fanzine - prática pedagógica

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1 Prática de Leitura e Escrita Oficina Zine 1 - material do professor Ensino Médio Justificativa O fanzine é uma forma bem particular de publicação. Normalmente, os motivos que levam alguém a produzilo são variados: vão desde divulgar trabalhos artísticos a manter contato com outras pessoas que tenham interesses em comum. No entanto, quem cria um fanzine quer sempre atuar, estabelecer relações e diálogos a partir de universos artísticos específicos, cujo espaço de divulgação na mídia tradicional é restrito. Eles fazem, desta forma, parte indissociável de movimentos de contracultura, como o punk, o rock e os movimentos underground. Mas as temáticas de um fanzine são variadas. Fazer um fanzine é apropriarse de diversas manifestações artísticas e de diferentes expressões culturais por meio das artes plásticas, da música, da literatura, do cinema etc. Por meio dessas publicações, é possível conhecer diferentes formas de arte, apreciálas e aprender a expressarse criativamente a partir delas. Quem produz um fanzine quer criar vias, meios de apropriarse e de dialogar com manifestações sem espaço de circulação. Por meio das publicações independentes, o zineiro conhece, aprecia, apreende e faz parte de diferentes manifestações: ele cria um diálogo que anteriormente não existia. Portanto, ensinar a ler e a produzir fanzines é permitir que os alunos criem e estabeleçam um diálogo que normalmente não lhes é garantido: é permitirlhes ter voz no contexto de ensino/aprendizado a partir do seu próprio universo cultural. A partir da produção de um fanzine, o aluno pode escolher sobre o assunto que ele quer estudar, ler e produzir. Fato que faz dele uma forma particular de aprendizado, gerando um ambiente propício a expressões e apreciações estéticas variadas, já que só se pode apreciar a partir de certos critérios estéticos. Competências/conhecimentos que a experiência permite construir/explorar A experiência envolvida na leitura e construção de fanzines permite a cada aluno desenvolver, principalmente: • suas capacidades de leitura intersemiótica (ler e relacionar imagem e texto); • outras capacidades de leitura (sobretudo, as relativas à percepção de relações de intertextualidade e interdiscursividade, à percepção de efeitos de sentidos decorrentes de escolhas feitas pelo autor em diferentes níveis, à reflexão sobre as condições de produção que envolvem qualquer texto e às capacidades de apreciação e réplica); • competências relativas à produção textual, referentes à produção de resenhas e textos de opinião; • suas capacidades criativas por meio do uso combinado de texto e imagens. 1 Oficina escrita por Eduardo de Moura Almeida e Jacqueline Peixoto Barbosa.

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Page 1: fanzine - prática pedagógica

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Prática de Leitura e Escrita

Oficina Zine1 - material do professor Ensino Médio

Justificativa

O  fanzine é uma  forma bem particular de publicação. Normalmente, os motivos que  levam alguém a produzi‐lo  são variados: vão desde divulgar  trabalhos artísticos a manter contato com outras pessoas que tenham  interesses em comum. No entanto, quem cria um fanzine quer sempre atuar, estabelecer relações  e  diálogos  a  partir  de  universos  artísticos  específicos,  cujo  espaço  de  divulgação  na mídia tradicional é restrito.   

Eles fazem, desta forma, parte indissociável de movimentos de contracultura, como o punk, o rock e os movimentos underground.   

Mas as temáticas de um fanzine são variadas. Fazer um fanzine é apropriar‐se de diversas manifestações artísticas e de diferentes expressões culturais por meio das artes plásticas, da música, da literatura, do cinema etc. Por meio dessas publicações, é possível conhecer diferentes  formas de arte, apreciá‐las e aprender a expressar‐se criativamente a partir delas.  

Quem produz um fanzine quer criar vias, meios de apropriar‐se e de dialogar com manifestações sem espaço de circulação. Por meio das publicações independentes, o zineiro conhece, aprecia, apreende e faz parte de diferentes manifestações: ele cria um diálogo que anteriormente não existia.   

Portanto, ensinar a  ler e a produzir fanzines é permitir que os alunos criem e estabeleçam um diálogo que normalmente não  lhes é garantido: é permitir‐lhes  ter voz no contexto de ensino/aprendizado a partir do seu próprio universo cultural. A partir da produção de um fanzine, o aluno pode escolher sobre o assunto que ele quer estudar, ler e produzir. Fato que faz dele uma forma particular de aprendizado, gerando um ambiente propício a expressões e apreciações estéticas variadas, já que só se pode apreciar a partir de certos critérios estéticos.  

Competências/conhecimentos que a experiência permite construir/explorar 

 A  experiência  envolvida  na  leitura  e  construção  de  fanzines  permite  a  cada  aluno  desenvolver, principalmente:  

• suas capacidades de leitura intersemiótica (ler e relacionar imagem e texto);   

• outras capacidades de leitura (sobretudo, as relativas à percepção de relações de intertextualidade e interdiscursividade, à percepção de efeitos de sentidos decorrentes de escolhas feitas pelo autor em diferentes níveis, à reflexão sobre as condições de produção que envolvem qualquer texto e às capacidades de apreciação e réplica);  

• competências relativas à produção textual, referentes à produção de resenhas e textos de opinião;  

• suas capacidades criativas por meio do uso combinado de texto e imagens.   

1 Oficina escrita por Eduardo de Moura Almeida e Jacqueline Peixoto Barbosa.  

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Objetivos

Com essa oficina, pretende‐se que o aluno possa:  

• compreender o que é um fanzine, situando‐o social e historicamente;  

• desenvolver as capacidades de leitura anteriormente mencionadas;  

• ler fanzines e ser capaz de apreciá‐los criticamente;  

• produzir resenhas;  

• utilizar as estratégias de planejamento e diagramação para criar um fanzine;  

• criar um fanzine.  

Recursos necessários

• Impressão ou cópia xérox do projeto (versão do aluno) para todos os alunos  

• Impressão das orientações para o professor  

• Acesso a computador com internet   

• Papel sulfite A4   

• Cartolina ou papel canson A4  

• Tesoura e cola  

• Grampeador  

• Cópias de reprodução dos fanzines  

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Cronograma previsto

AULA 1   AULA 2  AULA 3  AULA 4 

Apresentação da Oficina 

  

Atividade 1 Quem escreve fanzine? Por quê? E para quem? 

 (Contexto de produção 

de um fanzine) 

Atividade 2 E eu, sou fã do que 

mesmo?    

(Exploração de temáticas do fanzine: início do processo de 

escolha de uma temática) 

  

Atividade 3 Do que falam os fanzines? Do que eu falaria no meu 

fanzine?   

(Contexto de produção, exploração de temáticas do 

fanzine, formação de grupos e escolha de uma 

temática)    

Lição de casa: pesquisa de textos e imagens por parte 

dos alunos 

Atividade 4 O que os zineiros 

escrevem?     

(Exploração de resenhas, elaboração de uma 

resenha e de ilustrações)      Lição de casa: elaborar resenha e ilustrá‐la 

AULAS 5, 6 E 7   AULA 8  AULA 9 

Atividade 5 Como é que se faz um fanzine? É fácil?    

(exploração da diagramação, elementos de estilo e elaboração de um boneco)   

Lição de casa: elaboração do boneco 

Atividades 6 e 7  

Produção do fanzine   

Avaliação  

(Avaliação do próprio fanzine, do fanzine dos colegas e da oficina) 

 

O texto que se segue está organizado a partir dos conteúdos apresentados no material do aluno com orientações para o professor destacadas em quadros sombreados. 

Oficina Zine2 

Apresentação 

Você já deve ter visto algum dia um filme muito bom, tão legal que você ficou morrendo de vontade de contar para todos os seus amigos como era esse filme: os personagens, a história, a trilha, o momento mais emocionante/instigante etc.; você queria contar tudo.  

Essa vontade  incontrolável de compartilhar o que você viu,  leu ou ouviu surge porque você quer que seus amigos tenham a mesma sensação ou a mesma emoção que você sentiu ao ver esse filme.  

2 Oficina escrita por Eduardo de Moura Almeida com a colaboração de Jacqueline Peixoto Barbosa.  

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Isso é absolutamente normal. Acontece comigo, com você, com seus colegas; com todo mundo. Eu, por exemplo, quando escuto uma música que acho o máximo, morro de vontade de mostrá‐la para  todo mundo; quero que todo mundo a ouça; fico querendo compartilhar com meus amigos as experiências que eu tive ao escutá‐la: “olha esse baixo!”, “essa percussão é demais!”, “preste atenção no que ele diz nesse trecho” etc.  

Existe uma forma muito criativa de compartilhar com as pessoas essas nossas experiências: produzir um fanzine.  Durante  essa  oficina,  você,  seus  colegas  e  seu  professor  irão  adentrar  nesse  universo  dos fanzines.

Os Autores 

Para que vocês possam conhecer mais o universo dos fanzines, a proposta é que realizem as seguintes atividades:  

I. CONHECENDO O FANZINE. 

Professor, essa seção tem os seguintes objetivos:   

• apresentar o gênero fanzine;  

• possibilitar que os alunos identifiquem as características de um fanzine por meio da exploração de seu contexto de produção e dos elementos que compõem uma página de fanzine;  

• apresentar aos alunos os zineiros: quem faz os fanzines e porque os faz.  

Atividade 1. Quem escreve fanzine? Por quê? E para quem?  

Atividade 2. E eu, sou fã do que mesmo?   

II. DO QUE É FEITO UM FANZINE?   

Professor, essa seção tem o objetivo de apresentar aos alunos as múltiplas temáticas de um fanzine, associando‐as  ao movimento  artístico  conhecido  como  contracultura,  para,  em  seguida,  levá‐los  a pensarem em um tema de fanzine. Durante essa seção, trabalham‐se também algumas questões de composição textual: incentiva‐se a pesquisa e a produção a partir da temática escolhida pelos alunos e, por fim, a elaboração de resenhas, como uma produção típica do fanzine.  

Atividade 3. Do que falam os fanzines? Do que eu falaria no meu fanzine?   

 Atividade 4. O que os zineiros escrevem?   

 III. COMO FAZER UM FANZINE?   

Professor, essa  seção  tem o objetivo de possibilitar que os alunos produzam um  fanzine. Primeiro, apresenta‐se o conceito de diagramação e o uso que os zineiros  fazem dessa para subverter a arte gráfica e construir páginas provocadoras. Depois,  introduz‐se a  ideia da necessidade de produção de um “boneco”, como guia de confecção de um fanzine.  

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Atividade 5. Como é que se faz um fanzine? É fácil?    a) A diagramação   

b) O “boneco” 

IV. PRODUZINDO UM FANZINE, FINALMENTE!   

Professor, essa seção é dividida em dois momentos e tem o objetivo de guiar, de maneira segura e bem estruturada, os alunos durante a confecção do fanzine. A primeira etapa dessa seção refere‐se à construção dos elementos textuais e  imagéticos do fanzine. A segunda parte dedica‐se à construção efetiva dele: produção de um boneco, seleção de textos e imagens e elaboração de resenhas etc.  

Atividade 6. Retomando o percurso. 

Atividade 7. Mãos à obra!  

V. AUTOAVALIAÇÃO. EU SOU O MEU CRÍTICO MAIS SEVERO.  

Professor,  essa  seção  tem  o  objetivo  de  levar  os  alunos  a  refletirem  sobre  seu  processo  de aprendizagem por meio da retomada dos elementos aprendidos e estruturados durante as aulas da oficina.  Também  tem  o  objetivo  de  estabelecer  critérios  para  que  possam  avaliar  os  fanzines  que produziram.  

Atividade 8. Será que fizemos um fanzine legal?   

VI. AVALIANDO OS FANZINES PRODUZIDOS. 

Professor, nessa  seção a  ideia é que os  fanzines  sejam  socializados,  lidos pelos colegas e avaliados segundo os mesmos critérios da seção anterior. Também está prevista a avaliação da própria oficina.   

Atividade 9. Eu sou o crítico dos fanzines de meus colegas.    Atividade 10. Por fim, eu sou o crítico da oficina.  

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I. CONHECENDO O FANZINE.  

Aula I - Conheça o fanzine.

Professor, essa aula tem os seguintes objetivos:   

• apresentar o gênero fanzine;  

• possibilitar que os alunos  identifiquem as características de um fanzine por meio da exploração de seu contexto de produção e dos elementos que compõem uma página de fanzine;  

• apresentar aos alunos os zineiros: quem faz os fanzines e por que faz.  

 PASSO 1  

Pergunte  aos  alunos  o  que  sabem  sobre  fanzine,  se  já  leram  ou  produziram  algum  e  se  conhecem alguém que os produza.  

Leia o texto inicial até a questão 1.  

PASSO 2  

Peça  que  façam  comentários  preliminares  sobre  a  página  de  fanzine  (a  discussão  suscitada  pelas questões propostas vai aprofundar a análise posteriormente. De início, a ideia é que apenas troquem as primeiras impressões). Peça aos alunos que respondam às questões 1, 2 e 3. 

PASSO 3  

Proponha uma retomada das questões propostas.  

Observe se percebem o humor presente na arte: o fato da personagem, mesmo emudecida pelo texto “Urgente, Declarações”  (o  que  já  indicaria  uma  contradição  em  si),  diz  o  que  ela  quer  por meio  de broches.  

Questione‐os  sobre  o  seguinte:  o  que  a  personagem  diz  é,  realmente,  uma  declaração  urgente?  É importante  saber  se  alguém  ama  coxinha?  Em  seguida,  questione‐os  sobre  o  que  é  importante  ser declarado. E, por fim, sobre o próprio dito: Ele é importante e urgente, nesse caso, para quem? Indique aos alunos que a importância e a urgência de se dizer algo podem ser sentidas quando se foi obrigado a calar; a não dizer. E nesse  caso o urgente pode  ser mesmo pessoal e  individual. E dizer que  se ama coxinha, ou o que quer que seja, torna‐se importante. Outra possibilidade é interpretar que o autor quis de  fato  produzir  um  efeito  de  humor,  relacionando  “declaração  importante”  com  coisas na  verdade banais ou já sabidas.  

Pergunte: quando nosso direito de fala é proibido? E, historicamente, o Brasil já passou por momentos de silêncios obrigatórios? Em seguida, leia o texto que se segue. Mas antes, antecipe aos alunos que eles estudarão uma arte gráfica  independente que trabalha com o que não é normalmente dito e que não tem espaço de publicação. Esse movimento, durante a ditadura brasileira, teve uma grande importância, mantendo viva a expressividade de cada artista zineiro. Portanto, eles terão a oportunidade de declarar o que eles acham urgente e que, em geral, não é dito pela mídia.   

O conteúdo mais pontual das questões propostas é retomado nas observações que as sucedem. 

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 PASSO 4 

Lance a questão 4 e, se  for o caso, acompanhe os registros que os alunos  farão. Veja se algum aluno possui algum fanzine ou pode conseguir algum e peça para que traga na aula que vem, ocasião em que deve ser explorado pela classe.  

Atividade 1. Quem escreve fanzine? Por quê? E para quem?   Fanzine, ou  zine para os  íntimos, é um  tipo de publicação bem parecido com um  jornal ou com uma revista. No entanto, existe algo de único nessa publicação: Zine é, digamos assim, um estilo de vida. Fazer um fanzine é como andar de skate, “curtir um som”, ter uma banda ou fazer poesia. Quem publica um  fanzine  tem atitude: quer mexer, provocar e  incomodar. Um zineiro  tem prazer em publicar seus desenhos, seus textos e suas ilustrações; desta forma ele dá vida a sua imaginação, a sua criatividade e, principalmente, ao seu universo particular: fanzine é um espaço único de divulgação, de comunicação, de posicionamento e de compartilhamento. Por meio dessas publicações, é possível conhecer pessoas; cria‐se um veículo de comunicação entre um grupo que não tem espaço na mídia oficial. Portanto, ele não  deve  ser  confundido  com  um  jornal  ou  uma  revista:  a  arte  de  um  fanzine  é  provocadora  e irreverente. Não existe certo ou errado, vale tudo: colagem, desenho, fotografia, ilustração digital etc.  

1. Veja uma página de fanzine e tente identificar o que o autor usou: colagem, desenho, computador...  

Professor,  essa  questão  tem  o  objetivo  deindicar aos alunos que a produção de um fanzineaceita  todo  o  tipo  de  experimentação  gráfica.No  caso,  o  artista  usou  a  colagem,  ocomputador  (eu  amo  coxinha)  e  o  desenho(balão  que  indica  o  pensamento  da  figuraprincipal).  

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2. Explore os elementos da página:   

Quais  são as  referências culturais externas  (símbolos, dizeres que circulam em outros contextos etc.) presentes?  

O  símbolo  da  paz  e  outras  referências  da  cultura  hippie;  o  slogan  “love  x”  ou  “Eu  love  x”;  uma chamada típica de uma certa imprensa (“urgente”); recursos de histórias em quadrinhos (balão) etc.   

O que a exclamação representa?  

Faz referência à frase “urgente declarações”. Uma possibilidade de sentido é considerar que o que se tem a dizer, seja lá o que for é importante, surpreendente etc.  

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O lugar da colagem do “urgente, declarações” diz alguma coisa?  

Pode  indicar  que  a  personagem  está  emudecida  ou  calada  pela  urgência  de  declarações.  Outra possibilidade é  considerar que há uma  contradição proposital:  se quer  falar algo, mas a boca está tampada.  

3.  Procure  localizar  nessa  página  de  fanzine  algumas  das  características  desse  tipo  de  publicação mencionadas.   

A  imagem  tem  atitude:  quer mexer,  provocar  e  incomodar  o  leitor.  É  provocadora  e  usa  vários elementos e várias técnicas, como já destacado na questão 1. Ela surge da imaginação do zineiro, que expressa sua opinião e o seu universo particular.  

4.  Caso  algum  colega  seu  de  classe  já  tenha  feito  um  fanzine  ou  tenha  costume  de  ler  fanzines  ele poderá acrescentar algumas informações sobre esse tipo de publicação. Registre aqui a contribuição do seu colega.  

Atividade 2. E eu, sou fã do que mesmo?   As questões que se seguem não supõem certo ou errado como resposta, cada aluno pode respondê‐las livremente. No entanto, deve‐se incentivá‐los a considerar que as questões artísticas e sociais são temáticas importantes e recorrentes no universo do fanzine. Também servem para você conhecer um pouco mais dos seus alunos.  

Como  já dito, quem escreve um fanzine quer participar, agir e criar dentro de uma comunidade ou de um grupo sem espaço de comunicação e de divulgação na mídia oficial. E você, gostaria de falar sobre o quê? Existem muitos assuntos que ele  pode abordar, estes são apenas alguns. Escolha um dos temas a seguir: 

[   ] música 

[   ] games    

[   ] quadrinhos 

[   ] livros, contos, poesia 

[   ] filmes, animações  

1. Existe, na verdade, uma possibilidade enorme de  temas para você escolher. Só não se esqueça do seguinte:  fanzine é uma ótima oportunidade de  falar para  todo mundo o que você sempre quis, mas nem sempre encontrou ouvidos disponíveis. Portanto, essa é a hora: os zineiros querem escutar você.  

Primeiro, diga com quais dos temas acima você mais se  identificou. Em seguida, escreva por que você escolheu esse assunto e não outro. 

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Em seguida, faça uma lista a partir do tema que você escolheu.   Pense em um título que indicará o assunto da sua lista: os 5 melhores filmes de terror; os 5 gibis de que eu  mais  gosto;  as  músicas  que  eu  mais  escuto;  os  jogos  de  videogame  mais  emocionantes  etc. Componha  a  sua  lista  e  reflita  sobre  as  qualidades  que  fizeram  você  escolher  cada  elemento  que  a compõem. Por exemplo: é novo; meus amigos ainda não conhecem; ele é divertido; meus amigos vão gostar de conhecer etc. 

 Título/tema da minha lista: 

1o   

2o   

3o   

4o   

5o 

4. Escolha um dos elementos que compõe a sua lista para compartilhar com os colegas.  

Para  dividir  essa  informação  com  seus  colegas  é  importante  que  você  se  prepare  antes.  Portanto, descreva sucintamente o objeto escolhido. 

• O que ele é: uma música, uma banda, um game, uma história em quadrinhos, um livro, um contos, uma poesia, um filme, uma animação etc.? 

• Como ele é? Ele é “legal”, emocionante e divertido? Seus amigos vão gostar? Por quê? Quais são as qualidades  que  podem  chamar  a  atenção  e  atrair  seus  colegas?  A  novidade,  a  originalidade,  a qualidade técnica etc.? 

• Pense no que seria importante dividir com seus colegas. O que eles gostariam de saber sobre o que você escolheu? Escreva um pequeno parágrafo contendo as informações das questões anteriores: o que é, como ele é e por que você o escolheu. 

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5.  Por  fim,  forme  pequenos  grupos  e  divida  com  seus  colegas  o  que  você  escolheu  contar.  Troque informações e descubra que gostos vocês têm em comum e quais são diferentes. Tente observar: o que é, como é e a qualidade daquilo que seus colegas escolheram compartilhar.  

 

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II. DO QUE É FEITO UM FANZINE?

Professor, essa  seção  tem o objetivo de apresentar aos alunos as múltiplas  temáticas de um  fanzine, associando‐as ao movimento artístico conhecido como contracultura, para, em seguida, levar os alunos a  pensarem  em  um  tema  de  fanzine.  As  atividades  têm  como  objetivo  ainda  questões  referentes  à composição textual, incentiva‐se a pesquisa e a produção a partir da temática escolhida pelos alunos e, por fim, a elaboração de resenhas, como uma produção típica do fanzine.  

PASSO 1  

Retome  a  aula  anterior  e  questione  os  alunos  sobre  que  tipo  de  texto  circula  em  um  fanzine.  Em seguida, pergunte‐lhes sobre o que eles escreveriam em um fanzine.  Anote os temas ditos pelos alunos na  lousa e questione‐os sobre quais deles eles  leriam. Relembre‐os de que toda publicação supõe um público: qual seria o público dos fanzines? Quem os lê? Procure mostrar que, em geral, são pessoas com o mesmo interesse e gosto de quem escreve um fanzine.   

PASSO 2  

Após as questões anteriores,  leia com os alunos o texto que antecede os exercícios. Durante a  leitura, alguns  conceitos  importantes  ao  contexto  dos  fanzines  serão  apresentados:  o  movimento  de contracultura, o movimento “beat generation”, o movimento “hippie” e outros ligados a contracultura. O conceito de contracultura é muito importante para se entender o que representa a produção de uma publicação  independente  como  o  fanzine.  Portanto,  enfatize  o  fato  de  que,  como  os movimentos surgidos nos anos 1960,  ele visa contestar valores, normas, gostos e padrões, que ele visa transformar o que é habitual.  

PASSO 3  

Por fim, peça para os alunos fazerem as atividades propostas. A tarefa intitulada Trace com o grupo de editores  do  seu  fanzine  algumas metas de pesquisa  deve  ser  feita  em  grupos  de  4  a  5  alunos  que responderão a cada  item, mas que concluirão suas pesquisas em outro horário ou espaço (em casa ou no  laboratório).  Esclareça que  começarão  a produzir um  fanzine que depois  será  lido e  avaliado por todos da classe.  

A atividade 4  refere‐se à produção de  resenhas e pode ser  feita  também em casa, mas as produções devem ser lidas no outro dia na sala e corrigidas por você.   

Para a atividade 6,  será necessário que eles  tragam os  textos e  imagens pesquisados para a próxima atividade.  

Fazem parte da contracultura os movimentos artísticos de mobilização e contestação social que  tiveram seuauge nos anos 1950 e 1960 com a Beat Generation (grupo de escritores americanos da década de 1950 quetinham  uma  produção  visceral  inspirada  pelo  ritmo  do  jazz)  e  com  o movimento  Hippie  (movimento  dasdécadas  de  1960  e  1970  que  pregava  a  vida  comunitária  em  comunhão  com  a  natureza,  negavam  onacionalismo e a guerra e pregavam o amor e a paz).  Além desses dois, a contracultura é  formada por movimentos culturais que questionam os valores, normas,gostos e padrões de comportamento  tradicionais ou da dita cultura valorizada e que buscam, por meio dasexpressões individuais, uma transformação de consciência. 

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Atividade 3. Do que falam os fanzines? Do que eu falaria no meu fanzine?    Os  fanzines  falam, normalmente, sobre música. Mas, como nós vimos na atividade passada, os temas  variam muito,  eles  vão desde  estilos musicais  (rap,  reggae,    rock, punk),  a  tipos de  filme  (suspense, terror,  filme B,  filmes  independentes), passando por quadrinhos  (mangás, animes, comic novels etc.). Não existem regras  fixas para um zineiro: ele é  independente e questionador. Os  fanzines são  ligados aos movimentos de contracultura.  

Assim, eles  são  ligados a manifestações e expressões artísticas, como as artes plásticas, a música e a literatura. Os  fanzines são, portanto, parte  indissociável de movimentos contestadores marcados pela contracultura:  o movimento  punk  –  surgido  no  final  da  década  de  1970,  inspirado  pelo  princípio  da autonomia  “faça  você  mesmo”  e  pela  perspectiva  marginal  buscando  uma  alternativa  à  cultura tradicional  –  e o  indie  – denominação  surgida nos  anos  1980 que busca definir  aqueles  artistas que desenvolveram meios e princípios de produzirem e viverem  independentemente da  indústria cultural. Os fanzines são, assim, um meio de divulgação desses movimentos.  

Está na hora de você buscar materiais para o seu fanzine. Pesquise. Trace algumas metas de pesquisa e colete materiais: fotos, ilustrações, quadrinhos, desenhos... Mas antes monte um grupo de 4 a 5 alunos que  tenham  algum  tipo de  interesse  em  comum:  esse  grupo  será  a  sua equipe de  zineiros, o  corpo editorial do seu fanzine. Portanto, daqui para frente, todas as atividades coletivas referentes à produção de fanzine serão feitas por esse grupo. Dê um nome ao grupo (o mesmo nome do fanzine de vocês) e divirta‐se.  

Agora vamos à primeira tarefa atribuída aos editores do fanzine: buscar materiais. 

 Trace com o grupo de editores do seu fanzine algumas metas de pesquisa. 

Professor,  essa  atividade  deve  ser  iniciada  em  sala, mas  concluída  em  outro momento.  Indique  a pesquisa e a coleta de materiais para a confecção do fanzine como uma atividade permanente até o final da oficina. Peça para os alunos trazerem aos poucos o que eles pesquisarem e coletarem: reserve o fim de algumas aulas para eles dividirem com os colegas os materiais pesquisados e selecionados.  

1. Retomem os assuntos e listas que cada membro do grupo definiu na atividade 2. Veja se o grupo se coloca de acordo com algum dos temas ou escolham outro que agrade a todos do grupo. 

2. Escolham um nome para o grupo de vocês. 

3. Definam as fontes de pesquisa (livro, internet, jornal, revista etc.) 

4.  Busquem  textos  e  imagens  já  existentes  sobre  o  tema  que  você  escolheu.  Por  exemplo:  se  você escolheu  fazer um  fanzine sobre um grupo ou estilo musical; selecione  letras de músicas, opiniões de fãs, fotografias da banda,  imagens de show, de capas de CD. Se você escolheu fazer um fanzine sobre literatura,  escolha  foto  de  autores,  livros,  personagens  de  histórias  importantes,  poesias,  contos, aforismos,  opiniões  de  leitores  etc.  Portanto,  você  deve  escolher  imagens  e  textos  para  recortar, transformar, colar, desenhar e criar a partir deles. 

ATENÇÃO: você usará sua pesquisa, os textos e as imagens, para fazer o seu zine. As imagens e os textos pesquisados por vocês formarão, por meio de colagens, a base das páginas do seu fanzine. Veja os sites: http://www.ligazine.com.br/fzn_zines.asp; http://www.ninaflores.blogger.com.br/ e tenham uma  ideia de como serão as suas colagens. 

 

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Atividade 4. O que os zineiros escrevem? 

Um dos  tipos de  textos muito presentes em  fanzines é a  resenha. Essa é uma  forma que os  zineiros encontram  para  divulgarem  e  se  posicionarem  frente  ao  trabalho  dos  seus  amigos  ou  artistas  que admiram. O objeto da resenha pode ser alguma banda, artista, show,  livro, conto, poema, quadrinho, evento, outro zine etc.  

As duas primeiras questões têm como objetivo avaliar o conhecimento prévio do aluno referente ao contexto de produção de resenhas. Esse exercício pode ser feito oralmente.  

1. Leia as seguintes resenhas e diga se você já leu algo parecido. Se já, onde? 

“João  Quadrado  é  o  nome  da  bandaindependente  que  está  fervendo  nocenário  paulistano.  Formada  pelo  ex‐vocalista  da  banda  A  Gravata  de  Jorge,João Quadrado, apresenta um  som muitoconsistente:  com  guitarras  barulhentas  ebaterias  jazzísticas.  A  nova  banda  não  étão boa quanto a antiga banda do João, AGravata  de  Jorge,  mas  vale  conferir  onovo som do gênio indie paulistano”. 

“A  novidade  de  hoje  é  um  livro  decontos.  O  jovem  autor  paulistano,Rogério S. acaba de publicar seu 2o livropela  editora  Legos,  intitulado Noites. Onovíssimo livro de Rogério S. aborda, demaneira  sensível,  a  precária  condiçãovivida pelos jovens moradores de rua daLapa. Noites é um livro imperdível”.  

2. Qual é o objetivo dessas resenhas?  

Divulgar e promover a banda João Quadrado e o livro Noites.  

As  resenhas  publicadas  em  jornais,  revistas  e  livros  são  textos  feitos  com  o  intuito  de  apresentar  e divulgar algo aos  leitores. Portanto, é um texto que  fala o que é, como é, e se esse algo é “bom” ou “ruim” na opinião do autor da resenha, se vale a pena ou não conhecer a obra resenhada. As resenhas críticas fazem uma apreciação de um determinado livro, artista ou obra para que os leitores possam se informar  sobre as novidades culturais. A diferença é que a obra  resenhada nos  zines, em geral, é de autoria de alguém não conhecido pela mídia.  

3.  Identifique  os  elementos  de  uma  resenha.  Leia  as  resenhas  e  grife  as  frases  que apresentam/descrevem a obra ou o artista e circule aquelas que avaliam a obra. 

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Qual é o título da obra resenhada? 

Bom dia, meu amor. Sonhou? 

 Qual o nome da autora? 

Gil de Tuca Barbosa 

Do que fala o livro resenhado? 

Narra a vida de uma garota perdida entre o sonho de ser cantora e a realidade apresentada pela vida.  

Qual é o gênero do livro? 

É um suspense (emocionante ‐ que nos prende do começo ao fim)   

A resenha recomenda ou não a obra? Justifique. 

Recomenda. Considera que o livro traz um suspense emocionante que prende o leitor.  

4. Agora, façam pequenas resenhas a partir das seguintes informações:  

Professor, cada aluno deverá fazer uma resenha própria contendo todos os elementos indicados. Leve em consideração  o  que  foi  trabalhado  por  eles  no  exercício  anterior  (o  reconhecimento  dos  elementos textuais  de  uma  resenha)  para  iniciar  essa  produção  autônoma.  Incentive‐os  a  encontrar  diferentes formas de reunir as informações, explorando diferentes recursos da língua.  

 Assim, por exemplo, em relação às resenhas anteriormente lidas, poderíamos ter outras possibilidades de redação:  

Gil de Tuca Barbosa surpreende de novo! Seu novo livro, Bom dia, meu amor. Sonhou?, é daquele tipo que a gente começa a  ler e não quer parar mais.   A escritora pernambucana narra a história de uma garota que sonha em ser cantora. Seu sonho se contrasta com a dura  realidade da vida. Some‐se a  isso uma dose de suspense (dos bons) e pode‐se começar a ter uma ideia do livro. Imperdível!!!    Moradores de rua vivem como? Pensam o quê? Fazem planos? Esse é o mote do novo  livro de Rogério S. – Noites – que acaba de ser lançado pela editora Legos. O autor trata de maneira sensível a condição de vida de moradores da Lapa. Para os que ainda defendem causas sociais!  

“Bom dia, meu amor. Sonhou? É a novidadeeditorial do mês de abril. O novo livro daescritora pernambucana Gil de TucaBarbosa narra a vida de uma garotaperdida entre o sonho de ser cantora e arealidade apresentada pela vida. Bom dia,meu amor. Sonhou? É um suspenseemocionante que nos prende do começoao fim”.

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Coloque na lousa essas novas resenhas, compare com as primeiras e proponha que os alunos pensem em outras possibilidades de redação para elas. Retome com eles o que foi trabalhado no exercício anterior (o reconhecimento  de  elementos  de  uma  resenha  –  descrição/apresentação  e  apreciação/avaliação), lembrando‐os de que devem  incluir essas  informações/opiniões na resenha. Se não houver mais tempo, peça para que façam as duas resenhas da atividade em casa. 

a)  

Banda: Os Seus.  Estilo: indie.  Origem: Osasco.  Tempo de banda: 1 ano.  Crítica: um som diferente, com influências que vão desde o rap ao jazz.  Apreciação: positiva.  Indicação: escutar a música A mãe do Freud.   Resenha:  

Exemplo: Um som diferente, temperado com mistura de ritmos que vão do rap ao jazz, marca o novo disco da banda Os Seus, formada em Osasco há cerca de um ano. O disco todo vale a pena, mas não deixe de escutar a música A mãe do Freud. Confira!!! 

b)  

Livro: Lama  Autor: Daniel Fernandes.   Origem do autor: São Paulo.  Gênero: conto.  Crítica: os  contos  são depressivos e muito descritivos, não apresentam nenhuma novidade e  causam cansaço.   Apreciação: negativa.  Indicação: há um conto que vale a pena ser lido: A menina mulher da pele preta.  

Resenha:   

Exemplo: O paulista Daniel Fernandes acaba de lançar um novo livro de contos – Lama. Uma leitura difícil, que cansa. Os contos são muito descritivos, com temáticas já desgastadas e despropositadamente depressivos. Dos seis contos apresentados apenas um vale a pena ‐ A menina mulher da pele preta. Não perca tempo!!!! 

Na  próxima  aula,  peça  para  que  alguns  alunos  leiam  a  resenha  produzida  e  peça  para  que  a  classe  teça comentários.  

 5. Agora,  façam uma  resenha para o  seu  fanzine. A partir do  tema que o  seu  grupo escolheu,  cada integrante  do  corpo  editorial  deverá  selecionar  uma  obra  para  fazer  uma  resenha  com  o  intuito  de divulgar as obras escolhidas aos seus leitores. Por exemplo, se o seu fanzine é sobre literatura, faça uma resenha de um livro que contenha: o nome do livro, do autor, a editora, a origem do autor, o gênero do livro, uma breve síntese do enredo e a sua crítica ao livro.   

Resenha:  

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Professor, por ser uma atividade que requer pesquisa e leitura, indica‐se que seja feita em um espaço fora da sala de aula e que seja retomada depois.   

6. Agora, vamos a mais uma tarefa para os editores do fanzine ‐ ilustrar as resenhas com as imagens que vocês  já pesquisaram: fotografias, desenhos próprios, pequenas frases recortadas de  jornais e revistas etc.  

 Modelo:  Folha  sulfite  (A4)  dobrada  ao meio.  As  imagens  podem  ser  recortadas  de  jornal,  revista, impressas da internet ou desenhadas por vocês. As resenhas, feitas no computador ou à mão devem ser associadas às imagens nas páginas.   

Vocês também podem incluir outros textos pesquisados na atividade 3:  

III. COMO FAZER UM FANZINE?   

Professor, essa aula tem o objetivo de possibilitar que os alunos produzam um fanzine. Primeiro, apresenta‐se o conceito de diagramação e o uso que os zineiros fazem dessa para subverter a arte gráfica e construir páginas provocadoras.  Depois,  introduz‐se  a  ideia  da  necessidade  de  produção  de  um  “boneco”,  como  guia  de confecção de um fanzine.  

Atividade 5. Como é que se faz um fanzine? É fácil?   a) A diagramação  

As  questões  que  se  seguem  não  supõem  certo  ou  errado  como  resposta,  cada  aluno  pode  responder livremente.  Elas  têm  o  intuito  de  levar  os  alunos  a  experimentarem  e  conhecerem  alguns  elementos  de diagramação.  Portanto,  incentive‐os  a  explorar  as  inúmeras  possibilidades  gráficas,  fazendo‐os  subverter  as regras convencionais das artes gráficas e levando‐os a construir as suas próprias regras, com o fim de levá‐los a criarem páginas instigantes. 

Nós  já  vimos  que  os  textos  de  fanzine  podem  ser  feitos  de  várias maneiras:  por meio  de  colagem, escritos à mão, no computador etc. Mas nós, ainda, não vimos algo muito importante: como colocar isso tudo em uma página. Como você já deve ter percebido, os zines não utilizam um jeito convencional de inserir os vários elementos nas páginas. Ao contrário, nos zines, o que vale é a criatividade, a ousadia no estilo.  Pois  bem,  saber  fazer  uma  página  é  saber  diagramar.  Para  os  textos  convencionais,  existem algumas  regras  de  diagramação, mas,  como  você  já  pode  prever,  não  há  regras  para  um  zineiro... Quebrar as regras convencionais faz parte do “jogo”. 

1. Veja  algumas  regras de diagramação de publicação  convencionais e  compare  com uma página de fanzine. Em seguida, diga com quais das regras o zineiro brincou e subverteu. 

Professor, essa atividade pode ser feita em casa. Quando for retomá‐la em sala de aula, levante com os alunos os aspectos que eles  conseguiram observar e  indique que, mesmo  subvertendo  todas estas  regras, o artista obtém um resultado estético bom e desejado por ele: de contestação.  

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REGRAS DE DIAGRAMAÇÃO PARA PUBLICAÇÕES CONVENCIONAIS 

 1. Não abuse das letras. Escolha um tipo de letra e não mude.  2. Coloque os elementos, texto e imagem, de maneira adequada e alinhada.  3. Escolha bem o tamanho das letras permitindo uma boa leitura.  4. Componha texto e imagem de maneira harmoniosa. 

2.  No  site  http://www.ninaflores.net/relicariodepalavras  veja  os  fanzines  produzidos  pela  autora  e reconheça as estratégias de diagramação utilizadas pela artista Ninaflores. Quais são essas estratégias? Como ela compôs as capas dos fanzines: por meio de colagens, com quais materiais (fotografia, recortes de jornal, escrita à mão, desenhos, fotocópias etc.)? 

Para  compor  as  páginas  do  fanzine,  a  artista  usa  de  colagens  de  fotografias  de  jornais,  revistas,  desenhos, gravuras, xérox e textos escritos à mão, recortes de jornais e revistas etc.  

3. Agora chegou a sua hora de desenvolver as suas próprias regras de diagramação. Seja livre e criativo. Brinque com os elementos abaixo e construa em uma página a sua própria mensagem gráfica.  

a)  Recorte as figuras e as frases abaixo e as cole em uma folha canson da cor de sua preferência e do  jeito  que  você  preferir.  Aproveite  para  experimentar  várias  formas  de  diagramação, acrescentando o que você quiser. 

 

 

 

 

 

 

 

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Já está na hora de você as suas próprias

Já está na hora de você as suas próprias

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b)  Em  seguida, a partir da  sua experiência,  construa,  segundo o modelo, as  suas próprias  regras gráficas: 

ESCOLHASESCOLHAS

fazer fazer FAZER FAZER FAZER FAZER

ESCOLHAS ESCOLHAS

REGRAS DE DIAGRAMAÇÃO PARA A MINHA PUBLICAÇÃO 

 1.______________________________________________________________________________________________ 

2.______________________________________________________________________________________________ 

3.______________________________________________________________________________________________ 

4.______________________________________________________________________________________________

REGRAS DE DIAGRAMAÇÃO PARA PUBLICAÇÕES CONVENCIONAIS 

 1. Não abuse das letras. Escolha um tipo de letra e não mude.  2. Coloque os elementos, texto e imagem, de maneira adequada e alinhada.  3. Escolha bem o tamanho das letras permitindo uma boa leitura.  4. Componha texto e imagem de maneira harmoniosa. 

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4. Agora vamos criar algumas páginas divertidas para o fanzine. Vocês  já fizeram resenhas,  ilustraram‐nas; agora só falta construir páginas nas quais os editores de um fanzine expressam artisticamente suas opiniões por meio de colagens, desenhos e textos diversos. 

1º Dobrem uma folha A4 ao meio. 

 Esse é o formato padrão do fanzine. 

2º Escolham um texto (você pode recorrer aos textos pesquisados na atividade três.)  

O texto será recortado e retrabalhado; será um elemento da colagem  

3º Escolham uma imagem.  

A imagem será recortada e retrabalhada; será um elemento da colagem  

4º Observem o quadro anterior contendo as regras de diagramação.  

As regras devem ser quebradas. 

5º Subvertam algumas dessas  regras. Criem duas páginas para o seu zine; uma para cada metade do papel sulfite. 

 Professor, os alunos de cada grupo de fanzine devem produzir duas ou mais páginas, conforme as regras e as etapas anteriormente estipuladas. Incentive a criatividade: indique imagens e diferentes textos de jornal e revista para que cada aluno desenvolva no espaço correspondente à metade de uma folha de sulfite  uma  arte  que  fará  parte  do  fanzine.  Indique  a  contravenção  dos  elementos  anteriores  como caminhos de composição, mas não os restrinja a tais regras; deixe‐os livres. No entanto, lembre‐os que o  4o  elemento,  a  construção  de  uma  página  “harmoniosa”,  é  um  elemento  importante  a  ser considerado.   

Passo 1  

Retome oralmente com os alunos o que  já  foi estudado  sobre  fanzine até o momento: a  temática, o contexto de produção, a pesquisa, a  resenha, as  técnicas de montagem etc. Antecipe para os alunos que, nessa aula, eles aprenderão a fazer páginas para um fanzine e que, portanto, eles usarão o que eles já pesquisaram, selecionaram e produziram.   

Em seguida, leia com eles o texto que antecede o exercício.   

Passo 2  

Por fim, peça para eles fazerem os exercícios que compõem esta atividade. 

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b) O “boneco”  

Professor, essa atividade visa  trabalhar com os alunos a  ideia de planejamento associada à produção de um “boneco”,  indicando‐o  como um guia para a  confecção de um  fanzine. Para essa aula, o aluno  já deverá  ter definido a maioria das páginas que irão compor o fanzine: a criação e a ilustração de resenhas e a produção de outras  páginas.    Caso  isso  ainda  não  tenha  sido  feito,  esta  aula  deverá  ser  um  espaço  para  que  os  alunos possam produzir essas páginas. O “boneco” é muito  importante para a produção de um fanzine, pois ajuda a visualizar como ele será materializado.   

Você, professor, deverá, durante esta aula, auxiliar seu aluno a construir uma  imagem bem clara do que ele produzirá  futuramente. Partindo das dificuldades que surgirem durante a execução desta atividade, recupere os  elementos  estruturais  de  um  fanzine:  capa,  contracapa,  produção  pessoal  (páginas  de  arte  gráfica  e expressão pessoal), resenha, quarta capa e terceira capa.  Indica‐se que você siga cada passo desta aula  junto com os alunos, fornecendo‐lhes exemplo de como um boneco deve ser feito.  

Vamos  recapitular o que vocês  já  fizeram até aqui: pesquisaram  textos e  imagens,  fizeram  resenhas, ilustraram‐nas e  construíram páginas para o  zine de  vocês. Mas  como  transformar essas páginas em uma publicação? Por enquanto, as  resenhas,  ilustrações e páginas que criamos não  formam um zine. Pois bem, essa é a  função do “boneco”: guiar‐nos na    tarefa de  transformar páginas criativas em um fanzine original. Portanto, vamos fazer nosso primeiro boneco.  

Mais algumas tarefas para os editores do fanzine: 

1º  Definam  um  roteiro  para  o  fanzine:  com  o  que  vocês  produziram  durante  as  aulas  (resenha, ilustrações,  capa,  contracapa,  textos  e  páginas  nas  quais  os  editores  do  fanzine  expressem artisticamente suas opiniões) definam uma sequência; uma  ordem para as páginas do zine. 

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Exemplo: 

 Capa 

Página 1: resenha sobre a nova música da minha banda preferida e foto do show. 

Página 2: resenha cultural (livros, HQs, CDs, poesia etc.). 

Página 2: ilustração. 

Página 3: textos de opinião. 

Página 4: resenhas de shows e falas de outros fãs. 

Página 5: ilustração. 

Contracapa.

2º Definam o número de páginas do  fanzine. Como eles são  feitos de  folhas A4 dobradas ao meio, o número de páginas  é sempre um múltiplo de 4 (4, 8,12, 16, 20...). 

3º Montem o “boneco”. 

1º Definir o número de folhas. Se vocês escolheram que o fanzine terá 12 páginas (contanto com a capa e  a  contracapa) é  fácil  saber quantas  folhas ele  terá. Para  saber quantos papéis A4  vocês usarão na montagem, é só dividir 12 (o número de páginas) por 4. Portanto, você precisará de 3 folhas de papel sulfite.  Lembre‐se  de  que  cada  folha  significa  quatro  páginas,  sempre  utilizando  a  frente  e  o  verso. Então, se o seu zine tiver 5 folhas, ele terá 20 páginas. 

2º Dobrar as folhas. Pegue o número de folhas necessárias para fazer o seu fanzine e dobre‐as ao meio. 

Ex: Se você escolheu que seu fanzine terá 20 páginas, pegue 5 folhas A4.   

Em seguida, dobre‐as ao meio.

3º Juntar as folhas. Coloque‐as umas dentro das outras como se fosse um sanduíche. 

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4º Enumerar as folhas do começo ao fim. 

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5º Escrever  indicações nas  folhas que  irão auxiliar no momento de  fazer o  seu  fanzine. Por exemplo, (capa, resenha, páginas em que os editores do fanzine expressem artisticamente suas opiniões) 

6º Agora produzam uma capa, usando  imagens (fotos, colagens, desenhos que vocês mesmos façam), textos, o que vocês quiserem. Coloquem o nome do fanzine, que pode ser o nome do grupo que vocês criaram na atividade 3. 

IV. PRODUZINDO UM FANZINE, FINALMENTE!   

Professor, essa aula é dividida em dois momentos e tem o objetivo de guiar, de maneira segura e bem estruturada, os  alunos durante  a  confecção do  fanzine. A primeira etapa  refere‐se  à  construção dos elementos textuais e imagéticos do fanzine. A segunda parte dedica‐se à construção efetiva do fanzine: produção de um boneco, seleção de textos e imagens e elaboração de resenhas etc.  

PASSO 1  

Retome,  oralmente,  com  os  alunos  as  atividades  já  estudadas.  Questione‐os  sobre  o  que  eles aprenderam até aqui sobre  fanzine: sobre o que é preciso  fazer para construir um  fanzine.   Anote as respostas na lousa.   

PASSO 2  

Peça para os alunos enumerarem as tarefas que antecedem a produção de um fanzine.   

PASSO 3  

Em seguida, peça para eles fazerem os exercícios propostos nas atividades 6 e 7.  

 

Atividade 6. Retomando percurso    Professor, acompanhe os grupos nessa autoavaliação para ajudá‐los a perceber o que falta fazer. Se for o caso, faça sugestões aos alunos de como produzir o que falta.  

1. Assinalem as etapas já percorridas por vocês, editores.   

(    ) Já escolhemos o tema do fanzine.  

(    )  Já  pesquisamos materiais  interessantes  para  compor  o  zine:  fotografias,  ilustrações,  quadrinhos, trechos  (imagens) de obras dos autores presentes no zine,  trechos de  textos/falas de outras pessoas, outros textos que produzimos etc.  

(    ) Já escolhemos obras e artistas para fazer resenhas sobre eles.  

(    ) Já produzimos resenhas sobre as obras escolhidas.   

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(    ) Já ilustramos as resenhas.  

(   ) Já criamos páginas nas quais expressamos artisticamente nossas opiniões sobre o tema escolhido.  

(   ) Já definimos um roteiro para o nosso zine (capa, resenha, páginas nas quais os editores expressam artisticamente suas opiniões etc.).  

(    ) Já sabemos quantas folhas são necessárias para fazer o zine.  

(    ) Já sabemos o que vai em cada página do zine.  

(    ) Já fizemos um “boneco” do zine.  

 Atenção! É muito  importante que todas as etapas anteriores tenham sido realizadas. Caso contrário a qualidade do seu fanzine pode ficar comprometida.

Atividade 7. Mãos à obra!   1. Agora, vamos ao fanzine. Últimos procedimentos: 

•  Juntem os materiais que vocês já produziram para o fanzine (capa, resenha, páginas nas quais vocês expressaram artisticamente suas opiniões sobre o tema do fanzine, trechos (imagens) de obras dos autores presentes, trechos de textos/falas de outras pessoas, outros textos que produziram etc.)  

• Em seguida, colem tudo no seu boneco.   

• Estipulem um número de  cópias  (10  é um bom número, dessa  forma  vocês poderão distribuir o fanzine na sua escola e para os seus colegas).   

• Pronto, é só fazer as cópias de tudo (frente e verso).  

• E... ufa! É só grampear.  

V. AUTOAVALIAÇÃO. EU SOU O MEU CRÍTICO MAIS SEVERO.  

Professor, essa aula  tem o objetivo de  levar os alunos a  refletirem sobre seu processo de aprendizagem por meio da retomada dos tópicos trabalhados durante as aulas da oficina. Também tem o objetivo de estabelecer critérios para que possam avaliar os fanzines que produziram.  

Atividade 8. Será que fizemos um fanzine legal?    1. Coloque S (para sim) ou N (para não) em cada parênteses:  

 (   ) Seguimos os passos propostos para a elaboração do zine;  

(    ) Usamos diferentes tipos de materiais e linguagens para compor o zine;  

(      ) Misturamos  trechos de  textos  (imagens) do autor das obras  incluídas, textos de outros autores e nossos próprios textos;  

(    ) As resenhas feitas apresentam a obra e tecem comentários avaliativos;  

(   ) A diagramação do zine produzido foi criativa, rompendo com um formato tradicional;  

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(    ) Conseguimos expressar nossa opinião sobre o tema do zine;  

(    ) Nosso zine é atrativo, tem grandes chances de interessar a outros leitores.   

VI. AVALIANDO OS FANZINES PRODUZIDOS.  

 

Atividade 9. Eu sou o crítico dos fanzines de meus colegas. 

Professor, tente garantir tempo e espaço para que todos possam ler os fanzines de outros grupos. Peça que os avaliem.  Observe se os alunos estão tecendo considerações a partir dos critérios definidos ou não.   

1) Agora, compartilhe seu zine com os outros colegas e grupos. A classe vai avaliar os zines produzidos com base no seguinte roteiro:  

(   )  O fanzine tem um tema claro;  

(   )  Houve uma boa pesquisa de materiais para compor o zine;  

(  ) O zine mistura vozes: textos (imagens) do autor das obras incluídas, textos de outros autores e textos dos autores do zine;  

(   ) O zine contém capa, resenha e páginas nas quais os editores do fanzine expressam artisticamente suas opiniões;  

(   ) As resenhas feitas apresentam a obra e tecem comentários avaliativos;  

(   ) A diagramação do zine produzido foi criativa, rompendo com um formato tradicional;  

(   ) Os autores conseguiram expressar sua opinião sobre o tema do zine;  

(   ) O zine é atrativo, tem grandes chances de interessar a outros leitores.   

Atividade 10. Por fim, eu sou o crítico da oficina.  

Professor, registre as opiniões dos alunos para que você possa saber o que funcionou e o que não funcionou bem.  Isso  é  importante  para  que  você  possa  dar  um  retorno  aos  alunos  e  possa  levar  em  conta  essas considerações  quando  do  desenvolvimento  de  outros  projetos.  Avalie  você  também  a  própria  oficina  e  os fanzines produzidos por eles e comente o envolvimento e o desempenho de cada grupo.  

 Agora vocês vão avaliar oralmente o projeto todo:  

• O que vocês acharam da escolha do tema do projeto – fanzines?  

• Destaquem os aspectos positivos do desenvolvimento do projeto.  

• Destaquem os aspectos negativos do desenvolvimento do projeto. O que poderia ser melhorado?  

• Vocês se envolveram com o projeto, gostaram de desenvolvê‐lo? E a classe de vocês?