joÃo alexandre alcantara monografia rinite...
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JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA
MONOGRAFIARINITE ATRÓFICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da UniversidadeTuiuti do Paraná, como requisito parcial paraobtenção do título de Médico Veterinário.Orientador: Prol: Paulo Noccra
CURITIBA2002
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO ...................................•...............•.••.......•..............................•..............•........... 01
2 ETlOLOGIA ...••...........................................•..........•...•.............................................................. 02
3 ACHADOS CLÍNICOS •••...•...••..••............................•...•........................................................... 03
4 PATOLOGIA CLÍNICA 04
5 ACHADOS DE NECRÓPSIA ..•........•...................................................................................... 05
6 DIAGNÓSTICO ....................................•....••....•............••...................................•.•..•................. 07
6.1 Diagnóstico Clínico
6.3 Diagnóstiço Microbiológico .
..................... 07
. 07
. 08
6.2 Diagnóstico Anátomo-Pnlológico ...
7 CLASSIFICAÇÃO DE REBANHOS COM R1NITE ATRÓFICA POR MEIO DE
iNDICE ..•...........................................................•••.............••....................................................... 08
8 DISSEMINAÇÃO DA RINITE ATRÓFICA .....••.................•....•..•••..............•...•................... 09
9 TRATAMENTO ............•............................................••................................................••........... 09
10 CONTROLE. .............••..................................•....•.....•...•....•......••.....................................•....... 10
11 RINITE COM CORPÚSCULO DE INCLUSÃO ...•...................................................•......... 11
12 CONCLUSÃO ............••..•.......•........................•....•.....•..•....•..........................•.......................... 14
13 REFEI~ÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15
J INTRODUÇÃO
A Rinite Atrófica é uma doença de suínos caracterizada por espirros, seguidos por atrofia
dos ossos turbinados que pode ser acompanhada por distorção do sepla nasal e encurtamento ou
dcrormação do ma.xilar superior.
Há divergência com respeito à prcdisposiçfio que os animais com rinite atrófica têm para
adquirir peneumonias. Em nossos estudos observamos que esta predisposição ocorre nos animais
com lesões graves.
Os mecanismos envolvidos no dcsencadeamcnto da rinile atrófica e as relações entre a
gravidade da doença e os fatores genéticos a metabólicos e o meio ambiente não estão, ainda,
totalmente esclarecidos.
2 ETIOLOGIA
Os agentes primários da rinitc atrófica são algumas amostras de bactérias Gram-ncgativas
das espécies Bordetella broncMseptica e Pastc/lrella mulJocidll, capazes de produzir uma toxina
que provoca nccrosc na pele de cobaias. As amostras que produzem estas toxinas são designadas
TDN + (toxina dennonecr6tica).
Organismos da espécie IJ. bronchiseplica TON + (toxina dermonccrótica) são amplamente
distribuídos em rebanhos suínos. Eles aderem rortemcnte às células da mucosa nasal, multiplicam-
se c produzem a toxina capaz de causar perda parcial dos ossos das conchas nasais. Isto ocorre duas
u três semanas após a inFecção. As alterações das conchas nasais, resultantes da infecção por B.
bronchiseptica, são regcneráveis e podem não ser observadas no animal adulto. Quando ocorrem
infecções mistas, principalmente com P. lIIu/locida TDN+ (toxina dermonecrótica), os danos
causados por n. brollchiseplica são amplificados e as alterações, persistentes e irreversíveis.
Experimentalmente, é possível produzir este tipo de alterações em leitões inoculados com P.
mul/ocido TON+(toxina dennonccrótica), após infecção com B. bronchi~·eplica. ou após o
tratamento da cavidade nasal dos leilões com ácido acético. Animais submetidos a estes tratamentos
podem tcr suas conchas nasais completamente destTuídas em duas semanas.
A doença com estas características é designada alualrnenle "rinite atrófica progressiva".
Amostras de P. m/l/tocida são, também, disseminadas em rebanhos suínos, mas apenas
nquelas produtoras de toxinas demonecróticas parecem estar envolvidas nos surtos severos da
doença. A maioria das Pasteurelas importantes na etilogia da rinite atrónca, são do tipo capsular O.,
embora também sejam isoladas amostras do tipo A., de leitões afetados.
Os r.'lIores quc auxiliam a colonização do trato respiratório dos suínos por P. mu//ocida
toxina dermonecrótica, em condições de campo, permitindo a manifestação da doença não são
inteiramente conhecidas. É provável que a B. bronchiseptica e irritantes da mucosa nasal com os
gases sulfidricos e amônia, poeira e alérgenos diversos, facilitem a colonização de P. /1//lltocida,
contribuindo para o surgimento ou agravamento da doença.
3 ACHADOS CLiNICOS
Os achados clínicos da rinite atrófica dependem do estágio das lesões. Nos casos agudos em
leitões de 3 a 9 semanas de idade, a irritação da mucosa nasal causa espirros e tosses, pequenOls
quantidades de corrimento nasal seroso ou muco purulento c epístaxe uni ou bilateral passageiro. A
freqüência dos espirros pode ser urna medida da incidência e da gravidade da doença. Em leitões
nascidos de porcas que receberam a vacina contra B. bronchiseplica e Pasleurela mullocida antes
da parição e que foram vacinados duas vezes até a terceira semana de idade, a freqüência de
espirros no período de três a nove semanas de idade for muito menor do que aqueles que receberam
a vacina contra B. brol1chiseplica. Os animais podem roçar o nariz contra objetos ou no solo. Em
geral, acompanha um corrimento ocular aquoso, que pode acarretar o aparecimento de estrias
ressecadas de poeim na comissura mediai dos olhos. Pode havcr redução na velocidade de
crescimento. Em infecções por B. bronchiseptica, esses sinais clínicos desaparecem
espontaneamente em poucas semanas e os suínos parecerão normais. Nos casos graves, a obstrução
respiratória pode ocasionar dispinéia e sianosc e os leitões que ainda estão mamando podem tcr
gmnde dificuldade para faze-lo. As secreções nasais ficam mais espessas, podendo ocorrer também
hcmorragia nasal. Nos estágios mais crônicos, pode haver a eliminação de um material bem espesso
durante as crises paroxfticas de espirro. Em geral, durante essa fase clínica verificam-se acentuada
deformação da face, em virtude da interrupção do desenvolvimento dos ossos, sobretudo os
turbinados, e o aCllmulo de material necrosado nas cavidades nasais. Os ossos nasais e pré-
maxilares ficam voltados para cima e interferem com a aproximação dos dentes incisivos c, em
menor escala, dos molares. Há vários graus de braquignatia superior e protrusão dos dentes
incisivos inleriores. A apreensilo e a mastigação se tomam dificeis, com conseqüente perda da
condição fisica. Nas fases finais a torção da face empresta-lhe a rorma de "concavidade"acentuada,
com enrugamento da pele. Se a condição for unilateral a maxila superior pode ficar torcida para um
dos lados. Estas deformações faciais visíveis são mais comuns em suínos de oito a dez semanas,
cerca de três a quatro semanas após a infecção, mas pode ocorrer em animais mais jovens.
Os efeitos mais graves da doença são a queda na taxa de crescimento e o definhamento. O
apetite pode não estar alterado, mas muito alimento se perde por derramamento e, em alguns casos,
a conversão alimentar pode estar reduzida.
4 PATOLOGIA CLiNlCA
É importante detectar os animais infectados em um rebanho, especialmente os portadores.
Os .lwabs nasais são usados para identificar a bactéria e detenninar sua sensibilidade aos
medicamentos. A colheita dos swabs nasais deve ser feita com cuidado e estes requerem um meio
de transporte especial, para assegurar um bom isolamento. Estão descritas técnicas de colheita de
amostra e um meio de cultura especial pam facilitar o isolamento e a identificação da /J.
broncltiseptica. As narinas são limpas com álcool e introduz-se um cotonete de arame flexível na
cavidade Ilasal (cada lado de lima vez) até atingir um ponto médio entre as narinas e o nível da
comissura mediai do olho. Após a remoção, coloca-se o algodão do cotonete em 0,5 ml de um meio
de transporte congelado estéril, composto de salina fosfatada tamponada (PBS, pH 7,3) com soro
fetal de bC7..crro (5% v/v). então, as amostras são colocadas em meios especiais, de prererência
dentro de quatro horas. De modo geral, o microorganismo cresce bem nos meios de cultura
convencionais, sobretudo quando as amostras são de suínos jovens. Entretanto, no suíno portador, o
microorganismo pode estar em pequeno número, sendo necessário um meio seletivo.
A técnica de cultura de material colhido na cavidade nasal tem sido usada como um auxílio
no controle da rinite atrófica causada por B.bronclriseptica. Considera-se que uma série de três
.nl'abs nasais de cada animal tem cerca de 77% de eficácia na detecção de animais infectados para
um possível afastamento e eliminação do rebanho.
Teste de aglutinação e ELISA são usados para a detecção de Sllinos infectados p~r B.
brol/chüeplica, sobretudo os portadores. A sorologia é importante para a determinação da resposta
dos suínos que receberam a vacina B.blVl1chisep/ica. Existem testes sorológicos de uso corrente
que não são seguros para Pasto mu//ocida.
As Pas/-l1Iu/tocidas crescem rapidamente em laboratório, mas é difícil isola-Ias de .m'abs
nasais, pois em geral são inválidos pela nora comensal. Com o objetivo de fazer tal isolamento,
foram desenvolvidos meios laboratoriais seletivos, contendo agentes anti-microbianos. O método
mais sensível para isola-Ius consiste na passagem do material por camundongos.
Pode-se fàzer uma análise dos cultivos celulares por meio do uso destes em pulmões de
embrião de bovino, sendo um teste in vitro sensível para a diferenciação entre cepas toxigênicas e
não toxigênicas de Pasl-lIlllllocida. Esta prova pode substituir os testes letais em camundongos, ou
dermonecróticos em cobaias.
Foram examinadas algumas técnicas para o diagnóstico clínico, porém não são muito
precisas. A radiografia do nariz não é conliávcl para a avaliação da gravidade da atrofia dos ossos
turbinados.
5 ACHADOS DE NECIWI'S1A
As lesões típicas de rinitc atrófica se limitam às cavidades nasais, embora doenças
comcomitantes, em especial a peneumonia virótica suína, possam produzir lesões em outras partes
do corpo. Nas tàses iniciais, há inflamação aguda, algumas vezes com acúmulo de pus, mas, nas
rases finais, há evidência apenas de atrofia da mucosa e descalcificação e atrofia dos ossos
turbinados c etmóide, que podem ter desaparecido completamente nos casos graves. Os processos
innamatórios e utróficos podem estender-se, envolvendo os seios faciais. Não parece haver
interferência com a vasculari:r.ação dos ossos atingidos. As aILerações nas cavidades nasais são mais
bem observadas quando a cabeça é dividida no plano sagital; mas, para o diagnóstico correto
devem-se determinar o grau de simetria, o volume e a atrofia dos ossos turbinados, bem como o
desvio do septo mediai, pelo exame de um corte transversal (vertical) do crânio, feito ao nível do
segundo dente pré-molar.
O diagnóstico clínico é confinnado e a gravidade das lesões estabelecidas pelo pós-morte de
um corte transversal do focinho, que deve ser feito ao nível do segundo dente pré-molar porque o
tamanho do osso turbinado é reduzido anteriormente, podendo dar um resultado positivo falso se o
corte for leito muito adiante. A avaliação da gravidade das lesões é importante para o registro da
incidência c da gravidade da doença no rebanho. Muitos sistemas foram usados para classilicar a
gravidade das lesões do focinho. A maioria deles empregava uma contagem visual e subjetiva, em
que os focinhos variam de grau O (nonualidade completa) até 5 (atrofia total dos cornetas).
Os padrões para cada grau são os seguintes:
Grau O - aus€ncia de desvio e nonnalidade absoluta, com o septo nasal reto os ossos
turbinados simétricos e preenchendo as cavidades nasais;
Grau I - irregularidade, assimetria e torção leve das estruturas nasais, sem atrolia;
Grau 2 - torção acentuada da estrutura nasal, mas sem atrofia acentuada;
Grau 3 - atrofia definida dos ossos turbinados, com ou sem torção;
Grau 4 - atrofia mais grave, atingindo seriamente um ou mais ossos turbinados;
Grau 5 - atrofia muito grave, na qual todos os ossos turbinados praticamente desaparecem.
Um sistema de classificação tão descontínuo não fornece uma relação quantitativa direta. O
exame regular dos focinhos dos suínos enviados para o abate pode ser usado para estabelecer o
nível de atrofia das ossos turbinados no rebanho. Atualmente, existem métodos morfométricos que
usam tanto a contagem de pontos como a planimetria semi-automática aplicada a fotografias ou
impressões de cortes do focinho para medir a extensão da atrofia dos cornetas em uma escala
contínua com um índice morFométricos. Os cortes transversais do focinho são fotograFados ou
usados para obter impressões que, então, são medidas. O índice morlométrico é determinado, sendo
a relação entre o espaço livre e a área lotai do corte transversal da cavidade nasal. Tal sistema é
bastante compatível com aquele de c1assilicação visual de O a 5, Illas é muito trabalhoso c
relativamente caro. Encontram-se disponíveis descrições dos métodos para conFecção de impressões
do focinho.
A principal limitl.lção do sistema de graduação é que a l.ltroJia dos turbinados ocorre como
um espectro contínuo, sendo diricil decidir, por exemplo sc um suíno com lesão de grau 3
representa a manifestação mais grave da infecção por B.bronchiseplica, que pode não evoluir mais,
ou uma manifestação inicial da infecção por Pasl.l1Il1/tocida loxigênica, que poderia tornar-se um
problema sério para o rebanho.
6 DIAGNÓSTICO
6.1 Diagnóstico Clínico
A rinitc atrófica é caracterizada, clinicamente, por espirros, formações de placas escuras nos
cantos internos dos olhos, corrimento nasal seroso ou mucopurulcnto e encurt'amento e/ou desvio
lateral do focinho. Alguns animais podem apresentar a arc.1da dentária inFerior à frente da superior,
um deleito conhecido como bmquigmalia superior. Animais severamente afetados apresentam
atrasos no desenvolvimento corporal. O diagnóstico clínico é reali7.ado mais facilmente em leitões a
partir de 5 semanas de idade.
6.2 Diagnóstico Anatomo-patológico
O diagnóstico definitivo deve ser feito pelo exame das conchas nasais de leitões, com cinco
a dez semanas de idade ou de animais enviados a frigoríficos. É aconselhável o exame de, pelo
menos, 20 animais, provenientes de várias leilegadas.
As conchas nasais são examinadas após o corte transversal do focinho, entre O primeiro e o
segundo dente pré~molares. Deve~se usar uma serra afiada. se possível elétrica. E necessário alguma
experit:l1cia antes de se tomar decisões, quanto à nature7..a das alterações. por isso recomenda-se o
exame de vários animais comparando~se OS vários graus de alterações.
6.3 Diagnóstico Microbiológico
O material para exame laboratorial deve ser colhido de leitões jovens entre cinco c dez
semanas de idade que não tenham sido mcdicados com antibióticos nas últimas duas ou três
semanas. Colhem-se material na cavidade nasal de leitões vivos com o auxílio de swabs estéreis,
feito com arame flexível e algodão na ponta. De leitões necropsiados coletam-se as amígdalas.
Estudos realizados mostram ser mais fácil O isolamento de P. mll/fodda das amígdalas, enquanto
B.brollchiscptica t! isolada mais facilmente das secreções nasais. O material colhido deve ser
acondicionado em gelo e encaminhado, com urgência, ao laboratório. Os exames laboratoriais são
realizados com o objetivo de isolar B.bronchiseplica e P.mlll/Ocida. E necessário identificar o tipo
capsular a capacidade das Pasteurelas produzirem toxinas dermonecróticas. Com as bactérias
isoladas o laboratório pode reali7..arantibiogramas para orientação da medicação dos animais.
7 CLASSIFAÇÃO DE REBANHOS COM IUNITE ATRÓFICA POR MEIO DE ÍNDICE
Os rebanhos podem ser monitorados quanto a ocorrência de rinite atrófica, usando-se um
índice que se baseia no número de animais examinados e nos graus de alteração das suas conchas
nasais. Para isto, recomenda-se. inicialmente, o exame de grupos de animais, no frigorífico, a
intervalos mensais ou bimestrais, por um período de 6 a 12 me5CS. Se o índice permanecer
estacionário, dentro do esperado reduz-se a periodicidade dos exames para 3 a 4 vezes ao ano.
8 DISSEMINAÇÃO DA RINITE ATRÓFIÇA
A rinite atrófica não se transmite facilmente entre rebanhos. A transmissão da infecção exige
proximidade cntre os animais. Os leitões jovens geralmente se infectam a partir da mãe.
Quando a doença surge pela primeira vez é, geralmente, o resultado da introduçào de
animais infectados vindos de outros rebanhos. Estes animais podem não apresentar sintomas de
rinitc atrófica, o que dillcultu o controle da doença.
Os animais mais afetados sào leitões que se infectam nas primeiras semanas de vida com
ambos os agentes. Se estes leitões não estiverem protegidos com anticorpos especílico, recebidos
através do colostro, provavelmente desenvolverão a fonna mais grave da doença.
A doença se inicia pela colonização da mucosa da cavidade nasal por B.brollchiseptica,
seguida, ou não, pela colonização por P./IIultodda. A colonização por B.hronchiseptica depende da
imunidade do leitão transferido da mãe, através do colostro.
Tem sido demonstrado em rebanhos com deficiência no manejo, que a infecção por
B.brollchiseplica geralmente ocorre na primeira semana de vida do leitão, enquanto a infecção por
P./1/ultocida ocorre entre 3 e 5 semanas. Em rebanhos submetidos a condições mais favoráveis de
manejo e onde a imunidade das porcas é mais eficientemente transferida aos leitões, a infecção por
B.blVllchiseplica pode ocorrer entre 3 e 4 semanas e por P.II/lIilodela após 5 semanas de idade.
9 TRA lAMENTO
o tratamento no início da doença reduz a gravidade de seus efeitos, mas tem pouco valor
nos suínos cronicamente acometidos c, devido à pouca velocidade no crescimento e à alta
conversão alimentar, recomenda-se a eliminação desses animais no início de sua vida. Podem-se
administrar tilosina na dose de 20 mg/kg de peso corpóreo ou trimetropim-sulfadoxina (40 mg/200
mglml) na dose 0, I mlfkg, por via parenteral ou adicionar sulfametazina e/ou tilosina nas doses de
200 a 100 mg/kg de ração, respectivamente, a ração de desmame. As injeções parenterais precisam
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ser repetidas a cada 3 a 7 dias, sendo feitas, no mínimo, três aplicações e a medicação deve ser
colocada na ração durante 3 a 5 semanas. O problema com a medicação precoce na ração está na
obtenção de ingestão adequada das drogas antibacterianas. Isto raramente é conseguido antes de
duas semanas de idade podendo ser necessário antibióticos parenterais, se ocorrer infecção
significativa antes dessa fase.
rara tralamento c controle da rinite alrófica, recomenda-se a administração parcnteral de
agentes unlimicrobianos a cada lciUio, começando no terceiro dia de vida, num total de 3 a 5
injeções COIll intervalo de 3 a 7 dias. No entanto, em um rebanho grande tal esquema de tratamento
seria muito trabalhoso c, até que uma análise de custos e beneficios indique um efeito vantajoso
desse método em relação aos demais, não se pode recomenda-lo.
O tratamento da infecção experimental por B.bronchiseplica em leitões foi bem sucedida
com ° uso da associação trimetropim e sulfadiasina na água de beber a nível de 13,3 e 77,6 ",sim I
respectivamente, durante 3 semanas. Tal método elimina a necessidade de injeções repetidas nos
animais.
10 CONTROLE
Raramente é possível conservar rebanhos inteiramente livres de surtos leves de espirros, e
um nível baixo de ossos turbinados e nasais aberrantes à necropsia é comum, mesmo em rebanhos
que não evidenciam sinais clínicos de rinite. Quando a rinite atrófica atinge nível não aceitável no
rebanho, as medidas de controle adequadas são usualmente estratégicas: quimioprofilaxia,
vacinação, encerramento temporário do rebanho à introdução de novos suínos e melhora nas
condições de criação (como melhor ventilação, higiene e menos poeira nas rações). Em geral,
quimioprofilaxia inclui a administração de drogas antibacterianas a todas as porcas, particularmente
antes do parto, assim como há leitões recém-nascidos c, algumas vezes, a suinos recentemente
desmamados. Medicações nas rações de desmamados e de animais em crescimento e, algumas
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ve:l.es, nas rações de matrizes, é útil com freqüência, As drogas comumente usadas são sulfonanidas,
trimetropim. tilosina e tetraciclinas. Tem sido desenvolvidas bacterinas contra P. mul/oácla
toxigênicas, B. bronchisepticas ou ambas. Vacinas com toxóide e misturas de bucterinas com
toxóide estão disponíveis contra P.mul/oáda; embora ambas apresentem resultados satisfatórios na
maioria dos rebanhos, a infecção pode ser melhor prevenida com misturas de bactcrinas com
toxóides. As porcas são vacinadas 4 c 2 semanas antes do parto e os leitões com uma e quatro
semanas de idade. Um nível alto de imunidade colostral se desenvolve em leitões oriundos de
porcas vacinadas.
11 RINITE COM CORPÚSCULO DE INCLUSÃO
A rinitc com corpllsculo de incJusl0, causada por um hcrpesvírus beta (família
Herpesl'iridoe), é uma doença extremamente comum, mas em geral pouco importante, em suínos
jovens. Ê provável que esteja mundialmente disseminada e observações clínicas e soro lógicas
sugerem que está presente na maioria dos rebanhos suínos. Rebanhos livres de patógenos
específicos, obtidos por técnicas de histerectomia, não estão necessariamente isentos e a
transmissão congênita do vírus foi demonstmda.
O vírus está presente nas vius respiratórias superiores de suínos e altas excreções ocorrem,
predominantemente, no periodo de duas a quatro semanas após a infecção. A transmissão é pelas
vius respiratôrias, mediante contatos diretos, inrecção por aerossol e, possivehnclllc, também via
urina. O vírus invade as células epiteliais, e em especial aquelas de glândulas nasais de muco,
destruindo as células acinares e causando metaplasia do epitélio adjascente, sendo a principal
manifestação clínica uma doença respiratória superior. Após a infecção, o vírus pode disseminar-se
por todo o organismo. Em sulnos mais velhos, a generalização se restringe a células epiteliais de
outros sistemas orgânicos, em cspecial dos túbulos renais, sendo clinicamente inaparente.
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Entretanto, em suínos muito jovens, o vírus também mostra predileção por células
reticulocndotcliais, podendo a generalização resultar em anormalidades clínicas adicionais.
Em lermos clínicos a doença acomete leitões de até aproximadamente 10 semanas de idade,
mas a idade de manifestação em qualquer rebanho pode depender do método de manejo. Um
espectro etário mais amplo de envolvimento pode ser visto inicialmente, quando a doença é
introduzida no rebanho pela primeira vez. Na maioria dos rebanhos, a doença atinge os suínos no
final da fase de lactente e no início do desmame. O sinal mais evidente são os espirros que
freqüentemente ocorrem em paroxismo c após lutas e brincadeiras. Há um corrimento nasal seroso
pouco importante, que raramente pode estar manchado de sangue, e uma exsudação marrom ou
preta em torno dos olhos. l-lá evolução clínica varia entre aproximadamente duas e quatro semanas.
Todos os suínos do grupo ficam acometidos, mas em geral não há mortes.
A doença dos corpúsculos de inclusão citomegálicos generalizados pode ocorrer em suínos
expostos a infecção e, em geral, ocorre com um surto envolvendo as diversas ninhadas. A síndrome
se caracteriza por morte súbita e anemia. Muitas vezes, há uma história de diarréia no grupo dentro
da primeira semana de vida, com os suínos acometidos mostrando palidez da pele e muitas vezes
parecendo gordos e bem desenvolvidos superllcialmente devido ao edema, em especial no pescoço
e nas regiões dos quartos dianteiros. A morte, resultante primariamente da anemia, ocorre durante a
segunda ou terceira semana de vida e a mortalidade dentro do grupo pode aproximar-se de 50%.
Hemorragias petcquiais têm sido um aspecto da doença provocada experimentalmente em suínos
gnotobióticos, mas não ocorrem, necessariamente, em surtos de campo. Uma anemia moderada,
acarretando paralisação do crescimento mas sem mortalidade significativa, também pode ser vista
em suínos recém-desmamados com a doença.
Os efeitos mais graves da infecção generalizada são vistos quando leitões são expostos a
infecção intensa ainda muito novos. Isto comumente ocorre em grandes rebanhos com alta
densidade contínua de passagem de ninhadas para galpões de desmame. Além da doença
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reSpir<llÓria superior, a infecção nessa idade pode resultar em doença cnlérica, morle repentina,
anemia e perdas com desigualdade acentuada de crescimento entre as ninhadas.
A rinitc com corpúsculo de inclusão não é uma causa primária da rinitc atrófica. Entretanto,
é provavcl que contribua para a diminuição da resistência local à inlecção e para a predisposição a
infecções por /Jordetellas bronchiseplica e outros palógenos respiratórios.
O diagnóstico de rinilc com corpúsculo de inclusão é feito, em geral, após a demonstração
de corpúsculos de inclusão intranuclear lípico nos cortes histológicos de leitões escolhidos para
abale. Os corpúsculos de inclusão lambém podem ser demonstrados em células esfoliadas obtidas
por meio de JlI'abs nasais de suínos vivos. O melhor momento de colhe-los é no pico da infecção
clínica de diversos suínos. O diagn6stico por isolamento do vírus é raro, visto que o crescimento do
vírus é dificil, mas ele se rixa em culturas de macróragos de pulmão suíno. Podem-se detectar
anticorpos contra a infecção por técnicas de imunoOuorcscência indireta. Também é um teste
prático, sensível c rcproduzível o imunoensaio enzimático absorvente (ELISA).
Não hâ tratamento elicaz e, na maioria dos rebanhos, ncnhum é garantido. Os antibióticos
podem reduzir temporariamente a gravidade da infecção bactcriana secundária em casos de rinite
grave. O controle da doença grave baseia-se em procedimentos de manejo que evitam exposição
grave de leitões muito jovens.
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12 CONCLUSÃO
A renitc alfó/ica dos suínos é uma doença contagiosa do trato respiralória superior,
caracteri7...ada por atrofia das conchas nasais. A doença pode aretar o desempenho produtivo,
ocasionundo peruas econômicas, mas não está ainua esclarecido porque tais perdas só ocorrem em
dctcnnínados rebanhos. A rcniLe utróficu está disseminada por todas as principais áreas de produção
de suínos no Brasil.
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13 REFERÊNCIAS DIJILIOGRÁFICAS
BRITO, J.R.F.; J>IFFER, I.A.; BRITO, M.A.V.P. Pesquisndores da Embrapa-Centro Nacional
Pesquisa de Suínos c Aves.
DONE, J,T., 1995.
EDINGTON, N. el aI., 1976
FRASER, C.M. Manual Merck de Veterinária: um manual de diagnóstico, tratamento, prevenção c
controle de doenças para o veterinário. 7,1 ed. São Paulo: Ed. Roca, 1996.
KANTZ, c.L.& \VOODRUFF.M.E., Proc. 4th int. Cong. Pig. velo Soe.,1976.
L'ECUYER, C. et aI. Proc. 2nd. int. cong. pig. veto Soe, 1972.
MV281CONSULTA
UNIVERSIDADE TUlUTI DO PARANÁFACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURITIBA2002
,JOÃO ALEXANDRE ALCANTARA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da UniversidadeTuiuti do Paraná, como requisito parcial paraobtenção do título de Médico Veterinário.Orientador: I")rof Paulo Nocera
CURITrnA2002
APRESENTAÇÃO
Este Tnlb:tlho de Conclusão de Curso. é um dos requisitos para obtenção do título de
Médico Vctcrimírio do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
É composto de um Relatório de Estágio rcalizado junto à Fazenda Experimental Canguiri,
durante o período de 03 de abril a 17 de junho de 2002 e também lima monograria versando sobre
"Rinite Atrófica" que se encontra logo após a descrição das atividades de estágio.
UNIVERSIDADE TUIUTI DO I'ARANÁFACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA
RELATÓRIO IlE ESTÁGIO CURRICULAR
CURITIBA2002
JOÃO ALEXANDRE ALCANT ARA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoCurso de Medicina Veterinária da UniversidadeTuiuti do I>urnná, como requisito parcial paraobtenção do titulo de Médico Veterinário.Orientador: Pror. Paulo Noccra
CURITmA2UU2
AGRADECIMENTOS
À Dcus, por todos os momentos vividos.
À meus f..1miliarespelo amor, paciência e dedicação em todas as horas.
À Fazenda Experimental Canguiri, pela oportunidade de estágio.
Aos funcionários da Fazenda Canguiri, pela amizade e receptividade.
Aos meus colegas de curso, pelo apoio e amizade.
Aos meus professores, colegas que de alguma fonna contribuíram para a minha
formação profissional.
Ao meu orientador profissional pela orientações durante o estágio.
À todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
estágio c relatório, que me incentivaram c acreditaram na minha conquista.
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO ............•............................•••...•....................................•...•.........•..................... 01
2 PANORAMA DA SUINOCULTURA •...•••..•.•............•........••............•..•....•..•....•..•.................03
2.1 Panomma InternacionaL.. ....03
2.2 Suinocultura Brasileira .. . 03
. 042.3 Suinocultura Paranaense .
3 RAÇAS UTlLIZADAS NA GRAN.JA ......................•.......•.......•.........................••..•............ 06
3.1 Largc Whiteou Yorkshirc... . . 06
3.2 Landracc
3.3 Pictrain .
3.4 Moura
....06
.. .07
........ 08
4 CRUZAMENTOS UTILIZADOS 10
5 MEMORIAL DESCRITIVO DA GRANJA II
6 NÚCLEO DOS CACHAÇOS 12
6.1 Instalação ........................................................... 12
6.2 Manejo . .......... 12
.. 136.3 Alimcnlação .
6.3.1 Composição da Ração ... . 14
7 NÚCLEO DE COBERTURA 15
7.1 Instalação
7.2 Manejo ...
7.3 Alimentação
7.3.1 Composição da Ração .
...................................... 15
15
.................... 16
...17
8 NÚCLEO DE ESPERA 18
8.1 Instalação ....
8.2 Manejo
.. 18
.................................................................... 18
8.3 Alimentação ..
8.3.1 Composição da Ração .
....... .18
.... 19
9 NÚCLEO IlE GESTAÇÃO ..•....•....•.•.••.•...••...........................•...•..._ ..••...••...•..•...•....••.•........•...20
9.1 Instalações.. . . .. . 20
9.2 Manejo ...20
9.3 Alilnenlação . 21
9.3.1 Composição Básica da Ração.. . 22
lO NÚCLEO DA MA TERNIDADE .......................................•....•...•........................................... 23
10.1 Instalação . 23
)0.2 Manejo ...
10.3 Alilnentação .
. 24
10.3.1 Composição da Ração de Lactação ....
......25
. 26
1i NÚCLEO DA CRECHE .....•....•...•.........•..............•....•••.••...•...•.........•.._.....••..•...................••..27
11.1 Instalação
11.2 Manejo ...
11.3 Alimentação.
......................................... 27
................................ 28
. 28
11.3.1 Composição da Ração Pré Inicial.
11.3.2 Composição da Ração Inicial....
. 29
. 29
12 NÚCLEO DE RECRIAffERMINAÇÃO ................•....•........•.................•........................... .30
12.1 Instalação... . . .. . 30
12.2 Manejo
12.3 Alimentação ..
................. 31
12.3.1 Composição Básica da Ração de Crescimento
12.3.2 Composição Básica da Ração de Terminação .....
.....31
....... .32
. .33
13 I'ARÂMETROS PRODUTIVOS DOS PRIMEIROS CINCO MESES IlE 2002 ...•...•......34
14 CASTRAÇÃO .................•..................•..•.•...........•.................................................................. .35
14.1 Procedimentos de Castração ... . .35
. 3514.2 Desinrecção .
14.3 Cirurgia ....
14.4 Pós-Operatório
. 35
............................................................. 35
15 CAMA SOIlREI'OSTA ..................•.........................................••.•..•........•...•........................ .36
15.1 Fundamentos ..
15.2 Criação de Suínosdc Engorda
. .36
..37
15.3 Vantagens . . .39
'5.4 Desvantagens.
15.5 Resultados de Campo com o Sistema ...
... .40
....41
16 MANEJO DE DEJETOS ......•........................................................••..•.•..••...•.........•...........•... .42
17 CONCLUSÃO .........................•....••.........•..•.•.••....••..••..•••...•..........................................•..........43
18 REFERÊNCIAS IlIOLlOGRÁFICAS ....................................•.....•.....•.•...••..•...•.........••..••....44
1.INTRODUÇÃO
1.1. Origem dos Suínos
O único artiodáctilo monogástrico vivendo em domesticidade é os suínos.
Apareceram na Term a cerca de 40 milhões de anos atrás e pertencem ao gênero Sus. Com
base em suas origens, todas as raças de suínos domésticos conhecidas atualmente, podem ser
liIiadas a 3 grandes espécies:
# Sus scmjá - Tipo ccltico, descendente do javali europeu;
1/ Sl/S l'iUa/us- Tipo asiático, originário da índia;
# Sus mediterrâneo .••- Tipo ibérico;
A domesticação do suíno roi creditada aos chineses durante muitos anos.
Porém, pesquisas recentes cretuadas pelo arqueólogo americano M. Roscmber, da
Universidade de Dclaware, mostram que a domesticação do suíno ocorreu 10.000 anos atrás em
aldeias do leste da Turquia.
Na América, os primeiros suínos chegaram em 1493 com Cristóvão Colombo; no Brasil os
primeiros porcos chegaram ao liloml paulista trazidos por Martim Afonso de Souza.
Desde a domesticação, até hoje, os suínos sofreram grandes transformações morfológicas e
fisiológicas, moldando-se sempre, a necessidade do homem.
Primeiramente, o javali, que era uma presa, possuidor de uma grande caixa torácica (boa
capacidade cardio-pulmonar) e em comparação tinha pouco posterior, o que lhe permitia o
desenvolvimento de grandes velocidades.
Com a domesticação e a crescente mudança de hábitos, o animal não precisou mais buscar
alimento e fugir dos predadores, pois se protegia «a sombra do homem" logo, sua forma
"triangular" (70% anterior e 30% posterior) passou a retangular"(50% anterior e 50% posterior),
com grande depósito de gordura corporal, mudança l:ssa que acompanhava a evolução. Surgia,
então o suíno lipo banha.
02Os avanços na genética, manejo, nutrição c sanidade, associados sempre necessidade
humana, permitiram o desenvolvimento de um animal precoce que possui lImu conversão alimentar
cada vez mais eficiente, chegando ao abate entre os 5 e 6 meses, pesando de 90 à 120 Kg. E um
depósito de gordura cada vez menor. O atual suino é do tipo carne.
o suíno moderno começou a ser desenvolvido no início do século, através do
melhoramento genético com o cruzamento de raças puras. Pressionados por uma melhor
produtividade para tornar a espécie economicamente mais viável e pelas exigências da população
por um animal com menos gordura. Atualmente, graças aos programas de genética c nutrição. O
suíno moderno apresenta de S5 â 60% de carne magra na carcaça e apenas 1,5 à 1 em de espessura
de loucinho
032. PANORAMA DA SUINOCULTURA
2.1. Panorama Internacional
A carne suína é a fonle de proteína animal, mais consumida no mundo, e as perspectivas do
mercado externo c a capacitação do Brasil na produçt"'ío torna boas as expect'ativas quanto a um
aumento da participação brasileira no mercado internacional.
No ano de 1994 foi feito um levantamento elaborado pela USDA (UlIiled S/ales
Deparlamell/of Agriculillre) que verificou o aumento de 1% no rebanho mundial na década de 90,
clcvando-o para 756 milhões de cabeça, estimando um crescimento para as próximas décadas e
possivelmente passando dos 800 milhões de cabeças até o tinal desta. As maiores regiões
produtoras são:
China - 44 mil toneladas
E. U.A - 8,39/ mil toneladas
Alemanha - 3,670 millonelodas
O Brasil ficou com o 60 maior rebanho - 1,620 mil/ouela(/as.
2.2. Suinocultura Brasileira
Mesmo sendo responsável por menos de 2% da produção mundial (1,5 milhões de
toneladas/ano), a suinocultura brasileira deu sinais deu sinais de reaquecimento em 1997 com
exportações, e pode mostrar toda a sua força em 1998. Entre Janeiro e Novembro foram
embarcados 58.075 toneladas de carne suína - quase exclusivamente de cortes - gerando uma
receita cambial na ordem de US$ 135,7 milhões, um incremento de 14,8% se comparado ao mesmo
período de 1996. O volume de exportação, no entanto, representou um decréscimo de 1,8%. As
estimativas apontam para embarques de 63, I mil toneladas em 1997, contra 64,3 mil no ano anterior
I-Iong-Kong ainda se destaca como o maior comprador de carne suína do Brasil, o que, em volume,
representa 25.504 toneladas (43,9% das exportações). A Argentina, que detinha o 10 lugar em 1996,
04passou a ser o 2° compmdor do produto brasileiro com um total de 23.272 toneladas (40%) seguida
pelo Uruguai (com 6,8%).
Em 1997, o consumo roi de 9 kg. Por habitante, valor somente equiparado ao do México
com 9,6 kg. Por habitante, e inferior ao índice de 1996, com 9,6 kg por habitante.
De acordo com infonnações do registro genealógico da ABeS o rebanho brasileiro é de 35,8
milhões de cabeça (35,1 em 1996). A mesma ronte indica que foram produzidas 1,6 milhões de
toneladas de carne suína ano passado (1997), contra 1,5 milhões em 1996.
Santa Catarina é responsável por 61 ,5% das exportações brasileiras de carne suína; é Omaior
produtor. O Rio Grande do Sul responde por 12,7% do total.
2.3. Suinocultura Paranacnse
o I)araná possui uma tecnologia considerada boa, c animais com um bom padrão genético.
A suinocultura está localizada principalmente nas regiões oeste, sudoeste sendo que Toledo,
no oeste paranaense, possui a maior população suína de aproximadamente 165.000 cabeças. Nas
áreas mais tecnificadas (oeste sudoeste e centro oeste) a exploração é feita basicamente nas
pequenas propriedades menores que IDO hectares.
Merece destaque, no cenário nacional, pois é um dos maiores exportadores de animais vivos,
principalmente para São Paulo e Santa Catarina.
QUADRO I. Resumo Estatistico de Suínos no Brasil
Ano Rebanho Prod. de carne População do Consumo
do Brasil SuiDa (mil/too) Brdsil Kglano
1990 30,0 1,040 151,0 7,0
1991 31,0 1,105 153,4 7,3
1992 32,0 1,197 155,9 7,5
1993 32,5 1,225 158,3 7,7
1994 33,1 1,260 160,9 8,0
1995 34,0 1,387 163,5 8,5
1996 35,7 1,490 166,1 9,0
1997 35,8 1,540 166,6 9,5
1998 36,5 1,600 167,0 10
"FON I E . MINISTERIO DA AGRICUL 1 URA E DO ABASTECIMENl O.
QUADRO 2. Resumo Estatístico de Suínos no Brasil
Aoo Exportação (mil too) Abate Brasil mil. Preço do SUfDO vivo
1990 13,1 8,42 0,66
1991 17,3 9,15 0,68
1992 44,5 10,00 0,72
1993 34,8 10,20 0,73
1994 32,3 10,80 0,82
1995 36,5 12,00 0,75
1996 64,3 13,56 0,80
1997 63,8 13,00 0,82
1998 100,0 14,00 0,83
FONTE. MINISTERIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO.
os
063.RAÇAS UTILIZADAS NA GRANJA
3.1 Large \Vhile ou Yorkshire
Originária do condado de York c adjacências, na Inglaterra; é uma raça excelente quanto à
prolificidadc, sendo suas remeas boas leiteiras e excelentes mães; possuem grande desenvolvimento
se adaptando a qualquer tipo de criação; tem boa capacidade de ganho de peso, rápido crescimento
e boa conversão alimentar.
Segundo BERTOLlNI (1992), a raça Large \Vhitc é uma raça de notável prolificidade,
grande desenvolvimento, adapta-se a qualquer tipo de criação, alta aptidão leiteira, boa capacidade
de ganho de peso, rápido crescimento caracterizando uma boa conversão alimentar, corpo de
Lamanho médio a comprido em ronna de paralelepipédico, carcaça com pouca gordura e boa
produção de carne.
Principais características:
• Cabeça: mais ou menos larga, perfil coneavelíneo.
• Orelhas: asiálicas, grandes.
• Pescoço: comprido e fino.
• Peito: largo c profundo.
• Dorso: comprido, plano e largo do pescoço à garupa.
• Lombo: largo e comprido.
• Cestilhares: profundos c lisos.
• Cerdas: brancas c sedosas.
3.2 Landrace
Originária da Dinamarca onde foi selecionada e depois espalhada para a Europa e EUA.
Houve época em que a Dinamarca proibiu sua exportação, existindo apenas exemplares em alguns
países. Os exemplares que existiam no Brasil chegaram em 1955 e eram originados da Suécia.
07Somente em 1973, a Dinamarca liberou sua exportação. chegando seus primeiros
exemplares ao Brasil para o criador Lutralla. em São Paulo. Traia-se de uma raça altamente
prolífera, precoce e produtiva. Os animais dessa raça tem excelente conformação, as Icmeas .com
ótima produção de leiteira, boa conversllo alimentar, comprimento de corpo excelente e produção
de carcaça com pouca porcentagem de gordura.
Esta raça é conhecida por produzirem grandes ninhadas e pelas suas qualidades maternas.
Segundo JARDIM (1975), Landrace vem sendo aperfeiçoado pelos dinamarqueses hã mais
de um século, visando além de conformação ideal para a produção de carne magra, excelentes
qualidades crialórias. O Landrace é muito prolífero, precoce, produtivo, dotado dc pernis bem
conformados de modo 3. atender perfeitamente ao lipo ideal de porca lipo carne.
Principais características:
• Cabeça: mais ou menos comprida, larga entre as orelhas, perfil reto, as vezes subcôncavo.
• Orelhas: compridas e célticas.
• Pescoço: harmonioso e bem unido!:>às espáduas.
Lombo: bem comprido e reto.
• I'eito: estreito e cilíndrico.
• Garupa: larga c comprida.
• Cestilhares: compridos e bem arqueados.
• Cerdas: brancas, finas e sedosas.
3.3 Pietrain
É originário da Bélgica, do cruzamento de suínos 8erkshirc e Tamworth. É conhecida como
a raça dos quatro pernis, por possuírem uma excelente massa muscular no quarto dianteiro.
Possuem baixa velocidade de ganho de peso e dão a impressão de ser um porco gordo devido a sua
confonnação curta e rechonchuda (com membros curtos).
08Quase sempre apresentam problemas cardíacos, sendo o maior limitante dessa raça.
Freqüentemente perde-se reprodutores em acasalamento nas horas quentes dos dias.
Junto com a descrição de outras raças, segundo JARDIM (1975), Pietrain é uma raça ~~Iga,
de formação recente; parece possuir boas qualidades de adaptação, clima e produção, porem não
supre as lrês raças mais importantes (Landrace, Duroc, \Vcsscx) nos cru7..Jmentos para a produção
de carne magra. É um porco grande, comprido, compacto, bem musculoso, com o posterior mais
desenvolvido que o interior, o qual entretanto é bem mais cheio que nas raças de carne.
Principais características
• Cabeça: relativamente pequena, com perfil subconcavelínco.
• Orelhas: asiáticas.
• Dorso: reto, largo e musculoso.
• Lombo: amplo e musculoso.
• Pernil: bem cheio, amplo e profundo.
• Peito: cilíndrico c longo.
• Garupa: larga, pouco curta e muito musculosa.
• Cestilharcs: bem arqueados.
• Cerdas: brancas com manchas pretas.
3.4 Moura
Não se sabe a procedência desses animais, só se sabe que em pouco tempo se multiplicaram
e se espalharam pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Por muitos anos
foram explorados pelos colonos, qucr em sistema semi confinado nas regiões mini fundiárias, ou a
solta, nas regiões onde a extensão das propriedades assim o permitissem. Acompanharam as
09migrações de colonos que vindos do Rio Grande do Sul, traziam em sua bagagem, exemplares dessa
raça.
A rusticidade, a prolificidade e a prepotência genética, características marcantes nesses
animais, permitem que, apesar dos sucessivos acasalamentos consangüíneos ou dos cruzamentos
indiscriminados com outras raças, ainda hoje, possamos encontrar animais com fortes traços que os
identificam como descendentes de suínos da raça Moura.
Na literatura nacional, sobre a raça moura, (MACHADO 1967) em seu livro "Os Suínos",
faz rcfercncia sobre esses animais, particularmente no que se refere a sua capacidade de oferecer
bons produtos, quando cruzados com os suínos da raça landrace.
Principais Características
• Cabeça: média, perfil concavelíneo e subconcavelíneo.
Cerda: brancas e pretas (tordilha).
104 CRUZAMENTOS UTILIZADOS
# Puro x Puro (da mesma raça)
#I}uro x I'uro (de raças diferentes)
# Puro x cruzado
#cruzado x cru7..ado
II5 MEMORIAL DESCRITIVO DA GRANJA
A gmnja esta situada dentro do Fazenda Experimental Canguiri, situada na Rua Ivonc
Pimentel sino no município de I)inhais. pertencente a Universidade Federal do Paraná, consta ~c 11
galpões em alvenaria. onde é praticado o ciclo completo da suinocultura: cobertura -) espera --»gestação --+ maternidade --Jo creche --)-crescimento --+ terminação
126 NÚCLEO DOS CACHAÇOS
São as baias destinadas aos machos exclusivamente, aonde são mantidos em baias
individuais. Há uma variação na idade dos cachaças.
Segundo OODINHO (1987), os animais reservados para reprodução, são aqueles que
somam qualidade econômica e qualidades raciais.
6.1 Instalação
São três construções, cada pavilhão contém 2 baias, sendo uma por animal, cada baia
contém uma área coberta com 3,05 m de comprimento 2,20 m de largura.
A construção é em alvenaria.
O piso é cimentado.
As muretas divisórias medem 1,40m.
Pé direito com 2,00 m.
Telhado de amianto.
Cada baia possui um comedouro de cimento fixado ao piso e um bebedouro tipo chupeta
ou taça.
Os dejetos são escoados por uma abertura entre o piso e a mureta, caem em canaletas, e
são escoados até as lagoas de contenção.
Conforme BERTOLlNI (1992), os abrigos c as baias para machos deverão estar
locali7..adas bem próximos às instalações das fêmeas. Os abrigos deverão possuir um comedouro e
um bebedouro, paredes divisórias de 1,00 à 1,10 m. de altura, pé direito com 2,50 m., lelhado com
telha de barro.
6.2 Manejo
A partir da separação dos sexos, fase de início da puberdade, os machos serão criados em
instalações próprias, secas e limpas, confortáveis, com boa alimentação.
13Quando é leito coherlurJs os cachaças vão até as baias das fêmeas ou vice versa, sempre
pela manhã ou no linal da tarde, que são 05 horários mais fresco do dia.
Não há lima regra quanto ao manejo de cobertura.
A monta é controlada por um funcionário, que já sabe qual a fêmea que esta no cio, e leva
a temea até a baia do cachaça ou vice versa, num intervalo de doze em doze horas.
São feitas todas as anotação: data de cobertura, número da matriz, número do macho c data
para confirmação.
Segundo BASSOLl elo aI. (198\), com menos de oito meses de idade o cachaça não deve
ser utilizado para coberturas. Do oitavo no décimo segundo mês, o cachaça pode ser utilizado uma a
duas vezes por dia descansando dois dias. À pOrlir do décimo segundo mês, o cachaça pode realizar
duas a três monlas por dia, descansando um dia.
Segundo BERTOLlNI {I 992), os machos destinados a reprodução são selecionados pela
primeira vez à partir da desmama, repetindo-se na fase final da recria. quando pelas condições
renoLípicas dCTllonstrar-Jo suas boas qualidades.
Segundo GODINHO (1987). os cachaços adultos podem cobrir até trinta porcas por mês,
quando mantidos presos com ração controlada.
6.3 Alimentação
Uma alimentações ao dia, pela manhã às 8 horas.
Segundo BASSOLl et. a!. (1981), a alimentação dos cachaços deve ser rica em sais
minerais, a ração apresenta-se granulada contendo 3.300 kcallkg.16% de Proteína Bruta, 0,8% de
cálcio, 0.45% de fósforo e 0,35% de sal comum.
Segundo BERTOLlNI (1992). a alimentação do macho reprodutor deve ser individual e a
quantidade de alimento deverá ser de 2.0 à 4,5 kg por dia. O reprodutor não deverá engordar
demais.
146.3.1 Composição da Ração
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moido 55,5634 277,817
Farelo de soja 19,1339 95,670
Farelo de trigo 18 90
Fosfato bicálcico 1,7127 8,564
Calcário-calcítico 1,5157 7,578
Salcornum 0,5 2,5
Premix mineral e vitamina 3,5 17,5
Cloreto de colina 0,0743 0,371
Tolal 100 500
FONTE. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI
157 NÚCLEO DE C08ERTURA
Neste núcleo ficam as fCmeas desmamadas, primíparas, e os reprodutores. Sendo que as
fêmeas ficam em baias coletivas, e o reprodutor em baia individual..
7.1 Instalaçào
São quatro compartimentos para remeas e três para machos no galpão, cada compartimento
para as fêmeas tem uma área de 5,20 m X 3,40 m e o compartimento dos machos possui uma área
de 2,SOm X 3,40m sendo compartimentos alternados para que haja contato entre machos e temeas, a
mureta divisória tem altura de 1,20m.
Construção em alvenaria com piso cimentado.
Ahura do pé direito: 2,40 m
Telhas de cimento amianto.
Bebedouros - dois em cada baia, do lipo chupeta.
Comedouros - nno possui, as fCmeas são alimentadas em celas individuais dentro do
mesmo galpão.
Segundo l3ERTOLlNl (1992), os comedouros deverão ser automáticos em número de dois
por baia. O pé direito com 3,00 m. coberto com telhas de barro.
7.2 Manejo
O reprodutor fica numa baia individual localizada alternada com as baias das temeas
desmamadas c das primíparas com grades divisórias, facilitando assim o contato que estimulará o
cio.
As baias contém 6 fCmcas cada. A temea vem da maternidade pam a cobertura onde ficarú
até ser coberta, cobre·se 2 à 3 vezes cada porca, duas vezes ao dia, nas horas mais frescas do dia.
antes das 8:30 da manhã e a tarde após as 16:00 horas.
16A porca é desmamada na quinta-feira, é coberta na segunda e terça e na maioria das
fCmcas.
Idade mínima para a primeira cobcrlura:
# Fêmea: 7 à 8 meses, ou I 15 à 125 Kg; ou de preferência no 3° cio.
# Macho: 8 meses; deve tcr aspecto vigoroso e masculino.
Segundo BERTOLINI (1992), as fêmeas deverão ser alojadas próximas das baias dos
tnDchos, aonde possam visualiza-Ios para favorecer o aparecimento do cio. O numero ideal de
fêmeas por baia é de cinco animais, ou, no máximo, oito animais por baia.
GODINHO (1987), é importante que as baias dos cachaças sejam gradeadas, para que eles
possam farejar o cio das porcas.
GODINHO (1987), é importante que nas primeiras coberturas, se dêem leitoas menores
que os cachaças, que a diferença de tamanho não seja muito grande entre o macho e a fêmea, que a
cobertura feita pela manhã seja repetida à tarde.
7.3 Alimentação
Os animais nesta fase silo alimentados uma vez ao dia, logo pela manhã, recebendo de 2 a 3 kg de
ração cada, dependendo da idade, o tamanho e estado corporal.
Segundo BERTOLrNl (1992), a nutrição é de grande importância para as marrãs ou porcas
em reprodução, quantidades adequadas de nutrientes para que tenham um perfeito desempenho. Os
excessos alimentares influenciarão na mortalidade embrionária, mas também as restrições poderão
causar problemas quanto a sobrevivência fetal. A alimentação do macho reprodutor deverá ser de
2,0 à 2,5 kg de ração por dia, o reprodutor não poderá engordar demais pois trará problemas de
aspecto reprodutivo.
7.3.1 Cornposiçiio da Raçiio17
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moído 55,5634 277,817
Farelo de soja 19,1339 95,670
Farelo de trigo 18 90
Fosfato bicálcico 1,7127 8,564
Ca1cário·ca1cítico 1,5157 7,578
Sal comum 0,5 2,5
Premix mineral e vitamina 3,5 17,5
Cloreto de colina 0,0743 0,371
Total 100 500
-FONTE. FABRICA DE RAÇAO DA I'AZENDA CANGUIRI
18S NÚCLEO DE ESPERA
É destinado as ICmeas já cobertas, as ICmeas ficam em grupos. De 19 a 22 dias após a
cobertura o cachaça é passado entre as fCrneas, para confinnar a cobertura ou ocorrência dS um
novo cio.
8.1 Instalação
São quatro compartimentos com uma área de 3,90 m X 3,25 In , contendo um comedouro
coletivo cimentado ao piso e um bebedouro do tipo chupeta.
São construções em alvenaria com o piso de cimento.
Altura do pé direito: 2,00 m.
Telhas de cimento de amianto.
8.2 Manejo
As ICmeas vem da cobertura e vão ficar 19 a 22 dias na espera para confirmação de
prenhes, c depois vão para a geslaç110, onde vão ficar em celas individuais, lado a lado.
8.3 Alimentação
São alimentadas uma vez ao dia, recebendo 2kg. de ração umedecida
198.3.1 Composição da Ração
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moído 55,5634 277,817
Farelo de soja 19,1339 95,670
Farelo de trigo 18 90
Fosfato bicáJcico 1,7127 8,564
Calcário-calcitico 1,5157 7,578
Sal comum 0,5 2,5
Premix mineral e vitamina 3,5 17,5
Cloreto de colina 0,0743 0,371
Total 100 500
FONTE, FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI
209 NÚCLEO DE GESTAÇÃO
Neste núcleo abrigará as temeas a partir da terceira semana de gestação até cinco dias antes
do parto .Nesta fase as porcas são mantidas em celas individuais.
9.1 Instalação
Um galpão com 3D,DOm de comprimento e 7,50m de largura abriga 50 celas de gestação
com 1.25m de comprimento c 0,57m de largura c O,83m de altura, são dispostas horizontalmente
em 11leiras, separadas por um corredor central de O,84m C2 corredores laterais com 0,72m, uma sala
para armazenamento de ração e uma sala de pL-sagem.
A cobertura é de cimento amianto.
Com o pé direito de 2, 15m.
o comedouro é de alvenaria lipo canaleta ficando á frente da gaiola, e o mesmo comedouro
é usado para colocar água.
Piso parcialmente ripado para escoamento de dejetos que caem direto em canaletas que são
ligadas diretamente a esterqueira.
Segundo BERTOLlN (1992), as instalações pam suínos devem prever condições adequadas
que permitam criá-los com a máxima eficiência, serem elas equipadas c dispostas de tal maneira
que se consiga um bom desempenho no trabalho e no custo de produção.
Segundo GOOINHO (1987), as estações poderJo ser gaiolas individuais ou baias coletivas.
9.2 Manejo
A porca sai do núcleo de espera e vai para o núcleo de gestação ficando até cinco dias antes
do parto, para depois ir para a maternidade.
Nesta fase os animais ficam presos em celas individuais, tendo espaço só para levantar c
deitar.
21Segundo BERTOLlN (1992), no período de gestação a fêmea deverá ser mantida em
ambiente tranqüilo, isento de fatores estressantes, ser bem nutrida.
Conforme CARROL et. ai (1967), o exercício realizado pela fêmea é considerado essencial
para sua gestação, como também o vigor híbrido da descendência.
9.3 Alimentação
SãO feitas duas alimentações no dia, pela manhã, ás 8 horas, e a tarde ás 16 horas. As
matrizes recebem 2kg de ração por dia .Um kg pela manhã e um kg a tarde.
Segundo BERTOLlNI (1992), alimentação após o acasalamento deverá ser diminuída,
evitando que as gestantes engordem em demasia, a segunda metade da gestação requer nutrientes
em maior quantidade ..
Conforme BERTOLINI (1992), a dieta alimentar acarreta 2,0 il2,5 kg de ração.
BASSOLl ct. alo (1981), a ração nesta fase apresenta-se com 14 à '6% de Proteína Bruta.
Os níveis de energia podem variar de 3.100 à 3.300 kcaVkg, 0.85% de cáJcio,O,45% de
losfora e 0,50% de sal comum.
229.3.1 Composição Básica da Ração
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moído 55,5634 277,817"
Farelo de soja 19,1339 95,670
Farelo de trigo 18 90
Fosfato bicálcico 1,7127 8,564
Calcário-caJcít'ico 1,5157 7,578
Sal comum 0,5 2,5
Premix mineral e vitamina 3,5 17,5
Cloreto de colina 0,0743 0,371
Total 100 500
, .. , -I ONl E. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI
2310 NÚCLEO I)A MATERNIDADE
É destinada às crias dos leilões, sendo que a porca permanece ali quatro semanas, desde
cinco dias antes do parto, até a desmama dos leitões que se processa aos 24 dias.
Tendo um local para a porca e outro para os leitões, sendo que a temperatura de conforto é
diferente das duas Faixas etárias. Os leitões tcrão escamoteadorcs como Fonte de calor (lâmpadas)
para propiciar uma melhor temperatura.
GODlNI-IO( 1987), citou que a matemidude é a instalação mais importante, por que nela se
obtém o desfrute do rebanho, com a maior produção de leitões.
BERTOLlN (1992), demonstrou que todas as fêmeas que não possuem boa qualidade
reprodutora, com dereitos que afetam a produção (velhas, sucessivamente gordas, enJennas,
nervosas) deverão ser eliminadas, e substituídas pelas existentes no planteI.
10.1 Instalação
São 5 salas com 4 celas parideiras cada c mais duas salas com 6 celas, sendo que cada cela
com uma medida de 2,28 m. de comprimento e lima largura de 1,72 111, o espaço onde fica a porca cde 1,35 m de comprimento e 0,58 m de largura, o espaço do escamotcador é de 0,54 111. de
comprimenl'o e 0,58 111 de largura.
Piso cimentado, com cama de ccpilho, sendo que I 111. atrás da porca c 0,20 m em cada
lado é preenchido com grades de ferro; pé direito com 2,50 m e 2,70 In respectivamente. Contém
um corncdouro cimentado, um bebedouro tipo chupeta em cada baia, acrescido ainda de um
bebedouro aos fundos da baia para os leitões e um comedouro de madeira dentro do cscamoleador.
Segundo BERTOLlNI (1992), os escamoteadores devem possuir um bebedouro para
leitões em fonna de concha, cama adequada (cepilho ou maravalha), cu ma fonte de aquecimento
(lâmpada comum ou infmvennelha).
2410.2 Manejo
A porca sai do núcleo de gestação cinco dias antes do parto, é lavada e vai para a
maternidade, aonde terá os leitões. Após 24 dias, em média, pós-parto a porca vai para o núcleo de
cobertura, c os leitões irão pafa a creche onde estarão com uma média de 24 dias de idade, ficando
lã até 65 dias.
Logo após o nascimento dos leilões, eles são limpos com papel toalha para retirar os restos
placentários que ficaram na boca e no focinho do leitão.
Após os leitões serem limpos são postos para mamar o colostro.
Os leitões são pesados ao nascer e ao desmame. É reita a castração aos 8 dias, no máximo
até os 15 dias, a identificação dos leitões é por mossador no primeiro dia. O rabo não é cortado
porque não há canibalismo; também são cortados os dentes c umbigo no 10 dia de vida.
Segundo PAVES (1997), corte de dentes caninos 24 horas após o nascimento, corte de
rabo e marcação após o primeiro dia de vida. Junto com a castração. Com esta pauta evita-se a
perda de volume sangUíneo nas primeiras horas de vida do leitão, além do traumatismo que areta o
consumo do colostro nas primeiras horas de vida.
Conlonne PA VES (1997), ao igualar o número de suínos por ninhada dentro de uma
mesma sala com porcas em parto simultâneo, diminuímos a ocorrência e incrementam-se os suínos
desmamados por ninhada.
PAVES (1997), mostrou que as suínos exercem uma forte concorrência desde o
nascimento c estabelecem uma ordem social muito marcante, sendo que os suinos mais pesados
ocupam na linha mamaria um lugar privilegiado com relação as tetas mais produtivas, o que lhes
assegura um consumo maior de colesterol nas primeiras horas de vida.
Segundo PAVES (1997), leitões acima de 1.200 gramas de peso ao nascer tem a
capacidade de criar-se por si mesmo valendo-se do que a mãe lhe fornece, já leitões com menos de
1.200 gramas ao nascer necessitam de maior atenção desde o nascimento.
25RONALDO REIS (1997), citou que aproximadamente 15% da mortalidade total ocorre no
período de 4 li 7 dias após o parto. Cerca de 15% das mortes ocorrem após a primeira semana de
vida. As principais causas são:
# trauma;
# baixa viabilidade;
11 fome;
As outras importantes causas de mortalidade incluem diarréias, artrites c anomalias
congênitas. Nos leitões mais velhos, diarréia e Qutras doenças tornam-se crescentemente mais
importantes como causas de mortalidade.
Segundo BERTOLlN (1992), os leitões destinados ao abate deverão ser castrados de
10 à 15 dias de idade; recomenda-se o corte e a desinfecção do umbigo logo após o parto.
Segundo BERTOLlNI (1992), O assinalamenlo é de grande importância na criação,
pois pela identificação do leitão, o criador poderá conhecer seus antecedentes.
Conrorme BERTOUNI (1992), durante as três primeiras semanas de vida, o leitão
depende exclusivamente do leite materno para seu desenvolvimento; a partir da quarta semana, as
necessidades diárias de nutriente do leitão começam a ser superiores ( onde haverá necessidade de
uma alimentação suplementar em pequenas quantidades).
10.3 Alimentação
A alimentação da porca t! dada três vezes ao dia, pela manhã às 8 horas, ao meio dia e a
tarde às 16 horas.
o leitão nessa fase se alimenta do leite da porca e após uma semana de vida recebem ração
pré-inicial.
Segundo BASSOU et. aI. (1981), a ração de lactação pode tcr 15% de Proteína Bruta e
3.300 kcal.
2610.3.1 Composição da Ração de lactação:
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moído 71,54 357,7
Farelo de soja 20,16 100,8
Farelo de trigo 4 20
Inerte 0,3 1,5
Premix mineral e vitamina 4 20
Total 100 500
FON rE. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI
2711. NÚCLEO DA CRECHE
I~destinada a abrigar os leitões desmamados, desde os 24 dias, em média, até os 65 dias de
idade.
Segundo GODINHO (1987), na creche se procede a desmama mantendo os animais até
completarem 20,0 kg de peso.
11.1 Instalação
São duas áreas com 7,75m de comprimento c 3,35m de largura divididas em duas salas
cada, contendo 8 gaiolas suspensas em cada sala; cada gaiola mede 2,OOm com 1,00 m. de largura e
comportam 6 leitões, O piso Tipado e ao fundo COnl grades de plástico. Tendo a frente das salas
inteira abertas protegidas por cortinas.
A construção é em alvenaria.
Pé direito com 2,OOm.
Coberto com telhas de cimento am janto.
Comedouros de cimento fixados aos pilares que sustentam as gaiolas c bebedouro do tipo
nível.
As instalações devem, na medida do possível, providenciar para que nem o calor ou frio
externo, passem para dentro do seu interior. Para isso é necessário que haja um bom volume de ar
disponível e lâmpadas para aquecimento.
Segundo NASS (1997), entretanto no caso de climas quentes, onde se apresentam
problemas no verão, é necessário que seja utilizado ventilação forçada ou, até mesmo banho
esporádico dos animais maiores para tirar o estresse, ou seja, aumenta sua resistência ao calor.
Segundo BERTOLlN (1997), O criador deverá se preocupar com o controle sanitário dos
animais e das instalações. Falta de higiene nas instalações representa displicência do criador com
seus animais.
2811.2 Manejo
Os leitões dever dO ficar do 24( dia até o 65{ dia de idade; após eles irão para a recria. Na
saída da creche são escolhidos os lotes que, por genética, poderão ser os futuros reprodutores da
granja.
o melhor procedimento de desmama é a retirada da porca da ala da maternidade e a
permanência dos leitões por mais alguns dias no local, afim de evitar o estresse da desmama, que
provocará perda de peso.
Segundo BERTOLlNI (1992), o desmame convencional é praticado aos 56 dias, ou
precocemente. que poderá ser efetuado à partir da terceira semana de idade, desde que as condições
de manejo, alimentação e sanidade sejam adequados, o que renetirá em leilões vigorosos e de bons
pesos.
Segundo REIS (1992), a mortalidade pré desmama entre os rebanhos varia grandemente
entre 5% até 40%, representa a maior taxa de mortalidade de todas as fases de produção, embora
não represente necessariamente em algumas granjas, a maior perda econômica.
11.3 Alimentação
A alimentação é dada à vontade, e a ração é farelada.
Nessa fase os leitões vão se alimentar de dois tipos diferentes de ração:
/I Pré inicial- de 24 até 45 dias;
# Inicial- de 46 até 65 dias;
Segundo BASSOLl et. aI. (1981), a ração é granulada, contendo 3.300 kca1 de energia
digestível, 16% de Proteína Bruta, 0,8% de cálcio. 0,45% de fósforo e 0.35% de sal comum.
29,1.3.1 Composição da Ração Pré-Inicial
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moído 52,296 261,48
Farelo de soja 30,204 151,02
Farelo de trigo 03 15
Vitaminas 0,5 2,5
Soro de Leite 10 50
Premix mineml e vitamina 4 20
Total 100 500
FONTE: FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI
11.3.2. Composição da Ração Inicial
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moído 60,764 303,82
Farelo de soja 28,736 143,68
Farelo de trigo 2,5 12,5
Vitaminas 0,5 2,5
Soro de Leite 2 10
Farinha de Carne 2,5 12,5
Prcmix mineral e vitamina 3 15
Total 100 500
FONTE: FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI
3012 NÚCLEO OE RECRIA/TERMINAÇÃO
E destinada aos leitões que vieram da creche com 65 dias, ficando na terminação até os
154 dias.
Segundo BERTOLlN (1992), a recria poderá ser realizada pejo sistema de semi·
conlinamento, onde os leitões tem acesso a piquetes algumas horas por dia, ou em sistema
conJinado.
12.\ Instalação
São duas instalações diferentes, uma para pesquisa c outra para venda de animais em
crescimento ou terminados.
A primeira possui 650m2 divididos em 39 baias,! depósito de ração e corn ..-dores. As 39
baias são divididas em:
• 15 baias com área de 2,70x ',70m
• 16 haias com área de 2,70x 1,40m
• 8 baias com áreas que variam de 31,5 a 55,5 m2.
As baias menores possuem um cotllcdouro de cimento fixo ao piso e um bebedouro tipo
chupeta ou nível e abrigam 2 animais cada.
As baias maiores possuem dois bebedouros tipo chupeta c um comedouro automático e
abrigam 25 à 45 animais cada variando com o tamanho da baia.
A construção é em alvenaria.
O piso é cimentado e nas baias para 2 animais o terço final é ripado para escoamento dos
dejetos.
o telhado é de folhas de zinco.
Pé direito com 4m.
31O escoamento dos dejetos é feito por canaletas que percorrem toda instalação e são
direcionados até as lagoas de contenção.
A segunda instalação de recria/tenninação fica na entradas da granja c possui uma área de
t 68m2 divididos em 10 baias c uma sala de pesagem.
Cada baia possui um comedouro de cimento fixado ao piso c um bebedouro tipo chupeta.
Segundo BASSOLl (1981), a inslalação para a recriai terminação abrigará de 15 fi 20
animais por baia, altura do pé direito com 2,80 à 3,00 rn. um bebedouro para cada 10 animais e um
comedouro automático.
12.2 Manejo
Os leitões chegam aos 65 dias de idade na recriai tenninaç50, ficando até aos 154 dias,
saindo dessa insLalação, uma parte vai para a reposição do plantei da própria granja, e a maioria vai
para o abate.
Segundo ANDREOITI (1993), 110 setor e de terminação os manejos são mais simples,
porém não menos importantes, este setor terá seu maior ou menor sucesso, dependendo das
condições em que receber os animais.
Segundo BERTOUN (1992), o manejo deve se preocupar com o controle sanitário dos
animais c das instalações que deverão estar limpas e desinretadas, serem providas de água e boa
ventilação.
12.3 Alimentação
A alimentação ê a vontade, aonde ganharJo peso para ir ao abate.
Nessas rases os animais vâo ter dois tipos direrentes de ração, crescimento e terminação Na
recriai terminação o objetivo é atingir no seu final animais com ótima perfonnance com um baixo
consumo alimentar, aliado a boa saúde.
32Segundo BASSOLI et. aI. (1981), a ração de recria apresenta-se granulada e deve conter
3.300 kcal de energia digcstível, 16% de Proteína Bruta, 0,8% de cálcio, 0,45% de fósforo e 0,35%
de sal comum. A ração de terminação apresenta-se farelada com 3.300 kcal de energia digestível, 12
à 14 % de Proteína Bruta, 0,6% de cálcio, 0,45% de fósforo c 0,35% de sal comum.
12.3.1 Composição Básica da Ração de Crescimento
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moído 67,8218 339,109
Farelo de soja 28,5779 142,889
Cloreto de colina 0,061 0,301
Fosfato bicálcico 1,7165 8,583
Calcârio-calcítico 1,1275 5,637
Sal comum 0,35 1,75
Prcmix mineral c vitamina 0,3 1,5
Lisina 0,0462 0,231
Total 100 500
FONTE. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI
12.3.3 Composição da Ração de Tenninação33
COMPONENTES PORCENTAGEM QUILOGRAMAS
Milho moído 74,5205 372,602
Farelo de soja 22,8145 114,072
Cloreto de colina 0,0734 0,367
Fosfato bicálcico 0,7045 3,523
Calcário-calcitico 1,3371 6,686
Sal comum 0,35 1,75
Prcmix mineral e vitamina 0,2 , 1
Total 100 500
, " ,I ONTE. FABRICA DE RAÇAO DA FAZENDA CANGUIRI
13 I'ARÂMETI!OS REI'RODlJfIVOS DOS CINCO PRIMEIROS MESES DE 2002
11 Idade ao primeiro serviço - fcmca: 7,0 à 7,5 mcscs;
macho: 9,0 à J Omeses;
fi Vida útil da porca - até 6° Oll 7° parto (máximo);
fi Vida útil do cachaça - dois anos;
# Todo uno é renovado 20% do planteI;
# Peso ao abate - 70 à 95 kg.
/I Idade de abale - 154 dias;
# Números de cachaças - 08
fi Número de fêmeas - 83
# Idade á desmama - 24,2 dias;
# Número de partos- 66;
li Média de peso! nascimento - 1,568 kg.
li Média de pesol desmame - 7,320 kg.
#Mortalidade até o desmame - 12%
1/ Média de nascidos - 10,33 leitões
li I>orccntagcm de natimortos - 6,90%
34
3514CASTRAÇÃO
A castração dos cachaças é em gaiolas fixadas no piso, sem nenhum cuidado especial.
14.1 Procedimentos de contenção
• Coloca-se o cachaço na gaiola.
• Amarr..t-sc o animal peJa boca e pelas quatro palas, tentando deixa-lo o mais seguro possível
14.2 Desinfecção
Lava-se o escroto com água c sabão até remover toda a sujeira .
• Fazer desinfecção do local PVI'I
14.3 Cirurgia
• Ê feito um corte no sentido vertical sobre os testículos.
• Iluxu-sc os tcsticulos ao máximo ale o cordão espermálico ficar bem esticado.
• Amarra-se os cordões e corta o testículo 11m centímetro após a amarração.
14.4 Il6s-0pcrmório
• Anti-inllamatório.
• Repelente
Cicatrizantc
• O animal fica sendo observado diariamente.
3615 CAMA SOBREPOSTA
Com o desenvolvimento do novo sistema Decp Bedding (em português chamado "cama
sobreposta"), velhos galpões de frangos estão sendo utilizados para criação de suínos de engorda.,
em lotes que variam de 20 á 1000 animais em um só compartimento. O sistema "Cama Sobreposta"
consiste na criação de suínos sobre camas de material absorvente, que não permite o escoamento de
dejetos (sólidos e líquidos) para fora do galpão. Quando estas camas são retiradas ao final do
período de cngordu, já na forma de "composlagem", são usados como fertilizantes agrícolas,
completando um ciclo natural que não agride o meio ambiente. Trata - se de um sistema que atende
às expectativas modernas da criação de animais, pois pcnnite a produção de suínos respeitando o
seu "Bem - estar" c o "Meio - ambiente" em que vivemos. Por estes motivos a adoção do sistema
permite ao criador desenvolver um marketing diferenciado, pois o produto final atende às
exigências do consumidor moderno.
15.1 Fundamentos
Os fundamentos que regem a engorda de suínos neste sistema, independentemente das suas
vantagens e desvantagens, são:
respeito ao animal, proporcionando-lhe maior bem-estar;
proteção do meio ambiente, devido ao liSO de todos os dejeto, sob a fonna de composlagem,
como adubos orgânicos;
marketing c venda de um produto diferenciado, que atende às exigências do consumidor
moderno.
Em relação ao "Bem-estar dos animais", este sistema, atende às 5 principais leis européias,
pregoadas pelos Partidos Verde e Ecologistas:
os animais não devem ser submetidos à fome e à desnutrição;
não devem ter incomodo físico ou térmico;
37n50 devem estar sujeitos a instalações que causem lesões lisicas ou predisponham a
enfermidades;
os animais não devem estar sujeitos a situações de ansiedade ou stress; deve estar preservada
a habilidade dos animais em expressar o seu comportamento normal.
Em relação à "Proteção do ambiente", o sistema de "cama sobreposta", reduz a possibilidade
de poluição das águas, do acumulo dos dejetos em lagoas, o cheiro e as moscas. A cama é aplicada
diretamente na agricultura, diminuindo o uso de fertilizantes químicos e aumentando a carga de
matéria orgânica no solo. A cama pode ser fcita com O aproveitamento dos resíduos agricolas da
regmo, diminuindo os problemas de sua eliminação.
Em relação às oportunidades de "Markcting", este sistema atende ao conceito de"produção
verde", aceito e exigido pelo consumidor moderno. Trata-se de um sistema socialmente justo e
ecologicamente correto. Por isso. permite um marketing diferenciado, com grande potencial para
agregar uma receita adicional, o que compensaria o seu maior custo de produção. Permite, também,
a exportação para os países com restrições ecológicas e ambientalistas, como é o caso de varios
países europeus(especialmente a Inglaterra) c o Japão.
15.2 Criação de Suínos de Engorda
o sistema usa basicamente o aproveitamento de velhos prédios ou galpões de lrangos de corte.
A largura ideal desses galpões deve ser de 10 a 14 metros, sendo que o comprimento só interessa
para de Icnninar a quantidade de suinos alojados. A densidade recomendada é de I suíno a cada 1,4
m2. Porlanlo, um galpão de 10 x 140m (1400 ml) abrigaria 1000 cabeças de uma s6 idade.
Ter animais de uma SÓ idade, com variação máxima de uma semana entre os mais navos e os
mais velhos, é recomendado para evitar a tmnsmissUo de enfermidades. O tamanho ideal dos lotes é
de 250 a 300 cabeças.
38Normalmente esses prédios possuem lima mureta de 0,3 a 0,4 metros de altura e uma tela de
proteção de pássaros até o final do pé direito.
Uma cortina pennite regular a ventilação e a entrada de chuva e sol.
o ideal é que o prédio seja feito sobre solo arenoso, ou com boa capacidade de absorver água, c
construído no sentido transversal ao vento predominante.
o piso é recoberto com cama, como nos frangos de corte. Os materiais mais usados são a casca
de arf07..•a palha do trigo, sabugo de milho triturado, palhada da soja, papel picado e sepilha. Este
uhimo, porém, é o menos indicado por causar linfoadenitc nos suínos, que no abate podem ser
confundidas com lesões de Tuberculose e causar a condenação das carcaças.
Inicialmente a cama é colocada numa altura de 35 cm.
Dependendo da umidade do tempo e da ventilação, pode ser necessário acrescentar mais cama
durante o período de engorda do animaLUm:l regra prática que o sistema assume, é usado 1 kg de
cama para cada quilo de ganho de peso do suíno alojado. Portanto, se um suíno entra com 20 kg e é
abatido aos 100 kg, são necessários 80 kg de cama para abrigá-lo durante o período de três meses de
engorda.
Devido ao grande consumo de cama, o sistema é indicado para regiões que tenham boa
disponibilidade da mesma.
Quanto aos corncdouros, são indicados somente os comedouros com chupeta, que permitem o
consumo de ração molhada. Neste sistema, a água é fornecida somente pelas chupetas dos
corncdouros, pois não podem ser colocadas chupetas Oll laças em outros locais, para evitar O
umedecimento da cama. É uma das bases e vantagens do sistema: economizar água sem prejudicar
o consumo da mcsma pelos animais.
Os comcdouros são normalmente colocados sobre uma plataforma de madeira, para evitar que
a cama caia na ração.
39Esta plataforma possui lima medida que permite aos suínos colocar suas 4 patas sobre ela, em
qualquer idade, para facilitar seu acesso ao comedouro.
Os comedouros são colocados numa só IiIcira em uma das laterais do galpão, respeitando a
medida de uma boca de comedouro para cada 12 a 15 suínos alojados. A colocação lateral d~s
comcdouros é imporl'ante pois dessa fonna os suínos concentrarão seus dejetos no lado oposto.
Quando a largura do galpão for superior a 14 melros é desejável colocar duas fileiras de
comcdouros, uma cm cada lado do galpão. Neste caso, os suínos elegerão a região central do galpão
para seus dejetos. Ao final do lote, 60% da área conterá dejetos e 40%(áreas próximas aos
comcdouros) estarão mais secas.
o uso de cama aumenta o calor dentro do galpão, o que é bom para o animal novo que chega,
mais e ruim para o animal eom mais idade de engorda. Alguns estudos demonstram temperaturas de
até goe a mais ao nível da cama em relação ao meio ambiente externo. Por este motivo, são
preferidos os galpões com "Iantcrnim", que estejam em locais bem ventilados ou que se coloquem
ventiladores no interior dos mesmos. Os maiores problemas de cama molhada ocorrem nos períodos
de chuva, onde a umidade é maior e diliculta a ~ecagem.
o uso deste sistema diminui drasticamente a quantidade de moscas e o cheiro característico da
criação de suínos. Na saída do lote, após a retirada da cama. o piso é recoberto com uma pequena
camada de cal e atende um período de vazio sanitário de pelo menos 7 dias.
15.3 varuagc.:ns
Os principais ratores que levam ao uso desse sistema para afase de engorda dos suínos são a
falta repentina de espaço (devido a um aumento de produção), a ralta de capital (para investir nos
galpões tradicionais de engorda) e a pressão da legislação ambiental (que não pcnnile a liberação
dos dejetos nos rios ou que ameaça o fechamento da granja devido a poluição do ar próximo as
cidades).
Algumas das principais vantagens do sistema sào:
40baixo custo do inv(..'Stimento em instalações;
melhor atendimento à legislação ambiental, devido 6.eliminação dos dejcLOs;
menor agração aos animais" pennitindo a melhor expressão do seu comportamento;
menor consumo de água;
aproveitamento da cama para LISO agrícola, com fertilizante orgânico;
diminuição da expressão de vícios (canibalismo, morder paredes, brigas, etc.);
diminuição das moscas c odores (estudos mostram uma redução de 70 % da amônia
produzida);
diminuição da mortalidade e melhora na uniformidade do lote;
melhor ganho de peso devido ao aumento do consumo de rações;
possibilita a adoção de um markcling de venda da Carne que atende ao apelo do consumidor
moderno;
melhor qualidade da carne (mais tenra, de melhor sabor e textura), devido à maior atividade
das células musculares, à menor ação dos gases do meio ambiente e ao maior consumo de
fibra (cama).
15.4 Desvantagens
Devido ao seu maior custo operacional, a engorda de suínos nc..'Slesistema não é normalmente
adotada em granjas novas, que irão ser construídas, a não ser que o novo projeto lenha uma boa
base de marketing que consiga um melhor preço do produto final.
As principais desvantagens do sistema são :
maior consumo de ração;
pior conversão alimentar;
aumento da espessura de toucinho (que poderá ser contornada com a melhora genética e
com adoção de uma nutrição diferenciada);
41
aumento da necessidade da mão~de-obra, para colocação e retirada da cama;
maior dificuldade para carregar os animais;
necessidade de grande quantidade de cama;
necessidade de um manejo adequado dos animais e da cama, em relação ao sistema
tradicional de engorda em piso de cimento;
maior necessidade de vcnti lação;
requer um bom nível sanitário do plantei;
maior custo operacional;
exige uma mão de obra mais dedicada.
15.5 Resultados de Campo com o Sistema
Observações eXlraidas de um experimento na granja Canguiri (Universidade Federal do
Paraná), com um lote misto de 28 suínos cruzados. sendo 14 machos e 14 fêmeas.
área do compartimento -------.-.------ 33,6 m2
quantidade de animais --------------------- 28 animais
densidade --------.-.--------------------- 1,2 m2!animal
altura inicial da cama ---------------------- 0,50 m
alimentação --------------------------- ração: crescimento e tenninação
peso médio aos 75 dias -------------------- 31 kg
peso médio aos 117 dias ------------- 63,60 kg
peso médio aos 149 dias -------------------- 92,24 kg
consumo LoLalda ração ---------------- 5.544,6 kg
consumo médio diário/animal---------- 2,676 kg
conversão alimentar ------------------------ 3.234 kg de ração! kg de peso vivo
ganho de peso diário -------------------- 0,8276 kg
4216 MANEJO DE DEJETOS
Todas as instalações da granja possuem canaletas por onde é feito o escoamento dos dejetos.
Todo dejeto produzido é escoado por canaletas e depositado em 4 esterque iras que situam-se na
parte mais baixa da granja. Cada cSlerqueira com uma área de S4 m2,(6 m de comprimento, 6 m de
largura c 1,5 m de profundidade), toda revestido em concreto.
Após a degradação biológica, os dejetos são utilizados como fertilizantes orgânicos.
A retirada desses dejetos é feita com uma bomba de sucção e tanque rebocados por tratores e
lançados em áreas onde é praticada agricultura.
4317CONCLUSÃO
Com a realização deste trabalho, posso dizer que o estágio realizado na Fazenda Canguiri
foi muito válido, pois pude entrar em contato com a parte prática da suinocultura que ainda não
conhecia.
O manejo utilizado na propriedade é muito bom e prático, e que na realidade funciona, pois
deixa a granja facilmente de ser manejada.
O estágio foi muito proveitoso, pois pude observar e tirar as minhas próprias conclusões da
maneira correta de criar suínos.
4418 REFERÊNCIAS BUlLIOGRÁFICAS
ANDREOTrI, CARROL, CRONIN, MARTlNEAU, NAAS, PAVES, REIS. Simpósio do Colégio
Bntsileiro de Nutrição Allim;tl c li Seminário sobre Tecnologia da Produção de Suínos, (19-21
sCI-1991). Anais - UNICAMP - sr, 1991.
BASSOLl, M.T .. cl a!. Suinocultor. Brasília, 1981.
BERTOLlNI, A. Suínos. Curitiba, 1992
GODINHO, l.F .. Suinocultura - Tecnologiôl e Viabilidndc Econômica. São Paulo, 1987
MACHADO, L. C. P. Os suínos. Editora A Granja. Porto Alegre, 1967.
MORRISON, F. B. Alimentos c alimentação dos animais. Biblioteca Agronômica. Editora
Melhoramentos. 2n edição. São Paulo, 1996.
JARDIM, J,M. Manu:ll da Zootecnia. São Paulo, 1975.