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Trabalho de Conclusatildeo de Curso
USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE DA
ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS
Samanta Soler
Universidade Federal de Santa Catarina
Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia
Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia
Samanta Soler
USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE DA
ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS
Trabalho apresentado agrave Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a conclusatildeo do Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia Orientador Prof Dr Rubens Rodrigues Filho
Florianoacutepolis
2018
Samanta Soler
USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE
DA ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS
Este Trabalho de Conclusatildeo de Curso foi julgado adequado para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de cirurgiatildeo dentista e aprovado em sua forma final
pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa
Catarina
Florianoacutepolis 22 de maio de 2018
Banca Examinadora
Prof Dr Rubens Rodrigues Filho
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
Drordf Marisa Salvador
Membro
Fundaccedilatildeo Homeopaacutetica Benoit Mure
Prof DrAdair Roberto Soares dos Santos
Membro
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia em especial aos meus
pais Milton e Nilza pelo esforccedilo dedicaccedilatildeo e compreensatildeo desta e de
outras caminhadas
Agraves minhas amigas que foram meus suspiros de alegria entre
um paraacutegrafo e outro desta pesquisa as risadas entre os intervalos de
aula e a forccedila entre os obstaacuteculos enfrentados
Ao meu noivo Thiago Joatildeo por sua confianccedila e credibilidade
em minha pessoa pelo aprendizado muacutetuo de vida e por todas nossas
conquistas nesses 10 anos juntos
Em especial agrave minha irmatilde Simone e meu cunhado Gilberto por
todo apoio em mais essa etapa e principalmente pelo melhor e maior
presente que me foi dado a minha afilhada Maria Luiza
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador
desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo
e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta
pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano
para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e
humaniacutesticos
Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do
conhecimento ao longo de minha vida
A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para
que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos
ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer
pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para
fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender
que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que
o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea
da sauacutede estaraacute incompletordquo
Ana Clara Quintana 2016
RESUMO
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum
se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a
crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca
um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese
detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi
realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo
que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa
utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram
acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line
(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia
Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias
formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses
proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como
livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica
estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser
algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo
terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos
Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia
Ansioliacuteticos
ABSTRACT
To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use
anxiolytic medications however currently with the increasing
expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an
alternative since the professional seeks a unique medication for his
patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The
objective of this work was to carry out a bibliographical analysis
regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and
fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a
qualitative nature that was written through a bibliographical revision of
the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the
Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme
databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear
Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5
articles and through references of these same articles to clarify some
questions as well as reference books to the theme We conclude that
dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because
it is something inherent to the human being and that homeopathy
becomes an interesting therapeutic option because it seeks the
individualization in the treatments
Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia
Samanta Soler
USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE DA
ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS
Trabalho apresentado agrave Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a conclusatildeo do Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia Orientador Prof Dr Rubens Rodrigues Filho
Florianoacutepolis
2018
Samanta Soler
USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE
DA ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS
Este Trabalho de Conclusatildeo de Curso foi julgado adequado para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de cirurgiatildeo dentista e aprovado em sua forma final
pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa
Catarina
Florianoacutepolis 22 de maio de 2018
Banca Examinadora
Prof Dr Rubens Rodrigues Filho
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
Drordf Marisa Salvador
Membro
Fundaccedilatildeo Homeopaacutetica Benoit Mure
Prof DrAdair Roberto Soares dos Santos
Membro
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia em especial aos meus
pais Milton e Nilza pelo esforccedilo dedicaccedilatildeo e compreensatildeo desta e de
outras caminhadas
Agraves minhas amigas que foram meus suspiros de alegria entre
um paraacutegrafo e outro desta pesquisa as risadas entre os intervalos de
aula e a forccedila entre os obstaacuteculos enfrentados
Ao meu noivo Thiago Joatildeo por sua confianccedila e credibilidade
em minha pessoa pelo aprendizado muacutetuo de vida e por todas nossas
conquistas nesses 10 anos juntos
Em especial agrave minha irmatilde Simone e meu cunhado Gilberto por
todo apoio em mais essa etapa e principalmente pelo melhor e maior
presente que me foi dado a minha afilhada Maria Luiza
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador
desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo
e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta
pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano
para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e
humaniacutesticos
Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do
conhecimento ao longo de minha vida
A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para
que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos
ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer
pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para
fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender
que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que
o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea
da sauacutede estaraacute incompletordquo
Ana Clara Quintana 2016
RESUMO
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum
se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a
crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca
um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese
detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi
realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo
que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa
utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram
acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line
(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia
Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias
formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses
proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como
livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica
estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser
algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo
terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos
Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia
Ansioliacuteticos
ABSTRACT
To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use
anxiolytic medications however currently with the increasing
expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an
alternative since the professional seeks a unique medication for his
patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The
objective of this work was to carry out a bibliographical analysis
regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and
fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a
qualitative nature that was written through a bibliographical revision of
the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the
Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme
databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear
Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5
articles and through references of these same articles to clarify some
questions as well as reference books to the theme We conclude that
dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because
it is something inherent to the human being and that homeopathy
becomes an interesting therapeutic option because it seeks the
individualization in the treatments
Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
Samanta Soler
USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE
DA ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS
Este Trabalho de Conclusatildeo de Curso foi julgado adequado para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de cirurgiatildeo dentista e aprovado em sua forma final
pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa
Catarina
Florianoacutepolis 22 de maio de 2018
Banca Examinadora
Prof Dr Rubens Rodrigues Filho
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
Drordf Marisa Salvador
Membro
Fundaccedilatildeo Homeopaacutetica Benoit Mure
Prof DrAdair Roberto Soares dos Santos
Membro
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia em especial aos meus
pais Milton e Nilza pelo esforccedilo dedicaccedilatildeo e compreensatildeo desta e de
outras caminhadas
Agraves minhas amigas que foram meus suspiros de alegria entre
um paraacutegrafo e outro desta pesquisa as risadas entre os intervalos de
aula e a forccedila entre os obstaacuteculos enfrentados
Ao meu noivo Thiago Joatildeo por sua confianccedila e credibilidade
em minha pessoa pelo aprendizado muacutetuo de vida e por todas nossas
conquistas nesses 10 anos juntos
Em especial agrave minha irmatilde Simone e meu cunhado Gilberto por
todo apoio em mais essa etapa e principalmente pelo melhor e maior
presente que me foi dado a minha afilhada Maria Luiza
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador
desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo
e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta
pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano
para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e
humaniacutesticos
Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do
conhecimento ao longo de minha vida
A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para
que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos
ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer
pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para
fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender
que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que
o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea
da sauacutede estaraacute incompletordquo
Ana Clara Quintana 2016
RESUMO
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum
se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a
crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca
um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese
detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi
realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo
que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa
utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram
acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line
(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia
Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias
formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses
proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como
livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica
estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser
algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo
terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos
Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia
Ansioliacuteticos
ABSTRACT
To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use
anxiolytic medications however currently with the increasing
expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an
alternative since the professional seeks a unique medication for his
patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The
objective of this work was to carry out a bibliographical analysis
regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and
fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a
qualitative nature that was written through a bibliographical revision of
the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the
Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme
databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear
Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5
articles and through references of these same articles to clarify some
questions as well as reference books to the theme We conclude that
dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because
it is something inherent to the human being and that homeopathy
becomes an interesting therapeutic option because it seeks the
individualization in the treatments
Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia em especial aos meus
pais Milton e Nilza pelo esforccedilo dedicaccedilatildeo e compreensatildeo desta e de
outras caminhadas
Agraves minhas amigas que foram meus suspiros de alegria entre
um paraacutegrafo e outro desta pesquisa as risadas entre os intervalos de
aula e a forccedila entre os obstaacuteculos enfrentados
Ao meu noivo Thiago Joatildeo por sua confianccedila e credibilidade
em minha pessoa pelo aprendizado muacutetuo de vida e por todas nossas
conquistas nesses 10 anos juntos
Em especial agrave minha irmatilde Simone e meu cunhado Gilberto por
todo apoio em mais essa etapa e principalmente pelo melhor e maior
presente que me foi dado a minha afilhada Maria Luiza
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador
desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo
e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta
pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano
para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e
humaniacutesticos
Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do
conhecimento ao longo de minha vida
A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para
que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos
ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer
pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para
fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender
que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que
o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea
da sauacutede estaraacute incompletordquo
Ana Clara Quintana 2016
RESUMO
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum
se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a
crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca
um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese
detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi
realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo
que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa
utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram
acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line
(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia
Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias
formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses
proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como
livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica
estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser
algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo
terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos
Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia
Ansioliacuteticos
ABSTRACT
To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use
anxiolytic medications however currently with the increasing
expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an
alternative since the professional seeks a unique medication for his
patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The
objective of this work was to carry out a bibliographical analysis
regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and
fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a
qualitative nature that was written through a bibliographical revision of
the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the
Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme
databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear
Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5
articles and through references of these same articles to clarify some
questions as well as reference books to the theme We conclude that
dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because
it is something inherent to the human being and that homeopathy
becomes an interesting therapeutic option because it seeks the
individualization in the treatments
Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador
desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo
e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta
pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano
para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e
humaniacutesticos
Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do
conhecimento ao longo de minha vida
A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para
que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos
ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer
pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para
fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender
que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que
o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea
da sauacutede estaraacute incompletordquo
Ana Clara Quintana 2016
RESUMO
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum
se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a
crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca
um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese
detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi
realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo
que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa
utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram
acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line
(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia
Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias
formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses
proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como
livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica
estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser
algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo
terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos
Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia
Ansioliacuteticos
ABSTRACT
To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use
anxiolytic medications however currently with the increasing
expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an
alternative since the professional seeks a unique medication for his
patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The
objective of this work was to carry out a bibliographical analysis
regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and
fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a
qualitative nature that was written through a bibliographical revision of
the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the
Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme
databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear
Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5
articles and through references of these same articles to clarify some
questions as well as reference books to the theme We conclude that
dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because
it is something inherent to the human being and that homeopathy
becomes an interesting therapeutic option because it seeks the
individualization in the treatments
Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer
pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para
fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender
que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que
o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea
da sauacutede estaraacute incompletordquo
Ana Clara Quintana 2016
RESUMO
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum
se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a
crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca
um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese
detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi
realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo
que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa
utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram
acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line
(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia
Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias
formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses
proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como
livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica
estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser
algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo
terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos
Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia
Ansioliacuteticos
ABSTRACT
To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use
anxiolytic medications however currently with the increasing
expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an
alternative since the professional seeks a unique medication for his
patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The
objective of this work was to carry out a bibliographical analysis
regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and
fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a
qualitative nature that was written through a bibliographical revision of
the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the
Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme
databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear
Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5
articles and through references of these same articles to clarify some
questions as well as reference books to the theme We conclude that
dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because
it is something inherent to the human being and that homeopathy
becomes an interesting therapeutic option because it seeks the
individualization in the treatments
Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
RESUMO
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum
se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a
crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca
um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese
detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi
realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo
que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa
utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram
acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line
(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia
Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias
formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses
proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como
livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica
estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser
algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo
terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos
Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia
Ansioliacuteticos
ABSTRACT
To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use
anxiolytic medications however currently with the increasing
expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an
alternative since the professional seeks a unique medication for his
patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The
objective of this work was to carry out a bibliographical analysis
regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and
fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a
qualitative nature that was written through a bibliographical revision of
the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the
Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme
databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear
Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5
articles and through references of these same articles to clarify some
questions as well as reference books to the theme We conclude that
dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because
it is something inherent to the human being and that homeopathy
becomes an interesting therapeutic option because it seeks the
individualization in the treatments
Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
ABSTRACT
To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use
anxiolytic medications however currently with the increasing
expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an
alternative since the professional seeks a unique medication for his
patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The
objective of this work was to carry out a bibliographical analysis
regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and
fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a
qualitative nature that was written through a bibliographical revision of
the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the
Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme
databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear
Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5
articles and through references of these same articles to clarify some
questions as well as reference books to the theme We conclude that
dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because
it is something inherent to the human being and that homeopathy
becomes an interesting therapeutic option because it seeks the
individualization in the treatments
Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica37
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a
sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da
UFSC40
Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
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2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Dr - Doutor
SNC - sistema nervoso central
GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico
Cl- - cloreto
paacuteg - paacutegina
cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
Sumaacuterio
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 16
21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16
3 DESENVOLVIMENTO 17
31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20
321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32
34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39
35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45
5 REFEREcircNCIAS 46
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos
(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de
tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de
odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais
e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por
aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos
cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute
que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a
energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata
vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente
como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes
procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com
indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas
psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de
ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)
Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a
ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees
fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como
vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal
enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais
comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees
ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos
observar voz trecircmula e choro
Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio
comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a
crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz
uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes
odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para
seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o
organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)
Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o
tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos
traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o
medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante
o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de
emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o
controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
14
ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e
do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do
cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle
Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em
contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos
Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente
normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo
miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de
respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica
odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos
pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes
quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a
medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou
efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro
problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes
que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir
ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu
deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a
medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia
(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)
A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando
lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem
sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam
semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute
consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2
Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4
Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos
Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo
semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia
humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo
(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e
com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da
energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute
derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral
que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)
Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando
uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte
mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo
medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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Anexo 1
15
doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte
que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose
minimamente mais forte de uma sobre a outra
Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa
importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com
benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento
com uma visatildeo de integralidade
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2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
16
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento
homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica
odontoloacutegica
22 Objetivos Especiacuteficos
- Conhecer a homeopatia
- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento
integral
- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de
medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica
- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos
medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no
preacute operatoacuterio
- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista
homeopata
- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como
podem interferir no tratamento odontoloacutegico
- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica
para o tratamento da ansiedade e medo
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
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2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
17
3 DESENVOLVIMENTO
31 Ansiedade e Medo
De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do
grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira
(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa
suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir
impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional
resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou
imaginaacuterios
A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento
ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o
medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O
paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de
serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa
ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo
chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os
pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser
realizado (FERREIRA et al 2004)
De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo
barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um
fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo
nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o
indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila
entre os dois eacute apenas a intensidade
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute
compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo
bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a
ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera
um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo
em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)
Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca
mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes
cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma
reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso
atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas
bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo
muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento
odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo
muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
18
certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de
experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao
tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias
negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por
outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de
comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma
experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da
ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de
pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo
Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento
odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada
preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais
que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos
exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros
tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)
A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias
negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o
medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho
da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a
grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e
dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de
tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie
de carrasco (CRUZ et al 1997)
Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes
causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha
anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al
(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao
entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira
odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa
carpule
Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo
real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo
Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco
para medos considerados condicionados O que percebemos nos
pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle
da situaccedilatildeo
No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada
no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica
Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
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50
Anexo 1
19
seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses
Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que
o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como
um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)
ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta
odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o
paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute
preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila
Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo
dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente
buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute
necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo
de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia
ao tratamento
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
20
32 HOMEOPATIA
321 Histoacuteria da Homeopatia
A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes
doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos
conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados
e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas
Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito
do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de
1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito
subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no
organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo
Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava
fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e
considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina
alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base
da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de
Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas
um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI
1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era
opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura
pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem
pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas
ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda
atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no
preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos
semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era
contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas
deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas
Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute
provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era
um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como
tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann
natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da
medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo
A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e
quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu
em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
21
discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os
tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo
de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da
medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina
para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)
Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico
escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave
China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta
indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua
casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave
febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu
duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns
dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria
Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura
da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria
em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias
toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias
experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e
sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI
1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de
tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de
Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta
alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital
Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu
diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos
causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes
Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo
princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias
medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos
precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que
ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para
tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os
medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os
pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim
comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo
dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os
resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
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psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
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50
Anexo 1
22
popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806
por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e
paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810
Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o
fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e
possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do
autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992
QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)
Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou
o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda
um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano
James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo
ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos
de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI
1992)
A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840
sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em
1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano
seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute
e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro
Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda
em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de
1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital
Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em
1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica
Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no
ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia
como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma
terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS
SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia
reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco
mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)
Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em
atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente
estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos
homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann
onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e
observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
23
322 Pressupostos Homeopaacuteticos
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza
quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral
Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que
procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em
pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes
(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados
pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as
bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que
orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo
Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da
homeopatia eles seratildeo descritos a seguir
A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos
semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a
um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas
semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o
enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos
retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o
semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect
27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo
dos medicamentos depende portanto de seus sintomas
semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-
26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais
certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e
removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no
organismo humano da maneira mais completa e
semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao
mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo
B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio
devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos
sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses
medicamentos provocam O medicamento assim possui
capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos
sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo
enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo
haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos
medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira
certa mais natural de atingir este objetivo que administrar
experimentalmente os diversos medicamentos em doses
moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
24
sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um
individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que
elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir
visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder
curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de
alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado
mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo
C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas
um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo
sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do
enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade
e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273
ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto
permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica
simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute
absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica
verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente
duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect
274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos
compostos ao paciente quando as substacircncias simples
bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente
D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento
homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a
energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a
quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o
potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo
energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a
homeopatia desperta as propriedades medicinais das
substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da
sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder
curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia
nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de
medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de
tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo
apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do
princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio
certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo
mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo
passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila
vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
25
da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para
elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute
para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a
extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer
um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo
323 Energia Vital
Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em
equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser
denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede
quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em
equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que
ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que
dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder
ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade
harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito
dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse
instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa
existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a
manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute
apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo
desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses
sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de
reequilibraacute-lo
Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute
concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo
que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos
acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem
da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar
destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o
equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida
O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital
atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento
uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15
do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o
instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e
regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o
organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade
embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois
conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
26
324 Enfermidade
Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as
partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se
considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo
mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado
biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua
sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade
(HAHNEMANN 2013)
O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute
denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se
portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo
que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de
Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que
produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo
perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a
mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo
internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital
afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o
meacutedico consiga obter a cura
Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das
enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade
do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as
enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os
sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem
ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas
325 Cura
O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da
individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o
reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e
diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que
possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma
doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e
prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo
enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a
experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios
cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o
corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas
semelhantes que se encontram no caso de doenccedila
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
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28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
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29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
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maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
27
sob tratamento e em doses devidamente
potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida
radical e permanentemente todos os sintomas
deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a
doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que
todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas
as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham
aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo
HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)
Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica
a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo
primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo
vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada
potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou
menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por
periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua
accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo
resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso
poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo
Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da
administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos
indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com
poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute
entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos
semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann
(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica
primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo
primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente
enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a
outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo
326 Efeito Rebote
Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes
rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo
primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do
organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma
reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo
Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar
um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas
semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
28
apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a
reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute
uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a
sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)
O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos
homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o
estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga
promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a
capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio
de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)
Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta
apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do
tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo
primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo
provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude
superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu
efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo
Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes
jamais no mundo foram tratados com tais
paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o
estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel
agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais
tarde Para uma tendecircncia persistente a
sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo
primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se
dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma
quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo
ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria
de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a
velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias
mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo
HAHNEMANN (2013 sect59)
Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento
homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as
suas enfermidades
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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Anexo 1
29
33 Homeopatia na Odontologia
Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a
homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da
RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em
paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo
do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015
ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo
no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite
de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-
dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica
integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)
procedimentos educativos e preventivos devendo
o especialista informar e educar o paciente e a
comunidade sobre os procedimentos
indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede
das estruturas bucais utilizando-se da filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos
homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente
visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao
prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees
estruturais e funcionais da cavidade bucal e das
estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de
exames complementares necessaacuterios ao
esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo
ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o
objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de
atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os
problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico
bem como procedimentos necessaacuterios agrave
manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia
homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos
homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de
projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo
coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave
promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da
sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e
i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e
operacional de equipe multiprofissional que
utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)
Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca
prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
30
assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor
valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode
tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento
odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no
comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)
Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus
princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa
principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria
semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos
marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o
paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra
o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para
solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)
O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser
utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos
Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo
odontoloacutegica (CROSP 2014)
A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de
seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o
paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns
medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente
Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de
males crocircnicos bem como pelo achado dos
remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora
a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais
proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria
dos males que tem de curar ainda assim para
estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal
crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o
dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as
suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o
meacutedico homeopata quanto o era antes daquela
descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real
dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento
particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso
de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se
fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for
aguda ou de processo raacutepido visto que na
doenccedila aguda os sintomas principais nos
surpreendem e tornam-se cada vez mais
rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute
necessitar-se de muito menos tempo para
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
31
determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas
(por ser quase tudo evidente por si) do que nos
casos de males crocircnicos que vecircm progredindo
durante anos em que os sintomas satildeo muito mais
difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN
(2013 sect82)
Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados
onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso
de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e
Arsenicum album
331 Gelsemium sempervirens
Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim
amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca
colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no
sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento
de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado
ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)
As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento
eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza
geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes
costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou
quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo
Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se
apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)
Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem
lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia
sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute
muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente
sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)
332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua
preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao
comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas
ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus
efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia
sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado
nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
32
Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como
caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas
adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso
ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer
as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus
familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios
Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas
escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor
infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho
fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)
333 Argentum nitricum
Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da
dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por
trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em
sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa
irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por
apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)
Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo
indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia
envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados
precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem
aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas
e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim
traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o
que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e
confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a
noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se
auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam
todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar
(ARGENTA 2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila
precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA
2005)
334 Arsenicum album
Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde
eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua
preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral
em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico
33
lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema
nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)
Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas
serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula
eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e
paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa
Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo
Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a
cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os
sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo
por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a
doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando
crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo
afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta
de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam
manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia
Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e
esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental
medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA
2005)
Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o
controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que
apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia
(ARGENTA 2005)
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
34
34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica
Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente
utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o
objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes
podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos
aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos
ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em
demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA
2007)
Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos
diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente
disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A
preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde
pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY
RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos
continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos
psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de
100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente
satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em
receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)
Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade
quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a
ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo
indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa
especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos
mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo
pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de
ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de
forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de
ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito
contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram
hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os
benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos
advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento
muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)
A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa
entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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50
Anexo 1
35
ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute
relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees
serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-
aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave
estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-
aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e
ORTOLANI 2008)
Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que
existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos
receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o
neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado
induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios
o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando
na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios
Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo
praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos
cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo
da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode
apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia
respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de
enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia
respiratoacuteria
Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados
quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode
provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos
e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria
prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia
a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos
depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade
psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do
tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de
benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a
repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar
tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do
tratamento
De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de
hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de
outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria
em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com
siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
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Taubateacute ndash UNITAU 2003
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maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
36
de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes
que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na
possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo
341 Efeitos Toacutexicos
Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose
habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses
medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e
andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses
medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)
Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na
odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e
toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo
Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente
crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses
medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e
irritabilidade mesmo em doses mais baixas
Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo
de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com
a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um
estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham
efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto
(CEBRID 2017)
Quando utilizados por alguns meses seguidos os
benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa
dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia
excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees
(CEBRID 2017)
342 Sedaccedilatildeo Consciente
Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na
cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo
consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de
consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e
independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando
verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e
profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees
respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis
leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
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5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
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15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
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20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
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22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
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25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
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26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
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29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
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30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
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31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
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Taubateacute ndash UNITAU 2003
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maiojun 1993
49
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princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
37
facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se
encontra alterada e precisa de assistecircncia
A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em
procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que
natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia
ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de
forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)
Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os
benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem
considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade
de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a
melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a
melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o
triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e
excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e
tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao
triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam
eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)
Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros
farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica
odontoloacutegica
Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos
benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica
Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)
Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50
Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20
Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15
Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3
Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5
FONTE COGO et al 2006 paacuteg182
343 Diazepam
Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos
ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos
menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave
circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
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Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
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4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
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8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
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9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
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13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
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47
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httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
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14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
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17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
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(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
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lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
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21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
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22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
38
Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o
desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre
24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar
dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo
desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha
sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et
al 2006)
Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para
adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente
possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma
dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)
na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a
05mgKg de peso corporal da crianccedila
Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros
benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito
paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena
porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo
344 Lorazepam
O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como
medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este
medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade
Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua
administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al
2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)
recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes
idosos
Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito
paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal
para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos
Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode
induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia
este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se
lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre
realizar tais orientaccedilotildees por escrito
345 Alprazolam
Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento
da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
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controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
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22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
39
efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a
15 horas (COGO et al 2006)
De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de
pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi
suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios
cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto
conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal
funccedilatildeo
346 Midazolam
O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis
plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de
2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda
dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em
crianccedilas (ANDRADE 2014)
Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via
oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do
procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico
de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada
347 Triazolam
O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua
administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo
consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via
oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de
00625 a 0125mg (COGO et al 2006)
Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia
vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com
Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na
memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de
1 dos pacientes
348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica
Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a
sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando
benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees
medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos
benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas
cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado
por Andrade (2014)
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64
8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3
A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso
16 de jun 2017
9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31
13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
40
Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas
para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC
Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem
Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas
Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg
Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------
----
Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------
----
Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg
Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil
FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64
8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3
A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso
16 de jun 2017
9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31
13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
41
35 Homeopatia versus Alopatia
Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas
modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo
classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo
Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia
Homeopatia Alopatia
Tratamento Trata o doente Trata a patologia
O que visa Visa a individualizaccedilatildeo
do paciente
Odontologia de
sintomas globais
gestaacuteltica
Generaliza o paciente
atraveacutes da doenccedila
Odontologia
etioloacutegica
Diagnoacutestico Anamnese e exame
cliacutenico baseado no
discurso do paciente O
sistema homeopaacutetico
utiliza uma avaliaccedilatildeo
do paciente baseada na
sua episteme
Anamnese e exame
cliacutenico baseado em
encontrar alteraccedilotildees
da normalidade
Classificar sinais e
sintomas com base na
sua episteme
Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de
doses e medicamentos
de acordo com o
quadro sintomaacutetico
individual do paciente
Medicaccedilatildeo e dose
uacutenicas
Generalizaccedilatildeo de
medicamentos e doses
de acordo com certo
quadro sintomaacutetico
Mesmo medicamento
e dose para todos
Droga Dinamizaccedilatildeo de doses
de
substacircncias
medicamentosas agrave
niacutevel infinitesimal
Doses quimicamente
concentradas
buscando eficaacutecia na
cura de patologias
especiacuteficas
Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no
homem satildeo de doses e medicamentos
Experiecircncias em
doentes e animais
Princiacutepio Similia Similibus
Curentur onde o
semelhante
Contraria Contrariis
Curentur onde se
busca a cura pelos
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64
8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3
A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso
16 de jun 2017
9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31
13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
42
cura o (quadro cliacutenico)
semelhante
contraacuterios Agente
quiacutemico combate
agente constituiacutedo de
propriedades
contraacuterias
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64
8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3
A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso
16 de jun 2017
9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31
13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
43
351 Estudo de Caso
Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios
odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema
Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos
homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo
onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um
questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se
identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao
fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco
para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas
Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo
criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram
selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3
grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico
grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem
medicamentos (GIORGI et al 2010)
O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha
do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta
forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de
acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo
recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram
prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao
dia (GIORGI et al 2010)
Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o
diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta
odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com
acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al
2010)
O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento
odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle
da ansiedade (GIORGI et al 2010)
Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de
ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca
aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi
realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do
estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81
(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial
foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)
o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64
8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3
A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso
16 de jun 2017
9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31
13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
44
aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90
dias (GIORGI et al 2010)
Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)
demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao
tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute
importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a
tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de
p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade
deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda
que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao
diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos
adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que
ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa
importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos
odontoloacutegicosrdquo
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64
8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3
A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso
16 de jun 2017
9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31
13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
45
4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a
ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de
consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns
procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior
niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas
eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento
Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo
mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam
entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de
confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se
preocupando com manifestaccedilotildees bucais
A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e
a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente
e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo
integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode
ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso
dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil
aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta
terapecircutica
Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle
da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente
utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os
pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos
ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente
visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do
paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional
Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a
sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema
Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve
ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64
8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3
A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso
16 de jun 2017
9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31
13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
46
5 REFEREcircNCIAS
1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety
reduction and dental attendance after treatment in a dental
fear clinic A follow-up study Community Dent Oral
Epidemiol 200028435-42
2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For
Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists
Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002
3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em
Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014
4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica
sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd
2005
5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na
adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-
comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre
Artes Meacutedicas 1998
6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos
ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel
wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008
7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental
anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64
8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento
onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3
A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso
16 de jun 2017
9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas
psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d
10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos
em odontologia Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8
11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo
da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS
Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016
12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo
em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31
13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo
Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
47
Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento
online
httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c
1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017
14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um
estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP
Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997
15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia
Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash
23
16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous
midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34
17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B
PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do
medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil
revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo
(Online) 23(3)set-dez 2011
18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da
liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado
em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel
lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017
19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel
Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em
Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55
20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5
ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144
21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no
controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das
emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista
de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010
22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G
Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em
procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos
benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180
abrjun 2007
23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina
Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo
graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo
alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179
24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)
Universidade Federal Fluminense 1995
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
48
25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and
anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84
26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia
Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57
27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious
sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-
97
28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as
mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p
352-359 1991
29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use
ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during
dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63
30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e
Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de
Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002
31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological
overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6
32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e
Universitaacuteria 1978
33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD
Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina
homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43
nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351
34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a
edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003
35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo
odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de
Taubateacute ndash UNITAU 2003
36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia
Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74
37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M
B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento
odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136
abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento
odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142
maiojun 1993
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1
49
39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o
princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na
farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)
2013 jul-set92(3)183-203
50
Anexo 1