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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DIOGO GONÇALVES GARCIA PERSPECTIVAS EM RELAÇÃO À PREVIDÊNCIA PRIVADA: UMA PESQUISA EXPLORATÓRIA ITAJAÍ 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DIOGO GONÇALVES GARCIA

PERSPECTIVAS EM RELAÇÃO À PREVIDÊNCIA PRIVADA: UMA PESQUISA

EXPLORATÓRIA

ITAJAÍ 2011

DIOGO GONÇALVES GARCIA

PERSPECTIVAS EM RELAÇÃO À PREVIDÊNCIA PRIVADA: UMA PESQUISA

EXPLORATÓRIA

Trabalho de conclusão de estágio do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

Prof. Orientador: Prof. Ivanir Schroeder

ITAJAÍ 2011

Agradeço à Deus por me iluminar e guiar sempre. Agradeço a meus pais e irmãos pelo apoio e carinho dedicados a mim. Agradeço aos demais familiares e os grandes amigos pelo incentivo e a compreensão costumeira. Sou grato também o carinho, força, paciência e apoio de uma pessoa especial em minha vida, Tauâna. Agradeço a equipe do Banco Bradesco S/A, agência Prime Itajaí/SC pelo apoio e a oportunidade ofertada. Agradeço o orientador Ivanir por horas de dedicação e conhecimento a mim transmitidos.

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“O fato de ser brasileiro só me enche de orgulho“

(Ayrton Senna)

EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário Diogo Gonçalves Garcia b) Área de estágio Administração Financeira c) Orientador de conteúdo Prof. Ivanir Schroeder, Dr d) Supervisor de campo Alceu Ferreira Sobrinho e) Responsável pelo Estágio Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

a) Razão Social Banco Bradesco S/A b) Endereço Rua Hercílio Luz, 335 – Centro – Itajaí/SC c) Setor de Desenvolvimento do Estágio Bradesco Vida e Previdência d) Duração do estágio mais de 300 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Alceu Ferreira Sobrinho f) Carimbo e visto da organização

RESUMO

Cada vez mais, aumenta o número de pessoas que adquirem antecipadamente um plano de previdência complementar, devido à incerteza com relação ao futuro da previdência social ou apenas com o intuito de manter o padrão de vida depois da aposentadoria. A partir desta afirmação apresenta-se o objetivo geral que é trabalho é identificar a percepção dos alunos da Univali em relação à aposentadoria, gerando reflexos nos benefícios auferidos pelo contribuinte. Na pesquisa também buscou-se descrever os planos de previdência complementar Plano Gerador de Benefícios Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefícios Livre (VGBL), identificar vantagens e desvantagens para o contribuinte com a adesão ao plano de Previdência Complementar e comparar a forma de aposentadoria normal pela previdência social com a previdência complementar. A metodologia utilizada foi descritiva com abordagem quantitativa. As técnicas de coletas de dados foram através de questionários, sendo a pesquisa realizada nas dependências da universidade com os alunos do Ceciesa-GESTÃO de Itajaí. Os principais resultados encontrados foram que, a grande maioria não tem conhecimento específico sobre o que é um plano de previdência complementar, e que a busca da manutenção do padrão de vida na aposentadoria se dará através de investimentos imobiliários e abertura de um próprio negócio. Palavras-chave: Aposentadoria. Previdência complemantar. Manutenção do padrão de vida.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Empresas de Previdência complementar aberta ........................................ 34 Gráfico21: Gênero ..................................................................................................... 47 Gráfico32: Gênero e Renda ...................................................................................... 48 Gráfico43: Faixa etária e previdência ........................................................................ 49 Gráfico54: Principais limitações para adesão à previdência ..................................... 51 Gráfico65: Gênero e gastos mensais fixos ................................................................ 52 Gráfico76: Gênero e disponibilidade para poupança ................................................ 53 Gráfico87: Gênero e limitações para poupar ............................................................. 54 Gráfico98: Gênero e previdência privada atualmente ............................................... 56 Gráfico19: Previdência privada e qualidade de vida ................................................. 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Sistema de Previdência Privada no Brasil ................................................. 32 Tabela 2: Comparativo dos Planos PGBL e VGBL ................................................. 420

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 1.1 Objetivo geral.................................................................................................. 11 1.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 11 1.3 Justificativa da realização do estudo .............................................................. 11 1.4 Aspectos metodológicos ................................................................................. 12 1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados ......................................................... 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 15 2.1 Administração ................................................................................................. 15 2.2 Administração Financeira ............................................................................... 16 2.3 Mercado Financeiro ........................................................................................ 17 2.4 Mercado de Capitais ....................................................................................... 17 2.5 Educação Financeira ...................................................................................... 19 2.6 Formação de Poupança ................................................................................. 20 2.7 Previdência Social .......................................................................................... 22 2.8 Previdência Complementar ............................................................................ 25 2.8.1 Portabilidade ............................................................................................... 29 2.8.2 Prêvidência Complementar Aberta e Fechada............................................ 31 2.8.2.1 Previdência Complementar Aberta ............................................................. 32 2.8.2.2 Previdência Complementar Fechada .......................................................... 35 2.8.3 Plano de Previdência Complementar .......................................................... 37 2.8.3.1 Plano PGBL e suas vantagens ................................................................... 37 2.8.3.2 Plano VGBL e suas vantagens ................................................................... 40 2.9 Administração Mercadológica ......................................................................... 43 2.9.1 Comportamento do Consumidor ................................................................. 44 3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ......................................................... 45 4 RESULTADOS DA PESQUISA .......................................................................... 47 4.1 Perfil e lavantamentos da amostra pesquisada .............................................. 47 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 59 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ............................................................................. 65 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...................................................................... 68

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1 INTRODUÇÃO

A economia brasileira vive hoje uma fase de ascensão. O mercado aquecido

e o consumo elevado alavancam o desenvolvimento do Brasil. As estimativas de

crescimento econômico animam as organizações, que buscam alternativas para

acompanhar este crescimento. O aumento da demanda impulsionada com um

consumo constante faz com que as empresas tendam a aumentar seu quadro de

funcionários. Com isso muitos jovens conseguem seu primeiro emprego e são

inseridos no mercado de trabalho ao mesmo tempo em que exercem uma atividade

acadêmica em busca de uma especialização.

Os estudos em administração buscam uma melhoria contínua em seus

métodos e teorias. A administração financeira acompanha esta evolução buscando

maneiras de organizar os métodos e propor soluções práticas vividas pelas pessoas

e organizações. Considerando os estudos econômicos e a administração financeira

servindo como base para que empresas criem produtos e investimentos para

pessoas físicas e jurídicas de modo a manter ou aumentar o patrimônio destas.

A empresa onde foi desenvolvido o trabalho de pesquisa foi Banco Bradesco

S/A, utilizando a Bradesco Vida e Previdência que pertence ao conglomerado do

Banco Bradesco S/A, especialista na elaboração, implantação e administração de

planos individuais e empresariais de aposentadoria, pensão e pecúlio. Tem uma

política comercial diversificada com corretores internos em toda rede de agências do

Banco Bradesco e corretores externos com escritórios próprios autorizados a

comercializar os produtos da Bradesco Vida e Previdência.

A busca de uma maior qualidade de vida na velhice faz com que as pessoas

se preocupem com a situação da previdência social. A perda do poder de compra

devido a inflação, a diminuição de valores da aposentadoria e o teto para

aposentadoria nos dias de hoje, fazem com que as pessoas migrem cada vez mais

para a previdência privada ou complementar. Atualmente, os temas relacionados à

previdência social e privada têm ocupado lugar de grande destaque na mídia em

geral. A questão previdenciária é bastante complexa e abrangente, principalmente

em países que ainda não equacionaram sistematicamente seu modelo de

previdência privada. Este trabalho investigou junto a potenciais consumidores deste

serviço quais suas reais expectativas em relação a previdência complementar.

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1.1 Objetivo geral

De acordo com Roesch (2007, p. 96) “o objetivo geral define o propósito do

trabalho”, e seguindo este caminho o objetivo geral deste trabalho é identificar a

percepção dos alunos da Univali - CECIESA-Gestão - em relação à aposentadoria.

1.2 Objetivos específicos

Após apresentar o objetivo geral do trabalho, são demonstrados objetivos

específicos que segundo Roesch (2007) que diz que os objetivos gerais são os

meios utilizados para atingir o objetivo geral, que foram assim definidos:

· Traçar o perfil, de uma amostra, dos alunos do CECIESA-Gestão na

Universidade do Vale do Itajaí.

· Verificar o conhecimento destes alunos em relação a previdência privada.

· Apontar como e se os alunos da Univali atualmente planejam manter um

padrão de vida com qualidade após a aposentadoria.

1.3 Justificativa da realização do estudo

O desenvolvimento deste tipo de pesquisa e análises é considerado de grande

importância para a organização, pois tem uma considerável fonte de receita dos

resultados da Bradesco Vida e Previdência. Em um período em que o mercado está

agressivo com o aumento da concorrência, a identificação de potenciais clientes

torna-se uma peça chave no aumento dos resultados.

A estabilização da economia brasileira e o aumento do padrão de vida da

população fazem com que as pessoas se preocupem na manutenção do padrão de

vida em um longo prazo. Esta estabilização da economia e a busca da vantagem

competitiva sobre os concorrentes são motivos para a Organização Bradesco

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desenvolver produtos específicos para suprir a demanda desta população. Outro

objetivo da organização é torna-se o primeiro banco dos jovens recém inseridos no

mercado de trabalho, e identifica a previdência privada como um produto que

rentabiliza e fideliza o cliente. Para isso o Banco Bradesco conta com o respaldo das

empresas de seu conglomerado financeiro na busca a excelência na oferta de

produtos e serviços.

Este estudo é importante para agregar novos estudos na área da

administração, bem como trazer mais pesquisas a área escolhida como profissão. O

aprimoramento profissional, mostrando para a organização um público alvo que é

ainda pouco explorado.

O trabalho oferece ainda à universidade uma aproximação da organização,

já que o trabalho busca o crescimento da região onde está inserida. O trabalho

também serve como fonte de pesquisas, já que os dados serão coletados através de

pesquisa com os acadêmicos da Universidade.

Por tratar-se de um tema que vem sendo muito discutido nas mídias

atualmente o trabalho se torna original com o público alvo pesquisa em que foi

realizado, uma vez com são divulgados pouquíssimas pesquisas relacionadas a

jovens e previdência privada. A aplicação do trabalho foi bastante viável para a

organização, e o acadêmico contou com a estrutura da organização, a orientação

dos gestores e o apoio técnico dos corretores em todo o processo da pesquisa. No

acesso aos dados não ocorreu nenhuma restrição, já que os dados serão fornecidos

pelos corretores que não tem vínculo empregatício com o Banco Bradesco S/A.

1.4 Aspectos metodológicos

Neste ponto de acordo com Roesch (2007) são apresentados os aspectos

metodológicos utilizados no decorrer do trabalho. Sendo assim, são os meios

utilizados para que o trabalho atinja seus objetivos específicos.

O trabalho foi desenvolvido como uma pesquisa exploratória e acordo com Gil

(1999, p.43) "muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa

de uma investigação mais ampla." Seguindo o raciocínio de Roesch (2007), que na

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fase exploratória de uma pesquisa se utilize a postura própria do método qualitativo

de ouvir o que as pessoas têm a dizer e participar de eventos sem a preocupação de

que isso possa influenciar os respondentes ou processos em andamento.

Descrevendo sobre levantamento Roesch (2007), aplica que o objetivo do

levantamento é captar qualquer tipo de informação sobre uma população.

A tipologia deste trabalho de estágio caracteriza-se em uma pesquisa –

diagnóstico. Para Roesch (2007, p.66), “levantar e definir problemas, explorar o

ambiente [...] O diagnóstico normalmente reporta-se a uma situação, em um

momento definido”. O acadêmico realizará sua pesquisa buscando mostrar para a

organização que existe um público alvo pouco explorado nos produtos de

previdência privada.

A metodologia que predomina nas pesquisas utilizadas para realização do

trabalho de estágio foi com abordagem quantitativa. Para Roesch (2007, p.130), “o

propósito do projeto é obter informações sobre determinada população [...] explorar

um tema que foi pouco estudado”.

Na visão de Richardson (1999), o método quantitativo representa, em

princípio, o propósito de garantir a precisão dos resultados, evitarem distorções de

análise e interpretação, possibilitando, logicamente, uma margem de segurança

quanto às inferências.

A pesquisa contou também com coleta de dados qualitativos, para conhecer a

opinião aberta tanto dos gestores quanto do público pesquisado em questões onde

foi necessário identificar as perspectivas dos entrevistados.

1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados

A coleta de dados pode ocorrer de duas formas: por meio de dados primários

e secundários. Dados primários são aqueles coletados pela primeira vez, com

questionário ou roteiro de entrevista. Os dados secundários são aqueles retirados de

livros, revistas, jornais, endereços eletrônicos.

Este estudo é do tipo exploratório, pois busca entender um fenômeno em

suas características mais gerais em um grupo de pessoas (RICHARDSON, 1999).

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Para o presente trabalho utilizou-se como instrumento de coleta de dados

primários um questionário (APÊNDICE A). O questionário utilizado tem perguntas

fechadas e abertas, aleatoriamente com alunos do CECIESA-Gestão da Univali.

O total da amostra foi definido pela fórmula sugerida por Barbetta (2010).

Conforme o resultado do cálculo, a amostra deste trabalho foi de 190 pessoas, com

erro amostral de 8%.

A aplicação dos questionários foi feita em sala de aula e aleatóriamente nos

corredores da universidade. Foram escolhidas duas salas do curso de

Administração, duas salas do curso de Comércio Exterior e uma sala nos cursos de

Ciências Contábeis e Logística. Como o número de alunos entrevistados foi abaixo

do esperado para o erro amostral tolerado, alguns questionários foram aplicados

com alunos dos cursos citados nos corredores da Univali.

Os dados foram tabulados em planilhas da ferramenta EXCEL são

apresentados com gráficos e textos explicativos-analíticos, utilizando como forma de

análise elementos da estatística descritiva (Barbetta, 2010).

15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica permite aprofundar os conhecimentos a serem

utilizados na pesquisa segundo Roesch (2007) o projeto de iniciação científica é

mais enérgico. De um modo geral o acadêmico que se envolve em projetos

científicos realiza o trabalho e exerce sua atividade profissional com mais

competência. Assim sendo, busca informações em todas as mídias para melhorar o

embasamento teórico.

Agindo desta forma o acadêmico buscou em bibliotecas e na internet a

literatura que acredita que seja ideal para o tema escolhido como foco principal.

Foram pesquisados temas de maior relevância, afim de buscar uma linguagem mais

clara para o projeto de iniciação científica.

2.1 Administração

O termo administração é proveniente do latim ad (direção, tendência para) e

minister (subordinação ou obediência). Para Chiavenato (2001) exemplificando o

termo administração é a prestação de serviço a alguém. Sua tarefa é interpretar

objetivos propostos e torná-los em ação organizacional ou pessoal em forma de

organização, planejamentos e gestão.

Por outro lado, Certo (2003) diz que administração é um conjunto de

conhecimentos, que dão amparo de informações para fornecer noções de como

administrar. Em outro pondo, Certo (2003) afirma que administração é um processo

pelo qual permitem que as pessoas alcancem suas metas, seja elas qual for. Ainda

usando a administração como processo, Maximiano (2009) cita que através do

dinamismo do processo, é possível tomar decisões baseando-se em recurso,

possibilitado a realização dos objetivos.

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2.2 Administração Financeira

As finanças é um dos fatores que mais preocupa as organizações e as

pessoas, por isso a necessidade de controlar seus gastos. Não existe acúmulo de

riqueza sem que haja a poupança. A administração financeira corresponde aos

esforços despendidos objetivando a formulação de um esquema que seja adequado

à maximização dos lucros. No ponto de vista familiar a administração financeira

engloba o conceito de maximizar o patrimônio com a geração de um superávit

contínuo por meio de uma profissão e o aumento das rendas geradas pelos

investimentos, controlados pela própria família ou por terceiros

Para Gitman (1987), a administração financeira trata de análises e

planejamento financeiro, investimentos e financiamentos e estratégia. Pensar em

administração financeira sem pensar em estratégia é uma receita para o desastre.

De acordo Ross, Westerfield e Jordan (2002), as estratégias precisam ser de fácil

entendimento das implicações financeiras de seus planos de negócios. Espera-se

que todas as pessoas tenham consciência de que suas decisões afetam a

lucratividade.

Estas decisões precisam ser tomadas de melhor maneira para quer esse lucro seja

maximizado.

Segundo Sanvicente (1987), a função financeira dentro de uma empresa esta

diretamente relacionada com a decisão de se fazer um investimento e à decisão de

se fazer um financiamento, sem esquecer que estas duas funções principais estão

interligadas.

Uma das razões mais importantes para conhecer a administração financeira

segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002), é que todos terão que tomar decisões

financeiras e que estas decisões serão muito importantes em termos pessoais.

Escolhas poderão fazer grandes diferenças no nosso bem-estar futuro.

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2.3 Mercado Financeiro

Lameira (2003, p.6) diz que,

o sistema financeiro está baseado em um processo contínuo de mudança que objetiva, a cada instante, maximizar a utilidade que os recursos financeiros representam para os indivíduos e empresas. Assim sendo, apresentamos um cenário de abrangência mais global, que envolva as operações financeiras na atualidade.

Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002, p.57), dizem que “Os mercados

financeiros existem para facilitar a captação e a aplicação de recursos por

indivíduos.” Completando Ross, Westerfield e Jaffe (2002) mostram que a tomada

de decisões de investimento e financiamento requer conhecimento dos princípios

econômicos básicos dos mercados financeiros. Em conseqüência, os mercados

financeiros podem ser usados pelos indivíduos para ajustar seus fluxos de consumo

e pelas organizações para ajustar seus fluxos de investimento.

O mercado financeiro é dividido, conforme Assaf Neto (2000) a intermediação

financeira é segmentada, com base em quatro subdivisões estabelecidas pelo

mercado financeiro: mercado monetário, mercado de crédito, mercado cambial e

mercado de capitais.

2.4 Mercado de Capitais

De acordo com Assaf Neto (2000, p.102)

O mercado de capitais assume o papel dos mais relevantes no processo de desenvolvimento econômico. É o grande municiador de recursos permanentes para a economia, em virtude da ligação que efetua entre os que tem capacidade de poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo prazo, ou seja, que apresentam déficit de investimento. O mercado de capitais está estruturado de forma a suprir as necessidades de investimentos dos agentes econômicos, por meio de

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diversas modalidades de financiamento a médio e longo prazos para capital de giro fixo.

A importância do mercado de capitais segundo Lameira (2003), que afirma

que o assunto merece destaque em fator do crescimento e desenvolvimento dos

mercados de crédito e de capitais estão diretamente relacionados ao processo de

crescimento econômico da sociedade em questão. Invés de apresentarem

características de competição entre si, os dois mercados se completam, como fontes

de suprimento de recursos para investimento.

Para Amaral, et al (apud MOTTA, 2001), o mercado de capitais é um

mecanismo fundamental para a formação e alocação de capital de forma eficiente e

no montante adequado para o financiamento do crescimento econômico. Um

mercado de capitais forte traz benefícios diretos para a atividade econômica. Por um

lado, aumenta as alternativas de investimento, reduz seu custo e, de forma

combinada, significa mais crescimento efetivo. Por outro lado, eleva a

competitividade da economia como um todo.

Estudando o histórico do mercado de capitais é possível afirmar que o valor

de mercado dos ativos pode oscilar bastante de um ano para o outro. Seguindo

Ross, Westerfield e Jordan (2002) mostram que isso ocorre na medida em que

novas informações chegam aos investidores, que reavaliam os ativos com bases

nestas informações, gerando assim uma variação do seu preço. Em outro ponto

Ross, Westerfield e Jordan (2002, p.179) complementam dizendo que,

o comportamento dos preços de mercados tem sido amplamente estudado. Uma questão que tem merecido grande atenção é a de se os preços se ajustam rápida e corretamente à medida que chega uma nova informação. Isso ocorre, diz-se que o mercado é eficiente. Para sermos mais exatos, em um mercado eficiente, os preços correntes de mercado refletem integralmente as informações disponíveis, não há razão para acreditar que os preços correntes sejam muito baixos ou muito elevados.

O equilíbrio é o objetivo principal de qualquer economia estável. Segundo

Ross, Westerfield e Jaffe (2002, p.187), falam que “[...] quando os mercados de

capitais estão em equilíbrio, eles determinam a relação entre retorno esperado e

risco”.

19

2.5 Educação Financeira

A educação financeira sempre foi, e sempre será parte importante aos

consumidores, para auxiliá-los a orçar e gerir sua renda, a poupar e investir. Porem

a sua relevância vai crescendo nos últimos anos em decorrência do

desenvolvimento e a popularização dos mercados financeiros.

Para Savoia, Saito e Santana (2007), na sociedade atual, as pessoas

precisam entender um conjunto amplo de propriedades formais que os proporcione

conhecimento lógico e sem falhas das forças que induzem o ambiente e suas

relações com os demais. O domínio de parte destas propriedades é adquirido por

meio da educação financeira, entendida como processo de transmissão de

conhecimento que permite o desenvolvimento de habilidade do indivíduo, para que

os mesmo possam tomar decisões fundamentadas e seguras, melhorando o

gerenciamento de suas finanças pessoais.

A educação financeira vem se tornando uma crescente preocupação em

diversos países, gerando um aprofundamento sobre o tema. Embora o tema ainda

seja muito criticado quanto a abrangência de seus programas e resultados. È

indiscutível a importância de desenvolvimento de ações planejadas de habilitação da

população (SAVOIA, SAITO e SANTANA, 2007).

Da necessidade do aprendizado sobre educação financeira, Rogers, Favato e

Securato (2008 p. 4) citam a decisões equivocadas tomadas quando não há um

conhecimento correto do assunto:

a ilusão do conhecimento é outra característica que afeta a capacidade de aprendizado pelos agentes econômicos. Os indivíduos tendem a acreditar que suas previsões serão tanto melhores quanto maior o número de informações a respeito do evento futuro. Todavia, o número de informações não implica necessariamente maior possibilidade de prever corretamente, pois pode acontecer de várias informações serem iguais às já existentes. Essa ilusão surge devido a crença que os indivíduos têm de poder influenciar eventos incontroláveis.

Com o passar dos anos, a estabilização da moeda vem mudando do perfil da

população. O controle inflacionário e a confiança na economia brasileira trouxeram a

população à possibilidade de investimento em ativos financeiros. Seguindo Savoia,

20

Saito e Santana (2007), que diz que paralelamente ao processo de confiança da

população, o estado vem transferindo responsabilidades aos indivíduos. A principal

delas é a formação de poupança previdenciária, conforme disposto na Emenda

Constitucional número 5, de 1998, que estimula os planos de previdência

complementar.

Logo, a grande dificuldade da população é saber planejar adequadamente

suas ações de longo prazo. Será preciso poupar por conta própria para

aposentadoria, não mais provida integralmente pelo estado. Porem é evidente o fato

de que no Brasil, segundo Savoia, Saito e Santana (2007), as autoridades não

exercem a função de auxiliar a população adequadamente para a tomada de

decisões no âmbito financeiro.

Existem organizações privadas que desenvolveram práticas de diminuir a

lacuna e orientar os clientes e usuários dos seus produtos. Em seus sites muitas

organizações desenvolveram cursos e cartilhas que estão disponíveis gratuitamente.

A Bovespa, a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), os bancos Bradesco e

Itaú são exemplos de empresas que já levam a seus clientes estes serviços. Por

parte do governo sítio do Bacen já possui material sobre o tema.

2.6 Formação de Poupança

Para Amaral, et al, (2004, p. 138) a poupança tem seu importante valor para a

economia:

a geração de um volume mínimo de poupança interna de forma continuada é um dos principais fatores de sustentabilidade do crescimento de uma economia. Esta poupança viabiliza os investimentos, que são canalizados ao setor produtivo por meio do sistema financeiro. Nesse contexto, devido à magnitude das somas administradas, os investidores institucionais, agrupados em fundos mútuos de investimentos, seguradoras e entidades fechadas de previdência privada, desempenham importante papel na formação de poupança interna.

21

Para Dillard (1996), as pessoas empregam seus recursos financeiros entre o

consumo imediato e a poupança, por precaução ou para saciar desejos futuros. Com

base na teoria da troca intertemporal que sujeita o indivíduo a uma restrição

presente para ter um benefício futuro.

Poupar para a velhice advém do desejo individual de manter o padrão estável

de consumo ao longo do ciclo de vida. Em função disso, os indivíduos abrem mão de

uma parcela de consumo durante a vida ativa para poder estabilizar o padrão de

consumo na velhice, quando, em geral, ocorre uma queda do rendimento do

trabalho. Há, portanto uma acumulação de ativos até data da aposentadoria; a partir

daí o estoque de ativos começa a ser utilizado para complementar os recebimentos

da aposentadoria. A versão mais simples do modelo do ciclo de vida é aquela na

qual consumo é constante ao longo da vida, não existe incerteza, a taxa de juros é

nula, e a única mudança na renda ocorre quando o consumidor de aposenta (NERI,

CARVALHO e CORSI, 2005).

De certa maneira, os indivíduos costumam economizar em períodos de

concorrência, garantindo uma manutenção de padrão de vida em momentos de

emergência. No fato, se a renda é indeterminada e os indivíduos têm aversão ao

risco, estes irão dispor de maior tendência a poupar. Em economias que possuem

renda mais volátil, as taxas de poupanças serão maiores. Todavia, o comportamento

do poupador em conseqüência ao risco será uma variável relevante (FIOCCA,

2000).

A poupança para aquisição de bens é o resultado de dois fatores:

indivisibilidade dos bens e imperfeições no mercado de crédito. Os indivíduos

apresentam numa situação de autarquia tem de acumular recursos por conta própria

durante alguns períodos até que possam obter o bem indivisível. Similarmente,

pessoas que querem começar um novo negócio são frustradas, frequentemente,

pela falta de acesso ao mercado de capitais, sendo forçadas a acumular ativos por

antecipação.

22

2.7 Previdência Social

A previdência social deu início no Brasil com o decreto número 4.682, de 24

de janeiro de 1923, lei ligada à classe ferroviária. A partir desta lei a proteção social

no Brasil passou a contar com instituições que cobriam os riscos e invalidez,

velhice e morte, oferecendo os benefícios de pensão por morte, aposentadoria e

assistência médica.

O século XX foi o século da expansão dos sistemas previdenciários.

Independente do grau de desenvolvimento econômico, diversos países do mundo

desenvolveram complexos sistemas de proteção social para seus cidadãos. Em

alguns foram desenvolvidos sistemas igualitários e universais, em outros as políticas

de bem estar reforçam diferenças de status e de classe, houve ainda aqueles que se

limitaram a prover proteção mínima para os setores menos favorecidos da sociedade

(SILVA, 2007).

Percebe-se que a Previdência teve início a partir da necessidade dos

empregados com a finalidade de garantia de uma renda a mais diante de algum

acidente de trabalho.

Nos anos 30, Getúlio Vargas, presidente do Brasil na época incorpora

praticamente todas as categorias de trabalhadores nessa previdência, substituindo o

CAPs pelo IAPs, autarquias centralizadas no governo federal, contudo são criados

seis grandes institutos nacionais de previdência: Instituto dos Marítimos (IAPM) em

1933; Instituto dos Comerciários (IAPC) em 1934; Instituto dos Bancários (IAPB) em

1934; Instituto dos Industriários (IAPI) em 1936; Instituto dos Empregados em

Transportes e Cargas (IAPTC) em 1938.

De acordo com Costa (2007), a previdência social é uma política pública que

oferece benefícios monetários as pessoas em situação de vulnerabilidade, mediante

contribuição, cobre riscos genéricos ou específicos, isto é, eventos futuros,

imprevisíveis ou incertos, mediante contribuição financeira, mensal, dos beneficiários

diretos (segurados) e indiretos (empresas) e do estado. Ainda para Costa (2002, p.

307), indica os objetivos da previdência:

em síntese, a Previdência tem dois grandes objetivos: garantir a reposição de renda dos seus contribuintes, quando não mais puderem trabalhar, e

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evitar a pobreza entre as pessoas que, por contingências demográficas, biológicas ou acidentária, não podem participar, por meio do mercado de trabalho, do processo de produção da riqueza nacional e, ao não participarem, não conseguem apropriar-se, por meio de remuneração do seu trabalho, de parte dessa riqueza gerada para garantir seu próprio sustendo.

No mesmo período surgiu a expressão “seguridade social”, inspirada na

legislação da previdência social dos Estados Unidos. A partir daí, tem-se um novo

conceito para a previdência social, pois toda a sociedade passa a ter o direito ao

benefício da aposentadoria.

Com objetivo de unificar os IAPs, a Lei Orgânica da Previdência Social de

1960, buscou-se uniformizar os planos de benefícios e seu financiamento. Sendo

que no ano de 1966 surgiu o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS)

ampliando os benefícios e categorias para o recebimento da aposentadoria.

De acordo com a Constituição Federal, da Ordem Social, Capítulo II da

Seguridade Social no Art. 194 - A Seguridade Social compreende um conjunto

integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinado a

assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Entende-se que de acordo com a Constituição, a Previdência Social está inserida na

Seguridade Social juntamente com a saúde e assistência social visando unificar o

Poder Publico e a sociedade.

Na Constituição de 1988, houve modificações, incorporando mais vantagens

para o empregado: o surgimento do seguro-desemprego; aumento do piso dos

benefícios; direito de ingresso ao sistema concedido a qualquer cidadão, eliminação

das diferenças entre trabalhadores rurais e urbanos.

A seguridade social é uma responsabilidade com os contribuintes e compete

ao Poder Público, segundo a Legislação, organizar a essa seguridade mediante

recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios.

Conforme a Lei 8.212/91, Título III Da Previdência Social, Art. 3º A

Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios

indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo

de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte

daqueles de quem dependiam economicamente.

24

A Previdência Social tem como objetivo possibilitar ao trabalhador ativo uma

renda de acordo com sua contribuição para assim, receber sem precisar continuar

atuando no mercado de trabalho. Conforme Decreto nº 3.048 de 06 de maio de

1999:

parágrafo único. A organização da Previdência Social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes: Universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição;Valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo; Cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição, corrigidos monetariamente; Preservação do valor real dos benefícios; Previdência complementar facultativa custeada por contribuição adicional.

Dessa forma, a Seguridade Social é um sistema estatal com a função de

proteção social para todos que atuam no mercado de trabalho com carteira

profissional registrada, que ficam impossibilitados de trabalhar, e até mesmo

daqueles que se aposentam.

O termo Seguridade Social tem sido utilizado com grande freqüência e

relevância por muitos países, inclusive no Brasil, tendo como sentido a soma de

seguros sociais e serviços sociais, com abrangência de toda população. O bem-

estar social é outra terminologia empregada principalmente por países de língua

inglesa, que por sua vez também tem por objetivo um amplo conjunto de medidas de

proteção individual e familiar a cargo do estado (LEITE, 1993) A previdência existe em vários países pelo mundo, utilizando regras e

benefícios distintos, neste aspecto Caetano, (2006, p.7) diz que,

as regras de habilitação aos benefícios concedidos pela previdência social no Brasil e em outros países apresentam diferenciações por gênero, tipo de atividade, clientela urbana ou rural. Mulheres podem se aposentar mais jovens que os homens, professores contam com aposentadoria especial e os trabalhadores rurais têm planos de contribuição e benefícios previdenciários distintos dos urbanos. Além disso, há um conjunto expressivo de benefícios programados – que são aqueles nos quais as regras de acesso ao benefício dependem da idade e/ou tempo de contribuição do segurado – que apresentam fórmulas de cálculo de benefício, condições de habilitação e alíquotas de contribuição diferenciadas entre si. Por exemplo, um segurado urbano na categoria de contribuinte individual paga contribuições inferiores a de um trabalhador empregado De modo semelhante, alguém que se aposenta por meio de uma aposentadoria por idade tem seu benefício calculado de forma distinta de outra pessoa que se aposentou por tempo de contribuição.

25

O sistema previdenciário brasileiro funciona em regime de caixa, fazendo

com que suas contribuições sejam utilizadas para o pagamento de benefícios dos já

aposentados. Este sistema funcionou no início. Na década de 50 o Brasil possuía

oito trabalhadores ativos para cada assistido. Hoje em dia para cada trabalhador

ativo existem quatro assistidos. O que vem causando um déficit na previdência.

Seguindo Gianbiagi e Estermínio (2006), O déficit da Previdência Social tem

sido um dos maiores motivos de preocupação das autoridades ao longo dos últimos

anos. Analisando a “fotografia” do desequilíbrio entre as despesas previdenciárias e

a receita recolhida das contribuições de empregados, observa-se a nível federal um

déficit de magnitude similar comparando o dos servidores públicos com o do INSS.

Com o aumento da expectativa da população e a queda na taxa de natalidade

foram evocados como os principais responsáveis pela crise dos sistemas

previdenciários ao redor do mundo, ainda que neste aspecto houvesse substanciais

diferenças entre países ricos do hemisfério norte e os pobres do hemisfério sul

(SILVA, 2007).

A reforma da previdência é um assunto que vem sendo discutido desde o

governo de Fernando Henrique Cardoso, e continuam em evidência no governo do

presidente Luís Inácio Lula da Silva. Com todas estas reformas e ajustes nos valores

pagos pela previdência social. Muitos contribuintes vem aderindo gradativamente

para o sistema de previdência privada ou complementar, seja por conhecimento

sobre o setor ou por orientação profissional.

2.8 Previdência Complementar

A previdência complementar evidencia que a aposentadoria, pela previdência

social, já não é suficiente para satisfazer as necessidades dos contribuintes,

possibilitando alternativas principalmente para as pessoas que atuam no setor

privado, que recebem acima do teto, sofrendo uma redução muito grande na sua

renda. De acordo com Martins (2009, p. 24):

26

[...] o Montepio Geral de Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL), instituído em 10 de janeiro de 1835, foi o primeiro órgão a determinar a complementação dos recursos das pessoas, de forma a proporcionar renda aos trabalhadores quando deixassem de trabalhar.

A principal característica da previdência social é a obrigatoriedade, já a

previdência privada é voluntária. Fica a critério das empresas ou indivíduos instituí-la

ou não. Sendo assim as empresas e as pessoas tem toda a liberdade de aderir a um

sistema de previdência complementar (BELTRÃO, 2004)

A necessidade dos sistemas de previdência complementar devido às

seguidas crises da previdência social ao redor do mundo, aliada as sequentes crises

nas economias globais segundo Izerrougene (2009, p. 32) diz que,

com a crise econômica e financeira atual, volta à tona o espectro do déficit da Previdência Social. Muitos dos que pensam o problema do aposentadorias preconizam reformas que substituem o regime de repartição (RR) pelo regime de capitalização (RC). As dificuldades de financiamento da Previdência Social incentivam o desenvolvimento deste último regime — baseado nos fundos de pensão —, que deveria não somente resolver o problema financeiro das aposentadorias, como também melhorar o financiamento da economia. Os fundos de pensão, por seus fluxos regulares e de longo prazo, constituiriam uma grande fonte de financiamento das empresas e contribuiriam para o crescimento econômico em geral.

A previdência privada foi regulamentada pelo governo, pela Lei 6.435 de

15.07.1977, pois nenhum sistema pode funcionar sem garantia e segurança aos

seus participantes.

Martins (2009) aborda ainda que a previdência privada complementar passou

a ser regida pela Lei Complementar nº 109, de 25-5-2001. Essa norma atualizou a

Lei nº 6. 435/77. O Decreto nº 4. 206, de 23-4-02, regulamentam a Lei

Complementar nº 109, de 29-5-2001:

art. 1o O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, é facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício, nos termos do caput do art. 202 da Constituição Federal, observado o disposto nesta Lei Complementar. Art. 2o O regime de previdência complementar é operado por entidades de previdência

27

complementar que têm por objetivo principal instituir e executar planos de benefícios de caráter previdenciário, na forma desta Lei Complementar.

A Lei nº 8.020, de 1990, disciplinaram os déficits das entidades de previdência

privada complementar patrocinada pela administração pública (MARTINS, 2009).

A Lei Complementar de 29-5-2001 descreve o novo Regime de Previdência

Complementar, verifica-se um regime facultativo com a finalidade de gerar

benefícios de caráter previdenciário.

No Art. 202, do Regime de Previdência Privada, de caráter complementar

conforme Martins (2009) evidencia-se de que todo plano gerado de forma autônoma

em relação à Previdência Social será facultativo e regulado pela Lei Complementar.

De acordo com entrevista realizada pela Você S.A Jun/2009, Antônio Cássio

dos Santos, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida

(FENAPREVI), os brasileiros estão começando a pensar no futuro cada vez mais

cedo. Estabilidade econômica, longevidade da população, modelo regulatório

moderno e produtos de previdência privada com boas vantagens tributárias são

alguns dos motivos que anteciparam a preocupação com o futuro. “Esses quatro

fatores juntos estão fazendo milagre da previdência.”

A previdência complementar de fato está cada vez mais em evidência, pois a

preocupação e a procura por ela aumentaram, porque os trabalhadores têm por

objetivo buscar conforto para depois da aposentadoria.

O aparecimento de sistemas de previdência privada se deve ao desejo dos

das pessoas de reduzir o nível de incertezas financeiras a que as mesmas estarão

expostas no futuro. Segundo Oliveira (2006), as incertezas podem ser esclarecidas

como a dificuldade de previsão com relação ao futuro das finanças, onde a

previdência privada tem o papel de acumular recursos no período atual, para que

seja garantido o pagamento de uma pensão futura em forma de aposentadoria. O

sistema de previdência ainda serve de garantia para familiares com pagamento de

pensão em caso do falecimento do titular da previdência.

Ainda conforme Oliveira (2006, p. 56), diz sobre a formação de um fundo de

previdência, O sistema de previdência privada pressupõe então a formação de um fundo que seja gerido de forma eficiente, podendo assim remunerar os ativos,

28

facilitando o pagamento das pensões no futuro, assim como o caráter facultativo. Com relação a formação do fundo de ativos, o mesmo pode ser feito pela entidade, pelo participante, ou em conjunto, sendo que a entidade se responsabiliza pela correta aplicação dos recursos. Já o caráter facultativo garante ao indivíduo avaliar se a entidade tem capacidade de gerir os recursos de forma eficiente, e se o mesmo se interessa em reter parte dos seus ativos, e do seu bem estar atual, para obter garantias futuras.

A previdência privada é uma forma de realocação da renda, de acordo com

Coimbra e Toyoshima (2009), que complementam dizendo que a finalidade de

manter o padrão de vida do indivíduo que dificilmente será atingido pelo regime da

previdência social. Seu principal objetivo é garantir a manutenção da qualidade de

vida do contribuinte no período de sua improdutividade, propiciando uma renda

aproximada ao de seu período de atividade

A necessidade da aposentadoria complementar fica evidente a partir de um

cálculo simples: basta diminuir as despesas que a pessoa tem da possível receita

que obterá ao aposentar-se pelo INSS. Assim, valor do investimento em uma

previdência privada pode ser calculado de maneira simples: somam-se todos os

benefícios que se tem ofertado pela empresa, como plano de saúde, carro, gasolina,

telefone celular, em alguns casos, à renda e subtrai-se do que se vai receber do

INSS, com esse resultado, tem-se uma idéia de quanto faltará para ter a

aposentadoria que se deseja.

A previdência privada vem ganhando a cada dia mais espaço nos

investimentos de pessoas e empresas, mas poucos sabem que o regime de

previdência complementar teve início no Brasil em 1904, com a criação da Caixa de

Aposentadorias e Pensões (CAP) do Banco do Brasil. Mesmo assim a

regulamentação do sistema de previdência complementar só ocorreu na década de

1970 – Lei 6.435/77 quando de acordo com Oliveira (2006), houve a expansão das

empresas estatais e foram criados seus fundos de pensão.

De acordo com Boerdel e Rebelo (2003), o sistema de previdência

complementar brasileiro vivenciou, na última década, e mais fortemente no início

desta, o surgir de um cenário promissor para o segmento de previdência privada,

impulsionado pelas discussões em torno do novo modelo de previdência pública.

29

2.8.1 Portabilidade

A pessoa pode transferir, ou levar o valor que contribui na previdência para

outras entidades, não sendo necessário ficar vinculada a que iniciou sua

contribuição. Independente do plano escolhido, Plano Gerador de Benefício Livre ou

Vida Geradora de Benefício Livre, a pessoa tem livre decisão em qual instituição

financeira quer aplicar os valores da previdência complementar.

Ao aprovar a portabilidade, o Ministro da Previdência e Assistência Social - MPAS, José Cechin, deixou claro que os recursos não seriam transferidos de imediato. Foram estabelecidos prazos de carência para que os participantes possam levar a quantia de uma instituição para outra. Aqueles que ingressaram em um fundo de pensão antes do dia 31 de maio de 2001, quando passou a valer a lei, devem ter contribuído por dez anos, pelo menos, para o plano. Quem ingressou depois da data, o tempo mínimo de contribuição é de cinco anos. A SPC também deixou a critério dos fundos estabelecer nos regulamentos do plano de benefícios um prazo adicional de carência de três anos, contados a partir da data de vigência da lei. O que representa elevar o tempo de contribuição dos participantes para oito ou 13 anos. Importante: o resgate das próprias contribuições continua sendo permitido para quem perdeu o vínculo empregatício com a empresa que oferece plano fechado (CECHIN, 2009, p 87).

A Portabilidade tem como objetivo oportunizar a livre escolha da instituição

para fazer o investimento. Isso gera maior segurança para a pessoa que não está

satisfeita com o serviço ou até mesmo com os rendimentos recebidos sobre o valor

aplicado, pois poderá optar por outra instituição sem dano algum.

Martins (2009) descreve como sendo um princípio da previdência privada

complementar uma autonomia da vontade, sendo um sistema facultativo.

A pessoa tem a possibilidade de entrar no sistema, de nele permanecer e dele retirar-se, de requerer ou não o benefício, dependendo de sua vontade. Valerá o que for contratado entre as partes.

A previdência é um investimento de longo prazo, no qual leva anos para

receber todo saldo que o investidor acumulou, neste período muitas mudanças

30

podem ocorrer e as percepções do plano escolhido também podem ser vistas com

outros olhos, por isso é permitida a portabilidade.

Martins e Martins (2006) abordam a portabilidade como um direito garantido

ao participante durante o período de deferimento e de, na forma regulamentada,

movimentar os recursos da provisão matemática de benefícios a conceder para

outros planos.

É importante destacar, que a mudança é permitida sim, mas na condição de

que mantem-se o mesmo plano optado desde o início do investimento, não podendo

o segurado mudar de corretora e de plano, apenas é possível a transição entre as

corretoras. Só pode mudar de Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) para VGBL e

se tem um Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) para PGBL.

Segundo Martins (2009), a portabilidade, quando efetuada para entidade

aberta, somente será admitida quando a integridade dos recursos financeiros

correspondentes ao direito acumulado do participante for utilizada para a

contratação de renda mensal vitalícia ou por prazo determinado. O prazo mínimo

poderá ser inferior ao período em que a respectiva reserva foi constituída, limitado

ao mínimo de 15 anos. Portanto, a portabilidade não se caracteriza como resgate.

No caso da portabilidade para entidades fechadas, de acordo com Ibrahim

(2008), há possibilidade de o participante levar suas reservas para outras EFPC –

Entidades Fechadas da Previdência Complementar. Mas isso ocorre somente

quando há a cessação do vínculo empregatício do trabalhador, possibilitando a

vinculação do mesmo a uma diferente EFPC.

Existe a possibilidade de transferência de benefício de uma entidade fechada

para uma entidade aberta, mas segundo Ibrahim (2009), em tese esta transferência

pode ser feita trazendo problemas no controle de eventuais resgates. A instrução

normativa SPC nº 05 de 09 de dezembro de 2003 traz:

art. 17. Manifestada pelo participante a opção pela portabilidade, a entidade fechada de previdência complementar que administra o plano de benefícios originário elaborará o Termo de Portabilidade e o encaminhará à entidade que administra o plano de benefícios receptor, no prazo máximo de dez dias úteis contados da data do protocolo do Termo de Opção.

31

Neste sentido, serão abordadas as peculiaridades das entidades de

previdência complementar aberta e fechada.

2.8.2 Prêvidência Complementar Aberta e Fechada

Há dois tipos de plano de previdência no Brasil. A aberta e a fechada. A

aberta pode ser contratada por qualquer pessoa, enquanto a fechada é destinada a

grupos, como funcionários de uma empresa, por exemplo.

A previdência privada complementar, aberta ou fechada, foi disciplinada pela Lei nº 6.435, de 15-7-1977. Visava complementar o sistema de previdência social oficial, que, na época, era pago pelo INPS. O decreto nº 81.402, de 23-2-1978, da aberta. (MARTINS, 2002, p. 473).

Devido à instabilidade e insegurança da previdência social no país a

previdência complementar aberta está em forte crescimento, com possibilidade de

uma renda a mais para as pessoas, diferente da fechada que está mais focada aos

funcionários públicos, pois esses têm estabilidades nos seus empregos. A seguir,

apresenta-se um quadro comparativo diferenciando os dois tipos de planos de

previdência complementar:

Entidades Abertas Fundos de Ap. Ind. Entidades Fechadas

Produtos/Veículos Planos Tradicionais, PGBL, PAGP, PRGP, VGBL e derivados.

FAPI´S Fundos de Pensão

Administradores Seguradoras e EAPP´S Instituições Financeiras

Fundos de Pensão Próprios, Múltipla trocinado ou Instituído.

32

Disponibilidade dos Planos

Coletivos e Individuais Coletivos e Individuais

Coletivos (a contratação pode ser ind. nos Instituídos)

Subordinação Executiva e Legal

Susep, Ministério Fazenda e BC. Ministério Fazenda e BC

PREVIC (ex-Secretaria da Prev. Complementar), MPAS e BC

Tabela 1: Sistema de Previdência Privada no Brasil FONTE: Dr. Previdência (2011)

Os benefícios da previdência complementar não têm como objetivo a

aplicação financeira, mas segurança e estabilidade da pessoa. Há uma relação a

duas pessoas: o segurado e a empresa. Para compreender melhor essa sessão, na

seqüência, definem-se a previdência complementar aberta e fechada.

2.8.2.1 Previdência Complementar Aberta

É um plano em que qualquer pessoa pode ingressar individualmente. É

oferecida por bancos ou por seguradoras e um dos principais benefícios é a sua

liquidez. Os planos abertos são oferecidos por instituições financeiras que oferecem

previdência complementar. Podem ser sacados a cada dois meses. Segundo

Martins (2009, p. 465):

[...] as entidades abertas são constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário concedido em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.

Os planos mais negociados pelas instituições são o PGBL e o VGBL, podem

ser individuais ou coletivos. Na forma individual o contratante acumula rendimentos

somente para ele, não tendo solidariedade, e os coletivos são chamados de fundos

empresariais e administrados por grandes bancos ou instituições que comercializam

previdência complementar aberta.

As Entidades Abertas são regulamentadas pela Superintendência de Seguros

Privados (SUSEP) e são acessíveis tanto a pessoas físicas quanto jurídicas (DR.

33

PREVIDÊNCIA, 2011). Os planos de previdência complementar aberta são

administrados pela entidade.

Para Martins e Martins (2006, p. 213):

[...] a SUSPEP, é encarregada da execução da política nacional de seguros privados e da fiscalização das seguradoras, das sociedades de capitalização, das entidades abertas de previdência privada e dos corretores de seguros.

A SUSEP é um órgão do Governo que recebe mensalmente relatórios para o

controle e a verificação do cumprimento da legislação. A regra básica que determina

a operação das sociedades autorizadas a operar em previdência privada aberta é a

Resolução nº125, de 04.05.2005, do Conselho Nacional de Seguros Privados

(CNSP). Alterando os critérios da cobertura por sobrevivência oferecida no plano de

previdência complementar aberta, que tem como finalidade de acordo com Martins e

Martins (2006), a concessão do benefício, pagável de uma única vez ou sob forma

de renda, a pessoas físicas vinculadas ou não a uma pessoa jurídica.

O participante do plano de previdência complementar aberta recebe um

documento formalizado pela Variação Percentual Anual Estimada – EAPC a

aceitação do proponente do plano, o que vale como um comprovante do

consumidor.

Os planos que ganham destaque no ramo de previdência complementar são o

Plano Gerador de Benefícios Livre, que, segundo Ibrahim (2008) surgiu, em 1998,

como um dos preferidos pelas entidades abertas, baseado em plano americano

denominado 401-k. “De acordo com o CMN – Conselho Monetário Nacional, a

aplicação dos recursos pela entidade irá variar de acordo com o perfil de cada

participante podendo ser soberano, de renda fixa ou composto”.

O outro plano a ser citado é o de Vida Gerador de Benefício Livre, conforme

Ibrahim (2008, p. 691):

[...] seguro do ramo vida mesclando aspectos deste segmento com previdência privada. É um seguro de vida com um plano de previdência complementar, dependendo do que ocorrer primeiro: a morte ou a aposentadoria.

34

Também existente no mercado de previdência complementar o FAPI – Fundo

de Aposentadoria Programada Individual, criado pela Lei nº 9.477/97, diferentemente

do PGBL que é um fundo criado para investimento, o FAPI é um investimento para a

aquisição de cotas de um fundo de investimento comum. A figura a seguir demonstra

quem são as principais empresas em planos individuais:

Figura 1: Empresas de Previdência complementar aberta

FONTE: Dr. Previdência (2011)

Os planos tradicionais como PGBL e VGBL oferecem garantia mínimas de

rendimentos por isso são considerados tradicionais. Essa garantia pode ser de

poupança, Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), mas possui período de

carência e taxas de carregamento e de administração elevadas. Nesse tópico será

apresentada, ainda, a previdência complementar fechada.

35

2.8.2.2 Previdência Complementar Fechada

O regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas é

regulado pelo Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC) e

supervisionado pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da

Previdência Social (MPS).

Esse regime é composto por, aproximadamente, 370 entidades fechadas de

previdência complementar (EFPC) que administram 1.050 planos de benefícios, que

reúnem 2.360 patrocinadores e 250 instituidores, com 6,7 milhões de pessoas a ele

vinculados, na condição de participantes, de assistidos e dependentes, e com 456

bilhões de ativo garantidor, representando 17% do PIB. (PREVIDÊNCIA SOCIAL,

2009).

É um plano em que qualquer pessoa pode contribuir na condição que seja

ligado a uma empresa, pois a empresa contribui juntamente com o funcionário em

partes iguais, conseqüentemente o valor da parcela contribuída fica em dobro.

Os planos de Previdência Fechados são, necessariamente, destinado à empresas ou associações, onde o grupo de funcionários ou associados, contribui para formação de um fundo de pensão gerido por entidades sem fins lucrativos. É destinada aos profissionais ligados a empresas, sindicatos ou entidades de classe. Em linhas gerais, o trabalhador contribui com uma parte mensal do salário e a empresa banca o restante, valor que normalmente é dividido em partes iguais. Outras empresas, essas mais raras, bancam toda a contribuição (MARTINS, 2002, p.475).

A contribuição na previdência complementar fechada ocorre pelas entidades,

empresas que administram os fundos de pensão destinados aos funcionários, um

exemplo é o instituto PÉTROS, destinados aos funcionários da Petrobrás, ou então

PREVI: Fundo de previdência dos Funcionários do Banco do Brasil.

Nessa modalidade todos os funcionários que se aposentarem pela empresa

de acordo com a Previdência Social, junto têm o benefício da Previdência

Complementar, mas caso a empresa tenha algum prejuízo os mesmos perdem junto

com ela.

36

As Entidades Fechadas de Previdência Privada (EFPPs) que administram os

planos fechados, como o próprio nome já anuncia, são de adesão restrita aos

funcionários da empresa ou grupo de empresas patrocinadoras ou das instituidoras

(Associações de Classe e Sindicatos). As Entidades Fechadas, são

necessariamente sem fins lucrativos, funcionam sob a tutela da PREVIC – ex-

Secretaria da Previdência Complementar (do Ministério da Previdência e Assistência

Social). Segundo Ibrahim (2009, p. 692):

[...] as entidades fechadas de previdência privada podem ser classificadas como de plano comum, quando administram plano ou conjunto de planos acessíveis ao universo de participantes, ou como multiplano, quando administram plano ou conjunto de planos de benefícios para diversos grupos de participantes, com independência patrimonial.

Entende-se que uma única entidade, sendo patrocinada por diversas

empresas, tendo um participante de cada uma dessas empresas com diferentes

planos de benefícios é dotada de multiplano. Os planos devem obrigatoriamente ser

oferecidos a todos os empregados dos patrocinadores ou associados aos

instituidores. Nas entidades fechadas, de acordo com Martins (2009, p. 462) o

acesso é exclusivo:

Aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas e aos servidores da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores; aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores.

Essas entidades são consideradas fundo de pensões por serem acessíveis

apenas a determinadas pessoas, geralmente referem-se a empregados de

determinadas empresas ou grupos de empresas. Os planos de benefícios da

empresa devem obrigatoriamente ser disponibilizados a todos os empregados,

associados, gerentes, sendo facultativa a adesão ao plano ofertado.

37

2.8.3 Plano de Previdência Complementar

A Previdência Complementar oferece duas opções de planos para o

investidor optar: Plano Gerador de Benefício Livre ou Vida Geradora de Benefício

Livre. Sendo respectivamente PGBL e VGBL.

No momento da escolha por um deles, convém questionar com que idade o

segurado pretende se aposentar. Com que idade iniciará o plano de previdência

complementar. Qual a renda mensal que quer ter ao aposentar-se e quanto pode

poupar no momento.

As respostas que surgem são inúmeras e as dúvidas também. Afinal, aS

incertezas com relação ao mercado, às taxas de juros, à expectativa de vida, e

também as relativas a emprego conquistado, mas que não traz estabilidade

nenhuma por causa da concorrência que aumenta a cada dia, são grandes.

Ambos os planos passam por dois momentos, o período de investimento e o

período de benefício, respectivamente. Primeiro é preciso investir,

proporcionalmente à renda que está gerando, e, no segundo momento, começa-se,

a partir aposentadoria, a desfrutar do benefício do investimento em longo prazo.

A previdência complementar é opcional, e tem como objetivo trazer uma

segurança e estabilidade em longo prazo para quem investe e opta por algum plano.

Respeitando o período de carência, o investimento pode ser interrompido e o valor

resgatado.

2.8.3.1 Plano PGBL e suas vantagens

O PGBL é optado por pessoas que tem como objetivo uma renda vitalícia, um

complemento para a aposentadoria conquistada, não sentindo assim, uma baixa na

renda que possuía quando estava ativo no mercado de trabalho.

Segundo Sohsten (2006) quando falamos em aposentadoria, estamos nos

referindo a um período da vida que deixamos de ter renda proveniente de trabalho,

portanto, consideramos que é o final das nossas vidas.

38

Esse pensamento vem mudando, afinal muitos pensam em planos de

previdência complementar para poder usufruir e começar uma nova fase da vida

após a conquista da aposentadoria.

O Plano Gerador de Benefício Livre é mais indicado para que opte pela

declaração completa do IR. Uma das vantagens é a possibilidade de se deduzir 12%

da renda bruta na declaração anual do Imposto de Renda.

É uma aplicação em que incide risco, já que não há garantia de rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho, ele é repassado integralmente ao participante. O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única vez, ou transformado em parcelas mensais. Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Imposto de renda e tem taxa de carregamento de até 5%. É comercializado por seguradoras. Com o PGBL, o dinheiro é colocado em um fundo de investimento exclusivo, administrado por uma empresa especializada na gestão de recursos de terceiros e é fiscalizado pelo Banco Central (DR. PREVIDÊNCIA, 2011).

A vantagem do PGBL é a opção de receber a o valor investido em parcelas

mensais iguais, ou em uma única parcela a partir do momento da aposentadoria. O

valor pode ser resgatado durante o período de contribuição, e em caso de

falecimento poderá ser resgatado pelos beneficiários.

Existe também a possibilidade de contribuir com valores variáveis mensais,

podendo ser feito um aporte maior quando houver disponibilidade para tal. Sendo

que o valor total poderá ser sacado pelo participante a qualquer momento.

O investimento a um plano PGBL, o investidor esta direcionando os

investimentos há um fundo atrelado ao plano, de forma semelhante a um

investimento em um fundo de investimentos comum, sendo que sua rentabilidade

será acompanhada e divulgada diariamente nos jornais.

Em relação ao tempo do investimento o quanto antes iniciar menor o valor

para contribuir, pois o período de contribuição é maior evidentemente. Comparando

o PGBL ao fundo de renda fixa, ele se torna mais atrativo, pois sua tributação ocorre

na hora do resgate, e os de renda fixa é feito a cada seis meses.

Por sua vez, a alíquota de imposto de renda varia, dependendo do regime de

tributação adotado. No caso do regime antigo as alíquotas são as mesmas que a da

tabela de IR, ou seja, 0%, 15% e 27,5%. Já no novo regime, obrigatório para quem

39

começou a investir em 2005, as alíquotas variam entre 10% e 35%, dependendo do

prazo durante o qual os recursos forem investidos (BRADESCO, 2011).

Martins e Martins (2006) definem carregamento como uma importância

destinada a atender as despesas administrativas e de comercialização do plano.

Entende-se o que envolve os custos do investidor na hora da aquisição do plano de

previdência complementar.

De acordo com Banco Bradesco (2011), existem três planos diferentes, sendo

cada atendendo um tipo diferente de investidor:

a) Soberano: aplica-se o investimento total em títulos de renda fixa do

governo federal, isto é, em títulos públicos. É considerado mais

estável, tem um rendimento mais garantido, mas inferior aos outros

investimentos;

b) Renda Fixa: o investimento pode ser feito tanto em títulos públicos de

renda fixa, como federais, estaduais e municipais ou privados que

seriam Certificados de Depósitos Bancários (CDB’s) e letras de

câmbio. Seu rendimento é de acordo com índices de preços e taxas de

juros, quanto maior respectivamente maior será a rentabilidade obtida;

c) Composto: esse tipo de investimento permite ao investidor ter até no

máximo 49% do investimento em renda variável, que são ações. De

acordo com a Bovespa (2009), ações são títulos de rena variável,

emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração

do capital da empresa emitente.

Com investimentos em ações o investidor pode considerar-se um co-

proprietário da empresa, podendo reverter o valor investido a qualquer momento em

dinheiro e até mesmo acompanhar sua variação no mercado de bolsa de valores.

40

2.8.3.2 Plano VGBL e suas vantagens

O Plano Vida Gerador de Benefício Livre iniciou em 2001 com as mesmas

características que o Plano Gerador de Benefício Livre – PGBL indicado para quem

opta pelo modelo simplificado de Declaração do Imposto de Renda, ou deseja

aumentar suas reservas, mas suas contribuições não são dedutíveis do IR. A

diferença entre ambos os planos é apenas os benefícios fiscais.

VGBL, a partir de 2003 passou a desbancar o líder PGBL, sendo um produto adequado principalmente para aqueles que fazem declaração simplificada, para profissionais liberais ou para aqueles que já contribuem com 12% (teto para a dedução) de sua renda bruta, para outro plano. Isto porque o VGBL, não permite dedução na contribuição, mas também no resgate ou recebimento do benefício, só sujeita à tributação, a rentabilidade auferida no período de acumulação. (DR. PREVIDENCIA, 2009).

Aparentemente a rentabilidade do PGBL é maior do que a de um fundo

normal, por isso e é mais indicado para empresários que recebem lucros como

principal renda, pois esses profissionais geralmente não tem IRRF já que recebem

via distribuição de lucros.

A contratação do seguro de vida é opcional no plano VGBL, então nem todos

que tem um plano VGBL tem um seguro de vida, visto que essa escolha mudaria

pouco o valor da contribuição, sendo uma diferença bastante discutida pelos

vendedores do setor, pois a contribuição acabaria sendo baixa para esse adicional

(MIRANDA, 2005).

O VGBL pode ser comparado a um seguro de vida, pois tem atrelado a ele o

seguro por sobrevivência e características em comum com o plano de previdência

PGBL. Conforme Martins e Martins (2006) a cobertura por sobrevivência é

estruturada pelo regime financeiro de capitalização e sua finalidade é a concessão

do benefício, pagável de uma única vez ou sob forma de renda, a pessoas físicas

vinculadas ou não a uma pessoa jurídica.

O VGBL pode ser um produto interessante mesmo para quem está

aposentado também como instrumento de herança. Isso porque o VGBL, embora na

prática funcione como um fundo de investimento, legalmente é um seguro e por isso

41

não entra em inventário e nem sofre a tributação sobre a herança (NASCIMENTO,

2006).

A cobertura por sobrevivência garante ao investidor o pagamento de

benefício, pela sobrevivência do participante ao período de diferimento contratado,

ou pela compra, mediante pagamento único, de renda imediata (MARTINS;

MARTINS, 2006). Por sua vez, o período de carência não serão aceitas solicitações

de resgate ou portabilidade.

Esse plano surgiu com o objetivo de atender os investidores que optam pela

declaração de Imposto de Renda modelo simples, pelos que são isentos do I.R,

sendo assim a dedução do imposto na hora do resgate será sobre o valor dos

rendimentos e não sobre o valor total acumulado.

Na seqüência apresenta-se um quadro comparativo das vantagens de um

plano em relação ao outro.

PGBL VGBL

É um plano de Previdência Complementar que permite a acumulação de recursos e a contratação de rendas para recebimento a partir de uma data escolhida pelo participante. O que é

Um plano com possibilidade de acumulação de recursos para o futuro, os quais podem ser resgatados na forma de renda mensal ou pagamento único a partir de uma data escolhida pelo participante.

Mais atraente para quem declara Imposto de Renda completo, podendo aproveitar do abatimento* da Renda Bruta anual na fase de contribuição.

Para quem é mais

indicado?

Para quem é isento, declara Imposto de Renda simplificado ou tem previdência complementar e/ou já abate* o limite máximo de 12% da Renda Bruta anual.

Abatimento* das contribuições no Imposto de Renda (até o limite de 12% da Renda Bruta anual) durante o período de acumulação. Sobre os valores de resgate e rendas haverá a incidência de tributação conforme alíquota da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física em vigor.

Tratamento fiscal

Durante o período de acumulação, os recursos aplicados estão isentos de tributação sobre os rendimentos. Somente no momento do recebimento de renda ou resgate haverá a incidência de Imposto de Renda, apenas sobre os rendimentos aferidos.

42

Participação em 100% da rentabilidade líquida obtida na gestão do Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento Especialmente Constituídos – FICs.

Possibilidade de resgates a partir de 60 dias da contribuição.

O cliente pode gerenciar seu plano, fazendo contribuições adicionais ou mudando a composição do fundo de investimento.

A rentabilidade do fundo pode ser acompanhada pelos jornais.

Em caso de falecimento do participante, o saldo acumulado no PGBL será devolvido aos beneficiários indicados .

Quatro opções de fundos de investimento, desde o mais conservador até o mais dinâmico.

Principais vantagens

Possibilidades de contribuições adicionais a qualquer momento.

Participação em 100% da rentabilidade líquida obtida na gestão do Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento Especialmente Constituídos – FICs.

Possibilidade de resgates a partir de 60 dias da primeira contribuição.

Em caso de falecimento do participante, o saldo acumulado no VGBL poderá ser resgatado pelos beneficiários.

Quatro opções de fundos de investimento, desde o mais conservador até o mais dinâmico.

Mensal (a partir de R$ 150,00) Única (a partir de R$ 5.000,00)

Tipos de contribuição

Mensal (a partir de R$ 50,00) Única (a partir de R$ 1.000,00)

Renda Vitalícia Renda Temporária Renda Vitalícia com prazo mínimo garantido Renda Vitalícia ao beneficiário indicado

Opções de Benefícios

Renda Vitalícia Renda Temporária Renda Vitalícia com prazo mínimo garantido Renda Vitalícia ao beneficiário indicado Renda Vitalícia Reversível ao Cônjuge com continuidade aos menores Renda Certa

Tabela 2: Comparativo dos Planos PGBL e VGBL Fonte: Bradesco (2011)

Uma das diferenças entre PGBL e o VGBL é a tributação (Bradesco, 2011). O

IR não é cobrado antecipadamente no VGBL, e será cobrado sobre o valor dos

rendimentos. No caso de uma pessoa que contribui por um determinado período

acumulando um fundo de R$ 60.000,00, tendo tido um rendimento de R$ 20.000,00,

no VGBL, o IR incide sobre os R$ 20.000,00 de rentabilidade e, no caso do PGBL

sobre todo o montante.

Assim, fica clara a forma como esse tipo de investimento pode ser realizado e

qual plano mais vantajoso de acordo com a renda, com a idade e com o período de

que o investidor dispõe para agregar valor à aposentadoria que será recebida da

previdência social. Para dar seqüência ao trabalho, próximo capítulo evidencia a

maneira como foi realizada a pesquisa, apresentando conceitos e técnicas para a

coleta de dados.

43

2.9 Administração Mercadológica

A administração mercadológica segundo Las Casas (2010), ou o marketing

propriamente dito é uma atividade de comercialização que teve no seu princípio a

conceito de troca. Na hora em que as pessoas e as empresas de uma localidade

começaram a se desenvolver o que gerou um aumento da demanda para produtos e

serviços, criaram especializações. Aqueles que se destacavam em certas atividades

ou produtos levavam a vantagem sobre os demais. Com o passar do tempo, o

processo de especialização de difundiu, facilitando o processo de troca. A

caracterização da troca se dá pela oferta de um produto ou serviço com o

recebimento de outro benefício, podendo ser outro produto ou benefício em moeda.

Continuando com a idéia de Las Casas (2010, p.3) sobre administração

mercadológica,

O termo marketing significa ação no mercado. Originário do inglês, a conotação mercadológica é bastante ampla. É usado não apenas para ajudar as empresas a vender mais. Mas também para coordenar qualquer processo de troca. As empresas podem aplicar marketing para corrigir mercados, aumentar o nível de conscientização dos consumidores a respeito de determinado produto, além de uma série de outras alternativas.

Rocha e Christensen (1999), dizem que o marketing é uma função gerencial,

que atende em ajustar a oferta da organização a necessidades específicas do

mercado, utilizando como ferramental um conjunto de conceitos e técnicas. Pode-se

encaixar como um processo social, cujo são reguladas a oferta e demanda de bens

ou serviços pra atender às necessidades básicas de uma sociedade. O marketing é

ainda uma orientação da ciência da administração, uma filosofia, uma visão. Esse

orientação mostra que a principal tarefa da organização é satisfazer o consumidor,

atendendo a suas necessidades, levando em consideração o seu bem-estar a longo

prazo, visando também a sobrevivência e a continuidade da organização.

44

2.9.1 Comportamento do Consumidor

Para oferecer qualquer produto ou serviço é necessário um profundo

conhecimento no que se vai ofertar, e principalmente para quem vai ser oferecido.

Por esse motivo que o marketing cria maneiras para conhecer seus clientes em

potencial. Las Casas (2010), indaga que o comportamento do consumidor é a

matéria interdisciplinar de marketing que lida com as mais diferentes ciências, como

economia, psicologia, antropologia e comunicação. A função é analisar as

influências e as características do comprador, com o intuito de fazer propostas

adequadas, aplicando a teoria do marketing.

O consumidor de planos de previdência tem perfil fora do perfil que mais

indicado para adesão ao plano. Geralmente quem adete ao plano são homens de

mais idade, com situação financeira já estabilizada. O plano é feito por empresas

que oferecem o plano de previdência complementar como benefício para os

funcionários. A livre adesão ainda não é eficaz, as empresas oferecem o plano e a

adesão é voluntáira.

45

3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Neste item são espoxtas informações referentes ao Banco Bradesco S/A,

estas informações foram retiradas do sitio da organização e material institucional

impresso.

Desde sua fundação em 1943, em Marília-SP, com um capital de Dez

Contos de Réis e seis agências nas cidades vizinhas, a história do Bradesco é

marcada pelo pioneirismo.

Sr. Amador Aguiar, ao fundar o Bradesco, ajudou a construir parte

importante da história do Brasil. Ao contrário do que muitos pensam, Amador Aguiar

começou de baixo. Em 1926, com 22 anos era contínuo em uma filial do banco

Noroeste. Dois anos depois em uma ascensão assustadora para a época, já

ocupava o cargo de gerente.

Em 1943, o projeto de crescimento de sua vida começou a ganhar corpo,

quando com alguns amigos, adquiriu a Casa Bancária Almeida de Marília (SP). O

primeiro passo foi alterar seu nome, que passou a ser Banco Brasileiro de

Descontos S.A, o Bradesco.

Seus primeiros passos foram captar pequenas poupanças, transformando-as

em pequenos empréstimos a modestos agricultores, industriais e comerciantes.

Essa filosofia procurava atender o maior número possível de clientes e, o que era

mais importante, incentivar o hábito de poupar.

O pequeno banco de Marília, ainda na década de 40, sentiu a necessidade

de modificações no sistema bancário de então, acabou projetando e realizando

serviços e métodos novos, especialmente dedicados a facilitar e melhorar o

atendimento ao público. Este foi o embrião do desdobramento de futuras prestações

de serviços de

interesse público. A carteira cresceu rapidamente, com outras modalidades de

assistência direta ao público, passando a fazer pagamentos e recebimentos de

conta, aluguéis, reservas de hotéis, colégios, hospitais, etc., suprindo também a falta

quase total de meios de comunicação e de locomoção.

O crescimento dos serviços veio como era esperado, justificar o acerto dessas

decisões. E as pessoas atendidas se tornaram desde logo clientes do Banco além

46

do que, essa prestação de serviços trouxe evidentes vantagens para o país e o

público.

Ao lado da expansão direta, o desenvolvimento do Bradesco deu-se também

em função de várias incorporações. A partir da década de 70, tal expansão foi

direcionada para as regiões desassistidas, com a implantação de agências pioneiras

em todo o território nacional, em localidades remotas, dando apoio à expansão de

novas fronteiras agropecuárias e levando o desenvolvimento sócio-econômico as

regiões onde estão instaladas.

A integração da rede de agências e a cobertura territorial, desde muitos anos

foram alcançadas, também, em função do pioneirismo do Banco, que foi a primeira

empresa privada no Brasil a utilizar computadores, já em 1962, bem como, a

primeira instalação bancária a se conglomerar, a partir de 1996, fixando a imagem

de uma instituição, fornecendo opções de atendimento, dentro de uma linha de

conduta e desenvolvimento unificado.

A organização Bradesco é uma das maiores instituições financeiras privadas

da América Latina é líder histórico do banco privado nacional. É um dos bancos mais

modernos do mundo, aponta tendências e antecipa serviços e produtos para seus

clientes. Investe milhões em tecnologia. Investimentos que renderam ao Banco

Bradesco a liderança tecnológica do setor financeiro privado no Brasil, com mais de

25 milhões de clientes.

E para atender todos esses clientes com rapidez e competência, o Bradesco

tem a mais ampla rede de agencias distribuída em todo país.

47

4 RESULTADOS DA PESQUISA

Esta pesquisa visou entender o nível de conhecimento dos acadêmicos do

Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da UNIVALI, Campus Itajaí/SC, em

relação a previdência complementar e seu perfil de vida atual por intermédio de

perguntas abertas e fechadas. Os questionários foram aplicados com alunos que

cursam a faculdade no período noturno entre os dias nove a quinze de setembro de

dois mil e onze. Os perfil dos pesqisados consta no item 1.5.

4.1 Perfil e lavantamentos da amostra pesquisada

De acordo com a pesquisa, a seguir no Gráfico 1 pode-se visualizar o

percentual de homens e mulheres que são alunos do CECIESA - Gestão em

Itajaí/SC, durante o período de coleta de dados.

Gráfico21: Gênero

Fonte: Dados da pesquisa

Analisando os dados do gráfico acima, pode-se perceber que no quesito

gênero as mulheres tem uma ligeira maioria em relação aos homens. Porem, esta

46,00%

47,00%

48,00%

49,00%

50,00%

51,00%

52,00%

Mulheres

Homens

48

diferença é de apenas 3,16%. Gerando um empate técnico, com o erro amostral

tolerado na coleta de dados.

O Gráfico 2 faz um comparativo entre o sexo e renda mensal dos

participantes da pesquisa.

Gráfico32: Gênero e Renda Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com os dados acima, temos novamente um empate técnico em

praticamente em todas as alternativas que foram abordadas no questionário. Apenas

no item renda de R$ 2.181,00 a R$ 3.270,00, onde a diferença do sexo masculino

para o feminino é de 10%, não temos este empate.

Desconsiderando o erro amostral da pesquisa, pode-se perceber que as

mulheres levam uma novamente uma vantagem em relação aos homens quando

verifica-se a renda média dos participantes. Por ser maioria na pesquisa de acordo

com o Gráfico 1, e por apresentar superioridade nas faixas de renda com maior

porcentagem indicações dos alunos. Dentre as mulheres 39% indicaram que

possuem renda até R$ 1090,00 contra 32% dos homens. Em outro ponto, 49% das

mulheres possuem renda de R$ 1090,00 a R$ 2.180,00, e entre os homens 47%

responderam que se enquadram nesta faixa de renda. Diferença esta, representada

com um intervalo de cinco alunos.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

55%

Não possui renda

Até R$ 1090,00

de R$ 1.091,00 a

R$ 2.180,00

de R$ 2.181,00 a

R$ 3.270,00

Acima de R$ 3.270,00

Homens

Mulheres

49

Por outro lado, acompanhando as principais pesquisas de

remuneração no mercado de trabalho, quanto tratamos de renda superior e em

cargos de maior nível hierárquico os homens mantêm ainda uma vantagem em

relação às mulheres. A diferença de 10% no quesito renda de R$ 2.181,00 a R$

3.270,00 é de oito alunos. E dois alunos, quando abordada a renda superior a R$

3.270,00.

Porém existem outras variáveis a serem analisadas quando o assunto é a

renda. Esta pesquisa buscou uma análise apenas da variável sexo, mas poderíamos

considerar outros fatores como idade, tempo de estudos e tempo de inserção no

mercado que teríamos diferentes respostas da variável escolhida para apresentação

deste gráfico.

O Gráfico 3 faz um comparativo entre a faixa etária dos alunos do CECIESA

- Gestão respondendo a seguinte questão: Você sabe o que é Previdência Privada?

Gráfico43: Faixa etária e previdência Fonte: Dados da pesquisa

Nota-se que ao analisar o Gráfico 03 que grande parte dos entrevistados

sabe o que é previdência privada. Independente da faixa etária as respostas eram

05

101520253035404550556065707580859095

18 a 20 anos 21 a 24 anos 25 a 28 anos 29 a 32 anos mais de 33 anos

Sim

Pouco, só ouvir falar superficialmente

Não

Não, mas gostaria de conhecer

TOTAL DE ALUNOS

50

divididas em sua maioria com o “Sim” e com o “Pouco, só ouvi falar

superficialmente”. Se somadas as duas respostas chegamos ao número de 176

alunos, sendo 92,76% do total de entrevistados. Esses dados mostram, que os

entrevistados estão cientes dos assuntos tratados nas atualidades, os acessos

favorecidos as mídias eletrônicas, a divulgação que as instituições realizam em seus

canais de atendimento, vem atingindo grandes massas do população.

Como foco principal da pesquisa, foi saber a opinião dos jovens e suas

perspectivas em relação a aposentadoria, é importante ressaltar o número de

jovens, numa ótica de análise da faixa etária dos 18 aos 24 anos que dizem saber o

que previdência privada. Idade esta onde estes jovens estão se inserindo no

mercado de trabalho, muitas vezes, quando conseguem seu primeiro emprego.

É importante explanar, que em nenhum momento a pesquisa questionou o

grau de conhecimento dos entrevistados quando perguntados sobre o que é

previdência privada. Constatou-se que os alunos que responderam que sabem o

que é previdência privada, porem não possuem este plano de aposentadoria.

No entanto, verificou-se que 75% dos 112 alunos que responderam “Sim”

quando perguntados se sabiam o que é previdência, não aderem ao plano. Assim,

foram cruzados os dados da renda dos entrevistados com a seguinte pergunta:

Quais as principais limitações para realizar uma poupança programada para guardar

dinheiro para utilizar após sua aposentadoria? Conforme Gráfico 4 a seguir:

51

Gráfico54: Principais limitações para adesão à previdência Fonte: Dados da pesquisa

Observa-se no gráfico que a maior empecilho para formação de uma

poupança entre os pesquisados é falta de recursos. A limitação financeira foi a

alternativa mais apontada dentre as possíveis alternativas, correspondendo a

59,47% do total dos entrevistados. Mas afinal, o que causa uma limitação financeira?

Muitas são os fatores que potencializam a falta de recurso. Para esta questão pode-

se dizer que talvez os entrevistados não dão a devida importância para uma

formação de poupança, não disponibilizam em seu orçamento os recursos

necessários para eventuais emergências financeiras. Outra variável observada é a

valor comprometido no orçamento para custeio dos estudos. Todos os questionários

foram aplicados no período noturno, onde a maioria dos alunos é quem paga a

mensalidade da universidade.

Ressalta-se o desconhecimento, tanto para como funciona a previdência

privava ou desconhecimento total de formação de poupança e um plano de

aposentadoria de forma voluntária Os alunos que apontaram uma destas

alternativas representam 22,43% do total de entrevistados. Um número muito

expressivo para o perfil dos acadêmicos do CECIESA – Gestão, tratando de um

assunto delicado, pois abordamos a preocupação com a aposentadoria.

05

101520253035404550556065707580859095

Não possui renda

Até R$ 1090,00

de R$ 1.091,00 a

R$ 2.180,00

de R$ 2.181,00 a

R$ 3.270,00

Acima de R$ 3.270,00

Desconhecimento

Limitação finaceira

Desconhecimento sobre a previdência privada

Não tem interesse

Outros

Não responderam a pergunta

TOTAL DE ALUNOS

52

A próxima comparação, apresentada no Gráfico 5, cruza os dados e divide os

participantes da pesquisa em sexo e qual o valor de gastos fixos que os mesmos

possuem mensalmente.

Gráfico65: Gênero e gastos mensais fixos Fonte: Dados da pesquisa

A pesquisa neste momento buscou questionar junto aos alunos entrevistados

o que eles possuem de gastos fixos, para que em seguida pode-se verificar a

disponibilidade de guardar algum recurso em popança. Nota-se uma diferença em

relação com o Gráfico 01 da pesquisa, onde as mulheres possuem uma renda

ligeiramente superior a dos homens. Porem ao verificar que as mulheres além de ter

uma renda superior aos homens tem menos gastos mensais. A pesquisa mostra que

39% das mulheres pesquisadas tem uma renda de até R$ 1.090,00, mas ao

perguntar sobre os gastos mensais 69% das mulheres responderam que possuem

gastos de até R$ 1.090,00. Isto significa que as mulheres que possuem rendas

superiores conseguem enquadrar seus gastos até este limite mínimo perguntado na

pesquisa. Para deixar mais contundente esta afirmação, volta-se a analisar o gráfico

01, onde 49% das mulheres informaram que sua renda se enquadra entre R$

1.090,00 e R$ 2.180,00. Apenas 23% das entrevistadas afirmaram que seus gastos

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

A té R $ 1 . 0 9 0 ,0 0 de R$ 1.091,00 a R$ 2.180,0

de R$ 2.181,00 a R$ 3.270,00

Acima de R$ 3.270,00

Homens

Mulheres

53

mensais ficam entre R$ 1.090,00 e R$ 2.180,00. Estes 26% de diferença entre as

duas perguntas enquadram suas gastos no limite mínimo.

Entre os homens, verifica-se que a pesquisa levou a mesma situação que foi

respondida pelas mulheres, porem de forma mais discreta. Ao perguntados sobre a

renda, 32% dos homens responderam que se enquadra em até R$ 1.090,00. E em

gastos mensais 47% responderam que era até o mesmo limite. Pulando um degrau

de alternativas na pesquisa e mantendo o que foi respondido pelas mulheres, 47%

dos homens tem uma renda de R$ 1.090,00 a R$ 2.180,00. E quanto aos gastos

mensais 38% responderam que se enquadram neste perfil.

A questão que deve ser levantada ao verificar estes dados é o que

corresponde a estes gastos mensais. E conscientizar as pessoas que a preocupação

com a aposentadoria, com a guarda de recurso em poupança para eventualidades

deve se enquadrar em gastos mensais. Não apenas quando sobrar algum recurso

em determinado mês. Deve-se criar uma cultura de poupar e de se preocupar com o

que ainda vai acontecer futuramente, mesmo que incerto.

Após verificar os gastos mensais, analisa-se a disponibilidade de poupança

mensal entre os entrevistados, novamente fazendo uma comparação entre os sexos.

Gráfico76: Gênero e disponibilidade para poupança Fonte: Dados da pesquisa

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

55%

Poupar até R$ 100

Poupar de 101,00 a R$

200,00

Poupar de R$ 201,00 a

R$ 500

Poupar de R$ 501,00 a R$ 1.000,00

Poupar mais de R$

1.000,00

Não opinaram

Homens

Mulheres

54

O Gráfico 06 mostra a proximidade das afirmações entre homens e

mulheres. Porém as informações do gráfico anterior quando as mulheres mostraram

que seus gastos mensais são inferiores em relação aos homens. As mulheres têm

uma disponibilidade menor que aos homens de poupar. O que inverte a situação

demonstrada até então. As mulheres têm uma renda superior, gastam menos, mas

são maioria no menor valor para disponibilidade de poupança. A afirmação das

mulheres corresponde a 49% que podem poupar até R$ 100,00 por mês.

Os homens acompanhando esta inversão de vantagem se mostram com

maior disponibilidade para poupar a partir que o valor de contribuição mensal

aumenta. Isso se deve de os homens ainda no quesito melhores salários, serem

maioria. Apesar de que muitos homens não terem respondido a questão, essa

diferença é facilmente perceptível.

Essa diferença se mantém no Gráfico 7, onde busca-se comparar os dados

referentes a disponibilidade de poupança apenas com os alunos que informaram

que a maior dificuldade para realizar uma poupança seja a limitação financeira.

Gráfico87: Gênero e limitações para poupar Fonte: Dados da pesquisa

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

55%

60%

65%

70%

Limitação Financeira Poupar até R$ 100 Poupar de 101,00 a R$ 200,00

Homens

Mulheres

Total

55

Continua-se no Gráfico 7 então, a analisar a disponibilidade de poupança

entre homens e mulheres, porem mantendo apenas para esta explicação, os alunos

que informaram que a limitação financeira é o principal motivo que os impede de

formar um poupança, pensando em sua aposentadoria. Assim o que foi verificado no

gráfico 6 se confirma agora. As mulheres são maioria em informar que a limitação

financeira é o que a impede de formar uma poupança, com 64% marcando esta

opção. Destes 64%, 49% informa que pode poupar mensalmente até R$ 100,00 e

27% afirmar que sua disponibilidade de poupança é entre R$ 101,00 e R$ 200,00.

Para os homens, 51% apontou a limitação financeira, sendo que deste

percentual, 33% pode poupar até R$ 100,00 e 23% informar que é possível poupar

de R$ 101,00 a R$ 200,00.

Com o cruzamento destes dados pode-se apontar alguns motivos pela

inversão do que tínhamos visto até agora. As mulheres ainda precisam de

orientações sobre a importância de poupar, e suas diferenças. Com os homens é

provável que muitos tenham incorporado a poupança a seus gastos mensais. Sendo

possível comprovar o porque de os homens tenham os gastos mensais superiores

ao das mulheres.

A questão foco principal da pesquisa, é apresentada no próximo Gráfico,

mostrando os alunos que já possuem qualquer tipo de previdência privada. Os

dados são divididos entre homens e mulheres.

56

Gráfico98: Gênero e previdência privada atualmente Fonte: Dados da pesquisa

Nesta análise verifica-se mais um empate técnico – considerando o erro

amostral - entre homens e mulheres. Porém este é um empate negativo, uma

maioria esmagadora que ainda não possui previdência privada. Essa era uma

resposta esperada diante de todos os dados apontados anteriormente.

Desconsiderando o erro amostral também nesta questão, mostramos que os

homens são uma pequena maioria em relação às mulheres na adesão de um plano

de previdência complementar. Essa informação serve para agregar as duas últimas

análises de que o homem poupa mais.

Uma impasse nesse caso, é diagnosticar quais os motivos para que os

homens sejam maioria. Pode-se falar que talvez o homem seja mais independente.

Que o homem tem a renda para si, e a mulher tenha um pensamento de renda

familiar. Complementando sua renda a de seu esposo. Ainda que a maioria das

entrevistadas não sejam casadas, porem acredito que esse pensamento exista sim.

Unificando os dados coletados fica muito simples afirmar que é muita

pequena a fatia de alunos que ainda não possuem um plano de previdência privada.

Sabendo dos problemas que existem junto a previdência social, com as possíveis

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Sim Não

Homens

Mulheres

57

reformas que estão por vir. Com a dificuldade que será manter um padrão de vida se

for contar apenas com a aposentadoria do INSS.

Na última questão da pesquisa os alunos tinham que responder a seguinte

questão: Como você pretende manter um padrão de vida, que você considera de

qualidade, após sua aposentadoria? Tenta-se agrupar as respostas, nas formas

mais mencionadas.

Gráfico109: Previdência privada e qualidade de vida Fonte: Dados da pesquisa

Como esperado em uma pergunta aberta, obtêm-se diversas respostas – 176

alunos respoderam a esta questão - , com uma proximidade muito grande. As

informações expostas pelos alunos, pode-se dizer que é um reflexo da situação

vivida hoje por nosso país. O crescimento econômico incentiva abertura de novos

negócios, aliado ao anseio de muitas pessoas em se tornar “patrão”, ser dona da

própria empresa. Essa questão foi apontada por 22% dos entrevistados. Outra

vertente que vem acompanhando com o mercado é o investimento em imóveis.

Principalmente em nossa região que vem sendo valorizada constantemente no ramo

0%

3%

6%

9%

12%

15%

18%

21%

24%

58

imobiliário, com o desenvolvimento de Itajaí, Balneário Camboriú, Navegantes e

entre outras. Novamente 22% afirmaram que pretendem investir em imóveis e viver

da renda gerada pelos aluguéis e valorização destes imóveis.

O terceiro ponto mais mencionado na questão com 17% dos entrevistados foi

o acúmulo de riqueza para manutenção do padrão de vida para a aposentadoria.

Mas estes alunos não informaram como vão fazer para acumular a riqueza. Muitos

falam em ter sempre dinheiro para viajar, para não passar por dificuldades. Porem

não disseram as medidas que iriam tomar para se tornar rico.

O trabalho em grandes empresas, multinacionais, foi o quarto ponto abordado

com 10% dos alunos. A vontade de ser um grande executivo, gestor, de buscar os

níveis estratégico de grandes organizações e o que mais é mencionado por estes

alunos. Muitos ainda confiantes com o desenvolvimento da nossa região informaram

que não pretendem sai do estado de Santa Catarina para cumprir este objetivo de

vida.

O investimento em renda variável somou 9% da expectativa dos alunos. A

formação de uma carteira de investimento em ações em longo prazo foi muito

abordado. Para isso muitos ali, não falam em viver só do mercado de ações, iriam

aliar isso a uma atividade profissional paralela e ao se aposentar, viveriam de

dividendos gerados por toda uma vida de investimentos.

A previdência privada surge em seguida com 8% entre os entrevistados.

Muitos afirmaram que pretendem investir apenas na previdência complementar.

Alguns abordam que pretendem investir em fundos de previdência com renda

variável e em renda fixa.

A resposta de buscar uma manutenção de vida no futuro por meio da

diversificação de investimentos foi citada por 3% dos alunos. Porém é a indicação

mais enfática dos principais especialistas em investimentos em longo prazo. A

resposta que deveria a maioria entre todos os alunos.

59

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou identificar junto aos alunos do Centro de Ciências Sociais

Aplicadas – Gestão da UNIVALI Campus Itajaí/SC, suas perspectivas e o

conhecimento sobre a previdência complementar e aposentadoria, tudo isso a partir

de um objetivo geral, foram lançados alguns objetivos específicos que nortearam o

trabalho. Os objetivos do trabalho foram alcançados, sendo que o acadêmico

buscou informações junto a empresa como buscou também referencial teórico.

Foram identificados três objetivos específicos que auxiliaram o acadêmico a

conduzir a pesquisa, o primeiro foi traçar um perfil para amostra. Considerando o

número de acadêmicos do CECIESA – Gestão, onde a maioria os alunos está

inserida no mercado de trabalho. Não houve dificuldades para traçar este perfil.

O segundo objetivo identificou o conhecimento que os alunos detinham sobre

a previdência complementar. O acadêmico perguntou sobre o assunto, com a

aplicação de questionários. O resultado da pesquisa mostrou que a maioria dos

alunos se diz saber o que previdência complementar, mas não foi questionada o

nível de conhecimento que os mesmos tem sobre o produto. Já que apenas 18%

dos alunos aderem ao plano.

O terceiro objetivo buscou apontar se os alunos do Centro de Ciências

Sociais Aplicadas – Gestão da UNIVALI Campus Itajaí/SC pensam em manter um

padrão de vida com qualidade na aposentadoria. A resposta é quase unanime. De

diferentes formas os alunos apontaram como pretendem manter um padrão de vida

na velhice. Salientando que a iniciativa de estar na universidade é o primeiro passo

para que se consiga cumprir a maneira que o aluno escolheu como correta para

seguir seu objetivo.

Considerando que os objetivos específicos foram alcançados, chega-se

também a conclusão do objetivo geral do trabalho. Buscando uma conscientização

dos alunos em gerar uma preocupação já com a aposentadoria. Uma inversão de

valores que são vividos hoje. Uma buscar de qualidade de vida na velhice, para que

possa suprir suas necessidades básicas com conforto. Que tudo isso começa a

partir de um planejamento pessoal.

60

A metodologia utilizada facilitou o acadêmico a alcançar os resultados

propostos, pois delinearam todo o processo de pesquisa sendo adequado para a

mesma.

A dificuldade encontrada neste trabalho foi na aplicação dos questionários

feito pelo acadêmico que observou que alguns alunos tinham resistência de

responder, por motivos de querer expor suas idéias nem informações de pessoais

que foram abordadas na pesquisa.

Para o Banco Bradesco o trabalho também é válido, pois será possível

identificar o perfil de uma importante cidade para o estado de Santa Catarina (Itajaí),

assim como a ajudará a ofertar de uma forma diferente o produto da previdência

privada, para o público jovem, que trará fidelização para estes potenciais clientes.

Para a instituição trabalho foi proveitoso e poderá ser útil para produzir

conhecimento como fonte de pesquisa para futuros acadêmicos.

O trabalho enriqueceu o conhecimento do acadêmico, pois proporcionou

aplicação da teoria vista nas disciplinas em sala de aula com a prática, um

entrosamento entre o acadêmico, orientadores, gestores da organização, alunos da

universidade que proporcionaram as informações necessárias para o bom

andamento do projeto fazendo que com isso o acadêmico formasse um conceito

sobre o assunto pesquisado. Como sugestões para trabalhos futuros, o acadêmico

indica: formação de poupança, gestão de investimentos e venda para o futuro.

61

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Este questionário é parte de meu Trabalho de Conclusão de Curso e foi elaborado com o objetivo de levantar a percepção e conhecimento dos alunos do CECIESA-Gestão sobre a previdência privada. Não é necessário que você se identifique. Desde já agradeço pela colaboração.

Diogo Gonçalves Garcia Aluno do Curso de administração

1.Você cursa disciplinas em que período (s)? ( ) 1º. ( ) 5º. ( ) 2º. ( ) 6º. ( ) 3º. ( ) 7º. ( ) 4º. ( ) 8º.

2.Sexo e idade: ( ) Feminino, _____anos ( ) Masculino, ______anos 3.Sua(s) principal(is) ocupação(ões): ( ) Estudante ( ) Trabalho em período integral ( ) Trabalho em período parcial ( ) Estagiário ( ) Trabalho Voluntário ( ) Proprietário (Empresário) 4.Sua renda atual: ( ) Não tenho renda própria atualmente ( ) Até R$ 1.090,00 ( ) de R$ 1.091,00 a R$ 2.180,0 ( ) de R$ 2.181,00 a R$ 3.270,00 ( ) Acima de R$ 3.270,00

5.Você já tem algum Plano de Previdência Privada? ( ) Sim ( ) Não 6.Você sabe o que é Previdência Privada? ( ) Sim ( ) Pouco, só ouvi falar superficialmente ( ) Não ( ) Não, mas gostaria de conhecer 7.Quais as principais limitações para você realizar uma poupança programa para guardar dinheiro para utilizar após sua aposentadoria? ( ) Desconhecimento ( ) Limitação financeira ( ) Desconhecimento sobre o funcionamento da previdência privada ( ) Não tenho interesse ( ) Outras _______________________________________________________________________

66

8.Dado o fato de que é necessário poupar para usufruir no futuro quando de sua aposentadoria, pergunta-se abaixo quanto em média são os seus gastos mensais, e qual o montante você poderia poupar atualmente para guardar para usufruir na sua aposentadoria?

9. Como você pretende manter um padrão de vida, que você considera de qualidade, após a sua aposentadoria?

_______________________________________________________________________________________

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_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

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_______________________________________________________________________________________

Seus gastos médios mensais: ( ) Até R$ 1.090,00 ( ) de R$ 1.091,00 a R$ 2.180,0 ( ) de R$ 2.181,00 a R$ 3.270,00 ( ) Acima de R$ 3.270,00

Disponiblidade para poupança: ( ) Até R$ 100,00 ( ) de R$ 101,00 a R$ 200,00 ( ) de R$ 201,00 a R$ 500,00 ( ) de R$ 501,00 a R$ 1.000,00 ( ) Acima de R$ 1.000,00

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DECLARAÇÃO DO TRABALHO NA ORGANIZAÇÃO

ITAJAÍ, 03 de NOVEMBRO de 2011.

A empresa Banco Bradesco S/A declara, para os devidos fins, que o(a)

estagiário(a) Diogo Gonçalves Garicia, aluno(a) do Curso de Administração do

Centro de Educação de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade do Vale do

Itajaí - UNIVALI, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período de

01/07/2010 a 01/11/2011, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de

Estágio e respeitou nossas normas internas.

__________________________________

(nome do responsável pela empresa)

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nome do estagiário Diogo Gonçalves Garcia

Orientador de conteúdo Prof. Ivanir Schroeder

Supervisor de campo Alceu Ferreira Sobrinho

Responsável pelo Estágio Prof. Eduardo Krieger da Silva