fracturas da extremidade distal do antebraço

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Fracturas da Extremidade Distal do Rádio no Adulto Eunice Carvalho. Serviço de Ortopedia - ULSG. Director: Dr. F. Pessoa. Orientador: Dr. J. Lemos. Guarda, Junho/2009

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Page 2: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

““after a period timeafter a period time ….all do well” ….all do well”

Abraham CollesAbraham Colles

Page 3: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

A fractura do rádio distal é falsamente falsamente benignabenigna

Page 4: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Introdução

• É a fractura mais comum do membro superior;

• Define-se como fractura que ocorre até 3 cm da

articulação rádiocárpica;

• Representa elevado custo socio-económico.

Page 5: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Introdução

• São responsáveis por cerca de 20% de todas as

fracturas tratadas em serviços de urgência.

• Distribuição bimodal, com 2 picos de incidência:

– Sexo ♂♂ entre os 20-30 anos, por trauma de alta

energia;

– Sexo ♀♀ entre os 60-69 anos, devido a trauma de

baixa energia.

Page 6: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Anatomia

• O rádio distal é uma sup. articular importante:– Sustentação do carpo;– Inserção dos ligamentos radiocárpicos extrínsecos.

• 3 sup. Articulares concavas:– Fosseta radioescafoide;– Fosseta radiolunar;– Cavidade sigmoide.

Page 7: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Anatomia• Ligamentos Extrínsecos

Palmares:– Radioescafocapitato;– Radioescafolunar;– Radiolunar curto e longo;

• Ligamentos Extrínsecos Dorsais:– Radiocarpal (radiotriangular);– Intercárpico dorsal.

Page 8: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Anatomia• Complexo Fibrocartilagem

triangular (TFCC)– Disco articular + menisco

ulnocarpal + ligamentos ulnocarpal dorsal e volar + ligamento radioulnar;

– Permite movimentos punho em 6 direcções;

– Separa artic radioulnar distal / radiocarpal;

– Imp estrutura para a mobilidade punho;

– A sua lesão acarreta dor crónica.

Page 9: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Biomecânica

• A artic. punho apresenta 6 amplitudes de movimento:– Flexão / Extensão

• amplitude 90-120 graus• Artic. Radiocarpica e Mediocarpicas responsaveis pelo

movimento (50/50); – Desvio radial / ulnar

• amplitude 30–60 graus– Supinação / Pronação

• amplitude 140–160 graus

Page 10: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Biomecânica

• A mobilidade e estabilidade do punho são asseguradas por

uma complexa interacção entre sup. articulares e tecidos

moles;

• Alterações na sup. articulares podem dramaticamente

alterar o padrão de carga e as característica do movimento.

Page 11: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Epónimos

• Fractura Colles– # extra-articular com cominução e

desvio dorsal– Angulação volar– “# Senil”

• Fractura de Smith– Colles invertida (desvio volar)

Page 12: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Epónimos

• Fractura de Barton– # intra-articular da artic. radiocárpica com desvio volar

ou dorsal;– Geralmente por trauma alta energia;

Page 13: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Epónimos

• Fractura de Chaffeur– # intra-articular obliqua da estiloide radial;– Pode associar-se a outras lesoes articulares (i.e.

lig. escafolunar)

Page 14: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Mecanismos Fractura

• AngulaçãoAngulação• CisalhamentoCisalhamento• CompressãoCompressão• AvulsãoAvulsão• CombinadasCombinadas

Fernandez, 1990

Page 15: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Avaliação Radiológica• Altura da coluna radial e ulnar;• Tilt Palmar: 11º;• Inclinação radioulnar: 22º;• Alinhamento intra-articular;• Alinhamento da cavidade sigmóide;

• Alinhamento do carpo:– Distancia S-L: 2-3 mm;– Ângulo S-L média de 10º em relação

ao ângulo contralateral.

Page 16: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Avaliação Radiológica

• Incidências standard – Frente em rotação neutra;– Perfil em rotação neutra;

• Punho saudável para comparação;• 30% incidência # carpo associadas;• Lesões ligamentares intercarpal / transcarpal e TFCC;• Fracturas ulna distal.

Page 17: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Critérios Instabilidade

• O que é incongruente?O que é incongruente?> 2mm decalage > 2mm decalage articulararticular

Page 18: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

• Cominução metafisária volar;• Tilt dorsal inicial >20º;• Afastamento dos fragmentos >5 mm;• Impactação >5 mm;• Decalage articular >2mm;• Fractura ulna associada; • Fractura escafoide ou diastase escafolunar;

Critérios Radiológicos Instabilidade

Page 19: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Classificações

• Parâmetros classificação– Localização

• Extra-articular• Intra-articular

– Fechada vs Exposta– Grau de angulação superficie articular– Encurtamento ósseo– Deslocamento ou diastase intra-articular– Estável vs Instável– Grau de cominução

Page 20: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Classificações• Frykman:

– envolvimento ou não da articulação rádio-cárpica e rádio-ulnar;– presença ou ausência de fractura da estilóide ulnar;– Desvantagem: não considera o desvio inicial da fractura nem o

encurtamento do rádio.

• AO:– Divisão em 3 grupos: grupo A (extra-articular) grupo B (articulares

parciais) grupo C (articular completa);– 27 diferentes padrões de fracturas que dependem da estabilidade,

impacto, cominuição, redutibilidade e localização dos fragmentos;– Esta classificação é a adoptada pela AAOS e uma das mais usadas em

todo o mundo.

• Fernández:– Classificação baseada no mecanismo de fractura;– Utilizada nas principais referências bibliográficas.

Page 21: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Classificações

• Frykman (1967)

• Mayo (1992)

• Melone (1993)

• Fernandez (1993)

• AO

• Simposio Prospectivo

SOFCOT (2000)Fig 1: Class. Frykman

Page 22: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço
Page 23: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Clínica

• Como em todas as fracturas…edema, hematoma, dor, deformidade e impotência funcional!

Page 24: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Tratamento• A Considerar:

– IDADE / comorbilidades – Necessidades funcionais– Padrão de fractura– Grau de Instabilidade – Lesões associadas – Qualidade tecidos moles – Pratica do cirurgião / material disponível

• Prognóstico baseado no tipo fractura, energia, idade, Prognóstico baseado no tipo fractura, energia, idade, sexo e no tratamentosexo e no tratamento

Page 25: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Tratamento

Na decisão final escolher o método mais simplessimples

que permita manter a congruência congruência articular,

minimizando a morbilidade.

Page 26: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Tratamento

• Redução fechada e imobilização gessada;

• Redução fechada e fixação percutânea;

• Redução fechada e fixador externo;

• Redução aberta e fixação interna;

• Combinação de redução aberta e fixação externa;

• Redução assistida por artroscopia.

Page 27: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Lambotte 1908Lambotte 1908 DePalma 1952DePalma 1952 Stein 1975Stein 1975

Uhl 1976Uhl 1976 Kapandji 1976Kapandji 1976 Rayhack 1989Rayhack 1989

Fixação percutânea de fragmentos

Page 28: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Fixação percutânea de fragmentos

-Sexo fem, 68 anos

-Perda de redução após trata/ conservador

Page 29: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Placa suporte subcondral - LCP•Tendencia actual nas # articulares•Funcionam como fixadores internos•Permitem obter uma melhor redução•Com parafusos roscados são biomecanicamente superiores•Rígidas para permitir reabilitação precoce•Determina fixação estável distal na epífise

cominuta ou osteoporótica•Dificuldade de fixar fragmentos articulares

VOLARVOLAR

DORSADORSALL

Page 30: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Placa suporte subcondral - LCP

• Leung (2008), estudo prospectivo e randomizado

comparando fixação externa acrescida de fios K com redução

aberta e fixação com placas em 144 #’s intra-articulares

distais do rádio verificou que:– Aos 24 meses havia estatisticamente melhores resultados com o

tratamento com placa do que com fixação externa com o score de

Gartland e Werley (p=0,04)

– Havia melhores resultados quanto ao grau de artrose no grupo

tratado com placa (p=0,01)

Page 31: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Fixação com Placa LCP-Sexo fem, 60 anos;

- Queda (baixo impacto)

Page 32: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Fixador Externo

-Sexo masc, 39 anos;

-Trauma alto impacto

Page 33: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Fixador Externo

Page 34: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

“Para nós, somente as fracturas da criança, alinhadas do adulto e a maioria em doentes

acima de 75 anos são susceptíveis de tratamento ortopédico. Todas as outras são

cirúrgicas.”

EMC

Page 35: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Tratamento

TIPO I Trata/ conservadorSe perda redução-Fixação

percutanea FK

TIPO II Redução aberta e fixação interna

TIPO III Fixação com FK ouOS placa +/-

Enxerto

TIPO IV FKOS placa

Fixador Externo (?)

TIPO V Fixador Externo acrescido FK

Page 36: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Complicações

• Compressão nervosa

• Consolidação viciosa

• Pseudo-artrose

• Distrofia simpático reflexa

• Ruptura tendinosa

Page 37: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

Bibliografia• Enciclopedia Médico Cirurgica, Sydromes de loges, J. Letenneur et al, 15-

110-A-10• Campbell's Operative Orthopaedics S. Terry Canale, editor. 10th edition.

Philadelphia: Mosby; 2003• Mallmin H, Ljunghall S. Incidente of Colles‘fracture in Uppsala. A

prospective study of a quarter-million population. Acta Orthop. Scand 1992; 63:213-5.

• American Academy of Orthopaedic Surgeons 1999 Annual Meeting Scientific ProgramAdvances in Distal Radius Fracture Management Moderator(s): Scott W Wolfe, MD, New Haven, CT

Page 38: Fracturas da Extremidade Distal do Antebraço

FIM

Obrigada