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Estilo de vida apropriado para pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica essencial
REGINA MELLO DA FONSECA1
RESUMOA hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência
no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial. No Brasil,
estima-se que um em cada cinco habitantes seja portador dessa patologia. O
presente estudo visa identificar e correlacionar os principais fatores ambientais
modificáveis de risco ou potencializadores da HAS, assim como hábitos
alimentares inadequados, sedentarismo, tabagismo, obesidade e alcoolismo,
visando obter a redução do risco cardiovascular. Para tal foram utilizados nesta
revisão bibliográfica, artigos produzidos nos últimos 25 anos correlacionados ao
tema e restrito ao perfil traçado, indivíduos portadores de hipertensão arterial
sistêmica, de ambos os sexos, faixa etária variando entre 25-65 anos, englobando
todas as classes socioeconômicas. Com base nos resultados alcançados foi
possível destacar que em nível populacional, demonstra-se uma associação
positiva entre o tabagismo, o alcoolismo, o sedentarismo, o estresse e a abesidade
e a HAS. Por outro lado podemos correlacionar de forma negativa à prática de
atividade física e a HAS. Ao que tange a estratégia alimentar os resultados
sugerem a adequação dos hábitos alimentares ao estilo de vida a fim de manter a
boa saúde.
Palavras Chaves: Fatores de risco; Hipertensão arterial sistêmica; Hábitos alimentares.
1 Médica contratada do Programa de Saúde da Família de Nova Friburgo-RJ; Aluna do Curso de Pós-graduação em Saúde da Família da Faculdade de Medicina de Campos.
INTRODUÇÃO
Diversos estudos têm demonstrado que o Brasil, assim como em outros
países em desenvolvimento que convivem com a transição nutricional determinada,
freqüentemente, pela má-alimentação, a prevalência crescente do excesso de
peso, contribuindo para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis. A
essas são associadas às causas de morte mais comuns atuais (BATISTA, 2003).
As doenças crônicas não transmissíveis, por serem de longa duração,
são as que mais demandam ações, procedimentos e serviços de saúde, gerando
no Brasil uma sobrecarga do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2002). A
obesidade, a hipertensão e o diabetes são propiciados pelo estilo de vida
encontrado entre as famílias brasileiras, em que há uma participação crescente de
gorduras em geral, gorduras de origem animal e alimentos industrializados ricos
em açúcar e sódio e a diminuição de cereais, leguminosas, frutas, verduras e
legumes (IBGE, 2004).
A hipertensão arterial sistêmica, atualmente, é um dos principais desafios
em termos de saúde pública em todo planeta. Segundo o Sistema Nacional de
Saúde, entre os anos de 2000-2001, mostrou que das 1.800.155 internações
hospitalares por doenças cardiovasculares, sendo 14,95% decorrentes de
hipertensão. Para outras causas de internações hospitalares, 80% eram
relacionadas a níveis altos de pressão arterial. Alta morbidade, mortalidade e
custos elevados associados à drogas, patologia, radiologia e complicações devido
a enfartes, doença coronária, doença renal, falha cardíaca e doença renal em
estágio final, fazem da hipertensão um importante fator de risco médico
modificável. Aproximadamente 20-30% da população brasileira adulta tem pressão
arterial acima dos níveis recomendados (BRASIL, 2002).
A hipertensão arterial sistêmica, vulgarmente chamada de “Pressão Alta”
é caracterizada pelos níveis pressóricos. Quando a pressão arterial sistólica
(pressão do sangue dentro das artérias no momento da contração do coração) é
superior a 140 milímetros de mercúrio ou quando a pressão arterial diastólica
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(pressão do sangue dentro das artérias entre uma contração e outra) é superior a
90 milímetros de mercúrio (LOSEKANN, 1994).
Podemos ainda subdividir a hipertensão arterial sistêmica de acordo com
a etiologia. A hipertensão é dita essencial ou primária quando não se diagnostica
uma causa base, ou seja, não possuem etiologia definida. Nesses pacientes ocorre
aumento da rigidez das paredes arteriais, fato que é favorecido pela herança
genética em 70% dos casos. Ou podemos classificá-la como secundária quando
decorre de outras doenças sistêmicas, como doença do parênquima renal ou uso
de medicamentos, como antiinflamatórios, contraceptivos e corticoides.
(LOSEKANN, 1994).
Na faixa etária de 30 a 69 anos essas patologias foram responsáveis por
65% do total de óbitos no país. Em nosso meio, a hipertensão arterial sistêmica,
tem sua prevalência estimada na ordem dos 20% da população adulta, população
em plena fase produtiva (BRASIL, 2004). Segundo dados do Instituto Nacional de
Seguro Social (INSS), tendo em vista seu caráter crônico e incapacitante, podendo
deixar seqüelas por toda vida e responsável por aproximadamente 40% das
aposentadorias precoces no Brasil.
No Brasil, de acordo com dados das V Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial (SBC, 2009), as taxas de prevalência da hipertensão na
população urbana adulta variam de 22,3% a 43,9%. Entre os idosos, a prevalência
é bastante elevada, com estudos mostrando a presença de hipertensão arterial em
61,5% dos idosos.
Hoje não se discute mais a eficácia do tratamento no controle da
hipertensão arterial, os pacientes tratados e acompanhados de forma adequada
estarão protegidos das complicações (GRUNDY, 2006). As discussões sobre
outros fatores correlacionados ao tratamento e capazes de potencializar ou
retardar sua evolução.
O presente trabalho visa identificar os estilos e hábitos vida como fator
de risco para hipertensão arterial sistêmica, na medida em que estes fazem parte
da etiologia dessa morbidade, além de apresentar uma proposta de estilo de vida e
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hábitos saudáveis para prevenção e tratamento dos fatores de risco para
hipertensão arterial sistêmica.
METODOLOGIATrata-se de uma revisão bibliográfica realizada por meio de levantamento
retrospectivo de artigos científicos publicados nos últimos vinte e cinco anos (1984
a 2009).
A busca bibliográfica foi realizada em documentos indexados nas bases
de dados nacionais e internacionais, como Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine (MEDLINE) e na
coleção Scientific Electronic Library Online (SCIELO) após consulta aos descritores
em ciências da saúde (DECS). Os descritores utilizados foram: hipertensão arterial,
fatores de risco, perfil dietético, perfil alimentar, prevalência.
Foram selecionados artigos publicados nos idiomas português e inglês
no período anteriormente mencionado referentes aos indivíduos portadores de
hipertensão arterial, sendo de ambos os sexos, idade entre 25-65 anos,
contemplando todas as classes sociais.
- Critérios de inclusão dos documentos:
• artigos publicados na íntegra no período entre 1984 e 2009 nos idiomas
Português e Inglês;
• artigos que continham os descritores selecionados;
• artigos disponíveis no Brasil.
- Critérios de exclusão dos documentos:
• resumos de artigos;
• artigos não disponíveis no Brasil;
• artigos em outros idiomas que não Português ou Inglês.
Os artigos foram analisados e categorizados com vista à classificação e
o delineamento dos estudos, observando-se: ano de publicação, fonte, formação e
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origem do autor/pesquisador, objeto de estudo, população estudada, instrumento
de avaliação ou de coleta de dados, estilo e hábitos de vida como fator de risco
para hipertensão arterial sistêmica.
ESTILO DE VIDA
A boa saúde é influenciada pelo estilo de vida, e este afeta diretamente a
qualidade de vida. A qualidade de vida é saber manter o equilíbrio no dia-a-dia,
procurando sempre melhorar o processo de interiorização de hábitos saudáveis,
aumentando a capacidade de enfrentar pressões e vivendo mais consciente e
harmônico em relação ao meio ambiente às pessoas e a si próprio (SILVA &
MARCHI, 1997).
A partir da década de 1960, proliferaram programas de intervenção,
principalmente nos países desenvolvidos, onde a mortalidade por doenças
cardiovasculares se mostrava bastante expressiva. Diversas pesquisas, nesse
período, foram voltadas à busca de indicadores de aterogenicidade de dietas a
partir de seus conteúdos energéticos, teores de colesterol e dos ácidos graxos
saturados e insaturados (HEGSTED, 1985). As recomendações de consumo
calórico diário, para esses países, desde então se pautaram em modelos que
consideravam o sedentarismo como problema fundamental dos estilos de vida
reconhecidos (MARTINS, 1993).
Os principais fatores ambientais modificáveis da hipertensão arterial são
os hábitos alimentares inadequados, principalmente ingestão excessiva de sal e o
baixo consumo de vegetais, sedentarismo, obesidade e consumo exagerado de
álcool, podendo-se obter redução da pressão arterial e diminuição do risco
cardiovascular controlando esses fatores (OMS, 2003).
Principais fatores de risco associados ao estilo de vida
1 – Obesidade X H.A.S.
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O excesso de massa corporal é um fator predisponente para a
hipertensão, podendo ser responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão
arterial (SBC, 2009); 75% dos homens e 65% das mulheres apresentam
hipertensão diretamente atribuível a sobrepeso e obesidade. Apesar do ganho de
peso estar fortemente associado com o aumento da pressão arterial, nem todos os
indivíduos obesos tornam-se hipertensos (OMS, 2003).
Estudos observacionais mostraram que ganho de peso e aumento da
circunferência da cintura são índices prognósticos importantes de hipertensão
arterial, sendo a obesidade central um importante indicador de risco cardiovascular
aumentado (SBC, 2009). Estudos sugerem que obesidade central está mais
fortemente associada com os níveis de pressão arterial do que a adiposidade total
(SBC, 2005). Indivíduos com nível de pressão arterial ótimo, que ao correr do
tempo apresentam obesidade central, têm maior incidência de hipertensão. A
perda de peso acarreta redução da pressão arterial (SBC, 2005).
A obesidade está comumente associada à resistência a insulina, o que pode
levar à intolerância à glicose e ao diabetes tipo 2 aumentando consideravelmente o
risco de eventos cardiovasculares. A redução do peso com a dieta hipocalórica
aumenta a tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina. Da mesma forma, a
prática regular de exercícios físicos mesmo na ausência de perda de peso corporal,
provoca aumento da ação da insulina, o que demonstra uma adaptação crônica ao
treinamento físico (NEGRÃO et al. 2000).
Dados do Ministério da Saúde indicam que em média entre um quinto e um
terço dos adultos são obesos (BRASIL, 1993). Os malefícios da obesidade são
claramente conhecidos. Os obesos apresentam maior prevalência de hipertensão
arterial (HA) que os não obesos e a redução de peso corporal reduz os níveis de
pressão arterial (PA). Entre indivíduos obesos normotensos há uma maior
probabilidade de ocorrência de complicações hipertensivas e cardiovasculares
(FERREIRA & ZANELLA, 2000; ZANELLA, 2000; SUPLICY, 2000).
A obesidade pode ser definida em termos absolutos e relativos. Na prática, a
obesidade é avaliada em termos absolutos pelo índice de massa corporal (IMC) e
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de forma relativa pela sua distribuição na circunferência da cintura ou pela razão
entre as circunferências da cintura e do quadril (WHO, 1999).
A obesidade apresenta ainda algumas características que são importantes
para a repercussão de seus riscos, dependendo do segmento corporal no qual há
predominância da deposição gordurosa, sendo classificada em: a) Obesidade
Difusa ou Generalizada; b) Obesidade Andróide ou Troncular (ou Centrípeta), na
qual o paciente apresenta uma forma corporal tendendo a maçã. Está associada
com maior deposição de gordura visceral e se relaciona intensamente com alto
risco de doenças metabólicas e cardiovasculares (Síndrome Plurimetabólica); c)
Obesidade Ginecóide, na qual a deposição de gordura predomina ao nível do
quadril, fazendo com que o paciente apresente uma forma corporal semelhante a
uma pêra. Está associada a um risco maior de artrose e varizes (WHO, 1999; DIAS
et al, 2009).
As mudanças no estilo de vida são uma das ferramentas mais importantes
para a redução efetiva da PA. A maioria dos estudos mostra que mesmo uma
redução de peso modesto de 3% a 9% está associada com uma redução
significativa da pressão arterial sistólica e diastólica de aproximadamente 3 mmHg
em indivíduos com sobrepeso (OLMOS & BENSEÑOR, 2001).
A OMS (2004) considera a obesidade um dos dez principais problemas de
saúde pública do mundo, classificando-a como epidemia. O outro lado da transição
nutricional da população brasileira refere-se às prevalências crescentes do excesso
de peso e de obesidade. Os inquéritos populacionais têm mostrado um aumento
expressivo do problema entre os homens, em todas as regiões brasileiras,
alcançando 41% de excesso de peso e 8,8% de obesidade. Entre as mulheres,
após um aumento de cerca de 50% entre a década de 70 e final dos anos 80,
observa-se certa estabilidade nas prevalências, mas 39,2% e 12,7% apresentavam
excesso de peso e obesidade, respectivamente, em 2002-2003 (IBGE, 2004).
2 – Tabagismo X H.A.S.
Outro fator de risco autocriado, presente no estilo de vida investigado foi o
tabagismo, o fumo é considerado importante causa de perda de saúde. Está
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associado ao desenvolvimento de doenças respiratórias, cardiovasculares e
neoplásicas (MOREIRA et al., 1995).
O hábito de fumar é bastante freqüente na sociedade brasileira. Dados do
Ministério da Saúde apontam que mais da metade dos homens e cerca de 33%
das mulheres adultas fumam cigarro. Os pobres e aqueles com menores níveis de
educação fumam mais que os de classe sócio-econômica e de nível educacional
mais alto (BRASIL, 1993).
3 – Alcoolismo X H.A.S.
Em relação o consumo de bebidas alcoólicas, os efeitos deste dependem
fundamentalmente da quantidade e da regularidade da ingestão, do tipo de bebida
utilizada, do estado nutricional do indivíduo, tabagismo associado e da
suscetibilidade individual e mesmo de fatores genéticos (STOCCO & BARRETTO,
2000).
O consumo elevado de bebidas alcoólicas como cerveja, vinho e destilados
aumenta a pressão arterial. O efeito varia com o gênero, e a magnitude está
associada à quantidade de etanol e à freqüência de ingestão (STRANGERS,
2004). O efeito do consumo leve a moderado de etanol não está definitivamente
estabelecido. Verifica-se redução média de 3,3 mmHg (2,5 a 4,1 mmHg) na
pressão sistólica e 2,0 mmHg (1,5 a 2,6 mmHg) na pressão diastólica com a
redução no consumo de etanol (XIN, 2001). Segundo STRANGERS (2004), em
estudo observacional indica que o consumo de bebida alcoólica fora de refeições
aumenta o risco de hipertensão, independentemente da quantidade de álcool
ingerida.
De acordo com o III Consenso Brasileiro de Hipertensão (1998) o consumo
excessivo de álcool eleva a pressão arterial e a variabilidade pressórica aumenta a
prevalência de hipertensão; o álcool é fator de risco para acidente vascular
encefálico, além de ser uma das causas de resistência a terapêutica anti-
hipertensiva. A hipertensão arterial é uma manifestação mais freqüentemente
reconhecida do alcoolismo. É encontrada em cerca de um terço dos alcoólatras
(FAINTUCH, 1995).
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4 – Estresse X H.A.S.
O estresse é um dos fatores que afeta a qualidade vida que tem sido
relacionado por vários autores. No momento de estresse, o corpo prepara-se para
lutar ou para fugir da situação através de uma série de mudanças, tais como
aumento na produção de adrenalina e uma maior constrição dos vasos sanguíneos
entre outras mudanças, fazendo com que o coração bata mais rápido e ao mesmo
tempo em que a resistência é aumentada nos vasos sanguíneos periféricos. Com o
aumento da resistência e da atividade cardíaca, a pressão tende a subir (LIPP,
1996).
Alguns estudos evidenciam o efeito do estresse psicoemocional na
reatividade cardiovascular e da pressão arterial (LIPP, 2005), podendo contribuir
para hipertensão arterial sustentada (UNGER, 2005). Estudos com treinamento
para controle do estresse emocional com diferentes técnicas mostraram benefícios
no controle e na redução da variabilidade da pressão artérial, podendo ser utilizado
como medida adicional na abordagem não-farmacológica de pacientes hipertensos
(TOURYZ, 2004). Além disso, a abordagem de aspectos piscoemocionais e
psicossociais pode ser útil na melhora da adesão do paciente a medidas
terapêuticas não-medicamentosas e medicamentosas. Há evidências de uma
relação positiva entre estresse emocional e aumento da pressão arterial (LOURES,
2002) e da reatividade cardiovascular (LIPP, 2005), sendo a reatividade aumentada
ao estresse um fator prognóstico do desenvolvimento da hipertensão arterial
(BEDI, 2000). O estresse crônico também pode contribuir para o desenvolvimento
de hipertensão arterial, embora os mecanismos envolvidos não estejam claros
(UNGER, 2005).
5 – Alimentação X H.A.S.
Uma alimentação saudável é aquela que proporciona à pessoa comer aquilo
que seu corpo necessita para funcionar da melhor maneira, não ingerindo
alimentos que possam, devido à natureza e/ou quantidade resultar em efeitos
nocivos à saúde e ao bem-estar (SILVA & MARCHI, 1997).
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A alimentação pode constituir-se em importante fator de risco de doenças
cardiovasculares ateroscleróticas, na medida em que contribui para a etiologia das
dislipidemias, obesidade e hipertensão (BRASIL, 1993). Tem sido constatada
estreita relação entre o consumo qualitativo e quantitativo de gorduras e de
colesterol com essas morbidades (MARTINS, 1993; MORALES, 2005). A
importância da dieta e de outros fatores de estilo de vida no controle da
hipertensão arterial sistêmica vem sendo enfatizada nas últimas décadas (OLMOS
& BENSEÑOR, 2001).
O aumento de uma série de doenças tais como a obesidade, doença
coronariana, diabetes, câncer entre outras precedidas de mudanças de padrão
alimentar da civilização moderna ocidental, sobretudo nos Estados Unidos e
Europa são decorrentes de mudanças que incluem o aumento de consumo de
gordura, açúcar, carne e a queda da ingestão de fibras (BURKITT, 1993).
a) CARBOIDRATOS
As dietas com altas quantidades de carboidratos, além de diminuírem os
níveis de HDL-colesterol, aumentam os de triglicerídeos, produzindo altas
respostas glicêmica e insulinêmica. As consequências metabólicas do consumo de
carboidratos dependem da quantidade ingerida, mas também da qualidade e das
características pertinentes a esse nutriente (SCHULZE, 2004). O estudo de
HALTOR et al (2006) verificou que a restrição moderada de carboidratos
(totalizando 40% do valor calórico diário da dieta) é mais eficaz na perda de peso
quando comparada à dieta tradicional (com menor teor de lipídeos), em indivíduos
obesos com resistência à insulina, podendo ainda diminuir os riscos de doença
cardiovascular. A dieta com menor conteúdo de carboidratos apresentou melhores
resultados no controle de peso, glicose e lipídeos séricos (STERN, 2004). De
acordo com o NCEP (2001), a recomendação diária de carboidratos deve atingir 50
a 60% do Valor Calórico Total (VCT) e as fibras de 20 a 30 g.
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b) LIPÍDEOSA recomendação diária de lipídeos varia entre 25 e 35% do VCT, sendo
menos que 7% de gorduras saturadas, 20% e 10 % de mono e poliinsaturadas,
respectivamente, e até 200 mg/dia de colesterol (NCEP, 2001). A associação da
ingestão de nutrientes e a HAS em brasileiros descendentes de japoneses,
encontraram que o total lipídico da dieta é um fator de risco e também que o ácido
graxo w-6 (ácido linoléico) tem papel nas alterações metabólicas relacionadas à
resistência à insulina. Destaque foi dado aos ácidos graxos do tipo w-3 (ácido
linolênico), que tiveram relação negativa com a HAS (FREIRE, 2005). BRADY et al
(2004) verificaram que o desbalanço entre as quantidades de w-6 e w-3,
especialmente a alta ingestão de w-6 combinada à baixa de w-3, teve grande
importância na prevalência da HAS em sua população de estudo, aventando a
possibilidade desse ácido graxo, aumentar o número de receptores de insulina, em
contraste com efeitos adversos dos ácidos graxos saturados envolvidos com o
estresse oxidativo.
c) SAL (NaCl)
Em nível populacional, demonstra-se uma forte associação entre o nível do
consumo habitual de sal e a pressão arterial dos indivíduos. Embora o consumo
leve para moderado de certos tipos de bebidas alcoólicas pareça conferir alguma
proteção contra a doença coronariana (INTERSALT, 1988).
O excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de hipertensão
arterial (MANCILHA-CARVALHO & SOUZA E SILVA, 2003). A relação entre
aumento da pressão arterial e avanço da idade é maior em populações com alta
ingestão de sal. Povos que consomem dieta com reduzido conteúdo deste têm
menor prevalência de hipertensão e a pressão arterial não se eleva com a idade.
Entre os índios Yanomami, que têm baixa ingestão de sal, não foram observados
casos de hipertensão arterial (MANCILHA-CARVALHO & SOUZA E SILVA, 2003).
Em população urbana brasileira, foi identificada maior ingestão de sal nos níveis
sócioeconômicos mais baixos.
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d) CÁLCIO
A participação do cálcio intracelular na regulação do tônus vascular tem sido
fundamentada em vários mecanismos bioquímicos (McCARRON,1989). Além
disso, o efeito hipotensor da suplementação de cálcio em uma parcela de
indivíduos hipertensos idiopáticos parece ser tanto maior quanto menor for a
ingestão basal de cálcio entre estes indivíduos (SOWERS, 1989). Os estudos com
suplementação de cálcio em hipertensos nasceram após as observações de dados
epidemiológicos que evidenciaram maiores níveis pressóricos dentre indivíduos
que ingeriam menos cálcio (CRIQUI, 1989). Esta relação indireta entre níveis
pressóricos e ingestão de cálcio parece ser mais nítida quando a ingestão é menor
que 500 mg/dia (WITTEMAN. 1989).
e) PROTEÍNAS
A ingestão de proteínas em indivíduos com HAS deve ser similar a de
indivíduos saudáveis (NCEP, 2001), porém com ênfase às de origem vegetal
(como a soja) e peixes (RICCARDI, 2004). Os benefícios do consumo de peixes
estão ligados ao seu conteúdo de ácidos graxos ômega-3 e menores teores de
gordura saturada e colesterol, com efeitos na função endotelial, no ritmo cardíaco e
na hemodinâmica (KRIS-ETHERTON, 2002).
6 – Sedentarismo X H.A.S.
De acordo com pesquisa realizada pela SBC (2009), o sedentarismo
aumenta a incidência de hipertensão arterial. Indivíduos sedentários apresentam
risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão que os ativos.
A atividade física regular, por sua vez, associa-se com múltiplos benefícios
para a saúde, incluindo a redução da incidência de doenças cardiovasculares,
como as decorrentes de ateroscleroses coronarianas (BERLIN, 1990), reduzindo a
pressão arterial, o peso corporal e contribui para a redução do risco de indivíduos
normotensos desenvolverem hipertensão.
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Estudos epidemiológicos têm mostrado uma correlação negativa entre
atividade física e hipertensão, significando que pessoas ativas têm menos chance
de se tornarem hipertensas. De acordo com tal tese e analisando os resultados de
22.167 homens num acompanhamento de 23 anos, demonstraram que a taxa de
mortalidade era maior entre aqueles com menor capacidade física (CHURCH et al,
2001). Mais recentemente, demonstraram que alimentação ruim e inatividade física
eram responsáveis por 16,6% dos casos atuais de morte nos Estados Unidos,
atingindo aproximadamente cerca de 15.000 mortes/ano (MOKDAD et al, 2000).
CONCLUSÕESA obesidade e hipertensão arterial sistêmica já são consideradas uma
epidemia global e por isso são propostas e enfatizadas a necessidade da criação
de protocolos e condutas relacionadas à prevenção e ao controle dessas
morbidades, com ênfase nas práticas clínicas associadas à educação nutricional.
Estímulo às mudanças de estilo de vida, tais como práticas regulares de atividade
física e uma alimentação saudável é fundamental. Como estratégia dietética, pode-
se dizer que a redução no consumo de carboidratos refinados, substituindo-os por
grãos integrais e produtos pouco processados, além de escolhas saudáveis de
gorduras, proteínas e consumo regular de frutas e vegetais podendo auxiliar na
prevenção e no tratamento das doenças mencionadas. Sendo assim, relacionam-
se abaixo propostas para um estilo de vida a partir de hábitos saudáveis para os
hipertensos considerando os fatores risco a que estão expostos.
1 – Obesidade
Hipertensos com excesso de peso devem ser incluídos em programas de
emagrecimento com restrição de ingestão calórica e aumento de atividade física. A
meta é alcançar índice de massa corporal inferior a 25 kg/m² e circunferência da
cintura inferior a 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, embora a
diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já seja suficiente para reduzir a
pressão arterial. A redução do peso está relacionada à queda da insulinemia, à
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redução da sensibilidade ao sódio e à diminuição da atividade do sistema nervoso
simpático.
2 – Tabagismo
O tabagismo deve ser agressivamente combatido e eliminado. Hipertensos
podem usar com segurança terapias reposicionais com nicotina para abandono do
tabagismo. Eventual descontrole de peso observado com a abolição do tabaco,
embora transitório e de pequeno impacto no risco cardiovascular, não deve ser
negligenciado.
3 – Alcoolismo
Recomenda-se limitar o consumo de bebidas alcoólicas a, no máximo, 30
g/dia de etanol para homens e 15 g/dia para mulheres ou indivíduos de baixo peso.
Aos pacientes que não se enquadrarem nesses limites de consumo, sugere-se o
abandono.
4 – Estresse
Estudos experimentais demonstram elevação transitória da pressão arterial
em situações de estresse, como o estresse mental, ou elevações mais
prolongadas, como nas técnicas de privação do sono. Assim o controle do estresse
emocional é necessário na prevenção primária da hipertensão arterial. O treino
desse controle resulta em: redução da reatividade cardiovascular, redução da
pressão arterial e redução de variabilidade da pressão arterial, sendo recomendado
não só para hipertensos, mas também para aqueles com fatores de risco para
hipertensão arterial.
5 – Alimentação
5.1 Gorduras
No máximo 30% do valor calórico total da dieta deve ser de gorduras, sendo
a saturada até 10% e o colesterol até 300 mg/dia. Deve-se evitar a gordura vegetal
hidrogenada contida em bolachas doces recheadas, margarinas duras, produtos
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com massa folhada, dar preferência ao uso dos óleos vegetais insaturados284 e
fazer uso de margarinas cremosas ou light com até 40% de lípides.
5.1.1 Colesterol Alimentar
Deve-se reduzir o consumo de alimentos ricos em colesterol como: vísceras
(fígado, miolo, miúdos), leite integral e seus derivados (queijo, manteiga, creme de
leite), biscoitos amanteigado, croissants, folhados, embutidos (salsicha, lingüiça,
bacon), frios (presunto, mortadela, salame), pele de aves, frutos do mar.
5.1.2 Gordura Saturada
É a principal causa alimentar da elevação do colesterol. Para diminuir o
consumo de gordura saturada deve-se restringir o consumo de gordura animal
(carnes gordas, leites e derivados), polpa de coco e de óleo de dendê e coco.
5.1.3 Gordura Insaturada
É representado pelas séries ômega-3 (salmão, arenque, truta, bacalhau e
cavalinha, óleo de soja e de canola), ômega-6 (ácido linoléico encontrado nos
óleos vegetais) e ômega -9 (ácido oléico, encontrado no azeite de oliva, óleo de
canola, azeitona, abacate, castanhas, nozes e amêndoas).
5.1.4 Gordura Trans
É encontrada em óleos, gordura hidrogenada e nas gorduras
industrializadas como às presentes no sorvete, pães, chocolates, maionese,
cremes para sobremesa e molhos para salada. É responsável pela elevação do
colesterol e principalmente da LDL, além de reduzir a HDL.
5.2 Fibras
São divididas em solúveis e insolúveis. As solúveis são encontradas nas
frutas, na aveia, cevada e leguminosas, reduzem o tempo de transito intestinal e
ajudam na eliminação do colesterol. As fibras insolúveis são responsáveis pela
sensação de saciedade é encontrada em grão, hortaliças e trigo, não interferem no
colesterol plasmático. É recomendado o consumo de 20-30 g de fibra alimentar por
dia.
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5.3 Sal
É saudável uma pessoa ingerir até 6 g de sal por dia (100 mmol ou 2,4 g/dia
de sódio), correspondente a quatro colheres de café (4 g) rasas de sal adicionadas
aos alimentos, que contêm 2 g de sal. Para tanto, recomenda-se reduzir o sal
adicionado aos alimentos, evitar o saleiro à mesa e reduzir ou abolir os alimentos
industrializados, como enlatados, conservas, frios, embutidos, sopas, temperos,
molhos prontos e salgadinhos123. Por outro lado, a redução excessiva do
consumo de sal também deve ser evitada, principalmente em pacientes em uso de
diuréticos, podendo provocar hiponatremia, hipovolemia e hemoconcentração.
5.4 Cálcio
Esta relação indireta entre níveis pressóricos e ingestão de cálcio parece ser
mais nítida quando a ingestão é menor que 500 mg/dia.
6 – Atividade Física
A atividade física deve estar representada por exercícios físicos aeróbios
tais como caminhadas, ciclismo, natação e corrida, realizadas numa intensidade
entre 50 a 70% do consumo máximo do oxigênio, com duração de 30 a 45 minutos,
três a cinco vezes por semana.
As ações propostas acima estão intimamente relacionadas a mudanças de
estilo de vida e adoção hábitos saudáveis, aos pacientes portadores de HAS.
Dentro desta estratégia e associando-se a dietética, e as mudanças que
proporcionem diminuir ou eliminar os fatores de risco externos, podemos auxiliar na
prevenção e no tratamento da hipertensão arterial sistêmica.
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ABSTRACT
The systemic arterial hypertension is one of the illnesses with bigger prevalence in the modern world and is characterized by the increase of the arterial pressure. In Brazil, they are esteem that one in each five inhabitants is carrying of this pathology. The present study it aims at to identify and to correlate the main modifiable ambient factors of risk of the systemic arterial hypertension, as well as inadequate alimentary habits, sedentary lifestyle, tobacco smoking, obesity and alcoholism, aiming at to get the reduction of the cardiovascular risk. For such they had been used in this bibliographical revision, last articles produced in the 25 years correlated to the restricted subject and to the traced profile, carrying individuals of systemic arterial hypertension, both the sexes, varying between 25-65 years old, all socioeconomics classrooms. On the basis of the reached results were possible to detach that in population level, a positive association between the tobacco smoking is demonstrated, alcoholism, the sedentary lifestyle, it stress and the obesity and the systemic arterial hypertension. On the other hand we can correlate of negative form to practical of physical activity and the systemic arterial hypertension. What it refers to the alimentary strategy the results suggest the adequacy of the alimentary habits to the life style in order to keep the good health.
Key-words: Factors of risk; Systemic Arterial Hypertension; Alimentary habits.
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