fim de semana artesp - edição 38
DESCRIPTION
Reportagens sobre o setor de concessão, transportes, infraestrutura e rodovias. Seleção de 18 de dezembro de 2015.TRANSCRIPT
EDIÇÃO 38 – 18 DE DEZEMBRO DE 2015
ASSESSORIA DE IMPRENSA
RAMAL 2105
15.12.2015
Comissão na Câmara susta uso facultativo do extintor
veicular
Em apoio aos fabricantes de extintores
de incêndio que fizeram uma grande
mobilização para reverter os prejuízos
da Resolução 556/15 do Conselho
Nacional de Trânsito (Contran), que
torna facultativo o uso do equipamento
em automóveis de passeio, deputados
da Comissão de Viação e Transportes da
Câmara dos Deputados aprovaram a
suspensão da norma.
O Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 234/15, do parlamentar Gonzaga
Patriota (PSB-PE) foi aprovado pelo relator da mesa, deputado Hugo Leal (Pros-RJ).
Segundo o relator, está correta a análise de que o Contran agiu unilateralmente ao
suspender a obrigatoriedade, o que causou “transtornos aos proprietários de
veículos de passeios, fabricantes e comerciantes de extintores de incêndio”.
Ainda de acordo com Leal, o uso do equipamento é indispensável em todos os
veículos. “Não nos parece razoável a súbita mudança no entendimento do
Contran havido por décadas quanto à importância e à obrigatoriedade desse
equipamento de segurança. Sequer foram apresentadas as justificativas para a
medida imposta, causando perplexidade e desconfiança sobre o órgão
consultivo”, afirmou o relator.
Estoques
O relator reforçou ainda que fabricantes aumentaram a produção e comerciantes
aumentaram os estoques por conta da obrigatoriedade, que passaria a vigorar ano
que vem, do uso do extintor com carga tipo ABC.
“O segmento envolve cerca de 400 empresas e gera emprego direto para
aproximadamente 40 mil pessoas. O que fazer com os estoques residuais? Como
recuperar o capital investido?”, questionou Hugo Leal. Além disso, continuou, os
proprietários de veículos também investiram dinheiro na compra de extintores.
Hugo Leal citou o acordo feito em 1992 entre Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai,
Peru e Uruguai, que previa a obrigatoriedade do extintor de incêndio, entre outras
medidas que formataram a regulamentação básica unificada de trânsito.
“Enquanto o Brasil for signatário do referido acordo, não há como o extintor de
incêndio deixar de ser item obrigatório de todos os veículos automotores e passar
a ser facultativo nos veículos de passeio”, observou.
A proposta ainda deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania, inclusive quanto ao mérito, antes de ser votado pelo Plenário.
18.12.2015
Aeroporto JK terá R$ 1 bi para expansão
Em plena crise econômica, que já afetou o mercado da aviação civil, a Inframérica
anuncia hoje um investimento bilionário na expansão do aeroporto de Brasília - o
segundo mais movimentado do país. O plano é desembolsar R$ 1 bilhão, a partir
do segundo trimestre de 2016, para mudar radicalmente a cara do terminal antes
da entrada dos passageiros na área restrita de embarque. As obras devem durar
aproximadamente dois anos e não fazem parte da lista de obrigações do contrato
de concessão.
O novo Terminal JK, como foi batizado o projeto, terá 303 mil metros de área
construída - cerca de quatro vezes o espaço atual. Serão 280 lojas, 30
lanchonetes, oito restaurantes de alto padrão, dois edifícios de escritórios, salas
de cinema e academia. Dois hotéis - Wyndham Grand Collection e Tryp by
Wyndham - já têm contratos assinados com a Inframérica para instalar-se no
futuro terminal. Haverá ainda um edifício-garagem que acrescenta quatro mil
vagas ao estacionamento.
"É uma mensagem clara, da nossa parte, de que acreditamos no Brasil e queremos
continuar crescendo", afirmou Martín Eurnekián, executivo responsável pelas
operações globais de aeroportos do grupo argentino Corporación América, que
fatura US$ 2 bilhões por ano e detém o controle da Inframérica. "Fizemos uma
aposta de longo prazo e que está dando retorno", disse ao Valor.
Mesmo diante de quatro meses seguidos de recuo na demanda da aviação
doméstica, o aeroporto de Brasília deve ter um crescimento de 7% em 2015,
alcançando movimentação de 19,5 milhões de passageiros e transformando-se no
maior "hub" para voos dentro do país. A operação privada do terminal completa
três anos neste mês. O contrato de concessão expira só em 2037.
Várias opções de financiamento estão sendo consideradas: recursos do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de bancos comerciais
ou debêntures incentivadas que já receberam autorização do governo para
lançamento com isenção de Imposto de Renda.
Questionado se a instabilidade econômica e o agravamento da crise política são
empecilhos aos planos da Inframérica, Eurnekián lembra a origem do grupo e
responde com segurança: "Não temos medo do risco, nós viemos da Argentina. Se
estamos bem, mesmo na crise, o céu será nosso limite quando o país retomar a
trajetória de crescimento".
De acordo com Eurnekián, o objetivo do grupo é reformar a parte "pública" do
aeroporto, já que as áreas operacionais foram ampliadas e modernizadas como
parte das exigências do contrato de concessão. O plano envolve, no entanto, um
novo terminal destinado exclusivamente a voos internacionais com seis pontes de
embarque e capacidade para atender 1,5 milhão de passageiros ao ano.
Desde 2012, quando a Inframérica assumiu o aeroporto, mais do que dobrou a
movimentação de passageiros indo ou vindo do exterior. Havia operações apenas
para Lisboa, Miami e Cidade do Panamá. Hoje a capital do país tem voos diretos
para Paris, Buenos Aires, Orlando e Punta Cana. Em 2016, deve inaugurar rotas
para Santiago e Caracas.
Além do Terminal JK, a Inframérica apresentará seus planos para erguer uma
"cidade aeroportuária" em Brasília, que seria a primeira da América Latina. O
projeto é dividido em duas partes: o Office Park e o Sun Park City Center. Trata-se
de um complexo com hotéis - Ibis, Ibis Budget e Hard Rock Hotel já confirmaram
interesse -, edifícios corporativos, centro de convenções, outlet, hospital e até
parque aquático. "Um espaço de trabalho e entretenimento único na cidade",
como define José Luis Menghini, presidente da Inframérica.
A previsão é iniciar as obras em 2016 e avançar, em etapas, até 2022. Para
viabilizar boa parte desse plano, no entanto, a Inframérica precisa buscar um
ajuste do contrato de concessão na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O
grupo pretende obter autorização da agência para firmar contratos de exploração
imobiliária cuja vigência possa exceder o fim da concessão. Isso pode ser
necessário para permitir a rentabilidade de investidores dispostos a explorar
esses ativos. Eurnekián deixa claro, no entanto, que a renda obtida com o aluguel
das áreas e edifícios construídos no terreno aeroportuário passa automaticamente
à União após 2037.
Os últimos contratos de concessão - Galeão (RJ) e Confins (MG) - já têm cláusulas
que segregam a exploração imobiliária do entorno. Nos primeiros aeroportos
leiloados, contudo, ainda é preciso fazer essas alterações.
A Corporación América, que comprou neste ano a participação acionária da
empreiteira brasileira Engevix na Inframérica, é o maior operador aeroportuário
privado do mundo. No Brasil, controla também a Unitec, fabricante de
semicondutores em Minas Gerais.
17.12.2015
Exército americano vai transferir expertise para setor de
transporte hidroviário brasileiro
Em solenidade realizada nesta quinta-feira (17), o DNIT firmou contrato com o
Corpo de Engenheiros do Exército Americano – USACE – para a prestação de
serviços técnicos na elaboração de estudos de engenharia fluvial e de navegação,
mediante a transferência de conhecimento por meio de capacitação e
treinamento, com resultados de curto e longo prazos para o setor aquaviário
brasileiro. O contrato tem duração de cinco anos.
O general David Turner, do USACE, observou que as hidrovias têm papel
fundamental para levar alimentos às populações e que é animador constatar a
preocupação do DNIT com o desenvolvimento deste setor. Acrescentou ainda que
o contrato possibilitará a troca de experiência e conhecimento entre os 36 mil
integrantes do USACE e a equipe do DNIT.
16.12.2015
Alteração do Código de Trânsito
14.12.2015 Governo do Paraná inicia processo para construção de
estradas no litoral
O Governo do Paraná abriu um procedimento para atrair empresas que tenham
interesse em elaborar estudos de viabilidade para a construção do Complexo
Viário do Litoral – conjunto de cinco rodovias.
O governo não paga as empresas por essa análise, e as novas estradas serão
pedagiadas.
A obra suge como uma alternativa de ligação entre São Paulo e o Sul do país e
também cria acessos ao litoral paranaense.
O Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) é um mecanismo no qual as
empresas arcam com os custos de estudo de viabilidade técnica, apresentam um
modelo de contrato para o projeto, que deve ser uma Parceria Público Privada
(PPP), e também as garantias e contrapartida que o governo deverá oferecer.
Este estudo também deve levar em conta aspectos ambientais da obra. A região é
considerada sensível ecologicamente por abrigar a Serra do Mar, áreas de
preservação e parques como o Parque Nacional de Guaraqueçaba.
Entenda o projeto
O objeto desta nova malha é criar uma alternativa viária entre São Paulo e o Sul
do país, retirando dos centros urbanos os veículos de carga. As rodovias também
vão interligar os portos do estado.
A principal estrada do Complexo Viário do Litoral será a PRC-101. Pelo projeto, ela
vai ligar a BR-116 até Antonina, no litoral do Paraná. A PRC-101 segue de Antonina
até a BR-277 e da BR-277 até a BR-376, na região de Garuva.
Também devem ser construídos acessos ao litoral paranaense. Da PRC-101 até a
PR-508 – no acesso a Matinhos, e da PRC-101 até a PR- 412, entre Guaratuba e
Garuva.
A ainda deve ser analisada a construção da ponte entre Matinhos e Guaratuba,
exclusiva para veículos de até 26 toneladas, que são caminhões que abastecem
mercados e ônibus turismo, por exemplo.
Os valores da obra e do pedágio ainda não são conhecidos. A cifra dependerá do
projeto. Existe uma estimativa preliminar e interna da Secretaria de Infraestrutura
de R$1,5 bilhão a R$ 2 bilhões.
As empresas interessadas têm até 3 de fevereiro para solicitarem ao Conselho
Gestor de Concessões a autorização para realização do PMI.
Todo este processo de análise deve ser concluído entre o fim de 2016 e início de
2017. Após a escolha do melhor projeto, o governo estadual inicia o provesso de
licitação para definir a empresa que irá executar a obra.
18.12.2015
Deputados de São Paulo aprovam lei que proíbe garupa em
motos
SÃO PAULO - A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou na terça-
feira projeto que já havia sido vetado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB),
em 2011, e que proíbe tráfego de motociclistas com garupas. A medida, que tem
como justificativa evitar a ocorrência de roubos, agora volta para aprovação do
governador. Alckmin vai decidir também se o número da placa da moto precisará
estar impresso em cores fluorescentes nos capacetes dos motociclistas.
A proibição só será válida, se aprovada, em São Paulo, Guarulhos e Campinas, as
três cidades com mais de 1 milhão de habitantes do Estado. Também vai valer
apenas das 10 horas às 16h30 e das 23h às 5h. "Esse horário é para não prejudicar
quem vai para o trabalho com moto”, diz o deputado estadual Jooji Hato (PMDB),
autor da medida.
Segundo Hato, a ideia é coibir a "saidinha de banco”, tipo de assalto em que a
vítima é abordada após sair de uma agência bancária e que, na visão do deputado,
é praticado por criminosos que andam de moto. "Já conversei com o governador
e, desta vez, ele vai entender que a medida traz segurança”, argumenta.
O texto foi colocado em votação e aprovado por maioria simples. As bancadas do
PT e do PSOL declararam posicionamento contrário. "Este projeto prejudica o
direito de ir e vir das pessoas”, declarou, nos microfones, Geraldo Cruz (PT). "O
objetivo de melhorar a segurança não será atingindo proibindo as pessoas de usar
seus próprios veículos da maneira como gostariam”, disse o também petista João
Paulo Rillo.
O projeto prevê multa de R$ 130 para motoqueiros que descumprirem a regra.
Mas os detalhes da fiscalização só serão conhecidos em uma eventual sanção do
projeto, com a regulamentação da lei.
A medida foi duramente criticada por representantes dos motociclistas
profissionais. "Não vai resolver a questão da violência. Só vai prejudicar pessoas
que também são vítimas de ações de criminosos e agora terão seus
deslocamentos prejudicados”, disse Gilberto Almeida dos Santos, presidente do
Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo (SindimotoSP).
A Secretaria da Segurança Pública foi questionada sobre a eventual eficácia da lei,
mas não se posicionou.
Veto. Em fevereiro de 2012, o governador Alckmin vetou o projeto não por
discordar da medida, mas por avaliar que o Estado não tem como legislar nessa
área.
Na carta que enviou à Assembleia com a justificativa do veto, o governador
explicou aos deputados que a matéria da lei dizia respeito à legislação de trânsito
- assunto que é de competência da União, não do Estado. O Código de Trânsito
Brasileiro (CTB) e o Conselho Nacional de Trânsito não só permitem que
motociclistas andem com garupas como estabelece regras para o transporte dos
passageiros.
I7.12.2015
Infraestrutura da maioria das rodovias brasileiras eleva risco de
acidentes
No Brasil, 86% das
rodovias são de pista
simples e mão dupla. E,
em trechos de subida,
83% não têm faixa
adicional, o que é
importante para permitir
ultrapassagens seguras
nesses pontos. Os dados
são da Pesquisa CNT de
Rodovias 2015, que
analisou mais de 100 mil
quilômetros de vias federais e estaduais, públicas e concedidas.
Essas condições elevam o risco de acidentes graves. “A maior parte das colisões
frontais, que são os acidentes mais graves, com maior quantidade de mortos,
ocorre em pista simples. São ultrapassagens em locais proibidos, ou até em locais
onde ela é permitida, mas o motorista não visualiza o outro veículo vindo em
direção contrária”, diz o chefe do Núcleo de Estatística da PRF (Polícia Rodoviária
Federal), Marcus Vinícius Moreira. Em 2014, nove em cada dez colisões frontais
nas BRs foram em trechos de pista simples. Esse tipo de acidente representou 4%
das ocorrências nas rodovias federais, mas provocou 33% das mortes.
Além da insegurança, esse cenário causa outros transtornos. “Para o transporte, a
pista simples gera perda de produtividade, o transporte fica mais lento e aumenta
o custo operacional”, explica Vander Costa, diretor da CNT.
Conforme a Pesquisa CNT, nas rodovias administradas pelo poder público, 94%
têm pista simples. Nas pedagiadas, o índice cai para 54%. onforme a Pesquisa
CNT, nas rodovias administradas pelo poder público, 94% têm pista simples. Nas
pedagiadas, o índice cai para 54%.
Outro dado que preocupa é que 40% das rodovias não têm acostamento, o que
aumenta o risco aos motoristas e passageiros já que, diante de imprevistos, os
condutores não têm área de fuga.
Para acessar a íntegra da Pesquisa CNT de Rodovias 2015,
acesse: http://pesquisarodovias.cnt.org.br/
18.12.2015
PPPs ganham mais importância em período de crise
Marcus Lopes / De São Paulo
As concessões de serviços públicos e as parcerias público-privadas (PPPs) podem
ser uma alternativa interessante para Estados e municípios contornarem os
efeitos da crise econômica e conseguirem viabilizar projetos de mobilidade
urbana. Em alguns Estados, como o Piauí, o governo estadual criou órgãos
específicos para desenvolver e gerenciar as parcerias com a iniciativa privada.
"A participação da iniciativa privada é uma das alternativas mais viáveis de
investimento, ainda mais neste momento delicado da economia", explica a
superintendente de parcerias e concessões do estado do Piauí, Viviane Moura
Bezerra.
A Superintendência de Parceria e Concessões, que é ligada à Secretaria de
Governo, tem a missão de planejar, executar e gerenciar um pacote de R$ 4
bilhões de investimentos, em regime de PPPS, previstos para os próximos três
anos. Parte desses recursos será destinada a obras de mobilidade e logística,
como a construção do novo aeroporto de Teresina.
O primeiro passo para o programa foi concluído em setembro deste ano, com a
concessão das rodoviárias de três municípios do Estado, incluindo a capital. A
empresa vencedora irá reformar e operar os três terminais (localizados em Picos,
Floriano e Teresina), num total de R$ 9 milhões em investimentos. O prazo de
concessão é de até 30 anos. Segundo Viviane, outra vantagem da concessão é o
dinheiro economizado pelos cofres públicos.
"Apenas a rodoviária de Teresina tem uma despesa de R$ 2 milhões por ano",
explica.
Para os especialistas, exemplos como o do Piauí devem ser cada vez mais
comuns. "As PPPs são importantes para expansão da infraestrutura", atesta o
professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Alexandre Akio Motonaga. Segundo
ele, uma PPP bem-sucedida deve oferecer garantias ao investidor. "Geralmente são
contratos longos e com valores elevados. É preciso gerar segurança ao
investidor", diz Motonaga.
Outro ponto importante refere-se ao retorno do capital aplicado pelo investidor.
"Muitas PPPs federais não deslancharam porque a taxa de retorno era menor do
que outros investimentos no mercado", explica o professor da FGV.
Em um momento de retração econômica, as empresas também têm receio de
investir seu capital, principalmente em grandes projetos, como o de
infraestrutura urbana. "Eventualmente pode-se buscar empresas no exterior, já
que, com a alta do dólar, ficou mais barato investir no Brasil", afirma Motonaga.
Para Bruno Pereira, da consultoria Radar PPP, a grande vantagem das parcerias é
simplificar os mecanismos de execução dos projetos para o poder público. "Em
vez de ter de controlar vários fornecedores nas mais diferentes etapas do projeto
e da obra, o governo passa a ter apenas um fornecedor, que fica responsável por
todo o processo", diz Pereira, destacando as vantagens de captar capital privado
em época de aperto fiscal: "Em cenário de bonança as parcerias já são boas. Mas
em cenário de crise, são praticamente a única alternativa para o governo
conseguir viabilizar projetos", afirma.
Segundo ele, um dos grandes desafios para o poder público é conduzir a etapa de
elaboração e desenvolvimento dos programas de parcerias, que devem
estabelecer regras que tragam benefícios a todas as partes envolvidas,
principalmente a população. "O processo desde a elaboração do projeto até a
assinatura do contrato pode levar cerca de 20 meses. O grande desafio do poder
público é que esse ciclo seja racional e coerente", diz Pereira.
O especialista em transportes Eduardo Vasconcellos, consultor da Associação
Nacional de Transportes Públicos (ANTP), afirma que as PPPs são interessantes,
mas que também é necessário, principalmente em um período de retração, refletir
sobre o montante de recursos que deixam de ser arrecadados com incentivos ao
transporte individual e que poderiam ser aplicados em projetos de mobilidade.
"Não é verdade que não há recursos para a mobilidade. Basta ver o quanto se
gastou em subsídios para as pessoas comprarem carro nos últimos anos", diz,
referindo-se às desonerações do IPI dos automóveis promovidas pelo governo
federal.
18.12.2015
Portaria fixa diretrizes para ANTT prorrogar contratos de
concessão
O Ministério dos Transportes editou Portaria, publicada no Diário Oficial da União
de hoje que estabelece as diretrizes a serem seguidas pela Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT) para a prorrogação dos contratos de concessão de
ferrovias em decorrência de novos investimentos em concessões existentes no
âmbito do Programa de Investimento em Logística 2015.
Segundo o texto, a ANTT deverá considerar as seguintes diretrizes parra a
prorrogação dos contratos: necessidade de realização imediata de novos
investimentos na malha ferroviária concedida; ratificação, adaptação e adequação
dos contratos de concessão às boas práticas de regulação, nos termos da
legislação vigente; e ampliação do compartilhamento de infraestrutura ferroviária
e de recursos operacionais entre as concessionárias, autorizatárias e
transportadores de carga própria de forma a fomentar a concorrência e a
eficiência setorial.
A Portaria diz ainda que a ANTT poderá prorrogar os contratos de concessão em
vigor desde que estes possuam previsão expressa de prorrogação.
15.12.2015
Transportar cargas fica o dobro mais caro em rodovias ruins
Os custos com o transporte rodoviário de
cargas chegam a dobrar em vias onde o
pavimento é considerado péssimo. Nas
estimativas de pesquisa da Confederação
Nacional de Transportes (CNT) o aumento
nos gastos é de 65,6% em rodovias ruins e
de 41%, nas regulares. Já quando o
pavimento é classificado como ótimo não há aumento no custo operacional, que
abrange o consumo de combustível, tempo de viagem e manutenção dos veículos.
Em média, o impacto é de 25,8% no custo operacional. Nas rodovias sob
jurisdição da União e dos estados os gastos representam 29,3% aos
transportadores, e, nas concedidas, 11,3%. O incremento maior de custos é nas
rodovias da região Norte, de 36,7%, onde muitos trechos apresentam problemas
graves no pavimento.
O custo alto do transporte, especialmente o rodoviário, impacta o preço final dos
produtos oferecidos no mercado nacional. Consequentemente, a alta de preços no
país também é influenciada pelas péssimas condições de rodovias.
Investimentos
Faltam recursos para melhorias na infraestrutura de transportes. O montante já
liberado não é aplicado no tempo necessário por conta da burocracia e falhas no
gerenciamento do poder público. Nos nove primeiros meses deste ano, o governo
federal liberou R$ 4,47 bilhões, nem a metade dos R$ 10,34 bilhões autorizados
para adequações, manutenção e construção de rodovias.
Em 2015, esse percentual deve ter um valor ainda menor por causa dos cortes
provocados pelo ajuste fiscal do governo federal para organizar as contas. As
possíveis consequências dessa contração dos recursos para o transporte são a
paralisação de obras essenciais ao progresso do país e à retomada do crescimento
das atividades produtivas, a deterioração adicional das condições da
infraestrutura instalada do setor por falta de manutenção e o aumento do custo
operacional dos transportadores.
O Plano CNT de Transporte e Logística, publicado no ano passado, estima que são
necessários cerca de R$ 300 bilhões para a execução de 618 projetos para
solucionar problemas em rodovias. Em todos os modais, o plano indica 2 mil
intervenções que alcançam a marca de R$ 1 trilhão.
16.12.2015
Câmara de Guarujá aprova concessão de aeroporto à iniciativa
privada
Mesmo deixando alguns
projetos importantes para
votação somente em 2016, a
Câmara de Guarujá, no litoral
de São Paulo, aprovou
durante a sessão da última
terça-feira (15) a concessão
do aeroporto civil da cidade à
iniciativa privada. A liberação
da Secretaria de Aviação Civil
(SAC) para voos comerciais
aconteceu em junho deste
ano.
O projeto, aprovado por
unanimidade pelos vereadores locais, é também uma antiga reivindicação do poder
público para melhorar o desenvolvimento e arrecadação no município. O aeroporto
civil de Guarujá pertence à base aérea de Santos.
O presidente Câmara Municipal, Ronald Nicolaci Fincatt, acredita que a medida só
trará benefícios. "Eu acho que é um passo para a cidade crescer e vai crescer muito,
porque com voo descendo aqui e quando abrirem a 'ligação seca', essas pessoas de
classe média e alta, inclusive de Santos, passam a viver na nossa cidade, trazendo
recursos e gerando empregos", argumenta.
Outorga saiu em 2013
Em dezembro de 2013, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o
então ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, assinaram a outorga do
aeroporto de Guarujá.
Na época, a própria prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB) acreditava que todo
processo de relatório ambiental e outras questões burocráticas estivessem prontas
no prazo de dois anos. Os estudos para implantação foram entregues à SAC em
março deste ano. O aeroporto será construído em uma área de 274.866,92 m2, de um
total de aproximadamente 2 milhões e 800 mil m2 da base militar.
18.12.2015
Economistas defendem pedágio e estacionamento mais
caro
Marcus Lopes / Para o Valor, de São Paulo
A crise econômica obriga os governantes a cortar investimentos em várias áreas
da administração pública, entre elas as obras de infraestrutura urbana. Em
tempos de ajuste fiscal, a adoção de alternativas não dispendiosas pode trazer
benefícios para a mobilidade nas cidades e, de quebra, captar recursos para
aumentar os investimentos em transporte público. Entre as medidas estão a
adoção do pedágio urbano, aumento do preço dos estacionamentos e dos tributos
sobre o transporte individual, como o IPVA.
"São medidas que já são adotadas em outros países e muito oportunas para um
período de emergência fiscal como o que estamos passando agora", diz o
economista Cláudio Frischtak, um dos organizadores do livro "Mobilidade Urbana:
Desafios e Perspectivas para as Cidades Brasileiras". Elaborado pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), o livro reúne
textos de 22 especialistas, entre engenheiros, economistas e urbanistas, sobre os
principais aspectos referentes ao tema. Dividido em duas partes, na primeira há
uma discussão mais teórica sobre os aspectos da mobilidade. Em seguida são
analisados casos específicos de algumas metrópoles brasileiras, como Rio de
Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Salvador.
Frischtak destaca o equívoco cometido pelo país ao adotar nas últimas décadas
um modelo de mobilidade urbana centrado no deslocamento individual por
automóvel. "Estamos viciados no automóvel. E temos de pagar por ele", explica,
ao defender a adoção do pedágio urbano.
Outra medida importante, afirma o autor, é reservar para o poder público uma
parcela de recursos obtidos com a valorização imobiliária ao longo dos eixos de
transporte, como o metrô. O modelo, segundo ele, foi adotado com sucesso em
Londres e o dinheiro foi utilizado para a expansão do sistema de transporte
londrino. "É justo que o poder público, que investiu no sistema que melhorou a
mobilidade na região e valorizou os imóveis da área, receba de volta uma parte
dessa valorização para investir no transporte", diz o economista.
No texto, os autores defendem o uso das parcerias público-privadas (PPPs) para
viabilizar obras e programas preservando o orçamento público. A pesquisadora
da FGV Luísa de Azevedo, que participou do livro, lembra que uma pesquisa da
revista "The Economist" aponta o Brasil como segundo melhor lugar da América
Latina para o estabelecimento de PPPs, atrás apenas do Chile. "Quando
implementadas de forma adequada, com um compartilhamento apropriado de
riscos, as PPPs são uma alternativa interessante porque envolvem recursos
privados e promovem a eficiências dos investimentos."
Armando Castelar Pinheiro, que dividiu com Frischtak a organização da obra,
critica os incentivos dados pelo governo federal ao setor automobilístico, como
desonerações, crédito barato e preço artificialmente baixo dos combustíveis, o
que, segundo ele, aumentou a taxa de motorização e congestionou ainda mais as
cidades.
O aumento no tempo dos deslocamentos de casa para o trabalho acaba
provocando reflexos na saúde da população. Os autores lembram que os
problemas com o tempo perdido diariamente no trânsito das grandes cidades vai
muito além do desconforto e dos males provocados pela poluição. Há evidências
de que um tempo maior de locomoção casa-trabalho-casa aumenta o nível de
estresse, colesterol, pressão alta e obesidade, além de piorar o ambiente familiar.
"Não é uma questão apenas de economia, mas também de saúde pública", diz
Frischtak. "Problemas relacionados à mobilidade urbana, que afeta milhões de
pessoas diariamente, também são nocivos para a saúde das pessoas."
No livro, os estudiosos afirmam que, para o futuro, é necessário o planejamento
metropolitano, interdisciplinar e integrado dos sistemas de transporte público. "É
necessário pensar nos diferentes modais de transporte e a melhor maneira de
articulá-los. O metrô é muito bom, mas pode não fazer sentido em determinadas
circunstâncias em que a densidade de passageiros é baixa", diz Frischtak.
15.12.2015
DNIT promove audiência pública para duplicação da BR-
414/GO
Nesta quarta-feira (16), o DNIT vai promover audiência pública para apresentar o
projeto de adequação da BR-414 no perímetro urbano de Anápolis/GO. O
segmento do km 431,04 ao km 438,80 passará por obras de duplicação e a
restauração da pista existente. Estão incluídas a construção de pistas laterais e a
implantação de itens de segurança. O empreendimento prevê também a
construção de viadutos, pontes, passarelas, retornos, baias para as paradas de
ônibus, melhorias de traçado e greide da rodovia.
As melhorias garantirão aos usuários mais segurança e conforto, além de facilitar
o acesso aos bairros adjacentes à BR-414/GO e à Base Aérea de Anápolis (área de
segurança nacional).
A BR-414 tem ampla interferência no perímetro urbano de Anápolis, pois existem
grandes núcleos populacionais em suas margens. Trata-se de uma via muito
utilizada no trajeto para quem visita as cidades turísticas de Pirenópolis e
Corumbá e também é um corredor logístico do Estado de Goiás.
A audiência ocorrerá nesta quarta-feira, às 19h, no Auditório da Associação
Comercial e Industrial de Anápolis (Rua Manoel D’abadia, nº 335, Setor Central,
Anápolis – GO).
18.12.2015
Controle eletrônico de estabilidade para veículos será item obrigatório
a partir de 2022
Uma resolução publicada
pelo Contran (Conselho
Nacional de Trânsito) no
Diário Oficial da União desta
sexta-feira (18) estabelece
que, a partir de 2022, os
veículos deverão sair de
fábrica com o ESC, sigla em
inglês para controle
eletrônico de estabilidade.
Mas já a contar de 2020 os
projetos novos
desenvolvidos pelas
fabricantes deverão conter o ESC. A medida também valerá para carros
importados e pode ser antecipada pela indústria automotiva.
O sistema é considerado uma das inovações mais importantes em segurança
veicular. Ele age corrigir a trajetória do veículo em situações de risco, como
curvas fechadas e pista escorregadia, impedindo que o motorista perca o controle
do carro.
A norma segue uma recomendação da ONU (Organização das Nações Unidas) e
destaca o compromisso do Brasil com o Plano da Década de Ações para Segurança
Viária, iniciada em 2010, que tem a meta de reduzir pela metade o número de
mortos em acidentes de trânsito no mundo, até 2020.
Conforme o texto, o sistema deverá ser implantado em veículos para o transporte
de passageiros que não tenham mais de oito assentos e também em caminhões de
até 3,5 toneladas.
Dados do Global NCAP (Programa Global de Avaliação de Carros Novos) apontam
que, no mundo, 63% dos veículos já têm a tecnologia, enquanto no Brasil o
sistema está implantado apenas em 9% da frota. Estudos indicam que, desde
1995, pelo menos 188,5 mil acidentes com ferimentos foram evitados e mais de
6,1 mil vidas foram salvas na Europa, onde a tecnologia já é obrigatória. Para se
ter uma ideia, hoje 88% dos veículos europeus possuem o controle eletrônico de
estabilidade. Na América do Norte, o índice chega a 96%.
A partir de 2016, o Latin NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos para a
América Latina), que testa a segurança dos modelos comercializados nesta região
do mundo, somente dará a avaliação máxima – cinco estrelas – para os modelos
que tiverem o ESC.
17.12.2015
Câmara do DF aprova projeto de lei que limita número de
pessoas em pé dentro dos ônibus
ADAMO BAZANI
A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou nesta quarta-feira, 16 de
dezembro de 2015, o projeto de lei número 96/2015 que limita o número de
passageiros que podem ser transportados em pé nos ônibus da região.
De acordo com a proposta do deputado Bispo Renato Andrade, o total de
passageiros em pé nos veículos pode ser de, no máximo, 50% da capacidade de
cada modelo de ônibus.
Na justificativa o parlamentar diz que além de aumentar o conforto dos usuários,
a medida pode evitar problemas como furtos, assédio e até abuso sexual.
Se a proposta virar lei deve entrar em vigor no dia 1º de janeiro de 2017 para
adaptação das empresas. A multa é de 3 mil vezes o coeficiente tarifário.
O deputado não detalhou como será feita a fiscalização e os impactos nos custos
do sistema. Ainda em relação ao transporte por ônibus, a câmara do Distrito
Federal aprovou projeto de lei 234/2015 do deputado Rogério Negreiros que
obriga instalação de suportes para bicicleta nos ônibus. Se aprovada, a lei deve
ser implantada em 120 dias.
Em relação aos transportes sobre trilhos, a câmara aprovou projeto de lei
apresentado pela deputada Telma Rufino que institui o Vagão Rosa. Um carro no
metrô do Distrito Federal seria exclusivo para as mulheres nos horários de pico.
Todas as propostas devem ainda ser votadas em segundo turno e a redação final
vai seguir para o governador Rodrigo Rollemberg.
14.12.2015
Siniav: Em Roraima, motorista terá dinheiro de taxa de
volta
O Governo de Roraima vai
devolver aos motoristas o valor
pago na taxa pela instalação dos
chips eletrônicos de rastreamento
veicular. A governadora Suely
Campos (PP) deve oficializar o ato
na tarde desta terça-feira, 16, na
sede do Executivo. O valor poderá
ser resgatado já na próxima
semana.
No total, 6.356 motoristas terão
direito ao reembolso. As taxas, cobradas no ano passado e em 2015, superam os
R$ 600 mil. A empresa Seagull Tecnologia, que realizava a instalação dos chips
eletrônicos, teve o contrato com o governo de Roraima suspenso após queixas de
donos de veículos insatisfeitos com a cobrança de taxa.
A devolução dos valores já tinha sido autorizada anteriormente. Com a
formalização, os contribuintes poderão se dirigir até o Detran para fazer o
reembolso dos valores, corrigidos. Servidores serão designados para cuidar
somente do atendimento a este público, de forma a não prejudicar outros
procedimentos.
Para reivindicar o valor, os contribuintes devem apresentar o requerimento de
ressarcimento, que poderá ser emitido no site da autarquia. Também será
obrigatória a apresentação da carteira de identidade, CPF, comprovante de
pagamento da taxa e dados bancários.
Cerca de 600 placas que foram instaladas nos veículos também deverão ser
devolvidas. O chip será recolhido por equipe do Detran.
A implantação do chip eletrônico começou em janeiro do ano passado em
Roraima. Decreto do Poder Legislativo suspendeu a medida por conta da cobrança
abusiva da taxa, além de problemas no contrato com a empresa responsável pelo
serviço.
14.12.2015
BID e Fazenda firmam acordo para divulgar projetos de
infraestrutura
Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o governo
brasileiro investirá US$ 300 mil para divulgar projetos de infraestrutura. O BID e a
Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda assinaram
hoje (14) um termo de cooperação técnica para desenvolver atividades que
estreitem a relação entre o governo e investidores nacionais e estrangeiros.
Uma das principais ações previstas é o desenvolvimento de uma área exclusiva de
projetos de infraestrutura do governo brasileiro em uma das principais redes
sociais globais de infraestrutura, a plataforma eletrônica aberta GlobalVip
Infrastructure Platform (GViP). Os desenvolvedores de projetos federais, estaduais
e municipais poderão inserir detalhes dos empreendimentos na página e divulgar
o trabalho a uma rede de especialistas, de investidores potenciais e de
patrocinadores de projetos na área de concessão de infraestrutura.
Além do desenvolvimento da plataforma GViP, o acordo prevê o aperfeiçoamento
do boletim eletrônico bilíngue Brasil Infraestrutura, editado trimestralmente pela
Seae. Também está prevista a elaboração de estudos e análises sobre o mercado
de infraestrutura brasileiro.
O presidente da CG/LA Infrastructure, Norman F. Anderson, empresa que
administra a plataforma GViP, esteve presente à cerimônia. Participaram da
assinatura do acordo representantes dos Ministérios do Planejamento, dos
Transportes e de Minas e Energia; das Secretarias de Portos e de Aviação Civil; da
Empresa de Planejamento de Logística; da Caixa Econômica Federal; do Banco do
Brasil e da Embaixada da Itália no Brasil.
Este é o terceiro acordo de cooperação na área de infraestrutura assinado pelo
Ministério da Fazenda neste ano. Em abril, o ministério e o Banco Mundial
assinaram um acordo de cooperação técnica de US$ 1,5 milhão para a elaboração
de estudos e o desenvolvimento de mecanismos para ampliar a participação de
investidores nacionais e internacionais no financiamento dos projetos.
O acordo incluiu o desenvolvimento de debêntures de infraestrutura, títulos
privados emitidos para captar recursos para projetos, com recursos externos. Os
primeiros papéis foram lançados em outubro durante a reunião do Fundo
Monetário Internacional e do Banco Mundial em Lima.
No fim de outubro, o governo firmou um protocolo de colaboração com o Reino
Unido para ampliar a troca de experiência entre os países e desenvolver meios de
incentivar investimentos privados em infraestrutura. O acordo constou das ações
do Diálogo Econômico-Financeiro
17.12.2015
ANTT autoriza reajuste de pedágio em quatro vias concedidas
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) publicou no Diário Oficial
da União desta quinta-feira (17), quatro resoluções que autorizam o reajuste de
pedágio em trechos de rodovias concedidas.
Os aumentos foram calculados para recomposição tarifária anual com base na
variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no período, de
aproximadamente 10%.
BR-116/SP/PR
Para o trecho da BR-116 que liga São Paulo (SP) a Curitiba (PR), administrado pela
Concessionária Autopista Régis Bittencourt, a tarifa básica passará de R$ 2,00
para R$ 2,50. O novo valor entra em vigor no dia 29 de dezembro.
BR-381/MG/SP
A tarifa básica de pedágio para quem passa pela BR-381, entre Belo Horizonte
(MG) e São Paulo (SP), será reajustada a partir de 19 de dezembro. O valor passará
de R$ 1,60 para R$ 1,80 nas praças de pedágio localizadas em: Mairiporã (SP);
Vargem (SP); Cambuí (MG); Careaçu (MG); Carmo da Cachoeira (MG); Santo Antônio
do Amparo (MG); Carmópolis de Minas (MG); e Itatiaiuçu (MG). A rodovia é
administrada pela Autopista Fernão Dias S/A.
BR-116/PR/SC
Os motoristas que passam pela BR-116, entre Curitiba e a divisa de Santa Catarina
com o Rio Grande do Sul, pagarão mais pelo pedágio a partir de 19 de dezembro.
A tarifa básica passará de R$ 4,10 para R$ 4,80 nas praças de Mandirituba (PR),
Campo do Tenente (PR), Monte Castelo (SC), Santa Cecília (SC) e Correia Pinto (SC).
O trecho está concedido à Autopista Planalto Sul.
BR-153/SP
A tarifa básica de pedágio na BR-153, entre a divisa de Minas Gerais com São
Paulo e a divisa de São Paulo com o Paraná, passará de R$ 3,70 para R$ 4,30 nas
praças de pedágio localizadas em Onda Verde (SP); José Bonifácio (SP); Lins (SP); e
Marília (SP). As tarifas entrarão em vigor no dia 18 de dezembro.
Depois, o valor poderá chegar a R$ 7,70. Mas o aumento está condicionado ao
cumprimento de algumas medidas por parte da concessionária, a Transbrasiliana,
determinadas pela ANTT, como a apresentação de projetos executivos para obras
na pista e realização de audiências públicas.
16.12.2015
Procedimentos de comunicação de assaltos em transporte
serão modificados
Os procedimentos de comunicação de
acidentes e de assaltos que envolvem
ônibus de passageiros em viagens
interestaduais e internacionais serão
modificados pela Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT).
Nesta primeira etapa, o objetivo é
receber sugestões de informações
adicionais sobre o tema. A consulta
pública terá início no dia 4 de janeiro e
vai até 12 de fevereiro de 2016. As
informações específicas sobre a matéria, bem como as orientações para participar
da consulta estarão disponíveis no site www.antt.gov.br. Informações e
esclarecimentos adicionais podem ser obtidos por meio do envio de
correspondência eletrônica ao endereç[email protected].
A ANTT verificou que, entre 2012 e os seis primeiros meses de 2015, passageiros
de mais de mil ônibus estiveram na mira de assaltantes que atuam nas estradas
brasileiras. Mais de 50 mil pessoas foram vítimas da criminalidade,
especificamente. Entidades ligadas ao setor consideram as estatísticas
preocupantes e estimam que esse número possa ser ainda maior, pois muitos
casos acabam não sendo levados à ANTT ou sequer à polícia.
Roubo de cargas
Foi instalada em Curitiba (PR) a Delegacia de Furtos e Roubos. Subordinada à
Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), a unidade é especializada no
combate a furtos e roubos de cargas. Apesar de não contar ainda com
infraestrutura completa, ainda em fase de conclusão, a equipe já está formada e
presta atendimento na sede, localizada em Campina do Siqueira.
Na avaliação do delegado-chefe da DCCP, Francisco Caricati, a criação da
delegacia representa um avanço para o setor de transportes. “Afunilando a
atuação da equipe é possível que ela interaja mais com os problemas do setor,
criando uma especialização”, afirma Caricati.
O estado é o sétimo do Brasil a ter uma delegacia com atuação direta na repressão
ao roubo de cargas, unindo-se Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Goiás, Bahia e Pernambuco.
16.12.2015
Operação Nossa Terra investiga fraudes em obras de
rodovias na Bahia
A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal deflagram, nesta terça-
feira (15), a Operação Nossa Terra, para investigar fraudes em licitações para a
realização de obras de recuperação de estradas vicinais – estradas secundárias,
sem asfaltamento – e limpeza de barragens, na Bahia. O nome do operação é uma
referência à empresa Nossa Terra Terraplanagem Ltda, apontada como favorecida
no esquema de desvios de recursos.
Segundo apurações da CGU em quatro contratos, houve indícios de favorecimento
à empresa, além de outras irregularidades nas contratações, nos municípios
baianos de Ipupiara e Gentio de Ouro. Os recursos eram provenientes de
convênios celebrados pelos municípios com a Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
A CGU também identificou superfaturamento de mais de R$ 700 mil, em
pagamentos de serviços não prestados ou realizados em desacordo com o
contrato. Foram constatados, ainda, valores com sobrepreço, o que poderia
resultar em pagamentos indevidos de mais de R$ 1 milhão, caso os contratos
fossem executados.
A operação encontrou indícios ainda de participação de servidores municipais no
esquema, bem como da empresa PDCA Consultoria Assessoria e Gestão Ltda, que
presta assessoria em licitações e contratos. De acordo com o levantamento, nos
últimos dois anos, Ipupiara e Gentio de Ouro celebraram pelo menos 17 contratos
com a empresa Nossa Terra, movimentando mais de R$ 9 milhões.
Estão sendo cumpridos 4 mandados de busca e apreensão nos municípios de
Ipupiara (sede da empresa Nossa Terra) e Ibipeba (sede da empresa PDCA
Consultoria).
17.12.2015
Plano de mobilidade de São Paulo prevê 600 quilômetros
de corredores de ônibus até 2030
ADAMO BAZANI
A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta
quarta feira, dia 16 de dezembro de 2015,
durante reunião do Conselho Municipal de
Trânsito e Transporte, os principais
pontos do PlanMob da capital.
O plano de mobilidade reúne metas para o
transporte na cidade de São Paulo até o
ano de 2030.
Um dos principais pontos é a construção
até esta data de 600 quilômetros de
corredores de ônibus. Alguns espaços
seriam do tipo BRT, com maior velocidade para os coletivos e estações que
oferecem mais conforto, pagamento antecipado de tarifa e acessibilidade para os
passageiros. Já outra parte desses 600 quilômetros passa seria de corredores mais
simples.
No entanto para a sua gestão, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, não deve
conseguir cumprir a meta de construção de 150 quilômetros de corredores de
ônibus até o final de 2016. Há problemas nos projetos, com o TCM – Tribunal de
Contas do Município e TCU – Tribunal de Contas da União, que bloquearam as
obras por suspeitas de irregularidades, e restrições financeiras, incluindo a
restrição de liberação de recursos do PAC – Programa de Aceleração do
Crescimento por causa da crise econômica e fiscal.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, apenas a extensão do Corredor da Nove de
Julho foi terminada e 63,5 quilômetros de corredores estão em obras.
FAIXAS DE ÔNIBUS:
O plano de mobilidade de São Paulo também prevê a implantação até 2030 de 860
quilômetros de faixas para ônibus, usadas também por táxis com passageiros, que
são mais baratas que os corredores. Até o momento a 481 quilômetros de faixas
para ônibus forma implantados na capital paulista.
O plano leva em conta as ações desde 2013.
NOVOS TERMINAIS E CICLOVIAS:
A prefeitura também apresentou no plano uma meta de 29 novos terminais de
ônibus que devem ser construídos até 2030. São Paulo possui hoje 28 terminais
municipais.
Em relação às ciclovias a meta do plano de mobilidade é de implantar 1.500
quilômetros, além de 540 quilômetros de ciclovias incorporadas aos corredores
de ônibus.
18.12.2015
Ministério Público de SP abre inquérito por falta de
previsão de cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas
Além da suspensão pelo TCM -Tribunal de Contas do Município, a licitação dos
transportes na cidade de São Paulo agora recebe mais um ingrediente contrário. O
Ministério Público Estadual abriu um inquérito para investigar o certame pelo fato
de não haver um cronograma claro para que seja cumprida a lei 14.933, de 05 de
junho de 2009, denominada de Lei de Mudanças Climáticas. A lei prevê que até
2018 nenhum ônibus na capital paulista circule apenas com combustíveis fósseis.
Segundo o Ministério Público, a Prefeitura de São Paulo deve explicar se a lei vai
ser cumprida ou então deve provar que não há como tecnicamente realizar a
mudança de frota dentro do prazo.
A lei é de 2009 e prevê troca anual de 10% no total de ônibus até que em 2018
toda a frota fosse considerada limpa.
A Prefeitura de São Paulo tem um prazo de 20 dias para dar as explicações ao
Ministério Público.
Se depender do atual quadro de frota de ônibus na cidade de São Paulo, a lei
dificilmente deve ser atendida pelo poder público. Hoje apenas 656 ônibus dos 14
mil 878 em circulação fazem parte da chamada Ecofrota, que são ônibus menos
poluentes, como a etanol ou biodiesel, ou que não poluem nada na operação,
como elétricos a bateria e trólebus. Deste total, 201 veículos são trólebus de rede
aérea que ligam a zona leste de São Paulo à região central, pertencentes a
Ambiental Transportes.
Em um dos pontos do edital de licitação, há uma cláusula que diz que as
empresas ganhadoras devem substituir a frota movida óleo diesel por veículos de
outro tipo de energia, como por tração elétrica, mas não é estabelecido um
cronograma e nem há referência à Lei de Mudanças Climáticas.
O processo de licitação da cidade de São Paulo é considerado o maior certame de
transportes do mundo. Os contratos devem movimentar R$ 166 bilhões com
validade por 20 anos, podendo ser renovados por mais 20 anos. As linhas devem
ser modificadas e o modelo vai dividir o sistema em grupos de acordo com o tipo
de linhas e em redes de serviços, como de dias úteis, reforço em horário de pico,
domingo e madrugada.
18.12.2015
Facebook se alia a Uber para oferecer serviço de transporte no
Messenger
O Facebook anunciou nesta quarta-feira (16) uma parceria com o serviço de
transporte alternativo Uber, que será integrado a seu serviço de mensagens
Messenger.
A aliança se inscreve no marco dos testes anunciados pelo Facebook para agregar
funcionalidades de transporte ao Messenger. Este último serviço é, junto ao
WhatsApp, adquirido no ano passado, um dos aplicativos de mensagens do
Facebook, e é utilizado por mais de 700 milhões de pessoas.
No início do ano, o Facebook informou a incorporação pelo Messenger de um serviço
de pagamentos móveis entre amigos e de ferramentas destinadas a aumentar seu uso
por comerciantes online. Depois, começou a testar um assistente virtual chamado
"M", integrado ao Messenger, suscetível de rivalizar com serviços similares do
Google, Apple (Siri) ou (Cortana).
"Hoje, ampliamos os serviços disponíveis com o lançamento dos transportes no
Messenger. Graças a esta ferramenta, você poderá reservar um trajeto de carro sem
necessidade de baixar um aplicativo a mais, ou interromper uma conversa", aponta o
Facebook em comunicado.
O Uber é o primeiro parceiro do Facebook nesta empreitada. O novo serviço será
proposto a alguns usuários do Messenger nas cidades norte-americanas em que o
Uber está presente, a título de teste.
O Facebook promete que "mais países e mais parceiros no setor do transporte estarão
disponíveis logo".
Especificamente, o usuário do Messenger deve ir para o menu de opções, selecionar
"transporte" e marcar um ícone para encomendar um veículo. Será "tão simples
quanto enviar uma mensagem", explicou o Facebook.
18.12.2015
Transporte inteligente: compartilhar automóvel reduz
trânsito e poluição
Jiane Carvalho / Valor, de São Paulo
Pegcar, Zazcar, Fleety e BlaBlaCar são as principais companhias que atuam em um
mercado ainda embrionário no Brasil, o de 'carsharing', ou compartilhamento de
carros. Novos modelos de negócio inspirados no conceito da economia partilhada
já existem há algum tempo no exterior, principalmente nos Estados Unidos e na
Europa, mas só agora começam a ser conhecidos no Brasil, incluindo o serviço
Uber e os projetos de compartilhamento de bicicletas. É a chamada mobilidade
inteligente, em que o veículo é usado sob demanda e por várias pessoas,
racionalizando seu uso.
Preocupações com o tráfego pesado nas grandes capitais e a poluição decorrente
têm sido determinantes neste movimento. Na avaliação de Maurício Muramoto,
consultor da Deloitte Touche Tohmatsu, o Brasil precisa avançar muito em
iniciativas para melhorar o transporte, incluindo uma mudança na mentalidade.
"Aqui, o transporte público ainda é para quem não pode ter carro, mas isto
precisa mudar. Por enquanto, acredito que o carsharing no país deve ser mais
demandado por um segmento específico da população", diz.
Nos Estados Unidos, onde o conceito está mais difundido, prefeituras
disponibilizam pistas e vagas específicas de estacionamento para carros
compartilhados. "O compartilhamento de carro ajuda sim, é mais uma alternativa
para reduzir o tráfego e a poluição", comenta Muramoto.
Uma das empresas de caresharing no país, o Fleety, iniciou suas atividades em
2014 com um piloto em Curitiba. Depois, montou uma operação em São Paulo e
em Florianópolis. "De fato, começamos a ganhar robustez em junho deste ano e
agora já queremos acelerar a plataforma", comenta André Marim, CEO do Fleety.
No modelo adotado pela empresa - o mais comum entre as companhias de
compartilhamento -, a plataforma coloca em contato proprietários de veículos
ociosos e interessados em alugar. O valor do aluguel é definido pelo proprietário,
com assessoria da empresa.
"Garantimos também a segurança da operação, validamos a CNH de quem vai
alugar e a transação via cartão de crédito", diz Marim, afirmando que nos últimos
meses a operação dobra mês a mês. "Não posso divulgar detalhes porque estamos
negociando um aporte de recursos de um novo investidor", justifica o CEO. Hoje,
o Fleety atende a 58 municípios nas regiões metropolitanas das três cidades. O
Fleety é remunerado por um percentual cobrado por locação. Dependendo do
carro, o aluguel sai, na média, por R$ 7 a R$ 8 a hora ou R$ 60 a diária.
Bruno Hacad, co-fundador do Pegcar, aponta o potencial elevado do negócio, que
pode ser favorecido em época de crise. "Tem muito carro que passa o dia parado,
ou só é usado em algumas ocasiões, podendo ser locado para complementar a
renda e reduzir custos de manutenção", explica Hacad. A Pegcar iniciou o piloto
há 12 meses, mas está efetivamente funcionando há pouco mais de dois meses.
Conta hoje com 60 carros cadastrados. "Segundo dados internacionais, um carro
compartilhado evita a entrada de oito novos veículos nas vias. Precisamos olhar a
mobilidade de um jeito diferente", diz o sócio Conrado Ramires.
"Para os mais jovens, o carro tem menos apelo como status e por isto nosso
serviço tem potencial de maior penetração neste público", diz Bruno Hacad, para
quem a crise econômica pode ajudar. "Acaba estimulando o cidadão a buscar
maior renda, oferecendo seu carro, e para quem não tem um veículo faz com que
ele adie a compra, optando pelo uso compartilhado."
O serviço mais recente disponível no país é o BlaBlaCar, uma plataforma de
viagens compartilhadas de origem francesa e que se instalou em novembro no
Brasil. Criado em 2006, o BlaBlaCar está presente em 20 países. O conceito é
simples: conectar condutores com lugares vazios no carro a passageiros indo para
o mesmo destino, dividindo os custos. Segundo informações fornecidas pela
empresa, nas estradas da Europa, a ocupação média dos veículos é de 1,7 pessoa,
contra 2,8 na comunidade BlaBlaCar.
Em São Paulo, a prefeitura tenta ampliar os pontos de distribuição de bicicletas
para compartilhamento. Um edital para dobrar as estações para retirada de
bicicletas, de 200 para 400, foi elaborado pela prefeitura, mas acabou suspenso
pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). "Abrimos um edital para escolher
um novo parceiro, para se somar ao Itaú, mas o Tribunal parou a consulta, mesmo
não envolvendo dinheiro público", reclama Jilmar Tatto, secretário de
Transportes. "Este é o futuro da cidade, mais transporte público, e mais pontos
que estimulem o compartilhamento de bicicletas, assim como novos bicicletários
e estacionamentos voltados a este meio de transporte", afirma.
A elaboração do edital contou com a colaboração da Ciclocidade - Associação dos
Ciclistas Urbanos de São Paulo. "Não tem como pensar o uso da bicicleta como
meio de transporte e não falar de bikesharing", comenta Daniel Guth, presidente
da Ciclocidade. A associação conseguiu incluir no texto mudanças consideradas
fundamentais. Uma delas é permitir ao usuário retirar uma bicicleta em um ponto
e devolver em outro, mesmo que os operadores privados sejam diferentes.
Uber utiliza sistema inovador e causa polêmica
Presente em 42 países, a Uber é hoje o principal expoente da chamada economia
compartilhada, que promove negócios entre pessoas físicas. A empresa usa um
modelo de negócios considerado inovador ao unir motoristas autônomos e
passageiros em uma espécie de 'carona' paga. A presença da Uber no Brasil
causou a ira dos taxistas, o que já havia ocorrido em diversas partes do mundo,
com base no princípio de concorrência desleal, já que a empresa não está sujeita
às mesmas regras e taxas cobradas dos taxis.
No Rio, a Secretaria Municipal de Transportes solicitou uma investigação do
serviço para a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática. Em São Paulo, o
serviço está proibido pela prefeitura desde outubro, mas liminares mantêm a
Uber nas ruas. No Distrito Federal, o Legislativo avalia uma proposta de lei para
regulamentar atividades como a Uber.
Como a empresa não tem frota nem tampouco motoristas empregados, ela se
denomina uma plataforma de tecnologia que facilita o encontro entre as partes,
fugindo de qualquer regra existente. Se não tem regra que a defina, também não
tem a que a proíba. Este é o princípio que mantém o serviço nas ruas.
A ofensiva jurídica da Uber se deu no âmbito do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade). O órgão abriu processo administrativo para investigar
condutas anticompetitivas praticadas por taxistas e entidades da categoria. O
órgão entende que, enquanto o impasse jurídico sobre a legalidade da Uber não
for resolvido, "a empresa deve ser considerada uma concorrente como qualquer
outra e não pode ser alvo de condutas anticompetitivas". A investigação no Cade
teve início após denúncia apresentada pela própria Uber.
"O legislador tem de olhar o serviço que oferecemos de forma diferente porque é
assim mesmo que nos definimos", se limita a comentar Fabio Sabba, CEO da Uber.
No Brasil desde maio do ano passado, a Uber está presente no Rio, em São Paulo,
Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. São sete mil motoristas cadastrados e 800
mil usuários. No Brasil, a Uber trabalha com o serviço Black, de carros de luxo, e o
Uber X, que usa carros populares e cobra preços mais baixos.
A Uber X foi a opção do publicitário Fabricio Natoli Ferreira, que usa diariamente
o serviço. "Moro perto do trabalho. Calculei o custo mensal com seguro,
combustível, manutenção e cheguei à conclusão de que usar transporte público e
taxi seria mais vantajoso. Eu já usava aplicativos para taxi, mas a Uber tem um
serviço diferenciado com custo menor."