documento protegido pela lei de direito autoral · 2015. 2. 6. · estudo, artigos na internet e...
TRANSCRIPT
-
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PERCEBENDO OS ENTRAVES PARA IMPLANTAR O SISTEMA
DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UMA EMPRESA DE SERVIÇO
DE DEPILAÇÃO
Por: Valéria Ferreira Calvão Xavier
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2015
DOCU
MENT
O PR
OTEG
IDO
PELA
LEI D
E DI
REITO
AUT
ORAL
-
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PERCEBENDO OS ENTRAVES PARA IMPLANTAR O SISTEMA
DE GESTÃO DA QUALIDADE EM UMA EMPRESA DE SERVIÇO
DE DEPILAÇÃO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Sistemas
Integrados em QSMS/SGI
Por: Valéria Ferreira Calvão Xavier
-
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida,
Aos meus pais e amigos
Ao Corpo Docente
Em especial ao meu Orientador:
Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram
um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível.
-
4
DEDICATÓRIA
Dedico à minha família e amigos, que
esta conquista venha contribuir para o
sucesso de minha carreira profissional.
-
5
RESUMO
Devido às necessidades de adequação às exigências do mercado, as
empresas inserem novos sistemas em seus processos organizacionais. Para
se manter efetivamente no mercado, elas estão buscando melhoria da
qualidade dos serviços prestados aos seus clientes. O presente trabalho tem
como finalidade apresentar os principais problemas encontrados na
implantação do Sistema de Gestão da Qualidade – Norma ISO 9001 – 2008,
numa empresa especializada em prestação de serviço de depilação, refletir
sobre os possíveis mecanismos utilizáveis para minimizá-los, obter uma maior
agilidade na tomada de decisão e assim, garantir a eficiência, a eficácia e a
efetividade do sistema implementado.
-
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho baseou-se na pesquisa
bibliográfica onde foram consultadas várias literaturas relativas ao assunto em
estudo, artigos na internet e slides apresentados pelos professores do curso de
Pós-Graduação, Lato Sensu, Especialização em Gestão de Sistemas
Integrados em QSMS/SGI, além de consultas às legislações pertinentes aos
serviços de estética e embelezamento, que possibilitaram fundamentar este
trabalho.
Feito na empresa um levantamento dos não atendimentos aos
requisitos legais, pois para implementar um Sistema de Gestão da Qualidade
(SGQ) se começa pelo diagnóstico e não pelo treinamento.
-
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Fundamentos do Sistema de Gestão
da Qualidade (SGQ) 10
CAPÍTULO II - Exigências Legais Específicas 18
CAPÍTULO III – Dificuldades Encontradas no
Processo de Implementação
do SGQ 22
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
-
8
INTRODUÇÃO
As empresas se ajustam para competir no mercado doméstico. A
competitividade está na capacidade da empresa de formular e implantar
estratégias de concorrência que a coloque numa posição sustentável no
mercado.
O grande desafio está na competência para enfrentar, adaptar e levar
a todos os seus níveis hierárquicos e funcionais, da alta gerência a todos os
seus colaboradores, a incorporação de novos modelos, atitudes e
comportamentos necessários a mudanças e inovações competitivas do
mercado.
Devido às necessidades de adequação às exigências do mercado, as
empresas inserem novos sistemas em seus processos, e para conseguir uma
verdadeira eficácia de um sistema de gestão, faz-se relevante apresentar os
principais problemas encontrados no gerenciamento de sua implantação, seja
qual for o seu porte, seu ramo de atividade e a sua abrangência de atuação se
pública ou privada.
O presente trabalho tem como finalidade apresentar os principais
problemas encontrados na implantação do Sistema de Gestão da Qualidade –
Norma NBR ISO 9001 – 2008 numa empresa de serviços de depilação,
localizada na cidade de Niterói no Estado do Rio de Janeiro e refletir sobre as
possíveis alternativas para minimizá-los.
Tendo em vista que na implantação desses sistemas, há uma
preocupação intensa na percepção da excelência dos serviços, na melhoria
dos processos e por outro lado, pouca preocupação com os demais aspectos
-
9
que envolvem as dinâmicas da empresa causadas por elas, que refletem
diretamente na sintonia de seus colaboradores e quando se fala em
colaboradores, está se falando basicamente de pessoas.
O comportamento humano é o grande diferencial nos dias de hoje, pois
ao se avaliar o processo de transformações de um determinado sistema,
verifica-se que problemas culturais de valores podem gerar os maiores
entraves ao sucesso da implantação de novos sistemas.
A busca por melhores resultados e a necessidade de respostas rápidas
e eficientes aumentam devido às oportunidades surgirem a todo o momento.
Para que as chances não sejam agarradas pelos concorrentes, é relevante que
os envolvidos na implantação do Sistema de Gestão da Qualidade tenham
clareza sobre os problemas que podem surgir na incorporação do mesmo, o
que possibilita a agilidade no processo de tomada de decisão.
O conhecimento prévio dos entraves que estão por vir permite que a
empresa tome ações preventivas ao invés das simplesmente corretivas,
evitando assim gastos desnecessários.
Neste presente trabalho, aborda-se no primeiro capítulo os fundamentos
do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), que auxilia na compreensão do
mesmo, no segundo capítulo as leis específicas aplicáveis ao seguimento de
prestação de serviço de depilação e no terceiro capítulo as dificuldades
encontradas no processo e implementação do SGQ.
-
10
CAPÍTULO I
FUNDAMENTOS DE SISTEMA DE GESTÃO DA
QUALIDADE
Com o objetivo de tornar mais fácil a compreensão de um sistema de
gestão da qualidade, vale destacar os aspectos que constituem um sistema e
as suas interdependências.
1.1- ASPECTOS FUNDAMENTAIS DE UM SISTEMA
Os objetivos são alvos que se pretende alcançar com a implantação de
um determinado sistema de gestão. Sistema é um conjunto de elementos que
se relacionam entre si, direta ou indiretamente, a fim de atingir um objetivo. Os
elementos, as relações entre eles e os objetivos constituem os aspectos
fundamentais de um sistema.
Em um sistema, nenhuma parte está isolada, e qualquer elemento
introduzido em uma das partes alterará significativamente as outras e o
sistema como um todo.
O desempenho total do sistema depende dos esforços conjuntos de
todos os seus elementos. Logo, para melhorarmos o desempenho do sistema,
precisamos levar em consideração a existência de restrições, selecionar a
principal e atuar nela, de forma a promover um processo de melhoria contínua.
A restrição de um sistema se refere a qualquer coisa que impeça o sistema de
atingir o seu objetivo.
-
11
O colaborador responsável em gerenciar um sistema deve ter a
capacidade de desenvolver o pensamento sistêmico e perceber a importância
dessa forma de pensar. Pensar sistemicamente significa pensar em termos de
relações e interações entre os elementos de um todo, pensar sistemicamente é
ver processos em qualquer fenômeno, é ver mudanças, além de crescimento e
desenvolvimento.
1.2 – Definições de Qualidade
Podemos definir a Qualidade de um produto como sendo o grau de
satisfação dos requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas,
ou seja, de uma combinação de características do projeto e da produção,
determinante na satisfação que o produto possa proporcionar ao consumidor,
durante o seu uso. Conforme Shierz diz:
Os conceitos de qualidade estão plenamente presentes
na rotina das grandes empresas e passam a atuar também nas
médias e pequenas empresas. Tornando-se parte fundamental
da administração moderna, participando na tomada de
decisões das próprias pessoas, como “entidades”
independentes (SHIERZ,1999).
Quando as indústrias iniciaram os processos de produção em massa, o
termo qualidade foi difundido e a sua utilização tornou-se cada vez mais
frequente. Com o avanço da tecnologia e o crescimento das indústrias, o
aumento da concorrência fez com que estas empresas passassem a se
preocupar com a qualidade de seus produtos e serviços, pois este seria um
importante diferencial entre as empresas. Desde então, observa-se uma busca
constante por programas de qualidade que consigam garantir que os produtos
e serviços oferecidos possuem a qualidade exigida pelos clientes.
-
12
A proposta de um Sistema de Gestão da Qualidade é identificar,
organizar e gerenciar os processos de uma organização, a fim de garantir a
qualidade de seus produtos e/ou serviços.
1.3 – Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)
Empresários representantes de 25 países, durante uma reunião em
Londres, na Inglaterra, decidiram criar uma organização internacional não-
governamental com o objetivo de facilitar, em nível mundial, a coordenação e a
unificação de normas industriais. Essa organização, denominada ISO
(International Organization for Standardization), sediada em Genebra, na
Suíça, começou a funcionar oficialmente em 23 de Fevereiro de 1947.
Tendo em vista a grande luta pela conquista da preferência dos
clientes, na década de 80, a ISO criou uma comissão técnica com a finalidade
de elaborar as normas técnicas voltadas aos sistemas de gestão da qualidade,
visando facilitar o intercâmbio internacional de bens e serviços, uma vez que,
considerava que os requisitos variáveis dos Sistemas de Gestão da Qualidade
representavam uma barreira ao comércio. O trabalho técnico da ISO,
desenvolvido por 2.981 Comitês e Subcomitês Técnicos, consistiu na
elaboração de acordos internacionais, através de processo consensual, para
aplicação voluntária. Estes acordos, fortemente baseados nas normas
britânicas da qualidade, foram publicados como Normas Internacionais, e até o
momento, foi elaborada uma quantidade superior a dez mil normas.
As normas elaboradas por essa comissão uniformizaram conceitos,
padronizaram modelos para a garantia da qualidade e forneceram diretrizes
para a gestão da qualidade nas diversas organizações.
O propósito da International Organization for Standardization é
desenvolver e promover normas que possam ser utilizadas igualmente por
-
13
todos os países do mundo, e por isso, a ISO atua nos mais diferentes
segmentos, de normas e especificações de produtos, matérias-primas a
sistemas de gestão, em todas as áreas.
A série ISO 9000 é constituída por três normas destinadas ao
Gerenciamento da Qualidade e à Qualidade Assegurada. O objetivo é o de
complementar os requisitos dos produtos e serviços prestados por uma
organização que pretenda implementar os seus padrões de qualidade e tornar-
se mais competitiva nos mercados interno e externo. A normatização ISO 9000
refere-se aos elementos do Sistema da Qualidade que devem ser
implementados na organização. Desta família iremos destacar a ISO 9001, que
trata dos requisitos para este sistema de gestão.
A ISO 9001 é uma norma de sistema de gestão que permite as
empresas: verificar a consistência de seus processos, medi-los e monitorá-los,
com o objetivo de aumentar a sua competitividade e com isso assegurar a
satisfação de seus clientes e atender seus requisitos. Quando uma empresa é
certificada pela norma ISO 9001, não é apenas ela quem ganha, mas também
os clientes e a sociedade, ela representa um atestado de reconhecimento
nacional e internacional à qualidade do trabalho.
A norma ISO 9001:2008 especifica requisitos para a gestão da
qualidade e os princípios do sistema são:
- Foco no cliente – Organizações dependem de seus clientes,
portanto é recomendável que atendam às necessidades atuais e futuras do
cliente;
- Liderança – Líderes estabelecem a unidade de propósito e o rumo
da organização. Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno,
no qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de atingir
os objetivos da organização;
http://www.templum.com.br/iso-9001
-
14
- Envolvimento das pessoas - Pessoas de todos os níveis são a
essência de uma organização e seu total envolvimento possibilita que suas
habilidade sejam usadas para o benefício da organização;
- Abordagem por Processos – Um resultado desejado é alcançado
mais eficientemente quando as atividades e os recursos relacionados são
gerenciados como um processo;
- Abordagem Sistêmica para Gestão – Identificar, entender e
gerenciar os processos inter-relacionados como um sistema contribui para a
eficácia e eficiência da organização no sentido de esta atingir os seus
objetivos;
- Melhoria Contínua – Convém que a melhoria contínua do
desempenho global da organização seja seu objetivo permanente;
- Decisões baseadas em fatos – Decisões eficazes são baseadas na
análise de dados e informações;
- Relacionamento com fornecedores – Uma organização e seus
fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios mútuos
aumenta a capacidade de ambos de agregar valor.
A ISO 9001 impulsiona a organização ao atendimento eficaz de seus
clientes, pode ser implantada em empresas de qualquer setor, pois estabelece
requisitos para processos, e não para produtos. Cada empresa implementa
seu próprio sistema de gestão da qualidade, de acordo com a norma e com as
suas necessidades.
A adoção de um sistema de gestão, geralmente, implica na
padronização dos métodos e práticas dentro de uma organização. Um bom
caminho para essa iniciativa é através da implementação das normas ISO, que
contêm tópicos diversificados que exigem a padronização das operações
críticas da empresa. A padronização é importante para a empresa, pois
-
15
permite, entre outros objetivos, demonstrar para os clientes, por meio de
evidências objetivas (documentos e registros), que os requisitos contratuais
especificados podem ser alcançados. Além disso, ela permite a análise crítica
e a melhoria dos procedimentos e métodos da organização.
Seus principais benefícios são:
- Melhoria no desempenho do negócio e no gerenciamento dos riscos;
- Melhoria da satisfação do cliente;
- Vantagens competitivas e remoção de barreiras comerciais;
- Redução de gastos;
- Melhoria da comunicação interna.
1.4 – Processos da Gestão da Qualidade
A Gestão da Qualidade pode ser dividida basicamente em três
processos:
- Planejamento da Qualidade – A organização deverá ouvir os
clientes e detectar suas aspirações e expectativas. Fazer um levantamento das
suas principais necessidades. Após este levantamento se desenvolverá
processos para elaboração do produto/serviço que atenda essas
necessidades. Ações de controle, padrões, procedimentos e rotinas serão
definidas para garantir a eficácia do processo;
-
16
- Controle da Qualidade – A organização deverá avaliar o
desempenho dos processos que foram desenvolvidos, visando a eficácia do
planejamento da qualidade;
- Melhoria da Qualidade – A organização deverá manter a
estabilidade dos processos para que se façam melhorias, eliminando-se os
problemas.
1.5 – Proposições para Implantação do SGQ
- Conquistar o apoio da direção
A diretoria é fundamental durante o processo de implantação do SGQ,
pois ela é responsável por prover os recursos necessários, auxiliar no
engajamento de todos os níveis hierárquicos, e dar a sustentação necessária
para a credibilidade e continuidade do processo. Em seguida, os outros níveis
(gerências, supervisores e o nível operacional) devem ser conquistados.
- Foco no treinamento
À medida que os documentos forem criados/revisados, a rotina de
treinamento pessoal deve ser intensificada.
- Verificar sistematicamente a eficácia do SGQ
Fazer das auditorias internas da Qualidade uma rotina. Estas devem
ser intensificadas nos primeiros meses e podem ter sua periodicidade
aumentada quando o SGQ estiver consolidado.
- Melhorar continuamente
O SGQ é dinâmico. É fundamental a melhoria contínua do SGQ,
impulsionada por:
- Revisão da política e objetivos da qualidade;
-
17
- Análise crítica pela direção;
- Auditorias internas, externas e de terceira parte;
- Ações corretivas, preventivas e de melhoria contínua;
- Atualização das normas de referência ou legislações aplicáveis;
- Benchmarking (Consiste no processo de busca das melhores práticas
administrativas numa determinada empresa e conduzem ao desempenho
superior.), com parceiros e concorrentes;
- Pesquisas de satisfação de clientes;
-Indicadores de desempenho.
-
18
CAPÍTULO II
EXIGÊNCIAS LEGAIS ESPECÍFICAS
É de suma importância o conhecimento das legislações aplicadas aos
estabelecimentos que realizam atividades de depilação, pois a empresa em
estudo necessita demonstrar sua capacidade de fornecer um serviço de alta
qualidade técnica, garantir a satisfação do cliente, gerar credibilidade e ao
mesmo tempo atender os requisitos legais, para captar novos clientes e
fidelizar os atuais.
2.1 – LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS
- Lei Federal nº 12.592 de 18 de janeiro de 2012 (Dispõe sobre o
exercício das atividades profissionais de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista,
Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador). Publicada no DOU de 19 de
janeiro de 2012.
- Lei Federal nº 8.078 de 11 de setembro de 1990 (Dispõe sobre a
Proteção do Consumidor). Publicada no DOU de 12 de setembro de 1990.
- Código Penal - Artigo 129 (Trata da ofensa a integridade corporal ou
à saúde de outrem).
-
19
- Código Civil – Artigos 949, 950 e 951 (Tratam da indenização no caso
de lesão corporal ou outra ofensa à saúde de outrem).
- Resolução SESDEC nº 1411 de 15 de outubro de 2010 (Delega
competências de ações da Vigilância Sanitária para as Secretarias Municipais
de Saúde no âmbito do Estado do Rio de Janeiro). Publicada no DO nº 192 de
21 de outubro de 2010.
- Lei Municipal nº 2.564 de 25 de junho de 2008 (Dispõe sobre o
Código Sanitário do Município de Niterói). Publicada em A TRIBUNA de 26 de
junho de 2008.
- Alvará/licença sanitária expedido pela Vigilância Sanitária Municipal
de Niterói (O licenciamento sanitário atesta as boas condições físico-estruturais
e o pleno desenvolvimento dos processos de trabalho de forma satisfatória nos
estabelecimentos prestadores de serviços de interesse à saúde. Os
estabelecimentos prestadores de serviços de interesse à saúde, no âmbito da
Vigilância Sanitária Municipal, somente poderão funcionar após a solicitação e
expedição do licenciamento pelo órgão competente, no limite de suas
atribuições).
- Recomendações Técnicas para o Funcionamento dos Serviços de
Estética e Embelezamento sem Responsabilidade Médica – ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) – Brasília, dezembro de 2009.
2.2 – Exigências legais locais e regionais para o
atendimento aos requisitos legais aplicáveis ao serviço
de depilação
A atividade empresarial de prestação de serviço de depilação é um
negócio relacionado à beleza e estética. A maioria dos homens e mulheres
-
20
preocupa-se cada vez mais com a aparência e os pêlos de maneira geral, são
incômodos e indesejados. A depilação é o processo de retirada dos pêlos. Os
métodos mais utilizados na depilação são classificados em: Depilação
Temporária (utiliza os seguintes recursos: aparelhos eletrônicos, cera quente,
cera fria, cremes depilatórios, depilação com linha e depilação roll-on) e
Depilação Definitiva (utiliza os seguintes recursos: lazer e luz pulsada).
A empresa de serviços de depilação focada neste presente trabalho
emprega o método de depilação temporária e o recurso utilizado na retirada
dos pêlos é a tradicional cera quente.
Os processos produtivos da empresa de serviço de depilação são
divididos basicamente em:
- Atendimento ao Cliente – Este processo inicia-se de várias formas:
o cliente vai até a empresa e é atendido na recepção ou faz contato por
telefone e após este contato se dirige até empresa. No primeiro contato, o
atendente faz uma avaliação da solicitação do cliente, procura entender sua
expectativa ou necessidade, define de forma compartilhada como será
realizado o atendimento, fecha a venda e posteriormente encaminha o cliente
para o atendimento especializado;
- Prestação do Serviço – Processo responsável pela realização do
serviço específico a cada cliente. Cada cliente será encaminhado a um
determinado profissional, conforme o serviço ou conjunto de serviços que irá
receber. As salas de depilação são delimitadas por divisórias;
- Administração do Negócio – Este processo destina-se às atividades
de relacionamento com fornecedores, controle de contas a pagar, atividades
de recursos humanos, controle financeiro e de contas bancárias,
acompanhamento do desempenho do negócio e outras que o empreendedor
julgar necessárias para o bom andamento do empreendimento.
-
21
Para escolha dos produtos e materiais que serão utilizados no
processo de depilação deve ser observado o registro na ANVISA e adequação
ao tipo de pele e pêlo.
Deve ser evitada a reutilização de materiais tais como ceras para
depilação, pois é comprovado que alguns microorganismos resistem ao calor
das termoceras, o que pode provocar a contaminação de toda a cera,
causando danos à saúde do cliente.
Os equipamentos precisam de manutenção constante, pois a assepsia
e o manuseio adequado irão garantir maior tempo de durabilidade. As
termoceras quando não estão bem reguladas podem promover um
aquecimento excessivo da cera, o que poderá causar queimaduras no cliente.
A depilação com cera é geralmente dolorosa, para evitar esse
sofrimento é aconselhável que antes da aplicação da cera depilatória seja
ministrado um anestésico, ou optar por produtos que contenham anestésicos
em sua fórmula. Dentre as ceras quentes, as melhores são as artesanais, pois
essas contêm óleos vegetais que removem os pêlos e hidratam a pele.
Visando adequar às exigências legais locais e regionais, observou-se a
falta de norma técnica específica de prestação de serviço de depilação e para
fazer o levantamento das não conformidades aos requisitos legais utilizou-se
como base as Recomendações Técnicas para o Funcionamento dos Serviços
de Estética e Embelezamento sem Responsabilidade Médica – ANVISA
(2009), que abrange todo o estabelecimento que realiza atividades de
cabeleireiro, barbearia, depilação (exceto depilação a laser), manicure e
pedicure, podologia, estética facial, estética corporal, massagem relaxante,
banho de ofurô, drenagem linfática, massagem estética, e outras atividades
similares.
-
22
CAPÍTULO III
DIFICULDADES ENCONTRADAS NO PROCESSO
DE IMPLEMENTAÇÃO DO SGQ
O Sistema de Gestão da Qualidade da empresa em estudo foi
fundamentado nas Recomendações Técnicas para o Funcionamento dos
Serviços de Estética e Embelezamento sem Responsabilidade Médica –
ANVISA (2009).
Inicialmente realizou-se um levantamento das não conformidades para
diagnóstico da organização, em comparação com as Recomendações
Técnicas da ANVISA para verificar as deficiências.
Na tentativa de adequar o produto (serviço de depilação) às exigências
legais após o diagnóstico da empresa, observou-se a resistência dos
funcionários.
Quanto às dificuldades encontradas, observarem-se resistências
relacionadas a divergências de valores e crenças, ou seja, aos elementos
culturais.
3.1 – Cultura Organizacional
-
23
A cultura interna foi uma barreira encontrada na empresa em estudo.
Quebrar a rotina que a empresa tinha antes e atuar em cima dos padrões
estabelecidos pela norma foi uma barreira.
Todas as empresas, independentemente do tamanho, do segmento
em que atuam e dos bens ou serviços que produzem, possuem cultura
organizacional, formalmente instituída ou não.
A cultura organizacional ou corporativa é definida por (CHIAVENATO,
2010) como o "conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos através de
normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros
da organização".
A cultura reflete a mentalidade que predomina e orienta o
comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia. Entender a
cultura de uma forma prática é observar de como as coisas são feitas.
As principais características da cultura organizacional podem ser
percebidas através dos seguintes conceitos:
- Crenças: verdades concebidas ou aceitas a partir da observação de
fatos e pela convivência em um grupo de pessoas;
- Valores: elementos que determinam a importância das coisas. Os
valores representam uma predeterminação consciente da ação das pessoas.
Uma forma de identificar os valores de um grupo consiste na observação de
como as pessoas do grupo ocupam seu tempo;
- Costumes - materialização dos valores e crenças através dos atos
realizados de forma um tanto ou quanto sistemática;
-
24
- Ritos: operações rotineiras executadas para êxito das atividades;
- Cerimônias: encontros formais e informais de um grupo social.
Funcionam como meios de reafirmar ou ratificar valores, crenças e costumes;
- Rede de comunicação informal: A rede de comunicação informal
funciona como excelente meio de atualização de crenças, valores e mitos.
Através desta rede, a cultura da empresa é reciclada e reafirmada.
A cultura organizacional engloba valores. Valores éticos devem
estar em conformidade com os princípios morais e com as regras aceitas pela
coletividade, tais como: cumprimento do seu dever empresarial, visando
sempre o bem estar dos envolvidos, através da valorização de cada indivíduo,
agir com integridade, dentro da legalidade, com coerência em todas as
decisões e ações praticadas pela organização, devendo-se cumprir as
obrigações legais e fiscais.
Uma cultura organizacional se faz forte, quando os valores e princípios
da empresa são disseminados de forma clara e os envolvidos têm orgulho de
fazer parte de uma organização transparente.
Demonstrar respeito, atenção, interesse, compromisso e
responsabilidade que cada profissional dispensa no desempenho de suas
atividades é primordial para que haja o comprometimento por parte dos
colaboradores.
O proprietário tem poderes para gerir a empresa e as relações desta
com os colaboradores, porém esses poderes são limitados devendo dar
obediência às leis vigentes. Contudo a legislação vigente, como a tributária, a
trabalhista e a comercial tem influência acentuada sobre o comportamento e
forma de agir das organizações.
-
25
As irregularidades praticadas pela empresa focada neste trabalho
tornam precárias as relações de trabalho com prejuízo ao meio ambiente de
trabalho. Tais costumes como as fraudes praticadas pela empresa são
disseminados por toda a empresa interpondo dificuldades no desenvolvimento
do processo de implementação do SGQ. Desta forma, a cultura organizacional,
composta de crenças e valores, impacta na Eficácia das atividades
executadas.
A cultura organizacional, além da adaptação e comprometimento dos
colaboradores com a mesma, deve ser compreendida como decisiva para o
sucesso dos sistemas (REIS NETO, 2006).
3.2 – Valores Individuais
O processo gerencial de atendimento aos requisitos legais aplicáveis
ao produto (serviço de depilação, neste caso) sofreu resistência por parte dos
colaboradores, não havendo envolvimento e nem comprometimento.
Segundo, Rothmann e Cooper:
Valores são a base na formação das atitudes e
preferências pessoais e estão entre as características mais
duradouras e estáveis das pessoas. Os valores são crenças e
princípios que orientam a vida de pessoas, organizações e
países (ROTHMANN E COOPER, 2009).
São os valores que também determinam o comportamento de uma
pessoa. Se os valores são de natureza ética, a pessoa se comportará
eticamente; o contrário também é verdadeiro (WEIL, 1991).
Tamayo, afirma que:
A percepção que os empregados têm dos valores
organizacionais determina seu comportamento e
-
26
possivelmente o seu comprometimento, ou seja, essa
percepção resultará na elaboração de um modelo mental que
guiará o seu comportamento, bem como a sua conduta em
diversas situações no ambiente corporativo (TAMAYO, 2000).
3.3 – Resistências a Mudanças
Organizações mudam para fazer face à crescente competitividade,
cumprir novas leis ou regulamentações ou atender a variações na preferência
do cliente. Hoje em dia, as organizações provocam as transformações
incessantemente.
Ao implementar mudanças ou inovações, as organizações têm de
enfrentar resistências internas. Superar os comportamentos de resistência dos
empregados que podem por em risco à transformação organizacional é uma
das principais barreiras.
Gestão de mudança é uma área de estudo em administração que
possui o enfoque na necessidade de constante adaptação das organizações
contemporâneas. Pois, são dotadas de paradigmas que fazem parte de sua
cultura organizacional. Esses paradigmas são comuns e regem o
comportamento das pessoas, resultando muitas vezes no estabelecimento de
culturas burocráticas e funcionais, as quais exigem uma atitude inovadora e
eficiente. A intensidade e a volatilidade das pressões internas e externas
impõem esses desafios para as empresas, fomentando a necessidade real da
mudança e assim, a quebra de paradigmas.
A mudança organizacional pode significar desde uma alteração de
posição no mercado, mudança na sua função social, modificação no seu
-
27
direcionamento estratégico com possível alteração na sua missão e visão e
reavaliação das suas práticas nos diferentes níveis de autoridade e
responsabilidade. A mudança é tida como processo natural ao longo da
existência das organizações. Para que um processo de mudança tenha
sucesso, deve existir liderança. Todo processo de mudança deve ser
exaustivamente planejado, incluindo no planejamento a capacitação de
pessoal.
As táticas de implementação da mudança incluem instrução,
participação e negociação com todos os empregados. Em empresas onde haja
uma sólida cultura que aceite a participação do conjunto de funcionários na
construção e prática das sugestões, a abordagem de baixo para cima costuma
ser bem aceita, já que se inicia através daqueles que tem o conhecimento e a
habilidade na execução diária de suas tarefas.
As mudanças culturais são tidas como uma das mais difíceis de serem
implantadas, já que podem colidir com o conhecimento de cada um dos
profissionais da empresa. Os profissionais de mais longo tempo de atividades
são quase sempre muito resistentes à mudança, principalmente quando essas
passam a não ser similares ao que esses funcionários estejam familiarizados
ou acostumados. A existência de múltiplas culturas termina por significar a
inexistência de uma única cultura ou de uma cultura predominante. Essas
mudanças referem-se à mudança nos valores, normas, atitudes, crenças e
comportamento dos empregados. Relacionam-se com a maneira como os
colaboradores da organização pensam.
Nos processos de mudança tem-se como parceiro a gestão de
conflitos. O conflito pode ocorrer a qualquer momento e em qualquer lugar
dentro de uma organização. O Desenvolvimento Organizacional (DO) pode
ajudar a resolver esses mesmos conflitos.
Conforme Bennis conceitua:
-
28
O DO é uma resposta da organização às mudanças. É
um esforço educacional muito complexo, destinado a mudar as
atitudes, os comportamentos e a estrutura da organização de
tal maneira que esta possa se adaptar melhor a novas
conjunturas, mercado, tecnologias, problemas e desafios que
estão surgindo nas economias globalizadas (BENNIS,1972).
Conforme Andrade e Amboni dizem:
O Desenvolvimento Organizacional como um processo
de mudança:
- envolve a organização como um todo e o seu ambiente direto
e indireto; valoriza a interação dos subsistemas que integram
as organizações. A interdependência, a totalidade e a
reciprocidade e a reciprocidade são fundamentais para
assegurar quaisquer tipos de proposta de mudanças de
mudanças planejadas;
- deve ser conduzido por um agente de mudanças com o
intuito de estimular e facilitar o desenvolvimento de todas as
fases do processo de desenvolvimento organizacional;
- representa um método de mudança planejada;
-favorece a aprendizagem contínua, bem como o
reaprendizado dos integrantes da organização, visando a
internalização de novos valores organizacionais;
- deve estimular o trabalho em equipe;
- contribui com a retroalimentação do sistema, por meio de
processos comunicativos rápidos e ágeis a fim de que as
-
29
pessoas compreendam o que está acontecendo na
organização e fora dela;
- deve estar fundado na perspectiva contingencial, ou seja,
circunstancial. O DO não pode ser visto como uma camisa de
força, isto é, “de cima para baixo”, como uma estratégia
impositiva. Deve envolver as pessoas-chave da organização.
O processo de DO, geralmente, engloba as seguintes etapas, segundo
Andrade e Amboni:
Etapa 1: decisão da organização em utilizar a consultoria
como um processo de mudança. Os dirigentes da
organização devem ter claro que a consultoria é um esforço
muito complexo, destinado a mudar atitudes, valores,
comportamentos e a estrutura da organização, de tal maneira
que esta possa se adaptar melhor a novas conjunturas,
mercados, tecnologias, problemas e desafios que estão
surgindo nas economias globalizadas
Etapa 2: definição do agente de mudanças interna e
externas. O dirigente deve escolher um externo para
coordenar os trabalhos de consultoria. O agente de
mudanças/consultor de procedimentos deve atuar como um
facilitador, orientador e educador no sentido de demonstrar
como as pessoas e as organizações podem aprender ou
reaprender com as mudanças promovidas pela consultoria.
Etapa 3: planejamento do processo de consultoria. O
planejamento do processo de consultoria inicia-se com a
definição do objetivo e a aprovação do projeto e da proposta
de intervenção com a equipe dirigente da organização. De
posse do objetivo, do plano de trabalho e da proposta de
intervenção, as pessoas-chaves da organização em conjunto
-
30
com o agente de mudança/consultor de procedimentos podem
definir as etapas de trabalho necessárias para o alcance dos
objetivos pretendidos com o trabalho de consultoria e de
intervenção. Para cada etapa de trabalho deve-se,
principalmente, especificar as técnicas de coleta de dados
pretendidas, bem como as equipes de trabalho com seu devido
cronograma e resultados desejados.
Etapa 4: sensibilização. Na sensibilização o agente de
mudança/consultor de procedimentos, visando assegurar o
sucesso do trabalho de consultoria, deve explicar o objetivo
pretendido, os benefícios, que grupos serão afetados e
desmitificar conceitos. Além disso, deve demonstrar a
relevância do trabalho para a organização, para as pessoas,
para o mercado e para a sociedade. Também, pode utilizar
exemplos de organizações de sucesso que utilizam a
consultoria como alternativa de sobrevivência, de crescimento
e de longevidade, dentre outros assuntos considerados
relevantes pelo agente de mudanças/consultor.
Etapa 5: diagnóstico da situação. O diagnóstico consiste em
verificar qual é a verdadeira realidade da organização e do
ambiente. Para identificar a realidade da organização e do
ambiente devem-se levar em conta os objetivos pretendidos do
programa de mudanças e intervenção. Aspectos estruturais,
estratégicos, comportamentais, ambientais, processuais e de
desempenho podem ser analisados de forma geral, assim
como os pertinentes aos subsistemas que integram a
organização.
Etapa 6: análise e interpretação. A análise compreende a
verificação dos dados e das informações coletadas acerca do
objetivo pretendido em relação à proposta de consultoria e de
intervenção. No momento da análise e da interpretação,
independente das técnicas de coletas de dados utilizadas,
-
31
diferentes mapas mentais devem ser confrontados para
favorecer o entendimento das causas dos problemas e para
identificar congruências e divergências.
Etapa 7: plano de ações. Compreende o estabelecimento da
estratégia de intervenção para que as mudanças sejam
efetivadas, incluindo o envolvimento das pessoas-chave no
processo e os métodos a serem aplicados.
Etapa 8: intervenção. É a execução do plano aprovado e a
utilização de métodos sistemáticos de mudança
comportamental. Intervir é entrar na organização, ou entre as
pessoas, ou nos subsistemas com o propósito de ajudar essas
entidades a melhorar as eficácia e efetividade.
Etapa 9: acompanhamento. Entende-se por monitoração não
apenas o controle, ou seja, a verificação do que foi planejado e
executado em termos quantitativos. O conceito de monitoração
é mais amplo, pois envolve de alguns integrantes da
organização o acompanhamento e a sondagem dos ambientes
interno e externo. Ainda, faz parte do processo de monitoração
a coleta de informações de cunho qualitativo e quantitativo
ajustes necessários.
Etapa 10: avaliação permanente. A avaliação do plano de
intervenção pode ser feita por resultados e por processos. A
avaliação por resultados está voltada para a verificação do que
foi planejado em relação ao executado. A avaliação por
processos tem por objetivo corrigir possíveis desvios
identificados na fase de monitoração do plano de intervenção.
Esta avaliação propõe ajustes específicos a fim de assegurar a
sua eficiência, eficácia e efetividade.
Essas etapas identificam o trabalho do consultor de DO,
assim considerado o agente de mudança externo à
-
32
organização ou um indivíduo ou grupo da própria organização
encarregado de iniciar e administrar todo o processo.
(ANDRADE; AMBONI, 2009).
Uma mudança para uma empresa não necessariamente é algo
simples. Normalmente essas mudanças são multidisciplinares. Mudanças
envolvem pessoas, instalações, equipamentos, estratégias mercadológicas,
processos, insumos, enfim, há todo um conjunto de disciplinas encadeadas em
uma simples mudança. Até mesmo por isso, conforme Navarro devem ser
observados alguns principais conceitos básicos, para toda e qualquer empresa:
1) Qualidade
A Qualidade depende ou encontra-se associada ou
vinculada a:
- Cultura consolidada;
- Controles implementados e explícitos aos clientes e
empregados;
- Normas e procedimentos existentes e atendidos;
- Capacitação de pessoal próprio e de contratadas;
- Processo de fiscalização em todos os níveis do
processo;
- Certificações por entidades reconhecidas;
- Processos diversificados;
- Atendimento aos prazos;
-
33
- Características dos serviços executados;
- Níveis de automação.
Cada um dos elementos referenciados pode ser
desmembrado. Também se percebe que todos esses
elementos contribuem direta ou indiretamente no Processo de
Qualidade. Podem ser acrescentados outros elementos que
possam ser parametrizados, como: baixo nível de retrabalho,
produção dentro da métrica especificada, entre outros.
2) Versatilidade
A versatilidade de uma empresa é um dos fatores mais
importantes para os clientes. Uma empresa versátil consegue
mais rapidamente do que as outras adaptar-se às mudanças
do mercado e aos anseios dos clientes. Os principais
elementos para a avaliação deste quesito são:
- Planejamento;
- Capacitação de pessoal;
- Inovação Tecnológica;
- Pensamento coletivo (cultura unificada);
- Ambiente favorável;
- Adequada Logística em todos os níveis dos processos;
- Estrutura operacional capaz de resistir às mudanças;
- Parcerias estratégicas com fornecedores e parceiros;
-
34
- Disponibilidade de espaços;
- Arranjos produtivos locais favoráveis ao perfil e
características operacionais e produtivas.
3) Grau de tecnologia envolvida
Como grau de tecnologia, consideraremos a
modernidade dos equipamentos existentes, a capacidade real
de produção, instalada e disponível de imediato, a qualidade
dos serviços desenvolvidos e os níveis elevados de automação
em atividades críticas quanto à possibilidade de existir elevado
percentual de retrabalho. Características dos serviços
prestados:
- Serviços desenvolvidos;
- Recursos disponíveis;
- Exigências contratuais;
- Prazos;
- Espaços e Ambientes;
- Capacitação de Pessoal.
4) Cumprimento de prazos
Os prazos são os aspectos maiores a serem atingidos
pelas empresas. Muitas adotam um único prazo. Assim, os
níveis de controle passam a ser baixos. A situação ideal é
quando, no planejamento das atividades se consiga identificar
atividades paralelas e atividades sequenciadas. Após isso,
-
35
devem ser fixados os prazos individuais, dando-se certa folga
para que a atividade como um todo seja concluída em tempo.
Os principais aspectos são:
- Planejamento;
- Logística;
- Mão de obra especializada;
- Recursos Técnicos Operacionais;
- Parcerias estratégicas
(Navarro, 2012, grifo nosso)
3.4 – Aspectos humanos na implantação do SGQ
Conforme (KATZ e KANH,1987), um dos grandes entraves à
identificação do homem com a organização é a sua “inclusão parcial”, isto é, a
organização não quer o homem integral, mas apenas os aspectos que
considera relevantes para a tarefa a ser executada, sendo tais aspectos
geralmente definidos de forma muito estreita.
A gestão de recursos humanos ou gestão de pessoas representa,
segundo Gil (2006), a função que visa à cooperação das pessoas que atuam
nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto
individuais. Representando atualmente, de acordo com Chiavenato (1986), a
maneira como as organizações lidam com as pessoas, a gestão de recursos
humanos teve, segundo Gil (2006), suas funções ampliadas passando a
abranger além das atividades tidas como: clássicas, papéis de comunicação,
motivação, liderança, administração de conflitos e gestão da qualidade.
-
36
No que tange os sistemas de gestão da qualidade, a gestão de
recursos humanos deve estabelecer estratégias que tenham como diretriz o
alinhamento do capital humano com os objetivos de qualidade estabelecidos
por este sistema, buscando motivar os trabalhadores e obter o esforço destes
no sentido a obter melhorias nos aspectos relacionados à qualidade dos
produtos, serviços e processos.
Segundo Andrade e Amboni:
George Elton Mayo e seus colaboradores, entre 1927 e
1932, realizaram uma experiência na fábrica de Western Eletric
Company, situada em Chicago, no bairro Hawthorne. O
objetivo inicial do experimento era relacionado a luminosidade
no ambiente de trabalho com a eficiência dos operários,
medida pela produção. A partir dos primeiros resultados a
pesquisa se estendeu ao estudo da fadiga, aos acidentes de
trabalho, à rotação do pessoal e ao efeito das condições físicas
de trabalho sobre a produtividade dos operários (ANDRADE;
AMBONI, 2011).
Conforme Guida:
As principais decorrências da experiência de Hawthorne
foram as seguintes:
- O nível de produção não é determinado pela
capacidade física do trabalhador, mas, sim, pela
integração social.
A experiência de Hawthorne demonstrou que o ser
humano não pode ser visto como uma máquina. Não adianta a
empresa utilizar métodos de trabalho para isolá-lo. Ele precisa
conviver com as outras pessoas para poder se sentir útil e com
a vida nas organizações. A interação social resultante da
-
37
experiência demonstrou que o homem é um ser social que
necessita dos outros para dialogar, trocar amor e carinho.
- O comportamento do indivíduo está apoiado no
grupo.
Os indivíduos não agem de forma isolada porque
pertencem a um grupo de pessoas. O grupo passou, conforme
experiência de Hawthorne, a determinar o que deveria ser feito.
- O comportamento dos indivíduos está condicionado
a normas e padrões sociais.
A experiência de Hawthorne demonstrou que as pessoas
preferiam ganhar menos para manter as relações amistosas
com os colegas de trabalho.
- Há formação de grupos informais.
Os grupos informais são aqueles que surgem
naturalmente nas organizações por questões de amizade,
identificação e objetivos comuns. Na experiência de
Hawthorne, o surgimento dos grupos informais foi um fator
determinante para o estabelecimento de relações de confiança
entre os companheiros de trabalho. Uma vez constituídos,
passam a ditar as regras de comportamento, dentre outros
aspectos.
- A interação social é necessária.
As pessoas precisam interagir umas com as outras,
porque são seres humanos com sentimentos. Estes devem ser
compartilhados pelos membros da organização. Um ser do
humano sempre precisará da presença de outro.
- Conteúdo e natureza do trabalho devem ser
definidos.
-
38
A definição do conteúdo e da natureza do trabalho deve
estar de acordo com as aptidões dos trabalhadores para que
estes não se sintam frustrados e desmotivados. As
organizações não devem implantar métodos de trabalhos sem
o conhecimento do perfil de quem vai executar.
- Todo dirigente tem de se preocupar com as emoções
dos trabalhadores.
O momento em que o trabalhador manifesta emoção e
sentimento é salutar para todos – organização, companheiros
de trabalho e mercado.
(GUIDA,1980, grifo do autor)
Aspectos sociais e psicológicos apontam para a idéia de que o ser
humano pode se tornar o maior empecilho para a eficácia dos sistemas. O
fato de que os sistemas são simplesmente impostos à organização contribui
ainda mais para que as pessoas tentem repelir o mesmo.
-
39
CONCLUSÃO
A implantação de sistemas de gestão da qualidade nas empresas pode
favorecer o posicionamento destas no mercado. O presente trabalho procurou
levantar os principais problemas encontrados na implantação do Sistema de
Gestão da Qualidade na empresa prestadora de serviços de depilação e o
principal deles é o comportamento de resistência dos empregados, gerado
pelas divergências de valores e crenças, ou seja, pelos elementos culturais.
Divergência de valores éticos, como o costume da prática de ilegalidades
adotada pela empresa, impactou consubstancialmente no comprometimento
do capital humano.
Nesse sentido, a pesquisa apresentada poderá contribuir para que os
envolvidos no gerenciamento da implantação do Sistema de Gestão da
Qualidade tenham clareza sobre os problemas que podem surgir na
incorporação do mesmo, o que possibilitará uma maior agilidade no processo
de tomada de decisão. É relevante o conhecimento prévio dos entraves que
estão por vir permitindo que a empresa tome ações preventivas ao invés das
simplesmente corretivas, evitando assim gastos desnecessários.
No entanto, este trabalho procurou refletir sobre os mecanismos que
favoreçam a empresa na eliminação das dificuldades encontradas nos
processos de implementação e manutenção do SGQ, para que possa obter
uma maior agilidade na tomada de decisão e garantir a eficiência, a eficácia e
a efetividade do sistema.
-
40
Pelo fato da empresa ser totalmente dependente da atuação das
pessoas na qualidade final do produto/serviço e pelo desafio da empresa em
manter seus processos o menos variável possível, tendo em vista a
variabilidade inerente ao ser humano que também influi significantemente na
qualidade final do produto/serviço. A presente pesquisa sugeriu a utilização de
uma consultoria, atuando como: facilitadora, orientadora e educadora na
obtenção do engajamento dos recursos humanos.
-
41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANDRADE, Rui O. Bernardes de; AMBONI, Nério. Fundamentos de
Administração para cursos de Gestão. Rio de Janeiro: Elsevier Editora
Ltda., 2011.
ANVISA, Referência Técnica para o Funcionamento dos Serviços de
Estética e Embelezamento sem Responsabilidade Médica, Brasília, 2009.
Disponível em:
Acessado
em: 19 nov. 2014.
CARVALHO, Rafael Salles de. Implantação de Sistema de Gestão da
Qualidade: Um estudo de caso em uma importadora de Medicamentos.
2011. Trabalho apresentado no XII Congresso Nacional de Excelência em
Gestão, Niterói-RJ, 2011. Disponível em:
Acessado em: 15 dez. 2014.
CINTRA, Josiane C.. Desenvolvimento Pessoal e Profissional. Valinhos-SP:
Anhanguera Publicações, 2011
MARSHALL JR., Isnard et al. Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2010.
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/527126804745890192e5d63fbc4c6735/Servicos+de+Estetica+e+Congeneres.pdf?MOD=AJPEREShttp://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/527126804745890192e5d63fbc4c6735/Servicos+de+Estetica+e+Congeneres.pdf?MOD=AJPEREShttp://www.excelenciaemgestao.org/portals/2/documents/cneg7/anais/t11_0328_2178.pdfhttp://www.excelenciaemgestao.org/portals/2/documents/cneg7/anais/t11_0328_2178.pdf
-
42
MARTINS, Lauri T. Corrêa. Idéias e Negócios – Empresa de Serviço de
Depilação. SEBRAE. Disponível em:
Acessado em: 20
out. 2014.
NAVARRO, Antonio Fernando. Gestão de Mudanças e seus Impactos nas
Organizações. 2012. Disponível em:
Acessado em: 19 dez. 2014.
PEREIRA, Edson Luiz. Valores Individuais e Valores Organizacionais: Uma
contribuição para o estudo de congruências. São Paulo: UPM, 2006. 134 f.
Dissertação (Mestre em Administração de Empresas) – Programa de Pós-
Graduação em Administração de Empresas, Faculdade de Ciências
Econômicas, Contábeis e Administração, Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo, 2006. Disponível em:
http://www.mackenzie.br/ccsa_mackgval_valores_individuai.html. Acessado em
27 de dez. de 2014.
PIATTI, Isabel Luiza. Biossegurança Estética e Imagem Pessoal –
Formação do Estabelecimento: Exigências da Vigilância Sanitária em
Biossegurança. Curitiba-PR: Edição do Autor, 2013. Disponível em:
http://issuu.com/lcampagnin/docs/livro_clinica_de_est__tica_17outubr.
Acessado em 11 de nov. de 2014.
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Como-montar-uma-empresa-de-servi%C3%A7o-de-depila%C3%A7%C3%A3ohttp://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Como-montar-uma-empresa-de-servi%C3%A7o-de-depila%C3%A7%C3%A3ohttp://www.ebah.com.br/content/ABAAAfQ-gAA/gestao-mudancas-seus-impactos-nas-organizacoeshttp://www.ebah.com.br/content/ABAAAfQ-gAA/gestao-mudancas-seus-impactos-nas-organizacoeshttp://www.mackenzie.br/ccsa_mackgval_valores_individuai.htmlhttp://issuu.com/lcampagnin/docs/livro_clinica_de_est__tica_17outubr
-
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Fundamentos do Sistema de Gestão da Qualidade 10
1.1 – Aspectos fundamentais de um sistema 10
1.2 – Definições de qualidade 11
1.3 – Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) 12
1.4 – Processos da gestão da qualidade 15
1.5 – Proposições para implantação do SGQ 16
CAPÍTULO II
Exigências Legais Específicas 18
2.1 – Legislações aplicáveis 18
2.2 – Exigências legais locais e regionais para o
atendimento aos requisitos legais aplicáveis
aos serviços de depilação 19
-
44
CAPÍTULO III
Dificuldades Encontradas no Processo de
Implementação do SGQ 22
3.1 – Cultura Organizacional 23
3.2 – Valores Individuais 25
3.3 – Resistências a mudanças 26
3.4 – Aspectos humanos na implantação do SGQ 35
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
-
45
FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes - Pós-Graduação ” Lato Sensu" AVM Faculdade Integrada Título da Monografia: Percebendo os entraves para implantar o sistema de gestão da qualidade em uma empresa de serviço de depilação. Autora: Valéria Ferreira Calvão Xavier Data de entrega: 06 de fevereiro de 2015 Avaliado por: Conceito:
AGRADECIMENTOSSUMÁRIOCAPÍTULO I- Fundamentos do Sistema de Gestãoda Qualidade (SGQ) 10CAPÍTULO II - Exigências Legais Específicas 18CAPÍTULO III – Dificuldades Encontradas noProcesso de Implementaçãodo SGQ 22
CONCLUSÃO 39BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41ÍNDICE 43FOLHA DE AVALIAÇÃO45FOLHA DE ROSTO2AGRADECIMENTO3