el existencialismo y la sabiduría de los pueblos · pdf fileoca gente conoce esta...

41
S I M O N E D E B E A U V O I R EL EXISTENCIALISMO Y LA SABIDURÍA DE LOS PUEBLOS Presentación de Michel Kail Traducción de Horacio Pons edhasa

Upload: dinhxuyen

Post on 21-Feb-2018

234 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

S I M O N E D E B E A U V O I R

EL EXISTENCIALISMO Y

LA SABIDURÍA DE LOS PUEBLOS

Presen tac ión de Miche l Kail

T r a d u c c i ó n de H o r a c i o Pons

edhasa

ÍNDICE

(¡na lección Je lectura - Michel Kail 9

Prefacio 21

I. El ex is tenc ia l i smo

y la sabiduría de los pueb los 25

II. Ideal i smo m o r a l y rea l i smo po l í t i co . . 59

III. Li teratura y metafísica 99

IV. O j o p o r o jo 117

PREFACIO

n Francia, planteáis los p rob lemas sin r e ­solverlos —me decía un día un nor t eamer icano—. N o s o t r o s n o los p l a n t e a m o s , los resolvemos.»

Mi i n t e r l ocu to r resumía así, en esa ocur renc ia agresiva, los r ep roches q u e en t o d o s los t i e m p o s se h ic i e ron al p e n s a m i e n t o especula t ivo : éste n o ayuda a vivir, e incluso nos aparta de la vida.Y hay q u e vivir.

E n nues t ros días, c u a n d o se ataca al e x i s t e n ­c i a l i smo , n o se sue l e p re fe r i r en su m e n o s c a b o otra d o c t r i n a definida; lo habi tual es, antes b i en , n e g a r t o d o c r éd i to a la filosofía en genera l .

Esa a c t i t u d está v ic iada d e ra íz y se basa en ideas p r e c o n c e b i d a s q u e , al n o ser ni a x i o m a s a prioii m leyes e x p e r i m e n t a l e s , pa r t i c ipan p o r t a n ­to de la filosofía m i s m a .

Por e jemplo , n o es c ier to q u e la masa de q u i e ­

nes d e s d e ñ a n el ex i s t enc i a l i smo m i r e el m u n d o

con ojos ingenuos : lo captan a través de esos luga­

res c o m u n e s q u e cons t i tuyen la Sabidur ía de los

Pueb los , i n c o h e r e n t e y c o n t r a d i c t o r i a ; esa sab i ­

duría es, con todo , una visión del m u n d o que c o n ­

v i ene p o n e r en tela de juicio. Y si se la s o m e t e a

un e x a m e n ser io , se e n t i e n d e su incapac idad de

sat isfacer a un e s p í r i t u h o n e s t o : s ó l o la p e r e z a

explica q u e tanta g e n t e se adhiera a ella.

De l m i s m o m o d o , n o se p u e d e c e n s u r a r la

estét ica exis tencial is ta en n o m b r e d e p r i n c i p i o s

abso lu tos , q u e n o los hay, pues la l i tera tura es lo

que el h o m b r e hace que sea. D e h e c h o , se le o p o ­

n e otra es té t ica , p o r lo gene ra l un vago n a t u r a ­

l i smo q u e carece de garantía i n c o n d i c i o n a l . U n o

d e los á m b i t o s d o n d e se recusa c o n m á s v i g o r

la in t rus ión d e la filosofía es el d o m i n i o po l í t i co :

el r ea l i smo po l í t i co n o d e b e , se d ice , moles t a r se

con c o n s i d e r a c i o n e s abstractas . Pe ro si se o b s e r ­

va con más d e t e n i m i e n t o , n o tarda en a d v e r t i r ­

se q u e los p r o b l e m a s p o l í t i c o s y m o r a l e s es tán

i n d i s o l u b l e m e n t e l igados: se t rata , en t o d o caso,

de hace r la h is tor ia h u m a n a , de hace r al h o m b r e ,

y p u e s t o q u e d e b e h a c e r s e , el h o m b r e está e n

cues t i ón , y esa cues t i ón es el o r i g e n , a la vez, de la acc ión y de su verdad .

Detrás de la pol í t ica más l imi tada , más obs t i ­nada, s iempre se ocul ta una ética. Eso es lo q u e se de scub re con toda evidencia c u a n d o se c o n s i d e ­ra el caso c o n c r e t o .

El p rob lema del castigo que perturbé) a tantas c o n c i e n c i a s al día s igu ien te de la Liberacié>n n o podr ía resolverse ni en un p lano p u r a m e n t e po l í ­t ico ni de a c u e r d o con las n o r m a s de tina mora l abstracta, e s c o g i e n d o la car idad y n o la justicia o el r i t íor v n o la c l emenc ia , v de f in iendo cada u n o con respecto a los demás hombres , una actitud g lo­bal que es prec isamente la actitud metafísica: todos se p o n e n t o t a l m e n t e en cuest ión frente al m u n d o en te ro . El h o m b r e n o p u e d e escapar a la filosofía p o r q u e n o p u e d e escapar a su l ibertad: ésta impl i ­ca el r e c h a z o de lo d a d o y s u p o n e la i n t e r r o g a ­c ión . Eso es lo q u e estos artículos se esfuerzan p o r mos t ra r . N o se p r o p o n e n def inir una vez más el exis tencia l i smo, s ino de fender lo con t r a el r e p r o ­c h e de frivolidad y gra tu idad que , de una m a n e ­ra frivola y gratui ta , se d i r ige de b u e n a gana des ­de Sócrates cont ra t o d o p e n s a m i e n t o organizado. En verdad, n o hay divorc io ent re filosofía y vida.

Toda iniciativa viva es una e lecc ión filosófica, v la a m b i c i ó n de una filosofía di mi a de ese í i o m -bre es ser un m o d o de vida q u e tenga en sí m i s ­m o su just if icación.

SiMONt; i > L BI.AUVOIR

I. EL EXISTENCIALISMO Y LA SABIDURÍA DE LOS PUEBLOS

oca g e n t e c o n o c e esta filosofía que , más o m e n o s al azar, ha sido baut izada «existencial is­m o » ; m u c h o s la a t a c a n . E n t r e o t r a s cosas , se le r e p r o c h a p r o p o n e r al h o m b r e una i m a g e n de sí m i s m o y de su c o n d i c i ó n apta para h u n d i r l o en la de se spe rac ión . El ex i s t enc ia l i smo —justificado o n o , m a n t e n d r e m o s este n o m b r e para s implif i ­car las cosas— d e s c o n o c e r í a la g randeza del h o m ­bre y preferiría descr ib i r ú n i c a m e n t e su miser ia; inc luso se lo acusa, seinín un n e o l o g i s m o r e c i é n -te, de «miserabilismo»; es, d icen , una doc t r ina q u e n i e g a la a m i s t a d , la f r a t e r n i d a d y t odas las fo r ­mas del a m o r ; enc i e r r a al i n d i v i d u o en una so le ­dad egoísta; lo aparta del m u n d o real y lo c o n d e -

na a p e r m a n e c e r p a r a p e t a d o en su pu ra sub je t i ­

vidad, pues niega toda justificación objet iva a las

empresas h u m a n a s , a los valores pos tu lados p o r el

h o m b r e , a los fines q u e éste pe r s igue . ¿Se ajusta

v e r d a d e r a m e n t e el exis tencia l ismo a esta imagen?

Los crí t icos n o profundizan en este i n t e r r o g a n t e

y sus lectores acep tan , d ó c i l m e n t e , su i n t e r p r e t a ­

c ión ; nada hay en esto q u e nos a s o m b r e . Es más

s o r p r e n d e n t e q u e esa i m a g e n , verdadera o hilsa,

suscite tanto escándalo. En todos los t i empos h u b o

escuelas y .nitores p o c o inc l inados a mos t ra r t e r ­

nura p o r el h o m b r e : a m e n u d o se los rec ib ió de

m a n e r a favorable. ¿A q u é se d e b e n las resistencias

m u y particulares con que t ropezamos en este caso?

Podría c reerse q u e a los h o m b r e s s i e m p r e les

repele c o n t e m p l a r sus deb i l idades , y q u e p i d e n a

las bellas ar tes q u e les p r e s e n t e n un re t r a to r e t o ­

c a d o y e m b e l l e c i d o de sí m i s m o s . Es c i e r t o q u e

les gustan las c a n c i o n e s s en t imen ta l e s , los filmes

he ro i cos , las novelas generosas , los d iscursos e d i ­

ficantes q u e a t r ibuyen a sus sent imientos , sus actos

y sti vida, esa e m o c i o n a n t e p l e n i t u d q u e t a m b i é n

afirman en los c e m e n t e r i o s los epitafios y los bus ­

tos funerar ios . Sob re t o d o c u a n d o s iente a m e n a ­

zados sus privilegios, frente a la horda de mal p o n -

sanies (anarquis tas , r e v o l u c i o n a r i o s , c r i m i n a l e s ,

gamberros) , la gen te honesta exper imenta la n e c e ­

s idad d e t e n d e r s e u n a m a n o para e n c a r a m a r s e

s o b r e un pedes t a l . Para g ran jea r se con e n g a ñ o s

el r e s p e t o d e esos r e c i é n l l e g a d o s q u e son los

n i ñ o s de ojos i n g e n u o s , la cofradía de los a d u l ­

tos t a m b i é n se esfuerza, p o r m e d i o de t ex tos y

anécdo ta s escogidas , p o r levantar frente a ellos la

in t imidan te figura del h o m b r e tal cual éste se sue­

ña: pac i en t e y m o d e s t o c o m o Pasteur, a rd ien te y

d e s i n t e r e s a d o c o m o B e r n a r d Palissy, h e r o i c o

c o m o Bara, el t amborc i l l o . Las c e r e m o n i a s c o n ­

m e m o r a t i v a s , los a r t ícu los p r e sen t ados en la p r i ­

m e r a p lana de los d i a r i o s , los l ib ros de c i e r t o s

au tores especial izados, están pa r t i cu l a rmen te des ­

t i n a d o s a a l i m e n t a r esa fe laica. Y así c o m o el

m e g a l ó m a n o presa de su de l i r io se enfurece si se

le d i c e en la cara : « U s t e d n o es N a p o l e ó n » , el

h o m b r e que se ha instalado en el p lano de las ver­

dades oficiales se í n d m n a ante la más m í n i m a sos-

p e c h a de cobardía , e g o í s m o o debi l idad . Al hacer

ver al p r e s iden te de u n t r ibuna l q u e la mu je r de

u n preso , sola y p o b r e , estaba expues t a a m u c h a s

t e n t a c i o n e s , un a b o g a d o r e c i b i ó esta respues ta ,

p r o n u n c i a d a c o n n o b l e a r r e b a t o : «¡Usted insu l -

ta a t o d a s las m u j e r e s d e Franc ia!» . Sin e m b a r ­

go, el alienista sabe q u e si p r egun ta con aire i n d i ­

f e ren te al p r e s u n t o N a p o l e ó n : « ¿ C ó m o se gana

usted la vida?», éste responderá con simpleza: «Soy

oficial p e l u q u e r o » . Así, en la i n t imidad de su sala,

el p r e s i d e n t e del t r ibuna l habría r e ído de b u e n a

gana si un i n g e n u o hubie ra i n s inuado de lan te de

él q u e todas las mujeres de presos son Lucrecias .

C u a n d o ya n o se c ree o b l i g a d a a ca rga r c o n el

peso de un t e s t i m o n i o p ú b l i c o y se en t rega a stis

convicc iones privadas, la gen te confiesa sin e m p a ­

c h o sus debi l idades. Si se le p r o p o n e con un t o n o

de b o n h o m í a c ó m p l i c e la i m a g e n más d e g r a d a ­

da d e sí m i s m a , la a c e p t a t r a n q u i l a m e n t e . T r a s

exa l ta r se c o n la l ec tu ra d e C^ymno de Bergcnic o

c o n las c a n c i o n e s de D é r o u l é d e , saborea lo q u e

l laman la verdad h u m a n a del 1 oyage de AI. Pari­

dlo}! o de los cuen tos de Maupassant . D e sus c o n ­

versac iones , de sus p roverb ios , de sus l ibros favo­

r i tos , de sus b r o m a s , se d e s p r e n d e un c u a d r o tan

neg ro del h o m b r e que u n o se pregunta q u é mise -

rab i l i smo p u e d e todavía espantar los .

El t e m a de la miser ia del h o m b r e n o es n u e ­

vo. Los Padres de la Iglesia, Pascal, Bossuet , M a s -

si l lon, los p r e d i c a d o r e s , los sace rdo tes , t o d a u n a

t r ad ic ión cr is t iana, se ded i ca ron d u r a n t e siglos a

i n fund i r al h o m b r e el s e n t i m i e n t o de su a b y e c ­

c ión. Es cierto que , para el creyente, el pecado o r i ­

g inal q u e c o r r o m p e la na tura leza h u m a n a p u e ­

de red imirse con la ayuda de la gracia, pe ro en t re

las personas que repi ten con él que el corazón del

h o m b r e está l l eno de p o n z o ñ a , hay m u c h a s q u e

n o creen en lo sobrena tura l o q u e apenas se p r e ­

o c u p a n p o r ello. D e todas maneras , niegan q u e en

el plano natural haya inocencia alguna, virtud algu­

na : el h o m b r e es, en su o p i n i ó n , u n ser bes t ia l

cuyos groseros ape t i tos lo arrastrarían a los p e o ­

res excesos si el m i e d o al i n f i e rno y la soc iedad

n o les pusiera freno. Es sabido, p o r e jemplo , q u e ,

a los ojos de la mayor ía de los sacerdotes y d e v o ­

tos, una amistad d e c e n t e en t re un h o m b r e y una

m u j e r es a b s o l u t a m e n t e i m p o s i b l e ; la pu reza de

una m u c h a c h a , la castidad de una mujer , les p a r e ­

cen d e m a s i a d o frágiles para resistir una ho ra de

conversación a solas con un varón i n d u d a b l e m e n ­

te lúbr ico . H e c o n o c i d o a una viuda, p o r lo g e n e ­

ral m u y p iadosa , q u e se hacía de la lu jur ia m a s ­

cu l i na u n a idea tan a t e r r a d o r a q u e a p r o b a b a la

exis tencia de una p ros t i t uc ión organizada : «Si n o

la hub ie ra , una m u j e r d e c e n t e n o podr ía camina r

p o r la calle», decía . Las p r e c a u c i o n e s con q u e los

padres y los maestros crist ianos rodean a los n iños

demues t r an bastante a las claras su idea de que , en

el fondo de esas jóvenes almas, m o r a una inc l ina­

c ión a todas las pe rve r s iones .

Sensual idad, lujuria: el pesimista cr is t iano des ­

taca sobre t o d o la miser ia ca rna l . Los moral is tas

laicos se muest ran más dispuestos a a c o m e t e r c o n ­

tra las c o n d u c t a s sociales. La R o c h c f o u c a u l d , La

F o n t a i n e , S a m t - S i m o n , C h a m f o r t , M a u p a s s a n t ,

han d e n u n c i a d o a cuál m e j o r su bajeza, su futili­

dad, su hipocresía: a su ju ic io , el corazón del h o m ­

bre es un m e c a n i s m o grosero cuyo ú n i c o resor te

p r o f u n d o es el in terés . Lejos de ind ignarse c o n ­

tra una in te rp re tac ión tan m e z q u i n a d o s h o m b r e s

se apresuraron a hacerla suya; n o hay lugar c o m ú n

a n c l a d o c o n m a y o r so l idez en los e sp í r i t u s q u e

éste: «El h o m b r e busca s i empre su interés». E i n ­

cluso se ha f u n d a d o u n a m o r a l sobre esta p s i c o ­

logía s u m a r i a : así, se ha i n v e n t a d o el u t i l i t a r i s ­

m o , q u e p e r m i t e concil iar la i nqu ie tud p o r el bien

p ú b l i c o c o n u n a c o n c e p c i ó n desencan tada de la

naturaleza h u m a n a . N o hay n inguna censura, a p e ­

nas un ma t i z de i ronía en el p rove rb io : «La ca r i ­

dad b i e n e n t e n d i d a empieza p o r u n o mismo» . La

idea t iene incluso un carácter t ranqui l izador : p e r ­mi t e a t r ibuir una medida c o m ú n a todos los actos h u m a n o s y les da una expl icación clara y fácil. La g e n t e se inquie ta c u a n d o una acc ión se presenta c o m o des in te resada , y busca e n t o n c e s c o n d e s ­confianza sus razones ocul tas . «Nada se hace p o r nada», a f i rman m o l e s t o s ; s o s p e c h a n a lguna m a ­q u i n a c i ó n t ra ic ionera de la q u e t e m e n ser v ic t i ­mas. « N o ent iendo», dicen escandalizados. Al c o n ­t r a r i o , c u a n d o ven c l a r a m e n t e cuá l ha s ido la ganancia palpable q u e un i nd iv iduo ha o b t e n i d o , a u n q u e sea c o m o p r o d u c t o de una traición o una villanía, están m u y d ispues tos a excusa r lo ; n o se indignan ante el egoísmo cínico v admiten la lucha p o r la vida: las únicas culpas q u e los sublevan son las q u e les p a r e c e n in jus t i f i cadas , g r a t u i t a s . Se escandal izan frente a W e i d m a n n , t ren te a Llitler: lo h a c e n , an te t o d o , p o r q u e los c r í m e n e s de esos h o m b r e s han sido inút i les; n o han a p o r t a d o nada a sus p e r p e t r a d o r e s (un H i t l e r t r i u n f a n t e habr ía su sc i t ado , a b u e n s e g u r o , m u c h o m e n o s e s c á n ­dalo q u e el Hi t le r de r ro t ado) .Y eso se d e b e sobre t o d o a q u e esas empresas eran ex t ravagan tes ; en ellas se d e s p l e g a b a u n a s u e r t e d e g e n e r o s i d a d en el mal, un lujo de c rue ldad q u e turba y a s o m -

bra la conc i enc i a del h o m b r e c o m ú n . A h o r a éste

t a m p o c o e n t i e n d e , y es eso lo q u e r ep rocha t a n ­

to a los g randes c r imina les c o m o a los hé roes n o

r e c o n o c i d o s ; de u n o s y otros dice: «Son locos». El

vampiro que destripa .1 una mujer es un loco; 13er-

nard Lalissy habr ía s ido c o n s i d e r a d o un loco de

h a b é r s e l o s o r p r e n d i d o q u e m a n d o sus m u e b l e s

an te s d e i n g r e s a r a la e s t a tua r i a of ic ia l . Lo q u e

c o m p r e n d e la o p i n i ó n son todas las c o n d u c t a s

cuyo móvi l es el interés; frente a la codicia, la envi­

dia, la c a lumnia , la perfidia, la m e n t i r a , basta con

e n t e n d e r el ob je to de todas estas bajezas para decir

con indu lgenc ia : «¡Es h u m a n o ! » . C o n una e x c u ­

sa seme jan te se mues t ra a las claras q u e se r e n u n ­

cia a e spe ra r del h o m b r e n i n g u n a g e n e r o s i d a d ,

n i n g u n a g r a n d e z a ; y, en e l e c t o , al i n g e n u o q u e

confiara en u n p o r v e n i r m e n o s sórd ido , se le res ­

p o n d e r í a : «La natura leza h u m a n a n u n c a c a m b i a ­

rá». Es in s t ruc t ivo , e n t r e ot ras cosas, r e c o r r e r las

c rónicas y las cartas de lec tores de las revistas fe­

m e n i n a s , d o n d e señoras y señores , idealistas p e r o

prevenidos , dispensan a sus j ó v e n e s lectoras los t e ­

soros d e su e x p e r i e n c i a . Les a d v i e r t e n q u e los

h o m b r e s son t odos tr is te cosa, q u e su m a r i d o n o

será la e x c e p c i ó n , q u e habrá q u e ser i n d u l g e n t e

c o n sus deb i l idades , j u g a r con su van idad , hace r

c o n c e s i o n e s a su t iranía pue r i l , n o h e r i r su o r g u ­

llo, dis imular , andar con rodeos ; aconsejan con t a r

con sus defectos y n o in t en ta r cor reg i r los ; «saber

a t rapar a un h o m b r e » , q u e es la sup rema sab idu­

ría f e m e n i n a , es t r a t a r l o c o m o u n m e c a n i s m o

cuyos engranajes se c o n o c e n b ien , acep ta r en su

i r r emed iab l e miser ia t o d o , mien t ras se finge res­

petar en él una i lusoria l iber tad. En las revistas de

h u m o r , las canc iones «rosas», las l lamadas historias

pe reg r inas , las car ica turas , las c o m e d i a s , las n o v e ­

las d e las q u e d icen c o n a d m i r a c i ó n : « ¡Qué c ie r ­

to es! ¡ Q u é h u m a n o ! » , la g e n t e acepta ser de sc r i ­

ta c o m o lujuriosa, egoísta , pus i l án ime , h ipóc r i t a ,

v a n i d o s a . Y tal vez, si se apresura a re í rse de un

re t ra to semejan te es p o r t e m o r a verse obl igada a

l lorar: el h e c h o es q u e se ríe. ¿Esa res ignac ión n o

es, en realidad, una forma vergonzante de la deses­

pe rac ión?

En c u a n t o al a m o r , la amis tad , la f ra te rn idad

h u m a n a , es fácil ad iv inar q u e una ps icología del

i n t e r é s n o p o d r í a c o n c e d e r l e s m u c h o lugar . Al

igual q u e la grandeza del h o m b r e , el a m o r se afir­

m a en los discursos nupcia les y los m o n u m e n t o s

fune ra r ios , los fol let ines nove lescos , las ópe ras y

las películas; p e r o en el p lano de las verdades co t i ­d ianas , apenas se le ve c o m o u n a c o n m o v e d o r a ilusión de j u v e n t u d o u n a locura culpable . C u a n ­d o se cuela en los m a r c o s sociales, la respuesta es una sonrisa de i ndu lgenc i a ; en el caso c o n t r a r i o , se le n iega toda rea l idad y se p r o c u r a dis ipar su espej ismo m e d i a n t e un análisis lúc ido . Se s u p o n e de b u e n a gana, p o r e jemplo , q u e en una pareja de e n a m o r a d o s u n o de los dos ha m a n i p u l a d o al o t ro p o r r a z o n e s d e d i n e r o o d e v a n i d a d , y q u e el s e g u n d o se ha de j ado seduci r , arrastrar , e n t r a m ­par, hechizar o engatusar po r el p r imero , hábil para explo tar sus debil idades o sus vicios. C u a n d o n i n ­g u n a m a n i p u l a c i ó n es c o n c e b i b l e , se hablará d e extravío sensual: en n inguna circunstancia se r e c o ­n o c e r á en el a m o r el c o m p r o m i s o d e u n a l iber ­tad, y sólo se verá en él la resu l tan te de u n j u e g o de fuerzas m e c á n i c a s . La m i s m a fatal idad m e c á ­nica lo c o n d e n a , además , a n o ser s ino una l lama­rada des t inada a ex t ingui rse . El t i e m p o e m b o t a la sensual idad: «La poses ión m a t a el amor» , y disipa las i lus iones : «Toda escoba nueva ba r r e b ien» . El s e n t i m i e n t o n o resiste n i a la vida co t id i ana ni a la a u s e n c i a . « O j o s q u e n o v e n , c o r a z ó n q u e n o siente.» Fugaz , capr ichosa , la pas ión n o t i ene , p o r

lo t an to , verdadera exis tencia . H a y casos, e m p e r o ,

en q u e u n h o m b r e y una m u j e r se e m p e ñ a n en

amarse du ran te m u c h o t i e m p o con fidelidad. Para

d i luc idar este e m p e c i n a m i e n t o se e n c o n t r a r á , de

nuevo , una expl icación mecánica , y se dirá e n t o n ­

ces q u e son v í c t i m a s de la r u t i n a , d e un h á b i t o

pe rezoso , lo cual se expresa d e s i g n a n d o su rela­

c ión con una palabra espantosa: apaño . Sin duda

se habla con m a y o r cons ide rac ión de los afectos

leg í t imos garant izados p o r los lazos del m a t r i m o ­

nio, pe ro lo q u e se respeta es el m a t r i m o n i o c o m o

ins t i t uc ión , y en c u a n t o represen ta , p r e c i s a m e n ­

te, una especie de seguro cont ra el a m o r ; c u a n d o ,

al c o n t r a r i o , se lo c o n s i d e r a c o m o u n a re lac ión

individual, se torna irrisorio. Desde la Edad Media ,

el esposo y la esposa son los personajes t r ad i c io -

n a l m e n t e r i d í cu lo s de las farsas, las ope re t a s , los

vodevi les , los c u e n t o s y las c o m e d i a s con q u e se

en t r e t i ene al púb l ico . Se a d m i t e q u e n o hay b u e n

m a t r i m o n i o , q u e el s e n t i m i e n t o más a rd ien te n o

podr ía resistir la p r u e b a de la vida conyuga l y q u e

todas las mujeres son infieles o desabridas y todos

los m a r i d o s , e m b u s t e r o s o e n g a ñ a d o s .

El a m o r pod r í a ser desp rec iado si se p re f i r i e ­

ran a él o t ros t ipos d e re lac iones h u m a n a s . Pero,

de h e c h o , la o p i n i ó n públ ica t a m b i é n cree m u y

p o c o en la amistad: n o ve en ella más q u e una i lu­

sión de j u v e n t u d q u e la vida se encarga de dis i ­

pa r r á p i d a m e n t e . C u a n d o un h o m b r e se casa o

c o m i e n z a su carrera laboral , se levantan en t re él

y sus a n t i g u o s camaradas dis tancias i n f r a n q u e a ­

bles: la des igua ldad de c o n d i c i o n e s separa t a n t o

c o m o la divergencia de intereses. U n h o m b r e q u e

ha h e c h o for tuna reencuen t ra con tu rbac ión a un

a m i g o de la infancia ca ído en la miser ia ; un g r u -

p o de jóvenes entusiastas e intransigentes no s ien­

ten más q u e indiferencia u n o s p o r o t ros c u a n d o

llegan a una confor table madurez : estos temas han

s ido e x p l o t a d o s c e n t e n a r e s de veces . Si a lgunas

amis t ades se p e r p e t ú a n , es p o r q u e han l o g r a d o

fundarse en un j u e g o d e intereses m u t u o s , p e r o

se d e s v a n e c e r í a n c o n r a p i d e z si, d e u n o u o t r o

lado, ese in te rés desaparec ie ra . Iciiipoya sí jucriul

tmbila, solas cris,1 d i ce el p o e t a l a t ino a q u i e n se

ha t r a d u c i d o de mil m a n e r a s . La F o n t a m e sitúa

en el i m p e r i o de M o n o m o t a p a la verdadera amis ­

tad; la pr incesa Ma th i l de decía: «¿Cuántos amigos

vendr í an aún a v e r m e si yo viviera en un g r a n e -

1 " ( ' u a n d o vengan los reveses, le encont ra rás solo.» \\ as notas de la présenle

ed ic ión son de Svlvic l e Bon de Bcaiivoir. i

ro?». La l lamada amis tad sólida es un háb i to a p o ­y a d o en u n r o b u s t o f o n d o d e i n d i f e r e n c i a ; n o e x c l u y e ni los celos ni la ma levo lenc i a , p a r t i c u ­l a r m e n t e en las mujeres , cuyos afectos son c a p r i ­chosos y pérf idos.Tales son, al m e n o s , los lugares c o m u n e s c o r r i e n t e m e n t e a d m i t i d o s s o b r e este t e m a .

N o será la a m i s t a d , en c o n s e c u e n c i a , la q u e r o m p a la soledad en q u e el h o m b r e está e n c e r r a ­d o ; para un i n d i v i d u o jamás es pos ib le c o m p a r t i r las alegrías y las penas de o t ro , y ni siquiera c o m ­prender las : «Los seres son impene t r ab l e s , las c o n ­ciencias son incomunicables»; en el amor , la amis ­tad, en t odos los afectos, cada u n o es para el o t ro u n m i s t e r i o s o ex t ran je ro . En su hogar , en t r e sus a m i g o s , en su t r aba jo , el h o m b r e n u n c a p u e d e c o n o c e r s ino una «soledad en c o m ú n » . Las t ra i ­c i o n e s del l engua j e , la cor tes ía , la d e c e n c i a y la r u t i n a i m p i d e n t o d a v e r d a d e r a c o m u n i c a c i ó n . Y, s o b r e t o d o , los h o m b r e s h a c e n m u y p o c o s esfuerzos para es tablecer en t r e ellos u n c o n t a c t o real: están e n c e r r a d o s en sus p r e o c u p a c i o n e s , en sus i n q u i e t u d e s , n o se in te resan p o r lo q u e pasa en las esferas q u e les son ajenas. « C u a n d o un v iz ­c o n d e e n c u e n t r a a o t r o v i z c o n d e , lo q u e cuen ta

son his tor ias de v izcondes» , cantaba Cheva l ie r . A cada u n o le gusta con ta r sus propias historias, pe ro le a b u r r e e scucha r las de los demás ; u n o se res ig­na p r o n t o al m a y o r de los i n f o r t u n i o s si éste se abate sobre un vec ino , y n o sobre u n o m i s m o ; a veces, inc luso se lo rec ibe con u n placer m a l i c i o ­so: Snai'c niari magno,1 m ien t r a s q u e la alegría de los otros irrita fáci lmente. Los h o m b r e s son duros u n o s c o n o t ros , sea p o r e g o í s m o c ín ico , p o r q u e sus intereses son dist intos: Homo liomini lupus;'' sea p o r falta d e i m a g i n a c i ó n , p o r t e n e r el c o r a z ó n seco y vacío. Por eso la sabiduría consiste en c o n ­tar so lamente con u n o m i s m o : «Si quieres ser bien servido, sírvete a ti mismo». Es preciso a c o m o d a r ­se en la v ida para n o n e c e s i t a r a n a d i e ni p e d i r n u n c a n a d a , lo cual p e r m i t e t a m b i é n n o t e n e r nada para dar. U n p o c o de b o n d a d es o p o r t u n a : después de t o d o , n o s o m o s b r u t o s ; p e r o demas ia ­da b o n d a d se c o n v i e r t e en debi l idad , ton te r ía ; un h o m b r e d e m a s i a d o b u e n o da u n ma l e j e m p l o ,

2 «Gra to es. en el v.isto m a r . . . » , c o m i e n z o de u n verso J e I u c r e c i ó . El sen t i ­do c o m p l e t o es :«(I ra to es cuando , en el vasto mar. los vientos levantan las olas, observar , desde t ierra firme, los ter r ib les peligros d e otros».

3 «El h o m b r e es el l obo del hombre .» Pensamien to de l ' lauto. r e t o m a d o p o r H o b b e s .

se gana las censuras d e t o d o s , es casi u n m a l h e ­chor . Así,Van G o g h , enca rgado de dis t r ibuir en el B o n n a g e las asistencias oficiales, recibió una r ep r i ­m e n d a de sus superiores y fue relevado de sus fun­ciones p o r q u e vivía en un pie de igualdad con sus asis t idos y c o m p a r t í a sus r ecu r sos c o n el los . Lo c o n v e n i e n t e es mezc l a r s e lo m e n o s pos ib le c o n los asun tos de los o t ros , evi tar c o m e n t a r i o s y ser discreto a fin de ahorrarse responsabilidades inú t i ­les. N o dé d e m a s i a d o s conse jos : p o d r í a n r e p r o ­chárse lo . N o sea d e m a s i a d o servicial: n o despe r ­tará n inguna grat i tud, y tal vez hasta se i r r i ten con u s t e d . T a l es la m a n e r a h a b i t u a l c o m o la g e n t e cons idera sus re lac iones con el p r ó j i m o .

S o b r e la base de u n a c o n c e p c i ó n s e m e j a n t e del h o m b r e y las relaciones humanas , u n o n o p u e ­de f o r m a r s e u n a idea m u y e x a l t a n t e de la v ida . Los h o m b r e s n o esperaron el «mito de Sísifo» para p e n s a r q u e la vida era , c o m o d ice Shakespea re , «un c u e n t o c o n t a d o p o r u n id io ta» o, en o t ras pa labras , u n a aven tu ra absurda . Y, e n efec to , si la ps icología del in te rés es veraz, t o d a exis tencia es u n fracaso radical, pues la única m e t a del h o m b r e es asegurarse su p rop i a d icha , y ésta es impos ib le . «El a m o r n o es más q u e f icción, la felicidad sólo

es u n a i lusión»: esta vieja can t ine la se canta c o n

mil me lod ía s di ferentes y palabras casi idén t icas .

La felicidad es c o m o una mar iposa cuyos br i l lan­

tes colores se e n t u r b i a n c u a n d o la t o c a m o s ; n u n ­

ca hay q u e ent rar en las tierras p romet idas ; n o hay

o t r o pa ra í so q u e el pa ra í so p e r d i d o ; la r ea l idad

s iempre es m e n o s que los sueños, nada más d e c e p ­

c ionan te q u e consegui r lo q u e se desea; t o d o pasa,

t o d o se r o m p e , t o d o cansa. O , en t é r m i n o s más

definitivos: «La felicidad n o es de este m u n d o » . La

idea t ambién se expresa con fórmulas de un matiz

más severo: « N o h e m o s n a c i d o para d iver t i rnos»,

«la vida n o es una novela». Por c o n s i g u i e n t e , es

m e n e s t e r p e d i r lo m e n o s pos ib le a la v ida , para

n o decepcionarse ; hay que saber que en este m u n ­

d o n u n c a h a c e m o s lo q u e q u e r e m o s , y s o m o s el

j u g u e t e de circunstancias q u e casi s iempre nos son

adversas . La sab idur ía cons i s t e en da r el m e n o r

pábu lo posible a la desdicha, y esto c o n d u c e a una

mora l de la m e d i o c r i d a d . «Para vivir felices, viva­

m o s ocul tos .» N o nos h a g a m o s notar , n o p r o c u ­

r e m o s abarcar demas i ado : « Q u i e n m u c h o abarca,

p o c o aprieta». C o n f o r m é m o n o s c o n u n a h o n e s ­

ta med ioc r i dad : ni demasiado, ni demas iado p o c o ;

c u l t i v e m o s t r a n q u i l a m e n t e n u e s t r o j a r d í n . T o d a

a m b i c i ó n es peligrosa, y lo es incluso la a m b i c i ó n

m o r a l : n o b u s q u e m o s ser h é r o e s ni san tos , s ino

ú n i c a m e n t e lo q u e se l lama un h o m b r e d e c e n ­

te; la v i r t ud está en el j u s t o m e d i o , q u i e n qu ie re

ser ángel acaba en best ia . Por otra pa r t e , es vano

anhe la r un des t ino e x c e p c i o n a l ; sólo un espejis­

m o hace q u e algunas vidas parezcan más envidia­

bles q u e otras: en el fondo , todas son iguales. A u n

el sabio, el artista o el p o e t a de q u i e n e s se habla

c o n tanta reverencia en las entregas de p r e m i o s y

los deberes del bachillerato n o son más que pobres

h o m b r e s , s o m e t i d o s a las d e b i l i d a d e s h u m a n a s ;

han s ido e n g a ñ a d o s p o r su mujer , han p a d e c i d o

e n f e r m e d a d e s y p r o b l e m a s de d i n e r o . « N o hay

gran h o m b r e para su ayuda de cámara.» El p o e ­

ta persa Firdusi fue sabio c u a n d o r e s u m i ó en u n

solo verso el ex tenso p o e m a en el cual in ten taba ,

d e s d e hac ía v e i n t e a ñ o s , e n c e r r a r la h i s to r i a de

la humanidad". «Los h o m b r e s han nacido, han sufri­

do , h a n m u e r t o » . E n el f o n d o de viejos platos de

loza se descifran jerogl í f icos en los q u e se e x p r e ­

sa la m i s m a filosofía. « E n t r a m o s , g r i t a m o s y v iv i ­

m o s ; g r i t a m o s , sal imos y m o r i m o s . » C o m o t o d o

h o m b r e m u e r e , c o m o t o d o t e r m i n a p o r t e r m i ­

nar, nada de lo que sucede t iene demasiada i m p o r -

t a n d a ; nos e q u i v o c a r í a m o s t a n t o si e s p e r á r a m o s

c o m o si desespe rá ramos .

Y, en efecto, n o es el exis tencia l ismo el q u e ha

revelado a los h o m b r e s q u e a lgún día habr ían de

m o r i r ; los h o m b r e s s i e m p r e lo s u p i e r o n , y ni

s iquiera los más superficiales lo o lv idan ; crean o

n o en una vida después de la m u e r t e , ésta, en t o d o

caso, t i ende su s o m b r a sobre su exis tencia t e r r e ­

nal. P u e s t o q u e hay q u e m o r i r , ¿po r q u é h e m o s

nac ido? ¿ Q u é h a c e m o s en este m u n d o ? ¿ D e q u é

sirve vivir y sufrir? Los viejos cansados v las amas

de casa agotadas p o r los quehace res excesivos d e ­

sa r ro l l an /'// extenso esos i n t e r r o g a n t e s a m a r g o s

o angus t i ados q u e , en las c a n c i o n e s de D a m i a o

Y v o n n e Georges , cobran un acen to patét ico. Pero

m u c h o s t a m b i é n e n c u e n t r a n una especie de paz

en esa insignificancia q u e la m u e r t e conf iere a la

vida. H a b i d a c u e n t a de q u e m o r i m o s , nada t i e ­

n e demas iada i m p o r t a n c i a , la res ignac ión resulta

legí t ima, toda empresa a s u m e u n carác ter p r o v i ­

sorio, relativo, y es una locura obs t inarse con t a n ­

ta p a s i ó n . H a y q u e t o m a r el l a d o b u e n o de las

cosas. « N o mortificarse.» Si existieran apuestas a b ­

solutas, este o p o r t u n i s m o sería impos ib l e : n o p o ­

dría e n c o n t r a r s e el l a d o b u e n o d e u n fracaso o

acep ta r se c o n b u e n h u m o r u n a d e r r o t a . Pero la

m u e r t e , a la vez q u e da a la vida u n sabor p o l v o

y ceniza, la hace leve y fácilmente soportable , p o r ­

q u e la priva de t o d o valor objetivo. Aparece c o m o

una coar tada c ó m o d a q u e p e r m i t e a los h o m b r e s

aislarse en su subjet ividad, q u e los dispensa de n o

q u e r e r nada con pasión y autor iza todas las resig­

nac iones . E n c e r r a d o en el es t recho c í rculo de sus

in tereses , e n c l a u s t r a d o en una vida l imi tada pol­

la m u e r t e y a la cual ésta despoja de t o d o sen t i ­

d o : así se pinta de b u e n a gana el h o m b r e . ¿ C a b e

pensa r en un p e s i m i s m o más neg ro? ¿ Q u é d o c ­

t r ina abre m e n o s pue r t a s a la esperanza? ¿ C ó m o

es pos ib le q u e g e n t e q u e se forja una idea s e m e ­

jan te de su c o n d i c i ó n r e p r o c h e al exis tencia l ismo

su falta de o p t i m i s m o ?

«Todo b u e n r a z o n a m i e n t o ofende», dijo p r o ­

f u n d a m e n t e Stendhal . Frente a una o p i n i ó n tajan­

te , u n a v e r d a d def ini t iva , la g e n t e se a t e m o r i z a .

F u l a n o es vanidoso , egoísta, pér f ido y cod ic ioso ;

se le recitarán con complacenc ia sus defectos, pero

si u s t ed llega a esta c o n c l u s i ó n : «Es u n ma l h o m ­

bre», su i n t e r l o c u t o r pro tes ta rá : « N o dije eso», y

acaso agregará: «Pese a t o d o , en el f o n d o es b u e ­

no». D e tal m o d o , el h o m b r e acepta retratarse con

p e q u e ñ a s p inceladas crueles , p e r o si se lo fuerza a

dar un paso atrás para t e n e r p e r s p e c t i v a y c o n ­

templar su retrato de c u e r p o entero, eludirá la res­

ponsab i l idad , n o q u e r r á r e sumi r ni conc lu i r . Esa

ac t i tud se d e b e en pa r t e , sin d u d a , a q u e p re s i en ­

te q u e la real idad desborda todas las d e s c r i p c i o ­

nes pos ib les ; es abus ivo , p o r lo t a n t o , t razar u n a

línea, llegar a un total y t e r m i n a r c o n las cuen tas .

Pero, sobre t o d o , al h o m b r e le repe le t o m a r pa r ­

t ido : 1 )ios sabe a q u é consecuenc i a s podr í a llegar

a arrastrarlo una lógica demas iado rigurosa; le gus­

ta oírse hablar, sent i rse pensar y af i rmar con ello

la s u p e r i o r i d a d del ser h u m a n o sobre el an ima l ,

p e r o c o n la c o n d i c i ó n de q u e sus p e n s a m i e n t o s

n o lo c o m p r o m e t a n , de q u e se m a n t e n g a n en tina

p e n u m b r a p r o p i c i a . Los h o m b r e s n o c r e e n del

t o d o en lo q u e d i c e n , y eso les p e r m i t e saltar

i m p e r t u r b a b l e s de u n p l a n o de verdad a o t ro ; de

h e c h o , j a m á s se s i túan r e a l m e n t e en n i n g u n o . La

i m a g e n del h o m b r e g e n e r o s o y h e r o i c o q u e se

d ibuja en las t r i b u n a s púb l i cas , y la del h o m b r e

bes t ia l e i n t e r e s a d o q u e se forja a t r avés d e las

amarguras cot idianas , son abso lu t amen te i r r e c o n ­

ciliables; p o r eso n u n c a se i n t en t a hace r c o n ellas

u n a síntesis. S e g ú n las ocas iones , se evoca u n a u

45

ot ra , p e r o n o se c ree ni en la ve rdad de las o r a ­

c i o n e s fúnebres y las pel ículas de p r o p a g a n d a ni

en la de los proverb ios y lugares c o m u n e s d e s e n ­

can tados q u e se p r o n u n c i a n en u n t o n o s e n t e n ­

c ioso . Las c o n d u c t a s c o r r i e n t e s d e las p e r s o n a s

m u e s t r a n con c lar idad q u e n o les resulta natural

ni consagrarse sin reservas ni escatimarse sin g e n e ­

r o s i d a d a l g u n a . La R o c h e f o u c a u l d cu l t ivaba la

amistad, Swift acariciaba a Stella, el escépt ico des ­

e n g a ñ a d o t i ene hijos con t ra sus intereses , con t ra

su sab idu r í a ego í s t a , c o n t r a la m u e r t e . Si se les

r e p r o c h a r a n esas c o n t r a d i c c i o n e s , r e s p o n d e r í a n

sin duda que la excepción confi rma la regla y cada

u n o de ellos se t omar í a p o r una e x c e p c i ó n . Pero

la g e n t e se escandal iza , sobre t o d o , c u a n d o se le

ex ige una perfecta cohe renc i a . Sabe b i en q u e sus

p e n s a m i e n t o s n o son gra tu i tos ni c o m p l e t a m e n ­

te s inceros , y q u e n o a p u n t a n a lo universal ; son

p e n s a m i e n t o s de c i r cuns t anc i a g o b e r n a d o s p o r

fines práct icos ; si p r e t e n d e m o s t o m a r l o s al p ie de

la letra, la g e n t e se i r r i ta . U n a m a d r e cuen ta a su

hi jo q u e el a m o r es u n e m b u s t e para evi tar q u e

se e m p e c i n e en c o n c e r t a r un m a t r i m o n i o e s tú ­

p i d o ; sin e m b a r g o , está c o n v e n c i d a d e h a b e r s e

casado con su m a r i d o p o r amor . Para defender sus

intereses, un anc iano envía a legremente a los j ó v e ­nes a hacerse matar , y declara q u e n o hay des t ino más h e r m o s o q u e el d e m o r i r p o r la pa t r ia ; p o r su par te , lo q u e qu ie re es salvar el pellejo. Ideal is­m o y escep t ic i smo n o son más q u e a rmas q u e los h o m b r e s utilizan de a c u e r d o con sus necesidades; p e r o la r e a c c i ó n q u e m u e s t r a n h o y t r en te a una s i tuac ión s ingula r n o p o d r í a atar su fu turo . U n a de las c i rcuns tancias q u e les p e r m i t e adaptarse al p e s i m i s m o tan s o m b r í o q u e h e m o s d e s c r i t o es q u e n o se a d h i e r e n r e s u e l t a m e n t e a él. Y el p r i ­m e r r e p r o c h e q u e f o r m u l a n al ex is tenc ia l i smo es el de ser un sistema c o h e r e n t e y o rgan i zado , u n a ac t i tud filosófica q u e rec lama su a d o p c i ó n i n t e ­gral .Temen que , si hacen suya una visión del m u n ­d o de f in ida c o n d e m a s i a d a p r e c i s i ó n , se c a r g a ­rán con responsabi l idades exces ivamente pesadas.

Pues de nada recelan más los h o m b r e s q u e de las r e sponsab i l idades ; n o les gusta c o r r e r r iesgos y t i enen t an to t e m o r de c o m p r o m e t e r su l iber tad q u e prefieren renegar de ella. Ésa es la razón más p r o f u n d a d e su r e p u g n a n c i a c o n r e s p e c t o a u n a d o c t r i n a q u e p o n e d icha l iber tad en p r i m e r p la ­n o . Si se t o m a n en cons ide rac ión las críticas d i r i ­g idas c o n t r a el e x i s t e n c i a l i s m o , n o p o d r á de ja r

d e l lamar la a t e n c i ó n una c o n t r a d i c c i ó n flagran­

te: qu ienes lo tachan de subje t iv ismo son los m i s ­

m o s q u e se de le i tan c o n M o n t a i g n e , La R o c h e -

foucauld, Maupassant; son los part idarios decididos

de una pura psicología de la i n m a n e n c i a en q u e

los proyectos y los sentimientos del individuo pare­

cen encauzarse todos hacia él m i s m o . Los exis ten-

cialistas, al c o n t r a r i o , a f i rman q u e el h o m b r e es

t rascendencia ; su vida es c o m p r o m i s o en el m u n ­

do, m o v i m i e n t o hacia el O t r o , superación del p r e ­

s e n t e en p o s d e u n p o r v e n i r q u e ni s i qu i e r a la

m u e r t e l imita. ¿ C ó m o p u e d e tenerse la osadía de

acusar los de a t r i bu i r demas iada i m p o r t a n c i a a la

sub je t iv idad? Es q u e , de h e c h o , en la m o r a l del

interés el sujeto jamás aparece: el yo del que se nos

habla es un ob je to del m u n d o ; si u n o p u e d e amar

su yo, tomar lo c o m o polo de sus conductas , es p o r ­

q u e ese yo existe a la manera de una cosa; se s u p o ­

n e q u e hay en él ins t in tos q u e es p rec i so saciar,

vacíos q u e es preciso colmar. Por su mera exis ten­

cia, m i yo m e i m p o n e fines obje t ivos e n los q u e

m i l ibe r tad q u e d a sepul tada; es m e n e s t e r q u e y o

satisfaga sus neces idades , q u e le p r o c u r e el placer

q u e desea, q u e lo def ienda con t ra el su f r imien to ;

mis energías , e n t o n c e s , se canal izan, y su des t ino

está d e t e r m i n a d o aun antes de q u e aparezcan; n o se trata de p r egun t a rme c ó m o dirigirlas. En el exis­t e n c i a l i s m o , al c o n t r a r i o , el yo n o es; yo ex i s to c o m o suje to a u t é n t i c o , en u n s u r g i m i e n t o i n c e ­s a n t e m e n t e r e n o v a d o q u e se o p o n e a la real idad tija de las cosas; m e arrojo sin ayuda, sin guía, a un m u n d o d o n d e n o m e he instalado de a n t e m a n o para esperarme: soy libre, mis proyectos n o se defi­n e n en v i r t u d de in tereses p r eex i s t en t e s ; p o s t u ­lan p o r sí m i s m o s sus p rop ios fines. En la fi loso­fía de la i nmanenc i a , el p u n t o de c o n s u m a c i ó n de m i s ac tos está d a d o ; si d e s d e allí m e r e m o n t o a su p u n t o de par t ida , se m e presenta c o m o si es tu­viera def in ido, y es, de a lgún m o d o , una p r o y e c ­ción del yo ob je to en el p l a n o de la i n t e r io r idad . En la filosofía d e la t r a scendenc i a , el su je to sé)lo existe c o m o p u n t o de par t ida , n o p u e d o e n m a s ­cara r su p r e s e n c i a , n o p u e d o d i s i m u l a r m e q u e todos mis actos t i enen su o r igen en mi subje t iv i ­dad. A dec i r verdad, c u a n d o se r ec r im ina al exis­tenc ia l i smo su subjet ividad, lo q u e se le r ep rocha es el h e c h o de asimilar subjet ividad y l iber tad.

La definición del h o m b r e c o m o l ibertad s iem­pre parec ió ser característ ica de los filósofos o p t i ­mistas . P o r eso es falso t o m a r al ex i s t enc i a l i smo

49

p o r una d o c t r i n a desesperada; está m u y lejos de serlo. El ex is tenc ia l i smo n o c o n d e n a al h o m b r e a una miseria i r remediable; si el h o m b r e n o es na tu ­r a l m e n t e b u e n o , t a m p o c o es n a t u r a l m e n t e ma lo . En pr inc ip io , n o es nada; le toca ser b u e n o o malo según asuma su l iber tad o r e n i e g u e de ella; b ien y mal sólo aparecen más allá de la naturaleza, más allá de t o d o lo d a d o . Esa es la razón p o r la cual es posible descr ib i r la realidad con toda imparc ia l i ­dad; nunca hay mot ivos para afligirse p o r ella, q u e n o es ni triste ni a legre. Los h e c h o s son h e c h o s y n a d a m á s , lo i m p o r t a n t e es la m a n e r a c o m o el h o m b r e supera su s i tuac ión . Así, la separac ión de las c o n c i e n c i a s es un h e c h o m e t a t i s i c o , p e r o el h o m b r e p u e d e superarla; puede , a través del m u n ­do, unirse a otros h o m b r e s . Los existencialistas dis­tan t a n t o de n e g a r el a m o r , la amis t ad , la f rater­n i d a d , q u e , a su j u i c i o , só lo en esas r e l a c i o n e s h u m a n a s p u e d e cada i nd iv iduo e n c o n t r a r el fun­d a m e n t o y la consumac ión de su ser. Pero n o c o n ­sideran que esos sent imientos estén dados de an t e ­m a n o : hay q u e conqu i s t a r lo s . La m u e r t e es o t r o h e c h o p o r el q u e t a m p o c o d e b e m o s l a m e n t a r n o s o r e g o c i j a r n o s ; n o afecta c o n m e n t í s a l g u n o las empresas h u m a n a s , pues éstas t o m a n su valor de

50

la l iber tad q u e se c o m p r o m e t e en ellas; la l i be r ­

tad pos tu la en fo rma absoluta los fines q u e p o s ­

tu l a , y n i n g ú n p o d e r a j eno , n i s i q u i e r a el d e la

m u e r t e , p o d r í a d e s t r u i r lo q u e ella ha f u n d a d o .

Para ser el ú n i c o y s o b e r a n o d u e ñ o d e su des t i ­

n o , el h o m b r e d e b e tan sólo q u e r e r ser lo: eso es

lo q u e af i rma el ex i s t enc ia l i smo , y sin d u d a hay

op t imi smo en esta postura. En realidad, es ese op t i ­

m i s m o lo q u e i n q u i e t a ; si c ie r tas d e s c r i p c i o n e s

impa rc i a l e s del m u n d o y el h o m b r e d e s p i e r t a n

indignación , n o es, c o m o se pre tende , p o r q u e sean

« d e p r i m e n t e s » ; los l ib ros de M a u p a s s a n t lo son

m u c h o m á s ; es p o r q u e el ma l q u e ellas reve lan

i n c u m b e a la l iber tad del h o m b r e . Los «canallas»

de La náusea se han e l e g i d o c o m o tales; sólo d e ­

p e n d e r í a d e ellos ser l úc idos y h o n e s t o s y r e p u ­

diar la m e n t i r a detrás de la cual se p r o t e g e n , p e r o

la idea d e u n a r e s p o n s a b i l i d a d s e m e j a n t e a m e -

drenta al lector . Este, en vez de esa m o r a l e x i g e n ­

te , p re f i e re u n p e s i m i s m o q u e , a u n q u e n o deja

esperanza al h o m b r e , t a m p o c o le d e m a n d a nada .

Si la m o r a l del in te rés y la tr isteza natural is ta

son acogidas de m a n e r a tan favorable es p o r q u e

la desespe rac ión q u e se expresa en ellas t i ene u n

ca rác te r b l a n d o y c ó m o d o , s u p o n e u n d e t e r m i -

51

n i smo q u e alivia al h o m b r e de la carga de su l iber­tad. El h o m b r e es u n m e c a n i s m o cuyos resor tes esenciales son el interés y la lujuria; sus s en t imien ­tos se r e d u c e n a un j u e g o más o m e n o s sutil d e fuerzas: la sabiduría de los pueblos afirma bajo for­mas diversas este t ín ico p o s t u l a d o . Si el h o m b r e n o p u e d e modi f icar su esencia, si n o t iene influ­j o sobre su des t ino, n o le queda más q u e acep ta r ­se con indu lgenc ia : esta ac t i tud le a h o r r a las fati­gas de la lucha . Al volver a p o n e r l e su des t ino en las m a n o s , el exis tencial ismo n o hace sino p e r t u r ­bar ese descanso.

A la gente le gusta pensar q u e la v i r tud es fácil; en las historias edificantes, los j óvenes m u e r e n p o r su país con una sonrisa; con una sonrisa , padres y m a d r e s se afanan para a l i m e n t a r a sus h i jos ; los hijos se sacrifican p o r sus padres ancianos con una sonr i sa . La g e n t e t a m b i é n se res igna , sin m u c h a p e n a , a c reer impos ib l e la v i r t u d . Pe ro lo q u e le repele imaginar es q u e sea posible y difícil. Si p r o ­c l a m a m o s q u e la vida es una magníf ica aventura , nos v e m o s l iberados de toda i n q u i e t u d : al c o m e r , al d o r m i r , somos semidioses; cada la t ido de n u e s ­t ro c o r a z ó n nos h a c e par t ic ipar sin esfuerzo en la loca a n d a n z a h u m a n a . O b i e n c o n f e s a m o s q u e

ésta n o es más q u e u n a c o m e d i a b u t a ; n a d a d e

lo q u e h a c e m o s t i ene ya i m p o r t a n c i a , y t a m b i é n

p o d e m o s c o m e r y d o r m i r en paz . Pero si la pa r ­

t ida n o está g a n a d a ni p e r d i d a de a n t e m a n o , es

preciso luchar y arriesgar, m i n u t o a m i n u t o , y esto

es un i n c o r d i o para n u e s t r a p e r e z a . En r i g o r ,

la g e n t e acep ta l ibrar una o dos batallas, p e r o al

m e n o s d e b e p o d e r descansar de f in i t ivamente en

su v ic tor ia o su de r ro t a . Este i ngen i e ro c o n s t r u -

ye un d ique , aquel la m u j e r trae n iños al m u n d o :

u n o y ot ra que r r í an q u e el d i q u e y los hijos fue­

ran una jus t i f icac ión defini t iva de su exis tencia ;

que r r í an q u e los fines q u e pers iguen se afirmaran

c o m o a b s o l u t a m e n t e ú t i l es . Si, al c o n t r a r i o , un

h o m b r e ha fracasado en sus empresas , se c o m p l a ­

ce en repet ir con el Eclesiastés: «Todo es vanidad».

P e r o s o s t e n e r q u e soy y o q u i e n , al e s c o g e r mis

metas , fundo su valor, significa n e g a r m e cualquier

c o a r t a d a . N i n g ú n é x i t o m e salva: para q u e éste

siga p r e s e n t á n d o s e m e c o m o un éx i to , es m e n e s ­

t e r q u e y o siga q u e r i é n d o l o , y esa v o l u n t a d se

manifiesta necesar iamente a través de nuevos actos.

N i n g ú n fracaso, además , m e dispensa de proseguir

la lucha; n o existe n i n g ú n p u n t o de vista ex t e r io r

a mí m i s m o desde el cual yo pueda despreciar mis

prop ias v o l u n t a d e s . D e l m i s i n o m o d o , un h o m ­

bre a q u i e n las c i rcuns tanc ias hayan e levado a la

d i g n i d a d de h é r o e se c o m p l a c e r á en pensa r q u e

está m a r c a d o en la frente con una estrella, y q u e

b e b e , c o m e y d u e r m e c o m o un hé roe . El h e c h o

d e q u e , en lo sucesivo, tenga la cer teza de c o m ­

por t a r se de c o n f o r m i d a d con su esencia heroica

es una idea q u e le ahor ra las angustias del verda­

d e r o h e r o í s m o . Po r su pa r t e , el c o b a r d e n o está

tan d e s c o n t e n t o de serlo; es así, n o p u e d e hace r

nada y se instala en su cobardía c o n la t r anqu i l i ­

d a d d e esos ayudas d e c á m a r a de c o m e d i a q u e

se felicitaban p o r n o t e n e r h o n o r q u e defender .

Es m u c h o m e n o s t r a n q u i l i z a d o r a d m i t i r q u e el

co ra j e s i e m p r e p u e d e c o n q u i s t a r s e , sin q u e su

posesicm deba darse j a m á s p o r descon tada .

C o m o se advertirá, si el existencialismo inqu ie ­

ta, n o es p o r q u e desespere del h o m b r e , s ino p o r ­

q u e r ec l ama de és te u n a t e n s i ó n c o n s t a n t e . Sin

e m b a r g o , p o d e m o s p r e g u n t a r n o s : ¿ p o r q u é u n a

ex igenc ia semejan te? ¿Por q u é obs t inarse en d e ­

salojar a la gen t e cié pos ic iones en las q u e se s ien­

te segura? Se trata, en efecto, de u n a p regun ta q u e

los c r í t icos f o r m u l a r o n a m e n u d o : ¿que se gana

c o n ser existencialísta?

54

La cues t ión parecerá ex t raña a cua lqu ie r fi ló­

sofo. N i K a n t ni H e g e l se p r e g u n t a r o n j a m á s q u é

se ganaba c o n ser kan t i ano o hege l i ano ; decían lo

q u e a su j u i c i o era la verdad , y nada más ; n o t e ­

n ían otra me ta q u e la verdad mi sma . Pero tal vez

sea el filósofo q u i e n se engaña en este caso; q u i ­

zá sea v í c t ima d e u n a d e f o r m a c i ó n profes iona l .

¿Es b u e n o dec i r la verdad? Si es inú t i l o noc iva ,

¿no hay q u e enmascararla? Esa p rudenc ia sé)lo t i e ­

ne sen t ido si se c o n t e m p l a la verdad c o m o e x t e ­

r i o r a la real idad; si es u n a luz q u e u n c ie lo a je­

n o d e r r a m a sobre el m u n d o , cabe p r e g u n t a r s e si

es o n o o p o r t u n o dejarla disipar nuestras tinieblas.

Pero esta c o n c e p c i ó n es r ad ica lmen te falsa: la ver­

dad n o es o t r a cosa q u e la r ea l idad ; p o d e m o s

n e g a r n o s a a p r e h e n d e r l a a través de las palabras

y las frases, es dec i r a expresarla en una fo rma sis­

t e m á t i c a , p e r o n o p o d e m o s e ludi r la : el esfuerzo

m i s m o q u e h a g a m o s para escapar a ella es u n a de

las mane ra s de manifestarla. Eso es lo q u e se d e s ­

p r e n d e c o n c la r idad , p o r e j e m p l o , de los d e s c u ­

b r i m i e n t o s del psicoanálisis. Q u i z á parezca inút i l

y hasta nefasto revelar a u n ado le scen te q u e odia

a su padre; p e r o si él n o ha confesado ese od io con

palabras, n o p o r ello ha dejado de afirmarlo en sus

sen t imien tos , sus conduc tas , sus sueños , sus angus ­

tias. El psicoanalista n o dec ide de scub r i r gra tui ta

y b r u t a l m e n t e u n a verdad ignorada : trata de ayu ­

dar a su paciente a modificar las conductas med ian ­

te las cuales reacc iona a esa realidad. En lugar de

e m p l e a r sus fuerzas para d i s imula r se su o d i o , es

p r e c i s o q u e el su je to se l ibe re d e él, n o n e g á n ­

dolo, sino a sumiéndo lo y superándolo : lo cual ex i ­

ge, en p r i m e r lugar, q u e lo r e c o n o z c a exp l íc i t a ­

m e n t e y lo c o m p r e n d a . El e x i s t e n c i a l i s m o n o

p r e t e n d e t a m p o c o develar al h o m b r e la d e s v e n ­

tura ocul ta de su c o n d i c i ó n ; sólo qu i e r e ayuda r ­

lo a asumir esa condic ión que le es imposible i gno ­

rar. Por n o mi ra r a la verdad de frente, el h o m b r e

se agota en la resistencia que le o p o n e . H e m o s vis­

to q u e se sitúa de m a n e r a a l ternada en dos planos

q u e n o logra conciliar, y t a m p o c o cons igue m a n ­

tene r se en n i n g u n o de ellos. D e s d e la ado le scen -

cia, e m p i e z a a re í rse de las i m á g e n e s d e m a s i a d o

bellas de los maestros de mora l y los discursos e le ­

vados; se desengaña , lo cual qu ie re dec i r q u e est i ­

m a haber sido engañado con anter ior idad. Se z a m ­

b u l l e e n t o n c e s d e b u e n a gana en el c i n i s m o ; es

pesimista con ar rebato , pe ro esto n o le impide , sm

embargo , t ener iniciativas, amar, vivir; entre lo q u e

hace y lo q u e dice , lo q u e afirma en actos, lo q u e cree en palabras, hay siempre un abismo. Y ese abis­m o es una fuente de i n c e r t i d u m b r e y malestar. La mayor ía de los h o m b r e s se pasan la vida aplasta­dos p o r el pe so de t r iv ia l idades q u e los sofocan. Si sólo se dec id ie ran a t o m a r clara conc i enc i a de su s i tuación en el m u n d o , encon t r a r í an el a c u e r ­d o cons igo m i s m o s y con la real idad.

H a y a lgunos á m b i t o s en q u e los h o m b r e s de nues t ros días h a c e n u n esfuerzo decis ivo en pos de la s incer idad . N a d i e negará que , m e d i a n t e esa acti tud, han realizado impor tan tes conquistas. G r a ­cias al psicoanálisis, la hipocresía sexual se ha disi­p a d o en pa r t e ; al t o m a r c o m o u n h e c h o la ex is ­t enc ia de c i e r tos ins t in tos , el psicoanál is is n iega t o d o sent ido a las expresiones: la naturaleza h u m a ­na es perversa , la na tura leza h u m a n a es i n o c e n t e y b u e n a ; el h o m b r e p u e d e mi r a r d e n t r o de sí sin t imidez ; nada de lo q u e e n c u e n t r e es m o n s t r u o ­so, p o r q u e la m o r a l sexual se c o n s t r u y e más allá de las t endenc ias y los comple jos q u e cons t i tuyen su t e m p e r a m e n t o par t icu lar ; n o hay n i n g ú n esta­d o de equ i l i b r i o o de salud q u e sea m o r a l p o r sí m i s m o ; n o hay n i n g u n a s i n g u l a r i d a d q u e sea i n m o r a l . En ese p l ano , se e m p i e z a a a d m i t i r q u e

la mora l n o es el pr iv i legio de n i n g ú n h o m b r e en

especial , y q u e t o d o s p u e d e n conquis ta r la .

Tras la guer ra de 1 9 1 4 - 1 9 1 8 se ha visto apare ­

cer t a m b i é n una c o n c e p c i ó n del coraje m u y dis­

t inta de la de siglos pasados. Sin d u d a s i empre se

c i tó c o n r e spe to la frase d e T u r e n n e : «Tiemblas ,

osamenta», pero an taño había que s e rTurenne para

pe rmi t í r se la . El m i e d o parecía cosa de cobardes ,

t o d o militar era un hé roe de carrera y un hé roe se

reía de las balas y los obuses . Ese t ó p i c o se e x h i ­

b i ó en t o d o su br i l lo en 1914. Pero a c o n t i n u a ­

c i ó n , las g e n e r a c i o n e s q u e en Francia , en Ing la­

t e r ra y en N o r t e a m é r i c a a l i m e n t a b a n u n o d i o

p ro fundo contra la guerra se atrevieron a tratar sin

m i r a m i e n t o s las v i r tudes bélicas; los c omba t i en t e s

de 1940 eran más lúc idos q u e entusiastas; al c o n ­

vert irse en soldados, seguían s iendo h o m b r e s ; si el

coraje, en su o p i n i ó n , tenía algún valor, era c o m o

v i r t ud h u m a n a y n o c o m o v i r tud mili tar.Y eso es

lo q u e hace tan c o n m o v e d o r e s tantos t es t imonios

ingleses, franceses, n o r t e a m e r i c a n o s ; esos j ó v e n e s

paracaidistas, esos aviadores, esos infantes, n o aspi­

ran a lo que an taño se llamaba hero í smo; nos dicen

q u e el corazón les latía más rápido, q u e se les hacía

u n n u d o en la garganta , que tenían m i e d o . Y c o n -

58

tra el m i e d o h ic ie ron , con simpleza, lo q u e t en ían q u e hacer. Sabían en cada o p o r t u n i d a d q u e la par­tida n o estaba ganada, q u e al día s iguiente vo lve­rían a t e n e r m i e d o , q u e cor r ían el r iesgo de r e n ­d i rse a las u r g e n c i a s del c u e r p o y d e t e n e r q u e despreciarse p o r ello, pe ro también sabían q u e sólo a ellos co r r e spond ía superar sus angustias.

El valor de esos ejemplos radica en q u e n o pe r ­miten a nadie declararse i r remediab lemente cobar ­de , y en q u e ev i tan al h o m b r e la des i lus ión y el «achicamiento» que consti tuyen la contrapart ida de las ment i ras demas iado fáciles. Pero nos c o n m u e ­ven sobre todo porque vemos en ellos la plena asun­c ión de la c o n d i c i ó n h u m a n a : y nos pa rece q u e , al asumirse, ésta se justifica. Esa es p rec i samente la meta a la q u e apunta en general el existencialismo: evitar al h o m b r e las decepc iones y los enojos taci­t u r n o s q u e ocas iona el cu l to de los falsos ído los . El existencialismo quiere convencer lo de ser au tén ­t icamente u n hombre , y afirma el valor de ese logro. U n a filosofía semejante p u e d e rechazar a u d a z m e n ­te los consuelos de la mentira y la resignación: d e p o ­sita su confianza en los h o m b r e s .