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PONTOS de vistaAdmirar belas paisagens é sempre bom, mas vê-las de locais privilegiados
é muito melhor. Escolha seu mirante preferido e aproveite o cenário
TEXTO Juliana Duarte
O mundo está repleto de belas paisagens. De nor-
te a sul, não faltam cenários incríveis para contemplar.
E nada melhor do que encontrar um espaço ideal para admirar
o que cada país tem de mais bonito. Altos, baixos, estreitos ou largos,
os mirantes estão aí para isso. O objetivo é proporcionar uma bela vista – e do
melhor ângulo possível – para montanhas, praias, vales e o que mais a natureza permitir.
Há diferentes formas de planejar e construir um local de contemplação. A começar pela estru-
tura, que pode ter materiais variados, como madeira, concreto, aço e até mesmo vidro. As proporções devem
ser estudadas com cuidado, pois é preciso haver uma área que comporte uma quantidade razoável de turistas. No
entanto, uma das principais etapas, de acordo com o arquiteto chileno Rodrigo Sheward Giordano, é a segurança. Um bom
recuo, guarda-corpos ou fechamento de vidro são alguns dos itens que devem ser usados para compor o mirante. Em segui-
da, basta levar a câmera fotográfica, registrar a vista panorâmica e sair com seu cartão-postal personalizado.
aqui, o pavilhão de observações the norwegian reindeer centre: o destaque do projeto é o banco sinuoso de madeira
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ver de camarote
Para chegar ao pavilhão de observações do The Norwegian
Reindeer Centre, o visitante caminha cerca de 1,5 quilômetro em
meio à natureza, que se revela um habitat para animais e plantas
raras. Esse percurso tem recompensas do início ao fim: ao acabar
a caminhada, é possível encontrar um mirante 90 m² elaborado
pelos arquitetos do escritório norueguês Snøhetta. O espaço fica a
1.200 metros acima do nível do mar e foi instalado no Dovrefjell
National Park, região composta por uma cadeia de montanhas
que fica coberta de neve durante o inverno. A estrutura foi de-
senvolvida com uma moldura de aço e fechamento de vidro – o
material reflete a beleza ao redor. No interior do mirante, que é
climatizado para garantir conforto aos turistas, há um banco de
madeira com formato sinuoso. O móvel foi esculpido a partir de
um modelo em 3D feito pelos próprios arquitetos. Segundo eles,
a construção oferece aos visitantes uma oportunidade única de
contemplar a paisagem vasta e rica.
acima, o mirante de aurland: a construção fica a 9 metros do solo. abaixo, o skydeck, localizado em um dos prédios mais altos de chicago
mirante sustentável
Ao planejar este mirante localizado em Aurland, na Noruega, os
arquitetos dos escritórios Saunders e Wilhelmsen redobraram o cui-
dado para não prejudicar o verde ao redor. Inaugurado em 2006, o
espaço não agride as características naturais do local e acompanha
as formas existentes. De acordo com os profissionais responsáveis, a
obra quase não toca o terreno – a estrutura de madeira fica em balanço
e lembra um tipo de tobogã ou um penhasco, depende do estado de
espírito do turista. O mirante conta com 9 metros de altura, 4 metros
de largura e 30 metros de comprimento. Apenas um guarda-corpo de
vidro discreto separa os turistas da imensidão de Aurland.
boa sacada
O Skydeck está localizado em um dos prédios mais altos de Chica-
go – a antiga torre da loja de departamento Sears. Construídas no 103º
andar, a 411 metros de altura, as quatro sacadas de vidro se projetam
para fora e proporcionam uma vista incrível para quatro estados (Mi-
chigan, Indiana, Wisconsin e Illinois). “O Skydeck recebe mais de um
milhão de visitantes por ano”, afirma o gerente-geral Randy Stancik.
O edifício foi projetado pelo escritório norte-americano Owings and
Merril (SOM), que também foram os responsáveis pelo desenvolvi-
mento dos mirantes. As caixas de vidro se estendem ao interior do
pavimento, o que facilita o acesso e a manutenção. “Conseguimos ex-
pandir o projeto original, mantendo sua integridade. Isso é resultado
de um trabalho feito na época da construção, quando definimos bem
os padrões arquitetônicos”, afirma Ross Wimer, arquiteto do SOM.
O mirante tem fechamento de vidro, material que reflete a natureza ao redor
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nesta página, o inusitado mirante top of tyrol, que atrai turistas do mundo inteiro. na página ao lado, o observatório erguido em meio à cordilheira dos andes (acima) e a bela vista oferecida pelo landscape promontory, localizado na suíça
ponto mais alto
No topo da montanha Isidor, na Áustria, está um mirante que
faz jus ao seu nome. O Topo of Tyrol possibilita uma vista incrí-
vel para a o estado homônimo e fica ainda mais bonito no inverno,
quando as montanhas ficam cobertas por muita neve. O projeto car-
rega a assinatura do escritório de arquitetura austríaco LAAC e foi
desenvolvido com estrutura de ferro. A fundação de concreto dá
suporte à plataforma de aço, rodeada por guarda-corpos que garan-
tem segurança aos visitantes.
admirar é preciso
O mirante batizado de Landscape Promontory fica na Suíça e
oferece uma vista incrível para as ilhas de Brissago e para o lago
Maggiore. Feito com estrutura de madeira e revestido de granito,
o espaço emerge das coroas das árvores, tanto que em alguns mo-
mentos parece sobrevoá-las. Depois da reforma do teleférico de
Orselina-Cardada, que termina no mirante, essa área passou por
um processo de revitalização e atrai um número cada vez maior
de visitantes. Elaborado pelo arquiteto suíço Paolo Bürgi, o mi-
rante fica ainda mais bonito à noite. Pontos de luz foram insta-
lados ao longo da estrutura e refletem na neve, um verdadeiro
espetáculo para os olhos. “É maravilhoso ver como a paisagem
muda do dia para a noite”, afirma o profissional.
um novo tempo
Em 1971, o vulcão Villarrica, situado na Cordilheira dos
Andes, Chile, entrou em erupção e uma avalanche devastou boa
parte do que havia a sua volta. A paisagem, que era admirável,
perdeu cor e vida. O arquiteto Rodrigo Sheward apostou neste
local para planejar um mirante, que também funciona como abri-
go para caçadores e turistas nos dias quentes e também quando
a neve começa a cair. A caixa feita de madeira reciclada foi posi-
cionada em um dos pontos mais altos do local e oferece uma bela
vista para o entorno.
A caixa de madeira reciclada foi posicionada em um dos pontos mais altos do local
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são paulo para ver
A história do Edifício Martinelli começou em 1889, ano em que o
comendador italiano Giuseppe Martinelli desembarcou no porto do
Rio de Janeiro. Depois de duas décadas no país, ele decidiu deixar sua
marca em São Paulo. O imigrante decidiu erguer o prédio mais alto da
cidade, na região central. Os maiores edifícios da capital tinham, no
máximo, cinco andares. O projeto, porém, tinha 12, um fato inédito.
Durante a obra, Martinelli não parava de aumentar o número de pa-
vimentos. Quando chegou ao 24º andar, a construção foi embargada
pela prefeitura. Um acordo foi fechado e o edifício chegou à marca
de 25 andares. Mas o imigrante não se deu por satisfeito e construiu
sua casa sobre o edifício, que ganhou mais 5 níveis. Luxuoso, o prédio
encantou e causou polêmica. O terraço do local conta com 1.700 m² e
atualmente é aberto ao público para visitação – um dos mirantes mais
bonitos e históricos de São Paulo. Do alto do Martinelli é possível
avistar as construções e o horizonte da cidade.
the shard
O prédio mais alto de Londres, com 310 metros, foi planejado
pelo arquiteto italiano Renzo Piano. No topo do edifício está um dos
mirantes mais bonitos do mundo, o The View from the Shard, inau-
gurado em fevereiro deste ano. Os andares 68,69 e 72 foram reserva-
dos para o local de contemplação e permitem que os turistas vejam a
cidade em 360°. Os elevadores que levam ao mirante são mais rápidos
do que os convencionais e ficaram conhecidos pelos turistas como ca-
leidoscópios.
O local de contemplação permite que os turistas vejam a cidade em 360°
nesta página, o histórico edifício martinelli, em são paulo: a construção foi a primeira da cidade a ter mais de 20 andares
acima, detalhes do prédio mais alto de londres, the shard: o projeto carrega a assinatura do arquiteto renzo piano e conta com um mirante de tirar o fôlegod
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