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Trabalho de Conclusão de Curso USO DE MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO NO CONTROLE DA ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLÓGICOS Samanta Soler Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduação em Odontologia

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Trabalho de Conclusatildeo de Curso

USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE DA

ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS

Samanta Soler

Universidade Federal de Santa Catarina

Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia

Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia

Samanta Soler

USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE DA

ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS

Trabalho apresentado agrave Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a conclusatildeo do Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia Orientador Prof Dr Rubens Rodrigues Filho

Florianoacutepolis

2018

Samanta Soler

USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE

DA ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS

Este Trabalho de Conclusatildeo de Curso foi julgado adequado para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de cirurgiatildeo dentista e aprovado em sua forma final

pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa

Catarina

Florianoacutepolis 22 de maio de 2018

Banca Examinadora

Prof Dr Rubens Rodrigues Filho

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

Drordf Marisa Salvador

Membro

Fundaccedilatildeo Homeopaacutetica Benoit Mure

Prof DrAdair Roberto Soares dos Santos

Membro

Universidade Federal de Santa Catarina

Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia em especial aos meus

pais Milton e Nilza pelo esforccedilo dedicaccedilatildeo e compreensatildeo desta e de

outras caminhadas

Agraves minhas amigas que foram meus suspiros de alegria entre

um paraacutegrafo e outro desta pesquisa as risadas entre os intervalos de

aula e a forccedila entre os obstaacuteculos enfrentados

Ao meu noivo Thiago Joatildeo por sua confianccedila e credibilidade

em minha pessoa pelo aprendizado muacutetuo de vida e por todas nossas

conquistas nesses 10 anos juntos

Em especial agrave minha irmatilde Simone e meu cunhado Gilberto por

todo apoio em mais essa etapa e principalmente pelo melhor e maior

presente que me foi dado a minha afilhada Maria Luiza

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador

desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo

e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta

pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano

para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e

humaniacutesticos

Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do

conhecimento ao longo de minha vida

A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para

que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos

ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer

pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para

fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender

que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que

o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea

da sauacutede estaraacute incompletordquo

Ana Clara Quintana 2016

RESUMO

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum

se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a

crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca

um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese

detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi

realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo

que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa

utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram

acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line

(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia

Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias

formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses

proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como

livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica

estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser

algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo

terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos

Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia

Ansioliacuteticos

ABSTRACT

To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use

anxiolytic medications however currently with the increasing

expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an

alternative since the professional seeks a unique medication for his

patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The

objective of this work was to carry out a bibliographical analysis

regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and

fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a

qualitative nature that was written through a bibliographical revision of

the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the

Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme

databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear

Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5

articles and through references of these same articles to clarify some

questions as well as reference books to the theme We conclude that

dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because

it is something inherent to the human being and that homeopathy

becomes an interesting therapeutic option because it seeks the

individualization in the treatments

Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia

Samanta Soler

USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE DA

ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS

Trabalho apresentado agrave Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a conclusatildeo do Curso de Graduaccedilatildeo em Odontologia Orientador Prof Dr Rubens Rodrigues Filho

Florianoacutepolis

2018

Samanta Soler

USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE

DA ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS

Este Trabalho de Conclusatildeo de Curso foi julgado adequado para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de cirurgiatildeo dentista e aprovado em sua forma final

pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa

Catarina

Florianoacutepolis 22 de maio de 2018

Banca Examinadora

Prof Dr Rubens Rodrigues Filho

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

Drordf Marisa Salvador

Membro

Fundaccedilatildeo Homeopaacutetica Benoit Mure

Prof DrAdair Roberto Soares dos Santos

Membro

Universidade Federal de Santa Catarina

Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia em especial aos meus

pais Milton e Nilza pelo esforccedilo dedicaccedilatildeo e compreensatildeo desta e de

outras caminhadas

Agraves minhas amigas que foram meus suspiros de alegria entre

um paraacutegrafo e outro desta pesquisa as risadas entre os intervalos de

aula e a forccedila entre os obstaacuteculos enfrentados

Ao meu noivo Thiago Joatildeo por sua confianccedila e credibilidade

em minha pessoa pelo aprendizado muacutetuo de vida e por todas nossas

conquistas nesses 10 anos juntos

Em especial agrave minha irmatilde Simone e meu cunhado Gilberto por

todo apoio em mais essa etapa e principalmente pelo melhor e maior

presente que me foi dado a minha afilhada Maria Luiza

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador

desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo

e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta

pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano

para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e

humaniacutesticos

Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do

conhecimento ao longo de minha vida

A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para

que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos

ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer

pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para

fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender

que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que

o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea

da sauacutede estaraacute incompletordquo

Ana Clara Quintana 2016

RESUMO

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum

se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a

crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca

um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese

detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi

realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo

que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa

utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram

acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line

(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia

Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias

formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses

proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como

livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica

estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser

algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo

terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos

Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia

Ansioliacuteticos

ABSTRACT

To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use

anxiolytic medications however currently with the increasing

expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an

alternative since the professional seeks a unique medication for his

patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The

objective of this work was to carry out a bibliographical analysis

regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and

fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a

qualitative nature that was written through a bibliographical revision of

the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the

Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme

databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear

Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5

articles and through references of these same articles to clarify some

questions as well as reference books to the theme We conclude that

dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because

it is something inherent to the human being and that homeopathy

becomes an interesting therapeutic option because it seeks the

individualization in the treatments

Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

Samanta Soler

USO DE MEDICAMENTO HOMEOPAacuteTICO NO CONTROLE

DA ANSIEDADE E MEDO EM PACIENTES ODONTOLOacuteGICOS

Este Trabalho de Conclusatildeo de Curso foi julgado adequado para

obtenccedilatildeo do tiacutetulo de cirurgiatildeo dentista e aprovado em sua forma final

pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa

Catarina

Florianoacutepolis 22 de maio de 2018

Banca Examinadora

Prof Dr Rubens Rodrigues Filho

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

Drordf Marisa Salvador

Membro

Fundaccedilatildeo Homeopaacutetica Benoit Mure

Prof DrAdair Roberto Soares dos Santos

Membro

Universidade Federal de Santa Catarina

Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia em especial aos meus

pais Milton e Nilza pelo esforccedilo dedicaccedilatildeo e compreensatildeo desta e de

outras caminhadas

Agraves minhas amigas que foram meus suspiros de alegria entre

um paraacutegrafo e outro desta pesquisa as risadas entre os intervalos de

aula e a forccedila entre os obstaacuteculos enfrentados

Ao meu noivo Thiago Joatildeo por sua confianccedila e credibilidade

em minha pessoa pelo aprendizado muacutetuo de vida e por todas nossas

conquistas nesses 10 anos juntos

Em especial agrave minha irmatilde Simone e meu cunhado Gilberto por

todo apoio em mais essa etapa e principalmente pelo melhor e maior

presente que me foi dado a minha afilhada Maria Luiza

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador

desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo

e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta

pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano

para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e

humaniacutesticos

Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do

conhecimento ao longo de minha vida

A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para

que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos

ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer

pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para

fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender

que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que

o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea

da sauacutede estaraacute incompletordquo

Ana Clara Quintana 2016

RESUMO

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum

se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a

crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca

um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese

detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi

realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo

que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa

utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram

acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line

(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia

Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias

formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses

proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como

livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica

estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser

algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo

terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos

Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia

Ansioliacuteticos

ABSTRACT

To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use

anxiolytic medications however currently with the increasing

expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an

alternative since the professional seeks a unique medication for his

patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The

objective of this work was to carry out a bibliographical analysis

regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and

fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a

qualitative nature that was written through a bibliographical revision of

the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the

Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme

databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear

Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5

articles and through references of these same articles to clarify some

questions as well as reference books to the theme We conclude that

dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because

it is something inherent to the human being and that homeopathy

becomes an interesting therapeutic option because it seeks the

individualization in the treatments

Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

Dedico este trabalho agrave minha famiacutelia em especial aos meus

pais Milton e Nilza pelo esforccedilo dedicaccedilatildeo e compreensatildeo desta e de

outras caminhadas

Agraves minhas amigas que foram meus suspiros de alegria entre

um paraacutegrafo e outro desta pesquisa as risadas entre os intervalos de

aula e a forccedila entre os obstaacuteculos enfrentados

Ao meu noivo Thiago Joatildeo por sua confianccedila e credibilidade

em minha pessoa pelo aprendizado muacutetuo de vida e por todas nossas

conquistas nesses 10 anos juntos

Em especial agrave minha irmatilde Simone e meu cunhado Gilberto por

todo apoio em mais essa etapa e principalmente pelo melhor e maior

presente que me foi dado a minha afilhada Maria Luiza

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador

desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo

e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta

pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano

para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e

humaniacutesticos

Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do

conhecimento ao longo de minha vida

A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para

que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos

ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer

pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para

fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender

que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que

o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea

da sauacutede estaraacute incompletordquo

Ana Clara Quintana 2016

RESUMO

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum

se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a

crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca

um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese

detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi

realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo

que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa

utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram

acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line

(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia

Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias

formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses

proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como

livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica

estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser

algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo

terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos

Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia

Ansioliacuteticos

ABSTRACT

To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use

anxiolytic medications however currently with the increasing

expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an

alternative since the professional seeks a unique medication for his

patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The

objective of this work was to carry out a bibliographical analysis

regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and

fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a

qualitative nature that was written through a bibliographical revision of

the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the

Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme

databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear

Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5

articles and through references of these same articles to clarify some

questions as well as reference books to the theme We conclude that

dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because

it is something inherent to the human being and that homeopathy

becomes an interesting therapeutic option because it seeks the

individualization in the treatments

Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo ao Professor Rubens Rodrigues Filho orientador

desta pesquisa pelo apoio contribuiccedilatildeo e principalmente pela dedicaccedilatildeo

e empenho demonstrado no decorrer de suas atividades com esta

pesquisa Por ser um exemplo de professor profissional e ser humano

para mim sempre se dedicando a formar profissionais eacuteticos e

humaniacutesticos

Aos meus professores que contribuiacuteram na construccedilatildeo do

conhecimento ao longo de minha vida

A todos agravequeles que direta ou indiretamente colaboraram para

que este trabalho consiga atingir aos objetivos propostos

ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer

pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para

fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender

que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que

o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea

da sauacutede estaraacute incompletordquo

Ana Clara Quintana 2016

RESUMO

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum

se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a

crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca

um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese

detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi

realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo

que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa

utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram

acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line

(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia

Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias

formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses

proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como

livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica

estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser

algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo

terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos

Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia

Ansioliacuteticos

ABSTRACT

To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use

anxiolytic medications however currently with the increasing

expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an

alternative since the professional seeks a unique medication for his

patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The

objective of this work was to carry out a bibliographical analysis

regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and

fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a

qualitative nature that was written through a bibliographical revision of

the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the

Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme

databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear

Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5

articles and through references of these same articles to clarify some

questions as well as reference books to the theme We conclude that

dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because

it is something inherent to the human being and that homeopathy

becomes an interesting therapeutic option because it seeks the

individualization in the treatments

Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

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21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

ldquoA partir do momento que natildeo tem mais o que fazer

pela doenccedila abrem-se inuacutemeras possibilidades para

fazer pelo doente Enquanto a gente natildeo entender

que o espaccedilo do cuidar eacute muito mais amplo do que

o espaccedilo do tratar a doenccedila nosso propoacutesito na aacuterea

da sauacutede estaraacute incompletordquo

Ana Clara Quintana 2016

RESUMO

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum

se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a

crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca

um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese

detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi

realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo

que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa

utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram

acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line

(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia

Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias

formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses

proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como

livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica

estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser

algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo

terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos

Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia

Ansioliacuteticos

ABSTRACT

To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use

anxiolytic medications however currently with the increasing

expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an

alternative since the professional seeks a unique medication for his

patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The

objective of this work was to carry out a bibliographical analysis

regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and

fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a

qualitative nature that was written through a bibliographical revision of

the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the

Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme

databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear

Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5

articles and through references of these same articles to clarify some

questions as well as reference books to the theme We conclude that

dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because

it is something inherent to the human being and that homeopathy

becomes an interesting therapeutic option because it seeks the

individualization in the treatments

Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

RESUMO

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio eacute comum

se utilizar medicamentos ansioliacuteticos no entanto atualmente com a

crescente expansatildeo do uso da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos esta tem sido uma alternativa pois o profissional busca

um medicamento uacutenico para seu paciente atraveacutes de uma anamnese

detalhada para restaurar sua energia vital O objetivo deste trabalho foi

realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico utilizado para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica Esta eacute uma pesquisa bibliograacutefica de cunho qualitativo

que foi escrita atraveacutes de revisatildeo bibliograacutefica do tipo narrativa

utilizando a Biblioteca Virtual em Sauacutede (BVS) na qual foram

acessadas as bases de dados Scientific Eletronic Library on Line

(SciELO) PubMed e Bireme utilizando os descritores Homeopatia

Medo Ansiedade Odontologia Ansioliacuteticos combinados de vaacuterias

formas Foram encontrados 5 artigos e atraveacutes de referecircncias desses

proacuteprios artigos para esclarecer alguns questionamentos assim como

livros de referecircncia ao tema Concluiacutemos que a ansiedade odontoloacutegica

estaacute presente na rotina do dia a dia do consultoacuterio odontoloacutegico por ser

algo inerente ao ser humano e que a homeopatia se torna uma opccedilatildeo

terapecircutica interessante pois busca a individualizaccedilatildeo nos tratamentos

Palavras-chave Homeopatia Medo Ansiedade Odontologia

Ansioliacuteticos

ABSTRACT

To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use

anxiolytic medications however currently with the increasing

expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an

alternative since the professional seeks a unique medication for his

patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The

objective of this work was to carry out a bibliographical analysis

regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and

fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a

qualitative nature that was written through a bibliographical revision of

the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the

Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme

databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear

Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5

articles and through references of these same articles to clarify some

questions as well as reference books to the theme We conclude that

dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because

it is something inherent to the human being and that homeopathy

becomes an interesting therapeutic option because it seeks the

individualization in the treatments

Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

ABSTRACT

To control fear and anxiety in the preoperative it is common to use

anxiolytic medications however currently with the increasing

expansion of the use of homeopathy in dental offices this has been an

alternative since the professional seeks a unique medication for his

patient through a detailed anamnesis to restore their vital energy The

objective of this work was to carry out a bibliographical analysis

regarding the use of homeopathic medicine used to control anxiety and

fear in the dental clinic This is a bibliographical research of a

qualitative nature that was written through a bibliographical revision of

the narrative type using the Virtual Health Library (VHL) in which the

Scientific Electronic Library on Line (SciELO) PubMed and Bireme

databases were accessed using the descriptors Homeopathy Fear

Anxiety Dentistry Anxiolytics combined in several ways Was found 5

articles and through references of these same articles to clarify some

questions as well as reference books to the theme We conclude that

dental anxiety is present in the daily routine of the dental office because

it is something inherent to the human being and that homeopathy

becomes an interesting therapeutic option because it seeks the

individualization in the treatments

Key words Homeopathy Fear Anxiety Dentistry Anxiolytics

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

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37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

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50

Anexo 1

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica37

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas para a

sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da

UFSC40

Figura 1 ndash Homeopatia versus Alopatia41

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

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49

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dr - Doutor

SNC - sistema nervoso central

GABA - aacutecido gama-aminobutiacuterico

Cl- - cloreto

paacuteg - paacutegina

cH ndash concentraccedilatildeo Hahnemanniana

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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49

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2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 OBJETIVOS 16

21 OBJETIVO GERAL 16 22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 16

3 DESENVOLVIMENTO 17

31 ANSIEDADE E MEDO 17 32 HOMEOPATIA 20

321 Histoacuteria da Homeopatia 20 323 Energia Vital 25 325 Cura 26 326 Efeito Rebote 27 331 Gelsemium sempervirens 31 332 Aconitum napellus 31 333 Argentum nitricum 32 334 Arsenicum album 32

34 ANSIOLIacuteTICOS NA CLIacuteNICA ODONTOLOacuteGICA 34 341 Efeitos Toacutexicos 36 342 Sedaccedilatildeo Consciente 36 343 Diazepam 37 344 Lorazepam 38 345 Alprazolam 38 346 Midazolam 39 347 Triazolam 39 348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica 39

35 HOMEOPATIA VERSUS ALOPATIA 41 351 Estudo de Caso 43

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 45

5 REFEREcircNCIAS 46

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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49

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

O medo e a ansiedade satildeo constantes na sala de espera dos

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo frequentemente utilizados ansioliacuteticos

(ex Benzodiazepiacutenicos) para controlar sinais e sintomas advindos de

tais problemas A observaccedilatildeo cuidadosa pelo profissional de

odontologia faz com que este perceba atraveacutes de comportamentos sinais

e sintomas a presenccedila do medo e da ansiedade influenciadas por

aspectos psicoloacutegicos (GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

O cirurgiatildeo dentista homeopata faz todos os procedimentos

cliacutenicos odontoloacutegicos a diferenccedila para os outros profissionais da aacuterea eacute

que o homeopata visa tratar o paciente de forma integrada usando a

energia vital do paciente para reequilibrar o organismo O homeopata

vai aleacutem da necessidade de procedimentos odontoloacutegicos vecirc o paciente

como um ser integral Neste contexto cada vez mais os pacientes

procuram profissionais com esta visatildeo holiacutestica Quando lidamos com

indiviacuteduos muitas manifestaccedilotildees bucais satildeo referentes de doenccedilas

psicossomaacuteticas apresentando desta forma muitos sinais e sintomas de

ansiedade e medo no preacute operatoacuterio (COSTA 2016)

Segundo Asbahr (1998) e Eleuteacuterio Oliveira e Pereira (2011) a

ansiedade associada a fatores psicossomaacuteticos apresenta manifestaccedilotildees

fisioloacutegicas que satildeo reflexo da atividade do sistema autocircnomo como

vocircmitos naacuteuseas tremores palpitaccedilotildees sudorese dor abdominal

enurese e rubor facial Enquanto o medo apresenta sinais

comportamentais mais evidentes como se esquivar de situaccedilotildees

ameaccediladoras ou comportamentos de fuga Nessas situaccedilotildees podemos

observar voz trecircmula e choro

Para controlar o medo e a ansiedade no preacute operatoacuterio

comumente se utilizam medicamentos ansioliacuteticos No entanto a

crescente expansatildeo da homeopatia nos consultoacuterios odontoloacutegicos traz

uma opccedilatildeo terapecircutica ao controle da ansiedade e medo de pacientes

odontoloacutegicos pois o profissional busca um medicamento uacutenico para

seu paciente atraveacutes de uma anamnese detalhada para reequilibrar o

organismo do indiviacuteduo (ELEUTEacuteRIO OLIVEIRA e PEREIRA 2011)

Assim a homeopatia pode ser aplicada no preacute-operatoacuterio para o

tratamento da ansiedade e medo com o intuito de minimizar processos

traumaacuteticos vivenciados eou experimentados pelo paciente De acordo com Gonccedilalves e Franccedila (2007) a ansiedade e o

medo no preacute operatoacuterio podem causar intercorrecircncias negativas durante

o procedimento odontoloacutegico aumentando assim o nuacutemero de

emergecircncias dentro dos consultoacuterios Portanto condutas que auxiliem o

controle de sinais e sintomas apresentados durante um quadro de

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

14

ansiedade e medo podem e devem ser utilizadas em prol do paciente e

do procedimento a ser realizado Para tanto existem a disposiccedilatildeo do

cirurgiatildeo dentista medicamentos eficazes para manter esse controle

Abordaremos a utilizaccedilatildeo de medicamentos homeopaacuteticos em

contrapartida com os alopaacuteticos mais precisamente os ansioliacuteticos

Medicamentos ansioliacuteticos satildeo comumente utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica com o intuito de obter sedaccedilatildeo consciente do paciente

normalmente satildeo administrados por via oral e consiste em depressatildeo

miacutenima do niacutevel de consciecircncia deste natildeo afetando sua habilidade de

respirar ou de responder agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e verbal Poreacutem na cliacutenica

odontoloacutegica estes medicamentos possuem contraindicaccedilatildeo a certos

pacientes como portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria dependentes

quiacutemicos aleacutergicos entre outros Tais pacientes natildeo podem utilizar a

medicaccedilatildeo ansioliacutetica justamente pelo efeito depressor causado eou

efeitos colaterais e adversos que podem ser apresentados Outro

problema apresentado ao uso de benzodiazepiacutenicos eacute o fato de pacientes

que fazem a utilizaccedilatildeo destes para a sedaccedilatildeo consciente que devem ir

ao consultoacuterio acompanhados de um familiar que possa ajudar em seu

deslocamento apoacutes o procedimento odontoloacutegico visto que a

medicaccedilatildeo causa em outros efeitos colaterais a sonolecircncia

(GONCcedilALVES e FRANCcedilA 2007)

A homeopatia foi criada por Hannehman em 1810 quando

lanccedilou o primeiro livro base o Organon onde a palavra homeopatia tem

sua origem nas palavras gregas oacutemios e pathos que significam

semelhante e doente respectivamente Portanto a homeopatia eacute

consolidada por quatro princiacutepios 1 Lei dos semelhantes 2

Experimentaccedilatildeo no homem satildeo 3 Medicamento uacutenico e 4

Medicamento dinamizado e diluiacutedo Assim baseia-se na Lei dos

Semelhantes - similia similibus curentur ndash o semelhante eacute curado pelo

semelhante O medicamento homeopaacutetico pode restabelecer a fisiologia

humana sendo aplicado em pequenas doses do princiacutepio ativo

(DULCETTI 1992) O paciente eacute tratado de maneira individualizada e

com a prescriccedilatildeo medicamentosa correta se objetiva a reorganizaccedilatildeo da

energia vital para curar o doente Como o medicamento homeopaacutetico eacute

derivado de substacircncias naturais de origem animal vegetal ou mineral

que satildeo diluiacutedas e dinamizadas cada medicamento age sobre o indiviacuteduo que tenha afinidade por ele (HAHNEMANN 2013)

Portanto a homeopatia promove a cura do enfermo provocando

uma doenccedila semelhante a que jaacute existe poreacutem ligeiramente mais forte

mas como eacute uma doenccedila artificial (uma accedilatildeo provocada pelo

medicamento) ao ajustar a dose ou parar de tomar o medicamento a

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

15

doenccedila artificial fica controlada A doenccedila artificial se torna mais forte

que a doenccedila natural (doenccedila jaacute existente ao enfermo) pela dose

minimamente mais forte de uma sobre a outra

Desta forma a homeopatia se faz uma alternativa medicamentosa

importante para pacientes que natildeo podem fazer o tratamento com

benzodiazepiacutenicos e ainda para pacientes que buscam um tratamento

com uma visatildeo de integralidade

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

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20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

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21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

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22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

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23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

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49

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Realizar uma anaacutelise bibliograacutefica quanto ao uso de medicamento

homeopaacutetico para o controle da ansiedade e medo na cliacutenica

odontoloacutegica

22 Objetivos Especiacuteficos

- Conhecer a homeopatia

- Explicar o potencial da Homeopatia enquanto tratamento

integral

- Analisar atraveacutes de estudos bibliograacuteficos a eficaacutecia de

medicamentos homeopaacuteticos na cliacutenica odontoloacutegica

- Comparar o uso de medicamentos homeopaacuteticos aos

medicamentos ansioliacuteticos usados no controle da ansiedade e medo no

preacute operatoacuterio

- Compreender a praacutetica profissional do cirurgiatildeo dentista

homeopata

- Entender o que eacute ansiedade e medo suas diferenccedilas e como

podem interferir no tratamento odontoloacutegico

- Descrever o tratamento homeopaacutetico na cliacutenica odontoloacutegica

para o tratamento da ansiedade e medo

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

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2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

17

3 DESENVOLVIMENTO

31 Ansiedade e Medo

De acordo com Graeff et al (1999) a palavra ansiedade vem do

grego ldquoansheinrdquo e significa estrangular sufocar oprimir Para Ferreira

(2016) eacute uma comoccedilatildeo aflitiva do espiacuterito que receia que uma coisa

suceda ou natildeo eacute o sofrimento de quem espera o que eacute certo vir

impaciecircncia Para Ferreira (2016) medo eacute um estado emocional

resultante da consciecircncia de perigo ou de ameaccedila reais hipoteacuteticos ou

imaginaacuterios

A possibilidade de sentir dor ou desconforto que traga sofrimento

ao paciente resulta no adiamento do tratamento odontoloacutegico onde o

medo sobrepuja agrave razatildeo (AARTMAN JONGH e MAKKES 2000) O

paciente ansioso evita o tratamento odontoloacutegico faz uso deste tipo de

serviccedilo apenas quando apresentam sinais e sintomas cliacutenicos Essa

ansiedade e medo frente ao tratamento odontoloacutegico vecircm sendo

chamado de ansiedade odontoloacutegica onde a intensidade varia entre os

pacientes e no mesmo paciente dependendo do procedimento a ser

realizado (FERREIRA et al 2004)

De acordo com Ferreira et al (2004) a ansiedade e o medo satildeo

barreiras para o tratamento odontoloacutegico Visto que a ansiedade eacute um

fenocircmeno de sentimentos subjetivos (como tensatildeo apreensatildeo

nervosismo preocupaccedilatildeo) esta possui resposta a algo ameaccedilador para o

indiviacuteduo e por isso estaacute relacionada ao medo Sendo que a diferenccedila

entre os dois eacute apenas a intensidade

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) a ansiedade eacute

compreendida por uma resposta do indiviacuteduo agraves ameaccedilas que natildeo estatildeo

bem definidas natildeo estaacute objetivamente presente Desta forma a

ansiedade conduz o indiviacuteduo a uma condiccedilatildeo aversiva ou penosa gera

um grau de incerteza ou duacutevida e um grau de impotecircncia do organismo

em determinada situaccedilatildeo (PESSOTTI 1978)

Para Reis (2003) o medo eacute um estado emocional que provoca

mudanccedilas no corpo todo como nos deixar mais alertas fortes

cuidadosos ativa o mecanismo de luta e fuga O medo eacute assim uma

reaccedilatildeo emocional que nos ajuda na manutenccedilatildeo da vida mas em excesso

atrapalha O medo eacute algo inato ao ser humano sendo uma funccedilatildeo bioloacutegica relacionada ao sistema nervoso simpaacutetico que gera mudanccedilas

bioquiacutemicas no organismo como o aumento de adrenalina e tensatildeo

muscular Segundo Taguchi et al (1993) o medo frente ao tratamento

odontoloacutegico pode ser manifestado com reaccedilotildees fiacutesicas sendo a tensatildeo

muscular a reaccedilatildeo mais frequente seguido de taquicardiardquo No entanto

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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49

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

18

certos objetos e situaccedilotildees podem gerar respostas de medo atraveacutes de

experiecircncias vividas Desta forma as origens de se ter medo ao

tratamento odontoloacutegico podem estar relacionadas agraves experiecircncias

negativas vivenciadas pelo indiviacuteduo ou experiecircncias transmitidas por

outras pessoas de seu conviacutevio e ainda atraveacutes dos meios de

comunicaccedilatildeo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

Segundo Ferreira et al (2004) ldquoo medo da dor a partir de uma

experiecircncia desconfortaacutevel no passado eacute o fator principal da causa da

ansiedade odontoloacutegica e eacute responsaacutevel pela maioria dos casos de

pacientes que evitam o tratamento odontoloacutegicordquo

Para Singh Moraes e Ambrosano (2000) o medo ao tratamento

odontoloacutegico se torna perioacutedico quando a patologia natildeo eacute tratada

preventivamente necessitando de tratamentos curativos ou emergenciais

que se tornam invasivos ou dolorosos Desta forma ldquotais tratamentos

exacerbam ou produzem medo e comportamento de esquiva a futuros

tratamentosrdquo (SINGH MORAES e AMBROSANO 2000)

A ansiedade odontoloacutegica estaacute relacionada agrave experiecircncias

negativas vivenciadas pelo paciente e a medos gerais Frequentemente o

medo mais comum na cliacutenica odontoloacutegica eacute o medo da dor o barulho

da alta rotaccedilatildeo a visatildeo da agulha e o ato da anestesia assim como a

grande propagaccedilatildeo de que o tratamento odontoloacutegico causa sofrimento e

dor jaacute que a odontologia possui um histoacuterico de ser uma praacutetica de

tortura castigo puniccedilatildeo e dor onde o dentista eacute visto como uma espeacutecie

de carrasco (CRUZ et al 1997)

Estudos de Costa et al (1994) revelaram que os grandes

causadores de medo dentro do consultoacuterio odontoloacutegico foram a agulha

anesteacutesica e o motor odontoloacutegico O estudo realizado por Taguchi et al

(1992) revelou que 56 da amostra pesquisada apresentava medo ao

entrar no consultoacuterio odontoloacutegico mas ao sentarem na cadeira

odontoloacutegica aumentava para 66 e o auge era ao visualizar a seringa

carpule

Para resumirmos o medo estaacute relacionado ao concreto a algo

real enquanto que a ansiedade se fundamenta no abstrato Segundo

Logan et al (1991) a falta de controle da situaccedilatildeo eacute um fator de risco

para medos considerados condicionados O que percebemos nos

pacientes que demonstram medo ou ansiedade no tratamento odontoloacutegico eacute a inseguranccedila gerada por eles natildeo possuiacuterem o controle

da situaccedilatildeo

No Brasil ainda temos uma formaccedilatildeo em odontologia baseada

no tecnicismo onde o mais importante eacute o aprimoramento da teacutecnica

Assim natildeo somos formados para lidar com o indiviacuteduo Sem conhecer

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

19

seus pacientes o dentista acaba por ignorar as reaccedilotildees psiacutequicas desses

Desta forma haacute a necessidade de mudar a praacutetica odontoloacutegica para que

o dentista passe a ver o paciente como um indiviacuteduo e natildeo apenas como

um procedimento a ser realizado (HARARI 1995) Para Harari (1995)

ainda o dentista deve se voltar para a individualizaccedilatildeo da consulta

odontoloacutegica focando os aspectos emocionais de seu paciente pois o

paciente tende a se afastar do profissional que lhe pareccedila distante eacute

preciso que profissional e paciente criem uma relaccedilatildeo de confianccedila

Isto posto visando uma sauacutede integral (humaniacutestica) o cirurgiatildeo

dentista deve compreender a ansiedade odontoloacutegica do paciente

buscando tratar o mesmo e natildeo apenas a patologia Para tanto eacute

necessaacuterio que o paciente e o cirurgiatildeo dentista mantenham uma relaccedilatildeo

de confianccedila e seguranccedila para que o paciente natildeo apresente resistecircncia

ao tratamento

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

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49

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2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

20

32 HOMEOPATIA

321 Histoacuteria da Homeopatia

A homeopatia foi construiacuteda sobre o princiacutepio dos semelhantes

doses infinitesimais medicamento uacutenico entre outros preceitos

conhecidos desde Hipoacutecrates Muitos destes preceitos jaacute eram utilizados

e observados principalmente a Lei dos Semelhantes Segundo Quintas

Siqueira e Correcirca (1997) ldquoa menccedilatildeo mais antiga que se tem a respeito

do tratamento pela lei dos semelhantes foi encontrada em um papiro de

1500 aC contudo esse princiacutepio era aplicado de uma maneira muito

subjetiva e natildeo por meio da observaccedilatildeo dos sintomas causados no

organismo como foi introduzido experimentalmente por Hahnemannrdquo

Hipoacutecrates considerado o pai da medicina considerava

fundamental para o diagnoacutestico a avaliaccedilatildeo dos sinais e sintomas e

considerava dois meacutetodos terapecircuticos para o tratamento a Contraria Contrariis Curentur (cura pelos contraacuterios) que eacute a base da medicina

alopaacutetica e a Similia Similibus Curentur (cura pelos semelhantes) base

da medicina homeopaacutetica Com a difusatildeo da medicina os conceitos de

Hipoacutecrates foram fragmentados e os grandes meacutedicos seguiam apenas

um conceito geralmente o da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo (DULCETTI

1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Segundo Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Paracelso era

opositor ao conceito da ldquocura pelos contraacuteriosrdquo sendo adepto da ldquocura

pelos semelhantesrdquo Foi ele quem introduziu o conceito de dosagem

pois na eacutepoca os meacutedicos administravam grandes quantidades de drogas

ao paciente o que acabava intoxicando o mesmo Paracelso ainda

atraveacutes de seus conhecimentos de alquimia introduziu teacutecnicas novas no

preparo de medicamentos Tratava seus pacientes atraveacutes da lei dos

semelhantes e preparava todos os medicamentos que prescrevia era

contraacuterio a mistura de medicamentos e acreditava que as drogas

deveriam ser administradas pelas suas caracteriacutesticas

Assim haacute semelhanccedilas na praacutetica de Paracelso e Hahnemann Eacute

provaacutevel que Hahnemann tenha conhecido a obra de Paracelso pois era

um grande estudioso da medicina e viveu por muito tempo como

tradutor de livros Para Quintas Siqueira e Correcirca (1997) Hahnnemann

natildeo quis associar Paracelso agrave homeopatia pois esse era considerado o ldquomeacutedico Malditordquo por ter advogado contra os grandes mestres da

medicina na eacutepoca e sua doutrina era vinculada ao ocultismo

A homeopatia iniciou com os estudos e observaccedilotildees do meacutedico e

quiacutemico alematildeo Dr Christian Friedrich Samuel Hahnemann que nasceu

em 1755 em Meissen e veio a falecer em 1843 em Paris Hahnemann

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

21

discordava da conduta meacutedica de sua eacutepoca por considerar agressivos os

tratamentos que utilizavam sangrias laxantes caacuteusticos administraccedilatildeo

de vomitivos purgativos e suadores e se afastou do exerciacutecio da

medicina Como era poliglota optou por traduzir livros de medicina

para sustentar sua famiacutelia (KINOUCHI 1986)

Foi traduzindo a Mateacuteria Meacutedica do Dr William Cullen meacutedico

escocecircs em 1790 que Hahnemann discordou do capiacutetulo referente agrave

China officinalis O Dr Cullen afirmava que a China officinalis planta

indicada no tratamento da malaacuteria possui propriedades amargas em sua

casca provocando o aparecimento de uma substacircncia que se opotildee agrave

febre Desta forma Hahnemann realizou um auto experimento ingeriu

duas doses diaacuterias de 4 (quatro) Dracmas (1296g) de China por alguns

dias e comeccedilou a apresentar um quadro semelhante ao da malaacuteria

Assim constatou que a China possui propriedades com o poder de cura

da malaacuteria por provocar sinais e sintomas semelhantes aos da malaacuteria

em pacientes sadios Hahnemann passou a experimentar substacircncias

toacutexicas em si mesmo e em seus disciacutepulos e todas as substacircncias

experimentadas apresentavam artificialmente um conjunto de sinais e

sintomas similares agravequeles apresentados nos pacientes (KINOUCHI

1986 DULCETTI 1992 QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Assim Hahnemann idealizou a homeopatia uma nova forma de

tratamento na eacutepoca justificada na cura pelos semelhantes de

Hipoacutecrates Hahnemann trouxe tambeacutem a importacircncia com a dieta

alimentar fatores climaacuteticos psicoloacutegicos e a existecircncia da energia vital

Por causa da toxicidade de algumas drogas Hahnemann decidiu

diluir ao maacuteximo os medicamentos diminuindo os efeitos adversos

causados pela toxicidade (QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O marco histoacuterico do iniacutecio da homeopatia se deu em 1796 apoacutes

Hahnemann publicar no Jornal de Medicina Praacutetica o artigo ldquoUm novo

princiacutepio sobre as propriedades curativas de substacircncias

medicamentosas com algumas consideraccedilotildees sobre os meacutetodos

precedentesrdquo Nesta mesma eacutepoca ele voltou a clinicar e foi assim que

ele fez sua maior observaccedilatildeo Hahnemann viajava o interior do paiacutes para

tratar a populaccedilatildeo utilizando uma carroccedila e passou a observar que os

medicamentos eram mais eficazes e curavam de forma mais raacutepida os

pacientes que moravam mais distantes e passou a associar este evento ao movimento da carroccedila ao passar pelos buracos da estrada Sendo assim

comeccedilou a dinamizar (sacudir) os medicamentos baseando o preparo

dos medicamentos nos preceitos da diluiccedilatildeo e dinamizaccedilatildeo Com os

resultados positivos adquiridos a homeopatia comeccedilou a ganhar

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

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2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

22

popularidade e se difundiu pelo mundo (DULCETTI 1992 QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

O termo ldquohomeopatiardquo foi utilizado pela primeira vez em 1806

por Hahnemann sendo a junccedilatildeo de duas palavras gregas homoacuteios e

paacutethos que significam semelhante e doenccedila respectivamente Em 1810

Hahnemann lanccedilou o livro ldquoOrganon da Arte de Curarrdquo sendo o

fundamento e a teoria da homeopatia foi revisada pelo proacuteprio autor e

possui 6 ediccedilotildees a sexta ediccedilatildeo foi publicada anos apoacutes a morte do

autor Em 1811 publicou a ldquoMateacuteria Meacutedica Purardquo (DULCETTI 1992

QUINTAS SIQUEIRA e CORREcircA 1997)

Em 1845 Constantino Hering disciacutepulo de Hahnemann publicou

o livro ldquoAs Doenccedilas Crocircnicasrdquo de Hahnemann Hering publicou ainda

um livro de farmacodinacircmica homeopaacutetica O homeopata americano

James Tyler Kent publicou os livros ldquoFilosofia Homeopaacuteticardquo

ldquoRepertoacuterio Homeopaacuteticordquo e ldquoMateacuteria Meacutedicardquo sendo os dois uacuteltimos

de grande importacircncia para o estudo da homeopatia (DULCETTI

1992)

A homeopatia chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840

sendo introduzida no paiacutes pelo meacutedico francecircs Jules Benoit Mure Em

1841 Benoit fundou a Escola Homeopaacutetica do Rio de Janeiro e no ano

seguinte foi fundado em Santa Catarina o Instituto Homeopaacutetico de Saiacute

e surge a primeira farmaacutecia homeopaacutetica do Brasil no Rio de Janeiro

Em 1845 foi criada a Escola Homeopaacutetica do Brasil sendo substituiacuteda

em 1847 pela Academia Meacutedico-Homeopaacutetica do Brasil No ano de

1914 Liciacutenio Cardoso fundou a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital

Homeopaacutetico do Rio de Janeiro No governo de Castello Branco em

1966 foi decretada a inclusatildeo obrigatoacuteria de Farmacoteacutecnica

Homeopaacutetica em todas as faculdades de Farmaacutecia do Brasil Por fim no

ano de 1980 o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia

como especialidade meacutedica e a homeopatia deixa entatildeo de ser uma

terapia alternativa sendo reconhecida oficialmente (QUINTAS

SIQUEIRA e CORREcircA 1997) O Conselho Federal de Odontologia

reconheceu a homeopatia como especialidade odontoloacutegica um pouco

mais tarde no ano de 2015 atraveacutes da resoluccedilatildeo nordm 160 (BRASIL 2015)

Portanto podemos observar que a homeopatia natildeo evoluiu em

atos isolados de um uacutenico idealizador da praacutetica Hahnemann eacute considerado o pai da homeopatia mas seus ensinamentos certamente

estatildeo embasados em conhecimentos anteriores Os preceitos

homeopaacuteticos jaacute eram conhecidos desde Hipoacutecrates ateacute Hahnemann

onde vaacuterios meacutedicos jaacute utilizavam tais preceitos em seus tratamentos e

observaccedilotildees principalmente a lei dos semelhantes

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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50

Anexo 1

23

322 Pressupostos Homeopaacuteticos

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que utiliza

quatro pressupostos para interpretar e tratar o paciente de forma integral

Para Kinouchi (1986) ldquoa homeopatia eacute em siacutentese a Medicina que

procura curar o doente empregando remeacutedios dinamizados e em

pequenas doses que provocam quando administradas em doses fortes

(altas doses) e no individuo satildeo exatamente os sintomas apresentados

pelo doente Este enunciado aparentemente complicado estabelece as

bases do meacutetodo Hahneamaniano dele resultando os princiacutepios que

orientam homeopatas haacute um seacuteculo com inegaacutevel e crescente sucessordquo

Para que se compreendam melhor os pressupostos que satildeo a base da

homeopatia eles seratildeo descritos a seguir

A Lei dos Semelhantes Segundo o princiacutepio dos

semelhantes toda substacircncia administrada em alta dose a

um indiviacuteduo sadio e que provoca sinais e sintomas

semelhantes agrave doenccedila pode em doses miacutenimas curar o

enfermo pois o conjunto de sinais e sintomas obtidos

retratam a doenccedila na sua integridade Portanto o

semelhante cura (o quadro sintomaacutetico) semelhante No sect

27 do Organon de Hahnemann (2013) ldquoo poder curativo

dos medicamentos depende portanto de seus sintomas

semelhantes aos da doenccedila mas superiores em forccedila (sectsect12-

26) de modo que cada caso individual de doenccedila eacute mais

certa radical raacutepida e permanentemente eliminada e

removida apenas por um remeacutedio capaz de produzir no

organismo humano da maneira mais completa e

semelhante a totalidade dos seus sintomas que satildeo ao

mesmo tempo mais fortes que a doenccedilardquo

B Experimentaccedilatildeo do homem satildeo Segundo este princiacutepio

devemos experimentar os medicamentos em indiviacuteduos

sadios para conhecermos os sinais e sintomas que esses

medicamentos provocam O medicamento assim possui

capacidade de cura pelos sintomas gerados em organismos

sadios serem semelhantes agravequeles gerados pelo organismo

enfermo No sect108 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo

haacute portanto nenhum outro meio pelo qual seja possiacutevel determinar com precisatildeo os efeitos peculiares dos

medicamentos na sauacutede dos indiviacuteduos ndash natildeo haacute maneira

certa mais natural de atingir este objetivo que administrar

experimentalmente os diversos medicamentos em doses

moderadas a pessoas satildes a fim de determinar as mudanccedilas

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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49

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

24

sintomas e sinais de sua influecircncia que cada um

individualmente produz na sauacutede fiacutesica e mental isto eacute que

elementos de doenccedila podem produzir e tendem a produzir

visto que como demonstramos (sectsect 24-27) todo o poder

curativo dos medicamentos jaz neste poder que possuem de

alterar o estado de sauacutede do homem sendo revelado

mediante a observaccedilatildeo desse estadordquo

C Medicamento uacutenico Este princiacutepio sugere o uso de apenas

um medicamento por vez durante o tratamento do enfermo

sendo o Simillimum o medicamento ideal para a cura do

enfermo por agrupar toda a sintomatologia da enfermidade

e do enfermo No Organon de Hahnemann (2013) sect 273

ldquoem nenhum caso sob tratamento eacute necessaacuterio e portanto

permissiacutevel administrar a um paciente mais de uma e uacutenica

simples substacircncia medicinal por vez () natildeo eacute

absolutamente permissiacutevel em Homeopatia a uacutenica

verdadeira simples e natural arte de curar dar ao paciente

duas substacircncias medicinais diferentes de uma vezrdquo e no sect

274 Hahnemann diz que eacute errado empregar medicamentos

compostos ao paciente quando as substacircncias simples

bastam para a obtenccedilatildeo de cura do paciente

D Medicamento dinamizado e diluiacutedo o medicamento

homeopaacutetico deve ser dinamizado e diluiacutedo para estimular a

energia curativa da substacircncia Para tanto quanto menor a

quantidade de substacircncia presente na diluiccedilatildeo maior seraacute o

potencial de energia desprendida gerando maior estiacutemulo

energeacutetico Segundo o sect 269 do Organon de Hahnemann a

homeopatia desperta as propriedades medicinais das

substacircncias mediante a fricccedilatildeo e a agitaccedilatildeo atraveacutes da

sucussatildeo e da trituraccedilatildeo a substacircncia libera o seu poder

curativo No sect 68 ldquoem curas homeopaacuteticas a experiecircncia

nos ensina que das doses extraordinariamente pequenas de

medicamentos (sectsect 275-287) necessaacuterias nesse meacutetodo de

tratamento que pela semelhanccedila de seus sintomas satildeo

apenas suficientes para vencer e remover da sensaccedilatildeo do

princiacutepio vital a moleacutestia natural semelhante certamente resta agraves vezes apoacutes a destruiccedilatildeo desta uacuteltima a princiacutepio

certa quantidade de doenccedila medicinal soacute no organismo

mas em virtude da extraordinaacuteria pequenez da dose eacute tatildeo

passageira tatildeo pequena que desaparece por si que a forccedila

vital natildeo precisa empregar contra esse distuacuterbio artificial

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

25

da sauacutede reaccedilatildeo que seja mais forte que o necessaacuterio para

elevar seu estado atual de sauacutede ao ponto saudaacutevel (isto eacute

para realizar uma cura completa) para o que apoacutes a

extinccedilatildeo da antiga perturbaccedilatildeo moacuterbida apenas se requer

um esforccedilo muito pequeno (sect 64b)rdquo

323 Energia Vital

Para a homeopatia o organismo dos seres vivos eacute mantido em

equiliacutebrio por uma energia que interliga todas as partes do ser

denominada de energia vital Portanto um indiviacuteduo possui sauacutede

quando seu corpo fiacutesico sua mente e sua energia vital estatildeo em

equiliacutebrio No sect 9 do Organon de Hahnemann (2013) o autor afirma que

ldquono estado de sauacutede a forccedila vital de natureza espiritual (autocracia) que

dinamicamente anima o corpo material (organismo) reina com poder

ilimitado e manteacutem todas as suas partes em admiraacutevel atividade

harmocircnica nas suas sensaccedilotildees e funccedilotildees de maneira que o espiacuterito

dotado de razatildeo que reside em noacutes pode livremente dispor desse

instrumento vivo e satildeo para atender aos mais altos fins de nossa

existecircnciardquo Quando haacute o desequiliacutebrio dessas trecircs forccedilas ocorre a

manifestaccedilatildeo de sinais e sintomas no corpo fiacutesico Um indiviacuteduo iraacute

apresentar uma doenccedila por estar desta forma susceptiacutevel pelo

desequiliacutebrio orgacircnico e passa a apresentar sinais e sintomas Esses

sinais e sintomas apresentados pelo organismo enfermo satildeo tentativas de

reequilibraacute-lo

Assim segundo o sect 8 do Organon de Hahnemann (2013) ldquonatildeo eacute

concebiacutevel nem pode ser provado por experiecircncia alguma no mundo

que removidos todos os sintomas moacuterbidos e todo o conjunto dos

acidentes perceptiacuteveis reste ou possa restar qualquer outra coisa aleacutem

da sauacutede ou que a alteraccedilatildeo moacuterbida no meio interno natildeo possa ficar

destruiacutedardquo Portanto ao remover os sintomas da doenccedila se repotildee o

equiliacutebrio da forccedila vital e o paciente teraacute sua sauacutede restabelecida

O medicamento homeopaacutetico vai agir portanto na forccedila vital

atraveacutes de estiacutemulos energeacuteticos por isso se busca um medicamento

uacutenico que iraacute agir de forma integral no organismo do indiviacuteduo No sect 15

do Organon de Hahnemann (2013) ldquo O organismo eacute na verdade o

instrumento material da vida natildeo sendo poreacutem concebiacutevel sem a animaccedilatildeo que lhe eacute dada pelo dinamismo instintivamente preceptor e

regularizador tanto quanto a forccedila vital natildeo eacute concebiacutevel sem o

organismo consequentemente os dois juntos constituem uma unidade

embora em pensamento nossas mentes separem essa unidade em dois

conceitos distintos para mais faacutecil compreensatildeordquo

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

26

324 Enfermidade

Para a Homeopatia a sauacutede eacute um estado de harmonia entre as

partes do corpo a pessoa como um todo e sua energia vital Deve-se

considerar tanto as relaccedilotildees interpessoais como as relaccedilotildees consigo

mesmo sendo de fundamental importacircncia estudar o estado

biopsicoloacutegico e ambiental de toda pessoa que perdeu a harmonia de sua

sauacutede O desequiliacutebrio da forccedila vital eacute o que constitui a enfermidade

(HAHNEMANN 2013)

O conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo indiviacuteduo eacute

denominado de enfermidade Esses sinais e sintomas constituem-se

portanto de alteraccedilotildees funcionais e anatocircmicas de certas partes do corpo

que evoluem em uma determinada direccedilatildeo No sect 12 do Organon de

Hahnemann (2013) ldquoeacute somente a forccedila vital morbidamente afetada que

produz moleacutestias de modo que as manifestaccedilotildees da doenccedila que satildeo

perceptiacuteveis aos nossos sentidos expressam ao mesmo tempo toda a

mudanccedila interna isto eacute toda a perturbaccedilatildeo moacuterbida do dinamismo

internordquo Desta forma a enfermidade eacute produzida pela energia vital

afetada por agentes moacuterbidos e conhecer os sintomas faz com que o

meacutedico consiga obter a cura

Sendo assim o desequiliacutebrio da forccedila vital eacute a uacutenica causa das

enfermidades O desequiliacutebrio da forccedila vital implica na susceptibilidade

do organismo a enfermidades que geram sinais comuns a todas as

enfermidades e sinais especiacuteficos a cada enfermidade em particular Os

sinais comuns satildeo sempre alteraccedilotildees funcionais e os especiacuteficos podem

ser alteraccedilotildees funcionais ou anatocircmicas

325 Cura

O poder de cura do medicamento homeopaacutetico depende da

individualizaccedilatildeo correta do paciente e prescriccedilatildeo correta objetivando o

reequiliacutebrio da forccedila vital O seu poder de cura estaacute na dinamizaccedilatildeo e

diluiccedilatildeo do medicamento sendo capaz de agir sobre o indiviacuteduo que

possua afinidade ou semelhanccedila Desta forma nem sempre a mesma

doenccedila seraacute tratada e curada pelo mesmo medicamento a indicaccedilatildeo e

prescriccedilatildeo dependem da totalidade de sintomas apresentados pelo

enfermo Segundo Hahnemann sect25 (2013) ldquoO uacutenico e infaliacutevel oraacuteculo da arte de curar a

experiecircncia pura nos ensina todos os ensaios

cuidadosos que eacute realmente aquele medicamento

que provou poder provocar em sua accedilatildeo sobre o

corpo humano satildeo o maior nuacutemero de sintomas

semelhantes que se encontram no caso de doenccedila

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

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352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

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homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

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Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

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37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

27

sob tratamento e em doses devidamente

potencializadas e diminuiacutedas remove raacutepida

radical e permanentemente todos os sintomas

deste estado moacuterbido isto eacute (sectsect 6-16) toda a

doenccedila atual transformando-a em sauacutede e que

todos os medicamentos curam sem exceccedilatildeo todas

as doenccedilas cujos sintomas mais se assemelham

aos seus sem deixar de curar nenhumrdquo

HAHNEMANN (2013 sect25 paacuteg15)

Nos sect 63 a 65 do Organon da arte de curar Hahnemann explica

a lsquolei natural de curarsquo fundamentando o princiacutepio da similitude na accedilatildeo

primaacuteria da droga e na subsequente e contraacuteria accedilatildeo secundaacuteria (reaccedilatildeo

vital do organismo) No sect 63 Hahnemann (2013) afirma que ldquocada

potecircncia que atua sobre a vitalidade cada medicamento afeta mais ou

menos a forccedila vital e causa certa alteraccedilatildeo na sauacutede do indiviacuteduo por

periacuteodo mais longo ou mais curto Isto chama-se accedilatildeo primaacuteria Agrave sua

accedilatildeo a nossa forccedila vital procura opor sua proacutepria energia Essa accedilatildeo

resistente eacute uma propriedade eacute de fato uma accedilatildeo automaacutetica de nosso

poder de preservar a vida chamada accedilatildeo secundaacuteria ou reaccedilatildeordquo

Assim o tratamento homeopaacutetico utiliza a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo (reaccedilatildeo vital) como resposta terapecircutica atraveacutes da

administraccedilatildeo de drogas que causam sintomas semelhantes nos

indiviacuteduos sadios com o objetivo de despertar uma reaccedilatildeo vital com

poder de cura do organismo Essa accedilatildeo secundaacuteria do organismo eacute

entatildeo uma accedilatildeo contraacuteria agrave accedilatildeo primaacuteria Isso torna a lei dos

semelhantes uma lei natural de cura No sect 65 do Organon Hahnemann

(2013) expotildee que ldquo() A matildeo que eacute banhada em aacutegua quente fica

primeiro muito mais quente que a outra matildeo que natildeo o foi (accedilatildeo

primaacuteria) mas apoacutes retirada da aacutegua quente e sendo completamente

enxuta esfria em pouco tempo ficando depois muito mais fria que a

outra (accedilatildeo secundaacuteria)rdquo

326 Efeito Rebote

Como jaacute abordado anteriormente o princiacutepio dos semelhantes

rege o modelo de tratamento homeopaacutetico que apresenta uma reaccedilatildeo

primaacuteria e uma reaccedilatildeo secundaacuteria sendo a reaccedilatildeo secundaacuteria do

organismo uma espeacutecie de ldquoefeito reboterdquo O efeito rebote eacute entatildeo uma

reaccedilatildeo contraacuteria agrave do organismo

Desta forma o tratamento homeopaacutetico se baseia em administrar

um medicamento em doses infinitesimais que provoque sintomas

semelhantes em homens satildeos (reaccedilatildeo primaacuteria) para o organismo

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

28

apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria a esta primeira reaccedilatildeo sendo esta a

reaccedilatildeo secundaacuteria ou efeito rebote Esta reaccedilatildeo contraacuteria apresentada eacute

uma reaccedilatildeo vital curativa do proacuteprio organismo para restabelecer a

sauacutede do indiviacuteduo (TEIXEIRA 2013)

O efeito rebote eacute uma manifestaccedilatildeo dos mecanismos

homeostaacuteticos do organismo do indiviacuteduo para tentar restabelecer o

estado de sauacutede inicial alterado pela accedilatildeo primaacuteria da droga

promovendo assim efeito contraacuterio ao esperado A homeostase eacute a

capacidade dos seres vivos de manter o meio interno constante por meio

de ajustes fisioloacutegicos (TEIXEIRA 2013)

Segundo Hahnemann (2013) a reaccedilatildeo secundaacuteria se manifesta

apenas em indiviacuteduos suscetiacuteveis natildeo depende do tipo de droga do

tempo de uso ou do tipo de sintoma ocorre apoacutes o termino da accedilatildeo

primaacuteria da droga como uma accedilatildeo primaacuteria e instintiva do organismo

provoca sintomas opostos ao da accedilatildeo primaacuteria da droga e de magnitude

superior aos sintomas anteriores ao tratamento a magnitude do seu

efeito eacute proporcional agrave intensidade da accedilatildeo primaacuteria da droga Segundo

Hahnemann (2013 sect59) ldquoOs sintomas importantes de males persistentes

jamais no mundo foram tratados com tais

paliativos remeacutedios antagocircnicos sem que o

estado oposto uma recaiacuteda ndash na verdade sensiacutevel

agravaccedilatildeo ao mal ndash voltasse algumas horas mais

tarde Para uma tendecircncia persistente a

sonolecircncia o meacutedico prescrevia cafeacute cujo

primeiro efeito eacute despertar e quando seu efeito se

dissipava aumentava a sonolecircncia Em suma

quantas vezes eacute a moleacutestia agravada ou algo

ainda pior sucede em virtude da accedilatildeo secundaacuteria

de tais remeacutedios antagocircnicos (antipaacuteticos) e a

velha escola natildeo percebe com suas falsas teorias

mas a experiecircncia no-lo ensina de modo terriacutevelrdquo

HAHNEMANN (2013 sect59)

Ao aplicar o efeito rebote como forma curativa o tratamento

homeopaacutetico estimula o organismo a apresentar uma reaccedilatildeo contraacuteria as

suas enfermidades

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

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2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

29

33 Homeopatia na Odontologia

Conselho Federal de Odontologia no ano de 2015 reconheceu a

homeopatia como especialidade odontoloacutegica O artigo 3 da

RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015 trata da atuaccedilatildeo desta especialidade Em

paraacutegrafo uacutenico a resoluccedilatildeo define as aacutereas de competecircncia para atuaccedilatildeo

do cirurgiatildeo dentista homeopata RESOLUCcedilAtildeO CFO-1602015

ldquoa) todas as aacutereas que apresentem repercussatildeo

no sistema estomatognaacutetico respeitando o limite

de atuaccedilatildeo do campo profissional do cirurgiatildeo-

dentista b) todas as faixas etaacuterias com a praacutetica

integrativa e complementar agrave sauacutede bucal c)

procedimentos educativos e preventivos devendo

o especialista informar e educar o paciente e a

comunidade sobre os procedimentos

indispensaacuteveis agrave manutenccedilatildeo do estado de sauacutede

das estruturas bucais utilizando-se da filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio os medicamentos

homeopaacuteticos d) obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

necessaacuterias agrave manutenccedilatildeo da sauacutede do paciente

visando agrave prevenccedilatildeo ao diagnoacutestico ao

prognoacutestico e ao tratamento de alteraccedilotildees

estruturais e funcionais da cavidade bucal e das

estruturas anexas e) realizaccedilatildeo ou solicitaccedilatildeo de

exames complementares necessaacuterios ao

esclarecimento do diagnoacutestico f) remoccedilatildeo

ciruacutergica de fragmentos de tecidos orais com o

objetivo exclusivo de obtenccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos g) prevenccedilatildeo em todos os niacuteveis de

atenccedilatildeo devendo o especialista atuar sobre os

problemas relativos ao sistema estomatognaacutetico

bem como procedimentos necessaacuterios agrave

manutenccedilatildeo da sauacutede utilizando a filosofia

homeopaacutetica e se necessaacuterio medicamentos

homeopaacuteticos h) elaboraccedilatildeoexecuccedilatildeo de

projetos programas e outros sistemas de accedilatildeo

coletiva ou de sauacutede puacuteblica visando agrave

promoccedilatildeo ao restabelecimento e ao controle da

sauacutede bucal utilizando a filosofia homeopaacutetica e

i) participaccedilatildeo em niacutevel administrativo e

operacional de equipe multiprofissional que

utilize a filosofia homeopaacuteticardquo (BRASIL 2015)

Desta forma a praacutetica homeopaacutetica na odontologia busca

prevenir diagnosticar e tratar as doenccedilas do sistema estomatognaacutetico

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

30

assim como as manifestaccedilotildees bucais de doenccedilas sistecircmicas ldquoPor

valorizar e compreender os aspectos emocionais do paciente pode

tambeacutem abordar e controlar o medo e a ansiedade ao tratamento

odontoloacutegico com a vantagem de manter o paciente consciente e no

comando de suas accedilotildeesrdquo (CROSP 2014)

Na cliacutenica odontoloacutegica a abordagem homeopaacutetica segue seus

princiacutepios fundamentais sendo assim na anamnese se busca a queixa

principal sinais e sintomas do quadro cliacutenico aprofundando a histoacuteria

semioloacutegica Investiga-se tambeacutem haacutebitos de vida reaccedilotildees fatos

marcantes de suas vivecircncias e experiecircncias de vida para se conhecer o

paciente individualizando-o Portanto atraveacutes da anamnese se encontra

o medicamento uacutenico por meio do princiacutepio da similitude para

solucionar a queixa do paciente (CROSP 2014)

O medicamento homeopaacutetico eacute uma terapecircutica e pode ser

utilizado para prevenccedilatildeo tratamentos e procedimentos mais complexos

Podendo ser utilizado portanto em todas as aacutereas de atuaccedilatildeo

odontoloacutegica (CROSP 2014)

A homeopatia eacute uma terapecircutica medicamentosa que atraveacutes de

seus princiacutepios fundamentais visa um medicamento uacutenico para o

paciente no entanto em casos de agudizaccedilatildeo podemos utilizar alguns

medicamentos jaacute conhecidos para o reestabelecimento do paciente

Segundo Hahnemann (2013) no sect82 ldquoEmbora pela descoberta dessa grande fonte de

males crocircnicos bem como pelo achado dos

remeacutedios homeopaacuteticos especiacuteficos para a Psora

a medicina tenha avanccedilado alguns passos mais

proacuteximo ao conhecimento da natureza da maioria

dos males que tem de curar ainda assim para

estabelecer a indicaccedilatildeo de cada caso de mal

crocircnico (psoacuterico) que o meacutedico tem de curar o

dever de identificar os sintomas discerniacuteveis e as

suas caracteriacutesticas eacute tatildeo indispensaacutevel para o

meacutedico homeopata quanto o era antes daquela

descoberta pois natildeo pode ocorrer uma cura real

dessa ou de outras doenccedilas sem um tratamento

particular estrito (individualizaccedilatildeo) de cada caso

de doenccedila ndash soacute que nesta investigaccedilatildeo deve-se

fazer alguma distinccedilatildeo quando a doenccedila for

aguda ou de processo raacutepido visto que na

doenccedila aguda os sintomas principais nos

surpreendem e tornam-se cada vez mais

rapidamente evidentes aos nossos sentidos daiacute

necessitar-se de muito menos tempo para

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

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49

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farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

31

determinar a moleacutestia e de muito menos perguntas

(por ser quase tudo evidente por si) do que nos

casos de males crocircnicos que vecircm progredindo

durante anos em que os sintomas satildeo muito mais

difiacuteceis de serem reconhecidosrdquo HAHNEMANN

(2013 sect82)

Para o controle da ansiedade odontoloacutegica em casos agudizados

onde o paciente natildeo faccedila uso de medicamento uacutenico sugerimos o uso

de Gelsemium sempervirens Aconitum napellus Argentum nitricum e

Arsenicum album

331 Gelsemium sempervirens

Este medicamento possui como mateacuteria prima o jasmim

amarelo e sua preparaccedilatildeo eacute feita atraveacutes da trituraccedilatildeo da raiz fresca

colhida pouco antes da floraccedilatildeo Sua accedilatildeo geral eacute principalmente no

sistema nervoso com accedilatildeo depressiva e paralisante eacute um medicamento

de grande importacircncia para desequiliacutebrios psicossomaacuteticos e eacute utilizado

ainda nas nevralgias faciais (ARGENTA 2005)

As caracteriacutesticas dos pacientes que utilizam este medicamento

eacute de serem indiviacuteduos sensiacuteveis com facilidade de irritarem-se fraqueza

geral fiacutesica e mental possuem muitos tremores Estes pacientes

costumam ter diarreia quando recebem notiacutecias ruins levam sustos ou

quando estatildeo ansiosos sendo indiviacuteduos que sofrem por antecipaccedilatildeo

Pacientes crianccedilas possuem a caracteriacutestica de natildeo conseguirem se

apresentar em puacuteblico (ARGENTA 2005)

Mentalmente esses pacientes possuem caracteriacutestica de serem

lentos preguiccedilosos tiacutemidos desejo de ficar soacute possuem insocircnia

sensaccedilatildeo de falha medo de fracassar e de tempestade Na odontologia eacute

muito indicado dentre outros para ansiedade e medo quando o paciente

sofre por antecipaccedilatildeo (ARGENTA 2005)

332 Aconitum napellus Este medicamento eacute feito a partir da casca de Juacutepiter Sua

preparaccedilatildeo eacute feita com o extrato da planta completamente verde ao

comeccedilar a floraccedilatildeo Sua accedilatildeo pode ser modificada por aacutecidos frutas

ciacutetricas vinho suco de limatildeo e cafeacute Por sua vez o antiacutedoto para seus

efeitos toacutexicos eacute o vinagre em altas doses O Aconitum apresenta como accedilatildeo geral o aumento da atividade arterial visto que eacute uma hiperemia

sanguiacutenea que se traduz por uma tensatildeo psiacutequica e ansiosa Eacute indicado

nas nevralgias em geral e odontalgias (ARGENTA 2005)

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

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2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

32

Os indiviacuteduos que utilizam este medicamento possuem como

caracteriacutesticas serem vigorosos sensiacuteveis a mudanccedilas atmosfeacutericas

adoecendo com facilidade quando expostos ao vento frio e seco intenso

ou ao calor extremo possuem matildeos quentes e peacutes frios costumam roer

as unhas e possuem certa gagueira Quando crianccedilas assustam seus

familiares com premuniccedilotildees e brincam com amigos imaginaacuterios

Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa com medo da morte fantasmas

escuro multidotildees atravessar a rua possui expressatildeo facial de temor

infundado se assusta com facilidade (ruiacutedos) desejo de ficar sozinho

fica triste com muacutesica possui clarividecircncia (ARGENTA 2005)

333 Argentum nitricum

Este medicamento eacute feito a partir do nitrato de prata atraveacutes da

dissoluccedilatildeo com aacutecido benzoacuteico e sua preparaccedilatildeo eacute realizada por

trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral no sistema nervoso ceacuterebro-espinhal em

sintomas que atingem a coordenaccedilatildeo muscular Age sobre a mucosa

irritada inflamada e ulcerada sendo muito indicado nas estomatites por

apresentar caracteriacutestica cauterizadora (ARGENTA 2005)

Os pacientes com indicaccedilatildeo de uso deste medicamento satildeo

indiviacuteduos magros irritados com temperamento nervoso fisionomia

envelhecida possuem desejo por doces estatildeo sempre apressados

precipitados e possuem certa gagueira Quando crianccedilas possuem

aparecircncia envelhecida Com olhos e laacutebios azulados e secos apressadas

e com desequiliacutebrio fiacutesico e mental esperando sempre por um fim

traacutegico Mentalmente possuem agitaccedilatildeo ansiosa ndash querem terminar o

que comeccedilaram no mesmo momento em que iniciaram mente fraca e

confusa Satildeo atormentados por todo tipo de problema principalmente a

noite Imaturidade infantil psiacutequica e afetiva satildeo eternas crianccedilas se

auto depreciam satildeo claustrofoacutebicos medo de ficar sozinho antecipam

todos os acontecimentos sensaccedilatildeo de que o tempo passa muito devagar

(ARGENTA 2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo quando o paciente demonstra inseguranccedila

precisa estar acompanhado e estaacute sempre com pressa (ARGENTA

2005)

334 Arsenicum album

Este medicamente possui como mateacuteria prima o arsecircnico onde

eacute obtido o oacutexido branco do arsecircnico pelo processo de combustatildeo Sua

preparaccedilatildeo eacute feita por soluccedilatildeo alcooacutelica ou trituraccedilatildeo Possui accedilatildeo geral

em todas as partes do organismo com eletividade no sistema simpaacutetico

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

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Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

33

lesatildeo em mucosa tubo digestivo sistema respiratoacuterio pele sistema

nervoso coraccedilatildeo fiacutegado e rins (ARGENTA 2005)

Os pacientes deste medicamento possuem como caracteriacutesticas

serem indiviacuteduos enfraquecidos com resistecircncia vital praticamente nula

eacute mais indicado para idosos Possuem face alongada emagrecida e

paacutelida (cadaveacuterica) pele se apresenta seca e fina enrugada e escamosa

Apresentam profunda prostraccedilatildeo manifestam suas doenccedilas no pulmatildeo

Possuem dores queimantes ardentes e aliviam com o calor Seguram a

cabeccedila com as matildeos quando dormem possuem sono agitado Todos os

sintomas agravam ou aparecem apoacutes a meia noite Apresentam desejo

por bebidas alcooacutelicas bebidas e comidas quentes possuem aversatildeo a

doces e gorduras Satildeo fastidiosos e possuem certa gagueira Quando

crianccedilas satildeo inquietas ansiosas e com censo de organizaccedilatildeo satildeo

afetuosas e ciumentas apresentam crises asmaacuteticas quando sentem falta

de afeto avarentas possuem medo de morrer de fome apresentam

manifestaccedilotildees de religiosidade sintomas agravam no final do dia

Mentalmente satildeo indiviacuteduos ansiosos e agitados desesperados e

esgotados melancoacutelicos tristes apresentam ansiedade fiacutesica e mental

medo de ficar sozinho sono agitado sentimento de culpa (ARGENTA

2005)

Na odontologia dentre outras indicaccedilotildees eacute muito usado para o

controle da ansiedade e medo Sua indicaccedilatildeo eacute para pacientes que

apresentem ansiedade e medo por antecipaccedilatildeo com diarreia

(ARGENTA 2005)

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

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2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

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Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

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wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

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8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

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11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

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12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

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2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

34

34 Ansioliacuteticos na cliacutenica Odontoloacutegica

Os ansioliacuteticos do tipo benzodiazepiacutenicos satildeo comumente

utilizados na cliacutenica odontoloacutegica na sedaccedilatildeo consciente oral com o

objetivo de controlar a ansiedade e o medo do paciente pois estes

podem interferir de maneira negativa nos procedimentos odontoloacutegicos

aumentando os quadros emergenciais O principal efeito terapecircutico dos

ansioliacuteticos eacute diminuir ou abolir a ansiedade de forma a natildeo afetar em

demasia funccedilotildees psiacutequicas e motoras (GONCcedilALVES e FRANCcedilA

2007)

Na deacutecada de setenta os benzodiazepiacutenicos foram prescritos

diversas vezes no tratamento da ansiedade sendo amplamente

disseminado como uma opccedilatildeo segura de baixa toxicidade A

preocupaccedilatildeo com a administraccedilatildeo comeccedilou na mesma deacutecada onde

pesquisas apontaram o risco de dependecircncia dessas drogas (NASTASY

RIBEIRO e MARQUES 2002) Mesmo assim os benzodiazepiacutenicos

continuam sendo uma opccedilatildeo muito utilizada no controle de transtornos

psiquiaacutetricos e no controle da ansiedade Atualmente existem mais de

100 medicamentos agrave base de benzodiazepiacutenicos no Brasil e geralmente

satildeo reconhecidos pelo sufixo pam Esses medicamentos satildeo controlados

pelo Ministeacuterio da Sauacutede onde sua prescriccedilatildeo deve ser realizada em

receituaacuterio especiacutefico (CEBRID 2017)

Os benzodiazepiacutenicos satildeo indicados em casos de ansiedade

quando esta natildeo faz parte da personalidade do paciente ou quando a

ansiedade natildeo eacute secundaacuteria a outro distuacuterbio psiacutequico ou seja satildeo

indicados quando a ansiedade eacute delimitada no tempo e possui uma causa

especiacutefica como por exemplo realizar procedimentos odontoloacutegicos

mais invasivos (BALLONE e ORTOLANI 2008) Possuem predileccedilatildeo

pelo ceacuterebro estimulando mecanismos que combatem o quadro de

ansiedade e tensatildeo no paciente Quando nosso ceacuterebro funciona de

forma exagerada sobre determinada situaccedilatildeo resulta em um quadro de

ansiedade sobre o qual o benzodiazepiacutenico iraacute exercer um efeito

contraacuterio inibindo esses mecanismos que se encontram

hiperfuncionantes deixando o paciente mais tranquilo Os

benzodiazepiacutenicos agem como se desligassem a pessoa de estiacutemulos

advindos do meio ambiente externo Desta forma esses medicamentos produzem uma depressatildeo da atividade cerebral caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da ansiedade pela induccedilatildeo de sono pelo relaxamento

muscular e pela reduccedilatildeo do estado de alerta (COGO et al 2006)

A grande maioria dos benzodiazepiacutenicos possui meia vida longa

entre 10 a 30 horas onde o efeito dinacircmico da droga no organismo

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

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50

Anexo 1

35

ocorre ateacute 3 dias depois do uso O efeito dos benzodiazepiacutenicos estaacute

relacionado ao sistema gabaeacutergico do sistema liacutembico As reaccedilotildees

serotonineacutergicas satildeo responsaacuteveis pela ansiedade e o aacutecido gama-

aminobutiacuterico (GABA) eacute um neurotransmissor com funccedilatildeo inibitoacuteria agrave

estas reaccedilotildees Assim os benzodiazepiacutenicos imitam o aacutecido gama-

aminobutiacuterico agindo nos receptores gabaeacutergicos (BALLONE e

ORTOLANI 2008)

Loeffler (1992) e Rang Dale e Ritter (2003) destacam que

existem demonstraccedilotildees de que essas drogas quando se ligam aos

receptores facilitam a accedilatildeo do aacutecido gama-aminobutiacuterico (GABA) o

neurotransmissor inibitoacuterio primaacuterio do SNC O receptor GABA ativado

induz a abertura dos canais de cloreto (Cl-) da membrana dos neurocircnios

o que aumenta o influxo desse acircnion para dentro das ceacutelulas resultando

na diminuiccedilatildeo da propagaccedilatildeo de impulsos excitatoacuterios

Para Salazar (1999) os benzodiazepiacutenicos possuem accedilatildeo

praticamente limitada ao SNC no entanto miacutenimos efeitos

cardiovasculares satildeo observados sendo estes uma discreta diminuiccedilatildeo

da pressatildeo arterial e do esforccedilo cardiacuteaco O sistema respiratoacuterio pode

apresentar uma diminuiccedilatildeo do volume de ar corrente e da frequecircncia

respiratoacuteria o que justifica a precauccedilatildeo com pacientes portadores de

enfermidade broncopulmonar obstrutiva ou com insuficiecircncia

respiratoacuteria

Os efeitos principais dos benzodiazepiacutenicos satildeo agravados

quando haacute a ingestatildeo de aacutelcool junto ao medicamento o que pode

provocar um estado de coma caso a pessoa misture esses medicamentos

e aacutelcool pode ainda prejudicar processos de aprendizagem e memoacuteria

prejudicam funccedilotildees psicomotoras tornando perigosas atividades do dia

a dia Para Dundee (1990) e Loeffler (1992) por causa dos efeitos

depressores sobre o sistema nervoso central (diminuiccedilatildeo da capacidade

psicomotora) que podem se conservar por tempo superior ao do

tratamento odontoloacutegico principalmente com o uso de

benzodiazepiacutenicos com longa meia-vida o paciente deve ser orientado a

repousar por pelo menos 6 horas apoacutes o tratamento a natildeo realizar

tarefas delicadas e a natildeo conduzir veiacuteculos automotores no dia do

tratamento

De acordo com Cogo et al (2006) os benzodiazepiacutenicos satildeo contraindicados ldquopara alguns pacientes como os portadores de

hipersensibilidade aos componentes da foacutermula os dependentes de

outras drogas inclusive o aacutelcool portadores de insuficiecircncia respiratoacuteria

em razatildeo do efeito depressor dos benzodiazepiacutenicos pacientes com

siacutendromes musculares diversas tais como miastenia grave portadores

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

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2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

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3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

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10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

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12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

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13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

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47

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15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

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23

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17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

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20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

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21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

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25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

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26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

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29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

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32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

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33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

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Taubateacute ndash UNITAU 2003

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37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

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abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

36

de glaucoma de acircngulo estreito entre outros Aleacutem disso haacute pacientes

que se apresentam resistentes ao uso dessas drogas por acreditarem na

possibilidade de desenvolver dependecircncia quiacutemica eou psiacutequicardquo

341 Efeitos Toacutexicos

Satildeo necessaacuterias doses 20 a 40 vezes mais altas que a dose

habitual para a pessoa ter efeitos mais graves causados por esses

medicamentos como hipotonia muscular dificuldade de ficar de peacute e

andar queda de pressatildeo arterial siacutencope Desta forma esses

medicamentos satildeo seguros do ponto de vista fiacutesico (CEBRID 2017)

Oreland (1988) destaca que os benzodiazepiacutenicos na

odontologia apresentam baixa incidecircncia de efeitos adversos e

toxicidade especialmente por se tratar de tratamentos de curta duraccedilatildeo

Contudo uma pequena porcentagem dos pacientes (principalmente

crianccedilas e idosos) podem apresentar o ldquoefeito paradoxalrdquo desses

medicamentos que eacute caracterizado por excitaccedilatildeo agressividade e

irritabilidade mesmo em doses mais baixas

Quando a pessoa ingere bebidas alcooacutelicas junto agrave administraccedilatildeo

de benzodiazepiacutenicos o indiviacuteduo poderaacute ter uma intoxicaccedilatildeo grave com

a grande diminuiccedilatildeo da atividade cerebral podendo evoluir para um

estado de coma Suspeita-se ainda que esses medicamentos tenham

efeitos teratogecircnicos produzindo lesotildees ou defeitos fiacutesicos no feto

(CEBRID 2017)

Quando utilizados por alguns meses seguidos os

benzodiazepiacutenicos podem causar dependecircncia Sem a droga a pessoa

dependente passa a apresentar um quadro de muita irritabilidade insocircnia

excessiva sudoraccedilatildeo dor pelo corpo e em casos extremos convulsotildees

(CEBRID 2017)

342 Sedaccedilatildeo Consciente

Comumente os benzodiazepiacutenicos vecircm sendo utilizados na

cliacutenica odontoloacutegica no controle da ansiedade e medo atraveacutes da sedaccedilatildeo

consciente oral que consiste na depressatildeo miacutenima do niacutevel de

consciecircncia sem afetar a habilidade de respirar de forma automaacutetica e

independente o paciente responde agrave estimulaccedilatildeo fiacutesica e comando

verbal (COGO et al 2006) De acordo com a American Society of Anesthesiologists (2002) eacute classificada em miacutenima moderada e

profunda Na sedaccedilatildeo miacutenima e moderada o paciente manteacutem as funccedilotildees

respiratoacuterias e cardiovasculares responde a estiacutemulos verbais e taacuteteis

leves jaacute na profunda o paciente responde a estiacutemulos dolorosos mais

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

37

facilmente que ao comando verbal e a funccedilatildeo respiratoacuteria espontacircnea se

encontra alterada e precisa de assistecircncia

A sedaccedilatildeo consciente eacute realizada atraveacutes de faacutermacos em

procedimentos mais invasivos ou de longa duraccedilatildeo e em pacientes que

natildeo se condicionam com a tranquilizaccedilatildeo verbal Este meacutetodo auxilia

ainda na relaccedilatildeo paciente-profissional por conduzir o tratamento de

forma tranquila e evitar interrupccedilotildees (COGO et al 2006)

Na odontologia este meacutetodo farmacoloacutegico utiliza os

benzodiazepiacutenicos por via oral e os criteacuterios de escolha devem

considerar a idade do paciente o tipo da droga e se existe possibilidade

de interaccedilotildees medicamentosas Para pacientes odontopediaacutetricos a

melhor opccedilatildeo eacute o midazolam por apresentar raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

menor tempo de meia-vida plasmaacutetica Em idosos o lorazepam se faz a

melhor opccedilatildeo de escolha jaacute que no Brasil natildeo eacute comercializado o

triazolam pois este grupo de pacientes apresentam metabolizaccedilatildeo e

excreccedilatildeo diminuiacutedas o lorazepam apresenta raacutepido iniacutecio de accedilatildeo e

tempo de meia-vida plasmaacutetica intermediaacuteria quando comparado ao

triazolam e o diazepam Para uma sedaccedilatildeo mais prolongada o diazepam

eacute a droga de escolha (COGO et al 2006)

Abaixo podemos observar na tabela 1 alguns paracircmetros

farmacocineacuteticos dos benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica

odontoloacutegica

Tabela 1 Iniacutecio de accedilatildeo e tempo de meia-vida plasmaacutetica dos

benzodiazepiacutenicos mais utilizados na cliacutenica odontoloacutegica

Nome Geneacuterico Iniacutecio de Accedilatildeo (min) Meia-vida Plasmaacutetica (horas)

Diazepam 45 ndash 60 20 ndash 50

Lorazepam 60 ndash 120 12 ndash 20

Alprazolam 60 ndash 90 12 ndash 15

Midazolam 30 ndash 60 1 ndash 3

Triazolam 30 ndash 60 17 ndash5

FONTE COGO et al 2006 paacuteg182

343 Diazepam

Eacute o medicamento mais utilizado em procedimentos

ambulatoriais para a sedaccedilatildeo consciente oral Ao ser absorvido se distribui rapidamente pelos tecidos de alta perfusatildeo e em seguida pelos

menos perfundidos eacute armazenado nos tecidos adiposos e depois volta agrave

circulaccedilatildeo (COGO et al 2006)

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

38

Eacute metabolizado no fiacutegado formando dois compostos ativos o

desmetil diazepam e o oxazepam e possui meia-vida de eliminaccedilatildeo entre

24 a 72 horas Assim o diazepam possui longa duraccedilatildeo de accedilatildeo apesar

dos efeitos cliacutenicos durarem de 2 a 3 horas No entanto a produccedilatildeo

desses metaboacutelitos ativos pode fazer com que o paciente tenha

sonolecircncia e prejuiacutezo na funccedilatildeo psicomotora por mais tempo (COGO et

al 2006)

Como protocolo cliacutenico para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC usamos a dosagem de 5 a 10mg para

adultos 1hora antes do iniacutecio do procedimento Quando o paciente

possui um quadro de ansiedade muito grande pode-se administrar uma

dose na noite anterior ao procedimento De acordo com Andrade (2014)

na cliacutenica de odontopediatria se recomenda a dosagem de 02 a

05mgKg de peso corporal da crianccedila

Segundo Cogo et al (2006) ldquoassim como outros

benzodiazepiacutenicos o diazepam pode produzir o chamado efeito

paradoxal (excitaccedilatildeo ao inveacutes da sedaccedilatildeo esperada) numa pequena

porcentagem dos casos particularmente em crianccedilas e idososrdquo

344 Lorazepam

O lorazepam nas dosagens de 2 a 3mg eacute muito utilizado como

medicaccedilatildeo preacute anesteacutesica em adultos e 05 a 2mg em idosos Este

medicamento natildeo eacute indicado para crianccedilas menores de 12 anos de idade

Suas concentraccedilotildees plasmaacuteticas satildeo atingidas entre 1 a 2 horas apoacutes sua

administraccedilatildeo e meia vida de eliminaccedilatildeo de 6 a 8 horas (COGO et al

2006) Para o controle da ansiedade odontoloacutegica Andrade (2014)

recomenda a dosagem de 1 a 2 mg em adultos e 1 mg para pacientes

idosos

Para Matear e Clarke (1999) por dificilmente apresentar efeito

paradoxal muitos autores consideram o lorazepam o medicamento ideal

para a sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes idosos

Cogo et al (2006) destaca ainda que o lorazepam ainda pode

induzir amneacutesia anteroacutegrada Para alguns profissionais da odontologia

este efeito eacute considerado indesejado pois os pacientes tendem a natildeo se

lembrar das recomendaccedilotildees poacutes operatoacuterias sendo recomendado sempre

realizar tais orientaccedilotildees por escrito

345 Alprazolam

Este medicamento eacute comumente administrado para o tratamento

da ansiedade generalizada e na siacutendrome do pacircnico Possui iniacutecio de

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

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6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

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wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

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8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

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11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

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14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

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Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

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17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

39

efeito de 1 a 2 horas apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de 12 a

15 horas (COGO et al 2006)

De acordo com Cogo et al (2006) ldquoa sedaccedilatildeo consciente de

pacientes odontoloacutegicos por meio do alprazolam ainda natildeo foi

suficientemente testada sendo que o pequeno nuacutemero de ensaios

cliacutenicos encontrados na literatura apresenta resultados ateacute certo ponto

conflitantesrdquo Portanto este medicamento natildeo eacute utilizado para tal

funccedilatildeo

346 Midazolam

O Midazolam eacute absorvido rapidamente e atinge seus niacuteveis

plasmaacuteticos 30 minutos apoacutes sua administraccedilatildeo e seus efeitos duram de

2 a 4 horas (COGO et al 2006) Como protocolo se recomenda

dosagens de 75 a 15mg para adultos e 025 a 05mgKg de peso em

crianccedilas (ANDRADE 2014)

Segundo Kain et al (2000) midazolam administrado por via

oral na dosagem de 05mgKg de peso corporal 10 minutos antes do

procedimento ciruacutergico produz esquecimento dos fatos durante o pico

de accedilatildeo da droga ou seja amneacutesia anteroacutegrada

347 Triazolam

O triazolam possui iniacutecio de accedilatildeo de 30 a 60 minutos apoacutes sua

administraccedilatildeo e seus efeitos terminam apoacutes 2 a 4 horas Para a sedaccedilatildeo

consciente oral se administra 0125 a 025mg deste medicamento por via

oral ou sublingual em adultos para idosos se recomenda as dosagens de

00625 a 0125mg (COGO et al 2006)

Este medicamento apresenta como efeitos colaterais a sonolecircncia

vertigem tonturas e falta de coordenaccedilatildeo motora De acordo com

Berthold et al (1993) euforia taquicardia confusatildeo mental prejuiacutezo na

memoacuteria depressatildeo e distuacuterbios visuais foram reportados em menos de

1 dos pacientes

348 Protocolo de administraccedilatildeo cliacutenica

Existe uma diversidade de protocolos cliacutenicos para realizar a

sedaccedilatildeo consciente oral de pacientes odontoloacutegicos utilizando

benzodiazepiacutenicos Para a escolha de qual droga eacute a melhor opccedilatildeo o cirurgiatildeo dentista deve avaliar a idade do paciente e possiacuteveis interaccedilotildees

medicamentosas Na tabela 2 observamos as dosagens usuais dos

benzodiazepiacutenicos administradas para a sedaccedilatildeo consciente oral nas

cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC que seguem o protocolo recomendado

por Andrade (2014)

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

40

Tabela 2 Dosagens usuais dos benzodiazepiacutenicos administradas

para a sedaccedilatildeo consciente oral nas cliacutenicas odontoloacutegicas da UFSC

Nome Droga Dosagem Dosagem Dosagem

Geneacuterico Original Adultos Idosos Crianccedilas

Diazepam Valium 5 a 10mg 5mg 02 a 05mgKg

Lorazepam Lorax 1 a 2mg 1mg -------------

----

Alprazolam Frontal 05 a 075mg 025 a 05mg -------------

----

Midazolam Dormonid 75 a 15mg 75mg 025 a 05mgKg

Triazolam Halcion Natildeo eacute comercializado no Brasil

FONTE ANDRADE 2014 paacuteg 28

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

41

35 Homeopatia versus Alopatia

Para exemplificarmos algumas diferenccedilas entre essas duas

modalidades terapecircuticas visto que os Benzodiazepiacutenicos estatildeo

classificados na modalidade de alopatia realizamos o quadro abaixo

Figura 1- Diferenccedilas Fundamentais entre Homeopatia X Alopatia

Homeopatia Alopatia

Tratamento Trata o doente Trata a patologia

O que visa Visa a individualizaccedilatildeo

do paciente

Odontologia de

sintomas globais

gestaacuteltica

Generaliza o paciente

atraveacutes da doenccedila

Odontologia

etioloacutegica

Diagnoacutestico Anamnese e exame

cliacutenico baseado no

discurso do paciente O

sistema homeopaacutetico

utiliza uma avaliaccedilatildeo

do paciente baseada na

sua episteme

Anamnese e exame

cliacutenico baseado em

encontrar alteraccedilotildees

da normalidade

Classificar sinais e

sintomas com base na

sua episteme

Medicaccedilatildeo Individualizaccedilatildeo de

doses e medicamentos

de acordo com o

quadro sintomaacutetico

individual do paciente

Medicaccedilatildeo e dose

uacutenicas

Generalizaccedilatildeo de

medicamentos e doses

de acordo com certo

quadro sintomaacutetico

Mesmo medicamento

e dose para todos

Droga Dinamizaccedilatildeo de doses

de

substacircncias

medicamentosas agrave

niacutevel infinitesimal

Doses quimicamente

concentradas

buscando eficaacutecia na

cura de patologias

especiacuteficas

Observaccedilatildeo Experimentaccedilatildeo no

homem satildeo de doses e medicamentos

Experiecircncias em

doentes e animais

Princiacutepio Similia Similibus

Curentur onde o

semelhante

Contraria Contrariis

Curentur onde se

busca a cura pelos

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

42

cura o (quadro cliacutenico)

semelhante

contraacuterios Agente

quiacutemico combate

agente constituiacutedo de

propriedades

contraacuterias

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

43

351 Estudo de Caso

Com a crescente utilizaccedilatildeo da homeopatia nos consultoacuterios

odontoloacutegicos vem aumentando o nuacutemero de trabalhos sobre o tema

Giorgi et al (2010) compararam a utilizaccedilatildeo de medicamentos

homeopaacuteticos aos benzodiazepiacutenicos no controle da ansiedade e medo

onde foram selecionados 119 pacientes para responderem a um

questionaacuterio sobre ansiedade odontoloacutegica Os pacientes selecionados se

identificaram como ansiosos no questionaacuterio essa seleccedilatildeo se deve ao

fato de a literatura apresentar a ansiedade como o maior fator de risco

para a ocorrecircncia de emergecircncias meacutedicas

Assim foram selecionados 65 pacientes que passaram pelo

criteacuterio de exclusatildeo da pesquisa e por fim 48 pacientes foram

selecionados para o estudo Esses 48 pacientes foram divididos em 3

grupos de forma aleatoacuteria sendo o grupo 1) Tratamento homeopaacutetico

grupo 2) Tratamento ansioliacutetico e grupo 3) Grupo controle ndash sem

medicamentos (GIORGI et al 2010)

O grupo 1 foi submetido agrave consulta homeopaacutetica para a escolha

do medicamento atraveacutes da seleccedilatildeo de sintomas e repertorizaccedilatildeo Desta

forma foi realizada a escolha do medicamento para cada paciente de

acordo com o princiacutepio da similitude ou seja cada paciente deste grupo

recebeu um medicamento individualizado Os medicamentos foram

prescritos na diluiccedilatildeo 12cH na dose de 5 gotas por via oral uma vez ao

dia (GIORGI et al 2010)

Para o grupo 2 se prescreveu como medicamento ansioliacutetico o

diazepam na dose de 5mg 60 minutos antes de cada consulta

odontoloacutegica Foi orientado aos pacientes que fossem com

acompanhantes devido agraves possiacuteveis reaccedilotildees adversas (GIORGI et al

2010)

O grupo 3 por ser o grupo controle recebeu o atendimento

odontoloacutegico no entanto natildeo receberam medicamentos para o controle

da ansiedade (GIORGI et al 2010)

Todos os participantes do estudo receberam questionaacuterio de

ansiedade dentaacuteria tiveram sua pressatildeo arterial e frequecircncia cardiacuteaca

aferidas enquanto aguardavam o atendimento Este procedimento foi

realizado na seleccedilatildeo dos participantes e 30 60 e 90 dias apoacutes o iniacutecio do

estudo (GIORGI et al 2010) No grupo 1 a ansiedade inicial foi de 100 caindo para 81

(30 dias) 32 (60 dias) e 6 (90 dias) no grupo 2 a ansiedade inicial

foi de 100 caindo para 31 (30 dias) 23 (60 dias) e 15 (90 dias)

o grupo 3 apresentou ansiedade inicial de 79 caiu para 49 (30 dias)

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

44

aumentou para 58 (60 dias) e se manteve em 90 na avaliaccedilatildeo em 90

dias (GIORGI et al 2010)

Os resultados deste estudo feito por GIORGI et al (2010)

demonstram que o tratamento homeopaacutetico natildeo possui efeito inferior ao

tratamento com ansioliacuteticos no controle da ansiedade odontoloacutegica Eacute

importante ressaltar que os resultados deste estudo foram submetidos a

tratamento estatiacutestico pelo teste de Fischer onde foi obtido o valor de

p=0031 sendo estatisticamente significante ou seja a probabilidade

deste estudo representar esta populaccedilatildeo eacute de 969 Observou-se ainda

que 23 dos pacientes do grupo 2 apresentaram efeitos adversos ao

diazepam Jaacute no grupo 1 nenhum dos participantes apresentou efeitos

adversos Segundo GIORGI et al (2010) esses resultados sugerem que

ldquoessa modalidade terapecircutica poderia representar uma alternativa

importante no controle da ansiedade e medo aos procedimentos

odontoloacutegicosrdquo

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

45

4 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Podemos concluir com este trabalho de pesquisa que o medo e a

ansiedade estatildeo presentes rotineiramente no preacute operatoacuterio de

consultoacuterios odontoloacutegicos sendo algo inerente ao ser humano Alguns

procedimentos e a visualizaccedilatildeo de certos instrumentais geram maior

niacutevel de ansiedade nos pacientes por experiecircncias negativas vivenciadas

eou pelo estigma de que ir ao dentista gera algum tipo de sofrimento

Assim a odontologia precisa trazer agrave sua formaccedilatildeo uma visatildeo

mais humaniacutestica e menos tecnicista para que seus profissionais possam

entender o medo e a ansiedade de seu paciente buscando uma relaccedilatildeo de

confianccedila com este para trataacute-lo de forma integral e natildeo apenas se

preocupando com manifestaccedilotildees bucais

A sugestatildeo de utilizar a homeopatia para o tratamento do medo e

a ansiedade como opccedilatildeo terapecircutica visa agrave individualizaccedilatildeo do paciente

e de seu tratamento considerando o paciente como um indiviacuteduo

integral e natildeo apenas parte dele Eacute uma modalidade terapecircutica que pode

ser utilizada em vaacuterias faixas etaacuterias e em pacientes com restriccedilatildeo ao uso

dos benzodiazepiacutenicos Possui ainda baixo custo de mercado e faacutecil

aquisiccedilatildeo No entanto o cirurgiatildeo dentista deve ser especializado nesta

terapecircutica

Sugerimos ainda a administraccedilatildeo da homeopatia para o controle

da ansiedade odontoloacutegica ao inveacutes dos ansioliacuteticos geralmente

utilizados para este fim pois estes natildeo podem ser utilizados por todos os

pacientes e podem apresentar efeitos colaterais indesejaacuteveis O uso dos

ansioliacuteticos natildeo busca uma aproximaccedilatildeo na relaccedilatildeo dentista e paciente

visto que o profissional natildeo precisa compreender os anseios do

paciente Acaba sendo uma opccedilatildeo mais faacutecil para o profissional

Natildeo podemos aqui generalizar pois alguns pacientes preferem a

sedaccedilatildeo consciente oral justamente por esta ser uma fuga do problema

Sendo assim a opccedilatildeo terapecircutica escolhida para tratar o paciente deve

ser uma escolha do proacuteprio paciente agravequela que lhe traga mais conforto

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

46

5 REFEREcircNCIAS

1 AARTMAN IHA JONGH A MAKKES PC Dental anxiety

reduction and dental attendance after treatment in a dental

fear clinic A follow-up study Community Dent Oral

Epidemiol 200028435-42

2 AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS For

Sedation and Analgesia by Non-Anesthesiologists

Anesthesiology V 96 No 4 Apr 2002

3 ANDRADE Eduardo D Terapecircutica Medicamentosa em

Odontologia 3 ed Satildeo Paulo Artes Meacutedicas 2014

4 ARGENTA Margarida B Mateacuteria Meacutedica homeopaacutetica

sinais e sintomas odontoloacutegicos Ribeiratildeo Preto SP Tecmedd

2005

5 ASBAHR F ITO L Transtornos ansiosos na infacircncia e na

adolescecircncia In Ito L editor Terapia cognitivo-

comportamental para transtornos psiquiaacutetricos Porto Alegre

Artes Meacutedicas 1998

6 BALLONE GJ ORTOLANI IV - Ansioliacuteticos

ampTranquilizantes - in PsiqWeb Internet Disponiacutevel

wwwpsiqwebmedbr revisto em 2008

7 BERTHOLD CW et al Using triazolam to reduce dental

anxiety J Am Dental Assoc 1993 Nov 124(11)58-64

8 BRASIL CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA Resoluccedilatildeo nordm160 de 02 de outubro de 2015 Documento

onlinehttpcfoorgbrwpcontentuploads201511ResoluC3

A7C3A3o-CFO-160-15-novas-especialidadespdf acesso

16 de jun 2017

9 CEBRID Jogo de folhetos explicativos sobre drogas

psicotroacutepicas Satildeo Paulo CEBRIDEPM s d

10 COGO K et al Sedaccedilatildeo consciente com benzodiazepiacutenicos

em odontologia Revista de Odontologia da Universidade

Cidade de Satildeo Paulo 2006 maio-ago 18(2)181-8

11 COSTA Rafael Fiorese et al Biocampo Energeacutetico Atuaccedilatildeo

da Homeopatia na Odontologia Unoesc amp Ciecircncia - ACBS

Joaccedilaba v 7 n 2 p 137-144 juldez 2016

12 COSTA SM Moraes ABA Medo em odontologia um estudo

em escolares Rev B Odontol 199451(5)26-31

13 CROSP Conselho Regional de Odontologia de Satildeo Paulo

Homeopatia em Odontologia Vocecirc Conhece Satildeo Paulo

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

47

Cacircmara Teacutecnica de Homeopatia 2014 Folder Documento

online

httpwwwcrosporgbruploadsfolder540f82daee61a6d7d57c

1cafb048ea7bpdf Acesso em 28 out 2017

14 CRUZ J de S et al A imagem do cirurgiatildeo-dentista um

estudo de representaccedilatildeo social Rev de Odontologia da USP

Satildeo Paulo v 11 n 4 p 307-313 outdez 1997

15 DULCETTI Orley Jr Homeopatia em Odontologia

Organizaccedilatildeo Andrei Editora LTDA Satildeo Paulo 1992 paacuteg 13 ndash

23

16 DUNDEE JW Fantasies during sedation within travenous

midazolam or diazepam MedLeg J 1990 58(Pt1)29-34

17 ELEUTEacuteRIO Adriana S L OLIVEIRA Daniela S B

PEREIRA JUacuteNIOR Edmecircr S Homeopatia no controle do

medo e ansiedade ao tratamento odontoloacutegico infantil

revisatildeo Revista odontologia Universidade Cidade Satildeo Paulo

(Online) 23(3)set-dez 2011

18 FERREIRA Aureacutelio Buarque de Holanda Dicionaacuterio da

liacutengua portuguesa httpsdicionariodoaureliocom Publicado

em 2016-09-24 revisado em 2017-02-27 Disponiacutevel

lsaquohttpsdicionaacuteriocomansiedadersaquo Acesso em 16 Jun 2017

19 FERREIRA C M et al Ansiedade Odontoloacutegica Niacutevel

Prevalecircncia e Comportamento Revista Brasileira em

Pesquisa e Sauacutede 2004 17 (2) 51-55

20 GRAEFF F G et al Neurobiologia das doenccedilas mentais 5

ed Satildeo Paulo Lemos Editora 1999 p109-144

21 GIORGI M S et al Contribuiccedilatildeo da homeopatia no

controle da ansiedade e do medo como prevenccedilatildeo das

emergecircncias meacutedicas em Odontologia estudo piloto Revista

de Homeopatia Satildeo Paulo v 73 n 3-4 p 17-22 2010

22 GONCcedilALVES Edmur C S FRANCcedilA Fabiana M G

Avaliaccedilatildeo do uso de ansioliacutetico homeopaacutetico em

procedimentos odontoloacutegicos como droga alternativa aos

benzodiazepiacutenicos RGO Porto Alegre v 55 n2 p 175-180

abrjun 2007

23 HAHNEMANN Samuel Exposiccedilatildeo da Doutrina

Homeopaacutetica ou Organon da Arte de Curar Produccedilatildeo

graacutefica Servideacuteias 5ordf ediccedilatildeo brasileira traduzido da 6ordf ediccedilatildeo

alematilde Satildeo Paulo 2013 paacuteg 01 - 179

24 HARARI SG Medo odontoloacutegico Tese] Niteroacutei (RJ)

Universidade Federal Fluminense 1995

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

50

Anexo 1

48

25 KAIN ZN et al Midazolam effects on amnesia and

anxiety in children Anesthesiology 2000Sep 93(3)676-84

26 KINOUCHI Pedro I A Homeopatia em Odontologia

Livraria Editora Santos 1ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo 1986 paacuteg 53 ndash 57

27 LOEFFLER PM Oral benzodiazepines and conscious

sedation a review J Oral MaxillofacSurg1992 Sep50(9)989-

97

28 LOGAN H L et al Desired control and felt control as

mediators of stress in a dental setting Health Psychol v 10 p

352-359 1991

29 MATEAR DW CLARKE D Considerations for the use

ororal sedation in the institutionalized geriatric patient during

dental interventions a review of the literature SpecCareDentist 1999 19(2)56-63

30 NASTASY H RIBEIRO M MARQUES ACPR Abuso e

Dependecircncia dos Benzodiazepiacutenicos Associaccedilatildeo Brasileira de

Psiquiatria Elaboraccedilatildeo final 21 de agosto de 2002

31 ORELAND L The benzodiazepines A pharmacological

overview Acta Anaesthesiol Scand Suppl 19888813-6

32 PESSOTTI I Ansiedade Satildeo Paulo Ed Pedagoacutegica e

Universitaacuteria 1978

33 QUINTAS LEM SIQUEIRA R B CORREcircA AD

Similia Similibus Curentur notaccedilatildeo histoacuterica da medicina

homeopaacutetica Revista da Associaccedilatildeo Meacutedica Brasileira vol43

nordm4 Satildeo Paulo out-dez 1997 paacuteg 347-351

34 RANG HP DALE MM RITTER P Farmacologia 4a

edRio de Janeiro Guanabara Koogan 2003

35 REIS Filho NT Contribuiccedilatildeo ao estudo do medo

odontoloacutegico [Dissertaccedilatildeo] Taubateacute(SP) Universidade de

Taubateacute ndash UNITAU 2003

36 SALAZAR A Anestesia general y sedacioacutenen odontologia

Acta Odontol Venez Caracas 1999 may-ago 32(2)67-74

37 SINGH K A MORAES A B A de AMBROSANO G M

B Medo ansiedade e controle relacionados ao tratamento

odontoloacutegico Pesq Odont Bras v 14 n 2 p 131-136

abrjun 2000 38 TAGUCHI M F et al O medo frente ao tratamento

odontoloacutegico RGO Porto Alegre v 41p 138-142

maiojun 1993

49

39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

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Anexo 1

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39 TEXEIRA Marcus Zulian Similia similibus curentur o

princiacutepio de cura homeopaacutetico fundamentado na

farmacologia moderna Revista de Medicina (Satildeo Paulo)

2013 jul-set92(3)183-203

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Anexo 1

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