fanzine dÍa da matria 25x

62
_lercha_lurpia_diaspórica_mestiza_multiorgásmica_fluida_ _bastarda_cuir_transfronteiriza_bruxa_caradecona_galistreira_prosmeira_trapalleira_ DIA DA MATRIA Xerando unha maré soberana

Upload: isabel-alvarez

Post on 01-Apr-2016

245 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

_lercha_lurpia_diaspórica_mestiza_m

ultiorgásmica_fluida_

_bastarda_cuir_transfronteiriza_bruxa_caradecona_galistreira_prosmeira_trapalleira_

DIA DA MATRIA

Xerando unha maré soberana

Page 2: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X
Page 3: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X
Page 4: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Créditos:

Colaboradoras:A NenaArancha NogueiraBeatriz GuerraCarmen MomoCharo LopezDavid NúñezGabriel RodriguezHelena CaperaLuz BelosoNoelia GómezÓscar ValadaresPaula RíosXacobe GarcíaXimena GonzálezXoana Pardo

Organizacións:Libraría Lila de LilithMulheres Nacionalistas GalegasSezón da Muller do Comité de Ortodoxia do Partido Froilanista

Coordinación e deseño:Ángel AmaroIsabel Álvarez

Maquetación:Isabel Álvarez

Contacto:[email protected]/ComiteAsLurpias

Page 5: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Índice:

Manifesto Lurpio

Editorial /7/ Mulheres livres en povos livres /8/ Virxinia /12/ Envexa de clítoris /13/ Quérote ceibe /15/ Imprensa para mulheres - imprensa de mulheres: duas ideias brevíssimas /16/ Aminata ou a muller que subiu ao baobab /19/ A condición sexual /22/ Metamorfose /25/ Cor violeta nas nosas mentes /26/ Bosquexo violeta /28/ #euleoAsAutorasGalegas /29/ Luz Fandinho /33/ Traballo doméstico: explotación de xénero e de clase /38/ Lembranzas /40/ A única revolución posibel é a dos sentidos /41/ Infiltrou-se-me o absurdo no sorriso /44/ Entornos rurais e diásporas afectivo-sexuais /45/ Matria /47/ O feminismo é antifelipismo!! /48/ Corpo besta /51/ Unha mirada lurpia cara a historia /52/

INTERNACIONALISMOS: Un 2015 para liberar os nosos corpos e os nosos territorios de agresións e imposicións /54/

Decálogo pola soberanía galega en clave feminista

Page 6: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Manifesto Lurpio

Nace unha nova ferramenta precaria, mestiza e transfeminista que xurde entre a Galiza Interior e a Galiza Exterior, entre viaxes de ida e volta, entre soños multiorgásmicos, soberanistas e cheos de raiba.

O comité xurde na época do 2.0, emerxe dende a ciberdiáspora, faise rabuda dende as marxes torcidas, o transfronteirizo, a disidencia cuir.

¿Por qué As Lurpias?

A verdade… é moi curiosa a definición de “lurpia”. Se imos ao diccionario da RAG atopamos que iste sustantivo femenino significa popularmente "muller perversa, amiga de meter en leas aos demais, mal intencionada, etc.”

Termo patriarcal en estado puro que reflexa unha vez máis o sexismo da linguaxe, a estigmatización dos corpos e as vivencias das mulleres, a violencia simbólica do sistema cultural, a denigración e cosificación das feminidades…

Somos lurpias, perversas, mal faladas, ácidas, pícaras, mal intencionadas, pícaras e picaronas.

Somos meigas 2.0 que dende Galiza rexeitan o termo “queer” por colonizador e imperialista. É por iso que nos faguemos fortes dende o insulto propio, as malas verbas do país. Escupimos en galego o insulto, tornámolo “parodia cuir” feita no país.

Maio 2014

Page 7: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Editorial

Niste 25 de xullo de 2014, dende a diáspora, lanzamos virtualmente iste fanzine transfeminista e soberanista galego. Estades ante unha obra colectiva, feita coa vontade de moitas persoas activistas, militantes e cibermilitantes, artistas, precarias, autónomas, emigrantes e exiliadas, rabudas, etc.

Cando, en maio, xurdiu a idea de aunar nunha mesma publicación ópticas feministas e soberanistas dende varias perspectivas, varias dúbidas rondaron sobre as nosas cabezas. Unha delas entorno ao papel e incidencia que deben ter os feminismos galegos na diáspora. Non tiñamos referencia algunha niste sentido e sentíamonos sen as ferramentas precisas para artellar o noso traballo. Con iste fanzine queremos por en valor a interrelación entre os feminismos do país e os diaspóricos, que cremos necesaria para estructurar un proceso soberano e constituínte que reflexe a realidade do pobo galego, e desgraciadamente sempre migrante e sempre exiliado.

Coas achegas recollidas eiquí xerouse unha maré soberana de afectos, de novas amizades, de futuros encontros e, de seguro, novas alianzas. Puntos de vista que entraron en común e que, grazas á cibermilitancia, van afianzando os canles comunicativos entre a Galiza Interior, a Estremeira e a Diaspórica.

En resumo, queremos agradecer a tódalas persoas que confiaron na nosa tolea e que sumaron a súa ilusión, traballo e tempo na construcción desta obra matriota e antipatriarcal que espera aportar o seu grao de area ao Día da Matria do 2014.

Apertas lurpias.

7

Page 8: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Mulheres livres en povos livres // Paula Rios

Mulheres Nacionalistas Galegas

Sustenta Simone de Beauvoir que o feminismo é uma forma de viver individualmente e de lutar coletivamente. Certamente, mas talvez esqueceu assinalar que o feminismo é também, uma forma de pensar, uma forma de perceber e interpretar a realidade. O feminismo é uma reflexão que toca a vida toda: a ecologia, a economia, as relações afetivas. Isso é o feminismo: um instrumento de reflexão para a vida.

As feministas somos pessoas que pensamos, dialogando e vivindo a necessidade de mudança desta sociedade tão injusta em muitos sentidos, injusta em sala de aula, injusta na divisão geográfica, injusta por racismo, mas a primeira das grandes injustiças do mundo é que 50% da humanidade foi tratada por centenas de anos como se tiver de ser tutelada. As mulheres não éramos totalmente adultas, não éramos totalmente humanas, não éramos totalmente iguais aos homens.

Essa injustiça é a que move o feminismo, porque eu como a maioria das mulheres no mundo somos vítimas desta situação de injustiça, e junto com outras mulheres não só me dei dado conta disso, também descobri que havia um espaço onde a minha rejeição, a minha reflexão, podiam se manifestar. O feminismo forneceu algo para as mulheres: ofereceu às outras mulheres para construir com elas algo diferente.

O feminismo requereu de vários séculos de existência para ser reconhecido como pensamento crítico. A resistência ao pensamento crítico gerado pelas mulheres tem entre as suas manifestações a negação, invisibilizaçom, ridicularização e até mesmo a destruição de toda a impressão sobre o assunto. A utilização da invisibilizaçom e a negação das mulheres silenciando-as e apagando as evidências da sua resistência, contribuiu para o seu desartelhamento como sujeito social e político, ou seja, como movimento e força social, enquanto que, sem referentes, as mulheres somos construídas historicamente como órfãs em

8

Page 9: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

nossa tradição sócio-política.

As mulheres na Galiza têm avançado nos últimos tempos, mas nunca nos foi dado nada. Os avanços conseguidos foram resultado das lutas do movimento feminista e as mulheres das MNG sabemos da importância do feminismo, da necessidade de continuarmos na luta pela destruição do sistema patriarcal e a construção de uma sociedade livre de exprotações e do compromisso com a luta da Galiza pola consecução da sua independência nacional.

O projeto de país e o projeto feminista

Os reptos que mantém o feminismo hoje podem ser extrapolados para o conjunto das forças políticas e das organizações e movimentos sociais em geral. Partimos de que a actual situação económica, política e social tem diferentes respostas organizadas a diferentes níveis, mas todas elas confluem -na teoria-, no desejo de construir uma sociedade mais justa e, também -na teoria-, na defesa dos direitos da Galiza.

Mas na hora de construirmos o futuro para a nossa nação, o feminismo coloca acima da mesa temas que podem entrar em litígio com as posições que não contemplam a luta contra o patriarcado como um vetor fundamental para que essa construção nacional se realizar sob prisma de equidade. Sabemos que uma ideia de país muito soberano e independente, não sempre coincide com ideias libertadoras e feministas.

As mulheres, e muito concretamente nossos úteros, foram utilizadas historicamente por diferentes ideologias e em circunstâncias também muito diferentes, para fazer da maternidade um meio para conseguir um fim político.Qualquer construção nacional que se pretenda de costas aos direitos das mulheres e fomentando valores patriarcais, merece enfrentamento por parte de feministas.

Construindo o futuro

Como afirma Carmen Castro*: «Este é tempo de construir uma nova realidade, na qual a identidade das

9

Page 10: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

mulheres como sujeitos políticos e econômicos não esteja a ser questionada nem tutelada. E é tempo de assumir que o direito de decidir de um povo ou comunidade como sujeito coletivo só pode ser construído a partir do direito de decidir das pessoas, de a cada uma delas. Isso necessariamente tem que incluir o direito de decidir das mulheres sobre suas vidas e sobre seus corpos. Dificilmente seremos capazes de construir esta nova realidade para nosso país se não é asumida a necessidade de despatriarcalizar a sociedade e acabar com os «paternalismos» resesos».

Do feminismo sabemos que falar de participação das mulheres nas instituições, nos partidos políticos, nas organizações sociais... não significa acabar com o patriarcado. Em palavras de Begonha Caamanho «Ser mulher não significa ser feminista. Ser vereadora, conselheira, ministra ou presidenta não quer dizer fazer políticas feministas, nem sequer é garantia de maior sensibilidade, honestidade ou justiça. Pensar isso seria volver a aquele feminismo romântico que pretendia que as mulheres éramos essencialmente boas; que a tenrura, a solidariedade e a generosidade eram características nitidamente femininas enquanto que a agressividade, concorrência e a violência eram masculinas. Podemos ser tão violentas, tão corruptas como o mais infame dos homens. Somos as principais vítimas do patriarcado, mas isso não nos converte em melhores. Não som os nossos genes nem os nossos genitais, é a nossa ideologia quem nos faz defender valores distintos aos patriarcais. É o feminismo que nos converte em insubmissas e revolucionárias».

Cumprem projetos nacionais que assumam os direitos das mulheres e recolham, das lutas feministas, todas aquelas alternativas que se elaboram para assegurá-los e defendê-los. Só desde a luta antipatriarcal e anticapitalista poderemos conseguir uma mudança radical desta sociedade e portanto é muito importante aprofundar nas formas de luta dos feminismos para construir uma Galiza realmente livre e não patriarcal.

10

*Carmen Castro García, Despatriarcalizar a sociedade para a soberanía plena (I)artigo publicado no site DeLiberadaMenteFeministas

Page 11: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Mulheres Nacionalistas Galegas é uma organização feminista que considera o feminismo como uma luta global de seu, que Galiza é uma nação que tem negados os seus direitos políticos e o capitalismo como um modo de produção contrário aos interesses das mulheres e da humanidade em geral. O feminismo que defendemos compõe-se desses espaços de luta que já abriram fendas na estrutura patriarcal. Não para pequenas transformações que não mudam o sistema, a nossa história de reivindicações é mais do que isso. Trabalhamos para que a sociedade não continue a reproduzir esta ordem estabelecida há milheiros de anos, num processo que se alimenta da nossa vida diária, com avanços, retrocessos, certezas e ilusão cara a uma sociedade nova baseada em novas e superadoras relações de género. Em MNG, desde Galiza, desde a rebeldia, as mulheres seguiremos DESAFIANDO O PATRIARCADO.

11

Page 12: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Virxinia // A Nena

No Cruceiro de Cabeza de Vaca, dunha ocasión atoparon unha raposa. Entre laranxa e amarela, ferida e tan feble que, a pesar do medo, non puido fuxir dos nenos. O animaliño tiña un par de buracos de bala, un preto da orella, outro leváralle unha mamila. Os proxectís, pensaron todos, eran do Lois, pero quen lle dicía nada ó rapaz ou o seu pai. Se un era un mal fillo, o outro era peor home. Don Manuel que por aquel entón vivía so, dende que a tía marchara coidar dunha filla a Caracas, recolleuna e chamou o veterinario. Para que o queres? Mátaa. Díxolle como se o estivese avisando de algo.

Pero non fixo caso e, arrimouna o seu cuarto. Durmiu na súa alfombra mentres lle facía as curas e, lle daba as papas e o leite receitados polo Xoán. E logo de sandar seguiu alí, respirando no seu dormitorio, camiñando a carón, compartindo alimento. Ela con el, el con ela. As veces ela marchaba, pasaba uns días fóra e, na volta, traía algún coello ou galiña, que Don Manuel preparaba enfadado e agradecido.

Dunha delas, apareceu de novo xunto o Cruceiro, e

tamén de novo cun par de buracos, un preto do nariz, outro no rabo. Chamou outra vez o doutor e repetiu os coidados segundo as indicacións. Non houbo mais sustos ate tres anos despois, en que despois de algo máis dun mes volveu aparecer da mesma maneira e no mesmo lugar.

Don Manuel estaba na reitoral regando os xeranios, mentres ambos durmían a sesta, fuxindo do lume dos dias de agosto ou buscándoo no inverno, diante da cociña de ferro.

Matou a femia, deixou o macho. Coidounos os dous e eles coidaron del. Don Manuel acertara, a súa Virxinia non marchou, sen embargo deixábase amar polo seu fillo até o incesto. Algo que non era do gosto relixioso do párroco, pero que admitiu coma unha penitencia.

Igual que aceptou afogar os fillos daquela pequena perversidade da Natureza, sen deixar un. Aproveitaba mentres ambos durmían a sesta, fuxindo do lume dos dias de agosto ou buscándoo no inverno, diante da cociña de ferro.

Dunha vez, sen embargo, o Lolo fillo, espertou e foino buscar. O ver o seu pai facer aquilo, arrabiou de tal maneira que lle cravou todos os dentes na gorxa. Don Manuel comezou a sangrar tanto que

http:// historiasdamanola.blogspot.com.es

12

Page 13: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Envexa de clítoris // Helena CaperaSegundo o misóxino Sigmund Freud todas as mulleres padecemos envexa de pene, un trauma que nos posúe de nenas cando descubrimos os xenitais masculinos e recoñecemos o noso corpo incompleto, castrado.

O que parece un chiste malísimo é unha teoría que mutilou a sexualidade de moitas mulleres ao longo do século XX. O falocéntrico Freud e a súa tropa interpretaban as mulleres como seres opostos aos homes. Consideraban que os orgasmos provocados pola estimulación do clítoris eran infantís (por non precisaren o pene). E chegaron a ser tan ignorantes que obviaron non só que non envexamos as pirolas, senón que o noso clítoris é o único órgano do corpo humano dedicado, exclusivamente, a producir pracer.

O clítoris ten máis de 8.000 terminacións nerviosas, a maior concentración que existe nun único órgano. Supera a hipersensibilidade das puntas dos dedos, dos labios e da lingua. O clítoris é puro nervio: un tesouro máxico!

Moitas somos as mulleres que algunha vez soñamos cunha pirola propia (colgando entre as

asustou ó animal e fuxíu. Virxinia baixou ó escoitar as voces e os gruñidos. Cando víu o seu compañeiro, achegouse a el asustada, lambeulle nas feridas e correu polo veterinario.

Don Manuel pasou días no dormitorio, Virxinia coidouno igual que a coidara a ela, e el durmíu tranquilo na alfombra, xunto a súa cama.

13

Page 14: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

pernas) ou falamos sobre os xenitais masculinos. Utilizamos dildos con forma de falo e gozamos penetrando mentres fodemos. Pero iso é curiosidade e vicio. Non envexa.

Porque cando de nenas descubrimos o noso clítoris, un mundo novo e fantástico se abre diante de nós. Aprendemos a tocalo, agarimalo, beliscalo. Gozamos cunha lingua, uns dentes, un alento. Viaxamos mentres o capuchón se abre e o botón crece e se expande. Sentimos o centro do universo debaixo do noso embigo.

Tan poderoso é o noso clítoris que nalgunhas sociedade a mutilación deste órgano se utiliza como mecanismo de control dos corpos. Anulando o desexo e o pracer, anúlase a persoa. E eliminando a autonomía das mulleres, mantense a hexemonía dos que mandan.

Se Sigmund Freud tivese cona, quizais titulase algunha das súas obras ‘Sabia natureza’. E o que nomeou loucura, chamaríao multiorgasmo. Pero naceu e viviu coma un home e falou sobre as mulleres sen coñecelas nin respectalas. Morreu sen decatarse de que o sensato, en todo caso, é padecer envexa de clítoris.

Helena Capera Cullell é amante das letras, dos corpos e das linguas. Chegou ao Atlántico dende Mediterráneo hai seis anos e dende aquela medra e desaprende en galego. O concepto ‘neofalante’ non lle gusta. O queixo, encántalle.

14

Page 15: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Quérote ceibe // Luz Beloso

Quérote ceibe!muller de lume, doce nu arume de leito insomne.

Quérote aberta!coma unha noitechea de estrelasledas, sen dono.

Quérote esperta!nos latexares destes meus beizosque en ti se enredan.

Quérote calma!nesta miña almamuller guerreira.

Quérote!

Poema de: Miguel Ángel AlonsoM

áis

info

da

auto

ra:

htt

p://c

ach

olam

agic

a.bl

ogsp

ot.c

om.e

s/20

13/0

1/lu

z-be

loso

-art

ista

-doc

ente

.htm

l

15

Page 16: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Imprensa para mulheres - imprensa de mulheres: duas ideias brevíssimas Óscar ValadaresPrimeira ideia: não há colectivo social sem comunicação. Podem existir grupos de debate, até grupos mobilizados e mobilizadores, mas quem procure incidência social tem necessariamente de espalhar os seus debates ao conjunto. Tal tarefa não é possível sem comunicação, sem o que os partidos e as organizações clássicas do marxismo chamaram órgãos de expressão. Os feminismos e os colectivos LGBTI sabem disto e nos últimos anos têm posto em andamento um bom número de iniciativas comunicacionais polo mundo adiante — também na Galiza — combatendo por essa via a subalternidade dos seus próprios debates, amiúde injustamente submetidos e secundarizados em relação aos debates principais das organizações políticas e sociais em que a maioria dessas pessoas também militam. Mas não só. As novas publicações destes coletivos têm, de modo fundamental, a virtualidade de se opor à tradicional imprensa vocacionada para a mulher, subvertendo, pola base, o conceito mesmo de “imprensa para mulheres” e todo o que isso implica direta ou indiretamente. É necessário notá-lo: a imprensa para mulheres não deixa de ser, em todo caso, imprensa capitalista. Tem por objetivo vender produtos, colocando-os na retina de públicos identificados como alvo. Não é casual que na “imprensa para mulheres” não se publicitem carros, mas cosméticos, como tampouco é por acaso que os exemplos de “mulheres de sucesso” sejam sempre umas poucas empresárias e as escassas mulheres que povoam conselhos de administração de grandes transnacionais, nem tampouco que a mensagem seja sempre “o que nós, mulheres, podemos fazer dentro do sistema machista” e nunca “os motivos polos que nós, mulheres, somos oprimidas polo sistema machista”.

Constatar esta situação, essa ocultação propositada da realidade, equivale, pois, a constatar que a propriedade dos meios de comunicação “para mulheres” reproduz neles exatamente os mesmos padrões ideológicos que lhe são caraterísticos, todavia com especial virulência. E ninguém duvida que os padrões ideológicos das oligarquias que possuem os meios de comunicação — também aqueles produzidos “para mulheres” — passam hoje, como ontem, pola conservação da sua superioridade de género, por manter vivo

16

Page 17: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

o processo de “cousificação” da mulher (sugerindo falsamente, de passada, que o processo de normalização da condição feminina e das sexualidades dissidentes está já efetivizado), e por continuar recluindo em guetos de segurança as alternativas LGBTI, visíveis o suficiente para evitar críticas, mas não demasiado. Segunda ideia: além disso, essa constatação impõe também, por fim, a necessidade de se dés-disciplinar do tipo da imprensa que a reproduz, considerando que a condição da mulher nas sociedades capitalistas não tem nada a ver com uma definição biológica ou natural, mas com uma perspectiva histórica — legível do ponto de vista marxista — que exige às próprias mulheres, como sujeito histórico, a sua ativação e organização em chave política, arredor da ideia da sua própria emancipação. E exatamente o mesmo para os coletivos LGBTI, que só nos últimos anos começaram a assumir esta exigência de modo aberto e positivo. A consequência prática deste novo papel é a modificação do paradigma de consumo de informação, fugindo da imprensa segmentada para mulheres e encetando o caminho da imprensa feita “por mulheres”, centrada na superação da sua condição subordinada. Evidentemente, um trabalho que não será feito sem dificuldade, a começar pola associação da comunicação militante com comunicação interessada, enquanto aos grandes meios se lhes reconhece seriedade e neutralidade; e a seguir pola ideia ainda geralizada de que essa imprensa militante, quando for opositora ao sistema, tem muito mais de exercício de histeria (sic) do que com a transcrição de debates de interesse para as maiorias sociais.

Por outras palavras, que a imprensa feminista, feita “por mulheres”, não está livre de cair na mesma subalternidade a que as oligarquias sempre quiseram reduzir o conjunto do movimento feminista. E que a única maneira de superar o ataque e desafiar frontalmente aquela imprensa que trata de simular uma normalização já efetivizada é o mesmo que hoje faz do feminismo e da militancia LGBTI um dos pólos de debate social mais ativos e interessantes da afirmação dissidente: compromisso, organização, combate.

17

Óscar Valadares Ocampo, militante comunista e soberanista no MGS e no BNG, é membro do Comité Galego de Solidariedade Internacionalista Mar de Lumes e faz parte do conselho editor de Contrapoder.info.

Page 18: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

18

Page 19: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Aminata ou a muller que subiu ao baobab // Beatriz Guerra

Ollei a todas esas mulleres que acudiran á praza do mercado local.

Ollándome curiosamente, expectantes, para escoitar aquilo que tiña que dicir. No meu foro interno, pensaba que non viría tanta xente. Inconscientemente sabia que estaba a loitar por unha causa perdida onde se supuña que as miñas coetáneas non me apoiarían. Tremín de medo.

De súpeto, recoñecín á miña nai, entre a multitude de mulleres que a rodeaban . O seu sorriso que brillaba mais que o boubou cobizo que cubría a súa pel ébano, mais fermosa que a miña propia. E coma se a ocasión requiríseo, cubrira os seus brazos de pulseiras de coiro negro e prata vella. Colleita do brazo da miña avoa e as miñas catro irmás, saudándome, en primeira fila, como dicindo : “Animata, filla, agora non te botes atrás, imos, expón o que teñas que dicir, apoiámosche”

E falei. Falei das mulleres do meu país coa paixón e a rabia que saíron dos meus beizos. Lembrei cando, de pequena, cos libros de historia baixo os meus brazos, pensaba porque nós eramos pobres e o resto do mundo non o era, porque os que tiñan mais, non axudaban aos que tiñan menos, e porque nós as mulleres eramos as mais prexudicadas nesta repartición.

E o meu discurso deu a volta ao mundo: o 8 de Outubro de 1986: “O dereito da muller africana a ser dona da terra que produce”

O meu pai seguiría pensando para que ía servir iso de ser as donas da terra. Pero el xa sabia que eu era especial. Desde pequena deixaba a medio rematar as miñas tarefas no campo para achegarme ao baobab xigante onde, cada certo tempo, Ogotemmeli, o godón ancián narraba historias marabillosas que eu asumía como reais, sobre como “o mundo foi creado” “Ao principio só existía Deus (Amma). O todopoderoso aínda se atopaba dentro do “ovo do mundo”, nunha especie de movemento xiratorio continuo. O ovo deu a luz un minúsculo granito no seu centro; pero ao explotar este, a palabra de Deus

19

Page 20: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

desenrolouse. Nos restos do ovo, agora unha placenta cósmica, Amma concibiu os primeiros seres con alma, catro parellas de xemelgos. Pero uno dos xemelgos, Ogo, quería gobernar el mesmo. Cos ollos pechados arroxouse á nada, arrastrando consigo un anaco de placenta, que se converteu no planeta Terra. Antes de lanzarse ao baleiro roubou sementes divinas do ceo. Indignado pola súa desobediencia, Amma provocou unha seca nos campos da Terra nos que Ogo plantara as sementes, á vez que lle quitaba a voz. Despois transformouno nun ser cuadrúpedo: o raposo pálido. Tras aquela acción, Amma decidiu reordenar o universo: sacrificou a Nomo, o irmán xemelgo do raposo pálido. Un río de sangue derramouse no espazo exterior, provocando o nacemento da primeira estrela: Sirio, o embigo do mundo. Cando esta estrela e a súa lúa producen unha eclipse, o pobo dogón -de onde procedía o ancián-celebraba a festa Sigi, o clímax da vida da tribo”

Cando o ancián Ogotemmeli morreu, “unha bibloteca desapareceu, sen necesidade de que as chamas acaben co papel” as súas historias máxicas desvanecéronse. Nin sequera puideron ser substituídas por outras que Helene contaba na escola, nun inintelixible idioma, que me esforcei en comprender. Quería coñecer que ocorreu cos outros dous xemelgos de Ogotemmeli, pero Helene non coñecía aquela historia. Ante a miña desilusión, tentou contarme historias, para meu parecer, insípidas, porque non estaban acompañadas de brazos e pernas voadoras nin ritmos de tambores, pero historias que ao final chegaron a min a través de letras de papel, coa única diferenza que podía transportar esas historias ao baobab do pobo.

-Eses libros europeos, comeranche a cabeza- dicía a miña avoa cando lle recitaba de corrido a ela e as miñas irmás os contos europeos de Hélene. Uns trasgos que fabricaban zapatos pola noite, unha bruxa que se miraba nun espello querendo ser a mais bela, un coello que chega tarde á hora do té. A miña nai calaba, pero secretamente ría.

Ao meu pai non lle parecía ben que a súa filla fose á escola. Para el era unha perda de tempo. Mesmo cando me esforzaba en sacar boas notas e acceder a bolsas para seguir estudando. A miña nai seguía calando, pero traíame ás agachadas libros “Eses europeos que tanto che gustan”,dicíame, sacándoos de debaixo do seu vestido laranxa que imitaba os amenceres da nosa terra.

20

Page 21: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Os contos de papel de Helene remataron, pero chegaron esoutros que seguía devorando baixo o baobab. A miña nai deixábame enfrascada nas miñas letras, se lle axudaba polo día coas tarefas do campo. E empecei a observar centos de amenceres de mulleres nas terras, traballando, loitando e morrendo por algo que nunca lles pertencería. E deixei o meu cómodo asento do baobab para subirme a el e gritar.

E así fun coñecida no mundo: “A muller que subiu ao baobab e gritou polos dereitos das mulleres”

Beatriz Guerra (Castrofeito, O Pino 1977) . Teño publicado relatos na revista do Ateneo Ferrolá e na editorial Contos Estraños (Revista Volume V e Volume VI) Podedes seguirme no blog: helenadebao.blogspot.com.es

A miña experiencia profesional vencellouse dende os meus inicios o eido social, onde a prioridade era a igualdade de oportunidades entre homes e mulleres: non so no eido da violencia de xénero, senón na violencia económica e social. Supoño que estas experiencias influenciaron a miña escrita.

A nena protagonista de Aminata basease nunha historia dun muller real, Aminata Traoré, escritora e política, nada en Mali, que pasou a súa vida loitando polos dereitos das mulleres africanas.

21

Page 22: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

A condición sexual // Xacobe García

Levo unhas semanas falando e tentando indagar na rede sobre un concepto difícil de abordar. O tema é a denominada cultura Gay ou cultura LGTBI. Este concepto é aplicado a aquelas temáticas, gustos ou preferencias dun colectivo concreto mais ao meu ver caemos nun erro ao tentar de adscribir baixo a denominación de cultura a algo que transcende realmente a calquera cultura.

A condición sexual é un tema transversal que abrangue calquera cultura ou subcultura urbana e non podemos circunscribila a uns comportamentos concretos. Se nos damos un baño de historia, podemos ver como dende os comezos das distintas civilizacións se trata este tema. Dende promulgacións de leis que o restrinxen ou que o condenan ata a mitoloxía exipcia que o engloba na explicación da deshonra dun dos seus deuses. Mais podemos dicir que o concepto xorde, como todo o movemento de liberación do colectivo, nos 70 coa revolución de Stonewall.

É a primeira vez que o colectivo se enfronta ao poder para facerse ver como tal colectivo. Onde na

intentona de desaloxar un bar de ambiente os ali congregados néganse a facelo. Ata aquí todo normal, o problema ben cando tentamos elevar unha condición a categoría de cultura, mais aínda, cando nos movemos na liña tan fráxil de tentar normalizar a existencia do colectivo LGTBI contraposta a necesidade de reivindicación política e o activismo para visualizar o colectivo e facermos desta unha loita antisistema.

Se ben pode ser certo que existe unha parte do colectivo que que comparte iconas ou gustos concretos e incluso un estilo propio, hoxe por sorte, o colectivo é do mais ecléctico e abrangue todas as subculturas existentes.

Se nos elevamos como colectivo a categoría de cultura estamos circunscribíndonos a unha filosofía a unha maneira de pensar e inclusive a uns hábitos de consumo. Caer nisto racha coas necesidades expostas no paragrafo anterior pois non podemos normalizar algo nunha sociedade se cremos estar por riba da súa cultura ou ser unha cultura distinta. Ao que nos leva a defensa desta cultura é a que a dia de hoxe o sistema teña aceptada a existencia do colectivo que se engloba baixo esta denominación. Así, podemos ver como só se acepta baixo os parámetros da cultura gay dous tipos de homosexuais: a poder ser homes

Artigo aparecido no xornal dixital Terra e tempo, no 14/02/2014

22

Page 23: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

brancos, cun poder adquisitivo grande, normalmente solteiros; ou con parella estable pero nunca nun amor romántico; contraposta a figura do gay, tamén home, baixo a denominación de “loca” e con actitudes promiscuas. Esta claro que o sistema teno ben estudado, facendo todo unha campaña mediático-comercial dirixida a este colectivo.

O problema real ven cando morre a reivindicación do colectivo, concretamente no estado español coa consecución do matrimonio, desaparece a aspiración a conquerir calquera outro dereito parece que ao chegarmos a diluírnos nas formas estándares comerciais que o heteropatriarcado nos posibilita xa está o traballo feito e continuamos na actitude de manifestarnos como cultura ao marxe da sociedade na que habitamos. Se ben procuramos a normalidade, non podemos homoxeneizarnos. Cabe a posibilidade de que a miña tese sea froito do análise dende uns parámetros de esquerda con intención transformadora, mais non é iso o que se procura con todo movemento social oprimido?

Nos vivimos en Galiza, co cal pertencemos a cultura galega e como tal temos pensamento e filosofía de galegos. a marxe disto somos LGTBI

condición concreta que se restrinxe a uns gustos sexuais. Se nos autoconvencemos de que precisamos espazos de confluencia propios illados da sociedade, de parámetros vitais distintos e denominamos aos nosos gustos propios da nosa condición caemos na aplicación de roles que non estamos dispostos a asumir. Pois se ben no seu momento as mulleres loitaron por rachar cos roles de xénero, desmontando o concepto de: “isto é cousa de homes isto e cousa de mulleres”; o movemento lgtbi non pode caer no mantemento para si deste tipo de roles pois no colectivo teñen cabida todo tipo de ideoloxías, pensamentos e gustos.

Temos lido na prensa e en webs oficiais como múltiples organizacións critican o mantemento nos eixos actuais dunha reivindicación ao redor do día do orgullo en Madrid que se converteu nun fenómeno puramente turístico mais que a actividade que estas organizacións realizan seguen indo nas coordenadas dun eixo X de visualización e un eixo y: posibilidades de que o sistema nos acepte. Agora ben, digo eu, que sentido ten isto? Que procuramos? A que horizonte imos con isto? O lóxico é sermos unha acción transformadora que posibilite non que a sociedade acepte ao colectivo se non que o tome como algo natural sen maior acritude.

Esta claro que para isto precisamos políticas de 23

Page 24: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

educación sexual no ensino e accións nas que podamos amosar que o ser homosexual so se circunscribe a persoa coa que te deitas e a que queiras, pois como persoas fan o mesmo que o resto da sociedade: traballan en tódolos campos, vai de festa en calquera ambiente, ten a ideoloxía política que lle peta e asume o rol vital que quere (nin mais feminino nin mais masculino).

E xa rematando existe acaso unha cultura heterosexual? E unha cultura da muller?

A condición sexual LGTBI ao igual que o feminismo e a lingua forma parte da superestrutura non é unha cultura en si mesa se non que debe pretender transformar as culturas nas que vive para poder acceder aos dereitos que temos como pertenza ao conxunto da humanidade.

Estudante de Bioloxía na USC. Participa dos Comités sendo representante destes no Consello de goberno da USC durante dous anos. Responsable de Galiza Nova no Ribeirol ademais de participar activamente na loita ecoloxista. Recentemente foi elixido Secretario Xeral da Unión da Mocidade Galega (UMG) no seu XV Congreso.

24

Page 25: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Raquítica boneca de porcelanaÓllasme sen querer dende a túa burbulla tintada de melancolía. Pequena boneca de plástico, indomable e escrava do teu propio reflexo.

Os teus pasos son sombras naquela Longa Noite de Pedra. Qué pensaría a filla adoptiva de Rianxo, Rosalía de Castro, se che vira tremer ante un espello?

Máncasme nas costelas, alí,na túa visibilidade corporal que revela o teu estado enfermizo dun querer ser invisible.Unha loita interminábel contigo mesma.Sofres diante da camuflada Cibeles habitada por corpos de muller domados pola sociedade machista na que convivimos. Farrapos de pernas, osos e máis tetas que tremen por non coller nunha 34. Mancas as miñas verbas, cativa. As túas bágoas enfronte da vida asemellan rendemento. Soidade.Metamorfose deste enigmático subsistir.

Met

amor

fose

// N

oelia

Góm

ez

25

Page 26: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Cor violeta nas nosas mentes // Noelia Gómez

“Non se nace muller, chégase a selo” Simone de Beauvoir foi unha grande feminista do século XX, con frases como esta reivindicou a figura da muller na sociedade. Rosalía de Castro é unha das grandes figuras literarias que loitou polos dereitos da muller “ xa dende a cuna era consciente do mundo de escravitude que me esperaba” Virginia Bolten fixo calar con esta cita:“Nin Deus, nin Patrón, nin Marido”.

Dende tempos inmemorábeis loitamos por un recoñecemento físico, psíquico e laboral. Xudiron diversos feminismos ao longo da historia cuxo obxetivo era un: IGUALDADE. O mundo dou un xiro, a muller logrou o dereito aos estudos superiores, e vaia, díganme a porcentaxe de homes e mulleres que hai hoxe nas facultades? Agora pretenden que retomemos aos anos 60, pretende volver a elexir sobre o noso día a día. O noso corpo, a nosa vida. Quizáis deberían reflexionar un intre, e poñerse na situación dunha muller que NON quere ser nai, onde queda entón a LIBERDADE? principio básico do ser humano. Logo apareceran casos de corrupcción, cando teñamos que ir a Holanda, por exemplo, para poder abortar.

Falamos de progreso, de que a muller é igual ao varón. Falamos de superioridade, de intelixencia e de poder. Habitamos nunha sociedade na que nos publicitan pastillas para adelgazar. A novidade. Veneno que mata o corpo da muller. Qué é o que pretenden? Que sexamos paos e maniquís de zara? Pastillas que reducen o apetito, acaso alimentarse non é básico para a vida? O deporte é saúde, é unha boa opción, non pastillas que nos van matando. Cantas enfermedades causan esas pastillas? ainda fai nada se descubriu unha nova doenza causada por elas, que produce a morte. Deixemos de xogar, deixemos de ser bonecas publicitarias. Abramos os ollos. Absurdos anuncios que califican o “ pelo” como masculino e non” feminino”, por deus, tod@s somos persoas. Remato esta reflexión cun fragmento da miña colleita.

26

Page 27: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Un eu de mirada infantil debuxando anacos de vidas estragadas.

Reconstruíndo vivencias alleas en trozos de papel, un comezo doce.

Un eu de mirada perdida buscando o porqué de que a avoa fixese a comida e o avo non.

Un inocente eu mancado pola nostalxia dun tren perdido, un autoensino cargado de durezas.

Un eu impulsivo ante a confesión dos golpes da miña amiga.

Un eu odiando a existencia.

Un eu que aprendeu de Doris Lessing, de Simone de Beauvoir, de Camille Paglia, Betty Friedan, Judith Butler, Alice Walke, Clara Campoamor, Yolanda Castaño, e como non, a miña querida Rosalía de Castro… unha Noelia en pe disposta a loitar por aquelo que tanto nos pertence. Érgome para aplaudir ás mulleres revolucionarias que se atreveron a dicir “ alto”.

Un eu adulto que ten claro que se namora das persoas, non dos sexos.

Un ceo azul para ti, quen levas tempos inmemorábeis aturando a raza masculina. Loitando por un nome tan grande como a túa intelixencia.

Nai, avoa, policía, profa, periodista, sarxenta, escritora… pero sobre todo muller.

Cor violeta nas nosas mentes!

27

Page 28: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Sumerxida nunha ocasional travesía utópica observo o labirinto vital que olleo dende a fiestra. Baladas improvisadas de grans de area danzando ao son dun porqué violeta.

Senos espidos que identifican un corpo lúcido, alimentado de poesía inédita nun fondo océano cultivado de arcaicas tentacións de loita. Coétaneo apetito revolucionario tentador de esperanzas. Esquecer un pasado dominado pola polla. Abrir as ventás desa fiestra caducada xa polo presente metafórico do progreso. O entendemento vivo e esperto do segundo sexo. Unha heroína que habitou nun conta contos con fin truncado.

Ollar violeta que marca a diferencia dun novo habitat no que a muller vai medrando na intelixencia moldeable do saber.Bo

sque

xo v

iole

ta //

Noe

lia G

ómez

Dende as terras rianxeiras loito porque a palabra igualdade deixe der ser un simple sustantivo e se convirta en verba real. O meu nome é Noelia Gómez Calvo, teño dezanove anos e son estudante de xornalismo na USC. O calificado como segundo sexo debe reinventarse na sociedade. Debemos construir un futuro violeta, xa que os sexos serán dous, pero o mundo é un.

28

Page 29: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

#euleoAsAutorasGalegas Libraría Lila de Lilith

Queizán, Moure, Costas, Reimóndez, Nunes Brión, Aleixandre, Riveiro, Carballeira, Enríquez, Roussía, Gómez, Lado, Marco, Pedreira, F, Sánchez Aríns, Villar Janeiro, Caamaño, Davila, Nóvoa, Fernández Rial, Salgueiro, Parra, Do Cebreiro, Blanco, López Silva, Figueroa, Bertels, Leobalde, Fandiño*

Propoñémosvos un xogo ou experimento: da listaxe que vos acabamos de poñer, a cantas autoras recoñedes ou coñecedes? Están só polo primeiro apelido e iso dificulta un pouco a busca. Esta mesma pregunta fixémoslla a un grupo de alumnas dun centro de ensino que nos visitou na Libraría LiLa, serían unhas 8 mozas de 15 anos e unha vez que lles dimos os nomes completos só coñecían a unha autora... Xa sabemos que non é unha mostra representativa mais pode darnos unha idea de como está o panorama no que vivimos. A listaxe de enriba correspóndese con 30 autoras galegas de narrativa, poesía e unha de ensaio, que decidiron presentar unha novidade editorial na nosa libraría nos primeiros dous anos

Page 30: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

que levamos de andaina, ata xaneiro do 2014. Como agradecemento e para maior difusión dos seus nomes creamos unha bolsa de tea na que se podía ler o “hashtag” #euleoAsAutorasGalegas. As que aqui nomeamos só son algunhas escritoras galegas, viñeron outras moitas a presentar ensaios e investigacións, a acompañar... moitas publicaron e non viñeron, outras non publicaron ningunha novidade, e ademais, ficaron para outra ocasión (e outra bolsa de tea) as ilustradoras, as autoras de banda deseñada, as investigadoras, etc.

#euleoAsAutorasGalegas entronca cunha campaña internacional que hai no twitter #readwomen2014 que quere potenciar o coñecemento e a lectura das autoras.

Laura Freixas* conta nun artigo como existe unha falsa sensación de que as autoras xa están nun nivel de publicación e de vendas semellante ao dos autores. Os medios de comunicación adoitan xerar esa opinión con titulares do estilo de: o ano das mulleres, os libros son cousas de mulleres, etc. Mais se analizamos a realidade vemos que neste, como en tantos outros eidos, a suposta igualdade non é mais que un espellismo. Hai algunhas autoras que soan máis pero se revisamos os andeis das librarías (que

non están especializadas en mulleres) podemos comprobar que a porcentaxe está moi por debaixo dos libros escritos por homes. Ao igual que se botamos un ollo ás listaxes dos libros máis vendidos, aos escaparates das librarías, etc. Nos centros de ensino secundario de Galicia funcionan 222 clubes de lectura, segundo unha nova do Praza Pública*, no ano 2013, entre as e os autores máis lid@s hai 11 homes e 1 muller. Xa non falemos dos premios literarios que se entregan todos os anos ou o Día das Letras Galegas. Como comentaba Susana Sánchez Aríns nunha palestra que organizamos na Lila-Ciranda arredor desta efeméride, a Real Academia Galega homenaxea unha muller cada 27 anos e a seguinte "toca" no 2034. Comezou no ano 1963 adicado a Rosalía de Castro, referente literario absoluto, escritora fundacional e inauguradora da literatura galega contemporánea. Desde ese ano, e van 51, só en tres ocasións se homenaxearon mulleres escritoras: a propia Rosalía de Castro, Francisca Herrera Garrido no ano 1987, e María Mariño no ano 2007.

Ante este panorama, non podemos menos que xerar propostas propias e redes de apoio. Eis a continuación algunhas propostas, algunhas máis recientes outras con moito percorrido, nas que nos

30

Page 31: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

apoiamos para seguir avanzando:

A SEGA*, plataforma na rede de análise crítica literaria e feminista, "A sega nace do exercicio de observar un panorama da crítica caracterizado polos silencios das voces das expertas, por lecturas sen explicitación da posición, pola falla de análise crítica dos textos das autoras. O tempo é chegado de okupar con enerxía o espazo público para que as lecturas críticas adopten voces ás que non se lles deu ata o momento nin visibilidade nin autoridade.

Precisamente, A SEGA ven de convocar I DÍA DAS GALEGAS NAS LETRAS que busca celebrar a figura dunha muller que contribuíse de forma sobranceira á cultura en xeral e á literatura en particular. A data escollida para este evento é o 15 de agosto por ser o día DA NOSA SEÑORA (das letras galegas). Neste primeiro ano de convocatoria 2014, homenaxearán/mos a DOROTHÉ SCHUBARTH, compiladora do Cancioneiro Popular Galego.

A Festa da Palabra Silenciada, publicación galega feminista con máis de 25 anos as súas costas con numerosos monográficos de mulleres escritoras e do mundo da cultura en xeral e Andaina, publicación

publicación tamén feminista, con recomendacións bibliográficas.

Propostas individuais como as Guías de Literatura Infantil e Xuvenil galega con perspectiva de xénero da especialista Montse Penas Presas*

As Letras nas Mulleres* da Comisión de Xénero do Consello da Cultura Galega. Con biografías e bibliografías das autoras.

Ou esta propia libraría especializada en literatura, ensaio, conto infantil, banda deseñada, album ilustrado... feminista, non sexistA e LGTBIQ.

Nos momentos de crise o primeiro que se levan por diante, como xa estamos a comprobar en carne propia, son os dereitos e a voz das mulleres. É importante que non nos calen e nos anulen. Ante o perigo, os varóns adoitan atacar ou fuxir, as mulleres, ademais destes dous mecanismos habilitan outro sumamente importante, unirse ás outras. Máis que nunca é fundamental tendernos mans, practicar activamente a sororidade, coñecernos, re-coñecernos, habilitar espazos, e, en definitiva falar e facer de altofalantes para as voces das mulleres.

31

Page 32: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Nomes completos das autoras citadas:

María Xosé Queizán, Teresa Moure, Ledicia Costas, María Reimóndez, Andrea Nunes Brións, Marilar Aleixandre, Elvira Riveiro, Paula Carballeira, Rosa Enríquez, Concha Roussía, Lupe Gómez, María Lado, Aurora Marco, Ugía Pedreira, Cristina F, Susana Sánchez Aríns, Helena Villar Janeiro, Begoña Caamaño, Berta Davila, Rochi Nóvoa, Rosalía Fernández Rial, Helena Salgueiro, Celia Parra, María Do Cebreiro, Carmen Blanco, Inma López Silva, Adela Figueroa, Helen Bertels, Mercedes Leobalde, Luz Fandiño

Artigo de Laura Freixas: La marginación femenina en la cultura: http://goo.gl/qrFTPq

Nova de Praza Pública: http://goo.gl/rfAEjP

A SEGA: http://www.asega-critica.net/p/a-sega.html

Montse Penas Presas: Guía de Literatura Infantil e Xuvenil Non Discriminatoria. Dispoñíbel en http://goo.gl/UIuyBS

Album de Mulleres do Consello da Cultura Galega: http://goo.gl/oXl5aJ

A Libraría Lila de Lilith, foi creada no outono do ano 2011 na zona vella de Santiago de Compostela. Parte do proceso evolutivo dun proxecto con máis 15 anos de andaina enfocado na igualdade desde a educación. É unha libraría de mulleres, feminista, que aporta bibliografía de mulleres autoras, especialmente en narrativa, poesía, infantil, banda deseñada, e ensaio en temas especializados cruzados coa perspectiva de xénero: economía, saude, sexualidade, historia, etc. Programamos cursos e actividades, ademais dos lanzamentos de libros, música, teatro, etc.

https://www.facebook.com/lilith.mulleres

32

Page 33: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Luz Fandiño

Charo Lopez [Fotografía]

Estudei jornalismo na USC e fotografia na escola de arte Antonio Faílde. A necessidade de comunicar busca formato, letras, sons, cores. A imagem fixa e o texto conseguem ser as ferramentas -de maneira complementária ou independente- que me ajudam a interpretar e descrever umha realidade complexa. Criaçom e comunicaçom difuminam-se; reflexom e expressom som palancas. Para saltar. Ou caminhar, quando menos.

Máis información no seu blogue: http://charolopezfoto.blogspot.com.es/

Sobre a súa obra, ela diz: Luz, passados os oitenta, ilumina com um olhar que guardou soles da Argentina, da França e sobre todo do céu cinzento de Compostela. Tem um armazém cheio de lembranças históricas que comparte fazendo do seu património cousa comúm. E tem vivos todos os sonhos do mundo. Luz rebelde. Luz lilás e vermelha. Luz alegre e azul. Amiga das ruas. Militante do futuro.

O texto que acompaña as fotografías son dunha entrevista de Xoana Pardo (estudante de xornalismo) a Luz Fandiño, que pódese atopar completa: http://compostimes.com/2014/01/luz-fandino-a-crise-e-un-xogo-fascista/

“A min téñenme dito que son a segunda Rosalía, pero non hai nin segunda, nin terceira, nin cuarta Rosalía, porque para ser a segunda Rosalía tería que vivir naquela época, sufrir o que ela sufriu, verme desprezada como ela se viu. Críspame. Eu non son nin a sombra do que foi, e segue sendo, Rosalía.”

33

Page 34: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Luz no Pichel “Daquela estábase a facer en min unha revolta, eu xa tiña claro que non era española, que tiña o meu idioma. Foi como renacer.”

Page 35: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

“Miña nai cantábame, nos tempos de Franco, o Himno Galego, cantábame a Internacional e cancións dos ácratas.”

“A loita pode parecer que está perdida, pero non o está, non o está en absoluto. Temos que defender a nosa identidade, a nosa lingua. Eu veño de dúas mulleres que loitaron moito e que foron vítimas da mesma represión á que nos queren someter agora, aínda que agora sexan menos descarados disfrazados todos de demócratas. Eu, sinceramente, teño ilusión de que triunfaremos.”

“As que sentimos, as que nos sentimos nacionalistas, temos que defender o idioma e a identidade de calquera maneira. Temos un idioma precioso ao que non podemos renunciar. Chegará o día no que ningunha persoa se sinta avergoñada da súa orixe ou da súa lingua.”

“Eu sigo firme. Eu canto máis nos queren someter máis me rebelo.”

“Os falanxistas ataron todo ben atado. Con esta Constitución, á que eu lle chamo prostitución, non se pode mudar nada. Aquí hai que facelo todo de novo.”

“Por outra banda, ningunha das que estamos na defensa do aborto cremos que o aborto sexa grato porque non o é, pero a situación ás veces non é a apropiada para criar unha criatura. O aborto é só cousa da muller. O aborto libre e gratuíto e boa atención para a nai, sexa nai ou non, para a muller.”

35

Page 36: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Luz na sala “Esa independencia de miña nai e da miña avoa, a min marcoume. O feminismo xa o levaba dentro sen darme conta.”

Page 37: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Luz na cociña “O que pretenden é que os vellos e a xuventude non entremos en contacto, que non evolucionemos.”

Page 38: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Traballo doméstico: explotación de xénero e de clase // David Núñez

Na súa critica ao capitalismo, o marxismo clásico ten centrado a súa atención na mercadoría como eixo central da produción capitalista e en como a partir da produción destas mercadorías xerase a explotación do traballo asalariado mediante a extracción de plusvalía.

Ao operar deste xeito lográronse certamente conclusións teóricas notables: a lei do valor-traballo, a lei do plusvalor, a tendencia decrecente da taxa de lucro, etc. Pero tamén supuxo ignorar de forma sistemática o importante papel xogado polo traballo doméstico non asalariado das mulleres na reproducción do capital.

Nas súas análises Marx partía da idea de que o valor da forza de traballo, ao igual que o de calquera outra mercadoría, viña determinada polo tempo de traballo necesario para a súa reprodución, o que, segundo el, viña representado íntegramente polo soldo percibido polo traballador masculino. É dicir, baixo esta visión as mercadorías adquiridas grazas a dito salario (pago da vivenda, luz, auga, comida, vestimenta, etc) eran suficientes para repoñer a enerxía gastada polo traballador masculino durante a xornada de traballo e asegurar asi mesmo a perpetuación da clase obreira a través da seguinte xeración. Ignorase así que para o mantemento do traballador e da súa familia non basta en absoluto coa adquisición e consumo das mercadorías mencionadas, é necesario levar a cabo toda unha serie de labores de coidado e mantemento do fogar que foron históricamente asumidas pola clase obreira femenina de forma completamente gratuíta, fora dos circuitos de produción mercantil. Se a realización do traballo reprodutivo levado adiante polas mulleres non fora gratuíto o capitalista debería aumentar os salarios para cubrir estes gastos imprescindibles para o conxunto da familia traballadora.

Podería pensarse que a cuestión da explotación de xénero ligada ao traballo doméstico quedou eliminada coa incorporación da muller ao mundo do traballo asalariado. Nada máis lonxe da realidade. No Estado español, mentres a muller adica unha media de 1 h 53 min ao traballo de mercado e 4h 4 min ao traballo

Membro da Liga Estudantil Galega e militante de Isca!

38

Page 39: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

doméstico os homes gastan 3h 3 min e 1 h 50 min respectivamente en ambos traballos. É dicir, que a incorporación da muller ao mundo laboral asalariado non só non supuxo unha maior equidade no reparto de ambos traballos, pois elas seguen cargando co dobre de traballo no fogar, senón que ademais implica que agora as mulleres teñen unha carga de traballo total superior ao do sexo masculino (5h 57min fronte a 4h 53 min).

A erradicación da división sexual do traballo non só debe pasar por unha equidade no reparto do traballo doméstico, senón tamén pola socialización deste. A loita por dita socialización ten unha compoñente dobremente revolucionaria. Por unha banda, o traballo reprodutivo considerado como algo “natural” do sexo feminino, e polo tanto como algo que pode e debe ser realizado de forma gratuíta, pasa a convertirse nun traballo remunerado máis, igualándose ao resto de labores clásicamente ligadas á produción de mercadorías quebrandose así o que constitue un dos piares fundamentais da ideoloxía patriarcal. Por outra banda, ten ademais unha compoñente anticapitalista na medida en que se destruén as ganancias extraordinarias derivadas da explotación de xénero.

39

Page 40: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Lembranzas // Isabel Álvarez

Recordo dun verán, randeeiras de árbores e soños de infancia. Unha casiña de plástico negro que coidaba de nós mentres salvabamos bolboretas das garras crueis das arañas. Inocencia.

Tiña soños nos que viaxaba directa cara a ese mundo que me protexía, escapando da cidade atafegante. Unha cidade que era como unha desas arañas, redes viscosas que me cortaban as ás.

Crecín entre dous mundos e escapar deles foi a única posibilidade que atopei de sobrevivir. E aquí estou, contándoche as razóns polas que volvo a ti, a terra na que aínda vive a miña candidez. Quero volver pousar as miñas mans no teu chan e tocar as miñas raíces.

Unha nova páxina aberta sobre o río Miño, con sabor a castañas e a cor dos carballos, os bidueiros e os fentos…

Os teus sons, os meus soños.

http://asubiosliterarios.blogspot.com.es/

40

Page 41: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

A ún

ica

revo

luci

ón p

osíb

el é

a d

os s

entid

osIs

abel

Álv

arez

O que acaban de ler é parte dun vídeo que describe a experiencia dunha muller feminista. Así, creo, sentímonos tódalas persoas que nos pensamos feministas. Ao feminismo non chegas, chégache, atrápate e non podes escapar. Empezas a darte conta daquilo que te rodea: o que sempre che pareceu normal comeza a ser incoherente coas novas formulacións ás que te enfrontas. A min pasoume o mesmo. Primeiro co feminismo. Empecei a cuestionarme tódalas miñas relacións. Cuestioneime até as cancións que escoitaba. E agora empeza a ocorrerme algo semellar co ecofeminismo. Eu, que sempre me definín como unha persoa urbanita, sinto a necesidade de voltar á terra, de sentir a terra coas miñas maus.

Sentir. No seu máis primitivo significado etimolóxico, quere dizer tomar unha decisión orientada polos sentidos. O ser humán precisa sentir. Precisa emocionarse, saír do seu estado habitual. É por iso que os movementos sociais de hoxe en día non adoitan chegar á xente coa suficiente forza. Acostumámonos a esperar que as persoas entendan as nosas intrincadas teorías conspiranoides da economía, sen darnos conta de que comezábamos a xogar no mesmo terreo, coas mesmas armas coas que nos ataca o capitalismo patriarcal, a falta de empatía e de sentimento.

Ernesto “Che” Guevara xa nolo aconsellou: Sexan capacesde sentir no máis profundo calquera inxustiza, cometida contra calquera, en calquera parte do mundo, pois “E

l fe

min

ism

o m

e ca

gó l

a vi

da,

nin

gún

lu

gar

volv

ió a

ser

hab

itab

le c

omo

ante

s. /

Yo

no

quie

ro c

ambi

ar e

l m

un

do, q

uie

ro d

estr

uir

lo y

hac

er o

tro

de

nu

evo,

asp

iro

a es

a li

bert

ad q

ue

toda

vía

no

con

ocem

os.

/ E

l fe

min

ism

o m

e ca

gó c

on l

a vi

da y

se

lo a

grad

ezco

, en

rea

lida

d, l

o ú

nic

o qu

e pe

rdí

fue

el m

iedo

"

Vid

eo: h

ttp:

//vim

eo.c

om/7

0023

810

41

Page 42: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

é a calidade máis linda dun revolucionario. Esí mesmo, Emma Goldman foi máis tallante: Se non podo bailar, a túa revolución non me interesa.

Tanto o patriarcado como o capitalismo desterraron os sentimentos e as emocións do taboleiro do xogo. O patriarcado invisibilizounos (aos sentimentos) converténdoos en algo propio das mulleres, eses seres inferiores e frouxos, dos que non paga a pena ocuparse senón é para que cumpran coas súas tarefas reprodutoras e dos coidados. O capitalismo directamente omitiunos da súa análise da sociedade, o ser humán non é senón unha ferramenta máis de produción e consumo.

Esta é a razón pola que a xente precisa conectar cos seus afectos. Sentir, emocionarse. Que a saquen da súa rutina cotián de máquina facedora de diñeiro, de máquina de consumo. A xente precisa que lle volten a humanidade. O movemento 15M conseguiuno, por uns meses críamos que espertáramos e comprendéramos a realidade na que estabamos inmersas. Pero ao final este movemento sucumbiu na mesma lóxica que o resto de movementos sociais que nos rodean: reunións, comités, plataformas, charlas repetidas até a saciedade. O movemento 15M perdeu a humanidade e, con ela, a capacidade de chegar á cidadanía. Só hai unha plataforma que sobrevive

consciente da súa realidade: a PAH-Stop Desafiuzamentos, porque traballan dende as familias e para as familias. Sacan á rúa a vida mesma, a vida como subsistencia. Enfróntannos a ela e conmóvennos. A emoción, o sentimento: a empatía. É a empatía, a precursora da solidariedade, a que nos mobiliza.

E é aí onde pode xogar un papel importante o ecofeminismo crítico. A análise ecofeminista da economía, coa vida no centro, revalorizando os coidados e os afectos, pode axudarnos a entender mellor a aquelas persoas ás que nos pasamos a vida tentando chegar, crendo que coas nosas charlas e conceitos imos espertalas do sopor no que caeron por mor deste sistema gaioleiro e egoísta. Pode axudarnos a empatizar con esas persoas que non entenden, de primeiras, iso da clase obreira, do socialismo ou do feminismo. E dígoo ben cando digo de primeiras, porque non é que sexan parvas ou incapaces de comprender aquilo do que falamos. É que xa teñen dabondo no que pensar día a día para sacar adiante ás súas familias, para sobrevivir. Pero escoitan, poñen atención cando algo lles chega ás entrañas e nun segundo vense capaces de sentir algo que vai máis aló da súa propia angustia existencial.

Si, reivindico dende iste humilde posicionamento a 42

Page 43: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

pedagoxía popular dos afectos, das emocións e dos sentimentos. Sen unha revolución dos sentidos, que nos faga soñar máis aló da rutina economicista na que estamos inmersas as persoas, mesmo aquelas que somos activistas en diversos movementos sociais, sen unha revolución afectiva e emocional, non haberá revolución que transforme o mundo. Estaremos ante outro sistema económico, pero será un sistema semellante a iste, un sistema no que haberá individuos e a solidariedade brille pola súa ausencia.

Pero para que todo isto funcione, nós tamén precisamos sentir, tomar decisións guiadas polos nosos sentidos e non pola nosa rutina. Precisamos emocionarnos, que algo mude o noso rumbo e nos fagan seguir avanzando. Só esí poderemos empatizar, chegar a quen aínda non chegamos a pesar de tódolos nosos esforzos, solidarizarnos de verdade.

Coiden os afectos, os sentimentos, emociónense. Esí serán verdadeiras revolucionarias, e non meras máquinas de fabricar conceitos.

Apertas verdes e lilás, non se esquezan de repartilos por eí.

Licenciada en traducción e máster en cooperación internacional e sostenibilidade ambiental. Ecofeminista e activista en diversos movimentos sociais. Ainda que nacín en Asturias e resido en Alacante, as miñas raíces galegas veñen de lonxe, na infancia da Terra Chá lucense, nunha raandeira dependurada dunha árbore, ou tras unha cristaleira escoitando as tormentas do verán.

43

Page 44: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Infiltrou-se-me o absurdo no sorriso // Carmen Momo

Infiltrou-se-me o absurdo no sorriso.

Levo nele blocos de vivendas-dormitório,nos rés-do-chão alguns supermercadoscompetindo por baixa-los prezos.Pra ele sementam cartaces ateigadosde mulheres-ídolo a disfarçar os seus complexos.A ele se aferram mil conversas e debatesrecorrentes em catódicos baleiros.

Mas também

infiltrei no absurdo o meu sorriso:quando a gente cruza sem mirar-see, ás presas, se contagiam d´alegria, e lhe ofereço á realidade histórias ledase pinto ao nihilismo de optimista;ao conseguir normalizar certos conceitoscomo heteropatriarcado, cuir... Ou sexo.

Pero nom tenho que fazer-lhe:

embora se modernicequando vejo barricadas,construiu-se-me um sorrisocontemporâneo.

Carmen "Momo" Vilas. Sou um caldeiro de tripas, vias elétricas e endorfinas, todas bem ordenadinhas. Ou pelo menos assim é como tenho o meu corpo consignado no Registo Geral.

44

Page 45: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Entornos rurais e diásporas afectivo-sexuais // Ángel AmaroNas aldeas, vilas e parroquias da Galiza hai -proporcionalmente- tantas persoas LGTBIQ como nas cidades. A diversidade afectiva, amatoria, sexual e de xénero espállase por tódolos recunchos dos núcleos poboacionais, dende o máis pequeno até o máis urbanizado. Unha realidade obvia e humana que a cotío se estampa contra o muro da transmaribibollofobia, o binarismo “aldea/cidade” e o cosmpolitismo capitalista.

Por unha banda, o patriarcado LGTBIQfóbico empurra -directa ou indirectamente- a moitas persoas LGTBIQ ao exilio sexual ou a dispersión afectiva, o que se ven denominando diáspora afectivo-sexual. Un tránsito persoal que xeralmente é un desprazamento real a áreas suburbanas ou cidades doutro estado. Noutras veces non implica un tránsito xeográfico, mais sí un desarraigo interior, unha rearmarización insitu, unha diáspora interna que habita nas fronteiras de aldeas e vilas (dobles vidas, identidades fragmentadas e precarias, dobles e triples procesos de vulnerabilidade, etc.)

Por outra banda, o cosmpolitismo capitalista (estilo urbanita e cultura de masas) ven a dizer que é incompatíbel ser LGTBIQ e vivir nunha vila. Un argumento moi simplista pero moi útil -incluso- para o capitalismo rosa. Estigmatizan o cotián rural porque interesa achegar moitas/os “clientes//novos residentes LGTBI” potenciais aos grandes núcleos urbáns: “libérate por la obra y gracia de Chueca. No te amargues en la aldea y ven a comprar, de fiesta, etc.”

Como a finalidade é estandarizar as identidades, comercializar con elas e non mudar a realidade das aldeas e vilas... baleirar os entornos rurais da súa diversidade afectivo-sexual é un obxetivo compartido por moitos intereses ubicados en posicionamentos antagónicos.

Ao patriarcado LGTBIQfóbico e ao capitalismo rosa interésalles seguir neste status quo no que nada muda nos entornos rurais. En definitiva, continuar afondando na sangría do éxodo rural LGTBIQ: “que no incordien en las aldeas y vayan a casarse a las ciudades”. O proceso da construcción de estratexias

45

Page 46: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

identitarias cada vez é máis individualista e neoliberal, aléxase por tanto de valores comunitarios e de apoio mutuo, o que carga de responsabilidade e revictimización a persoa LGTBI. Isto nos entornos rurais vívese con grande drama e dobles procesos, como consecuencia da ruptura de lazos da solidariedade LGTBIQ, o descoñecemento e a proliferación de mitos e lendas sobre as ruralidades. O que se ven a dizer é: “tienes que dejar la aldea para ser feliz. Emigra y empieza una nueva vida”. Dende as urbes -en plan barricada- lanzan proclamas de auto-axuda e recetarios paternalistas pra que as persoas LGBTIQ se marchen (condición indispensábel e única): “si te quedas, luego no te quejes de la LGTBIQfobia que padeces”. Mentres tanto... o peso do esquecemento recae sobre as persoas que resisten e loitan por transformar a súa vila: silénciase o seu estilo de vida particular, négase a súa existencia dentro da diversidade afectivo-sexual e estigmatízase un cotián alleo do cosmpolitismo e valores dos mass media.

Se queremos contar con aldeas e vilas libres de LGTBIQfobia deberase seguir sumando na loita contra o odio patriarcal, a cosificación identitaria, o cosmopolitismo urbanita e a cultura de masas. Todas elas responsables de acotar a diversidade afectivo-sexual aos núcleos das grandes cidades.

Sociólogo feminista e cuir. Colabora cos xornais Galicia Confidencial e Praza Pública. Tamén fixo colaboracións puntuais con Sermos, Diagonal e Contrapoder.Os seus dous blogues en galego son:http://lgbti.prazapublica.com/http://www.sociopoeticarural.blogspot.com.es/

46

Page 47: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Castrexa, celta, sueva. Tí eres.Anterga, mística, inabarcable. De milenarios saberes.Recuncho de mares e rías, regatos e regateiras.Centos de serras, macizos e carballeiras.

O País dos Mil Ríos régante e cotío.Termas, pozas, auga tornada e afluentes.Cultura celta de regadío.

Pagana aldraxada.Irredenta contra a colonización.Centos de veces te deron morta,outras tantas de volta.

As meigas ti viches arder a feito.Druidesas e curandeiras, roubo de alentos.Padeciches o cristianismo salvaxe, o sanguiñento.¿cantas queimadas caeron no vacío do tempo?¿cantas bravas heroínas viches arder a feito?

Sabedoras de coidados, coñecedoras de lendas.Labregas, obreiras e mariñeiras.Tecedoras do espazo e do tempo.

Maus delicadas que entrelazaron e artellaron sentimento.Habitastes nos montes, lexos das eiras.Fixéstesvos fortes nos ríos e mares,sempre nas súas beiras, emancipados fogares.

Sabedoras de maxia, mitos e praceres.Cómplices do tempo, aliberadas sempre.Intérpretes dos códices, conxuros e aquelarres enxebres.Fortes nas covas.Sabedoras de herbas, brevaxes e vasoiras.Relacionadas con centos de máxicos seres.

Presente estás na bravura da vella e da meniña, na faciana mártir da memoria que nos indica.Maniféstaste sempre na valentía e carácter da lexanía,as galegas errantes honran a túa memoria viva.

Matria // Ángel Amaro

47

Page 48: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

O feminismo é antifelipismo!!Sezón da Muller do Comité de Ortodoxia do Partido Froilanista

Non somos Femi-Nazis, tampouco Femi-Polpotistas. Somos as Femi-Froilanistas, mulleres que centramos a nosa militancia en facer básicamente o que nos sae da Real cona, da conechiña, da perrecha, da parrocha ou como vostedes gosten en chamar.

Non temos nin Deus, nin Rei, nin Dono máis gostamos do Froilán. É riquiño, sabe dar labazadas, disparar, gústalle a festa e sobre todo, ten unha gran capacidade para pór patas arriba a orde (dinástica) establecida.

O chaval é bó rapás e garda ese punto punky e insumiso, pero con clase, que compartimos na nosa loita diaria contra os machirulos do mundo mundial. Sobre todo, dende que lle demos o toque a cerca dalgunhas conductas machistas que poñía en práctica para facerlle as beiras ás rapazas e que despois reproducían compañeiros do Partido. Tras algunha que outra decapitación e despirolación por parte da Sezón da Muller do Comité de Ortodoxia do Partido Froilanista, agora teno claro, e os compañeiros do Partido tamén: o macho pirolo, mellor no cestolo.

Felipe Juan é unha víctima do poder monárquico de corte Borbónico-Juancarlista-Felipista, como o seu nome, “por desgraza” indica, como xa comentara o seu pai, Jaime de Marichalar o día do seu nacemento. Dende entón, non parou de revelarse contra a “caste” Borbónico-Heteropatriarcal que logrou separar aos de arriba contra os de abaixo, é dicir, “o pobo” con Copy Left.

Ao pobre Froilán quitáronlle todos os seus dereitos sucesorios por ser fillo dunha muller, a nosa querida Rexenta da Galiza, Helena. No noso caso, os machirulos quitáronnos a ialma, os dereitos, a soberanía dos nosos corpos, das nosas accións e das nosas conciencias tentando tutorizarnos e adoutrinarnos. Máis non. Non gostamos da súa doutrina. Esa mesma doutrina que marcou con ferro ardendo a lei sálica nas costas

48

Page 49: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

de Dona Helena impedíndolle ser a Raiña da Galiza.

Froilán III da Galiza douse conta da inxustiza que se cometera contra a súa nai porque o rapaz, aínda que repita 2º da ESO por inadaptado, non é parvo. Así, o día da coronación do ilexítimo Felipe VI e SSMM Letizia con “Z” chamou por teléfono móbil á Sección da Muller do Partido dende unha xanela da Zarzuela, momento que foi retratado por numerosos medios, para comunicarnos que tomara conciencia da magnitude da discriminación e agresión machista que estaba a sufrir a súa proxenitora.

Dende entón a Sezón da Muller xuramos lealdade a Froilán III a cambio de artellar un plan perfecto antipatriarcal, antifelipista e con moito moito glamour, para destruir a Monarquía O trato quedou pechado. As condicións do acordo son secretas, mais que non vos pareza estrano que Froilán continúe a traballar para a Joy Eslava, amosando a súa total lealdade coa loita da clase traballadora, convetíndose no primeiro membro da Casa Real que ten algo cotizado na Seguridade Social.

Pola nosa parte, seguiremos coas armas tomadas tentando non nos disparar nos pés e empregando os espetos para chantar nos cús de quen negue o noso lexitimo dereito a nos emancipar e a rachar co sistema monárquico-heteropatriarcal que tanto noxo nos dá.

Como sucede nos mellores sistemas de alianzas, o noso obxetevo común obriga a unir forzas e loitas, até que Froilán III de Galiza sexa proclamado Rei lexítimo da Galiza e consigamos un futuro de mulleres e para mulleres. Porque non queremos un espazo, buscamos outro lugar.

49

Page 50: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

50

Fartas do machismo contumaz inscrito na praxe política dos movementos no Reino da Galiza, incluido o Froilanismo organizado, as camaradas da Sezón da Muller do Comité de Ortodoxia do Partido Froilanista acharon conveniente divulgar o seguinte documento na presente publicazón e voceiro do Comité As Lurpias.

O Froilanismo racha definitivamente co paradigma medieval do patriarcado sistémico que levou ao trono a Felipe VI o advenedizo, ignorando os direitos dinásticos da desposuida primoxénita, muller e lexítima herdeira Dona Elena. O Froilanismo será feminista ou non será.

Page 51: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Corpo besta // Arancha Nogueira

Descúlpame as vergoñas.

As de ser,como as pantasmas,como os segredos vermellos de entre os dentes,

e a cantas nenas teño que estourar,a cantas

nenas

E descúlpame as vergoñas de mullerdespelexada,do desgarro das metades e do estrépito,

de non saber lamber as verbas coma oscorpos,

de non berrarlle ao nó da alquimia,

da maxia núa e doscilindros,

da redondez do meu corpo-besta meu corpo-burlameu corpo-lírica

de non amarme tan deitada e tan espida,

de non mancharme,e non mancharte,

e non buscarnos,

Matria viva,trebón xemelgo.

Arancha Nogueira naceu en 1989 na Terra da Chispa. Poeta e xornalista, actualmente estuda un mestrado de Literatura Comparada e Crítica Cultural. Tras resultar gañadora do certame Francisco Añón de poesía en 2013, en 2014 saiu á luz o seu primeiro poemario publicado: Andar descalza. Feminista, socialista e nacionalista confesa, a súa poesía xira en torno á conciencia de muller nun mundo que lle resulta estranxeiro.

51

Page 52: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Unha mirada lurpia cara a historia // Gabriel RodriguezHai seis anos eu era un rapaz que tiña a súa carpeta forrada coa bandeira da Patria e arranxaba o mundo coas súas amigas nas mesas de atrás da clase, mentres escoitaba as fervorosas leccións dos profesores de Filosofía e de Historia que se me gravaban a lume na cabeza e me deron alento para esas “batallitas” familiares despois do café, que ben semellaban o mesmísimo Parlamento. Alí, naquela mesa de atrás, tomei a decisión de estudar Historia, e non puiden ter decidido cousa mellor.

Nesta carreira souben onde situarme na loita, ao carón das que resistiron séculos a una longa noite de pedra, das lurpias, das mulleres que loitaron contra o heteropatriarcado incansábeis, e que foron peza clave para a maioría de pensamentos e culturas da actualidade. Aínda hoxe as historiadoras rebeldes temos que enfrontarnos ao enmudecemento premeditado do papel da muller na historia; dende as Deusas creadoras neolíticas e sacerdotisas-nai das culturas minoicas ata persoeiros tan coñecidos coma Cleopatra VII, Leonor de Aquitania ou Catuxa de Medici son ignoradas ou directamente vilipendiadas polo palabrerío machista.

Manipuladoras, promiscuas, fermosas e malvadas, así as definen, pero, ... e os homes? Comparten exactamente a mesma descrición, pero eles son heroes e elas seguen a ter un papel secundario, ensomecidas na historia, “detrás dun gran home sempre hai unha gran muller” din algúns, mais eu sosteño que as mulleres, dende sempre, souberon poñerse ao carón dos homes a pesar dos milleiros de obstáculos, e iso fai que o seu labor se encha do dobre de gloria.

Co paso do tempo os titiriteiros dos sistemas encargáronse de que fose o home branco e heterosexual o que movese os fíos do planeta, e intentan disfrazar ao machismo máis morno dun feminismo irreal creando personaxes femininos a súa medida, que levan o machismo a ferro e lume na testa pero que dan unha imaxe de fantasioso poderío feminino. Unha historiadora rebelde ten que ser quen de distinguir eses bonecos do sistema e auxiliar o feminismo para combatelos, non queremos Damas de Ferro, queremos máis Sabelas I de Inglaterra que se negaron a axeonllarse ante a sagrada institución do matrimonio e loitou contra o paladín español do catolicismo coma unha fera na defensa da soberanía da

52

Page 53: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

súa terra e do seu corpo, non queremos Esperanzas Aguirre, queremos máis Beltranexas, desexamos máis loitadoras e revolucionarias coma as da Guerra Civil, agardamos máis mulleres coma as que alimentaron as fillas e fillos da Terra, as que traballaron para levantar o País. As mulleres estiveron nas guerras, estiveron nas revolucións, nos cambios de sistema, sen elas, hoxe non tería de ser o que é, estamos aquí, somos a resistencia e o exemplo vivo do seu traballo; que non nos enganen.

A historia de Galiza é moi comparábel a da muller, xa sexa nas cadeas da Igrexa, que nos engaiola na superstición e no medo, ou cando a nosa Nai ten que ver como lle arrincan dos brazos as fillas e fillos para que sexan usados en beneficio do seu tutor legal, o malquerido Estado Español, que ao igual que o home máis “macho”, se lle vai amargando o trato ao longo dos anos, facendo esmorecer pouco a pouco a vida da súa muller, igualiño que España o fai coa nosa nai, Galiza. As mulleres galegas son Galiza e Galiza é muller, e eu como home non podo estar máis orgulloso dese feito. Ao igual que esas mulleres da Historia, Galiza esta enmudecida, esta ensomecida polo heteropatriarcado na monstruosa forma do capitalismo, pero resistiu e loita, porque a nosa Nación ten que ser feminista, e estou mais que convencido de que o feminismo ten que ser nacionalista.

As mulleres e Galiza buscan a soberanía do seu “corpo”, porque temos dereito e porque se pode. As galegas estamos fartas de que decidan por nós, nin heteropatriarcado nin Estado Español!

Saúde, Matria e Socialismo!

Nado en Xinzo de Limia no 1992, estudante de Historia e Xeografía na Universidade de Vigo. Dende os 15 anos participando activamente na política de esquerda do País e no activismo LGTBI.

53

Page 54: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

INTERNACIONALISMOS: Un 2015 para liberar os nosos corpos e os nosos territorios de agresións e imposicións // Ximena GonzálezActivista da Marcha Mundial das Mulleres

54

Page 55: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Do Quebec a Filipinas, de Macedonia a Paraguay e de Moçambique a Galiza, feministas de todo o planeta preparan a IV acción internacional da Marcha Mundial das Mulleres que atravesará en 2015 o planeta en defensa dos nosos corpos e os nosos territorios.

Serán diversas caravanas as que percorrerán os cinco continentes na procura de reforzar e ampliar as alianzas entre mulleres para combater a violencia e defender o noso dereito a vivir unha vida digna en liberdade.

A historia comeza en Brasil, no 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulleres organizado en Sao Paulo, no que mulleres dos cinco continentes e de máis de 40 países comezaron o debate sobre os eixos de traballo para a IV acción internacional da marcha logo de reclamar o fin da violencia e a feminización da pobreza -na I acción-, elaborar unha carta das mulleres para a humanidade sobre a vida e o mundo que queremos -na II acción- e traballar pola paz e desmilitarización dos conflitos reclamando a participación das mulleres nos procesos de paz e o fin da violación como arma de guerra -na III acción-.

Así naceron as caravanas que en 2015 percorrerán o planeta co obxetivo de tecer redes de resistencia cos diversos movementos de base, recoller experiencias de loitas locais e enlazar as diversas loitas e resistencias dos diferentes pobos a través da sororiedade e da acción colectiva.

En Europa o grupo de mozas de dentro e fóra da Marcha Mundial das Mulleres que forman a rede europea de mozas feministas traballan actualmente para organizar as accións que terán lugar en diversos países durante os 8 meses que dure unha caravana que arrancará en Londres o 8 de marzo de 2015 e rematará en Coimbra, Portugal.

As compañeiras que xa traballan dende 2013 na caravana imaxinan a viaxe como unha serie de encontros en cada punto de paso con colectivos locais que partillen a aposta feminista de loita contra as agresións e as imposicións tanto sobre os nosos corpos como contra os nosos territorios.

55

Page 56: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

As coordenadoras nacionais da Marcha Mundial das Mulleres de Catalunya, Euskalherria, Galiza e Portugal traballan conxuntamente para organizar o tramo final da caravana que percorrerá europa e chegará a Coimbra para realizar alí o acto de peche da acción internacional, co obxetivo de reforzar os lazos entre os nosos territorios e a confluencia e reforzo das nosas loitas locais como feministas en cada un deles.

En Galiza as mulleres da Marcha Mundial das Mulleres queremos facer un chamamento a todas as mulleres, feministas e organizacións de base a un proceso de confluencia, diálogo, reflexión e debate para prepararmos esta acción internacional no noso país, coñecendo e partillando experiencias de resistencia e loitas feministas e traballando para sumalas a todas aquelas que, en todos os rincóns de europa e do mundo, contribúen a combater a violencia que sufrimos.

Agora toca tecer redes a nivel local e internacional para facer posíbel esta acción, para que podamos conectar a mulleres e feministas de diferentes contextos e realidades que combaten e resisten fronte ao patriarcado e o capitalismo e podamos aprender de cada unha desas loitas, coñecelas, impulsalas e trasladalas a todos os rincóns do planeta.

Comezamos este traballo que queremos sexa colectivo e ao que vos convidamos a sumarvos dende a diversidade do movemento feminista galego para contribuír dende diferentes proxectos e espazos a que sexa cada día máis forte.

As mulleres seguimos en marcha ata que todas, en todas partes, sexamos libres.

Máis información [email protected]

56

Page 57: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

A continuación amosamos ideas clave pra alimentar o debate sobre a emancipación social e nacional do pobo galego, dende un punto de vista feminista.

1.- Coordinación de forzas políticas en clave galega

No seo da sociedade galega teñen que construirse as bases materiais pra propiciar unha confluencia real en torno a un proxecto emancipatorio común. Niste proceso de empoderamiento popular e nacional, hai que facer unha autocrítica constante sobre a invisibilizacón dos colectivos minorizados no espazo público (machismo, LGTBfobia, disfobia, xenofobia, etc.), o papel dos coidados (dobles e triples cargas do traballo, cadena global de coidados, etc.) e a masculinidade hexemónica.

2.- Proceso constituínte

Dende a pedagoxía, o traballo de rúa e o asociacionismo, débense seguir dando pasos na proliferación de palestras e na acumulación de forzas político-sociais, pra constituirmos nun estado proprio, centrándonos tamén na participación interxeracional e intercultural. Desta forma evitamos o illamento das persoas maiores e migrantes, en especial das mulleres e outros colectivos minorizados.

3.- República Galega

A República Galega será feminista ou non será. Reivindicamos a politización dos nosos corpos, os nosos praceres e as nosas expresións estéticas, como eixo principal pra loitar contra as violencias heteropatriarcais. Na República da Galiza todas as identidades minorizadas deben estar chamadas a constituirse soberanamente en suxetos políticos activos, erradicando dobles e triples discriminacións. Diste xeito faguemos do matriotismo social a materialización da ferramenta feminista en clave galega.

Decálogo pola Soberanía galega en clave feminista[Comité As Lurpias]

Page 58: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

4.- Soberanías

Reivindicamos a interdependencia mutua e recíproca de tódalas soberanías (económica, afectivo-sexual, cultural, ecolóxica, enerxética, alimentar...). Ou avanzan todas, ou non avanza ningunha. Temos que exercer as soberanías enerxética, ecolóxica e alimentar, como bases pra construción dunha economía local forte, o sosteñemeneto dunha vida digna e o futuro das biodiversidades.

5.- Municipalismo e comarcas

É necesario non esquecer a tradición democrática do parroquialismo, o movemento mancomunado e todo tipo de xuntanzas locais que xurden en torno a defensa do benestar, do territorio e da dignidade da poboación. Compre profundizar na visibilización que históricamente tiveron e teñen as mulleres na defensa das comarcas, a soberanía dos montes e o sosteñemento material da vida.

6.- Lingua

Temos que loitar pola visibilización de tódalas manifestacións que ten a lingua galega, pra non esquecer a responsabilidade que té o idioma na construción e sosteñemento da cultura e a política do país, e faguendo fincapé na linguaxe inclusiva. A lingua galega debe seguir profundizando no artellamento do espazo común que internacionalmente é a lusofonía, sempre tendo en conta as particularidades e xiros do galego nas súas diferentes expresións, e visibilizando as realidades históricamente estigmatizadas (gheada, seseo, etc.).

7.- Memoria histórica

A Memoria histórica dun país é o patrimonio inmaterial do pobo. A República da Galiza terá que ter sempre como máxima a loita contra a españolización, a amnesia obligatoria e o esquecemento das nosas mártires, exiliadas, dispersadas, etc., pra construirmos un espazo no que poder ollar sempre hacia ó frente, coa participación explícita das persoas agredidas polo heteropatriarcado, sempre presente a loita internacionalista contra ó feminicidio.

Page 59: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

8.- Cultura popular e patrimonio

A participación activa das mulleres en tódalas expresións culturais e patrimoniais, será clave na construción e consolidación da cultura e do patrimonio do país, esí como unha regaleguización ampla en clave feminista. Promocionaranse os feminismos no seo duns medios de comunicación feministas, críticos e nacionalistas de esquerdas. A recuperación do patrimonio inmaterial do rural deberá ser un eixo prioritario, a República da Galiza deberá pór en valor a participación de tódalas persoas na cosmovisión labrega e mariñeira, sendo garante en todo momento dun laicismo real.

9.- Galiza Estremeira ou Franxa Leste

Estrecharanse lazos con tódalas comunidades galegofalantes que linden xeográficamente coa República da Galiza, faguendo especial fincapé na cooperación entre as mulleres e a creación de espazos comúns que faciliten a consolidación da galeguidade, sempre en situación de voluntariedade e de apoio recíproco.

10.-Diáspora nacional

Reivindicamos a Galiza Exterior como unha realidade sociopolítica particular. Non emigramos, expúlsannos. Baixo esta premisa política, reivindicamos a repolitización e participación, no seo da República da Galiza, de tódalas súas diásporas (peninsular, europeia e transatlántica). Hai que garantizar canles de decisión pra tódalas persoas emigradas, pór en valor as galeguidades, crear novos espazos de interlocución entre a Galiza Interior e a Galiza Exterior.

Por unha República Galega, Feminista e de Esquerdas! Por unha República Lurpia!

Page 60: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X
Page 61: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Índice das imaxes:Portada – Grabado no libro “De lamiis et phitonicis mulieribus”, de Ulrich MolitorPáxina 11 – Grabado dunha muller colgada dun pénduloPáxina 13 – Símbolo da deusa WiccaPáxina 14 – “As Bruxas Lancashire” de de William Harrison AinsworthPáxina 18 – Grabado Circe, de Giovanni Benedetto Castiglione (1650)Páxina 24 – “Cuisine des sorcières” de Jacques de GheynPáxina 25 e 41 – Símboloxía celta: Crann bethadh, triqueta e awenPáxina 29 e 32 – Fotografía da Lila de Lilith e Logo da libraríaPáxina 39 – Muller levando unha cesta de espinacas, grabado do 1385, ItaliaPáxina 40 – Detalle do “Capricho de las brujas nº 68” de GoyaPáxina 43 – O herbario da bruxa, grabado de Hans Weiditz Páxina 44 – O laberinto iniciático da deusa branca, en GlastonburyPáxina 50 – Grabado do s.XVI, O trono de Alba, obra satírica do seu goberno en FlandesPáxina 51 – Tatuaxe inspirado na WiccaPáxina 54 – Fotografía da Marcha Mundial das Mulleres, cedida por Ximena González Contraportada – Fotografía de Ángel Amaro

Page 62: Fanzine DÍA DA MATRIA 25X

Endexamais queimarán a tódalas lurpias...