projeto mestrado revisado bia 1
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃOPRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
COORDENADORIA DE PÓS-GRADUAÇÃOPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO SOCIOESPACIAL E
REGIONAL
BEATRIZ DE FÁTIMA COSTA
REDES SOCIAIS: novas possibilidades didático-metodológicas no
processo de ensino-aprendizagem?
São Luís
2015
BEATRIZ DE FÁTIMA COSTA
REDES SOCIAIS: novas possibilidades didático-metodológicas no
processo de ensino-aprendizagem?
Projeto de pesquisa apresentado àcomissão examinadora do Programa de
Pós-Graduação em DesenvolvimentoSocioespacial e Regional daUniversidade Estadual do Maranhão(UEMA) como pré-requisito de acessoao programa de Pós-Graduação em nívelde Mestrado.
Linha de Pesquisa: Estado, Trabalho,Globalização e Movimentos Sociais.
São Luís
2015
SUMÁRIO
1 JUSTIFICATIVA 3
2 PROBLEMATIZAÇÃO 10
3 OBJETIVOS 12
3.1 Objetivo geral 12
3.2 Objetivos específicos 12
4 METODOLOGIA 13
5 CRONOGRAMA 15
REFERÊNCIAS.................................................16
3
1 JUSTIFICATIVA
O momento atual é caracterizado por grandes
transformações tecnológicas, reflexo direto do processo de
globalização e mais precisamente pela evolução da chamada
Revolução Técnico-científica, e como tal se fazem presentes no
cotidiano da grande maioria das pessoas, dentre elas os alunos
que fazem uso ininterrupto de celulares, fazem vídeos circular
pela sala de aula, postam fotos, trocam músicas navegam na
internet, usam a tecnologia wifi e se comunicam através das
redes sociais.
Desse modo, a maior parte dos professores sente
dificuldades em prender atenção dos alunos ou mesmo repassar
conhecimentos pelo método tradicional de ensino, por isso faz-
se necessário pensar em utilizar as redes sociais como aliadas
no processo educativo, por fazerem parte do dia a dia de
grande parte dos alunos, tendo a possibilidade de despertara
curiosidade, novas formas de pensar, sentir e agir sobre o
mundo e sendo capaz até mesmo de instigá-los a leitura,
produção textual, reflexão e senso crítico, desde que as aulas
com esse recurso sejam bem utilizadas e planejadas.
As redes sociais, produtos oriundos do desenvolvimento
das tecnologias da informação e comunicação constituem espaços
de aprendizagem; já que, nelas, os estudantes desenvolvem
diversas práticas de leitura e escrita, para estabelecer
interação com outrem, por isso são concebidas como espaços de
atuação, de interação, de entretenimento e de socialização
despertando grandes possibilidades de aprendizagem.
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Acerca disso, Oliveira Júnior; Ferreira (apud ALBERTON
et al, 2014, p. 3) comenta-se que:A informática e as telecomunicações têm oportunizadonovas maneiras de convivência entre os homens e, atémesmo, têm modificado as relações do homem com otrabalho e com a própria inteligência, fazendo emergir(neo) formas de leitura, escrita e de aprendizagemdiversas. Assim como, no início do século XX, os avançosnas áreas da impressão, mecanografia, da química, dosmeios de transporte, dentre outros, causaramtransformações antes inimagináveis na Europa, culminandonum processo de desenvolvimento técnico-científico semprecedentes; de forma similar, na contemporaneidade, astecnologias digitais e os produtos dela resultantes,como as redes sociais, despertam inéditas possibilidadesde sociabilização.
Por essa razão, considera-se extremamente importante
investigar de que forma as redes sociais têm sido usadas na
perspectiva da aprendizagem com o intuito de proporcionar uma
aprendizagem crítico-reflexiva e atualizada acerca dos
produtos de linguagem bem como as percepções de professores e
alunos sobre a influência das redes sociais enquanto
facilitadoras desse processo.
No contexto educacional, a utilização das redes sociais
promove a democratização do ensino, a propagação do
conhecimento, a interatividade e a flexibilidade no ritmo de
estudo, portanto amplia as possibilidades de inovação e
aprendizado através do seu poder de compartilhamento (BARROS et
al, 2011).
É inegável que há um grande número de alunos inseridos
nas redes sociais, tais como facebook, you tube, whatsapp, twitter, o
que demonstra a necessidade em buscar instrumentos adequados
ao alcance de uma adaptação didática a esse contexto. O foco
maior dessas redes é o entretenimento, mas se forem bem
5
utilizadas, as redes sociais podem se tornar valiosos espaços
para que ocorra um processo contínuo de aprendizagem, tendo em
vista que se pode utilizá-las no fazer pedagógico,
ultrapassando as barreiras arquitetônicas do ambiente escolar
e aproximando cada vez mais o educador da realidade do
educando.
Isso pode ser claramente percebido com criação de
grupos no whatsapp e facebook para disponibilizar notícias,
informações e conhecimentos acerca de determinado assunto ou
matéria, instigando o debate, crítica e mesmo exposição de
opiniões.
Exige-se, portanto, dos educadores um novo perfil, haja
vista que as redes sociais são instrumentos costumeiros para
os alunos e se constituem em recursos pedagógicos como estudo
em grupo, troca de informações e conhecimentos e aprendizagem
colaborativa e significativa.
A evolução do mundo e todas as suas dimensões
acompanham esse ritmo evolutivo, e na esfera educacional, é
papel do docente estar a par dos novos paradigmas e
perspectivas da atualidade para que saiba lidar com essas
mudanças, trilhando os caminhos dessa modernização, buscando
aprender e manusear as novas ferramentas e tecnologias,
socializar-se e dominar tais ferramentas de comunicação
levando as mudanças e novidades tecnológicas do mundo para a
área educacional, inserindo e orientando os alunos na
utilização de tais ferramentas e utilizando-as a favor do
ensino.
6
O profissional que realiza a mediação pedagógica tem,
“dentre outras qualidades, facilidade de comunicação,
dinamismo, criatividade, liderança e iniciativa para realizar
com eficácia o trabalho de facilitador junto ao grupo de
alunos sob sua tutoria” (GONZALEZ, 2005, p. 81).
Nesse sentido, novas propostas pedagógicas são
propagadas o que requer novas formas de ensinar, através da
contextualização e da interdisciplinaridade, utilizando-se das
mais variadas ferramentas, estratégias e recursos, que são bem
familiares dos alunos e favorece a construção efetiva e
significativa do conhecimento.
Nesse ínterim, Araújo assevera que:Na perspectiva de desenvolver as variadas formas deinteligência que o ser humano possui, o pensamentocrítico-analítico dos educandos, é válido que seutilizem recursos diferenciados no processo de ensino-aprendizagem, recursos estes mais “conectados” com arealidade desse público, do qual a escola não pode semanter distante. Ou seja, considerando que o perfil doaprendiz não é mais o mesmo de antes, e que também asfontes de informação, os estímulos e desafios são maisvariados, fazendo com que as crianças e jovens de hojesejam mais ativos, questionadores e participantes em seuprocesso de aprendizagem. Eles procuram conhecimentosque sejam válidos, úteis e relacionados às suasatividades e muitos não se identificam com perspectivastradicionais de ensino, nas quais lhes é dado o papel demais contemplar o saber do que participar da construçãodo mesmo. (ARAÚJO, 2010, p. 6)
Para Bandeira (2010, online), “numa era onde as relações
técnicas começam a ganhar mais terreno que as relações
humanas, a educação precisa fincar suas estacas e mostrar que
acompanha a alucinante revolução da informação”.
Os professores contribuem através da mediação que
realiza nos seminários, debates, busca aprofundar os temas
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propostos, integrar e inter-relacionar saberes, sintetiza
ideias, além de orientar ao aluno como em utilizar as redes
sociais de maneira consciente e proveitosa e conseguir filtrar
o que realmente se faz importante.
Para Lemos e Lévy (2010, p. 23), “os brasileiros são
ativos produtores de informação e participantes das redes
sociais”, o que exige por sua vez uma nova postura e um novo
perfil do professor que precisa usar estas ferramentas em
favor da construção de uma nova metodologia de ensino-
aprendizagem.
Sendo assim, considera-se que: o ensino via redes pode ser uma dinâmica motivadora.Mesclam-se nas redes informáticas – na própria situaçãode produção de conhecimento – autores e leitores,professores e alunos. As possibilidades comunicativas ea facilidade de acesso às informações favorecem aformação de equipes interdisciplinares de professores ealunos, orientadas para a elaboração de projetos quevisem a superação de desafios ao conhecimento; equipespreocupadas com a articulação do ensino com a realidadeem que os alunos se encontram, procurando a melhorcompreensão dos problemas e das situações encontradasnos ambientes em que vivem ou no contexto social geralda época em que vivemos. (KENSKI, 2010, p. 74)
Percebe-se assim que a educação atual tem como maior
desafio estabelecer junto à sociedade uma relação de ensino-
aprendizagem que atenda aos seus interesses e esteja conexo
com os objetivos pedagógicos da escola, e como tal (re)pensar
as redes sociais que se fazem presentes no cotidiano da maior
parte dos jovens.
Por isso pretende-se discutir as redes sociais e seus
impactos na educação, com destaque para as suas contribuições
ao processo de ensino-aprendizagem.
8
Lévy vai além desse conceito, comentando que: A inteligência coletiva que favorece a cibercultura é aomesmo tempo um veneno para aqueles que dela nãoparticipam (e ninguém pode participar completamentedela, de tão vasta e multiforme que é) e um remédio paraaqueles que mergulham em seus turbilhões e conseguemcontrolar a própria deriva no meio de suas correntes(LÉVY, 2010, p. 30)
Em virtude disso é que os educadores precisam estar
preparados para as novas perspectivas decorrentes do advento
da internet e de todo o aparato tecnológico que pode ser
bastante útil para deslanchar o aprendizado horizontalmente,
com a interação do aluno com aluno, na troca de informações,
através de pesquisas e debates promovidos em sala de aula.
Conveniente frisar que essas ferramentas não tem o
condão de substituir o ensino nem o professor em sala de aula,
mas devem ter como objetivo principal o de promover e
facilitar um aprendizado mais eficaz e que seja capaz de
motivar e estimular os alunos a identificarem suas
dificuldades e propor soluções para resolvê-las de uma maneira
bem difere3nte das convencionais e observadas nas salas de
aula.
Um dos papéis da escola na atualidade consiste em
destacar a postura crítica necessária diante das novas mídias,
cabendo à escola a responsabilidade de inserir as novas
linguagens e saberes que permeiam estas novas tecnologias e
adotá-las como recursos no ambiente escolar (BARBERO, 2011).
A maior proximidade entre docentes e discentes nas
redes sociais permite a criação e fortalecimento de vínculos
sociais, o que representa um verdadeiro avanço na cultura
educacional das instituições, de modo que se pode perceber o
9
quão as redes sociais podem contribuir com sucesso para o
aprendizado desde que sejam trabalhadas com responsabilidade e
focadas na construção do conhecimento.
Segundo Lévy (1999, p.171): a competência do professor deve deslocar-se no sentidode incentivar a aprendizagem e o pensamento. Suaatividade será centrada no acompanhamento e na gestãodas aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, amediação relacional e simbólica, a pilotagempersonalizada dos percursos de aprendizagem etc.
Desse modo, é possível o professor conhecer a história
de vida, a rotina do aluno, sua visão de mundo através daquilo
que ele comenta, posta, publica, de forma que essa aproximação
por meio do mundo digital é um pré-requisito relevante para
que se possa ter eficiência e eficácia no espaço escolar.De acordo com Koehler e Carvalho(2013, p.4-5):
As redes sociais servem para dois fins. Primeiro,organizar o espaço de comunicação e interação no mundoglobalizado e interconectado, no qual se produzem formasdiferentes de ações coletivas, de expressão deidentidades, de conhecimentos e de informações. Segundo,mostrar mudanças no modo de comunicação e interaçãoentre as pessoas, na forma de como as pessoas sesocializam, se conhecem, como aprendem, escrevem e comoforma de fonte do conhecimento globalizado.
A escola e os profissionais da educação precisam
considerar o interesse dos alunos pelas redes sociais para que
assim pensem em reforçar a aprendizagem por meio de estímulos
que permitam os alunos interagirem entre si e se sintam
motivados a participar das atividades a serem propostas pelos
docentes nas redes sociais como criação de grupos para
interagir em fóruns, partilhar dados e produzir documentos de
forma coletiva.
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Percebe-se assim que as redes sociais cria um ambiente
propício em que possibilita trabalhar habilidades e
competências desejadas nos currículos educacionais tais como,
apreciar as inúmeras informações de naturezas diversas que
estão acessíveis e saber decidir quais são de real importância
para o seu objetivo, desenvolvendo assim a capacidade de
análise, organização e avaliação crítica de informação, além
de aprimorar competências que permitam a sua comunicação
(MINHOTO; MEIRINHOS, 2011).
Queiroz (2011, p. 11.232) ressalta que “na sociedade
atual, as redes sociais, disponibilizadas na Internet, são
indispensáveis para a comunicação entre as pessoas, as quais
diversificam o uso das mesmas para os mais variados fins”.
Importante mencionar Alves e Leite (2000) quando
comentam que a construção do conhecimento não é linear, mas se
pauta nas inúmeras conexões e interações realizadas pelos
indivíduos.
Destaca-se ainda Harasim (2005) quando assegura que
redes de aprendizagem são grupos de pessoas unidas por um
objetivo comum que trocam informações, ideias, conhecimentos e
buscam trabalhar com atividades que primem pela resolução de
problemas e busquem novas formar de adquirir conhecimentos.
“Dentro dessa perspectiva, acredita-se que as novas
relações sociais, estabelecidas por intermédio das
tecnologias, acabam por se constituir numa rede de informação
em que a interação se faz presente e, por conseguinte, o fluxo
de informação cada vez mais intenso” (RIBAS; ZIVIANI, 2008, p.
3).
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O maior desafio a ser enfrentado na era das redes
sociais encontra-se em buscar propor estratégias pedagógicas,
atividades motivadoras e projetos que conduzam à construção do
conhecimento, numa perspectiva muito maior em se buscar
promover uma “inclusão cognitiva” e não meramente e apenas uma
inclusão digital.
Consegue-se verificar que de modo geral o uso das redes
sociais no processo educacional favorece a desenvolvimento do
pensamento crítico; a facilidade em resolver problemas; o agir
coletivamente (trabalhar em equipe); desenvolve a comunicação,
a escrita, a criatividade, a autonomia, liderança,
adaptabilidade, responsabilidade e cidadania.
Os recursos oferecidos pelo twitter, whatsapp e facebook, bem
como outras redes sociais de menor expressão auxiliam na
educação e na transmissão de conhecimento já que agrega
pessoas de diferentes níveis.
Nessa mesma perspectiva, Caritá et al (2011, p.3) afirmam
que através das redes sociais “os professores podem dirimir
dúvidas de alunos a qualquer hora, de qualquer lugar, promover
atividades em grupo para aumentar a interação entre os alunos
e compartilhar conhecimentos e experiências”.
Mas para isso os usuários precisam ser educados para
que tenham condições de filtrar as informações que são
recebidas, a fim de utilizar as redes sociais com ética e
responsabilidade, tornando seu uso mais seguro em relação às
informações irrelevantes ao aprendizado e ao convívio social.
Dessa maneira, redes sociais como twitter, youtube e facebook
conseguem reunir positivamente, diversas comunidades voltadas
12
para o estudo, que Carvalho (2009) denomina de redes de
aprendizagem online, em que seus integrantes interagem entre si,
como sujeitos do processo. Isso tudo requer uma
intencionalidade educativa, em que haja rocas positivas entre
eles e se obtenha crescimento mútuo.
Através das redes de relacionamento, os alunos podem
ter acesso a reportagens, artigos e fotos postados em outros
sites e compartilhados pelo mesmo. Assim, em uma aula, os
alunos conseguem contestar informações ou mesmo propor a
discussão de um certo assunto publicado em tempo real e
divulgado na rede de relacionamento (GUERE, 2011).
De um lado, observam-se instituições de ensino pautadas
nas regras e disciplina, didática sistematizada do
conhecimento, materiais constituídos na ideia tradicional de
educar. No outro sentido, tem-se as redes sociais
desestabilizando um único detentor do conhecimento
representado na escola pelo professor e a construção do saber
e da cultura pela massificação informal dos dados (PÊCHEUX,
2008).
Essas ferramentas oferecem recursos que potencializam
os processos educativos criando novos métodos e formas de
complementar o ensino formal (CAPOCIANCO, 2010).
Tais instrumentos ampliam a interatividade e a
flexibilidade de tempo no ensino, por isso é possível usar as
redes sociais para contribuir no processo de ensino-
aprendizagem (SILVA; COGO, 2007).
O uso das redes sociais pode otimizar bastante o
ensino, desde que elas sejam melhor exploradas através do
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planejamento de uso com critérios, ética e responsabilidade
(LORENZO, 2011).
O Facebook pode ser explorado como ferramenta pedagógica
importante, principalmente na promoção da colaboração no
processo educativo, e ainda, permite a construção crítica e
reflexiva de informação e conhecimento (FERNANDES, 2011).
Embora também se saiba que se não tiver objetivo em seu
uso o facebook também pode conduzir a bullyings, a incentivo a
pedofilia, trafico de drogas ou mesmo prostituição.
Impende destacar que as redes sociais refere-se a um
ambiente de aprendizagem virtual informal, de livre acesso,
que pode ser utilizado para o aprendizado formal, haja vista
que o professor poderá trabalhar com grupos de discussão e
chats, ferramentas indispensáveis na interação e aprendizagem
virtual.
A interação nas RS conta com ferramentas de comunicação
síncrona (que ocorre em tempo real, quando, por exemplo,
pessoas conversam por bate-papo, chat ou videoconferência) e
assíncrona (que ocorre com espaço de tempo, quando alunos
postam mensagens em um fórum de discussão no decorrer de uma
semana, como nos grupos de discussão) (CARVALHO JÚNIOR, 2014,
online).
As novas tecnologias da informação servem de
alternativas de extensão do horário de aula e de estudos,
fazendo com que os alunos independente do espaço físico em que
estiver permaneçam conectados, debatendo temas e se
aprofundando ate em seus momentos livres.
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A construção do conhecimento e o desenvolvimento da
disciplina com os alunos, podem ser estendidas virtualmente
dando mais tempo ao professor e aos alunos para dialogarem, se
conhecerem, criarem laços afetivos que possibilitem uma
aprendizagem mais significativa, contribuindo para maior
qualidade no desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem (CARVALHO JÚNIOR, 2014, online).
As redes sociais permitem uma ampla possibilidade de
aprimorar o ensino, o que é muito bem retratado por Belloni
(2009, p. 60) ao afirmar que “a eficácia do uso destas TIC vai
depender, portanto, muito mais da concepção de cursos e
estratégias do que das características e potencialidades
técnicas dessas ferramentas”, logo, o professor precisa fazer
bom uso desses recursos, adotando-os como estratégias
didáticas capazes de enriquecer sua prática docente.
2 PROBLEMATIZAÇÃO
A construção do tema da pesquisa redes sociais: novas
possibilidades didático-metodológicas no processo de ensino-
aprendizagem, baseia-se primeiramente na necessidade e urgência
de inseri-las no universo educacional enquanto poderosas
ferramentas na construção do conhecimento, na medida em que o
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avanço tecnológico decorrente da globalização insere as
pessoas nesse universo digital, valendo-se de diferentes
formas para adquirir e absorver informações e conhecimentos.
Nesse sentido, faz-se conveniente questionar: sob o
ponto de vista da educação geográfica, as Redes sociais tem
promovido aprendizagens significativas para a construção de
conhecimentos e cidadania?
Como forma de explanar e discorrer acerca dessa
problemática, tem-se que é notório que as redes sociais
constituem-se num dos fenômenos atuais de maior sucesso na
internet, já que podem ser utilizadas como ferramentas de
apoio e suporte acadêmico, sendo uma extensão às práticas
educativas, permitindo a continuidade dos conteúdos
ministrados em sala de aula.
Ambiente esse em que professores e alunos trocam
informações e conhecimentos sobre determinados assunto ou
valem-se de atividades dinâmicas que garantam resultados
satisfatórios e por vezes acima do esperado, além de
contribuir na formação do caráter social do aluno como
cidadão, já que se encontra num ambiente de coletivismo.
Como bem ilustra Santos; Lopes (2012, p.99):Essa possibilidade de diálogos em rede entre indivíduosgeograficamente separados, mas que compõem um mesmoespaço na rede favorece a criação coletiva, fazendo comque o ciberespaço seja muito mais do que um meio deinformação e sim de produção de saberes, contribuindo econstruindo a comunicação e o conhecimento individual ecoletivamente.
As redes sociais convertem-se em verdadeiros recursos
pedagógicos já que contribui tanto para melhorar e ampliar as
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possibilidades de aprendizagem dos alunos quanto para permitir
maior estreitamento na relação entre professor-aluno.
Nesse sentido, Bohn comenta que: As redes sociais oferecem um imenso potencialpedagógico. Elas possibilitam o estudo em grupo, trocade conhecimento e aprendizagem colaborativa. Uma dasferramentas de comunicação existentes em quase todas asredes sociais são os fóruns de discussão. Os membrospodem abrir um novo tópico e interagir com outrosmembros compartilhando ideias (...) Enfim, com tantatecnologia e ferramentas gratuitas disponibilizadas naWeb, cabe ao professor o papel de saber utilizá-las paraatrair o interesse dos jovens no uso dessas redessociais favorecendo a sua própria aprendizagem de formacoletiva e interativa (BOHN, 2009, p.01).
Como se verifica, há uma gama de possibilidades de
adequar as redes sociais o ensino, basta que o docente consiga
aliar os objetivos que deseja atingir com um certo conteúdo e
usar a estratégia com a rede social compatível ao que se
propõe.
Outro ponto positivo refere-se às redes permitirem
combinar atividades presenciais e à distância, oferecendo
maior autonomia e cooperação aos educandos, de modo que se
consiga perceber que o conhecimento não se restringe ao espaço
da sala de aula, mas que ele pode ser obtido e acessado a
qualquer momento no ciberespaço.
As redes sociais tornam possível o uso de inovadoras
didáticas e estratégias para facilitar a aprendizagem, pois
como bem assegura Silva e Cogo (2007), as tecnologias
conseguem transformar as maneiras de ensinar e aprender,
garantindo maior versatilidade, interatividade e flexibilidade
de tempo e de espaço no âmbito educacional.
Para Preto (2010, p. 7), as redes sociais da internet
são:
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verdadeiros ambientes de vivência e aprendizagem. Logo,empreender um projeto de pesquisa que visa a levantar osusos acionados por professores e alunos do ensino médio,durante o ensino-aprendizagem da língua portuguesa naescola, e as percepções desses agentes acerca dascontribuições dessas experiências para o sucessoescolar, demonstra-se um empreendimento bastantesignificativo para compreender as novas estratégias deensino-aprendizagem que estão em desenvolvimento nosnossos dias.
O uso das redes sociais não deve romper definitivamente
com as práticas pedagógicas consideradas tradicionais, mas ter
o objetivo de complementá-las com novos ambientes de
aprendizagem virtuais emergentes que favorecem aos alunos a
construção do seu próprio saber em colaboração com seus pares
e professores (MINHOTO; MEIRINHOS, 2011).
A escola que tem por função preparar o sujeito para
viver bem em sociedade, encontra-se diante do desafio de
integrar as tecnologias em sua prática pedagógica, haja vista
que não se pode mais ignorar a importância que as redes
sociais assumiram na vida dos adolescentes e jovens estudantes
de forma que as instituições de educação se sintam “obrigadas”
a buscar mecanismos eficazes e inteligentes que permitem
aproveitar o interesse que grande parte dos alunos demonstram
pelas redes para ensiná-los a extrair modos relevantes de sua
utilização.
3 OBJETIVOS
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3.1 Objetivo geral
Discutir as possibilidades e os benefícios do uso das
redes sociais enquanto potenciais ferramentas pedagógicas
3.2 Objetivos específicos
Compreender a relação entre as redes sociais e a
educação;
Identificar as possibilidades de utilização das redes
sociais e suas aplicabilidades no processo de ensino-
aprendizagem;
Verificar se há autonomia do educando na construção do
conhecimento quando do uso das redes sociais no ensino.
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4 METODOLOGIA
Para a pesquisa sobre a temática em questão adotaram-se
alguns procedimentos metodológicos visando uma melhor
organização do trabalho e visando atingir os objetivos do
objeto de estudo, que foram elencados da seguinte forma:
levantamento bibliográfico, utilizando-se de sites da
internet, artigos, periódicos, monografias e demais textos
objetivando uma fundamentação teórica aprofundada; em seguida,
prosseguiu-se a catalogação e fichamentos das informações
coletadas para serem interpretadas à luz da teoria já
compreendida a fim de fundamentar o presente estudo.
Segundo Brasileiro e Santos (2007) a pesquisa
bibliográfica compreende um estudo que foi elaborado com base
na obtenção de todo o material publicado de um determinado
assunto. E busca conhecer, analisar, e assim poder identificar
consensos ou discordâncias, apontar lacunas do conhecimento e
direcionar trabalhos futuros.
Convém ressaltar que a pesquisa bibliográfica consiste
naquela desenvolvida a partir de material já existente, como
livros e artigos científicos que tratem sobre redes sociais no
ensino, mas além de outras formas de publicação, como artigos
20
e periódicos, isso é que assegura Lakatos e Marconi (2005, p.
73), afirmam: A pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia játornada pública em relação ao tema em estudo, desdepublicações avulsas, boletins, jornais, revistas,livros, pesquisas, monografias, teses, materialcartográfico etc., até meios de comunicação orais:rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais:filmes e televisão. Sua finalidade é colocar opesquisador em contato direto com tudo que já foiescrito, dito ou filmado sobre determinado assunto,inclusive conferências seguidas de debates que tenhamsido transcritos por alguma forma, quer publicadas quergravadas.
Para tanto adotou-se o método hipotético-dedutivo, por
ele atender as necessidades do trabalho, no tocante ás
explicações acerca do uso das redes sociais no processo de
ensino aprendizagem, valendo-se das referências que versam
sobre o tema na pesquisa teórica, com explanações de vários
autores e do próprio autor do trabalho para depois chegar a
conclusões coerentes e coesas com o que se pretende defender.
A análise dos dados colhidos no presente trabalho foi
construída a partir de uma abordagem qualitativa. Para
Richardson (2009), a abordagem qualitativa de um problema se
justifica por esta ser a mais adequada para entender a
natureza de um fenômeno social, no qual assegura que:Os estudos que empregam uma metodologia qualitativapodem descrever a complexidade de determinado problema,analisar a interação de certas variáveis, compreender eclassificar processos dinâmicos vividos por grupossociais, contribuir no processo de mudança dedeterminado grupo e possibilitar, em maior nível deprofundidade, o entendimento das particularidades docomportamento dos indivíduos (RICHARDSON, 2009, p. 80).
21
Ao abordar a pesquisa qualitativa, Neves (1996, p. 1) a
considera “[...] um conjunto de diferentes técnicas
interpretativas que visam a descrever e a decodificar os
componentes de um sistema complexo de significados. Tendo por
objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo
social [...]”.
A pesquisa qualitativa busca a compreensão de um
determinado fenômeno em profundidade, na medida em que se
utiliza de questionamentos “como” e “por que”, em detrimento
de dados estatísticos, regras ou visões holísticas, já que
segue num viés de analogias, interpretações e descrições.
Considerando a diversidade de situações inerentes à
pesquisa que envolve o uso das redes como ferramentas
pedagógicas e no intuito de atingir os objetivos propostos,
tanto no aspecto teórico quanto no pragmático, para a execução
plena deste projeto serão contemplados os aspectos teóricos e
abordagens de campo que implicam o desenvolvimento dos
seguintes procedimentos metodológicos:
Levantamento e análise da bibliografia relacionada com
o tema e a área-objeto do estudo, contemplando: artigos,
livros, textos, revistas, monografias, dissertações e demais
trabalhos científicos que versem sobre a temática ora proposta
com o propósito de contemplar um embasamento teórico mais
consistente e corroborar significativamente com as conclusões
que serão inferidas;
Realização de observações de campo para constatar na
prática que as redes sociais são poderosas aliadas no ensino;
Sistematização do material teórico.
22
.
5 CRONOGRAMA
Atividades
(2016/2017)
Abr
/
mai
Jun
/
jul
Ago
/
set
Out/nov/
dez
Jan/
mar/
abr
Jul/
ago/
set
Out/nov/
dez
Seleção dosacervos
bibliográfico,documental eeletrônico
X X X X X X X
Revisãobibliográfica(leiturasseletiva,
interpretativae analítica)
X X X X
Elaboração deresumo/fichame
nto
X X X
Elaboração doselementos prée pós-textuais
X X X
Depósito da X
23
dissertaçãoDefesa dadissertação
X
REFERÊNCIAS
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