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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA PERCEBENDO OS ENTRAVES PARA IMPLANTAR O SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UMA EMPRESA DE SERVIÇO DE DEPILAÇÃO Por: Valéria Ferreira Calvão Xavier Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    PERCEBENDO OS ENTRAVES PARA IMPLANTAR O SISTEMA

    DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UMA EMPRESA DE SERVIÇO

    DE DEPILAÇÃO

    Por: Valéria Ferreira Calvão Xavier

    Orientador

    Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

    Rio de Janeiro

    2015

    DOCU

    MENT

    O PR

    OTEG

    IDO

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    LEI D

    E DI

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    ORAL

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    PERCEBENDO OS ENTRAVES PARA IMPLANTAR O SISTEMA

    DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UMA EMPRESA DE SERVIÇO

    DE DEPILAÇÃO

    Apresentação de monografia à AVM Faculdade

    Integrada como requisito parcial para obtenção do

    grau de especialista em Gestão de Sistemas

    Integrados em QSMS/SGI

    Por: Valéria Ferreira Calvão Xavier

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço a Deus pelo dom da vida,

    Aos meus pais e amigos

    Ao Corpo Docente

    Em especial ao meu Orientador:

    Jorge Tadeu Vieira Lourenço

    Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram

    um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível.

  • 4

    DEDICATÓRIA

    Dedico à minha família e amigos, que

    esta conquista venha contribuir para o

    sucesso de minha carreira profissional.

  • 5

    RESUMO

    Devido às necessidades de adequação às exigências do mercado, as

    empresas inserem novos sistemas em seus processos organizacionais. Para

    se manter efetivamente no mercado, elas estão buscando melhoria da

    qualidade dos serviços prestados aos seus clientes. O presente trabalho tem

    como finalidade apresentar os principais problemas encontrados na

    implantação do Sistema de Gestão da Qualidade – Norma ISO 9001 – 2008,

    numa empresa especializada em prestação de serviço de depilação, refletir

    sobre os possíveis mecanismos utilizáveis para minimizá-los, obter uma maior

    agilidade na tomada de decisão e assim, garantir a eficiência, a eficácia e a

    efetividade do sistema implementado.

  • 6

    METODOLOGIA

    A metodologia utilizada neste trabalho baseou-se na pesquisa

    bibliográfica onde foram consultadas várias literaturas relativas ao assunto em

    estudo, artigos na internet e slides apresentados pelos professores do curso de

    Pós-Graduação, Lato Sensu, Especialização em Gestão de Sistemas

    Integrados em QSMS/SGI, além de consultas às legislações pertinentes aos

    serviços de estética e embelezamento, que possibilitaram fundamentar este

    trabalho.

    Feito na empresa um levantamento dos não atendimentos aos

    requisitos legais, pois para implementar um Sistema de Gestão da Qualidade

    (SGQ) se começa pelo diagnóstico e não pelo treinamento.

  • 7

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 08

    CAPÍTULO I - Fundamentos do Sistema de Gestão

    da Qualidade (SGQ) 10

    CAPÍTULO II - Exigências Legais Específicas 18

    CAPÍTULO III – Dificuldades Encontradas no

    Processo de Implementação

    do SGQ 22

    CONCLUSÃO 39

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

    ÍNDICE 43

    FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

  • 8

    INTRODUÇÃO

    As empresas se ajustam para competir no mercado doméstico. A

    competitividade está na capacidade da empresa de formular e implantar

    estratégias de concorrência que a coloque numa posição sustentável no

    mercado.

    O grande desafio está na competência para enfrentar, adaptar e levar

    a todos os seus níveis hierárquicos e funcionais, da alta gerência a todos os

    seus colaboradores, a incorporação de novos modelos, atitudes e

    comportamentos necessários a mudanças e inovações competitivas do

    mercado.

    Devido às necessidades de adequação às exigências do mercado, as

    empresas inserem novos sistemas em seus processos, e para conseguir uma

    verdadeira eficácia de um sistema de gestão, faz-se relevante apresentar os

    principais problemas encontrados no gerenciamento de sua implantação, seja

    qual for o seu porte, seu ramo de atividade e a sua abrangência de atuação se

    pública ou privada.

    O presente trabalho tem como finalidade apresentar os principais

    problemas encontrados na implantação do Sistema de Gestão da Qualidade –

    Norma NBR ISO 9001 – 2008 numa empresa de serviços de depilação,

    localizada na cidade de Niterói no Estado do Rio de Janeiro e refletir sobre as

    possíveis alternativas para minimizá-los.

    Tendo em vista que na implantação desses sistemas, há uma

    preocupação intensa na percepção da excelência dos serviços, na melhoria

    dos processos e por outro lado, pouca preocupação com os demais aspectos

  • 9

    que envolvem as dinâmicas da empresa causadas por elas, que refletem

    diretamente na sintonia de seus colaboradores e quando se fala em

    colaboradores, está se falando basicamente de pessoas.

    O comportamento humano é o grande diferencial nos dias de hoje, pois

    ao se avaliar o processo de transformações de um determinado sistema,

    verifica-se que problemas culturais de valores podem gerar os maiores

    entraves ao sucesso da implantação de novos sistemas.

    A busca por melhores resultados e a necessidade de respostas rápidas

    e eficientes aumentam devido às oportunidades surgirem a todo o momento.

    Para que as chances não sejam agarradas pelos concorrentes, é relevante que

    os envolvidos na implantação do Sistema de Gestão da Qualidade tenham

    clareza sobre os problemas que podem surgir na incorporação do mesmo, o

    que possibilita a agilidade no processo de tomada de decisão.

    O conhecimento prévio dos entraves que estão por vir permite que a

    empresa tome ações preventivas ao invés das simplesmente corretivas,

    evitando assim gastos desnecessários.

    Neste presente trabalho, aborda-se no primeiro capítulo os fundamentos

    do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), que auxilia na compreensão do

    mesmo, no segundo capítulo as leis específicas aplicáveis ao seguimento de

    prestação de serviço de depilação e no terceiro capítulo as dificuldades

    encontradas no processo e implementação do SGQ.

  • 10

    CAPÍTULO I

    FUNDAMENTOS DE SISTEMA DE GESTÃO DA

    QUALIDADE

    Com o objetivo de tornar mais fácil a compreensão de um sistema de

    gestão da qualidade, vale destacar os aspectos que constituem um sistema e

    as suas interdependências.

    1.1- ASPECTOS FUNDAMENTAIS DE UM SISTEMA

    Os objetivos são alvos que se pretende alcançar com a implantação de

    um determinado sistema de gestão. Sistema é um conjunto de elementos que

    se relacionam entre si, direta ou indiretamente, a fim de atingir um objetivo. Os

    elementos, as relações entre eles e os objetivos constituem os aspectos

    fundamentais de um sistema.

    Em um sistema, nenhuma parte está isolada, e qualquer elemento

    introduzido em uma das partes alterará significativamente as outras e o

    sistema como um todo.

    O desempenho total do sistema depende dos esforços conjuntos de

    todos os seus elementos. Logo, para melhorarmos o desempenho do sistema,

    precisamos levar em consideração a existência de restrições, selecionar a

    principal e atuar nela, de forma a promover um processo de melhoria contínua.

    A restrição de um sistema se refere a qualquer coisa que impeça o sistema de

    atingir o seu objetivo.

  • 11

    O colaborador responsável em gerenciar um sistema deve ter a

    capacidade de desenvolver o pensamento sistêmico e perceber a importância

    dessa forma de pensar. Pensar sistemicamente significa pensar em termos de

    relações e interações entre os elementos de um todo, pensar sistemicamente é

    ver processos em qualquer fenômeno, é ver mudanças, além de crescimento e

    desenvolvimento.

    1.2 – Definições de Qualidade

    Podemos definir a Qualidade de um produto como sendo o grau de

    satisfação dos requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas,

    ou seja, de uma combinação de características do projeto e da produção,

    determinante na satisfação que o produto possa proporcionar ao consumidor,

    durante o seu uso. Conforme Shierz diz:

    Os conceitos de qualidade estão plenamente presentes

    na rotina das grandes empresas e passam a atuar também nas

    médias e pequenas empresas. Tornando-se parte fundamental

    da administração moderna, participando na tomada de

    decisões das próprias pessoas, como “entidades”

    independentes (SHIERZ,1999).

    Quando as indústrias iniciaram os processos de produção em massa, o

    termo qualidade foi difundido e a sua utilização tornou-se cada vez mais

    frequente. Com o avanço da tecnologia e o crescimento das indústrias, o

    aumento da concorrência fez com que estas empresas passassem a se

    preocupar com a qualidade de seus produtos e serviços, pois este seria um

    importante diferencial entre as empresas. Desde então, observa-se uma busca

    constante por programas de qualidade que consigam garantir que os produtos

    e serviços oferecidos possuem a qualidade exigida pelos clientes.

  • 12

    A proposta de um Sistema de Gestão da Qualidade é identificar,

    organizar e gerenciar os processos de uma organização, a fim de garantir a

    qualidade de seus produtos e/ou serviços.

    1.3 – Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)

    Empresários representantes de 25 países, durante uma reunião em

    Londres, na Inglaterra, decidiram criar uma organização internacional não-

    governamental com o objetivo de facilitar, em nível mundial, a coordenação e a

    unificação de normas industriais. Essa organização, denominada ISO

    (International Organization for Standardization), sediada em Genebra, na

    Suíça, começou a funcionar oficialmente em 23 de Fevereiro de 1947.

    Tendo em vista a grande luta pela conquista da preferência dos

    clientes, na década de 80, a ISO criou uma comissão técnica com a finalidade

    de elaborar as normas técnicas voltadas aos sistemas de gestão da qualidade,

    visando facilitar o intercâmbio internacional de bens e serviços, uma vez que,

    considerava que os requisitos variáveis dos Sistemas de Gestão da Qualidade

    representavam uma barreira ao comércio. O trabalho técnico da ISO,

    desenvolvido por 2.981 Comitês e Subcomitês Técnicos, consistiu na

    elaboração de acordos internacionais, através de processo consensual, para

    aplicação voluntária. Estes acordos, fortemente baseados nas normas

    britânicas da qualidade, foram publicados como Normas Internacionais, e até o

    momento, foi elaborada uma quantidade superior a dez mil normas.

    As normas elaboradas por essa comissão uniformizaram conceitos,

    padronizaram modelos para a garantia da qualidade e forneceram diretrizes

    para a gestão da qualidade nas diversas organizações.

    O propósito da International Organization for Standardization é

    desenvolver e promover normas que possam ser utilizadas igualmente por

  • 13

    todos os países do mundo, e por isso, a ISO atua nos mais diferentes

    segmentos, de normas e especificações de produtos, matérias-primas a

    sistemas de gestão, em todas as áreas.

    A série ISO 9000 é constituída por três normas destinadas ao

    Gerenciamento da Qualidade e à Qualidade Assegurada. O objetivo é o de

    complementar os requisitos dos produtos e serviços prestados por uma

    organização que pretenda implementar os seus padrões de qualidade e tornar-

    se mais competitiva nos mercados interno e externo. A normatização ISO 9000

    refere-se aos elementos do Sistema da Qualidade que devem ser

    implementados na organização. Desta família iremos destacar a ISO 9001, que

    trata dos requisitos para este sistema de gestão.

    A ISO 9001 é uma norma de sistema de gestão que permite as

    empresas: verificar a consistência de seus processos, medi-los e monitorá-los,

    com o objetivo de aumentar a sua competitividade e com isso assegurar a

    satisfação de seus clientes e atender seus requisitos. Quando uma empresa é

    certificada pela norma ISO 9001, não é apenas ela quem ganha, mas também

    os clientes e a sociedade, ela representa um atestado de reconhecimento

    nacional e internacional à qualidade do trabalho.

    A norma ISO 9001:2008 especifica requisitos para a gestão da

    qualidade e os princípios do sistema são:

    - Foco no cliente – Organizações dependem de seus clientes,

    portanto é recomendável que atendam às necessidades atuais e futuras do

    cliente;

    - Liderança – Líderes estabelecem a unidade de propósito e o rumo

    da organização. Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno,

    no qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de atingir

    os objetivos da organização;

    http://www.templum.com.br/iso-9001

  • 14

    - Envolvimento das pessoas - Pessoas de todos os níveis são a

    essência de uma organização e seu total envolvimento possibilita que suas

    habilidade sejam usadas para o benefício da organização;

    - Abordagem por Processos – Um resultado desejado é alcançado

    mais eficientemente quando as atividades e os recursos relacionados são

    gerenciados como um processo;

    - Abordagem Sistêmica para Gestão – Identificar, entender e

    gerenciar os processos inter-relacionados como um sistema contribui para a

    eficácia e eficiência da organização no sentido de esta atingir os seus

    objetivos;

    - Melhoria Contínua – Convém que a melhoria contínua do

    desempenho global da organização seja seu objetivo permanente;

    - Decisões baseadas em fatos – Decisões eficazes são baseadas na

    análise de dados e informações;

    - Relacionamento com fornecedores – Uma organização e seus

    fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios mútuos

    aumenta a capacidade de ambos de agregar valor.

    A ISO 9001 impulsiona a organização ao atendimento eficaz de seus

    clientes, pode ser implantada em empresas de qualquer setor, pois estabelece

    requisitos para processos, e não para produtos. Cada empresa implementa

    seu próprio sistema de gestão da qualidade, de acordo com a norma e com as

    suas necessidades.

    A adoção de um sistema de gestão, geralmente, implica na

    padronização dos métodos e práticas dentro de uma organização. Um bom

    caminho para essa iniciativa é através da implementação das normas ISO, que

    contêm tópicos diversificados que exigem a padronização das operações

    críticas da empresa. A padronização é importante para a empresa, pois

  • 15

    permite, entre outros objetivos, demonstrar para os clientes, por meio de

    evidências objetivas (documentos e registros), que os requisitos contratuais

    especificados podem ser alcançados. Além disso, ela permite a análise crítica

    e a melhoria dos procedimentos e métodos da organização.

    Seus principais benefícios são:

    - Melhoria no desempenho do negócio e no gerenciamento dos riscos;

    - Melhoria da satisfação do cliente;

    - Vantagens competitivas e remoção de barreiras comerciais;

    - Redução de gastos;

    - Melhoria da comunicação interna.

    1.4 – Processos da Gestão da Qualidade

    A Gestão da Qualidade pode ser dividida basicamente em três

    processos:

    - Planejamento da Qualidade – A organização deverá ouvir os

    clientes e detectar suas aspirações e expectativas. Fazer um levantamento das

    suas principais necessidades. Após este levantamento se desenvolverá

    processos para elaboração do produto/serviço que atenda essas

    necessidades. Ações de controle, padrões, procedimentos e rotinas serão

    definidas para garantir a eficácia do processo;

  • 16

    - Controle da Qualidade – A organização deverá avaliar o

    desempenho dos processos que foram desenvolvidos, visando a eficácia do

    planejamento da qualidade;

    - Melhoria da Qualidade – A organização deverá manter a

    estabilidade dos processos para que se façam melhorias, eliminando-se os

    problemas.

    1.5 – Proposições para Implantação do SGQ

    - Conquistar o apoio da direção

    A diretoria é fundamental durante o processo de implantação do SGQ,

    pois ela é responsável por prover os recursos necessários, auxiliar no

    engajamento de todos os níveis hierárquicos, e dar a sustentação necessária

    para a credibilidade e continuidade do processo. Em seguida, os outros níveis

    (gerências, supervisores e o nível operacional) devem ser conquistados.

    - Foco no treinamento

    À medida que os documentos forem criados/revisados, a rotina de

    treinamento pessoal deve ser intensificada.

    - Verificar sistematicamente a eficácia do SGQ

    Fazer das auditorias internas da Qualidade uma rotina. Estas devem

    ser intensificadas nos primeiros meses e podem ter sua periodicidade

    aumentada quando o SGQ estiver consolidado.

    - Melhorar continuamente

    O SGQ é dinâmico. É fundamental a melhoria contínua do SGQ,

    impulsionada por:

    - Revisão da política e objetivos da qualidade;

  • 17

    - Análise crítica pela direção;

    - Auditorias internas, externas e de terceira parte;

    - Ações corretivas, preventivas e de melhoria contínua;

    - Atualização das normas de referência ou legislações aplicáveis;

    - Benchmarking (Consiste no processo de busca das melhores práticas

    administrativas numa determinada empresa e conduzem ao desempenho

    superior.), com parceiros e concorrentes;

    - Pesquisas de satisfação de clientes;

    -Indicadores de desempenho.

  • 18

    CAPÍTULO II

    EXIGÊNCIAS LEGAIS ESPECÍFICAS

    É de suma importância o conhecimento das legislações aplicadas aos

    estabelecimentos que realizam atividades de depilação, pois a empresa em

    estudo necessita demonstrar sua capacidade de fornecer um serviço de alta

    qualidade técnica, garantir a satisfação do cliente, gerar credibilidade e ao

    mesmo tempo atender os requisitos legais, para captar novos clientes e

    fidelizar os atuais.

    2.1 – LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS

    - Lei Federal nº 12.592 de 18 de janeiro de 2012 (Dispõe sobre o

    exercício das atividades profissionais de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista,

    Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador). Publicada no DOU de 19 de

    janeiro de 2012.

    - Lei Federal nº 8.078 de 11 de setembro de 1990 (Dispõe sobre a

    Proteção do Consumidor). Publicada no DOU de 12 de setembro de 1990.

    - Código Penal - Artigo 129 (Trata da ofensa a integridade corporal ou

    à saúde de outrem).

  • 19

    - Código Civil – Artigos 949, 950 e 951 (Tratam da indenização no caso

    de lesão corporal ou outra ofensa à saúde de outrem).

    - Resolução SESDEC nº 1411 de 15 de outubro de 2010 (Delega

    competências de ações da Vigilância Sanitária para as Secretarias Municipais

    de Saúde no âmbito do Estado do Rio de Janeiro). Publicada no DO nº 192 de

    21 de outubro de 2010.

    - Lei Municipal nº 2.564 de 25 de junho de 2008 (Dispõe sobre o

    Código Sanitário do Município de Niterói). Publicada em A TRIBUNA de 26 de

    junho de 2008.

    - Alvará/licença sanitária expedido pela Vigilância Sanitária Municipal

    de Niterói (O licenciamento sanitário atesta as boas condições físico-estruturais

    e o pleno desenvolvimento dos processos de trabalho de forma satisfatória nos

    estabelecimentos prestadores de serviços de interesse à saúde. Os

    estabelecimentos prestadores de serviços de interesse à saúde, no âmbito da

    Vigilância Sanitária Municipal, somente poderão funcionar após a solicitação e

    expedição do licenciamento pelo órgão competente, no limite de suas

    atribuições).

    - Recomendações Técnicas para o Funcionamento dos Serviços de

    Estética e Embelezamento sem Responsabilidade Médica – ANVISA (Agência

    Nacional de Vigilância Sanitária) – Brasília, dezembro de 2009.

    2.2 – Exigências legais locais e regionais para o

    atendimento aos requisitos legais aplicáveis ao serviço

    de depilação

    A atividade empresarial de prestação de serviço de depilação é um

    negócio relacionado à beleza e estética. A maioria dos homens e mulheres

  • 20

    preocupa-se cada vez mais com a aparência e os pêlos de maneira geral, são

    incômodos e indesejados. A depilação é o processo de retirada dos pêlos. Os

    métodos mais utilizados na depilação são classificados em: Depilação

    Temporária (utiliza os seguintes recursos: aparelhos eletrônicos, cera quente,

    cera fria, cremes depilatórios, depilação com linha e depilação roll-on) e

    Depilação Definitiva (utiliza os seguintes recursos: lazer e luz pulsada).

    A empresa de serviços de depilação focada neste presente trabalho

    emprega o método de depilação temporária e o recurso utilizado na retirada

    dos pêlos é a tradicional cera quente.

    Os processos produtivos da empresa de serviço de depilação são

    divididos basicamente em:

    - Atendimento ao Cliente – Este processo inicia-se de várias formas:

    o cliente vai até a empresa e é atendido na recepção ou faz contato por

    telefone e após este contato se dirige até empresa. No primeiro contato, o

    atendente faz uma avaliação da solicitação do cliente, procura entender sua

    expectativa ou necessidade, define de forma compartilhada como será

    realizado o atendimento, fecha a venda e posteriormente encaminha o cliente

    para o atendimento especializado;

    - Prestação do Serviço – Processo responsável pela realização do

    serviço específico a cada cliente. Cada cliente será encaminhado a um

    determinado profissional, conforme o serviço ou conjunto de serviços que irá

    receber. As salas de depilação são delimitadas por divisórias;

    - Administração do Negócio – Este processo destina-se às atividades

    de relacionamento com fornecedores, controle de contas a pagar, atividades

    de recursos humanos, controle financeiro e de contas bancárias,

    acompanhamento do desempenho do negócio e outras que o empreendedor

    julgar necessárias para o bom andamento do empreendimento.

  • 21

    Para escolha dos produtos e materiais que serão utilizados no

    processo de depilação deve ser observado o registro na ANVISA e adequação

    ao tipo de pele e pêlo.

    Deve ser evitada a reutilização de materiais tais como ceras para

    depilação, pois é comprovado que alguns microorganismos resistem ao calor

    das termoceras, o que pode provocar a contaminação de toda a cera,

    causando danos à saúde do cliente.

    Os equipamentos precisam de manutenção constante, pois a assepsia

    e o manuseio adequado irão garantir maior tempo de durabilidade. As

    termoceras quando não estão bem reguladas podem promover um

    aquecimento excessivo da cera, o que poderá causar queimaduras no cliente.

    A depilação com cera é geralmente dolorosa, para evitar esse

    sofrimento é aconselhável que antes da aplicação da cera depilatória seja

    ministrado um anestésico, ou optar por produtos que contenham anestésicos

    em sua fórmula. Dentre as ceras quentes, as melhores são as artesanais, pois

    essas contêm óleos vegetais que removem os pêlos e hidratam a pele.

    Visando adequar às exigências legais locais e regionais, observou-se a

    falta de norma técnica específica de prestação de serviço de depilação e para

    fazer o levantamento das não conformidades aos requisitos legais utilizou-se

    como base as Recomendações Técnicas para o Funcionamento dos Serviços

    de Estética e Embelezamento sem Responsabilidade Médica – ANVISA

    (2009), que abrange todo o estabelecimento que realiza atividades de

    cabeleireiro, barbearia, depilação (exceto depilação a laser), manicure e

    pedicure, podologia, estética facial, estética corporal, massagem relaxante,

    banho de ofurô, drenagem linfática, massagem estética, e outras atividades

    similares.

  • 22

    CAPÍTULO III

    DIFICULDADES ENCONTRADAS NO PROCESSO

    DE IMPLEMENTAÇÃO DO SGQ

    O Sistema de Gestão da Qualidade da empresa em estudo foi

    fundamentado nas Recomendações Técnicas para o Funcionamento dos

    Serviços de Estética e Embelezamento sem Responsabilidade Médica –

    ANVISA (2009).

    Inicialmente realizou-se um levantamento das não conformidades para

    diagnóstico da organização, em comparação com as Recomendações

    Técnicas da ANVISA para verificar as deficiências.

    Na tentativa de adequar o produto (serviço de depilação) às exigências

    legais após o diagnóstico da empresa, observou-se a resistência dos

    funcionários.

    Quanto às dificuldades encontradas, observarem-se resistências

    relacionadas a divergências de valores e crenças, ou seja, aos elementos

    culturais.

    3.1 – Cultura Organizacional

  • 23

    A cultura interna foi uma barreira encontrada na empresa em estudo.

    Quebrar a rotina que a empresa tinha antes e atuar em cima dos padrões

    estabelecidos pela norma foi uma barreira.

    Todas as empresas, independentemente do tamanho, do segmento

    em que atuam e dos bens ou serviços que produzem, possuem cultura

    organizacional, formalmente instituída ou não.

    A cultura organizacional ou corporativa é definida por (CHIAVENATO,

    2010) como o "conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos através de

    normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros

    da organização".

    A cultura reflete a mentalidade que predomina e orienta o

    comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia. Entender a

    cultura de uma forma prática é observar de como as coisas são feitas.

    As principais características da cultura organizacional podem ser

    percebidas através dos seguintes conceitos:

    - Crenças: verdades concebidas ou aceitas a partir da observação de

    fatos e pela convivência em um grupo de pessoas;

    - Valores: elementos que determinam a importância das coisas. Os

    valores representam uma predeterminação consciente da ação das pessoas.

    Uma forma de identificar os valores de um grupo consiste na observação de

    como as pessoas do grupo ocupam seu tempo;

    - Costumes - materialização dos valores e crenças através dos atos

    realizados de forma um tanto ou quanto sistemática;

  • 24

    - Ritos: operações rotineiras executadas para êxito das atividades;

    - Cerimônias: encontros formais e informais de um grupo social.

    Funcionam como meios de reafirmar ou ratificar valores, crenças e costumes;

    - Rede de comunicação informal: A rede de comunicação informal

    funciona como excelente meio de atualização de crenças, valores e mitos.

    Através desta rede, a cultura da empresa é reciclada e reafirmada.

    A cultura organizacional engloba valores. Valores éticos devem

    estar em conformidade com os princípios morais e com as regras aceitas pela

    coletividade, tais como: cumprimento do seu dever empresarial, visando

    sempre o bem estar dos envolvidos, através da valorização de cada indivíduo,

    agir com integridade, dentro da legalidade, com coerência em todas as

    decisões e ações praticadas pela organização, devendo-se cumprir as

    obrigações legais e fiscais.

    Uma cultura organizacional se faz forte, quando os valores e princípios

    da empresa são disseminados de forma clara e os envolvidos têm orgulho de

    fazer parte de uma organização transparente.

    Demonstrar respeito, atenção, interesse, compromisso e

    responsabilidade que cada profissional dispensa no desempenho de suas

    atividades é primordial para que haja o comprometimento por parte dos

    colaboradores.

    O proprietário tem poderes para gerir a empresa e as relações desta

    com os colaboradores, porém esses poderes são limitados devendo dar

    obediência às leis vigentes. Contudo a legislação vigente, como a tributária, a

    trabalhista e a comercial tem influência acentuada sobre o comportamento e

    forma de agir das organizações.

  • 25

    As irregularidades praticadas pela empresa focada neste trabalho

    tornam precárias as relações de trabalho com prejuízo ao meio ambiente de

    trabalho. Tais costumes como as fraudes praticadas pela empresa são

    disseminados por toda a empresa interpondo dificuldades no desenvolvimento

    do processo de implementação do SGQ. Desta forma, a cultura organizacional,

    composta de crenças e valores, impacta na Eficácia das atividades

    executadas.

    A cultura organizacional, além da adaptação e comprometimento dos

    colaboradores com a mesma, deve ser compreendida como decisiva para o

    sucesso dos sistemas (REIS NETO, 2006).

    3.2 – Valores Individuais

    O processo gerencial de atendimento aos requisitos legais aplicáveis

    ao produto (serviço de depilação, neste caso) sofreu resistência por parte dos

    colaboradores, não havendo envolvimento e nem comprometimento.

    Segundo, Rothmann e Cooper:

    Valores são a base na formação das atitudes e

    preferências pessoais e estão entre as características mais

    duradouras e estáveis das pessoas. Os valores são crenças e

    princípios que orientam a vida de pessoas, organizações e

    países (ROTHMANN E COOPER, 2009).

    São os valores que também determinam o comportamento de uma

    pessoa. Se os valores são de natureza ética, a pessoa se comportará

    eticamente; o contrário também é verdadeiro (WEIL, 1991).

    Tamayo, afirma que:

    A percepção que os empregados têm dos valores

    organizacionais determina seu comportamento e

  • 26

    possivelmente o seu comprometimento, ou seja, essa

    percepção resultará na elaboração de um modelo mental que

    guiará o seu comportamento, bem como a sua conduta em

    diversas situações no ambiente corporativo (TAMAYO, 2000).

    3.3 – Resistências a Mudanças

    Organizações mudam para fazer face à crescente competitividade,

    cumprir novas leis ou regulamentações ou atender a variações na preferência

    do cliente. Hoje em dia, as organizações provocam as transformações

    incessantemente.

    Ao implementar mudanças ou inovações, as organizações têm de

    enfrentar resistências internas. Superar os comportamentos de resistência dos

    empregados que podem por em risco à transformação organizacional é uma

    das principais barreiras.

    Gestão de mudança é uma área de estudo em administração que

    possui o enfoque na necessidade de constante adaptação das organizações

    contemporâneas. Pois, são dotadas de paradigmas que fazem parte de sua

    cultura organizacional. Esses paradigmas são comuns e regem o

    comportamento das pessoas, resultando muitas vezes no estabelecimento de

    culturas burocráticas e funcionais, as quais exigem uma atitude inovadora e

    eficiente. A intensidade e a volatilidade das pressões internas e externas

    impõem esses desafios para as empresas, fomentando a necessidade real da

    mudança e assim, a quebra de paradigmas.

    A mudança organizacional pode significar desde uma alteração de

    posição no mercado, mudança na sua função social, modificação no seu

  • 27

    direcionamento estratégico com possível alteração na sua missão e visão e

    reavaliação das suas práticas nos diferentes níveis de autoridade e

    responsabilidade. A mudança é tida como processo natural ao longo da

    existência das organizações. Para que um processo de mudança tenha

    sucesso, deve existir liderança. Todo processo de mudança deve ser

    exaustivamente planejado, incluindo no planejamento a capacitação de

    pessoal.

    As táticas de implementação da mudança incluem instrução,

    participação e negociação com todos os empregados. Em empresas onde haja

    uma sólida cultura que aceite a participação do conjunto de funcionários na

    construção e prática das sugestões, a abordagem de baixo para cima costuma

    ser bem aceita, já que se inicia através daqueles que tem o conhecimento e a

    habilidade na execução diária de suas tarefas.

    As mudanças culturais são tidas como uma das mais difíceis de serem

    implantadas, já que podem colidir com o conhecimento de cada um dos

    profissionais da empresa. Os profissionais de mais longo tempo de atividades

    são quase sempre muito resistentes à mudança, principalmente quando essas

    passam a não ser similares ao que esses funcionários estejam familiarizados

    ou acostumados. A existência de múltiplas culturas termina por significar a

    inexistência de uma única cultura ou de uma cultura predominante. Essas

    mudanças referem-se à mudança nos valores, normas, atitudes, crenças e

    comportamento dos empregados. Relacionam-se com a maneira como os

    colaboradores da organização pensam.

    Nos processos de mudança tem-se como parceiro a gestão de

    conflitos. O conflito pode ocorrer a qualquer momento e em qualquer lugar

    dentro de uma organização. O Desenvolvimento Organizacional (DO) pode

    ajudar a resolver esses mesmos conflitos.

    Conforme Bennis conceitua:

  • 28

    O DO é uma resposta da organização às mudanças. É

    um esforço educacional muito complexo, destinado a mudar as

    atitudes, os comportamentos e a estrutura da organização de

    tal maneira que esta possa se adaptar melhor a novas

    conjunturas, mercado, tecnologias, problemas e desafios que

    estão surgindo nas economias globalizadas (BENNIS,1972).

    Conforme Andrade e Amboni dizem:

    O Desenvolvimento Organizacional como um processo

    de mudança:

    - envolve a organização como um todo e o seu ambiente direto

    e indireto; valoriza a interação dos subsistemas que integram

    as organizações. A interdependência, a totalidade e a

    reciprocidade e a reciprocidade são fundamentais para

    assegurar quaisquer tipos de proposta de mudanças de

    mudanças planejadas;

    - deve ser conduzido por um agente de mudanças com o

    intuito de estimular e facilitar o desenvolvimento de todas as

    fases do processo de desenvolvimento organizacional;

    - representa um método de mudança planejada;

    -favorece a aprendizagem contínua, bem como o

    reaprendizado dos integrantes da organização, visando a

    internalização de novos valores organizacionais;

    - deve estimular o trabalho em equipe;

    - contribui com a retroalimentação do sistema, por meio de

    processos comunicativos rápidos e ágeis a fim de que as

  • 29

    pessoas compreendam o que está acontecendo na

    organização e fora dela;

    - deve estar fundado na perspectiva contingencial, ou seja,

    circunstancial. O DO não pode ser visto como uma camisa de

    força, isto é, “de cima para baixo”, como uma estratégia

    impositiva. Deve envolver as pessoas-chave da organização.

    O processo de DO, geralmente, engloba as seguintes etapas, segundo

    Andrade e Amboni:

    Etapa 1: decisão da organização em utilizar a consultoria

    como um processo de mudança. Os dirigentes da

    organização devem ter claro que a consultoria é um esforço

    muito complexo, destinado a mudar atitudes, valores,

    comportamentos e a estrutura da organização, de tal maneira

    que esta possa se adaptar melhor a novas conjunturas,

    mercados, tecnologias, problemas e desafios que estão

    surgindo nas economias globalizadas

    Etapa 2: definição do agente de mudanças interna e

    externas. O dirigente deve escolher um externo para

    coordenar os trabalhos de consultoria. O agente de

    mudanças/consultor de procedimentos deve atuar como um

    facilitador, orientador e educador no sentido de demonstrar

    como as pessoas e as organizações podem aprender ou

    reaprender com as mudanças promovidas pela consultoria.

    Etapa 3: planejamento do processo de consultoria. O

    planejamento do processo de consultoria inicia-se com a

    definição do objetivo e a aprovação do projeto e da proposta

    de intervenção com a equipe dirigente da organização. De

    posse do objetivo, do plano de trabalho e da proposta de

    intervenção, as pessoas-chaves da organização em conjunto

  • 30

    com o agente de mudança/consultor de procedimentos podem

    definir as etapas de trabalho necessárias para o alcance dos

    objetivos pretendidos com o trabalho de consultoria e de

    intervenção. Para cada etapa de trabalho deve-se,

    principalmente, especificar as técnicas de coleta de dados

    pretendidas, bem como as equipes de trabalho com seu devido

    cronograma e resultados desejados.

    Etapa 4: sensibilização. Na sensibilização o agente de

    mudança/consultor de procedimentos, visando assegurar o

    sucesso do trabalho de consultoria, deve explicar o objetivo

    pretendido, os benefícios, que grupos serão afetados e

    desmitificar conceitos. Além disso, deve demonstrar a

    relevância do trabalho para a organização, para as pessoas,

    para o mercado e para a sociedade. Também, pode utilizar

    exemplos de organizações de sucesso que utilizam a

    consultoria como alternativa de sobrevivência, de crescimento

    e de longevidade, dentre outros assuntos considerados

    relevantes pelo agente de mudanças/consultor.

    Etapa 5: diagnóstico da situação. O diagnóstico consiste em

    verificar qual é a verdadeira realidade da organização e do

    ambiente. Para identificar a realidade da organização e do

    ambiente devem-se levar em conta os objetivos pretendidos do

    programa de mudanças e intervenção. Aspectos estruturais,

    estratégicos, comportamentais, ambientais, processuais e de

    desempenho podem ser analisados de forma geral, assim

    como os pertinentes aos subsistemas que integram a

    organização.

    Etapa 6: análise e interpretação. A análise compreende a

    verificação dos dados e das informações coletadas acerca do

    objetivo pretendido em relação à proposta de consultoria e de

    intervenção. No momento da análise e da interpretação,

    independente das técnicas de coletas de dados utilizadas,

  • 31

    diferentes mapas mentais devem ser confrontados para

    favorecer o entendimento das causas dos problemas e para

    identificar congruências e divergências.

    Etapa 7: plano de ações. Compreende o estabelecimento da

    estratégia de intervenção para que as mudanças sejam

    efetivadas, incluindo o envolvimento das pessoas-chave no

    processo e os métodos a serem aplicados.

    Etapa 8: intervenção. É a execução do plano aprovado e a

    utilização de métodos sistemáticos de mudança

    comportamental. Intervir é entrar na organização, ou entre as

    pessoas, ou nos subsistemas com o propósito de ajudar essas

    entidades a melhorar as eficácia e efetividade.

    Etapa 9: acompanhamento. Entende-se por monitoração não

    apenas o controle, ou seja, a verificação do que foi planejado e

    executado em termos quantitativos. O conceito de monitoração

    é mais amplo, pois envolve de alguns integrantes da

    organização o acompanhamento e a sondagem dos ambientes

    interno e externo. Ainda, faz parte do processo de monitoração

    a coleta de informações de cunho qualitativo e quantitativo

    ajustes necessários.

    Etapa 10: avaliação permanente. A avaliação do plano de

    intervenção pode ser feita por resultados e por processos. A

    avaliação por resultados está voltada para a verificação do que

    foi planejado em relação ao executado. A avaliação por

    processos tem por objetivo corrigir possíveis desvios

    identificados na fase de monitoração do plano de intervenção.

    Esta avaliação propõe ajustes específicos a fim de assegurar a

    sua eficiência, eficácia e efetividade.

    Essas etapas identificam o trabalho do consultor de DO,

    assim considerado o agente de mudança externo à

  • 32

    organização ou um indivíduo ou grupo da própria organização

    encarregado de iniciar e administrar todo o processo.

    (ANDRADE; AMBONI, 2009).

    Uma mudança para uma empresa não necessariamente é algo

    simples. Normalmente essas mudanças são multidisciplinares. Mudanças

    envolvem pessoas, instalações, equipamentos, estratégias mercadológicas,

    processos, insumos, enfim, há todo um conjunto de disciplinas encadeadas em

    uma simples mudança. Até mesmo por isso, conforme Navarro devem ser

    observados alguns principais conceitos básicos, para toda e qualquer empresa:

    1) Qualidade

    A Qualidade depende ou encontra-se associada ou

    vinculada a:

    - Cultura consolidada;

    - Controles implementados e explícitos aos clientes e

    empregados;

    - Normas e procedimentos existentes e atendidos;

    - Capacitação de pessoal próprio e de contratadas;

    - Processo de fiscalização em todos os níveis do

    processo;

    - Certificações por entidades reconhecidas;

    - Processos diversificados;

    - Atendimento aos prazos;

  • 33

    - Características dos serviços executados;

    - Níveis de automação.

    Cada um dos elementos referenciados pode ser

    desmembrado. Também se percebe que todos esses

    elementos contribuem direta ou indiretamente no Processo de

    Qualidade. Podem ser acrescentados outros elementos que

    possam ser parametrizados, como: baixo nível de retrabalho,

    produção dentro da métrica especificada, entre outros.

    2) Versatilidade

    A versatilidade de uma empresa é um dos fatores mais

    importantes para os clientes. Uma empresa versátil consegue

    mais rapidamente do que as outras adaptar-se às mudanças

    do mercado e aos anseios dos clientes. Os principais

    elementos para a avaliação deste quesito são:

    - Planejamento;

    - Capacitação de pessoal;

    - Inovação Tecnológica;

    - Pensamento coletivo (cultura unificada);

    - Ambiente favorável;

    - Adequada Logística em todos os níveis dos processos;

    - Estrutura operacional capaz de resistir às mudanças;

    - Parcerias estratégicas com fornecedores e parceiros;

  • 34

    - Disponibilidade de espaços;

    - Arranjos produtivos locais favoráveis ao perfil e

    características operacionais e produtivas.

    3) Grau de tecnologia envolvida

    Como grau de tecnologia, consideraremos a

    modernidade dos equipamentos existentes, a capacidade real

    de produção, instalada e disponível de imediato, a qualidade

    dos serviços desenvolvidos e os níveis elevados de automação

    em atividades críticas quanto à possibilidade de existir elevado

    percentual de retrabalho. Características dos serviços

    prestados:

    - Serviços desenvolvidos;

    - Recursos disponíveis;

    - Exigências contratuais;

    - Prazos;

    - Espaços e Ambientes;

    - Capacitação de Pessoal.

    4) Cumprimento de prazos

    Os prazos são os aspectos maiores a serem atingidos

    pelas empresas. Muitas adotam um único prazo. Assim, os

    níveis de controle passam a ser baixos. A situação ideal é

    quando, no planejamento das atividades se consiga identificar

    atividades paralelas e atividades sequenciadas. Após isso,

  • 35

    devem ser fixados os prazos individuais, dando-se certa folga

    para que a atividade como um todo seja concluída em tempo.

    Os principais aspectos são:

    - Planejamento;

    - Logística;

    - Mão de obra especializada;

    - Recursos Técnicos Operacionais;

    - Parcerias estratégicas

    (Navarro, 2012, grifo nosso)

    3.4 – Aspectos humanos na implantação do SGQ

    Conforme (KATZ e KANH,1987), um dos grandes entraves à

    identificação do homem com a organização é a sua “inclusão parcial”, isto é, a

    organização não quer o homem integral, mas apenas os aspectos que

    considera relevantes para a tarefa a ser executada, sendo tais aspectos

    geralmente definidos de forma muito estreita.

    A gestão de recursos humanos ou gestão de pessoas representa,

    segundo Gil (2006), a função que visa à cooperação das pessoas que atuam

    nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto

    individuais. Representando atualmente, de acordo com Chiavenato (1986), a

    maneira como as organizações lidam com as pessoas, a gestão de recursos

    humanos teve, segundo Gil (2006), suas funções ampliadas passando a

    abranger além das atividades tidas como: clássicas, papéis de comunicação,

    motivação, liderança, administração de conflitos e gestão da qualidade.

  • 36

    No que tange os sistemas de gestão da qualidade, a gestão de

    recursos humanos deve estabelecer estratégias que tenham como diretriz o

    alinhamento do capital humano com os objetivos de qualidade estabelecidos

    por este sistema, buscando motivar os trabalhadores e obter o esforço destes

    no sentido a obter melhorias nos aspectos relacionados à qualidade dos

    produtos, serviços e processos.

    Segundo Andrade e Amboni:

    George Elton Mayo e seus colaboradores, entre 1927 e

    1932, realizaram uma experiência na fábrica de Western Eletric

    Company, situada em Chicago, no bairro Hawthorne. O

    objetivo inicial do experimento era relacionado a luminosidade

    no ambiente de trabalho com a eficiência dos operários,

    medida pela produção. A partir dos primeiros resultados a

    pesquisa se estendeu ao estudo da fadiga, aos acidentes de

    trabalho, à rotação do pessoal e ao efeito das condições físicas

    de trabalho sobre a produtividade dos operários (ANDRADE;

    AMBONI, 2011).

    Conforme Guida:

    As principais decorrências da experiência de Hawthorne

    foram as seguintes:

    - O nível de produção não é determinado pela

    capacidade física do trabalhador, mas, sim, pela

    integração social.

    A experiência de Hawthorne demonstrou que o ser

    humano não pode ser visto como uma máquina. Não adianta a

    empresa utilizar métodos de trabalho para isolá-lo. Ele precisa

    conviver com as outras pessoas para poder se sentir útil e com

    a vida nas organizações. A interação social resultante da

  • 37

    experiência demonstrou que o homem é um ser social que

    necessita dos outros para dialogar, trocar amor e carinho.

    - O comportamento do indivíduo está apoiado no

    grupo.

    Os indivíduos não agem de forma isolada porque

    pertencem a um grupo de pessoas. O grupo passou, conforme

    experiência de Hawthorne, a determinar o que deveria ser feito.

    - O comportamento dos indivíduos está condicionado

    a normas e padrões sociais.

    A experiência de Hawthorne demonstrou que as pessoas

    preferiam ganhar menos para manter as relações amistosas

    com os colegas de trabalho.

    - Há formação de grupos informais.

    Os grupos informais são aqueles que surgem

    naturalmente nas organizações por questões de amizade,

    identificação e objetivos comuns. Na experiência de

    Hawthorne, o surgimento dos grupos informais foi um fator

    determinante para o estabelecimento de relações de confiança

    entre os companheiros de trabalho. Uma vez constituídos,

    passam a ditar as regras de comportamento, dentre outros

    aspectos.

    - A interação social é necessária.

    As pessoas precisam interagir umas com as outras,

    porque são seres humanos com sentimentos. Estes devem ser

    compartilhados pelos membros da organização. Um ser do

    humano sempre precisará da presença de outro.

    - Conteúdo e natureza do trabalho devem ser

    definidos.

  • 38

    A definição do conteúdo e da natureza do trabalho deve

    estar de acordo com as aptidões dos trabalhadores para que

    estes não se sintam frustrados e desmotivados. As

    organizações não devem implantar métodos de trabalhos sem

    o conhecimento do perfil de quem vai executar.

    - Todo dirigente tem de se preocupar com as emoções

    dos trabalhadores.

    O momento em que o trabalhador manifesta emoção e

    sentimento é salutar para todos – organização, companheiros

    de trabalho e mercado.

    (GUIDA,1980, grifo do autor)

    Aspectos sociais e psicológicos apontam para a idéia de que o ser

    humano pode se tornar o maior empecilho para a eficácia dos sistemas. O

    fato de que os sistemas são simplesmente impostos à organização contribui

    ainda mais para que as pessoas tentem repelir o mesmo.

  • 39

    CONCLUSÃO

    A implantação de sistemas de gestão da qualidade nas empresas pode

    favorecer o posicionamento destas no mercado. O presente trabalho procurou

    levantar os principais problemas encontrados na implantação do Sistema de

    Gestão da Qualidade na empresa prestadora de serviços de depilação e o

    principal deles é o comportamento de resistência dos empregados, gerado

    pelas divergências de valores e crenças, ou seja, pelos elementos culturais.

    Divergência de valores éticos, como o costume da prática de ilegalidades

    adotada pela empresa, impactou consubstancialmente no comprometimento

    do capital humano.

    Nesse sentido, a pesquisa apresentada poderá contribuir para que os

    envolvidos no gerenciamento da implantação do Sistema de Gestão da

    Qualidade tenham clareza sobre os problemas que podem surgir na

    incorporação do mesmo, o que possibilitará uma maior agilidade no processo

    de tomada de decisão. É relevante o conhecimento prévio dos entraves que

    estão por vir permitindo que a empresa tome ações preventivas ao invés das

    simplesmente corretivas, evitando assim gastos desnecessários.

    No entanto, este trabalho procurou refletir sobre os mecanismos que

    favoreçam a empresa na eliminação das dificuldades encontradas nos

    processos de implementação e manutenção do SGQ, para que possa obter

    uma maior agilidade na tomada de decisão e garantir a eficiência, a eficácia e

    a efetividade do sistema.

  • 40

    Pelo fato da empresa ser totalmente dependente da atuação das

    pessoas na qualidade final do produto/serviço e pelo desafio da empresa em

    manter seus processos o menos variável possível, tendo em vista a

    variabilidade inerente ao ser humano que também influi significantemente na

    qualidade final do produto/serviço. A presente pesquisa sugeriu a utilização de

    uma consultoria, atuando como: facilitadora, orientadora e educadora na

    obtenção do engajamento dos recursos humanos.

  • 41

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    ANDRADE, Rui O. Bernardes de; AMBONI, Nério. Fundamentos de

    Administração para cursos de Gestão. Rio de Janeiro: Elsevier Editora

    Ltda., 2011.

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    Estética e Embelezamento sem Responsabilidade Médica, Brasília, 2009.

    Disponível em:

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    Qualidade: Um estudo de caso em uma importadora de Medicamentos.

    2011. Trabalho apresentado no XII Congresso Nacional de Excelência em

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  • 42

    MARTINS, Lauri T. Corrêa. Idéias e Negócios – Empresa de Serviço de

    Depilação. SEBRAE. Disponível em:

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    Organizações. 2012. Disponível em:

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    Graduação em Administração de Empresas, Faculdade de Ciências

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  • 43

    ÍNDICE

    FOLHA DE ROSTO 2

    AGRADECIMENTO 3

    DEDICATÓRIA 4

    RESUMO 5

    METODOLOGIA 6

    SUMÁRIO 7

    INTRODUÇÃO 8

    CAPÍTULO I

    Fundamentos do Sistema de Gestão da Qualidade 10

    1.1 – Aspectos fundamentais de um sistema 10

    1.2 – Definições de qualidade 11

    1.3 – Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) 12

    1.4 – Processos da gestão da qualidade 15

    1.5 – Proposições para implantação do SGQ 16

    CAPÍTULO II

    Exigências Legais Específicas 18

    2.1 – Legislações aplicáveis 18

    2.2 – Exigências legais locais e regionais para o

    atendimento aos requisitos legais aplicáveis

    aos serviços de depilação 19

  • 44

    CAPÍTULO III

    Dificuldades Encontradas no Processo de

    Implementação do SGQ 22

    3.1 – Cultura Organizacional 23

    3.2 – Valores Individuais 25

    3.3 – Resistências a mudanças 26

    3.4 – Aspectos humanos na implantação do SGQ 35

    CONCLUSÃO 39

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

    ÍNDICE 43

    FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

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    FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes - Pós-Graduação ” Lato Sensu" AVM Faculdade Integrada Título da Monografia: Percebendo os entraves para implantar o sistema de gestão da qualidade em uma empresa de serviço de depilação. Autora: Valéria Ferreira Calvão Xavier Data de entrega: 06 de fevereiro de 2015 Avaliado por: Conceito:

    AGRADECIMENTOSSUMÁRIOCAPÍTULO I- Fundamentos do Sistema de Gestãoda Qualidade (SGQ) 10CAPÍTULO II - Exigências Legais Específicas 18CAPÍTULO III – Dificuldades Encontradas noProcesso de Implementaçãodo SGQ 22

    CONCLUSÃO 39BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41ÍNDICE 43FOLHA DE AVALIAÇÃO45FOLHA DE ROSTO2AGRADECIMENTO3