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BCM Educação Infantil 2

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Firmo CamurçaPrefeito Municipal

José Marcelo Farias LimaSecretário de Educação

Antonio Nilson Gomes MoreiraSecretário Executivo da Secretaria de Educação

Maria Eliana Almeida Diretora Geral da Secretaria de Educação

Ivaneide Antunes da SilvaDiretora da Diretoria de Educação

Maria Apolinário dos Santos ChagasDiretora da Diretoria de Avaliação e Monitoramento

André Batista de AlbuquerqueDiretor da Diretoria de Suporte Operacional

Antonete Gomes de OliveiraPresidente do Conselho Municipal de Educação

Marigel de Sousa BragaIlustração da capa

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Prefeitura Municipal de MaracanaúSecretaria de Educação

Maracanaú | Ceará | 2019

Base Curricular de Maracanaú

EducaçãoInfantil

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[...] A escola é lugar onde se educa e nos educamos; lugar de transmissão, mas, so-bretudo, lugar de construção de valores e saberes. É lugar cultural, isto é, lugar onde se elabora cultura pessoal e cole-tiva, que influencia o contexto de valor social e político e é influenciado por ele, em uma relação de profunda e autêntica reciprocidade (RINALDI, 2014, p. 42).

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rioAPRESENTAÇÃO | 9

1 A EDUCAÇÃO INFANTIL | 11

2 DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO | 17

3 CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS | 20

4 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO | 27

4.1 Organização Curricular para a Educação Infantil | 31

5 A TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL | 41

6 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (DCNEI) | 47

7 O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE, DA LEITURA E DA ESCRITA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL | 49

7.1 A organização do ambiente como potencializador das práticas pedagógicas envolvendo a linguagem oral, leitura e escrita | 54

8 AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL | 62

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APRESENTAÇÃO

A Base Curricular de Maracanaú (BCM) con-siste em um conjunto de normas e diretri-zes aprovadas pelo Conselho Municipal de

Educação, voltadas para garantir o direito à aprendizagem de todos os alunos.

A sua versão impressa é composta por um total de de-zesseis volumes, organizados visando da apropriação pelo público alvo a que se destinam, em especial os professores, considerando a etapa, o ano ou componente curricular em que atuam.

O primeiro volume, destinado a todos os profissionais da educação, independentemente da função que exercem e do ano escolar em que atuam, apresenta os elementos con-ceituais utilizados, merecendo atenção especial ali a nova estrutura do currículo e a avaliação das aprendizagens na perspectiva do ensino por competências.

O segundo volume é voltado aos professores da educa-ção infantil. Contextualiza essa etapa da educação básica ao tempo em que apresenta sua estrutura curricular e objetivos de aprendizagem a serem atingidos, tecendo considerações especiais sobre os processos de transição vivenciados pela criança pequena.

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Do terceiro ao sexto volumes, contempla-se os anos iniciais do Ensino Fundamental e do sétimo ao décimo sex-to, os componentes curriculares dos anos finais. Em cada um desses documentos, há considerações sobre a etapa de ensino, as características psicossociais do público-alvo, as competências a serem desenvolvidas em cada área do ensi-no, além de competências e habilidades a serem alcançadas pelo estudante, em cada componente curricular.

Este volume foi elaborado especialmente para você, professora ou professor da Educação Infantil! Esperamos que faça uso do mesmo na perspectiva de garantir o direito da aprendizagem dos estudantes maracanauenses, a princi-pal missão deste sistema educacional.

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1 A EDUCAÇÃO INFANTIL

Quão acidentado tem sido o caminho das nossas crianças.Políticas vão e vem.

A criança permanece e o seu caminho também.O que pode mudar é o nosso olhar para esse caminho.

(Joan Lombardi)

Nas últimas décadas, a Educação Infantil no Brasil tem se estabelecido gradativamente como importante etapa da educação básica,

que tem como principal objetivo a educação e o cuidado des-tinado às crianças de zero a cinco anos.

O direito à educação a todas as crianças desde o seu nascimento representa uma importante conquista para a so-ciedade brasileira, que tem se legitimado por meio da Cons-tituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do Adoles-cente – ECA (1990), da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (LEI Nº 9394/1996), que definem a Educação Infantil como direito fundamental e como primeira etapa da Educa-ção Básica de caráter obrigatório.

Conforme determinado na LDB  em seu artigo 29, a Educação Infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus aspectos físico,

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psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996)

A elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (Resolução nº 05/2009 e Parecer nº 20/2009, do Conselho Nacional de Educação e da Câmara de Educação Básica – CNE/CEB) foram essenciais para o estabelecimento de princípios e orientações a serem considerados na organização dos sistemas de ensino para a elaboração, articulação e desenvolvimento das propostas pe-dagógicas para esta etapa de educação.

Ancoradas em princípios éticos, políticos e estéticos, considerados fundamentais para o atendimento educacional das crianças, as DCNEI (BRASIL, 2009) estipulam que a função sociopolítica e pedagógica da Educação Infantil perpassa pelo compromisso com a educação das crianças em espaços coleti-vos, complementando a ação da família, reforçando princípios básicos de respeito, diálogo, ações pertinentes e fortalecedo-ras das práticas educativas em creches e pré-escolas.

A definição de criança nas DCNEI (Resolução CNE/CEB nº 05/2009, Artigo 4º), como sujeito histórico e de direi-tos, que produz cultura, que interage, se relaciona e assim constrói sua identidade individual e coletiva por meio das experiências variadas, presentes nas práticas cotidianas que vivencia, traduz a construção de uma visão histórica e social de reconhecimento da criança como ser potente e ca-paz (BRASIL, 2009).

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Desse modo, o artigo 8º da Resolução CNE/CEB 05/2009 determina a necessidade de garantir que as institui-ções orientem-se por um currículo da Educação Infantil que avalize a aprendizagem de diferentes linguagens como as lin-guagens artísticas, a linguagem verbal, linguagem matemáti-ca, linguagem corporal, linguagem da natureza e da cultura. (BRASIL, 2009)

Ainda de acordo com as DCNEI (Resolução CNE/CEB nº 05/2009), em seu Artigo 9º (adiante), as interações e a brincadeira são os eixos estruturantes das práticas peda-gógicas, que se articulam nas experiências apontadas nos Incisos I a XII, revelando um currículo que se constrói coti-dianamente por meio de vivências que sejam significativas para as crianças, dando-lhes oportunidade de acesso a dife-rentes materiais, a situações que propiciem o faz de conta, a exploração do ambiente, a criatividade, o movimento, o uso das tecnologias, a apropriação dos elementos da sua cultura, de forma intencional e sistemática, contribuindo para o seu desenvolvimento e aprendizagem.

A presença da Educação Infantil na Base Nacional Co-mum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017) retrata a visibilidade de sua trajetória histórica como primeira etapa da educação básica, estabelecendo como inovações a organização curri-cular por Campos de Experiências e a apresentação dos obje-tivos de aprendizagem e desenvolvimento por faixas etárias (bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas).

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Os princípios, objetivos e concepções já definidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (2009) foram a base de inspiração para o delineamen-to dos seis grandes direitos de aprendizagem estabelecidos para a Educação Infantil na BNCC (2017), os quais devem ser garantidos a todas as crianças nas turmas de creche e pré-es-cola, considerando as especificidades de cada realidade.

Na BNCC, a concepção de currículo para a Educação Infantil é a mesma determinada nas DCNEI (Resolução CNE/CEB nº 05/2009, Artigo 3º), considerando-o como “um con-junto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tec-nológico” visando o desenvolvimento integral das crianças de zero a cinco anos de idade. (BRASIL, 2009)

A elaboração da BNCC (BRASIL, 2017) em consonân-cia com os princípios e concepções já estabelecidos nas DC-NEI (BRASIL, 2009), apresenta em seu escopo a definição de criança como sujeito histórico e de direitos; reconhece as interações e a brincadeira como os eixos estruturantes das práticas pedagógicas, como também fortalece a concepção de currículo para a educação infantil, assegurando a coerên-cia com as características do processo de desenvolvimento e de aprendizagem das crianças.

Desse modo, as diretrizes propostas neste documento estão em consonância com as concepções, os princípios, ei-

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xos norteadores e determinações das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil – DCNEI (BRASIL, 2009), bem como do que orienta a Base Nacional Comum Curri-cular – BNCC (BRASIL, 2017), em seus objetivos, campos de experiências e direitos de aprendizagem para essa primeira etapa da educação básica, aspectos a serem considerados na elaboração do currículo das instituições de Educação Infan-til em suas Propostas Pedagógicas.

Neste contexto, o município de Maracanaú, respeitan-do os marcos legais da Educação Infantil, tem estruturado ações que buscam acompanhar as conquistas históricas des-ta etapa de educação, considerando as necessidades locais, a valorização da cultura e o bem-estar das crianças, reconhe-cendo-as como sujeitos de direitos e suas singularidades.

Desse modo, a sistematização desta BCM configura-se como uma referência para orientação das Propostas Pedagó-gicas a serem elaboradas e desenvolvidas nas instituições de Educação Infantil, no sentido de efetivar uma política edu-cacional articulada, integrando o que estabelecem as DCNEI (BRASIL, 2009) e a BNCC (BRASIL, 2017) com o currículo lo-cal, para a creche e a pré-escola.

O referido documento encontra-se organizado de for-ma a evidenciar a importância de práticas pedagógicas que promovam o desenvolvimento integral das crianças, a cons-trução dos seus saberes, os conhecimentos presentes na cul-tura e que estimulem a construção de sentidos sobre si e o

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mundo, de modo que se ampliem as possibilidades de apren-dizagens nos espaços educativos.

A materialização do estabelecido neste documen-to será possível mediante a compreensão da concepção de criança e de currículo na Educação Infantil, considerando a criança o principal sujeito das práticas pedagógicas. Para tanto, o professor tem um importante papel como organi-zador das situações de aprendizagem das crianças, na in-tencionalidade pedagógica das ações docentes, onde sejam consideradas as especificidades da educação e os cuidados, na creche e pré-escola, bem como na interlocução com as famílias.

Nesta direção, a elaboração desta BCM está em confor-midade com as DCNEI (BRASIL, 2009) e com a organização curricular para a Educação Infantil sistematizada na BNCC (BRASIL, 2017), que apresenta em sua articulação o envolvi-mento entre os direitos e objetivos de aprendizagem e de-senvolvimento e os campos de experiências, tendo como foco a criança como sujeito principal do processo de cons-trução dos conhecimentos, por meio da realização de ações educativas potentes, que de fato possibilitem desenvolvi-mento e aprendizagem.

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2DIREITOS DE APRENDIZAGEM E

DESENVOLVIMENTO

Considerando os eixos estruturantes das prá-ticas pedagógicas DCNEI (BRASIL, 2009) e as competências gerais da Educação Básica

propostas pela BNCC (BRASIL, 2017), o referido documento propõe em seu escopo seis direitos de aprendizagem e de-senvolvimento: conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se.

• Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

• Brincar cotidianamente de diversas formas, em di-ferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cog-nitivas, sociais e relacionais.

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• Participar ativamente, com adultos e com outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da re-alização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambien-tes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaboran-do conhecimentos, decidindo e se posicionando.

• Explorar movimentos, gestos, sons, formas, textu-ras, cores, palavras, emoções, transformações, rela-cionamentos, histórias, objetos, elementos da natu-reza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

• Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensí-vel, suas necessidades, emoções, sentimentos, dú-vidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questiona-mentos, por meio de diferentes linguagens.

• Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, so-cial e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

Esses direitos visam assegurar as condições para que as crianças tenham papel ativo e autônomo diante de suas

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experiências, sendo capazes de construir significados, bem como de elaborar soluções diante de ações desafiadoras e significativas.

Considerando a concepção de criança como ser [po-tente] que observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimen-tos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social, tem-se a intencionalidade educativa das práticas pedagógicas na edu-cação infantil como aspecto fundamental a ser respeitado, tanto na creche quanto na pré-escola (BNCC, BRASIL, 2017).

De maneira geral, a intencionalidade educativa consis-te na organização, proposição, reflexão, planejamento, me-diação, pelo professor, das experiências a serem vivenciadas cotidianamente junto às crianças, bem como no acompanha-mento, observação e registro do conjunto das práticas e inte-rações, que possam garantir a pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento pleno das crianças (BNCC, BRASIL, 2017).

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3 CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS

Na Educação Infantil, as aprendizagens e o de-senvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e a brincadeira,

assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, partici-par, explorar, expressar-se e conhecer-se, para a organização curricular da Educação Infantil na BNCC (BRASIL, 2017).

A BNCC está estruturada em cinco campos de expe-riências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Os campos de experi-ências constituem um arranjo curricular que acolhe as si-tuações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes. Assim, eles são permeados por todas as áreas de conhecimento, pelas múltiplas linguagens e pela aprendizagem das práticas sociais e culturais. Considerando esses saberes e conhecimentos, os campos de experiências em que se organiza a BNCC (BRASIL, 2017), são:

• O eu, o outro e o nós – É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão desco-

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brindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na famí-lia, na instituição escolar, na coletividade), constro-em percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo em que participam de relações so-ciais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciproci-dade e de interdependência com o meio. Por sua vez, na educação infantil, é preciso criar oportunidades para que entrem em contato com outros grupos so-ciais e culturais, outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações e narrativas. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perce-ber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humanos.

• Corpo, gestos e movimentos – Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam--se, brincam e produzem conhecimen-

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tos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, cons-cientes dessa corporeidade. Por meio das diferen-tes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comuni-cam e se expressam no entrelaçamento entre cor-po, emoção e linguagem. As crianças conhecem e reconhecem as sensações e funções de seu corpo e, com seus gestos e movimentos, identificam suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física. Na educação infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é partícipe privilegiado das práticas pedagógicas de cuidado físico, orienta-das para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão. Assim, a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crian-ças possam, sempre animadas [estimuladas] pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de mo-vimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupa-ção e uso do espaço, pelo o corpo, tais como sen-tar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas,

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saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar camba-lhotas, alongar-se etc.

• Traços, sons, cores e formas – Conviver com dife-rentes manifestações artísticas, culturais e científi-cas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por meio de experi-ências diversificadas, vivenciar variadas formas de expressão e linguagens, como as artes visuais (pin-tura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras. Com base nessas experiências, elas se expressam por vá-rias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (cole-tiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modela-gens, manipulação de diversos materiais e de recur-sos tecnológicos. Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças desen-volvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que as cerca. Portanto, a Educação Infantil precisa promover a participação das crianças em tempos e espaços para a produção, manifestação e apreciação artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilida-de, da criatividade e da expressão pessoal das crian-ças, permitindo que se apropriem e reconfigurem,

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permanentemente, a cultura e potencializem suas singularidades, ao ampliar repertórios e interpretar suas experiências e vivências artísticas.

• Escuta, fala, pensamento e imaginação – Desde o nascimento, as crianças participam de situações co-municativas cotidianas com as pessoas com as quais interagem. As primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo, o olhar, a pos-tura corporal, o sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação do outro. Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo seu vocabulário e demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da língua materna – que se torna, pouco a pouco, seu ve-ículo privilegiado de interação. Na Educação Infan-til, é importante promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias, na participação em conversas, nas descri-ções, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múltiplas lingua-gens que a criança se constitui ativamente como su-jeito singular e pertencente a um grupo social.

Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com re-lação à cultura escrita: ao ouvir e acompanhar a leitura de

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textos, ao observar os muitos textos que circulam no contex-to familiar, comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros, suportes e portadores. Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças conhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As experiências com a literatura infantil, pro-postas pelo educador, mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre ilustra-ções e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as for-mas corretas de manipulação de livros. Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em escritas espontâne-as, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da língua.

• Espaços, tempos, quantidades, relações e trans-formações – As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo cons-tituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos

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espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e noi-te; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como vivem e em que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas etc.).

Além disso, nessas experiências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhe-cimentos matemáticos (contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que igualmente aguçam a curiosidade. Portanto, a Educação Infantil precisa promo-ver experiências nas quais as crianças possam fazer obser-vações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno [o mundo], levantar hipóteses e consultar fontes de informa-ção para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físi-co e sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano.

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4OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E

DESENVOLVIMENTO

Na Educação Infantil, as aprendizagens essen-ciais compreendem tanto comportamen-tos, habilidades e conhecimentos quanto

vivências que promovem aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e a brincadeira como eixos estruturantes. Essas aprendizagens, portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

Considerando as especificidades dos diferentes gru-pos etários que constituem a etapa da Educação Infantil, assim como na BNCC, nesta BCM os objetivos de aprendiza-gem e desenvolvimento estão sequencialmente organizados em dois grupos (creche e pré-escola) de acordo com suas respectivas faixas etárias, que correspondem, aproxima-damente, às possibilidades de aprendizagem e às caracterís-ticas do desenvolvimento das crianças, conforme indicado no Quadro a seguir:

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

28

GRUPOS FAIXA ETÁRIA CRECHE 1. Bebês (zero a 1 ano e 6 meses);

2. Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses);

PRÉ- ESCOLA 3. Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).

É relevante enfatizar que esses grupos não podem ser considerados de forma rígida, visto que existem diferenças de ritmo na aprendizagem e no desenvolvimento das crian-ças que precisam ser consideradas nas práticas pedagógicas tanto na creche, quanto na pré-escola. (BRASIL, 2017)

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Map

as C

urri

cula

res

Educação InfantilBCM

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

31

4.1

Org

aniz

ação

Cu

rric

ula

r pa

ra a

Edu

caçã

o In

fan

til

Faix

as E

tári

asOb

jetiv

os d

e apr

endi

zage

m e

dese

nvol

vim

ento

Cam

po d

e exp

eriê

ncia

s: CO

RPO,

GES

TOS E

MOV

IMEN

TOS

Bebê

s (ze

ro a

1 an

o e 6

mes

es)

(EI0

1CG0

1) M

ovim

enta

r as p

arte

s do c

orpo

par

a exp

rimir

corp

oral

men

te em

oçõe

s, ne

cess

idad

es e

dese

jos.

(EI0

1CG0

2) E

xper

imen

tar a

s pos

sibili

dade

s cor

pora

is na

s brin

cade

iras e

inte

raçõ

es em

ambi

ente

s aco

lhed

ores

e de

safia

ntes

.(E

I01C

G03)

Imita

r ges

tos e

mov

imen

tos d

e out

ras c

rianç

as, a

dulto

s e an

imai

s.(E

I01C

G04)

Par

ticip

ar d

o cui

dado

do s

eu co

rpo e

da p

rom

oção

do s

eu b

em-e

star

.(E

I01C

G05)

Util

izar

os m

ovim

ento

s de p

reen

são,

enca

ixe e

lanç

amen

to, a

mpl

iand

o sua

s pos

sibili

dade

s de m

anu-

seio

de d

ifere

ntes

mat

eria

is e o

bjet

os.

Cria

nças

bem

pe-

quen

as (

1 an

o e

7 m

eses

a 3

ano

s e 11

m

eses

)

(EI0

2CG0

5) D

esen

volv

er p

rogr

essiv

amen

te a

s hab

ilida

des m

anua

is, a

dqui

rindo

con

trol

e pa

ra d

esen

har,

pint

ar,

rasg

ar, f

olhe

ar, e

ntre

outr

os.

(EI0

2CG0

1) Ap

ropr

iar-

se d

e ges

tos e

mov

imen

tos d

e sua

cultu

ra n

o cui

dado

de s

i e n

os jo

gos e

brin

cade

iras.

(EI0

2CG0

2) D

eslo

car s

eu co

rpo n

o esp

aço,

orie

ntan

do-s

e por

noç

ões c

omo e

m fr

ente

, atr

ás, n

o alto

, em

baix

o, de

n-tr

o, fo

ra et

c., ao

se en

volv

er em

brin

cade

iras e

ativ

idad

es d

e dife

rent

es n

atur

ezas

.

(EI0

2CG0

3) E

xplo

rar f

orm

as d

e de

sloca

men

to n

o es

paço

(pul

ar, s

alta

r, da

nçar

), co

mbi

nand

o m

ovim

ento

s e se

-gu

indo

orie

ntaç

ões.

(EI0

2CG0

4) D

emon

stra

r pro

gres

siva i

ndep

endê

ncia

no c

uida

do d

o seu

corp

o.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

32

Cria

nças

peq

uena

s (4

anos

a 5 a

nos e

11

mes

es)

(EI0

3CG0

1) Cr

iar c

om o

corp

o for

mas

dive

rsifi

cada

s de e

xpre

ssão

de se

ntim

ento

s, se

nsaç

ões e

emoç

ões,

tant

o nas

sit

uaçõ

es d

o cot

idia

no qu

anto

em b

rinca

deira

s, da

nça,

teat

ro, m

úsic

a.

(EI0

3CG0

2) D

emon

stra

r con

trol

e e ad

equa

ção

do u

so d

e seu

corp

o em

brin

cade

iras e

jogo

s, es

cuta

e re

cont

o de

hi

stór

ias,

ativ

idad

es ar

tístic

as, e

ntre

outr

as p

ossib

ilida

des.

(EI0

3CG0

4) A

dota

r háb

itos d

e aut

ocui

dado

rela

cion

ados

a hi

gien

e, al

imen

taçã

o, co

nfor

to e

apar

ênci

a.

(EI0

3CG0

3) C

riar m

ovim

ento

s, ge

stos

, olh

ares

e m

ímic

as em

brin

cade

iras,

jogo

s e at

ivid

ades

artís

ticas

co

mo d

ança

, tea

tro e

mús

ica.

(EI0

3CG0

5) C

oord

enar

suas

hab

ilida

des m

anua

is no

aten

dim

ento

adeq

uado

a se

us in

tere

sses

e ne

ces-

sidad

es em

situ

açõe

s div

ersa

s.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

33

Faix

as E

tári

asOb

jetiv

os d

e apr

endi

zage

m e

dese

nvol

vim

ento

Cam

po d

e exp

eriê

ncia

s: ES

CUTA

, FAL

A, P

ENSA

MEN

TO E

IMAG

INAÇ

ÃO

Bebê

s (ze

ro a

1 ano

e 6 m

eses

)

(EI0

1EF0

1) Re

conh

ecer

quan

do é

cham

ado p

or se

u no

me e

reco

nhec

er os

nom

es d

e pes

soas

com

quem

co

nviv

e.(E

I01E

F02)

Dem

onst

rar i

nter

esse

ao ou

vir a

leitu

ra d

e poe

mas

e a a

pres

enta

ção d

e mús

icas

.

(EI0

1EF0

3) D

emon

stra

r int

eres

se ao

ouvi

r hist

ória

s lid

as ou

cont

adas

, obs

erva

ndo i

lust

raçõ

es e

os m

o-vi

men

tos d

e lei

tura

do a

dulto

-leito

r (m

odo d

e seg

urar

o po

rtad

or e

de vi

rar a

s pág

inas

).

(EI0

1EF0

4) R

econ

hece

r ele

men

tos d

as ilu

stra

ções

de hi

stór

ias,

apon

tand

o-os

, a pe

dido

do ad

ulto

-leito

r.

(EI0

1EF0

5) Im

itar a

s var

iaçõ

es d

e ent

onaç

ão e

gest

os re

aliz

ados

pel

os ad

ulto

s, ao

ler h

istór

ias e

ao ca

n-ta

r.(E

I01E

F06)

Com

unic

ar-s

e com

outr

as p

esso

as u

sand

o mov

imen

tos,

gest

os, b

albu

cios

, fal

a e ou

tras

for-

mas

de e

xpre

ssão

.(E

I01E

F07)

Conh

ecer

e m

anip

ular

mat

eria

is im

pres

sos e

audi

ovisu

ais e

m d

ifere

ntes

por

tado

res (

livro

, re

vist

a, gi

bi, jo

rnal

, car

taz,

CD, t

able

t etc

.).(E

I01E

F08)

Part

icip

ar de

situ

açõe

s de e

scut

a de t

exto

s em

dife

rent

es gê

nero

s tex

tuai

s (po

emas

, fáb

ulas

, co

ntos

, rec

eita

s, qu

adrin

hos,

anún

cios

etc.)

.(E

I01E

F09)

Con

hece

r e m

anip

ular

dife

rent

es in

stru

men

tos e

supo

rtes

de e

scrit

a.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

34

Cria

nças

bem

peq

uena

s (1

ano

e 7

mes

es a

3 a

nos

e 11

m

eses

)

(EI0

2EF0

1) Di

alog

ar c

om c

rianç

as e

adu

ltos,

expr

essa

ndo

seus

des

ejos

, nec

essid

ades

, sen

timen

tos

e op

iniõ

es.

(EI0

2EF0

2) Id

entifi

car e

cria

r dife

rent

es so

ns e

reco

nhec

er ri

mas

e a

liter

açõe

s em

cant

igas

de

roda

e

text

os p

oétic

os.

(EI0

2EF0

3) D

emon

stra

r int

eres

se e

aten

ção a

o ouv

ir a l

eitu

ra de

hist

ória

s e ou

tros

text

os, d

ifere

ncia

ndo

escr

ita d

e ilu

stra

ções

, e ac

ompa

nhan

do, c

om or

ient

ação

do a

dulto

-leito

r, a d

ireçã

o da l

eitu

ra (d

e cim

a pa

ra ba

ixo,

da e

sque

rda p

ara a

dire

ita).

(EI0

2EF0

5) R

elat

ar ex

periê

ncia

s e fa

tos a

cont

ecid

os, h

istór

ias o

uvid

as, fi

lmes

ou

peça

s tea

trai

s ass

is-tid

os et

c.(E

I02E

F04)

For

mul

ar e

resp

onde

r per

gunt

as so

bre

fato

s da

hist

ória

nar

rada

, ide

ntifi

cand

o ce

nário

s, pe

rson

agen

s e p

rinci

pais

acon

teci

men

tos.

(EI0

2EF0

6) C

riar e

cont

ar h

istór

ias o

ralm

ente

, com

base

em im

agen

s ou

tem

as su

gerid

os.

(EI0

2EF0

8) M

anip

ular

text

os e

par

ticip

ar d

e sit

uaçõ

es d

e es

cuta

par

a am

plia

r seu

con

tato

com

dife

-re

ntes

gêne

ros t

extu

ais (

parle

ndas

, hist

ória

s de a

vent

ura,

tirin

has,

cart

azes

de sa

la, c

ardá

pios

, not

ícia

s et

c.).

(EI0

2EF0

7) M

anus

ear d

ifere

ntes

por

tado

res t

extu

ais,

dem

onst

rand

o rec

onhe

cer s

eus u

sos s

ocia

is.

(EI0

2EF0

9) M

anus

ear d

ifere

ntes

inst

rum

ento

s e su

port

es d

e esc

rita p

ara d

esen

har,

traç

ar le

tras

e ou

-tr

os si

nais

gráfi

cos.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

35

Faix

as E

tári

asOb

jetiv

os d

e apr

endi

zage

m e

dese

nvol

vim

ento

Cria

nças

peq

uena

s (4

ano

s a 5

anos

e 11

mes

es)

(EI0

3EF0

1) Ex

pres

sar i

deia

s, de

sejo

s e se

ntim

ento

s sob

re su

as v

ivên

cias

, por

mei

o da

ling

uage

m o

ral e

es

crita

(esc

rita e

spon

tâne

a), d

e fot

os, d

esen

hos e

outr

as fo

rmas

de e

xpre

ssão

.

(EI0

3EF0

2) In

vent

ar b

rinca

deira

s can

tada

s, po

emas

e ca

nçõe

s, cr

iand

o rim

as, a

liter

açõe

s e ri

tmos

.

(EI0

3EF0

3) E

scol

her e

folh

ear l

ivro

s, pr

ocur

ando

orie

ntar

-se p

or te

mas

e ilu

stra

ções

e te

ntan

do id

entifi

-ca

r pal

avra

s con

heci

das.

(EI0

3EF0

4) R

econ

tar h

istór

ias o

uvid

as e

plan

ejar

cole

tivam

ente

rote

iros d

e víd

eos e

de en

cena

ções

, defi

-ni

ndo o

s con

text

os, o

s per

sona

gens

, a es

trut

ura d

a hist

ória

.

(EI0

3EF0

5) R

econ

tar h

istór

ias o

uvid

as pa

ra pr

oduç

ão de

reco

nto e

scrit

o, te

ndo o

prof

esso

r com

o esc

riba.

(EI0

3EF0

6) P

rodu

zir s

uas p

rópr

ias h

istór

ias o

rais

e esc

ritas

(esc

rita e

spon

tâne

a), e

m si

tuaç

ões c

om fu

n-çã

o soc

ial s

igni

ficat

iva.

(EI0

3EF0

7) Le

vant

ar h

ipót

eses

sobr

e gên

eros

text

uais

veic

ulad

os em

por

tado

res c

onhe

cido

s, re

corr

endo

a e

stra

tégi

as d

e obs

erva

ção g

ráfic

a e/o

u de

leitu

ra.

(EI0

3EF0

8) S

elec

iona

r liv

ros e

text

os d

e gê

nero

s con

heci

dos p

ara

a le

itura

de

um a

dulto

e/o

u pa

ra su

a pr

ópria

leitu

ra (p

artin

do d

e seu

repe

rtór

io so

bre e

sses

text

os, c

omo

a re

cupe

raçã

o pe

la m

emór

ia, p

ela

leitu

ra d

as il

ustr

açõe

s etc

.).(E

I03E

F09)

Lev

anta

r hip

ótes

es em

rela

ção à

ling

uage

m es

crita

, rea

lizan

do re

gist

ros d

e pal

avra

s e te

xtos

, po

r mei

o de e

scrit

a esp

ontâ

nea.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

36

Faix

as E

tári

asOb

jetiv

os d

e apr

endi

zage

m e

dese

nvol

vim

ento

Cam

po d

e exp

eriê

ncia

s: ES

PAÇO

S, T

EMPO

S, Q

UANT

IDAD

ES, R

ELAÇ

ÕES E

TRA

NSFO

RMAÇ

ÕES

Bebê

s (z

ero

a 1

ano e

6 m

eses

)

(EI0

1ET0

1) Ex

plor

ar e

desc

obrir

as p

ropr

ieda

des d

e obj

etos

e m

ater

iais

(odo

r, co

r, sa

bor,

tem

pera

tura

).(E

I01E

T02)

Exp

lora

r rel

açõe

s de c

ausa

e ef

eito

(tra

nsbo

rdar

, tin

gir,

mist

urar

, mov

er e

rem

over

etc.)

na i

nter

ação

com

o m

undo

físic

o.(E

I01E

T03)

Exp

lora

r o am

bien

te p

ela a

ção e

obse

rvaç

ão, m

anip

ulan

do, e

xper

imen

tand

o e fa

zend

o des

cobe

rtas

.(E

I01E

T04)

Man

ipul

ar, e

xper

imen

tar,

arru

mar

e ex

plor

ar o

espa

ço p

or m

eio d

e exp

eriê

ncia

s de d

eslo

cam

ento

s de s

i e d

os ob

jeto

s.(E

I01E

T05)

Man

ipul

ar m

ater

iais

dive

rsos

e va

riado

s par

a com

para

r as d

ifere

nças

e se

mel

hanç

as en

tre e

les.

(EI0

1ET0

6) V

iven

ciar

dife

rent

es ri

tmos

, vel

ocid

ades

e flu

xos n

as in

tera

ções

e br

inca

deira

s (em

dan

ças,

bala

nços

, es-

corr

egad

ores

etc.)

.

Cria

nças

bem

pe-

quen

as (1

ano

e 7

m

eses

a 3

ano

s e

11 m

eses

)

(EI0

2ET0

1) Ex

plor

ar e

desc

reve

r sem

elha

nças

e di

fere

nças

entr

e as c

arac

terís

ticas

e pr

oprie

dade

s dos

obje

tos (

tex-

tura

, mas

sa, t

aman

ho).

(EI0

2ET0

2) O

bser

var,

rela

tar e

des

crev

er in

cide

ntes

do c

otid

iano

e fe

nôm

enos

nat

urai

s (lu

z sol

ar, v

ento

, chu

va et

c.).

(EI0

2ET0

3) C

ompa

rtilh

ar, c

om ou

tras

cria

nças

, situ

açõe

s de c

uida

do de

pla

ntas

e an

imai

s nos

espa

ços d

a ins

titui

ção

e for

a del

a.(E

I02E

T04)

Iden

tifica

r rel

açõe

s esp

acia

is (d

entr

o e fo

ra, e

m ci

ma,

emba

ixo,

acim

a, ab

aixo

, ent

re e

do la

do) e

tem

po-

rais

(ant

es, d

uran

te e

depo

is).

(EI0

2ET0

5) C

lass

ifica

r obj

etos

, con

sider

ando

det

erm

inad

o atr

ibut

o (ta

man

ho, p

eso,

cor,

form

a etc

.).(E

I02E

T06)

Util

izar

conc

eito

s bás

icos

de t

empo

(ago

ra, a

ntes

, dur

ante

, dep

ois,

onte

m, h

oje,

aman

hã, l

ento

, ráp

ido,

de

pres

sa, d

evag

ar).

(EI0

2ET0

7) Co

ntar

oral

men

te ob

jeto

s, pe

ssoa

s, liv

ros e

tc., e

m co

ntex

tos d

iver

sos.

(EI0

2ET0

8) R

egist

rar c

om n

úmer

os a

quan

tidad

e de c

rianç

as (m

enin

as e

men

inos

, pre

sent

es e

ause

ntes

) e a

quan

ti-da

de d

e obj

etos

da m

esm

a nat

urez

a (bo

neca

s, bo

las,

livro

s etc

.).

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

37

Cria

nças

pe

que-

nas

(4 a

nos

a 5

anos

e 11

mes

es)

(EI0

3ET0

1) Es

tabe

lece

r rel

açõe

s de c

ompa

raçã

o ent

re ob

jeto

s, ob

serv

ando

suas

pro

prie

dade

s.

(EI0

3ET0

2) O

bser

var e

desc

reve

r mud

ança

s em

dife

rent

es m

ater

iais,

resu

ltant

es de

açõe

s sob

re el

es, e

m ex

perim

en-

tos e

nvol

vend

o fen

ômen

os n

atur

ais e

artifi

ciai

s.(E

I03E

T03)

Iden

tifica

r e se

leci

onar

font

es de

info

rmaç

ões,

para

resp

onde

r a qu

estõ

es so

bre a

nat

urez

a, se

us fe

nôm

e-no

s, su

a con

serv

ação

.(E

I03E

T04)

Reg

istra

r obs

erva

ções

, man

ipul

açõe

s e m

edid

as, u

sand

o múl

tipla

s lin

guag

ens (

dese

nho,

regi

stro

por

nú-

mer

os ou

escr

ita es

pont

ânea

), em

dife

rent

es su

port

es.

(EI0

3ET0

5) C

lass

ifica

r obj

etos

e fig

uras

de a

cord

o com

suas

sem

elha

nças

e di

fere

nças

.(E

I03E

T06)

Rel

atar

fato

s im

port

ante

s sob

re se

u na

scim

ento

e de

senv

olvi

men

to, a

hist

ória

dos

seus

fam

iliar

es e

da

sua c

omun

idad

e.(E

I03E

T07)

Rela

cion

ar n

úmer

os às

suas

resp

ectiv

as qu

antid

ades

e id

entifi

car o

ante

s, o d

epoi

s e o

entr

e em

um

a se-

quên

cia.

(EI0

3ET0

8) E

xpre

ssar

med

idas

(pes

o, al

tura

etc.)

, con

stru

indo

gráfi

cos b

ásic

os.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

38

Faix

as E

tári

asOb

jetiv

os d

e apr

endi

zage

m e

dese

nvol

vim

ento

Cam

po d

e exp

eriê

ncia

s: O

EU, O

OUT

RO E

O N

ÓS

Bebê

s (z

ero

a 1

ano e

6 m

eses

)

(EI0

1EO0

1) Pe

rceb

er qu

e sua

s açõ

es tê

m ef

eito

s nas

outr

as cr

ianç

as e

nos a

dulto

s.(E

I01E

O02)

Per

cebe

r as p

ossib

ilida

des e

os li

mite

s de s

eu co

rpo n

as b

rinca

deira

s e in

tera

ções

das

quai

s par

ticip

a.(E

I01E

O03)

Inte

ragi

r com

cria

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da m

esm

a fai

xa et

ária

e ad

ulto

s ao e

xplo

rar e

spaç

os, m

ater

iais,

obje

tos,

brin

que-

dos.

(EI0

1EO0

4) C

omun

icar

nec

essid

ades

, des

ejos

e em

oçõe

s, ut

iliza

ndo g

esto

s, ba

lbuc

ios,

pala

vras

.(E

I01E

O05)

Rec

onhe

cer s

eu co

rpo e

expr

essa

r sua

s sen

saçõ

es em

mom

ento

s de a

limen

taçã

o, h

igie

ne, b

rinca

deira

e de

scan

so.

(EI0

1EO0

6) In

tera

gir c

om ou

tras

cria

nças

da m

esm

a fai

xa et

ária

e ad

ulto

s, ad

apta

ndo-

se ao

conv

ívio

soci

al.

Cria

nças

be

m

pequ

enas

(1 a

no

e 7

mes

es a

3

anos

e 11

mes

es)

(EI0

2EO0

1) De

mon

stra

r atit

udes

de c

uida

do e

solid

arie

dade

na i

nter

ação

com

cria

nças

e ad

ulto

s.(E

I02E

O02)

Dem

onst

rar i

mag

em po

sitiv

a de s

i e co

nfian

ça em

sua c

apac

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e par

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rent

ar di

ficul

dade

s e de

safio

s.(E

I02E

O03)

Com

part

ilhar

os ob

jeto

s e os

espa

ços c

om cr

ianç

as d

a mes

ma f

aixa

etár

ia e

adul

tos.

(EI0

2EO0

4) C

omun

icar

-se c

om os

cole

gas e

os ad

ulto

s, bu

scan

do co

mpr

eend

ê-lo

s e fa

zend

o-se

com

pree

nder

.(E

I02E

O05)

Per

cebe

r que

as p

esso

as tê

m ca

ract

eríst

icas

físic

as d

ifere

ntes

, res

peita

ndo e

ssas

dife

renç

as.

(EI0

2EO0

6) R

espe

itar r

egra

s bás

icas

de c

onví

vio s

ocia

l nas

inte

raçõ

es e

brin

cade

iras.

(EI0

2EO0

7) Re

solv

er co

nflito

s nas

inte

raçõ

es e

brin

cade

iras,

com

a or

ient

ação

de u

m ad

ulto

.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

39

Cria

nças

peq

ue-

nas

(4 a

nos

a 5

anos

e 11

mes

es)

(EI0

3EO0

1) De

mon

stra

r em

patia

pelo

s out

ros,

perc

eben

do qu

e as p

esso

as tê

m di

fere

ntes

sent

imen

tos,

nece

ssid

ades

e m

anei

ras d

e pen

sar e

agir.

(EI0

3EO0

2) A

gir d

e m

anei

ra in

depe

nden

te, c

om co

nfian

ça e

m su

as ca

paci

dade

s, re

conh

ecen

do su

as co

nqui

stas

e

limita

ções

.

(EI0

3EO0

3) A

mpl

iar a

s rel

açõe

s int

erpe

ssoa

is, d

esen

volv

endo

atitu

des d

e par

ticip

ação

e co

oper

ação

.

(EI0

3EO0

4) C

omun

icar

suas

idei

as e

sent

imen

tos a

pes

soas

e gr

upos

div

erso

s.(E

I03E

O05)

Dem

onst

rar v

alor

izaç

ão da

s car

acte

rístic

as de

seu c

orpo

e re

spei

tar a

s car

acte

rístic

as do

s out

ros (

cria

n-ça

s e ad

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s) co

m os

quai

s con

vive

.(E

I03E

O06)

Man

ifest

ar in

tere

sse e

resp

eito

por

dife

rent

es cu

ltura

s e m

odos

de v

ida.

(EI0

3EO0

7) Us

ar es

trat

égia

s pau

tada

s no r

espe

ito m

útuo

par

a lid

ar co

m co

nflito

s nas

inte

raçõ

es co

m cr

ianç

as ad

ul-

tos.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

40

Faix

as

Etár

ias

Obje

tivos

de a

pren

diza

gem

e de

senv

olvi

men

to

Cam

po d

e exp

eriê

ncia

s: TR

AÇOS

, SON

S, C

ORES

E FO

RMAS

Bebê

s (z

ero

a 1

ano e

6 m

eses

)

(EI0

1TS0

1) Ex

plor

ar so

ns p

rodu

zido

s com

o pr

óprio

corp

o e co

m ob

jeto

s do a

mbi

ente

.(E

I01T

S02)

Tra

çar m

arca

s grá

ficas

, em

dife

rent

es su

port

es, u

sand

o ins

trum

ento

s risc

ante

s e ti

ntas

.(E

I01T

S03)

Exp

lora

r dife

rent

es fo

ntes

sono

ras e

mat

eria

is pa

ra a

com

panh

ar b

rinca

deira

s can

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s, ca

nçõe

s, m

úsic

as e

mel

odia

s.

Cria

nças

bem

pe-

quen

as (1

ano

e 7

m

eses

a 3

ano

s e

11 m

eses

)

(EI0

2TS0

1) Cr

iar s

ons c

om m

ater

iais,

obje

tos e

inst

rum

ento

s mus

icai

s, pa

ra ac

ompa

nhar

dive

rsos

rit-

mos

de m

úsic

a.

(EI0

2TS0

2) U

tiliz

ar m

ater

iais

varia

dos c

om po

ssib

ilida

des d

e man

ipul

ação

(arg

ila, m

assa

de m

odel

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expl

oran

do co

res,

text

uras

, sup

erfíc

ies,

plan

os, f

orm

as e

volu

mes

ao cr

iar o

bjet

os tr

idim

ensio

nais.

(EI0

2TS0

3) U

tiliz

ar di

fere

ntes

font

es so

nora

s disp

oníve

is no

ambi

ente

em br

inca

deira

s can

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s, ca

n-çõ

es, m

úsic

as e

mel

odia

s.

Cria

nças

peq

ue-

nas

(4 a

nos

a 5

anos

e 11

mes

es)

(EI0

3TS0

1) Ut

iliza

r son

s pro

duzi

dos p

or m

ater

iais,

obje

tos e

inst

rum

ento

s mus

icai

s dur

ante

brin

ca-

deira

s de f

az d

e con

ta, e

ncen

açõe

s, cr

iaçõ

es m

usic

ais,

fest

as.

(EI0

3TS0

2) E

xpre

ssar

-se

livre

men

te p

or m

eio

de d

esen

ho, p

intu

ra, c

olag

em, d

obra

dura

e e

scul

tura

, cr

iand

o pro

duçõ

es b

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ensio

nais

e trid

imen

siona

is.(E

I03T

S03)

Rec

onhe

cer a

s qua

lidad

es do

som

(int

ensid

ade,

dura

ção,

altu

ra e

timbr

e), u

tiliz

ando

-as e

m

suas

pro

duçõ

es so

nora

s e ao

ouvi

r mús

icas

e so

ns.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

41

5A TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA

O ENSINO FUNDAMENTAL

A Lei nº 11.274 de 06 de fevereiro de 2006, que estabelece o Ensino Fundamental de nove anos, reduziu para seis anos a idade de in-

gresso nesta etapa de educação. No entanto, a matrícula das crianças não pode constituir uma medida meramente administrativa, visto que ao receber essas crianças a escola precisa garantir espaço para o desenvolvimento pleno da in-fância. Para isso, é preciso atenção ao processo de desenvol-vimento e aprendizagem das crianças, o que implica conhe-cimento e respeito às suas características etárias, sociais, psicológicas, e cognitivas.

A Educação Infantil e o Ensino Fundamental são eta-pas de educação específicas que envolvem diferentes conhe-cimentos, saberes, valores e cuidados. Nas referidas etapas as crianças devem ser vistas como protagonistas, como sujei-tos históricos e de direitos. Como afirma FERNANDES (2012), “assim como na Educação Infantil, no Ensino Fundamental também é esperado que as Propostas Pedagógicas valorizem o movimento, que as aulas levem em conta os saberes prévios

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

42

dos pequenos e os contextos social e cultural em que eles es-tão inseridos”.

As formas de organização da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, e neste último em suas etapas, anos iniciais e anos finais, se dão de forma bastante distinta, cada uma com suas especificidades relativas ao espaço, ao tempo, aos objetos de conhecimento e às formas de abor-dá-los. Nesse sentido, faz-se necessário, por parte dos edu-cadores, instituir processos de transição entre cada uma dessas etapas.

As DCNEI (BRASIL, 2009) apontam a necessidade das instituições de ensino assegurarem que essa transição ocor-ra de forma a dar continuidade aos processos de aprendiza-gem e de desenvolvimento. Para tanto, deve-se prever desde o Projeto Político Pedagógico (PPP) das instituições, algumas formas de articulação entre os docentes da Educação Infan-til e do Ensino Fundamental (encontros, visitas, reuniões) e providenciar instrumentos de registro – portfólios de tur-mas, relatórios de avaliação do trabalho pedagógico, docu-mentação da frequência e das realizações alcançadas pelas crianças – que permitam aos docentes do Ensino Fundamen-tal conhecer as formas de desenvolvimento e aprendizagem vivenciados na Educação Infantil, em especial na pré-escola, de modo que possibilite às crianças a continuidade de seus processos peculiares de desenvolvimento e a concretização de seu direito à educação. (CEARÁ, 2011, p.130)

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

43

As formas de organização da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, e neste último em suas etapas, anos iniciais e anos finais, se dão de forma bastante distinta, cada uma com suas especificidades relativas ao espaço, ao tempo, aos objetos de conhecimento e às formas de abordá-los. Nes-se sentido, faz-se necessário, por parte dos educadores, um olhar atento para a continuidade dos processos e transição entre ambas etapas.

Na transição da Educação Infantil para o primeiro ano do ensino fundamental, as crianças necessitam de um am-biente escolar que reconheça cada indivíduo em suas múl-tiplas dimensões. Assim, orienta-se que tanto na primeira quanto último as propostas pedagógicas valorizem a educa-ção pelo movimento, que sejam levados em conta o saberes prévios das crianças e o contexto social que vivem.

Conforme já apresentado, a Educação Infantil na BNCC estabelece os Campos de Experiências como referên-cia para a organização do trabalho pedagógico e, cada cam-po, disponibiliza os objetivos de aprendizagem e desenvolvi-mento para cada faixa etária. Os campos de experiências são permeados por todas as áreas de conhecimento relacionadas entre si, pelas múltiplas linguagens e pela aprendizagem das práticas sociais e culturais.

No Ensino Fundamental, a partir do primeiro ano, a BNCC oferece às áreas de conhecimentos, compostas por componentes curriculares, como bem se apresenta neste do-

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

44

cumento. As quatro áreas do conhecimentos possuem suas competências específicas, essas especificidades aumentam a medida que se distribuem em componentes curriculares.

Com vistas a favorecer o processo de transição, a sis-tematização da aprendizagem da criança no seu ingresso ao ensino fundamental, nos dois primeiros anos, o ensino dar--se-á por áreas do conhecimento: linguagens, matemática; ciências da natureza e ciências humanas, sem descuidar do desenvolvimento de todas as habilidades estabelecidas pela BNCC e por esta BCM.

Tanto na Educação Infantil como no Ensino Funda-mental as crianças precisam ter oportunidades para brincar, criar e aprender, visto que a Educação Infantil não se estabe-lece como uma etapa de prontidão para o Ensino Fundamen-tal, mas que tem como finalidade a organização do tempo, espaços, materiais e relações com situações que possibilitem às crianças a construção da sua identidade e autonomia, a in-teração com as múltiplas linguagens, a natureza e a cultura.

Na transição da Educação Infantil para o Ensino Funda-mental se faz necessário estabelecer estratégias de acolhimen-to e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes, garantindo a integração e a continuidade dos processos de aprendizagens das crianças. Para tanto, considerando os di-reitos e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento apre-senta-se no quadro a seguir, a síntese das aprendizagens espe-radas em cada campo de experiências (BNCC, BRASIL, 2017).

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú — E D U C A Ç Ã O I N F A N T I L

45

SÍN

TESE

DAS

APR

ENDI

ZAGE

NS D

A E

DU

CAÇÃ

O IN

FAN

TIL

O eu

, o o

utr

o e

o n

ós

•R

espe

itar

e ex

pres

sar

sent

imen

tos e

em

oçõe

s.•

Atua

r em

gru

po e

dem

onst

rar

inte

ress

e em

con

stru

ir n

ovas

rel

açõe

s, re

spei

tand

o a

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r-si

dade

e so

lidar

izan

do-s

e com

os

outr

os.

•C

onhe

cer

e re

spei

tar

regr

as d

e co

nvív

io so

cial

, man

ifest

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res

peit

o pe

lo o

utro

.

Cor

po, g

esto

s e

mov

imen

tos

•R

econ

hec

er a

imp

ortâ

ncia

de

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s e s

itua

ções

do

coti

dia

no q

ue

cont

rib

uem

par

a o

cui-

dad

o d

e su

a sa

úd

e e

a m

anu

ten

ção

de

ambi

ente

s sa

udáv

eis.

•A

pres

enta

r au

tono

mia

nas

prá

tica

s d

e hi

gien

e, a

limen

taçã

o, v

esti

r-se

e n

o cu

idad

o co

m

seu

bem

-est

ar, v

alor

izan

do

o pr

ópri

o co

rpo.

•U

tiliz

ar o

cor

po i

nten

cion

alm

ente

(com

cri

ativ

idad

e, c

ontr

ole

e ad

equa

ção)

com

o in

stru

-m

ento

de

inte

raçã

o co

m o

out

ro e

com

o m

eio.

•C

oord

enar

sua

s ha

bilid

ades

man

uais

.

Traç

os, s

ons,

co

res e

form

as

•D

iscr

imin

ar o

s di

fere

ntes

tip

os d

e so

ns

e ri

tmos

e i

nter

agir

com

a m

úsic

a, p

erce

ben

do-a

co

mo

form

a de

expr

essã

o in

divi

dual

e c

olet

iva.

•Ex

pres

sar-

se p

or m

eio

das

arte

s vi

suai

s, ut

iliza

ndo

dife

ren

tes

mat

eria

is.

•R

elac

iona

r-se

com

o o

utro

em

preg

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ges

tos,

pal

avra

s, b

rinc

adei

ras,

jogo

s, im

itaç

ões,

ob-

serv

açõe

s e

expr

essã

o co

rpor

al.

Esc

uta,

fala

, p

ensa

men

toe

imag

inaç

ão

•Ex

pres

sar

idei

as, d

esej

os e

sen

tim

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6DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (DCNEI)

Considerando a importância das DCNEI (BRA-SIL, 2009) para a efetivação do currículo da educação infantil, põe-se aqui o disposto no

art. 9º da referida resolução, na perspectiva de que o ali dis-posto esteja permanentemente referenciando a prática pe-dagógica dos profissionais envolvidos.

Art. 9º – As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as intera-ções e a brincadeira, garantindo experiências que: I – promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibi-litem movimentação ampla, expressão da indi-vidualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; II – favoreçam a imersão das crian-ças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical; III – possibilitem às crianças experi-ências de narrativas, de apreciação e interação

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com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos; IV – recriem, em contextos significa-tivos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço tempo-rais; V – ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e cole-tivas; VI – possibilitem situações de aprendiza-gem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, au-to-organização, saúde e bem-estar; VII – possi-bilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e reconhecimento da diversidade; VIII – incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indaga-ção e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza; IX – promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura; X – promovam a interação, o cuidado, a preser-vação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais; XI – propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições cultu-rais brasileiras; XII – possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, má-quinas fotográficas, e outros recursos tecnoló-gicos e midiáticos (BRASIL, 2009).

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7O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE, DA LEITURA E DA ESCRITA NO CONTEXTO DA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Nas interações sociais, a criança se apropria das práticas de sua cultura ao estabelecer relações com as pessoas, reproduzir ações,

se comunicar e vivenciar experiências pertencentes ao meio em que convive. As crianças são sujeitos ativos dessas ações, visto que elas reagem e recriam os elementos que lhes são ofertados cotidianamente.

Segundo Vygotsky (1993, 2000), a linguagem é um dos instrumentos elementares criados pelo homem cujas fun-ções são comunicar, possibilitando a interação e o inter-câmbio social, construir os conceitos e os significados das palavras e organizar as formas de pensamento por meio de processos de representação.

A linguagem ocupa um lugar muito importante na vida das crianças desde cedo, visto que por meio da oralidade, elas participam de diversificadas situações de interação so-cial, que possibilitam variadas aprendizagens sobre a vida em sociedade. Conforme disposto nas Diretrizes Curricu-

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lares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (Parecer CNE/CEB Nº 20/2009):

(...) a aquisição da linguagem oral depende das possibilidades das crianças observarem e participarem cotidianamente de situações comunicativas diversas onde podem conver-sar, ouvir histórias, narrar, contar um fato, brincar com palavras, refletir e expressar seus próprios pontos de vista, diferenciar conceitos, ver interconexões e descobrir no-vos caminhos de entender o mundo (BRASIL, 2009, p. 15)

As práticas de oralidade, leitura e a escrita configu-ram-se como bens culturais e sociais sendo esse acesso um direito de todos. Neste sentido, é papel da Educação Infantil contemplar no currículo, situações que promovam a inser-ção das crianças na cultura letrada considerando a curiosi-dade, a necessidade e o interesse delas na construção desse conhecimento. Assim como na afirmação de Ferreiro (1993, p. 39):

[...] Não é obrigatório dar aulas de alfabetiza-ção na pré-escola, porém é possível dar múl-tiplas oportunidades para ver a professora ler e escrever; para explorar semelhanças e diferenças entre textos escritos; para explorar o espaço gráfico e distinguir entre desenho e escrita; para perguntar e ser respondido; para

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tentar copiar ou construir uma escrita; para manifestar sua curiosidade em compreender essas marcas estranhas que os adultos põem nos mais diversos objetos.

Desta maneira, o processo de apropriação da oralida-de, da leitura e da escrita pela criança, se faz por meio das experiências que ela vivencia, dentro e fora da escola, visto que muitas vezes mesmo sem ainda saber pronunciar corre-tamente as palavras, ler e escrever de acordo com a norma culta, ela já convive com as diferentes formas de expressão da linguagem e se comunica com o mundo por meio das brin-cadeiras, das canções, das imagens, das histórias e das práti-cas culturais em geral.

Na Educação Infantil essas práticas se tornam mais evidentes, pois fazem parte do currículo e seguem uma in-tencionalidade pedagógica. Assim, por meio de práticas pedagógicas planejadas e mediadas pela professora e pelo professor, envolvendo situações que promovam o contato das crianças com diferentes situações de fala, de leituras e escritas pelo professor, de manuseio de livros, produção de narrativas, podem contribuir para o processo de compreen-são e fruição da linguagem pelas crianças.

Conforme estipulado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (Resolução 05/2009, CNE/CEB) em seu art. 9º, “as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil

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devem ter como eixos norteadores as interações e a brinca-deira”, garantindo variadas experiências (dispostas nos doze incisos) que contribuam para a consolidação dos objetivos na Educação Infantil. (BRASIL, 2009)

Especificamente no que se refere ao trabalho com a cultura letrada, o referido documento explicita nos incisos I, II, III e IX (Art. 9º) as situações que podem promover as ex-periências das crianças com as práticas de oralidade, leitura e escrita:

I – Promovam o conhecimento de si e do mun-do por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possi-bilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e de-sejos da criança; II – Favoreçam a imersão das crianças nas di-ferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de ex-pressão gestual, verbal, plástica, dramática e musical;III – Possibilitem as crianças experiências de narrativas, de apreciação, de interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com dife-rentes suportes e gêneros textuais e escritos;IX – Promovam relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fo-tografia, dança, teatro, poesia e literatura (BRA-SIL, 2009. p.25).

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A Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017) reafirma as interações e a brincadeira como eixos es-truturantes das práticas pedagógicas da Educação Infantil e garante em seu escopo seis direitos de aprendizagem e de-senvolvimento: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se, como condição necessária para que as crianças desempenhem um papel ativo na construção de significados sobre si, sobre os outros e sobre o mundo fí-sico e social.

Para tanto, na Educação Infantil, as práticas pedagógi-cas com a linguagem oral e escrita não podem decididamen-te se configurar como uma prática mecânica desprovida de sentido e centrada apenas na decodificação do escrito. Nesse trabalho deve-se articular os saberes e as experiências das crianças aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, social, artístico, científico e tecnológico.

Nesta perspectiva, o papel da instituição de educação infantil na promoção das situações que envolvam o desen-volvimento da linguagem oral e escrita deve levar em conta a intencionalidade das práticas, conhecimento sobre o cur-rículo para esta etapa, o papel do professor, a organização dos ambientes da instituição e o planejamento das ações docentes.

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7.1 A organização do ambiente como potencializador das práticas pedagógicas envolvendo a linguagem oral, leitura e escrita

A instituição de Educação Infantil é um espaço privi-legiado para o desenvolvimento de ações pedagógicas que devem promover um contexto de imersão das crianças nas práticas sociais de linguagem.

Para isso, durante todo o ano letivo faz-se necessário a disponibilidade de um ambiente que propicie às crianças viven-ciarem diversas situações envolvendo a cultura letrada, onde tenham a oportunidade de experimentar atos de leituras e es-critas, mesmo antes de compreenderem o sistema alfabético.

Quadro 1 – Propostas de ações a serem desenvolvidas na ins-tituição

Ações a serem desenvolvidas na instituição• Disponibilizar espaços e materiais para práticas de leitura (tendas

literárias, estantes, cestos, baú itinerante etc);• Expor produções escritas das crianças nas paredes da instituição;• Dispor materiais gráficos para uso das crianças;• Identificar os espaços da instituição com placas;• Expor o cardápio de forma acessível às crianças nos espaços destina-

dos à alimentação (escrita, desenhos, fotografias, gravuras etc.);• Viabilizar momentos coletivos de escuta das crianças acerca de suas

impressões e validações acerca das práticas realizadas na instituição (assembleias);

• Propiciar momentos de integração entre crianças de diferentes gru-pos e famílias para apresentações orais, como sarau literário, conta-ção e dramatização de histórias, musicais, dentre outros.

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A organização da sala de atividades é parte integrante da ação pedagógica e revela a concepção do professor sobre criança, infância e educação infantil.

Desse modo, a sala de atividades deverá ser organiza-da para possibilitar o desenvolvimento de experiências que envolvam as múltiplas linguagens, concomitantes ou dife-renciadas, que promovam a identidade pessoal das crianças quanto aos espaços e objetos, o desenvolvimento de suas competências (saber fazer com autonomia), a construção de diferentes aprendizagens, o contato social e sua privacidade.

A seguir, serão listadas algumas possibilidades para organização dos ambientes, no sentido de oportunizar as crianças sua inserção na cultura letrada.

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Quadro 2 – Propostas de ações para desenvolver na sala de atividades

Ações a serem desenvolvidas na sala de atividades• Organizar cantos diversificados de faz de conta, como: loja, escola,

consultório, hospital, biblioteca, programa de TV, dentre outros;

• Expor materiais gráficos produzidos com as crianças;

• Deixar exposta a lista com os nomes das crianças e das professoras;

• Possibilitar o acesso das crianças a diferentes gêneros textuais (rótu-los, propagandas, receitas, encartes etc.);

• Disponibilizar livros de literatura para as crianças, deixando-os acessíveis;

• Fazer coleções de materiais diversificados, partindo do interesse das crianças (tampinhas, figurinhas, adesivos etc.);

• Dispor as letras do alfabeto na sala fixadas na altura das crianças, bem como o uso das letras móveis em diferentes momentos da rotina.

O Papel do Professor Considerando que “a criança é feita de cem lingua-

gens” como bem assevera Malaguzzi (1999, p. 03), as situa-ções cotidianas propostas às crianças, envolvendo o uso da linguagem, não podem ser realizadas de forma mecânica, nem centrada apenas no código escrito. A apropriação das linguagens pelas crianças acontece por meio de suas expe-riências, a partir de situações que despertem a curiosidade e o interesse delas pelas variadas formas de expressão da lin-guagem.

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No processo de construção do conhecimento da orali-dade, da leitura e da escrita, o professor de Educação Infantil tem um papel fundamental. É o professor quem vai criar em sua sala, um ambiente de letramento promovendo atividades significativas de leitura e escrita, oportunizando o acesso da criança a este objeto de conhecimento.

Para tanto, “além das escritas infantis, é importante que o professor as complemente com informações recolhi-das em suas observações e conversas com as crianças”, am-pliando essas experiências com o uso de outros recursos como uso de gravuras, a produção do desenho, possibilitan-do que as crianças explorem os usos da leitura e da escrita por meio de suas próprias representações (OLIVEIRA, 2012, p. 263)

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Quadro 3 – Propostas de ações a serem planejadas pelo professor

Ações a serem planejadas pelo professor•Favorecer momentos em que as crianças possam falar, recontar e escutar; •Criar contextos significativos para que as conversas sejam interessantes e

enriquecedoras;•Realizar atividades que estimulem o desenvolvimento da atenção auditiva

(fazer silêncio para escutar sons ambientes, favorecer a escuta de rimas e identificação das semelhanças sonoras, falar baixinho, falar alto, propor que todos sussurrem, gritem, fiquem em silêncio);

•Ampliar o repertório de histórias do grupo, selecionando bons livros, dis-ponibilizando-os em espaços adequados à altura das crianças e, sempre que possível, lendo em voz alta bons textos para elas;

•Dar às crianças referências de narrativas e de expressão escrita da língua.•Garantir na rotina da turma situações em que as crianças e sua professora

leiam e escrevam, explorando as relações entre a utilização da linguagem es-crita com sua função social;

•Escrever na presença das crianças (professor como escriba), para serem ins-piração;

•Encorajar as crianças a criarem as próprias canções, poesias, rimas, histó-rias, adivinhas etc.;

•Conhecer bem as hipóteses das crianças acerca da escrita para que possa propor experiências mais desafiadoras;

•Possibilitar representações gráficas utilizando diferentes suportes e riscado-res (desenhos, escritas espontâneas, releituras);

•Construir coletivamente textos diversos;•Contar e explorar histórias, das mais diversas formas, chamando a atenção

das crianças para diferentes marcas gráficas que compõem as páginas dos livros, que são ilustrações e ou textos;

•Contemplar no planejamento diário experiências com desenhos, a fim de ampliar as referências gráficas das crianças e fazer avançar seus percursos criativos;

•Promover situações de escrita com jogos utilizando recursos tecnológicos e midiáticos;

•Propiciar situações para que as crianças possam reconhecer a escrita do seu próprio nome e compreender a sua função como identificadora de suas pro-duções e pertences;

•Realizar a antecipação dos textos (predição) do significado do texto a partir do título ou de outros indicadores (palavras conhecidas, desenhos etc.);

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•Desenvolver brincadeiras com o alfabeto móvel como: formação de palavras;•Diferenciar letras, números e desenhos;•Possibilitar diariamente a leitura e a escrita dos nomes das crianças com e

sem a ficha (modelo);•Produção de textos coletivos, nos quais as crianças ampliem seus conheci-

mentos sobre diversos tipos de textos, gêneros e modos próprios de expres-são, como por exemplo: receitas, músicas, bilhetes, convites, listas etc.;

•Realizar com as crianças jogos verbais, brincadeiras cantadas, canções tra-dicionais e ou de sua comunidade, oportunizando a verbalização de pala-vras, onomatopeia e frases para ampliação do vocabulário e do repertório musical;

•Propor brincadeiras de registrar letreiros, placas de carro, sinais de trânsi-to, propagandas dentre outras;

•Organizar situações de apreciação de pinturas, esculturas, danças e outras manifestações culturais;

•Gravar as falas, canções e histórias verbalizadas pelas crianças para poste-riormente possibilitar momentos de escuta;

•Estimular as crianças a darem recados/informações ou a seguir instruções simples em atividades diárias e brincadeiras dirigidas;

•Realizar avaliação processual que acompanhe a aprendizagem das crianças, com base em suas capacidades e habilidades, e não em suas limitações.

A mediação do professor deve considerar como pon-to de partida, as experiências que as crianças já têm com a língua escrita. Assim, investigar o que as crianças já sabem e quais as suas hipóteses sobre o mundo letrado é imprescindí-vel para a criação de situações que sejam desafiadoras e que permitam as crianças pensarem e ampliarem seus conheci-mentos sobre a linguagem escrita.

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Quadro 4 – O que as crianças podem aprender

O que as crianças podem aprender•Falar sobre suas impressões, vivências, recontar fatos, histórias e saber escu-

tar; •Desenvolver a atenção auditiva (fazer silêncio para escutar sons ambientes,

favorecer a escuta de rimas e identificar as semelhanças sonoras, falar baixi-nho, falar alto, propor que todos sussurrem, gritem, fiquem em silêncio);•Ampliar o repertório de histórias e desenvolver o comportamento leitor;•Participar de dramatizações que envolvam a reprodução de histórias conta-

das ou a representação de personagens de teatro de fantoche, de bonecos, ma-rionetes, sombras etc.;•Reconhecer os usos da linguagem oral e escrita;•Criar as próprias canções, poesias, rimas, histórias, adivinhas etc.;•Ampliar suas hipóteses de escrita;•Utilizar diferentes suportes e riscadores (desenhos, escritas espontâneas, re-

leituras);•Construir coletivamente textos diversos.•Usar as escritas das crianças como fonte de pesquisa e de avaliação;•Possibilitar a aproximação das crianças com as próprias escritas produzidas; •Manusear livros e identificar diferentes elementos que (páginas, ilustrações

e ou textos);•Ampliar suas referências gráficas através de desenhos;•Ampliar seu processo criador;•Familiarizar-se com a escrita por meio de recursos tecnológicos e midiáticos;•Reconhecer a escrita do seu próprio nome e compreender a sua função social;•Fazer antecipação de textos;•Utilizar o alfabeto móvel na formação de seus próprios nomes e palavras;•Diferenciar letras, números e desenhos;•Realizar a leitura e a escrita dos seus próprios nomes e escritas infantis;•Relacionar textos e imagem e antecipar sentidos na leitura de histórias;•Produzir textos coletivos; •Ampliar seus conhecimentos sobre diversos tipos de textos, gêneros e modos

próprios de expressão, como por exemplo: receitas, músicas, bilhetes, convi-tes, listas etc.;•Participar de jogos verbais, brincadeiras cantadas, canções tradicionais e ou

de sua comunidade, •Ampliar seu vocabulário e repertório musical;•Registrar letreiros, placas de carro, sinais de trânsito, propagandas dentre

outras.•Apreciar pinturas, esculturas, danças e outras manifestações culturais;•Dar recados/informações e seguir instruções simples em atividades diárias e

brincadeiras dirigidas.

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Cabe destacar que a avaliação dos processos de apren-dizagem e de desenvolvimento das crianças deve ser reali-zada cotidianamente, mediante observação e registros fei-tos pelo professor, no sentido de acompanhar as crianças em suas experiências e descobertas, reconhecendo e vali-dando suas conquistas, bem como de melhorar as práticas pedagógicas.

Conforme disposto no Artigo 31º da Lei 9394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (BRASIL, 1996), na Educação Infantil, a avaliação não deve ter caráter de sele-ção, promoção e/ou de classificação das crianças, nem ser tomada como critério de retenção na educação Infantil, ou mesmo de promoção para a etapa de ensino seguinte, como também é estipulado no Artigo 10º, Incisos de I a V, da Reso-lução 05/2009, CNE/CEB (BRASIL, 2009)

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8AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Na primeira etapa da Educação Básica, a ava-liação é composta por dois processos dis-tintos: avaliação na e da Educação Infantil.

O primeiro é realizado internamente pelos professores e tem um olhar direcionado para a aprendizagem e desen-volvimento da criança, servindo como instrumento para registro dos processos vivenciados cotidianamente pelas crianças, sem intuito de classificação, conforme o disposto no Art.31 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96):

Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: I – avaliação mediante acompanhamento e re-gistro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; V – expedição de documentação que permi-ta atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.

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No que se refere ao segundo, é realizado pela equipe educativa e comunidade escolar, tendo como finalidade a auto avaliação da instituição no que diz respeito à qualidade da educação ofertada, com base no documento Indicadores de Qualidade da Educação Infantil.

Neste documento, optou-se por apresentar os pro-cessos avaliativos na Educação Infantil, tomando por base os três princípios norteadores que os fundamentam (HOF-FMANN, 2012), os quais deverão subsidiar todo o ato de ava-liar nessa etapa da educação, tendo em vista que em todos os momentos eles deverão ser considerados. São estes os Princípios: da investigação docente, da provisoriedade e da complementariedade.

O Princípio de Investigação Docente recomenda fo-mentar uma postura de curiosidade sobre os processos usa-dos por cada criança na construção do conhecimento, pro-blematizando o espaço pedagógico, analisando suas reações, elaborando novos questionamentos, variando e ampliando os modos de observá-la.

O Princípio da Provisoriedade aconselha realizar ano-tações e registros frequentes sobre cada criança, no sentido de estar permanentemente atento e de não deixar para agir “depois” sobre o que observa, valorizando sempre as desco-bertas individuais e do grupo como um todo.

No que tange ao Princípio da Complementariedade, dúvidas e incertezas são naturais e fazem parte do proces-

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so. O ideal é complementar as observações, ficando por mais tempo com a criança sobre a qual se tem mais preocupação, repetindo os desafios, auxiliando-a por um tempo maior para nos aproximarmos de hipóteses mais verdadeiras.

Processo avaliativo na educação infantil: pontos de partida

Nesta seção estão relacionados alguns pressupostos a serem considerados pelos professores da educação infantil em sua prática pedagógica, contemplando os momentos de planejamento e de realização das aulas, incluindo processos avaliativos.

Pressupostos curriculares: Organização de situação de aprendizagem e/ou projetos pedagógicos adequados às possibilidades e aos interesses das crianças que oportunizem:

a) O conhecimento físico e lógico- matemático;b) Conhecimento espaço-temporal;c) O conhecimento social;d) O desenvolvimento da oralidade, do faz de conta e

da representação;e) O desenvolvimento motor;f) A aprendizagem de áreas temáticas (linguagem, li-

teratura, ciências sociais e da natureza, matemáti-ca, artes, etc.).

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Concepção de criança: criança como ser político e so-cial, sujeito do seu próprio desenvolvimento.

a) Autônoma (com capacidade e liberdade para resol-ver seus próprios conflitos e tomar decisões);

b) Crítica e criativa (observadora, questionadora, curiosa e inventiva);

c) Participativa (orientada no sentido da cooperação e reciprocidade).

Princípios metodológicos:

a) Observações frequentes e contínuas sobre as mani-festações de cada criança;

b) Ação mediadora, acompanhando a dinâmica do processo de construção do conhecimento;

c) Diálogo permanente e sistemático entre os profes-sores que lidam com a criança, seus pais e/ ou res-ponsáveis;

d) Análise reflexiva do processo de desenvolvimento individual da criança com anotações diárias;

e) Sínteses organizadoras e reflexivas por meio da elaboração de relatórios individuais;

f) Análise desses relatórios por todo o corpo docente, tendo em vista reflexões sobre o projeto político--pedagógico das instituições.

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Nessa perspectiva, a avaliação na educação infantil somente tem sentido se for para possibilitar que a criança atinja todas as suas potencialidades para o seu desenvol-vimento. Assim, ao avaliar sugere-se que o professor tenha um olhar atento para o coletivo, observando como o grupo se comportou diante das ações didáticas propostas, bem como cada criança individualmente se percebeu ao longo do pro-cesso. Além disso, deve-se considerar o uso dos espaços, dos materiais, como também os interesses pelos mesmos, procu-rando ter uma escuta sensível para contemplar seus anseios e desejos. Hoffmann (2012, p. 14-15) corrobora com este pen-samento ao afirmar que

não basta estar ao lado da criança, observan-do-a. Planejar atividades e práticas pedagó-gicas, redefinir posturas, reorganizar o am-biente de aprendizagem e outras ações, com base no que se observa, são procedimentos inerentes ao processo avaliativo. Sem a ação pedagógica, não se completa o ciclo da avalia-ção na sua concepção de continuidade de ação – reflexão – ação.

Essa concepção também está expressa na BNCC ao compreender a avaliação na Educação Infantil valendo-se dos Campos de Experiências, uma vez que estes incluem di-versos aspectos da vida escolar da criança, rompendo com a abordagem fragmentada e classificatória. Portanto, ao regis-

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trar o relatório de uma criança, é necessário ao professor en-fatizar as experiências vivenciadas e não os conhecimentos, por meio de questões como: quais foram os meus principais desafios e quais os desafios encarados pelas crianças? Quais narrativas importantes tornam visíveis as aprendizagens? Como traduzir as experiências em palavras? Dá para tradu-zir as emoções?

Ainda nessa perspectiva, Moro (2011, p. 37-38) ressalta várias possibilidades de oportunizar às crianças o conheci-mento e o entendimento de suas conquistas. Entretanto, o diálogo acerca de suas participações e produções, no senti-do de lhes dar “escuta”, permitir que elas tenham “voz” no cotidiano da educação infantil, é de extrema relevância. Propostas como relatórios, pareceres descritivos e portfó-lios têm sido boas alternativas para a documentação e o re-gistro do acompanhamento das aprendizagens, bem como do desenvolvimento das crianças. Permitem documentar as observações que fazemos e legitimam nossa tomada de de-cisão acerca das mudanças, quando necessárias. Ao mesmo tempo, constituem uma forma de escrever histórias, de criar memórias.

Nesses termos, o registro constitui parte do fazer edu-cativo. Não se restringe exclusivamente à avaliação, mas traz a esta subsídios fundamentais. Ao observar a criança, obser-va-se também o ambiente criado. Ao avaliá-la, o professor também avalia o processo e o contexto educativo.

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Com tais reflexões, espera-se que a ação pedagógica de avaliar seja de fato um momento para o professor cap-tar a singularidade de cada criança e contribuir para o seu desenvolvimento.