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CENTRO UNIVERSITÁRIO - CATÓLICA DE SANTA CATARINA BACHARELADO EM MODA PROJETO VIII TYARA CAROLINE GAEDTKE DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS / ESTAMPARIA JARAGUÁ DO SUL 2012

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CENTRO UNIVERSITÁRIO - CATÓLICA DE SANTA CATARINA

BACHARELADO EM MODA

PROJETO VIII

TYARA CAROLINE GAEDTKE

DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS / ESTAMPARIA

JARAGUÁ DO SUL

2012

2

TYARA CAROLINE GAEDTKE

DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS / ESTAMPARIA

Projeto de Estagio apresentado a disciplina

de Projeto VIII

Centro Universitário-Católica de Santa

Catarina

Professor Orientador (a): Mariza Inês Rama

JARAGUÁ DO SUL

2012

3

TYARA CAROLINE GAEDTKE

DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS: ESTAMPARIA

Projeto de Estagio parcial apresentado à disciplina de Projeto VII junto ao curso de Moda do Centro Universitário – Católica de Santa Catarina, na área de concentração de Desenvolvimento de Coleção – Estamparia A partir desta está aprovada.

Mariza Inês Rama Professora Orientadora

Rejane Nunes Bassi Banca Avaliadora

Giselle Blasius Banca Avaliadora

Thaissa Scheneider Professora Responsável pelo ECSO

Nelson Martins de Almeida Netto Coordenador do Curso Moda Bacharelado

Jaraguá do Sul, 21 de novembro de 2012

4

AGRADECIMENTOS

Queria agradecer primeiramente à minha família, que me apoiou nesses anos

de faculdade, que ouviu meus lamentos sobre o quão difícil é fazer o relatório de

estágio e quão cansada eu estava disso tudo. E apesar de todos esses lamentos,

eles não me deixaram desistir em nenhum momento e me deram apoio e condições

de estudar.

Outro agradecimento importante é ao meu namorado Luiz, que me ajudou

muito neste relatório, ajudou a corrigi-lo, formatá-lo e me ensinou a me dedicar

sempre aos estudos e ao relatório.

Quero agradecer também à minha querida professora orientadora, Mariza,

que me deixou calma em todas as orientações e me incentivou em todos os

momentos.

À gerente de desenvolvimento da empresa Têxtil Água Verde, Regina Rech,

que possibilitou meu estágio na empresa. Sem o apoio este estágio não seria

possível.

Meus sinceros agradecimentos a todos aqui que não foram citados, mas que

de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. Sem todos vocês

essa etapa não seria cumprida.

5

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15

2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE ....................................... 16

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SEU AMBIENTE ............... 16

2.2. HISTÓRICO............................................................................................. 16

2.2.1. Produtos .......................................................................................... 16

2.2.2. Estrutura ......................................................................................... 16

2.3. SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA E PERGUNTA ORIENTADORA .............. 17

2.4. OBJETIVOS ............................................................................................ 17

2.4.1. Objetivo Geral ................................................................................. 17

2.4.2. Objetivos Específicos .................................................................... 17

2.5. JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 17

3. METODOLOGIA ................................................................................................ 19

3.1. PLANO OU DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................ 19

3.1.1. Método Científico ........................................................................... 19

3.1.2. Método Experimental ..................................................................... 19

3.1.3. Pesquisas Exploratórias ................................................................ 20

3.1.4. Estudo de Campo ........................................................................... 20

3.1.5. Pesquisa Bibliográfica ................................................................... 21

4. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 22

4.1. MERCADO DE MODA NO BRASIL ........................................................ 22

4.2. PROFISSIONALIZAÇÃO E ESTÁGIO DE MODA ................................... 23

5. ESTAMPARIA ................................................................................................... 25

5.1. HISTÓRICO............................................................................................. 25

5.2. PROCESSOS DE ESTAMPARIA ............................................................ 30

5.2.1. Resumo das fases .......................................................................... 30

5.2.2. Desenho e Negativos ..................................................................... 32

5.2.2.1. Introdução do Desenho no Sistema ........................................... 33

5.2.2.2. Adaptação de um Desenho a um Padrão de Estamparia .......... 33

5.2.2.3. Efeitos Especiais na Estamparia ................................................ 34

5.2.2.4. Métodos de Aplicação de Estamparia ........................................ 36

5.2.2.5. Análise de Defeitos na Estamparia ............................................ 36

6. DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO .............................................................. 39

6

6.1. BRIEFING................................................................................................ 39

6.2. ELEMENTOS E PINCÍPIOS DO DESIGN ............................................... 39

6.2.1. Elementos do Design ..................................................................... 40

6.2.1.1. Silhueta ...................................................................................... 40

6.2.1.2. Linha .......................................................................................... 40

6.2.1.3. Textura ....................................................................................... 40

6.2.1.4. Cor ............................................................................................. 41

6.2.2. Princípios do Design ...................................................................... 41

6.2.2.1. Repetição ................................................................................... 41

6.2.2.2. Ritmo .......................................................................................... 41

6.2.2.3. Gradação ................................................................................... 42

6.2.2.4. Radiação .................................................................................... 42

6.2.2.5. Contraste.................................................................................... 42

6.2.2.6. Harmonia.................................................................................... 43

6.2.2.7. Equilíbrio .................................................................................... 43

6.2.2.8. Proporção................................................................................... 43

6.3. ELEMENTOS DE ESTILO ....................................................................... 44

6.4. DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS .................................................. 44

7. CRONOGRAMA ................................................................................................ 46

8. ANÁLISE ........................................................................................................... 47

8.1. O BRIEFING ............................................................................................ 47

8.2. ANÁLISE DO BRIEFING E BRAINSTORM ............................................. 50

8.3. PESQUISA DE IMAGENS DE INSPIRAÇÃO .......................................... 51

8.4. DESENVOLVIMENTO DAS ARTES ....................................................... 52

8.4.1. Desenvolvimento Desenhos Manuais .......................................... 53

8.4.1.1. Referência 5445 ......................................................................... 53

8.4.1.2. Referência 5447 ......................................................................... 59

8.4.1.3. Referência 5404 ......................................................................... 64

8.4.2. Quadricromias ................................................................................ 66

8.4.2.1. Referência 5458 ......................................................................... 70

8.4.2.2. Referência 5455 ......................................................................... 73

8.4.2.3. Referência 5415 ......................................................................... 76

8.4.3. Elementos dos Parques de Diversão............................................ 80

8.4.3.1. Referência 5398 ......................................................................... 80

7

8.4.3.2. Referência 5401 ......................................................................... 83

8.4.3.3. Referência 5440 ......................................................................... 86

8.4.4. Rapports (estampas corridas) ....................................................... 89

8.4.4.1. Referência 5438 ......................................................................... 89

8.4.4.2. Referência 5406 ......................................................................... 93

9. CONCLUSÃO .................................................................................................... 95

ANEXO 01 – BRIEFING DAY DREAM MARISA / INVERNO 2013 .......................... 97

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 105

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Técnica de Batik ........................................................................................ 26

Figura 2 - Instrumento de Batik ................................................................................. 26

Figura 3 - Estampa Floral, França, 1879 ................................................................... 27

Figura 4 - Estampa Floral, França, 1880 ................................................................... 28

Figura 5 - Estampa Art Déco ..................................................................................... 29

Figura 6 - Estampa Art Déco ..................................................................................... 29

Figura 7 - Estampa Art Nouveau ............................................................................... 30

Figura 8 - Capa do Briefing Marisa ............................................................................ 48

Figura 9 - Referência para Desenvolvimento ............................................................ 49

Figura 10 - Referência para Desenvolvimento .......................................................... 49

Figura 11 - Referência para Desenvolvimento .......................................................... 50

Figura 12 - Referência para Desenvolvimento .......................................................... 50

Figura 13 - Painel de Inspiração ................................................................................ 51

Figura 14 - Desenho Inicial ........................................................................................ 54

Figura 15 - Desenho do Bolero e da Sapatilha com Meia ......................................... 55

Figura 16 - Nova opção de Cabeça ........................................................................... 56

Figura 17 - Desenho de Balão ................................................................................... 56

Figura 18 - Desenho Finalizado ................................................................................ 57

Figura 19 - Arquivo de Fotolito do Desenho .............................................................. 58

Figura 20 - Desenho Estampado na Peça................................................................. 58

Figura 21 - Detalhe do Desenho Estampado ............................................................ 59

Figura 22 - Desenho Inicial ........................................................................................ 60

Figura 23 - Nova Opção de Cabeça .......................................................................... 61

Figura 24 - Desenho Finalizado ................................................................................ 62

Figura 25 - Arquivo de Negativo ................................................................................ 63

Figura 26 - Desenho Estampado na Peça................................................................. 63

Figura 27 - Detalhe do Desenho Estampado ............................................................ 64

Figura 28 - Desenho Inicial ........................................................................................ 65

Figura 29 - Desenho Finalizado ................................................................................ 66

Figura 30 - Foto das Modelos Em Estúdio ................................................................ 67

Figura 31 - Foto da Modelo em Estúdio .................................................................... 68

Figura 32 - Foto da Modelo Em Estúdio .................................................................... 68

9

Figura 33 - Foto da Modelo em Estúdio .................................................................... 69

Figura 34 - Foto da Modelo em Estúdio .................................................................... 69

Figura 35 - Foto das Modelos em Estúdio ................................................................. 70

Figura 36 - Desenho Finalizado ................................................................................ 71

Figura 37 - Arquivo do Negativo ................................................................................ 72

Figura 38 - Desenho Estampado na Peça................................................................. 72

Figura 39 - Detalhe do Desenho Estampado ............................................................ 73

Figura 40 - Desenho Finalizado ................................................................................ 74

Figura 41 - Detalhe da Estampa ................................................................................ 75

Figura 42 - Arquivo de Negativo ................................................................................ 76

Figura 43 - Desenho Finalizado ................................................................................ 77

Figura 44 - Arquivo de Negativo ................................................................................ 78

Figura 45 - Desenho Estampado na Peça................................................................. 79

Figura 46 - Detalhe do Desenho Estampado ............................................................ 79

Figura 47 - Desenho Finalizado ................................................................................ 80

Figura 48 - Arquivo de Negativo ................................................................................ 81

Figura 49 - Desenho Estampado na Peça................................................................. 82

Figura 50 - Detalhe do Desenho Estampado ............................................................ 82

Figura 51 - Desenho Finalizado ................................................................................ 83

Figura 52 - Arquivo de Negativo ................................................................................ 84

Figura 53 - Desenho Estampado na Peça................................................................. 85

Figura 54 - Detalhe da Peça Estampada................................................................... 86

Figura 55 - Desenho Finalizado ................................................................................ 87

Figura 56 - Arquivo de Negativo ................................................................................ 88

Figura 57 - Desenho Estampado na Peça................................................................. 88

Figura 58 - Desenho Finalizado ................................................................................ 91

Figura 59 - Arquivo de Negativo ................................................................................ 92

Figura 60 - Desenho Estampado na Peça................................................................. 92

Figura 61 - Desenhos Estampado na Peça ............................................................... 93

Figura 62 - Desenho Finalizado ................................................................................ 94

Figura 63 - Capa Briefing Day Dream Marisa ............................................................ 97

Figura 64 - Página 01 Briefing Day Dream Marisa .................................................... 97

Figura 65 - Página 02 Briefing Day Dream Marisa .................................................... 98

Figura 66 - Página 03 Briefing Day Dream Marisa .................................................... 98

10

Figura 67 - Página 04 Briefing Day Dream Marisa .................................................... 99

Figura 68 - Página 05 Briefing Day Dream Marisa .................................................... 99

Figura 69 - Página 06 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 100

Figura 70 - Página 07 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 100

Figura 71 - Página 08 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 101

Figura 72 - Página 09 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 101

Figura 73 - Página 10 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 102

Figura 74 - Página 11 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 102

Figura 75 - Página 12 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 103

Figura 76 - Página 13 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 103

Figura 77 - Página 14 Briefing Day Dream Marisa .................................................. 104

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Cronograma de Estágio ........................................................................... 46

12

APRESENTAÇÃO

DADOS DO ACADÊMICO:

Acadêmico: Tyara Caroline Gaedtke

Campus: Centro Universitário Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul

Curso: Bacharelado em Moda

Matrícula: 20121

E-mail: [email protected]

13

DADOS DA ORGANIZAÇÃO:

Razão Social: Têxtil Água Verde Ltda

Representante Legal: Jackeline Mohr

CNPJ: 00.529.715/0001-36

Inscrição Estadual: 253.061.199

Endereço: Paulo Kraemer, número 375, bairro Água Verde, Jaraguá do Sul, SC.

Área em que o estágio de campo será realizado: Desenvolvimento de Produto/

Desenho

14

INSTITUIÇÃO DE ENSINO:

Centro Universitário – Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul

Endereço: Rua dos Imigrantes, 500 – Bairro: Rau

Cep: 89254-430

Jaraguá do Sul – Santa Catarina

15

1. INTRODUÇÃO

Esse relatório apresentará o conteúdo sobre as atividades realizadas pelo

acadêmico durante o período de estágio realizado na empresa Têxtil Água Verde.

O objetivo é relatar o que foi desenvolvido e os sucessos obtidos pelo

estagiário dentro do prazo estabelecido.

Estão contidos neste relatório os objetivos que se buscou atingir no estágio, a

história da estamparia, métodos de desenvolvimento de coleção, técnicas de

estamparia, processos de estamparia e a descrição do desenvolvimento das

atividades propriamente.

A estamparia é um processo têxtil utilizado pelo homem desde antes da era

cristã e foi sofrendo diversas evoluções ao longo dos séculos. Segundo YAMANE

(2008) estampar é uma das mais exigentes técnicas têxteis, e também a que mais

se aproxima da arte.

O processo de produção utilizado na empresa Têxtil Água Verde tem duas

fases: a fase de desenvolvimento e aprovação das artes e a fase de execução

dessas estampas. Este relatório de estágio foca, principalmente, na fase de

desenvolvimento a aprovação das artes, seus métodos, dificuldades, técnicas e

resultados.

16

2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SEU AMBIENTE

2.2. HISTÓRICO

A empresa Têxtil Água Verde foi criada em 1995 por Jackeline Mohr para

atender o mercado de confecção de roupas femininas para grandes magazines.

Tem, hoje, como principais clientes: Marisa, Carrefour, Walmart, Pernambucanas e

Pão de Açúcar.

Durante alguns anos a empresa trabalhou com coleção própria, vendida por

seus representantes em todo o Brasil, mas há três anos focou-se somente em seus

clientes de magazine.

A Têxtil Água Verde localiza-se na Rua Paulo Kraemer, número 375, no bairro

Água Verde, na cidade de Jaraguá do Sul, SC.

2.2.1. Produtos

A Têxtil Água Verde produz peças do vestuário feminino em malha para público

infantil, juvenil e adulto.

2.2.2. Estrutura

Hoje a empresa possui 80 colaboradores distribuídos nos diversos setores da

empresa.

Seu desenvolvimento conta com quatro modelistas, três estilistas, duas

auxiliares de modelagem, uma talhadeira, uma engenheira têxtil, dois desenhistas,

seis costureiras e uma coordenadora. Essa equipe é responsável pelo

desenvolvimento, produção e aprovação das linhas dos clientes. Fazendo parte do

desenvolvimento das amostras também há três funcionários responsáveis pela

estamparia: um gravador e dois estampadores.

A fábrica ainda apresenta outros setores: administrativo, comercial, encaixe,

17

corte, dobração, PPCP, expedição. Esses últimos são responsáveis pela produção e

envio dos pedidos dos clientes.

A empresa Têxtil Água Verde terceiriza a tecelagem da malha utilizada, a

costura e estamparia dos pedidos, o tingimento das malhas e as estampas corridas.

2.3. SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA E PERGUNTA ORIENTADORA

Como desenvolver uma coleção de estampas exclusivas para o magazine,

cliente da Têxtil Água Verde?

2.4. OBJETIVOS

2.4.1. Objetivo Geral

- Desenvolver estampas para linha feminina dentro do tema proposto pelo

cliente;

2.4.2. Objetivos Específicos

- Análise do briefing enviado pelo comprador e brainstorm de ideias;

- Pesquisar imagens de inspiração dentro do tema enviado pelo cliente;

- Desenvolver as decorações (estampas) de acordo com o tema;

- Fazer a arte finalização das decorações e os negativos para que sejam

encaminhados para a gravação dos quadros;

- Verificar se há problemas com os desenhos, ou negativos ou a seqüência

de produção do processo de estamparia;

- Aprovar as bandeiras das decorações (estampas).

2.5. JUSTIFICATIVA

A estampa exclusiva é, para uma marca, um dos principais diferenciais. A

certeza de que ela é original agrega um valor inestimável ao produto. Principalmente

18

quando se alinha com o desejo do consumidor final: seja ele movido pela moda,

gosto pessoal, referências, celebridades, etc. De acordo com o valor que uma

estampa original agrega a uma peça, faz-se necessário que se crie desenhos únicos

para cada peça de uma coleção.

Um comprador de um grande magazine busca esses valores nas peças que

escolhe entre seus fornecedores para vender em sua loja. A estampa tem que, além

de ser original, chamar a atenção por sua beleza, cuidado com os detalhes e

qualidade.

Um profissional formado em moda está apto para identificar todos estes

desejos e exigências que o consumidor final e o comprador dos magazines

possuem. Durante a faculdade ele aprendeu a identificar tendências, técnicas de

ilustração, o uso de softwares de edição de imagens e vetores, técnicas de

estamparia, entre outros. Todos estes conhecimentos adquiridos fazem com que o

mesmo seja assertivo no desenvolvimento de estampas. Um profissional com

formação acadêmica possui confiança e conhecimento para realizar o seu trabalho.

Por isto é tão importante o conhecimento de Moda em um desenhista.

Com foco nessa exclusividade e qualidade a empresa Têxtil Água Verde possui

um setor de desenvolvimento de estampas, gravação e estamparia dentro de sua

fábrica. Este estágio visa auxiliar a empresa a desenvolver essas estampas

exclusivas para uma linha de um dos seus clientes. Depois das decorações criadas

também serão feitas as combinações de cores para cada estampa e o

acompanhamento das amostras na estamparia, para identificar erros e aprovação.

19

3. METODOLOGIA

3.1. PLANO OU DELINEAMENTO DA PESQUISA

3.1.1. Método Científico

A ciência tem como objetivo principal chegar à veracidade dos fatos. Neste

sentido não se diferencia de outras formas de conhecimento. O que torna o

conhecimento científico diferente dos demais é que se tem como característica a sua

verificabilidade.

Segundo GIL (1999):

“Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação. Ou, em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a esse conhecimento. Pode-se definir método como caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento.” (GIL, 1999, p. 26)

3.1.2. Método Experimental

O método experimental consiste em submeter os objetos de estudo à influência

de certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo pesquisador, para

observar os resultados que a variável produz no objeto do estudo. Boa parte dos

conhecimentos obtidos nos últimos três séculos se deve ao uso do método

experimental, que pode ser considerado como o método das ciências naturais. (GIL,

1999, p. 34)

Esse método será utilizado durante o estágio na produção das bandeiras. A

experimentação será feita com os quadros, na combinação de cores e uso de

técnicas diferenciadas. O responsável pela estamparia fará os testes necessários de

acordo com a solicitação, para que se chegue a um resultado de acordo com as

expectativas do comprador.

20

3.1.3. Pesquisas Exploratórias

Esse método tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar

ideias e conceitos, visando à formulação de problemas mais precisos as hipóteses

pesquisáveis para estudos futuros. De todas as pesquisas, essas são as que exigem

menor rigidez no planejamento. Por hábito, envolvem pesquisas bibliográficas e

documentais, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de

amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados não são aplicadas nestas

pesquisas.

Essas pesquisas são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar uma visão

geral a cerca de determinado fato. Esse tipo de pesquisa é realizada quando o tema

escolhido é pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas sobre ele.

Na maioria das vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa

de uma investigação maior. Quando o tema escolhido é bastante genérico, torna-se

necessário seu esclarecimento de delimitação, o que exige revisão da literatura,

discussão com especialistas e outros procedimentos. O produto final desse processo

pode ser um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante

procedimentos mais sistematizados. (GIL, 1999, p. 43)

A pesquisa exploratória tem como finalidade a reunião de informações sobre a

confecção dos negativos, gravação dos quadros e a estamparia propriamente dita.

Essa pesquisa será feita com os funcionários responsáveis por cada setor, com

entrevistas e observação dos mesmos executando suas tarefas.

3.1.4. Estudo de Campo

Segundo GIL (1999):

“Os estudos de campo apresentam muitas semelhanças com os levantamentos. Distinguem-se destes, porém, em relação principalmente a dois aspectos. Primeiramente, os levantamentos procuram ser representativos de um universo definido e fornecer resultados caracterizados pela precisão estatística. Já os estudos de campo procuram muito mais aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das características da população segundo determinadas variáveis. Como conseqüência, o planejamento do estudo de campo apresenta muito maior

21

flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo do processo de pesquisa. Outra distinção é a de que no estudo de campo estuda-se um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ou seja, ressaltando a interação de seus componentes. Assim, o estudo de campo tende a utilizar muito mais técnicas de observação do que de interrogação.” (GIL, 1999, p.72)

O estudo de campo será feito no setor de desenho, gravação e estamparia da

fábrica. Durante o estudo, as informações serão obtidas na prática, para que se

conheçam todas as técnicas, segredos e formas de estamparia.

3.1.5. Pesquisa Bibliográfica

Segundo GIL (1999, p. 50), desenvolve-se a pesquisa bibliográfica a partir de

material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos. Em

quase todos os estudos é exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há

pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos

estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas, assim como

certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de

conteúdo.

Durante o estágio, a pesquisa bibliográfica norteará os primeiros passos dentro

da empresa, onde se buscará conhecimento sobre desenvolvimento e estamparia

em livros, trabalhos científicos, sites da internet e revistas.

22

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. MERCADO DE MODA NO BRASIL

A palavra moda carrega consigo certo glamour e elegância, mas um aspecto

pouco comentado é a sua capacidade de gerar riquezas através da sua indústria. O

mercado brasileiro de moda movimenta cerca de U$ 50 bilhões por ano e tem uma

imagem positiva do país no exterior. Características do setor como: criatividade,

marcas consolidadas, consumidores dinâmicos e a força da indústria têxtil, são

vantagens dos empreendedores da área. Mas o maior desafio ainda é agregar valor

às peças e qualificar a mão de obra para competir com os produtos internacionais.

(Site Pequenas Empresas Grandes Negócios, 2012).

O segmento de moda no Brasil não pode enfrentar a concorrência de moda

pautada pela estratégia chinesa, que é baseada em elementos diferentes da nossa

realidade, como a desvalorização da mão de obra. Para concorrer no mercado

internacional, o caminho para moda no Brasil e produzir e vender produtos

inovadores e com design diferenciado e agregar valor à produção. Tendo como

lema: fazer diferente para fazer melhor. Mesmo que outros mercados tenham o

costume de copiar, com flexibilidade, agilidade e criatividade, a moda brasileira pode

estar sempre à frente. (Site Pequenas Empresas Grandes Negócios, 2012).

A diversificação da estrutura industrial brasileira é ampliada pela própria

diversidade do mercado consumidor, no qual estão presentes segmentos com

rendimentos, padrões de informação e exigências totalmente diferenciadas. As

dimensões dessa indústria reproduzem a amplitude do mercado consumidor, e dão

conta da importância da moda na formação de riqueza e econômica e social do

Brasil. O vestuário é o mais representativo negócio da indústria de confecções

têxteis do país.

A mudança nos níveis de competitividade do mercado forçou a empresa

brasileira de vestuário a iniciar um processo de reestruturação, em andamento até

hoje. As empresas passaram a terceirizar a produção parcialmente ou totalmente e

passaram a direcionar seus esforços para o fortalecimento da marca, através da

melhoria do produto, da publicidade e do design, e muitas passaram a atuar no

varejo, inaugurando suas próprias lojas e franquias.

23

Esse grande crescimento do mercado de moda demanda um grande número

de profissionais especializados e criativos, para que possam fazer a diferença nesse

mercado concorrido. O conhecimento acadêmico se torna parte fundamental na

formação e crescimento de um profissional desta área. É dentro de uma

universidade que um acadêmico constitui e constrói sua identidade profissional,

baseado no seu conhecimento científico e acadêmico.

4.2. PROFISSIONALIZAÇÃO E ESTÁGIO DE MODA

Há dezenas de universidades que disponibilizam cursos voltados para a área

de moda em sua grade. Estes cursos compreendem desde a indústria de confecção

de vestuário propriamente dita, até as áreas de mídia de moda, produção,

administração de indústria, criação, fotografia, marketing e publicidade. Um Bacharel

em Moda sai da faculdade um profissional completo de moda, que compreende a

amplitude deste mercado e pode atuar em todos os seus segmentos, de acordo com

sua capacidade, interesse e talento.

Apesar do conhecimento acadêmico e cientifico ser de extrema importância

para o acadêmico egresso, também há necessidade do conhecimento profissional,

adquirido diretamente na sua área de interesse. Esse conhecimento profissional é

adquirido durante o estágio que ocorre no decorrer da graduação. O acadêmico

inserido dentro da indústria da moda durante sua formação acadêmica se torna um

profissional mais completo, exigente e criativo que auxiliará no crescimento deste

mercado da economia brasileira.

A pesquisa é o eixo principal do estágio. É através dela que o acadêmico

desenvolve sua criatividade e a atitude investigativa sobre o cotidiano profissional.

O estágio é um espaço de estudo, observação, análise, problematização, reflexão e

proposição de solução as situações vivenciadas em campo. Isso possibilita ao

acadêmico ampliar o seu olhar e a sua compreensão sobre o cotidiano profissional.

O estágio é a conclusão de todo um processo de pesquisa e obtenção de

conhecimento que o acadêmico tem durante a faculdade. É nesse momento que ele

pode aplicar todo o seu conhecimento adquirido durante sua formação dentro de

uma empresa e vivenciar seu cotidiano.

24

Para a empresa o estágio é também uma vantagem. Durante o processo do

estágio o acadêmico pode identificar problemas internos e sugerir soluções para

eles. A união do conhecimento acadêmico com o cotidiano profissional gera

alternativas interessantes para a empresa, que muitas vezes não possui um

profissional de moda ou ainda está presa a alguns métodos e costumes pouco

produtivos e criativos.

25

5. ESTAMPARIA

5.1. HISTÓRICO

Estamparia é um processo têxtil utilizado pelo homem antes da era cristã na

Índia e na Indonésia.

“Tratava-se de uma combinação de reservas de pintura e estampagem com modelos, que eram blocos de madeira com motivos gravados, muito apreciados”. Estampar é uma das mais exigentes técnicas têxteis, e também a que mais se aproxima da arte. Os fenícios produziram os primeiros tecidos estampados, usando o método de estamparia em blocos e a tecelagem trabalhada em fios de diversas cores formando estampas muito apreciadas pelo mercado. Outro método usado era o stencil, em diferentes

estamparias, além de bordados em cores ricas e vibrantes. A Índia era mestra na arte da estamparia, sendo que seus produtos superavam, em muito, o trabalho feito pelos persas e egípcios. “Porém, existem exemplos de estamparia utilizando blocos de madeira sobre linho durante a Idade Média, técnica muito provavelmente trazida da Ásia e introduzida pelos romanos na Europa.” (YAMANE, 2008, p. 11 e 12).

Conforme YAMANE (2008) a técnica de impressão sobre tecidos surgiu no

sudoeste da Ásia no início do século XVI. Nessa época havia um tecido chamado

Icaten, que derivou para Caten e depois para Cotton (algodão). Nessa técnica o

tecido recebia aplicações de cera, que funcionavam como uma máscara e impediam

a absorção do pigmento nessas áreas. Essa técnica era chamada Batik. Existem

dois tipos de batik: o africano e o javanês. No batik javanês, o efeito final é obtido

por vários tingimentos no tecido, protegido por essas máscaras de cera. Essas

máscaras de cera eram aplicadas sobre a seda com um pincel.

26

Figura 1 - Técnica de Batik

Fonte: YAMANE, 2008

Figura 2 - Instrumento de Batik

Fonte: YAMANE, 2008

Na Europa as estampas mais antigas datam do ano 543. Foi a partir do ano

1000, quando Veneza se posicionou como porto de difusão de mercadorias entre o

Leste e o Oeste, que os tecidos estampados passaram a ganhar força na moda

européia. Veneza dava prioridade à importação de seda e tecidos precisos, assim

como especiarias e gemas do oriente. (MANCHESTER, 1996 apud YAMANE,

2008).

Nos séculos XIV e XV a seda era muito cobiçada pelos espanhóis, pois refletia

uma distinção, que os atraia devido ao seu temperamento.

Por volta de 1200 D.C. as cores perderam seu significado simbólico, não mais

sendo usadas para diferenciar classes – papel que foi passado para os tecidos, no

caso a seda, por causa do seu alto valor de mercado. Os tecidos orientais eram

27

muito apreciados por suas padronagens e devido a sua perfeição técnica. Os tecidos

comuns eram de cores sólidas, enquanto as sedas eram estampadas. As roupas

comuns e de cerimônia eram decoradas com bordados de imagens de objetos,

plantas os animais para representar emblemas pessoais. (YAMANE, 2008. p 15)

Por volta do século XIII, as tecelagens Regensburg e Colônia começaram a

adaptar as padronagens orientais para o gosto europeu, rompendo assim com o

padrão pré-estabelecido. Na Itália, durante o século XIV, esse fenômeno pode ser

observado com o desaparecimento desde temas animais e arquitetônicos e o

aparecimento de padrões florais cada vez mais estilizados. A moda dos tecidos

florais se desenvolveu principalmente na região de Genova e Florença. No século

XV, essas flores ficaram cada vez maiores, com grandes romãs ou cardos

estampados entre linhas curvas.

Segundo YAMANE (2008) durante o século XVIII, os padrões dos tecidos

passaram a sofrer influência das descobertas das grandes navegações e a

importação de tecidos orientais se tornou comum. Cada vez mais surgiram

padronagens com flores exóticas até então desconhecidas na Europa. Esse padrão

manteve-se até o final desse século, quando o gosto por padrões mais simples ,

como margaridas, papoulas e rosas, voltaram à moda. No século XIX, essas

padronagens florais realísticas se mantiveram populares.

Figura 3 - Estampa Floral, França, 1879

Fonte: YAMANE, 2008, p. 14

28

Figura 4 - Estampa Floral, França, 1880

Fonte: YAMANE, 2008, p. 14

Os tecidos estampados com flores miúdas surgiram por volta de 1800, nos

Estados Unidos, com a adoção das primeiras máquinas de estampar. Em poucos

anos já havia um grande número de empresas de estamparia. Ainda nesse século, o

movimento Art Nouveau introduziu elegantes figuras e plantas alongadas às

padronagens dos tecidos.

No início de século XX, os designers modernistas e a Art Déco transformaram

muito as artes decorativas, assim como na moda. Esse movimento foi uma mistura

de vários estilos (Ecletismo) e movimentos do início deste século, incluindo o

Construtivismo, Cubismo, Modernismo, Art Nouveau e Futurismo, que raramente

usavam tecidos com imagens pictográficas.

29

Figura 5 - Estampa Art Déco

Fonte: YAMANE, 2008

Figura 6 - Estampa Art Déco

Fonte: YAMANE, 2008, p. 15

30

Figura 7 - Estampa Art Nouveau

YAMANE, 2008, p. 16

5.2. PROCESSOS DE ESTAMPARIA

5.2.1. Resumo das fases

As duas primeiras fases do processo de estamparia são bastante demoradas e

requerem grande cuidado e perícia.

A primeira fase é a de criação do desenho. A criação desse desenho pode ser

original ou uma adaptação e pode ser inspirados em elementos existentes, naturais

ou artificiais, simples ou combinados. É a parte mais artística do processo, onde

será transmitida para o tecido uma movimentação social, cultural ou natural.

A segunda fase, a separação de cores, é feita tradicionalmente de forma

manual, sendo as misonette (negativo) desenhadas em folhas do tipo acetato com

tinta foto-fosca. Cada cor do desenho necessita de uma misonette (negativo).

A automatização desse processo, que foi permitida pelos programas

CAD/CAM (Computer Aided Design - desenho auxiliado por computador e Computer

Aided Manufacturing - fabricação assistida por computador), revolucionou essa fase

do processo de estamparia. Porém esses programas não substituem os designers,

31

já que não passam de ferramentas que ajudam no processo, permitindo-lhes mais

tempo para se dedicar a parte criativa.

A gravação é a terceira fase. Em quadros planos (de caixilhos de ferro e telas

de poliéster monofilamento, com boa resistência dinamométrica, boa solidez à luz,

aos ácidos fortes e aos álcalis) a arte é gravada por técnicas fotográficas, cobrindo o

quadro com um produto termo sensível que se solidifica apenas nos lugares

expostos a luz não recoberta pelos desenhos da misonette (negativo).

Resumidamente pode-se dizer que a gravação dos quadros requer os seguintes

passos:

- Preparação do quadro: consiste em colar a tela no caixilho depois de

tencioná-la. Esse processo pode ser feito manualmente ou com ajuda de uma

máquina.

- Aplicação de emulsão fotossensível: dependendo da espessura da película

pretendida, se passa a régua (calha) mais de uma vez.

- Secagem do quadro: deve ser feita com o quadro na posição horizontal com

temperatura e umidade constante.

- Exposição à luz: o tempo de exposição depende da intensidade da fonte, a

espessura do filme, da espessura da tela e da emulsão utilizada. Pode ir de trinta

segundos até aproximadamente dez minutos.

- Revelação num banho de água: estaticamente ou com a ajuda de uma

ducha a uma temperatura de 20 a 30ºC, para evitar que a emulsão inche.

- Nova secagem: ainda, preferencialmente, em posição horizontal e nas

mesmas condições da etapa anterior.

- Endurecimento: por aplicação de endurecedor em ambas as faces do

quadro.

- Tratamento final: correção de possíveis defeitos na tela.

Os quadros rotativos são feitos de níquel, que possui boa resistência ao

desgaste mecânico, ação de produtos químicos, tem boa flexibilidade e baixa

tendência ao alongamento. A grande maioria desses cilindros tem o diâmetro de 640

mm, embora usem também com 820 mm e 914 mm.

Existe um processo na gravação dos cilindros:

- Desempacotamento dos cilindros que se encontram na forma achatada,

transmissão da respectiva forma cilíndrica e colocação dos anilhos de pressão

auxiliares.

32

- Limpeza e desengorduramento dos cilindros, para melhor aderência da laca

fotossensível.

- Recobrimento com uma capa fotossensível, de cerca de oito mm de

espessura, e posterior secagem (cerca de 30 minutos a 30ºC).

- Gravação dos cilindros por exposição à luz. Primeiramente coloca-se o

misonette (negativo) sobre o cilindro com extrema precisão para que se evitem

ligações mal feitas do rapport do desenho.

A exposição à luz pode ser feita numa máquina apropriada, sendo que o

tempo de exposição depende da intensidade e distância da luz, da transparência e

do número de orifícios do filme. O calor intenso pode resultar no endurecimento

excessivo da laca o que pode dificultar sua remoção. (NEVES, 2000, p 82)

5.2.2. Desenho e Negativos

Os processos tradicionais de desenho e separação de cores não atendem

mais as necessidades do mercado moderno. Este mercado exige rapidez e uma

resposta imediata às tendências.

O desenvolvimento de programar CAD cai nessa estratégia, pois automatiza e

liberta o designer de ações repetitivas e demoradas, que permite que ele se dedique

mais tempo a parte criativa. Os programas CAD não substituem o designer, mas

apresentam várias vantagens: redução do trabalho do mesmo, redução do tempo

necessário para adaptar e controlar os desenhos, redução dos custos, perfeição dos

desenhos, fácil avaliação de alternativas, criação de biblioteca de padrões, facilita a

comunicação com clientes.

Do mesmo jeito que há vantagens, há algumas desvantagens: atrasos

causados por falhas de equipamento, alto custo do equipamento, alto custo da

formação da equipe, fadiga ocular, problemas relacionados à calibração de cor nos

diferentes suportes gráficos. (NEVES, 2000, p. 83 – 84)

33

5.2.2.1. Introdução do Desenho no Sistema

A introdução dos desenhos no sistema pode ser feita por meio de:

- Criação do desenho no próprio sistema: pode ser feita através de

ferramentas do sistema, do mouse ou da caneta digital, de acordo com a preferência

do designer.

- Introdução de um desenho com o scanner: A zona que vai ser digitalizada

tem que ser definida assim como sua resolução. A imagem digitalizada via scanner

pode ser gravada em arquivo.

- Introdução de um desenho através de fotografia digital: esse meio evoluiu

juntamente com a evolução da fotografia digital.

- Introdução de desenhos criados em outro software: é possível introduzir

esses desenhos de outro software se eles forem compatíveis. (NEVES, 2000, p 84)

5.2.2.2. Adaptação de um Desenho a um Padrão de Estamparia

Para que um desenho comum seja usado na estamparia ele deve passar por

algumas adaptações para que ele possa seu utilizado.

- Redução de cores: para o padrão estamparia o desenho tem que tem o

mínimo possível de cores. Para desenhos em vetor, cabe ao designer definir

quantas cores serão usadas no desenho. Quanto mais cores são utilizadas, mais

cara fica a estampa, pois são mais quadros que precisam ser gravados e o tempo

para estampá-lo aumenta. Já para fotografias ou ilustrações com muitas cores pode

ser usado o método de quadricromia: onde o desenho é separado em quatro cores,

seguindo o padrão CMYK (ciano, magenta, amarelo e preto). A combinação dessas

quatro cores resulta numa gama de tons infinita que é muito utilizada para estampas

fotográficas.

- Ajuste do desenho: o ajuste do desenho é feito com base no molde da peça

que ele será utilizado. Pega-se o molde da peça e mede-se o tamanho que o

desenho deverá ter, de acordo com a especificação da estilista. Coloca-se, assim, o

desenho no tamanho correto. Para os desenhos que serão utilizados em estampas

corridas, o desenho tem que ser adaptado à circunferência e a largura do cilindro,

para que haja a repetição. Existem várias técnicas para encaixar esses desenhos,

34

que vão desde as manuais até as que são feitas através dos programas CAD. Para

que seja feito, é necessário definir-se o seu sentido (horizontal ou vertical) e o

tamanho do rapport. Em seguida é necessário tornar o padrão repetível. Para fazê-lo

a solução mais fácil e por vezes única é a duplicação da fração por simetria vertical

ou horizontal. Ou pode-se copiar partes do desenho, desenhar novos elementos que

criem a continuidade entre as partes, cortar o padrão em dois, etc. (NEVES, 2000, p

93)

- Coloração: depois do desenho adaptado podem ser testadas diferentes

possibilidades de coloração, ou seja, criar variantes da cor do desenho original, e há

possibilidade de visualizá-las simultaneamente no monitor do computador. Pode-se,

então, trocar essas cores, adicioná-las, criar um degradê entre duas delas ou ainda

obter uma diferente intensidade deste degradê. (NEVES, 2000, p 88)

- Meios tons: Devido à limitação de cores de uma estampa, tornou-se

necessário a criação de técnicas para ampliar as tonalidades estampáveis. A técnica

dos meios tons consiste na criação de tonalidades de uma cor só, para utilizar uma

só pasta e um só cilindro ou quadro. As tonalidades são obtidas pela aplicação de

tramas de diferentes orientações e diâmetros a uma dada separação de cores.

Essas tramas provocam a modificação da abertura do cilindro ou quadro, o que

resulta em diferentes tonalidades da mesma cor, estampadas ao mesmo tempo com

a mesma pasta no mesmo quadro ou cilindro. (NEVES, 2000, p 88)

5.2.2.3. Efeitos Especiais na Estamparia

Com a alteração na moda e as exigências do mercado, surgem com

freqüência novos efeitos para serem aplicados por meio das técnicas de estamparia.

Conforme as propriedades da película do ligante utilizado, o toque dos

estampados varia de duro a macio, com uma textura de borracha. A princípio a

pasta relevo pode ser utilizada em todos os tipos de malhas. Relevos coloridos

podem ser obtidos com a adição de pigmentos as pastas.

As pastas relevo geralmente são aplicadas em ultimo lugar,

independentemente do tipo de máquina usada.

- Efeitos tridimensionais: São obtidas com pastas especiais prontas que criam

espuma pela ação do calor durante a secagem ou fixação. Pode se expandir quatro

35

a oito vezes relativamente ao tamanho original. A expansão é um processo físico,

isto é, não são gerados produtos químicos que pode afetar os usuários dos artigos

com essa técnica.

- Glitter: consegue-se este efeito ao estampar resinas sintéticas apropriadas.

O objetivo é conseguir efeitos brilhantes com um toque macio.

Partículas metálicas finas são de fácil estampagem, mas produzem pouco

brilho. Já as partículas grandes têm bastante brilho, mas causam entupimento nos

quadros. O ligante usado para estampar essas partículas deve ser transparente,

para não alterar a sua propriedade de brilho depois de seco.

Atualmente os pigmentos de glitter podem vir em diversas cores mais comuns

e chama atenção devido ao seu efeito policromático resultante da posição do

observador e da partícula de glitter ligada ao substrato.

- Efeitos nacarados (perolados): dão brilho suave e profundo, como o brilho

de pérolas, que, tal como o glitter, muda conforme o ângulo de visão. Normalmente

são formados por mica finamente laminada revestida com dióxido de titânio.

(NEVES, 2000, p 105 – 106)

- Fóil: é uma lamina brilhante em diversas cores que se aplica sobre o tecido.

Aplica-se o ligante (cola) sobre a peça e depois se prensa o fóil sobre esse ligante,

transferindo assim todo o seu brilho para a peça.

Como o fóil é uma lamina e é comprado em rolos é preciso que o corte do

tamanho da área que ele vai cobrir, causando assim um desperdício de material,

que não acontece no uso de pastas. Isso torna o fóil uma técnica mais cara para a

indústria. Depois de aplicado, o fóil precisa ser prensado numa prensa para que fixe

melhor e garanta que não sairá na lavagem.

- Metalizado: uma alternativa mais barata ao fóil e com efeito parecido. Não é

tão brilhante como o fóil, mas se assemelha a ele. No lugar de lâminas brilhantes é

utilizada uma pasta bem brilhante, que pode ser tingida.

- Esferas de PVC: são mini esferas de PVC que são aplicadas sobre a peça.

Primeiramente aplica-se um ligante (cola) a peça e então se aplica as esferas.

Depois disso passam-se as peças na polimizadeira (estufa) para que as fixem na

peça e que não caiam durante o uso ou a lavagem. É na polimizadeira (estufa) que

se consegue outro efeito nas esferas de PVC: em altas temperaturas elas derretem,

causando assim um efeito diferenciado.

36

- Flocado (floc): é a técnica que da o efeito de veludo quando estampada

sobre a peça. Tem aplicação parecida com a do fóil. O flocado vem em folhas que

são aplicadas sobre ligante (cola) e depois prensadas.

As técnicas de aplicação de fóil, metalizado, flocado e esferas de PVC foram

aprendidas durante o processo de estágio, na pesquisa de campo e exploratória.

5.2.2.4. Métodos de Aplicação de Estamparia

Para que a estampa saia com a maior qualidade possível, são necessários

alguns fatores que facilitam a estamparia.

A umidade da zona de estamparia deverá ser de 70-75%. Uma umidade

menor implicará entupimentos no quadro e então haverá necessidade de constantes

pulverizações de água.

A secagem de cada uma das camadas deverá ser feita com jato de ar, a

temperaturas de cerca de 90ºC. (NEVES, 2000, p 116)

Na aplicação da pasta com os quadros nas peças é utilizado um item

chamado rasqueta, uma régua de madeira que espalha a pasta de estamparia

uniformemente sobre o quadro e, conseqüentemente, sobre a peça a ser

estampada.

5.2.2.5. Análise de Defeitos na Estamparia

Os defeitos de estamparia trazem custos para a empresa. É extremamente

necessário que todas as etapas sejam feitas com atenção para que não ocorram

erros. As cores têm que ser separadas corretamente para que quadros não sejam

gravados errados. Na etapa de gravação, os quadros devem ser gravados de acordo

com as exigências da técnica utilizada para que não haja defeitos na hora de

estampar.

O trabalho feito corretamente deve ser um objetivo o ser seguido, pois ao

contrário da tinturaria, normalmente não há recuperações possíveis. A existência de

maus hábitos, a ausência de rigor, as deficiências de formação são, às vezes, os

únicos responsáveis pela produção de defeitos. A identificação desses defeitos e

análise de suas causas são os meios de atingir esse objetivo. (NEVES, 2000, p 120)

37

Os defeitos mais comuns são:

- Desacerto dos quadros: o desacerto dos quadros pode ser causado por um

descuido ou poderá ter origem na falta de estabilidade do artigo a ser estampado. É

muito comum na estamparia de malha, sobretudo quando se trata de desenhos com

cobertura total. A malha a ser estampada acaba movendo-se na mesa de

estamparia e causa desencaixe nas demais cores.

- Quadro furado: é identificado quando há presença de pasta onde não

deveria haver. Pode ser evitado com a inspeção e controle dos quadros antes de

serem usados para estampar.

- Borrões: O excesso de pasta pode gerar borrões, pois a pasta passa para a

parte de baixo do quadro ou cilindro. Pode ser evitado ao usar quantidade menor de

pasta e lavando o quadro mais vezes durante a produção.

- Depósito insuficiente de pasta: pode ser causado por diversos fatores.

Deverá ser observado qual o fator que está causando as falhas no desenho.

A abertura incompleta do quadro, o que implica não haver depósito da pasta

no tecido. Também causados por uma régua não suficientemente aguçada, ou mal

colocada, forma uma película de pasta que não passa para o tecido. Ou quando

ocorrem furos nos quadros, geralmente um adesivo é colocado para cobri-lo. Como

a colocação desse adesivo, cria-se uma diferença de espessura e por isso as zonas

próximas ao adesivo terão menos pasta. No caso de haver rugas ou dobras no

tecido a ser estampado, pode haver falhas, pois a pasta não será depositada

corretamente.

- Estampagem confusa (sem contornos definidos): restos de detergentes,

espessantes e viscosidade imprópria, número excessivo de passagens da régua,

perfil errado das réguas, vaporização mal controlada, lavagem insuficiente ou ordem

errada das cores pode causar contornos confusos no desenho.

- Cor diferente da pretendida: pode ser causada por receitas de cores não

testadas antes de utilizadas, o uso de fundos diferentes (que alteram a cor da pasta)

sem que seja feita nova receita ou o uso incorreto da pasta (pasta velha ou com

defeito).

- Falta de uniformidade da cor: causada pela falta de uniformidade as pasta

usada ou pela pressão não uniforme na régua de estamparia.

- Toque demasiado duro: como os pigmentos são insolúveis e não tem

afinidade para com a fibra em que são depositados, muitas vezes causam um toque

38

demasiado duro e áspero. O uso de ligante com baixo ponto de vitrificação pode

reduzir o problema.

- Enviezamento: causado pelo desencaixe dos quadros. Esse problema

deverá ser solucionado junto à gravação ou verificando os parafusos de encaixe na

estamparia.

- Estampados quebrados (craquelados): ocorre quando o tecido estampado é

muito elástico e as pastas não têm a mesma elasticidade. (NEVES, 2000, p 120 -

133)

39

6. DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO

6.1. BRIEFING

O termo brief, do inglês, possui vários significados como: conciso, curto em

duração ou extensão, ou forma de transmitir instruções finais ou informação

essencial. (TREPTOW, 2003, p. 108)

Um briefing é um conjunto de instruções para o desenvolvimento de uma

coleção. Ele transmite os principais conceitos de uma coleção, painel que concentra

de modo claro e sintético o conceito da coleção e comunica as cores, materiais,

texturas, linhas, formas, volumes e outras informações importantes. A leitura estética

do briefing tem como objetivo comunicar aos envolvidos no processo de criação

quais conceitos norteará a coleção, representa a atmosfera a espírito da coleção.

(TREPTOW, 2003, p. 109)

Os briefings enviados pelos magazines para seus fornecedores apresentam o

tema abordado pela loja naquele período, as tendências que devem ser usadas, sua

cartelas de cores, forma, linhas e estampas. Baseado nesses briefings que os

fornecedores desenvolvem suas linhas para que sejam apresentadas as

compradoras dos magazines.

6.2. ELEMENTOS E PINCÍPIOS DO DESIGN

“Criar, em moda, significa gerar novos arranjos para elementos conhecidos. O

talento do designer reside em utilizar essas ferramentas para combinações originais

e que estimulem o consumo” (TREPTOW, 2003, p. 131).

De acordo com TREPTOW (2003), os elementos de design são a silhueta, a

linha, a textura e a cor. A maneira que esses elementos são usados é chamada de

princípios do design. O designer deve conhecê-lo não apenas para obedecê-los,

mas também para quebrar seus padrões de uma maneira que surpreenda o

consumidor.

40

6.2.1. Elementos do Design

Os elementos de design podem ser usados como base para o

desenvolvimento de estampas nas linhas dos magazines. É importante conhecê-los

para saber quais as possibilidades que eles apresentam no desenvolvimento.

6.2.1.1. Silhueta

Roupas, calçados e acessórios são elementos tridimensionais e relacionam-

se com o corpo de quem as usa. A silhueta, ou volume da roupa, pode acompanhar

os desenhos do corpo ou alterá-los. (TREPTOW, 2003, p. 132)

6.2.1.2. Linha

O olhar humano tende a seguir o traçado de linhas, focando sua atenção na

direção das mesmas. Essas linhas podem ser marcantes ou suaves, flexíveis ou

rígidas. As linhas são mais comumente usadas na moda nas costuras que unem as

partes de um traje ou os limites das bainhas. Essas linhas interferem na percepção

de volume. (TREPTOW, 2003, p. 132)

Na estamparia as linhas são muito usadas nas estampas corridas de listras

ou numa estampa localizada que siga uma linha reta que legue um ponto ao outro,

como os barrados ou decotes.

6.2.1.3. Textura

A relação com a roupa também o sensorial, não apenas visual, por isso a

textura é importante. O designer deve conhecer as propriedades dos diferentes

tecidos, pois o caimento de um traje será determinado pelo tecido no qual ele é

confeccionado. (TREPTOW, 2003, p. 133)

As diferentes técnicas de estamparia apresentam diferentes texturas: o glitter

é áspero, o flocado é aveludado, o relevo e o puff são percebidos ao toque, o fóil é

liso. Cabe ao designer utilizar essas técnicas quando quer passar uma determinada

impressão na sua estampa.

41

6.2.1.4. Cor

A cor é o reflexo da luz sobre um objeto. Se não há luz, não há percepção do

objeto. A cor possui três características: a gama, que se refere ao próprio nome da

cor; o valor ou contraste, que indica se a cor é clara ou escura; e a intensidade,

indicando se a cor é forte ou apagada. (TREPTOW, 2003, p. 133)

A combinação de cores de uma estampa é tão importante quanto a sua arte.

As cores escolhidas na cartela devem ficar harmoniosas entre si, para que o

desenho não cause estranheza e fique agradável ao olhar.

6.2.2. Princípios do Design

Os princípios do design são uma ferramenta para dirigir o foco da atenção em

uma criação de moda. Esses elementos estão sempre presentes, mesmo que em

forma de negação. A sensibilidade estética é o talento de dispor os elementos de

design respeitando ou contrariando seus princípios. (TREPTOW, 2003, p. 134)

6.2.2.1. Repetição

A presença da repetição é quase inevitável, devido à simetria do corpo. A

maioria das roupas são simétricas, de forma a espelhar o lado direito e esquerdo. A

ausência ou adulteração deste princípio tende a ser mais chamativa, pois não

estamos acostumados. (TREPTOW, 2003, p. 134)

A repetição é comumente utilizada nas estampas corridas, onde a repetição

ocorre para que todo o tecido seja preenchido com o desenho desejado.

6.2.2.2. Ritmo

O padrão elaborado é uma característica do ritmo, Como botões distribuídos

de dois em dois em uma camisa ou uma raportagem diagonal de uma estampa

corrida. (TREPTOW, 2003, p. 135). Um exemplo de ritmo na estamparia pode ser

42

notado em estampas corridas ou em barrados, onde os desenhos podem ser

repetidos de acordo com o ritmo desejado pelo designer.

6.2.2.3. Gradação

A gradação é uma repetição complexa, em que cada vez o padrão de

apresenta maior ou menor que o próximo em seqüência, como tecidos em degradê.

(TREPTOW, 2003, p. 135)

Na estamparia, a gradação está principalmente presente nos degradês,

estampas ombrè, cromias que terminam em esfumaçado e barrados.

6.2.2.4. Radiação

Linhas que partem de um ponto comum para direções diferentes é um

exemplo de radiação. Apresenta-se mais comumente na forma de drapeados e

franzidos, que geram linhas em um ponto de origem mais que seguem direções

diferentes. (TREPTOW, 2003, p. 136). Em estampas, a radiação pode aparecer em

desenhos localizados, como flores, buquês e desenhos abstratos, que iniciam num

ponto e seguem direções diferentes.

6.2.2.5. Contraste

O contraste é um dos princípios do design mais usados e faz com que o olhar

divida seus focos de atenção sobre duas áreas, avaliando qual é a área de maior

importância. A atenção de volta para elementos contrastados. (TREPTOW, 2003, p.

136). Este princípio é observado nas estampas principalmente no contraste das

cores na combinação. Mas pode aparecer quando desenhos com significados

opostos são usados juntos, como: flores e caveiras, corações e elementos

agressivos.

43

6.2.2.6. Harmonia

Harmonia não é o posto do contraste. Ela implica na combinação de

elementos com características parecidas. A harmonia gera sensação de unidade e

continuidade ao propor que as partes apresentem uma característica que seja

comum ao todo. (TREPTOW, 2003, p. 136 - 138)

As combinações de elementos parecidos com cores pouco contrastantes

geram artes harmoniosas. Como o uso de flores em suas cores originais (rosas

vermelhas, folhas verdes).

6.2.2.7. Equilíbrio

É a distribuição do peso e a importância visual dos elementos do design.

Sendo o corpo humano simétrico, existe uma expectativa natural por simetria e

elementos igual em ambos os lados.

O equilíbrio ainda atua na relação entre peças de cima (tops) e de baixo

(bottons). Imaginando um eixo na altura da cintura a parte de cima parece menor.

Isso pode ser compensado com maior riqueza de detalhes na parte superior.

(TREPTOW, 2003, p. 137)

Geralmente estampas são mais chamativas quando usadas em tops. As

estampas para bottons são geralmente mais discretas e com pouco contraste de cor.

6.2.2.8. Proporção

Diz respeito à maneira que se compara cada uma das partes em relação ao

todo em uma peça. O principal uso no design de moda é avaliar a utilização de

elementos. Exemplo: botões pequenos “desaparecem” em um casaco amplo.

(TREPTOW, 2003, p. 137)

Peças amplas pedem desenhos amplos e peças menores pedem desenhos

mais discretos. Esse princípio de design vale tanto para estampas corridas tanto

quanto para as estampas localizadas.

44

6.3. ELEMENTOS DE ESTILO

Uma coleção deve ter uma unidade visual, todas as peças devem manter uma

relação entre si. Essa relação é obtida através dos elementos de estilo e do tema da

coleção, com todas as peças vindas da mesma inspiração.

Os elementos de estilo são detalhes usados repetidamente, mas com

variações de um modelo para outro. Tem por objetivo criar uma unidade visual entre

as peças. Pode ser representando por uma cor que aparece mais que as outras,

pela utilização de um tecido diferenciado, mas, principalmente, pelo uso de

aviamentos e detalhes de modelagem.

Alguns desses elementos de estilo são reconhecidos pelo consumidor como

identificadores de um tema. Como as franjas para um tema western ou apache,

alfinetes de segurança para inspiração punk e as golas mandarim para inspiração

oriental. Outros, embora não sejam identificados, podem ser escolhidos pelos

designers e usados na coleção.

O designer não precisa limitar-se ao que as pesquisas apontam. Ele pode

investir em elementos de estilo que identifiquem a coleção como original e única.

Uma das estratégias conhecidas para diferenciar a marca é usar seu próprio

logotipo, como fazem a Fause Haten, Ellus, Zoomp e Fórum. (TREPTOW, 2003, p.

138)

Algumas estampas podem ser elementos de estilo de uma linha ou coleção.

Uma estampa corrida pode estar presente em várias peças da coleção, seja em

detalhes ou em toda a peça. Nas estampas localizadas é mais comum o uso de

alguns elementos que estejam presentes e todas as estampas, como: fontes,

desenhos, elementos e palavras.

6.4. DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS

Há dois tipos de estamparia: através de tecidos estampados (estamparia

corrida) ou de motivos aplicados sobre peças em lugares específicos (estamparia

localizada). O designer e responsável pela escolha ou criação desses desenhos e

pela determinação de suas variantes de cor conforme o fundo em que é aplicado.

Na criação de desenhos para estampas é importante observas as tecnologias

disponíveis. Os desenhos para estamparia podem ser desenvolvidos a mão ou em

45

um computador através de programas vetoriais ou em bitmap. Alguns programas

específicos oferecem a ferramenta de separação de cor, produzindo, em plotter, os

filmes que serão usados na gravação de quadros ou cilindros. Em estamparia, cada

cor corresponde a um quadro ou cilindro de gravação.

Na estamparia corrida, utiliza-se a repetição do padrão do desenho,

conhecida como raportagem. Essa repetição pode ou não aparecer no comprimento

do cilindro de gravação, mas fatalmente aparecerá pelo comprimento do tecido

estampado. O resultado é um tecido com desenhos gravados por toda a sua

extensão. Já a estamparia localizada é realizada sobre peças já cortadas ou mesmo

sobre peças costuradas. Seu resultado é uma gravura sem repetição sobre a peça.

(TREPTOW, 2003, p. 150 - 151)

46

7. CRONOGRAMA

Tabela 1 - Cronograma de Estágio

Atividade Horas Dias Início Fim

Leitura sobre estamparia 10 2,5 Leitura sobre desenvolvimento de

coleção 8 2 Produção do relatório de estágio 30 7,5 Observação 30 7,5 16/abr 25/abr

Pesquisa de imagens de referência 15 3,75 25/abr 30/abr

Desenvolvimento de estampas 60 15 01/mai 21/mai

Arte finalização 35 8,75 22/abr 04/jun

Combinação 20 5 05/jun 12/jun

Aprovação de bandeiras 20 5 13/jun 19/jun

Total: 180 45

47

8. ANÁLISE

Durante o período do estágio, observou-se a metodologia de desenvolvimento

e produção de estampas para as linhas, desde o recebimento do briefing por parte

do cliente, até chegar à estamparia, quando há aprovação das estampas. Entre

esses processos, faz-se a pesquisa por materiais para inspiração, o

desenvolvimento das artes e desenhos, arte-finalização e gravação de quadros.

Em virtude da grande demanda de desenvolvimento, a Têxtil Água Verde não

foca somente em uma linha de cada vez. Desenvolvem-se, simultaneamente, várias

linhas. Para a apresentação neste projeto, escolheu-se o tema Day Dream,

outono/inverno 2013, do segmento infantil do cliente Marisa. Deu-se preferência por

esta linha, pois apresentou uma grande variedade em seu desenvolvimento e

produção, com a possibilidade de demonstrar várias opções durante o decorrer do

desenvolvimento.

8.1. O BRIEFING

Recebeu-se, inicialmente, um briefing, enviado pelo setor de desenvolvimento

interno das Lojas Marisa, que serviu como guia para o desenvolvimento da linha

deste relatório.

No briefing constam formas, materiais, cores, texturas, elementos, técnicas,

tecidos, aplicações e aviamentos que se deve usar nas peças da linha. Ele contém

ainda, imagens de inspiração para as estampas a serem desenvolvidas.

Após a análise do briefing, a estilista decide quantas peças fará para a linha e

quantas destas precisarão de estampas.

O tema Day Dream remete a um dia no parque de diversões. Segundo o

briefing:

“Aqui, ainda neste universo lúdico e fantasioso, um dia no parque de

diversões faz surgir o novo tema da coleção. Os balões, o carrossel,

a roda gigante, o algodão doce... Tudo ganha cores asorvetadas e

toques de glitter. Os fits sempre muito românticos para este tema que

tem clima de sonho.” (Briefing Day Dream Inverno Marisa, 2012, p.01)

48

Figura 8 - Capa do Briefing Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

O conceito das estampas sugeridas pelo briefing gira em torno do universo

dos parques de diversões. Possui muitas fotografias vintage, brinquedos, crianças,

balões e doces típicos (maçã do amor, algodão-doce e sorvetes). Os cartazes

vintage de parques de diversão, igualmente contidos no briefing, também servem

como inspiração para estampas com mensagens românticas e delicadas. As

estampas corridas são de flores aquareladas, doces, balões e brinquedos. O glitter e

o brilho estão presentes em todos os desenhos.

49

Figura 9 - Referência para Desenvolvimento

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 10 - Referência para Desenvolvimento

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

50

Figura 11 - Referência para Desenvolvimento

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 12 - Referência para Desenvolvimento

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

8.2. ANÁLISE DO BRIEFING E BRAINSTORM

Iniciou-se desenvolvimento junto à estilista da empresa, que solicitou onze

estampas, um brainstorm para elaborar e decidir como se trabalharia o tema.

51

Decidiu-se, durante o brainstorm, que haveria desenhos feitos à mão de

meninas com objetos de parque de diversão (ursos de pelúcia, algodão doce,

pirulito), imagens similares a pôsteres de parques de diversão, silhuetas de

brinquedos e quadricromias de fotografias. As estampas se apresentariam com

formas românticas, cores pastel, elementos sugeridos no briefing, glitter, fóil,

quadricromias e desenhos de meninas.

8.3. PESQUISA DE IMAGENS DE INSPIRAÇÃO

A pesquisa de imagens para inspiração é feita logo após o brainstorm e serve

para enriquecer as referências para o desenvolvimento de estampas. Nessa etapa,

tanto a estilista quanto a desenhista procuram imagens que serão usadas como

referencia para o desenvolvimento das artes. Portanto, realizou-se uma pesquisa de

imagens que serviram de norte para o desenvolvimento das estampas.

A pesquisa é feita em sites de busca de imagens, como: Google Imagens,

Bing Imagens, Pinterest e Favim. O objetivo é buscar imagens bonitas, que

combinem com o tema e que sirvam de base ou inspiração para as estampas.

Figura 13 - Painel de Inspiração

Fonte: A Autora

52

8.4. DESENVOLVIMENTO DAS ARTES

O processo de desenvolvimento das estampas é um trabalho artístico e que

se desenvolve pensando nos processos que o seguem: a gravação e a estamparia.

Existem detalhes, durante a criação dos desenhos, que são essenciais para o

bom andamento do processo de estamparia, tais como:

- Quantidade de cores: Quanto mais cores um desenho tiver, mais quadros

serão necessários para estampar o desenho, deixando-o mais caro e mais

trabalhoso para a produção. É necessário, então, sempre estar atento a este detalhe

quando for desenhar uma estampa. Para estampas localizadas, a quantidade de

cores varia de seis a oito, de acordo com o cliente e a peça, pois se for uma peça

simples, a estampa pode ser mais cara. Para desenhos rotativos o máximo é de

quatro cores, pois acima disso o preço fica impraticável.

- Separação de cores: Quando se desenvolve um desenho, deve-se prestar

atenção ao seu desenvolvimento, separado aos poucos as cores em grupos ou

camadas, para que o processo de separação de cores para o negativo fique mais

fácil. Este processo não é obrigatório, mas economiza tempo na hora de produzir o

negativo.

- Qualidade: quando se desenvolve uma cromia ou quadricromia, a qualidade

das imagens é extremamente importante. Se uma fotografia não tem uma boa

resolução ou tamanho suficiente para impressão, a estampa não terá uma boa

qualidade.

- Malha: a malha em que a peça será fabricada também exerce influência

sobre a estampa. Uma malha com textura como a do flame deixa a qualidade de

cromias e quadricromias muito baixa, pois sua textura impede que o quadro toque

uniformemente a peça. Malhas com devore também tendem a tirar um pouco da

qualidade das estampas. Malhas caneladas, quando esticadas, fazem a estampa

ficar craquelada e com falhas. As malhas lisas são as mais indicadas para receber

as estampas, mas nada impede que uma quadricromia seja estampada por cima de

meia malha flame, só é preciso saber que a qualidade ficará inferior.

- Cor da peça: peças de cores escuras ou muito saturadas necessitam de um

fundo branco chapado para que a estampa fique com boa qualidade. O fundo branco

é usado principalmente em quadricromias e em personagens.

53

- Tamanho: Deve-se medir o desenho no molde da peça que a estampa será

aplicada, para que se imprima o negativo tamanho correto, e, conseqüentemente,

grave-se o quadro. É importante saber que um desenho tem que caber em todos os

tamanhos da grade de peça, que no caso da linha feita no estágio é do tamanho

quatro aos 10.

Devem-se respeitar todos estes detalhes no momento em que a estampa é

desenvolvida. Assim os erros se tornam mais raros, economiza-se tempo e dinheiro,

pois não há necessidade de refazer nenhuma estampa regravar quadros, estampar

novas peças e descartar as peças erradas.

Depois de colocar o desenho dentro de todas as especificações necessárias,

estilista o aprova e então se inicia a fase de arte-finalização e produção do

negativo/fotolito.

O fotolito é separação das cores do desenho impressas em preto sobre filme

transparente. Faz-se esta separação para que se grave cada cor em um quadro

diferente e, posteriormente, estampe-os nas peças.

Separa-se das cores no software de ilustração onde se finaliza o desenho

seja o Adobe Photoshop ou o Corel Draw. Cada tipo de desenho necessita de uma

técnica diferente para que as cores sejam separadas.

Após a separação das cores dos desenhos, o arquivo é impresso em filme

transparente, para que possa ser encaminhado ao setor de gravação e estamparia,

onde os quadros são gravados e as primeiras amostras são feitas.

8.4.1. Desenvolvimento Desenhos Manuais

A compradora do setor de roupas infantis da Marisa gosta muito de desenhos

a mão. Bonequinhas delicadas, com traços feitos de nanquim, irregulares e

delicados. Esse tipo de estampa chama muita atenção na peça e vende bastante.

Desenvolvem-se, então, algumas estampas com essa técnica nas linhas deste

segmento.

8.4.1.1. Referência 5445

Planejou-se para a estampa da referencia 5445 desenhar uma menina

segurando um grande urso de pelúcia, como aqueles distribuídos como prêmios nos

parques de diversão. O desenho inicial pode ser conferido na Figura 14.

54

Figura 14 - Desenho Inicial

Fonte: A Autora

Desenhou-se o padrão de poás na lateral da folha para depois ser inserido no

vestido da menina. Somente se desenhou um olho no rosto da menina da ilustração

para depois, na arte finalização, ele fosse duplicado e espelhado para o outro lado,

fazendo com que os olhos fiquem perfeitamente simétricos. Depois do desenho

finalizado, observou-se que a menina estava com um vestido sem mangas e usando

sandálias, mas como a peça onde esta estampa seria aplicada seria vendida no

inverno, ela deveria vestir roupas mais quentes. Adicionou-se, então, um bolero e

uma sapatilha com meia (Figura 15).

55

Figura 15 - Desenho do Bolero e da Sapatilha com Meia

Fonte: A Autora

Quando se apresentou o desenho para a estilista, ela não aprovou o rosto e

do cabelo da menina, pois ela queria algo mais delicado. Então se apresentou outra

opção para a cabeça (Figura 16). Ela ainda sugeriu que se desenhasse um balão

amarrado à mão do ursinho e mais um cordão (Figura 17), para que se adicionasse

um aplique de tachas em formato de balão.

56

Figura 16 - Nova opção de Cabeça

Fonte: A Autora

Figura 17 - Desenho de Balão

Fonte: A Autora

57

Assim que se finalizou o desenho e o mesmo recebeu contorno de caneta

nanquim. Logo após, se digitalizou, tratou coloriu o desenho no software de

computador Adobe Photoshop. Durante a arte finalização decidiu-se colocar um

letreiro ao lado da menina, que remetesse a diversão com os amigos. Nem todos os

elementos do desenho recebem preenchimento, somente os mais importantes e de

destaque, como o vestido, o bolero, o balão, sapatilhas, meias, boca e detalhes do

ursinho. Nesta estampa foram usadas cinco cores, o que a deixa dentro do limite de

cores.

Adicionou-se glitter em alguns detalhes da estampa, para que haja brilho,

como pedido no briefing. Adicionou-se ainda mais brilho pelo aplique de tachas em

forma de coração que foi aplicado, imitando um balão.

Figura 18 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

Após a finalização do desenho e sua aprovação, foi necessário fazer o

negativo da arte para que os quadros sejam gravados. Neste desenho o fez-se o

fotolito no seu software de origem, o Adobe Photoshop. As suas cores foram

separadas em camadas e depois importadas para o programa Corel Draw, para que

a cruz de encaixe fosse colocada, e depois o arquivo foi impresso.

58

Figura 19 - Arquivo de Fotolito do Desenho

Fonte: A Autora

Na Figura 19 observa-se que cada imagem se refere a uma das cores do

desenho, inclusive efeitos de estamparia, como o glitter, nesta peça.

Figura 20 - Desenho Estampado na Peça

Fonte: A Autora

59

Figura 21 - Detalhe do Desenho Estampado

Fonte: A Autora

Pode-se observar nas Figura 20 e Figura 21 os detalhes da estampa: o glitter

no vestido, a cromia nos detalhes do urso e o aplique de tachas.

8.4.1.2. Referência 5447

Usando a mesma técnica de desenho à mão desenvolveu-se a estampa para

a referência 5447. Os passos para seu desenvolvimento foram parecidos com a arte

da referência 5445. A ideia principal era de representar uma menina segurando

outro urso de pelúcia e um pirulito. A Figura 22 mostra um esboço desta ideia.

60

Figura 22 - Desenho Inicial

Fonte: A Autora

A estilista apontou que o rosto da menina podia ser mais delicado e parecido

com o utilizado na primeira estampa. Redesenhou-se, então, a cabeça da menina

(Figura 23), tendo como referencia a estampa 5445.

61

Figura 23 - Nova Opção de Cabeça

Fonte: A Autora

Na arte finalização da estampa decidiu-se, juntamente com a estilista,

adicionar uma faixa colorida na cabeça da menina, colorir os olhos e a boca,

adicionar foil multicolorido no pirulito e pasta perolada no corpo do urso. Utilizou-se o

foil e a pasta perolada para dar brilho a estampa.

62

Figura 24 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

O processo de finalização deste desenho foi muito parecido com o da

referência 5445. Fez-se a separação de cores no Adobe Photoshop e depois se

importou as camadas para o Corel Draw para que se adicionassem as cruzes de

encaixe. Na Figura 25 observa-se o arquivo do negativo.

63

Figura 25 - Arquivo de Negativo

Fonte: A Autora

Figura 26 - Desenho Estampado na Peça

Fonte: A Autora

64

Figura 27 - Detalhe do Desenho Estampado

Fonte: A Autora

Pode-se observa na Figura 27 o uso do foil multicolorido para dar cor e brilho

ao pirulito. Utilizou-se no urso a pasta perolada na cor prata, que concede um leve

brilho.

8.4.1.3. Referência 5404

Para a referencia 5404 planejou-se uma estampa de um carrossel com

detalhes vintage. Foram usadas algumas imagens de carrosséis antigos

pesquisadas na internet.

Após analisar algumas características destes carrosséis, como traços,

elementos, cores e formas, desenvolveu-se o desenho (Figura 28).

65

Figura 28 - Desenho Inicial

Fonte: A Autora

Este desenho foi aprovado já nesta etapa, não houve necessidade de refazê-

lo. Então logo se iniciou o processo de finalização e coloração.

66

Figura 29 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

Apesar da aprovação do desenho, cortou-se esta referência da linha. Então

se descartou o desenho.

8.4.2. Quadricromias

Solicitaram-se três quadricromias para esta linha. Essas estampas

representariam meninas aproveitando um dia no parque de diversões.

O cliente Marisa é muito rigoroso em relação ao uso de imagens nas

estampas, nenhuma modelo pode aparecer nas estampas sem que haja uma

autorização de uso de imagem assinada por ela ou responsável. Por isso a empresa

fotografa suas próprias modelos quando há necessidade. Como a estilista solicitou

este tipo de estampa, organizou-se uma tarde para tirar as fotos das modelos para

fazer as estampas.

Como não há parques de diversões na região para servir de locação, foi

decidiu-se fazer a sessão de fotos em estúdio com as modelos e depois colocar no

fundo fotos de parque de diversões. Para isso, reservou-se o laboratório de

fotografia da Católica da Santa Catarina.

67

Para essas fotos, necessitaram-se duas modelos, entre cinco e oito anos.

Então se contratou duas modelos: Letícia e Isabela, cinco e sete anos,

respectivamente.

No dia anterior à sessão de fotos foram adquiridos todos os itens necessários

para as fotos: algodão doce, pirulito, ursinho de pelúcia, arcos com orelhas, roupas,

sapatos e maquiagem.

Participaram da sessão de fotos as três estilistas e a desenhista. Como a

desenhista trataria as fotos, ela fotografou as modelos, pois já tinha ideia dos

ângulos que usaria nas estampas. A sessão de fotos resultou na Figura 30, Figura

31, Figura 32, Figura 33, Figura 34 e Figura 35.

Figura 30 - Foto das Modelos Em Estúdio

Fonte: A Autora

68

Figura 31 - Foto da Modelo em Estúdio

Fonte: A Autora

Figura 32 - Foto da Modelo Em Estúdio

Fonte: A Autora

69

Figura 33 - Foto da Modelo em Estúdio

Fonte: A Autora

Figura 34 - Foto da Modelo em Estúdio

Fonte: A Autora

70

Figura 35 - Foto das Modelos em Estúdio

Fonte: A Autora

A desenhista tratou, recortou e combinou estas fotos com imagens retiradas

de sites da internet. O que resultou em duas estampas, que serão apresentadas

posteriormente.

8.4.2.1. Referência 5458

Para a referência 5458, utilizou-se uma imagem de fundo com a modelo

recortada na frente (Figura 36).

71

Figura 36 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

Fez-se o negativo deste desenho no software Adobe Photoshop, onde este

separou o desenho nas quatro camadas de cores estilo CMYK (ciano, magenta,

amarelo e preto). Em seguida, são necessários alguns ajustes nas camadas, para

que o desenho esteja pronto e o negativo seja impresso. Então, as camadas são

importadas para o Corel Draw, adicionam-se as cruzes de encaixe e o arquivo é

impresso no filme.

72

Figura 37 - Arquivo do Negativo

Fonte: A Autora

Seguindo a gravação do quadro, estampou-se a peça conforme Figura 38.

Figura 38 - Desenho Estampado na Peça

Fonte: A Autora

73

Apesar da estampa ser uma quadricromia, a estilista optou por estampá-la

sobre malha de cor amarelo claro, o que alterou as cores da estampa. Porém

aprovou-se o resultado final. A malha utilizada na peça, além de colorida, é flame. O

que causa algumas falhas na estampa, como se nota na Figura 39.

Figura 39 - Detalhe do Desenho Estampado

Fonte: A Autora

Neste caso, estas falhas não afetaram a qualidade e a resolução da estampa,

por isso manteve-se a estampa nesta peça.

8.4.2.2. Referência 5455

Para a referência 5455 recortou-se, tratou-se e adicionou-se um fundo à foto.

O resultado pode ser observado na Figura 40.

74

Figura 40 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

A primeira bandeira estampada apresentou alguns problemas, como se

observa na Figura 41.

75

Figura 41 - Detalhe da Estampa

Fonte: A Autora

Observa-se na Figura 41 que a estampa ficou muito clara e não apresentou

boa definição. A malha flame também adicionou algumas falhas ao desenho. Parra

corrigir este problema refez-se o desenho, tornando algumas áreas mais nítidas e

escuras, para que o negativo e o quadro fiquem mais nítidos também.

Fez-se a separação de cores deste desenho também através do software

Adobe Photoshop, que separa o desenho nas cores CMYK. Depois as camadas

foram importadas no Corel Draw e as cruzes de encaixe foram adicionadas.

76

Figura 42 - Arquivo de Negativo

Fonte: A Autora

Depois que da reimpressão do negativo, constatou-se que não teria como

estampar e costurar a peça a tempo para a entrega da linha, então a mesma foi

cancelada.

8.4.2.3. Referência 5415

A quadricromia desenvolvida para a referência 5415 foi um pedido do cliente,

que enviou a imagem e pediu que se fizesse estampa exatamente com determinada

imagem. Neste caso, somente alguns ajustes foram necessários, como brilho,

saturação e nitidez para que a imagem ficasse boa para estampar. Fez-se os ajustes

referentes o tamanho de estampa e acabamento. Pode-se observar desenho na

Figura 43.

77

Figura 43 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

Fez-se a separação de cores deste desenho da mesma maneira que as

quadricromias das referências 5455 e 5458.

78

Figura 44 - Arquivo de Negativo

Fonte: A Autora

Para trazer brilho à estampa, adicionou-se um texto em glitter na base do

desenho. Pode-se observar o resultado na Figura 45.

79

Figura 45 - Desenho Estampado na Peça

Fonte: A Autora

Estampou-se o desenho em malha lisa e fundo branco, o que garantiu uma

boa qualidade ao desenho.

Figura 46 - Detalhe do Desenho Estampado

Fonte: A Autora

80

Na Figura 46 pode-se observar o detalhe do texto com glitter do desenho.

8.4.3. Elementos dos Parques de Diversão

Havia uma necessidade de mostrar em algumas estampas os elementos mais

comuns encontrados em parques de diversão, como: balões, algodão doce, maçã do

amor, pipoca, ursos e etc.

8.4.3.1. Referência 5398

O primeiro desenho desenvolvido, o da referência 5398, trouxe balões me sua

composição. Para remeter aos vendedores de balões nos parques, desenhou-se

uma grande quantidade de balões formando um conjunto. Adicionou-se um texto ao

desenho, pois a parte inferior estava muito vazia e faltava equilíbrio para o desenho.

Figura 47 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

81

Adicionou-se glitter aos balões, para que a estampa tivesse brilho, conforme

solicitado no briefing.

Fez- se a separação de cores desta referência no software Corel Draw. Para

que as cores se encaixassem, coloca-se uma cruz de encaixe no desenho e após

duplica-se o mesmo de acordo com a quantidade de cores que ele tem (5 cores = 5

cópias). Então, separadamente, separa-se cada cor, pintando-a de preto e as outras

de branco. O glitter é contado como uma cor a mais, pinta-se então de preto todos

os elementos que receberão o glitter.

Figura 48 - Arquivo de Negativo

Fonte: A Autora

O resultado pode ser conferido na Figura 49.

82

Figura 49 - Desenho Estampado na Peça

Fonte: A Autora

Depois da peça estampada, a estilista adicionou um laço de cetim à estampa

na junção dos cordões dos balões, o que deu a impressão deles estarem amarrados

com esta fita de cetim.

Figura 50 - Detalhe do Desenho Estampado

Fonte: A Autora

83

Na Figura 50 temos um detalhe dos balões com o glitter.

8.4.3.2. Referência 5401

Para a referência 5401, desenhou-se um texto com uma tipografia bem

divertida e diferente, remetendo à diversão. Adicionaram-se alguns balões ao topo.

A frase escolhida remete á se divertir em um parque de diversões.

Figura 51 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

Para a separação de cores utilizou-se o software Corel Draw, em um

processo igual ao descrito na referência 5398.

84

Figura 52 - Arquivo de Negativo

Fonte: A Autora

Observa-se na

Figura 53 o desenho estampado na peça.

85

Figura 53 - Desenho Estampado na Peça

Fonte: A Autora

Na estampa, adicionou-se glitter à palavra let’s. Colocou-se glitter por cima da

pasta comum colorida na palavra fun e nos balões.

86

Figura 54 - Detalhe da Peça Estampada

Fonte: A Autora

8.4.3.3. Referência 5440

Na arte da referência 5440, os ursos de pelúcia dados como prenda nos jogos

dos parques foram representados.

87

Figura 55 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

Estilizou-se o desenho, para que não ficasse literal. Usou-se somente a

silhueta do urso e preencheu-a com um padrão de renda, para que ficasse delicado.

Usou-se este padrão de renda em outra referência de uma linha anterior, para que

não precisasse refazer o desenho. Desenhou-se o balão sem o padrão de renda,

para que servisse como base para um bordado de paetês.

Fez-se a separação de cores para esta referência da mesma maneira que a

da referência 5398. Observa-se na Figura 56 o arquivo do negativo.

88

Figura 56 - Arquivo de Negativo

Fonte: A Autora

Figura 57 - Desenho Estampado na Peça

Fonte: A Autora

Na Figura 57 pode-se observar o resultado da estampa com o bordado de

paetês. Utilizou-se nesta estampa a técnica de relevo.

89

8.4.4. Rapports (estampas corridas)

Solicitou-se para a linha Day Dream dois rapports, ou estampas corridas.

Rapports são desenhos utilizados para a estamparia com cilindros. Há uma

técnica para fazê-los, já que é preciso que o desenho encaixe lado a lado e suas

extremidades superiores e inferiores.

Para um desenho em rapport, é necessário que o mesmo tenha as

dimensões: 50 cm de largura e 64 cm de altura. Dentro desta área, os elementos

são posicionados de forma que se repitam.

Aprendeu-se esta técnica durante o estágio na empresa Têxtil Água Verde e

também nas aulas de Desenho na Universidade.

8.4.4.1. Referência 5438

O rapport da referência 5438 representa vários corações sobrepostos,

com traços bem simples. Não houve nenhuma alteração neste desenho, aprovou-se

a arte na primeira geração de alternativas. Na

90

Figura 58 observa-se a arte.

91

Figura 58 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

Todos os desenhos em rapport são abertos no tamanho 70x80cm, para que

sejam gravados nos maiores quadros. Assim podem-se estampar as peças de

amostra antes de abrir um cilindro para a estamparia corrida.

92

Figura 59 - Arquivo de Negativo

Fonte: A Autora

Nas Figura 60 e Figura 61 temos o resultado da estampa em duas peças:

Figura 60 - Desenho Estampado na Peça

Fonte: A Autora

93

Figura 61 - Desenhos Estampado na Peça

Fonte: A Autora

Estampou-se o desenho na cor preta sobre malha azul.

8.4.4.2. Referência 5406

O rapport da referência 5406 representa vários pequenos balões, elemento

que é encontrado nos parques de diversões. Apresenta-se o resultado na Figura 62.

94

Figura 62 - Desenho Finalizado

Fonte: A Autora

Apesar da aprovação do desenho por parte da estilista, descartou-se a

referência da linha desenvolvida para a Marisa, não havendo necessidade de abrir

quadro.

95

9. CONCLUSÃO

O relatório apresenta as atividades desenvolvidas pelo acadêmico do curso

de Moda, sendo utilizadas disciplinas cursadas na faculdade, alcançando-se o

propósito de entender como funcionam na prática algumas teorias aprendidas em

sala de aula.

Através do estudo mais aprofundado sobre a história da estampa, técnicas de

estamparia modernas e metodologias de desenvolvimento de coleção, pôde-se

desenvolver uma linha de onze estampas para o tema Day Dream da linha de

inverno do cliente Marisa.

A obtenção dos resultados positivos foi uma conseqüência da boa

compreensão de como funciona o método de desenvolvimento de coleção e

estamparia, pois aplicada à rotina da empresa Têxtil Água Verde, pode-se entender

o desenvolvimento como um todo.

O trabalho mostra como foram desenvolvidas as artes, as pesquisas feitas, a

geração de alternativas, as dificuldades, erros e acertos que ocorreram durante o

período de estágio.

No início do período de estágio houve muita dificuldade na busca de

bibliografia especializada em estamparia têxtil. Há poucos livros sobre gravação de

quadros, defeitos de estamparia, separação de cores e técnicas de estamparia

disponíveis para consulta acadêmica.

O auxílio de profissionais qualificados, tanto os funcionários da empresa Têxtil

Água Verde quanto à professora orientadora Marisa, foi primordial na obtenção dos

resultados de análise de forma completa.

Com a aplicação do conteúdo aprendido durante a faculdade, pôde-se

desenvolver uma linha que agradou muito a compradora e rendendo vários elogios

por parte da mesma. A recepção da compradora das lojas Marisa com relação à

linha Day Dream foi positivamente bem aceita, gerando um resultado satisfatório

para a empresa, que obteve vendas acima da média.

Conclui-se, assim, que com o uso correto das disciplinas aprendidas durante

o curso de Moda, o acadêmico é em muito auxiliado na obtenção de melhores

resultados e a satisfação de seu empregador em seu trabalho profissional,

comparativamente a uma situação inversa (de não haver cursado a faculdade). De

fato, a síntese de conhecimentos obtidos nas disciplinas estudadas aumenta a

96

capacidade e a qualidade na identificação de soluções para os problemas gerados

durante a jornada de trabalho.

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ANEXO 01 – BRIEFING DAY DREAM MARISA / INVERNO 2013

Figura 63 - Capa Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 64 - Página 01 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

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Figura 65 - Página 02 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 66 - Página 03 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

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Figura 67 - Página 04 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 68 - Página 05 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

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Figura 69 - Página 06 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 70 - Página 07 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

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Figura 71 - Página 08 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 72 - Página 09 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

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Figura 73 - Página 10 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 74 - Página 11 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

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Figura 75 - Página 12 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

Figura 76 - Página 13 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

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Figura 77 - Página 14 Briefing Day Dream Marisa

Fonte: Briefing Day Dream Inverno Marisa – Coordenação de Moda e Estilo Marisa

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REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,

1999. 202 p. NEVES, Jorge. Manual de Estamparia Têxtil. 7 ed. Portugal: Tecminho, 2000. 176 p.

Pequenas Empresas Grandes Negócios, Moda brasileira é destaque no mercado internacional, Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0, EMI299544-17180,00-MODA+BRASILEIRA+E+DESTAQUE+NO+MERCADO+INTERNACIONAL.html>. Acesso em: 10 jun. 2012

TREPTOW, Doris. Inventando Moda: Planejamento de Coleção. 2. Ed. Brusque: D.

Treptow, 2003. 209 p.

YAMANE, Laura Ayako. Estamparia Têxtil. Ano 2008. 124 f. Dissertação (Artes

Visuais) – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-20052009-132356/pt-br.php>. Acesso em: 19 maio 2012.

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Acadêmico

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Professor Orientador

Jaraguá do Sul, 19 de novembro de 2012.