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E-BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS
Curso: Fisioterapia
Organizador(es):
Prof. Gabriela Rios Pereira
Prof. Ma Larissa Mariana Veloso de Oliveira
SUMÁRIO QUESTÃO Nº 09
Autor(a): SHEILA DE MEDEIROS BORGES
QUESTÃO Nº 10
Autor(a): PAULO FERNANDO LÔBO CORRÊA
QUESTÃO Nº 11
Autor(a): CEJANE OLIVEIRA MARTINS PRUDENTE
QUESTÃO Nº 12
Autor(a): ELIZABETH RODRIGUES
QUESTÃO Nº 13
Autor(a): ANULADA
QUESTÃO Nº 14
Autor(a): ANULADA
QUESTÃO Nº 15
Autor(a): LUCILIUS MARTINS DE SOUZA
QUESTÃO Nº 16
Autor(a): GABRIELLY CRAVEIRO RAMOS
QUESTÃO Nº 17
Autor(a): MARYANE LEANDRO PRUDENTE MARCAL
QUESTÃO Nº 18
Autor(a): DALLEY CESAR ALVES
QUESTÃO Nº 19
Autor(a): LORENA DE ANDRADE CASCALHO
QUESTÃO Nº 20
Autor(a): VALDIMAR DE ARAUJO SANTANA
QUESTÃO Nº 21
Autor(a): LARISSA MARIANA VELOSO DE OLIVEIRA
QUESTÃO Nº 22
Autor(a): FABIANA PAVAN VIANA
QUESTÃO Nº 23
Autor(a): SHEILA DE MEDEIROS BORGES
QUESTÃO Nº 24
Autor(a): GABRIELLA ASSUMPCAO ALVARENGA
QUESTÃO Nº 25
Autor(a): SILVIA MARIA COSTA PINTO
QUESTÃO Nº 26
Autor(a): ANA KAROLLINE RIBEIRO MIRANDA
QUESTÃO Nº 27
Autor(a): PATRICIA LEITE ALVARES SILVA
QUESTÃO Nº 28
Autor(a): GABRIELA RIOS PEREIRA
QUESTÃO Nº 29
Autor(a): CLAUDIO LISIAS MONTEIRO DA CRUZ
QUESTÃO Nº 30
Autor(a): SERGIO CORREA DE GODOI
QUESTÃO Nº 31
Autor(a): LEONARDO LOPES DO NASCIMENTO
QUESTÃO Nº 32
Autor(a): LEONARDO LOPES DO NASCIMENTO
QUESTÃO Nº 33
Autor(a): Letícia Gomes Martins
QUESTÃO Nº 34
Autor(a): LARISSA MARIANA VELOSO DE OLIVEIRA
QUESTÃO Nº 35
Autor(a): ZÍNGARAH MÁJORY TORRES
QUESTÃO Nº 36
Autor(a): Não tem
QUESTÃO Nº 37
Autor(a): Não tem
QUESTÃO Nº 38
Autor(a): Não tem
QUESTÃO Nº 39
Autor(a): Não tem
QUESTÃO Nº 40
Autor(a):Não tem
QUESTÃO Nº 09
Uma criança com 6 meses de idade, com diagnóstico de mielomeningocele, apresentou, ao
exame físico, paraparesia dos membros inferiores. A criança não permanece sedestação; em
decúbito dorsal, mantém-se em postura de abandono; em decúbito ventral, apresenta
capacidade de se posicionar sobre os cotovelos e elevar a cabeça por cerca de 5 segundos,
não apresenta capacidade de locomoção nessa posição. Verificou-se que a criança é
carregada no colo a maior parte do tempo, ou permanece na cama em decúbito dorsal. Com
base nessa situação, avalie as afirmações a seguir, acerca de orientações a serem dadas pelo
fisioterapeuta à cuidadora da criança, para o atingimento de objetivos a curto prazo.
I. Quando a criança estiver em decúbito dorsal, deve ser colocada uma fralda em oito nos
joelhos, para prevenir a rotação externa de quadril e evitar luxação ou subluxação de quadril.
II. Deve ser utilizado HKAFO (órtese quadril joelho- tornozelo-pé) para colocar a criança em
bipedestação e, assim, evitar desmineralização óssea.
III. A criança deve ser estimulada a acompanhar objetos com a cabeça, quando em decúbito
ventral, para desenvolver controle da cervical e da cintura escapular.
IV. A criança deve ser estimulada a ficar sentada sem apoio, a pegar objetos acima
da cabeça e a engatinhar, para ganho de controle de tronco.
É correto o que se afirma em
A) II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) II e IV, apenas.
D) I, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
Gabarito: C
Tipo de questão: Objetiva - Questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: Abordagem Fisioterapêutica no manejo da criança com
Mielomeningocele, noções básicas de órteses, desenvolvimento motor normal
Autor(a): SHEILA DE MEDEIROS BORGES
Comentário:
A Mielomeningocele é uma das formas de disrafismo espinhal onde há falha na fusão dos
arcos vertebrais posteriores e displasia da medula espinhal. A medula espinhal, envolta pelas
meninges formam um saco dorsal e podem ocasionar seqüelas sensitivas e motoras abaixo do
nível da lesão além de complicações como: hidrocefalia, disfunções vesicais e intestinais além
de alterações osteo-articulares. A criança apresentará prejuízo em suas aquisições motoras.
A criança da referida questão apresenta perda parcial dos movimentos dos membros
inferiores, não apresenta controle de tronco e o controle de cervical é precário, não arrasta e
não consegue se sentar. Sobre as alternativas que falam sobre a abordagem fisioterapêutica
da criança temos os seguintes itens:
Item I: o uso do enfaixamento em oito quando em decúbito dorsal é importante visto que no
enunciado relata-se que neste decúbito o paciente mantém-se em postura de abandono (ou
seja, em rotação externa de quadril). A Rotação externa contínua do quadril constitui um
fator de risco para a luxação ou subluxação do mesmo. O enfaixamento promove um
alinhamento do quadril para posição neutra. Portanto esse item é VERDADEIRO.
Item II: A estimulação da bipedestação realmente é importante para evitar a
desmineralização óssea e as órteses, com certeza, constituem importante fator de auxílio
nesse posicionamento. Mas devemos levar em conta, no caso específico, a idade da criança (6
meses) e que a mesma não apresenta nenhum controle de tronco e pouco controle de
cervical. As descargas de peso em membros inferiores, nesse caso, podem ser realizadas em
outras posturas como 4 apoios, por exemplo. O comprometimento sensorial também deve
ser levado em consideração no momento da utilização das órteses já que podem promover
ulcerações na pele se não estiverem bem posicionadas. Portanto, para este caso
especificamente, o item é FALSO.
Item III – o uso de objetos à frente do paciente na posição ventral (prono) estimula com que o
mesmo realize ativamente a extensão da cervical contra a gravidade, sendo importante no
controle da mesma. A cintura escapular também será estimulada se o mesmo for colocado
com apoio de membros superiores no cotovelo (puppy). Estimular que a criança tente pegar o
brinquedo incrementa o fortalecimento da cintura escapular já que proporciona a
transferência de peso de um lado ao outro. A família também deve ser orientada quanto à
importância do posicionamento em casa já que no enunciado é relatado que a mesma fica
sempre em decúbito dorsal. Portanto, o item é VERDADEIRO.
Item IV – o estímulo da postura sentada favorece o controle de tronco mas deve-se iniciar
com o sentado com apoio já que a mesma não apresenta nenhum controle de tronco e baixo
controle de cervical. É importante que na postura, o terapeuta garanta que a criança esteja
com alinhamento de tronco adequado. O rolar também deve ser estimulado para promover
fortalecimento de abdominais e incremento do controle de tronco além de orientar à família
quanto à melhor forma de carregar no colo. A postura sentada sem apoio só será estimulada
em uma fase posterior. Da mesma forma que o engatinhar será estimulado depois que a
criança assuma a postura de 4 apoios de forma independente. Portanto, o item é FALSO.
Referências:
LONG, Toby M. & CINTAS, Holly Lea. Manual de Fisioterapia Pediátrica. Rio de Janeiro:
Revinter, 2001.
SHEPPER, RB. Fisioterapia em Pediatria. São Paulo: Santos, 2003.
QUESTÃO Nº 10
Um homem com 56 anos de idade, com diagnóstico de Parkinson há 1 ano e meio,
apresentou, na avaliação fisioterapêutica, grau 1 de acometimento pela escala de Hoehn e
Yahr, com tremor de repouso na mão e no pé esquerdos nos momentos em que o paciente
está nervoso ou cansado. O paciente relata que consegue realizar suas atividades cotidianas,
não apresenta comprometimento axial, nem alterações musculoesqueléticas.
Considerando essa situação, avalie as afirmações a seguir, a respeito da conduta do
fisioterapeuta.
I. O posicionamento do paciente no leito deve ser orientado a fim de reduzir a espasticidade
provocada pela síndrome piramidal.
II. O paciente deve ser orientado a realizar rotação de tronco pela manhã, antes de se
levantar, na posição sentada e, ao longo do dia, em pé, a fim de melhorar a mobilidade e
prevenir a rigidez do tronco.
III. O paciente deve ser orientado sobre os sintomas comuns na evolução dessa doença, que
são dismetria, tremor de movimento, disdiadococinesia e nistagmo.
IV. Devem ser oferecidas estratégias que envolvam ritmos e/ou música para que o paciente
realize compasso rítmico, a fim de evitar episódios de congelamento.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II e IV, apenas.
C) III e IV, apenas.
D) I, II e III, apenas.
E) I, II, III e IV.
Gabarito: B
Tipo de questão: Objetiva - Questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: Fisiopatologia, características clínicas e tratamento da Doença de
Parkinson.
Autor(a): Prof.º Mse. Paulo Fernando Lôbo Corrêa
Comentário:
Afirmativa I: INCORRETA
Apesar do posicionamento ser importante no leito o paciente está no estágio I da doença e,
portanto, é independente e ativo, sem estar restrito ao leito. Outra afirmativa incorreta é
considerar a doença de Parkinson uma síndrome piramidal, pois trata-se na verdade de uma
síndrome extrapiramidal. A doença de Parkinson é considerada síndrome extrapiramidal por
acometer os núcleos da base, especificamente os neurônios dopaminérgicos na substância
negra. Síndrome que ao invés de provocar espasticidade provoca hipertonia plástica,
também, conhecida como rigidez.
Afirmativa II: CORRETA
Uma das características clínicas da Doença de Parkinson é a Hipertonia Plástica ou rigidez.
Este aumento do tônus tende a piorar com o imobilismo, como por exemplo quando o
paciente está em repouso ao dormir, motivo pelo qual a hipertonia é pior pela manhã ao se
levantar. Uma das estratégias para se modular o tônus e neste caso diminuir a hipertonia são
os movimentos rotacionais, com destaque para a rotação de tronco. Consequentemente é
correto afirmar que a rotação de tronco é orientada para se modular a hipertonia e assim,
diminuir a rigidez.
Afirmativa III: INCORRETA
Os sintomas descritos (dismetria, tremor de movimento, disdiadococinesia e nistagmo) são
referentes a lesões cerebelares. Portanto, não é o caso da doença de Parkinson, pois, nela não
há acometimento de Cerebelo e sim da Substância Negra. Ao invés dos sintomas descritos as
características clínicas esperadas no paciente com Parkinson ao longo da evolução da doença
são: tremor de repouso, acinesia (fenômeno do congelamento), bradicinesia, alteração
postural e Hipertonia Plástica.
AFIRMATIVA IV: CORRETA
Os “episódios de congelamento” são definidos como acinesia e são caracterizados por
dificuldade em iniciar um movimento, com diminuição progressiva da velocidade e amplitude
de movimento. Além, de ocorrerem no início do movimento, também, ocorrem nas tentativas
de mudança de direção. Devido a estas características para tentar iniciar adequadamente o
movimento e manter a sua continuidade a principal estratégia de tratamento é o treinamento
dos movimentos de forma rítmica, conforme descrito no item IV.
Referências: CAPATO, T.T.C.; DOMINGOS, J.M.M.; DE ALMEIDA, L.R.S. Versão em Português
da Diretriz Europeia de Fisioterapia para a Doença de Parkinson. 1. ed. São Paulo: Editora e
Eventos Omnifarma, 2015.
QUESTÃO Nº 11
Um jovem com 19 anos de idade, vítima de acidente automobilístico, apresenta fratura da
quinta e sexta vértebras cervicais e lesão medular em segmento C6 com classificação ASIA A.
Durante assistência hospitalar, foi submetido a tratamento cirúrgico para fixação da coluna.
Após 25 dias, recebeu alta e iniciou reabilitação ambulatorial, devido à tetraplegia.
Acerca do processo de reabilitação neurofuncional desse paciente, avalie as afirmações a
seguir.
I. Na reabilitação neurofuncional, o tratamento deve contemplar o ortostatismo, para
estimular os diversos sistemas fisiológicos, readaptar o organismo às condições
antigravitacionais e manter a homeostasia.
II. A independência funcional é o objetivo do planejamento fisioterapêutico, sendo que a
força muscular remanescente deve ser incentivada, observando-se os cuidados com a
musculatura cervical, escapular e de ombro na fase inicial de tratamento.
III. Durante a fase de choque medular, o planejamento fisioterapêutico deve prever o
exercício resistido dos músculos grande dorsal, serrátil anterior, peitoral maior e peitoral
menor, para estimular o ato de se alimentar assistido por órteses.
É correto o que se afirma em
A II, apenas.
B III, apenas.
C I e II, apenas.
D I e III, apenas.
E I, II e III.
Gabarito: C
Tipo de questão: Objetiva
Conteúdo avaliado: Tratamento fisioterapêutico do paciente com Traumatismo raquimedular.
Autor(a): Cejane Oliveira Martins Prudente
Comentário:
No processo de reabilitação de pacientes com lesão medular, vários objetivos devem ser
alcançados, como explorar as potencialidades de cada paciente e desenvolver padrões
funcionais de movimentos, garantindo maior autonomia (LOUREIRO et al., 2013). O
ortostatismo é uma atividade importante para estes pacientes, pois traz benefícios em um
grande número de sistemas e funções do organismo. Dentre eles, destacam-se o melhor
funcionamento da bexiga e do intestino, alongamento muscular e diminuição da
espasticidade, prevenindo deformidades (BORGES; HAGUIWARA, 2007). As musculaturas
remanescentes devem ser fortalecidas ao máximo, mas na fase inicial os exercícios devem ser
executados sem esforço (LOUREIRO et al., 2013). Com relação aos pacientes tetraplégicos,
nas primeiras semanas pós-lesão a resistência pode ser contraindicada na musculatura da
região da escápula e ombros (SCHMITZ, 2010). Diante o exposto, estão corretas apenas as
alternativas I e II.
Referências:
BORGES, D.; HAGUIWARA, L.S. Fisioterapia na lesão medular. In: BORGES, D. et al.
Fisioterapia. Aspectos clínicos e práticos da reabilitação. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas,
2007.
LOUREIRO, A.P.C. et al. Fisioterapia após lesão medular. In: VALL, J. Lesão Medular.
Reabilitação e Qualidade de vida. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
SCHMITZ, T.J. Lesão Medular Traumática. In: O’SULLIVAN, S.B.; SCHMITZ, T.J. Fisioterapia.
Avaliação e Tratamento. 5. ed. São Paulo: Manole, 2010.
QUESTÃO Nº 12
Um homem com 54 anos de idade, com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
apresentou dispneia súbita em sua residência. Levado por familiares à emergência de um
Hospital Geral, foi entubado e acoplado à ventilação mecânica invasiva e transferido para o
Centro de Tratamento Intensivo (CTI) com diagnóstico de síndrome do desconforto
respiratório agudo (SDRA). O paciente foi submetido a ventilação controlada a pressão (PCV),
com pressão inspiratória= 15 cm H2O; tempo inspiratório = 0,9 s; frequência respiratória = 15
irpm; pressão positiva expiratória final (PEEP) = 5 cm H2O; pressão de pico= 36cm H2O; fração
inspirada de oxigênio = 70%.
Para atender às recomendações brasileiras de ventilação mecânica, os parâmetros que devem
ser adotados nesse caso são:
A) volume corrente baixo, ≤ 6 ml/kg da massa corpórea, e manutenção da pressão de
platô ≤ 30 cm H2O.
B) alto volume corrente, > 8 ml/kg da massa corpórea, associado a pressão de platô média 30
cm H2O nas vias aéreas.
C) pressão controlada de 20 cm H2O, tempo inspiratório de 0,70 s e PEEP fisiológica, 5 cmH2O.
D) alto volume corrente, > 8 ml/kg da massa corpórea, associado a frequência respiratória de
20 irpm.
E) ventilação com suporte de pressão de 20 cm H2O e PEEP de 7 cm H2O
Gabarito: A
Tipo de questão: múltipla escolha (complementação simples)
Conteúdo avaliado: estratégia ventilatória na síndrome do desconforto respiratório agudo
(SDRA) ou SARA
Autor(a): ELIZABETH RODRIGUES DE MORAIS
Comentário: A estratégia ventilatória recomendada na SDRA ou SARA é:
Volume corrente (VC) de 6 ml/Kg do peso predito (SARA leve) ou de 3-6 ml/kg em casos de
maior gravidade (SARA moderada à grave)
Cálculo do peso predito:
Homens : 50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4)
Mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm - 152,4).
Pressão platô deve ser mantida ≤ 30 cmH2O
Frequência respiratória (FR): 20 a 35 irpm (desde que evite a auto-PEEP)
PEEP: Evita-se utilizar PEEP menor que 5 cmH2O. Se a PEEP usada for elevada (geralmente
acima de 15 cm H2O), pode-se tolerar Pplatô de no máximo 40 cm H2O, desde que
necessariamente a pressão de distensão seja mantida ≤ 15 cm H2O. O ajuste da PEEP deve ser
realizado adotando metodologia de titulação da PEEP (vários são descritos na literatura:
tabela PEEP baixo/FiO2; tabela PEEP alta/FiO2; PEEP decremental titulado pela complacência
pulmonar; PEEP decremental titulado por outros métodos; obtenção do ponto de inflexão
inferior pela técnica dos volumes aleatórios e obtenção do ponto de melhor complacência
(técnica da PEEP-complacência).
Pressão de distensão (pressão Platô – PEEP), chamado de “driving-pressure” menor ou igual a
15 cmH2O para todas as categorias de gravidade SARA.
FiO2: Usar a menor FiO2 possível para garantir SpO2 > 92% em todos as categorias de
gravidade SARA
Posição Prona: deve ser usada posição prona precocemente (< 48 horas de diagnóstico de
SARA e com PaO2/FiO2 < 150). Recomenda-se posição prona de 16 a 20 horas
O item que atende às recomendações é o A
Referências:
BARBAS, C. S., et al. Recomendações brasileiras de ventilação mecânica. Revista Brasileira de
Terapia Intensiva. v.26, n.2, p. 89-121, 2014.
QUESTÃO Nº 13
ANULADA
Gabarito:
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário:
Referências:
QUESTÃO Nº 14
ANULADA
Gabarito:
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário:
Referências:
QUESTÃO Nº 15
Um paciente submetido à uma cirurgia artroscópica para reconstrução do ligamento cruzado
anterior, com enxerto do ligamento patelar apresenta, três semanas após a cirurgia, derrame
articular, dor intensa e limitação da amplitude de movimento para flexão do joelho esquerdo.
Com base no caso apresentado assinale a opção correta:
A) A dor do paciente pode ser controlada por meio de mobilização articular grau III,
caracterizada pela mobilização de grande amplitude, respeitada a resistência do
tecido.
B) A mobilização articular, recurso terapêutico ultimado para ganho de amplitude de
movimento é contra-indicada ao paciente, dada a presença de dor intensa e derrame
articular.
C) A manipulação articular, manobras realizadas em alta velocidade e de modo brusco,
é um recurso terapêutico indicado ao paciente para melhoria do quadro de derrame
articular
D) Dada a limitação da amplitude de movimento, indica-se, como terapia ao paciente, a
mobilização articular em graus V, caracterizada pela realização de movimento em
pequena amplitude, executado além do arco de movimento.
E) Dadas as limitações funcionais do paciente, indica-se a mobilização articular em graus
I, caracterizada pela realização de movimentos rítmicos, de pequena amplitude, sem
que se atinja a resistência final dos tecidos.
Gabarito: B
Tipo de questão: múltipla escolha
Conteúdo avaliado: cinesioterapia e reconstrução de ligamento cruzado anterior
Autor(a): LUCILIUS MARTINS DE SOUZA
Comentário:
Esta questão deixa bastante evidente quanto ao conhecimento acerca da necessidade da
aplicação de determinados recursos terapêuticos de acordo com a real necessidade do
paciente. As questões A, D e E apontam que as mobilizações articulares podem ser utilizadas
em casos derrame articular e ganho de amplitude. Todavia, jamais devem ser aplicadas nos
casos supracitados, pois não existe indução para as mesmas em casos de dor intensa nem tão
pouco como forma de tratamento para derrame articular.
A questão C, também não pode ser correta em função de trazer as manipulações como opção
de tratamento, o que também estaria completamente indicado.
A questão B, de fato aponta coerência, pois não há indicação de ambas as técnicas manuais,
em caso de derrame articular e dor intensa.
Referências:
PRENTICE, C. William. FISIOTERAPIA NA PRATICA ESPORTIVA. 3a. ed.São Paulo: Artmed,
2016.
PRENTICE, C. W.; VOIGHT, Barbara; MICHAEL, L. TÉCNICAS DE EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS:
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO MUSCULO ESQUELETICA. Barueri, SP: Manole, 2014.
QUESTÃO Nº 16
A instabilidade patelar é um deslocamento não traumático espontâneo comum durante a fase
de crescimento, de etiologia multifatorial. A ressonância magnética (RM) e a radiografia
apresentadas a seguir demonstram fatores que predispõem ao deslocamento patelar.
Disponível em: <www.efortopenreviews.org>. Acesso em: 11 jul. 2016 (adaptado).
Considerando as informações do texto e as imagens, avalie as afirmações a seguir.
I. A RM demonstra displasia da tróclea femoral, fator predisponente ao
deslocamento da patela, pois diminui a congruência da articulação
patelofemoral.
II. O deslocamento patelar ocorre medialmente durante o valgo do joelho,
movimento que aumenta o ângulo do quadríceps e favorece o movimento
medial da patela.
III. Na radiografia, nota-se desvio medial da patela na posição de joelho
estendido, o que sugere desarranjo do ligamento patelofemoral lateral e do
retináculo patelar lateral.
IV. Na RM, observam-se efusão do joelho devido a uma hemartrose, marcada
pelos asteriscos, e fratura por avulsão da patela, identificada pela seta.
É correto apenas o que se afirma em
A I e III.
B I e IV.
C II e IV.
D I, II e III.
E II, III e IV.
Gabarito: B
Tipo de questão: Mútipla escolha
Conteúdo avaliado: Disfunção patelo-femoral (Instabilidade patelar)
Autor(a): GABRIELLY CRAVEIRO RAMOS
Comentário: A questão abordada foi fácil, pois através da análise das imagens era possível
obter as respostas. Além disto, o tema abordado também é de fácil entendimento pelos
estudantes.
No item I observá-se realmente uma má formação na região troclear do fêmur que é
característico para promover uma possível instabilidade patelar.
No item II o estudante poderá até não se lembrar que o deslocamento mais comum é o
lateral e não o medial como afirmado, porém ao observar a figura a patela está deslocada
lateralmente, o que confirma a falsidade do item.
No item III mais uma vez fala-se de deslocmaneto medial, porém a patela como na figura do
RX apresentada está deslocada lateralmente, por isso o item ser falso.
O item IV é o único que pode gerar confusão pelo fato do estudante não saber interpretar o
exame de RM, porém se for um bom observador, conseguirá marcar a alternativa correta. Já
que as falsas II e III estão muito claras, e a única alternativa que não tem as II e III é a letra B.
Referências:
Hebert, Sizínio et al. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 3 ed. São Paulo:
Artmed, 2002, 1632p.
Hall & Brody. Exercícios terapêuticos na busca da função. Guanabara Koogan, 2003.
QUESTÃO Nº 17
Uma mulher com 34 anos de idade, apresenta queixa de parestesia noturna no primeiro,
segundo e terceiro dedos da mão direita. O quadro teve início há dois meses, associado à
perda de função de preensão e pinça polpa-a-polpa do polegar e do indicador. O diagnóstico
clínico é de síndrome do túnel do carpo.
Com relação à semiologia fisioterapêutica dessa paciente, avalie as afirmações a seguir.
I. A estesiometria, uma estratégia de avaliação da sensibilidade, deve ser explorada em
pontos específicos no trajeto do nervo mediano, por meio de uma sequência apropriada de
cinco monofilamentos, graduados por gramaturas e identificados por cores.
II. A força muscular específica, com caráter objetivo de registro, para as funções de pinça e
preensão palmar, é avaliada pelos testes de força muscular manual dos músculos lumbricais e
interósseos dorsal e palmar, conjunto muscular responsável pela execução dos movimentos
referidos.
III. Em razão da sintomatologia e do estado funcional da paciente, questionários validados
cientificamente são instrumentos investigativos válidos que contribuem para o
acompanhamento da evolução clínica da mencionada disfunção.
É correto o que se afirma em:
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
Gabarito: C
Tipo de questão: objetiva
Conteúdo avaliado: Quadro clínico e avaliação da Síndrome do Túnel do Carpo
Autor(a): MARYANE LEANDRO PRUDENTE MARCAL
Comentário
As doenças do sistema musculoesquelético continuam a figurar entre as principais
causas de incapacidade e absenteísmo na população de trabalhadores em geral. Conforme a
população trabalhadora envelhece, esse quadro tende a continuar naturalmente. As doenças
dos membros superiores receberam alguns codinomes ao longo dos anos (LER, DORT),
entretanto, elas já eram descritas anteriormente para a população geral (não somente
trabalhadores), bem como tinham sua etiologia conhecida, sua história natural estudada e
seu tratamento e seu prognóstico estabelecidos (OLIVEIRA FILHO; OLIVEIRA, 2017)
A STC é a mais frequente das síndromes compressivas e é definida pela compressão
e/ou tração do nervo mediano ao nível do punho. Sua primeira descrição é atribuída a Paget,
que reportou um caso de compressão do nervo mediano em consequência de uma fratura do
rádio distal. A partir dos anos 1950, os trabalhos de Phalen estabeleceram os princípios da
STC. Sua prevalência é estimada entre 4 e 5% da população, sobretudo entre 40 e 60 anos
(CHAMMAS et al., 2014).
O túnel do carpo é um túnel osteofibroso inextensível definido como o espaço situado
entre o retináculo dos flexores (RF), que constitui o teto, e a caneleta carpiana, o fundo. Ele é
delimitado na borda ulnar pelo hâmulo do hamato, o piramidal e o pisiforme e na borda radial
pelo escafoide, o trapézio e o tendão do flexor radial do carpo (FRC). A base é formada pela
cápsula e os ligamentos radiocárpicos anteriores recobrem as porções subjacentes do
escafoide, do semilunar, do capitato, do hamato, do trapézio e do trapezóide (CHAMMAS et
al., 2014). .
O nervo mediano é acompanhado pelos quatro tendões dos flexores superficiais dos
dedos (FSD), os quatro tendões dos flexores profundos dos dedos (FPD) e o tendão flexor
longo do polegar (FLP). O FLP é o elemento mais radial. Na entrada do túnel, o nervo mediano
está situado dorsalmente em relação ao palmar longo (PL) ou entre o flexor radial do carpo
(FRC) e o PL. Em posição neutra do punho, o nervo mediano está em frente ao FSD do
indicador, entre o FLP e o FSD do indicador ou em frente ao FSD do dedo médio. Na parte
distal do túnel o nervo mediano se divide em seis ramos: o ramo motor ou tenar, três nervos
digitais palmares próprios (radial e ulnar do polegar e radial do indicador) e os nervos digitais
palmares comuns do segundo e do terceiro espaços. O ramo tenar passa através de um túnel
separado antes de entrar nos músculos tenares em 56% dos casos (CHAMMAS et al., 2014).
O território sensitivo do nervo mediano ocupa a face palmar de três dedos radiais e a
metade radial do dedo anular. Na face dorsal, ele compreende as duas últimas falanges dos
três primeiros dedos e a metade radial do quarto. Sobre o plano motor, o nervo mediano
inerva classicamente os músculos de oposição (abdutor curto do polegar, oponente do
polegar e feixe superficial do flexor curto do polegar) e os dois primeiros músculos lumbricais
(CHAMMAS et al., 2014).
A avaliação da sensibilidade pode ser realizada utilizando-se o estesiômetro
(constituído por seis filamentos distintos, identificados por cores – verde, azul, lilás, vermelho
escuro, laranja, vermelho magenta em todos os pontos indicados. Nos pontos em que o
paciente não sentir o filamento verde, prossiga a avaliação passando para o filamento azul e
assim sucessivamente. O filamento é aplicado sobre a pele perpendicularmente produzindo
uma curvatura no fio. Essa curvatura não deve encostar na pele do paciente, para não
produzir estímulo extra. A cada ponto testado, o filamento verde (0,05g) e o azul (0,2g)
devem ser tocados 3 vezes seguidas, para garantir que o paciente percebeu o toque. Os
demais filamentos geralmente devem ser tocados apenas uma vez, não causando problemas
se forem tocados mais de uma vez. Se o filamento escorregar na pele no momento do toque,
não considerar a resposta e repetir o teste no mesmo ponto. Começar o teste com o fio
numa distância de 2 cm da área a ser testada. Tocar a pele com o filamento mantendo sua
curvatura por 1 ou 1,5 segundos (OBS: Evitar movimentos bruscos ou muito lentos) (LEHMAN
et al.,1 997).
Dentre os vários instrumentos, o questionário de Boston foi desenvolvido para ser aplicado
em pacientes com síndrome do túnel do carpo, com a finalidade de avaliar a gravidade dos
sintomas e o grau de habilidade manual (CAMPOS et al., 2003).
Diante do exposto, somente as afirmações I e III estão corretas.
Referências:
CAMPOS, C.C.; MANZANO, G.M.; ANDRADE, L.B.; CASTELO FILHO, A.; NÓBREGA, J.A.M.
Tradução e validação do questionário de avaliação de gravidade dos sintomas e do estado
funcional na síndrome do túnel do carpo. Arq Neuropsiquiatri, v. 61, n. 1, 51-55, 2003
CHAMMAS, M.; BORETTO, J.; BURMANN, L. M.; RAMOS, R. M.; SANTOS NETO, F. C.; SILVA, J.
B. Síndrome do túnel do carpo – Parte I (anatomia, fisiologia, etiologia e diagnóstico). Rev
bras ortop, v. 49, n. 5, 429-436, 2014
LEHMAN, L. F.; ORSINI, M. B. P.; FUZIKAWA, P. L.; LIMA, R. C.; GONÇALVES, S. D. Avaliação
Neurológica Simplificada. Belo Horizonte: ALM International, 1997
OLIVEIRA FILHO, J. R.; OLIVEIRA, A. C. R. Síndrome do túnel do carpo na esfera trabalhista.
Rev Bras Med Trab, 2017; v. 15, n.2, 182-92, 2017
QUESTÃO Nº 18
Durante a prática desportiva, segmentos articulares específicos são solicitados em
extenuantes ações mecânicas. A dor crônica no atleta, muitas vezes pode ser atribuída à
atividade específica do desporto e também a alterações na força, flexibilidade e postura, não
só na articulação envolvida, mas também em outros elos da cadeia cinética. A terapia
aquática, como parte do processo de reabilitação, pode
representar uma escolha eficiente do fisioterapeuta em seu planejamento de tratamento.
COOLS, A. M.; JOHANSSON, F. R.; BORMS, D.; MAENHOUT, A. Prevention of shoulder injuries
in overhead athletes: a science-based approach. Braz. J. Phys. Ther. v. 19, n. 5, p. 331-339,
set./out. 2015 (adaptado).
As atividades terapêuticas em ambiente aquático podem ter como benefício
A a produção do efeito “câmera lenta” dos movimentos, oferecendo aos atletas tempo
adicional para controlá-los e experimentar erros, com vistas à recuperação da
propriocepção.
B a melhoria dos resultados nas atividades de propriocepção articular em atletas, em relação
aos alcançados em ambientes fora da água, em qualquer fase da reabilitação.
C a contribuição, nas fases finais da fisioterapia, para a reabilitação do atleta, pois as forças
resistivas da água produzem menor dispêndio de energia que os exercícios em solo.
D o aumento dos níveis de estabilização articular, pois dispositivos como flutuadores
fornecem base de apoio sólida na execução dos movimentos articulares.
E o favorecimento do treino de equilíbrio na fase inicial da reabilitação, com o atleta
posicionado com o nível da água na altura da cintura, que estará sob a influência de
aproximadamente 40% do seu peso corporal.
Gabarito: A
Tipo de questão:Múltipla escolha simples. Objetiva
Conteúdo avaliado: Fisiologia do exercício, associado a Hidroterapia ( princípios físicos da
água e objetivos e condutas fisioterápicas aquáticas ).
Autor(a): DALLEY CESAR ALVES
Comentário: Esta é uma questão de média complexidade.
A afirmativa A está correta, pelo fato de abordar o movimento lento que ocorre no meio
líquido , devido a ação do empuxo ou flutuação, favorecendo controlar os movimentos, tendo
um tempo maior de ação e reação, corrigindo erros na realização dos movimentos.
A afirmativa B está incorreta, pelo fato de a terapia aquática não ser similar a terapia no solo,
sendo bem indicada nas fases iniciais de reabilitação em termos de propriocepção, porém nas
fases mais avançadas de reabilitação o solo é mais indicado pelo maior efeito da gravidade
sobre as articulações do indivíduo.
A afirmativa C está incorreta , pelo fato das forças resistivas na água serem um fator que
aumenta o dispêndio de energia e não produzem o efeito menor como foi dito na afirmativa.
A afirmativa D está incorreta , pois os flutuadores não proporcionam base de apoio sólida e
sim instável.
A afirmativa E está incorreta, pois o favorecimento do treino de equilíbrio deveria ser na parte
mais funda da piscina onde a descarga de peso corporal é em torno de 10% do peso corporal,
com a água no nível dos ombros.
Referência: COOLS, A. M.; JOHANSSON, F. R.; BORMS, D.; MAENHOUT, A. Prevention
of shoulder injuries in overhead athletes: a science-based approach.
Braz. J. Phys. Ther. v. 19, n. 5, p. 331-339, set./out. 2015 (adaptado).
Referências:
COOLS, A. M.; JOHANSSON, F. R.; BORMS, D.; MAENHOUT, A. Prevention
of shoulder injuries in overhead athletes: a science-based approach.
Braz. J. Phys. Ther. v. 19, n. 5, p. 331-339, set./out. 2015 (adaptado).
QUESTÃO Nº 19
Em reunião de equipe de uma Estratégia de Saúde da Família (ESF), o Agente Comunitário de
Saúde (ACS) apresentou o caso de um paciente com 50 anos de idade, com diagnóstico de
diabetes melito e úlcera no pé esquerdo. Após avaliação médica, o paciente foi encaminhado
ao serviço de referência em fisioterapia, com diagnóstico de pé diabético e úlcera de grau 1,
de acordo com a classificação de Wagner, localizada na região plantar, abaixo do primeiro
metatarso. A avaliação fisioterapêutica evidenciou anidrose distal, dor, perda de força
muscular, ferida superficial com perda total da pele, sem sinais de infecção; a estesiometria
identificou incapacidade de percepção do filamento de 10 g em quatro dos 10 pontos
testados, o que sugere neuropatia sensitiva. Com base nos resultados descritos, avalie as
afirmações a seguir, com relação aos procedimentos fisioterapêuticos adequados para esse
paciente.
I. O fisioterapeuta deve orientar a equipe de ESF para que o ACS acompanhe a família do
paciente periodicamente, verificando se estão sendo observados os cuidados com higiene e
com a inspeção dos pés do paciente, para detectar a presença de bolhas, cortes e arranhões.
II. A família e/ou o cuidador do paciente devem ser orientados a utilizar diariamente bolsa de
água quente em região adjacente à úlcera, com os objetivos de analgesia e melhora do fluxo
sanguíneo e da cicatrização.
III. Aplicar a laserterapia de baixa intensidade sobre a úlcera, com o objetivo de cicatrização,
associado à cinesioterapia de extremidades.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: C
Tipo de questão: Objetiva
Conteúdo avaliado: Orientações, cuidados e manejo de pacientes com pé Diabético.
Autor(a): Lorena de Andrade Cascalho
Comentário:
Feridas em diabéticos apresentam inibição da revascularização e ocorrem em sua maioria em
ambientes domésticos, especialmente por falta de informações sobre a doença por parte dos
pacientes e familiares, quanto ao uso de água ou compressas quentes como meio de
tratamento dos sintomas da neuropatia periférica (PACCANARO et al., 2009).
O paciente e os familiares devem ser orientados a prevenção de aparecimento de lesões nas
extremidades dos membros inferiores, inspecionando os pés de forma rotineira. além disso
deve-se evitar o uso de compressas quentes, almofadas térmicas ou exposição ao frio
excessivo.
Com o aumento dos sintomas da neuropatia periférica, como a dor e o formigamento, os
pacientes acreditam que uma das formas de aliviar os sintomas seria com imersões e
compressas aquecidas. Porém, estes pacientes esquecem que a mesma neuropatia determina
a diminuição da sensibilidade táctil, dolorosa e térmica da região distal dos membros,
especialmente os pés (CUBAS et al., 2013).
O comprometimento dos nervos sensitivos responsáveis pela sensibilidade dolorosa, térmica
e do tato grosseiro não discriminativo, ocasionam alterações objetivas de diminuição ou
ausência da sensibilidade dolorosa e diminuição da sensibilidade térmica deixando os
pacientes potencialmente susceptíveis a traumas mecânicos, térmicos e químicos (GROSSI,
1998).
Referências:
PACCANARO RC, et al. Queimadura nos pés de pacientes diabéticos. Rev Bras Queimaduras.
V.8, n.1,p. 23-27, 2009.
CUBAS MR, et al. Pé diabético: orientações e conhecimento sobre cuidados preventivos.
Fisioter. Mov., Curitiba, v. 26, n. 3, p. 647-655, jul./set. 2013.
GROSSI, S.A.A. Prevenção de úlceras nos membros inferiores em pacientes com diabetes
mellitus. Rev.Ese.Enf.USP, v.32, 11.4, p. 377-85, dez. 1998.
QUESTÃO Nº 20
Com relação ao programa fisioterapêutico de um paciente com extensas queimaduras
recentes, avalie as afirmações a seguir.
I. Exercícios ativos devem ser realizados em todas as áreas queimadas, a fim de se
manter ou recuperar a amplitude de movimento e minimizar ou impedir a formação
de contraturas teciduais.
II. A cinesioterapia na piscina é uma opção de escolha do fisioterapeuta para o
tratamento do paciente.
III. O exercício contribui no processo de cicatrização das lesões por promover tensão no
tecido, desde que a mobilização seja realizada na amplitude articular máxima. É
correto o que se afirma em
A I, apenas.
B II, apenas.
C I e III, apenas.
D II e III, apenas.
E I, II e III.
Gabarito: A
Tipo de questão: Questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: Fisioterapia aplicada em Dermatologia e Queimaduras; Cinesioterapia
aquática
Autor(a): VALDIMAR DE ARAUJO SANTANA
Comentário:
I. Exercícios ativos devem ser realizados em todas as áreas queimadas, a fim de se
manter ou recuperar a amplitude de movimento e minimizar ou impedir a formação
de contraturas teciduais. Exercícios ativos são fundamentais para manutenção ou
recuperação da amplitude de movimento, minimizando ou impedindo a formação de
contraturas teciduais. ALTERNATIVA CORRETA
II. A cinesioterapia na piscina é uma opção de escolha do fisioterapeuta para o
tratamento do paciente. Uma das contra indicações para terapias em piscinas é a
presença de feridas abertas. No caso de paciente queimado, as feridas estão abertas,
contra indicando a cinesioterapia em piscina. ALTERNATIVA INCORRETA.
IV. O exercício contribui no processo de cicatrização das lesões por promover tensão no
tecido, desde que a mobilização seja realizada na amplitude articular máxima. Em
casos de queimaduras a mobilização deve ser realizada na amplitude permitida de
acordo com o processo de cicatrização sem promover a reabertura das feridas, sem
atingir a amplitude máxima. ALTERNATIVA INCORRETA.
Referênencias:
Kisner.Carolyn; Colby, Lynn Allen. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. Barueri,
SP; Manole, 5 ed; 2009
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 12, n. 2, p. 821-830, ago./dez.
2014
QUESTÃO Nº 21
Um paciente com 14 anos de idade, com fibrose cística, é acompanhado há dois anos
pelo fisioterapeuta, duas vezes por semana, em consultório particular, pela rede de saúde
suplementar, para manter sua capacidade funcional pulmonar e física. Nas últimas duas
semanas, o paciente vem referindo “dor no osso da perna”, localizado na região distal do
fêmur direito, sensação que prejudica o seu desempenho físico funcional nas sessões de
fisioterapia. Durante a inspeção e palpação, o fisioterapeuta identifica aumento de volume
caracterizado por uma massa no local da dor. Considerando o quadro clínico apresentado,
avalie as afirmações a seguir, relativas à conduta do fisioterapeuta.
I. O profissional deve encaminhar o paciente ao médico, solicitando-lhe a realização de
exames de imagem, como a ressonância magnética, do membro inferior direito e cintilografia
óssea.
II. O profissional deve realizar a avaliação funcional do paciente e encaminhá-lo à avaliação
médica do membro inferior direito.
III. O profissional deve comunicar a queixa do adolescente aos pais deste e encaminhá-lo ao
hospital local da sua região.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: B
Tipo de questão: Questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: Saúde da Criança e Adolescente; Ética e deontologia
Autor(a):
LARISSA MARIANA VELOSO DE OLIVEIRA
Comentário: O texto relata que após uma reavaliação fisioterapêutica, foram percebidos
sintomas no paciente que extrapolam os relacionados à patologia de base, fibrose cística. Os
sintomas são relatados pelo paciente e identificados pelo fisioterapeuta no momento da
avaliação. De acordo com as afirmações sobre a conduta profissional do Fisioterapeuta,
temos como correto o procedimento de encaminhamento ao médico para avaliação do
paciente (II). As demais afirmativas não são pertinentes. Na afirmativa I, o Fisioterapeuta não
deve realizar o encaminhamento médico solicitando previamente exames visto que estes
poderão ser solicitados pelo médico após a consulta, devendo o respeito profissional ser
recíproco. Na afirmativa III, o Fisioterapeuta deve considerar que o paciente já tem um
médico que o acompanha para tratamento da Fibrose Cística e primeiramente o paciente é
encaminhado para este profissional.
Referências: Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia - Resolução nº 424, de 08 de Julho
de 2013 – (D.O.U. nº 147, Seção 1 de 01/08/2013), Capítulo III – Do Relacionamento Com o
Cliente/Paciente/Usuário, Artigo 12 – O fisioterapeuta deve se responsabilizar pela
elaboração do diagnóstico fisioterapêutico, instituir e aplicar o plano de tratamento e
conceder alta para o cliente/paciente/usuário, ou, quando julgar necessário, encaminhar o
mesmo a outro profissional.
QUESTÃO Nº 22
Fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) realiza visita domiciliar a uma
mulher de 52 anos, sedentária e com diagnóstico de fibromialgia. A usuária relata dores
difusas pelo corpo, iniciadas há um ano e meio, dificuldades para trabalhar, crises de cefaleia,
constipação intestinal e sono não reparador, nega uso regular de medicamento. Ao exame
físico, apresenta bom estado geral, sinais vitais nos limites de normalidade para a idade, dor à
digitopressão em 12 tender points e ausência de sinais inflamatórios articulares.
Considerando o quadro descrito, o fisioterapeuta deve
A. Acionar o assistente social da equipe para providenciar benefício de seguridade social e
afastamento para tratamento de saúde mediante apresentação do diagnóstico clínico de
fibromialgia.
B. Direcionar a paciente à Unidade Básica de Saúde, visando ao fornecimento de medicação
indutora do sono e de analgésicos opioides.
C. Realizar atendimentos domiciliares empregando cinesioterapia e recursos físicos, para
promover analgesia, e massoterapia, para auxiliar no relaxamento e na adequação do sono da
paciente.
D. Orientar a paciente quanto a realização, em seu domicílio, de procedimentos simples para
manejo do quadro álgico.
E. Encaminhar a paciente ao profissional de Educação Física da equipe do NASF,
prescrevendo os exercícios a serem realizados.
Gabarito: D
Tipo de questão: Questão de Múltipla escolha
Conteúdo avaliado: Saúde Pública
Autor(a): FABIANA PAVAN VIANA
Comentário:
A RESPOSTA“A” está incorreta, por dois motivos.
A primeira razão é embasada na Resolução COFFITO 80, 09/05/1987 (1), Abaixo são
descritas as competências e atribuições do FISIOTERAPEUTA, conforme esta Resolução:
Art. 1. É competência do FISIOTERAPEUTA, elaborar o diagnóstico fisioterapêutico
compreendido como avaliação físico-funcional, sendo esta, um processo pelo qual, através
de metodologias e técnicas fisioterapêuticas, são analisados e estudados os desvios físico-
funcionais intercorrentes, na sua estrutura e no seu funcionamento, com a finalidade de
detectar e parametrar as alterações apresentadas, considerados os desvios dos graus de
normalidade para os de anormalidade; prescrever, baseado no constatado na avaliação físico-
funcional as técnicas próprias da Fisioterapia, qualificando-as e quantificando-as; dar
ordenação ao processo terapêutico baseando-se nas técnicas fisioterapêuticas indicadas;
induzir o processo terapêutico no paciente; dar altas nos serviços de Fisioterapia, utilizando o
critério de reavaliações sucessivas que demonstrem não haver alterações que indiquem
necessidade de continuidade destas práticas terapêuticas.
Art. 3. O FISIOTERAPEUTA é profissional competente para buscar todas as informações que
julgar necessárias no acompanhamento evolutivo do tratamento do paciente sob sua
responsabilidade, recorrendo a outros profissionais da Equipe de Saúde, através de
solicitação de laudos técnicos especializados, como resultados dos exames complementares,
a eles inerentes.
No mesmo sentido, a Resolução do Conselho Nacional de Educação, Resolução n.
CNE/CES 4, de 19 de fevereiro de 2002, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso
de Graduação em Fisioterapia, em seu artigo Art. 5. Inciso VI, remete as competências do
FISIOTERAPEUTA,
Art. 5. Inciso VI . Realizar consultas, avaliações e reavaliações do paciente colhendo dados,
solicitando, executando e interpretando exames propedêuticos e complementares que
permitam elaborar um diagnóstico cinetico- funcional, para eleger e quantificar as
metodologias recursos e condutas fisioterapêuticas apropriadas, objetivando tratar as
disfunções no campo da Fisioterapia, em toda sua extensão e complexidade, estabelecendo
prognóstico, reavaliando condutas e decidindo pela alta fisioterapêutica (2).
De acordo com os artigos acima descritos e sublinhados (grifo nosso) compete ao
FISIOTERAPEUTA elaborar o diagnóstico fisioterapêutico, que compreende a avaliação físico-
funcional elaborando um diagnóstico cinetico- funcional e não o diagnóstico clínico, como
referido na questão, o qual compete ao profissional Médico.
Além disso, o segundo motivo que invalida esta questão se refere a forma pelo qual
é obtido o benefício de seguridade social e afastamento para tratamento de saúde. Para que
o requerer o auxílio-doença na Previdência Social é preciso que o segurado realize o
agendamento da perícia médica. Esse agendamento é realizado pelo telefone 135 ou pelo site
da Previdência Social. O segurado para requerer o benefício de auxílio-doença deverá
primeiramente obter um laudo Médico atualizado e detalhado com diagnóstico da doença,
assim como o período em que o segurado deverá permanecer afastado do trabalho ao qual
deve ser superior a 15 dias. Neste laudo é recomendável o CID da doença. Após obter o laudo
médico, o segurado empregado deve entregar à empresa para registro de seu afastamento ao
qual será preenchido o formulário atestando o último dia de trabalho do segurado. Com o
laudo médico a empresa preenche o formulário de afastamento com a data de último dia de
trabalho, o empregado deverá agendar a perícia médica no INSS e levar todos os documentos
obtidos (3)
A RESPOSTA“B” está incorreta, de acordo com o descrito na questão “(...) visando ao
fornecimento de medicação indutora do sono e de analgésicos opioides. A indicação de
medicamento é uma prática proibida para o FISIOTERAPEUTA. E essa proibição está
explicitada no inciso IV do artigo 8º da Resolução COFFITO 10 “É proibido ao FISIOTERAPEUTA
e ao terapeuta ocupacional, nas respectivas áreas de atuação: (...) IV - prescrever
medicamento ou praticar ato cirúrgico” (4).
Ao analisar as RESPOSTAS “C, “D” e E”, a priori, se torna fundamental compreender
alguns conceitos básicos sobre o NASF.
O Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), mediante
a Portaria GM nº 154, em 2008 (5) O principal objetivo para sua criação foi o de apoiar a
inserção da Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços, além de ampliar a abrangência
e o escopo das ações da Atenção Básica, aumentar a resolutividade dela, reforçando os
processos de territorialização e regionalização em saúde (6).
O NASF deve ser constituído por equipes formadas por profissionais de diferentes
áreas de conhecimento, para atuarem no apoio e em parceria com os profissionais das
equipes de Saúde da Família (SF), com foco nas práticas em saúde nos territórios sob
responsabilidade da equipe de SF. Poderão compor os NASF as seguintes ocupações do
Código Brasileiro de Ocupações (CBO) (6):
Médico acupunturista; assistente social; profissional/professor de educação física;
farmacêutico; FISIOTERAPEUTA; fonoaudiólogo; médico ginecologista/obstetra; médico
homeopata; nutricionista; médico pediatra; psicólogo; médico psiquiatra; terapeuta
ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica médica), médico do trabalho, médico
veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de
saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em
saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas.
O profissional que atua no NASF tem como princípios básicos: a integralidade, o
conhecimento de território, a humanização, a educação popular e permanente em saúde, a
interdisciplinaridade e a intersetorialidade direcionados para ações de promoção de saúde
que promova a qualidade de vida dos cidadãos. Sendo assim, o profissional da saúde deverá
atuar em conjunto com a equipe da ESF, dando prioridade em ações com atendimento
compartilhado, de forma interdisciplinar, principalmente com estudo e discussão de casos e
situações (realização de projeto terapêutico singular, orientações); intervenções específicas
do profissional aos usuários e/ou famílias. Porém, é importante destacar que o
atendimento individual ocorre em situações de extrema necessidade (6,7).
Sendo assim, ao analisar as atribuições do FISIOTERAPEUTA no NASF acima descrito
(grifo nosso), pode-se excluir a RESPOSTA“C”. Assim como a RESPOSTA “E”, no qual não é
atribuição do Profissional de Educação Física que a faz parte da Equipe do NASF a atividade
descrita.
Neste sentido, a mais coerente é a RESPOSTA“D“, sendo atribuição do
FISIOTERAPEUTA inserido no NASF, proporcionar aos usuários orientações sobre os cuidados
que estes devem ter com relação a sua saúde nos diferentes ambientes que transitam, seja na
prevenção de doenças e/ou na melhoria da qualidade de vida. Assim como lidar com as
doenças crônicas. Neste caso a doença referida foi a fibromialgia. Apesar dos atendimentos e
orientações individuais serem realizadas somente em situações de urgência, os
FISIOTERAPEUTAS do NASF, devem priorizar as ações com atendimento compartilhado, os
estudos e discussão de casos com as Equipes da ESF.
Referências:
1. BRASIL. Ministério do Trabalho Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Resolução COFFITO -80, DOU de 21/05/1987, n. 93, Seção I, p. 7.609. Disponível em :
http://www.lex.com.br/doc_3792328_RESOLUCAO_N_80_DE_9_DE_MAIO_DE_1987.aspx.
Acesso: 15/05/2019.
2. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução n. CNE/CES 4, de 19 de fev. de 2002.
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia. Disponível em
http://www.crefito10.org.br/conteudo.jsp?ids=24. Acesso em 16/05/2019.
3. INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL. Auxílio doença. Disponível em:
www.inss.gov.br/beneficios/auxilio-doenca/. Acesso 15/05/2019.
4. BRASIL. Ministério do Trabalho Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Resolução COFFITO - 10. D.O.U de 22/9/1978, n.182, Seção I, Parte II, p. 5.265-5.268.
Disponível em: https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=2767. Acesso em 15/05/2019.
5. BRASIL. Portaria GM n. 154, de 24 de janeiro de 2008. Núcleos de Apoio à Saúde da Família
- NASF. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/legislacao/portaria154_24_01_08.pdf. Acesso em
15/05/2019.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Diretrizes do NASF: núcleo de apoio à saúde da família. Brasília: Ministério da Saúde;
2009. 157 p. [Série A. Normas e Manuais Técnicos/ Cadernos de Atenção Básica, n. 27].
7. SOUZA, M. C.; BOMFIM, A. S.; SOUZA, J.N. FRANCO, T. B. Fisioterapia e Núcleo de Apoio à
Saúde da Família: conhecimento, ferramentas e desafios. O Mundo da Saúde, São Paulo, v.37,
n.2, p.176-184, 2013.
QUESTÃO Nº 23
Em consulta de avaliação fisioterapêutica a uma criança com três anos de idade, com
diagnóstico de paralisia cerebral e tetraparesia espástica, o fisioterapeuta observou padrão
flexor em membros inferiores e superiores, incapacidade de permanência em sedestação sem
apoio e ausência de controle cervical e tronco. Com base nesse quadro clínico, avalie as
afirmações a seguir, em relação aos equipamentos assistivos indicados para a criança.
I. A cadeira de rodas adaptada, auxilia o alinhamento corporal e, consequentemente,
a modulação do tônus.
II. A órtese rígida tornozelo-pé auxilia o alinhamento articular e previne posturas
viciosas.
III. A órtese extensora de lona para membros inferiores e superiores auxilia o controle e/ou
prevenção de deformidades.
É correto o que se afirma em
A I, apenas.
B II, apenas.
C I e III, apenas.
D II e III, apenas.
E I, II e III.
Gabarito: E
Tipo de questão: objetiva - questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: A utilização das diversas órteses de posicionamento na prevenção de
posturas inadequadas e deformidades do paciente com Paralisia Cerebral.
Autor(a): SHEILA DE MEDEIROS BORGES
Comentário:
As órteses constituem um importante adjuvante no tratamento dos pacientes portadores de
Paralisia Cerebral. Atuam na inibição de posturas anormais e prevenção de deformidades que
esses pacientes apresentam. a Fisioterapia atua junto a esse paciente antes e durante a
prescrição, depois da entrega e treinando esse paciente quanto ao uso e cuidado com os
dispositivos.
A cadeira de rodas proporciona independência ou auxílio na locomoção e quando indicada de
forma correta levando-se em consideração as necessidades individuais de cada indivíduo
como suas medidas corporais, atuam na garantia do bom posicionamento cervical e de
tronco, inibição de padrões extensores, além dos estímulos promovidos pela postura sentado
(aumento de estado de alerta, ativação labiríntica).
As órteses AFO melhoram o padrão de locomoção, diminuem a flexão plantar excessiva do
tornozelo proporcionando melhora qualitativa no padrão de marcha e diminuindo gasto
energético. Mesmo nos pacientes que não apresentam a marcha, atuam na prevenção do pé
em equino.
A órteses extensoras de lona para membros inferiores e superiores atuam na manutenção do
alinhamento ganho com o alongamento e mobilização além de auxiliarem na manutenção de
algumas posturas como gatas (órtese de membros superiores) e ortostatismo (órtese de
membros superiores).
Sendo assim, os ítens I, II e III são VERDADEIROS.
Referências:
RUSMANN, B.S, ROMNESS, M. Neuroreabilitação da criança com Paralisia Cerebral In: MILLER,
G., CLARK,G.D. Paralisias Cerebrais - causas, consequências e conduta. Barueri: Manole,
2002, cap.13, p.364
SCHWARTZMAN, J.S. Paralisia Cerebral. Arquivos Brasileiros de Paralisia Cerebral.v.1,n. 1,p.
4-17, 2004.
QUESTÃO Nº 24
As quedas, em idosos, costumam causar lesões e hospitalização. Os dispositivos auxiliares de
marcha fazem parte de programas multidimensionais de prevenção de quedas. A indicação de
tais dispositivos deve ser realizada após a avaliação da força muscular, resistência, equilíbrio,
marcha, função cognitiva, dor e demandas ambientais.
GLISOI, S. et al. Dispositivos auxiliares de marcha: orientação quanto ao uso, adequação e
prevenção de quedas em idosos. Geriatria & Gerontologia, v. 6, n. 3, p. 261-272, jul./ago./set.
2012 (adaptado).
Com base no texto, avalie as afirmações a seguir:
I. Para um idoso que tem preservadas a função cognitiva e a força muscular dos
membros superiores, indica-se o andador para a fase inicial de reabilitação da
marcha.
II. O uso do andador amplia a base de sustentação e sua altura deve ser regulada
tomando como referência a crista ilíaca.
III. Um idoso que apresente quadro de coxartrose à direita deverá utilizar a bengala
ipsilateralmente.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: A
Tipo de questão: Questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: Abordagem fisioterapêutica no manejo do paciente idoso em reabilitação
pós acidente por queda com ênfase na prescrição de dispositivo para a marcha.
Autor(a): GABRIELLA ASSUMPÇÃO ALVARENGA
Comentário:
Os dispositivos auxiliares de marcha (DAM), como bengalas, muletas e andadores, fazem
parte de programas multidimensionais de prevenção de quedas visto que melhoram a
independência funcional, a mobilidade, o equilíbrio e a base de suporte e reduzem os
efeitos de uma ampla gama de deficiências. Apesar da recomendação do uso destes
dispositivos, não existem estudos randomizados controlados que comprovem a eficácia
da prescrição isolada dos DAM em reduzir o risco de quedas.
Os andadores fornecem três a quatro pontos de contato com o solo e assim melhoram o
equilíbrio por meio do aumento da base de suporte, maior estabilidade anterior e lateral
e suporte do peso da pessoa. Propiciam também maior senso de segurança às pessoas
que apresentam medo de cair ao andar, tornando-se o dispositivo mais adequado para a
reabilitação da marcha na fase inicial. Portanto, a afirmativa I está correta.
Já a afirmativa II diz que o andador deve ter sua altura regulada tomando como
referência a crista ilíaca. No entanto, o correto é que a parte superior do andador deve
estar na altura das pregas do punho com o idoso em pé.Logo, a afirmativa II está errada.
Por fim, a afirmativa III diz que um idoso que apresente quadro de coxartrose à direita
deverá utilizar a bengala ipsilateralmente, o que é uma afirmação errada já que sua
utilização se dá na mão oposta ao membro afetado a fim de diminuir a sobrecarga na
musculatura do quadril (as bengalas podem transmitir, das extremidades inferiores, de
20 a 25% do peso do corpo), diminuir a compressão das articulações e favorecer o
paciente em situações como subir e descer escadas.
Referências:
GLISOI, S. et al. Dispositivos auxiliares de marcha: orientação quanto ao uso, adequação e
prevenção de quedas em idosos. Geriatria & Gerontologia, v. 6, n. 3, p. 261-272, jul./ago./set.
2012
QUESTÃO Nº 25
Uma mulher com 36 anos de idade refere, em consulta com o fisioterapeuta,
desconforto devido à perda urinária involuntária durante esforços e ao desejo
urgente de urinar. O quadro teve início depois do parto de sua filha, realizado por via
vaginal há 20 dias. A episiotomia não está totalmente cicatrizada.
Com base no quadro clínico apresentado, avalie as afirmações a seguir.
I. A laserterapia de baixa intensidade, recurso indicado para favorecer a cicatrização
tecidual, é contraindicada à paciente, visto que a área afetada encontra-se muito
próxima dos ovários.
II. Uma vez cicatrizada a área submetida à episiotomia, poderá ser indicada a
estimulação elétrica intravaginal com correntes elétricas polarizadas, como, por
exemplo, a corrente farádica, com vistas ao fortalecimento da musculatura do
assoalho pélvico.
III. A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) poderá ser aplicada sobre o
trajeto do nervo tibial posterior com o objetivo de modular o sistema nervoso
parassimpático da paciente e, consequentemente, sua ação sobre o músculo
detrusor, reduzindo-se a perda involuntária de urina.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B ) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Gabarito: B
Tipo de questão: Objetiva
Conteúdo avaliado: Tratamento fisioterapêutico no puerpério através de eletroterapia.
Autor(a): SILVIA MARIA COSTA PINTO
Comentário
Trata-se de uma paciente com incontinência urinária mista (urgência e esforço) após parto
vaginal com episiotomia ainda em cicatrização cuja proposta fisioterapêutica é a
eletroterapia.
A episiotomia é uma ampliação cirúrgica do períneo amplamente utilizada na assistência ao
parto, embora seu emprego rotineiro não seja justificado pelas evidências científicas. Está
associada à dor e ao desconforto no período pós-parto. O Laser em Baixa Intensidade vem se
destacando na literatura como uma tecnologia promissora em relação ao tratamento de
feridas. Apresenta efeitos de redução da dor, inflamação e estímulo à cicatrização. Portanto
seu uso na paciente em questão está indicado, contrariando o que traz a alternativa I.
Em uroginecologia a onda elétrica mais usada costuma ser pulsada, bifásica, assimétrica,
balanceada, de pulso retangular e, portanto, despolarizada, o que elimina a alternativa II.
Em quadros de bexiga hiperativa ou urgência miccional, uma das maneiras de
eletroestimulação é por meio de TENS no trajeto do nervo tibial posterior, onde segundo a
Medicina Tradicional Chinesa, há pontos de acupuntura capazes de inibir a atividade vesical e,
assim, diminuir a vontade imperiosa e inadiável de urinar - alternativa III correta, apenas.
Referências:
ALVARENGA, Marina Barreto. Uso do laser infravermelho em episiotomia: ensaio clínico
aleatorizado. 2012. Dissertação (Mestrado em Cuidado em Saúde) - Escola de Enfermagem,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. doi:10.11606/D.7.2012.tde-17072012-090122.
Acesso em: 2019-05-15.
BARACHO, Elza. Fisioterapia aplicada à saúde da mulher. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2018.
PINTO E SILVA, Marcela Ponzio. Tratado de fisioterapia em saúde da mulher. 2ed. Rio de
Janeiro: Roca, 2019.
QUESTÃO Nº 26
Uma paciente com 59 anos de idade encontra-se em fase terminal, após diagnóstico tardio de
câncer de mama, com metástases nos tecidos cerebral, pulmonar e ósseo. No serviço de
fisioterapia, constatam-se linfedema de membro superior (MS), dor intensa em região cervical
e braço, além de grande incômodo e prejuízo funcional do MS.
Considerando a abordagem fisioterapêutica para essa paciente, avalie as asserções a seguir.
I. O fisioterapeuta responsável pelo atendimento da paciente deve orientá-la quanto ao
posicionamento do membro superior, e contraindicar a drenagem linfática manual e o uso de
recurso eletroterápico com objetivo analgésico.
PORQUE
II. A paciente está em tratamento para cuidados paliativos, que são aqueles prestados aos
pacientes e às suas famílias quando se estabelece que o doente já não se beneficiará do
tratamento antitumoral, devendo o fisioterapeuta enfocar a qualidade de sobrevida e o
controle dos sintomas da paciente. Além disso, a drenagem linfática pode promover o
descolamento de células tumorais e complicar o prognóstico da paciente, e a eletroterapia é
contraindicada para pacientes com tumores metastáticos.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
C A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E As asserções I e II são proposições falsas.
Gabarito: E
Tipo de questão: Objetiva
Conteúdo avaliado: Tratamento fisioterapêutico em paciente oncológico em fase terminal
com linfedema de MS, mastologia
Autor(a): ANA KAROLLINE RIBEIRO MIRANDA
Comentário:
As duas afirmativas estão falsas pois a paciente da referida questão se encontra com câncer
em fase terminal , apresenta grande incômodo na região cervical , no braço e prejuízo
funcional em MS, e também linfedema de MS.
Um dos recursos para tratar e aliviar o linfedema é a terapia física complexa , que engloba a
Drenagem linfática manual, cuidados com a pele , compressão do membro afetado e
exercícios miolinfocinéticos, então na ALTERNATIVA I , a Drenagem linfática se encaixa nesse
contexto, e é INDICADA como um dos tratamentos para a paciente, para alívio de dor e
redução do linfedema.
A ALTERNATIVA II , o fisioterapeuta pode atuar com contato direto com paciente oncológico ,
não só na reabilitação , mas também nos cuidados paliativos, quando a dor e sofrimento do
paciente é o sintoma de causa mais frequente, porém a alternativa se torna FALSA, quando
cita que a "drenagem linfática pode promover o descolamento de células tumorais e
complicar o prognóstico do paciente", não existe nenhuma probabilidade de uma célula
tumoral migrar por causa da drenagem. O processo de metastatização é complexo e
molecular, logo uma célula tumoral não necessita de assistência mecânica (drenagem) para
disseminar, se for ter metástase,a célula irá fazer esse processo sozinha.
Referências:
GÓES, G S; MUNDRUCA, T L L; FERREIRA, V; PASSOS, E C. Atuação do Fisioterapeuta nos
Cuidados Paliativos em paciente oncológicos adultos hospitalizados Revisão da Literatura.
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. 2016.
MARX, Angela; FIGUEIRA, Patrícia. Fisioterapia no Câncer de Mama. Manole. 2017.
QUESTÃO Nº 27
Uma mulher com 26 anos de idade apresenta queixa de dor pélvica há 2 anos. Refere
dor ao permanecer sentada por tempo prolongado e durante relação sexual. Relata dor
de intensidade moderada na região abdominal inferior, virilha esquerda e coluna
lombar com irradiação para a região glútea e face posterior da coxa esquerda.
Apresenta sintomas de urgência urinária. Refere que, mesmo com dores, realiza corrida
e exercícios abdominais, seis vezes por semana.
Considerando o processo de reabilitação física, avalie as afirmações a seguir, a respeito
da avaliação e tratamento fisioterapêutico indicado a essa paciente.
I. É necessária intervenção para correção postural, pois a postura sentada por tempo
prolongado, com excesso de inclinação pélvica anterior e retificação torácica, causa
alongamento excessivo das estruturas posteriores da articulação sacrococcígea e
lombossacra.
II. Há necessidade de orientar a paciente em relação à prática de atividade física, pois a
corrida, ao aumentar o estresse sobre a sínfise púbica, contribui para a dor na virilha.
III. É necessário fortalecimento do músculo elevador do ânus, pois seus feixes
puborretal, pubococcígeo e iliococcígeo, ao se contraírem, reduzem a pressão intra-
abdominal e promovem a estabilidade da coluna lombar e cintura pélvica.
IV. Há necessidade de se avaliar a ativação dos músculos abdominais, pois a
combinação do músculo reto abdominal hiperativo com músculo transverso abdominal
hipoativo contribui para a instabilidade lombar e pélvica.
V. São indicadas técnicas de terapia manual e de alongamento para os músculos
obturador interno e piriforme, por entre os quais passa o nervo ciático, pois o
pinçamento deste pode contribuir para os sintomas de dispareunia, dor na virilha e na
lombar.
É correto apenas o que se afirma em
A. I, II e III.
B. I, II e V.
C. I, III e IV.
D. II, IV e V.
E. III, IV e V.
Gabarito: D
Tipo de questão: objetiva - questão de resposta múltipla. NIVEL: DIFÍCIL
Conteúdo avaliado: fisioterapia na saúde da mulher e fisioterapia musculoesquelética
Autor(a): PATRICIA LEITE ALVARES SILVA
Comentário:
COMENTÁRIOS DE CADA ALTERNATIVA:
I. É necessária intervenção para correção postural, pois a postura sentada por tempo
prolongado, com excesso de inclinação pélvica anterior e retificação torácica, causa
alongamento excessivo das estruturas posteriores da articulação sacrococcígea e
lombossacra. (FALSA)
Comentário: O desequilíbrio pélvico em anteroversão e consequente hiperlordose
lombar causa encurtamento e NÃO ALONGAMENTO, das estruturas posteriores da
articulação sacrococcígea e lombossacra. Por outro lado uma pelve em retroversão
poderia levar a um estado de contração constante dos músculos levantadores do ânus,
uma vez que os movimentos de retroversão pélvica e verticalização do sacro têm inicio
na região do períneo (FERREIRA, 2011).
II. Há necessidade de orientar a paciente em relação à prática de atividade física, pois a
corrida, ao aumentar o estresse sobre a sínfise púbica, contribui para a dor na virilha.
(VERDADEIRA)
Comentário: Durante a prática da corrida, há o estresse repetitivo sobre a sínfise
púbica e as estruturas ósseas podendo levar a uma pubalgia ou osteíte púbica. A dor
púbica pode estar relacionada a alterações da sínfise púbica e/ou aos tecidos de partes
moles adjacentes e são, em geral, secundárias a mecanismo de estresse por meio da
porção anterior da sínfise, possivelmente causada por desequilíbrio mecânico de forças
(PRENTICE, 2011).
III. É necessário fortalecimento do músculo elevador do ânus, pois seus feixes puborretal,
pubococcígeo e iliococcígeo, ao se contraírem, reduzem a pressão intra-abdominal e
promovem a estabilidade da coluna lombar e cintura pélvica. (FALSA)
Comentário: Os músculos elevadores do ânus formam uma alça muscular para suportar
as vísceras abdominopélvicas e RESISTE, assim, ao aumento da pressão intra-
abdominal, além de ajudar a manter as vísceras pélvicas em posição. Em conjunto com
a fáscia superior e a musculatura lisa, as partes do músculo levantador do anus elevam
o assoalho da pelva, auxiliando, deste modo, os músculos antero-laterais do abdome
na compressão do conteúdo abdominal e pélvico. Essa ação é importante durante a
expiração forçada, tosse, espirro, vomito, defecação e fixação do tronco durante os
movimentos de maior exigência dos membros superiores (MORENO, 2009).
IV. Há necessidade de se avaliar a ativação dos músculos abdominais, pois a combinação
do músculo reto abdominal hiperativo com músculo transverso abdominal hipoativo
contribui para a instabilidade lombar e pélvica. (VERDADEIRA)
Comentário: O transverso abdominal foi considerado um importante estabilizador da
coluna lombar a partir do conhecimento da sua relação com a fáscia tóraco-lombar e a
pressão intra-abdominal. Portanto um tônus adequado dessa fibra é de sua
importância para uma boa estática lombar e pélvica (GOUVEIA, GOUVEIA, 2008).
V. São indicadas técnicas de terapia manual e de alongamento para os músculos
obturador interno e piriforme, por entre os quais passa o nervo ciático, pois o
pinçamento deste pode contribuir para os sintomas de dispareunia, dor na virilha e na
lombar (VERDADEIRA).
Comentário: O nervo ciático origina-se da convergência dos ramos anteriores das raízes
espinhais L4 a S3 na face anterior do músculo piriforme, atravessa o forame isquiático
maior, penetra na região glútea e aloca-se ao longo da face posterior da coxa para
inervar sua face posterior, a perna e o pé. Encurtamento do músculo piriforme e/ou
outras alterações neste trajeto podem levar ao pinçamento do nervo ciático gerando
algias e/ou desconfortos lombopélvicos (PRENTICE, 2011).
Referências:
FERREIRA, Cristine Homsi Jorge. Fisioterapia na saúde da mulher. Guanabara Koogan. 2011.
GOUVEIA, K. M. C.; GOUVEIA, E. C. O músculo transverso abdominal e sua função de
estabilização da coluna lombar. Fisioter. Mov. v. 21, n., 2008, p.45-50.
MORENO, Adriana. Fisioterapia em uroginecologia - 2ª ed. MANOLE, 2009.
PRENTICE, William E. Fisioterapia na prática esportiva - uma abordagem baseada em
competências. 14ª ed. Amgh Editora, 2011.
QUESTÃO Nº 28
Em 2004, foi implementada, no Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Mulher (PNAISM). Essa política prevê a atenção às necessidades de saúde da mulher
em todo o ciclo de vida e incorpora a promoção da atenção obstétrica qualificada e
humanizada. Nesse contexto, ao fisioterapeuta compete
A) prestar assistência individual à gestante para indicar-lhe a escolha do parto vaginal.
B )desenvolver, com o grupo de gestantes, ações com foco na cinesioterapia ativa para
estímulo da região pélvica.
C) atuar como agente de promoção da saúde para a prevenção das mudanças
fisiológicas hormonais advindas do processo gestacional.
D) prestar assistência durante a fase ativa do trabalho de parto, para prevenir a dor da
gestante, principal fator responsável pelos elevados índices de parto cesáreo no país.
E) prestar assistência à gestante durante o trabalho de parto, proporcionando-lhe
relaxamento e aliviando sua dor mediante exercícios de mobilidade pélvica, massagem
terapêutica lombar e banho de imersão ou aspersão.
Gabarito: E
Tipo de questão: objetiva
Conteúdo avaliado: Atuação fisioterapêutica na obstetrícia
Autor(a): GABRIELA RIOS PEREIRA
Comentário Durante a gestação ocorre no corpo da mulher várias alterações fisiológicas
provenientes de mudanças hormonais e posturais resultantes da gestação. A fisioterapia tem
como objetivo evitar com que essas mudanças geram desconfortos e disfunções na mulher
durante e/ou após a gestação. Caso a mulher tenha interesse em realizar um parto pela via
vaginal temos formação para prepará-la para o mesmo, através de massagens vaginais,
treino de força expulsiva, exercícios que favoreçam a nutação e contranutação, trabalho
respiratório, o papel do fisisoterapeuta é respeitar a vontade da mãe e proporcionar a ela
uma gravidez e um parto com qualidade, e não indicá-la´ escolha de um tipo de parto.
Durante o trabalho de parto não tem como evitar a dor e sim proporcionar para a parturiente
relaxamento, diminuição da dor através de compressas, massagens , orientações
respiratórias. O papel principal do fisioterapeuta obstétrico no trabalho de parto é amparar e
proporcionar qualidade para esta mulher fazendo escolhas de exercícios e orientações
específicas para o momento de acordo com a biomecânica pélvica e a fisiologia do parto.
Referências: Fisioterapia Aplicada à Saúde da Mulher ;Elza Baracho; 2017
Maria Amelia Miquelutti1, José Guilherme Cecatti1 and Maria Yolanda Makuch2; Antenatal
education and the birthing experience of Brazilian women: a qualitative study; 2013
*
QUESTÃO Nº 29
Uma mulher com 57 anos de idade, iniciou tratamento de fisioterapia após ter recebido
diagnóstico médico de osteoartrose no joelho direito. Durante a avaliação, foi evidenciada
rigidez articular, acompanhada de dor e limitação de amplitude de movimento. A terapia
manual foi incluída na conduta fisioterapêutica. A respeito dos recursos de terapia manual,
avalie as afirmações a seguir. I. A mobilização articular é indicada para reduzir a rigidez, pois
ativa os mecanorreceptores, favorecendo a analgesia. II. A pompage é indicada para
aumentar a amplitude de movimento pelo alongamento da musculatura esquelética,
causando redução de espasmos musculares e dor. III. A tração articular é indicada para
atenuar a dor, pois reduz as compressões de estruturas articulares e estimula
mecanorreceptores. É correto o que se afirma em A I, apenas. B II, apenas. C I e III, apenas. D
II e III, apenas. E I, II e III.
Gabarito:C
Tipo de questão: Objetiva múltipla escolha
Conteúdo avaliado:Terapias manuais em caso de disfunção músculo-esquelética
Autor(a): CLAUDIO LISIAS MONTEIRO DA CRUZ
Comentário:
Pompages são terapias manuais cujo o objetivo é reorganizar as fascias- Tecido conjuntivo-
um sistema contínuo que recobre, envelopa e envolve o corpo humano e suas partes, sendo
reconhecido como sistema de transmissão de força tensional amplo.
A fáscia faz parte de todo tecido mole do corpo humano, unindo, comprimindo, protegendo e
separando órgãos e tecidos.
A fáscia tem funções sensoriais, a partir do nível microscópico- por exemplo, comunicação
célula a célula; até o envolvimento de grandes lâminas fasciais, tal como a fáscia tóraco-
lombar.
Caracteriza-se por ser um tecido de força e, ao mesmo tempo, elasticidade- a chamada
biotensegridade - ou “resiliência” segundo Leon Chaitow.
Ida Rolf, na década de 1950, percebeu que a fáscia se remodelava em resposta as forças ou
demandas colocadas sobre ela, permitindo mudanças bioquímicas e de transmissão por meio
do processo de mecanotransdução.
Isso explica porque ocorrem mudanças físicas da fáscia manipulada, bem como de sua função.
A fáscia está intimamente ligada ao tecido muscular, envolvendo-o como um todo, em
subdivisões e até me suas células.
A união das diversas camadas da fáscia que permeia o tecido muscular, dá origem aos
tendões, que por sua vez, permitem o movimento articular.
A fáscia é contínua em todo o corpo humano, transmitindo tensões por toda a sua
estrutura, o que segundo a “teoria do icosaedro de tensão seria chamado de “modelo de
tensegridade.
Esse modelo é responsável pelo conceito de cadeia cinética, que reconhece que lesões
transmitem tensões através do corpo e que os sintomas podem ser relacionados com a sua
fonte e tratados indiretamente, através do alinhamento de forças fasciais em relação à
origem da disfunção, ou foco primário.
Devido ao fato das fáscias estarem intimamente unidas e entremeadas aos músculos, as
pompages tem sim efeito sobre o aumento da amplitude articular.
Vale ressaltar que a manipulação da fáscia abre espaço para um trabalho muscular
eficaz, porém não proporciona alongamento muscular.
Willians, P.E. e Goldspink, G., em 1984 provaram que o tecido muscular esquelético se
torna mais longo por adição de sarcômeros em série, o que só ocorre quando contrações
musculares excêntricas ativas são estimuladas.
Schielp, R. em 2016,mostrou que nessas condições ocorre aumento da tensão muscular,
obtida por meio da ativação das fibras musculares extra-fusais, e realização de movimento
voluntário de alongamento do músculo.
Concluindo: pompages aumentam sim a amplitude articular, porém não são suficientes para
causar mudanças no tecido muscular.
Referências:
BAKER, A. Fascia In Sport And Movement, Handspring Publishing, USA, 2015
BUSCHMANN, B. Optimal Muskeln Aufbauem, RIVA, Alemanha, 2018
CHAITOW, L. Terapia Manual para Disfunção Fascial, ARTMED, 2017
D’AMBROGIO, K.J. Terapia da Liberação Posicional, Manole, São Paulo, 2001
MARQUES, A.P. Cadeias Musculares, Manole, São Paulo,2001
SCHIEIP, R. Faszien-Kraftraining, RIVA, Alemanha, 2016
QUESTÃO Nº 30
Um homem com 42 anos de idade, treinador de equipe profissional de futebol, foi
encaminhado à reabilitação cardiovascular com diagnóstico clínico de doença arterial
coronariana. Na avaliação fisioterapêutica, foram identificadas incapacidades nos domínios
de estrutura e função, atividade e participação, conforme a Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. No domínio estrutura e função, foram evidenciadas
fraqueza muscular respiratória e nos membros inferiores. No domínio atividade, foram
constatadas dificuldade de caminhar longas distâncias e de subir e descer escadas. No
domínio participação, foram evidenciadas dificuldade em exercer atividade profissional e
restrição em atividades sociais cotidianas, como ir ao shopping center. Quais
recursos/técnicas devem ser prescritos pelo fisioterapeuta no programa de reabilitação
cardiovascular desse paciente?
A) Exercício resistido e aeróbico intervalado combinado com baixa intensidade (30% da
repetição máxima e 50% da frequência cardíaca máxima, respectivamente) e utilização de
pressão positiva expiratória com EPAP = 15 cm H2O.
B) Exercício ativo livre dos grandes grupos musculares e exercício respiratório com uso de
incentivadores respiratórios, associados à elevação de membros superiores, e utilização de
pressão positiva expiratória com EPAP = 15 cm H2O.
C) Exercício de baixa intensidade (40% da frequência cardíaca máxima) em bicicleta
ergométrica, alongamento passivo estático dos grandes grupos musculares e treinamento
muscular respiratório com resistor pressórico com 60% da pressão respiratória máxima.
D) Exercício resistido e aeróbico intervalado, combinado com moderada intensidade (50% da
repetição máxima e 60% da frequência cardíaca máxima, respectivamente) e treinamento
muscular respiratório com resistor pressórico com 60% da pressão respiratória máxima.
E) Exercício aeróbico contínuo de baixa intensidade (40% da frequência cardíaca máxima),
exercício ativo livre dos grandes grupos musculares e treinamento muscular respiratório com
resistor pressórico com 60% da pressão respiratória máxima.
Gabarito: D
Tipo de questão: Objetiva
Conteúdo avaliado: Doença Arterial Coronariana e tratamento específico ao caso
referenciado.
Autor(a): SERGIO CORREA DE GODOI
Comentário: De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil pessoas morrem por ano
no Brasil em decorrência de doenças cardiovasculares. Entre as mais prevalentes e com maior
taxa de letalidade situa-se a doença arterial coronariana (DAC) que ocorre quando uma
espécie de placa, composta basicamente de gordura e tecido fibroso, se forma no interior das
artérias coronárias que são os vasos responsáveis por levar sangue e oxigênio para o coração,
e acabam de uma forma crônica ou aguda (no caso de ruptura) obstruindo o fluxo sanguíneo
para uma determinada região do coração, podendo ocasionar a morte das células cardíacas
(infarto do miocárdio). Sabendo de tais consequências e analisando as alternativas chega-se à
conclusão que o paciente referenciado na questão não apresenta distúrbios ou
comprometimentos respiratórios, por isso não havia indicação real de EPAP. Entende-se por
EPAP, a pressão positiva expiratória final, também conhecida como PEEP, que é uma forma de
aplicação de resistência a fase expiratória objetivando a abertura de unidades pulmonares
mal ventiladas ou mesmo a manutenção desta abertura por mais tempo visando melhorar a
oxigenação por implementar a troca gasosa. Assim fica evidente que visto tal caso citado o
paciente não necessitaria de tal técnica, o que justifica não assinalar as alternativas A e B.
Também cabe ressaltar que como foi citado que o paciente apresentava fraqueza de
músculos respiratórios, poderia então ser precisamente indicado tratamento com
incentivadores com resistores pressóricos visando aumento do condicionamento
diafragmático. Como o paciente citado era portador de DAC – doença arterial coronariana,
estes em geral têm menor consumo máximo de oxigênio e menor tolerância ao exercício do
que seus pares saudáveis. O treinamento físico destes pacientes aumenta a capacidade
funcional e o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) em pacientes coronariopatas,
aumentando a diferença arteriovenosa de oxigênio e em alguns casos também por aumento
do volume sistólico máximo. Assim analisando o caso, o exercício para os pacientes
coronariopatas deverão incluir atividades realizadas em programas formais de exercício e
também atividades do cotidiano. Portanto, atividades gerais do dia-a-dia são estimuladas,
além das sessões formais de exercícios. Quanto a intensidade do exercício em programas
supervisionados, estes deverão ser realizadas a uma intensidade moderada e confortável,
geralmente entre 40 e 85% da capacidade funcional máxima (VO2máx), que corresponde a 40
a 85% da reserva de freqüência cardíaca (FC) máxima ([FC máxima – FC de repouso] x 40-85%
+ FC de repouso), ou 55 a 90% da FC máxima. O índice de percepção de esforço (IPE), ou
escala de Borg, pode também ser utilizado para monitorizar a intensidade do exercício, com o
objetivo de mantê-la em nível moderado. A intensidade do esforço deve ser abaixo do nível
que provoque isquemia miocárdica, arritmias importantes ou sintomas de intolerância ao
esforço, conforme a avaliação prévia pelo teste de esforço. Visto tais recomendações
elencadas nas Diretrizes de Doença Coronariana e condutas em geral, a alternativa que
contempla o tratamento correto seria, a que adentra com exercícios resistidos, visto a
necessidade de fortalecimento , uma média de 60% da frequência cardíaca máxima e
consequentemente o não uso de EPAP. Portanto a alternativa ideal seria a LETRA D.
Referências:
Araujo, WB - Métodos Não-Invasivos: Diagnóstico e Conduta na Doença Coronariana. Ed.
Revinter., Rio de Janeiro, 2018.
Cesar LA, Ferreira JF, Armaganijan D, Gowdak LH, Mansur AP, Bodanese LC, et al. Diretriz de
Doença Coronária Estável. Arq Bras Cardiol 2014; 103(2Supl.2):1-60
Exercício para pacientes com doença arterial coronariana. Rev Bras Med Esporte [online].
1998, vol.4, n.4 [cited 2019-05-15], pp.122-126. Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
86921998000400006&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1517-8692. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-
86921998000400006.
QUESTÃO Nº 31
Existem amplas possibilidades de participação qualificada do fisioterapeuta na atenção à
saúde do idoso, seja na prevenção de doenças, seja na promoção da saúde. Assim, o
fisioterapeuta insere-se no sistema de atenção básica numa nova perspectiva de atuação não
restrita a procedimentos de reabilitação.
Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir, em relação à atuação do fisioterapeuta na
atenção à saúde do idoso.
I. Cabe ao fisioterapeuta diagnosticar as necessidades de saúde do idoso e elaborar
estratégias para o enfrentamento dos problemas encontrados.
II. O fisioterapeuta deve encaminhar o idoso para clínicas de referência, caso o tratamento
especializado não esteja disponível na unidade.
III. O fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família deve realizar atendimento tanto
na unidade de saúde como no domicílio.
IV. A organização de grupos de promoção à saúde por meio da cinesioterapia é atribuição do
fisioterapeuta.
É correto apenas o que se afirma em
A IV.
B II e III.
C I, II e III.
D I, II e IV.
E I, III e IV.
Gabarito: D
Tipo de questão: objetiva - questão de múltipla escolha
Conteúdo avaliado: Atuação do fisioterapeuta na saúde do paciente idoso.
Autor(a): WATILA DE MOURA SOUSA
Comentário:
O conhecimento do fisioterapeuta sobre conceitos atuais, circunstâncias sociais e métodos de
avaliação em idosos pode auxiliar e orientar a anamnese e semiologia fisioterapêutica
fundamentais para o diagnóstico funcional do indivíduo. Dessa forma será capaz de elaborar
estratégias para resolução de eventuais problemas encontrados. O profissional fisioterapeuta
pode atuar também nas esferas de atenção à saúde primária, secundária e terciária, dessa
forma, atua na promoção à saúde através da atenção primária. Constitui-se um dos deveres
fundamentais do fisioterapeuta, segundo sua área e atribuição específica, utilizar todos os
conhecimentos técnico-científicos a seu alcance e aprimorá-los contínua e permanentemente,
para promover a saúde e prevenir condições que impliquem em perda da qualidade da vida
do ser humano. O uso das técnicas de cinesioterapia fazem parte do tratamento
fisioterapêutico. Em relação a atuação no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), é
imprescindível o estabelecimento de canais de comunicação entre as equipes de Saúde da
Família (SF) e a equipe do NASF e as Unidades de Reabilitação (física, auditiva, visual,
intelectual) existentes em cada localidade ou região, para que se possa proceder aos
encaminhamentos para cuidados que envolvam maior nível tecnológico, bem como o
fornecimento de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, bolsas de ostomia,
recursos ópticos, estabelecendo-se também os canais para o retorno desses usuários e seu
acompanhamento pelas equipes de SF. O fisioterapeuta do NASF tem como atribuição a
atuação em visita domiciliar, caracterizada pelo deslocamento do profissional até o domicílio
do usuário com finalidade de atenção à saúde. Os profissionais do NASF realizarão
diretamente também, embora em caráter excepcional, atenção aos usuários que requeiram
cuidados de reabilitação, orientação, atendimento individual e coletivo. Desenvolvendo
também, junto às equipes de SF, ações integradas em escolas, creches, igrejas, associações e
outros ambientes, bem como visitas domiciliares. Assim a alternativa ideal seria a letra D.
Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO - Brasil). Código de Ética e
Deontologia da Fisioterapia. Resolução nº424/2013. Brasília, 2013.
QUESTÃO Nº 32
O Pacto pela Saúde, divulgado pelo Ministério da Saúde em 2006, teve como intuito
consolidar o Sistema único de Saúde (SUS) no país e apresenta três componentes: Pacto pela
Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão. O Pacto de Gestão contribui para o
fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS e é um compromisso público dos
gestores com as necessidades de saúde da população e com os princípios do SUS.
Considerando os princípios do Pacto de Gestão, avalie as afirmações a seguir, a respeito da
gestão dos serviços de saúde do SUS
I. Os recursos devem ser alocados equitativamente conforme critérios determinados.
II. O sistema de financiamento público deve ser tripartite: União, estados e municípios.
III. Os sistemas devem ser organizados com base na territorialização da saúde.
IV. A participação e o controle social devem ser estimulados.
É correto o que se afirma em:
A. I apenas.
B. I e IV, apenas.
C. II e III, apenas.
D. II, III e IV, apenas.
E. I, II, III e IV
Gabarito: E
Tipo de questão: objetiva - questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: Saúde Pública
Autor(a): LEONARDO LOPES DO NASCIMENTO
Comentário:
I. Os recursos devem ser alocados equitativamente conforme critérios determinados.
(VERDADEIRA)
Comentário: Os recursos financeiros de investimento devem ser alocados com vistas à
superação das desigualdades de acesso e à garantia da integralidade da atenção à saúde. Os
recursos devem atender às necessidades pactuadas no processo de planejamento regional e
estadual. No âmbito regional, este deve refletir as necessidades para se alcançar a
suficiência na atenção básica e parte da média complexidade da assistência, conforme
desenho regional e na macrorregião no que se refere à alta complexidade. No item 3.1 são
apresentados os princípios gerais do financiamento para o SUS (Diretrizes operacionais dos
Pactos pela Vida, 2006).
II. O sistema de financiamento público deve ser tripartite: União, estados e municípios.
(VERDADEIRA)
Comentário: O financiamento do SUS é responsabilidade das 3 esferas de gestão – União,
Estados e Municípios (item 3.1.a – Diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida, 2006)
III. Os sistemas devem ser organizados com base na territorialização da saúde. (VERDADEIRA)
Comentário: O processo de planejamento no âmbito do SUS deve ser desenvolvido de
forma articulada, integrada e solidária entre as três esferas de gestão. Essa forma de
atuação representará o Sistema de Planejamento do SUS baseado nas responsabilidades de
cada esfera de gestão, com definição de objetivos e conferindo direcionalidade ao processo
de gestão do SUS, compreendendo nesse sistema o monitoramento e avaliação. Este
sistema de planejamento pressupõe que cada esfera de gestão realize o seu planejamento,
articulando-se de forma a fortalecer e consolidar os objetivos e diretrizes do SUS,
contemplando as peculiaridades, necessidades e realidades de saúde locorregionais.
(Diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida, 2006).
IV. A participação e o controle social devem ser estimulados. (VERDADEIRA)
Comentário: A participação social no SUS é um princípio doutrinário e está assegurado na
Constituição e nas Leis Orgânicas da Saúde (8080/90 e 8142/90) (item 7 – Diretrizes
operacionais dos Pactos pela Vida, 2006).
Referências:
Diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão / Ministério da
Saúde, Secretaria Executiva, Departamento de Apoio à Descentralização. Coordenação-Geral
de Apoio à Gestão Descentralizada. – Brasília: 2006.
MENICUCCI, Telma Maria Gonçalves; COSTA, Luciana Assis; MACHADO, José Ângelo. Pacto
pela saúde: aproximações e colisões na arena federativa. Ciênc. saúde coletiva. Rio de
Janeiro, v. 23, n. 1, p. 29-40, Jan. 2018.
QUESTÃO Nº 33
Os fisioterapeutas do Núcleo de Apoio à Saúde da Família organizaram uma ação de
promoção da saúde de adultos com diagnóstico de hipertensão arterial e diabetes. Durante a
ação, foram ministradas palestras sobre hábitos alimentares, sedentarismo e prática de
exercícios. As principais dúvidas dos participantes iniciantes eram relacionadas a indicações e
contraindicações de exercício físico e riscos cardiovasculares durante a atividade.
Diante do exposto, avalie as afirmações a seguir, acerca das orientações a serem dadas pelos
fisioterapeutas a partir das dúvidas que surgiram.
I. Um programa regular de exercícios físicos deve contemplar os componentes aeróbico,
resistido e de flexibilidade. Os componentes aeróbico e resistido devem ser prescritos com
base na frequência cardíaca máxima e na repetição máxima, respectivamente.
II. A prática regular de exercício resistido e aeróbico é contraindicada para indivíduos
sintomáticos e/ou que apresentam fatores de risco para doenças cardiovasculares,
pulmonares e do sistema locomotor.
III. A prática de exercício aeróbico deve durar ao menos 30 minutos, com intensidade alta
(70% a 80% da frequência cardíaca máxima), para gerar benefícios à saúde e modificar os
fatores de risco para doenças cardiovasculares.
É correto o que se afirma em
A. II, apenas.
B. III, apenas.
C. I e II, apenas.
D. I e III, apenas.
E. I, II e III.
Gabarito: C
Tipo de questão: Objetiva - Questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: Fisiologia do exercício
Autor(a): Letícia Gomes Martins
Comentário: A afirmativa I está correta, pois um programa regular de exercícios físicos deve
possuir pelo menos três componentes: aeróbio, sobrecarga muscular e flexibilidade, variando
a ênfase em cada um de acordo com a condição clínica e os objetivos de cada indivíduo. A
parte aeróbia do exercício deve ser feita, se possível, todos os dias, com duração mínima de
30 minutos, cinco vezes na semana. Exercícios de sobrecarga muscular e flexibilidade devem
ser realizados pelo menos duas a três vezes por semana, contemplando os principais grupos
musculares e articulações. O treinamento da flexibilidade deve envolver os principais
segmentos corporais, realizados lentamente, até causar ligeiro desconforto, para então, ser
mantidos por cerca de 30 segundos, devendo ser praticados antes e/ou depois da parte
aeróbia. Uma forma prática e muito comum de controle da intensidade do exercício aeróbio
é a medida da frequência cardíaca. A FC aumenta linearmente com a intensidade do esforço,
sendo denominado frequência cardíaca máxima o maior valor alcançado pelo indivíduo
durante um esforço físico até o ponto de exaustão. Para obter a estimativa de FC máxima,
pode-se fazer um cálculo (220 - idade) ajustado à idade. A FC máxima é utilizada como
importante indicador para a prescrição da intensidade do exercício. 60 a 85% da FC máxima é
uma estimativa da intensidade adequada do exercício. Porém, o limiar de FC máxima vai
variar e depender da intensidade do exercício físico (leve, moderado, alto). O teste de uma
repetição máxima (1RM) consiste no deslocamento da quantia máxima de peso em apenas
uma repetição e tem como objetivo auxiliar na prescrição da intensidade a ser utilizada nos
exercícios com pesos. Uma diretriz geral para a prescrição de um treinamento de força é a
seguinte: a intensidade do treinamento recomendada é de 4 a 12 RM, porém depende do
indivíduo e objetivo do exercício, após avaliação.
A afirmativa II está correta, pois indivíduos com sintomas referentes a alguma patologia do
sistema cardiovascular, pulmonar e/ou locomotor podem agravar seu estado com o esforço
exigido do exercício resistido ou aeróbico. Necessária avaliação médica para a liberação ou
não da prática de exercício. Por isso, esses indivíduos devem fazer acompanhamento médico
regularmente. Algumas contraindicações absolutas para prática de exercício são: angina
instável, arritmia não controlada, insuficiência ou estenose mitral ou aórtica graves sem
tratamento adequado, insuficiência cardíaca descompensada, problemas ortopédicos graves.
A afirmativa III está incorreta, pois a intensidade do exercício aeróbico é prescrita de acordo
com o paciente (se é criança, adulto, idoso, saudável ou não, atleta) após uma avaliação
detalhada e não apenas a intensidade alta irá proporcionar benefícios à saúde.
Referências:
ARRUDA, G. A.; PIANCA, H. J. C.; OLIVEIRA, A. R. Correlação do teste de 1RM com aspectos
maturacionais, neuromotores, antropométricos e a composição corporal em crianças e
adolescentes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 179-183,
June. 2011.
CARVALHO, T. et al. Projeto Diretrizes. Atividade Física e Saúde. Sociedade Brasileira de
Medicina do Esporte, 2001.
Diretriz de Reabilitação Cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 84, n. 5,
p. 431-440, May. 2005.
HEINZMANN-FILHO, J. P. et al. Frequência cardíaca máxima medida versus estimada por
diferentes equações durante o teste de exercício cardiopulmonar em adolescentes obesos.
Revista Paulista de Pediatria, São Paulo , v. 36, n. 3, p. 309-314, set. 2018.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E.T. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Conhecimento e
ao Desempenho. 6. ed. São Paulo: Manole, 2009.
STEIN, R. Atividade física e saúde pública. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói ,
v. 5, n. 4, p. 147-149, Aug. 1999.
QUESTÃO Nº 34
Os fisioterapeutas devem conhecer as suas obrigações e seus deveres legais para não
cometerem infrações ético disciplinares em seu exercício profissional. Em relação a esse
assunto, avalie as seguintes afirmações.
I. Constitui obrigação do fisioterapeuta o preenchimento diário do prontuário de seus
pacientes internados em hospitais ou atendidos na rede pública de saúde, com o relato dos
procedimentos terapêuticos adotados e a evolução do quadro clínico de cada paciente; nos
atendimentos particulares e individuais realizados nos domicílios ou em consultório privado,
tal procedimento é opcional.
II. Laudos e atestados emitidos por fisioterapeutas, relacionados a alterações físico-
funcionais, bem como o respectivo prognóstico de tratamento, podem ser utilizados pelo
paciente para abono de faltas ao trabalho.
III. Ao fisioterapeuta é permitida a divulgação de seus serviços profissionais, desde que seu
nome conste junto da palavra “fisioterapeuta”, acompanhada do número de seu registro
junto ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de sua região, bem como é
permitida a divulgação dos títulos de especialidade profissional, desde que sejam
reconhecidos pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
É correto o que se afirma em
A I, apenas.
B III, apenas.
C I e II, apenas.
D II e III, apenas.
Gabarito: B
Tipo de questão: Questão de resposta múltipla
Conteúdo avaliado: Ética e deontologia
Autor: LARISSA MARIANA VELOSO DE OLIVEIRA
Comentário:
A afirmativa I é incorreta pois o preenchimento diário do prontuário de pacientes é
obrigatório, incluídos os atendimentos particulares e individuais realizados nos domicílios ou
em consultório privado.
A afirmativa II é incorreta pois apesar da existência da Resolução nº 464, de 20 de Maio de
2016 – Dispõe sobre a elaboração e emissão de atestados, relatórios técnicos e pareceres, de
acordo com a Lei nº 605/49 (Repouso semanal remunerado e o pagamento de salário nos dias
feriados civis e religiosos), a ausência ao trabalho por motivo de doença deve ser comprovada
mediante Atestado Médico, caso contrário a falta será tida como injustificada e acarretará a
perda da remuneração do dia, assim como ocasiona a perda da remuneração do repouso
semanal, conforme art. 6º, parágrafo 2º, da Lei 605/49.
A afirmativa III está correta e pode ser comprovada no Código de Ética e Deontologia da
Fisioterapia, Resolução nº 424, de 08 de Julho de 2013 – (D.O.U. nº 147, Seção 1 de
01/08/2013), Capítulo X – Da Divulgação Profissional, Artigo 48 - Nos anúncios, placas e
impressos, bem como divulgação em meio eletrônico, devem constar o nome do profissional,
da profissão e o número de inscrição no Conselho Regional, podendo ainda consignar: I – os
títulos de especialidade profissional que possua e que sejam reconhecidas pelo Conselho
Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional para os quais o fisioterapeuta esteja
habilitado; II – título de formação acadêmica strictu sensu. III – o endereço, telefone,
endereço eletrônico, horário de trabalho, convênios e credenciamentos; IV – instalações,
equipamentos e métodos de tratamento, respeitando legislação vigente e resolução
específica; V – logomarca, logotipo ou heráldicos determinados pelo Conselho Federal de
Fisioterapia e de Terapia Ocupacional; VI – logomarca, logotipo ou símbolos de entidades,
empresas, sociedades, associações ou federações às quais o fisioterapeuta esteja legalmente
vinculado; VII – logomarca ou logotipo próprio condizentes com a dignidade profissional.
Referências:
Referências: Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia - Resolução nº 424, de 08 de Julho
de 2013 – (D.O.U. nº 147, Seção 1 de 01/08/2013)
LEI Nº 605, DE 5 DE JANEIRO DE 1949. Repouso semanal remunerado e o pagamento de
salário nos dias feriados civis e religiosos.
QUESTÃO Nº 35
Durante a anamnese, um fisioterapeuta acolhe o seguinte relato: “Quando levanto meu braço
ou durmo sobre ele não aguento de dores no ombro; antes as dores melhoravam após uma
boa noite de sono, porém, atualmente, não consigo trabalhar direito e já não melhoro mais
com o repouso. Já fui ao médico, tomei remédio e ele pediu para te procurar, doutor”.
Considerando essa narrativa, avalie as afirmações a seguir, a respeito das orientações a serem
dadas pelo fisioterapeuta para pacientes com esse quadro, em função da sua atividade
laboral.
I. Trabalhadores domésticos devem ser orientados a guardar utensílios leves e
frequentemente utilizados em lugares elevados.
II. Pedreiros devem ser orientados a utilizar, para atividades que exigem o uso das mãos na
altura acima da cabeça, escada ou andaime para alturas elevadas.
III. Pintores devem ser orientados a mudarem de profissão, devido ao seu quadro clínico.
IV. Odontólogos devem ser orientados a utilizar tipoia nos intervalos entre os atendimentos,
para resolução do processo inflamatório.
É correto apenas o que se afirma em
A II.
B III.
C I e III.
D I e IV.
E II e IV.
Gabarito: A
Tipo de questão: objetiva
Conteúdo avaliado: Princípios Ergonômicos
Autor(a): Zíngarah Májory Tôrres de Arruda
Comentário:
I. Trabalhadores domésticos devem ser orientados a guardar utensílios leves e
frequentemente utilizados em lugares elevados. (errado, pois se deve guardar os objetos de
uso frequente numa altura mediana).
II. Pedreiros devem ser orientados a utilizar, para atividades que exigem o uso das mãos na
altura acima da cabeça, escada ou andaime para alturas elevadas. (correto)
III. Pintores devem ser orientados a mudarem de profissão, devido ao seu quadro clínico.
(errado, porque deve ser feita uma abordagem fisioterapêutica preventiva e curativa. A
mudança de função é recomendada apenas em casos muito graves).
IV. Odontólogos devem ser orientados a utilizar tipoia nos intervalos entre os atendimentos,
para resolução do processo inflamatório. (errado, pois esse caso deve ser analisado com
cautela, pois a imobilização pode gerar mais problemas ao ombro. Muitas vezes, pode ser
mais indicado a prática de exercícios de alongamento durante as pausas).
Referências:
COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho - conteúdo básico – guia prático. Belo
Horizonte: ergo, 2007.
COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho : o manual técnico da máquina humana. Belo
Horizonte: ergo, 1995.
ABRAHÃO, J. Ergonomia, modelo, métodos e técnicas. Brasília, 1993
QUESTÃO Nº 36
Gabarito:
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor:
Comentário:
Referências:
QUESTÃO Nº 37
Gabarito:
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário
Referências:
QUESTÃO Nº 38
Gabarito:
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário
Referências:
QUESTÃO Nº 39
Gabarito:
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário
Referências:
QUESTÃO Nº 40
Gabarito:
Tipo de questão: