ii - etapas de formaÇÃo de rochas sedimentares
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II – FORMAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES U3 – PROCESSOS E MATERIAIS
GEOLÓGICOS IMPORTANTES EM
AMBIENTES TERRESTRES
Terra um planeta geologicamente activo:
Geodinâmica externa – o Sol
fornece energia para que, na superfície terrestre, ocorra evapotranspiração, iniciando-se o ciclo da água e, consequentemente, a erosão e a modelação do relevo.
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Geodinâmica interna – o calor
interno da Terra acciona os
movimentos de convecção e,
consequentemente, o movimento
das placas litosféricas.
Ciclo das rochas
Na sequência desta actividade, externa e interna, formam-se
os diferentes tipos de rochas: sedimentares, metamórficas e
magmáticas, que se inter-relacionam de forma dinâmica.
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Rochas
São as unidades estruturais da crusta e do manto (agregados
naturais) constituídas, em regra, por um ou vários minerais
associados.
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Formações rochosas no Parque Nacional da Serra da Capivara, Brasil
Formação de rochas sedimentares
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Etapas de formação
Meteorização
Meteorização mecânica
Meteorização química
Erosão Transporte Deposição Afundamento Diagénese
Compactação
Desidratação
Cimentação
Recristalização
Formação de rochas sedimentares
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Meteorização
Alteração das rochas que afloram à superfície da crusta, por
acção de agentes externos variados, como a água, ar, vento,
mudanças de temperatura e os seres vivos.
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Tipos de meteorização
Meteorização física ou mecânica – fragmentação da rocha
em pedaços cada vez mais pequenos, sem que ocorram
transformações químicas que alterem a sua composição.
Meteorização química – alteração na composição química e
mineralógica (alguns minerais são destruídos e outros
formados). Estes últimos são mais estáveis face às novas
condições ambientais em que se encontram.
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Meteorização física ou mecânica
Frequente em zonas geladas e desérticas
Acção da água;
Acção do gelo ou crioclastia;
Acção do calor ou termoclastia;
Acção dos seres vivos;
Crescimento dos minerais ou haloclastia;
Alívio de pressão/descompressão à superfície.
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Meteorização física
A fragmentação das rochas (meteorização física) aumenta a
superfície exposta aos agentes de meteorização. Nas zonas
mais expostas pode ocorrer uma alteração química de alguns
minerais.
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Acção da água
A água do mar , dos rios e das chuvas acelera o desgaste e
fragmentação das rochas.
A variação cíclica dos teores em água das rochas (alternância
de períodos secos e húmidos) origina aumentos de volume e
retracções que geram tensões que fracturam e desagregam o
material rochoso.
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Acção do gelo ou crioclastia
A água que penetra nas fracturas e poros da rocha congela,
por abaixamento da temperatura, aumentando o seu volume.
Este exerce uma pressão que aumenta as fissuras já existentes
(ou origina novas fendas), contribuindo para a sua
desagregação. Este fenómeno é designado por gelivação.
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Acção da temperatura ou termoclastia
As variações de temperatura provocam um
movimento sistemático (a rocha dilata quando a
temperatura aumenta e contrai quando diminui)
que leva à fracturação, com formação de
materiais soltos.
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Acção dos seres vivos
As raízes são responsáveis pelo aparecimento e alargamento
de fendas.
Certos animais escavam tocas ou galerias que aumentam o
grau de degradação da rocha ou a expõem ainda mais a
outros agentes de meteorização.
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Serra de Sintra Toupeira
Crescimento de minerais ou haloclastia
A água que está nos poros e fracturas das rochas contém sais
dissolvidos que podem precipitar, originando cristais que ao se
desenvolverem, exercem forças expansivas que contribuem
para a desagregação da rocha.
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Descompressão à superfície/alivio de
tensão
As rochas formadas em profundidade, sob grande pressão,
expandem, fracturam e formam diacláses (fendas) quando são
aliviadas do peso das rochas suprajacentes.
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Magoito
Disjunção esferoidal
Massas de rocha sólida são “cortadas”por fendas segundo um
padrão aproximadamente cúbico, que posteriormente por
acção da meteorização se tornam em núcleos esféricos.
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Magoito
Disjunção esferoidal/esfoliação
Formação de fendas, subdivididas numa série de capas
concêntricas em torno de um núcleo mais duro de rocha,
lembrando as “escamas”/cascas de uma cebola.
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Montemor
Meteorização química
Frequente em regiões quentes e húmidas.
Agentes de Meteorização Química:
Água com diferentes substâncias dissolvidas;
Oxigénio e dióxido de carbono atmosféricos;
Diferentes substâncias produzidas pelos seres vivos.
Processos/reacções que podem ocorrer durante a meteorização
química:
Hidratação/Desidratação;
Hidrólise;
Oxidação/Redução
Dissolução;
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1 - Hidratação/desidratação
aumento do volume dos minerais, facilitando a desintegração
da rocha.
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Hematite – Fe2O3
+ 3 H2O
Limonite – 2Fe(OH)3
Hidratação
Gesso – CaSO4.2H2O Anidrite – CaSO4
+ H2O
Desidratação
2 - Hidrólise
Para ocorrer hidrólise é necessário a presença de água
ligeiramente ácida.
A acidez deve-se essencialmente à dissolução de CO2 quando
a água da chuva se forma na atmosfera ou quando a água
circula pelo solo e rochas dissolvendo o CO2 existente.
Forma-se ácido carbónico que se ioniza para formar o protão
H+ e ião bicarbonato
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H2O + CO2 H2CO3 H+ + HCO-
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Água Dióxido ácido protão ião
de carbono carbónico bicarbonato
Carbonatação
As águas acidificadas podem reagir, ex: com o carbonato de
cálcio (que forma o mineral calcite, existente nos calcários),
formando produtos solúveis (cálcio e hidrogenocarbonato) que
são removidos em solução.
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Lápias, Pedra Furada, Sintra Lápias, Serra de Sicó, Pombal
Águas acidificadas
A actividade das águas acidificadas está bem patente nos
monumentos e edifícios construídos com calcário ou mármore,
principalmente nas regiões mais poluídas (acção da chuva
ácida)
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Campos de lápias
As águas acidificadas provocam o alargamento de fissuras nas
quais circulam. Podem conduzir à formação de grutas e campos
de lápias.
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Lápias, Cabo Carvoeiro
Terra rossa
O calcário contém, geralmente, sílica e argila misturadas e,
como essas substâncias não são solúveis, ficam no local,
originando depósitos, geralmente avermelhados devido à
presença de óxido de ferro – Terra rossa.
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2 - Hidrólise
Os feldspatos são facilmente alterados pelas águas
acidificadas, sofrendo reacções de hidrólise.
O ião potássio e a sílica são removidos em solução e forma-se
um mineral novo – a caulinite (que faz parte dos minerais de
argila) Reacção de caulinização.
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2 - Hidrólise
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3 - Oxidação/redução
Oxidação – processo pelo qual um átomo ou um ião perde
electrões.
Redução - processo pelo qual um átomo ou um ião ganha
electrões.
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4 - Dissolução
Reacção dos minerais com a água ou com um ácido, resultando
iões livres em solução. O mineral desaparece.
Ex: Halite (NaCl) em água água salgada.
Devido à sua polaridade, as moléculas de água dispersam os
iões Na+ e Cl-, ficando a rodeá-los.
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Meteorização bioquímica
Quando ocorre intervenção de seres vivos na alteração de
minerais.
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Actuação de líquens sobre as rochas
Meteorização do granito
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Granito
Quartzo
Micas (biotite + moscovite)
Feldspato
Meteorização do granito
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Granito em
profundidade
Remoção das camadas
suprajacentes; movimentos da crusta
Afloramento do granito.
Formação de diacláses (fracturas)
Alteração do granito
Atmosfera oxidante; águas acidificadas; actividade
dos seres vivos
Alteração dos minerais
primários; arenização; caos
de blocos
Meteorização do granito
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Granito
é formado por
Quartzo (mineral
resistente ) Micas Feldspato
origina
Areias quartzosas
pode originar origina
Minerais de
argila
-Compostos de ferro;
-Minerais de argila
Argilas
Erosão
Remoção dos fragmentos resultantes da meteorização, por
acção de agentes variados como a água, o vento, o gelo, etc
Chaminés-de-fada – originadas pela acção erosiva das águas
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Blocos pedunculados
Originados pela acção erosiva do vento (que em conjunto com
as partículas que transporta desgasta as rochas como se fosse
uma lixa), que actua sobre as diferentes rochas de um modo
diferenciado, preferencialmente ao nível do solo.
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Serra de Sintra
Transporte
Os materiais resultantes da meteorização são, em regra,
transportados para outros locais por acção da água, vento e
gravidade.
Durante o transporte sofrem modificações como
arredondamento e granotriagem.
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Agentes de transporte
Transporte pelo vento
Pode realizar-se por suspensão, saltação ou deslizamento.
O seu poder de transporte depende da intensidade e do
tamanho das partículas.
Actua preferencialmente em regiões áridas, sem vegetação.
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Transporte ao longo de um rio
É o principal agente de transporte. Pode ocorrer no estado sólido ou líquido. Os materiais transportados podem ir em solução ou sob a forma de detritos/clastos.
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Modificações durante o transporte
Arredondamento – Devido aos choques entre os materiais e
ao atrito com as rochas da superfície, os fragmentos vão
perdendo as arestas, ficando mais lisos e curvos.
Pelo grau de arredondamento deduz-se a duração do transporte.
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Reduzido
transporte
Transporte
mediano
Elevada duração de
transporte
Modificações durante o transporte
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Granotriagem ao longo de um rio
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Deposição
Ocorre quando o agente transportador perde energia e os
materiais transportados ficam depositados – formação de
sedimentos.
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Praia de Ribeira d`Ilhas
Tipos de sedimentos
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Sedimentos detríticos ou clastos – fragmentos de dimensões variadas, resultantes da alteração de outras rochas.
Sedimentos de origem química – resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas na água.
Sedimentos biogénicos – compostos por restos de seres vivos, como conchas e outras peças esqueléticas, fragmentos de plantas, pólen, etc.
Tipos de sedimentos
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Deposição
A deposição dá-se, geralmente, em camadas sobrepostas –
estratos, horizontais e paralelas, sobretudo quando ocorre em
ambiente aquático
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Estratos
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TECTO
JUNTA DE ESTRATIFICAÇÃO
JUNTA DE ESTRATIFICAÇÃO
MURO
ESTRATO
Deposição
Estratificação cruzada – frequente em ambientes de
sedimentação fluviais e eólicos. Revela uma variação na
intensidade e/ou na direcção do agente de transporte.
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Diagénese
Conjunto de processos fisico-químicos que transforma os
sedimentos móveis em rochas sedimentares coerentes e
consolidadas.
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Diagénese
Compreende:
Compactação
Desidratação
Cimentação
Recristalização
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Diagénese
Compactação – compressão de sedimentos pelas camadas
superiores que sobre eles se foram depositando, com
consequente, expulsão de água (desidratação), diminuição da
porosidade e do seu volume.
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Diagénese
Cimentação – preenchimento dos espaços entre os sedimentos
por um “cimento” – novos minerais resultantes da precipitação
de substâncias químicas dissolvidas na água (SiO2; CaCO3,
óxidos de ferro, etc). O cimento liga as partículas formando
uma rocha consolidada.
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Diagénese
Recristalização – transformação dos minerais iniciais noutros
minerais, por alteração das suas estruturas cristalinas devido a
modificações nas condições de pressão e temperatura,
circulação de água e outros fluidos onde estão dissolvidos
certos iões.
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