hidroginástica na reabilitação vestibular de idosos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CINCIAS DA SADE
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM DISTRBIOS DA COMUNICAO
HUMANA
HIDROGINSTICA NA REABILITAO VESTIBULAR DE IDOSOS
COM QUEIXAS DE TONTURA
DISSERTAO DE MESTRADO
Clarissa Stefani Teixeira
PPGDCH
Santa Maria, RS, Brasil2008
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HIDROGINSTICA NA REABILITAO VESTIBULAR DE IDOSOS COM
QUEIXAS DE TONTURA
por
Clarissa Stefani Teixeira
Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em
Distrbios da Comunicao Humana, rea de Concentrao em
Audio, Linha de Pesquisa Equilbrio da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS),
como requisito parcial para obteno do grau de
Mestre em Distrbios da Comunicao Humana
Orientadora: Prof. Angela Garcia Rossi
PPGDCH
Santa Maria, RS, Brasil2008
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Cincias da Sade
Programa de Ps-Graduao em Distrbios da Comunicao Humana
A Comisso Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertao de Mestrado
HIDROGINSTICA NA REABILITAO VESTIBULAR DE IDOSOS COM
QUEIXAS DE TONTURA
elaborada por
Clarissa Stefani Teixeira
como requisito parcial para obteno do grau de
Mestre em Distrbios da Comunicao Humana
Santa Maria, 18 de janeiro de 2008.
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SUMRIO
1 INTRODUO .....................................................................................................18
2 REVISO DE LITERATURA ...............................................................................21
2.1 Avaliao do equilbrio corporal com a posturografia ....................................21
2.1.1 O envelhecimento e o equilbrio corporal................................................25
2.1.2 Problemticas de sade e queixas de tontura ........................................28
2.2 A reabilitao vestibular.................................................................................29
2.3 A hidroginstica .............................................................................................38
3 MATERIAIS E MTODOS ...................................................................................46
3.1 Grupo de estudo ............................................................................................46
3.2 Instrumentos para coleta de dados................................................................49
3.3 Procedimentos para a coleta de dados..........................................................57
3.4 Tratamento estatstico ...................................................................................58
4 RESULTADOS.....................................................................................................60
4.1 Condies do teste de organizao sensorial ...............................................60
4.2 Anlise Sensorial ...........................................................................................67
4.3 Questionrio DHI Brasileiro ...........................................................................72
5 DISCUSSO........................................................................................................76
6 CONCLUSO ......................................................................................................91
7 REFERNCIAS....................................................................................................92
ANEXOS............................................................................................................109
ANEXO 1 ...........................................................................................................110
ANEXO 2 ...........................................................................................................113
ANEXO 3 ...........................................................................................................115
ANEXO 4 ...........................................................................................................118
ANEXO 5 ...........................................................................................................120
ANEXO 6 ...........................................................................................................122
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Dados descritivos do nmero de idosos, da idade, massa eestatura corporal dos grupos GSTsp, GSTcp, GCTsp e GCTcp..............49
TABELA 2 Teste de organizao sensorial e seus valores de normalidade.
(Fonte: adaptado de Castagno, 1994).....................................................57
TABELA 3 Valores das condies do teste de organizao sensorial dos
grupos GSTcp, GSTsp, GCTcp e GCTsp, em pr-teste. ......................... 60
TABELA 4 Valores das condies do teste de organizao sensorial dos
grupos GSTcp, GSTsp, GCTcp e GCTsp, em ps-teste..........................61
TABELA 5 Valores das condies do teste de organizao sensorial dos
grupos GSTcp, GSTsp, GCTcp e GCTsp, em re-teste. ........................... 61
TABELA 6 Valores do nvel de probabilidade de significncia comparando
todos os grupos em pr, ps e re-teste, durante as condies do
teste de organizao sensorial, de acordo com o teste de Kruskal-
Wallis......................................................................................................62
TABELA 7 Valores do nvel de probabilidade de significncia comparando as
trs fases do estudo em todos os grupos (GSTcp, GSTsp, GCTcp,
GCTsp) no teste de organizao sensorial. ...........................................65
TABELA 8 Valores do nvel de probabilidade de significncia comparando as
trs fases do estudo (pr, ps e re-teste) em todos os grupos
(GSTcp, GSTsp, GCTcp, GCTsp) durante as condies do teste
de organizao sensorial. ......................................................................66
TABELA 9 Valores do nvel de probabilidade de significncia comparando as
trs fases do estudo (pr, ps e re-teste) nos idosos com e semtontura durante as condies do teste de organizao sensorial...........67
TABELA 10 Valores da anlise sensorial dos grupos GSTcp, GSTsp, GCTcp
e GCTsp em pr-teste............................................................................67
TABELA 11 Valores da anlise sensorial dos grupos GSTcp, GSTsp, GCTcp
e GCTsp em ps-teste. ..........................................................................68
TABELA 12 Valores da anlise sensorial dos grupos GSTcp, GSTsp, GCTcp
e GCTsp em re-teste..............................................................................68
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TABELA 13 Valores do nvel de probabilidade de significncia em pr, ps e
re-teste, nos grupos GSTcp, GSTsp, GCTcp, GCTsp durante a
anlise sensorial, por meio do teste Kruskal-Wallis. ..............................69
TABELA 14 Valores do nvel de probabilidade de significncia em pr, ps e
re-teste, dos idosos com e sem tontura durante a anlise
sensorial.................................................................................................69
TABELA 15 Valores do nvel de probabilidade de significncia para os grupos
GSTcp, GSTsp, GCTcp e GCTsp, nas diferentes fases do estudo,
durante a anlise sensorial. ...................................................................72
TABELA 16 Valores do nvel de probabilidade do DHI Brasileiro dos grupos
GCTcp e GCTsp durante pr, ps e re-teste, por meio doWilcoxon.................................................................................................74
TABELA 17 Nvel de probabilidade de significncia das escalas fsicas,
emocional, orgnica e o escore total, nas testagens do estudo, do
grupo com GCTcp e GCTsp...................................................................75
TABELA 18 Valor do nvel de probabilidade de significncia do DHI Brasileiro
comparando as trs fases do estudo (pr, ps e re-teste) nos
grupos GCTcp e GCTsp.........................................................................75TABELA 19 Valor do nvel de probabilidade de significncia do DHI Brasileiro
nas trs fases do estudo (pr, ps e re-teste) dos idosos com
queixas de tontura..................................................................................75
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LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Teste de organizao sensorial e suas seis condies (Fonte:
adaptado de Tsang et al. 2004). .........................................................54QUADRO 2 Avaliao das relaes da anlise sensorial. (Fonte: adaptado
de Rossi et al., 2003 e Tsang et al. 2004)...........................................56
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Influencias sensoriais sobre o controle do equilbrio. (Fonte:
Lundy-Ekman, 2000). ..........................................................................21FIGURA 2 Posturografia dinmica sem almofada.................................................51
FIGURA 3 Posturografia dinmica com almofada.................................................51
FIGURA 4 Cinto com a caneta laser. ....................................................................51
FIGURA 5 Foam-laser Dynamic Posturography. (Fonte: adaptado de
Castagno, 1994)..................................................................................52
FIGURA 6 Tringulos encontrados, com utilizao do FLP, para o clculo da
oscilao corporal durante o equilbrio. (Fonte: Adaptado deCastagno, 1994)..................................................................................55
FIGURA 7 Seqncia do teste de organizao sensorial (Fonte: adaptado de
Tsang et al., 2004). .............................................................................58
FIGURA 8 Valores das condies do teste de organizao sensorial do grupo
GSTcp em pr, ps e re-teste. ............................................................63
FIGURA 9 Valores das condies do teste de organizao sensorial do grupo
GSTsp em pr, ps e re-teste. ............................................................63FIGURA 10 Valores das condies do teste de organizao sensorial do
grupo GCTcp em pr, ps e re-teste...................................................64
FIGURA 11 Valores das condies do teste de organizao sensorial do
grupo GCTsp em pr, ps e re-teste...................................................65
FIGURA 12 Valores da anlise sensorial do grupo GSTcp em pr, ps e
re-teste. ...............................................................................................70
FIGURA 13 Valores da anlise sensorial do grupo sem GSTsp em pr, ps e
re-teste. ...............................................................................................70
FIGURA 14 Valores da anlise sensorial do grupo GCTcp em pr, ps e re-
teste. ...................................................................................................71
FIGURA 15 Valores da anlise sensorial do grupo GCTsp em pr, ps e re-
teste. ...................................................................................................71
FIGURA 16 Valores das escalas do DHI Brasileiro do grupo GCTcp em pr,
ps e re-teste. .....................................................................................73
FIGURA 17 Valores das escalas do DHI Brasileiro do grupo GCTsp em pr,
ps e re teste 73
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FIGURA 18 Valores do escore total do DHI Brasileiro dos grupos GCTcp e
GCTsp em pr, ps e re-teste.............................................................74
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DEDICATRIA
Aos meus avs v Cici e v
Ione pelos exemplos de pessoas que
so. Por manterem uma relao de
amor, carinho e apoio. Mesmo sem
cobranas me fizeram ir alm.
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AGRADECIMENTOS
Tantas so as pessoas que devo agradecer. Algumas pelas oportunidades,conhecimentos compartilhados, pela facilitao em fazer com que as coisas
acontecessem e outras pelo companheirismo, amizade, carinho, palavras de
incentivo e pacincia nesses dois anos de curso. Em maro de 2005, mais uma vez,
grandes mudanas ocorreram desde o chamado trote da universidade nos primeiros
dias de aula em 2001 (graduao da Educao Fsica). Novos conhecidos, novas
pessoas, novos amigos, novo centro, novo curso, nova rea e nova orientadora. O
que dizer da pessoa que se disponibilizou em se aventurar ao orientar algum de
outra rea? A voc, querida Angela, agradeo pela sinceridade das palavras ditas a
mim durante esses dois anos. Pelas explicaes relacionadas ao tema equilbrio, as
quais no desejava que tivessem fim. Pelas idias relmpago... Agradeo pela
oportunidade e pela liberdade, mas principalmente pela confiana depositada em
mim.
Gostaria de agradecer aos professores que, sem dvida, mostraram-se como
exemplos e como os maiores incentivadores para a continuidade das atividades: Ao
professor Bolli, por tudo que voc e representa...no existem palavras que
descrevam o grande carinho e gratido que tenho por voc; Ao professor Luis
Felipe, no s pela participao no estudo e na banca, mas tambm pela
disponibilidade, pelo interesse, pelo auxlio, pela compreenso das milhares de
coisas que sempre queremos fazer, pelo incentivo em fazer sempre ir alm. Pela
chamada pacincia em explicar aquelas centenas de pginas que sempre saem do
programa estatstico e que, na verdade, fazem meus olhos brilhar; Ao professor
Fleming, que mesmo com o tempo escasso se mostrou sempre acessvel, disponvele interessado. A voc professor devo tambm agradecer as consideraes
fundamentais, aos momentos agradveis que despertaram interesses em outras
reas. Foram muitas palavras decisivas tanto para o fechamento da dissertao
quanto de outros estudos que desenvolvemos juntos. Fica registrado o
arrependimento de no termos trabalhado muito mais. A professora Mrcia Keske,
pelo exemplo de profissional, transparncia, tica, batalha e dedicao. A
professora Cristina Ganana pela disponibilidade, interesse, incentivo nas palavrasescritas e ditas e fundamentais consideraes para o fechamento do estudo.
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Agradeo s colegas e agora amigas do curso, pelo apoio e companheirismo
durante esses dois anos. Agradeo as pessoas que de alguma maneira contriburam
para o desenvolvimento do estudo: professora Carmem Marques, responsvel pelas
atividades do projeto Idoso, Natao e Sade, onde as atividades foram
desenvolvidas. Aos idosos que participaram voluntariamente do trabalho e no
mediram esforos ao sarem de suas casas para participao das atividades e
avaliaes.
Aos amigos e colegas Luiz Fernando, Rudi, Julio e Saulo pela participao
das coletas, dedicao e auxlios prestados nesse perodo. A querida Luana e ao
querido Gabriel primeiramente pela confiana depositada em mim durante todo esse
tempo que passamos juntos. Pelos desabafos, pelas risadas, pela colaborao emtempo integral das atividades e pela grande ajuda com a dissertao. Ao rico...
sem palavras... sem movimentos... sem economizar. Voc meu amigo querido.
Obrigado por me deixar participar da tua vida. Que nosso caminho juntos esteja
apenas no incio... A Laise, quantos abstracts? Mas no s isso, pelas conversas e
pela amizade desse tempo todo. A minha irm quase gmea - Jaque pela amizade,
companhia, pela pacincia em escutar e pelas palavras de conforto. Aos amigos de
corao Franciele e Z Eduardo, simplesmente por se fazerem sempre presentes.A minha famlia... Difcil agradecer tudo que fizeram e que ainda fazem por
mim... Aos meus avs (Cici e Ione), por serem essas pessoas maravilhosas, de
carter, por sempre escolherem o lado certo da vida e por sempre se preocuparem
com a minha. A minha me Jalva, pelo enorme corao que tens, pelas
preocupaes, dedicao, pelo amor e carinho, pela bondade e pela compreenso.
A minha tia Vera, pelo pulso firme, pelas decises tomadas, pela viso de mundo,
pela segurana, pelo suporte dado a mim e pelo amor e dedicao. A todos vocspela confiana que sempre tiveram em mim. No se pode medir esforos para
agradecer tudo o que vocs fazem por mim. Sou a neta, filha e sobrinha preferida...
risos... e vocs so as pessoas mais importantes que tenho. Amo vocs.
Ao meu amor, Fausto. Por tudo que tem sido nesses anos todos e por tudo
que me faz ser. Por colocar brilho na minha vida, e mesmo estando longe, obrigada
por estar sempre presente. Voc meu porto seguro. Te amo!
Muito obrigada a todos vocs de corao.
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RESUMODissertao de Mestrado
Programa de Ps-Graduao em Distrbios da Comunicao Humana
Universidade Federal de Santa Maria
HIDROGINSTICA NA REABILITAO VESTIBULAR PARA IDOSOS COMQUEIXAS DE TONTURA
AUTORA: CLARISSA STEFANI TEIXEIRAORIENTADORA: ANGELAGARCIAROSSI
Local e Data da Defesa: Santa Maria, 18 de janeiro de 2008.
As queixas de tontura e desequilbrios corporais so sintomas muito comuns
nos idosos. Para restaurar as funes de equilbrio ou trazer o mais prximo do
normal, visando assim o trmino da sintomatologia encontrada nesses indivduos, a
reabilitao vestibular proposta. Neste sentido, muitos exerccios so
desenvolvidos como terapia, porm exerccios fsicos realizados em grupos, em
ambientes diferenciados, como por exemplo, a gua, no foram encontrados.
Atualmente, terapias desenvolvidas neste meio tm sido desenvolvidas, porm
realizadas de forma no convencional e individualizada. Logo, este estudo objetivouverificar a influncia das prticas em hidroginstica, realizada de forma tradicional,
sob o equilbrio corporal e as queixas de tontura de idosos.Para a avaliao do
equilbrio foi utilizada a posturografia dinmica desenvolvida por Castagno em 1994.
Nesta avaliao seis condies, chamados de teste de organizao sensorial foram
realizados para cada indivduo com repeties de trs vezes e durao de 20
segundos cada. Os deslocamentos foram incorporados s frmulas para o clculo
da oscilao. Para as queixas de tontura foi utilizado o questionrio de handicappara a tontura. Para a anlise dos dados utilizou-se estatstica descritiva. A
normalidade dos dados foi verificada por meio do teste Shapiro-Wilk, que no
indicou distribuio normal. Para as comparaes foram utilizados os testes
Kurskal-Wallis e Wilcoxon, com nvel de significncia de 5%. Os resultados
indicaram diferenas, nas condies do teste de organizao sensorial tanto nos
idosos com quanto sem queixas de tontura. Especificamente as queixas de tontura,
ao final dos exerccios de hidroginstica mostraram-se reduzidas, tanto nos aspectosfsicos, emocionais quanto funcionais. Logo, conclui-se que a hidroginstica
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realizada em sua forma tradicional, de forma geral, foi uma boa terapia para as
queixas de tontura e equilbrio corporal de indivduos idosos.
Palavras-chave: tontura, equilbrio corporal, idosos, hidroginstica
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ABSTRACTMasters Degree Thesis
Post-graduation program in Human Communication Disturbes
Universidade Federal de Santa Maria
THE HYDROGYMANSTICS IN THE VESTIBULAR REHABILITATION FORELDERLY WITH COMPLAINTS ABOUT DIZZINESS
AUTHOR: CLARISSA STEFANI TEIXEIRAADVISER: ANGELAGARCIAROSSI
Local e Date of the Defense: Santa Maria, 18 de janeiro de 2008.
The complaints about dizziness and corporal unbalance are very common
symptoms in elderly people. In order to restore the functions of balance or make it
nearest to the normal, having as objective to extinguish the symptomology found in
these individuals, the vestibular rehabilitation is proposed. In this sense, many
exercises are developed as therapy; however, physical exercises practiced in groups,
in different environments, for example, in the water, were not found. Nowadays,
therapies practiced in this environment have been developed, however they are done
in a non-conventional and individualized way. Thus, this study was aimed to verify
the influence of the practices in hydrogimnastics, done in the traditional way, over the
corporal balance and complaints about dizziness in elderly people. For the balance
assessment it was used a dynamic posturography developed by Castagno, in 1994
in this assessment, six conditions, named sensorial organization test, were done for
each individual with repetitions of three times and duration of 20 seconds each one.
The displacements were incorporated to the formula for the calculus of the oscillation.
For the complaints about dizziness it was used the Dizziness Handicap Inventory.For the data analysis it was used the descriptive statistics. The normality of the data
was verified through the Shapiro-Wilk test, which did not indicate normal distribution.
For the comparison it was used the tests Kurskal-Wallis e Wilcoxon, with 5% of level
of significance. The results indicate differences, in the conditions of the sensorial
organization test either in the elderly with or without complaints about dizziness.
Specifically the complaints about dizziness, in the end of the hydrogimnastic
exercises, were reduced, either in the physical and emotional aspects, as in thefunctional ones. Thus, it is possible to conclude that the
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hydrogimnastics practiced in its traditional way, in a general view, was a good
therapy for the complaints about dizziness and corporal balance of elderly
individuals.
Keywords: dizziness, corporal balance, elderly people, hydrogimnastics.
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1 INTRODUO
O equilbrio um dos sentidos que permite o ajustamento dos indivduos aomeio. O controle postural um aspecto bsico para compreender a capacidade que
o ser humano tem para exercer suas atividades e manter o corpo em equilbrio em
situaes de repouso (equilbrio esttico) e movimento, quando submetido a
diversos estmulos (equilbrio dinmico), proporcionando estabilidade e orientao
(LPEZ e FERNNDEZ, 2004).
A manuteno da postura garantida pela interao sensrio-motora. Para
Sanz et al.(2004) a informao relevante relacionada ao equilbrio corporal depende
dos sistemas visual, somatossensorial e vestibular. Existe um grande nmero de
fatores interferindo em sua atuao e atualmente muitos so os estudos realizados
com o equilbrio (RONDA et al., 2002; LPEZ e FERNNDEZ, 2004; SANZ et al.,
2004; BAYAL-BERTOMEU et al., 2004) tanto com crianas, quanto com jovens e
idosos.
A preocupao com os indivduos da terceira idade est relacionada tanto ao
prprio envelhecimento (RIBEIRO e PEREIRA, 2005), quanto aos dados estatsticos
que apontam para os indivduos idosos como os mais acometidos sendo de 50 a
60% daqueles que vivem em suas casas e 81 a 91% daqueles que so atendidos
em ambulatrios, pelos sintomas da falta de equilbrio (GANANA e CAOVILLA,
1998b), que neste caso pode ser traduzida como tontura (RESENDE et al., 2003).
Alguns autores ainda afirmam que a tontura tem sido mais freqente em indivduos
do gnero feminino e que esta proporo alcana 2:1 (CAMPOS, 1998).
Rivera, Zeigelboim e Jurkiewicz (2003); Ribeiro e Pereira (2005) relacionam a
reabilitao vestibular como forma de tratamento para a restaurao do equilbrio
corporal. Para Gabilan et al. (2006) ela um tratamento eficaz no controle dos
sintomas e sinais clnicos relacionados s disfunes vestibulares, podendo ser
aplicada em casos de tontura e outras manifestaes clnicas causadas pelo
desequilbrio corporal. Quando se questiona sobre os benefcios da reabilitao
vestibular, alm da melhora do equilbrio, da habituao dos sintomas e da
segurana do indivduo citado por Smith-Wheelock, Shephard e Telian (1991) e
Barbosa et al. (1995), os benefcios relacionados melhora da qualidade de vidatm sido observados e esto entre os temas mais preocupantes da atualidade
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(TAGUCHI, 2005). Porm, alm da melhora na sade, os fatores psicossociais esto
integrados no termo qualidade de vida (RENWICK e BROWN, 1996; MINAYO,
HARTZ e BUSS, 2000). Mesmo que a terapia personalizada e bem orientada leve a
remisso dos sintomas em 85% dos pacientes vestibulopatas, as terapias realizadas
em grupo mostram ser excelentes estratgias nos aspectos biopisicosociais
(RESENDE et al., 2003), e, alm disso, este tipo de reabilitao vestibular pode ser
utilizado para a recuperao do equilbrio do idoso.
Nestas perspectivas, em se desenvolver terapias em grupo, Hoeppner e
Rimmer (2000) salientam importncia de se realizar algum tipo de exerccio fsico.
Os mesmos autores indicam que os idosos que praticam exerccio fsico
regularmente apresentam melhores performances de equilbrio postural do queaqueles que no eram praticantes de nenhuma atividade. Gauchard et al. (1999)
observaram que a prtica de exerccios fsicos que propiciam estmulos
proprioceptivos promove melhoras significantes no controle postural. Os autores
ainda recomendaram para indivduos idosos, independentes de suas
especificidades, a prtica de exerccios, pois esta permite conservar excelentes
respostas do sistema sensorial, o que pode promover a manuteno do equilbrio
nas atividades da vida diria.Indo ao encontro destas informaes, estudos que buscassem avaliar a
importncia do exerccio no equilbrio corporal foram desenvolvidos (BERNARDES e
TOMAZ, 2003; CAMPOS, 2003; RAMOS, 2003). Porm pesquisas que visassem
avaliar o exerccio fsico em grupo, como forma de terapia ou reabilitao vestibular,
para as queixas de tontura de indivduos idosos no foram encontradas. Diante da
gama de exerccios que englobam atividades passveis de realizaes para os
idosos pode-se pensar na modalidade de hidroginstica. Esta modalidade tem sidoapontada como uma forma de exercitao bastante importante para os idosos,
sendo que alguns estudos (MAZO, CARDOSO e AGUIAR, 2006; CADER et al.,
2006; MARQUES e ABREU, 2007) mostram os benefcios da sua prtica sobre
aspectos importantes de sade, no entanto, a literatura especializada ainda
restrita.
A hidroginstica apresenta um elemento diferente das atividades realizadas
em meio terrestre a gua. A compreenso de suas propriedades fsicas e das
alteraes fisiolgicas do corpo em imerso, bem como a anlise do movimento
h i f h j ili f ili d
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movimento, na recuperao de disfunes (GEYTENBENCK, 2002) e no ganho
funcional (SIMMONS e HANSEN, 1996). Durante a imerso, as vias
sensrio-perceptivo-motoras esto estimuladas (ZEGHBI, 1994), proporcionando a
possibilidade de discriminao de situaes espaciais e temporais da informao
recebida (FRIORELLI e ARCA, 2002). Os estmulos sensoriais que mais se
destacam durante a imerso so os proprioceptivos (controle postural e percepo
corporal) e vestibulares (reaes de equilbrio e reaes de endireitamento).
Diante dessas consideraes, recentemente, Gabilan et al. (2006)
propuseram a fisioterapia aqutica para a reabilitao vestibular, porm esta terapia
no englobou exerccios em grupos, como indicam Zanardini et al. (2007), nem
apresenta a forma tradicional dos exerccios de hidroginstica praticados pelosidosos. E, como fatores de preveno, estes no seriam os mais indicados, uma vez
que, os exerccios fsicos so os melhores aliados para a melhora da qualidade de
vida. Basta-nos saber se estes, prescritos em sua forma tradicional aula de
hidroginstica uma eficaz terapia para melhora do equilbrio corporal e atenuao
das queixas relacionadas a tontura em indivduos idosos. Logo, este estudo
objetivou avaliar a eficcia da hidroginstica na reabilitao vestibular em idosos
com queixas de tontura.
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2 REVISO DE LITERATURA
Neste captulo, descreve-se o equilbrio corporal, suas relaes com o
envelhecimento humano, com as problemticas de sade e com as queixas de
tontura; a utilizao da reabilitao vestibular e a prtica em exerccios de
hidroginstica a fim de oferecer um melhor suporte terico ao tema proposto, por
meio de uma sntese dos trabalhos mais representativos encontrados na literatura
consultada.
2.1 Avaliao do equilbrio corporal com a posturografia
Atualmente, o conceito de equilbrio est associado idia de corpo em
postura estvel. Segundo Fetter (2002) o equilbrio corporal tem fundamental
importncia no relacionamento espacial do organismo com o ambiente. Os sistemas
que colaboram para a manuteno do equilbrio, assim como ilustra a Figura 1, so
a viso, a sensibilidade proprioceptiva (sistema somatossensorial) e o aparelho
vestibular.
Fonte: Lundy-Ekman, 2000.
Figura 1 Influncias sensoriais sobre o controle do equilbrio.
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Para Shumway-Cook e Woollacoot (1995); Spirduso, Francis e Macrae (1995)
a postura corporal pode ser orientada por uma srie de referncias dependendo da
tarefa e do objetivo que se quer atingir. O ponto de referncia pode ser vestibular,
baseado nas foras gravitacionais; somatossensorial, baseado nas informaes
colhidas a partir do contanto com o meio; ou visual, baseado nas caractersticas
externas do ambiente. Com a perfeita integrao desses sistemas, em nvel
cerebral, mais especificamente com tronco enceflico e cerebelo, juntamente com
memrias de experincias prvias, a correta postura do indivduo determinada e,
portanto, qualquer disfuno nestes sistemas pode desencadear sintomas de falta
de equilbrio.
Para que a postura corporal seja mantida, Negrine (1987) afirma que alm dainterao dos trs sistemas sensoriais, como ilustrado na Figura 1, as habilidades
motoras tambm so importantes. Juntamente com o equilbrio corporal, as demais
habilidades motoras so determinadas primeiramente pela maturao nervosa, e
numa segunda etapa, sua evoluo depender da influncia do meio. Para Horak e
Macpherson (1996) o ambiente e o prprio organismo so reconhecidos pelos seres
vivos atravs dos rgos dos sentidos, que captam as informaes e transmitem-nas
ao sistema nervoso central. Em geral, para que a manuteno do equilbrio ocorra,os sistemas sensoriais agem de forma a conduzir informaes especficas,
relacionadas ao posicionamento do corpo no espao, cabendo ao sistema nervoso
central organizar estas informaes e controlar a postura corporal, tanto esttica
quanto dinmica.
Resumidamente, pode-se dizer que o controle postural depende das
informaes sensoriais disponveis para que aes motoras sejam desencadeadas.
Apesar da separao anatmica dos sistemas sensoriais envolvidos com o controlepostural e a degradao significativa das informaes sensoriais, com os olhos ou
sobre superfcies mveis ou macias, os indivduos conseguem a manuteno da
postura. Mccollum, Shupert e Nashner (1996) sugerem que o sistema nervoso tem a
habilidade de mudar discretamente a fonte principal de informao sensorial. Assim,
o sistema nervoso escolhe a fonte principal para controlar a postura e quando faz a
transio de uma fonte de percepo para outra, a faz de forma abrupta e usa uma
informao sensorial de cada vez. Massion e Woollacott (1996) propem que a
dominncia de um sistema sensorial sobre o outro a forma que o sistema nervoso
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relatam as evidncias da seleo do nvel de importncia da informao sensorial,
como base do mecanismo de fuso e integrao multissensorial no controle da
postura.
Na verdade, assim como afirmam Horak e Macpherson (1996) e Oie, Kiemel e
Jeka (2002), o que ocorre que em situaes em que alguma informao no est
disponvel, seja em funo de dficits em um dos sistemas sensoriais ou em funo
do contexto da tarefa, o sistema de controle postural ainda capaz de detectar o
posicionamento corporal com base nas informaes disponveis, selecionando as
informaes sensoriais mais relevantes dentro do contexto para manter a postura
ereta.
Alguns estudos retratam, por meio de diversificados sistemas, os valores deequilbrio e suas interaes com os sistemas sensoriais. Uma das possibilidades de
avaliao e que atualmente tem sido bastante utilizada a posturografia dinmica.
Ela consiste em seis condies de testes de organizao sensorial (TOS) onde se
vai manipulando aferncias sensoriais, para as relaes com os sistemas visual,
somatossensorial e vestibular.
Norris et al. (2005) avaliaram trs grupos de indivduos em diferentes mtodos
de anlise: a tradicional por meio da posturografia, e outras quatro tcnicasmecnicas, distintas de mensurao. Foram avaliados 10 adultos jovens com idades
entre 21 e 29 anos, 10 idosos ativos participantes de um grupo de reabilitao
cardaca com baixo risco de quedas e com idades entre 68 e 79 anos (sem histrico
de quedas nos ltimos trs anos) e um grupo de idosos com alto risco de quedas.
Os resultados mostram que na posturografia no houve diferenas na comparao
entre o grupo de jovens e o grupo de idosos com baixo risco de quedas, porm as
demais quatro tcnicas mostraram diferenas entre esses grupos, sugerindo que somais sensveis para detectar diferenas no sistema de analise postural do que o
mtodo tradicional. J na comparao entre o grupo com baixo risco e o grupo com
alto risco, a tcnica tradicional mostrou-se eficiente para detectar as diferenas.
Segundo os autores a no existncia de diferenas entre o grupo de jovens e o
grupo de idosos com baixo risco, se deve pelo nvel de atividade fsica do grupo de
idosos, o que pode ter diminudo o nvel de deteriorizao do sistema de controle
postural em funo do envelhecimento. O mtodo tradicional mostrou diferena entre
o grupo de alto e baixo risco, mostrando a deteriorizao do sistema de controle
l lh i
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Baloh et al. (1998) avaliaram, por meio de uma plataforma de fora, trs
grupos, sendo 30 jovens de ambos os gneros com idade mdia de 26,6 5,9 anos,
70 idosos de ambos os gneros com idades de 80,1 4,2 anos e, 70 idosos com
problemas de equilbrio, que incluram desordens vestibulares perifricas (25
idosos), desordens centrais (6 idosos), queixas de tontura (12 idosos) e problemas
de equilbrio (27 idosos). Os resultados mostram maiores valores de oscilao para
ambos os grupos de idosos, principalmente com os olhos fechados. Em relao ao
medo de quedas investigado pelos autores, os dados mostram que idosos com
medo apresentam maiores oscilaes quando comparados a idosos sem medo de
quedas, nas direes ntero-posterior e mdio-lateral, tanto com os olhos abertos
quanto com os olhos fechados.Wolfson et al. (1992) avaliaram, por meio da posturografia dinmica, um
grupo de 234 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, sem alterao dos
sistemas responsveis pelo equilbrio, e 34 jovens tambm considerados normais.
As diferenas foram encontradas em cinco das seis condies testadas, estando os
valores dos idosos com maiores oscilaes corporais. A significncia foi evidente
nas condies da plataforma fixa com campo visual mvel (TOS III), em condies
que usam a plataforma mvel com os olhos fechados (TOS V) e olhos abertos com esem conflito visual (TOS IV e VI). Hirabayashi e Iwasaki (1995), avaliando 26
indivduos com idades entre 20 e 59 anos, por meio da posturografia dinmica,
mostraram valores de 93,2 para o TOS I; 91,0 para os TOS II; 87,7 para o TOS III;
83,2 para o TOS IV; 63,5 para o TOS V; 39,0 para o TOS VI e; 75,7 para a mdia
dos TOS. J Rosengren et al. (2007) avaliaram 20 mulheres com idades entre 60 e
72 anos (mdia de 65,2 anos). Os valores encontrados para as seis condies
sensoriais foram de 94,7 para o TOS I; 91,9 para o TOS II; 90,8 para o TOS III; 82,1para o TOS IV; 63,8 para os TOS V e VI.
Pedalini (2005) avaliou, por meio da posturografia dinmica, 178 indivduos,
sendo 58 adultos com idades entre 20 e 56 anos, 120 idosos com idades entre 61 e
79 anos (60 sem queixas de tontura e/ou desequilbrios e 60 com queixas de
desequilbrios e/ou tonturas). No TOS I a diferena observada foi entre os adultos
com ambos os grupos de idosos. Neste teste os dois grupos dos idosos (valores de
94,0 para idosos sem queixas e 93,5 para idosos com queixas) no mostraram
diferenas significantes entre si. O mesmo ocorreu no TOS II. Os valores do TOS
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com queixas. Os resultados das condies do TOS III e do TOS IV mostraram-se
diferenciados. Os valores encontrados no TOS III foram 92,8 para os adultos, 91,8
para os idosos assintomticos (sem queixas de tontura) e 89,8 para os idosos
sintomticos (com queixas de tontura). No TOS IV foram de 86,3; 76,0 e; 66,5 para
os adultos, idosos sem queixas e idosos com queixas, respectivamente.No TOS V
as diferenas tambm foram identificadas no estudo de Pedalini (2005). Os valores
foram de 67,1 para os adultos, 58,8 para os idosos sem queixas e 37,0 para os
idosos com queixas. Assim como no TOS V, o TOS VI apresentou valores
estatisticamente diferentes, sendo estes de 67,3, 57,8 e 36,4 para os adultos, idosos
assintomticos e idosos sintomticos, respectivamente.
Para Teasdale, Stelnach e Breuning (1991) as alteraes ocorridas nos TOSV e VI podem estar relacionadas lentido do processo de integrao central
juntamente com a degenerao dos sistemas perifrico e central que ocorre com o
aumento da idade.
2.1.1 O envelhecimento e o equilbrio corporal
O papel de diferentes fontes sensoriais no controle postural de indivduos
desde a infncia at a idade adulta tem sido investigado em estudos realizados por
Hytonen et al. (1993); Assaiante (1998), Pranke et al. (2007) e Teixeira et al. (2007)
e estes ilustram o fato de que a idade afeta os mecanismos de ajustes posturais.
Segundo Perrin et al. (1997); Hobeika (1999); DOttaviano (2001); Freitas
Jnior e Barela (2006) mudanas morfolgicas relacionadas ao envelhecimento
ocorrem em todos os sistemas corporais, incluindo os responsveis pelo controle
postural, comprometendo o equilbrio.
Para Spirduso, Francis e Macrae (1995) o envelhecimento tambm leva a
uma perda de adaptabilidade com o passar do tempo, alm de um prejuzo
funcional. Segundo os mesmos autores, o processo de envelhecimento est
associado a mudanas na composio corporal, em parmetros fisiolgicos e
neurofisiolgicos, nos sistemas sensoriais, no sistema neuromuscular e na
velocidade do processamento de informao.
Para Blaszczyk, Lowe e Hansen (1994); Wade et al. (1995); Di Fabio e
Emasithi (1997); Pranke et al. (2007); Teixeira et al. (2007) as alteraes no controle
postural observadas com o avano da idade indicam que aps certa idade o
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funcionamento do sistema de controle postural no apresenta o mesmo
desempenho verificado at ento. As poucas explicaes sugeridas por Prioli (2003)
tm enfatizado que estas mudanas estariam associadas ao declnio dos sistemas
motor e sensorial ou ao relacionamento entre estes dois sistemas.
Barbosa, Arakaki e Silva (2001) justificam que os desequilbrios esto
associados a falta de interao entre o sistema nervoso central e o conjunto de
informaes labirnticas, visuais e proprioceptivas. Segundo Weineck (1991) a
funcionalidade dos rgos sensoriais tambm passa por modificaes que so
decorrentes das alteraes do sistema nervoso.
Para Spirduso, Francis e Macrae (1995) com o declnio na funcionalidade dos
rgos dos sentidos e a diminuio da velocidade de conduo do estmulo para osistema nervoso central e perifrico ocorre a perda da rapidez de reao e a
capacidade de controlar novos movimentos, o que leva a um aumento da dificuldade
na realizao das tarefas da vida diria pelo indivduo idoso. Alm disso, segundo
Horak, Shupert e Mirka (1989), idosos apresentam menor sensibilidade nos
receptores dos canais sensoriais, alm de uma diminuio na gerao de fora e
problemas na coordenao destas foras geradas, diminuio na velocidade de
processamento central de informao e diminuio na velocidade de transmisso deimpulsos nervosos. Para Freitas Junior (2003) estas alteraes podem ser
resumidas a perdas na capacidade de obter e processar informaes oriundas do
corpo e da relao do corpo com o ambiente.
Segundo Mcclemaghan et al. (1996); Ferraz, Barela e Pellegrini (2001)
durante a manuteno da posio em p, idosos oscilam mais que adultos jovens e,
segundo Wade et al. (1995), apresentam uma incidncia muito alta de quedas.
Alexander (1994); Hobeika (1999); Jacobson (2002) afirmam ainda que o aumentoda oscilao corporal detectado a partir dos 60 anos de idade, em conseqncia
do acmulo das mudanas degenerativas, que provocam diminuio do limite de
estabilidade do corpo, aumentando o risco de quedas nessa populao. Freitas
Jnior e Barela (2003) demonstram em seu estudo que a partir dos 40 anos existe
uma tendncia linear do aumento das oscilaes posturais. Porm, Teixeira et al.
(2007) demonstraram que assim como em idosos, indivduos na faixa etria de 20
anos tambm apresentam mudanas significantes no equilbrio quando a direo
ntero-posterior avaliada sem informao visual.
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Especificamente, tratando-se da chamada trade do equilbrio, Petrella,
Lattanzio e Nelson (1997); Hurley, Rees e Newhan (1998) inferem que no sistema
somatossensorial possvel observar uma diminuio na capacidade dos receptores
articulares em detectar movimentos e dos fusos musculares e rgos tendinosos de
Golgi e em mudanas no comprimento e na tenso gerada pelos msculos sendo o
desgaste do sistema somatossensorial tambm importante ao se analisar o equilbrio
corporal. A justificativa desta afirmao, segundo Bittar et al. (2002), referente ao
processo de envelhecimento que apresenta mudana degenerativa no sistema
senrio-motor, nos tendes receptores dos membros inferiores, no sistema msculo-
esqueltico, e tambm problemas osteo-articulares como artrose, instabilidade
articular e fragilidade ssea.O sistema vestibular tambm sofre alteraes principalmente em relao
deteco de alteraes no posicionamento da cabea em relao aos segmentos
corporais. Estas alteraes, para Rauch et al. (2001), poderiam ser decorrentes de
uma diminuio no nmero de clulas ciliadas e sua substituio por tecido fibroso,
alm de um declnio no nmero de neurnios vestibulares que levam as informaes
ao sistema nervoso central. Segundo Grenne e Madden (1987) com o avano da
idade tambm possvel perceber uma diminuio da acuidade visual e dasensibilidade ao contraste. Rubin (2002) avaliou indivduos idosos com catarata senil
antes e aps o tratamento cirrgico. Os resultados deste estudo induzem que at
mesmo a baixa acuidade visual interfere negativamente no equilbrio postural e que
a recuperao da viso acarreta melhora no estado de equilbrio e,
consequentemente na qualidade de vida. Assim, idosos tm maior dificuldade em
distinguir alvos em ambientes com pequenos e grandes contrastes. Alm disso,
segundo Woollacott e Tang (1997) o declnio do funcionamento do sistema visualainda compreende diminuio de profundidade, viso perifrica, velocidade de
processamento de estmulo visual, viso dinmica, estimao de velocidade e
acomodao e qualidade da manuteno do foco visual em ambientes com muita
claridade e, conforme afirmam Lee e Lishman (1975), parece que a viso melhora o
controle do equilbrio especialmente nas condies em que a propriocepo do p e
tornozelo esto acometidas.
No geral, Chandler (2002) infere que o processo de envelhecimento afeta os
componentes sensoriais do controle postural (visual, somatossensorial e vestibular),
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2.1.2 Problemticas de sade e queixas de tontura
Prez, Martin e Garcia-Tapia (2003) avaliaram 226 pacientes com queixas de
tontura, sendo 110 mulheres e 116 homens, com mdia de idade de 45,3 9,4 anos.
Resumidamente os autores encontraram relaes entre desordens mais severas e
maiores limitaes para o desenvolvimento das atividades da vida diria. Tambm
foram relacionadas as doenas mais severas com as queixas de tontura, as quais
representam relaes proporcionais entre gravidade e escores das queixas,
avaliadas por questionrio. Da mesma forma, Lizrraga e Aguayo (2004)
encontraram correlao vlida entre os resultados das provas vestibulares
convencionais (vectoeletronistagmografia, provas rotatrias e posturografia) e asincapacidades relacionadas as tonturas que so percebidas pelos indivduos.
Fonseca e Davidsohn (2006) objetivaram verificar a associao entre as
alteraes do metabolismo da glicose, por glicemia de jejum e teste de tolerncia
glicose e tontura, avaliada por sua queixa e exames clnicos e subsidirios.
Participaram do estudo trs grupos de 20 pacientes com queixa espontnea ou
questionada de tontura. Destes, 13 (65%) apresentavam alteraes no metabolismo
da glicose. J entre os 13 pacientes dos 3 grupos sem queixa de tontura, 4 (30%)apresentavam alteraes do metabolismo da glicose. Avaliando os resultados do
exame vestibular, 40% dos pacientes que apresentaram queixas de tonturas tinham
o exame vestibular clnico e a vectoeletronistagmografia alterados, enquanto que
entre os assintomticos 7,5% apresentaram as alteraes vestibulares referidas.
Quando foram avaliados isoladamente 17 pacientes portadores de alteraes do
metabolismo da glicose, observou-se 6 com alteraes no exame vestibular e 32%
sem alterao do metabolismo da glicose.O estudo de Zeigelboim et al. (2006) relatou que em indivduos com doenas
no aparelho circulatrio, especificamente a hipertenso arterial sistmica, as queixas
referidas a tontura esto presente em 52,8% dos pacientes, porm 35,0% destes
apresentaram exame vestibular alterado somente na prova calrica.
Bittar et al. (2003) revelaram, atravs de um estudo com 325 pacientes com
prevalncia de alteraes metablicas, aumento significativo nas porcentagens de
pacientes diabticos, hipercolesterolmicos e que apresentam disfunes do
metabolismo tireoideano. Com os resultados os autores sugeriram que, as
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alteraes metablicas, podem ter influncia no desencadeamento de sintomas
ccleo-vestibulares.
Diferentemente dos achados j apontados pela literatura, para Tiensoli, Couto
e Mitre (2004), os distrbios metablicos e cardiovasculares no tiveram grande
prevalncia nos pacientes avaliados, demonstrando que as queixas de tonturas nem
sempre esto correlacionadas com estas problemticas. Porm, para Bittar et al.
(2000) a reabilitao vestibular continua sendo considerada o melhor tratamento nos
distrbios de equilbrio da terceira idade. Esta afirmao vlida desde que se
considere a ineficcia de se tratar sintomaticamente os problemas de equilbrio, na
persistncia das doenas caractersticas dessa faixa etria. Os problemas
metablicos e vasculares presentes nesses pacientes mantm o mau funcionamentoda homeostase ccleo-vestibular e, com isso, os problemas de equilbrio.
De maneira geral, os problemas de sade podem estar relacionados as mais
variadas queixas apresentadas pelos pacientes. Analisando os parmetros
estabilomtricos de pacientes com queixas de tontura e vectoeletronistagmografia
normal com indivduos considerados normais, segundo Bastos, Lima e Oliveira
(2005) foram observados comportamentos diferenciados para os dois grupos. Os
indivduos com queixas de tontura apresentaram maiores instabilidades na posioortosttica em relao aos valores do grupo controle.
2.2 A reabilitao vestibular
Hoje, com o crescimento acelerado da populao idosa, e com o desafio do
poder pblico em beneficiar estes indivduos criando melhores condies de vida,
fez com que a medicina preventiva tomasse uma importncia talvez nunca
alcanada anteriormente. Segundo Bittar et al. (2002); Pedalini (2005) mtodos de
avaliao e tratamento, levam em considerao o bem estar, a reabilitao, a
qualidade de vida e a sociabilizao do idoso. Juntamente com estas iniciativas as
medidas preventivas esto entre as atitudes que devem ser tomadas durante toda
vida.
Para Ganana et al. (2006), especificamente relacionado ao pblico da
terceira idade, uma das maiores preocupaes da atualidade em relao s
quedas, seja pelos danos fsicos, fraturas ou probabilidade de morte. Muitas vezes,
elas esto ligadas com a perda do equilbrio do idoso tanto esttico quanto
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dinmico. Como as causas das quedas, no caso dos desequilbrios ou tonturas, so
conhecidas, estas devem ser tratadas de forma a reabilitar o idoso para sua vida
normal, a fim de que as atividades sejam desenvolvidas naturalmente e com maior
autonomia. Para tanto, alm da avaliao do equilbrio, a investigao das causas
dos desequilbrios, e o desenvolvimento de tratamentos frente s queixas dos
indivduos e aos resultados dos testes, tambm devem ser realizados.
Para Resende et al. (2003) na ocorrncia de um conflito na interao das
informaes sensoriais que auxiliam no controle postural, uma disfuno do
equilbrio poder ser traduzida como tontura. Para Gagey (1991) a tontura um
sintoma subjetivo e inespecfico, com caractersticas variadas.
Ganana e Caovilla (1998a) a definem como sensao de perturbao doequilbrio corporal, uma iluso ou alucinao de movimento, uma sensao de
desorientao espacial do tipo rotatrio (vertigem) ou no rotatrio (instabilidade
desequilbrio, flutuao, oscilao). Ela provocada por mecanismos
fisiopatolgicos diferentes, podendo ser queixa comum a doenas diversas e, ainda
como afirmam Gazzola et al. (2005), pode ser considerada como um problema
multifatorial, similar a outras sndromes geritricas, como a incontinncia urinria.
Mesmo que a localizao da vestibulopatia seja perifrica ou central, astonturas so descritas de modo idntico, mas os sintomas associados a ela podem
ser diferentes. E, segundo Caovilla e Ganana (1997) as disfunes vestibulares
assumem particular importncia, pois o aumento da idade diretamente
proporcional presena de mltiplos sintomas otoneurolgicos associados, tais
como, vertigens e outras tonturas, desequilbrio, perda auditiva e zumbido.
Assim como em qualquer patologia, as disfunes vestibulares necessitam de
tratamento. Para os sintomas do desequilbrio corporal, Resende et al. (2003);Rivera, Zeigelboim e Jurkiewicz (2003); Enderle (2004); Ribeiro e Pereira (2005);
Gabilan et al. (2006) se utilizam de propostas teraputicas para a reabilitao
vestibular e, como Taguchi (2005) sem terapia medicamentosa, e diferentemente da
proposta de Shaia et al. (2006) (tratamento cirrgico com ocluso do canal
semicircular posterior em 20 pacientes com vertigem posicional paroxstica benigna),
sem interveno cirrgica.
Os resultados positivos da reabilitao vestibular so destacados na literatura
no tratamento das queixas de tontura, do desequilbrio, da viso, dos distrbios da
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reabilitao encontra-se na identificao do problema vestibular e da seleo
adequada de exerccios especficos para cada paciente ou ainda desenvolvidos em
grupos, estimulando a motivao do paciente para a prtica. Nestas propostas,
segundo Pedalini e Bittar (1999); Taguchi (2005), a reabilitao vestibular visa expor
o indivduo aos movimentos de posies de conflito ou de exacerbao dos
sintomas de desequilbrio corporal ou tontura, restaurando a funo de equilbrio ou
o trazendo o mais prximo possvel do normal, com execuo de movimentos
repetitivos que diminuem a resposta vestibular. Durante a execuo das tcnicas
vestibulares, ocorre a estimulao da plasticidade vestibular, principalmente nas
atividades neuronais e dos processos neuroqumicos no cerebelo e no tronco
cerebral na resposta sensorial. Para Soares (2006) essa estimulao tem comofuno reajustar as respostas agudas durante os movimentos ceflicos mantendo
um tnus simtrico no padro do ncleo vestibular.
Dentre os objetivos da reabilitao vestibular, Barbosa et al. (1995) apontam a
possibilidade de os exerccios provocarem, completarem ou melhorarem as
compensaes vestibulares, resolver conflitos que comprometem a motricidade, criar
novos automatismos, internalizando novos esquemas diante dos conflitos que so
eliminados, dando segurana aos indivduos. Alm disso, segundo Gazzola et al.(2005) a reabilitao vestibular se faz necessria na recuperao e preveno da
perda funcional, a fim de evitar o escalonamento das limitaes funcionais, retardar
ou amenizar processos degenerativos progressivos.
Smith-Wheelock, Shepard e Telian (1991) salientam para a conscientizao
do indivduo, a fim de faz-lo conhecer as causas dos seus sintomas e as
estratgias para enfrent-los, para que assim se possa melhorar o equilbrio, reduzir
os sintomas provocados pelo movimento, ou seja, conseguir a habituao dossintomas e diminuir a incapacidade, fazendo com que haja uma reduo de
respostas sensoriais, baseada na repetio de estmulos sensoriais. Para esta
terapia, Soares (2006) indica a utilizao dos reflexos vestbulo-oculares,
crvico-clico e vestbulo-espinhal como base fisiolgica para esta tcnica. Herdman
(2002) indica especificamente o deslocamento retinal e a rotao ceflica para o
declnio das respostas.
Para Caovilla et al. (2003) o sucesso da reabilitao encontra-se na
identificao do problema vestibular e da seleo adequada de exerccios
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motivao do paciente para a prtica. H ainda recomendaes, por Meli et al.
(2007), da realizao dos exerccios propostos em casa pelos pacientes. Porm,
para Caovilla et al. (2003) h uma melhoria maior nas queixas relacionadas tontura
de pacientes com desordem vestibular perifrica que esto sob os programas
supervisionados dos exerccios do que nos programas de exerccios realizados em
casa. Mesmo assim, os autores indicam a combinao de exerccios
supervisionados e de um programa desenvolvido em casa. Para Krebs et al. (2003)
outra atitude importante relacionada a continuidade de realizao dos movimentos
aps cessados os tratamentos.
A tcnica de reabilitao vestibular proposta por Cooksey e Cawthorne na
Inglaterra em 1940, que tem como objetivo tratar os distrbios vestibulares,baseados em mecanismos de habituao, substituio e adaptao, implementando
novos arranjos nas informaes sensoriais perifricas, permitindo novos padres de
estimulao vestibular necessrios para realizao das atividades de forma
automtica e precisa, a mais utilizada pelos estudiosos terapeutas (HUMPHRISS
et al., 2001; LEITE et al., 2003; BITTAR et al., 2007; MARTINS-BASSETTO et al.,
2007). As manobras tambm so utilizadas para atenuao dos sintomas
provocados pelas queixas e sndromes associadas ao sistema vestibular. ParaSoares (2006) o treinamento dessas funes torna mais eficiente as reaes de
equilbrio, diminui os desequilbrios posturais, os acometimentos de marcha e,
conseqentemente, as quedas, j que utiliza movimentos ceflicos, cervicais e
oculares, nas posturas sentada, em apoio bipodal, unipodal e durante a
deambulao, em superfcies instveis, com diminuio da sensao proprioceptiva
dos ps, dos olhos, alm de posturas provocativas da vertigem e da tontura.
No geral, pode-se interpretar a aplicao da reabilitao vestibular como umprocesso teraputico, que busca promover a melhora do equilbrio global, da
qualidade de vida e a restaurao da orientao espacial para o mais prximo do
fisiolgico, atravs da estimulao dos fenmenos de adaptao envolvendo a
habituao e a compensao. Para Ganana, Perracini e Ganana (2002); Herdman
(2002) e Taguchi (2005) um aspecto importante a se salientar a representao que
a reabilitao vestibular adquire para os distrbios relacionados ao equilbrio
corporal, uma vez que ela no um tratamento etiolgico, ou seja, no atua na
causa do distrbio vestibular, mas sim por meio de mecanismos centrais de
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compensao vestibular. Segundo Oliveira, Salina e Annunciato (2001) a
plasticidade neural refere-se ento capacidade que o sistema nervoso central
possui em modificar algumas das suas propriedades morfolgicas e funcionais em
resposta s alteraes do ambiente, recuperar funes perdidas e/ou fornecer
funes similares relacionadas s originais.
Atualmente dentre os tratamentos utilizados para a melhora das queixas dos
pacientes com diversos problemas, a reabilitao vestibular a mais utilizada. Dias,
Luzio e Garcia (2007) avaliaram uma paciente com doena de mnire com 63 anos.
A abordagem de tratamento deste caso especfico centrou-se essencialmente na
adaptao e na substituio. Os exerccios vestibulares destinaram-se a
desencadear a compensao central e a treinar o reajustamento dos reflexosvestbulo-oculomotor e vestbulo-espinhal, com dois tratamentos de reabilitao por
semana, de durao mdia de 30 minutos cada um, durante trs semanas. O maior
incentivo dado a paciente foi de sair de casa sozinha para a reinsero das
atividades dirias e o contato com o ambiente que proporciona muitas aes
diferenciadas. Os autores concluram que a interveno contribuiu de forma
significativa para uma melhor qualidade de vida da paciente.
Andr, Colafmina e Moriguti (2003) demonstraram atravs da reabilitaovestibular, 3 meses, 5 meses e 1 ano com mdias de intervalos de um ms,
totalizando 4,6 sesses, melhora dos idosos avaliados, remisso completa dos
sintomas da tontura apresentados antes da reabilitao e melhora na qualidade de
vida. Segarra, Maegaki e Taguchi (2005) tambm observaram melhora em 75% dos
pacientes (20 a 43 anos de idade) mudando o diagnstico de sndrome irritativa para
exame vestibular normal, realizando a reabilitao vestibular proposta por Zee.
Assim como neste estudo o sucesso do tratamento observado no estudo de Andr,Colafmina e Moriguti (2003) foi relacionado com os hbitos adotados e a disciplina
em realizar os exerccios, sendo estes desenvolvidos 2 vezes ao dia, em sries de
vinte repeties cada. O tratamento foi baseado nas queixas dos indivduos e
constituiu de movimentos vestbulo-oculares, espinhais e exerccios conjugados.
Leite et al. (2003) tambm realizaram reabilitao vestibular, baseados na
estimulao do reflexo vestbulo-ocular e do reflexo vestbulo-espinhal, em pacientes
com ataxia cerebelar, com leso do lado direito. Na reabilitao vestibular pode-se
observar uma melhoria do equilbrio, aps execuo dos exerccios. Zanardini et al.
( ) li id i d f i i d
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do gnero masculino e 5 do gnero feminino. Realizaram-se os seguintes
procedimentos: anamnese, inspeo otolgica, avaliao vestibular por meio da
vectoeletronistagmografia, aplicao do questionrio de queixas para tontura (DHI
Brasileiro) e dos exerccios de reabilitao de Cawthorne e Cooksey. As melhoras,
tanto na qualidade de vida quanto na sintomatologia da tontura, foram encontradas
aps 8 semanas, realizadas com freqncia de 2 vezes ao dia. Os exerccios
objetivaram promover o retorno da funo dos equilbrios esttico e dinmico,
restaurando tambm a orientao espacial. Estes exerccios foram realizados pela
movimentao dos olhos, cabea e corpo nas posies sentada e ortosttica. Para
os autores, o sucesso do tratamento da reabilitao labirntica necessita da
cooperao do paciente e de sua participao de forma ativa, causando um efeitopsicolgico positivo com a recuperao da segurana fsica e psquica e
conseqente melhora da qualidade de vida. Outro fato observado foi o aumento da
motivao, integrao e socializao dos idosos quando da prtica dos exerccios
em grupo.
Humphriss et al. (2001) realizaram um estudo com 23 homens e 37 mulheres
com mdia de idade de 60 13,2 anos e 57 15,0 anos, respectivamente. Os
autores aplicaram o DHI antes e aps reabilitao vestibular (exerccios deCawthorne e Cooksey) para identificar as melhoras ocasionadas pela terapia nos
pacientes avaliados. Ao final da terapia, os autores encontraram diferenas
significantes em todos os aspectos da qualidade de vida (emocional, fsico e
funcional). Observando os escores totais do questionrio, 80% dos pacientes
mostraram melhoras. Os autores salientam que os resultados foram encontrados de
forma positiva por ser a reabilitao vestibular indicada para tratamento
independentemente do diagnstico do paciente, que neste estudo englobou lesesperifricas e centrais.
Resende et al. (2003) tambm utilizaram a reabilitao vestibular por meio
dos exerccios de Cawthorne e Cooksey. Foram avaliados 16 pacientes do gnero
feminino com idade superior a 60 anos, diagnosticados com vertigem posicional
paroxstica benigna. Dos 16 pacientes, 8 realizaram reabilitao vestibular. Ao final
do tratamento, constatou-se melhora significante na qualidade de vida. Os autores
ainda complementam que a reabilitao vestibular a melhor escolha de tratamento
teraputico para pacientes com disfuno vestibular.
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Martins-Bassetto et al. (2007) avaliaram 3 do gnero feminino e 5 do gnero
masculino, na faixa etria de 48 a 77 anos, com doena de parkinson. Os exerccios
de Cawthorne e Cooksey tambm foram utilizados, e objetivaram promover o retorno
da funo dos equilbrios esttico e dinmico, com restaurao da orientao
espacial, por meio de movimentos dos olhos, cabea e corpo nas posies sentada
e ortosttica. A adaptao vestibular tambm foi objetivada com os movimentos com
a estabilizao das posturas esttica e dinmica do campo visual, movimentos dos
olhos e cabea em p, e atividade de caminhar. Mais uma vez, estes protocolos
foram selecionados por serem de fcil aplicao na populao idosa e permitir a
realizao em grupo, com uma maior interao entre os idosos proporcionando
conseqentemente maior motivao para a prtica. Os resultados mostram melhorasna qualidade de vida aps tratamento, principalmente nos aspectos funcional e
emocional, auxiliando no processo de compensao vestibular.
Bittar et al. (2007) propuseram-se a avaliar o impacto do tratamento adequado
das doenas coexistentes ao desequilbrio corporal no resultado da reabilitao
vestibular de indivduos com idade acima de 65 anos. Os tratamentos foram
indicados a partir dos protocolos bsicos de Cawtorne e Cooksey, trabalho do
reflexo vestbulo-ocular e Norr. Os idosos foram esclarecidos quanto s causas dosproblemas de equilbrio que apresentavam, sobre a fisiologia vestibular bsica e
hbitos incorretos que dificultam os fenmenos de compensao vestibular.
Optou-se por realizar os exerccios em domiclio, 1 a 2 vezes ao dia, e foram
solicitados retornos quinzenais ou mensais, de acordo com a necessidade do
paciente, em um total de 4 a 5 sesses de atendimento. O tempo total de tratamento
foi estabelecido em 3 meses. Aps o tratamento foram observados os seguintes
achados: 69,20% dos idosos apresentaram remisso dos sintomas, 15,30% melhorae 15,30% sem melhora dos sintomas encontrados antes do tratamento. A
reabilitao vestibular tem carter individualizado, mas a terapia ter melhores
resultados na dependncia do tratamento associado de todas as variveis clnicas
presentes. Segundo os autores, esse fato comprovado quando se observa a
visvel melhora das respostas terapia, que atinge significativos ndices de
remisso, uma vez corrigidas as doenas concomitantes. A efetividade da
reabilitao vestibular, com ndices de remisso sintomtica melhorados em 26,02%,
atesta a importncia do tratamento etiolgico das afeces coexistentes em
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tratamento da etiologia associado reabilitao vestibular constitui-se na melhor
opo no tratamento desses indivduos.
Andersson et al. (2006) avaliaram 29 pacientes com idades entre 18 e 64
anos, sendo 90% do gnero feminino, com mdia de durao de queixas de tontura
de 5,7 anos, e aplicaram exerccios vestibulares, relaxamento e interveno
cognitiva. Os tratamentos foram individualizados com durao de 7 semanas,
totalizando cinco sesses, que variaram de 5 minutos a 2 horas. Foram adotadas
vrias tcnicas previstas por outros estudos, inclusive os exerccios de Cawthorne e
Cooksey. Os exerccios para estimular a compensao vestibular e para melhorar as
potencialidades do equilbrio foram suplementados pelos componentes do
tratamento de desenvolvimento cognitivo objetivando promover o relaxamento,reduzir a ansiedade, e reduzir os sintomas de tontura causados pelas situaes de
movimentos. Assim como em outros estudos, os pacientes receberam a
programao dos movimentos que deveriam ser realizados em casa. Aps o
tratamento foi encontrada diferena estatisticamente significante nos seguintes
movimentos realizados pelo grupo: movimento de cabea com os olhos abertos,
movimento transversal de cabea com os olhos fixos em um ponto, movimento
sagital da cabea com os olhos fixos em um ponto, porm o teste de Rombergnomostrou nenhum efeito aps o tratamento. Resumidamente os autores sugerem a
combinao da reabilitao vestibular e tratamento cognitivo para solucionar ou
reduzir as queixas da tontura.
Johansson et al. (2001) verificaram as relaes entre reabilitao vestibular
com a terapia do comportamento cognitivo no tratamento da tontura em 22
indivduos idosos, sendo 73% mulheres. As idades variaram de 65 a 81 anos
(71,8 5,2 anos), e a durao da tontura variou de 0,4 a 50 anos (11,2 13,3 anos).A interveno durou 7 semanas com 5 sesses semanais. Os indivduos foram
divididos em dois grupos (chamados de controle e experimental), sendo os
tratamentos realizados de forma individualizada. Exerccios de Cawthorne e
Cooksey e psicoterapia foram desenvolvidos. No final de cada sesso foram
atribudos exerccios para o desenvolvimento em casa. Os pacientes tratados
apresentaram diminuio dos valores do DHI de 42,4 para 34,9 pontos; na escala de
sintomas da tontura de 15,7 para 9,9. Porm, assim como no estudo de Andersson
et al. (2006) nenhuma melhora significativa foi encontrada no Romberg, ou nos
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Corna et al. (2003) realizaram dois tipos de terapias: a reabilitao vestibular
com os exerccios de Cawthorne e Cooksey e treinamento instrumental da
reabilitao com olhos abertos e fechados sobre uma plataforma que move-se no
sentido ntero-posterior e mdio lateral, fazendo com que haja uma perturbao
postural, dos ps, tronco e cabea dos indivduos, que por sua vez devem
neutraliz-las e antecip-las a fim de manter a estabilidade do corpo. As sesses do
treinamento para ambas terapias foram realizadas eram 2 vezes por dia, trinta
minutos por a sesso, durante 5 dias. 16 homens e 16 mulheres com
58,9 12,9 anos com dficit vestibular unilateral foram includos no estudo. Os
autores encontraram melhoras no equilbrio corporal, independentemente da causa
e severidade nas queixas de tontura e na qualidade de vida dos pacientes de ambosos grupos com desordem de origem vestibular.
Volpi e Navarro (2006) realizaram 16 sesses de fisioterapia, com exerccios
fisioteraputicos opto-vestibulares, de equilbrio e relaxamento da cintura escapular,
durante 8 semanas, duas vezes por semana, com durao de 40 minutos em 2
pacientes do gnero feminino com vertigem postural paroxstica benigna (leso
unilateral sendo o lado direito acometido), sendo uma delas com doena de
parkinson associada fazendo uso contnuo de medicamento levodopa. Osprogramas de exerccios utilizados nas sesses foram baseados em alguns
programas j existentes e elaborados de acordo com os princpios bsicos da
fisioterapia vestibular, onde se realizam movimentos com rotaes ceflicas rpidas
e repetitivas, com interao visual e vestibular, que so os exerccios que promovem
a habituao. Treinos de equilbrio tambm foram realizados, pois segundo os
autores, muitos pacientes devido vertigem sentem-se mais susceptveis a
desequilbrios e conseqentemente a quedas devido. Para completar o tratamento,foram includos exerccios de relaxamento, necessrios devido tenso muscular
que estes pacientes desenvolvem na regio cervical, no intuito de diminuir a
movimentao da cabea e evitar as crises de vertigem e que normalmente levam a
alterao e distrbio postural. Para aplicao do programa foram utilizadas bolas de
tnis, colchonetes, bastes, cadeiras e um aparelho de som. Aps as sesses
observaram problemticas nas melhoras das queixas. Ambas as pacientes
continuaram com crises aps a reabilitao. Problemas na compensao podem
ocorrer por vrios motivos, entre eles o fato de a natureza ou gravidade do problema
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prprios processos de compensao serem insuficientes. E no se pode deixar de
lado o fato de as crises de vertigem fazerem parte dos efeitos colaterais dos
frmacos utilizados para o tratamento da doena de parkinson. As melhoras com a
reabilitao foram encontradas apenas nos aspectos da qualidade de vida (fsico,
emocional e funcional) e na realizao das atividades dirias (VOLPI e NAVARRO,
2006).
2.3 A hidroginstica
Segundo Freitas Jnior e Barela (2006) um dos fenmenos populacionais que
ocorrem atualmente o aumento da expectativa de vida e, conseqentemente, ocrescimento do nmero de pessoas que ultrapassa a barreira dos 60 anos de idade.
Esse fato leva a preocupao com o bem estar geral, com a manuteno de um
estilo de vida independente e autnomo e com a manuteno e/ou busca de uma
melhor qualidade de vida desta populao.
Com isso, Leite (1996) afirma que o exerccio fsico exerce um papel muito
importante em relao aos idosos, nos aspectos de sade, sociabilidade e
vitalidade, contribuindo de forma significativa, para uma melhor qualidade de vida.
Dentre os benefcios dos exerccios fsicos para os idosos esto a manuteno e
aumento de desempenho cardiovascular; o aumento da fora muscular e
flexibilidade; a preveno ou atenuao de doenas crnicas, incluindo
coronariopatias, hipertenso, obesidade e osteoporose; a preveno de quedas e
fraturas; alvio da ansiedade, insnia e depresso; promoo de contato social;
promoo de estilo de vida independente e um aumento da qualidade de vida. De
forma geral, pode-se afirmar que o exerccio fsico proporciona melhora na
estabilidade do corpo.
Estas consideraes se confirmam no resultados de Perrin et al. (1998) que
compararam as conseqncias no controle postural da supresso visual com
utilizao da posturografia dinmica em indivduos que praticavam ou no esportes.
Os resultados mostraram dados favorveis aos esportistas, estando estes com
melhores valores de equilbrio corporal. E segundo Balter et al. (2004) os praticantes
de exerccios utilizam de forma mais adequada suas informaes, o que por sua vez,
proporciona os melhores resultados quando se um indivduo fisicamente ativo.
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Com o passar dos tempos, os exerccios fsicos na gua obtiveram grande
importncia, sendo praticados de diversas formas at chegar a mais recente
atividade aqutica, a hidroginstica. Teixeira (2006) fazendo uma leitura de
Buchanes e Milles, relata que a hidroginstica, principalmente na Inglaterra em 1697,
iniciou como uma alternativa de exercitao em spaspara idosos. Ao andar por um
caminho de pedras coberto por gua, os idosos exercitavam-se, estimulando as
regies plantares, beneficiando desta forma o processo circulatrio. O trabalho era
destinado melhora dos problemas de sade e tinha o carter recreativo.
Segundo Bonachela (1994) a hidroginstica visava atender grupos de
pessoas com mais idade, que precisavam praticar uma atividade mais segura, sem
causar riscos ou leses s articulaes, e que tambm oportunizasse bem estarfsico e mental. Para Krasevec e Grimes (1990) trata-se de uma forma verstil de
exercitar-se, sendo tambm um programa ideal de condicionamento fsico, no qual
alm dos exerccios aerbicos, incluem-se exerccios que podem desenvolver
flexibilidade, fora muscular e resistncia em um mesmo programa. A hidroginstica
trabalha o indivduo de forma global, aproveitando-se dos benefcios e
caractersticas da gua, respeitando os objetivos e limitaes individuais. Sendo que
para uma boa execuo dos exerccios necessrio que o aluno passe a adotaruma boa atitude corporal, fazendo assim, ao longo da prtica do exerccio a
aquisio e manuteno do condicionamento para obteno de uma vida saudvel.
No somente voltada para grupos especiais, uma atividade disputada por
pessoas jovens, que precisam de motivao diferente para continuar seu programa
de condicionamento fsico e para atletas que buscam a variao de seus treinos, na
recuperao de leses e ainda para pessoas que necessitam mudar a rotina, relaxar
e compensar o trabalho dirio. No Brasil, segundo Paulo (1994), a hidroginstica bastante divulgada, atendendo vrias faixas etrias e fazendo parte do programa de
treinamento de diversas modalidades esportivas.
A hidroginstica considerada uma forma alternativa de condicionamento
fsico sendo constituda de exerccios aquticos especficos, baseados no
aproveitamento da resistncia da gua como sobrecarga e do empuxo como redutor
do impacto, o que permite a prtica de um exerccio mesmo em intensidade altas,
com diminudos riscos de leso. Segundo Kruel (2000); Kruel et al. (2001) alm de
propiciarem benefcios forma fsica, os exerccios realizados dentro da gua
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facilitando a prtica para aquelas pessoas que no podem suportar o seu prprio
peso, ao realizarem um exerccio terrestre, pois quando o corpo imerge a gua
deslocada e o corpo cria uma fora de flutuao que retira a carga das articulaes
imersas, por exemplo, quando a gua encontra-se at o pescoo, somente cerca de
7,5 kg de fora compressiva exercida sobre a coluna, quadris e joelhos (RUOTI,
MORRIS e COLE, 2000).
Para Ruoti, Morris e Cole (2000) a imerso aqutica possui efeitos biolgicos
que se estendem sobre todos os sistemas homeostticos. Estes efeitos podem ser
tanto imediatos quanto tardios. No sistema msculo-esqueltico, os efeitos so
causados pelos efeitos compressivos da imerso, bem como pela regulao reflexa
do tnus dos vasos sanguneos. A turbulncia da gua exige estabilizao central(co-contrao de msculos abdominais e dorsais) antes que o movimento distal seja
possibilitado e, a reeducao dos msculos do tronco refora a importncia de usar
os msculos abdominais e dorsais para controle postural em terra, o que torna a
proporcionar melhor alinhamento corporal.
Existem inmeras razes para escolher os exerccios fsicos aquticos como
um programa de exerccio fsico regular, sendo algumas delas pelo simples fato de
gostar da gua, de ser um exerccio que possibilita o trabalho de grandes gruposmusculares ao mesmo tempo, conciliando exerccios aerbicos, sem riscos de
quedas, em ambiente agradvel e por ser realizada em grupos torna-se de fcil
sociabilizao, usufruindo-se da msica como incremento para a motivao. Esta
escolha pode ser ainda pelo bem estar fsico, mental e emocional que esta prtica
pode possibilitar, ou conforme os benefcios, citados por Cassady e Nielsen (1992);
Bonachela (1994); Paulo (1994); Rocha (1994); Pyhnen et al. (2000); Takeshima
et al. (2002) e listados a seguir:-h uma sobrecarga natural, devida resistncia do meio aquoso, que
proporciona um efeito especial sobre o sistema muscular, esqueltico e respiratrio;
-tem efeito relaxante;
-proporciona um bem estar fsico e mental;
-diminui a dor devido as altas temperaturas e receptores de tato e presso
que afetam as terminaes nervosas fazendo com que, atravs do extravamento
sensorial, a dor seja menos percebida e seu limiar aumentado (BECKER e COLE,
2000);
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-aquece simultaneamente as diversas articulaes e msculos logo aps a
imerso e durante a execuo dos exerccios, tanto pela movimentao dentro da
gua quanto pela temperatura da mesma;
-melhora as trocas gasosas;
-melhora a irrigao, ativando vasos capilares, veias e artrias, garantindo
elasticidade aos mesmos;
-diminui os problemas de hipertenso e hipotenso;
-atua no aspecto esttico do corpo, desenvolvendo os msculos e a
resistncia muscular e diminuindo a gordura corporal;
-aumenta a amplitude e mobilidade articular, permitindo determinados
movimentos que eram difceis de serem realizados fora da gua;-aumenta os nveis de fora;
-incrementa o consumo mximo de oxignio (VO2mx);
-proporciona excreo aumentada de urina (diurese), sdio (natriurese) e
potssio (potassiurese).
Para Friorelli e Arca (2002) mesmo que existam inmeros benefcios com a
prtica da hidroginstica, o profissional responsvel deve ter alguns cuidados
relacionados no s com a montagem do treinamento e com a execuo dosmovimentos, mas tambm, com a temperatura em que a gua se encontra para a
atividade. Este cuidado devido principalmente aos efeitos fisiolgicos na imerso
que so determinados no s pela temperatura da gua, mas tambm pela
profundidade da piscina, tipo de intensidade do exerccio, durao da sesso,
postura adotada e condies do praticante.
Sobre a varivel temperatura, ainda existe contradies da melhor escolha
para a prtica dos exerccios. Especificamente a temperatura da gua para ahidroginstica, nos livros didticos encontrados sobre o tema, mencionam
temperaturas de 27C a 29C para a prtica (BONACHELA, 1994; DELGADO e
DELGADO, 2001; SCARTONI, DANTAS e DANTAS, 2002). Para Craig e Dvorak
(1968) durante o exerccio, a temperatura da gua necessria para evitar uma
elevao na temperatura central durante atividades prolongadas varia de 17C a
34C, dependendo da quantidade de exerccio e da composio corporal da pessoa,
principalmente da porcentagem de gordura corporal. Rosales e Represas (2002)
classificaram a temperatura da gua em gua muito fria menos de 15C; gua fria de
C C d C C d C
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36C; gua quente de 37C a 40C e gua muito quente de 41C a 43C, sendo esta
ltima considerada o limite tolervel. Em pases de climas tropicais, como no caso
do Brasil, Vleminckx (2007) afirma que as temperaturas deveriam ser adequadas
para o inverso e vero, estando estas entre 34C e 35C durante o frio e 31C a
33C durante os dias quentes. J Bates e Hanson (1998) desconsideram as
estaes climticas e definem a temperatura ideal em 33C e 37C.
Assim como afirma Vleminckx (2007), h concordncia, na maioria dos
autores, em no se realizar atividades em ambientes com temperaturas inferiores a
32C, pois em casos de indivduos com problemas neurolgicos podero ocorrer
espasmo e rigidez muscular. Quando a gua muito fria, a resposta dos receptores
trmicos epiteliais reduzida, aumentando o tnus devido estimulao doneurnio motor. Em contrapartida, segundo Franchimont, Juchmes e Lecomte
(1983), em ambientes com temperaturas muito elevadas, o relaxamento da
musculatura da-se at 20 minutos de sesso, podendo acarretar depois desse
tempo efeitos prejudiciais ao sistema cardiovascular.
Assim como afirma Teixeira, Pereira e Rossi (2007) importante identificar o
pblico que se est trabalhando e visualizar, atravs de uma ficha de anamnese
bem elaborada, as principais problemticas que a populao apresenta para assimpoder prescrever as atividades. Uma boa dica seria de formar turmas em que os
problemas de sade sejam semelhantes, mas se isso no for possvel, deve-se ficar
atento a todos os alunos e se possvel enfatizar a aula de acordo com a
individualidade de cada um.
Com a prtica regular em hidroginstica, muitos foram os benefcios
encontrados para os idosos, como por exemplo, melhora sobre indicadores
antropomtricos (GUBIANI et al., 2001; MELO e GIAVONI, 2004); melhoras nadensidade mineral ssea (TSUKAHARA, TODA e GOTO, 1993); melhora da aptido
fsica cardiorrespiratria (RUOTI, TOUP e BERGER, 1994), da agilidade, da
flexibilidade, da fora e da resistncia, reduzindo, assim, os fatores de risco de
queda (BRAVO et al., 1997).
Ramos e Ramos (1998) indicam a implementao de exerccios fsicos na
vida das pessoas como mudanas de hbitos para se obter um estilo de vida mais
saudvel. Atualmente, muitos so os estudos que vislumbram identificar o efeito da
prtica de exerccios na vida das pessoas, principalmente em idosos. Dentre as
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modalidades mais utilizadas a hidroginstica encontra-se como a mais citada forma
de exercitao de idosos.
Alves et al. (2004) verificaram o efeito da prtica da hidroginstica sobre a
aptido fsica associada sade em idosos. Os autores realizaram um ensaio
controlado com 75 mulheres idosas, sem atividade fsica regular. Um grupo de 37
mulheres recebeu duas aulas semanais de hidroginstica durante 3 meses e outras
37 mulheres serviram como controle.
A aptido fsica foi avaliada por meio de testes de Rikli e Jones, com
avaliaes de fora e resistncia de membros inferiores (levantar e sentar na
cadeira), fora e resistncia de membros superiores (flexo do cotovelos), flexo dos
quadris e da coluna vertebral (sentado, alcanar os membros inferiores com asmos), mobilidade fsica velocidade, agilidade e equilbrio (levanta, caminha, 2,44
m e volta a sentar), flexibilidade dos membros superiores (alcanar atrs das costas
com as mos) e resistncia aerbica (andar 6 minutos). Os autores aplicaram os
testes antes do incio das aulas e no fim do programa aps 3 meses. Observou-se
no grupo de hidroginstica um melhor desempenho em todos os ps-testes. Os
autores concluram que a prtica de hidroginstica para mulheres idosas contribuiu
para a melhoria da aptido fsica relacionada sade.O ganho funcional com a realizao de atividades aquticas foi avaliado por
Simmons e Hansen (1996). Neste estudo foram avaliados 54 indivduos de 74 a 90
anos, de ambos os gneros. Os autores concluram que os indivduos que
realizaram exerccios na gua apresentaram melhora do controle postural. O mesmo
ocorreu no estudo de Gubiani et al. (2001) que tambm avaliou o equilbrio corporal
de 24 pacientes do gnero feminino com 45 a 70 anos e com diagnstico de artrite
reumatide ou osteoartrite em membros inferiores.Mann et al. (2007) verificaram o equilbrio corporal, por meio de plataforma de
fora, de idosas praticantes de hidroginstica. O estudo objetivou primeiramente
comparar a tarefa equilbrio bipodal com os ps unidos com e sem utilizao da
informao visual. Em um segundo momento as idosas praticantes de hidroginstica
foram comparadas com um grupo de idosas sedentrias nas mesmas condies. Os
resultados do estudo mostram que a hidroginstica melhorou algumas variveis,
como por exemplo, oscilaes no sentido ntero-posterior, tanto em comparao
com a informao visual, que com a prtica da modalidade mostrou-se semelhante
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quando esta no foi utilizada, quanto em comparao com os idosos sedentrios
que mostraram-se com equilbrio mais debilitado que as idosas ativas.
Etchepare et al. (2004) avaliaram 15 indivduos do gnero feminino com mais
de 55 anos de idade. Foram realizados pr e ps-testes aps 20 sesses de
hidroginstica. Foram utilizados como instrumentos para coleta de dados os
protocolos de sentar e alcanar (para avaliar a flexib