jornal pedra de fogo - edição nº 32 / ano 2

8
QUA, 9 DE DEZEMBRO DE 2015 MACATUBA & PEDERNEIRAS HOJE MÁX 30º | MÍN 21º AMANHÃ MÁX 28º | MÍN 21º EDIÇÃO Nº 32 / ANO 02 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Tarcísio Abel explica atraso de obras da rodoviária e das casas do CDHU Prefeitura de Pederneiras torra mais de R$ 720 mil com propaganda Cobertura sobre o temporal em Macatuba facebook.com/jornalpedradefogo O prefeito de Macatuba Tarcísio Abel respondeu diver- sas perguntas dos leitores do jornal Pedra de Fogo. Sobre a rodoviária, o prefeito afirmou que está afinando o cronogra - ma com a construtora, que está fazendo a cobertura na empre - sa e só vem para Macatuba para instalar. Tarcísio Abel falou que, se Deus quiser, ele vai entre- gar a cobertura ainda este ano, mas que em janeiro entregaria toda obra. Já para as 162 casas do CDHU, Abel explicou que o convênio já foi adiado duas vezes com o governo do Esta - do. “Nós estamos dependendo deles. Da nossa parte já está tudo pronto, inclusive perante o cartório, já tem o loteamento registrado”. Leia a matéria completa na pág. 4. Este troféu que o prefeito de Pederneiras e o seu vice estão recebendo pode ter custado aos cofres públicos a bagatela de R$ 23 mil. A administração de Daniel Camargo gastou mais de R$ 726 mil em publicidade e, se continu - ar neste ritmo (uma média de R$ 240 mil por ano), o Poder Execu - tivo vai desembolsar R$ 1 milhão. Todo esse dinheiro, que vem dos impostos do bolso do pederneirense, foi destinado à promoção do governo munici - pal em TVs, rádios, jornais e re - vistas. Esses gastos não incluem patrocínio cultural e esportivo. A maior parte do bolo das verbas publicitárias muni - cipal foi para o meio rádio, se - guido do meio jornal, revista e TV. Leia mais na pág. 3 Pág. 6 Reprodução/Internet Saulo Adriano Chu Arroyo

Upload: jornal-pedra-de-fogo

Post on 24-Jul-2016

228 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Pedra de Fogo - Edição nº 32 / Ano 2

QUA, 9 DE DEZEMBRO DE 2015 MACATUBA & PEDERNEIRAS HOJE MÁX 30º | MÍN 21º AMANHÃ MÁX 28º | MÍN 21º

EDIÇÃO Nº 32 / ANO 02

DISTRIBUIÇÃO

GRATUITA

Tarcísio Abel explica atraso de obras da rodoviária e das casas do CDHU

Prefeitura de Pederneiras torra mais de R$ 720 mil com propaganda

Cobertura sobre o temporal em Macatuba

facebook.com/jornalpedradefogo

O prefeito de Macatuba Tarcísio Abel respondeu diver-sas perguntas dos leitores do jornal Pedra de Fogo. Sobre a rodoviária, o prefeito afirmou que está afinando o cronogra-ma com a construtora, que está fazendo a cobertura na empre-sa e só vem para Macatuba para instalar. Tarcísio Abel falou que, se Deus quiser, ele vai entre-gar a cobertura ainda este ano, mas que em janeiro entregaria toda obra. Já para as 162 casas do CDHU, Abel explicou que o convênio já foi adiado duas vezes com o governo do Esta-do. “Nós estamos dependendo deles. Da nossa parte já está tudo pronto, inclusive perante o cartório, já tem o loteamento registrado”. Leia a matéria completa na pág. 4.

Este troféu que o prefeito de Pederneiras e o seu vice estão recebendo pode ter custado aos cofres públicos a bagatela de R$ 23 mil. A administração de Daniel Camargo gastou mais de R$ 726 mil em publicidade e, se continu-ar neste ritmo (uma média de R$ 240 mil por ano), o Poder Execu-tivo vai desembolsar R$ 1 milhão. Todo esse dinheiro, que

vem dos impostos do bolso do pederneirense, foi destinado à promoção do governo munici-pal em TVs, rádios, jornais e re-vistas. Esses gastos não incluem patrocínio cultural e esportivo. A maior parte do bolo das verbas publicitárias muni-cipal foi para o meio rádio, se-guido do meio jornal, revista e TV. Leia mais na pág. 3 Pág. 6

Reprodução/Internet

Saulo Adriano

Chu Arroyo

Page 2: Jornal Pedra de Fogo - Edição nº 32 / Ano 2

Macatuba e Pederneiras, 9 de dezembro de 201502

Jornal Pedra de FogoCNPJ: 23.478.500/0001-39

O Pedra de Fogo é um jornal distribuído gratuitamente. O conteúdo dos textos publicados pelos colaboradores do jornal é de inteira responsabilidade de seus respectivos autores e não expressa necessariamente a opinião de seus

editores. Colunistas, diagramadores e articulistas não possuem qualquer tipo de vínculo empregatício com o jornal.

EditorChu Arroyo

De seg. à sex, das 9h30 às 16h30. Rua João Fernando de Almeida Prado, 637 - Macatuba - SP

DiagramaçãoPetter Paccola Jr.

ImpressãoFullGraphics / JC

ARTIGO

CHARGE

Homenagens de um lado, desperdício do dinheiro público de outro

A ética de Ali Babá

OPINIÃO

Noticiou-se que o prefei-to de Pederneiras, Daniel Camargo (PSB), foi homenageado pela Revista Atenção em novembro último como destaque em gestão pública, segundo consta. Ano passado ele também foi homenageado pela mesma revista como “líder político regional”. Uma coisa é a homenagem, outra são os critérios que levaram à escolha. Não se sabe, porque não há informação, se esses resultados seriam oriundos de algum tipo de pesquisa ou por simples indicação da revista. Se considerarmos as home-nagens, o prefeito está “bem na fita”, o que saberemos logo ali em 2016, e quem vai dizer são os pederneirenses. Curioso, no entanto, é observar que a revista, cujo nome empresarial é N.F.B. Cordeiro, levou quase R$ 79 mil dos cofres municipais na admi-nistração de Camargo, entre 2013 e 2015. Teria sido esse valor investido em publicidade de atos, programas, obras, serviços ou campanhas da Pre-feitura? A revista não possui distribuição local regular, de forma a contemplar os pederneirenses. Aliás, quanto do povo tem acesso a ela? Se a justifi-cativa da despesa fosse publicidade oficial, diríamos na pior das hipóteses, que se gastou muito e se gastou mal. Outro aspecto incômodo diz respeito à ausência de licitação para, seja lá o que for a título de serviço, que a revista porventura tenha efetu-ado. Por ano, a prefeitura só poderia contratar sem licitação até o máximo de R$ 8 mil. Entretanto, apenas em

O Brasil assiste, estarrecido, a uma aula magna de sem-vergo-nhice, descaramento e falta de ética. A lição descabida de corporativis-mo é digna dos quarenta ladrões de Ali Babá. Em matéria de política, a criminalidade resulta da soma de imunidade com impunidade. A CPI da Petrobras gasta for-tunas do contribuinte e termina com um relatório pífio, no qual o único cul-pado é quem, por meio de delação premiada, colabora com a Justiça na identificação de criminosos. Pretender impor uma lei que proíba a delação premiada é o mesmo que convocar a nação à omissão geral frente ao crime. Se você souber que alguém rouba os cofres públicos, sonega tribu-tos, compra parlamentares, faça vista grossa, fique calado, associe-se ao cri-minoso pela via da omissão cúmplice. Boa lição para as nossas crianças e jovens! Só falta suprimir das delegacias o Boletim de Ocorrên-cia. Ao ser assaltado ou furtado, cale-se, jamais delate o crime e o bandido. Há décadas se fala em ética na ou da política e pouco se avança. Nem as provas inques-tionáveis do crime são suficientes para ao menos envergonhar par-lamentares que, como o rei da pa-rábola, estão nus, mas insistem que todos admirem seus lindos trajes. Uns, porque sonham com o golpe paraguaio de decretar o impeachment de Dilma. Outros, porque Ali Babá sabe distribuir be-nesses aos 40 ladrões e agora os mantém com o rabo preso. Se o traírem, haverão de pagar com a secura das fontes escusas de abas-

2015 foi pago a ela mais de R$ 23 mil de forma direta e fracionada. O art. 25 da Lei das Licitações veda expres-samente a dispensa de licitação para serviços de publicidade e divulgação. Sabe-se que o fracionamento de despesas é a prática ilegal do parce-lamento do objeto com intento de des-figurar a modalidade licitatória ou até mesmo dispensá-la. Em 2013 e 2014 o procedimento foi o mesmo: valor mui-to acima do permitido para a dispen-sa de licitação, com fracionamento da despesa. As informações estão no pró-prio site da Prefeitura de Pederneiras. Infelizmente, os tribunais não possuem uma linha de interpretação serena e objetiva quanto à análise de fatos como esse e o conceito inscrito na Constituição passa a ser letra morta, salvo casos escancarados desafiados. A escrita dos sábios do direito é silenciosa e vacilante quanto ao tema. Assim, os Poderes têm feito como bem entendem. Enquanto se gasta dinheiro público sem que o povo saiba exata-mente com o quê, o discurso do “es-tamos em crise” vai encolhendo a re-muneração dos servidores municipais, causando desestímulo à execução de suas tarefas, e dos serviços oferecidos à população com qualidade. Até quan-do vamos continuar desconfiando que, por mais ilegal e/ou imoral possa vir a ser o ato de quem detém o poder, ainda assim pode não dar em nada?

Por Reginaldo Monteiroblogueiro do Pederneiras de Fato

ATENDIMENTO AO LEITOR E AO ANUNCIANTE

14 99618.1508 [email protected]

tecimento de campanhas eleitorais. Por que a nação não se mobi-liza pela ética? Porque, estamos, como diria Guimarães Rosa, na terceira mar-gem do rio. Saímos do longo período em que a ética era pautada por va-lores religiosos, consciência de pecado, culpa diante de Deus. Quantos jovens estão, hoje, preocupados com pecado? E ainda não atingimos a mar-gem socrática da ética fundada na ra-zão, alicerçada em princípios kantianos e assegurada por instituições que sejam mais fortes que as virtudes humanas. Assim, o limbo ético abre espaço à política do toma lá, dá cá; do corporativismo que coa mos-quitos ao se tratar do adversário, e engole camelos quando se trata de defender sua “tchurma”; da omis-são e do silêncio que buscam en-cobrir a mentira, a malversação, o nepotismo e a corrupção. Na casa da mãe Joana, o debate “ético” consiste em medir se o meu cor-rupto amealhou mais que o seu... Haja Jesus batizando empresas de fachadas! Usa-se e abusa-se do Santo Nome em vão, já que isso ilude os incau-tos e amealha votos para a seara dos lobos em pele de cordeiros. Se o Brasil não reagir a tanto descaramento e cinismo, fal-tarão bananas para espelhar o baixo nível de nossa republiqueta.

Por Frei Bettoescritor e assessor de movimentos sociais, autor de “Paraíso perdido – viagens aos países socialistas” (Rocco), entre outros livros

Page 3: Jornal Pedra de Fogo - Edição nº 32 / Ano 2

Macatuba e Pederneiras, 9 de dezembro de 2015 03

PEDERNEIRAS

Prefeitura de Pederneiras gastou mais de R$ 726 mil com propaganda

Câmara desembolsa mais de R$ 90 mil em mídia; R$ 5 mil irregularmente

Social Bauru Chu Arroyo/Pedra de Fogo

A administração de Da-niel Camargo gastou R$ 726.210,18 com propaganda nos três primeiros anos de governo, um recorde. O di-nheiro foi destinado à promoção do governo municipal em TVs, rádios, jornais e revistas. Esses gastos não in-cluem patrocínio cultural e esportivo. Os dados estão disponí-veis no site da Prefeitura Municipal de Pederneiras (www.pederneiras.sp.gov.br), no Portal da Transparência. Em Pederneiras, o meio rádio é o primeiro que mais recebe ver-bas publicitárias municipal. Com um valor de R$ 287.725,37 está à fren-te do bolo destinado aos jornais, que consumiu R$ 268.295,32 da verba. O meio revista, que tradicio-nalmente ocupa a última opção na divisão do bolo publicitário dos go-vernos, na administração de Adriano Camargo, consumiu R$ 78.842,00, exclusivamente para a revista Atenção, de Bauru (leia opinião nesta página),

Chu Arroyo/Pedra de Fogo

O Poder Legislativo ou Câmara Municipal de Pedernei-ras, em três anos, desembolsou, pelo menos, R$ 91 mil. Para ser mais exato, foram R$ 91.611,24; uma média de R$ 30 mil por ano. Mais uma vez, a maior fatia do bolo da verba publicitária foi o meio rádio, com a bagatela de R$ 77.933,44. No meio jornal, A Tribuna (Pederneiras) levou R$ 5.390,00; A Notícia (Pederneiras), R$ 2.947,00. Já o Jornal da Cidade (Bauru e re-gião), recebeu R$ 1.684,80; o extin-to jornal A Praça (Pederneiras) em-bolsou R$ 1.546,00, e este Pedra de Fogo abiscoitou R$ 560,00. A Câmara ainda gastou, a título de mídia, reportagem fotográfica e/ou filmagem, mais a quantia de R$ 1.550,00. Duas coisas chamam atenção. Primeira: Quando este Pedra de Fogo manchetou que “Mulher de vereador é fantasma de Jardim”, de-núncia feita pelo próprio, então, pre-sidente da Câmara, o jornal começou a receber uma perseguição implacável na política pederneirense. Mas o cor-

ultrapassando o meio TV, que geral-mente é a primeira opção de inves-timento, que recebeu R$ 62.775,53. À TV TEM foram pagos R$ 35.159,53 e ao SBT R$ 27.616,00. A Record não entrou na divisão do bolo publicitário, pelo menos é o que consta no Portal Transpa-rência da Prefeitura de Pederneiras. Já para o meio jornal, dos mais de R$ 268 mil, o Jornal da Cidade (Bau-ru e região) levou R$ 168.391,73; o jor-nal A Notícia (Pederneiras) ganhou R$ 92.903,55, e este Pedra de Fogo (Pe-derneiras e Macatuba) recebeu R$ 7 mil. O jornal A Tribuna (Pedernei-ras) não consta nenhum pagamento, mas é curioso haver peças publicitá-rias e anúncios neste jornal. O che-fe de gabinete afirmou que o dono do jornal coloca gratuitamente (sic). Acontece que o proprietário da Tribuna é funcionário público, asses-sor de imprensa, e como tal ele não pode ter contrato com a prefeitura. De acordo com a Lei 8666/93, servi-dores efetivos, cargos em comissão,

funções de confiança etc, proprietá-rios de empresa, comércio ou parti-cipação em sociedade são impedidas em contratar com o poder público. Em serviços gráficos, para o informativo dos servido-res municipais, uma gráfica de Ba-riri recebeu R$ 20.840,00 e outra gráfica de Jaú mais R$ 7.732,00.

Resumindo, para manter a ima-gem, a administração de Daniel Camar-go torrou mais de R$ 726 mil. Se conti-nuar a gastar neste ritmo, numa média de R$ 240 mil por ano, até o final desta gestão, Daniel Camargo gastará, apro-ximadamente, um milhão de reais em publicidade. Sem contar, é claro, o que deve ser gasto nas eleições de 2016.

Midiático: O prefeito de Pederneiras (ao centro) gastou R$ 726 mil em propaganda nos três primeiros anos de seu governo: um recorde

Esclarecimento do jornal Pedra de Fogo Equivocadamente, o prefeito e

alguns de seus funcionários subalternos e alguns vereadores têm, sistematicamente, atacado o jornal Pedra de Fogo, che-gando, inclusive, a retirarem exemplares deste Pedra de Fogo de suas bancas de distribuição, pelo fato de ter noticiado a existência de inquérito para apurar even-tual prática de improbidade administrativa do prefeito, vice e vereadores por contrata-ções irregulares, além de outras denúncias.

Diante desta lamentável constata-ção, o jornal Pedra de Fogo esclarece:

1 - A imprensa livre e descompro-metida tem o dever institucional de noti-ciar fatos que ocorrem na comunidade. A prática de tampar o sol com a peneira é inaceitável na atualidade pela socieda-de moderna, que exige conduta ética e transparente das pessoas investidas em funções públicas, principalmente, de ocu-pantes de cargos eletivos;

2 - Atacar o jornal Pedra de Fogo pelo fato de ter noticiado fato que comprovadamente ocorreu, ou seja, a porque noticiou a existência de inqué-rito que tem curso no Ministério Publico para apurar, se houve ou não, a prática de fato delituosa, evidencia despreparo, prepotência e, sobretudo, falta de respei-to com a imprensa livre, que tem o de-ver institucional de noticiar fatos para a comunidade onde se encontra inserida; 3 – O jornal Pedra de Fogo lembra

que não tem contrato de veiculação institu-cional com a Prefeitura Municipal de Peder-neiras e nem com a Câmara de Vereadores desta cidade, para não ser subserviente em suas colunas de notícias e editorial; 4 - Os valores que foram alarde-ados como exigidos para contratação de veiculação de mídia institucional, correspon-dem à tabela de preços para a veiculação de publicidade institucional de livre escolha, que, aliás, não mais ocorrem e que o jornal Pedra de Fogo não tem mais interesse em contratar com a Prefeitura e Câmara; 5- O Pedra de Fogo repu-dia veementemente a atitude de algu-mas pessoas ligadas ao grupo político da situação de pedir para que os anun-ciantes não mais investissem no jornal; 6 - Para o jornal Pedra de Fogo, enquanto, não houver mudança de conduta por parte do Poder Executivo e Po-der Legislativo, não tem interesse em pres-tar serviço de qualquer natureza à Prefei-tura Municipal de Pederneiras e à Câmara Municipal, porque considera que agem com práticas corporativistas ao interesse público; 7 – O jornalismo do Pedra de Fogo é assinalado por trabalho sério e comprometido com o estrito cumprimento da sua missão institucional que é o de obser-var os princípios que norteiam a imprensa, repudiando as inverdades assacadas por al-guns funcionários públicos e de alguns vere-adores, os quais, constantemente, não acei-tam as objeções que a opinião pública tem observado em relação às suas condutas.

porativismo dos vereadores se calou. O vereador marido da mulher fantasma de Jardim fez uma varredu-ra nas contas do jornal e denunciou que o Pedra de Fogo recebeu da prefeitura R$ 7 mil, referente publici-dade. O vereador esqueceu dizer que foi o menor valor da verba publicitária da prefeitura destinada à mídia, como está descrito na matéria aí acima. O Pedra de Fogo também recebeu o menor investimento em publicidade da Câmara Municipal de Pederneiras. Segunda: A Câmara inves-tiu irregularmente mais R$ 5mil. Quando a Câmara publicou espa-ços publicitários num jornal, cujo proprietário é funcionário público, o presidente está contra os princípios orientadores dos procedimentos de contratação pública: isonomia, moralidade, ampla competitivida-de, livre iniciativa e economicidade. De acordo com a Lei 8666/83, as pessoas impedidas de contratar com o Poder Público são servido-res efetivos, cargos em comissão, funções de confiança, vereadores... Poder Público é o Executivo e tam-bém o Legislativo, além do Judiciário.

Page 4: Jornal Pedra de Fogo - Edição nº 32 / Ano 2

Macatuba e Pederneiras, 9 de dezembro de 201504

MACATUBA

Prefeito fala sobre rodoviária; 162 casas da CDHU; empregos e outros temas

Chu Arroyo/Pedra de Fogo

O prefeito Tarcísio Abel respon-deu diversas perguntas dos leitores do jornal Pedra de Fogo. Os macatu-benses querem saber sobre os seguin-tes temas: rodoviária; casas do CDHU; empregos; Casa da Criança; asfalto e recapeamentos; taxa de iluminação pú-blica, e novos investimentos na cidade. Tarcísio Abel não deixou de responder nenhuma pergunta. Leia os melhores trechos das respostas.

CASAS O convênio já foi adiado duas

vezes com o governo do Estado, nós estamos dependendo deles. Da nossa parte já está tudo pronto, inclusive pe-rante o cartório, já tem o loteamento registrado. Serão 162 casas. Cada mo-radia tem dois dormitórios, com alicer-ce pronto para ser ampliado mais um quarto, banheiro, sala, cozinha e área de serviço coberta. Todas as casas terão aquecedor solar e com calçadas. Todo empreendimento terá passeio público. Os terrenos têm no mínimo 200m². Despachei com o próprio se-cretário da habitação, Rodrigo Garcia, para assinar o convênio ainda este ano. Quando eles liberarem o recurso eu abro a licitação. A expressão que o se-cretário estadual da habitação usou foi esta: Macatuba é a primeira da fila (para liberar o recurso). As casas se-rão construídas numa área total de 3,2 alqueires paulista (77 mil m²), próxi-ma a empresa Nova Jeans e do CRAS.

RODOVIÁRIA Se Deus quiser, vou entregar

ainda este ano, a gente está afinando o cronograma com a empresa DP Chris-tianini Construtora – EPP, que tem o nome fantasia Dama Construtora e Em-preendimentos, que está fazendo toda cobertura metálica para a rodoviária. A

cobertura também está sendo realizada, ela está sendo feita lá dentro da empre-sa, depois ela chega aqui e é colocada. As bases ou sapatas já estão prontas. Quase todo dia eu ligo para lá para sa-ber sobre a estrutura metálica da cober-tura que, repito, já está sendo realizada. O primeiro passo é reformar a estrutura metálica, depois vai para trocar o piso, adaptar os banheiros com acessi-bilidade aos cadeirantes , os boxes e pin-tura. Só a estrutura vai ficar em torno de R$ 300 mil mais a contrapartida de 60 mil reais, então vai ficar em R$ 360 mil.

CASA DA CRIANÇA A Casa da Criança é um pro-

jeto que nós temos desde o início da administração, mas por conta de res-trição orçamentária, não conseguimos ainda realizar, mas se Deus quiser, a par-tir do ano que vem, vamos concretizar. É um projeto Transformação, que as crianças ficam além do período escolar com uma atividade complemen-tar. Vai ter várias atividades lúdicas, como pintar, dançar etc, enfim, uma atividade complementar para as mães terem tranquilidade para poderem trabalhar, deixarem os filhos num local adequado. O que a gente percebe é que na região central, próxima ao bairro conhe-cido como Zé Macatuba, da rua Rio de Janeiro para baixo, tem muitas crianças carentes e tem muitas famílias humildes. Estou idealizando abrir a Casa da Criança próxima ao Rotary, ao Lions. Nós conseguimos disponibilizar um pré-dio onde funcionava o antigo Banespinha, se Deus quiser, num futuro próximo, terá atividades para atender essas crianças, es-pecialmente dessa região, mas também vamos atender crianças de outros bair-ros, como o Panorama, Jardim Capri etc...

ASFALTO Temos uma rua no Jardim Pla-

nalto, rua Pedro Soares de Almeida, é a

única rua do município de bairro resi-dencial que está faltando o asfaltamen-to para Macatuba ficar 100% asfaltada, estou aguardando recurso de repasses de convênio que não foram liberados. Algumas ruas foram recape-adas, mas foram liberados somente metade do recurso, algumas ruas que estão precisando fazer um recape e até essa que falta asfalto como já disse, es-tamos aguardando a liberação da verba. O que precisamos mesmo é o recurso ser liberado, já foi feito tudo, já foi empenhado, só falta liberar. A gente escuta os funcionários antigos dizerem que nunca aconteceu isso, de ter verba está empenhada e não receber. Foi pro-visionado o recurso, mas efetivamente o recurso parece que não está existindo.

TAXA DE ILUMINAÇÃO Isso é um assunto que eu mos-

trar em dados exatos, vou mostrar centavo por centavo. Para não onerar a população, nós enviamos um projeto de lei para a Câmara no ano passado que previa esse custeio, porque é uma obrigação, o município não poderia deixar de fazer isso senão caracteriza-ria renúncia de receita, é um negócio grave, a prefeitura poderia sofrer sé-rias sanções se não regularizasse a taxa. O que aconteceu? Todos nós observamos aí uma ação desastrosa de reajuste muito abrupto da energia elétri-ca e esses reajustes não foram repassa-dos na mesma proporção para o municí-pio. E esse recurso que está vinda da taxa de iluminação pública não está sendo suficiente para cobrir os gastos. Então a prefeitura, hoje, por conta desse aumen-to que considero absurdo da energia elétrica, está pondo dinheiro do bolso, está subsidiando. Portanto, com tudo que se arrecada, ainda não há possibili-dade de nós falarmos em investimentos. É algo em torno de R$ 10 mil

por mês, ainda a gente tá tendo que so-correr a conta, porque o princípio, quan-do foi idealizado lá atrás, é que teria que sobrar valor para ser realizados inves-timentos. Não está sobrando recursos para providenciar investimentos, em que pese, mesmo assim estamos mantendo a cidade iluminada, estamos manten-do a manutenção das praças públicas.

EMPREGO A gente sabe a situação do

país, infelizmente é de retração, re-tração econômica, isso reflete, obvia-mente, no setor produtivo do país. Nós temos informações da FIESP, nós temos um bom contato com o pessoal da Federação das Indústrias e o cenário não é muito positivo. O que a gente está fazendo, o que nos compete. O município tem que ser o indutor, não é ele que diretamente vai gerar emprego. A gente tem que es-timular a atração de novas empresas. O que a gente fez foi apoiar, integralmente, a vinda do gasoduto para Macatuba, tor-nando-se aí mais uma opção estratégica para o empresário vir para Macatuba. O gasoduto, a obra, já está em execução, está quase atravessando o município, ele já está ali na rodovia Lau-ro Peraçoli, na altura da fazenda Porto e num futuro próximo, acredito que até janeiro, já esta passando gás por aqui. E a questão da profissionaliza-ção, temos aí vários cursos profissiona-lizantes, cursos de graça. A primeira coi-sa que o empresário vê é se tem mão de obra qualificada na cidade. Quando o cidadão faz um curso, quando ele se qualifica, ele não está fazendo isso só para ele, mas para cidade, ele também é uma opção para atrair novas empresas.

No papel: Tarcisio Abel mostra planta onde serão instaladas as 162 moradias da CDHU; liberação do recurso para Macatuba será a primeira da fila

Chu Arroyo

Page 5: Jornal Pedra de Fogo - Edição nº 32 / Ano 2

Macatuba e Pederneiras, 9 de dezembro de 2015 05

MACATUBA

Confraternização da ACE de Macatuba promove interação do comércio

Chu Arroyo/Pedra de Fogo

A Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Macatuba rea-lizou uma noite de confraternização entre seus associados. O evento acon-teceu no Rotary Club, no sábado (28), e reuniu cerca de 130 empresários e colaboradores. O Buffet ficou por conta da dona Neide com cardápio bem variado, com uma mesa de frios bem diversificados, além de cervejas, refrigerantes, água e sorvete. Quem comandou os pick-ups foi o DJ Dério. “Um pouco antes das ven-das natalinas, a ideia é que o em-presário traga o seu colaborador, é um momento de trocar ideia, é um momento de deixá-los contente, de deixar preparado para enfrentar as vendas que vem aí do final de ano; é uma confraternização para que a gen-te se enturme mais”, explicou Evan-dro Luiz Manfio, presidente da ACE. Evandro Manfio disse que o comércio local está sofrendo bastan-

ACE: Evandro, Luciana, Tamires e Vitor recepcionaram mais de 130 empresários para confraternizar e incentivar para as vendas do Natal Premiado

Casa Carrilho

Clínica JP Veterinária e Giglioli & Prado Veterinária

Marmoraria Fort Pedra Alho Aion e Buckminster

FlorSupermercado Tupinambás

Supermercado Central-II

Drogaria Santa Luzia

te com a atual conjuntura econômi-ca, está difícil, mas o pessoal está aí se desdobrando; já estamos em clima de Natal, a campanha “Natal Premiado” começou dia 3 de novembro, mas vai deslanchar agora, as vendas de Natal é a melhor data para os comerciantes. O “Natal Premiado” vai sor-tear R$ 10 mil em vales-compras. São 35 empresas que participaram da campanha. As lojas participantes têm uma urna amarela, onde o consumi-dor pode colocar o seu cupom para o sorteio, que ocorrerá dia 16 de janei-ro, na Praça Mário Galassi, às 20h. Nas compras a partir de R$ 20 nas lojas participantes do “Natal Premiado”, o cliente já tem direito aos cupons. Se-rão sorteados um vale de R$ 1 mil, 10 vales de R$ 500 e 20 vales de R$ 200. A promoção cultural Natal Pre-miado 2015 tem certificado de auto-rização da Caixa Econômica Federal. Para o presidente da ACE, o ma-catubense deve gastar boa parte do seu salário no comércio local, “se você ga-

nha aqui, gaste aqui, seja mais Macatuba”. Manfio diz que pode até ser que você não encontre alguns itens aqui em Macatuba, mas boa par-te do que se precisa tem na cidade. “Tem aumentado o número de lo-jas nos últimos anos, às vezes, o que

falta para o cidadão é garimpar, é uma questão de conscientização”. O presidente da ACE de-seja boas vendas aos comercian-tes e boa sorte aos clientes. Veja abaixo alguns empresários que participaram da confraternização.

Chu Arroyo Fotos: Chu Arroyo

Page 6: Jornal Pedra de Fogo - Edição nº 32 / Ano 2

Macatuba e Pederneiras, 9 de dezembro de 201506

MACATUBA

Chu Arroyo/Pedra de Fogo

O temporal que atingiu Maca-tuba na madrugada de sexta-feira (20) deixou estragos na cidade. De acordo com nota da assessoria de impren-sa da prefeitura e segundo balanço parcial divulgado pela Defesa Civil, 30 árvores foram atingidas pelos fortes ventos, sendo que cinco quedas foram registradas. Três dias antes, na terça-fei-ra (17), 10 árvores sofreram danos e seis foram arrancadas pelo vendaval. Árvores caíram em cima de veículos, de casas e da rede de energia elétrica, deixando alguns bairros sem energia. Em frente à Santa Casa, na rua Carlos Gomes, Centro, duas árvores forram derrubadas com a força do vento. Na mesma rua, um quarteirão abaixo, outra árvore estava no chão. Na Praça Juliano Lorenzetti, no Núcleo Habitacional Vila Nova, uma ár-vore de grande porte veio abaixo e a raiz chegou a levantar o banco da praça. A árvore caiu para o lado da quadra, se caísse para a rua Wilson Daré Sobrinho, causaria estragos nas residências, assim como aconteceu na rua Padre Salústio Rodrigues Machado, ao lado da Casa da Criança Desidério Minetto, uma árvo-re tombou para o lado da residência e danificou parte do telhado da garagem. Prejuízo maior teve a lancho-nete “Padaria do Darvis”, localizada na

Chu Arroyo

Temporal do dia 20 derrubou árvores e danificou casas em Macatuba

rua Duque de Caxias. O vento des-telhou toda cobertura do sobrado, sobrevoando telhas para todo lado, algumas chegaram a cair na casa da Ivone Gallassi (dois imóveis acima da lanchonete), também danificando o telhado (leia matéria nesta página). A equipe da Defesa Civil de Macatuba, com apoio da Secretaria de Obras e da Divisão de Meio Ambiente, se mobilizou desde a madrugada de sexta-feira, para atender aos chamados gera-dos pelo temporal que atingiu a cidade. De acordo com o Centro de Meteorologia de Bauru (IPMet), o ven-daval da terça-feira passou por Bauru a 71 quilômetros por hora e o de sexta-feira teve ventos máximos de 45km/h. Ainda de acordo com o IPMet, os temporais típicos do verão, que co-meçaram a se tornar mais frequentes neste mês, podem se repetir. Segundo especialistas, é de que os próximos me-ses sigam a mesma tendência, resulta-do da intensidade extrema do El Niño. Gerado pelo aquecimento anormal no Oceano Pacífico, o El Niño, provoca mudanças nas correntes at-mosféricas, afetando todo o clima global. Em sua forma tradicional, ele causa chu-vas mais intensas no Sul, seca no Nor-te e Nordeste e temperaturas mais elevadas no Sudeste e Centro-Oeste – inclusive durante o inverno, o que já ocorreu na região de Bauru, neste ano.

Para diminuir os riscos de danos às árvores de médio e grande porte no perímetro urbano de Ma-catuba, a Divisão de Meio Ambiente tem realizado podas preventivas nas árvores das vias públicas e praças. “É impossível prever as consequências

de temporais, mas a Prefeitura de Ma-catuba está agindo preventivamente e fazendo o que é tecnicamente re-comendável”, finalizou Antonio Car-los Perucci Júnior, responsável pela Divisão de Meio Ambiente e mem-bro da Defesa Civil Macatubense.

Risco: Os temporais típicos de verão começaram a se tornar mais frequentes e trouxeram prejuízos para Macatuba

“Até o gato ficou assustado, ele corria desesperado”, conta Zé do Dervis sobre o susto do temporal

SUSTO

Chu Arroyo/Pedra de Fogo

Era sexta-feira, 2h da ma-drugada. O Zé do Lanche (Zé do Dervis) tinha acabado de fe-char a lanchonete “Padaria do Dervis”, que fica na rua Duque de Caxias esquina com a Rio de Janeiro. Ele mora no local com a família, a mulher Maria Gorete, a sogra Maria Lúcia e a filha Vivian; a lanchonete é no térreo do so-brado, há ainda a cobertura de 170 m², sendo 110 m² cobertos. O Zé do Dervis tinha aca-bado de entrar no banheiro para tomar um banho quando escutou o vento assobiando anunciando a chuva e um temporal. A família inteira estava acordada, inclusive o gato Nino e o casal de jabutis João Bolão e João Bolinha. Os vi-

dros da lanchonete e do sobrado começaram a vibrar e, não deu dois segundos, ele escutou o barulho das telhas voando e caindo ao chão, uma altura de mais ou menos 10 metros. A ventania do temporal derru-bou quase todas as telhas. Dos 110m² de telhas, não restaram 10 m². Para se ter uma ideia da força do vento, teve telhas que voaram até a casa da vizinha Ivone Galassi, a terceira casa da rua Du-que. Cacos de telha caíram em cima do telhado da residência da Ivone, abrindo um buraco considerável no telhado. O susto foi muito grande, para mim, para minha mulher, filha e sogra, diz Zé do Lanche. “Até o gato ficou assustado, o gato corre-ria igual a um desesperado, ele olha-va para cima e ficava doido”, relata. Zé do Lanche diz que das duas da manhã, “ninguém dor-

miu, ficamos limpando, tirando os cacos de telhas e entulhos, foi um desespero, só sobraram as qua-tro paredes”. Aliás, as paredes da cobertura também foram abala-das, precisando serem reforçadas.

“Contratei pessoas para tirar as telhas, contratei um pe-dreiro para ajudar e uma caçam-ba, também tive que contratar um munck guindaste, sobra-ram poucas coisas, só sobraram duas telhas, o prejuízo material foi grande”, finaliza Zé do Dervis. Ele não quis falar de valor, mas o jornal Pedra de Fogo fez um le-vantamento e o prejuízo deve passar de R$ 10 mil. Na noite de sábado, a lanchonete “Padaria do Dervis” es-tava aberta atendendo os clientes.

Vendaval: Os ventos foram tão fortes que algumas telhas voaram até a casa da vizinha Ivone

Page 7: Jornal Pedra de Fogo - Edição nº 32 / Ano 2

Macatuba e Pederneiras, 9 de dezembro de 2015 07

CULTURA & MÚSICA

Gato Carteiro vai miar rock no Camaleão Chu Arroyo/Pedra de Fogo

A banda Gato Carteiro vai miar seu rock’n’roll no Camaleão Bar na noite de sexta-feira (11) para um show que ficará na memória do macatubense. Com mais de nove anos, a Gato Carteiro chega com nova for-mação e um novo show: frenético, dançante e interativo. Seja pelas per-formances expressivas do vocalista e guitarrista Luciano Penedo, ou o bai-xo presente de Julio Martins, a pegada forte do baterista Marcos Segundo (o Marquito), ou a guitarra distorcida do guitarrista Luiz Carlos (Chupeta), fato é que a banda, com um repertório e versões únicas e originais de músicas de artistas como U2, Beatles, Santa-na, Queen, The Doors, Raul Seixas, Titãs, Roberto e Erasmo, Pato Fu, Los Hermanos, Secos e Molhados e Mu-tantes. vai agradar no Camaleão Bar. Gato Carteiro surgiu em meados de 2006, oriunda da banda Avisavizinha. O vocalista e guitarrista Luciano Penedo, num pulo de gato, resume a biografia da banda contan-do que os “quatro amigos nem che-gam a pisar no palco e já lançam um EP com canções próprias. De lá pra cá, foram algumas diferentes forma-ções, clipes, festivais, e muita estrada”. O nome da banda foi suges-tão do baixista Júlio Martins e a per-formance da Gato Carteiro remete a personagens da lógica do absurdo de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. “Se você procurar, vai ver que essas referências cobrem todo o trabalho autoral, estética vi-sual e musical da banda. A linguagem peculiar dessas histórias, suas entre-linhas, analogias, e o nonsense sem-pre me encantaram”, explica Penedo. O líder das sete vidas que entrega cartas acha que esse univer-so onírico e surreal que por vezes permeia as canções é justamente a linguagem pela qual é influenciado, a das histórias infantis. “A maluquice e as loucuras da expressão de uma criança, e sua maneira única de enxer-gar o mundo é algo que me interessa”, observação que poderia desvendar o seu jeito esguio de se movimentar no palco e de algumas versões dife-rentes dos clássicos roqueiros tupini-quins e internacionais que a banda faz. Leia a abaixo um pingue-pongue com a Gato Carteiro e as respostas de Luciano Penedo. O show de comemoração da banda Gato Carteiro é sexta-feira (11), a partir das 22h, no Camaleão Bar.

PEDRA DE FOGO: Gato Carteiro, “Histórias Elé-

Cuco maluco: A banda Cato Carteiro se apresenta nesta sexta (11) no Camaleão. O grupo traz versões de U2, Beatles, Santana, Queen, The Doors, Raul Seixas, Titãs, Erasmo, Pato Fu e cover deles mesmo

Erick Meurer

Chu Arroyo

tricas de um Cuco Maluco”, parece com algo da lógica do absurdo da literatura nonsen-se de Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas... Da onde vem o nome da banda?

Luciano Penedo - Pela primeira vez alguém nos aborda dessa maneira quanto ao nome da banda e das canções, e devo lhe dizer que é ab-solutamente isso. Eu, particularmente, sou muito interessado na linguagens das histórias infantis, contos, e a lin-guagem de Carroll, especificamente, já foi tema de vários estudos meus. A linguagem peculiar dessas histórias, suas entrelinhas, analogias, e o nonsen-se sempre me encantaram. Quando o nosso baixista sugeriu o nome, pron-tamente me identifiquei, por remeter a personagens dessas histórias, e, se você procurar, vai ver que essas refe-rências cobrem todo o trabalho auto-ral, estética visual e musical da banda.

PEDRA DE FOGO: Nas músicas autorais de “Textos Invertidos” e “Histórias Elé-tricas de um Cuco Maluco” há uma desconfiança com relógios. O surrealista Sal-vador Dali derreteu os que o incomodavam em A Per-sistência da Memória. Nas duas músicas autorais há to-ques lisérgicos, vocês já tive-ram contratempos por isso?

Luciano Penedo - O tempo e a relação de amor e ódio do ser humano para com ele sempre será tema de estudos comportamentais, e abordá-lo nas letras é explorar es-sas relações de maneira lúdica e tentar, inutilmente é verdade, compreender algo incompreensível. Algo que conse-gue ser rigoroso, traiçoeiro, justo e sin-cero, como só o tempo consegue ser. Não vejo nossas letras como algo lisérgico. Acho que esse universo onírico e surreal que por vezes per-meia as canções é justamente a lin-guagem pela qual sou influenciado, a das histórias infantis. A maluquice e as loucuras da expressão de uma crian-ça, e sua maneira única de enxergar o mundo é algo que me interessa. Pois, se algum dia uma criança te entregar um monte de rabiscos numa fo-lha e dizer que aquilo é um Elefante, não duvide. Realmente existe um Elefante ali... Você é que está usando ape-nas seus olhos para tentar enxergá-lo.

PEDRA DE FOGO: A música Sabugo tem uma pega-da da banda paranaense Patife Band. Segundo releases, vocês têm influências dos chamados clássicos do rock’n’roll, den-tre os brasileiros, Raul Seixas, Mutantes etc. Mas a ban-da tem um lado mais pop/comercial. No site oficial da banda há uma citação que diz: rotação lenta parece coi-

sa do mal. Um rock mais un-derground, uma pegada mais rocker à La Sabugo tem lugar no set-list da Gato Carteiro?

Luciano Penedo - Acredi-to que a sinceridade do momento é o que dita as regras do nosso trabalho. Não me apego a estilos, rótulos, re-ferências e influências diretas quando estou criando. O enfoque, como sem-pre, é aquilo que estou sentindo no momento. Seria impossível ser diferen-te disso, na Gato Carteiro, o trabalho é simplesmente o reflexo daquilo que estamos sentindo, onde usamos a nos-sa música como canal de expressão de todos esses sentimentos e emoções. E com isso, acho que a banda vai seguindo seu rumo, um caminho natural, onde o que nos leva em frente é justa-mente o prazer de fazer algo que se está afim, sem se importar com modismos e definições sobre o seu som. O destino pouco importa quando se tem grande prazer e diversão durante toda a viagem.

PEDRA DE FOGO: Vo-cês já subiram no palco ves-tidos de carteiros? Já foram patrocinados pelos Correios?

Luciano Penedo - Não para ambas. E garanto que nunca subi-remos. As bolsas parecem ser pesadas demais, o amarelo não combina com a gente, e pra ser sincero, gosto mais de receber cartas do que entregá-las.

Page 8: Jornal Pedra de Fogo - Edição nº 32 / Ano 2

Macatuba e Pederneiras, 9 de dezembro de 201508

CL!CKJaque, Serginho, Leandro, Carneiro, Cauê, Marli, Maísa, Zé Ulisses,

Viviane, Nuno e Maria Luiza na Pizzaria Fornalha

Andrea Artioli e Tarcisio Abel comemoraram a conquista

palmeirense da Copa do Brasil

Marinho e Schirley Nunes no Camaleão Bar

Mocha e Zé da Indaia dando um

trato para alimentar Nelson Pupatto, Arthur, Ditinho

do táxi, Cassiano, Fernando, Orides

e Zé Ângelo