

Tabela 8A - Custos fixos e totais de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 5,4 toneladas de jitirana como adubo verde Mossoró, UFERSA, 2011...

107

Tabela 9A - Custos variáveis de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 9,0 toneladas de jitirana como adubo verde Mossoró, UFERSA, 2011...........................

108

Tabela 10A - Custos fixos e totais de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 9,0 toneladas de jitirana como adubo verde Mossoró, UFERSA, 2011...

109

Tabela 11A - Custos variáveis de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 12,6 toneladas de jitirana como adubo verde Mossoró, UFERSA, 2011...........................

110

Tabela 12 A - Custos fixos e totais de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 12,6 toneladas de jitirana como adubo verde Mossoró, UFERSA, 2011...

111

Tabela 13A - Custos variáveis de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 16,2 toneladas de jitirana como adubo verde Mossoró, UFERSA, 2011.........................

112

Tabela 14A - Custos fixos e totais de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 16,2 toneladas de jitirana como adubo verde Mossoró, UFERSA, 2011...

113

Tabela 15A - Valores de “F” para altura de plantas (AP), produtividade total de raízes (PT), produtividade comercial de raízes (PC), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de raízes (MSR), diâmetro de

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raízes (DR), percentagem de raízes comerciais (RC) e percentagem de raízes rachadas e isoporizadas (RRI) de rabanete sucedente a consórcios de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.........................

114

Tabela 16A -

Valores de “F” para teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) totais da folha diagnóstica de rabanete sucedente a consórcios de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011........................................

115

Tabela 17A - Valores de “F” para potencial hidrogeniônico (pH), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), sódio (Na) e matéria orgânica (M.O.) sucedente a consórcios de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011......................................................

116

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I – VIABILIDADE AGROECONÔMICA DE CONSÓRCIOS DE RÚCULA E COENTRO ADUBADOS COM JITIRANA EM DIFERENTES QUANTIDADES E ARRANJOS ESPACIAIS ....................... 26 RESUMO.............................................................................................................. 26 ABSTRACT .......................................................................................................... 27 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 28 2 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 30 3 RESULTADOS.................................................................................................. 39 3.1 CULTURA DA RÚCULA............................................................................... 39 3.1.1 FOLHAS DIAGNÓSTICAS DA RÚCULA............................................... 42 3.2 CULTURA DO COENTRO............................................................................ 45 3.2.1 FOLHAS DIAGNÓSTICAS DO COENTRO............................................. 49 3.3 ÍNDICES AGROECONÔMICOS.................................................................. 52 3.3.1 ÍNDICES DE EFICIÊNCIA BIOLÓGICA/AGRONÔMICA...................... 52 3.3.2 ÍNDICES ECONÔMICOS........................................................................... 62 4 DISCUSSÃO...................................................................................................... 66 4.1 CULTURA DA RÚCULA.............................................................................. 66 4.2 CULTURA DO COENTRO............................................................................ 67 4.3 ÍNDICES AGROECONÔMICOS.................................................................. 68 4.3.1.ÍNDICES DE EFICIÊNCIA BIOLÓGICA/AGRONÔMICA...................... 69 4.3.2 ÍNDICES ECONÔMICOS........................................................................... 70 5 CONCLUSÕES................................................................................................. 70 REFEREÊNCIAS................................................................................................ 72 CAPÍTULO II - CULTIVO DE RABANETE SUCEDENTE A CONSÓRCIOS DE RÚCULA E COENTRO................................................... 78 RESUMO.............................................................................................................. 78 ABSTRACT .......................................................................................................... 79 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 80 2 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 81 3 RESULTADOS................................................................................................. 84 3.1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS..................................................... 84 3.2 FOLHAS DIAGNÓSTICAS DO RABANETE............................................. 89 3.3 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO SOLO............................................. 92 4 DISCUSSÃO...................................................................................................... 99 5 CONCLUSÕES................................................................................................. 100 REFERÊNCIAS................................................................................................... 101 APENDICE ........................................................................................................... 103

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CAPÍTULO I

VIABILIDADE AGROECONÔMICA DE CONSÓRCIOS DE RÚCULA E COENTRO ADUBADOS COM JITIRANA EM DIFERENTES

QUANTIDADES E ARRANJOS ESPACIAIS

RESUMO

O trabalho foi realizado durante o período de outubro a dezembro de 2009, na Fazenda Experimental Rafael Fernandes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Alagoinha, distante 20 km da cidade de Mossoró-RN, com o objetivo de avaliar a viabilidade agroeconômica de consórcios de rúcula e coentro adubados com jitirana em diferentes quantidades e arranjos espaciais. O delineamento experimental usado foi de blocos completos casualizados com quatro repetições, com os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 x 4. O primeiro fator foi constituído por quatro quantidades de jitirana incorporadas ao solo (5,4; 9,0; 12,6 e 16,2 t ha-1 em base seca) e o segundo fator por quatro arranjos espaciais das culturas componentes (1:1, 2:2, 3:3 e 4:4), que corresponderam às fileiras de rúcula (R) alternadas com as fileiras de coentro (C). As características avaliadas na cultura da rúcula e do coentro foram: altura de plantas (AP), número de folhas por planta (NF) ou número de haste por planta (NH), rendimento de massa verde (RMV), rendimento de massa seca (RMS) e os teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) total da folha diagnóstica. No consórcio, os índices de eficiência biológica/agronômica avaliados foram: Coeficiente relativo populacional das culturas (KR e KC) e do consórcio (K), índice de superação das culturas (ISR e ISC), razão competitiva das culturas (RCR e RCC) e do consórcio (RC), perda real de rendimento das culturas (PRRR e PRRC) e do consórcio (PRR), vantagem do consórcio das culturas (VCR e VCC) e vantagem do consórcio (VC) e índice de uso eficiente da terra das culturas (UETR e UETC) e do consórcio (UET). Também foram avaliados os indicadores econômicos de renda bruta (RB), renda líquida (RL) e índice de lucratividade (IL). O melhor desempenho agroeconômico de consórcios de rúcula e coentro foi obtido na quantidade de 8,77 t ha-1 de jitirana incorporada ao solo no arranjo espacial 2:2. A rúcula foi a cultura dominante e o coentro a cultura dominada nos consórcios de rúcula e coentro avaliados. O uso de jitirana como adubo verde em cultivos consorciados de rúcula e coentro mostrou-se viável ao produtor de hortaliças.

Palavras-chave: Eruca sativa. Coriandrum sativum. Merremia aegyptia.Adubação verde.

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CHAPTER I

AGROECONOMIC FEASIBILITY OF INTERCROPPED SYSTEMS OF ARUGULA AND CORIANDER FERTILIZED WITH SCARLET STARGLORY IN DIFFERENT AMOUNTS AND SPATIAL

ARRANGEMENTS

ABSTRACT The work was carried out during the period of October to December 2009 in the experimental farm Rafael Fernandes - UFERSA in Alagoinha, 20 km away from the city of Mossoró-RN, in order to assess the agroeconomic feasibility of intercropped systems of arugula and coriander fertilized with scarlet starglory in different amounts and spatial arrangements. The experimental design was of randomized complete blocks with four replications, with the treatments arranged in a factorial 4 x 4. The first factor consisted of four amounts of scarlet starglory incorporated into the soil (5.4, 9.0, 12.6 and 16.2 t ha-1 on a dry basis) and the second factor of four spatial arrangements of component crops (1:1, 2:2, 3:3 and 4:4), corresponding to the rows of arugula (A) alternated with rows of coriander (C). The characteristics assessed in the cultures of arugula and coriander were: plant height (PH), number of leaves per plant (NL) or number of stems per plant (NS), yield of green mass (RMV), yield of dry mass (YDM) and the total levels of nitrogen (N), phosphorus (P) and potassium (K) of the diagnostic leaf. In the intercropping systems, the indices of biological/agronomic efficiency evaluated were: Relative crowding coefficients of the crops (KA and KC) and the intercrops (K), aggressivity of the crops (AA and AC), competitive ratios of the crops (CRA and CRC) and the intercrops (RC), actual yield losses of the crops (AYLA and AYL C) and the intercrops (AYL), intercropping advantages of the crops (IAA and IAC) and the intercrops (IA), and land equivalent ratios of the crops (LERA and LERC) and the intercrops (LER). Also were evaluated the economic indicators of gross income (GI), net income (NI) and profit margin (PM).The best agroeconomic performance of intercropped systems of arugula and coriander was obtained in the amount of 8.77 t ha-1 of scarlet starglory incorporated into the soil in the spatial arrangement of 2:2. The arugula was the dominant crop and the coriander was the dominated crop in the intercropped systems of arugula and coriander evaluated. The green manure with scarlet starglory may be a promising practice for the producer of vegetables. Keywords: Eruca sativa. Coriandrum sativum. Merremia aegyptia. Green manure.

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28

1 INTRODUÇÃO

A procura por sistemas de produção que melhore a qualidade dos alimentos,

preserve à capacidade produtiva dos solos e aumente a rentabilidade,

modernamente, tem aumentado grandemente, devido as exigências dos

consumidores por alimentos nutritivos, saudáveis, sem uso de agrotóxicos e

fertilizantes sintéticos oriundos de produção agroecológica. Não obstante, a

consorciação de culturas é uma das práticas de cultivo que pode dar respostas a

essa busca.

Essa prática de cultivo tem sido comumente utilizada por pequenos

produtores de hortaliças que dispõem de mão-de-obra familiar e pouco capital. Ela

tem sido usada na olericultura porque apresenta uma série de vantagens, tais como:

aproveitamento da área (CAETANO et al., 1999), diversificação da dieta alimentar,

lucro por unidade de área cultivada (COELHO et al., 2000), estabilidade do

rendimento (WILLEY, 1979), cobertura do solo (ALTIERI, 2002) e captação da

radiação fotossintética ativa pelas culturas (SILVA; SILVA, 1984). Para se

conseguir essas vantagens, fatores de produção como, combinação de culturas,

arranjo espacial, adubação, entre outros, precisam ser bem manejados.

A escolha criteriosa das culturas a serem combinadas é de fundamental

importância, para que se possa propiciar a máxima exploração das vantagens do

sistema consorciado (TRENBATH, 1975), haja vista que o período de convivência

entre as espécies influencia a produtividade das culturas (CECÍLIO FILHO; MAY,

2002). Deste modo, a vantagem de um consórcio será mais evidente quando as

culturas envolvidas apresentarem diferenças entre as suas exigências frente aos

recursos disponíveis, seja em qualidade, quantidade e época de demanda

(REZENDE, 2008).

O arranjo espacial é definido como padrão de distribuição de plantas e

determina a forma geométrica da área disponível para cada indivíduo em um

plantio (WILLEY; RAO, 1980). Assim, o arranjo espacial se constitui no fator

preponderante das relações de competição entre as culturas e influencia a

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29

produtividade dessas culturas no sistema. Em estudo de performance produtiva de

rúcula consorciada com alface em Lavras-MG, em diferentes arranjos espaciais

(1:1, 2:2, 3:3 e 4:4), Oliveira et al. (2010) observaram diferenças significativas

entre os arranjos espaciais, com os arranjos 1:1 e 3:3 apresentando os maiores

índices de uso eficiente da terra do sistema.

O uso da adubação verde tem sido uma das práticas de manejo usada no

cultivo e produção de culturas, entre elas as hortaliças. A incorporação de adubos

verdes no solo promove a ciclagem rápida de nutrientes, intensificação da atividade

biológica do solo, aumento dos teores de nitrogênio disponíveis para as plantas,

controle de pragas, doenças e plantas invasoras, aumento da capacidade de

armazenamento de água, diminuição da temperatura, descompactação e aumento

do nível de matéria orgânica do solo (PADOVAN, 2010). Trabalhos tem

evidenciado efeito positivo de adubos verdes com espécies espontâneas da

caatinga, como aumento de rendimento de massa verde de rúcula (LINHARES et

al., 2007), de alface (GÓES et al., 2011 ; BEZERRA NETO et al., 2011) e de

coentro (LINHARES, 2009) com a incorporação de jitirana (Merremia aegyptia L.)

ao solo, aumento no rendimento de massa verde de rúcula com a incorporação de

mata pasto (Senna uniflora L.) (LINHARES et al., 2009) e aumento na massa

verde de coentro com a incorporação de flor-de-seda (Calotropis procera L.)

(BARROS JUNIOR, et al., 2009).

Outros autores trabalhando com as tuberosas cenoura, beterraba e rabanete,

também obtiveram aumentos na produtividade de raízes comerciáveis de cenoura

(OLIVEIRA et al., 2011), beterraba (SILVA et al., 2011) e de rabanete (BATISTA,

2011) com a incorporação de jitirana. Em sistema consorciado de cenoura e

rúcula, Paula (2011) obteve aumento da vantagem do consórcio com a

incorporação de jitirana. Porém, ainda há carência de informações científicas com

essas espécies espontâneas com outras hortaliças em sistemas de cultivo

consorciados.

Posto isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a viabilidade

agroeconômica de consórcios de rúcula e coentro adubados com jitirana em

diferentes quantidades e arranjos espaciais nas condições de Mossoró-RN.

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30

2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em uma área de pesquisa da Fazenda Experimental

‘Rafael Fernandes’ da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),

localizada no distrito de Alagoinha, distante 20 km da sede do município de

Mossoró (5º 11’ S e 37º 20’ W, 18 m de altitude), no período de outubro a

dezembro de 2009, em solo classificado como Argissolo Vermelho Amarelo

Eutrófico (EMBRAPA, 2006). O clima da região, pela classificação de Koppen, é

BsWh’, isto é, tropical semi-árido muito quente e com estação chuvosa no verão

atrasando-se para o outono, apresentando temperatura média de 27,4 ºC,

precipitação pluviométrica anual muito irregular, com média de 825 mm e umidade

relativa do ar de 68,9 % (CARMO FILHO et al., 1991). Antes da instalação do

experimento em campo, foram coletadas amostras de solo a uma camada de 0-20

cm e posteriormente misturadas de modo a se obter uma amostra composta, a qual

foi enviada para o Laboratório de Análises de Água, Solo e Planta do

Departamento de Ciências Ambientais da UFERSA, cujos resultados foram os

seguintes: pH (água) = 6,00, P= 7,7 mg dm-3, K= 44,8 cmolc dm-3, Ca= 2,00 cmolc

dm-3, Mg= 0,50 cmolc dm-3, Na= 44,8 cmolc dm-3 e CE = 0,88 dS m-1.

O delineamento experimental usado foi em blocos completos casualizados

com os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 x 4, com quatro repetições. O

primeiro fator foi constituído pelas quantidades de jitirana incorporadas ao solo

(5,4; 9,0; 12,6 e 16,2 t ha-1 em base seca) e o segundo fator pelos arranjos espaciais

entre as culturas componentes (1:1, 2:2, 3:3 e 4:4), que corresponderam a fileiras

de rúcula (R) alternadas com fileiras de coentro (C).

O cultivo consorciado foi estabelecido em fileiras alternadas conforme o

arranjo espacial entre a rúcula (R) e o coentro (C). A área total da parcela no

arranjo 1:1 foi de 1,92 m2, formada por fileiras simples de rúcula alternada com

fileiras simples de coentro (R:C:R:C), ladeadas por duas fileiras-bordadura, uma de

rúcula e outra de coentro (R:C), com uma área útil de 0,80 m2 contendo 80 plantas

de rúcula e 80 plantas de coentro no espaçamento de 0,20 m x 0,025 m com uma

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31

planta por cova. O arranjo 2:2 foi constituído por fileiras duplas de rúcula

alternadas com fileiras duplas de coentro (R:R:C:C), ladeadas por duas fileiras-

bordadura de rúcula (R:R) e duas fileiras de coentro (C:C). A área total da parcela

foi de 1,92 m2, com uma área útil de 0,80 m2, contendo 80 plantas de rúcula e 80

plantas de coentro no espaçamento de 0,20 m x 0,025 m com uma planta por cova.

O arranjo 3:3 foi composto por fileiras triplas de rúcula alternadas com fileiras

triplas de coentro (R:R:R:C:C:C), ladeadas pelas mesmas fileiras-bordadura do

arranjo 2:2. A área total da parcela foi de 2,40 m2, com uma área útil de 1,20 m2

contendo 120 plantas de rúcula e 120 plantas de coentro no espaçamento de 0,20 m

x 0,025 m com uma planta por cova. O arranjo 4:4 foi formado por fileiras

quádruplas de rúcula alternadas com fileiras quádruplas de coentro

(R:R:R:R:C:C:C:C), ladeadas pelas mesmas fileiras-bordadura do arranjo 2:2. A

área total da parcela foi de 2,88 m2, com uma área útil de 1,60 m2, contendo 160

plantas de rúcula e 160 plantas de coentro no espaçamento de 0,20 m x 0,025 m

com uma planta por cova (Figura 1).

Figura 1 - Representação gráfica de parcelas experimentais de rúcula (R) e coentro (C) consorciadas em diferentes arranjos espaciais. Mossoró, RN, 2011.

Os cultivos solteiro das hortaliças foram estabelecidos através do plantio de

seis linhas de cada hortaliça por parcela com uma área total de 1,44 m2 e área útil

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32

de 0,80 m2, contendo em cada parcela 80 plantas de rúcula e 80 plantas de coentro,

ambas, no espaçamento de espaçamento 0,20 m x 0,05 m com uma planta por cova

(Figura 2). A população de plantas recomendada para cada hortaliça folhosa na

região é de 1.000.000 plantas ha-1 (FREITAS, 2006)

Figura 2 - Representação gráfica de parcelas experimentais de rúcula (R) e coentro (C) em cultivo solteiro. Mossoró, RN, 2011.

A cultivar de rúcula plantada foi a Cultivada e a de coentro foi a Verdão,

recomendadas para cultivo na região Nordeste.

O preparo do solo constituiu-se de limpeza manual da área com o auxílio de

uma enxada seguida de uma gradagem e levantamento dos canteiros. Após isso,

uma solarização foi realizada com plástico transparente ‘Vulcabrilho Bril Fles’ de

30 micra durante 45 dias com o intuito de reduzir a população de fitopatógenos do

solo e do aparecimento do dumping off no coentro.

A coleta da jitirana (adubo verde) foi realizada em diversas áreas da

vegetação nativa de Mossoró. Depois de colhida, as plantas foram trituradas em

máquina forrageira convencional, onde se obteve pedaços de 2 a 3 cm, que foram

secos ao sol, até atingir o teor de umidade de 10%. Foram retiradas cinco amostras

desse material e transformada em uma amostra composta que fora analisadas,

obtendo-se os seguintes resultados: N = 20,10 g.kg-1, P = 8,75 g.kg-1, K = 22,99

g.kg-1, Ca = 7,25 g.kg-1, Mg = 4,0 g.kg-1, S = 1,0 g.kg-1, Fe = 345 mg.kg-1, Zn = 16

mg.kg-1, Cu = 12 mg.kg-1, Mn = 28 mg.kg-1, B = 40 mg.kg-1 e Na = 186 mg.kg-1.

As parcelas experimentais no sistema consorciado foram adubadas com as

respectivas quantidades de jitirana estudadas, incorporadas na camada de 0-20 cm

do solo, 15 dias antes do plantio das culturas (GÓES, 2007). As parcelas no cultivo

solteiro de rúcula e do coentro foram adubadas, respectivamente, com 11 e 14 t ha-1

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33

(LINHARES, 2009), também na camada de 0-20 cm do solo 15 dias antes do

plantio das culturas. Durante esse período, irrigações diárias em dois turnos foram

realizadas com a finalidade de favorecer atividade microbiana do solo no processo

de decomposição.

A semeadura da rúcula e do coentro em cultivo consorciado e em cultivo

solteiro foi realizada no dia 16 de novembro de 2009 em covas de

aproximadamente 3 cm de profundidade, com 4 a 5 sementes por cova. Os

desbastes foram realizados aos 10 e 12 dias após o plantio da rúcula e do coentro,

respectivamente, deixando-se apenas uma planta por cova.

As culturas foram irrigadas por micro-aspersão, com turno de rega diário

parcelado em duas aplicações (manhã e tarde), fornecendo-se uma lâmina de água

de aproximadamente 8 mm dia-1. Durante a condução do experimento foram

realizadas duas capinas manuais.

A colheita da rúcula ocorreu no dia 16 de dezembro de 2009 aos 30 dias

após a sua semeadura e a do coentro no dia 28 de dezembro de 2009 aos 42 dias

após a semeadura.

Para a cultura da rúcula foram avaliadas as seguintes características: altura

de plantas (determinada em uma amostra de vinte plantas, retiradas aleatoriamente

da área útil, através de uma régua, a partir do nível do solo até a extremidade da

folha mais alta, expressa em centímetro); número de folhas por planta (determinado

na mesma amostra, pela contagem direta do número de folhas maiores que 3 cm de

comprimento, partindo-se das folhas basais até a última folha aberta); rendimento

de massa seca da parte aérea (tomada da mesma amostra, na qual se determinou a

altura de plantas, em estufa com circulação forçada de ar à temperatura de 65 °C,

até atingir peso constante, expressa em t ha-¹); rendimento de massa verde

(avaliado através da massa fresca da parte aérea de todas as plantas da área útil,

expresso em t ha-¹) e os teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) total da

folha diagnóstica, determinados na amostra aleatória de folhas de rúcula recém

desenvolvidas com aproximadamente 2/3 do ciclo da cultura, conforme

metodologia utilizada para folha diagnóstica na cultura da alface (TRANI e RAIJ,

1997). Após a secagem, o material foi moído e preparado para análise química

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34

determinando-se os teores de N, P e K, expressos em g kg-1, conforme metodologia

proposta por Malavolta et al. (1989).

Na cultura do coentro foram avaliadas as seguintes características: altura de

plantas (determinada em uma amostra de vinte plantas, retiradas aleatoriamente da

área útil, através de uma régua, a partir do nível do solo até a extremidade da folha

mais alta, expressa em centímetro); número de hastes por planta (determinado na

mesma amostra, pela contagem direta do número de hastes); rendimento de massa

seca (avaliado na mesma amostra, da altura de plantas em estufa com circulação

forçada de ar à temperatura de 65 °C, até atingir peso constante, expresso em t ha-

¹); rendimento de massa verde (avaliado através da massa fresca da parte aérea de

todas as plantas da área útil, expresso em t ha-¹) e os teores de nitrogênio (N),

fósforo (P) e potássio (K) total da folha diagnóstica, determinados na amostra

aleatória de hastes de coentro recém desenvolvidas conforme metodologia descrita

para rúcula.

A eficiência dos sistemas consorciados foi obtida através da estimativa dos

índices de eficiência biológico/agronômica e dos indicadores econômicos.

O coeficiente relativo populacional (K) expressa uma medida da dominância

de uma espécie sobre a outra na associação. Foi proposto por De Wit (1960) e

examinado em detalhe por Hall (1974). Quando a espécie produz mais biomassa

em consórcio do que em monocultivo, o seu K é maior do que um. Para Williams e

McCarthy (2001), um maior valor de K implica na maior habilidade da cultura em

competir. É calculado pela seguinte expressão: K= KR . KC; KR = YRC . ZCR/(YRR -

YRC) . ZRC; KC = YCR . ZRC/(YCC -YCR) . ZCR, onde: K é o coeficiente relativo

populacional; KR é o coeficiente relativo populacional da rúcula; KC é o coeficiente

relativo populacional do coentro; YRC é a produtividade da rúcula na consorciação

com o coentro; YCR é a produtividade do coentro na consorciação com a rúcula;

YRR é a produtividade da rúcula no cultivo solteiro; YCC é a produtividade do

coentro no cultivo solteiro; ZRC é a proporção de plantio da rúcula em consórcio

com o coentro e ZCR é a proporção de plantio de coentro em consórcio com rúcula.

Quando o produto dos coeficientes KR e KC for maior que um, há uma vantagem no

consórcio; quando for igual a um, não há qualquer benefício na consorciação.

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35

Quando for menor que um, há uma desvantagem na consorciação das culturas (De

WIT, 1960).

O índice de superação (IS), também mede a dominância de uma cultura

sobre a outra. Foi utilizado o método proposto por McGilchrist e Trenbath (1971).

Esse índice é utilizado para indicar em que medida o acréscimo no rendimento

relativo de uma determinada cultura é maior do que a outra, quando as mesmas são

conduzidas sob consórcio (McGILCHRIST, 1965). As equações utilizadas para

determinação desse índice são: ISR = (YRC/YRR . ZRC) – (YCR/YCC . ZCR) e ISC =

(YCR/YCC . ZCR) – (YRC/YRR . ZRC), onde: ISR é o índice de superação da rúcula; ISC

é o índice de superação da coentro; YRC, YCR, YCC, YRR, ZCR e ZRC estão definidos

na descrição do coeficiente relativo populacional (K). Se o valor do IS for igual a

zero, ambas as culturas são igualmente competitivas. Se o IS for positivo, então a

cultura componente com este sinal será a dominante e a cultura com sinal negativo

será a dominada (BHATTI et al., 2006).

As taxas de competição ou razões competitivas RCR e RCC foram obtidas a

partir do índice de superação proposto por Willey e Rao (1980), podendo ser

determinada pelas expressões: RC = RCR + RCC; RCR = [(YRC/YRR)/(YCR/YCC)] .

(ZCR/ZRC) e RCC = [(YCR/YCC)/(YRC/YRR)] . (ZRC/ZCR), onde: RC é a razão de

competição do sistema consorciado; RCR é a razão de competição da rúcula; RCC é

a razão de competição do coentro; YCC, YRR, YCR, YRC, ZCR e ZRC estão definidos na

descrição do coeficiente relativo populacional (K). A razão de competição fornece

uma melhor mensuração da habilidade competitiva das culturas componentes, bem

como algumas vantagens com relação aos índices K e IS. Em um consórcio, a

cultura de maior RC tem maior habilidade para usar os recursos ambientais quando

comparada com a outra cultura componente (DHIMA et al., 2007).

A perda real de rendimento do consórcio (PRR), para Banik et al. (2000), é

um índice que fornece informações mais precisas sobre a competição em relação a

outros índices. No que diz respeito ao comportamento de cada espécie no sistema

consorciado, ele é baseado no rendimento por planta. A PRR é determinada pelo

rendimento ganho ou perdido do consórcio quando comparado com os respectivos

cultivos solteiros, ou seja, quando se considera a proporção atual semeada das

Page 36: joserlan nonato moreira

36

culturas componentes em relação aos cultivos solteiros. A determinação da PRR

parcial representa a proporção de rendimento perdido ou ganho de cada espécie no

consórcio, quando comparado ao cultivo solteiro. A equação para determinação da

PRR está apresentada a seguir (BANIK, 1996): PRR = PRRR + PRRC; PRRR = [{

(YRC/ZRC)/(YRR/ZRR) } - 1] e PRRC = [{(Y CR/ZCR)/(YCC /ZCC) } - 1 ], onde: PRR é a

perda real de rendimento da consorciação; PRRR é a parda real de rendimento da

rúcula; PRRC é a perda real de rendimento do coentro; ZCC é a proporção de plantio

do coentro no cultivo solteiro; ZRR é a proporção de plantio da rúcula no cultivo

solteiro; YCC, YRR, YCR, YRC, ZCR, ZRC estão definidos na descrição do coeficiente

relativo populacional (K).

A vantagem do consórcio (VC) é um indicador da viabilidade econômica,

expressando a perda real de rendimento em termos monetários e indicando a

vantagem de um sistema consorciado sobre outro (DHIMA et al., 2007). É obtida

pela expressão: VC = VCR + VCC; VCR = PRRR . PR e VCC = PRRC . PC, onde: VC

é a vantagem do consórcio; VCR é a vantagem do consórcio da rúcula; VCC é a

vantagem do consórcio do coentro; PR é o preço da rúcula em R$ kg-1, referente a

janeiro de 2010 e PC é o preço do coentro em R$ kg-1, referente a janeiro de 2010.

O índice de uso eficiente da terra (UET), definido por Willey e Osiru (1972)

como a área relativa de terra, sob condições de plantio isolado, que é requerida para

proporcionar as produtividades alcançadas no consórcio. Obtido pela seguinte

expressão: UET = UETR + UETC; UETR = (YRC/YRR) e UETC = (YCR/YCC), onde:

UET é o índice de uso eficiente da terra da consorciação; UETR é o índice de uso

eficiente da terra de rúcula; UETC é o índice de uso eficiente da terra de coentro;

YRC, YCR, YRR e YCC definidos na descrição do coeficiente relativo populacional

(K). As UETs individuais de cada parcela foram obtidas, considerando-se o valor

da média das repetições das hortaliças solteiras sobre os arranjos espaciais no

denominador dos índices de uso eficiente da terra parciais de cada cultura (UETR e

UETC), conforme recomendação de Bezerra Neto et al. (2012). Esta padronização

fora utilizada para evitar dificuldades com a possibilidade de se ter uma

distribuição complexa da soma dos quocientes que definem as UET e, assim, a

análise de variância destes índices não terem representatividade, levando a erros

Page 37: joserlan nonato moreira

37

relacionados à validade das pressuposições de normalidade e homogeneidade.

Além disso, fora usada também para permitir a validação dos testes de

significância e intervalos de confiança e, conseqüentemente, as comparações entre

os diversos sistemas consorciados de cenoura e rúcula (LIMA, 2008).

Especificamente, a UET indica a eficiência do consórcio em usar recursos do

ambiente quando o mesmo é comparado com o monocultivo (MEAD; WILLEY,

1980). O valor unitário é o valor crítico. Quando a UET é maior do que um, o

consórcio favorece o desenvolvimento e o rendimento das espécies.

Contrariamente, quando a UET é menor do que um, o consórcio afeta

negativamente o rendimento e o desenvolvimento das culturas consorciadas

(OFORI; STERN, 1987; CABALLERO et al., 1995).

Os custos de produção foram calculados e analisados ao final do processo

produtivo em janeiro de 2010. A modalidade de custo analisada neste trabalho

corresponde aos gastos totais (custo total) por hectare de área cultivada, o qual

abrange os serviços prestados pelo capital estável, ou seja, a contribuição do capital

circulante e o valor dos custos alternativos. De modo semelhante, as receitas

referem-se ao valor da produção de um hectare.

A depreciação definida como o custo fixo não-monetário que reflete a perda

de valor de um bem de produção em função da idade, do uso e da obsolescência. O

método utilizado para determinação do valor da depreciação foi o linear ou método

das cotas fixas, o qual determina o valor anual da depreciação a partir do tempo de

vida útil do bem durável, do seu valor inicial e de sucata. Este último não foi

considerado, uma vez que os bens de capital considerados não apresentam qualquer

valor residual.

O custo de oportunidade ou alternativo, para os itens de capital estável

(construções, máquinas, equipamentos, etc.), corresponde ao juro anual que reflete

o uso alternativo do capital. De acordo com Leite (1998), a taxa de juros a ser

escolhida para o cálculo do custo alternativo, deve ser igual à taxa de retorno da

melhor aplicação alternativa. Por ser impossível a determinação deste valor, optou-

se por adotar a taxa de 6% ao ano, equivalente ao ganho em caderneta de

poupança. Como os bens de capital depreciam com o tempo, o juro incidirá sobre

Page 38: joserlan nonato moreira

38

metade do valor atual de cada bem. Com relação ao custo de oportunidade da terra,

considerou-se o arrendamento de um hectare na região, como o equivalente ao

custo alternativo da terra empregada na pesquisa.

A mão-de-obra fixa foi aquela destinada ao gerenciamento das atividades

produtivas, correspondente ao pagamento de um salário mínimo por mês durante o

ciclo produtivo.

O custo de aquisição foi obtido multiplicando-se o preço do insumo variável

utilizado (sementes, adubos, defensivos, mão-de-obra eventual, etc.) pela a

quantidade do respectivo insumo utilizado referente ao ano de 2010.

Para a conservação e manutenção das instalações, máquinas e equipamentos

diretamente relacionados com a produção, foi estipulado o valor de 1 % ao ano do

valor de custo das construções; no caso de bomba e sistema de irrigação, o

percentual foi de 7% ao ano.

Para o prazo foi compreendido o período entre a aplicação dos recursos e a

resposta dos mesmos em forma de produto, ou seja, o tempo de duração do ciclo

produtivo da atividade (safra). Neste caso considerando-se dois ciclos produtivos

de 30 e 42 dias.

A renda bruta (RB) foi obtida através do valor da produção obtida por

hectare no sistema consorciado, a preço pago ao produtor na região, no mês de

janeiro de 2010. Para a rúcula e coentro o valor pago foi de R$ 4,60 kg-1 e R$ 6,25

kg-1, respectivamente.

A renda líquida (RL) foi obtida através da diferença entre a renda bruta (RB)

por hectare e os custos totais (CT) envolvidos na obtenção da mesma.

O índice de lucratividade (IL) foi obtido pela relação entre a renda líquida

(RL) e a renda bruta (RB), expresso em porcentagem.

Análises de variância para as características avaliadas foram realizadas

através do software Sisvar 3.01 (FERREIRA, 2000). O procedimento de

ajustamento de curva de resposta foi realizado através do software Table Curve

(JANDEL SCIENTIFIC, 1991) e o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade

foi usado para fazer as comparações entre os arranjos espaciais.

Page 39: joserlan nonato moreira

39

3 RESULTADOS

3.1 CULTURA DA RÚCULA

Houve interação significativa entre as quantidades de jitirana incorporadas

ao solo e os arranjos espaciais na altura de plantas, número de folhas por planta e

rendimento de massa seca (FIGURAS 3, 4 e 5). Desdobrando-se a interação

quantidades de jitirana dentro de arranjos espaciais, observou-se um aumento na

altura de plantas de 3,10 cm no arranjo 1:1, de 1,50 cm no arranjo 2:2 e 1,40 cm no

arranjo 3:3 com as quantidades crescentes de jitirana, cujos valores máximos

registrados foram de 20,2, 21,6 e 21,1 cm na quantidade de 16,2 t ha-1. Não se

observou nenhuma função resposta para a altura de plantas com o aumento nas

quantidades de jitirana incorporadas ao solo dentro do arranjo 4:4 (FIGURA 3).

Figura 3 – Altura de plantas de rúcula em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

No número de folhas por planta registrou-se aumento apenas no arranjo 3:3

da ordem de 2 folhas por planta com as quantidades crescentes de jitirana, obtendo-

se um número máximo de 11 folhas na quantidade de 16,2 t ha-1. Dentro dos

arranjos 1:1, 2:2 e 4:4 não houve ajustamento de função resposta para o número de

folhas por planta com o aumento das quantidades crescentes de jitirana (FIGURA

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40

4). Para o rendimento de massa seca houve um aumento de 0,55 e 0,40 t ha-1 nos

arranjos 2:2 e 3:3 com as quantidades crescentes de jitirana, até os valores

máximos de 1,56 e 1,21 t ha-1 nas quantidades de 8,46 e 10,61 t ha-1 de jitirana

incorporadas, decrescendo em seguida até a última quantidade de jitirana

adicionada. Nenhuma função resposta para essa característica foi obtida com o

aumento nas quantidades de jitirana dentro dos arranjos 1:1 e 4:4 (FIGURA 5).

Figura 4 – Número de folhas por planta de rúcula em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 5 – Rendimento de massa seca da parte aérea de rúcula em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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41

Por outro lado, desdobrando-se a interação arranjos espaciais dentro de cada

quantidade de jitirana incorporada, as maiores alturas de plantas foram registradas

nos arranjos 2:2 e 4:4 dentro das quantidades de 5,4 e 12,6 t ha-1, não se

observando qualquer diferença significativa nas alturas entre os arranjos nas

quantidades de 9,0 e 16,2 t ha-1 (TABELA 1). O maior número de folhas por planta

foi obtido no arranjo 4:4 nas quantidades de 5,4 e 9,0 t ha-1, no arranjo 2:2 na

quantidade de 12,6 t ha-1 e no arranjo 1:1 na quantidade de 16,2 t ha-1. Os maiores

rendimentos de massa seca foram observados nos arranjos 1:1 e 4:4 nas

quantidades de 9,0 e 12,6 t ha-1, não se registrando qualquer diferença significativa

entre os arranjos no rendimento de massa seca dentro das quantidades de jitirana

incorporadas de 5,4 e 16,2 t ha-1 (TABELA 1).

Tabela 1 - Médias de altura de plantas (AP), número de folhas por planta (NF) e rendimento de massa seca (RMS) de rúcula em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Quantidades de jitirana (t ha-1) 5,4 9,0 12,6 16,2

Arranjos espaciais AP (cm)

1:1 17,01 b 19,83 a* 19,95 b 20,06 a 2:2 21,67 a 20,34 a 20,57 ab 19,92 a 3:3 4:4

19,85 ab 18,83 ab

20,01 a 17,18 a

21,02 ab 23,90 a

21,04 a 22,56 a

NF 1:1 2:2

9,66 ab 11,70 ab

10,72 ab 11,93 ab

16,93 b 20,97 a

14,05 a 11,33 b

3:3 4:4

9,21 b 11,83 a

9,72 b 12,67 a

10,58 b 14,00 b

11,10 b 11,02 b

RMS (t ha-1) 1:1 2:2 3:3

0,89 a 1,35 a 0,89 a

2,02 a 1,58 ab 1,14 b

1,33 ab 1,27 ab 0,98 b

1,18 a 1,04 a 0,81 a

4:4 0,95 a 1,20 b 1,72 a 1,20 a * Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de

probabilidade.

Não houve interação significativa entre as quantidades de jitirana

incorporadas ao solo e os arranjos espaciais no rendimento de massa verde de

rúcula (FIGURA 6). No entanto, houve um aumento de rendimento com as

quantidades crescentes de jitirana até o valor máximo de 9,52 t ha-1 na quantidade

Page 42: joserlan nonato moreira

42

de 10,9 t ha-1 de jitirana, decrescendo em seguida até a maior quantidade de jitirana

incorporada.

Figura 6 – Rendimento de massa verde de rúcula em função quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Diferenças significativas entre os arranjos espaciais foram observadas no

rendimento de massa verde, com o arranjo 2:2 sobressaindo-se dos arranjos 1:1, 3:3

e 4:4 (TABELA 2).

Tabela 2 - Médias de rendimentos de massa verde (RMV) de rúcula em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Arranjos espaciais RMV (t ha-1) 1:1 8,40 b* 2:2 10,58 a 3:3 7,85 b 4:4 9,11 b

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

3.1.1 FOLHAS DIAGNÓSTICAS DA RÚCULA

Não houve interação significativa entre as quantidades de jitirana

incorporadas ao solo e os arranjos espaciais nos teores de nitrogênio e potássio total

da folha diagnóstica (FIGURAS 7 e 8). No entanto, houve um aumento nos teores de

nitrogênio (N) com as quantidades crescentes de jitirana até o valor máximo de

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43

37,12 g kg-1 na quantidade de 12,06 t ha-1 de jitirana incorporada, decrescendo em

seguida até a incorporação da maior quantidade de jitirana (FIGURA 7). Para os

teores de potássio (K), se registrou um aumento da ordem de 6,29 g kg-1 entre a

menor e a maior quantidade de jitirana incorporada (FIGURA 8).

Figura 7 – Teor de nitrogênio (N) total da folha diagnóstica de rúcula em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 8 – Teor de potássio (K) total da folha diagnóstica de rúcula em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Não foram registradas diferenças significativas entre os arranjos espaciais

para os teores de nitrogênio e potássio total da folha diagnóstica de rúcula

(TABELA 3).

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44

Tabela 3 - Médias dos teores de nitrogênio (N) e potássio (K) total da folha diagnóstica de rúcula em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Arranjos espaciais

N total (g kg-1)

K total (g kg-1)

1:1 35,90 a* 43,11 a 2:2 35,24 a 40,85 a 3:3 36,01 a 39,55 a 4:4 35,61 a 38,44 a

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Interação significativa entre as quantidades de jitirana incorporadas ao solo e

arranjos espaciais foi observada no teor de fósforo (P) total da folha diagnóstica

(FIGURA 9). Desdobrando-se as quantidades de jitirana dentro de cada arranjo

espacial, observou-se aumento do teor de P total de 0,15 g kg-1 no arranjo 1:1 entre

a menor e a maior quantidade de jitirana incorporada e decréscimos de 1,95, 2,12 e

1,30 g kg-1nos arranjos 2:2, 3:3 e 4:4 entre essa menor e maior quantidade de

jitirana adicionada ao solo.

Figura 9 – Teor de fósforo (P) total da folha diagnóstica de rúcula em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Desdobrando-se arranjos espaciais dentro de cada quantidade de jitirana,

diferenças significativas foram observadas no teor de fósforo total entre os arranjos

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45

espaciais, com os arranjos 2:2 e 3:3 se sobressaindo dos arranjos 1:1 e 4:4 na

quantidade de 5,4 t ha-1, o 2:2 se destacando dos arranjos 1:1, 3:3 e 4:4 nas

quantidades de 9,0 e 12,6 t ha-1, e os arranjos de 1:1 e 2:2 se sobressaindo dos

arranjos 3:3 e 4:4 na quantidade de 16,2 t ha-1 de jitirana adicionada ao solo

(TABELA 4).

Tabela 4 - Médias dos teores de fósforo (P) total da folha diagnóstica de rúcula em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Quantidades de jitirana (t ha-1) 5,4 9,0 12,6 16,2

Arranjos espaciais P (g kg-1)

1:1 3,90 b* 4,01 b 3,36 ab 3,81 a 2:2 5,31 a 4,88 a 4,60 a 3,28 a 3:3

4:4 5,32 a

3,54 b 3,79 b

3,42 b 3,38 ab

2,26 b 2,31 b

2,29 b * Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de

probabilidade.

3.2 CULTURA DO COENTRO

Não houve interação significativa entre as quantidades de jitirana

incorporadas ao solo e os arranjos espaciais na altura de plantas, número de hastes

por planta e rendimento de massa seca de coentro (FIGURAS 10 a 12). No entanto,

à medida que se aumentou a quantidade de jitirana incorporada ao solo, se

observou um incremento nos valores da altura e do número de hastes por planta, de

aproximadamente 1,15 cm e 1 haste entre a menor e a maior quantidade de jitirana

incorporada ao solo (FIGURAS 10 e 11). Não foi observada nenhuma equação

resposta para o rendimento de massa seca com as quantidades crescentes de jitirana

(FIGURA 12).

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46

Figura 10 – Altura de plantas de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 11 – Número de hastes por planta de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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47

Figura 12 – Rendimento de massa seca de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Diferenças significativas entre os arranjos espaciais foram registradas na

altura de plantas, número de hastes por planta e no rendimento de massa seca, com

o arranjo 3:3 sobressaindo-se dos arranjos 1:1, 2:2 e 4:4 na altura de plantas e o

arranjo 4:4 se destacando dos demais no número de hastes por planta e no

rendimento de massa seca (TABELA 5).

Tabela 5 - Médias de altura de plantas (AP), número de hastes por planta (NH) e rendimentos de massa seca (RMS) de coentro em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Arranjos espaciais

AP (cm)

NH RMS (t ha-1)

1:1 10,90 b* 6,25 b 0,13 b 2:2 11,08 ab 6,48 ab 0,16 ab 3:3 12,22 a 6,30 b 0,14 b 4:4 11,82 ab 6,94 a 0,19 a

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Interação significativa entre quantidades de jitirana incorporadas ao solo e

arranjos espaciais foi observada no rendimento de massa verde (FIGURA 13).

Desdobrando-se a interação quantidades de jitirana dentro de arranjos espaciais,

observaram-se aumentos de 0,24, 0,46 e 0,62 t ha-1 nos arranjos 1:1, 3:3 e 4:4, entre

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48

a menor e maior quantidade de jitirana adicionada. No arranjo 2:2, o rendimento

aumentou com as quantidades crescentes de jitirana até o valor máximo de 0,97 t ha-

1 na quantidade de 14,21 t ha-1, decrescendo em seguida até a maior quantidade de

jitirana incorporada.

Figura 13 – Rendimento de massa verde de coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Desdobrando-se a interação arranjos espaciais dentro de cada quantidade de

jitirana incorporada, os maiores rendimentos de massa verde foram registrados nos

arranjos 2:2 e 4:4 na quantidade de 12,6 t ha-1 e nos arranjos 3:3 e 4:4 na

quantidade de 16,2 t ha-1 e no arranjo 4:4 na quantidade de 9,0 t ha-1, não se

registrando qualquer diferença no rendimento de massa verde entre os arranjos

espaciais na quantidade incorporada de jitirana de 5,4 t ha-1 (TABELA 6).

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49

Tabela 6 - Médias de rendimento de massa verde (RMV) de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Quantidades de jitirana (t ha-1) 5,4 9,0 12,6 16,2

Arranjos espaciais RMV (t ha-1)

1:1 0,382 a* 0,495 b 0,655 b 0,577 b 2:2 0,500 a 0,602 ab 0,920 a 0,562 b 3:3 4:4

0,475 a 0,462 a

0,660 ab 0,782 a

0,862 ab 1,020 a

0,922 a 1,040 a

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

3.2.1 FOLHAS DIAGNÓSTICAS DO COENTRO

Não houve interação significativa entre as quantidades de jitirana

incorporadas ao solo e os arranjos espaciais nos teores de nitrogênio (N) e fósforo

(P) total da folha diagnóstica (FIGURAS 14 e 15). No entanto, houve um aumento

nos teores N e P de 7,15 e 0,88 g kg-1, respectivamente, com as quantidades

crescentes de jitirana, observando-se os valores máximos de 24,76 e 7,11 g kg-1 na

quantidade de 16,2 t ha-1 de jitirana incorporada.

Figura 14 – Teor de nitrogênio (N) total da folha diagnóstica de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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50

Figura 15 – Teor de fósforo (P) total da folha diagnóstica de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Diferenças significativas entre os arranjos espaciais foram registradas no

teor de N total da folha diagnóstica de coentro, com o arranjo 4:4 sobressaindo-se

dos arranjos 1:1, 2:2 e 3:3. Não se observou qualquer diferença significativa entre

os arranjos espaciais no teor de P total da folha diagnóstica (TABELA 7).

Tabela 7 - Médias dos teores de nitrogênio (N) e fósforo (P) total da folha diagnóstica de coentro em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Arranjos espaciais

N total (g kg-1)

P total (g kg-1)

1:1 18,98 b 6,73 a* 2:2 20,45 ab 6,62 a 3:3 20,30 ab 6,53 a 4:4 22,09 a 6,80 a

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Interação significativa entre as quantidades de jitirana incorporadas ao solo

e arranjos espaciais foi observada no teor de potássio total (K) da folha diagnóstica

(FIGURA 16). Desdobrando-se as quantidades de jitirana dentro de cada arranjo

espacial, observaram-se aumentos dos teores de K total em todos os arranjos até os

valores máximos de 27,4; 29,6; 31,2 e 40,9 g kg-1, respectivamente, nas

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51

quantidades de 11,04; 10,76; 10,54 e 12,65 t ha-1, decrescendo em seguida até a

maior quantidade de jitirana adicionada ao solo.

Figura 16 – Teor de potássio (K) total da folha diagnóstica de coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Desdobrando-se arranjos espaciais dentro de cada quantidade de jitirana,

diferenças significativas foram observadas no teor de K total entre os arranjos

espaciais, com o arranjo 4:4 se destacando dos arranjos 1:1; 2:2 e 3:3 nas

quantidade de 12,6 e 16,2 t ha-1. Não se observou qualquer diferença significativa

entre os arranjos nas quantidades 5,4 e 9,0 t ha-1 de jitirana adicionada ao solo

(TABELA 8).

Tabela 8 - Médias dos teores de potássio total (K) da folha diagnóstica de coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Quantidades de jitirana (t ha-1) 5,4 9,0 12,6 16,2

Arranjos espaciais K (g kg-1)

1:1 26,08 a* 27,32 a 27,32 b 26,33 b 2:2 28,47 a 29,42 a 29,42 b 27,22 ab

3:3 4:4

29,17 a 29,29 a

33,00 a 31,02 a

31,02 b 42,03 a

28,68 ab 33,33 a

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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52

3.3 ÍNDICES AGROECONÔMICOS

3.3.1 ÍNDICES DE EFICIÊNCIA BIOLÓGICA/AGRONÔMICA

Não houve interação significativa entre as quantidades de jitirana

incorporadas ao solo e os arranjos espaciais no coeficiente relativo populacional

das culturas (KR e KC) e do consórcio (K), no índice de superação (IS) das culturas,

na razão competitiva das culturas (RCR e RCC) e do consórcio (RC), na perda real

de rendimento das culturas (PRRR e PRRC) e do consórcio (PRR), na vantagem do

consórcio da rúcula (VCR) e no índice de uso eficiente da terra da rúcula (UETR)

(FIGURAS 17 a 22). No entanto, à medida que se aumentou as quantidades de

jitirana adicionadas ao solo, se observou um aumento na razão competitiva do

coentro (RCC), na perda real de rendimento do coentro (PRRC) e no índice de uso

eficiente da terra da rúcula (UETR) até os valores de 0,59; -0,25 e 0,67, nas

quantidades de 14,58, 13,67 e 11,25 t ha-1, decrescendo até a última quantidade de

jitirana adicionada (FIGURAS 19, 20 e 22). A perda real de rendimento do

consórcio (PRR) decresceu com o aumento das quantidades de jitirana (FIGURA

20). Não houve ajuste de curvas no coeficiente relativo populacional das culturas

(KR e KC) e do consórcio (K), no índice de superação das culturas (ISR e ISC), na

razão competitiva da rúcula (RCR) e do consórcio (RC), na perda real de

rendimento da rúcula (PRRR) e na vantagem do consórcio da rúcula (VCR)

(FIGURAS 17 a 21).

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53

Figura 17 – Coeficiente relativo populacional da rúcula (KR), coeficiente relativo populacional do coentro (KC) e coeficiente relativo populacional do consórcio (K) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 18 – Índice de superação da rúcula (ISR) e índice de superação do coentro (ISC) em função quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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54

Figura 19 – Razão competitiva da rúcula (RCR); razão competitiva do coentro (RCC) e razão competitiva do consórcio (RC) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 20 – Perda real de rendimento da rúcula (PRRR), perda real de rendimento do coentro (PRRC) e perda real de rendimento do consórcio (PRR) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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55

Figura 21 – Vantagem do consórcio da rúcula (VCR) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 22 – Índice de uso eficiente da terra da rúcula (UETR) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Diferenças significativas entre os arranjos espaciais foram registradas no

coeficiente relativo populacional da rúcula (KR) e do coentro (KC), com o arranjo

2:2 se destacando dos arranjos 1:1, 3:3 e 4:4, no coeficiente da rúcula e o arranjo

4:4 sobressaindo-se dos arranjos 1:1, 2:2 e 3:3, no coeficiente relativo populacional

do coentro. Não se observou qualquer diferença significativa nos valores de K

(TABELA 9).

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56

Nos índices de superação da rúcula (ISR) e do coentro (ISC) os arranjos 1:1 e

2:2 sobressaíram-se dos arranjos 3:3 e 4:4. Na razão competitiva do consórcio (RC)

e da rúcula (RCR), os arranjos 1:1 e 2:2 se destacaram dos arranjos 3:3 e 4:4. Na

perda real de rendimento do sistema (PRR), não se observou diferença significativa

entre os arranjos espaciais. Na perda real de rendimento da rúcula (PRRR), o

arranjo 2:2 se destacou dos arranjos 1:1, 3:3 e 4:4 e na perda real de rendimento do

coentro (PRRC), o arranjo 1:1 sobressaiu-se dos arranjos 2:2, 3:3 e 4:4.

Na vantagem do consórcio da rúcula (VCR) e no índice de uso eficiente da

terra da rúcula (UETR), o arranjo 2:2 sobressaiu-se dos arranjos 1:1, 3:3 e 4:4

(TABELA 9).

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57

Tabela 9 - Médias do coeficiente relativo populacional do consórcio (K), coeficiente relativo populacional da rúcula (KR), coeficiente relativo populacional do coentro (KC), índice de superação da rúcula (ISR), índice de superação do coentro (ISC), razão competitiva do consórcio (RC), razão competitiva da rúcula (RCR), razão competitiva do coentro (RCC), perda real de rendimento do consórcio (PRR), perda real de rendimento da rúcula (PRRR), perda real de rendimento do coentro (PRRC), vantagem do consórcio da rúcula (VCR) e índice de uso eficiente da terra da rúcula (UETR) em função de arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Arranjos espaciais K KR KC ISR ISC RC RCR RCC PRR PRRR PRRC VCR UETR

1:1 0,62 a* 2,02ab 0,31 b 0,75 a -0,75 a 3,13 a 2,74 a 0,38 b 0,32 a 0,24 b -0,53 a 1,04 b 0,61 b

2:2 1,20 a 2,92 a 0,42 ab 0,90 a -0,90 a 3,24 a 2,84 a 0,39 b 0,29 a 0,49 a -0,42 ab 2,20 a 0,73 a

3:3 0,81 a 1,41 b 0,51 ab 0,47 b -0,47 b 2,41 b 1,83 b 0,57 a 0,36 a 0,20 b -0,34 ab 0,55 b 0,56 b

4:4 1,31 a 1,97 b 0,62 a 0,52 b -0,52 b 2,47 b 1,85 b 0,61 a 0,28 a 0,28 b -0,27 b 1,06 b 0,61 b

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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58

Interação significativa entre as quantidades de jitirana incorporadas ao solo e os

arranjos espaciais foram observados na vantagem do consórcio do coentro (VCC),

vantagem do consórcio (VC), índice do uso eficiente da terra do coentro (UETC) e no

índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET) (FIGURAS 23 a 26).

Desdobrando-se as quantidades de jitirana dentro de cada arranjo espacial, foi

observado aumentos na VCC nos arranjos 1:1, 2:2, 3:3 e 4:4, até os valores máximos de

-2,55, -1,07, -1,03 e -0,38 nas quantidades de 13,55, 13,99, 16,13 e 15,59 t ha-1,

decrescendo até a maior quantidade de jitirana incorporada (FIGURA 23). Na

vantagem do consórcio (VC), houve aumento nos arranjos 1:1 e 2:2 até os valores

máximos de -0,95 e 1,23 nas quantidades de 11,73 e 13,61 t ha-1, decrescendo até a

maior quantidade de jitirana adicionada e nos arranjos 3:3 e 4:4 foram observados

aumentos de 1,63 e 1,85 entre a menor e a maior quantidade de jitirana adicionada ao

solo (FIGURA 24).

Na UETC aumentos foram observados nos arranjos 1:1, 2:2, 3:3 e 4:4, até os

valores máximos de 0,28, 0,39, 0,41 e 0,48 nas quantidades de 13,29, 12,42, 15,54 e

14,40 t ha-1, decrescendo até a maior quantidade de jitirana adicionada ao solo

(FIGURA 25). Na UET do sistema também foram observados aumentos nos arranjos

1:1, 2:2, 3:3 e 4:4, até os valores máximos de 0,95, 1,30, 1,02 e 1,12 nas quantidades

de 10,99, 11,25, 16,20 e 14,37 t ha-1, e em seguida, um decréscimo até a maior

quantidade de jitirana adicionada ao solo (FIGURA 26).

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59

Figura 23 – Vantagem do consórcio do coentro (IAC) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 24 – Vantagem do consórcio (VC) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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60

Figura 25 – Índice de uso eficiente da terra do coentro (UETC) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 26 – Índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET) em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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61

Desdobrando a interação arranjos espaciais dentro de cada quantidade de

jitirana, diferenças significativas foram observadas na vantagem do consórcio do

coentro (VCC), com o arranjo 3:3 sobressaindo-se dos arranjos 1:1, 2:2 e 4:4 nas

quantidades de 5,4 e 9,0 t ha-1, e o arranjo 4:4 destacando-se dos arranjos 1:1, 2:2 e 3:3

na quantidade de 12,6 t ha-1 e os arranjos 3:3 e 4:4 sobressaindo-se dos arranjos 1:1 e

2:2 na quantidade de 16,2 t ha-1 de jitirana (TABELA 10). Na vantagem do consórcio

(VC), os arranjos 2:2 e 3:3 sobressaíram-se dos arranjos 1:1 e 4:4 nas quantidades de

5,4 e 9,0 t ha-1, e os arranjos 3:3 e 4:4 destacaram-se dos arranjos 1:1 e 2:2 na

quantidade de 12,6 t ha-1 e o arranjo 3:3 se sobressaiu dos demais na quantidade de

16,2 t ha-1 de jitirana. No índice de uso eficiente da terra do coentro (UETC), o arranjo

3:3 sobressaiu-se dos arranjos 1:1, 2:2 e 4:4 nas quantidades de 5,4 e 9,0 t ha-1 e o

arranjo 4:4 destacou-se dos arranjos 1:1, 2:2 e 3:3 nas quantidades de 12,6 e 16,2 t ha-1

de jitirana adicionada ao solo. No índice de uso eficiente da terra do sistema (UET), os

arranjos 2:2 e 3:3 sobressaíram dos arranjos 1:1 e 4:4 na quantidade de 5,4 t ha-1, os

arranjos 1:1, 2:2 e 3:3 destacaram-se do arranjo 4:4 na quantidade de 9,0 t ha-1 e os

arranjos 3:3 e 4:4 sobressaíram-se dos arranjos 1:1 e 2:2 nas quantidades de 12,6 e 16,2

t ha-1 de jitirana incorporadas (TABELA 10).

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62

Tabela 10 - Médias da vantagem do consórcio do coentro (VCC), vantagem do consórcio (VC), índice de uso eficiente da terra do coentro (UETC) e índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET) em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Quantidades de jitirana (t ha-1) 5,4 9,0 12,6 16,2

Arranjos espaciais VCC

1:1 -3,87 b -3,28 b -3,36 b -3,45 b 2:2 -3,28 ab -2,70 b -2,43 ab -1,78 ab 3:3 4:4

-2,45 a -2,86 ab

-1,07 a -2,94 b

. -1,36 ab -1,04 a

-0,54 a -0,43 a

VC 1:1

2:2 -3,64 b -1,27 a

-0,81 b 1,00 a

-3,39 b -2,21 b

-2,75 b -0,96 ab

3:3 4:4

-1,17 a -2,20 ab

1,26 a -1,61 b

-0,23 a -0,15 a

1,01 a 0,75 ab

UETC

1:1 2:2

3:3

0,17 b 0,22 ab 0,29 a

0,22 b 0,26 b

0,40 a

0,21 b 0,29 ab

0,38 ab

0,20 b 0,34 ab

0,45 ab 4:4 0,25 ab 0,24 b 0,41 a 0,46 a

UET 1:1 2:2

3:3

0,69 b 0,93 a

0,93 a

1,98 a 1,06 a 1,15 a

0,71 b 0,81 ab

1,00 a

0,78 b 0,93 ab

1,12 a 4:4 0,82 ab 0,89 b 1,00 a 1,09 a

* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

3.3.2 ÍNDICES ECONÔMICOS

Houve interação significativa entre as quantidades de jitirana incorporadas ao

solo e os arranjos espaciais na renda bruta (RB), renda líquida (RL) e no índice de

lucratividade (IL) dos sistemas consorciados (FIGURAS 27, 28 e 29). Desdobrando-se

as quantidades de jitirana dentro de cada arranjo espacial, observaram-se aumentos de

RB nos arranjos 1:1, 2:2, 3:3 e 4:4, até os valores máximos de R$ 55669,81, R$

63021,25, R$ 53614,86 e R$ 56359,18, nas quantidades de 10,45 t ha-1, 9,17 t ha-1,

14,76 t ha-1 e 14,56 t ha-1 de jitirana, respectivamente, decrescendo até a maior

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63

quantidade adicionada (FIGURA 27). Na RL, também foram observados aumentos nos

arranjos 1:1, 2:2, 3:3 e 4:4 até os valores máximos de R$ 45197,82, R$ 53454,12, R$

42958,81 e R$ 46523,00, nas quantidades de jitirana de 10,20 t ha-1, 8,77 t ha-1, 14,66 t

ha-1 e 14,57 t ha-1, respectivamente, decrescendo em seguida até a maior quantidade de

jitirana incorporada (FIGURA 28). No IL, não houve ajuste de curva de resposta para o

arranjo 3:3. Nos arranjos 1:1 e 2:2 observaram-se aumentos até os valores máximos de

81,69 e 84,95%, nas quantidades de 9,96 t ha-1, 7,27 t ha-1e de jitirana, decrescendo

logo após até a maior quantidade incorporada. No arranjo 4:4 houve um aumento de

4,02% entre a menor e maior quantidade de jitirana adicionada ao solo (FIGURA 29).

Figura 27 – Renda bruta (RB) do consórcio de rúcula e coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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64

Figura 28 – Renda líquida (RL) do consórcio de rúcula e coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 29 – Índice de lucratividade (IL) do consórcio de rúcula e coentro em função de arranjos espaciais e quantidades de jitirana incorporadas ao solo. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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65

Desdobrando-se a interação arranjos espaciais dentro de cada quantidade de

jitirana, diferenças significativas foram observadas na renda bruta (RB), renda líquida

(RL) e no índice de lucratividade (IL) entre os arranjos espaciais, com o arranjo 2:2

sobressaindo-se dos arranjos 1:1, 3:3 e 4:4 na quantidade de 5,4 t ha-1. O arranjo 2:2

sobressaiu-se dos demais nas quantidades de 5,4 e 9,0 t ha-1 na renda líquida. O arranjo

2:2 se destacou dos demais na quantidade de jitirana de 5,4 t ha-1 e os arranjos 1:1, 2:2

e 3:3 sobressaíram-se do 4:4 no índice de lucratividade na quantidade de 9,0 t ha-1. Não

foram observadas diferenças significativas na renda bruta entre os arranjos nas

quantidades de jitirana adicionadas ao solo de 9,0, 12,6 e 16,2 t ha-1. Diferenças

significativas também não foram observadas entre os arranjos espaciais na renda

líquida e no índice de lucratividade nas quantidades de jitirana incorporadas ao solo de

12,6 e 16,2 t ha-1 (TABELA 11).

Tabela 11 - Médias de renda bruta (RB), renda líquida (RL) e índice de lucratividade (IL) de consórcios de rúcula e coentro em função de quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Quantidades de jitirana (t ha-1) 5,4 9,0 12,6 16,2

Arranjos espaciais RB (R$)

1:1 41102,37 b 59748,82 a* 39621,23 a 45289,21 a 2:2 56082,69 a 62520,27 a 42628,15 a 48227,01 a

3:3 4:4

51099,51 ab 45727,73 ab

60695,94 a 50986,99 a

51163,63 a 49620,77 a

55554,97 a 52700,07 a

RL (R$) 1:1

2:2 32251,29 b 46502,68 a

50897,74 ab 52940,27 a

30770,15 a 33048,15 a

34358,67 a 37296,47 a

3:3 4:4

40843,97 ab 34797,19 ab

50440,40 ab 40056,45 b

40908,09 a 38690,23 a

44624,43 a 41769,53 a

IL (%)

1:1 2:2

3:3

78,20 ab 82,45 a

79,74 ab

84,79 a 84,24 a 82,88 a

76,89 a 76,64 a 79,59 a

75,20 a 76,33 a 79,94 a

4:4 76,04 b 77,73 b 77,80 a 78,65 a * Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de

probabilidade.

Page 66: joserlan nonato moreira

66

4 DISCUSSÃO

4.1 CULTURA DA RÚCULA

A interação significativa registrada na altura de plantas, número de folhas por

planta e no rendimento de massa seca de rúcula significa que as quantidades de jitirana

incorporadas ao solo, responderam diferentemente dentro de cada arranjo espacial ou

vice-versa. Resultados semelhantes foram obtidos por Paula (2011) avaliando a

produção de rúcula em sistema consorciado sob diferentes arranjos espaciais utilizando

a jitirana como adubo verde. Não obstante, o aumento no rendimento de massa verde

da rúcula com as quantidades crescentes de jitirana se deve a maior disponibilidade de

nutrientes liberada nessas quantidades. Segundo Linhares et al. (2008), os teores de N,

P, K, Ca, Mg e C:N na jitirana, são respectivamente de 2,62 %, 0,17 %, 0,04 %, 1,20

%, 1,08 % e 18:1. Nas hortaliças folhosas, o efeito desses nutrientes, principalmente do

nitrogênio, fósforo e potássio se reflete diretamente no aumento da produtividade. O

fornecimento de quantidades adequadas de nitrogênio favorece o desenvolvimento

vegetativo, expande a área fotossintética, ativa e eleva o potencial produtivo da cultura

(FILGUEIRA, 2003). O fósforo e o potássio quando presente no solo em níveis

adequados são absorvidos rapidamente pelas plantas jovens permitindo o crescimento

rápido e intenso das culturas (MALAVOLTA, 1997). Esses dados corroboram com os

obtidos por Linhares et al. (2008), que avaliando o efeito da jitirana sobre o

desenvolvimento de plantas de rúcula, cultivar Folha Larga, observaram aumento no

rendimento de massa fresca de 22,3 g vaso -¹ entre a menor (19 g vaso-¹) e a maior (55

g vaso-¹) quantidade de jitirana incorporada ao solo.

A avaliação do estado nutricional das plantas no campo é realizado através da

coleta de folhas recém desenvolvidas para análise (MONTEIRO, 2004). Essa análise

das folhas diagnósticas indica a relação alométrica entre o conteúdo de nutriente e o

Page 67: joserlan nonato moreira

67

acúmulo de massa seca ao longo do crescimento das plantas (LEMAIRE et al., 2005).

O teor de nitrogênio total da folha diagnóstica do estado nutricional foi maximizado

em 37,10 g kg-1 em plantas adubadas com 12,06 t ha-1 de jitirana adicionada ao solo,

confirmando a otimização do rendimento de massa verde (9,52 t ha-1) ocorrida na

quantidade de 10,90 t ha-1de jitirana adicionada ao solo. Este teor está dentro da faixa

ideal, considerado por Trani e Raij (1997), de 30 a 50 g kg-1. Portanto, através dessa

variável é possível inferir que a mineralização da matéria orgânica do adubo verde

ocorreu em tempo hábil para o fornecimento de nutrientes para as plantas, confirmando

a resposta positiva da utilização da jitirana como adubo verde nessa folhosa.

A melhor performance produtiva no arranjo 2:2, se deve a menor competição

interespecífica, com melhor aproveitamento dos recursos ambientais pela rúcula, além

da complementaridade entre as hortaliças. Lima et al. (2010) estudando o desempenho

agroeconômico de rúcula consorciada com alface e coentro, obteve no arranjo 2:2 o

maior rendimento de massa verde das culturas. Oliveira et al. (2010) avaliando o

consórcio de alface e rúcula não observou diferenças significativas nos rendimentos de

massa verde entre os arranjos espaciais.

4.2 CULTURA DO COENTRO

Na altura de plantas e número de hastes por planta de coentro, foram registrados

aumentos com as quantidades crescentes de jitirana adicionadas ao solo. Esses

resultados evidenciam a eficiência da jitirana como adubo verde em promover a

melhoria da fertilidade do solo, contribuindo para o crescimento das plantas e aumento

do número de hastes. Resultados semelhantes foram obtidos por Linhares (2009)

avaliando o desempenho agroeconômico do coentro em cultivo solteiro.

A interação significativa observada no rendimento de massa verde de coentro,

significa que as quantidades de jitirana incorporadas responderam diferentemente

dentro de cada arranjo espacial ou vice-versa. O aumento no rendimento de massa

Page 68: joserlan nonato moreira

68

verde nos arranjos 1:1, 3:3 e 4:4 pode ser explicado pela maior disponibilidade de

nutrientes nas quantidades de jitirana incorporadas. Os maiores teores de nitrogênio

(24,76 g kg-1) e fósforo (7,11 g kg-1) total da folha diagnóstica do estado nutricional foi

registrado na maior quantidade de jitirana incorporada. A resposta dos adubos verdes

no rendimento não só advém dos teores de N, P e K, mas também da sincronia com

que esses elementos são liberados e absorvidos pela planta, que, segundo Fontanétti

(2006), a absorção dos nutrientes advindos da mineralização de adubos verdes, pelas

hortaliças, depende em grande parte, da sincronia entre a decomposição e

mineralização desses resíduos vegetais e da época de maior exigência da cultura. Com

isso, os arranjos 2:2 e 4:4 registraram a melhor performance no rendimento de massa

verde do coentro, em virtude do melhor aproveitamento dos recursos ambientais pelas

hortaliças.

4.3 ÍNDICES AGROECONÔMICOS

4.3.1.ÍNDICES DE EFICIÊNCIA BIOLÓGICA/AGRONÔMICA

O “K” é uma medida que expressa a dominância de uma espécie sobre a outra na

associação (WIT, 1960; HALL, 1974). Nos resultados dessa pesquisa, observou-se

que, dos arranjos espaciais estudados 50% foram maior que 1, indicando a rúcula como

a cultura dominante e o coentro como a cultura dominada na associação. O arranjo 2:2

sobressaiu-se dos arranjos 1:1, 3:3 e 4:4, possivelmente pelo melhor aproveitamento

dos recursos ambientais nessa configuração de plantas das hortaliças.

O arranjo espacial define o padrão de distribuição de plantas sobre o solo, que

determina a forma da área disponível para a planta individual. Para culturas

regularmente arranjadas em fileiras, o arranjo espacial pode ser concisamente definido

pela retangularidade que é a relação do espaçamento entre fileira e do espaçamento

dentro da fileira (HOLLIDAY, 1963). Para a situação de cultivo consorciado, o fator

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69

arranjo espacial é mais complexo. Dois fatores adicionais devem ser distinguidos. O

primeiro deles é as áreas proporcionais alocadas a cada cultura na época de semeadura.

Frequentemente, as áreas proporcionais estão diretamente relacionadas às populações

componentes: assim, se a população componente 50:50 for alcançada por ter as fileiras

alternadas equidistantes, as áreas proporcionais também serão de 50:50. O segundo

fator é como as áreas proporcionais são arranjadas com relação a cada outra. Na

pesquisa, as fileiras foram arranjadas em fileiras alternadas, duplas alternadas, triplas

alternadas e quádruplas alternadas.

Quando o espaço alocado as culturas componentes está diretamente relacionado

as populações componentes, a ‘intimidade’ do arranjamento pode ainda variar. Tem

sido frequentemente sugerido que para se conseguir o benefício máximo de quaisquer

efeitos de complementaridade, as culturas deveriam estar tão intimamente associadas

quando possível (ANDREWS, 1972; IRRI, 1973). Mas, outro aspecto importante do

“agrupamento ou associação”, onde a alocação de espaço as culturas componentes é

alterada sem mudar as populações componentes. Um exemplo adequado a essas

situação são os diferentes arranjos espaciais usados nessa pesquisa como consórcio de

rúcula e coentro. Experimentos em que a alocação do espaço foi mudada, em

populações componentes constante, foram relatados por Kantz et al. (1976): um

número de combinações nas populações componentes 50:50 deram vantagens na

produção em fileiras alternadas e estas podiam ser apreciavelmente aumentadas em

outros arranjos de fileiras.

A complementaridade das culturas envolvidas no sistema consorciado pode ser

considerada, quando o rendimento do consórcio é maior do que aquele obtido de uma

área plantada com os cultivos solteiros, indicando assim, uma vantagem biológica na

produção do consórcio comparada ao cultivo solteiro. Nesta pesquisa, pode-se

constatar, que 44% dos índices de uso eficiente da terra (UET) dos consórcios foram

maior que 1, significando que nesses sistemas ocorreram um melhor aproveitamento

dos recursos ambientais quando comparados com o cultivo solteiro. Valores do “UET”

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70

semelhantes aos observados neste trabalho foram obtidos para consórcios entre

folhosas e/ou consórcios envolvendo folhosas como, rúcula e alface (COSTA et al.,

2003 a, 2003b), rúcula e chicória (CECÍLIO FILHO, et al. 2008), cebola e alface

(PAULA, et al. 2009), alface e rabanete (CECÍLIO FILHO e MAY, 2002).

4.3.2 ÍNDICES ECONÔMICOS

A “RL” é um dos indicadores que expressa melhor o valor econômico do

consórcio do que a renda bruta, porque nela se encontra deduzido os custos de

produção (BELTRÃO et al. 1984). Esse índice indica que a superioridade agronômica

obtida nos consórcios traduziu-se em vantagem econômica.

O arranjo 2:2 teve a melhor performance econômica, devido a menor

competição inter e intraespecífica entre as culturas componentes nos consórcios de

rúcula e coentro. Oliveira (2008) no estudo da análise econômica de consórcio de

alface e rúcula obteve nos arranjos 1:1 e 3:3 as maiores receitas, taxas e margens de

retorno.

5 CONCLUSÕES

a) O melhor desempenho agroeconômico de consórcios de rúcula e coentro foi obtido

na quantidade de 8,77 t ha-1 de jitirana incorporada ao solo no arranjo 2:2.

b) A rúcula foi a cultura dominante e o coentro a cultura dominada nos consórcios de

rúcula e coentro avaliados.

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71

c) O uso da jitirana como adubo verde em cultivos consorciados de rúcula e coentro

mostrou-se viável ao produtor de hortaliças.

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72

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CAPITULO II

CULTIVO DE RABANETE SUCEDENTE A CONSÓRCIOS DE RÚCUL A E

COENTRO

RESUMO

O trabalho foi realizado durante o período de janeiro a fevereiro de 2010, na Fazenda Experimental Rafael Fernandes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Alagoinha, distante 20 km da cidade de Mossoró-RN, com o objetivo de avaliar a viabilidade produtiva de rabanete sob efeito residual de consórcios de rúcula e coentro adubados com jitirana incorporada ao solo em diferentes quantidades e arranjos espaciais. O delineamento experimental usado foi de blocos completos casualizados com quatro repetições, com os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 x 4. O primeiro fator foi constituído do efeito residual das quantidades de jitirana incorporadas ao solo (5,4; 9,0; 12,6 e 16,2 t ha-1 em base seca) e o segundo fator pelo efeito dos arranjos espaciais das culturas componentes (1:1, 2:2, 3:3 e 4:4), que corresponderam às fileiras de rúcula (R) alternadas com as fileiras de coentro (C). As características avaliadas na cultura do rabanete foram: altura de plantas (AP), produtividade total de raízes (PTR), produtividade de raízes comerciais (PRC), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de raízes (MSR), diâmetro de raízes (DR), percentagem de raízes comerciais (RC), percentagem de raízes rachadas e isoporizadas (RRI) e os teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) total da folha diagnóstica. Nas amostras de solo foram avaliados o potencial hidrogeniônico (pH) e os teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), sódio (Na) e matéria orgânica (M.O.). O efeito residual da incorporação de jitirana ao solo na quantidade de 15 t ha-1 proporcionou a maior produtividade de raízes comerciais de rabanete em sucessão a cultivos consorciados de rúcula e coentro. A adubação verde com jitirana pode ser uma prática promissora para o produtor de hortaliças em cultivo sucessivo.

Palavras-chave: Raphanus sativus. Merremia aegyptia.Efeito residual.

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CHAPTER II

THE CULTIVATION OF RADISH IN SUCCESSION TO INTERCROPPED SYSTEMS OF ARUGULA AND CORIANDER

ABSTRACT

The work was carried out during the period of January to February 2010 in the experimental farm Rafael Fernandes - UFERSA in Alagoinha, 20 km away from the city of Mossoró-RN, in order to assess the productive viability of radish under the residual effect of intercropped systems of arugula and coriander fertilized with scarlet starglory incorporated into the soil in different amounts and spatial arrangements. The experimental design was of randomized complete blocks with four replications, with the treatments arranged in a factorial 4 x 4. The first factor consisted of the residual effect of four amounts of scarlet starglory incorporated into the soil (5.4, 9.0, 12.6 and 16.2 t ha-1 on a dry basis) and the second factor of the residual effect of four spatial arrangements of component crops (1:1, 2:2, 3:3 and 4:4), corresponding to the rows of arugula (A) alternated with rows of coriander (C). The characteristics evaluated in the culture of radish were: plant height (PH), root total productivity (RTP), commercial productivity of roots (CPR), dry mass of shoots (DMS), root dry matter (RDM), root diameter (RD), percentage of commercial roots (PCR), percentage of cracked and spongeous roots (PCI) and the total levels of nitrogen (N), phosphorus (P) and potassium (K) of the diagnostic leaf. In the soil samples were evaluated the hydrogenic potential (pH) and the levels of nitrogen (N), phosphorus (P), potassium (K), calcium (Ca), magnesium (Mg), sodium (Na) and organic matter (OM ). The residual effect of the incorporation of scarlet starglory into the soil in the amount of 15 t ha-1 provided the highest commercial productivity of radish roots in succession to intercropped systems of rocket and coriander. The green manure with scarlet starglory may be a promising practice for the producer of vegetables in successive cultivation. Keywords: Raphanus sativus. Merremia aegyptia. Residual effect.

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1 INTRODUÇÃO

Sistemas de cultivos que inclui a sucessão de culturas estão se tornando

conhecidos e praticados por produtores que visam aumentar a produtividade e

rentabilidade de suas culturas, além de preservar a capacidade produtiva do solo em

longo prazo (EHLERS, 1999). Em áreas onde esses sistemas são realizados,

principalmente com incorporação de adubos verdes, os solos podem oferecer através

de resíduos deixados em cultivo precedente, condições físicas, química e biológica

para a implantação de outra cultura. A adição da matéria orgânica proveniente da

decomposição dos resíduos dos adubos verdes promove a melhoria das condições

químicas, físicas e biológicas do solo (ESPINDOLA et al., 1997). São essas condições

que garantem a qualidade do solo, ou seja, a capacidade de propiciar o

desenvolvimento das culturas e se manter produtivo ao longo do tempo.

No que diz respeito aos aspectos químicos, a adição de matéria orgânica pode

aumentar a disponibilidade de nutrientes, devido ao aumento da capacidade de troca de

cátions (CTC) efetiva do solo e pode reduzir os teores de alumínio trocável, pela

complexação deste elemento. Além disso, após a descompactação/mineralização dos

resíduos dos adubos verdes, nutrientes antes indisponíveis para as culturas de raízes

pouco profundas, como as de hortaliças, são adicionadas a camada arável

(ALCÂNTARA, 2009). Quanto as condições físicas do solo, essa mesma outora

reporta que, pode-se destacar o efeito protetor da cobertura vegetal, que impede o

impacto direto de gotas de chuva sobre o solo e diminui os riscos de erosão, bem

como, o aumento da taxa de infiltração de água. Simultaneamente, a matéria orgânica

adicionada pelos adubos verdes contribui para a redução da densidade aparente do

solo, para a agregação de suas partículas (ação cimentante) e para a melhoria da

agregação e da drenagem (formação de macro e microporos).

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81

Em relação aos aspectos biológicos, com o uso da adubação verde cria-se um

ambiente mais favorável para os microorganismos do solo, responsáveis diretos pela

decomposição e mineralização da matéria orgânica (ESPINDOLA et al., 1997). Diante

disso, a necessidade de se manejar o solo de forma a mantê-lo ao longo do tempo se

torna importante e necessária modernamente, principalmente, com a adição de matéria

orgânica, através da adubação verde, contribuindo assim, grandemente para o seu uso

sustentável.

Trabalhos realizados com adubação verde em alguns cultivos de hortaliças tem

apresentado respostas promissoras do efeito residual em cultura sucedente. Perin et al.

(2004) pesquisando o efeito residual da adubação verde no rendimento de brócolos

cultivados na sucessão ao milho, registraram aumentos no teor de nitrogênio

acumulado nas folhas e nas inflorescências dos brócolos. Linhares et al. (2010)

estudando o efeito residual de doses crescentes de jitirana na produção do rabanete

após um cultivo de coentro, observaram aumentos na produtividade comercial de

raízes e na massa da matéria seca. No cultivo do coentro em sucessão ao cultivo de

alface adubado com doses crescentes de flor-de-seda, Linhares et al. (2011),

otimizaram a produtividade e a massa da matéria seca da parte aérea do coentro com o

efeito residual do cultivo da alface adubada com flor-de-seda nas quantidades de 8,02

e 7,60 t ha-1, respectivamente.

Posto isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a viabilidade produtiva de

rabanete sob efeito residual de cultivos consorciados de rúcula e coentro adubados com

quantidades crescentes de jitirana em diferentes arranjos espaciais.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em uma área de pesquisa da Fazenda Experimental

‘Rafael Fernandes’ da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),

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82

localizada no distrito de Alagoinha, distante 20 km da sede do município de Mossoró

(5º 11’ S e 37º 20’ W, 18 m de altitude), no período de janeiro a fevereiro de 2010, em

solo classificado como Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico (EMBRAPA, 2006). O

clima da região, pela classificação de Koppen, é BsWh’, isto é, tropical semi-árido

muito quente e com estação chuvosa no verão atrasando-se para o outono,

apresentando temperatura média de 27,4 ºC, precipitação pluviométrica anual muito

irregular, com média de 825 mm e umidade relativa do ar de 68,9 % (CARMO FILHO

et al., 1991).

Na implantação do cultivo sucessivo, uma nova coleta de solo foi realizada,

onde cinco amostras simples de cada parcela foram tiradas a uma camada de 0-20 cm e

posteriormente misturadas de modo a se obter uma amostra composta por parcela, para

caracterização da fertilidade do solo (pH, N, P, K, Ca, Mg, Na e M.O.). Essas amostras

foram encaminhadas ao mesmo Laboratório da Análise, onde foram analisadas,

conforme metodologia proposta pela Embrapa (1997). Os resultados encontram-se

discutidos no item características químicas do solo.

O delineamento experimental usado foi em blocos completos casualizados com

os tratamentos arranjados em esquema fatorial 4 x 4, com quatro repetições. O

primeiro fator foi constituído pelo efeito residual das quantidades de jitirana

incorporadas ao solo (5,4; 9,0; 12,6 e 16,2 t ha-1 em base seca) e o segundo fator pelo

efeito residual dos arranjos espaciais entre as culturas componentes (1:1, 2:2, 3:3 e

4:4), que corresponderam a fileiras de rúcula (R) alternadas com fileiras de coentro

(C).

O plantio da cultura sucedente foi realizado no dia 04 de janeiro de 2010 nas

mesmas parcelas do cultivo precedente, no espaçamento de 0,20 m x 0,05 m. A

cultivar de rabanete (Raphanus sativus L.) plantada foi “Crimson Giant”, em

semeadura direta, em covas de aproximadamente 3 cm de profundidade, colocando-se

três a quatro sementes por cova. O desbaste foi realizado aos 10 dias após o plantio

(13/01/2010), deixando-se uma planta por cova.

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83

As irrigações foram efetuadas por micro-aspersão, com turno de rega diário

parcelado em duas aplicações (manhã e tarde) fornecendo-se uma lâmina de água de

aproximadamente 8 mm dia-1. Durante a condução do experimento foram realizadas

uma capina manual e uma amontoa. A colheita foi realizada no dia 01 de fevereiro de

2010 aos 28 dias após o plantio.

As características avaliadas foram à altura de plantas (determinada em uma

amostra de vinte plantas, retiradas aleatoriamente da área útil, através de uma régua, a

partir do nível do solo até a extremidade da folha mais alta, expressa em centímetro);

produtividade total (determinada a partir da massa da matéria fresca das raízes das

plantas da área útil, expressa em t ha-1); produtividade comercial (determinada a partir

da massa da matéria fresca das raízes das plantas da área útil livres de rachaduras, não

isoporizadas e diâmetros ≥ 20 mm e, expresso em t ha-1); massa seca da parte aérea

(tomada em amostras de 15 plantas, na qual se determinou a massa seca em estufa com

circulação forçada de ar à temperatura de 65 ºC, até atingir peso constante, e expresso

em t ha-1); massa seca de raiz (tomada da mesma amostra da massa seca da parte aérea,

na qual se determinou a massa seca de raízes em estufa com circulação forçada de ar à

temperatura de 65 ºC, até atingir peso constante, e expresso em t ha-1); diâmetro de raiz

(determinada na amostra da massa seca da parte aérea, através de um paquímetro

digital e expressa em centímetros); percentagem de raízes comerciais e percentagem de

raízes rachadas e isoporizadas. De acordo com Filgueira (2003), raízes isoporizadas

ocorrem quando os rabanetes tornam-se esponjosos e insípidos, reduzindo sua

qualidade. Também foram determinados os teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e

potássio (K) total da folha diagnóstica, determinado pela amostra aleatória de folhas de

rabanete recém desenvolvidas com aproximadamente 2/3 do ciclo da cultura, conforme

metodologia utilizada para folha diagnóstica na cultura da alface (TRANI e RAIJ,

1997). Após a secagem o material foi moído e preparado para análise química

determinando-se os teores de N, P e K, expressos em g kg-1, conforme metodologia

proposta por Malavolta et al. (1989).

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84

Análises de variância para as características avaliadas foram realizadas através

do aplicativo Sisvar 3.01 (FERREIRA, 2000). O procedimento de ajustamento de

curva de resposta foi realizado através do software Table Curve (JANDEL

SCIENTIFIC, 1991) e o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade foi usado para

fazer as comparações entre os efeitos dos arranjos espaciais.

3 RESULTADOS

3.1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

Não houve interação significativa entre os efeitos residuais das quantidades de

jitirana incorporadas ao solo e dos arranjos espaciais na altura de plantas,

produtividade total de raízes, produtividade comercial, massa seca da parte aérea,

diâmetro de raízes e percentagem de raízes comerciáveis de rabanete (FIGURAS de 2 a

7). No entanto, houve um aumento dessas variáveis sob o efeito residual das

quantidades crescentes de jitirana incorporadas ao solo, até os valores máximos de

14,39 cm, 4,69 t ha-1, 3,12 t ha-1, 0,96 t ha-1, 2,97 cm e 54,22%, respectivamente, nas

quantidades de 14,95, 12,42, 14,87, 14,33, 12,55 e 14,03 t ha-1, decrescendo em

seguida até o efeito residual da última quantidade de jitirana incorporada. Nenhuma

equação de regressão foi ajustada para massa seca de raízes e percentagem de raízes

rachadas e isoporizadas em função do efeito residual das quantidades crescentes de

jitirana adicionada ao solo (FIGURAS 8 e 9).

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Figura 1 – Altura de plantas de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 2 – Produtividade total de raízes de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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Figura 3 – Produtividade comercial de raízes de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 4 – Massa seca da parte aérea de plantas de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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Figura 5 – Diâmetro de raízes de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 6 – Percentagem de raízes comerciais de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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Figura 7 – Massa seca de raízes de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 8 – Percentagem de raízes rachadas e isoporizadas de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Diferenças significativas entre os efeitos residuais dos arranjos espaciais foram

registradas na produtividade comercial de raízes e na massa seca da parte aérea, com os

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89

arranjos 3:3 e 4:4 sobressaindo-se dos arranjos 1:1 e 2:2 na produtividade comercial de

raízes e o arranjo 1:1 destacando-se dos arranjos 2:2, 3:3 e 4:4 na massa seca da parte

aérea. Nenhuma diferença significativa entre os efeitos dos arranjos espaciais foi

observada na altura de plantas, produtividade total, massa seca de raízes, diâmetro de

raízes, percentagem de raízes comerciais e percentagem de raízes rachadas e

isoporizadas (TABELA 1).

Tabela 1 - Médias da altura de plantas (AP), produtividade total (PT), produtividade comercial (PC), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de raízes (MSR), diâmetro de raízes (DR), percentagem de raízes comerciais (RC) e percentagem de raízes rachadas e isoporizadas (RRI) de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

AP PT PC MSPA MSR DR RC RRI Arranjos espaciais (cm) (t ha-1) (t ha-1) (t ha-1) (t ha-1) (cm) (%) (%)

1:1 12,40a* 3,80a 2,49b 0,92a 0,53a 2,76a 48,35a 31,45a

2:2 13,00a 3,86a 2,68ab 0,72b 0,64a 2,86a 52,35a 27,60a

3:3 13,54a 4,46a 3,08a 0,85ab 0,64a 2,79a 54,05a 25,95a

4:4 13,25a 4,25a 3.14a 0,79ab 0,63a 2,89a 53,20a 26,80a

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

3.2 FOLHAS DIAGNÓSTICAS NO RABANETE

Não houve interação significativa entre os efeitos residuais das quantidades de

jitirana incorporadas ao solo e dos arranjos espaciais nos teores de nitrogênio (N),

fósforo (P) e potássio (K) total na folha diagnóstica (FIGURAS 9, 10 e 11). No

entanto, foi observado um aumento no teor de fósforo total de 0,69 g kg-1 com o efeito

residual das quantidades crescentes de jitirana até o valor máximo de 18,67 g kg-1 na

quantidade de 16,2 t ha-1(FIGURA 9). Nenhuma equação de regressão foi ajustada para

os teores de nitrogênio (N) e potássio (K) total na folha diagnóstica em função do

efeito residual das quantidades crescentes de jitirana incorporadas ao solo (FIGURAS

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10 e 11).

Figura 9 – Teor de fósforo (P) total na folha diagnóstica de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 10 – Teor de nitrogênio (N) total na folha diagnóstica de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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Figura 11 – Teor de potássio (K) total na folha diagnóstica de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Diferenças significativas entre os efeitos residuais dos arranjos espaciais foram

observadas nos teores de N, P e K total na folha diagnóstica de rabanete com os

arranjos 2:2 e 3:3 sobressaindo-se dos arranjos 1:1 e 4:4 no teor de N total, com o

arranjo 2:2 destacando-se dos demais arranjos espaciais no teor de P total, e com o

arranjo 1:1 sobressaindo-se dos arranjos 2:2, 3:3 e 4:4 no teor de K total (TABELA 2).

Tabela 2 - Médias dos teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) totais da folha diagnóstica de rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Arranjos espaciais

N total (g kg-1)

P total (g kg-1)

K total (g kg-1)

1:1 38,66 b 18,48 ab 62,21 a 2:2 40,68 a 19,71 a 58,09 ab 3:3 41,67 a 17,80 b 47,24 ab 4:4 38,65 b 18,01 ab 45,20 b

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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3.3 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO SOLO

Não houve interação significativa entre os efeitos residuais das quantidades de

jitirana incorporadas ao solo e dos arranjos espaciais no potencial hidrogeniônico (pH)

e nos teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e sódio (Na) no

solo (FIGURAS 13 a 17). No entanto, houve um aumento nos valores do pH de 0,12

com os efeitos residuais das quantidades crescentes de jitirana, alcançando o valor

máximo de 7,19 na quantidade de 16,2 t ha-1 (FIGURAS 12). O teor de fósforo (P)

cresceu até o valor máximo de 18,67 g kg-1 na quantidade de jitirana de 10,41 t ha-1,

decrescendo em seguida até o efeito residual da última quantidade incorporada de

jitirana (FIGURA 13). Nenhuma equação de regressão foi ajustada para os teores de

nitrogênio (N), potássio (K), cálcio (Ca) e sódio (Na) em função do efeito residual das

quantidades crescentes de jitirana adicionada ao solo (FIGURAS de 14 a 17).

Figura 12 – Valores do potencial hidrogeniônico (pH) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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Figura 13 – Teor de fósforo (P) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 14 – Teor de nitrogênio (N) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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Figura 15 – Teor de potássio (K) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Figura 16 – Teor de cálcio (Ca) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

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Figura 17 – Teor de sódio (Na) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Diferenças significativas entre os efeitos residuais dos arranjos espaciais foram

observadas nos teores de N, K, Ca e Na do solo, com os arranjos 1:1 e 2:2

sobressaindo-se dos arranjos 3:3 e 4:4 no teor de N do solo e o arranjo 3:3 destacando-

se dos arranjos 1:1, 2:2 e 4:4 nos teores de K, Ca e Na do solo. Não se observou

diferença significativa entre os efeitos residuais de arranjos espaciais no potencial

hidrogeniônico e no teor de P do solo (TABELA 3).

Tabela 3 - Médias de pH, teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e sódio (Na) do solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Arranjos espaciais

pH N (g kg-1)

P (mg dm-3)

K (mg dm-3)

Ca (cmolc dm-

3)

Na (mg dm-3)

1:1 7,07 a* 0,70 a 17,09 a 58,98 b 2,25 ab 45,49 b 2:2 7,10 a 0,67 a 17,14 a 66,35 ab 2,13 b 43,73 b 3:3 7,14 a 0,53 b 19,66 a 71,29 a 2,44 a 59,18 a 4:4 7,19 a 0,53 b 20,45 a 58,82 b 2,25 ab 49,73 ab

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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Interação significativa entre os efeitos residuais das quantidades de jitirana

incorporadas ao solo e dos arranjos espaciais foram observadas nos teores de magnésio

(Mg) e na percentagem de matéria orgânica (M.O.) do solo (FIGURAS 18 e 19).

Desdobrando-se os efeitos residuais das quantidades de jitirana dentro de cada arranjo

espacial, não se observou ajuste de curva de resposta para os teores de Mg nos arranjos

1:1 e 3:3. Porém, aumento de 0,72 cmolc dm-3 foi observado nos arranjo 2:2 entre o

efeito residual da maior e da menor quantidade de jitirana incorporada. No arranjo 4:4,

registrou-se um decréscimo nos teores de Mg com os efeitos residuais das quantidades

crescentes de jitirana incorporadas (FIGURA 18).

Figura 18 – Teor de magnésio (Mg) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Na percentagem de M.O. do solo, nenhuma equação de regressão foi ajustada

nos arranjos 3:3 e 4:4 em função dos efeitos residuais das quantidades crescentes de

jitirana adicionadas ao solo. No arranjo 1:1 foi registrado aumento de 0,26 % e no

arranjo 2:2 diminuição 0,39%, entre o efeito residual da maior e menor quantidade de

jitirana incorporada (FIGURA 19).

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Figura 19 – Percentagem de matéria orgânica (M.O.) no solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Desdobrando-se a interação efeitos residuais de arranjos espaciais dentro de cada

quantidade de jitirana, diferenças significativas entre os efeitos residuais de arranjos

espaciais foram observados no teor de Mg do solo com o arranjo 4:4 sobressaindo-se

dos demais na quantidade de 9,0 t ha-1 e o arranjo 1:1 se destacando dos demais na

quantidade de jitirana de 16,2 t ha-1. Não se observou diferenças significativas entre os

efeitos residuais de arranjos espaciais nas quantidades de 5,4 e 12,6 t ha-1 de jitirana.

No percentual de M.O. do solo, diferenças entre os efeitos residuais de arranjos

espaciais foram observados, com o arranjo 4:4 se destacando dos demais nas

quantidades de 9,0 e 12,6 t ha-1. Não se observou qualquer diferença significativa entre

os efeitos residuais de arranjos espaciais nas quantidades de 5,4 e 16,2 t ha-1 de jitirana

(TABELA 4).

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Tabela 4 - Médias do teor de magnésio (Mg) e da percentagem de matéria orgânica (M.O.) do solo cultivado com rabanete sucedente a cultivos consorciados de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

Quantidades de jitirana (t ha-1) 5,4 9,0 12,6 16,2

Arranjos espaciais Mg (cmolc dm-3)

1:1 1,22 a* 1,00 b 1,15 a 1,37 a 2:2 1,27 a 1,12 ab 1,22 a 0,70 b 3:3 4:4

1,15 a 1,17 a

1,20 ab 1,70 a

1,30 a 1,37 a

0,80 ab 0,67 b

M.O. (%) 1:1 2:2

0,37 a 0,51 a

0,31 b 0,44 b

0,81 ab 0,81 ab

0,70 a 0,79 a

3:3 4:4

0,48 a 0,44 a

0,29 b 0,73 a

0,60 b 0,96 a

0,74 a 0,80 a

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si peloa teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

4 DISCUSSÃO

Das características agronômicas estudadas na cultura do rabanete, com exceção

da massa seca de raízes e percentagem de raízes rachadas e isoporizadas, todas foram

influenciadas significativamente pelo efeito residual da adubação com jitirana, com o

desempenho produtivo máximo registrado entre as quantidades de 12,42 e 14,95 t ha-1

de jitirana adicionadas ao solo. Esses resultados devem-se aos principais benefícios da

adubação verde no solo como a adição de matéria orgânica ao solo, melhoria da

estrutura do solo, a capacidade de retenção de umidade, consistência e densidade e a

maior disponibilidade de nutrientes ao solo, onde o adubo verde coloca-os na zona de

enraizamento da superfície e torna-os disponíveis para a cultura seguinte. Além disso,

serve de proteção contra a erosão (perda do solo) e diminuição da lixiviação (lavagem)

de nutrientes, reduzindo as oscilações de temperaturas das camadas superficiais do solo

e diminuindo a evaporação, aumentando a disponibilidade de água para as culturas e

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99

reduzindo a população de plantas espontâneas, chamadas de mato ou inços no cultivo

convencional (ALCÂNTARA, 2009).

Resultados semelhantes aos do presente trabalho foram obtidos por Linhares et

al. (2010), com relação as características diâmetro de raízes e produtividades total e

comercial de raízes de rabanete, em estudo de sucessão dessa tuberosa ao cultivo do

coentro adubado com jitirana.

No solo, todas as características químicas avaliadas expressaram aumentos após

os cultivos consorciados de rúcula e coentro adubados com jitirana, possibilitando

assim, um cultivo sucessivo de rabanete promissor sob efeito residual do cultivo

precedente. Com relação aos aspectos químicos dos solo, segundo Alcântara (2009), a

adição de matéria orgânica pode aumentar a disponibilidade de nutrientes, devido ao

aumento da capacidade de troca de cátions (CTC) efetiva do solo, o que traz maior

retenção de nutrientes junto às partículas do solo, reduzindo perdas por lixiviação

(KIEHL, 1985), além de reduzir os teores de alumínio trocável, pela complexação

deste elemento. Após a decomposição/mineralização dos resíduos dos adubos verdes,

nutrientes antes indisponíveis para as culturas de raízes pouco profundas, como as das

hortaliças, são adicionados à camada arável (ESPINDOLA et al., 1997).

A partir da decomposição dos tecidos vegetais pode ainda ocorrer uma

diminuição na acidez do solo, isso porque durante a decomposição dos resíduos, são

produzidos ácidos orgânicos capazes de complexar íons de Al+++ presentes na solução

do solo, reduzindo desta forma o alumínio tóxico do solo (LIU; HUE, 1996).

Entre as características químicas do solo avaliadas, foi observada interação

significativa entre os efeitos residuais das quantidades de jitirana incorporadas ao solo

e dos arranjos espaciais, apenas na percentagem de matéria orgânica e no teor de

magnésio do solo, evidenciando comportamento diferente dos arranjos espaciais dentro

de cada quantidade de jitirana adicionada ao solo e vice-versa. O arranjo 4:4 se

sobressaiu dos demais na percentagem de M.O. na quantidade de 9,0 t ha-1 e nos teores

de magnésio nas quantidades de 9,0 e 12,6 t ha-1 de jitirana incorporadas ao solo. Esse

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100

resultado nesse arranjo se deve a combinação da geometria de plantio com a

quantidade de jitirana adicionada ao solo usada no cultivo consorciado de rúcula e

coentro precedente em permitir os mais altos valores dessas variáveis no solo.

5 CONCLUSÕES

a) O efeito residual da incorporação de jitirana ao solo na quantidade de 15 t ha-1

proporcionou a maior produtividade de raízes comerciais de rabanete em sucessão a

cultivos consorciados de rúcula e coentro.

b) A adubação verde com jitirana pode ser uma prática promissora para o produtor de

hortaliças em cultivo sucessivo.

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REFERÊNCIAS

ALCÂNTARA, F. A. de. As vantagens da adubação verde. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2009. Disponível em: <e-campo.com.br/Conteudo/Artigos/visArtigos>. Acesso em: 1 nov 2011. CARMO FILHO, F. do; ESPÍNOLA SOBRINHO, J.; MAIA NETO, J. M. Dados climatológicos de Mossoró: um município semi-árido nordestino. Mossoró: ESAM, 1991. 121p. (Coleção Mossoroense, C.30). EHLERS, Eduardo. Agricultura sustentável: Origens perspectivas de um novo paradigma. 2 ed. Guaíba: Agropecuária, 1999. 157p. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 1997. 212p. EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro nacional de Pesquisas de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2ª Ed. Rio de janeiro: Embrapa, 2006. 306p. ESPINDOLA, J. A. A.; GUERRA , J. G. M.; ALMEIDA, D. L. Adubação verde: Estratégias para uma agricultura sustentável. Seropédica: Embrapa-Agrobiologia, 1997. 20p. (Embrapa-CNPAB. Documentos, 42). FERREIRA, D. F. Sistema SISVAR para análises estatísticas: Manual de orientação. Lavras: Universidade Federal de Lavras/Departamento de Ciências Exatas, 2000. 37p. JANDEL SCIENTIFIC. Table curve: curve fitting software. Corte Madera, CA: Jandel Scientific, 1991. 208p. KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Ceres, 1985. 492p. LINHARES, P. C. F.;PEREIRA, M. F. S.;OLIVEIRA, B. S.;HENRIQUES, G. P. de S. A. Produtividade de rabanete em sistema orgânico de produção. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v.5, n.5, p.94 - 101 (Numero Especial) dez, 2010.

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102

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APÊNDICE

Tabela 1A - Valores de “F” para altura de plantas (AP), número de folhas por planta (NF), rendimento de massa verde (RMV) e rendimento de massa seca (RMS) de rúcula em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011. FV GL AP NF RMV RMS Blocos 3 1,65ns 1,31ns 14,15** 1,10ns

Arranjos espaciais (A) 3 2,31ns 20,05** 10,99** 4,78**

Quantidades de jitirana (Q) 3 5,46** 43,17** 1,97ns 7,17**

A x Q 9 3,53** 10,51** 1,75ns 2,51*

CV% 8,88 11,09 15,87 27,06 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05 Tabela 2A - Valores de “F” para teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) totais da folha diagnóstica de rúcula em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011.

FV GL N P K Blocos 3 1,27ns 1,98ns 1,60ns

Arranjos espaciais (A) 3 0,63ns 56,38** 1,94ns

Quantidades de jitirana (Q) 3 8,60** 51,90** 3,75ns

A x Q 9 1,27ns 8,93** 0,78ns

CV% 4,85 10,02 14,19 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05

Tabela 3A - Valores de “F” para altura de plantas (AP), número de hastes por planta (NH), rendimento de massa verde (RMV) e rendimento de massa seca (RMS) de coentro em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011. FV GL AP NH RMV RMS Blocos 3 11,26** 2,18ns 0,97ns 0,45ns

Arranjos espaciais (A) 3 3,25* 5,03** 16,0** 6,50**

Quantidades de jitirana (Q) 3 15,21** 5,36** 31,68** 10,36**

A x Q 9 1,70ns 1,72ns 2,90** 0,99ns

CV% 10,58 8,57 18,56 26,83 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05

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Tabela 4A - Valores de “F” para teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) totais da folha diagnóstica de coentro em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011. FV GL N P K Blocos 3 0,52ns 4,82ns 1,32ns

Arranjos espaciais (A) 3 2,93* 0,89* 4,25**

Quantidades de jitirana (Q) 3 18,28** 8,47** 11,52**

A x Q 9 1,84ns 0,83ns 2,43*

CV% 14,57 7,78 12,00 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05

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Tabela 5A - Valores de “F” para o coeficiente relativo populacional do consórcio (K), coeficiente relativo populacional da rúcula (KR), coeficiente relativo populacional do coentro (KC), índice de superação das culturas (ISS e ISS), razão competitiva do consórcio (RC), razão competitiva da rúcula (RCR), razão competitiva do coentro (RCC), perda real de rendimento do consórcio (PRR), perda real de rendimento da rúcula (PRRR), perda real de rendimento do coentro (PRRC), vantagem do consórcio (VC), vantagem do consórcio da rúcula (VCR), vantagem do consórcio do coentro (VCC), índice de uso eficiente da terra do consórcio (UET), índice de uso eficiente da terra da rúcula (UETR) e índice de uso eficiente da terra do coentro (UETC) em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011. FV GL K KR KC ISR ISC RC RCR RCC PRR PRRR PRRC VC VCR VCC UET UETR UETC

Blocos 3 4,02ns 4,95ns 1,17ns 9,92** 9,92** 3,04* 3,37* 2,77ns 2,55ns 9,21** 0,96ns 12,72** 15,53** 1,02ns 14,09** 15,57** 1,02ns

Arranjos espaciais (A) 3 2,35ns 3,25* 14,85** 18,60** 18,60** 11,34** 13,55** 13,99** 0,55ns 9,67** 16,11** 10,43** 12,16** 16,44** 10,20** 12,17** 16,44**

Quantidades de jitirana (Q) 3 7,49** 2,08ns 25,19** 6,04** 6,04** 11,64** 13,28** 11,28** 5,11** 2,31ns 33,18** 20,63** 2,93* 32,10** 17,00** 2,92* 32,05**

A x Q 9 1,49ns 1,04ns 3,34ns 1,55ns 1,55ns 1,16ns 1,19ns 1,17ns 1,07ns 1,09ns 2,79ns 3,36** 1,99ns 2,94** 3,18** 1,99ns 2,09**

CV % 85,08 66,70 29,48 28,50 28,50 18,25 25,76 25,75 62,74 53,69 27,46 95,37 65,62 28,48 11,10 13,75 18,46

** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05

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Tabela 6A - Valores de “F” para a renda bruta (RB), renda líquida (RL), taxa de retorno (TR) e índice de lucratividade (IL) das culturas rúcula e coentro em sistemas consorciados em função de diferentes quantidades de jitirana incorporadas ao solo e arranjos espaciais. Mossoró-RN, UFERSA, 2011. FV GL RB RL IL Blocos 3 16,07** 16,07** 17,07**

Arranjos espaciais (A) 3 11,41** 11,61** 11,84**

Quantidades de jitirana (Q) 3 4,72** 4,06** 4,01**

A x Q 9 2,23* 2,37* 3,32**

CV % 12,76 15,95 3,31 ** = P ≤ 0,01; * = P≤ 0,05; ns=P>0,05

Tabela 7A - Custos variáveis de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 5,4 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011. COMPONENTES PREÇO Un Qte Un TOTAL A.CUSTOS VARIÁVEIS (CV) 6526,49 A.1 Insumos 946,00 Sementes de coentro Verdão 100

g 50 1,70 85,00

Sementes de rúcula Cultivada 100 g

50 7,50 375,00

Adubo verde (jitirana) T 5,4 90 486,00 A.2 Mão de obra 5190,00 Confecções de canteiros d/h* 40 30 1200,00 Distribuição e incorporação da jitirana d/h* 8 30 240,00 Plantio d/h* 60 30 1800,00 Desbaste d/h* 20 30 600,00 Capina d/h* 20 30 600,00 Colheita d/h* 10 30 300,00 Transporte d/h* 15 30 450,00 A.3 Energia elétrica 176,47 Bombeamento de água Kw/h 928,8 0,19 176,47 A.4 Outras despesas 63,12 1% sobre (A1), (A2), (A3) % 0,01 6312,47 63,12 A.5 Manutenção e conservação 150,90 1% a.a sobre construções % 0,01 10000 25,00 7% a.a sobre o valor do sistema de irrigação % 0,07 7194 125,90 d/h = dia/homem

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Tabela 8A - Custos fixos e totais de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 5,4 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011. B. CUSTOS FIXOS (CF) 1019,50 Vida

útil/mês Valor (R$)

Meses Depreciação

Depreciação 379,50 Bomba submersa 60 3430 3 171,50 Tubos 120 404 3 10,00 Poços 600 4000 3 20,00 Galpão 600 4000 3 20,00 Conexões 60 760 3 38,00 B.1 Depreciação 120,00 Microaspersores 60 2400 3 120,00 B.2 impostos e taxas 10,00 Imposto Territorial Rural ha 1 10 10,00 B.3 Mão de obra fixa 510,00 Aux. administrativo salário 1 1 510,00 C. Custos operacionais totais (COT) C.1 (A) + (B) 7545,99 D. Custo de oportunidade (CO) 228,95 D.1 Remuneração de terra Arrendamento ha 1 100 100,00 D.2 Remuneração do capital fixo (6% a.a)

Infra estrutura, máquinas e equipamentos

% 0,06 17194 128,95

E. Custos totais E.1 CV+CF+CO 7774,94

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Tabela 9A - Custos variáveis de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 9,0 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011. COMPONENTES PREÇO Un Qte Un TOTAL A.CUSTOS VARIÁVEIS (CV) 6856,41 A.1 Insumos 1540,00 Sementes de coentro Verdão 100

g 50 1,70 85,00

Sementes de rúcula Cultivada 100 g

50 7,50 375,00

Adubo verde (jitirana) T 9,0 90 810,00 A.2 Mão de obra 5190,00 Confecções de canteiros d/h* 40 30 1200,00 Distribuição e incorporação da jitirana d/h* 8 30 240,00 Plantio d/h* 60 30 1800,00 Desbaste d/h* 20 30 600,00 Capina d/h* 20 30 600,00 Colheita d/h* 10 30 300,00 Transporte d/h* 15 30 450,00 A.3 Energia elétrica 176,47 Bombeamento de água Kw/h 928,8 0,19 176,47 A.4 Outras despesas 69,04 1% sobre (A1), (A2), (A3) % 0,01 6906,47 69,04 A.5 Manutenção e conservação 150,90 1% a.a sobre construções % 0,01 10000 25,00 7% a.a sobre o valor do sistema de irrigação % 0,07 7194 125,90 d/h = dia/homem

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Tabela 10A - Custos fixos e totais de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 9,0 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011. B. CUSTOS FIXOS (CF) 1019,50 Vida

útil/mês Valor (R$)

Meses Depreciação

Depreciação 379,50 Bomba submersa 60 3430 3 171,50 Tubos 120 404 3 10,00 Poços 600 4000 3 20,00 Galpão 600 4000 3 20,00 Conexões 60 760 3 38,00 B.1 Depreciação 120,00 Microaspersores 60 2400 3 120,00 B.2 impostos e taxas 10,00 Imposto Territorial Rural ha 1 10 10,00 B.3 Mão de obra fixa 510,00 Aux. administrativo salário 1 1 510,00 C. Custos operacionais totais (COT) C.1 (A) + (B) 7545,99 D. Custo de oportunidade (CO) 228,95 D.1 Remuneração de terra Arrendamento ha 1 100 100,00 D.2 Remuneração do capital fixo (6% a.a)

Infra estrutura, máquinas e equipamentos

% 0,06 17194 128,95

E. Custos totais E.1 CV+CF+CO 8145,91

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Tabela 11A - Custos variáveis de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 12,6 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011. COMPONENTES PREÇO Un Qte Un TOTAL A.CUSTOS VARIÁVEIS (CV) 7174,23 A.1 Insumos 1720,00 Sementes de coentro Verdão 100

g 50 1,70 85,00

Sementes de rúcula Cultivada 100 g

50 7,50 375,00

Adubo verde (jitirana) T 12,6 90 1134,00 A.2 Mão de obra 5190,00 Confecções de canteiros d/h* 40 30 1200,00 Distribuição e incorporação da jitirana d/h* 8 30 240,00 Plantio d/h* 60 30 1800,00 Desbaste d/h* 20 30 600,00 Capina d/h* 20 30 600,00 Colheita d/h* 10 30 300,00 Transporte d/h* 15 30 450,00 A.3 Energia elétrica 176,47 Bombeamento de água Kw/h 928,8 0,19 176,47 A.4 Outras despesas 70,86 1% sobre (A1), (A2), (A3) % 0,01 7086,47 70,86 A.5 Manutenção e conservação 150,90 1% a.a sobre construções % 0,01 10000 25,00 7% a.a sobre o valor do sistema de irrigação % 0,07 7194 125,90 d/h = dia/homem

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Tabela 12A - Custos fixos e totais de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 12,6 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011. B. CUSTOS FIXOS (CF) 1019,50 Vida

útil/mês Valor (R$)

Meses Depreciação

Depreciação 379,50 Bomba submersa 60 3430 3 171,50 Tubos 120 404 3 10,00 Poços 600 4000 3 20,00 Galpão 600 4000 3 20,00 Conexões 60 760 3 38,00 B.1 Depreciação 120,00 Microaspersores 60 2400 3 120,00 B.2 impostos e taxas 10,00 Imposto Territorial Rural ha 1 10 10,00 B.3 Mão de obra fixa 510,00 Aux. administrativo salário 1 1 510,00 C. Custos operacionais totais (COT) C.1 (A) + (B) 7545,99 D. Custo de oportunidade (CO) 228,95 D.1 Remuneração de terra Arrendamento ha 1 100 100,00 D.2 Remuneração do capital fixo (6% a.a)

Infra estrutura, máquinas e equipamentos

% 0,06 17194 128,95

E. Custos totais E.1 CV+CF+CO 8556,68

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Tabela 13A - Custos variáveis de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 16,2 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011. COMPONENTES PREÇO Un Qte Un TOTAL A.CUSTOS VARIÁVEIS (CV) 7507,13 A.1 Insumos 1810,00 Sementes de coentro Verdão 100

g 50 1,70 85,00

Sementes de rúcula Cultivada 100 g

50 7,50 375,00

Adubo verde (jitirana) T 16,2 90 1458,00 A.2 Mão de obra 5190,00 Confecções de canteiros d/h* 40 30 1200,00 Distribuição e incorporação da jitirana d/h* 8 30 240,00 Plantio d/h* 60 30 1800,00 Desbaste d/h* 20 30 600,00 Capina d/h* 20 30 600,00 Colheita d/h* 10 30 300,00 Transporte d/h* 15 30 450,00 A.3 Energia elétrica 176,47 Bombeamento de água Kw/h 928,8 0,19 176,47 A.4 Outras despesas 71,76 1% sobre (A1), (A2), (A3) % 0,01 7176,47 71,76 A.5 Manutenção e conservação 150,90 1% a.a sobre construções % 0,01 10000 25,00 7% a.a sobre o valor do sistema de irrigação % 0,07 7194 125,90 d/h = dia/homem

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Tabela 14A - Custos fixos e totais de produção por hectare de rúcula e coentro adubados com 16,2 toneladas de jitirana. Mossoró, UFERSA, 2011. B. CUSTOS FIXOS (CF) 1019,50 Vida

útil/mês Valor (R$)

Meses Depreciação

Depreciação 379,50 Bomba submersa 60 3430 3 171,50 Tubos 120 404 3 10,00 Poços 600 4000 3 20,00 Galpão 600 4000 3 20,00 Conexões 60 760 3 38,00 B.1 Depreciação 120,00 Microaspersores 60 2400 3 120,00 B.2 impostos e taxas 10,00 Imposto Territorial Rural ha 1 10 10,00 B.3 Mão de obra fixa 510,00 Aux. administrativo salário 1 1 510,00 C. Custos operacionais totais (COT) C.1 (A) + (B) 7545,99 D. Custo de oportunidade (CO) 228,95 D.1 Remuneração de terra Arrendamento ha 1 100 100,00 D.2 Remuneração do capital fixo (6% a.a)

Infra estrutura, máquinas e equipamentos

% 0,06 17194 128,95

E. Custos totais E.1 CV+CF+CO 8647,58

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4

Tabela 15A - Valores de “F” para altura de plantas (AP), produtividade total de raízes (PT), produtividade comercial de raízes (PC), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca de raízes (MSR), diâmetro de raízes (DR), percentagem de raízes comerciais (RC) e percentagem de raízes rachadas e isoporizadas (RRI) de rabanete sucedente a consórcios de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011. FV GL AP PT PC MSPA MSR DR RC RRI Blocos 3 30,27ns 13,42ns 14,83ns 6,92ns 6,91ns 6,45ns 5,23ns 5,40ns

Arranjos espaciais (A) 3 1,64ns 3,14* 3,94** 3,05* 6,34** 2,26ns 1,95ns 1,83ns

Quantidades de jitirana (Q) 3 15,64** 11,07** 8,33** 10,35** 12,17** 16,2** 0,63ns 0,59ns

A x Q 9 0,71ns 1,79ns 1,52ns 1,80ns 2,50ns 1,57ns 1,26ns 1,26ns

CV (%) 12,89 19,46 23,97 26,31 15,01 6,61 15,51 28,68 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05

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5

Tabela 16 A - Valores de “F” para teores de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) totais da folha diagnóstica de rabanete sucedente a consórcios de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011. FV GL N P K Blocos 3 1,08ns 1,15ns 1,89ns

Arranjos espaciais (A) 3 3,17* 2,95* 7,44**

Quantidades de jitirana (Q) 3 0,71ns 0,53ns 0,70ns

A x Q 9 1,94ns 1,45ns 1,42ns

CV% 7,26 10,78 22,76 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05

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6

Tabela 17A - Valores de “F” para potencial hidrogeniônico (pH), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), sódio (Na) e matéria orgânica (M.O.) sucedente a consórcios de rúcula e coentro. Mossoró-RN, UFERSA, 2011. FV GL pH N P K Ca Mg Na M.O. Blocos 3 1,09ns 1,07ns 1,13ns 1,29ns 1,21ns 1,08ns 0,39ns 2,78ns

Arranjos espaciais (A) 3 0,76ns 6,19** 1,22ns 3,61* 3,32* 4,20* 4,17* 32,93**

Quantidades de jitirana (Q) 3 1,55ns 1,58ns 0,01ns 1,68ns 2,07ns 0,61ns 0,56ns 8,10**

A x Q 9 1,49ns 1,50ns 1,21ns 0,94ns 0,96ns 2,15* 0,76ns 2,58**

CV% 3,42 23,56 33,55 19,99 12,69 30,27 27,29 21,59 ** = P < 0,01; * = P < 0,05; ns = P > 0,05