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“ Inflamação e Nutrição:
aplicação na psoríase”
Marina Yazigi Solis
Nutricionista Centro Brasileiro de Psoríase e Vitiligo – CBPV, Especialista
em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo, doutoranda pela
Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) pela disciplina de Reumatologia.
TNF-alfa
IL-1
IL-6
IL-8
INF-gama
Inflamação Crônica
Obesidade
Síndrome Metabólica
Resistência à Insulina
Diabetes Tipo 2
Hipertensão Arterial
Dislipidemia
Aterosclerose
Doenças Cardiovasculares
Figura1: Relação entre a Psoríase, Obesidade e a Sindrome Metabólica
Introdução
Introdução
O padrão alimentar + estilo de vida → podem desempenhar o papel de gatilho
para o desenvolvimento da Psoríase;
Causa das
desordens
metabólicas
Tratamento
e
Prevenção
Aspectos Nutricionais relevantes:
Redução na densidade energética;
Qualidade dos Macronutrientes;
Vitaminas e Minerais;
Compostos Bioativos;
Redução na Densidade Energética
Caracterização da Amostra:
82 pacientes Croatas com Psoríase vulgar (30% da área corpórea);
Ausência de tratamento farmacológico oral;
Foram divididos em 2 grupos:
1-) 42 pacientes receberam dieta com Baixa densidade energética (855 Kcal/dia), e
2-) 40 pacientes dieta Padrão (2100 Kcal/dia);
Tempo de intervenção: 0 - 4 meses
Objetivo: Verificar as alterações no perfil lipídico
Resultados:
Após 4 meses, grupo que realizou redução calórica ↓ significativamente (p<0,05): Colesterol Total;
Triacilglicerol;
LDL- colesterol;
Além de melhorar Sintomas Clínicos – placas de Psoríase
Caracterização da Amostra:
61 pacientes com psoríase severa/moderada;
Pacientes Obesos com Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 a 45 Kg/m²;
Perídoo: 6 meses;
Divididos em 2 grupos:
1-) Ciclosporina (2,5 mg/ Kg de peso/ dia)
2-) Ciclosporina (2,5 mg/ Kg de peso/ dia) + Dieta Hipocalórica ( -500Kcal da
TMB)
Resultados:
Perda significativa de 7,0 ± 3,5Kg
Ciclo
Ciclo + dieta
Qualidade dos Macronutrientes
Carboidratos
1490M e 1245H australianos, idade ≥ 49 anos;
Quanto > Índice Glicêmico → > risco de desenvolver doenças inflamatórias como
Diabetes, Doenças cardiovasculares e Câncer;
Em contrapartida, alimentos < índice Glicêmico → ↓ inflamação e risco de DCNT;
• 75g de glicose em jejum gerou ↑ Espécies Reativas de Oxigênio (ERO)
em 14 indivíduos
Glicose responsável pelo ↑ da Inflamação?
Dicas práticas:
Modificar qualidade dos carboidratos ingeridos;
Evitar consumo de isolado de carboidratos simples;
Coelho et al., 2010
Lipídeos
17 indivíduos eutróficos e hígidos divididos em 2 grupos:
1-) Refeição Hiperlipídica com 910 Kcal (café da manhã típico inglês);
2-) Jejum + 300ml de água;
Realizaram coleta de sangue no período 0, 1h, 2h e 3h após;
Refeição Hiperlipídica
↑ EROS
↑ citocinas pró-
inflamatórias
Ácido graxo Poliinsaturado
Ácido linolênico (ômega 3):
1) ácido eicosapentanóico (EPA, C20:5, n-3);
2) ácido docosahexaenóico (DHA, C22:6, n-3);
Fonte:
• peixes (salmão, cavalinha, truta, anchova, tainha, sardinha e atum), e
• óleos vegetais (canola, linhaça, soja, nozes)
Pacientes com psoríase apresentam ↑ das concentrações de ácido araquidônico (AA) → resultando no ↑ da inflamação e ↑ das lesões de pele.
Ácido linolênico (ômega 3):
• Estudos demonstram que 3.6 a 14g/dia de EPA (óleo de
peixe) com por longo período (de 6 semanas a 6 meses) promove melhora significativa do quadro clínico do paciente, com melhora nas placas e nos marcadores inflamatórios;
• Bittiner e colaboradores (1988) demonstraram melhora significativa de eritema em 28 indivíduos quando suplementados com 1.8g /dia de EPA.
• Qual melhor dose?
Evidências:
Evidências apontam que de 1 - 13.5g de EPA /dia durante 28 – 180 dias resulta em efeitos positivos quanto as placas de psoríase
Existe relação entre
Macronutrientes e
PSORÍASE ?
Estudo de Naldi et al., (1996) com 316 pacientes com Psoríase, utilizando questionário semiquantitativo demonstrou que todos os pacientes
possuíam ↓ consumo de Vitaminas e Minerais
Consumo inadequado de vitaminas e minerais antioxidantes →
↑ estresse oxidativo e inflamação tecidual
Vitamina A: cenoura, abóbora, beterraba, mamão, manga;
Vitamina C: morango, kiwi, laranja, limão;
Vitamina E: sementes de girassol, espinafre, amêndoas;
Selênio: cereais, pescados, carnes, ovos, castanha do Pará;
Zinco: fígado, carne vermelha, frutos do mar, trigo integral;
Magnésio: Iogurte natural, aveia em flocos, grão de bico,
cereais integrais;
Flavonóides: maçã, amora, tomate, uva, vinho tinto.
5 pacientes com Psoríase moderada/severa;
Submetidos por 10 dias à dieta rica em peixes, alimentos integrais, frutas,
vegetais, oleaginosas e chás (Dieta do Mediterrâneo);
↓ Apresentaram melhora significativa no Psoriasis Area and Severity Index
(PASI) e no Psoriasis Severity Scale (PSS) em todos os pacientes
Compostos Bioativos
Parte do alimento que desempenha função
benéfica à saúde
Tirosol
Definição
São substâncias presentes nos alimentos que possuem ação fisiológica específica
W-3 (EPA e DHA)
Resveratrol
Curcumina
Polifenol
Quercetina
Licopeno
Rogero et al., 2009
Cuidados Nutricionais na Psoríase:
Redução de peso corporal;
Consumo preferencialmente de alimentos de ↓ Índice Glicêmico;
Dietas normolipídicas;
Aumentar consumo de Vitaminas e Minerais via alimentação;
Estimular consumo de alimentos que contenham Compostos
Bioativos.
Conclusão
• O tratamento nutricional + variáveis bioquímicas +
antropométricas em pacientes com Psoríase, garante maior
estabilidade clínica, prevenindo risco de desenvolver as
DCNT e propiciando maior longevidade com qualidade;
• Embora a nutrição seja considerada uma ferramenta no
tratamento para a psoríase, não há nenhuma diretriz nacional
ou internacional que estabeleça uma alimentação adequada a
estes pacientes.
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