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Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno-histoquímica e molecular dos pacientes com suspeita clínica de Síndrome de Lynch Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências Programa de Ciências em Gastroenterologia Orientador: Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Júnior São Paulo 2014

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Isabella Nicácio de Freitas

Caracterização imuno-histoquímica e

molecular dos pacientes com suspeita

clínica de Síndrome de Lynch

Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências Programa de Ciências em Gastroenterologia Orientador: Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Júnior

São Paulo

2014

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Preparada pela Biblioteca da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

reprodução autorizada pelo autor

Freitas, Isabella Nicácio de

Caracterizaçõa imuno-histoquímica e molecular dos pacientes com suspeita

clínica de Síndrome de Lynch / Isabella Nicácio de Freitas. -- São Paulo, 2014.

Tese(doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Programa de Ciências em Gastroenterologia.

Orientador: Ulysses Ribeiro Júnior.

Descritores: 1.Neoplasias colorretais 2.Neoplasias colorretais hereditárias

sem polipose 3.Instabilidade de microssatélites 4.Imuno-histoquímica 5.Proteínas

proto-oncogênicas B-raf 6.Guias de prática clínica com assunto

USP/FM/DBD-332/14

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Dedicatória

Dedico esta tese a meus amados pais, Raimundo

Euvaldo (in memorian) e Dijanete (in memorian), que

me inspiraram na ampliação dos meus conhecimentos

sobre esta síndrome e pelo exemplo de força, caráter,

honestidade e amor.

A minhas irmãs queridas, Filomena e Maria do Socorro

pelo apoio, companheirismo e entusiasmo.

Page 4: Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno ... · Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno-histoquímica e ... do Departamento de Gastroenterologia que muito me

Agradecimentos Primeiramente a Deus pela presença constante em minha vida.

Ao meu prezado orientador, Prof. Ulysses Ribeiro Júnior, que apoiou e abraçou

esta minha luta, proporcionando oportunidades únicas de crescimento

profissional, autoestima e aprendizado acadêmico.

Ao Prof. Venâncio Avancini Ferreira Alves pelo companheirismo e pela preciosa

contribuição nas análises histopatológicas e imuno-histoquímicas. Sem seu apoio,

não teria conseguido. Muito obrigada por tudo.

Aos Professores Ivan Cecconello e Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque pelo

carinho, amizade, estímulo e grande ajuda na concretização desta jornada.

Aos demais Profs. do Departamento de Gastroenterologia que muito me

ensinaram ao longo do tempo em que estive aqui. Em particular, agradeço aos

queridos Prof. Aytan Miranda Sipahi e Prof. Aderson O. M. C. Damião pelo

carinho e dedicação nos ensinamentos ao longo da minha formação como

gastroenterologista.

Ao Prof. Dr. Raul Cutait incentivador desde a minha chegada a São Paulo e a

sua amizade ao longo de toda minha carreira profissional.

Ao Dr. Luiz Câmara Lopes e a Dra. Kátia Leite, pela receptividade e primeiros

ensinamentos na área de Biologia Molecular.

Ao Prof. Bruno Zilberstein pela leitura do manuscrito, incentivo e apoio na

realização desta tese.

À Dra. Alina Quitanilha e Dr. Afonso Henrique da Silva e Souza Júnior pelo

apoio, carinho e correções valiosas.

Page 5: Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno ... · Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno-histoquímica e ... do Departamento de Gastroenterologia que muito me

Aos Profs. participantes da banca de qualificação: Dra. Renata de Almeida

Coudry, Dra. Maria Aparecida Azevedo Koike Folgueira e Dr. Afonso Henrique

da Silva e Souza Júnior pela leitura cuidadosa, críticas construtivas e pelas

importantes e enriquecedoras sugestões.

Aos queridos Dra. Juliana Magalhães, Dr. George Câmara Lopes, Dra. Clarissa

Maria Oliveira pela ajuda nas revisões e padronizações das lâminas, realização

do BRAF e convívio diário. Meus sinceros agradecimentos.

À Dra. Renata Moutinho pelo companheirismo e orientações na aula de

qualificação.

À D. Alda Wakamatsu pelo apoio na confecção das lâminas e realização dos

ensaios imuno-histoquímicos.

À bióloga Ligia Petrolini de Oliveira e Dra. Renata de Almeida Coudry pela

realização e leitura dos ensaios de instabilidade dos microssatélites.

Ao Dr. Márcio Augusto Diniz pela brilhante colaboração nas análises estatísticas.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo

apoio financeiro para realização desta pesquisa. (FAPESP Projeto Regular Nº

2010/06045-8).

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste

trabalho.

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Sumário

Lista de Abreviaturas

Lista de Quadros

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

Resumo

Summary

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1

2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 4

2.1 Epidemiologia do câncer colorretal ...................................................... 5

2.1.1 Epidemiologia no Brasil .......................................................... 7

2.2 Síndrome de Lynch (SL) ...................................................................... 9

2.2.1 Histórico .................................................................................. 9

2.2.2 Terminologia ......................................................................... 11

2.2.3 Carcinogênese ...................................................................... 13

2.2.4 Características clínicas ......................................................... 16

2.2.5 Modelos de Predição Genéticos ........................................... 20

2.2.6 Histopatologia ....................................................................... 23

2.2.7 Imuno-histoquímica ............................................................... 24

2.2.8 Instabiliade de microssatélites .............................................. 26

2.2.9 BRAF .................................................................................... 27

3 OBJETIVOS ............................................................................................... 29

4 MÉTODOS ................................................................................................. 31

4.1 Casuística e amostras ....................................................................... 32

4.2 Critérios de inclusão .......................................................................... 33

4.3 Critérios de exclusão ......................................................................... 33

4.4 Variáveis anatomopatológicas ........................................................... 34

4.5 Ensaios imuno-histoquímicos ............................................................ 35

4.5.1 Anticorpos primários utilizados e padronização dos ensaios ................................................................................. 35

4.5.2 Controles positivos e negativos usados durante os ensaios imuno-histoquímicos ................................................ 39

4.5.3 Interpretação dos resultados das reações imuno-histoquímicas ........................................................................ 39

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4.6 Instabilidade de Microssatélites (MSI) ............................................... 40

4.6.1 Sistema de Análise MSI ........................................................ 40

4.6.2 Protocolo de extração ........................................................... 41

4.6.3 Amplificação.......................................................................... 43

4.6.4 Perfil da ciclagem .................................................................. 43

4.6.5 Preparação da amostra ........................................................ 44

4.7 Análise da mutação somática para o BRAF ...................................... 45

4.7.1 Técnica ................................................................................. 45

4.7.2 Interpretação ......................................................................... 45

4.8 Análise Estatística ............................................................................. 46

5 RESULTADOS .......................................................................................... 48

5.1 Critérios de Amsterdam I e Bethesda Revisados .............................. 49

5.2 Localização do tumor ........................................................................ 50

5.3 Histopatologia .................................................................................... 50

5.4 Imuno-histoquímica ........................................................................... 53

5.5 Instabilidade de Microssatélites ......................................................... 56

5.6 Análise da mutação somática para BRAF ......................................... 57

5.7 Associações entre as variáveis estudadas ........................................ 58

5.7.1 IHC ........................................................................................ 58

5.7.2 MSI ....................................................................................... 63

5.8 Critérios de Amsterdam ..................................................................... 66

5.9 Testes de associação, Regressão binária simples e Regressão

binária múltipla .................................................................................. 67

5.10 Escore ............................................................................................... 71

6 DISCUSSÃO .............................................................................................. 74

6.1 Critérios de Amsterdam I e Bethesda Revisados .............................. 75

6.2 Localização do Tumor ....................................................................... 79

6.3 Histopatologia .................................................................................... 80

6.4 Imuno-histoquímica ........................................................................... 82

6.5 Instabilidade de Microssatélites ......................................................... 83

6.6 Perspectivas ...................................................................................... 85

7 CONCLUSÕES .......................................................................................... 88

8 ANEXOS .................................................................................................... 90

9 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 105

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Lista de Abreviaturas

CCR câncer colorretal

CIMP Fenótipo metilador de ilhotas CpG

CIN instabilidade cromossômica (chromossomal instability)

D.P. desvio padrão

DNA Ácido desoxirribonucleico

FCCTX câncer colorretal familial tipo X

H2O2 peróxido de hidrogênio

HCFMUSP Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

hMLH1 gene codificador para a proteína MLH1

hMSH2 gene codificador para a proteína MSH2

hMSH6 gene codificador para a proteína MSH6

HNPCC Síndrome do câncer colorretal hereditário não polipoide

hPMS2 gene codificador para a proteína PMS2

IHC imuno-histoquímica

INCA Instituto Nacional do Câncer

LIM-14 Laboratório de Investigação Médica 14

LOH perda de heterozigosidade (loss of heterozigosity)

M:F Proporção Masculino:Feminino

MLH1 proteína MLH1

MMR correção de erros de pareamento (mismatch repair)

MSH2 proteína MSH2

MSH6 proteína MSH6

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MSI instabilidade de microssatélites (microsatellite instability)

MSI-H fenótipo microssatélite instável de alta frequência

MSI-L fenótipo microssatélite instável de baixa frequência

MSS fenótipo microssatélite estável

NCI Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (National

Cancer Institute)

PBS solução salina tamponada com fosfatos

PCR reação de cadeia da polymerase (polymerase chain reaction)

PH pólipos hiperplásicos

PS pólipos serrilhados

PMS2 proteína PMS2

RA recuperação antigênica

RER fenótipo portador de erros de replicação (replicação erro)

SL Síndrome de Lynch

SPS Síndromes de poliposes serrilhadas

USP Universidade de São Paulo

VM via mutadora

VS via supressora

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Lista de Quadros

Quadro 1. Distribuição dos Anticorpos utilizados nas reações de IHC,

técnicas de recuperação antigênica, titulação e método de

revelação das reações .................................................................. 36

Quadro 2. Pesquisa da MSI ........................................................................... 40

Quadro 3. Avaliação dos critérios clínicos quanto à associação com as

variáveis clínico-patológica em 61 pacientes ................................ 68

Quadro 4. Escore para IHC ............................................................................ 72

Quadro 5. Escore para MSI ............................................................................ 73

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Lista de Figuras

Figura 1. Representação da análise da mutação V600E (1799 T>A) do gene

BRAF. No eletroferograma do sequenciamento está destacado um

exemplo de selvagem (A) e de mutação em heterozigose (B). ..... 46

Figura 2. Carcinoma pouco diferenciado apresentando padrão medular.

Padrão expansivo de crescimento (HEX100) ................................ 51

Figura 3. Carcinoma sólido pouco diferenciado padrão medular (HEX400) . 52

Figura 4. Carcinoma sólido pouco diferenciado apresentando padrão

medular (HEX100) ......................................................................... 52

Figura 5. Folículo linfoide com exuberante centro germinativo (HEX100) .... 53

Figura 6. MLH1 alterado na neoplasia. Diversos linfócitos reativos servem

como controle positivo (Imuno-histoquímicaX200) ........................ 54

Figura 7. MLH1 alterado na neoplasia. Diversos linfócitos reativos servem

como controle positivo (ImunoperoxidaseX400) ............................ 54

Figura 8. PMS2 positivo. Negativo para células neoplásicas. Diversos

linfócitos com núcleos reativos servem como controle positivo

(X100) ........................................................................................... 55

Figura 9. MSH2 positivo nos núcleos das células neoplásicas e nas células

do estroma (X200) ......................................................................... 55

Figura 10. MSH6 positivo nas células neoplásicas e nas células do estroma

(X100) ........................................................................................... 56

Figura 11. Curva ROC para IHC .................................................................... 71

Figura 12. Curva ROC para MSI .................................................................... 72

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Frequência dos critérios clínicos para a Síndrome de Lynch ........ 49

Tabela 2. Localização dos tumores ............................................................... 50

Tabela 3. Histopatologia positiva e negativa ................................................. 50

Tabela 4. Componentes histopatológicos avaliados em 61 pacientes com

história familial e pelo menos um critério de Bethesda revisado ... 51

Tabela 5. Resultado da avaliação Imuno-histoquímica em 61 pacientes

com história familial e pelo menos um critério de Bethesda

revisado ......................................................................................... 53

Tabela 6. MSI positiva e negativa ................................................................. 56

Tabela 7. Distribuição dos resultados da IHC, MSI e BRAF nos 12

pacientes alterados ....................................................................... 57

Tabela 8. Histopatologia negativa e localização do tumor ............................ 58

Tabela 9. Associação entre a IHC e a localização dos tumores colorretais .. 59

Tabela 10. Critérios de Bethesda revisados e imuno-histoquímica alterada ... 59

Tabela 11. Dímeros positivos e Critérios de Bethesda revisados ................... 60

Tabela 12. Critérios histopatológicos na imuno-histoquímica alterada ........... 61

Tabela 13. Critérios histopatológicos na imuno-histoquímica não alterada .... 62

Tabela 14. Distribuição dos 61 pacientes de acordo com os achados

imuno-histoquímicos e as variáveis clínico-patológicas. ............... 63

Tabela 15. MSI positivo e critérios de Bethesda revisados ............................. 64

Tabela 16. MSI positivo e histopatologia ......................................................... 65

Tabela 17. Distribuição dos 61 pacientes de acordo com os achados de

MSI (confirmados pela análise do BRAF) e as variáveis clínico-

patológicas. ................................................................................... 65

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Tabela 18. Amsterdam I positivo, histopatologia positiva e negativa, imuno-

histoquímica alterada e não alterada e MSI positiva e negativa .... 66

Tabela 19. Regressão Binária Simples (MSI) ................................................. 69

Tabela 20. Regressão Binária Simples (IHC) .................................................. 70

Tabela 21. Regressão Logística Binária Múltipla (MSI)................................... 70

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RESUMO

Freitas IN. Caracterização imuno-histoquímica e molecular dos pacientes com

suspeita clínica de Síndrome de Lynch [tese]. São Paulo – Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo; 2014. 126p.

Suspeita-se da Síndrome de Lynch (SL) a partir da história pessoal e familial do

indivíduo. Posteriormente, os dados histopatológicos, imuno-histoquímicos e

moleculares podem ser utilizados para aprimorar o diagnóstico da doença.

Entretanto, um grande desafio no diagnóstico da Síndrome de Lynch é a baixa

acurácia dos critérios clínicos utilizados. OBJETIVOS: Avaliar a frequência de

SL em pacientes submetidos a tratamento cirúrgico por câncer colorretal e com

história familial de câncer. Avaliar quais dos critérios clínicos e/ou moleculares

seriam mais informativos no diagnóstico desta Síndrome na população brasileira.

PACIENTES E MÉTODOS: Estudaram-se 458 casos de câncer colorretal

(CCR), do Serviço de Coloproctologia do Departamento de Gastroenterologia do

Hospital das Clínicas – FMUSP, de janeiro de 2005 a dezembro de 2008.

História familial (HF) positiva para CCR ocorreu em 118 pacientes. Promoveu-se

a revisão das lâminas para critérios histopatológicos de MSI (diretrizes de

Bethesda), avaliação imuno-histoquímica (IHC) para as proteínas MLH1, MSH2,

MSH6, PMS2, através do complexo avidina-biotina-peroxidase e instabilidade de

microssatélites (MSI) (BAT-25, BAT-26, NR-21, NR-24 e MONO-27). Realizada a

análise da mutação somática para o BRAF em todos os casos com MSI positiva.

RESULTADOS: Dos 118 pacientes com HF, 61 (51,69%) preencheram pelo

menos um dos critérios de Bethesda revisados. 36 eram do sexo feminino (59%),

média de idade de 53,2 anos. Nove (14,7%) pacientes apresentaram todos os

critérios de Amsterdam I. Cinquenta e dois tumores localizaram-se no cólon

esquerdo. Os componentes histopatológicos de MSI incluíram: linfócitos

intratumoral (47,5%), característica expansiva do tumor (29,5%) e o componente

mucinoso (27,8%) (componentes histopatológicos de MSI instável) em 44 (72%).

A IHC estava alterada em oito (13%) e a MSI em 12 pacientes (20%). Houve

associação entre os critérios de Amsterdam I e MSI e na IHC com MLH1 e

PMS2. Houve associação entre os critérios de Bethesda revisados com o sexo,

na histopatologia com o componente mucinoso e a reação Crohn like; com a MSI

e na IHC com o MLH1 e PMS2. O BRAF foi realizado nos 12 casos com MSI

positiva e em todos os casos foram negativos. Os indivíduos que apresentaram o

critério 4 de Bethesda revisado (CCR ou câncer associado a SL, diagnosticado

em um ou mais parentes de primeiro grau, desde que uma das neoplasias tenha

ocorrido antes dos 50 anos de idade), tiveram uma chance 10,6 vezes maior de

apresentar MSI positiva. Propôs-se um escore para caracterizar pacientes com

SL baseado nas variáveis estudadas nesta pesquisa. CONCLUSÕES: A

frequência de Síndrome de Lynch nos pacientes submetidos a ressecção por

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câncer e com história familial foi de 20%. O critério 4 de Bethesda revisado

associou-se mais fortemente à presença de instabilidade de microssatélites na

população estudada. O escore desenvolvido neste estudo contribui como uma

ferramenta prática na ampliação diagnóstica da Síndrome de Lynch.

Descritores: 1.Neoplasias colorretais 2.Neoplasias colorretais hereditárias

sem polipose 3.Instabilidade de microssatélites 4.Imuno-histoquímica

5.Proteínas proto-oncogênicas B-raf 6.Guias de prática clínica como assunto

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SUMMARY

Freitas IN. Immunohistochemical and molecular characterization of patients with clinical suspicion of Lynch Syndrome [thesis]. São Paulo – “Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo”; 2014. 126p. Lynch Syndrome is suspected due to the personal and familial history of the individual. Subsequently, histopathological, immunohistochemical and molecular data can be used to improve diagnosis of the disease. However, a major challenge in the diagnosis of Lynch Syndrome is the low accuracy of clinical criteria. OBJECTIVES: To assess the frequency of Lynch Syndrome in patients with familial cancer history submitted to colorectal cancer resection. To assess what clinical and / or molecular criteria would be the most informative in the diagnosis of this syndrome in Brazilian population. PATIENTS AND METHODS: 458 colorectal cancer (CRC) cases were studied, from the Coloproctology Unit of the Department of Gastroenterology, Hospital das Clinicas - USP, from January 2005 to December 2008. Positive family history (FH) for CRC occurred in 118 patients. The pathologic slides were reviewed for histological criteria for MSI (Bethesda guidelines), immunohistochemical analysis (IHC) for MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 proteins, through the avidin-biotin-peroxidase complex, and microsatellite instability (MSI) (BAT-25, BAT-26, NR-21, NR-24 and MONO-27). BRAF somatic mutation was analyzed in all cases with positive MSI. RESULTS: Of the 118 patients with HF, 61 (51.69%) met at least one of the revised Bethesda criteria. Thirty-six were female (59%), and the mean age was 53.2 years. Nine (14.7%) patients presented all Amsterdam criteria I. Fifty-two tumors were located in the left colon. MSI histopathological components included: intratumoral lymphocytes (47.5%), expansive characteristics of the tumor (29.5%) and mucinous component (27.8%) (Histological unstable components of MSI) in 44 (72%). IHC was abnormal in eight (13%) and MSI in 12 patients (20%). There was an association between the Amsterdam criteria I and MSI; and between IHC with MLH1 and PMS2. There was an association with the revised Bethesda criteria with: sex, mucinous histology and Crohn’s like reaction; with MSI and IHC with PMS2 and MLH1. BRAF was performed in 12 patients with MSI positive, and all were negative. Patients who presented the revised Bethesda criteria 4 (CRC or cancer associated with SL, diagnosed in one or more first-degree relatives, with one of the neoplasms occurred before 50 years of age), had a 10.6 increased chance to display positive MSI. Based on the studied variables, we proposed a score to characterize the Lynch Syndrome. CONCLUSIONS: The frequence of Lynch Syndrome in patients who were submitted to cancer resection, and had a cancer familial history was 20%. The criterion 4 Revised Bethesda was associated more strongly with the presence of microsatellite instability in the studied population. The developed score contributes as a practical tool in the diagnosis of Lynch Syndrome. Descriptors: 1.Colorectal neoplasms 2.Colorectal neoplasm hereditary nonpolyposis 3.Microsatellite instability 4.Immunohistochemistry 5.Proto-oncogene proteins B-raf 6.Practice guideline as topic

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1 INTRODUÇÃO

Page 18: Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno ... · Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno-histoquímica e ... do Departamento de Gastroenterologia que muito me

Introdução 2

A Síndrome de Lynch, também chamada de câncer colorretal não

poliposo hereditário (HNPCC), é uma doença autossômica dominante, com

penetrância entre 80 e 90%, transmissão vertical e sem preferência por

sexo(1),acometendo aproximadamente 2 a 3% de todos os casos de câncer

colorretais(2-3). É determinada por mutação germinativa nos genes de reparo do

DNA, sendo mais comumente afetados os genes hMSH2 (human mutS

homolog 2; cromossomo 2p16) e o hMLH1 (human mutL homolog 1;

cromossomo 3p21), em cerca de 90% dos casos. Os restantes 10% são

causados por alterações nos genes MSH6 e PMS2(4-6).

A perda da função dos genes de reparo do DNA ocasiona acúmulo de

mutações no DNA deste indivíduo, processo denominado de instabilidade

genômica, envolvendo áreas de microssatélites(4-6).

As principais características clínicas da Síndrome de Lynch são: câncer

colorretal (CCR) em idade precoce (abaixo dos 45 anos), predomínio no cólon

direito (70%), maior incidência de tumores sincrônicos (3x) e metacrônicos (5 a

7x), rápido desenvolvimento do câncer, originado de adenomas, maior risco de

neoplasias malignas do endométrio, ovário, intestino delgado, trato renal

superior, estômago, trato biliar e pode estar associado com tumores de pele –

adenomas sebáceos, carcinomas sebáceos e ceratoacantomas (também

conhecido como Síndrome de Muir-Torre)(4-9).

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Introdução 3

Para facilitar a identificação clínica desses doentes, foram propostos os

Critérios de Amsterdam(7). Posteriormente, foram propostos os critérios de

Bethesda para se indicar o “rastreamento” molecular do HNPCC (Teste de

Instabilidade Microssatélite (MSI) do tumor, e/ou Imuno-histoquímica).

Entretanto, um grande desafio no diagnóstico da Síndrome de Lynch é a baixa

acurácia diagnóstica dos critérios clínicos utilizados (12-13,34).

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2 REVISÃO DA LITERATURA

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Revisão da Literatura 5

2.1 Epidemiologia do câncer colorretal

O câncer colorretal (CCR) representa uma das neoplasias mais prevalentes

nos países ocidentais, sendo a terceira neoplasia mais comum em todo o

mundo(1,2,3). A incidência do câncer colorretal está aumentando em países onde o

risco era considerado baixo, como o Japão e outros países Asiáticos(141).

Nos países com alto risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, a

incidência apresenta uma estabilidade ou até mesmo declínio, como é o caso dos

países da Europa Ocidental, Norte Europeu, América do Norte e Austrália(108).

Sua epidemiologia tem despertado maior interesse nos últimos anos, em

decorrência de recentes avanços no campo da Genética e Biologia

Molecular(4).

Devido ao resultado da interação de fatores genéticos e ambientais, o

CCR pode ser dividido em três categorias de risco: esporádico, familial e

hereditário (67). O CCR esporádico acomete 70% de todos os CCR, origina-se

de mutações somáticas e está associado com idade mais avançada.

Aproximadamente 20-30% de todos os CCR são classificados como de origem

familial. Identificaram-se polimorfismos e susceptibilidade associada à loci de

baixa penetrância com risco aumentado de CCR por associações genéticas e

estudos populacionais nestes pacientes(68-70).

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Revisão da Literatura 6

Acredita-se que a imensa maioria dos tumores colorretais seja

proveniente da malignização de pólipos colorretais, através da denominada

sequência adenoma-câncer, fato que justifica os esforços para sua detecção

precoce(6,7). Entretanto, reconhece-se que no desenvolvimento do CCR estão

envolvidos fatores de alto risco (idade avançada, doenças genéticas, doenças

inflamatórias), risco moderado (dieta rica em carnes vermelhas, adenoma prévio,

irradiação pélvica) e risco baixo (dieta rica em gorduras, álcool, tabagismo,

obesidade, estatura alta, colecistectomia, consumo elevado de sacarose).

Enquanto alguns desses fatores não são passíveis de modificação (idade e

história familial), outros (como os dietéticos) parecem exercer importante

influência, pois, justificam as variações geográficas observadas nessa doença(5).

A contribuição dos fatores genéticos baseia-se em duas observações

indicativas de maior risco de câncer: (a) maior incidência de CCR entre

pessoas com história familiar e (b) famílias nas quais muitos membros são

afetados pela doença, indicando padrão de herança autossômica dominante de

susceptibilidade(8).

As alterações genéticas que causam o CCR podem ser divididas em:

adquiridas, mutações somáticas que originam o câncer esporádico,

responsável por 75 a 85% dos casos, cujo desenvolvimento, está associado a

um fenômeno chamado instabilidade cromossomal (CNI), que indica número

variável de ganhos e perdas nos cromossomos(8). Da mesma forma, algumas

alterações genéticas específicas, hereditárias ou não, podem conferir risco

substancial para o desenvolvimento de CCR. Nesse contexto, a associação de

CCR a síndromes hereditárias com mutação germinativa reconhecida perfaz

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Revisão da Literatura 7

pouco menos de 5% do total de casos diagnosticados. Este grupo de pacientes é

classificado de acordo com a ausência (Síndrome de Lynch ou HNPCC) ou

presença de polipose colorretal (8).

2.1.1 Epidemiologia no Brasil

No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, estimam-se

395.000 casos novos de câncer, 204.000 para o sexo masculino e 190.000

para o sexo feminino, em 2014. O câncer colorretal representa a terceira

neoplasia maligna mais incidente tanto em homens quanto em mulheres, com

estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o ano de 2014(28)

apontando para 15.670 casos novos em homens (15,44 por 100.000 homens) e

17.530 casos novos em mulheres (17,24 por 100.000 mulheres).

Reproduzindo distribuição heterogênea observada em diferentes países

do mundo, as estimativas do INCA revelam importantes diferenças por regiões

do Brasil. No Sudeste é o segundo tumor mais frequente em homens

(22,67/100.000) e o terceiro nas regiões Sul (20,43/100.000) e Centro-Oeste

(12,22/100.000). Ocupa a quarta posição na região Norte (4,48/100.000) e a

quinta na região Nordeste (6,19/100.000). Nas mulheres, é o segundo mais

frequente nas regiões Sudeste (24,56/100.000) e Sul (21,85/100.000), o

terceiro nas regiões Centro-Oeste (14,82/100.000) e Nordeste (7,81/100.000),

e o quarto na região Norte (5,30/100.000)(28).

Rossi et al, pesquisaram mutações nos genes MLH1 e MSH2 em

famílias Brasileiras com suspeita de câncer colorretal não polipoide hereditário

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Revisão da Literatura 8

(HNPCC). Os familiares foram agrupados de acordo com os critérios de

Amsterdam I ou II, dez mutações foram detectadas (10 de 25[40%]); de nove

mutações diferentes, sete eram novas. O gene MLH1 teve o maior número de

mutações do que o MSH2 (8 de 25[32%] vs. 2 de 25[8%]). Apenas três destas

dez famílias preencheram os critérios de Amsterdam(119).

Outro trabalho deste mesmo grupo, também mostrou a frequência de

tumores extracolônicos em 60 famílias brasileiras com síndrome de Lynch que

preenchiam os critérios de Amsterdam I e II. Um total de 2.095 indivíduos: CCR

foi o tumor mais frequente nas famílias (334 casos). Duzentos tumores

extracolônicos entre todos os indivíduos com maior frequência em mulheres (123

casos) do que em homens (77 casos). O câncer de mama (32 casos) foi o mais

frequente entre as mulheres, seguido pelo câncer de endométrio (20 casos) e

colo uterino (20 casos). Nos homens, o câncer de próstata (16 casos) e o de

estômago (12 casos) foram os tumores extracolônicos mais frequentes(120).

Valentin et al, caracterizaram mutações germinativas do MLH1 e MSH2

na América do Sul em 123 indivíduos com suspeita de síndrome de Lynch.

Mutações patogênicas foram encontradas em 28,45% (34/123) dos indivíduos,

onde 25/57 (43,85%) preencheram os critérios de Amsterdam I, II e 9/66

(13,63%) os critérios de Bethesda. Treze alterações (35,14%) foram descritas

como primeira vez. Os dados relatados neste estudo acrescentaram informações

novas sobre mutações nos genes MLH1 e MSH2 e contribuíram para

caracterizar melhor a síndrome de Lynch no Brasil, Uruguai e Argentina. A alta

incidência de novas mutações demonstra a importância de definir mutações nos

genes MLH1 e MSH2 em populações distintas com síndrome de Lynch(121).

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Revisão da Literatura 9

2.2 Síndrome de Lynch (SL)

2.2.1 Histórico

Warthin, professor e diretor de Patologia da Universidade de Michigan,

fez um estudo sobre a natureza da hereditariedade do câncer, por meio da

análise de um detalhado pedigree e documentação patológica de cânceres

familiares em sua instituição(29-30). Em 1913, relatou o pedigree da família G

relacionada com outras associações cancerosas(31). Esta foi a primeira

documentação de uma família com a Síndrome de Lynch.

Estudos de duas grandes famílias ocidentais, publicados nos Archives

Internal Medicine.(35) chamaram a atenção de A. James French, diretor de

Patologia de Michigan, que encorajou Lynch a estudar o material de Warthin sobre

a família G. Após mais de 50 anos, Henry T. Lynch descreveu a doença que daria

seu nome(29-30). As análises do pedigree da família deste paciente formaram as

bases para a Síndrome de Lynch (“Fatores hereditários no câncer”), em 1966.

Lynch e Krush(29-30) atualizaram os dados da família e publicaram, em 1971,

dados coletados de mais de 650 membros da mesma família. Notaram-se muitos

aspectos ainda não relatados da síndrome, incluindo: 1) incidência aumentada

de adenocarcinomas, principalmente de cólon e endométrio; 2) risco aumentado

para múltiplos tumores; 3) herança autossômica dominante; 4) início precoce do

câncer (29-30).

As ideias de Lynch aos poucos ganharam força, particularmente nas

comunidades internacionais, culminando na organização do Grupo

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Revisão da Literatura 10

Colaborativo Internacional em Câncer Colorretal Hereditário Não Polipoide.

O grupo composto por 30 líderes de oito países se reuniu em Amsterdam e

formulou uma série de critérios clínicos (hoje conhecidos como critérios de

Amsterdam) em 1990. Estes critérios serviram como ponto de partida para

outras investigações (Anexo I). Em 1998, os critérios de Amsterdam foram

reformulados, reconhecendo o significado de subtipos de tumores

extracolônicos (isto é, endométrio, intestino delgado, ureter e pélvis renal).

Estes critérios revisados de Amsterdam II estão apresentados no Anexo I(12,13).

A caracterização molecular da Síndrome ocorreu a partir do estudo de

Peltomaki et al.(21) que associaram a doença (a duas grandes famílias

encontrando os critérios de Amsterdam originais) a alteração em um locus no

cromossomo 2p. Em seguida, três grupos, independentemente, relataram

fenótipo molecular peculiar no CCR caracterizado por alterações frequentes na

longa série de sequências repetitivas simples, fenômeno no qual os grupos

chamaram erros replicativos (RERs), MSI, mutações somáticas em sequências

repetitivas simples que se encontravam em todos os lugares.

Aaltonen et al.(9), acharam o fenótipo de erros replicativos em 11/14

(79%) em tumores HNPCC e 6/46 (13%) dos CCR esporádicos. Os tumores

esporádicos RER+ têm predominância no cólon direito e são diploides

parecidos com os casos do HNPCC.

Thibodeau et al.(22) encontraram alguns graus de MSI em 25/90 (28%)

dos CCR, ligando este fenômeno à localização proximal e melhora da

sobrevida, demonstrando relação inversa com a perda da heterozigosidade.

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Revisão da Literatura 11

O grupo de Ionov(32) também relatou mutações somáticas de sequências

repetitivas simples em 12% dos CCR, as quais foram relativamente mais

comuns em mulheres e estavam associadas com a localização do lado direito,

histopatologia pouco diferenciada, raras mutações KRAS e p53 e estágios

menos avançados do tumor. No final de 1993, identificou-se a participação do

MSH2, relevante gene localizado no 2p, cujas mutações ocorreram nas famílias

com a Síndrome de Lynch. Um segundo locus da doença estava ligado ao 3p e

no início de 1994, notaram-se mutações em famílias com Síndrome de Lynch.

A demonstração da doença causada por mutações em PMS2 e MSH6

ocorreram posteriormente(33-34).

Nos últimos 15 anos, as aplicações destes conhecimentos melhoraram o

entendimento da incidência e fenótipo da doença. O Instituto Nacional do Câncer

Americano (NCI) dedica-se a emissão de diretrizes (“Bethesda guidelines”) para

identificar pacientes que poderiam se beneficiar com testes clínicos para a SL.

Os critérios de Bethesda revisados são apresentados no Anexo II.

2.2.2 Terminologia

Lynch introduziu o termo HNPCC em 1985, enfatizando a natureza

hereditária da predisposição para o CCR na ausência de polipose comum; o

termo ganhou aceitação(12,20,37).

Boland e Troncale(37) fizeram a primeira referência para a Síndrome de

Lynch em um relato de caso em 1984. HNPCC e SL têm sido usados com

frequência como sinônimos(13,15).

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Revisão da Literatura 12

O termo “HNPCC” é problemático por várias razões e nos encoraja o uso

do termo ”Síndrome de Lynch”, sendo uma opinião compartilhada por muitos(37-

38). Primeiro, o HNPCC é um descritor inexato e potencialmente equivocado do

fenótipo da doença. Ele significa ausência de pólipos colorretais, mas não é o

caso. Os pacientes com Lynch têm apresentado similar número de pólipos que a

população geral(39). Ele também falha em reconhecer o maior espectro de

neoplasias associadas, incluindo carcinomas de endométrio, estômago, intestino

delgado, ovário, ureter, pelve renal e pele. O mais importante é que o termo

HNPCC tem sido aplicado para dois grupos de sobreposição de pacientes:

aqueles que preenchem os critérios de Amsterdam e os que mostram aspectos

clínicos, histopatológicos e moleculares com mutação demonstrável em um dos

genes de reparo do DNA. Esta confusão é parcialmente atribuível à associação

do HNPCC com os critérios de Amsterdam antes da demonstração das bases

genéticas moleculares da doença.

Lindor et al.(37) demonstraram que para mais de 40% dos pacientes que

preenchem os critérios de Amsterdam I, falta evidência de deficiência

hereditária em MMR. Estudando 161 famílias com critérios de Amsterdam I,

classificaram estas famílias em dois grupos, baseados no estado MSI do tumor.

Neste estudo, o estado MSI-H (MSI-High) serviu como um substituto para o

gene MMR para aqueles que apresentavam história familial forte. A incidência

de CCR nos parentes de primeiro e segundo graus dos pacientes com tumores

MSI-H foi 6,1 vezes maior (intervalo de confiança de 95%, variando de 5,2 até

7,2) (p<0,01); estes membros da família foram também de risco

estatisticamente significante para a típica natureza de tumores extracolônicos

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Revisão da Literatura 13

associados ao Lynch. O risco de CCR em famílias com baixa incidência de

tumores microssatélites instáveis, MSI-L (MSI-Low) ou microssatélites estáveis

foi significativamente menor (razão de chance de 2,3), e falharam em

demonstrar risco aumentado para tumores extracolônicos. Com bases nestes

resultados concluíram que a população que preenche aos critérios de

Amsterdam é composta por pelo menos dois grupos: 1. Famílias com evidência

de dMMR hereditário, exibindo aspectos clínicos da síndrome com

predisposição ao câncer descrita por Lynch e 2. Famílias sem evidência de

dMMR hereditário. Eles atribuíram o risco aumentado para o CCR neste

segundo grupo, por combinação de agrupamento familiar, meio ambiente e

alguns genes ainda não descobertos. Para o primeiro grupo, eles encorajaram

o uso do termo diagnóstico “Síndrome de Lynch” e para o segundo, eles

propuseram o descritor CCR familial tipo X. Estes achados têm sido validados

por outros autores(40).

2.2.3 Carcinogênese

O desenvolvimento do CCR resulta do acúmulo de mutações em genes

cruciais para o controle do crescimento e diferenciação celulares(71). Até pouco

tempo, existiam duas vias principais de instabilidade genômica, aparentemente

independentes: a via supressora (VS), caracterizada por alteração sequencial

de genes supressores tumorais e proto-oncogenes, cujos tumores apresentam

instabilidade cromossômica, e a via mutadora (VM), caracterizada pela

presença de mutações em genes de reparo do DNA, cujos tumores

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Revisão da Literatura 14

apresentam instabilidade de microssatélites(72). Recentemente, foi descrito uma

nova via de carcinogênese para o CCR através das Síndromes de poliposes

serrilhadas (SPS). Hoje, sabe-se que alguns pólipos hiperplásicos fazem parte

da Síndrome dos pólipos serrilhados (PS), que incluem diferentes tipos de

lesões com característica histológica comum, a aparência em “dentes de

serra”, com potencial de transformação para CCR através da chamada “via

serrilhada”(116,122-124). Durante a última década houve troca no paradigma que

considerava os adenomas como os únicos precursores de CCR. Os PS se

classificam em pólipos hiperplásicos (PH), adenoma ou pólipo serrilhado séssil

(ASS) e adenoma serrilhado tradicional (AST). Os PS considerados de risco

são os de localização proximal ao sigmoide, maiores ou igual a 10mm e os que

apresentam displasia associada (ASS com displasia ou AST) (116-118). A SPS é

uma entidade de descrição recente, para a qual existem múltiplas incógnitas,

principalmente em relação ao diagnóstico, sua possível causa genética, história

natural, fenótipo clínico e molecular.

Cerca de 90% dos CCR associados à Síndrome de Lynch seguem a VM da

carcinogênese, traduzida pela presença de instabilidade de microssatélites(73-74).

A Síndrome de Lynch é determinada por mutação germinativa nos genes

de reparo do DNA, sendo mais comumente afetados os genes hMSH2 (human

mutS homolog 2; cromossomo 2p16) e o hMLH1 (human mutL homolog 1;

cromossomo 3p21), em cerca de 90% dos casos. Os restantes 10% são

causados, na quase totalidade, por alterações nos genes MSH6 e PMS2(13,15,20).

Recentemente, descreveu-se uma alteração gênica que ocasiona a

Síndrome de Lynch envolvendo o gene das moléculas de adesão das células

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Revisão da Literatura 15

epiteliais EPCAM ou deleção final 3’ constitucional dos exons do TACSTD1

(cromossomo 2p21) (125-6).

A principal característica genética é a perda da função dos genes

responsáveis pelo reparo do DNA, com consequente acúmulo de mutações no

DNA deste indivíduo, a qual irá desencadear o processo de carcinogênese(13,15,20).

Para entender os mecanismos envolvidos nesta síndrome, é necessário

explicar algumas definições. Microssatélites representam sequências de DNA

constituídas por repetições de dois ou três nucleotídeos que passam de uma

geração para outra de forma permanente. As repetições contidas nos

microssatélites variam entre indivíduos (por isso são considerados polimórficos),

mas essa quantidade se mantém estável em todas as células de uma pessoa

(germinativas ou somáticas).

No entanto, quando ocorre defeito no sistema que zela pela integridade

do mecanismo de replicação do DNA, o número de repetições dos

microssatélites se torna instável, com expansões e contrações da sequência do

DNA. Esse fenômeno, conhecido como Instabilidade de Microssatélites (MSI) é

particularmente evidente em certas neoplasias, como os tumores colorretais

provenientes de mutações herdadas nos genes de reparo do DNA. Assim,

quando defeituosos, os genes de reparo geram instabilidade genômica

caracterizada por numerosos erros de replicação (em relação ao pareamento

na sequência de nucleotídeos), resultando em alterações no emparelhamento

do DNA. Além dos tumores hereditários, a MSI é encontrada também em

aproximadamente 15% dos tumores esporádicos(9,10,11)

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Revisão da Literatura 16

2.2.4 Características clínicas

O HNPCC é uma doença autossômica dominante, com penetrância entre

80 e 90%, transmissão vertical e sem preferência por sexo(52), acometendo

aproximadamente 2-3% de todos os casos de câncer colorretais(54-55).

Os indivíduos afetados podem desenvolver adenomas colônicos com maior

frequência do que a população geral, e a penetrância ao longo da vida para o

desenvolvimento do câncer colorretal é de 50 a 80%(56). Muto et al.(53), sugerem

que na população, a ocorrência da transformação do adenoma para carcinoma

demore entre 10 e 15 anos. Porém, em pacientes com HNPCC, esse processo é

mais acelerado pela falta de eficiência nos processos naturais da célula no reparo

do DNA, o que torna os adenomas mais agressivos. Apesar disso, relatos de

transformação maligna em intervalo menor que dois anos são raros.

As principais características clínicas da Síndrome de Lynch são: CCR

em idade precoce (abaixo dos 45 anos), com média de idade ao diagnóstico

entre 42 a 61 anos(17,56), quando comparado à idade de 71 anos na população

geral(76). A média de idade do diagnóstico do câncer endometrial é de 47 a 55

anos em alguns estudos, que é mais cedo do que na população geral(56,77,78).

Em contraste, outros estudos encontraram média de idade do diagnóstico de

câncer do endométrio de 62 anos, sendo a mesma da população geral(76,79).

Os pacientes com Síndrome de Lynch têm idade precoce ao diagnóstico

de CCR, e quando isto ocorre, a sobrevida destes pacientes quando

comparados ao do tipo esporádico é maior. Isto pode ser demonstrado em

estudo Finlandês, com 1/3 de mortalidade menor no CCR associado à

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Revisão da Literatura 17

Síndrome de Lynch(80). Em concordância, sobrevida de cinco anos de CCR

associado à Síndrome de Lynch foi de 53% quando comparado a 35% para o

CCR do tipo esporádico(81), podendo ser atribuído às observações de que os

cânceres na Síndrome de Lynch têm menor risco para metástases. Predomínio

no cólon direito (70%), maior incidência de tumores sincrônicos (3x) e

metacrônicos (5 a 7x). A frequência de CCR sincrônicos para a SL é 18% e de

metacrônicos é 30% em 10 anos e 50% em 15 anos(82,84). Em comparação, o

risco de CCR sincrônicos e metacrônicos nos casos esporádicos é 2 a 4% e 2

a 3%, respectivamente(81,83). O rápido desenvolvimento do câncer, originado de

adenomas, maior risco de neoplasias malignas do endométrio, ovário, intestino

delgado, trato renal superior, estômago e trato biliar, associação com tumores

de pele – adenomas sebáceos, carcinomas sebáceos e ceratoacantomas

(também conhecido como Síndrome de Muir-Torre), faz a caracterização desta

Síndrome(12,13,15,17,20,35).

Câncer Colorretal Familial tipo X: Recentemente, foram descritas

famílias que preenchem os Critérios de Amsterdam, mas cujos CCR não

apresentam instabilidade de microssatélites, e em que não se identificam

mutações nos genes de reparo do DNA. Lindor et al.(75) sugeriram denominar

esta nova entidade como Carcinoma Colorretal Familial do tipo X, uma vez que

a sua base genética ainda não foi estabelecida.

Para facilitar a identificação clínica desses doentes, foram propostos os

Critérios de Amsterdam(12), que foram revisados em 1998, passando a incluir

os tumores extracolônicos (endométrio, ureter, pélvis renal, intestino delgado,

estômago), ficando conhecidos como Critérios de Amsterdam II(13).

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Revisão da Literatura 18

Os Critérios de Amsterdam I reúnem três ou mais parentes com CCR,

mais todos os seguintes critérios: a) Um paciente acometido deve ser parente

de primeiro grau dos outros dois; b) CCR deve ser encontrado em pelo menos

duas gerações; c) Pelo menos um caso de CCR diagnosticado antes dos 50

anos de idade, excluindo-se o diagnóstico de Polipose Adenomatosa Familiar

(Anexo I).

A sensibilidade dos Critérios de Amsterdam I varia de 54 a 91% e a

especificidade de 62 a 84%, com grande heterogeneidade entre os estudos

(homogêneos quanto à sensibilidade e heterogêneos quanto à especificidade)(14).

Segundo meta-análise de 2004, os Critérios de Amsterdam II possuem maior

sensibilidade 78%, porém menor especificidade, variando de 46 a 68%,

destacando-se que na utilização destes critérios, 22% dos pacientes portadores

de mutação MLHI e MSH2 podem não ser diagnosticados(14).

Contudo, a identificação de alterações patogênicas nos genes

relacionados à Síndrome de Lynch é bastante trabalhosa e a indicação dessa

pesquisa tem que ser criteriosa. Assim, devido à baixa sensibilidade dos

Critérios de Amsterdam, em 1997 foram elaborados os critérios de Bethesda

(Anexo II) com o objetivo de selecionar os pacientes que devem ser

submetidos ao “rastreamento” para diagnóstico do HNPCC, através do Teste

de Instabilidade Microssatélite (MSI) do tumor ou Imuno-histoquímica. A

pesquisa de MSI requer a coleta de tecido tumoral para determinar a chance de

existir mutação patogênica em um dos genes que fazem o reparo do DNA.

Quando há instabilidade, essa probabilidade é grande.

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Revisão da Literatura 19

Já a definição do gene responsável pode ser facilitada pelo uso da

imuno-histoquímica no tecido tumoral, voltada para a detecção de proteínas

codificadas por esses genes. Quando não ocorre reatividade para uma delas,

aumenta a chance de a mutação estar localizada no gene que codifica essa

proteína, razão pela qual seu sequenciamento deve ser priorizado.

Os critérios de Bethesda estão presentes em mais de 90% dos

pacientes com HNPCC, apresentando maior sensibilidade (89%) e

especificidade de 53%(14). Outros estudos indicam que eles apresentam maior

sensibilidade (94%), seguidos pelos Critérios de Amsterdam II (72%) e Critérios

de Amsterdam I (61%)(15).

Os critérios de Bethesda revisados incluem a presença de um ou mais

aspectos histopatológicos associados com a MSI, isto é, a presença de tumor

infiltrado por linfócitos, reação linfocítica semelhante à Doença de Crohn,

diferenciação mucinosa ou anel de sinete e um modelo de crescimento sólido,

indiferenciado ou medular. Os critérios revisados de Bethesda não

proporcionam detalhes no valor preditivo destes aspectos, ambos sozinhos ou

em combinação, mas recomenda teste de MSI e/ou imuno-histoquímica de

proteínas de reparo do DNA para tumores colorretais diagnosticados antes dos

50 anos e para pacientes entre 50 e 59 anos que apresentem um ou mais dos

aspectos histopatológicos citados.

Dessa forma, a histologia do tumor pode ser útil não só para a triagem de

tumores para teste de perda da função do gene de reparo, como também, para

facilitar o diagnóstico de alguns CCR de início tardio e que apresentem pouca ou

nenhuma história pessoal ou familiar sugestiva da Síndrome de Lynch (16).

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Revisão da Literatura 20

Os critérios de Bethesda revisados foram propostos para melhorar a

precisão na identificação dos pacientes com Síndrome de Lynch (15). Hampel et

al. (18) chamaram a atenção para limitações destes critérios, observando que

em uma coorte populacional de 1066 pacientes com CCR, cinco de vinte e três

portadores da mutação não preencheram os critérios de Bethesda ou Bethesda

revisados e poderiam ao contrário, não teriam sido diagnosticados se a

avaliação genética fosse limitada a indivíduos que preenchem estes critérios.

Atualmente, duas abordagens principais estão disponíveis para

identificar indivíduos e famílias com risco para a Síndrome de Lynch: 1.

abordagem chamada de critério universal, testa todos os casos de CCR em

pacientes com menos de setenta anos; 2. abordagem alvo (baseada na idade

ou critérios de história familiar), seguidos pelo teste genético, para aqueles

considerados de risco aumentado(127).

Ainda que a estratégia universal seja custo-efetiva, ela poderá falhar em

identificar casos onde mutações nos genes de reparo interrompam a sua

função, mas não resulte em instabilidade de microssatélites, como visto nos

casos de mutações no MSH6 ou quando resultados da IHC são normais apesar

de uma proteína MMR não funcionante (alterações em outros genes)(127).

2.2.5 Modelos de Predição Genéticos

Modelos preditivos foram desenvolvidos para quantificar o risco de detectar

uma mutação baseado na história pessoal e familiar, ajudando a decidir quem

poderia ser encaminhado para mais avaliação e/ou teste genético.

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Revisão da Literatura 21

O primeiro modelo preditivo foi desenvolvido em 1998 para a

identificação de mutações de pontos em MLH1 e MSH2 (128). Em 2004, um

modelo de predição chamado Amsterdam plus, foi desenvolvido a partir de uma

população com câncer familial que adicionou cinco variáveis para o critério de

Amsterdam para melhorar suas habilidades em predizer mutações nos genes

de reparo: número de CCR e câncer endometrial na família, número de

indivíduos com dois ou mais CCR ou endometrial, média de idade do

diagnóstico e número de indivíduos com cinco ou mais adenomas (129). Em

2006, três modelos foram propostos: MMRPredict, MMRPro e PREMM1,2

(“Prediction of Mismatch Repair Gene Mutations in MLH1 and MSH2”) (130-132).

Este último modelo foi ampliado para incluir mutações no gene MSH6 e

substituído por modelo PREMM1,2,6 (“Prediction of Mismatch Repair Gene

Mutations in MLH1, MSH2, and MSH6”) (133).

O modelo de Barnetson et al (130), o PREMM (132,134-135) e o MMRPro (131)

foram introduzidos para quantificar probabilidade individual de ter mutação nos

genes de reparo mais comumente associada com a Síndrome de Lynch.

Barnetson et al (130) analisaram uma coorte populacional de 870

pacientes diagnosticados com CCR antes dos 55 anos. Eles desenvolveram

modelo para prever mutações MLH1, MSH2 e MSH6 usando análise de

regressão multivariável. O modelo incluiu idade do paciente, sexo, localização

do tumor, presença de CCR sincrônicos e metacrônicos, história familiar de

câncer endometrial e CCR, resultados da instabilidade de microssatélites e

imuno-histoquímica no tumor. Foi validado em 155 pacientes com CCR

diagnosticado antes dos 45 anos, tem uma sensibilidade de 62%,

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Revisão da Literatura 22

especificidade de 97% e valor preditivo positivo de 80%. Entretanto, este

modelo foi desenvolvido e validado em pacientes jovens com CCR e não inclui

outros cânceres associados à Síndrome de Lynch, somente o câncer

endometrial.

O modelo PREMM (previsão de mutações em MLH1 e MSH2) (134-135) foi

desenvolvido usando uma coorte de 1914 indivíduos com risco moderado para

Síndrome de Lynch (132). Dados clínicos de 898 probandos foram usados para

modelo de derivação. O modelo foi validado em uma grande coorte separados

dos probandos. O modelo de regressão logística multivariável final incluiu

diagnóstico de CCR, adenomas colônicos, cânceres extracolônicos associados

à Síndrome de Lynch e história familial de cânceres associados à Síndrome de

Lynch. Entretanto, o modelo PREMM(134-135) não considera o tamanho da

família ou membros da família não afetados.

O modelo MMRPro usa estimativas da prevalência e a penetrância de

mutações nos genes de reparo para estimar a probabilidade de carregar

mutação clinicamente significante nos genes de reparo. O modelo também

pode estimar a probabilidade de desenvolvimento de CCR ou endometrial em

parentes não afetados e incorpora dados da MSI. Para indivíduos com

resultados de testes genéticos indeterminados ou não informativos, o modelo

MMRPro pode fornecer probabilidade de detecção de mutação deletéria pós-

sequenciamento. Estas estimativas são particularmente valiosas dado que o

teste genético tem limitações na sensibilidade e pobre aderência na

recomendação de rastreio de câncer (136).

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Revisão da Literatura 23

2.2.6 Histopatologia

As características histopatológicas do tumor associado à Síndrome de

Lynch incluem: cânceres mucinosos, compostos por mais do que 50% de

células produtoras de mucina e câncer com células em anel de sinete,

contendo mais do que 50% de células em anel de sinete(147,85); carcinomas com

crescimento expansivo(146,85) ; linfócitos infiltrando tumor, os quais são

consistentes com coexpressões citotóxicas de células T CD3/CD8 e linfócitos

peritumorais; lesões Crohn`s-like, que são agregados linfoides nodulares

infiltrando a superfície do tumor (43-46,85), tumores pouco diferenciados e/ou

heterogêneos (20,43-45,47-52).

Nas famílias com câncer colorretal familial tipo X (FCCTX), os aspectos

clínicos e histopatológicos diferem significantemente do câncer colorretal da

Síndrome de Lynch.

Os tumores colorretais do tipo X se desenvolvem em média de idade

maior, são predominantemente localizados no cólon distal e frequentemente

mostram arquitetura tubular, projeções serrilhadas, margem do tumor infiltrativa

e necrose suja, entretanto, reações linfocíticas são raras. A natureza molecular

dos tumores FCCTX permanece obscura, e a morfologia do tumor é

consistente com mecanismos genéticos diferentes dos defeitos dos genes de

reparo MMR que causam a Síndrome de Lynch(86).

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Revisão da Literatura 24

2.2.7 Imuno-histoquímica

A imuno-histoquímica analisa a expressão das proteínas de reparo

proporcionando informações de qual gene está envolvido, para posterior

sequenciamento genético.

A perda de expressão das proteínas de reparo apresenta acurácia

elevada na identificação da deficiência dos genes de reparo. Empregam-se os

anticorpos para hMLH1, hMSH2, hMSH6 e hPMS2(41). Considera-se alterado

quando há ausência de marcação das células tumorais. Os controles internos

positivos são compostos por linfócitos, células do centro germinativo e

enterócitos(42).

Em tumores esporádicos MSI-H, devido a hipermetilação patológica do

“promoter” hMLH1 (CpG island. Methylator phenotype), existe perda

consistente da expressão do hMLH1(43), logo este aspecto, sozinho, pode não

diferenciar entre MSI-H esporádico e Síndrome de Lynch.

Na Síndrome de Lynch, a alternância nas mutações dos genes de reparo

é numerosa e variável. Enquanto muitas mutações irão resultar na perda total

da expressão de proteína, em alguns casos de mutações “missense” irão

resultar em perda da função das enzimas de reparo, mas a proteína irá ser

expressa e detectável pela imuno-histoquímica. Grandes deleções e mutações

truncadas (“non-sense”) usualmente ocasionam níveis indetectáveis de

proteínas de reparo nos ensaios imuno-histoquímicos, caracterizando

mutações nos genes MLH1 e MSH2 que acometem mais de 90% dos casos da

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Revisão da Literatura 25

Síndrome de Lynch; 5 a 10% envolvem o MSH6 e raramente o PMS2.

O significado patogenético da perda presumida de função devido à mutação

“missense” com proteína MMR detectável, não é inteiramente clara e

recomenda-se cautela na interpretação de tais achados (48).

Algumas perdas de função de mutações hMLH1 com proteína imuno-

histoquimicamente detectável, entretanto, poderia ainda ser detectada pela

imuno-histoquímica como perda de expressão da proteína hPMS2(47).

A proteína PMS2 forma heterodímeros com a proteína MLH1, instabilidade

funcional (mutação “missense”) do MLH1 e pode levar a perda de PMS2

(“abrogation” do complexo) detectável na imuno-histoquímica. Enquanto a

marcação negativa para PMS2 é aparentemente secundária e indica presença

possível de mutações “missense” no gene MLH1 (48). A identificação de mutações

em PMS2 é um tanto difícil devido a presença de uma grande família pseudogenes

PMS2 homólogos(49-50).

A imuno-histoquímica pode detectar casos com genes de reparo

deficientes que podem ser potencialmente não detectados pelo teste de

instabilidade microssatélites. As mutações em MSH6 tendem a resultar em

coloração fraca ou ausência de instabilidade microssatélites nos tumores,

fenômeno também bem demonstrado ambos por estudos de linhagem celular e

por estudos com MSH6-mutante em ratos. Estes casos de MSH6 podem ser

não incluídos no teste de instabilidade microssatélites, mas podem ser

detectável pelo MSH6 na IHC.

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Revisão da Literatura 26

2.2.8 Instabiliade de microssatélites

Fenótipo molecular inicialmente identificado em neoplasias colorretais

hereditárias não associadas à polipose (síndrome de Lynch) e posteriormente,

relacionado a subgrupo de neoplasias esporádicas de características clínico-

patológicas próprias(9,21-22). É caracterizada por alterações esparsas ao longo

do genoma envolvendo o comprimento de sequências repetitivas mono, di, tri

ou tetranucleotídica e designadas microssatélites. Atribui-se a origem de tais

alterações a perda de fidelidade do processo de replicação do DNA, decorrente

do não reparo dos erros de pareamento que normalmente ocorrem na fase S

do ciclo celular (23-24).

Bocker et al.(25) chamaram atenção para a falta de padronização na

interpretação de resultados em diferentes centros por eles estudados na

Alemanha. O mesmo foi simultaneamente apontado por Diemaier et al.(26)

com relação a ausência de critérios diagnósticos e quais marcadores

microssatélites investigar na triagem de pacientes para estudos subsequentes

de sequenciamento. Em decorrência disto, realizou-se a padronização dos

critérios para identificação molecular do fenótipo MSI no encontro no NCI em

1997 (27). Neste encontro foi formalmente adotado o termo instabilidade de

microssatélites para se referir ao fenótipo molecular caracterizado por

alterações em sequências genômicas repetitivas, sendo recomendada

investigação de painel de cinco marcadores para definição deste fenótipo.

Foram ainda definidos os tipos microssatélite estáveis (MSS), microssatélite

instáveis de baixa frequência (MSI-L) e microssatélites instáveis de alta

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Revisão da Literatura 27

frequência (MSI-H) a depender se nenhum, apenas um ou dois ou mais

marcadores avaliados estivessem alterados(27).

2.2.9 BRAF

O gene BRAF é um proto-oncogene, localizado no braço longo (q) do

cromossomo 7, na posição 34, (7q34). Este gene produz a proteína chamada

B-Raf, conhecida como uma das proteínas quinase serina/treonina. (109-110).

Está envolvida no envio de sinais para o interior das células, que estão

diretamente relacionados ao crescimento celular.

Esta proteína faz parte da via de sinalização conhecida como

RAS/MAPK, ajudando no controle de várias funções celulares importantes.

Especificamente, a via RAS/MAPK regula o crescimento e divisão (proliferação)

de células, processo pelo qual células maduras cuidam de funções específicas

(diferenciação), movimento celular (migração) e destruição celular própria

(apoptose). Ademais, a sinalização química através desta via é essencial para

o desenvolvimento normal antes do nascimento (109-110).

Mutações somáticas no gene BRAF são comuns em vários tipos de

câncer. Normalmente, a proteína B-Raf é ativada e desativada em resposta aos

sinais que controlam o crescimento e desenvolvimento celular. Mutações

somáticas fazem com que a proteína B-Raf seja continuamente ativada e

transmita mensagens para os núcleos das células. A proteína superativada

pode contribuir para o crescimento de cânceres através do crescimento

anormal das células e divisão descontrolada.

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Revisão da Literatura 28

Mutações ativando o BRAF são encontradas em 5 a 25% dos casos de

CCR, com vasta maioria no BRAFV600E. A mutação no BRAFV600E ocorre

em dois terços dos CCR com MLH1 silencioso devido à hipermetilação

somática, mas nunca virtualmente em CCR com MSI devido à Síndrome de

Lynch (SL) (95). Entretanto, a mutação BRAFV600E é usada como marcador

para hipermetilação em tumores MLH1 com imuno-histoquímica negativa.

Ademais, o teste para SL é comumente oferecido nos casos com MLH1

negativos, apenas se eles são BRAF do tipo selvagem (92).

Mutação BRAFV600E também ocorre em tumores microssatélites

estáveis (MSS). Este grupo tem aparecido com fenótipo clínico e molecular

distinto e prognóstico ruim (111-113). A mutação do BRAFV600E é mutuamente

exclusiva com a mutação KRAS(114-115).

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3 OBJETIVOS

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Objetivos 30

A partir da caracterização clínica com história familial, imuno-

histoquímica, instabilidade de microssatélites e pesquisa da mutação para

BRAF, os objetivos desta pesquisa incluíram:

1. Avaliar a frequência de SL em pacientes submetidos a tratamento

cirúrgico por câncer colorretal e com história familial de câncer.

2. Avaliar quais dos critérios clínicos, histopatológicos, imuno-

histoquímico, e/ou de instabilidade de microssatélites seriam mais

informativos no diagnóstico desta síndrome na população brasileira.

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4 MÉTODOS

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Métodos 32

4.1 Casuística e amostras

Inicialmente, foi realizada uma análise de todos os casos de câncer

colorretal diagnosticados no período de janeiro de 2005 até dezembro de 2008, e

que foram atendidos no ambulatório de Coloproctologia do Hospital das Clínicas

da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Foram operados 477 pacientes com câncer colorretal durante este período, e

destes, 19 pacientes apresentavam outras doenças associadas como Polipose

Adenomatosa Familiar, Doença Inflamatória Intestinal, GIST, Linfoma e Sarcoma

Intestinal, ou tinham realizado radioterapia pré-operatória sendo retirados do

estudo. Dos 458 casos restantes, 118 apresentavam histórico familial de câncer,

por meio de informações contidas no prontuário médico. Estes pacientes foram

então selecionados para entrevista e aplicação da ficha padronizada com os

Critérios de Amsterdam I, II e Bethesda revisados (Anexo IV). Após a aplicação

do questionário para estes pacientes ou familiares mais próximos, quando o

paciente havia falecido, foram selecionados sessenta e um casos de pacientes

com adenocarcinomas, em diversos graus de estágio, por satisfazerem os

critérios de inclusão conforme abaixo relacionados.

Todos os pacientes estudados eram de famílias distintas. Foram

realizados pedigree até a terceira geração dos familiares.

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Métodos 33

Os tumores que apresentavam localização distal a flexura esplênica,

foram considerados como do cólon esquerdo e os com localização proximal a

flexura esplênica, como do cólon direito.

Seleção dos pacientes

4.2 Critérios de inclusão

a) Pacientes com diagnóstico de câncer colorretal e que tinham história

familial de câncer, e que tinham pelo menos um critério de Bethesda

revisado.

b) Pacientes que assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido.

4.3 Critérios de exclusão

a) Doentes com Retocolite Ulcerativa.

b) Doença de Crohn.

c) Quimioterapia e radioterapia pré-operatória.

d) Polipose Familiar de qualquer tipo.

e) Aqueles que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

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Métodos 34

4.4 Variáveis anatomopatológicas

Procedeu-se a revisão das lâminas para obtenção de informes

anatomopatológicos relacionados à Síndrome de Lynch, nos arquivos do

Departamento de Patologia do Hospital das Clínicas – HCFMUSP, utilizando a

classificação para tumor colorretal da Organização Mundial da Saúde (36). Foram

incluídos os seguintes aspectos histopatológicos: adenocarcinoma, carcinoma

mucinoso, carcinoma com células em anel de sinete ou carcinoma medular.

Grau de diferenciação: relatados em escala de três graus (bem diferenciado,

moderadamente diferenciado, pouco diferenciado/indiferenciado) (36,141-2).

Componente Mucinoso: definido quando no mínimo 50% da área do

tumor apresentavam-se compostas de mucina secretória.

Componente Anel de Sinete: definido quando no mínimo 50% do tumor

contivessem células em anel de sinete.

Componente Medular: definido como carcinomas de tipo “medular”, que

são aqueles tumores sólidos formados por blocos, ninhos ou trabéculas de

células tumorais com alto grau nuclear, numerosas figuras de mitose, escasso

citoplasma e denso infiltrado inflamatório na periferia da lesão. As bordas da

lesão são bem definidas em relação ao parênquima de tecido normal adjacente

(geralmente tumores com bordas arredondadas ou lobuladas).

Linfócitos Intratumor: foram pontuados como presentes, quando

existiam no mínimo cinco linfócitos em um campo de (x40) entre dez campos

examinados.

Reação Crohn-like: definido como agregados linfoides com ou sem

formação de centros germinativos na periferia do tumor e não associados a

linfonodo.

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Métodos 35

Expansivo: definido como bordas do tumor expansivas, ou seja,

empurram o tecido normal adjacente ao invés de infiltrá-lo (36,141-2).

4.5 Ensaios imuno-histoquímicos

Os procedimentos imuno-histoquímicos foram realizados em conjunto

pelas equipes do LIM-14 |Patologia hepática| FMUSP, e Laboratório de Imuno-

histoquímica da Divisão de Patologia do Instituto Adolfo Lutz.

4.5.1 Anticorpos primários utilizados e padronização dos ensaios

Para o presente estudo foram utilizados anticorpos primários monoclonais

gerados em camundongos e dirigidos contra os antígenos, produtos dos genes

codificadores das enzimas de reparo dos erros de pareamento do DNA: anti-

MLH1 hum purif, clone G168-15, Becton Dickinson, cod. 550838 (RR-002-12155),

lote 83115; anti-MSH2 hum purif, clone G2019-1129, Becton Dickinson,

cod.556349 (RR-002-05885), lote 23665; anti-MSH6 (GTBP) 150ug, Becton

Dickinson, clone 44/MSH6, cod. 610919 (RR-002-17297), lote 64559; anti-PMS2

hum/cam purif, clone A16-4, Becton Dickinson, cod. 556415 (RR-002-13805), lote

76080. As condições ideais do ensaio para cada um dos antígenos pesquisados

foram determinadas mediante avaliação das diversas variáveis envolvidas na

execução das reações imuno-histoquímicas, referentes às condições de

recuperação antigênica em calor úmido, título do anticorpo primário e sistema de

revelação, conforme descritos a seguir:

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Métodos 36

a) Recuperação antigênica (RA): testada em pH=6,0 e pH=3,0 (tampão

citrato de sódio 10mM) e pH=9,0 (tampão Tris-EDTA 1mM),

executadas tanto em panela de pressão por 3 minutos, quanto

panela a vapor por 40 minutos;

b) Título do anticorpo primário: para os quatro antígenos pesquisados,

os respectivos anticorpos primários foram testados em diferentes

títulos conforme a seguir:

anti-MLH1: 1/50, 1/100, 1/200, 1/400 e 1/800;

anti-MSH2: 1/100, 1/200, 1/400, 1/800 e 1/1600;

anti-MSH6: 1/50, 1/100, 1/200, 1/400 e 1/800;

anti-PMS2: 1/50, 1/100, 1/250, 1/500 e 1/1000.

c) Sistema de revelação: foi utilizado o sistema de revelação baseado

em polímeros curtos: (Novocastra, Newcastle, Reino Unido).

Apresentam-se a seguir as condições ótimas padronizadas para os

quatro anticorpos alvos do presente estudo (Quadro 1).

Quadro 1. Distribuição dos Anticorpos utilizados nas reações de IHC, técnicas de

recuperação antigênica, titulação e método de revelação das reações

Anticorpo Clone RA Título Revelação

anti-MLH1 G168-15 -panela vapor

-pH=6,0 1:100 NovoLink

anti-MSH2 G2019-1129 -panela vapor

-pH=6,0 1:800 NovoLink

anti-MSH6 44\MSH6 -panela vapor

-pH=6,0 1:100 NovoLink

anti-PMS2 A16-4 -panela vapor

-pH=6,0 1:1000 NovoLink

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Métodos 37

Procedeu-se, dessa forma, aos ensaios imuno-histoquímicos conforme

etapas discriminadas a seguir:

1. Desparafinização dos cortes de 3µ de espessura, do material

incluído em parafina: incubação com xilol a 60o C por 15 minutos,

seguido por outra incubação com xilol à temperatura ambiente por

15 minutos;

2. Hidratação dos cortes em concentrações de Etanol a 100% com três

banhos de 30 segundos cada, Etanol a 95%, 80% e 70% por 30

segundos, lavagem em água corrente e água destilada;

3. Recuperação antigênica mediante incubação das lâminas em

solução de TRIS 10 mM e EDTA 1 mM, pH 9,0 em panela a vapor;

após a fervura da água da panela, colocado a cuba com as lâminas

em solução de recuperação, por 40 minutos. Deixado esfriar por 20

minutos à temperatura ambiente. Lavagens em água corrente e

água destilada;

4. Bloqueio da peroxidase endógena com água oxigenada (H2O2) a 6%

diluída v/v em metanol, em três banhos de 10 minutos cada.

Lavagens em água corrente e água destilada.

Lavagem com solução salina tamponada com fosfatos (PBS) 10 mM

pH 7,4 por 5 minutos.

5. Bloqueio de proteínas com Cas Block (Zymed) por 10 minutos a 37o

C. Escorrido e incubado com o anticorpo primário.

6. Incubação das lâminas com anticorpo primário (específico para o

antígeno) diluído em solução de albumina bovina (BSA) (SIGMA,

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Métodos 38

E.U.A.) a 1,0% e azida sódica NaN3 (Inlab, São Paulo) 0,1% em

PBS, em câmara úmida: 30 min. a 37oC e, em seguida, 18 horas

(overnight) a 4oC.

Lavagens em tampão PBS com três trocas de 5 minutos cada.

7. Incubação com o bloqueador pós-primário (Post Primary Block,

NovoLink Max Polymer Detection System, Newcastle, Reino Unido),

por 30 minutos a 37oC.

Lavagens com tampão PBS com três trocas de 3 a 5 minutos cada.

8. Incubação com NovoLink (Polímero) do mesmo kit por 30 minutos

a 37oC.

9. Revelação com solução de substrato cromogênico contendo

diaminobenzidina (Sigma, E.U.A.) a 0,10%, peróxido de hidrogênio a

0,06%, dimetil sulfóxido (Labsynth) a 1% em PBS, em banho de 5

minutos, a 37oC.

Lavagens em água corrente e água destilada.

10. Contracoloração com Hematoxilina de Harris por 1 minuto, lavagens

em água corrente e água destilada. Imersão rápida em água

amoniacal (solução de hidróxido de amônia 0,5%) seguido de

lavagens em água corrente e água destilada.

11. Desidratação dos cortes em banhos de etanol a 50%, 80%, 95% e

etanol absoluto (três trocas de 1 minuto cada), diafanização em

banhos de xilol (quatro trocas de 1 minuto cada) e montagem em

meio permanente (Entellan Merck) com lamínula.

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Métodos 39

4.5.2 Controles positivos e negativos usados durante os ensaios

imuno-histoquímicos

Os controles utilizados na reação imuno-histoquímica compreenderam,

um controle positivo, caracterizado por adenocarcinoma colorretal, previamente

corado e sabidamente positivo para o anticorpo em estudo, e um controle

negativo com incubação em PBS e eliminação do anticorpo primário.

4.5.3 Interpretação dos resultados das reações imuno-histoquímicas

As reações imuno-histoquímicas foram qualitativamente interpretadas

como positivas ou negativas nas amostras dos tumores primários

representados nos cortes histológicos obtidas dos blocos de parafina.

Resultado positivo (não alterado) foi assinalado para as amostras em

que foi identificada real positividade nuclear nas células tumorais, interpretada

de acordo com os controles internos positivos, correspondentes a linfócitos,

células estromais ou células epiteliais glandulares colônicas não neoplásicas.

É importante salientar que até mesmo fraca reatividade nuclear nas células

tumorais, tendo em vista, também, fraca reatividade nos controles internos

anteriormente mencionados, foi considerada positiva.

O resultado negativo (alterado) foi assinalado para as amostras em que

foi identificada real negatividade nuclear nas células tumorais, interpretada de

acordo com os controles internos positivos, correspondentes a linfócitos,

células estromais ou células epiteliais glandulares colônicas não neoplásicas.

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Métodos 40

É importante mencionar que a negatividade somente foi considerada nos

casos sem qualquer marcação nuclear, com controles internos, previamente

listados, positivos.

4.6 Instabilidade de Microssatélites (MSI)

Os procedimentos de MSI foram realizados, no Hospital A. C. Camargo

(Laboratório de Patologia Molecular Diagnóstica, Laboratório de Genômica e

Biologia Molecular).

Quadro 2. Pesquisa da MSI

MATERIAL TÉCNICAS INTERPRETAÇÃO

Amostra de tecido tumoral (em formol ou parafina) e tecido normal

Determinação no número de repetições dos microssatélites BAT-25, BAT-26, NR-21, NR-24 e MONO-27, PENTA C, PENTA D

O número de repetições dos microssatélites no tecido tumoral deve ser igual ao tecido normal

4.6.1 Sistema de Análise MSI

Foram utilizadas sondas (primers) marcadas com fluorescência para

amplificação de sete marcadores, incluindo cinco marcadores

mononucleotídeos repetidos (BAT-25, BAT-26, NR-21, NR-24 e MONO-27) e

dois marcadores pentanucleotídeos repetidos (Penta C e Penta D). Os

marcadores mononucleotídeos foram usados para a determinação da MSI e os

marcadores pentanucleotídeos foram usados para controle da reação. Os

produtos da PCR foram separados por eletroforese capilar.

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Métodos 41

4.6.2 Protocolo de extração

Cortaram-se um a dois cilindros do material parafinado direto no tubo de

1,5 ml.

Desparafinização

1. Adicionou-se 1ml de xilol. Agitou-se por inversão. Incubou-se por 5

minutos a 57⁰C.

2. Removeu-se o sobrenadante com a pipeta. Descartou-se o xilol em

lixo apropriado.

3. Adicionou-se 1ml de xilol. Agitou-se por inversão. Removeu-se bem o

sobrenadante com a pipeta.

4. Adicionou-se 1ml ETOH (etanol) 100% à amostra. Homogeneizou-se

por inversão.

5. Removeu-se o sobrenadante com a pipeta. Repetiu-se o

procedimento com ETOH 100% mais 2x.

6. Removeu-se o excesso de etanol com a pipeta e secou-se na estufa

a 42⁰C por, aproximadamente, 2min ou até perceber-se que

evaporou todo etanol.

Digestão e Purificação do DNA

1. Adicionou-se 600µl de Cell Lysis Solution (Gentra Puregene Blood

Kit-Qiagen-Cat n⁰1589080) no pellet gerado no passo 6.

2. Incubou-se a 55⁰C em agitação (300 rpm) por 18 horas.

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Métodos 42

3. Adicionou-se mais 10-15µl de Proteinase K, caso o tecido não tenha

dissolvido por completo.

4. Centrifugou-se o tubo Phase Lock Gel (PGL) por 1 min a 13.200 rpm.

5. Transferiu-se a amostra para o tubo PLG. Adicionou-se 500µl de

fenol-clorofórmio-álcool isoamílico.

6. Homogeneizou-se por inversão por 1 min. Centrifugou-se por 10 min.

a 13.200 rpm.

7. Transferiu-se a fase aquosa (acima da resina do tubo) para um novo

tubo PLG. Adicionou-se 500 µl de fenol-clorofórmio-álcool isoamílico

(25:24:1). Homogeneizou-se. Centrifugou-se por 10 min. a 13.200.

8. Adicionou-se 400 µl de clorofórmio direto no tubo PLG (sem trocar

de tubo).

9. Homogeneizou-se por inversão por 1 min.

10. Centrifugou-se por 10 min. a 13.200 rpm.

11. Transferiu-se a fase aquosa para um novo tubo (2,0 ml) e adicionou-

se 0,5 µl de glicogênio (20µg/µl) e 800µl de ETOH 100% gelado.

Homogeneizou-se bem por inversão.

12. Incubou-se por 1 hora a -20⁰C (se a nuvem de DNA estivesse

evidente pulou-se esse passo).

13. Centrifugou-se por 30 min. a 14.000 rpm a 4⁰C. Removeu-se o

sobrenadante.

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Métodos 43

14. Lavou-se o pellet 3x com 1ml de ETOH 70% gelado. Descolou-se o

pellet do fundo do tubo na primeira lavagem. Centrifugou-se por 2

min. a 14.000 rpm a 4⁰C.

15. Removeu-se o etanol (retirou-se o excesso com a pipeta). Secou-se

o pellet a 42⁰C ou na bancada.

16. Ressuspendeu-se em -20µl de H2O

17. Incubou-se a 55⁰C por 10 minutos.

18. Deixou-se overnight a 4⁰C.

20. Armazenou-se em freezer -20⁰C.

4.6.3 Amplificação

Componente volume por amostra

Água livre de nuclease: 5,85µl

Tampão Gold Star 10x: 1,00µl

Sistema de Análise MSI mistura de pares de primers 10x: 1,00µl

AmpiTaq Gold DNA polymerase (5u/µl): 0,15µl

Foram utilizados 100ng de DNA ciclagem.

4.6.4 Perfil da ciclagem

95⁰C por 11 minutos, depois:

96⁰C por 1 minutos, depois:

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Métodos 44

Rampa 100% a 94⁰C por 30 segundos

Rampa 29% a 58⁰C por 30 segundos

Rampa 23% a 70⁰C por 1 minuto, por 10 ciclos, depois:

Rampa 100% a 90⁰C por 30 segundos,

Rampa 29% a 58⁰C por 30 segundos,

Rampa 23% a 70⁰C por 1 minuto,

Por 20 ciclos, em seguida:

60⁰C por 30 minutos

4⁰C embeber

4.6.5 Preparação da amostra

As amostras foram analisadas no sequenciador ABI 3500 (oito capilares

de Applied Biosystems).

O padrão Size Standard 600 foi incluído em cada experimento para

padronização das amostras de análise de amplificação e utilizou-se da quarta cor.

1. Preparou-se um coquetel pesado pela combinação e mistura do

padrão 600 (ILS 600) e formamida deionizado como segue: [(1,0µl

ILS 600) + (24µl formamido deionizado) x (# injeções)].

2. Combinou-se 25µl do coquetel preparado e 1µl da amostra amplificada.

3. Desnaturaram-se as amostras a 95⁰C por 3 minutos e banho de gelo

triturado por 3 minutos.

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Métodos 45

4.7 Análise da mutação somática para o BRAF

4.7.1 Técnica

Pesquisa da mutação 1799 T>A (V600E) no exon 15 do gene BRAF.

O DNA genômico foi extraído do tecido emblocado em parafina com kits

apropriados e recuperado em solução tampão adequada. A PCR, para

posterior sequenciamento, foi realizada utilizando par de oligonucleotídeos

específicos para a região de interesse. Antes do sequenciamento, os produtos

da PCR foram submetidos à eletroforese em gel de agarose para verificação do

sucesso da amplificação.

4.7.2 Interpretação

(1) Positivo: O caso considerado POSITIVO apresenta o nucleotídeo A

na posição 1799;

(2) Negativo: O caso considerado NEGATIVO apresenta o nucleotídeo T

na posição 1799.

Sequenciamento do DNA (método de Sanger) (Figura 1)

O sequenciamento de DNA (método de Sanger) foi realizado no

aparelho ABI PRISMTM 3130 (Applied Biosystems) utilizando Big dye terminator

v3.1 cycle sequencing kit (Applied Biossystems), conforme recomendações do

fabricante (107).

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Métodos 46

A

B

Figura 1. Representação da análise da mutação V600E (1799 T>A) do gene BRAF.

No eletroferograma do sequenciamento está destacado um exemplo de selvagem (A)

e de mutação em heterozigose (B).

4.8 Análise Estatística

1. ANÁLISE DESCRITIVA

Realizada através de percentuais para variáveis qualitativas e para

as variáveis numéricas utilizamos média ± desvio padrão (DP).

2. TESTES ESTATÍSTICOS

Teste Exato de Fisher- Para verificar a associação entre as variáveis.

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Métodos 47

Teste t de Student (quantitativo) / Mann-Whitney- Para comparar as

médias/medianas de idade entre os grupos.

Regressão Logística Binária Simples- Para avaliar quais fatores

foram preditores da positividade das variáveis de interesse (MSH2,

MLH1, MSH6, PMS2 e MSI), dando a razão de chance e os

respectivos intervalos de confiança de 95%.

Regressão Logística Binária Múltipla- Dentre todos os fatores, quais

mais se associam com a imuno-histoquímica e a instabilidade de

microssatélites.

3. ESCORE

Realizou-se regressão logística simples. Fatores que tiveram p valores

<0,20 foram escolhidos para serem avaliados na regressão logística

múltipla e em que as variáveis mais importantes foram escolhidas pelo

critério AIC (Akaike Information Criterion)145. Definiu-se o escore a partir

do preditor linear e os coeficientes foram reescalonados de forma que o

escore estivesse entre 0 e 100. Encontrou-se o ponto de corte (43,63) a

partir da curva ROC (Receiver Operateing Characteristic), através da

maximização do índice de Youden(144). Calcularam-se: sensibilidade,

especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo. Por fim,

avaliou-se o otimismo da validação interna através de amostras

bootstrap(143).

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5 RESULTADOS

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Resultados 49

5.1 Critérios de Amsterdam I e Bethesda Revisados

Após a aplicação do questionário de avaliação da história familial, 61 dos

118 pacientes estudados (52%), preencheram pelo menos um dos critérios de

Bethesda revisados para Síndrome de Lynch (SL). Destes 61 casos estudados,

36 eram do sexo feminino (59%) e 25 do sexo masculino (41%), com idade

variando de 22 a 87 anos (média: 53,18, DP= 16,5). Nove pacientes

apresentaram todos os critérios de Amsterdam I presentes. Todos pacientes

apresentaram pelo menos um critério de Bethesda revisado. O critério 5 de

Bethesda revisado foi o mais encontrado nesta casuística, seguidos pelos

critérios 1, 3, 4 e 2 (Anexo IV). Pelo menos um critério de Bethesda revisado

estava presente em 26 pacientes e dois ou mais critérios em 35 pacientes,

como visto na tabela 1.

Tabela 1. Frequência dos critérios clínicos para a Síndrome de Lynch

Critérios Número de casos

Amsterdam I 9 (14,7)

Bethesda revisado 1 29 (47,5)

Bethesda revisado 2 2 (4,92)

Bethesda revisado 3 24 (39,3)

Bethesda revisado 4 14 (22,9)

Bethesda revisado 5 43 (70,5)

Pelo menos um critério de Bethesda revisado 26 (42,6)

Dois ou mais critérios de Bethesda revisados 35 (57,4)

Bethesda revisados 61

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Resultados 50

5.2 Localização do tumor

Dez tumores estavam localizados no cólon direito (16%) e 52 no cólon

esquerdo (84%). Um paciente apresentou tumores sincrônicos, um no cólon

direito e o outro no cólon esquerdo. Neste caso, apenas o tumor do cólon

esquerdo foi avaliado na histologia, imuno-histoquímica e MSI, por falta de

material disponível.

Tabela 2. Localização dos tumores

Localização do tumor Número/%

Cólon direito 10 (16%)

Cólon esquerdo 52 (84%)

5.3 Histopatologia

A histopatologia foi considerada positiva quando presente pelo menos

uma das características histopatológicas da Síndrome de Lynch (72%).

Tabela 3. Histopatologia positiva e negativa

Histopatologia Número/%

Histopatologia positiva 44 (72%)

Histopatologia negativa 17 (28%)

Total 61 (100%)

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Resultados 51

Os linfócitos intratumor, a característica expansiva do tumor e o

componente mucinoso foram os achados histopatológicos mais encontrados na

avaliação destes tumores, como mostrado na Tabela 4.

Tabela 4. Componentes histopatológicos avaliados em 61 pacientes com história

familial e pelo menos um critério de Bethesda revisado

Componentes Histopatológicos Número

Componente mucinoso 17

Componente sinete 8

Componente medular 1

Linfócitos intratumor 29

Reação crohn-like 9

Expansivo 18

Figura 2. Carcinoma pouco diferenciado apresentando padrão medular. Padrão

expansivo de crescimento (HEX100)

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Resultados 52

Figura 3. Carcinoma sólido pouco diferenciado padrão medular (HEX400)

Figura 4. Carcinoma sólido pouco diferenciado apresentando padrão medular

(HEX100)

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Resultados 53

Figura 5. Folículo linfoide com exuberante centro germinativo (HEX100)

5.4 Imuno-histoquímica

A imuno-histoquímica estava alterada (não expressão das proteínas de

reparo) em oito casos (13%) e não alterada em 53 casos (87%).

Tabela 5. Resultado da avaliação Imuno-histoquímica em 61 pacientes com história

familial e pelo menos um critério de Bethesda revisado

Imuno-histoquímica Número/%

Alterada 8 (13%)

Não alterada 53 (87%)

Total 61 (100%)

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Resultados 54

Destes, cinco casos apresentaram positividade para os dímeros

MSH2/MSH6. A positividade para os dímeros MLH1/PMS2 ocorreu em três casos.

Figura 6. MLH1 alterado na neoplasia. Diversos linfócitos reativos servem como

controle positivo (Imuno-histoquímicaX200)

Figura 7. MLH1 alterado na neoplasia. Diversos linfócitos reativos servem como

controle positivo (ImunoperoxidaseX400)

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Resultados 55

I

Figura 8. PMS2 positivo. Negativo para células neoplásicas. Diversos linfócitos com

núcleos reativos servem como controle positivo (X100)

Figura 9. MSH2 positivo nos núcleos das células neoplásicas e nas células do

estroma (X200)

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Resultados 56

Figura 10. MSH6 positivo nas células neoplásicas e nas células do estroma (X100)

5.5 Instabilidade de Microssatélites

A instabilidade dos microssatélites (MSI) foi testada nos 61 casos,

destes, 12 casos (20%) apresentaram testes positivos e 49 negativos (80%).

Dos 12 casos positivos, 11 foram classificados como MSI-H (dois ou mais

marcadores instáveis) e um MSI-L (um marcador instável).

Tabela 6. MSI positiva e negativa

MSI Número

MSI positiva 12 (20%)

MSI negativa 49 (80%)

Total 61

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Resultados 57

5.6 Análise da mutação somática para BRAF

O sequenciamento do gene BRAF não demonstrou mutação nos 12

casos positivos para MSI. Afastou-se, portanto, a hipermetilação na região

promotora do gene MLH1.

Tabela 7. Distribuição dos resultados da IHC, MSI e BRAF nos 12 pacientes alterados

Casos BAT25 BAT26 NR21 NR24 Mono27 Penta C Penta D IHC BRAF

14 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Alterada Neg

15 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Alterada Neg

22 Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Alterada Neg

31 Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Alterada Neg

33 Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Alterada Neg

42 Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Alterada Neg

50 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Alterada Neg

58 Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Alterada Neg

26 Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não alt. Neg

32 Não Não Não Não Não Sim Não Não alt. Neg

40 Não Não Inc. Não Não Sim Sim Não alt. Neg

60 Inc. Inc. Sim Sim Inc. Inc. Sim Não alt. Neg

SIM = Marcador instável, NÃO = Marcador estável, Inconclusivo = Não foi possível definir. Classificação: MSI-L = 1 marcador instável, MSI-H = 2 ou mais marcadores instáveis (segundo classificação de Bethesda: MSI-H ≥ 30% marcadores instáveis), BRAF: POSITIVO apresenta o nucleotídeo A na posição 1799; NEGATIVO apresenta o nucleotídeo T na posição 1799.

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Resultados 58

5.7 Associações entre as variáveis estudadas

5.7.1 IHC

Localização tumoral

Em 10/44 casos com critérios histopatológicos de Síndrome de Lynch os

tumores ocorreram no cólon direito. Todos os casos que não tinham estes

critérios estavam localizados no cólon esquerdo, (p=0,051).

Nos 17 casos com histopatologia negativas, em 100% dos casos as

lesões estavam localizadas no cólon esquerdo. Em apenas um paciente que

apresentou lesões sincrônicas, este mostrou uma lesão no cólon direito e outra

no cólon esquerdo. A lesão do cólon direito não foi avaliada por falta de

material disponível para análise.

Tabela 8. Histopatologia negativa e localização do tumor

Histopatologia Localização Número Valor P

Negativa 17 Cólon esquerdo 17 0,05

Cólon direito 0

Positiva 44 Cólon esquerdo 34

Cólon direito 10

Teste Exato de Fisher

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Resultados 59

Três dos oito (37,5%) pacientes com imuno-histoquímica alterada tinham

localização tumoral no cólon direito e seis dos 53 (12,8%) pacientes com

imuno-histoquímica não alterada também apresentaram localização tumoral à

direita, (p=0,013).

Tabela 9. Associação entre a IHC e a localização dos tumores colorretais

IHC Cólon direito Cólon esquerdo Total Valor P

Alterada 3 5 8 0,013

Não alterada 6 47 53

Teste Exato de Fisher

Critérios Clínicos

Houve uma variação de dois (50%) até quatro (12,5%) critérios de

Bethesda revisados presentes, quando a imuno-histoquímica apresentava

resultado alterado. Em nenhum caso, foi encontrado apenas um critério de

Bethesda revisado, quando a imuno-histoquímica era alterada.

Tabela 10. Critérios de Bethesda revisados e imuno-histoquímica alterada

Critérios de Bethesda revisados Imuno-histoquímica alterada

Pelo menos um 0 (0%)

Dois 4 (50%)

Três 3 (37,5%)

Quatro 1 (12,5%)

Total 8 (13%)

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Resultados 60

Dois critérios de Bethesda revisados ocorreram em três casos (60%),

três em um (20%) e quatro em um caso (20%), nos pacientes com dímeros

MSH2/MSH6 positivos. Nos pacientes com dímeros MLH1/PMS2 positivos,

dois apresentaram três critérios de Bethesda revisados (67%) e um (33%), dois

critérios de Bethesda revisados presentes.

Tabela 11. Dímeros positivos e Critérios de Bethesda revisados

Critérios de Bethesda revisados MSH2/MSH6

Pelo menos um 0 (0%)

Dois 3 (60%)

Três 1 (20%)

Quatro 1 (20%)

Total 5 (62,5%)

Critérios de Bethesda revisados MLH1/PMS2

Pelo menos um 0 (0%)

Dois 1 (33%)

Três 2 (67%)

Total 3 (37,5%)

Dentre os pacientes com somente um critério de Bethesda revisado,

nenhum teve alteração na imuno-histoquímica, enquanto os pacientes com

mais de um critério de Bethesda revisado, 22,86%, apresentavam alterações

na imuno-histoquímica (p=0,016).

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Resultados 61

Histopatologia

Quando comparamos os dados histopatológicos dos pacientes com

imuno-histoquímica alterada (13%), três pacientes apresentaram quatro

critérios histopatológicos para a Síndrome de Lynch (37,5%), um com três

critérios histopatológicos para a Síndrome de Lynch (12,5%), dois com dois

critérios histopatológicos para a Síndrome de Lynch (25%), um com um critério

histopatológico para a Síndrome de Lynch (12,5%). Apenas um paciente,

apresentou histopatologia negativa (12,5%), quando a imuno-histoquímica

estava alterada. As Tabelas 12 e 13 mostram a disposição dos critérios

histopatológicos na imuno-histoquímica alterada e não alterada.

Tabela 12. Critérios histopatológicos na imuno-histoquímica alterada

Critérios Histopatológicos Imuno-histoquímica alterada

Histopatologia negativa 1 (12,5%)

Um critério histopatológico 1 (12,5%)

Dois critérios histopatológicos 2 (25%)

Três critérios histopatológicos 1 (12,5%)

Quatro critérios histopatológicos 3 (37,5%)

Total 8 (13%)

Critérios Histopatológicos MSH2/MSH6

Histopatologia negativa 1 (20%)

Um critério histopatológico 0 (0%)

Dois critérios histopatológicos 2 (40%)

Três critérios histopatológicos 1 (20%)

Quatro critérios histopatológicos 1 (20%)

Total 5 (62,5%)

Critérios Histopatológicos MLH1/PMS2

Histopatologia negativa 0 (0%)

Um critério histopatológico 1 (33%)

Dois critérios histopatológicos 0 (0%)

Três critérios histopatológicos 0 (0%)

Quatro critérios histopatológicos 2 (67%)

Total 3 (37,5%)

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Resultados 62

Tabela 13. Critérios histopatológicos na imuno-histoquímica não alterada

Critérios histopatológicos Imuno-histoquímica não alterada

Histopatologia negativa 16 (30%)

Um critério histopatológico 21 (40%)

Dois critérios histopatológicos 8 (15%)

Três critérios histopatológicos 7 (13%)

Quatro critérios histopatológicos 1 (2%)

Total 53 (87%)

A concordância entre histopatologia positiva e imuno-histoquímica

alterada ocorreu em sete casos. A histopatologia foi negativa em apenas um

caso com imuno-histoquímica alterada.

A imuno-histoquímica não alterada ocorreu em 53 casos, destes, 16

(30%) tinham histopatologia negativa para a Síndrome de Lynch, 21 pacientes

(40%) apresentaram apenas um critério histopatológico para a Síndrome de

Lynch, oito apresentaram dois critérios histopatológicos para a Síndrome de

Lynch, sete (13%) apresentaram três critérios histopatológicos para a Síndrome

de Lynch e um (2%) apresentou quatro critérios histopatológicos para a

Síndrome de Lynch.

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Resultados 63

Tabela 14. Distribuição dos 61 pacientes de acordo com os achados imuno-

histoquímicos e as variáveis clínico-patológicas.

Imuno-histoquímica

Não Alterada Alterada valor de p

Componente Histopatológico: Presente 37 (69,81) 7 (87,5) 0,423

Número de Componentes Histopatológico: 0 16 (30,19) 1 (12,5) 0,01

1 21 (39,62) 1 (12,5)

2 8 (15,09) 2 (25)

3 7 (13,21) 1 (12,5)

4 1 (1,89) 3 (37,5)

Componente Mucinoso 12 (22,64) 5 (62,5) 0,032

Componente Sinete 6 (11,32) 2 (25) 0,28

Componente Medular 1 (1,89) 0 (0) 1

Linfócitos Intratumor 22 (41,51) 7 (87,5) 0,022

Reação Crohn-Like 6 (11,32) 3 (37,5) 0,087

Expansivo 15 (28,3) 3 (37,5) 0,683

Localização: cólon direito 4 (8,16) 5 (41,67) 0,013

Bethesda revisado 1 24 (45,28) 5 (62,5) 0,46

Bethesda revisado 2 2 (3,77) 1 (12,5) 0,349

Bethesda revisado 3 18 (33,96) 6 (75) 0,048

Bethesda revisado 4 9 (16,98) 5 (62,5) 0,012

Bethesda revisado 5 38 (71,7) 5 (62,5) 0,683

Bethesda revisado > 1 27 (50,94) 8 (100) 0,016

Amsterdam I 4 (7,55) 5 (62,5) 0,001

Teste Exato de Fisher

5.7.2 MSI

Localização do tumor

A MSI estava presente em doze casos (20%), nos oito casos com

imuno-histoquímica alterada e MSI presente, quatro estavam localizados no

cólon direito e quatro casos no cólon esquerdo.

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Resultados 64

Nos quatro casos com MSI presente e imuno-histoquímica não alterada,

todos os pacientes apresentaram idade superior aos 60 anos (63, 64, 69 e 70

anos), três com tumores localizados no cólon esquerdo e um no cólon direito.

Em apenas um caso, a MSI era MSI-L, nas três restantes a MSI era MSI-H.

Critérios Clínicos

Quando a MSI foi positiva, dois pacientes apresentaram pelo menos um

critério de Bethesda revisado, seis com dois critérios, três com três critérios e

um com quatro.

Tabela 15. MSI positivo e critérios de Bethesda revisados

Critérios de Bethesda revisados MSI Positivo

Pelo menos um critério 2 (17%)

Dois critérios 6 (50%)

Três critérios 3 (25%)

Quatro critérios 1 (8%)

Total 12 (20%)

Histopatologia

Nos 12 casos positivos para MSI, três pacientes apresentaram quatro

critérios histopatológicos presentes para a Síndrome de Lynch (25%), dois com

três critérios histopatológicos para a Síndrome de Lynch (16,7%), três com dois

critérios histopatológicos presentes para a Síndrome de Lynch (25%), dois com

um critério histopatológico presente para a Síndrome de Lynch (16,7%) e dois

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Resultados 65

com histopatologia negativa (16,7%). A histopatologia foi positiva em dez

pacientes (83%), com MSI presente, e negativa em dois casos (17%).

Tabela 16. MSI positivo e histopatologia

Critérios histopatológicos MSI positivo

Histopatologia negativa 2 (16,7%)

Pelo menos um critério 2 (16,7%)

Dois critérios 3 (25%)

Três critérios 2 (16,7%)

Quatro critérios 3 (25%)

Total 12 (20%)

Tabela 17. Distribuição dos 61 pacientes de acordo com os achados de MSI

(confirmados pela análise do BRAF) e as variáveis clínico-patológicas.

MSI

Não Alterado Alterado valor de p

Componente Histopatológico: Presente 34 (69,39) 10 (83,33) 0,481

Número de Componentes Histopatológico: 0 15 (30,61) 2 (16,67) 0,034

1 20 (40,82) 2 (16,67)

2 7 (14,29) 3 (25)

3 6 (12,24) 2 (16,67)

4 1 (2,04) 3 (25)

Componente Mucinoso 12 (24,49) 5 (41,67) 0,287

Componente Sinete 6 (12,24) 2 (16,67) 0,65

Componente Medular 0 (0) 1 (8,33) 0,197

Linfócitos Intratumor 19 (38,78) 10 (83,33) 0,009

Reação Crohn-Like 6 (12,24) 3 (25) 0,361

Expansivo 13 (26,53) 5 (41,67) 0,313

Localização: cólon direito 5 (9,43) 4 (50) 0,011

Bethesda revisado 1 24 (48,98) 5 (41,67) 0,753

Bethesda revisado 2 2 (4,08) 1 (8,33) 0,488

Bethesda revisado 3 18 (36,73) 6 (50) 0,513

Bethesda revisado 4 7 (14,29) 7 (58,33) 0,003

Bethesda revisado 5 34 (69,39) 9 (75) 1

Bethesda revisado > 1 25 (51,02) 10 (83,33) 0,001

Amsterdam I 3 (6,12) 6 (50) 0,055

Teste Exato de Fisher

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Resultados 66

5.8 Critérios de Amsterdam

A concordância entre histopatologia positiva e Amsterdam I presente

ocorreu em sete casos estudados. A histopatologia foi negativa em dois casos,

que apresentaram critérios de Amsterdam I positivos.

Tabela 18. Amsterdam I positivo, histopatologia positiva e negativa, imuno-histoquímica

alterada e não alterada e MSI positiva e negativa

Amsterdam I positivo

Histopatologia positiva

MSI positiva Imuno-histoquímica

alterada

9 7 5 5

14,75% TOTAL 77,77% 55,55% 55,55%

Amsterdam I positivo

Histopatologia negativa

MSI negativa Imuno-histoquímica não

alterada

9 2 4 4

14,75% TOTAL 22,22% 44,44% 44,44%

A imuno-histoquímica (IHC) estava alterada em cinco casos (55,55%) e

não alterada em quatro, nos casos com Amsterdam I presente. A instabilidade

de microssatélites (MSI) estava presente em cinco casos e ausente em quatro

casos com Amsterdam I presente. Houve associação com os resultados da IHC

e da MSI quando os critérios de Amsterdam I estavam presentes.

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Resultados 67

5.9 Testes de associação, Regressão binária simples e

Regressão binária múltipla

Testes de Associação

Os testes de associação mostraram associação dos Critérios de

Amsterdam I com a instabilidade dos microssatélites e com o MLH1 e PMS2,

na imuno-histoquímica. Já com os critérios de Bethesda revisados, houve

associação com o sexo masculino, componente mucinoso, linfócitos intratumor

e reação Crohn´s like na histopatologia. Houve também, associação destes

critérios com o MLH1 e PMS2, na imuno-histoquímica e entre a instabilidade

dos microssatélites.

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Resultados 68

Quadro 3. Avaliação dos critérios clínicos quanto à associação com as variáveis

clínico-patológica em 61 pacientes

Critério clínico Variável clínico-patológica Valor p

Amsterdam I Sexo 0,467

Amsterdam I Componente Mucinoso 0,699

Amsterdam I Componente Sinete 0,591

Amsterdam I Componente Medular 1

Amsterdam I Linfócitos Intratumor 0,287

Amsterdam I Reação Crohn´s-Like 0,12

Amsterdam I Expansivo 0,108

Amsterdam I MSI (presente) 0

Amsterdam I MSH2 0,154

Amsterdam I MLH1(alterado) 0,002

Amsterdam I MSH6 0,154

Amsterdam I PMS2 (alterado) 0,002

Amsterdam I Localização 0,609

Bethesda revisados Sexo (masculino) 0,007

Bethesda revisados Componente Mucinoso 0,009

Bethesda revisados Componente Sinete 0,4

Bethesda revisados Componente Medular 0,574

Bethesda revisados Linfócitos Intratumor 0,08

Bethesda revisados Reação Crohn’s-Like 0,001

Bethesda revisados Expansivo 0,771

Bethesda revisados MSI (presente) 0,051

Bethesda revisados MSH2 0,091

Bethesda revisados MLH1(alterado) 0,016

Bethesda revisados MSH6 0,091

Bethesda revisados PMS2 (alterado) 0,016

Bethesda revisados Localização 0,123

Teste Exato de Fisher

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Resultados 69

REGRESSÃO BINÁRIA SIMPLES E MÚLTIPLA

Na regressão binária simples com a instabilidade de microssatélites

(MSI), se o indivíduo tiver o critério de Bethesda revisado quatro (B4), então a

chance dele apresentar MSI positiva na população estudada é de 8,4.

A regressão binária múltipla mostrou que dentre todos os critérios de Bethesda

revisado, o mais informativo sobre a MSI é o B4, com uma chance de 10,59 do

indivíduo que apresenta este critério ter MSI presente.

Tabela 19. Regressão Binária Simples (MSI)

Fatores Grupo RC IC 95% Valor de p

Sexo Masculino 2,41 0,67 8,72 0,18

Bethesda.1 Presente 0,74 0,21 2,67 0,65

Bethesda.2 Presente 2,14 0,18 25,74 0,55

Bethesda.3 Presente 1,72 0,48 6,15 0,402

Bethesda.4 Presente 8,4 2,07 34,04 0,003

Bethesda.5 Presente 1,32 0,31 5,59 0,703

Componente Mucinoso Presente 2,2 0,59 8,24 0,241

Componente Sinete Presente 1,43 0,25 8,19 0,685

Componente Medular Presente - - - 0,197

Linfócitos Intratumor Presente 7,89 1,56 40 0,013

Reação Crohn-Like Presente 2,39 0,5 11,37 0,274

Expansivo Presente 1,98 0,53 7,34 0,308

Localização Colón Direito 8,33 1,72 33,33 0,008

Amsterdam I Presente 15,33 3,01 78,01 0,001

Bethesda revisados > 1 4,8 0,95 24,24 0,057

Componente.Histopatológico Positivo 2,21 0,43 11,31 0,343

N.Componente.Histopatológico 1 0,75 0,09 5,95 0,785

N.Componente.Histopatológico > 1 4,28 0,77 23,76 0,096

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Resultados 70

Tabela 20. Regressão Binária Simples (IHC)

Fatores Grupo RC IC 95% Valor de p

Sexo M 5,37 0,99 29,27 0,052

Bethesda.1 Presente 2,01 0,44 9,31 0,37

Bethesda.2 Presente 3,64 0,29 45,58 0,316

Bethesda.3 Presente 5,84 1,07 31,86 0,042

Bethesda.4 Presente 8,15 1,64 40,42 0,01

Bethesda.5 Presente 0,66 0,14 3,1 0,597

Componente Mucinoso Presente 5,69 1,18 27,36 0,03

Componente Sinete Presente 2,61 0,43 15,98 0,299

Componente Medular Presente 0 0 Inf 0,995

Linfócitos Intratumor Presente 9,87 1,13 86,04 0,038

Reação Crohn-Like Presente 4,7 0,89 24,83 0,068

Expansivo Presente 1,52 0,32 7,17 0,597

Localização Cólon Direito 10 1,81 50 0,008

Amsterdam I Presente 20,41 3,52 118,41 0,001

Bethesda revisados > 1 - - - 0,016

Componente.Histopatológico Positivo 3,03 0,34 26,67 0,318

N.Componente.Histopatológico 1 0,76 0,04 13,14 0,851

N.Componente.Histopatológico > 1 6 0,65 55,73 0,115

Tabela 21. Regressão Logística Binária Múltipla (MSI)

Variável RC IC 95% Valor de p

Bethesda.1Presente 0,68 0,05 8,65 0,764

Bethesda.2Presente 1,03 0,06 18,38 0,984

Bethesda.3Presente 4,31 0,42 44,36 0,221

Bethesda.4Presente 10,59 2,04 54,95 0,005

Bethesda.5Presente 1,67 0,26 10,72 0,588

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Resultados 71

5.10 Escore

Baseado nos dados obtidos com a realização desta pesquisa (através da

regressão logística binária múltipla, segundo AIC), foi proposto um escore para

caracterizar pacientes com Síndrome de Lynch.

ESCORE PARA IHC

Figura 11. Curva ROC para IHC

Se o escore for > 49,4%

Sensibilidade (Se): foi 88% (47% até 100%)

Especificidade (Sp): foi 89% (77% até 96%)

Valor preditivo positivo (PPV): 54% (33% até 98%)

Valor preditivo negativo (NPV): 98% (86 até 99%)

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Resultados 72

Quadro 4. Escore para IHC

Escore

Estimativa IC 95%

Ponto de corte 49.4 NA NA Otimismo Estimativa

Se 0,88 0,47 1 -0,057 0,823

Sp 0,89 0,77 0,96 -0,073 0,817

PPV 0,54 0,33 0,98 -0,166 0,374

NPV 0,98 0,86 0,99 -0,009 0,971

DLR.Positive 7.73 3.48 17.16

DLR.Negative 0.14 0.02 0.88

Escore = 17,69 + 14,75 Bethesda 4 Presente + 22,41 Componente mucinoso Presente + 15,25 Linfócitos

Intratumor Presente + 17,69 Localização Cólon Direito + 29,88 Amsterdam I Presente

ESCORE PARA MSI

Figura 12. Curva ROC para MSI

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Resultados 73

Se o escore for > 43,63%

Sensibilidade (Se): foi 83% (52% até 98%)

Especificidade (Sp): foi 88% (75% até 95%)

Valor preditivo positivo (VPP): 62% (41% até 94%)

Valor preditivo negativo (VPN): 96% (82% até 98%)

Quadro 5. Escore para MSI

Escore

Estimativa IC 95%

Ponto de corte 43.63

Otimismo Estimativa

Se 0,83 0,52 0,98 -0,03 0,80

Sp 0,88 0,75 0,95 -0,04 0,84

PPV 0,62 0,41 0,94 -0,11 0,51

NPV 0,96 0,82 0,98 -0,01 0,95

DLR.Positive 6.81 3.09 15.01

DLR.Negative 0.19 0.05 0.68

Escore = 26,72 + 20,95 Bethesda 4 Presente + 22,68 Linfócitos Intratumor Presente + 26,72 Localização

Cólon Direito + 29,64 Amsterdam I Presente

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6 DISCUSSÃO

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Discussão 75

Dos 458 casos de CCR, 26% apresentaram histórico familiar, 13%

preencheram os critérios de Bethesda revisados e 2,62% apresentaram MSI

presente. A frequência de Síndrome de Lynch nos pacientes submetidos à

ressecção por câncer e com história familial foi de 20%. Estes resultados são

compatíveis aos da Literatura(54-55,99).

Os resultados deste estudo mostraram associação entre os achados

clínicos, histopatológicos, de instabilidade microssatélites e imuno-histoquímicos.

Em 13% dos pacientes, houve ausência de imunoexpressão das proteínas de

reparo do DNA, e em 20% presença de instabilidade dos microssatélites. Nos

doze casos com MSI presente, foi realizado pesquisa da mutação somática

para o BRAF, para afastar os casos com hipermetilação na região promotora

dos genes MLH1, encontrada em aproximadamente 15% dos casos de

cânceres do tipo esporádicos. Em todos os casos o resultado foi negativo,

confirmando tratar-se de Síndrome de Lynch.

6.1 Critérios de Amsterdam I e Bethesda Revisados

A Síndrome de Lynch é a forma mais comum de câncer colorretal

familial. A seleção destes pacientes para teste genético ainda é um grande

problema. Os critérios, atualmente, utilizados são falhos na detecção destes

casos, deixando sem diagnóstico até 50% dos pacientes com idade ≤ 50anos.

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Discussão 76

Poucos estudos têm avaliado os critérios revisados de Bethesda(19,96-97).

Dois estudos avaliaram estes critérios em subgrupos de pacientes com alto

risco, ao invés, da população geral(19,97). Um grupo avaliou os critérios

revisados de Bethesda em série de pacientes não consecutivos com

diagnóstico de câncer colorretal(96,98). Naquele estudo, o percentual de

pacientes com mutação no gene foi de 0,9% (11/1,222) (96,98). Julié et al (100),

mostraram um percentual de positividade de 3,7% (8/214), superior ao relatado

na literatura(17,96,99,101). Noventa pacientes preencheram os critérios revisados

de Bethesda (42,1%) e vinte e um pacientes (9,8%) tiveram tumores MSI-

positivos. Os critérios revisados de Bethesda falharam em identificar dois de

oito probandos.

Neste estudo, todos os casos estudados apresentavam pelo menos um

critério revisado de Bethesda e a imuno-histoquímica foi positiva em oito casos

(13%). Dois critérios revisados de Bethesda ocorreram em três casos (60%),

três em um (20%) e quatro em um caso (20%), nos pacientes com dímeros

MSH2/MSH6 positivos. Nos pacientes com dímeros MLH1/PMS2 positivos,

dois apresentaram três critérios revisados de Bethesda (67%) e um (33%), dois

critérios revisados de Bethesda presentes, mostrando uma grande associação

nos pacientes com suspeita da Síndrome de Lynch.

Os critérios revisados de Bethesda são os mais frequentemente

utilizados, com maior indicação para testar partes do tumor com diagnóstico de

câncer colorretal antes dos 50 anos (58). Entretanto, dados recentes têm

mostrado que o uso apenas dos Critérios de Bethesda não é suficiente para

caracterizar muitos indivíduos com a Síndrome de Lynch (59).

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Discussão 77

Nos casos em que os pacientes preencham os critérios de Amsterdam, o

teste de sequenciamento pode ser justificado se nem a imuno-histoquímica e

nem a instabilidade de microssatélites forem informativos(137-140).

Em nossa série, nove pacientes apresentaram os critérios de

Amsterdam I, destes, cinco apresentaram IHC alterada e MSI positiva. Em

quatro casos, a IHC era não alterada e a MSI foi negativa. Nestes casos, seria

indicado o sequenciamento para confirmação de Síndrome de Lynch.

Estudos têm mostrado que a qualidade da história familial falha no

diagnóstico de SL(137-140). Isto pode ser causado pela falta de conhecimento do

paciente sobre sua história médica familial, famílias pequenas e negligência

sobre a história familial de câncer colorretal por médicos clínicos. Com isso, a

história familial pode ser mal feita e pode influenciar os resultados do estudo,

ocorrendo uma subestimação da sensibilidade dos critérios utilizados(137-140).

Entretanto, neste estudo, procuramos ter muita cautela no momento da

entrevista com os pacientes e familiares mais próximos anotando todos os

dados da história familial dos doentes.

Um estudo recente (57) comparando a investigação dos pacientes com

câncer colorretal utilizando-se testes moleculares para o diagnóstico da

Síndrome de Lynch e os Critérios de Bethesda revisados, demonstrou que a

rotina de investigação molecular em pacientes com CCR usando imuno-

histoquímica ou MSI tem melhor sensibilidade para detectar portadores de

mutações do que os Critérios de Bethesda. Dos 486 (23,2%) pacientes que

tinham algum dos critérios de Bethesda revisados, apenas 180 pacientes

(8,6%) mostraram perda de expressão de alguma das proteínas dos genes de

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Discussão 78

reparo e/ou MSI. O sequenciamento gênico revelou que 14 pacientes (0,7%)

tiveram mutação nos genes de reparo, sendo que 12 preenchiam pelo menos

um dos critérios de Bethesda revisados e dois (14,3%) não preenchiam.

Serrano et al (106) avaliaram e compararam os critérios de Bethesda com

os critérios de Bethesda revisados na detecção do MSI-H e subsequente

identificação de mutações nos genes de reparo. Dos 174 casos de câncer

colorretal com indicação para a análise da MSI de acordo com os critérios de

Bethesda e Bethesda revisados, 114 (65,5%) preencheram os critérios de

Bethesda e todos os 174 os critérios de Bethesda revisados. MSI-H foram

detectados em 37/114 (32,5%) e a análise mutacional em 14/37 (37,8%) dos

pacientes com os critérios de Bethesda e nos casos com Bethesda revisados em

49/174 (28,2%) e a presença de mutações nos genes de reparo em 16/49

(32,7%) dos pacientes. Concluíram que o critério de Bethesda apresentou similar

percentagem total para detecção da MSI-H e mutações quando comparado com

os critérios de Bethesda revisados. Os critérios de Bethesda revisados

implicaram em análises de mais pacientes, entretanto, eles contribuíram com

aumento de detecção de dois casos de síndrome de Lynch. Esta diferença tem

um impacto significante no estabelecimento de medidas preventivas e em todos

os portadores de mutações que pertencem a estas famílias.

Nesta casuística, o critério 4 de Bethesda revisado foi o mais

informativo quanto à presença de MSI. Similarmente, Serrano et al (106)

encontraram no critério 1 de Bethesda (indivíduos com câncer em famílias que

preenchem os critérios de Amsterdam) e no critério 4 de Bethesda revisado

(câncer colorretal ou tumor associado à síndrome de Lynch, diagnosticado em

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Discussão 79

um ou mais parentes de primeiro grau, com um dos cânceres diagnosticados

abaixo dos 50 anos), e que foram os mais frequentemente associados com a

identificação de tumores MSI-H.

6.2 Localização do Tumor

Um aspecto típico do câncer colorretal associado à Síndrome de Lynch é a

predominância dos cânceres proximais à flexura cólica esquerda em 56-62%(103-104).

Uma análise de 1,381 tumores em famílias com a Síndrome de Lynch

revelou CCR como a malignidade mais frequente e com 78% dos portadores

com mutação em MLH1 e 65% em MSH2. Houve grande número de CCR no

cólon direito (60%) e o número de câncer retal foi 21% nos portadores de

mutação no MLH1 e 20% no MSH2(105).

Na nossa casuística, 16% dos tumores localizaram-se no cólon direito e

84% no cólon esquerdo. Dos oito casos que apresentaram perda da

imunoexpressão das proteínas de reparo, ou seja, imuno-histoquímica positiva

e MSI presente, quatro estavam localizados no cólon direito e quatro no cólon

esquerdo.

Nos quatro casos em que a MSI era positiva e a imunoexpressão presente,

ou seja, imuno-histoquímica negativa, três estavam localizados no cólon esquerdo

e um no cólon direito.

Nossos resultados também mostraram predomínio do cólon direito,

quando a expressão das proteínas de reparo era perdida.

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Discussão 80

A pesquisa de mutações somáticas para o BRAF foi de grande valia para

afastar os casos de hipermetilação no promoter do gene MLH1, que ocorre em

15% dos casos de câncer colorretal do tipo esporádico. Nessa casuística, todos

os casos pesquisados com MSI presente, foram negativos para a pesquisa desta

mutação, enfatizando a possível presença da Síndrome de Lynch. Realizou-se a

pesquisa em todos os casos MSI-H, incluindo os MLH2/MSH6 para efeito

comparativo e de acurácia dos resultados.

6.3 Histopatologia

Diferentes estudos mostram que o CCR na Síndrome de Lynch difere na

localização, histologia e história natural daqueles do tipo esporádico.

Usualmente, mostram características clínico-patológicas que são sugestivas de

instabilidade de microssatélites, incluindo infiltrados linfocíticos intensos,

extensas áreas com tumores pouco diferenciados e componente mucinoso na

histopatologia(60,141-142). Neste estudo, a histopatologia foi considerada positiva

quando presente pelo menos uma ou mais das características histopatológicas

de MSI-H que ocorreu em 72% dos casos, sendo estes achados maiores que

os mostrados em estudos anteriores(61-62).

Nos últimos anos, tem sido sugerido que a histopatologia poderia ser útil

em selecionar pacientes com CCR para testes moleculares em pacientes com a

Síndrome de Lynch(63-66). A histopatologia limitaria os testes moleculares em

pacientes com aspectos histopatológicos de MSI-H, reduzindo desta forma, a

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Discussão 81

sobrecarga do teste molecular em 60%, quando comparado em testar todos os

pacientes que preenchem os critérios de Bethesda revisados. O mais importante

é que a histopatologia poderia ajudar a identificar a Síndrome de Lynch entre

pacientes com início tardio e nenhuma história familiar de câncer(61).

Neste trabalho, apenas um paciente, apresentou histopatologia negativa

(12,5%), quando a imuno-histoquímica foi positiva. A imuno-histoquímica

estava inalterada em 53 casos, destes, 16 (30%) tinham histopatologia

negativa para a Síndrome de Lynch, 21 pacientes (40%) apresentaram apenas

um critério histopatológico para a Síndrome de Lynch, oito pacientes

apresentaram dois critérios histopatológicos para a Síndrome de Lynch, sete

pacientes (13%) apresentaram três critérios histopatológicos para a Síndrome

de Lynch e um paciente (2%) apresentou quatro critérios histopatológicos para

a Síndrome de Lynch, mostrando que quanto maior o número de critérios

histopatológicos em um tumor, maior a chance do paciente de apresentar o

diagnóstico de SL.

O trabalho de Jenkins et al.(60) mostrou que a histopatologia pode

identificar quase todos os casos de câncer colorretal diagnosticados antes dos

60 anos. Alguns dos aspectos no modelo MsPath, tais como a diferenciação

mucinosa, são mais específicas do MSI-H, enquanto outros, como a presença

de tumor infiltrado por linfócitos e sub sítios anatômicos, são mais sensíveis.

Este modelo provou ser instrumento de investigação da Síndrome de Lynch em

indivíduos entre 50-60 anos sem história familiar sugestiva.

Por outro lado, o estudo de Urso et. al.(18) revelou que a histopatologia

pode não ser um elemento tão importante na caracterização do fenótipo

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Discussão 82

relacionado à MSI. Estes autores mostraram que sete de oito casos MSI-H

poderiam não ter sido diagnosticados, se os aspectos histopatológicos

associados à MSI fossem usados para a investigação dos pacientes com

tumores MSI e idade entre 51 a 60 anos.

6.4 Imuno-histoquímica

A imuno-histoquímica tem a vantagem de identificar o gene envolvido no

defeito do gene de reparo e a análise do gene pode ser o alvo para aquele gene

de reparo específico. Entretanto, a imuno-histoquímica pode identificar apenas a

perda de proteínas devido a mutações nos genes de reparo conhecidas, todavia, a

análise da MSI pode indicar outros genes de reparo potencialmente

patogênicos(17,88-90).

Nesse estudo, dos casos com imuno-histoquímica não alterada, quatro

casos com pacientes apresentando idade ≥ 50 anos, foram positivos para a

instabilidade dos microssatélites. Destes quatro casos, todos os pacientes

apresentaram idade superior aos 60 anos (63, 64, 69 e 70 anos).

Um ponto negativo deste trabalho seria o não estudo do sequenciamento

dos genes de reparo, por não estar disponível em nosso Serviço. Por outro lado,

existe controvérsias na realização e interpretação das análises desses

genes(55,91) e a existência de outros genes ainda não detectados, que não

poderíamos excluir como causas genéticas para SL.

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Discussão 83

A limitação dos testes para o tumor nos pacientes com câncer colorretal

antes dos 50 anos faz com que 50% dos pacientes com a Síndrome de Lynch

não sejam diagnosticados(59,101-102).

A sensibilidade da imuno-histoquímica para as proteínas de reparo varia

de 77% a 83%. A sensibilidade relatada de MSI é de 89% para MLH1/MSH2 e

77% para MSH6(95). A especificidade do teste da MSI e IHQ diminui de 90%

para 87% para 83% para pacientes com CCR diagnosticado com 50, 60 e 70

anos de idade, respectivamente (dados não publicados)(92). Isto é resultado do

aumento na prevalência de hipermetilação somática do MLH1 que correlaciona

com mutações BRAF no DNA do tumor, e a vasta maioria dos pacientes com

mais de 70 anos não precisam de testes preditivos.

Para este estudo, a sensibilidade da IHC foi de 66,67% (variando de

38,78% até 86,22%); a especificidade foi 100% (variando de 91,1% até 100%);

o valor preditivo positivo foi 100% (variando de 62,25% até 100%) e o valor

preditivo negativo 92,45% (variando de 81,51% até 97,44%).

Se os testes de MSI/IHQ deveriam ser realizados em todos os pacientes

com CCR ou apenas baseados na história pessoal ou familiar, continua sendo

um tema em debate(93-94).

6.5 Instabilidade de Microssatélites

Em 1996, as Diretrizes de Bethesda foram desenvolvidas para ajudar a

determinar quais tumores poderiam ser testados para MSI e foram baseados

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Discussão 84

em critérios clínicos, tais como, CCR diagnosticado em idade ≤ 50 anos ou

certos aspectos de história familiar de câncer.

Ferreira et al.(87) detectaram CCR com MSI-H em 33/41 famílias (80%),

sendo os restantes MSI-S. Nas famílias com suspeita de Síndrome X registrou-

se menor número de casos de CCR e uma menor frequência de tumores

extracolônicos do espectro da Síndrome de Lynch. Os tumores MSI-S

predominaram no cólon distal/reto e apresentaram numa menor porcentagem,

a produção de muco e infiltrado linfocitário peri-tumoral. Em 70% das famílias

com CCR MSI-H, identificaram-se mutações nos genes de reparo do DNA e em

nenhuma das MSI-S. A via supressora foi seguida em dois casos e uma via

alternativa em outros dois. Os restantes quatro casos não foram informativos;

contudo 5/8 (63%) apresentaram perdas alélicas no gene APC. Concluíram que

as famílias com critérios de Amsterdam estáveis apresentaram características

particulares, reforçando a existência de uma entidade diferente da SL.

Neste estudo, encontramos MSI presente em doze casos (20%). Nos

quatro casos com MSI presente e imuno-histoquímica não alterada, todos os

pacientes apresentaram idade superior aos 60 anos (63, 64, 69 e 70 anos),

enfatizando, talvez, a queda de especificidade da IHC com o aumento da

idade, conforme relatado por Kastrinos et al. (92)

Nos nove casos (15%) em que Amsterdam I estava presente, em quatro

a MSI foi negativa e a IHC não alterada.

No caso número seis: temos uma Síndrome X, pois observamos clínica

presente com IHC e MSI ausente.

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Discussão 85

Seis casos (14, 15, 31, 33, 40 e 58) com Amsterdam I presente e MSI

presente, cinco também apresentaram IHC alterada. Em apenas um caso (caso

40), a MSI estava presente e a IHC não alterou. Este caso poderia reforçar a

hipótese da existência de outro gene, ainda, não descoberto e que estaria

envolvido na carcinogênese da Síndrome de Lynch.

O caso 32, foi o único que apresentou MSI-L, chamando atenção para o

fato de que a localização do tumor era no cólon esquerdo, idade da paciente >

60 anos, histopatologia negativa e IHC negativa. Neste caso, poderíamos

especular uma nova entidade para SL nos casos com MSI-L.

6.6 Perspectivas

As perspectivas para a sequência deste estudo seriam a confirmação dos

12 casos com imuno-histoquímica e instabilidade microssatélites presentes, com o

sequenciamento genético que não foi possível durante esta pesquisa.

Esperamos, em curto prazo, darmos continuidade na confirmação destes

casos suspeitos para melhores conclusões sobre as características genéticas

dos nossos pacientes.

Este estudo mostra, ainda, que os portadores de câncer colorretal com

fenótipo MSI precisam ser melhores caracterizados quanto à presença de

outros genes alvos ainda não descobertos e que possam estar envolvidos na

via molecular que determina esta Síndrome. Ou a existência de outras vias ou

subgrupos de tumores esporádicos com características clínicas, histopatológicas

e fenotípicas semelhantes aos da Síndrome de Lynch, mas que não compartilham

a mesma via na carcinogênese.

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Discussão 86

Atualmente, várias abordagens estão disponíveis para identificar

indivíduos e famílias com risco para a Síndrome de Lynch, como a seleção de

indivíduos baseados no preenchimento dos critérios clínicos e testes

moleculares dos tumores para evidência de instabilidade de microssatélites

(MSI), chamada de universal, por testar todos os casos de CCR em pacientes

com idade menor ou igual a setenta anos ou abordagem alvo (baseada na

idade ou critérios de história familiar), seguidos pelo teste genético, para

aqueles considerados de risco aumentado (127).

Ainda que a estratégia universal seja custo-efetiva, ela poderá falhar em

identificar casos onde mutações nos genes de reparo interrompam a sua

função, mas não resulte em instabilidade de microssatélites, como visto nos

casos de mutações no MSH6 ou quando resultados da IHC são normais apesar

de uma proteína MMR não funcionante (127).

Modelos preditivos foram desenvolvidos para quantificar o risco de

detectar uma mutação baseado na história pessoal e familial, ajudando a decidir

quem poderia ser encaminhado para mais avaliação e/ou teste genético(133).

A quantificação de risco baseado em modelos preditivos oferece meios

adicionais para identificar indivíduos com maior risco de ser portador de

mutações, se afetado ou não afetado pelo câncer.

Se a estratificação de risco baseada nos modelos preditivos fosse

utilizada nos nossos casos com suspeita de SL, poderia apresentar acréscimos

com novos casos não encontrados com os critérios baseados na história clínica

pessoal e familiar? É uma questão hipotética para uma nova pesquisa.

Page 103: Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno ... · Isabella Nicácio de Freitas Caracterização imuno-histoquímica e ... do Departamento de Gastroenterologia que muito me

Discussão 87

Através da criação deste escore que incorporou as principais variáveis

clínico-patológicas, imuno-histoquímica e de instabilidade de microssatélite,

este estudo auxilia na detecção da SL, convidando a ser validado em outros

Serviços e/ou através da ampliação da casuística deste estudo e que somado

ao sequenciamento, será de grande valia no diagnóstico e seguimento destes

pacientes e seus familiares. Este escore também mostrou ser um bom preditor

para identificar os casos negativos da Síndrome.

Ademais, testes genéticos mais baratos e com acurácia elevada e de

fácil execução serão incorporados na prática diária, em curto tempo. A

identificação de novos genes alterados ou outras alterações epigenéticas

promoverão melhor entendimento da evolução clínica dos nossos pacientes e

uma orientação terapêutica adequada.

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7 CONCLUSÕES

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Conclusões 89

Dentre as condições de realização desta pesquisa, pode-se concluir que:

1. A frequência de Síndrome de Lynch nos pacientes submetidos à

ressecção por câncer e com história familial foi de 20%, concordante

com a literatura.

2. O critério 4 de Bethesda Modificado (câncer colorretal ou tumor

associado à Síndrome de Lynch, diagnosticado em um ou mais

parentes de primeiro grau, com um dos cânceres diagnosticados

abaixo dos 50 anos) associou-se mais fortemente à presença de

instabilidade de microssatélites na população estudada.

3. O escore desenvolvido neste estudo contribui como uma ferramenta

prática na ampliação diagnóstica da SL.

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8 ANEXOS

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Anexos 91

Anexo I – Critérios de Amsterdam

HISTÓRICO FAMILIAR

Amsterdam I

1. três parentes com câncer de cólon, sendo dois deles parentes de primeiro grau do terceiro.

2. duas gerações acometidas por câncer de cólon.

3. um paciente com câncer de cólon com diagnóstico antes dos 50 anos.

4. exclusão de polipose adenomatosa familiar.

Amsterdam II

1. três parentes com um câncer associado ao HNPCC (cólon, útero, célula transicional, ovário, intestino delgado).

2. dois são parentes de primeiro grau do terceiro.

3. duas gerações acometidas por câncer de cólon.

4. um paciente com câncer de cólon com diagnóstico antes dos 50 anos.

5. exclusão de polipose adenomatosa familiar.

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Anexos 92

Anexo II – Critérios de Bethesda (revisados) para indicação de pesquisa

de instabilidade de microssatélites

1. CCR diagnosticado antes dos 50 anos.

2. CCR múltiplo ou câncer associado ao HNPCC*.

3. CCR com histologia MSI-H diagnosticado em indivíduo com menos de 60 anos de idade.

4. CCR ou câncer associado ao HNPCC diagnosticado em um ou mais parentes de primeiro grau, desde que uma das neoplasias tenha ocorrido antes dos 50 anos de idade.

5. CCR ou câncer associado ao HNPCC diagnosticado em dois ou mais parentes de primeiro ou segundo grau, em qualquer idade.

*Tumores associados ao HNPCC incluem: além do CCR, carcinoma de endométrio,

ovário, estômago, intestino delgado, pelve renal, ureter, trato biliar, pâncreas, ou

cérebro (principalmente o glioblastoma multiforme).

Anexo III Critérios Histológicos na Síndrome de Lynch

1. Tumor infiltrado por linfócitos

2. Reação linfocítica semelhente à Doença de Crohn

3. Diferenciação mucinosa ou anel de sinete

4. Modelo de crescimento sólido, indiferenciado ou medular.

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Anexos 93

Anexo IV – Ficha padronizada para interrogatório pessoal dos pacientes

DADOS PESSOAIS

Número do paciente

Data

Registro

Nome

Hospital

Idade

Sexo

Raça

Local de nascimento

Endereço

Telefone

Médico

HISTÓRICO FAMILIAR

Amsterdam I:

1. três parentes com câncer de cólon, sendo dois deles parentes de

primeiro grau do terceiro;

2. duas gerações acometidas por câncer de cólon;

3. um paciente com câncer de cólon com diagnóstico antes dos 50 anos;

4. excluindo-se poliposes.

Amsterdam II:

1. três parentes com um câncer associado ao HNPCC (cólon, útero,

célula transicional, ovário, intestino delgado);

2. dois são parentes de primeiro grau do terceiro;

3. duas gerações acometidas por câncer de cólon;

4. um paciente com câncer de cólon com diagnóstico antes dos 50 anos;

5. excluindo-se poliposes.

Bethesda revisados:

1. CCR diagnosticado antes dos 50 anos;

2. CCR múltiplo ou câncer associado ao HNPCC (Ca de endométrio,

intestino delgado, pelve urinária, trato biliar, estômago, ovário,

pâncreas, ou cérebro (principalmente o glioblastoma multiforme);

3. CCR com histologia MSI associada com diagnóstico antes dos 60 anos;

4. CCR ou câncer associado ao HNPCC diagnosticado em até um

parente de primeiro grau antes dos 50 anos;

5. CCR ou câncer associado ao HNPCC diagnosticado em até dois

parentes de primeiro ou segundo grau em qualquer idade.

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Anexos 94

PRODUTO DE COLECTOMIA

Câncer – número

Tamanho

Localização (cólon direto ou cólon esquerdo)

Característica (ulcerado, vegetante, estenosante, úlcero-vegetante)

ANÁTOMO PATOLÓGICO

Grau de diferenciação: bem, moderadamente e pobremente diferenciados

Componente mucinoso: presente ou ausente

Componente sinete: presente ou ausente

Componente medular: presente ou ausente

Reação crohn-like: presente ou ausente

Linfócitos intratumor: presente ou ausente

Expansivo: sim ou não

Estadio TNM

IMUNO-HISTOQUÍMICA

Alterada

Não alterada

INSTABILIDADE MICROSSATÉLITE

MSI-H

MSI-L

MSI-S

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Anexos 95

ANEXO V- Casos com imuno-histoquímica positiva e negativa DÍMEROS Bethesda revisados Histopatologia MSI

Imuno-histoquímica alterada

MLH1/PMS2 B1, B4, B3 CM, LIT, RCL, EXP Positiva MLH1/PMS2 B4, B5 LIT Positiva MLH1/PMS2 B1, B5, B3 CM, LIT, RCL, EXP Positiva MSH2/MSH6 B1, B4, B5, B3 LIT, EXP Positiva MSH2/MSH6 B2, B4, B5 CM, CS, LIT, RCL Positiva MSH2/MSH6 B4, B5 Negativa Positiva MSH2/MSH6 B1, B3 CM, CS, LIT Positiva MSH2/MSH6 B1, B3 CM, LIT Positiva

Imuno-histoquímica não alterada Bethesda revisados Histopatologia MSI

1 B5 Negativa Negativa 2 B1, B3 CS, LIT Negativa 3 B5 EXP Negativa 4 B5 LIT Negativa 5 B5 CS, LIT Negativa 6 B5, B3 LIT, RCL, EXP Negativa 7 B1, B5, B3 LIT Negativa 8 B5 LIT, EXP Negativa 9 B5 Negativa Negativa 10 B5 LIT, RCL, EXP Negativa 11 B5 LIT Negativa 12 B1, B5, B3 CM, LIT, RCL Negativa 13 B1 Negativa Negativa 14 B1, B5, B3 CM Negativa 15 B1, B5, B3 CM, CS, LIT, RCL Negativa 16 B1 Negativa Negativa 17 B5 CM, EXP Negativa 18 B1 Negativa Negativa 19 B1, B3 CM, CS, LIT Negativa 20 B5 EXP Negativa 21 B1 Negativa Negativa 22 B2, B5 Negativa Negativa 23 B4, B5 CMED, LIT, EXP Positiva 24 B1, B3 EXP Negativa 25 B5 LIT Negativa 26 B4, B5 Negativa Negativa 27 B5 CM Negativa 28 B5 Negativa Positiva 29 B5 CM, CS Negativa 30 B4, B5 Negativa Negativa 31 B1, B3 CM, CS, LIT Negativa 32 B5, B3 LIT Negativa 33 B5 Negativa Negativa 34 B4 EXP Negativa 35 B4, B5 LIT, EXP Positiva 36 B1, B4, B3 LIT Negativa 37 B1, B5, B3 CM Negativa 38 B1, B5, B3 LIT Negativa 39 B1, B5 Negativa Negativa 40 B1, B5, B3 RCL Negativa 41 B1, B5 Negativa Negativa 42 B1, B5, B3 EXP Negativa 43 B1, B5, B3 CM, RCL, EXP Negativa 44 B4, B5 CM, LIT Negativa 45 B5 LIT Negativa 46 B1, B3 LIT Negativa 47 B1, B3 EXP Negativa 48 B2, B4, B5 CM, EXP Negativa 49 B1 Negativa Negativa 50 B1 Negativa Negativa 51 B4 Negativa Negativa 52 B5 LIT Positiva 53 B5 EXP Negativa

LIT- linfócitos intratumor, EXP- expansivo, CM- componente mucinoso, CS- componente sinete, CMED- componente medular, RCL- reação Crohn-Like. Imuno-histoquímica considerada Positiva- quando não houve imunoexpressão das proteínas de reparo e Negativa- quando houver imunoexpressão das proteínas de reparo.

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Anexos 96

ANEXO VI - Casos com MSI positiva

Casos BAT25 BAT26 NR21 NR24 Mono27 Penta C Penta D MSI

14 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não MSI-H

15 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim MSI-H

22 Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim MSI-H

31 Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim MSI-H

33 Sim Não Sim Sim Sim Sim Não MSI-H

42 Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim MSI-H

50 Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não MSI-H

58 Sim Sim Sim Sim Sim Não Não MSI-H

26 Sim Sim Sim Sim Sim Não Não MSI-H

32 Não Não Não Não Não Sim Não MSI-L

40 Não Não Inc. Não Não Sim Sim MSI-H

60 Inc. Inc. Sim Sim Inc. Inc. Sim MSI-H

SIM = Marcador instável, NÃO = Marcador estável, Inc.=Inconclusivo = Não foi possível definir.

Classificação: MSI-L = 1 marcador instável, MSI-H = 2 ou mais marcadores instáveis (segundo

classificação de Bethesda: MSI-H ≥ 30% marcadores instáveis).

ANEXO VII

Casos com Amsterdam I presentes

Casos HISTOPATOLOGIA MSI DÍMEROS

6 Positiva Negativo Negativo

14 Positiva Positivo MSH2/MSH6

15 Positiva Positivo MLH1/PMS2

16 Positiva Negativo Negativo

31 Negativa Positivo MSH2/MSH6

33 Positiva Positivo MLH1/PMS2

35 Negativa Negativo Negativo

40 Positiva Positivo Negativo

58 Positiva Positivo MLH1/PMS2

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Anexos 97

ANEXO VIII

Tabela – Localização dos tumores no cólon

Casos Sexo Idade Localização

1 M 56 Cólon esquerdo

2 F 28 Cólon esquerdo

3 F 70 Cólon esquerdo

4 F 65 Cólon esquerdo

5 F 60 Cólon esquerdo

6 M 50 Cólon esquerdo

7 M 46 Cólon esquerdo

8 M 80 Cólon direito

9 F 77 Cólon esquerdo

10 F 65 Cólon esquerdo

11 F 76 Cólon esquerdo

12 M 28 Cólon esquerdo

13 F 35 Cólon esquerdo

14 M 44 Cólon direito

15 M 34 Cólon direito

16 M 48 Cólon esquerdo

17 M 36 Cólon direito

18 F 49 Cólon esquerdo

19 M 63 Cólon esquerdo

20 F 45 Cólon esquerdo

21 F 31 Cólon esquerdo

22 M 63 Cólon direito

23 F 70 Cólon esquerdo

24 M 49 Cólon esquerdo

25 F 85 Cólon esquerdo

26 F 64 Cólon esquerdo

27 F 26 Cólon esquerdo

28 M 70 Cólon esquerdo

29 M 73 Cólon direito/cólon esquerdo

30 F 87 Cólon esquerdo

31 F 61 Cólon esquerdo

Continua...

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Anexos 98

Conclusão da Tabela - Localização dos tumores no cólon

Casos Sexo Idade Localização

32 F 69 Cólon esquerdo

33 M 53 Cólon esquerdo

34 F 71 Cólon esquerdo

35 F 22 Cólon esquerdo

36 F 45 Cólon esquerdo

37 F 54 Cólon esquerdo

38 F 55 Cólon esquerdo

39 F 60 Cólon esquerdo

40 F 70 Cólon esquerdo

41 M 43 Cólon esquerdo

42 M 27 Cólon esquerdo

43 M 38 Cólon esquerdo

44 M 44 Cólon esquerdo

45 F 30 Cólon esquerdo

46 F 48 Cólon esquerdo

47 M 47 Cólon esquerdo

48 F 48 Cólon esquerdo

49 M 47 Cólon direito

50 M 46 Cólon direito

51 F 61 Cólon esquerdo

52 F 75 Cólon esquerdo

53 F 44 Cólon esquerdo

54 F 45 Cólon esquerdo

55 F 67 Cólon esquerdo

56 F 25 Cólon esquerdo

57 F 40 Cólon esquerdo

58 F 37 Cólon esquerdo

59 M 57 Cólon esquerdo

60 M 63 Cólon direito

61 M 79 Cólon direito

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Anexos 99

ANEXO IX

Tabela- Imuno-histoquímica

Casos Sexo Idade MSH2 MLH1 MSH6 PMS2

1 M

56

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

2 F

28

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

3 F

70

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

4 F

65

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

5 F

60

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

6 M

50

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

7 M

46

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

8 M

80

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

9 F

77

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

10 F

65

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

11 F

76

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

12 M

28

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

13 F

35

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

14 M 44 Alterada Não alterada Alterada Não alterada

15 M 34 Não alterada Alterada Não alterada Alterada

16 M 48 Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

17 M

36

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

18 F

49

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

19 M

63

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

20 F

45

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

21 F

31

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

22 M 63 Alterada Não alterada Alterada Não alterada

23 F

70

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

24 M

49

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

25 F

85

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

26 F

64

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

27 F

26

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

28 M

70

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

29 M

73

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

30 F

87

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

31 F 61 Alterada Não alterada Positivo Negativo

Continua...

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Anexos 100

Conclusão da Tabela – Imuno-histoquímica

Casos Sexo Idade MSH2 MLH1 MSH6 PMS2

32 F

69

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

33 M 53 Nâo alterada Alterada Não alterada Alterada

34 F

71

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

35 F

22

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

36 F

45

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

37 F

54

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

38 F

55

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

39 F

60

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

40 F

70

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

41 M

43

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

42 M 27 Alterada Não alterada Alterada Não alterada

43 M

38

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

44 M

44

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

45 F

30

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

46 F

48

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

47 M

47

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

48 F

48

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

49 M

47

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

50 M 46 Alterada Não alterada Alterada Não alterada

51 F

61

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

52 F

75

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

53 F

44

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

54 F

45

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

55 F

67

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

56 F

25

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

57 F

40

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

58 F 37 Não alterada Alterada Não alterada Alterada

59 M

57

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

60 M

63

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

61 M

79

Não alterada Não alterada Não alterada Não alterada

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Anexos 101

ANEXO X

Tabela- Aspectos Histopatológicos

Casos Sexo Idade Componente

mucinoso Componente

sinete Componente

medular Linfocitos Intratumor

Reação Crohn-like Expansivo

1 M 56 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

2 F 28 Ausente Presente Ausente Presente Ausente Ausente

3 F 70 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

4 F 65 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

5 F 60 Ausente Presente Ausente Presente Ausente Ausente

6 M 50 Ausente Ausente Ausente Presente Presente Presente

7 M 46 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

8 M 80 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Presente

9 F 77 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

10 F 65 Ausente Ausente Ausente Presente Presente Presente

11 F 76 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

12 M 28 Presente Ausente Ausente Presente Presente Ausente

13 F 35 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

14 M 44 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Presente

15 M 34 Presente Ausente Ausente Presente Presente Presente

16 M 48 Presente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

17 M 36 Presente Presente Ausente Presente Presente Ausente

18 F 49 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

19 M 63 Presente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

20 F 45 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

21 F 31 Presente Presente Ausente Presente Ausente Ausente

22 M 63 Presente Presente Ausente Presente Presente Ausente

23 F 70 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

24 M 49 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

25 F 85 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

26 F 64 Ausente Ausente Presente Presente Ausente Presente

27 F 26 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

28 M 70 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

29 M 73 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

30 F 87 Presente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

31 F 61 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

Continua...

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Anexos 102

Conclusão da Tabela – Aspectos Hispatológicos

Casos Sexo Idade Componente

mucinoso Componente

sinete Componente

medular Linfocitos Intratumor

Reação Crohn-like Expansivo

32 F 69 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

33 M 53 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

34 F 71 Presente Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

35 F 22 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

36 F 45 Presente Presente Ausente Presente Ausente Ausente

37 F 54 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

38 F 55 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

39 F 60 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

40 F 70 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Presente

41 M 43 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

42 M 27 Presente Presente Ausente Presente Ausente Ausente

43 M 38 Presente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

44 M 44 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

45 F 30 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

46 F 48 Ausente Ausente Ausente Ausente Presente Ausente

47 M 47 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

48 F 48 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

49 M 47 Presente Ausente Ausente Ausente Presente Presente

50 M 46 Presente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

51 F 61 Presente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

52 F 75 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

53 F 44 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

54 F 45 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

55 F 67 Presente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

56 F 25 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

57 F 40 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

58 F 37 Presente Ausente Ausente Presente Presente Presente

59 M 57 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

60 M 63 Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente

61 M 79 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

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Anexos 103

ANEXO XI

Tabela- Critérios de Amsterdam I e Bethesda revisados

Amsterdam I Bethesda revisados

Casos Sexo Idade

1 2 3 4 5

1 M 56 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

2 F 28 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

3 F 70 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

4 F 65 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

5 F 60 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

6 M 50 Presente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

7 M 46 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

8 M 80 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

9 F 77 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

10 F 65 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

11 F 76 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

12 M 28 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

13 F 35 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

14 M 44 Presente

Presente Ausente Ausente Presente Presente

15 M 34 Presente Presente Ausente Ausente Presente Ausente

16 M 48 Presente Presente Ausente Ausente Ausente Presente

17 M 36 Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Presente

18 F 49 Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

19 M 63 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

20 F 45 Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

21 F 31 Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

22 M 63 Ausente Ausente Presente Ausente Presente Presente

23 F 70 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

24 M 49 Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

25 F 85 Ausente Ausente Presente Ausente Ausente Presente

26 F 64 Ausente Ausente Ausente Ausente Presente Presente

27 F 26 Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

28 M 70 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

29 M 73 Ausente Ausente Ausente Ausente Presente Presente

30 F 87 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

31 F 61 Presente Ausente Ausente Ausente Presente Presente

Continua...

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Anexos 104

Conclusão da Tabela- Critérios de Amsterdam I e Bethesda revisados

Amsterdam I Bethesda revisados

Casos Sexo Idade

1 2 3 4 5

32 F 69 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

33 M 53 Presente

Ausente Ausente Ausente Presente Presente

34 F 71 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

35 F 22 Presente

Ausente Ausente Ausente Presente Presente

36 F 45 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

37 F 54 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

38 F 55 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

39 F 60 Ausente

Ausente Ausente Ausente Presente Ausente

40 F 70 Presente

Ausente Ausente Ausente Presente Presente

41 M 43 Ausente

Presente Ausente Ausente Presente Ausente

42 M 27 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

43 M 38 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

44 M 44 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

45 F 30 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

46 F 48 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

47 M 47 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

48 F 48 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

49 M 47 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

50 M 46 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

51 F 61 Ausente

Ausente Ausente Ausente Presente Presente

52 F 75 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

53 F 44 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

54 F 45 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

55 F 67 Ausente

Ausente Presente Ausente Presente Presente

56 F 25 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

57 F 40 Ausente

Presente Ausente Ausente Ausente Ausente

58 F 37 Presente

Presente Ausente Ausente Ausente Presente

59 M 57 Ausente

Ausente Ausente Ausente Presente Ausente

M 63 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

61 M 79 Ausente

Ausente Ausente Ausente Ausente Presente

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9 REFERÊNCIAS

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58. Umar A, Boland CR, Terdiman JP, Syngal S, de la Chapelle A,

Rüschoff J, Fishel R, Lindor NM, Burgart LJ, Hamelin R, Hamilton SR, Hiatt RA,

Jass J, Lindblom A, Lynch HT, Peltomaki P, Ramsey SD, Rodriguez-Bigas MA,

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Waring PM, Ruszkiewicz AR, Pollett AF, Redston M, Barker MA, Baron JA,

Casey GR,Dowty JG, Giles GG, Limburg P, Newcomb P, Young JP,

Walsh MD, Thibodeau SN, Lindor NM, Lemarchand L, Gallinger S, Haile RW,

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