jornal batista nº 29-2015

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 29 Domingo, 21.07.2015 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Há 114 anos criamos, publicamos, edificamos Mas, para comemorar, contamos com você! Juntos para fazermos o melhor! OJB Dia do

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Nesta terceira edição do mês de julho comemoramos o Dia do O Jornal Batista. Há 114 anos criamos, publicamos, edificamos. Mas, para comemorar, contamos com você, leitor. Juntos para fazermos o melhor! A ADIBERJ (Associação dos Diáconos Batistas do Rio de Janeiro) parabeniza a Diretoria deste semanal pelo trabalho que vem prestando a FAMÍLIA BATISTA.

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Page 1: Jornal Batista nº 29-2015

1o jornal batista – domingo, 21/07/15?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 29Domingo, 21.07.2015R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Há 114 anos criamos, publicamos, edificamos

Mas, para comemorar, contamos com você!

Juntos para fazermos o melhor!

OJBDia do

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2 o jornal batista – domingo, 21/07/15 reflexão

E D I T O R I A L

Dia de O Jornal Batista

No terceiro domin-go de julho cele-bramos o Dia de O Jornal Batista.

Em um Editorial anterior prestei informações sobre a história do nosso Jornal, e disse: “Poder-se-ia colocar no expediente do nosso Jornal sucessor de As Boas Novas e de A Nova Vida e, assim, recuaríamos a data de nossa fundação para 1889. Mas, não criemos problemas his-tóricos e fiquemos mesmo com a data de 10 de janeiro de 1901 e os 114 anos de O Jornal Batista. A Assembleia anual da Convenção Batista Brasileira, realizada em Re-cife, em 1909, adotou o veí-culo como seu órgão oficial e estabeleceu o 30 domingo de julho de cada ano como o Dia de O Jornal Batista”. O mais significativo é que,

apesar do tempo e do avanço da tecnologia, este periódico tem se mantido fiel ao seu propósito, ou melhor, ao pro-pósito que a denominação, através dos seus fundadores, teve a visão.

O tempo que temos vivi-do é denominado de “pós modernidade”, que trouxe consigo uma série de trans-formações ou tentativas das mesmas e, talvez, a área que tem sido mais impactada por essas mudanças neste período é a da comunica-ção, que traz consigo uma série de respostas céticas, pois, mal acabamos de fazer uma mudança e precisamos mudar de novo. Há também razões pragmáticas para essas mudanças, como o aumento da competição global, que nos obriga a caminhar para processos e procedimentos

mais eficientes, flexíveis e receptivos.

A velocidade das inova-ções tecnológicas leva-nos a descobrir conhecimentos que nem imaginávamos. A integração de países e conti-nentes, a intensa imigração e os efeitos múltiplos da inter-net e dos empreendimentos da comunicação instantânea nos desafiam a mudar nossas formas de atuação. Se cami-nhamos nesta direção, não há como não seguir este fluxo do processo de mudança na comunicação. Em uma de nossas recentes edições, em menos de 24 horas após sua publicação digital já tínha-mos a informação do alcance de que mais 100 mil pessoas visualizaram aquela edição. Imagino que os nossos an-tecessores sonharam com o dia em que o nosso Jornal

chegaria a 100 mil leitores. Porém, é improvável que eles imaginariam a velocidade em que isso viesse a acontecer.

Bem, se eles não podiam imaginar esta velocidade do processo de comunicação, eles sonharam e fizeram o que podiam para que o conteúdo do nosso Jornal abençoasse muitas pessoas. Por isso, nós continuamos com o propósito do conteúdo de O Jornal Batis-ta manter a visão de abençoar muitas pessoas e, agora, com uma velocidade que parece um sonho. Celebremos com gratidão ao Senhor pela exis-tência de O Jornal Batista. Que Deus nos permita ainda fazer com que muitas outras vidas sejam abençoadas.

Sócrates Oliveira de Souza,diretor executivo da

Convenção Batista Brasileira

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEVanderlei Batista MarinsDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 21/07/15reflexão

Othon Avila Amaral, membro do Conselho Editorial de OJB

O dia especial de O Jornal Batista foi o único que não foi alterado

através dos anos. A criação dos dias especiais foi uma iniciativa do pastor Fran-cisco Fulgêncio Soren que encontrou a simpatia dos 48 mensageiros presentes à 3ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, reunida na cidade de Recife, capital per-nambucana, a chamada Ve-neza brasileira. Publicara ele artigo n´O Jornal Batista no qual tratava de nossas Juntas, ainda bem recentes, e como torná-las mais conhecidas da família da denominação. Elas surgiram em 1907 e, atra-vés dos anos, seus membros eram indicados pelos mensa-geiros credenciados por suas igrejas, bem como a diretoria da Convenção.

Do texto do pastor Fran-cisco Fulgêncio Soren trans-crevemos seu pensamento: “Nem todos os crentes ba-tistas têm uma ideia clara do trabalho feito segundo os planos adotados por nossa Convenção, isto é, o que são as diferentes Juntas da Convenção e os deveres de cada uma delas. E, para que a natureza do organismo da nossa Convenção possa ser bem compreendida por nosso povo, é preciso que se lhe explique o que esse organismo é, e é de alta im-portância que descubramos um meio pelo qual seja esse organismo claramente expli-cado ao nosso povo, o que daria um resultado aos cren-tes trabalharem mais alegres e inteligentemente”.

Hoje, no Século XXI, vive-mos em um contexto diferen-te. Aquelas Juntas foram sen-do dissolvidas e na atualida-de parece que só mesmo três mantiveram suas diretorias e

seus Conselhos Consultivos: União Feminina, União de Homens e Juventude Batista. Elas atuam de forma autôno-ma. Prestam informações ao Conselho Geral. As demais, Missões Mundiais, Missões Nacionais, Seminários do Sul, do Norte e Equatorial, Convicção Editora, Associa-ção Denominada e Conven-ção Batista Brasileira apresen-tam seus relatórios ao Con-selho Geral da Convenção. Seus antigos executivos são diretores credenciados para administrarem as oito insti-tuições mencionadas.

Não obstante, tais mudan-ças, algo muito importan-te ainda caracteriza nossas instituições. Seus objetivos, seus princípios, seus pro-gramas, suas administrações nos inspiram e nos levam a atender os clamores dos campos missionários; nos le-vam a dobrar nossos joelhos em favor da obra de educa-ção teológica; nos alegram

por ver a criação de nossa nova Editora, a Convicção Batista, produzindo literatura e atendendo as igrejas no preparo de revistas para a Escola Bíblica Dominical. O desaparecimento das Juntas não afetou a continuidade do trabalho. Temos ainda os chamados Dias Especiais, nos quais são dadas informações do trabalho realizado e dos alvos propostos.

O terceiro domingo de ju-lho é o Dia do Jornal Batista. Nossos amados assinantes recebem semanalmente um exemplar do Jornal. Milha-res e milhares acessam o Jornal nas publicações via Internet. O Jornal parece que encontrou na atualidade o caminho certo para atender as Convenções Estaduais, atender as igrejas, atender as instituições. Hoje, ao des-folhar as páginas do nosso Jornal nos deparamos com notícias de todas as Conven-ções Estaduais, de nossos

seminários, de nossas Juntas Missionárias. O Jornal Batis-ta tem recebido manifesta-ções de simpatia partidas de todas as faixas etárias. É um Jornal que congraça o povo batista.

Somos gratos a Deus pela equipe que o dirige: pastor Sócrates Oliveira de Souza; jornalista Paloma Silva Fur-tado; Márcia Valéria Castro e a estagiária Rosane Noeli. Os membros do Conselho Editorial: Celso Aloisio, Gui-lherme Gimenez, Francisco Bonato, Sandra Natividade e Othon Avila Amaral, autor do artigo que completou no dia 09 de abril 20 anos como membro do Conselho Edito-rial. Também ele está entre os raros que leram O Jornal Batista desde a fundação em 10 de janeiro de 1901. Foi uma epopeia descobrir, de ano em ano, novidades que jamais envelhecem no cora-ção daqueles que amam a História Batista.

Os dias especiais da denominação

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GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Reconhecer o que é de Deus

reflexão

“Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito” (Gn 45.8).

Quando José sur-preendeu seus ir-mãos, mostrando que sobrevivera

a uma sucessão de injusti-ças e perseguições, fez uma declaração de profundas im-plicações teológicas: “Assim, não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus. Ele me tor-nou ministro do faraó e me fez administrador de todo o palácio e governador de todo o Egito” (Gn 45.8).

O Senhor, ao revelar a Sua vontade através dos escrito-res bíblicos, nunca se preo-cupou em defender escolas de teologia. As declarações do Senhor, nas páginas da Bí-blia, são restaurações. Quan-to a nós, os destinatários das revelações, a Bíblia só apre-

senta duas opções: rejeição ou aceitação. E, diga-se de passagem, nenhuma delas jamais modificou o projeto criador de Deus.

O desabafo de José aos seus irmãos é um bom exemplo. O filho de Jacó foi um espe-cialista em sofrer ódio, humi-lhação, injustiças. Ele tinha todo o direito de condenar a covardia dos seus irmãos e de pagar na mesma moeda, condenando-os à escravidão. Estranhamente, entretanto, o termo “perdão” também não foi usado naquela prestação de contas. A proclamação de José afirmou que a explicação de todo aquele drama estava no Senhor: “Assim, não fo-ram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus...”. Nós, que neste mun-do de maldade temos lá o nosso quinhão daquilo que José sofreu, nunca deveríamos nos esquecer de que temos o mesmo Deus, que sempre deu sentido à sua tumultuada vida. Continua valendo a pena dar a Deus o que é de Deus.

Clarke foi um dos pioneiros que emi-graram para a Nova Inglaterra (Colônia

Inglesa), na década de 1630-40, com o propósito de dar assistência médica e espiri-tual aos colonos, assisti-los materialmente com alimento, abrigo e educá-los. Seu nasci-mento ocorreu em Westhor-ne, Suffolk, Inglaterra, no ano de 1609. Foi educado em Cambridge e Oxford (Nes-

ta Universidade recebeu o título de mestre em Artes), tendo, posteriormente, se formado em Medicina, em Leiden, na Holanda.

Chegou a Boston (Mas-sachusetts) no ano 1637, envolvendo-se na prática da medicina e na educação (A história o consagra como fun-dador das escolas públicas na América).

Em face dos conflitos te-ológicos em Boston entre

“Obras e Graça”, retirou-se para a ilha de Rhode Island, juntando-se ao advogado Roger Williams, fundador da Colônia. Localizando-se no sul da Ilha organizou a Igreja Batista de Newport (A Segunda na América) da qual foi ministro. Clarke ajudou Roger Williams na consolidação do seu gover-no na Colônia, conseguindo do rei Carlos II a aprovação da Carta Régia que conce-

Israel Belo de Azevedo, colaborador de OJB

Quando era adoles-cente, li no qua-dro de uma sala na Igreja Batista

da Tijuca – RJ um aforismo para o resto dos meus dias:

“Um homem vale pelo que diz,

diz pelo que pensa,pensa pelo que lê”.Mudei-o para:“Uma pessoa vale pelo que diz,diz pelo que pensa,pensa pelo que lê”.

Pode ser que talvez leia-mos menos em papel, mas ainda leremos, talvez cada vez mais.

Uma das maravilhas da fé cristã é que ela desenvolve, no dia a dia, a partir de um livro, no caso, o Livro. Este Livro não nos aliena, mas nos empurra para o centro da vida, fazendo-nos reali-zar o convite de Karl Barth: “Pegue sua Bíblia e pegue seu jornal. Leia-os, mas in-terprete os jornais a partir da sua Bíblia”.

PR. CERQUEIRA BASTOS

Os Batistas na História

John Clarke, o médico

Fé que não se aliena

deu a Rhode Island a plena liberdade civil e religiosa, com a sua profícua ação de 12 anos de trabalho de verdadeiro estadista junto ao Parlamento e ao rei (A Carta foi aprovada em 08 de julho de 1663).

Vale aqui ressaltar a sua for-mação teológica de profundo conhecedor do Hebraico e do Grego, que lhe forneceu uma cultura sólida na inter-pretação bíblica das verdades

reveladas nas Escrituras. Os famosos “Quatro Princípios de John Clarke” podem ser assim resumidos: 1- Jesus Cristo é o único Senhor; 2- O batismo bíblico é a imersão em água, mediante a fé em Cristo; 3- A liberdade da pa-lavra profética do crente na ministração da edificação, exortação e consolo; 4- Nin-guém tem a liberdade de restringir ou limitar a consci-ência do outro.

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5o jornal batista – domingo, 21/07/15reflexão

na vida que supera até mes-mo os parentes. “O amigo ama em todo o tempo e na angustia nasce o irmão” (Pv 17.17). Ninguém vive sozi-nho neste mundo. É preciso ter com quem contar para uma vida mais tranquila e segura.

Além de um amigo que nos ouve a toda hora e que cuida 24 horas por dia, o nosso Deus, que do céu é um “Socorro bem presen-te na angústia” (Sl 46.1), não hesita em ser chamado quando necessário e está

repleto de respeito, valoriza-ção e estímulo, cheio da gra-ça? Pessoas se sentem segu-ras, crescem, confiam umas nas outras, vivem de forma autêntica, celebram unidas, riem muito e produzem mais resultados do ambiente da graça. Pessoas se sentem ca-pacitadas, sentem que não há problema em ser quem são, mesmo que estejam cientes de que se espera mais delas.

Na afirmação, o amigo edi-fica um ao outro por meio de palavras de interesse e doses regulares de encorajamento. Acompanha, faz um check--up um do outro, regular-mente, nas áreas chaves da vida pessoal e crescimento espiritual. Se estiver ao al-cance, pode até ser mentor e discipulador do seu amigo idoso, para isso é necessário de autoridade espiritual: re-conhecer e relembrar, um ao outro, a autoridade suprema de Deus e Sua Palavra.

O rompimento de laços pessoais, solidão e interações conflituosas são as maiores fontes de estresse, enquanto relações sociais animadoras e próximas são fontes vitais de força emocional, vemos isso em Gironda & Lubben.

Os amigos verdadeiros dos idosos caminham lado a lado com eles e os sustentam nas dificuldades.“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos” (Sl 133.1).

Idosos devem ser amigos

a postos a agir. Quem não permite ou pede ajuda so-mos nós.

E existem, aqui na terra, amigos que são assim: pre-sentes e nunca ausentes. Pode-se contar com eles para o que der e vier, em qualquer situação, não so-mente boa, mas, ruim, em especial.

Na passagem deste dia 20 de julho, Dia da Amizade, aproxime-se de quem gos-ta de você e saiba quem são os seus amigos sempre presentes e nunca ausentes.

de seus filhos, netos, conhe-cidos, irmãos de igreja, mas a teoria da seletividade so-cioemocional, de Laura L. Carstensen e outros (1991), esclarece que os idosos esco-lhem seus amigos, preferindo aqueles que têm alguma con-tribuição a dar-lhes, que pos-sam lhes fortalecer, em vez de ficar somente sugando-os infinitamente, até a última gota da vida. É preciso ter muito cuidado com filhos, parentes e amigos explora-dores.

A teoria defende que os idosos moldam seu ambiente social de modo a maximizar seu potencial para sentir afe-tos positivos e para minimi-zar os afetos negativos. Isso representa o cumprimento de metas úteis ao alcance de uma velhice bem-sucedida, informa-nos o Tratado de Ge-riatria e Gerontologia (SBGG, 2011).

Dicas para o idoso viver melhor: Ter amigos (capital social), melhorar autocon-fiança, descobrir talentos, habilidades e êxitos já alcan-çados, deixar de adivinhar dificuldades e de recear o futuro, pensar na solução e não no problema, transfor-mar dificuldades em oportu-nidades, sonhar, transformar sonhos em metas e começar a realizá-las.

Ouse, ore, cresça até a ma-turidade em Cristo Jesus. Que Deus lhe abençoe.

Samuel Rodrigues de Souza, gerontólogo, pastor dos Idosos da Igreja Batista de Água Santa – RJ

O mundo terá cer-ca de 2 bilhões de idosos em 2050. O doutor

Alexande Kalache, brasi-leiro notável na ciência do envelhecer, coordenador do Centro de Longevidade, da Organização Mundial de Saúde, orienta que para viver bem no envelhecer é preciso cuidar bem cedo da saúde, manter uma ativida-de intelectual, preservar o capital social, isto é, a arte de ter amigos, atividades, e hobbies.

Vários fatores têm cola-borado para essa fantásti-ca expansão da velhice no Brasil e em todo o mundo, dentre eles, o capital social. Tem gente que passa a vida inteira sem acumular esse capital. Coloca tudo em seu trabalho e, quando se aposenta, veste o pijama e fica lendo jornais, vendo televisão, etc. Não dá.

É preciso sair do ambien-te de trabalho, criar laços, interesses, fazer trabalho vo-luntário, se precisar e conse-guir, até aprender um novo trabalho para complementar a renda.

A Palavra de Deus nos orienta: “É melhor ter com-panhia do que estar sozinho

(…). Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se (…). Um homem sozinho pode ser vencido, mas, dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade” (Ec 4.9-10-12).“Como poderia um só perseguir mil, e dois fazerem fugir dez mil (...)?” (Dt 32.30).

Lyndon B. Johnson decla-rou que “Não há problema que não possamos resolver juntos, e poucos os que po-demos resolver por nós mes-mos”.

Amigos devem juntar suas luzes para se tornarem farol de Cristo. Amigo é um canal de confiança tão forte a pon-to de ser a pessoa com quem se compartilha pedidos de oração, dificuldades, con-fessa pecados, compartilha experiências; verdadeiros amigos em Cristo irão se su-portar durante a jornada.

Jesus Cristo, nosso Salva-dor amado é nosso exemplo na área de amizades.“Eu os tenho chamado amigos, por-que tudo o que ouvi de meu pai eu lhes tornei conhecido” (Jo 15.15b).

1 - Jesus tinha muitos ami-gos próximos e íntimos e amou-os até o fim (Jo 13.1);

2 - Um círculo de 70 ho-mens abraçaram Sua vida e missão, círculo bem íntimo de 12, círculo bem íntimo de três, e o discípulo que ele amava;

Rogério Araújo (Rofa), jornalista e escritor, diácono da Igreja Batista Neves - São Gonçalo - RJ

Li uma frase um dia desses que d iz ia : “Amigo é igual pa-rafuso, a gente só

sabe que é bom na hora do aperto!”. E não é verdade? Quantos não dizem possuir dezenas de amigos e, depois, quando os problemas vêm, eles se vão?!

Alguns amigos são espe-ciais e ocupam uma posição

3 - Tinha amizades espe-ciais com mulheres, que per-maneceram ao lado da cruz e foram ao túmulo após a crucificação;

4 - Jesus atraiu as crian-cinhas com Sua bondade e amor.

Não importa a tempestade que você venha a enfrentar: se você estiver com O amigo, sempre haverá um arco-íris à sua espera.

De acordo com Stu Weber, as marcas da amizade são: aceitação, afirmação, acom-panhamento, autoridade es-piritual e aceitação.

É preciso ter aceitação, mais que isso, compreen-são. Muitas vezes somos mal compreendidos, mas, sem-pre há um amigo pronto a nos ouvir e oferecer o seu apoio, em um ambiente de graça, amor e aceitação para podermos crescer como uma flor, que precisa de sol, água e boa terra.

Em ambientes desprovi-dos da graça, conforme nos orienta Argyris, predomina a desconfiança, conflito, ri-gidez, pouca capacidade de resolver problemas.

Em alguns ambientes sen-timos a graça, mesmo sem compreendê-la (banhado pelo poder curativo, no am-biente onde o amor é derra-mado, como se preenchesse os espaços entre uma e outra pessoa). Quais são os resulta-dos de um ambiente amigo,

Amigo presente e nunca ausente

O grande valor das amizades no envelhecer

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vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

6 o jornal batista – domingo, 21/07/15 reflexão

Um dia desses es-tava conversando com minha espo-sa. Ledo engano

quando pensamos que quan-do casamos nossos filhos as preocupações diminuirão. Fi-lhos continuam sendo filhos, mesmo quando se casam, têm seus próprios filhos e até se tornam avós.

Filhos se casam e formam suas famílias, mas as preocu-pações dos pais continuam e até aumentam. Agora nos preocupamos com os genros ou noras e com os netos. Como disse o pastor Israel Belo de Azevedo em um dos encontros promovidos pelo Ministério OIKOS, “Ser pai ou mãe é uma tarefa inaca-bada”.

Mas, se as preocupações continuam ou até aumen-tam, precisamos desenvolver alguns conceitos e tentar, mesmo que sejam difíceis, vi-venciá-los. O primeiro deles é que, embora sejam nossos filhos, eles já são adultos e precisamos deixá-los tomar suas próprias decisões.

Quando eram pequenos, nós decidíamos que roupa usar, onde passar as férias, que passeio fazer e o que podiam e o que não podiam fazer. Mas, a verdade é que os filhos crescem e já passam a ser donos do próprio nariz, como diz o adágio popular.

Um dia desses um colega pastor me procurou e com-partilhou algumas de suas preocupações com sua filha. Então eu perguntei a idade da menina. Ele me disse que já tinha completado 21 anos. Falei com este colega que, como pais, podemos sem-pre orar pelos filhos adultos, orientar, aconselhar, ponde-rar, mas, a decisão de certos rumos da vida estão em suas próprias mãos.

Os filhos devem ser alerta-dos pelos pais sobre as con-sequências de suas decisões,

mas devemos deixar que eles próprios as tomem e arquem com as referidas e consequ-ências. Filhos adultos são, como o próprio nome diz, adultos.

Como pais de filhos adul-tos devemos, também, crer que as sementes lançadas em seus corações e mentes, quando eram pequenos e adolescentes, ainda estão lá. É hora de confiar nos ensina-mentos que foram ministra-dos por anos a fio.

Em minhas palestras aos pais, muitas vezes sou per-guntado sobre como os pais devem proceder com os fi-lhos adultos que moram na casa dos pais.

É claro que, se o filho adul-to ainda está morando com os pais, estes tem a primazia sobre as normas básicas. Mas pedir que um filho adulto che-gue todos os dias as 21 horas, acho um pouco de exagero. Por outro lado, filhos adultos devem participar do sustento doméstico.

É muito cômodo para mui-tos filhos adultos trabalha-rem, terem seus salários, mas, não participarem das despe-sas. Assim é fácil. Por isso que temos, nestes tempos, a chamada “geração canguru”. É a geração que gostou de ficar em casa no aconchego da casa dos pais, adiando a decisão de se casar e se aproveitando das benesses da casa paterna.

Se resolvem ter os seus pró-prios espaços, que assumam integralmente com os ônus da decisão. Na dá, por exem-plo, morar no seu próprio AP (apartamento) e levar a roupa para lavar na casa dos pais ou passar todos os dias para pegar a comidinha feita pela mamãe.

Precisamos capacitar pais e mães para que saibam lidar com os filhos adultos de for-ma saudável e madura, para o bem de toda a família.

Natanael Menezes Cruz, pastor da Primeira Igreja Batista em Jaboatão - PE

“Então, Pedro, aproximan-do-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete” (Mt18.21-22).

Perdoar é esquecer, é lançar para trás toda ofensa, toda mágoa, tudo o que

tortura. Quando Jesus disse “Setenta vezes sete, e não somente sete”, Ele quis di-zer que o perdão deve ser ilimitado. Às vezes a gente acha que perdoar uma, duas vezes é o suficiente, se não obter a resposta se deixa para lá. Esse não é o ensino

de Jesus, que mostra que o perdão deve ser ilimitado. Sempre oportuno, necessá-rio e atual. Não há hipótese alguma, circunstância qual-quer que justifique a falta de perdoar. E aí então eu faço a seguinte pergunta: Qual tem sido o limite do seu perdão?

Quem sabe se você tem uma mágoa de alguém e está com dificuldades em perdo-ar, ou se alguém lhe ofendeu e você ainda não o perdoou?

Todo pecado cheira mal, e toda ofensa dói. Por isso deve ser perdoado. Todo cristão deve trazer na alma a grande-za do perdão. Por maior que seja o pecado, mais sublime é o perdão. Apreciemos as palavras de Jesus, conforme escreveu Mateus: “E perdoa--nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos

nossos devedores” (Mt 6.12); “Porque, se perdoardes aos ho-mens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos per-doará as vossas ofensas” (Mt 6.14-15). Ver-se, portanto, que na teologia de Jesus, o perdão é recíproco. Isto é, perdoando que se é perdoado.

Você tem perdoado o seu próximo? Perdoemo-nos uns aos outros e seremos abenço-ados. O perdão é feito para pedir e todo pecado é para ser perdoado, porque “Por maior que seja o pecado, mais sublime é o perdão”.

Todos nós, como já falei, queremos o perdão de Deus. Então, perdoemos nossos irmãos. Todo pecado cheira mal, e toda ofensa dói, por isso deve ser perdoado.

Filhos adultos

A importância do perdão

Page 7: Jornal Batista nº 29-2015

7o jornal batista – domingo, 21/07/15missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Mais uma aluna do Cent ro de Formação Cristã de Campinas - SP

volta para casa. Marcela Go-mes Vieira chegou ao Projeto Cristolândia no dia 25 de março de 2014. Naquela épo-ca, ela estava grávida de dois meses e estava acompanhada pela filha Vitória, de três anos.

Após um período na pri-meira fase de recuperação do

Projeto Cristolândia, em San-tana - SP, ela foi encaminhada para a segunda fase, onde fez todo o pré-natal e concluiu sua gestação. Em novembro de 2014, seu bebê nasceu e recebeu o nome de Nicolly.

Atualmente, Marcela e suas duas filhas experimentam uma nova vida. Em junho de 2015 elas voltaram para o convívio da família, visto que Rute, tia de Marcela, e seu primo, pas-tor Jason, foram buscá-las.

“Tudo isso é para a glória de

Deus”, declara a missionária Geane Campos, coordena-dora do CFC Campinas. Ela também afirma que o apoio dos parceiros e igrejas são es-senciais para o sustento desta obra de resgate, restauração e reinserção das alunas.

Interceda para que Marcela e suas filhas guardem a Palavra do Senhor, que foi ministrada a elas, a fim de que a vida de Cristo continue abundante nelas e para que elas continuem prosperan-do nos caminhos do Senhor.

Mais uma vida restaurada através do Projeto Cristolândia

Marcela junto com sua família se despedindo da missionária Geane Campos

Redação de Missões Nacionais

A Igreja Batista Parque Rio Branco, no Rio de Janeiro, tem traba-lhado com a visão de

Igreja Multiplicadora. “Imple-mentamos os Pequenos Grupos Multiplicadores e temos levado a Igreja a vivenciar os cinco princípios”, explica o missioná-rio João Marcos Mury.

Recentemente, a Igreja rea-lizou um Dia de Compaixão

Redação de Missões Nacionais

Além de compartilhar o Evangelho por meio dos seus missionários, o Projeto Novos So-

nhos tem oferecido diversas atividades, como balé, jiu-jistu e aulas de música para crianças e adolescentes do entorno da região da cracolândia, em São Paulo.

Algumas alunas do balé já

Visão de Igreja Multiplicadora é implementada no Norte Fluminense

e Graça, alcançando mais de 300 pessoas com o Evangelho, demonstrando o amor de Cristo por meio de ações gratuitas como cortes de cabelo, atendi-mento médico e odontológico, palestras para a comunidade e programação para crianças.

Nesta semana eles lançaram a 4ª turma de especialização em Turbo Gerador, um cur-so bastante requisitado para o mercado de trabalho offshore. Vidas estão sendo abençoadas

foram destaque em reportagens de diversas emissoras de televi-são, e em sites, em função do bom desempenho delas. Recen-temente, elas foram destaque em uma reportagem exibida pelo SPTV, da Rede Globo de Televisão.

Missões Nacionais louva ao Senhor pelas vidas que têm sido ajudadas e alcançadas para Cris-to por meio do Projeto Novos Sonhos. Este Projeto faz parte

por meio destas aulas, e assim estão vendo a relevância social e espiritual da Igreja.

Em janeiro, a Igreja enviou voluntários para a operação Jesus Transforma (Trans) Rio Grande do Sul, e agora se prepara para enviar voluntários para a Trans Sertão. Outras ações da Igreja foram dois meses de Jornada de Oração, treinamento de liderança, en-tre outras atividades de Com-paixão e Graça.

Turma do Projeto Novos Sonhos com bailarinos do Balé Bolshoi

Balé do Projeto Novos Sonhos, de Missões Nacionais, é destaque no SPTV

Uma das aulas da 4ª turma do curso de especialização, oferecido pela Igreja Batista Parque Rio Branco - RJ

do ministério da Cristolândia, de São Paulo. Agradecemos também a cada parceiro que tem sido levantado pelo Senhor para ajudar na manutenção dos trabalhos missionários, por meio de orações e ofertas.

Faça parte deste Projeto: ore, contribua financeiramente, seja um voluntário. Muitas vidas serão transformadas! Seja nos-so parceiro através do PAM BRASIL.

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“Eu escolhi Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, ha-bilidade e plena capacidade artística para desenhar e exe-cutar trabalhos em ouro, prata e bronze, para talhar e esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra artesanal. Além disso, designei Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, para auxiliá-lo. Também capacitei todos os artesãos para que executem tudo o que lhe ordenei” (Ex 31.2-6 - NVI).

Quem te capacitou para ser artista?

De acordo com a Palavra de Deus,

tudo vem dEle, é Ele quem es-colhe quem deve receber. Ser escolhido por Deus, ser cheio do Espirito de Santo de Deus e receber a capacitação artística é um presente que devemos usar para a Sua glória. De acordo com o texto acima, todos os artistas foram capacitados para criar a ornamentação da arca da aliança e de todos os utensílios da Tenda de Encontro.

Somos o templo do Espirito

Santo, logo, as nossas obras de-vem contribuir para manter este templo sempre com as portas abertas, tendo culto 24 horas por dia. A Palavra ainda nos diz que o mundo verá as nossas obras e que, através delas, glo-rificarão ao nosso Pai Celeste.

Fico maravilhado todas as vezes que visito um Museu de Artes e posso contemplar, com um tempo de qualidade, as obras expostas. E você? Qual foi a última vez que foi a um museu de artes? Quero desafiá-los a glorificar a Deus pelo Seu poder Criador e pelo privilégio de po-der receber Dele o dom de ser artista. Mas, lembre-se que se o fruto do seu trabalho artístico não refletir a glória de Deus, por mais complexa e magnífica que seja a obra, não terá valor algum na dimensão espiritual.

Quero convocar você a com-partilhar a sua história de vida através da arte. Não perca esta oportunidade de dar glórias a Deus através de suas experiên-cias artísticas.

Escreva para Roberto Mara-nhão, do Departamento de Arte e Cultura esporte e recreação da CBB, através do e-mail: [email protected].

Vivendo a vocação artística

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Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

A Junta de Missões Mundiais comple-tou 108 anos no dia 27 de junho, e para

marcar a data, realizou no dia 07 de julho, na capela do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro, um culto de grati-dão a Deus pela existência da agência missionária dos batistas brasileiros.

Com a presença dos cola-boradores da sede, de mis-sionários que estão no Brasil, dos mobilizadores e também de irmãos que vieram presti-giar este momento histórico

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

De 06 a 08 de julho, os mobilizadores da Junta de Mis-sões Mundiais se

reuniram na sede da agên-cia missionária, no Rio de Janeiro, para um encontro de alinhamento de ações, esclarecimentos de dúvidas e capacitação, entre outras atividades. Organizado pelo Setor de Promoção e Mobili-zação da JMM, o evento tam-bém aproximou os mobiliza-dores dos colaboradores da sede, além de coincidir com o culto em agradecimento a Deus pelos 108 anos de Missões Mundiais.

Em três dias de encontro, os mobilizadores tiveram uma programação intensa, com várias frentes de refle-xão nas áreas ministerial e relacional. Também tiveram a oportunidade de ouvir tes-temunhos de missionários que estão visitando a sede da JMM e se aprofundar em temas seculares que, de uma forma ou de outra, influen-ciam a atividade missionária

da JMM, o culto foi dirigido pelo pastor Antonio Galvão, missionário há mais tempo em atividade. O culto tam-bém relembrou momentos marcantes de Missões Mun-diais, como músicas de Cam-panhas anteriores e também com a exibição de um vídeo contando um pouco da his-tória da JMM e do avanço do Evangelho pelo mundo.

A Mensagem foi trazida pelo diretor executivo da JMM, pastor João Marcos Bar-reto Soares, que apresentou o desafio que ainda existe de alcançar milhares de povos não alcançados pelo Evan-gelho de Cristo em todo o mundo.

no exterior, como flutuação cambial, crise econômica e liberdade de expressão.

Em sua palavra aos mobili-zadores, o diretor executivo da JMM, pastor João Marcos Barreto Soares, descreveu o momento pelo qual passa a agência missionária em seus 108 anos de existência.

“Muito já foi feito ao longo desses 108 anos, mas ainda não é hora de pendurar as chuteiras. Entrar em campo, ser voz de Deus às nações, levar esperança a um mundo em caos e alcançar os não alcançados só será possível

“São 108 anos fazendo a vontade de Deus. São 108 anos anunciando a men-sagem do Evangelho com esforço, dedicação, muitas vezes com sacrifício. Mas tem valido a pena”, disse o pastor João Marcos. “Esta-mos crescendo. Já temos pre-sença em 86 países, mas se contarmos os países onde já entramos e de onde saímos, esse número está em torno de 100 nações onde Missões Mundiais está abençoando ou já abençoou”, afirmou o pastor João Marcos.

“São 108 anos de histórias, 108 anos de conquistas, e está chegando perto do fim. Nós não temos mais muitos anos

se todo o Brasil batista se unir em oração, ofertas e envio”, afirmou o executivo.

O pastor Israel Belo de Azevedo, da Igreja Batista Itacuruçá – RJ foi convidado para ministrar aos mobiliza-dores sobre o tema “Ética no âmbito do indivíduo”, apli-cando os Dez Mandamentos a conflitos e situações vividas no ministério e exercício da mobilização missionária.

Os mobilizadores aprova-ram a realização do encon-tro, no qual se abasteceram de várias informações úteis à missão da mobilização de

pela frente. Se Deus quiser, nós não vamos comemorar 150 anos da JMM. Jesus vai voltar antes. Porque nós va-mos realizar isso (testemunhar o Evangelho), mas não porque sejamos capazes ou ousados, mas porque Deus está con-duzindo assim”, acrescentou o diretor executivo.

Entre os missionários pre-sentes ao culto, Sárala Kumar (Sul da Ásia) disse se sentir emocionada por estar entre os colaboradores da sede e seus colegas de ministério.

“Em diversos momentos, chorei com os hinos que me lembraram da dedicação de minha vida a missões, lem-branças dos trabalhos feitos

igrejas e membros de igrejas.“O desafio é fazer com que

o campo se aproxime da igre-ja local e que as informações que vêm de lá cheguem com qualidade, sem distorção, sobretudo as informações do resultado do investimento de cada irmão, de cada igreja”, destaca o pastor Luiz Hen-rique Carvalho, missionário mobilizador para os estados do Pará, Amapá e Tocantins. “Tentamos cada vez mais apresentar as possibilidades de acesso à informação do campo missionário para que toda boa informação da obra

nas igrejas por onde passei antes de ir ao campo. Minha cabeça viajou sem sair do lugar em agradecimento a Deus por tudo”, disse Sárala.

Pessoas de várias partes do Brasil também participaram do culto em agradecimento a Deus pelo aniversário da JMM. É o caso de Valeria Bar-ros, promotora de missões da Igreja Batista Nova Sião, em Belém - PA. O pastor Iomael Sant’Anna, da Primeira Igreja Batista em Mesquita - RJ, tam-bém participou do culto, fa-zendo inclusive a oração final.

O culto terminou com toda a congregação cantando a música oficial da Campanha deste ano, “Um Chamado”.

do nosso Deus desenvolva um impacto de edificação na igreja e maior envolvimento dos irmãos na obra”, acres-centa o mobilizador.

“Quando o mobilizador faz a ponte entre igreja e campo, as coisas funcionam e passam a ideia de que missões é algo que dá certo, de que se pode investir e que haverá retor-no”, ressalta o mobilizador Deivid Raasch, do estado do Espírito Santo.

“O mobilizador vai e mos-tra à igreja o que é o campo, como funciona, qual é o pa-pel da JMM como mediadora entre a igreja e o campo. Assim, a igreja abraça o tra-balho e investe mais em mis-sões”, acrescenta Deivid, que fez parte da oitava turma do Radical África, servindo na Guiné.

Para saber quem é o mis-sionário mobilizador da sua região, entre em contato com nossa Central de Atendimen-to pelos telefones 2122-1901/2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800-709-1900 (demais localidades) ou escreva para [email protected].

JMM celebra 108 anos

Mobilizadores unidos para ser voz de Deus às nações

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OBITUÁRIO

12 o jornal batista – domingo, 21/07/15 notícias do brasil batista

Izilda Portela de Miranda Santos, jornalista, membro da Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ

Assim ela foi identifi-cada por uma crian-ça, membro da Pri-meira Igreja Batista

de Niterói - RJ, quando pas-seava em um shopping da ci-dade. Eu a chamaria senhora “Missões Urbanas”, “Missões Estaduais”, “Missões Nacio-nais”, “Missões Mundiais”. Ela nunca foi nomeada por nenhuma de nossas Juntas. Nunca deixou o seu país para ir à terras distantes em uma missão especial. No entanto, conhecia os campos missio-nários como poucos. Conhe-cia porque se interessava por eles; porque estudava sobre eles; porque amava o povo sem salvação e amava os missionários espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

Conheci dona Lúcia no ano de l981, quando cheguei à PIB de Niterói. Logo percebi o seu ardor missionário e com os seus objetivos me envolvi. Passei, assim, a conviver mais de perto com ela e, desta for-ma, fui aprendendo a amá-la pela pessoa linda que ela era. Sua beleza interior era notável e cativante. Ela tinha a simpli-cidade e a inocência de uma criança pura.

Dona Maria Lúcia nasceu na cidade de Laje de Muriaé,

norte do Rio de Janeiro, sen-do filha única de Laurindo Nolasco e Maria de Lourdes Bastos Nolasco. Foi difícil a sua sobrevivência na ges-tação, o que obrigou a sua mãe permanecer no leito a partir do sexto mês. Nasceu franzina e com a saúde pre-cária, o que exigiu cuidados especiais até os dois anos de idade.

Maria Lúcia foi diaconisa da PIB de Niterói, de onde era membro desde os seus oito anos de idade. Pertencia à Escola Bíblica Dominical desde pequena e foi profes-sora por mais de 60 anos. Ela foi presidente da então chamada União Intermedi-

ária, União de Mocidade e Sociedade de Senhoras por longos anos. Ela dirigiu a área de missões e o minis-tério de Missões da PIB de Niterói por 30 anos, deixan-do ali a sua marca de amor e dedicação sem igual. No âmbito estadual e nacional foi membro de Juntas, nota-damente das Juntas Executi-vas da União Feminina Esta-dual e Nacional. Deu a sua valiosa colaboração como escritora de programas espe-ciais e matérias para revistas da nossa denominação. Foi preletora de vários eventos, como congressos, acampa-mentos, etc. Foi também, por alguns anos, professora

do Seminário Teológico Ba-tista de Niterói.

A irmã Maria Lúcia faleceu no dia 16 de junho deste ano, aos 85 anos, na cidade de Ni-terói, deixando um legado de serviço e fidelidade a Deus.

Dona Maria Lúcia era al-guém que amava a Deus sobre todas as coisas e a Ele servia com prioridade máxi-ma. Alguém ímpar, especial, a quem eu me referia como “do céu”; diante de situações críticas, as suas atitudes me revelavam que ela não era para este mundo.

Alguém que amava a casa do Senhor; por isso um dos seus versículos preferidos era o Salmo 27:4 “Uma coisa

pedi ao Senhor: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida”. Ela foi atendida neste pedido e até quase o seu fim era assí-dua nos trabalhos da PIB de Niterói, mesmo com toda a sua fragilidade.

Alguém que conhecia e vivia a Palavra de Deus como poucos e por muitos anos foi professora de uma das maio-res classes da nossa EBD.

Alguém que amou o traba-lho feminino em nossa Igreja e, desde a sua juventude, dedicou-se a ele, sendo pre-sidente da “Sociedade de Se-nhoras” ainda muito jovem.

Alguém que amava missões de todo o coração e se dedi-cou a esse ministério com ardor.

Sim, dona Maria Lúcia No-lasco de Abreu é, para mim, exemplo de vida cristã; al-guém a quem eu sempre procurei imitar e que con-tinuará sendo o meu exem-plo até o dia em que vamos nos encontrar no Céu, onde para sempre vamos adorar o Deus da vida, que há de ressuscitá-la para uma vida incorruptível.

Dona Lúcia não morreu. Ela recebeu a vida verdadeira dentro do plano da eterni-dade que Jesus foi preparar quando disse: “Para que onde eu estiver, ó Pai, eles estejam comigo” (Jo 17.24a). Dona Lúcia já está na casa do Pai.

Maria Lúcia Nolasco de Abreu“Senhora Missões Nacionais”

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Terezinha Candieiro, mestre em Desenvolvimento Integral da Criança, consultora do Programa Claves - Prevenção à violência sexual de crianças e adolescentes e coordenadora geral do PEPE Internacional – Junta de Missões Mundiais da CBB

Jesus é o nosso maior exemplo de amor e pro-teção contra qualquer ato de violência. Ele nos

ensina a amar, a valorizar e a proteger as crianças. Ele as incluiu todo o tempo em seu ministério, reconhecendo--as como pessoas dignas, como sujeitos de direitos, que precisam crescer e se desenvolver de maneira sau-dável, sob a orientação de seus responsáveis.

O compromisso com o Rei-no de Deus, um reino de justiça, igualdade e paz tem relação direta com a valo-rização das crianças, bem como com sua proteção con-tra qualquer forma de maus tratos e violência.

Como seguidores de Jesus, defendemos os princípios de valorização e respeito às crianças e adolescentes, em meio a uma sociedade que muitas vezes não compartilha desta visão. Jesus agiu assim quando, diante da ideologia de sua época, trouxe um ensino revolucionário colo-cando a criança como nosso referencial de entrada no Reino dos Céus, de acordo com Mateus 18.3.

Servindo no campo mis-sionário através do Pepe - Programa Socioeducati-vo promovido pela Junta de Missões Mundiais em campos estrangeiros e, no Brasil, promovido pela Jun-ta de Missões Nacionais e ABIAH – Associação Brasi-leira de Incentivo e Apoio ao Homem -, trabalhamos em contextos de pobreza, com crianças em situação de vul-nerabilidade e risco social e em contextos onde muitas são vítimas de violência nas mais diversas categorias. Isto não significa que maus tratos e violências aconte-çam apenas em contextos de pobreza. Talvez eles tenham maior visibilidade. Os maus tratos e a violência contra as crianças e adolescentes ocorrem em todas as cama-das sociais e em todos os lugares que não ofereçam condições de segurança para elas.

O que estamos chamando de maus tratos e violência?

“De maneira geral, os maus tratos são ações, omissões, tratamento negligente, não acidental, que privem uma pessoa de seus direitos e bem-estar...” (Manual meto-dológico do Programa Claves Brasil).

Segundo Viviane Guerra (2005), a violência contra crianças e adolescentes é uma forma de violação dos seus direitos essenciais, en-quanto pessoas.

Muitas vezes a violência contra crianças e adolescen-tes é mantida em segredo, mas, precisa ser combatida.

A violência está diretamen-te relacionada ao conceito que se tem da vítima, como se esta fosse um objeto. Mes-mo nos dias atuais, em mui-tos lugares, a concepção de criança nos é apresentada como “ainda não”, ou seja, ainda não é uma pessoa com-pleta, desenvolvida. Se ela ainda não é, ela não tem tan-to valor quanto aquele que o é, o adulto.

A historiadora Mary Del Priori (1999) escreveu diver-sas obras nas quais afirma que o papel da criança na história do Brasil foi negli-genciado. Por muito tempo foi considerada como um adulto reduzido e foi muito desvalorizada. A sobrevivên-cia das crianças era incerta devido a vários fatores. As taxas de mortalidade eram altas. Elas estavam expostas e vulneráveis àqueles que exerciam o poder.

As estatísticas gerais da vio-lência doméstica, aquela que ocorre no espaço doméstico, são alarmantes. As agressões no ambiente doméstico cons-tituem a principal causa de mortes de crianças e jovens entre 05 e 19 anos. O UNI-CEF estima que diariamente 18 mil crianças e adolescen-tes são espancados no Brasil. A Organização mundial de saúde reconhece a gravidade que o fenômeno de violência tem causado no mundo. Este é um problema de saúde pú-blica também.

Portanto, maus tratos e violência são uma proble-mática complexa, com uma teia intrincada de aspectos históricos, culturais, sociais, econômicos e outros.

O que a legislação nos diz sobre a proteção à criança e ao adolescente?

A proteção é um dos prin-

cípios em que se baseia a Declaração Universal dos Direitos da Criança. De acor-do com esta Declaração, a criança precisa de cuidados e proteção especial. Em seu Princípio 9º está escrito:

“A criança gozará prote-ção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, de qualquer forma”.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA Lei Nº. 8069/90), que dispõe sobre a proteção integral da criança e ao adolescente, nos diz o seguinte:

Art. 4 - É dever da família, da comunidade, da socieda-de em geral e do poder Pú-blico assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à profissionalização, à cultura, ao esporte, ao lazer, à liber-dade e à convivência familiar e comunitária.

Art. 5 – Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negli-gência, discriminação, explo-ração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Recentemente, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei 13.046, de 02 de dezem-bro de 2014, que tem por ob-jetivo regulamentar a obriga-ção das entidades públicas e privadas que trabalham com crianças e adolescentes a te-rem pessoal capacitado para reconhecer e reportar maus--tratos de crianças e ado-lescentes. A capacitação de pessoal, que é compulsória, deve ser séria e permanente. Este deve ser um dever legal não só dos cidadãos, mas agora das entidades públicas e privadas.

A legislação brasileira no que se refere à proteção à criança e ao adolescente é uma das mais avançadas. Porém a legislação, por si só, não interrompe o ciclo de violência à criança e ao adolescente.

Até que ponto a legislação está sendo aplicada e sendo de fato um instrumento para a proteção das crianças e adolescentes em todos os espaços?

Muitas vezes as próprias famílias e instituições que deveriam zelar pela proteção destas crianças e adolescen-tes são os maiores agressores e permitem que estas crian-

ças e adolescentes estejam vulneráveis a todo tipo de acesso.

É preciso um conjunto de atores e de uma rede de pro-teção para que se aplique a le-gislação e ela seja positivada.

A igreja está dentro des-se universo de instituições que trabalha com crianças e adolescentes e precisa estar alerta para não ser um espa-ço que promova maus tra-tos, mas sim um espaço de segurança onde elas estarão protegidas e possam desen-volver o potencial que lhes é dado por Deus de maneira saudável.

A igreja deve considerar a necessidade de aprender so-bre violência contra crianças e adolescentes, como forma de prevenção e aplicação dos princípios bíblicos.

Em nossa experiência te-mos visto muitas crianças e adolescentes sofrendo. Nós nos sentimos comprometidos em promover a sensibiliza-ção e capacitação de pessoas das igrejas locais, em relação à proteção das crianças e adolescentes, a fim de que seus membros sejam capazes de lidar com estas questões no desenvolvimento de seus ministérios.

Estamos alegres porque, em meio a tantos desafios, igrejas e organizações têm procu-rado ser agentes de paz e proteção, por meio de ações

práticas que promovem a capacitação de seus mem-bros e colaboradores para a prevenção de maus tratos e violência contra crianças e adolescentes.

Nesse intento o Pepe Rio de Janeiro, com o apoio da Primeira Igreja Batista de Campo Grande - RJ, Espaço Voar, Campanha Bola na Rede de Renas, Junta de Mis-sões Nacionais e Mundiais, promoverá a Oficina de Ca-pacitação para a Construção de Política de Proteção às crianças e adolescentes, es-pecialmente para igrejas e organizações. O objetivo é capacitar as lideranças cris-tãs a identificarem os sinais de maus tratos e violência, conhecerem procedimentos básicos e essenciais para en-caminhar os casos e construir um documento interno e norteador que a ajudará a lidar com estas questões em seus espaços.

Os interessados em parti-cipar dessa Oficina devem fazer contato com Geima Galgane, coordenadora do Pepe Rio de Janeiro, confor-me cartaz abaixo.

As crianças e adolescentes são pessoas de direito, preci-sam crescer num ambiente que lhes proporcione a segu-rança que necessitam. Esta é uma forma de permitir que as crianças vão a Jesus e sejam abençoadas.

Departamento de Ação Social da CBB

Por uma cultura de paz e bons tratos às crianças e adolescentes

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15o jornal batista – domingo, 21/07/15ponto de vista

Juvenal M de Oliveira Netto, segundo coordenador da Escola Bíblica Dominical da Primeira Igreja Batista de São Pedro da Aldeia – RJ

Como é frustrante alguém que luta por um objetivo a vida inteira e emprega

toda a sua energia, se abdica de outras coisas e, muitas vezes de forma despercebi-da, é pego de surpresa, não conseguindo alcançar o seu alvo. Para ilustrar bem esta realidade citarei uma frase popular bastante empregada, que diz assim: “Nadar, nadar, nadar e morrer na praia”.

A verdadeira Igreja de Cris-to é invisível aos olhos dos homens, apesar de crermos na confissão a Cristo como Senhor e Salvador e o arre-pendimento pelos pecados cometidos como sendo im-prescindíveis para que os homens venham a alcançar a salvação, quer dizer, morar por toda a eternidade no céu. Só podemos ter a certeza da nossa própria salvação, nin-guém pode ter certeza acerca da salvação do outro, mesmo que esta pessoa afirme ser cristão, exerça cargos de des-taque e congregue por anos a finco em uma Igreja, isto por si só não será a garantia para a sua salvação, pois nós vemos apenas o exterior, mas Deus vê além, Ele vê o cora-ção, ou seja, a autenticidade de tudo aquilo que tentamos mostrar por atos vistos exte-riormente.

A Bíblia diz que conhece-mos a boa árvore pelos seus frutos, por aquilo que ela vem produzindo no decorrer de sua vida, pois uma boa árvore, consequentemente, produzirá bons frutos, en-quanto que uma árvore ruim, mesmo sendo vistosa, bonita, e venha a oferecer uma som-bra que nos proteja do sol e do calor, será conhecida pe-los frutos podres, inservíveis, que não alimentam a nin-guém, nem animais e muito menos os seres humanos, como está escrito em Mateus

7.16-23. Este é apenas um parâmetro que a Bíblia revela para que tenhamos uma ideia de quem na verdade somos. Porém, não tem como che-garmos a uma conclusão definitiva acerca de quem seria realmente salvo ou não, a não ser o próprio Deus.

Nosso Mestre conta uma parábola narrada no Evange-lho de Mateus, capítulo 13, a partir do versículo 24, inti-tulada como: “A Parábola do Joio e do trigo”. O trigo (tri-ticum spp.) é uma gramínea cultivada em todo o mundo. Globalmente, é a segunda maior cultura de cereais e tem sido fundamental para alimentar milhares e milha-res de pessoas pelo mundo inteiro, ou seja, ele contribui fortemente para manter uma sociedade saudável, ele é uma bênção de Deus para todos nós.

Já o joio, conhecido tam-bém pelo nome de cizâ-nia, que como a maioria das espécies do gênero é uma planta anual, de talo rígido, que cresce até um metro de altura. Morfologicamente muito parecida com o tri-go, é considerada uma erva daninha desse cultivo. A semelhança entre essas duas plantas é tão grande que em algumas regiões costuma-se denominar o joio como “fal-so trigo”. O joio é frequen-temente infectado por um fungo, produtor de toxinas. Por ser uma erva daninha comum entre o trigo suscep-tível a infecção fúngica, em diversas línguas europeias a planta tem nomes que reme-tem para a embriaguez.

Jesus afirma que é comum na plantação do trigo nascer outra planta idêntica a ele, que se chama joio. Eles são tão parecidos que só serão identificados por ocasião da colheita, pois somente o tri-go produzirá alimento sadio. Ele se utiliza desta parábola para afirmar que nem todos que se dizem cristãos, o são verdadeiramente, segundo Mateus 7.21; que essas pes-soas estão tão juntas e são tão parecidas que somente

na hora da colheita, isto é, no julgamento final realiza-do pelo próprio Deus, é que elas serão identificadas e separadas uma para o gozo eterno (céu) e a outra para o fogo eterno (inferno).

Neste momento surge uma pergunta que não quer calar: Somos trigo ou joio? Lógico que se fizermos esta per-gunta tenho a certeza que a resposta será unânime, todos afirmarão serem trigo.

A Bíblia oferece parâmetros para realizarmos uma autoa-nálise e, consequentemente, chegarmos a uma conclusão acerca dessa pergunta. Pela importância que o assunto traz, diria que todos nós, cristãos, deveríamos parar por algum tempo, fechar os nossos olhos externos, dei-xarmos de olhar e julgar os erros do nosso próximo e olharmos para dentro de nós mesmos a fim de fazermos um autoexame.

Não levando em consi-deração o nosso tempo de igreja, a nossa assiduidade as reuniões, os cargos que já ocupamos ou até mesmo se já evangelizamos alguém que esteja firme na fé até hoje, mas, principalmente, quais tem sido os nossos frutos, não de forma isolada, mas como um todo.

Infelizmente, falo isso com muita tristeza no meu co-ração. No meio da igreja, mesmo sendo a minoria, existe o joio, isto é fato. Exis-tem pessoas falsas; extrema-mente egoístas em que tudo deve ser do jeito delas para satisfazerem o seu superego; pessoas invejosas, que se ale-gram com o tropeço do seu irmão, têm sempre em mente o “quanto pior melhor” para a igreja local, pois adoram um burburinho e sentem pra-zer em assistirem ao espetá-culo de verem “o circo pegar fogo”; mentirosas; fofoquei-ras, que destroem inúmeras vidas com as suas línguas afiadas; maldizentes, chegan-do até o absurdo de fazerem “orações contrárias”, do tipo: “Mata ele (a) Jesus”, “Tira o emprego dele (a)”, “Coloca

uma enfermidade nele (a) para ver se ele (a) aprende”; criadoras de intriga; perver-sas; pecam descaradamente, sem se sentirem culpadas, afinal de contas o que lhes importa é a sua imagem pe-rante o pastor e a igreja; não tem a menor preocupação com as pessoas que ainda não foram evangelizadas, o mais importante é que elas se sintam seguras e salvas e isto lhes basta; utilizam continuamente um linguajar profano e outras palavras de baixo calão, como exempli-fica Efésios 5.3-21; fazem acepção de pessoas; ficam de “mal” com irmãos lhes negando, inclusive, a fala; banalizam os cultos a ponto de ficarem o tempo todo conversando e acessando as redes sociais pelos disposi-tivos móveis; não temem a Deus; são constantemente motivos de dor de cabeça para os pastores e por muitas vezes são vistas como pes-soas “altamente problemá-ticas”; insubmissas, adoram mandar, mas detestam se submeter a qualquer tipo de autoridade, lembrando que a Bíblia traz a insubor-dinação a pé de igualdade com o pecado de feitiçaria e que todas as autoridades foram instituídas pelo pró-prio Deus, de acordo com I Samuel 15.23 e Romanos 13.1; são dominados pelo dinheiro, sendo avarentos ao extremo; praticam rela-ções sexuais ilícitas, isto é, fora do casamento; trocam de parceiros como se troca de roupa, Jesus afirma que o único motivo justificável para o divórcio é no caso de haver adultério, se fizermos uma pesquisa grosso modo, chegaremos à conclusão de que a maioria das separações não é por este motivo, segun-do Apocalipse 22.12-16 e I Coríntios 6.9-10.

A parábola do joio e do trigo traz uma ideia de que quem é joio ou trigo sempre o serão e ponto final. Porém, prefiro interpretar a Bíblia como um todo, vendo-a de uma forma mais ampla. No

decorrer da história vemos uma sucessão de erros por parte do povo de Deus, ve-mos isto com muita clareza no livro de Juízes. Deus está sempre pronto a nos perdoar e a dar-nos uma segunda chance, basta apenas que nos arrependamos sinceramente e mudemos a nossa maneira de viver, como relata II Crô-nicas 7.14. “Arrependei-vos” foi e será sempre a palavra--chave falada tantas vezes pelos maiores evangelistas de todos os tempos para definir o Evangelho de Cristo.

O joio traz inúmeros preju-ízos para toda a comunidade eclesiástica, pelo seu mal testemunho, que acaba nive-lando a Igreja de Cristo por baixo, prejudicando o seu crescimento e o cumprimen-to de sua missão, contudo, o maior prejuízo é para o pró-prio “joio”, pela condenação a ser recebida no fim de tudo.

Se começamos a ler este texto, talvez até por curio-sidade, constatamos que as características que ajudam a definir quem é joio estão intrinsecamente ligadas à nossa maneira de viver, este é o tempo para nos arrepen-dermos e mudarmos a nossa trajetória, a fim de não correr-mos o risco de nos privarmos parcialmente dos prazeres do mundo, sem, contudo, obtermos a salvação da nossa alma, que deve ser o nosso maior objetivo.

Portanto, o Senhor Jesus deseja que nós nademos, sim, nademos muito, empre-gando toda a nossa energia a todo o tempo, mas no fim de tudo, venhamos a alcan-çar o porto seguro, sendo reconhecidos não como joio (lembrando que a escolha de ser joio é totalmente nossa), mas como trigo, tendo como consequência a estadia de-finitiva e eterna no paraíso com o nosso Pai Celeste, Criador dos céus e da terra. Não tenhamos mais dúvi-da, decidamos ainda hoje a sermos trigo, sermos uma bênção, pois foi para isto que Deus nos chamou e nos separou do “mundo”.

Joio, eu?

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