o destino das nações - alice a - nucleo aquariano brasil

65
ALICE A. BAILEY O DESTINO DAS NAÇÕES A.A.B.

Upload: khangminh22

Post on 20-Apr-2023

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ALICE A. BAILEY

O DESTINO DAS NAÇÕES

A.A.B.

Título do original em inglês: The Destiny of the Nations

Tradução: Núcleo Aquariano Brasil 1ª edição digital em português, 2021

ÍNDICE

Página

Introdução 2 1. A Influência dos Raios em nossos Dias 6 2. As Nações e os Raios 21 3. As Nações e os Respectivos Signos Regentes 27 4. Análise de Alguns Países 30 5. O Significado de Certas Cidades 40 6. A Vida Espiritual na Nova Era 46 7. A Iniciação na Era de Aquário 58 8. O Cristo e a Nova Era Vindoura 63

2

A.A.B.

Introdução É do maior interesse para nós conhecermos um pouco sobre as energias e forças que estão produzindo a atual situação internacional e apresentando os complexos problemas que a Organização das Nações Unidas está enfrentando. Em última análise, toda a história é o registro dos efeitos destas energias ou radiações (em outras palavras, desses raios) à medida que atuam sobre a humanidade nas muitas e variadas etapas de seu desenvolvimento evolutivo, que se estendem desde a humanidade primitiva até a nossa civilização moderna. Tudo que aconteceu é resultado destas energias que se precipitam ciclicamente através da natureza e daquela sua parte que chamamos de reino humano. Para entendermos o que está acontecendo hoje, devemos reconhecer que estas energias são em número de sete. Recebem várias denominações nos diferentes países mas, para nossos objetivos, usaremos as sete denominações a seguir: 1. A energia da Vontade, do Propósito ou do Poder, chamada nos países cristãos de energia da Vontade de Deus. 2. A energia do Amor-Sabedoria, muitas vezes chamada de Amor de Deus. 3. A energia da Inteligência Ativa, chamada de Mente de Deus. 4. A energia da Harmonia através do Conflito, que exerce grande efeito sobre a família humana. 5. A energia do Conhecimento Concreto ou Ciência, tão potente atualmente. 6. A energia da Devoção ou do Idealismo, que produz as ideologias atuais. 7. A energia da Ordem Cerimonial, que produz as novas formas de civilização. Estas energias atuam incessantemente sobre a humanidade, produzindo mudanças e se expressando por meio das sucessivas civilizações e culturas, moldando as muitas raças e nações. De maneira alguma isso destitui o livre-arbítrio do homem; estas forças têm tanto aspectos superiores como inferiores e os homens respondem a elas de acordo com seu desenvolvimento mental e espiritual, como também as nações e as raças. A humanidade atingiu hoje um ponto em que há uma resposta muito mais sensível ao superior e melhor. Este ensinamento sobre os sete raios seria uma especulação vazia caso não fosse passível de investigação, de uma possível corroboração e de uma utilidade tanto geral como particular. Muito do que se escreve hoje terá de ser descartado como inútil, pois não propõe nenhuma hipótese aceitável e não apresenta nenhuma verdade que possa ser provada. O duplo objetivo que busco aqui é: 1. Indicar, como vimos, uma psicologia esotérica nova, de potente eficácia. 2. Expor as linhas de desenvolvimento que se apresentam como inevitáveis, devido a que certas potências importantes estão começando a atuar nesta época. Determinadas forças estão se tornando cada vez mais ativas, enquanto que outras vão se tornando inativas. São estas forças ativas que passaremos a considerar. Gostaria de fazer uma pausa e assinalar que estas forças entram em atividade ciclicamente ou por demanda invocadora. Este ponto é interessante e os estudantes deveriam retê-lo. Portanto, o trabalho que se faz por meio da Grande Invocação não é necessariamente destituído de valor. Talvez possamos esclarecer este tema, assinalando que há cinco energias ativas (e em geral há cinco raios dominantes de energia atuando simultaneamente): 1. As energias que estão saindo de manifestação, como o sexto Raio da Devoção, que vai se retirando. 2. As energias que estão entrando em manifestação ou encarnação, como o sétimo Raio da Ordem Cerimonial, que neste momento está vindo à expressão. 3. As energias que – em qualquer momento dado – estão expressando o raio-tipo da massa da humanidade em manifestação. Hoje, os raios-tipo predominantes são o segundo e o terceiro. Um número relativamente grande de egos de primeiro raio também está atuando e esses egos são como pontos focais para certas forças de primeiro raio. 3

A.A.B.

4. As energias que estão sendo invocadas hoje, em razão da necessidade e do clamor humanos por socorro. Por estranho que pareça, esta demanda permanece principalmente no campo de influência do primeiro raio, porque a premente necessidade da humanidade está evocando o aspecto vontade e este raio encerra a divina e imutável vontade-para-o-bem. E – pela primeira vez na história da humanidade – está sendo invocado em grande escala. Esta afirmação é de fato alentadora, se analisarmos suas implicações. Portanto, temos no campo atual da expressão divina, as seguintes energias em manifestação: 1. A energia do idealismo, da devoção ou da dedicação consagrada, incorporada no sexto raio. 2. A energia cuja função principal é produzir a ordem, o ritmo e a atividade estabelecida, sequencial – o sétimo Raio da Ordem Cerimonial. 3. A energia do segundo raio que basicamente está sempre presente no nosso sistema solar, a energia do amor-sabedoria, à qual pertencem, e pertencerão cada vez mais, um grande número de egos encarnados agora. Mais ainda virão à encarnação nos próximos cento e cinquenta anos, pois a obra de reconstrução e reforma é naturalmente confiada a esse tipo de seres humanos. 4. A energia da inteligência, que se revela dinamicamente em atividade criadora. No futuro, a aptidão de criar será exercida em escala relativamente ampla no reino do viver criativo, não tanto no campo da arte criativa. Este viver criativo se manifestará por meio de um novo mundo de beleza e de reconhecida expressão do divino; por meio da forma externa, aparecerá a “luz da vida” (como é chamada esotericamente). Por meio do símbolo, o que representa será visto e conhecido. É a energia de terceiro Raio da Inteligência Ativa, atuando para a manifestação da beleza. 5. A energia do aspecto vontade da divindade. Até o presente, a humanidade pouco compreendeu este aspecto e quase não o expressou. Chegou a hora, porém, de mudar isso. Até agora, as nossas inúmeras forças planetárias não estavam adequadas para invocá-la, e o grande Senhor do Mundo esperou pacientemente por essa invocação. Mas o apelo soou. As primeiras e fracas notas foram ouvidas há duzentos anos e o som e a súplica aumentaram em volume e em potência, até que hoje esta grande energia está fazendo sentir claramente a sua presença. Anseio que compreendam a potência e o efeito destas energias, à medida que atuam no nosso planeta, evocam resposta – boa e má – e produzem desordem e caos, forças antagônicas e influências benéficas. Estas energias, no conjunto, são, portanto, responsáveis por tudo que acontece em nossa época. No esforço de explicar o porquê e o como das condições atuais do mundo, os autores das obras contemporâneas tratam necessariamente apenas dos efeitos. Poucos conseguem penetrar no distante mundo das causas ou, se voltando para o longínquo passado, sabem ver passado e presente em sua correta perspectiva. De minha parte, porém, procuro tratar das causas – predisponentes, efetivas, determinantes e que produzem os acontecimentos que causam o presente estado de coisas. Trato de energias; elas envolvem as forças resultantes. Gostaria de lembrar, nesta altura, que os efeitos que geram tanto medo, sombrios pressentimentos e preocupações são apenas temporários e darão lugar à instauração metódica e rítmica do necessário idealismo que, oportunamente, será aplicado pelo amor e motivado pela sabedoria em colaboração com a inteligência. Tudo será impulsionado por uma vontade-para-o-bem dinâmica (não passiva). Dividiremos o que tenho a dizer em dois pontos: 1. A situação tal como é determinada pelos raios no presente imediato. 2. A situação no futuro, quando a Era de Aquário estiver realmente estabelecida e as influências piscianas não mais predominarem. Antes de abordar estes pontos, porém, tenho algumas observações preliminares. É essencial que os aprofundem e compreendam, pois da receptividade e do entendimento corretos dependerá o benefício que obterão dos meus ensinamentos sobre esses pontos. É uma verdade bem conhecida que a história do mundo se baseia no surgimento de ideias, da aceitação dessas ideias, da transformação delas em ideais, os quais, por sua vez, acabam sobrepujados por novas 4

A.A.B.

ideias que se impõem. É no reino das ideias onde a humanidade não é um ser livre – ponto importante a observar. Uma vez que a ideia se torna um ideal, a humanidade pode livremente aceitá-lo ou rejeitá-lo, mas as ideias provêm de uma fonte superior e são impostas sobre a mente racial, os homens queiram ou não. Do uso que se faça dessas ideias (que são da natureza de emanações divinas, incorporando o plano divino para o progresso planetário) dependerá a rapidez do desenvolvimento da humanidade ou a lentidão, pela falta de compreensão. A humanidade hoje está mais sensível do que nunca às ideias, daí as inúmeras ideologias antagônicas e o fato de que – em defesa de seus planos – até a mais recalcitrante das nações terá que buscar alguma desculpa idealista para apresentar às demais nações quando infringir alguma lei reconhecida. Este fato é de grande significado aos olhos da Hierarquia, pois indica um ponto alcançado. As ideias que predominam no mundo hoje se enquadram em cinco categorias, que bem faríamos em levar em conta: 1. As antigas ideias herdadas que controlaram a vida da humanidade durante séculos – a agressão em nome da posse e a autoridade de um homem, grupo ou igreja que representam o Estado. Para fins políticos, tais poderes podem atuar nos bastidores, mas suas doutrinas e motivações são fáceis de reconhecer: ambição egoísta e autoridade imposta pela violência. 2. As ideias relativamente novas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo, embora não sejam de fato tão novas como as pessoas tendem a crer. São análogas em um ponto importante, a saber, o Estado ou a comunidade de seres humanos é o que conta como importante, enquanto que o indivíduo não, e pode ser sacrificado a qualquer momento para o bem do Estado, ou o assim chamado bem geral. 3. A ideia, nem velha nem particularmente nova, da democracia, na qual (em princípio, embora nunca na prática) o povo governa e o governo representa a vontade do povo. 4. A ideia de um estado mundial dividido em várias grandes seções. É o sonho dos poucos de mente inclusiva, para o qual muitos consideram que a humanidade ainda não está preparada. Para isso todo o mundo se encaminha, apesar das inúmeras ideologias, todas combatendo entre si pela supremacia e ignorando o importante fato de que todas as ideologias podem convir temporariamente aos grupos ou nações que as adotam. Mas nenhuma é adequada para aplicação geral (e digo isso tanto da democracia como de qualquer outro regime). Com toda probabilidade, estas ideologias são apropriadas para as nações que as aceitam, e que moldam a sua vida nacional de acordo com suas premissas; são apenas substitutos transitórios neste período de transição entre as eras de Peixes e Aquário e não podem durar permanentemente. Nada ainda é permanente. Quando a estabilidade for alcançada, a evolução cessará e o plano de Deus estará consumado. E então? A maior revelação virá no final deste período mundial, quando a mente humana, a intuição e a consciência da alma forem de tal envergadura que a compreensão será possível. 5. A ideia de uma Hierarquia espiritual que governará os povos no mundo todo e incorporará em si os melhores elementos dos regimes monárquico, democrático, totalitário e comunista. A maioria destes grupos de ideologias contêm latente muita beleza, força e sabedoria, e podem dar uma profunda e valiosa contribuição ao todo. Cada um verá oportunamente as suas contribuições incorporadas, sob o controle da Hierarquia dos Senhores de Compaixão e dos Mestres de Sabedoria. A restauração do antigo controle pelas forças espirituais, como no tempo dos atlantes, ainda está por vir, mas a era aquariana verá novamente essa orientação espiritual e interna em uma volta mais elevada da espiral. Tudo isto inevitavelmente ocorrerá como resultado do trabalho daqueles que atuam em um ou outro dos cinco raios que estão no controle, aos quais me referi acima. Nada pode deter nem impedir realmente seu efeito unido, ponto que gostaria que lembrassem. O homem moderno tende a condenar a ideologia com a qual não está familiarizado e para a qual não tem uso. Repudia as ideias que não estão na base da sua vida individual e nacional, da sua tradição, que não lhe convêm como indivíduo e que não atendem à necessidade da nação à qual pertence. 5

A.A.B.

O reconhecimento desses fatos, se corretamente aplicado, nos levaria a dois resultados: primeiro, o indivíduo que aceita e se dedica a uma ideologia específica deixaria de combater as demais ideologias, pois se lembraria de que o acaso do nascimento e do ambiente é amplamente responsável por fazer dele – como indivíduo – o que ele é e determina as suas crenças. E, segundo, poria fim às tentativas de impor uma ideologia pessoal ou nacional (política ou religiosa) a outras pessoas e nações. São esses os passos fundamentais que oportunamente levam à paz e ao entendimento mútuo, e por isso os enfatizo hoje. Será muito útil, em seguida, que Eu conecte os três principais centros planetários de energia com os cinco raios que estão atuando hoje para a consumação do Plano para a humanidade atual. Três dessas correntes de energia estão atuando potentemente no mundo nesta época, e duas outras estão lutando para se expressar. Destas últimas, uma luta por dominar, a outra por manter o que vem controlando há longo tempo. Trata-se do sétimo raio entrante e do sexto raio que se retira. Em sua dualidade, são as forças reacionárias e progressistas que estão procurando reger o pensamento humano, determinar a evolução do homem e da natureza e produzir civilizações e culturas amplamente divergentes – uma seria a perpetuação e a cristalização do que já existe e a outra, como um fruto da presente perturbação mundial, seria tão totalmente nova, que o estudante comum teria dificuldade de compreender sua natureza. A ação conjunta destas cinco energias determinarão a tendência dos assuntos mundiais. O problema diante da Hierarquia atualmente é direcionar e controlar essas potentes atividades, de maneira que o Plano se materialize corretamente e que, no final deste século e início do próximo se veja que os propósitos de Deus para o planeta e para a humanidade estão assumindo a correta direção e proporção. Desta maneira, a nova cultura destinada aos relativamente poucos e a nova civilização para os muitos, durante a próxima era, começarão de tal maneira que os povos da Terra poderão avançar para uma era de paz e verdadeiro desenvolvimento espiritual e material. Gostaria de lhes lembrar o fato de que se vocês só percebem no quadro mundial o caos, ideologias em luta e forças antagônicas, perseguição de minorias, ódios que se desenvolvem em uma furiosa preparação para a guerra, e ansiedade e terror mundiais, isso não significa em absoluto que estejam vendo o quadro como é na realidade. Estão vendo o que é superficial, temporário, efêmero e que diz respeito apenas ao aspecto forma. A Hierarquia se ocupa primordialmente, como bem sabem, do aspecto consciência e do seu desenvolvimento, empregando a forma unicamente como meio para alcançar seus desígnios. Um estudo mais aprofundado das forças que produzem este tumulto externo pode servir para esclarecer a sua visão e restabelecer a confiança no Plano de Deus e em seu divino amor e beleza. Portanto, consideremos estas forças e os centros das quais emanam, e talvez tenhamos uma nova visão e um ponto de vista mais construtivo.

1. A Influência dos Raios em nossos Dias.

Primeiro: A força mais evidente e potente do mundo hoje é a de primeiro Raio de Vontade e Poder. Atua de duas maneiras: 1. Como a vontade de Deus nos assuntos mundiais, que é sempre a vontade-para-o-bem. Se estudarem com lucidez a história humana, constatarão uma progressão regular e rítmica para a unidade e a síntese, em todos os setores dos assuntos humanos. Esta unidade na multiplicidade é o Plano Eterno – uma unidade de consciência, uma multiplicidade na forma. 2. Como elemento destruidor nos assuntos mundiais. Refere-se ao uso que o homem faz desta força da vontade, que raras vezes se expressa pela vontade-para-o-bem, mas sim por algo que leva à autoafirmação (por parte do indivíduo ou da nação) e para a guerra, com tudo que a acompanha: separação, diplomacia egoísta, ódio e armamentos, doença e morte. É esta a força que é vertida para o mundo, oriunda do centro mundial maior: Shamballa. Pouco se sabe sobre Shamballa. Muito mais saberão, à medida que estudarem este texto e observarem a forma que os 6

A.A.B.

assuntos mundiais tomam ante seus olhos, de acordo com as minhas previsões (como se apresentam à limitada visão de vocês) e às possibilidades evidentes que, necessariamente, também são efeitos evidentes das causas predisponentes. Esta energia de Shamballa só apareceu duas vezes na história da humanidade, e fez sentir sua presença mediante as enormes mudanças que produziu: 1. Por ocasião da primeira grande crise humana, na época da individualização do homem na antiga Lemúria. 2. Na época da Atlântida, na grande luta entre “os Senhores da Luz e os Senhores da Expressão Material”. Esta energia divina, pouco conhecida, aflui do Centro Sagrado. É a fonte da energia que se encontra por trás da crise mundial do momento. A Vontade de Deus é produzir certas mudanças radicais e significativas na consciência do homem, que alterarão completamente a atitude do homem com relação à vida e sua compreensão dos princípios do viver espiritual, esotérico e subjetivo. É esta força que produzirá (conjuntamente com a força de segundo raio) aquela crise terrivelmente potente, iminente na consciência humana, que chamamos de segunda crise, a iniciação da raça no Mistério das Eras, iniciação ao que esteve oculto desde o princípio. A primeira crise, como já dito, foi a da individualização, pela qual o homem se tornou uma alma vivente. A segunda é a crise imediata da iniciação da raça, possibilitada (se me acreditam) pelas inúmeras iniciações individuais que tomaram recentemente aqueles membros da família humana dotados de visão e decididos a pagar o preço exigido. A energia particular e pouco frequente deste raio se expressa de duas maneiras. Talvez fosse mais correto dizer que se expressa de duas maneiras reconhecíveis pelo homem, pois devemos lembrar que estas forças de raio se expressam também poderosamente nos outros reinos da natureza, tanto como no reino humano. Por exemplo, uma fase do aspecto destruidor da força de primeiro raio foi a destruição organizada e científica de formas do reino animal. Esta é a força destruidora, tal como manipulada pelo homem. Outra fase da mesma força (que podemos observar com relação ao desenvolvimento da consciência por meios sutis e potentes), é o efeito que os seres humanos exercem sobre os animais domésticos, acelerando sua evolução e os estimulando a formas de atividade instintiva avançada. Menciono estas duas fases a título de ilustração dos efeitos da energia de primeiro raio no reino animal, expressa por meio da atividade humana. Os dois modos pelos quais a própria humanidade é afetada por esta energia de raio, à medida que se expressa de duas maneiras, produzindo um resultado duplo, são os seguintes: 1. Atualmente, vão surgindo no cenário da atividade mundial certas poderosas e dominantes personalidades de primeiro raio, pessoas que estão em contato direto com esta força de Shamballa e são sensíveis ao impacto da energia da vontade da Deidade. Do tipo de personalidade e da etapa de evolução dependerá sua reação a esta força e sua consequente utilidade para o Senhor do Mundo, à medida que executa Seus planos para o desenvolvimento mundial. A energia da vontade de Deus, apesar de reduzida, atua através dessas personalidades que, sendo muitas vezes limitadas, a aplicam de maneira errada e, sendo suas consciências não desenvolvidas, a interpretam mal. Estas pessoas se encontram em todos os setores dos assuntos humanos. São os indivíduos em postos de comando em todos os campos do viver humano e os ditadores nos meios políticos, sociais, religiosos e educacionais. Quem poderá dizer (até transcorrido pelo menos um século) se sua influência e esforços foram bons ou maus? Quando infringem de maneira flagrante a Lei do Amor, sua influência pode ser potente, mas é efêmera e indesejável, pelo menos no que diz respeito a essa fase de suas atividades. Por outro lado, quando atendem às necessidades urgentes da humanidade e trabalham nos termos das linhas fundamentais da restauração e para preservar as “unidades de síntese”, a influência é benéfica e construtiva.

7

A.A.B.

Gostaria aqui de salientar que o verdadeiro amor grupal nunca se demonstra como ódio pelo indivíduo. Este amor poderá se manifestar pela paralisação das atividades ou empreendimentos do indivíduo quando isso for considerado desejável no interesse do todo e se o que ele está fazendo for considerado prejudicial ao bem do grupo. Mas referida paralisação não será destrutiva, mas sim educativa e fértil em resultados. A verdadeira personalidade de primeiro raio e que atua em resposta à influência de Shamballa terá o bem final do grupo profundamente enraizado em sua consciência e coração; pensará em termos do todo e não da parte. Isto é o que procurará plasmar na consciência racial. Por vezes isso poderá levar à tirania e à crueldade, se a personalidade do indivíduo não estiver ainda sob o controle da alma, caso que acontece com frequência. Encontramos um exemplo na história dos judeus, no Antigo Testamento. Quando o primeiro raio estava no controle e passava por um dos seus raros ciclos de atividade, lemos que os judeus massacravam e matavam à ponta da espada todos os inimigos, homens, mulheres e crianças. A espada é sempre símbolo da força do primeiro raio, assim como é a caneta da influência do segundo raio. Gostaria de lembrar a vocês que uso a palavra “energia” em referência à expressão espiritual de qualquer raio, e o termo “força” para denotar o uso que os homens fazem da energia espiritual, à medida que procuram empregá-la e, em geral, até o momento presente, a usam de maneira errada. Gostaria de assinalar que Ataturk, o ditador turco, apesar das limitações relativamente irrelevantes de sua personalidade, fez bom uso da energia de primeiro raio, e somente o testemunho futuro da história mostrará plenamente o quanto foi sábio, sensato e desinteressado o uso que fez deste tipo de força para alcançar os objetivos do primeiro raio. Seria conveniente assinalar que tais expoentes da força de primeiro raio muitas vezes são incompreendidos e odiados. Podem empregar mal a energia que lhes está disponível, mas podem também utilizá-la construtivamente, dentro dos limites desejáveis do plano imediato. Também gostaria de mencionar que a sina de um discípulo de primeiro raio é penosa e difícil. Há discípulos de Shamballa como há discípulos da Hierarquia, e este fato até agora não foi reconhecido nem nunca mencionado nos textos atuais sobre temas ocultistas. Seria prudente e útil lembrar disso. Os discípulos de Shamballa são poderosos, obstinados e muitas vezes crueis; impõem sua vontade e seus desejos, cometem erros, mas, no entanto, são verdadeiros discípulos de Shamballa e trabalham para o cumprimento da Vontade de Deus, assim como os discípulos e Mestres da Hierarquia trabalham para a manifestação do Amor de Deus. Trata-se de uma declaração penosa para alguns de vocês, mas sua incapacidade de reconhecer esta verdade e aceitá-la não muda em nada a questão, apenas intensifica a sina individual e as dificuldades. Também lembraria que o uso da energia de primeiro raio inevitavelmente significa destruição nas primeiras etapas, mas que fusão e mescla são os resultados posteriores e finais. Se estudarmos deste ângulo as nações do mundo atual, observaremos que esta energia da Vontade de Shamballa está atuando poderosamente por meio de certas grandes e destacadas personalidades. Nestes tempos de urgência, o Senhor de Shamballa está vertendo esta energia dinâmica por amor ao aspecto vida e pela compreensão do Plano, como também por amor à humanidade. Esta energia é destrutiva para as formas e acarreta morte às formas materiais e aos corpos organizados que impedem a livre expressão da vida de Deus, pois negam a nova cultura e tornam estéreis as sementes da civilização vindoura. A humanidade, em sua ignorância, recua com medo e aversão diante da implementação desta energia. Quando os seres humanos estão cheios de ódio pessoal e de obstinação, muitas vezes procuram direcionar esta energia para seus próprios fins egoístas. Se os seres humanos, mesmo os melhores deles, não fossem tão pouco evoluídos nem tão superficiais em seus julgamentos e visões, poderiam penetrar por trás do que está se passando nos países-chave do mundo e veriam o surgimento gradual de novas e melhores condições e o desaparecimento das apreciadas, mas decadentes formas. Esta energia de Shamballa é, porém, tão nova e tão estranha que é difícil para os seres humanos conhecê-la pelo que é: a demonstração da Vontade de Deus em uma nova e potente vividade. 8

A.A.B.

2. A segunda maneira pela qual este dominante impulso da vontade se faz sentir é pela voz das massas dos povos do mundo. Esta vontade se expressa por meio do som, como a consciência, ou amor, se expressa pela luz. O som das nações foi ouvido pela primeira vez como som das massas. Esta voz proclama hoje, sem erro possível, os valores que incorporam o melhoramento humano: exige paz e entendimento entre os homens e se recusa – e se recusará cada vez mais – a permitir que ocorram coisas drásticas. Esta “voz do povo”, que na realidade é a voz da opinião pública, pela primeira vez e sem reconhecimento do fato, está sendo determinada pela Vontade de Deus. Segundo: A energia que, em segundo lugar, está contribuindo de maneira potente para a situação mundial atual é a energia do segundo Raio do Amor-Sabedoria, o raio do Cristo. Esta energia é vertida no mundo pelo segundo grande centro planetário, que chamamos de Hierarquia. A energia concentrada neste centro e manipulada pelos Mestres e iniciados está fazendo um dos seus impactos cíclicos sobre a Terra e – como expliquei no Tratado sobre os Sete Raios, Volume II – está também exercendo uma das suas importantes Aproximações cíclicas à humanidade. A energia que está fluindo pela Hierarquia neste momento – a energia do amor – procura se fundir com a que está emanando de Shamballa, e isto é necessário para que a aplicação desta última possa se dar da maneira desejada. O problema da Hierarquia atualmente é produzir uma fusão sábia e adequada de suas energias com as de Shamballa, e assim abrandar a destruição, colocando em primeiro plano o espírito de construção, acionando as forças de construção e de reabilitação da energia do segundo raio. A energia de Shamballa prepara o caminho para a energia da Hierarquia. Sempre foi assim, desde o começo dos tempos, mas os ciclos da Hierarquia, embora relativamente frequentes, não coincidiram com os de Shamballa, pouco frequentes e raros. À medida que o tempo avança, o impacto da força de Shamballa será cada vez mais frequente, porque os homens desenvolverão o poder de suportá-la. Até agora tem sido uma energia muito perigosa de se aplicar nos homens, porque os resultados atuaram de maneira destrutiva, exceto na primeira grande crise, a crise lemuriana. Portanto, sua ação ficou confinada quase que inteiramente à Hierarquia, cujos membros estão equipados para manejá-la e assimilá-la corretamente e também a empregá-la em benefício da humanidade. Atualmente tenta-se a experiência de permitir que o homem receba esta energia e seja submetido ao seu impacto, e isso sem a mediação da Hierarquia. Talvez este esforço seja prematuro e seja abortado, mas ainda não é possível distinguir os efeitos de maneira bem determinada. Contudo, o Senhor de Shamballa e Seus assistentes, secundados pelos Membros da Hierarquia, que observam, não estão desencorajados com os resultados iniciais. A humanidade vai reagindo inesperadamente bem. Alcançou-se um grande êxito nesta linha, mas os resultados não aparecem com clareza para os seres humanos inteligentes porque eles se recusam a ver qualquer outra coisa além do aspecto destruidor e do desaparecimento das formas, nas quais ancoraram suas emoções, seus desejos e percepções mentais. Até agora não foram capazes de ver a irrefutável evidência da atividade construtiva e do trabalho verdadeiramente criador. O templo da humanidade da Nova Era está sendo erguido rapidamente, mas os homens não estão vendo seus contornos porque estão ocupados inteiramente com seu egoísta ponto de vista individual ou nacional, e com seus instintos e impulsos pessoais ou nacionais. Gostaria de chamar a atenção para o fato de que o estudo científico da vida instintiva das nações ainda está por fazer e que esta fase leva inevitavelmente à vida individualista das nações, matéria de interesse mais imediato. No entanto, as novas formas estão sendo construídas e as potências de Shamballa, além da guia da Hierarquia, trabalham para fins definidamente planejados, cujo cumprimento segue um curso favorável. A potência do amor-sabedoria, transmitida pela Hierarquia, está atuando sobre a humanidade moderna de maneira mais estreita e direta do que nunca antes. Os dirigentes da Hierarquia procuram evocar uma reação inteligente por parte dos homens e uma indicação de que estão conscientes do que está acontecendo. Grande parte da resposta à atividade de Shamballa caracteriza-se pelo medo, pelo terror, por sensibilidade e reações de magnitude aflitiva às forças do ódio e da separatividade. Somente alguns poucos indivíduos, aqui e ali, captam realmente a visão do futuro e compreendem o que está acontecendo, percebendo a verdadeira beleza do plano que está emergindo. É com estes poucos que os Membros da 9

A.A.B.

Hierarquia podem trabalhar, pois (mesmo que lhes falte compreensão) eles não têm nenhuma hostilidade nem ódio pelos outros. O amor é o grande unificador e o melhor intérprete. Esta energia de amor concentra-se principalmente (para fins dos propósitos da Hierarquia) no Novo Grupo de Servidores do Mundo. Este grupo foi escolhido pela Hierarquia como Seu principal canal de expressão. Este grupo, composto como é por todos os discípulos do mundo e todos os iniciados operativos, encontra seus membros em todos os grupos de idealistas e servidores e em todas as fileiras dos indivíduos mais representativos no campo do pensamento humano, em especial na esfera do melhoramento e da elevação da condição humana. A potência de amor-sabedoria pode se expressar através deles. Com frequência, estas pessoas são incompreendidas, pois o amor que expressam difere amplamente do interesse pessoal afetuoso e sentimental do trabalhador comum. Ocupam-se principalmente dos interesses e do bem de todo o grupo ao qual possam estar associados; não tratam dos insignificantes interesses do indivíduo – ocupado com seus pequenos problemas e preocupações. Isto expõe tal servidor à crítica dos indivíduos e com esta crítica eles devem aprender a viver e a ela não devem prestar atenção. O verdadeiro amor grupal é de maior importância que as relações pessoais, embora elas devam ser mantidas quando surge a necessidade (observe-se, digo necessidade). Os discípulos aprendem a discernir as necessidades que decorrem do amor grupal e a se comportar em conformidade com o bem do grupo, mas não é fácil para o indivíduo egocêntrico captar a diferença. Por meio desses discípulos que aprenderam a distinguir entre as insignificantes preocupações do indivíduo absorvido em seus interesses pessoais e as necessidades urgentes do trabalho e do amor grupais, a Hierarquia pode trabalhar e deste modo produzir as mudanças mundiais necessárias que são, acima de tudo, mudanças em consciência. Tratarei destes pontos com detalhes; os pontos principais deles, porém, estão contidos nos folhetos enviados nos últimos anos. Terceiro: a energia maior que trataremos aqui é a da atividade inteligente – a potência de terceiro raio. Ela se expressa através do terceiro centro maior do planeta, o centro denominado Humanidade. É por uma reação amorosa e inteligente que este centro deveria responder ao impulso de Shamballa, atenuado pela Hierarquia. Como já disse antes, isto está ocorrendo rapidamente e de maneira satisfatória, produzindo um efeito mundial definido, para o qual o Novo Grupo de Servidores do Mundo muito colaborou. Seus membros interpretaram, explicaram e favoreceram os processos pelos quais evocar o amor latente nos seres humanos, amor que nas etapas iniciais, existe como boa vontade incipiente. Chamo a sua atenção sobre isto porque é a ideia motivadora, subjacente, por trás de todo o trabalho que vocês são chamados a realizar. Assim, sugiro que se esforcem por ver as três ideologias principais com as quais necessariamente terão de lidar, em termos de tentativas que emanam dos três centros planetários maiores na atualidade: Shamballa, a Hierarquia e a Humanidade. Com isso adquirirão um ponto de vista mais sintético e um entendimento mais profundo do quadro mundial, que vai lentamente se revelando. Não seria possível que as ideologias que estamos debatendo sejam a resposta – distorcida, mas ainda assim uma reação sensível, determinada e definida – às energias que estão atuando sobre a humanidade, emanando dos dois centros maiores mais elevados? Sugeriria que a ideologia contida na visão dos estados totalitários é uma resposta bem definida, embora errada, à influência da vontade de Shamballa; que a ideologia subjacente ao ideal democrático é uma resposta semelhante à universalidade que o amor da Hierarquia impele a humanidade a expressar, e que o comunismo é de origem humana, encarnando a ideologia que a humanidade formulou por direito próprio. Assim, os três aspectos da natureza de Deus estão começando a tomar forma como três ideias importantes, e o que vemos no planeta agora são as reações distorcidas da humanidade aos impulsos espirituais que emanam de três centros distintos, mas que são igualmente divinos em essência e natureza. Reflitam sobre isto. Chamei a atenção de vocês para esse ponto e discuti o idealismo fundamental dessas três escolas modernas do pensamento porque ele afeta todas as pessoas neste planeta capazes de refletir. Não há um de vocês que seja imune aos seus efeitos e que não se coloque de um lado ou de outro, batalhando furiosamente, sob a capa de uma suposta “adesão a um princípio”. No entanto, a maioria de vocês se sente muito mais afetada pelos métodos empregados para materializar as ideias e pela qualidade de seus 10

A.A.B.

expoentes, do que pelas ideias em si, que dificilmente seriam capazes de definir se lhes perguntassem. O que os afeta é o impacto sobre o corpo emocional (não a mente) depois que esses impulsos divinos passaram pelo filtro de Shamballa e da Hierarquia e chegaram ao centro humano, onde foram captados e, em seguida, aplicados às condições específicas nacionais, raciais e políticas. Dificilmente vocês são afetados pelo idealismo puro que deu origem a essas ideias e que subjaz como impulso motivador (embora não reconhecido). Também não estão aptos a ver e a captar essas grandes tendências mentais tal como faz a Hierarquia, e daí a sua confusão e dificuldade. Teremos uma ideia geral mais clara desses três grandes centros planetários e suas inter-relações se os considerarmos na forma de um diagrama: I. SHAMBALLA Vontade ou Poder Centro planetário da

cabeça, glândula pineal espiritual

A Cidade Sagrada Propósito. Plano. Aspecto vida

Regente: Sanat Kumara, o Senhor do Mundo O Ancião dos Dias Melquisedec

II. A HIERARQUIA Amor-Sabedoria Centro planetário do

coração A Nova Jerusalém Consciência

Unidade grupal

Regente: O Cristo O Salvador Mundial

III. A HUMANIDADE Inteligência Ativa Centro planetário da

garganta A Cidade Quadrada Autoconsciência

Criatividade

Regente: Lúcifer O Filho da Manhã O Filho Pródigo

Estes três centros estão estreitamente relacionados e devem ser considerados em sua totalidade como expressões da vividade divina, como a personificação de três grandes etapas no desenvolvimento do plano de Deus e como constituindo os três centros maiores no corpo de “Aquele em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Aqueles que estudaram o “Tratado sobre o Fogo Cósmico” podem, se quiserem, ligar estes três centros aos três sistemas solares tratados neste livro. 1. No primeiro sistema solar, o centro chamado Humanidade foi preparado e o princípio inteligência veio à manifestação. 2. No segundo sistema solar, a Hierarquia de amor fez seu aparecimento. Ela deve chegar à plena manifestação no plano físico, permitindo assim que o Amor de Deus seja conhecido. 3. No próximo sistema solar, o centro que hoje chamamos de Shamballa manifestará (inteligentemente e por meio do amor) o aspecto vontade da Deidade. No entanto, somente neste segundo sistema solar os três centros, expressando os três aspectos divinos, se encontram simultaneamente em diversas etapas de vividade. É interessante observar que esses centros só podem entrar verdadeiramente em atividade por mediação dos seres humanos. 11

A.A.B.

Pouco se sabe sobre Shamballa, exceto que este centro é a meta para os Membros da Hierarquia, do mesmo modo como a Hierarquia é hoje a meta para a humanidade. Para a Hierarquia, Shamballa é o centro condutor. Pouco se sabe realmente sobre a vontade de Deus, com exceção daqueles cuja função é interpretar e expressar aquela vontade por meio do amor, aplicado de maneira inteligente. Eles sabem qual é o propósito imediato e Sua principal ocupação é levar essa vontade a se manifestar. Temos, portanto, três grandes centros, dos quais emanam três tipos de energia que, na consciência da raça, tomam a forma das três ideologias dominantes. As antigas ideologias persistem; escolas subsidiárias de pensamento se multiplicam, falsas interpretações e tergiversações da realidade abundam; essas energias atuam por todo lado sobre as massas ignorantes1 e os homens se tornam vítimas dos expoentes das ideologias – passadas, presentes e futuras. Não nos esqueçamos de que por trás de todas essas ideologias permanece Aquele a Quem chamamos de Senhor do Mundo. Quando todos estes experimentos tiverem sido tentados e quando a consciência da hu-manidade tiver sido conduzida de uma etapa de compreensão para outra e para o reconhecimento de uma mútua relação, o reino de Deus se estabelecerá na Terra e o Regente da Terra poderá trabalhar, por meio da Hierarquia, para produzir na natureza (da qual a humanidade é parte) aquela reação criadora, viva e sintética que habilitará cada reino a revelar plenamente a glória de Deus. Shamballa trabalhará por meio da Hierarquia e esta, por sua vez, chegará aos diversos reinos da natureza por meio da humanidade, que assim iniciará a sua função predeterminada e destinada. É para isso que tudo está acontecendo. O momento da realização está relativamente longe, mas, neste meio tempo, a humanidade está experimentando ou sendo submetida a experiências; está explorando ou sendo explorada; está aprendendo a lição da obediência forçada ou os perigos do abuso egoísta da liberdade; está sendo vítima de personalidades poderosas, em todos os países e sem exceção, ou ao contrário está sendo guiada na direção correta (e isto também sem exceção) pelos emissários e discípulos, seja de Shamballa ou da Hierarquia. Toda presunção de liberdade ou de controle não é mais do que uma reação temporária de uma humanidade arrastada por ideias, controlada por ideais, impulsionada pelo egoísmo, impregnada de ódio e, ainda assim, o tempo todo lutando para expressar as melhores e superiores quali-dades e a se libertar da servidão de antigos males, da escravidão de antigos códigos e da maldição de hábitos arcaicos de pensar e viver. O importante é o que está acontecendo nos bastidores com a humanidade como um todo; é o desabrochar da consciência humana que conta para a Hierarquia, e que é uma resposta às condições atuais em qualquer país ou países. Asseguro a vocês que sob a pressão da vida moderna, sob a tensão das atuais condições e civilização impostas, além da inquietude mental, do terror causado pelos exércitos em marcha, do trovejar de tantas vozes e do estresse da escassez econômica mundial, a consciência humana está despertando rapidamente do seu longo sono. Esta grande realidade fundamental que chamam de “estado de espírito humano”, começa a se concentrar nas coisas importantes e a se expressar de maneira vívida. É esse o fator importante, e não o que está acontecendo em qualquer país específico. Lembraria também a vocês que tudo que está acontecendo é a evidência de uma energia e a expressão de uma força, fator que nunca deve ser esquecido e cuja existência deve ser absolutamente reconhecida. A esse respeito, pouca coisa podem fazer como indivíduos ou como grupo, a não ser cuidar para que nada em vocês – por menor que seja a sua importância – possa fazer de vocês um ponto focal para o ódio, a separatividade, o medo, o orgulho e outras características que alimentem os fogos que estão ameaçando levar o mundo ao desastre. Cada um de vocês pode ajudar muito mais do que supõe pelo controle do pensamento e das ideias, pela preservação de um espírito amoroso e pelo uso generalizado da Grande Invocação, pela qual essas forças e energias – tão intensamente necessárias – podem ser invocadas. Consideramos as três energias principais que estão sendo vertidas à nossa vida planetária nesta época, por meio de três centros maiores. Resta considerarmos agora a energia dos dois raios menores, o sexto e o sétimo, que são, de muitas maneiras, de maior importância imediata para as massas e de enorme eficácia.

1 No original: the dead level of the people (the ignorant masses) 12

A.A.B.

Um deles é importante devido ao seu pronunciado domínio e à cristalização que produziu, em especial no mundo do pensamento; o outro porque, devido ao seu domínio e sua potência, sua influência e seus efeitos, terá uma importância cada vez maior. Um tem poder para produzir a necessidade do caos atual; o outro ainda está no estado potencial e traz em sua atividade as sementes do futuro. Trata-se de um fato de grande interesse e de real importância prática que, além disso, leva ao campo da previsão. Gostaria de lembrar, neste ponto, que nenhuma previsão está totalmente dissociada do passado, mas que deve conter sempre a semente da verdade. A Lei de Causa e Efeito é válida eternamente e, em especial, no campo da visão interna espiritual (em rápido desenvolvimento nesta época), que permite ao vedor ver as possibilidades do futuro e prever as eventualidades vindouras. Esta faculdade de prever o futuro pode se desenvolver no homem de várias maneiras nos três próximos séculos: 1. Pelo desenvolvimento do contato com a alma nos membros avançados da raça. Este contato colocará em relação o conhecimento da Alma com o cérebro passível de impressão e, se a mente estiver devidamente controlada e treinada pela meditação, haverá uma correta previsão do destino do indivíduo e dos acontecimentos futuros. 2. Pelo desenvolvimento da ciência da astrologia – ciência que ainda está na infância – e que no momento presente se baseia em tantos fatores incertos, que é difícil para o estudante chegar às indicações que real-mente proporcionem um levantamento do futuro. Muitas vezes é possível deduzir corretamente traços do caráter ou pequenos acontecimentos pessoais, mas, até agora, os temas de ordem geral permanecem muito nebulosos para haver uma previsão dos acontecimentos com certeza. Mais tarde voltarei a este tema e indicarei as linhas que as investigações do futuro devem seguir. 3. Pelo retorno à “adivinhação” e pelo reaparecimento dos antigos “oráculos da raça”, na época romana mulheres denominadas “sibilas”. Estas médiuns (pois é o que eram) serão treinadas pelos trabalhadores do sétimo raio para falar sob a inspiração da Hierarquia, cuja presciência se estende muito à frente no futuro, mas não além de dois mil anos. No entanto, estas médiuns serão empregadas e dirigidas apenas depois de um cuidadoso treinamento e somente duas vezes por ano, nos rituais dos plenilúnios de Touro e Gêmeos. Quanto à previsão de que vou tratar, por pouco ortodoxo que possa parecer a alguns de vocês, será baseada em dois fatores: primeiro, as indicações lógicas a reunir dos acontecimentos passados e presentes, que condicionam o futuro imediato e devem levar inevitavelmente a eventos tangíveis e definidos. Todo aquele que estudar profundamente os assuntos humanos poderá seguir a mesma linha de raciocínio e chegar aproximadamente às mesmas conclusões, desde que ame o semelhante e possa vê-lo como realmente é e, assim, admita o inesperado. E, segundo, o que posso lhes dizer está fundamentado no conhecimento das influências dos raios que, neste momento, estão afetando tão poderosa e efetivamente a humanidade e sua civilização e cultura vindouras. Portanto, peço-lhes que leiam com a mente aberta o que tenho a dizer; peço-lhes encarecidamente que relacionem as minhas palavras com as condições mundiais atuais, que vejam surgindo dos reinos da subjetividade aquelas forças e potências que estão mudando diretamente a corrente dos pensamentos dos homens, que estão moldando suas ideias e, incidentalmente, alterando a face da Terra e a política das nações. Como sabem, neste momento há dois raios menores (que são raios de atributo) afetando poderosamente o destino humano. São o sexto Raio da Devoção Abstrata ou Idealismo e o sétimo Raio da Magia Cerimonial ou Organização. O sexto raio começou a se retirar da manifestação em 1625, após um longo período de influência, enquanto que o sétimo Raio da Ordem Cerimonial começou a entrar em manifestação em 1675. Há três pontos a reter em relação a esses dois raios e os efeitos que exercem sobre a raça dos homens. (Aqui não estou tratando dos efeitos sobre os outros reinos da natureza).

13

A.A.B.

1. O sexto raio, como bem sabem, é o mais potente em manifestação neste tempo, e um grande número de pessoas responde à sua influência. Ainda é a linha de menor resistência para a maioria, em especial na raça ariana porque, quando a influência de um raio se torna potente no decurso do tempo e pela evolução, esta influência afeta principalmente os grupos e não apenas os indivíduos. Um ritmo e um impulso então se estabelecem, duram um longo tempo e ganham potência pela própria força dos números organizados. Essa verdade aparecerá com maior clareza à medida que avançarmos nos nossos estudos. Basta dizer que as pessoas do sexto raio são as reacionárias, conservadoras, extremamente resistentes às mudanças e fanáticas, que se apegam a tudo que pertence ao passado e cuja influência entrava poderosamente o progresso da humanidade para a Nova Era. São em grande número. No entanto, proporcionam o equilíbrio necessário e são responsáveis pelo processo de estabilização de que o mundo tanto necessita neste momento. 2. O sétimo raio está adquirindo impulso gradualmente e há um longo período de tempo vem estimulando e aumentando a atividade de todas as nações de quinto raio. Se levarem em conta que um dos principais objetivos da energia do sétimo raio é reunir e relacionar espírito e matéria, assim como substância e forma (observemos essa diferença), vocês mesmos poderão ver que o trabalho da ciência está em estreita relação com esse esforço, e que a criação das novas formas será claramente o resultado de uma ação conjunta que exercerão os regentes do quinto, do segundo e do sétimo raios, com a ajuda – a pedido – do regente do primeiro raio. Um grande número de egos ou almas do sétimo raio, e também de homens e mulheres com personalidade de sétimo raio, está entrando em encarnação agora, e a eles é confiada a tarefa de organizar as atividades da Nova Era e de pôr fim nos velhos métodos da vida e nas antigas e cristalizadas atitudes perante a vida, perante a morte, perante o lazer e perante a população. 3. O resultado da crescente influência da energia do sétimo raio e do decréscimo da influência do sexto raio – que se mostra como uma cristalização pronunciada das formas de crenças padronizadas e aceitas, religiosas, sociais e filosóficas – é submergir na perplexidade milhões de pessoas que não respondem a nenhuma das influências mencionadas do ponto de vista egoico ou pessoal. Elas se sentem completamente perdidas, são presas da ideia de que a vida não lhes reserva nenhum futuro desejável, pois tudo que aprenderam a valorizar e a apreciar está rapidamente lhes falhando. Esses três grupos de pessoas, as que são influenciadas pelo sexto e pelo sétimo raios e as que estão desorientadas pelo impacto das forças geradas por esses raios, são as que devem, juntas, com compreensão e visão clara, trazer ordem ao caos atual. Devem materializar as condições novas e desejáveis que se ajustarão ao arquétipo subjetivo nas mentes das pessoas iluminadas do mundo e ao plano espiritual como existe na consciência dos membros da Hierarquia. A Nova Era, com sua civilização e cultura peculiares, virá à manifestação por meio da colaboração dos muitos bem-intencionados, que respondem cada vez mais ao bem-estar do todo e não do indivíduo; são eles os pensadores idealistas, mas práticos, influenciados pelo arquétipo das coisas futuras e pelos discípulos mundiais, impressionados pelos planos e sob a instrução da Hierarquia que está dirigindo e controlando tudo. As previsões que eu possa fazer tratarão desses três grupos de pessoas e do trabalho em que estão comprometidas. Todas as mudanças relacionadas à família humana – o quarto reino da natureza – dependem sempre de três fatores: 1. Dos acontecimentos físicos externos que são claramente eventos de força maior2 e sobre os quais nenhum ser humano tem a menor autoridade. 2. Da atividade dos próprios seres humanos, atuando nos diversos raios, mas em qualquer que seja a época ou o período, é condicionada pela: a. Preponderância de egos em qualquer raio específico. Atualmente há um grande número de egos de segundo raio em encarnação e seu trabalho e suas vidas facilitarão a Grande Aproximação vindoura.

2 No original “acts of God”. 14

A.A.B.

b. Natureza e qualidade dos raios da personalidade predominantes na maioria. Neste momento há um grande número de almas em encarnação cujos raios da personalidade são o sexto ou o terceiro. Eles condicionam excepcionalmente a civilização vindoura, inclusive todos os empreendimentos educacionais e financeiros, da mesma maneira como a influência daqueles que têm contato com a alma e estão aptos a expressar a qualidade da alma condiciona e determina a cultura atual. c. Atividade do quinto princípio, o da mente. Esse princípio está hoje especialmente ativo em um sentido amplo e geral. Se pudesse expressá-lo de forma simbólica, diria que a atividade vertical da mente, que tem afetado pessoas de todos os lugares ao longo das eras, sempre produziu os guias mentais, os dirigentes e os líderes da humanidade. Hoje, a atividade horizontal da mente, que abarca massas enormes da população e, às vezes, nações e raças inteiras, predomina em toda parte e isso deverá levar, inevitavelmente, a acontecimentos e efeitos jamais vistos e até agora impossíveis. 3. Da influência dos raios que entram ou se retiram em qualquer época determinada. Muitas vezes foi dito que esses acontecimentos – pois o aparecimento ou o desaparecimento de uma influência de raio é um acontecimento no tempo – são uma questão de desenvolvimento lento, psíquicos por natureza e regidos pela lei. O lapso de tempo em que um raio aparece, se manifesta e realiza a sua obra e, por fim, desaparece, é um dos segredos da iniciação, mas – com o passar do tempo e a própria natureza do tempo tendo melhor entendimento – serão estabelecidos o período e a equação-tempo dos raios menores de atributo. Esse momento ainda não chegou, embora o grande interesse que há hoje pelos fenômenos do tempo indique uma conscientização crescente do problema propriamente dito e da necessidade de compreender a relação do tempo, tanto com o espaço como com os acontecimentos. Em breve será compreendido que o tempo é um fato puramente cerebral; quando o senso da velocidade, tal como é registrado pelo cérebro, for estudado de maneira adequada, além da capacidade ou incapacidade de um ser humano de expressar essa velocidade, muito será revelado, quando abordado corretamente, de coisas que hoje ainda são misteriosas. Nesta época, todo o mundo está enredado no caos e na desordem resultantes do choque das forças do sexto e do sétimo raios. Quando um raio se retira e outro entra em manifestação e seu impacto sobre a Terra e sobre todas as formas, em todos os reinos da natureza, alcança o ponto em que as duas influências se equivalem, chega-se a um ponto de crise bem definido. É o que está acontecendo agora, e a humanidade, submetida a dois tipos ou formas de energia, está “fora do eixo”; daí a intensa dificuldade e tensão do período mundial atual. A causa disso não é apenas o impacto dos dois tipos de energia, fustigando com força igual todas as formas de vida, mas também o fato de que a energia da própria humanidade (que é uma combinação do quarto e do quinto raios) é arrastada para o conflito. Agregue-se a isso a energia do reino animal (que também é uma combinação do terceiro, quinto e sexto raios), uma vez que ela governa a forma física ou animal de cada ser humano. Há, portanto, um encontro de muitas forças em conflito e o Arjuna mundial enfrenta uma batalha tremenda – uma batalha recorrente e cíclica, mas que, nesta era específica, se mostrará um fator decisivo e determinante no antigo conflito entre o domínio material e o controle espiritual. As forças que atuam no planeta neste momento são de suprema importância. Considerando-se que o sexto raio atua através do plexo solar e o controla (estando estreitamente relacionado com o plano astral, que é o sexto nível de percepção) e que o sétimo raio controla o centro sacro, pode-se ver por que há tanta emoção, tanto idealismo e tantos desejos se misturando com o conflito mundial, e também por que – a despeito das tormentas na arena política e no campo religioso – a sexualidade e seus diversos problemas alcançaram um ponto de interesse na consciência humana em que a solução dessas dificuldades, uma nova compreensão das implicações subjacentes e uma tomada de posição se tornaram inevitáveis e imediatas. Quatro problemas serão resolvidos nos próximos dois séculos: 1. O problema das posses territoriais que, no âmbito da família de nações, é a correspondência, do ponto de vista do grupo, à materialidade para o indivíduo. 15

A.A.B.

2. O problema da sexualidade, que implicará em uma compreensão mais real da lei de atração. 3. O problema da morte, que na realidade é o problema da relação entre o subjetivo e o objetivo, entre o tangível e o intangível e entre a vida e a forma. Este problema será esclarecido no campo da psicologia, pelo reconhecimento científico da verdadeira natureza do indivíduo ou alma, e da personalidade. 4. O problema dos judeus, que é simbolicamente o problema da humanidade como um todo. Hoje, pela primeira vez, é um problema humanitário, estreitamente ligado ao quarto reino da natureza, porque esse reino é o ponto de encontro dos três aspectos divinos. O judeu, que enfatiza a sua posição de “povo escolhido”, ao longo dos séculos representou simbolicamente a alma errante de encarnação em encarnação. O povo judeu, porém, jamais reconheceu a missão simbólica confiada à sua raça, atribuindo a si a glória e a honra de ser o escolhido do Senhor. A raça judia cometeu este erro e, como raça oriental, falhou em sua missão de apresentar ante o Oriente a imagem da natureza divina da humanidade como um todo, pois são todos igualmente divinos e são todos escolhidos do Senhor. Calvino e os que seguiram suas instruções cometeram o mesmo erro; em vez de fazer os povos do Ocidente compreenderem que aqueles que reconhecem sua divindade essencial assim fazem simbolicamente, em nome de todos os filhos de Deus encarnados e em evolução, Calvino e os seus se consideravam o Povo Escolhido e os que não pensavam da mesma maneira, consideravam como perdidos. Quando os judeus e os devotos religiosos de mente estreita reconhecerem sua identidade com todos os homens e expressarem esta identidade por meio de corretas relações, veremos um mundo muito diferente. O problema do mundo é essencialmente um problema religioso, e por trás de todo conflito, em todo setor do pensamento do mundo hoje, encontraremos o elemento religioso. Quando entendermos melhor a natureza da luta atual e considerarmos as causas subjetivas em vez das razões objetivas superficiais, haverá um real progresso no processo de libertação da humanidade da escravidão e da estreiteza de civilização atual e da influência das forças e energias responsáveis pela situação. Essas energias serão então compreendidas, manipuladas corretamente e dirigidas para fins construtivos e desejáveis. No campo deste conflito, a grande lei fundamental, segundo a qual “a energia segue o pensamento”, está sempre vigente, e um dos fatores que está induzindo a tensão e a pressão atuais deve-se ao fato de que tantos milhões de pessoas estão começando a pensar. Isso significa que a antiga simplicidade que vigorou até quinhentos anos atrás não controla mais e que a situação é muito mais complexa. Nos dias antigos, as forças eram amplamente controladas pelos Senhores da Materialidade (aqueles a quem o ignorante e o esotérico preconceituoso chamam de “as forças da escuridão”); as forças da espiritualidade, somadas ao pensamento de uma minoria de homens avançados, nas diversas nações, não eram tão potentes como são atualmente. Naquela época, a situação era relativamente simples. Parte do plano evolutivo implica em que matéria e substância exerçam temporariamente o controle e que o espírito aprenda a “crescer nos ombros da matéria”, como expressa a Sabedoria Antiga. Agora, porém, devido à instrução generalizada das massas e aos inúmeros meios de disseminação de ideias que há no mundo, as massas passaram a pensar de forma independente ou a pensar conforme a influência exercida em seus pensamentos por parte de mentes poderosas que procuram controlar os acontecimentos do mundo. Daí a crescente dificuldade do problema, dificuldade tão grande para os Senhores do Caminho da Mão Esquerda quanto para a Grande Loja Branca. Esse é um ponto que vocês precisam considerar, além de descobrir as devidas implicações. A própria humanidade está chegando rapidamente ao ponto no qual sua vontade unida será o fator determinante nos assuntos mundiais, o que se deverá ao desenvolvimento da mente graças ao sucesso do processo evolutivo. Justamente neste assunto serão feitas muitas experiências (que já estão em curso), sendo inevitável que ocorram muitos erros. Portanto, a maior necessidade nesta nossa época é instruir as pessoas sobre o Plano e sobre a natureza das forças que controlam a evolução e os agentes que a dirigem. A existência da Hierarquia deve ser anunciada em termos claros, a fim de despertar o interesse público, suscitar investigação e o reconhecimento público. Ao longo desse processo, muito se aprenderá sobre o grupo equilibrador de iniciados e adeptos que trabalham totalmente com o lado material da vida; neles (neste ciclo mundial maior) o aspecto amor da alma permanece totalmente não desenvolvido, enquanto que a natureza mental se expressa com vigor. Se estudarmos o que já expus com relação a certas 16

A.A.B.

expressões de ordem superior e inferior dos raios, veremos qual é o trabalho no qual estão comprometidos – o da Hierarquia, animada pelo amor, e seu polo oposto, a Loja Negra, que trabalha inteiramente por meio da mente e da substância – e aparecerá para nós a estreita relação que há. Perceberão então que a margem que as separa é muito pequena e que ela existe apenas na intenção, no propósito subjacente e nos objetivos concretos que este grupo de trabalhadores materiais fixou como seu. O principal instrumento da Loja Negra é o poder organizador da mente, e não a influência coesiva do amor, como é o caso com os Mestres de Sabedoria. No entanto, no processo natural da evolução da forma, estes trabalhadores do lado escuro da vida desempenham uma função útil. Como trabalham predominantemente com o princípio mental, podemos nos dar conta da susceptibilidade das massas não educadas a esta imposição mental e a facilidade com que podem ser arregimentadas e estandardizadas. Elas não têm o poder de pensar por si mesmas com clareza e, em consequência, suas mentes são amoldáveis e receptivas às poderosas forças dirigidas por esses dois grupos – o dos trabalhadores espirituais do planeta e o dos materialistas. Como a massa dos seres humanos ainda está enfocada em termos materiais, as forças que atuam no aspecto matéria contêm uma linha de menor resistência, a qual não está disponível para os Mestres da Grande Loja Branca. Porém, este perigo segue diminuindo década após década. Permitam-me ilustrar estes fatos por meio dos dois raios que são objeto de nossa consideração imediata. Ambos – nos termos da lei invariável – se expressam através de uma ou de várias formas, superiores e inferiores. Uma das expressões mais elevadas do sexto raio, que está se retirando, se encontra no cristianismo, cujo espírito e princípios foram demonstrados para nós na vida do Mestre Jesus, que o seu grande ideal, o Cristo, inspirou, sobrepairou e usou. Na palavra “idealismo”, temos a nota-chave deste raio – idealismo que adquire forma, proporciona um exemplo vivo e indica aos homens suas próprias potencialidades divinas. Na apresentação externa do Cristo, o ideal divino para a raça humana como um todo foi exposto ao mundo pela primeira vez. Antes Dele, outros Filhos de Deus manifestaram diversas qualidades e atributos divinos, mas três deles apresentaram um determinado atributo com tal grau de perfeição que não será superado, pelo menos no que diz respeito ao atual período mundial. São Eles: Hércules, o discípulo perfeito, mas que ainda não atingira o estado de perfeito Filho de Deus; o Buda, o iniciado perfeito, que alcançou a iluminação, mas que ainda não desenvolvera à perfeição todos os atributos da divindade; o Cristo, a expressão absolutamente perfeita da divindade para este ciclo e, portanto, o Instrutor de anjos e homens. Que a culminação suprema da raça humana em um futuro longínquo possa alcançar uma perfeição ainda mais elevada do que atingiram esses três Exponentes da divindade é indizivelmente verdadeiro, pois ainda não sabemos o que a divindade significa realmente. Porém, nesses três grandes seres temos três exemplos de uma perfeição que a maioria dos filhos dos homens está muito longe de alcançar. Em todos Eles, o sexto e o segundo raios foram fatores controladores, com o primeiro raio se expressando plenamente. N’Eles, o idealismo, o amor-sabedoria e uma vontade invencível se manifestaram em todo seu poder divino. Talvez fosse do seu interesse saber que raios controlavam estes Filhos de Deus: Hércules, o Deus-Sol, tinha alma de primeiro raio, personalidade de segundo raio e corpo astral de sexto raio. Essas potências e energias lhe bastaram para que superasse todas as provas e cumprisse seus trabalhos de discípulo. O Buda tinha alma de segundo raio, personalidade de primeiro e corpo mental de sexto raio, fenômeno muito raro. O Cristo tinha alma de segundo raio, personalidade de sexto raio (o que explica sua estreita relação com o mestre Jesus) e corpo mental de primeiro raio. Os três encarnaram as essências da vida espiritual e deixaram sua marca na história e nos corações dos homens, devido, em grande parte, à potência de expressão de Seu sexto raio. Todos personificaram também o novo impulso espiritual necessário à Sua época, e todos Eles, – pela força de Seu amor vivo e de Seu poder – levaram de volta, para séculos, a visão e a aspiração humanas aos princípios espirituais 17

A.A.B.

pelos quais os homens devem viver. Todos Eles pertenciam ao grupo de Vidas que executam os planos de Deus, fundamentados no amor de Deus. O Buda e o Cristo continuam trabalhando em estreita conexão e cooperação com a Hierarquia. Hércules passou para o centro Shamballa, mas ainda trabalha em estreita associação com o Buda, que é uma das Forças que unem Shamballa com a Hierarquia. A religião pura, incontaminada e focalizada espiritualmente é a expressão mais elevada do sexto raio (atuando sempre sob a influência e a potência do segundo raio) e, para nós, o Cristianismo primitivo foi o grande e inspirador símbolo. Na mesma relação, entre os aspectos inferiores do sexto raio, encontramos todas as formas de religião dogmáticas e autoritárias, que se expressam pelas igrejas organizadas e ortodoxas. Todas as fórmulas teológicas são expressões inferiores das verdades espirituais mais elevadas, porque incorporam as reações mentais do homem religioso, sua confiança em suas próprias deduções mentais e sua certeza de que, obviamente, ele tem razão. Elas não encarnam os valores espirituais, tais como existem realmente. Daí provém o fato de que a terrível natureza das expressões inferiores de sexto raio e o controle exercido pelas forças da separatividade (que caracterizam sempre de maneira considerável a atividade inferior de sexto raio), em nenhum outro lugar é visto de forma tão potente como na religião e na história da Igreja, com seu ódio, fanatismo, a pompa e o luxo que apelam aos ouvidos e olhos externos, sua separatividade das outras formas de crença, como também suas dissensões internas, seus grupos dissidentes, suas panelinhas e conluios. A igreja se afastou muito da simplicidade do Cristo. Os teólogos perderam “o espírito que está no Cristo”, se é que alguma vez o possuíram. Hoje, o que a Igreja necessita grandemente é abandonar a teologia, descartar toda doutrina e dogma e se virar para o mundo de luz que está no Cristo, e assim demonstrar a realidade da eterna vividade do Cristo, a beleza e o amor que pode se refletir do contato com o Cristo, o fundador do cristianismo, mas não da igrejidade. Estou generalizando. Há hoje na igreja homens que expressam o Cristo vivo, em seu verdadeiro sentido. Relegam a teologia e a autoridade ao seu correto lugar e consideram os debates teológicos como meras expressões de ginástica mental, talvez necessárias como incentivos ao pensamento, mas não como fatores condicionantes que determinam ou não a salvação do homem. Eles sabem que a salvação do homem é determinada pelos processos da evolução e que não é questão de uma ultérrima realização, mas simplesmente de tempo. Eles sabem que a vida que está no homem o levará, afinal, à sua meta e que as experiências e o tipo de encarnação inevitavelmente o levarão para o “porto desejado”. Sua salvação não é determinada pela aceitação de algum dogma, formulado por homens que perderam o senso de proporção (e, portanto, o senso do humor) e se consideram capazes de interpretar a mente de Deus para seus semelhantes. É necessário lembrar aqui que há atributos divinos e características de raio que até agora nunca foram revelados às mentes dos homens, nem pressentidos por eles em seus momentos mais elevados de inspiração. A razão é a falta de sensibilidade dos filhos dos homens, inclusive dos mais avançados. Seu mecanismo ainda está inadequadamente desenvolvido, portanto incapaz de responder a essas qualidades divinas superiores. O próprio Cristo e outros Membros da Grande Loja Branca estão Se preparando para registrar esses atributos divinos e se incorporarem, conscientemente, em um processo evolutivo ainda mais elevado. Ficará evidente para vocês que as pequenas conclusões das mentes estreitas são alguns dos fatores mais perigosos atualmente, nas questões mundiais. Também ficará evidente que as expressões superiores e inferiores de um raio estão estreita e mutuamente relacionadas, e a facilidade com que a expressão superior perde o controle e a expressão inferior entra em manifestação – algo que a própria evolução finalmente deverá reajustar. É mais difícil diferenciar entre a expressão superior e a inferior do sétimo Raio de Ordem Cerimonial, pois este raio está em processo de se manifestar e ainda não sabemos quais serão suas expressões predominantes, superiores e inferiores. As reações humanas têm seu lugar – como disse antes – e os próprios Mestres não têm como prever quais serão os resultados do impacto das forças, nem no que vai dar, embora com frequência possam apontar os acontecimentos prováveis. Se lhes disser que a expressão 18

A.A.B.

superior do sétimo raio é a magia branca, vocês compreenderiam realmente o que quero dizer? Tenho minhas dúvidas. Vocês teriam uma ideia real do que se entende por essas duas palavras? Volto a dizer que tenho minhas dúvidas. Na realidade, magia branca é o poder do trabalhador treinado, o executivo, de unificar em uma síntese construtiva “o de dentro e o de fora”, para que o que está embaixo seja construído, de maneira reconhecível, com base no modelo que está em cima. É a suprema tarefa de reunir, de acordo com o propósito imediato e o plano, para benefício da vida que evolui em cada ciclo mundial específico: 1. O espírito e a matéria. 2. A vida e a forma. 3. O Ego e a personalidade. 4. A alma e sua expressão externa. 5. Os mundos superiores de atma-budi-manas e seus reflexos inferiores: a natureza mental, emocional e física. 6. A cabeça e o coração, pela sublimação das energias dos plexos solar e sacro. 7. Os planos astral-etérico e o plano físico denso. 8. Os níveis subjetivos intangíveis da existência e os mundos externos tangíveis. Tal é a tarefa do mago branco, e apesar do fato de que o processo evolutivo vai se tornando mais complicado e complexo, haverá dele, porém, uma compreensão mais precisa, mais rápida e mais adequada na mente do mago. Em consequência, tudo que conduz à sensibilidade humana e ao aumento da percepção consciente, faz parte do trabalho do mago branco, como tudo que tende a produzir melhores formas através das quais o princípio de vida da deidade possa se expressar é trabalho do mago branco, como também tudo que serve para desgastar ou rasgar o véu entre os mundos onde aqueles que não têm corpo físico vivem, se movem e trabalham e os mundos da forma externa, é trabalho do mago branco. Todos esses tipos de trabalho estão sempre em curso, mas nunca tanto como agora, em razão da entrada em manifestação do raio do mago (branco e negro), o sétimo raio. Daí o rápido crescimento do senso de onipresença e do reconhecimento da inexistência do tempo em relação à realidade. A descoberta e o uso do rádio e outros inúmeros meios de comunicação, assim como o desenvolvimento da relação telepática contribuíram muito para esta realização. A entrada em manifestação do sétimo raio teve outros resultados também, a saber: a. a difusão da educação, que alarga o horizonte do homem e abre para eles novos campos de investigação e exploração; b. a ruptura das antigas e limitadoras formas, pela invocação da força do primeiro raio, que sempre atuou por meio do sétimo raio, porque os reinos da natureza ainda não podem suportar a energia do primeiro raio em estado puro. c. o forte interesse suscitado pelas pesquisas sobre a vida após a morte e o surgimento de inúmeros grupos que estudam a sobrevivência e as probabilidades da imortalidade; d. o aparecimento do movimento espírita moderno. Trata-se de um esforço direto da entrada em manifestação do sétimo raio. O espiritismo era a religião da antiga Atlântida e o sétimo raio dominou esta antiga civilização durante um longo período de tempo, sobretudo na primeira metade da sua existência, da mesma maneira como o quinto raio é a potência dominante em nossa era ariana e nossa raça. A verdadeira natureza da morte e do além será revelada pelo desenvolvimento correto do espiritismo, ao lado de linhas psicológicas e da supressão da importância dada aos fenômenos (que são hoje a destacada característica e ênfase). Mas é com relação ao espiritismo que posso ilustrar melhor a expressão inferior das influências do sétimo raio. O trabalho do sétimo raio, como bem sabem, é relacionar a vida e a forma, mas quando o aspecto forma está acentuado, o resultado é um mau procedimento, o trabalho do mago negro podendo começar e seus objetivos entrando indevidamente em jogo. Foi o que aconteceu com o movimento espírita; os pesquisadores se ocuparam do aspecto forma da vida, e seus adeptos em satisfazer seus desejos emocionais (também relacionados com o aspecto forma), de maneira que a verdadeira importância do movimento está correndo o risco de se perder.

19

A.A.B.

O espiritismo, em seu aspecto inferior e material, é a expressão mais baixa do sétimo raio, sendo, para as massas, certamente, a linha de menor resistência e, portanto, sem grande importância espiritual para seu desenvolvimento evolutivo. As massas hoje têm consciência atlante e só lentamente estão entrando no ponto de vista ário. Isto deve mudar, e a atividade mental deve se intensificar rapidamente, do contrário o verdadeiro espiritismo não poderá se expressar e – pelo atual movimento espírita – forças e entidades das mais indesejáveis podem ser atraídas para o nosso mundo. A negatividade da maioria dos que se interessam pelo espiritismo, e a atitude mais negativa ainda da maioria dos médiuns, abre a porta de par em par para perigos muito definidos. Felizmente, há nos círculos espíritas um movimento que procura afastar este evidente perigo e substituir o atual entusiasmo pelos fenômenos e pela correta compreensão dos verdadeiros valores. O tema é vasto demais para que eu me ocupe dele aqui, a não ser ilustrar os pontos que estou procurando expor. Porém, deixo uma indicação: Se as sociedades e as organizações relacionadas com o movimento espírita e os grupos de investigação psíquica buscassem e encontrassem as pessoas que são naturalmente sensitivas (não médiuns de transe), e aquelas que são por natureza clariaudientes e clarividentes, e estudassem suas revelações, palavras, reações e modos de atuar, descobririam muito sobre os poderes inatos e normais do homem – poderes que permaneceram em suspenso durante o período em que o objetivo era o desenvolvimento da mente e que a humanidade com-partilha com dois grandes grupos de vidas – os Membros da Hierarquia e o reino animal. Reflitam sobre isto. Portanto, se estas sociedades se concentrassem nos psíquicos inteligentes e enfocados mentalmente, e deixassem de lado tudo que se baseia no estado de transe, logo viriam revelações. O estado de transe é indesejável, porque separa o médium de sua alma e o relega decididamente para o reino das forças negativas, materiais e não controladas. Este desenvolvimento, porém, encontrará oposição das forças da materialidade, que farão o possível para impedi-lo, porque do momento em que se possua um conhecimento positivo e inteligente do mundo de além do véu, não haverá mais medo da morte e, com isso, desaparecerá o principal aspecto de seu poder e influência sobre a humanidade. Se vocês acompanharam bem, com discernimento, o que foi exposto, dois pontos surgirão claramente em suas mentes em relação à atividade inicial e imediata desses dois raios, o sexto e o sétimo. Primeiro, que grupos inteiros de pessoas estão cada vez mais sensíveis às influências desses raios, o que suscita entre esses grupos (que correspondem às forças do sexto ou do sétimo raios) um antagonismo inevitável. O problema é que, devido ao desenvolvimento da sensibilidade da raça, esse antagonismo agora está em escala mundial. É esta a base do presente conflito de ideias e de ideologias opostas; daí também resulta, de um lado, a contenda entre as antigas tradições herdadas e as antigas formas de civilização, de governo e de religião e, de outro, dos novos conceitos. Esses novos conceitos deverão inaugurar a Nova Era e, oportunamente, revolucionarão as nossas normas e vida modernas. Relegarão as antigas ideias à mesma posição que assumiram hoje em nossa consciência as ideias que governaram a raça há mil anos. Segundo: a situação se complica ainda mais pelo fato desses dois raios influenciarem e se expressarem (como sempre ocorre) de forma dual; eles sempre têm uma forma inferior e outra superior de manifestação, o que corresponde à expressão da personalidade e do Ego em cada ser humano. No caso do raio que se retira, a forma superior (que sempre é a primeira a se manifestar em germe) está desaparecendo com rapidez ou está sendo absorvida pelo novo idealismo, desta maneira contribuindo para tudo que é melhor na nova apresentação da verdade, para que a cultura emergente se enraíze adequadamente na antiga. No entanto, as formas inferiores são obstinadas e dominantes e, por isso, constituem o principal problema da Hierarquia – a tal ponto que requer o apelo à energia do primeiro raio (a força de Shamballa) para consumar a destruição de tais forças inferiores. Tenham isso em mente ao estudar a situação mundial. As formas inferiores de expressão do sétimo raio ainda estão na etapa embrionária. Isso aparecerá com clareza se vocês observarem o caso que dei como referência: o movimento espírita, que começou a tomar forma apenas no século passado e, curiosamente, alcançou seu desenvolvimento fenomenológico por ter começado no continente americano. O território onde hoje se encontram os Estados Unidos da América foi o centro da antiga Atlântida e este país herdou o psiquismo que caracteriza a antiga forma religiosa que se manteve viva e potentemente nesta parte do mundo durante muitos séculos.

20

A.A.B.

Apesar disso, a energia superior e mais vívida do sétimo raio é a mais ativa neste tempo, e o idealismo que dela resulta, e os consequentes conceitos da Nova Era, estão atuando sobre as mentes sensíveis da raça e preparando a humanidade para uma grande mudança e muito necessária. O trabalho do Raio da Ordem Cerimonial é aterrar ou tornar fisicamente visíveis os resultados da união de espírito e matéria. Sua função é revestir o espírito com matéria, assim produzindo a forma.

2. As Nações e os Raios. Com relação a esta exposição sobre o que rege e influencia as nações dominantes do mundo, o estudante deve ter em mente o fato de que, nesses dias, todas estão condicionadas principalmente pela Lei das Separações; no entanto, os grupos avançados em cada nação estão começando a responder à Lei da Compreensão. É uma lei que, oportunamente, fará prevalecer a eterna fraternidade dos homens e a identidade de todas as almas com a Superalma. Isto será reconhecido pela consciência racial, assim como a unicidade da Vida que impregna, anima e integra todo o sistema solar. Esta Vida atua em todos os esquemas planetários e através deles, em todos os reinos de formas e com tudo o que está incluído na frase “vida da forma”. Essa frase contém três ideias básicas: as ideias de vida, de forma e de evolução. A atuação da Lei da Compreensão Amorosa será grandemente facilitada e acelerada durante a Era de Aquário que estamos considerando; mais adiante resultará no desenvolvimento de um espírito internacional de alcance mundial, no reconhecimento de uma só crença universal em Deus e na humanidade também como a expressão maior da divindade no planeta e na transferência da consciência humana do mundo das coisas materiais para o mais puramente psíquico. Com o tempo, isto levará, inevitavelmente, para o mundo das realidades espirituais. É preciso lembrar que (para a humanidade avançada) a sequência do reconhecimento destas expansões de consciência se processa como segue: 1. O mundo da existência psíquica. Requer o reconhecimento, pela consciência cerebral, da necessidade de controle mental e espiritual como primeiro passo. 2. O mundo do desenvolvimento mental. 3. O mundo da alma ou ego, o homem individualizado. Quando estes reconhecimentos estiverem estabelecidos no aspirante, virá o reconhecimento, por parte do discípulo, do Mestre que deverá guiá-lo. 4. O controle da vida do plano físico pela alma. 5. A atuação e o uso dos poderes psíquicos e seu lugar e função no campo do serviço inteligente. 6. A faculdade de interpretação da mente iluminada. 7. Uma inspirada vida criadora no plano físico. O processo de desenvolvimento da consciência racial não segue necessariamente as sete etapas e sequências acima. Isto se deve ao estímulo e à consequente sensibilização do aspecto forma pelo aumento da irradiação e potência do dinâmico Novo Grupo de Servidores do Mundo, cujos postos são ocupados por aqueles que passaram, ou estão passando, pelas etapas de aspirante e discípulo e, assim, que estão aprendendo a servir. O desenvolvimento psíquico nas massas segue em paralelo com o desenvolvimento espiritual da humanidade avançada, o que se pode ver ocorrendo hoje em grande escala em todas as partes e é responsável pelo formidável crescimento do movimento espírita e pelo enorme aumento dos poderes psíquicos inferiores. A antiga magia atlante e o psiquismo inferior estão novamente sobre nós no grande girar da roda da vida, mas desta vez pode resultar no bem, se os discípulos do mundo e as pessoas de orientação espiritual corresponderem à oportunidade. Hoje há milhares de indivíduos começando a responder à influência desta Lei da Compreensão Amorosa. Em todas as nações, muitos estão reagindo à nota fraterna mais ampla e sintética, mas as massas ainda não compreendem nada disto. Devem ser conduzidas gradualmente pelas maneiras adequadas, por meio do crescente desenvolvimento na correta compreensão de seus próprios compatriotas. Tenham isto presente, todos vocês que trabalham pela paz mundial e pelas corretas relações humanas, pela harmonia e pela síntese. 21

A.A.B.

Da mesma maneira como os seres humanos, todas as grandes nações são controladas por dois raios. Não é necessário nos ocuparmos das nações menores. Todas as nações são controladas por um raio de personalidade que, no momento atual, é o potente fator dominante e por um raio de alma, que é percebido apenas pelos discípulos e pelos aspirantes da respectiva nação. Este raio da alma deve ser evocado para uma crescente atuação pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo, o que é sua tarefa e um dos seus principais objetivos. É o que nunca se pode perder de vista. Haveria muito a escrever sobre a influência histórica dos raios ao longo dos últimos dois mil anos e sobre a maneira como os grandes eventos foram influenciados ou provocados pela periódica influência de raio. Embora as indicações que isso forneceria sobre a orientação atual de cada nação e sobre seus problemas fossem muito interessantes, tudo que posso fazer agora é assinalar as energias que regem cada nação, e deixar que vocês estudem e observem o efeito e compreendam a relação com a atual condição do mundo. Uma coisa eu gostaria de assinalar, e é que os raios que regem uma nação em particular e que estão neste momento atuando de maneira dinâmica, são muito potentes, seja material ou egoicamente; talvez alguns dos problemas se devam ao fato de que determinados raios, que regem certas nações, não estejam ativos neste momento. Nação Raio da Personalidade Raio da Alma Lema Nacional Índia 4° Raio da Harmonia através do Conflito 1° Raio do Poder Eu oculto a Luz China 3° Raio da Inteligência 1° Raio do Poder Eu indico o Caminho Alemanha 1° Raio do Poder 4° Raio da Harmonia através do

Conflito Eu preservo

França 3° Raio da Inteligência 5° Raio do Conhecimento Eu libero a Luz Grã-Bretanha 1° Raio do Poder 2° Raio do Amor Eu sirvo Itália 4° Raio da Harmonia através do Conflito 6° Raio do Idealismo Eu abro os Caminhos EUA 6° Raio do Idealismo 2° Raio do Amor Eu ilumino o Caminho Rússia 6° Raio do Idealismo 7° Raio da Ordem Eu ligo dois Caminhos Áustria 5° Raio do Conhecimento 4° Raio da Harmonia através do

Conflito Eu sirvo o Caminho iluminado

Espanha 7° Raio da Ordem 6° Raio do Idealismo Eu disperso as Nuvens Brasil 2° Raio do Amor 4° Raio da Harmonia através do

Conflito Eu oculto a semente

Uma análise rigorosa da classificação acima revelará certas linhas de compreensão possível entre as raças. Uma relação natural é indicada pelos atuais raios da personalidade de Alemanha e Grã-Bretanha; no entanto, também podemos observar uma relação entre a França e a Grã-Bretanha através de seus lemas nacionais esotéricos e seus dois símbolos. O símbolo da França é a flor-de-lis, que ela adotou, guiada divinamente, há séculos, e que representa os três aspectos divinos em manifestação. O símbolo da Grã-Bretanha, sob a mesma inspiração divina, são as três plumas que figuram no brasão de armas do Príncipe de Gales. A ação conjunta do terceiro Raio da Inteligência Ativa e do quinto Raio da Compreensão Científica explica o vívido e brilhante intelecto francês e sua inclinação científica, vindo daí a extraordinária contribuição da França ao saber e ao pensamento do mundo e sua brilhante e colorida história. Lembremo-nos também que a glória do império que foi a França é somente a garantia de uma glória de revelação divina que o futuro lhe reserva, mas que não chegará até que deixe de viver na admiração pelo seu passado e se volte para o futuro, a fim de demonstrar a realidade da iluminação, meta de todo esforço mental. Quando o intelecto dos franceses se voltar para a descoberta e a elucidação das coisas do espírito, ele trará a revelação ao mundo. Quando seu raio egoico dominar o terceiro raio e quando a ação separatista do quinto raio se transmutar na função reveladora desse raio, a França entrará em um novo período de glória. Seu império será o império da mente e sua glória, a glória da alma. É evidente que a faculdade de governar do Raio da Vontade ou Poder é a característica relevante da Grã-Bretanha. A Inglaterra é exemplar na arte de exercer controle, e sua função foi fazer a primeira tentativa de federação de nações que o mundo viu, e demonstrar a possibilidade de um argumento dessa ordem. Os Estados Unidos estão fazendo algo similar, ao reunir cidadãos de várias nações em um só estado

22

A.A.B.

federado, composto de muitos estados subsidiários, em vez de nações subsidiárias. Assim atuam essas duas grandes potências e com este amplo objetivo, a fim de oportunamente dar ao planeta um sistema de agrupamentos nas fronteiras de um império ou nação, implicando a noção internacional, símbolo da futura técnica de governo da Nova Era. Do ângulo da alma, o segundo Raio de Amor ou de Atração rege o Império Britânico, e há uma relação entre isto e o fato de que o símbolo astrológico Gêmeos rege os Estados Unidos e Londres. A mente intuitiva, fluida, mercuriana está estreitamente aliada ao aspecto divino do amor e da compreensão, produzindo atração e interpretação. É interessante observar que o quarto Raio da Harmonia através do Conflito, que dentro em pouco virá ao poder novamente, desempenhará um papel predominante nos destinos da Índia, da Alemanha, da Itália, da Áustria e do Brasil. Por esta razão há tanta agitação preparatória nesses quatro países. O sexto Raio do Idealismo é poderoso na Rússia, nos Estados Unidos, na Itália e na Espanha. A adesão fanática a um ideal é responsável pelas potentes mudanças que se processam nestes quatro países. Na Alemanha e na Itália também podemos ver a ação harmonizadora do quarto raio, atuando através do conflito. Por isso há nesses países um processo de “colapso” e de destruição das antigas formas, o que precede sua reação adequada à influência do raio que está prestes a entrar. É preciso lembrar que assim como acontece com as nações, o mesmo ocorre com os indivíduos e que a reação à crescente influência do raio da alma vem sempre acompanhada de um período de destruição; no entanto, esta destruição é apenas temporária e preparatória. A Índia oculta a luz, e esta luz, quando for liberada no mundo e revelada à humanidade, impulsionará a harmonia no aspecto forma; as coisas então serão vistas claramente tal como são, livres da ilusão e do espelhismo. A própria Índia tem grande necessidade desta luz harmonizadora que, quando se manifestar, fomentará a atuação correta do primeiro Raio de Poder ou Governo. Então a vontade do povo será vista nessa luz. É neste contexto que a Grã-Bretanha emergirá para uma renovada atividade, pois seu raio de personalidade e o raio de alma da Índia são o mesmo. Muitos britânicos estão vinculados subjetivamente com a Índia por encarnações e associações passadas. A disputa entre a Grã-Bretanha e a Índia é em sua maior parte um assunto de família, no sentido mais profundo do termo, daí o amargor. Como sabemos, há também um vínculo muito estreito entre os raios quarto e segundo, e isto incide novamente nas relações entre a Inglaterra e a Índia; há um mesmo destino que devem enfrentar em conjunto. A Alemanha demonstrou uma tendência estática e estabilizadora, por exemplo, no inútil esforço de preservar uma pureza racial, tão impossível agora como era então. Esta qualidade estática é uma das características do seu primeiro raio. A energia do quarto raio foi responsável pelos esforços de padronização e harmonização levados ao ponto de querer arregimentar todos os elementos dentro de suas fronteiras. Para a Alemanha, foi a linha de menor resistência, pois embora o primeiro raio não esteja em manifestação neste momento, a maioria das pessoas que detinha o poder na Alemanha durante a guerra mundial (1914-1945), pertencia ao primeiro sub-raio dos sete raios e, portanto, essas pessoas eram inevitavelmente transmissoras da energia do primeiro raio. Por esta razão, a Grã-Bretanha pode entrar em contato com a raça alemã e tratar com os habitantes desse desditoso país com mais compreensão que qualquer outra nação ou qualquer uma das outras Grandes Potências. Elas têm qualidades comuns e um dos serviços que a Grã-Bretanha pode prestar atualmente é contribuir para o estabelecimento da paz mundial e, assim, viver de acordo com seu lema: “Eu sirvo”, atuando como intérprete. Uma cuidadosa análise do idealismo da Rússia e dos Estados Unidos talvez não revele similitudes na meta de seu idealismo. O sétimo raio que governa a alma do povo russo o leva à restrição de um cerimonial imposto, aos ritmos ordenados e a uma comunidade de interesses. Devido a isso e ao trabalho árduo, certas forças estão presentes e ativas na Rússia, que precisam ser cuidadosamente manejadas pela Hierarquia espiritual do nosso planeta. Estas forças que atuam na Rússia relacionam-se com a magia da forma, enquanto que a magia branca pura relaciona-se unicamente com a alma ou o aspecto subjetivo que condiciona o aspecto objetivo. As chamadas “forças negras” não estão mais ativas na Rússia do que em qualquer outro lugar do mundo, mas a reação do povo russo, sua tendência à imposição da regra e da ordem, comporta em si uma influência mais potente da magia do sétimo raio do que no caso das outras

23

A.A.B.

nações. A Alemanha também impõe uma ordem e um padrão de vida, mas isto ocorreu nitidamente sob o controle das forças negras. Observaremos que entre as nações principais, somente Brasil, Grã-Bretanha e os Estados Unidos estão absolutamente sob a influência do Segundo Raio de Amor-Sabedoria. Isto leva a um fato interessante: a Grã-Bretanha é a guardiã do aspecto sabedoria da energia de segundo raio para a raça ária; os Estados Unidos desempenharão o mesmo papel para o mundo no futuro imediato; enquanto que o Brasil, oportunamente – muitos milhares de anos depois – substituirá as duas. Estas três raças encarnam o aspecto atrativo e coesivo do segundo raio, o que demonstrarão pela sabedoria, em um governo justo, baseado no verdadeiro idealismo e no amor. A Grã-Bretanha representa aquele aspecto da mente que se expressa por um governo inteligente, baseado em uma compreensão justa e amorosa. Obviamente, é o ideal diante dela, mas não ainda uma conquista realmente cumprida. Os Estados Unidos representam a faculdade intuitiva, expressa como iluminação, à qual agregam o poder de mesclar e fusionar. O Brasil, em data distante, apresentará uma civilização vinculadora e interpretadora, tendo como base o desenvolvimento da consciência abstrata, que é uma fusão do intelecto com a intuição e serve para revelar o aspecto sabedoria do amor em toda sua beleza. É perigoso demais, nestes dias de dificuldade e agitação mundial, expressar-me mais categoricamente sobre as futuras linhas de desenvolvimento. O destino e a futura atuação das nações estão ocultos em suas atividades presentes. A maioria dos meus leitores tem pensamento muito nacionalista e está profundamente focada na relevante importância de sua própria nação e seu supremo significado, assim não posso mais do que generalizar e indicar as tendências do progresso em suas grandes linhas. O papel do profeta é perigoso, pois o destino está nas mãos das pessoas e ninguém sabe exatamente o que elas farão – uma vez que estejam despertas e devidamente instruídas. Ainda não chegou a hora em que a maior parte das pessoas de qualquer nação possa ver todo o quadro ou que tenha autorização para saber o papel exato que sua nação deve desempenhar na história das nações. Toda nação – sem exceção – tem virtudes e vícios peculiares, que dependem do ponto de evolução, da medida de controle do raio da personalidade, do emergente controle do raio da alma e do enfoque geral da nação. É conveniente ter em mente que algumas nações são negativas e femininas, outras positivas e masculinas. A Índia, a França, os Estados Unidos, a Rússia e o Brasil são femininas e constituem o aspecto maternal nutridor. São femininas em sua psicologia – intuitivas, místicas, atraentes, belas, amigas da exibição e da cor, apresentando também todos os defeitos do aspecto feminino, com um marcada importância sobre o aspecto material da vida, o fausto, as posses, o dinheiro ou seus equivalentes, como símbolo do aspecto forma da existência. Materializam e nutrem a civilização e as ideias. A China, a Alemanha, a Grã-Bretanha e a Itália são masculinas e positivas; são mentais e com interesse especial na política, no governo e na padronização. São conscientes do grupo, inclinam-se às ciências ocultas, são agressivas, cheias de grandeza, com interesse pela lei e enfatizam a raça e o império. São, porém, mais inclusivas, e pensam em termos mais amplos do que fazem os aspectos femininos da manifestação divina. As relações nacionais e as grandes separações intelectuais também se baseiam nas influências do raio regente. A Espanha, a Áustria e a França, regidas pelos raios sétimo, quinto e terceiro, estão em estreita inter-relação, o que se manifestou de maneira muito interessante na Idade Média, época em que os destinos destas três nações estiveram estreitamente vinculados. O novo país, que está em plena formação, os Estados Unidos, está também associado de maneira estreita e espiritual – no seu aspecto forma – com Brasil, Rússia e Itália, daí a afluência inicial de certos tipos de emigrantes a referido país, como também a atração que os países sul-americanos exercem na consciência americana e no desenvolvimento (correto ou errado) do ideal pan-americano. Estas relações se situam todas no plano da forma e provêm da energia dos raios da personalidade das nações em questão. O Raio do Amor ou Inclusividade, e o Raio da Inteligência Ativa, que predominam em nossa civilização elétrica moderna e o quinto Raio da Ciência Exata, estão potentemente ativos hoje, pois vertem suas energias em nossa vida planetária. O entrante

24

A.A.B.

sétimo Raio da Ordem Cerimonial está certamente impondo ordem e um novo ritmo de vida nos assuntos humanos, embora ainda de maneira lenta. O efeito das energias que entram em manifestação e dos raios em atividade em um momento dado, se faz sentir na seguinte ordem: 1. A percepção de um ideal. 2. A formulação de uma teoria. 3. O desenvolvimento da opinião pública. 4. A aplicação na vida que evolui do novo modelo, cuja ação se manifesta progressivamente. 5. A produção de uma forma baseada nesse modelo. 6. O funcionamento estabilizado da vida dentro da nova forma. É preciso lembrar que cada raio encarna uma ideia, a qual pode ser captada como um ideal. Com o tempo, os raios produzem o arquétipo mundial que modela todas as formas planetárias e, assim, testemunha a potência interna dos processos evolutivos. Esta tendência de criar modelos vem sendo reconhecida hoje pela psicologia moderna em relação ao ser humano, e estes padrões emocionais e mentais estão sendo mapeados e estudados. O mesmo ocorre com as nações e as raças. Cada raio produz três modelos principais que se impõem sobre o aspecto forma, seja a de um homem, de uma nação ou de um planeta. Estes três modelos são: o modelo emocional, que encarna a aspiração de um homem, de uma nação ou de uma raça; é o somatório da tendência do desejo em qualquer momento dado; o modelo mental, que surge posteriormente e rege os processos de pensamento de um homem, de uma nação ou de uma raça. Os modelos emocional e mental são os aspectos negativo e positivo da personalidade de um homem, de uma nação ou de uma raça. O modelo da alma é a meta espiritual e estabelecida previamente, o círculo-não-se-passa ou destino que o princípio espiritual, a certa altura, consegue impor à personalidade de um homem, de uma nação ou de uma raça. Este modelo da alma oportunamente substitui e elimina os dois processos anteriores de formação de modelos. Se, por exemplo, a energia do quinto raio, que é o raio egoico da França, faz sentir sua potência nas atuais condições mundiais de tensão e sofrimento, a oportunidade de provar para o mundo a realidade da alma e de fazer a demonstração do controle da alma será a glória suprema da França. O modelo da alma poderá ser traduzido pelo gênio do intelecto francês em termos compreensíveis para a humanidade, o que poderia gerar uma verdadeira psicologia da alma. No passado, o gênio da Alemanha se expressou muitas vezes segundo a linha do raio da sua alma, o quarto raio, e foi pela potência deste raio que a Alemanha trouxe tanta música e filosofia para a humanidade. Atualmente, essa alma não está se expressando; uma personalidade dominadora e agressiva expressou o maior mal, mas, à medida que o tempo passar e a Alemanha aprender a devida lição, o modelo da alma se plasmará novamente na consciência alemã. É preciso ajudar a Alemanha a recuperar a visão deste ideal. Se o ideal de justiça da Inglaterra (que é o modelo do raio da sua personalidade) puder ser transformado pelo raio da sua alma, o segundo raio do amor, em um serviço mundial justo e inteligente, ela daria ao mundo o modelo daquele verdadeiro governo, que é a expressão do gênio da alma britânica. Se o idealismo dos Estados Unidos da América puder ser iluminado pela lei do amor e não pela autoexpressão da personalidade, o modelo subjacente à estrutura dos Estados Unidos apareceria em linhas de luz e poderíamos perceber a futura luz racial, em vez das inúmeras linhas nacionais separatistas. No presente, é o raio da personalidade que governa os Estados Unidos. Um estudo minucioso dos princípios que cada nação defende resultará muito revelador e emergirá o modelo subjacente do egoísmo da personalidade ou o modelo das metas da alma. A alma da Itália é regida pelo sexto raio, daí a devoção pelo seu passado e pela antiga “glória que foi Roma” (isto está estreitamente ligado ao aspecto memória da alma) e ao conceito da restauração do Império Romano. Mas, como é o raio da alma que está sob a corrente da influência do sexto raio, é interessante observar como a Itália leva adiante seus planos com pouco ódio e com o mínimo de perseguição e ressentimento. Ela advoga firmemente a paz, não importa o que pensem as pessoas sob a influência de uma propaganda nacionalista e as teorias expressas pela imprensa. Como sabemos, seu lema esotérico é: “Eu abro os Caminhos”. Isto ela realizará, a certa altura, no sentido espiritual como no 25

A.A.B.

sentido literal. No longínquo passado, Roma foi a grande construtora de estradas na Europa. Hoje, a raça britânica (em grande parte constituída por romanos reencarnados, daí o vínculo amistoso que há entre os dois países, apesar das aparências externas) é a construtora original das vias férreas. Tudo isto diz respeito ao aspecto material. Do lado espiritual, como já expus em um livro anterior, todo o campo da religião voltará a ser inspirado e reorientado a partir de Roma, porque o Mestre Jesus assumirá novamente a Igreja Cristã, no esforço de re-espiritualizá-la e reorganizá-la. Do trono do Papa de Roma, o Mestre Jesus procurará devolver a essa grande ramificação das religiões do mundo o seu poder espiritual, liberando-a do seu autoritarismo e potência política temporária. Os Estados Unidos da América têm uma personalidade de sexto raio, origem da maioria das dificuldades deste país como personalidade, que também está na base do seu forte desejo de viver, que impele à sexualidade e ao materialismo, mas um materialismo muito diferente do materialismo francês, porque o cidadão estado-unidense só valoriza o dinheiro pelos efeitos que produz e as coisas que possibilita em sua vida. Por isso também a rápida resposta do continente americano a todo tipo de idealismo, às necessidades dos demais, mesmo de seus inimigos, a compaixão por todos os sofrimentos e um pronunciado progresso para um humanitarismo bem definido. Eles podem denominar este humanitarismo de “ideal democrático”, mas na verdade é algo que, tendo origem na democracia, acabará por substituí-la; o ideal do governo espiritual, um governo formado pelas pessoas mais elevadas e mais evoluídas espiritualmente que existem no país. Daí também seu lema esotérico, ainda não realizado: “Eu ilumino o Caminho”. Os diversos tipos de governo existentes hoje no mundo – depois de realizarem seus grandes experimentos e, com isso, contribuírem para a experiência geral – avançarão no caminho da autoridade esclarecida, graças às mentes iluminadas da época. Este desenvolvimento é certo e inevitável, e aqueles que têm olhos para ver e que desenvolveram a visão interna, podem perceber seus sinais. A Rússia é particularmente interessante nesta época do ponto de vista da humanidade, pois está sob a influência do sétimo raio, que rege sua alma e do sexto raio, que rege sua personalidade. A isso se deve o tremendo conflito entre a fanática crueldade do sexto raio do seu regime e a inofensividade espiritual, princípio básico da sua ideologia nacional. Daí também o materialismo de vários setores importantes de sua população e a fraternidade essencial que impõe o idealismo e a aspiração mística do gênio russo, fraternidade expressa por todo o seu povo. Por isso também a exatidão do lema espiritual da Rússia, “Eu ligo dois Caminhos”, ainda não realizado por eles, mas que vai se tornando notavelmente perceptível para aqueles que podem ver pelo aspecto interno da vida. Sua tarefa, que irá se desenvolvendo à medida que chegarem a uma compreensão mais real, é ligar Oriente e Ocidente, como também os mundos do desejo e o da aspiração espiritual, do fanatismo, que produz crueldade e o da compreensão, que produz o amor; do materialismo desenvolvido e o da santidade perfeita; do egoísmo de um regime materialista e o do altruísmo de um povo místico, de tendências espirituais. Tudo isso de uma maneira bem definida e peculiar. Por trás das fronteiras fechadas deste misterioso e magnífico país, um grande conflito espiritual acontece, e o raro espírito místico e a verdadeira orientação religiosa do povo são a eterna garantia de que finalmente deve surgir ali uma religião e uma cultura verdadeiras e vivas. Da Rússia – símbolo do Arjuna mundial, em um sentido muito especial – surgirá essa nova e mágica religião de que tanto venho falando. Será o fruto da grande e iminente Aproximação entre a humanidade e a Hierarquia. Por meio destes dois centros de força espiritual, onde brilha sempre a luz que vem do Oriente, o Ocidente será iluminado, e a irradiação do Sol da Justiça inundará o mundo. No que diz respeito à Rússia, não estou me referindo à imposição de alguma ideologia política, mas ao aparecimento de uma grande religião espiritual que justificará a crucificação desta grande nação, e que se demonstrará e estará enfocada em uma grande Luz espiritual, projetada por um russo eminente, representante da verdadeira religião, o homem por quem tantos russos esperam e que justificará uma profecia muito antiga. A Espanha tem alma de sexto raio e personalidade de sétimo raio, desta maneira revertendo as forças que se expressam pelo espírito russo. A Espanha também atua como elo no reajuste mundial, mas desta vez o vínculo é entre Europa e África. Nesta função, a Espanha já serviu no passado. Por esta razão, percebemos que as relações entre a Espanha e a Rússia eram inevitáveis e como a ideologia desta última influenciou o governo nacional espanhol. Também por esta razão, a Espanha seria inevitavelmente o campo de batalha das duas grandes ideologias: o fascismo e o comunismo. O triunfo do partido fascista

26

A.A.B.

era também inevitável desde o começo, devido à relação egoica existente entre a Espanha e a Itália, assim como pela proximidade dos dois países, que possibilitou a impressão telepática do idealismo fascista na sensível e preparada consciência espanhola. Quanto ao fanatismo, à crueldade natural, ao fervoroso idealismo, ao orgulho arrogante e à qualidade religiosa e mística do caráter espanhol, eles têm origem obviamente no sexto raio e estão muito cristalizados. Podemos observar também que o intenso individualismo deste povo faz parte definida do instrumental de sua personalidade de sétimo raio. Seu lema espiritual: “Eu disperso as nuvens”, indica o trabalho mágico que caberá oportunamente à Espanha, talvez antes do que se espera, desta maneira estabelecendo, nesse país altamente inteligente e individualista, o equilíbrio necessário entre o campo da magia científica e a obra mágica da Igreja do futuro. Trata-se aqui de uma profecia cuja realização está muito longe para ser verificada por esta geração ou a próxima, mas que está enraizada nas características nacionais e na lei das probabilidades. Consideramos os raios das Grandes Potências e das duas potências do Eixo: Alemanha e Itália. Os mesmos métodos podem ser aplicados a qualquer nação e raça e seria de profundo interesse para os estudantes de história.

3. As Nações e os Respectivos Signos Regentes. Há muitos outros ângulos sob os quais poderíamos abordar este tema, examinando o que predispõe as pessoas, nações e raças a seguirem determinadas linhas de ação, tornando-as antissociais ou cooperadoras, e determinando suas relações recíprocas. A tendência dos acontecimentos em qualquer momento dado talvez não reflita exatamente estes destinos mais profundos. Seria interessante continuar nosso estudo considerando algumas nações e seus respectivos signos regentes. Seria um ponto de vista prático, embora passível de muito debate. Não tem relação alguma com a posição geográfica dos países, mas com o destino (o futuro) e o carma (o passado) da própria humanidade, diferenciada em nacionalidades que, em certas épocas, vivem em determinado território e constituem assim aquela combinação de formas que chamamos de nações ou raças. Basicamente, as almas que se incorporam a estas nações ou raças, permanecem livres de toda identificação com elas até o momento em que tais almas possam atuar na Terra. Portanto, até que os astrólogos saibam mais sobre a astrologia de grupo e também como determinar as influências passadas, assim como as previsões, não lhes será possível indicar com exatidão os signos que regem os diversos países e nações e não poderão comprovar a exatidão das declarações que eu possa fazer na relação abaixo. Chamamos esotericamente de astrologia essencial o tipo de astrologia que se ocupa do passado, em oposição à astrologia preditiva. Os fatores condicionantes do passado são básicos e essenciais para a expressão do presente e dos acontecimentos que afetam a família humana em um momento dado. Pelo conhecimento das regras que devem presidir o procedimento chamado por vezes de “retificação de um horóscopo” (regras ainda não compreendidas) quando a hora exata de um nascimento não é conhecida, nascerá a ciência futura pela qual será possível determinar os fatos do passado que produzem as circunstâncias presentes. Observarão que faço com muito cuidado a distinção entre país e nação, pois estes dois termos não são sinônimos e serão cada vez menos no futuro. A nação britânica, por exemplo, é uma grande síntese de povos, como os Estados Unidos da América e, também, em menor medida, o Brasil e a Argentina. A situação atual, dado o episódio da guerra, intensifica uma migração que teve início por volta do ano 1900, e que leva continuamente de um lugar para outro e de um país para outro, não somente indivíduos isolados, como também grupos inteiros. A tendência é que produza uma inevitável fusão, uma mistura, gerando uma vida inter-racial, desta maneira neutralizando e anulando o que já foi chamado de “pureza racial”. Este esforço para uma impossível segregação e pureza racial é um equívoco; o passado as impossibilita, pois um sangue misturado corre em todas as veias, mas uma tentativa neste sentido é própria de algumas culturas modernas. São minoria, felizmente, pois são antievolutivas e seu objetivo é totalmente irrealizável, já que sua própria estirpe não é pura desde o início. Esta tendência para a segregação racial (tão perceptível no judeu e no alemão) é uma forma de isolacionismo e necessariamente um aspecto do materialismo, rela-cionado com a personalidade da humanidade e não com o aspecto alma; é separatista em seus efeitos e, no geral, fomenta o orgulho do indivíduo e da nação. Atenta contra o verdadeiro progresso da humanidade, 27

A.A.B.

que tende a relações humanas cada vez mais estreitas, à integridade humana no verdadeiro sentido do termo, o que produzirá inevitavelmente o reconhecimento da unidade vital da humanidade, sem enfatizar nenhuma nação ou raça individual. Este espírito isolacionista foi um dos perigos aos quais foram expostas as potências neutras em certo momento, em particular os Estados Unidos. Esse país foi fisicamente advertido desse perigo por meio de tormentas magnéticas que interromperam o contato entre ele e a Europa e deslocaram as relações entre os próprios estados da América. O mundo é um só mundo e seus sofrimentos são um só; a humanidade, na verdade, é uma unidade, mas muitos ainda são desconhecedores disto e toda a tendência do ensinamento presente está voltado para o despertar da humanidade a este fato, enquanto ainda há tempo para evitar situações mais sérias. Os pecados da humanidade também são um só. Sua meta é uma só e é como uma grande família humana que devemos desabrochar no futuro. Gostaria de enfatizar este pensamento: é como uma só humanidade, emendada, disciplinada, mas iluminada e fusionada, que devemos desabrochar no futuro. Aqueles que não captarem este importante fato, sejam eles o que se chama de beligerantes ou neutros, sofrerão profundamente em consequência de sua não-participação no destino da totalidade. As atitudes isolacionistas ou de super-raça do desnorteado povo alemão são atitudes de tendências separatistas da natureza-forma com uma ênfase errada, mas também errada é a atitude das potências neutras, velada sob belas palavras e um idealismo duvidoso, que permanecem afastadas dos acontecimentos presentes. A Hierarquia não é neutra. É una com os elementos corretos em todas as nações e se opõe com firmeza a todas as atitudes separatistas, isolacionistas e materialistas, pois tais atitudes impedem a captação dos verdadeiros valores espirituais e entravam o desenvolvimento humano. A identificação com todos e a participação nas condições mundiais – voluntariamente e não pela força – são hoje a única via de saída para todos os povos. Reflitam sobre isto. As Nações e respectivos signos regentes No entanto, é evidente que as nações reagem como seres humanos sob a influência de seus raios – raios da personalidade e da alma – fato de vital importância para o esoterista e fato até agora pouco conhecido ou compreendido inteligentemente. Portanto, o que lhes dou sobre este tema é novo do ponto de vista exotérico. Estas informações requerem toda a sua atenção – venham elas de mim ou de outras fontes – para que possa haver uma real compreensão da situação e, assim, uma cooperação útil com as Forças da Luz. Darei aqui as influências atuais que condicionam a personalidade das nações, como indicam os signos do Zodíaco que as regem, confiando que considerarão com atenção o que estou comunicando e que tem uma significação vital nesta época, particularmente se forem comparadas com os dados que dei sobre os raios das nações no primeiro volume do Tratado sobre os Sete Raios. Gostaria de lembrar que, ao longo dos séculos, as nações renascem várias vezes ou se encarnam em uma nova forma, que podemos denominar “período”, se não for importante, e “civilização”, se for bastante significativa e de projeção. Portanto, o raio da personalidade e as influências regentes mudam com frequência. Esquecemos disso porque os ciclos são muito mais vastos do que os da encarnação humana. Assinalaria também que a esquematização a seguir corresponde em parte, mas nem sempre, à atribuição dos signos zodiacais aceitos para os distintos países. Darei dois signos para cada país. Um será a influência emergente que regerá o ego, a alma do país ou nação, e o outro o que rege, no momento atual, o raio da personalidade do país individual, e que assim condiciona as massas. É preciso lembrar que a alma dos povos é representada por aqueles que reagem às influências do raio da alma e do signo que o está afetando (seu ascendente, poderíamos dizer), enquanto que as massas são condicionadas pelo raio da personalidade e, em consequência, pelo signo solar da nação específica. Creio que também seria relevante indicar os signos que regem as capitais de alguns países contidos na tabela. O enfoque da reação imediata dos cidadãos das nações com frequência pode ser reconhecido pela 28

A.A.B.

qualidade (se posso dizer assim) da sua capital e das decisões que são tomadas ali. Gostaria de assinalar que no Império Britânico há várias seções principais e distintas que são governadas de maneira precisa por certos signos regentes, portanto, antes de dar os signos que regem as capitais, gostaria de indicar as influências que controlam o Império Britânico por meio das partes que o compõem, pois são um fator importante nos acontecimentos atuais, devido ao papel preponderante que a Grã-Bretanha desempenha nos acontecimentos atuais. Como observarão, a Grã-Bretanha é regida por Gêmeos e Touro e, em consequência, os princípios da multiplicidade e da integração estão presentes simultaneamente. Dualidade, triplicidade (Inglaterra, Escócia e País de Gales) e também diferenciação condicionam os aspectos do Império. Sob o controle maior de Gêmeos e Touro, temos as seguintes potências ativas: Regente da Alma Regente da Personalidade África do Sul Áries 1º Sagitário 9º Austrália Virgem 6º Capricórnio 10º Canadá Touro 2º Libra 7º Índia Áries 1º Capricórnio 10º Nova Zelândia Gêmeos 3º Virgem 6º São estas as principais divisões. Há outras menores, mas não vou tratar delas aqui. Os países são vinculados à nação-mãe por meio de seus regentes planetários. Esta afirmação contém uma sugestão bem definida. Os signos zodiacais estabelecem uma relação, mas os planetas exercem mais influência nesta etapa da evolução. País Signo Regente Raio Egoico Signo Regente Raio da Personalidade Alemanha Áries 1° Quarto Peixes 12° Primeiro Argentina Câncer 4° Não divulgado Libra 7° Não divulgado Áustria Libra 7° Quarto Capricórnio 10° Quinto Bélgica Sagitário 9° Não divulgado Gêmeos 3° Não divulgado Brasil Leão 5° Quarto Virgem 6° Segundo China Touro 2° Primeiro Libra 7° Terceiro Escandinávia (4 Nações)

Libra 7° Não divulgado Câncer 4° Não divulgado

Espanha Sagitário 9° Sexto Capricórnio 10 Sétimo EUA Aquário 11° Segundo Gêmeos 3° Sexto Finlândia Capricórnio 10° Não divulgado Áries 1° Não divulgado França Peixes 12° Quinto Leão 5° Terceiro Grã-Bretanha Gêmeos 3° Segundo Touro 2° Primeiro Grécia Virgem 6° Não divulgado Capricórnio 10° Não divulgado Holanda Aquário 11° Não divulgado Câncer 4° Não divulgado Índia Áries 1° Primeiro Capricórnio 10° Quarto Irlanda Virgem 6° Não divulgado Peixes 12° Não divulgado Itália Leão 5° Sexto Sagitário 9° Quarto Japão Escorpião 8° Não divulgado Capricórnio 10° Não divulgado Polônia Touro 2° Não divulgado Gêmeos 3° Não divulgado Romênia Leão 5° Não divulgado Áries 1° Não divulgado Rússia Aquário 11° Sétimo Leão 5° Sexto Suíça Áries 1° Não divulgado Aquário 11° Não divulgado Turquia Câncer 4° Não divulgado Escorpião 8° Não divulgado Nota: ‘Esta tabela foi elaborada em ordem alfabética e não em grau de importância e influência de país e nação. Não é minha intenção dar os signos regentes das capitais de todos os países, vou tratar dos mais importantes:

29

A.A.B.

País Capital Regente da Alma Regente da Personalidade Alemanha Berlim Escorpião 8º Leão 5º Bélgica Bruxelas Gêmeos 3º Capricórnio 10º Estados Unidos Washington Câncer 4º Sagitário 9º França Paris Virgem 6º Capricórnio 10º Grã-Bretanha Londres Leão 5º Libra 7º Itália Roma Touro 2º Leão 5º Polônia Varsóvia Capricórnio 10º Peixes 12º Rússia Moscou Touro 2º Aquário 11º Uma análise dos signos regentes dos diferentes países evidenciará certas condições marcantes, e trará explicações vitais até mesmo a quem possui apenas conhecimentos limitados de astrologia esotérica. Por exemplo, Capricórnio poucas vezes aparece como signo regente da expressão da alma de uma nação, mas muito frequentemente rege a manifestação da personalidade, ou seja, o país exotérico. A Áustria, a Grécia, a Índia, o Japão e a Espanha, têm Capricórnio como regente de suas personalidades, o que indica idade, cristalização e materialismo. Um breve estudo das condições e da etapa de evolução atual confirmará essa afirmação. Na grande raça que sucederá a atual, Capricórnio aparecerá como signo regente da expressão egoica, porque a alma terá então um controle maior e certos grupos importantes de seres humanos (que formam agora as atuais nações) estarão preparados para a iniciação no pico da montanha de Capricórnio. Não posso me deter muito tempo analisando tudo isto, mas gostaria de assinalar à sua atenção, um ou dois pontos que poderiam servir de guia para seus pensamentos e de esclarecimento sobre o tema. Desta maneira, posso apontar o caminho para a orientação futura dos astrólogos que têm inclinação para o esoterismo. O tema, porém, já é por si só suficientemente obscuro para dissuadir a maioria das pessoas. As relações a estabelecer não podem estar baseadas em um ponto de partida definido, como algumas vezes é possível ao confeccionar horóscopos individuais, mas nos efeitos das energias que provêm diretamente dos próprios signos, ou via certos regentes planetários (que podem ser exotéricos, esotéricos ou hierárquicos). Estes efeitos, por sua vez, são condicionados pela interação combinada das energias dos raios que regem a alma ou a personalidade de uma nação, ou do país em consideração. O problema se complica porque é necessário distinguir entre o horóscopo do território que abriga a nação e as pessoas que compõem a unidade chamada nação. Algumas nações são fluidas e não estão adequadamente integradas, como estão as massas de toda parte; outras são entidades integradas, expressando plenamente suas personalidades; outras ainda estão cristalizadas, à beira do ponto final de sua jornada como personalidades; outras ainda estão começando a reagir à influência do raio da sua alma, que as conduz a outro ciclo de fluidez, antes de se evidenciar a especificidade definitiva da entidade-iniciada; finalmente, umas poucas nações estão em estado embrionário. Estas considerações fazem aparecer com mais clareza a extrema dificuldade desta ciência. Mas não há porque desanimar, pois trata-se de uma ciência sujeita a momentos de intensa iluminação, quando a intuição revela repentinamente as leis determinantes e quando a faculdade de pensar em termos abstratos e sintéticos começa a verter correntes de luz sobre os problemas mais difíceis e complexos. Quando um novo ciclo de paz se estabelecer no mundo e houver uma nova oportunidade de desenvolvimento da consciência, descobriremos que este fator embrionário que chamamos de intuição florescerá e se tornará uma expressão da consciência humana tão reconhecível como o poder intelectual e a percepção mental atuais da raça. Até chegar este momento, o astrólogo investigador deve prosseguir com esperança, embora ainda não possa esperar uma plena compreensão dos dados aqui expostos.

4. Análise de Alguns Países. O horóscopo de um país pode, portanto, ser o da alma da nação ou o da personalidade, com base no aspecto forma; até agora não há meios de determinar, por exemplo, a data de nascimento de uma nação ou de uma raça. Fronteiras não são fatores determinantes, e a história, como dada no presente, também não é um guia adequado. Como dito acima, algumas nações são entidades comprovadamente, como, por

30

A.A.B.

exemplo, a França ou o Japão; outras foram nações grandes e poderosas, mas deixaram de ser, no entanto, a estirpe ali está, e entre elas temos a Índia e a raça judia, a título de ilustração. Outras nações são, em termos relativos, muito modernas, como, por exemplo, a nação alemã, embora a estirpe seja muito antiga. Estirpes, tipos, raças, nações, ramos e sub-ramos produzem um desconcertante caleidoscópio, diante do qual a astrologia necessariamente fica confusa. Porém, aos olhos do esoterista iluminado, determinadas entidades emergem com clareza e formam as nações do mundo. Não devemos jamais esquecer que o fator importante a considerar é a humanidade como um todo. O corpo humano fornece uma comparação sugestiva, com suas zonas funcionais bem definidas e os órgãos que, por sua vez, controlam e condicionam referidas zonas. Distingue-se o importante do não importante; percebe-se o que se desenvolve ou o que é apenas um vestígio e, aplicando-se a Lei da Analogia, chegamos a elucidar o processo. No grande corpo da humanidade há certas regiões que vibram em uníssono e que atraem para si almas de determinada qualidade e de determinada nota dominante; há uma interação magnética entre países (territórios) e as nações que os ocupam. Não é uma questão arbitrária, mas em razão da interação magnética. É também uma interação vibratória, nos termos da grande Lei de Atração e Repulsão que tem muito a ver com o intercâmbio e as relações entre nações. Examinemos algumas delas. A França é um país dos signos Peixes e Leão. Seu ego é expressão do Quinto Raio do Conhecimento Concreto ou Ciência e sua personalidade é expressão do Raio da Inteligência Ativa. A alma da França, subjetivamente, regeu a Europa durante o período mais importante e influente da Era de Peixes, que agora chega ao fim. Ao longo da Idade Média, a sua personalidade bem característica do signo de Leão, consciente de si, autocentrada, brilhantemente inteligente e individualista, coloriu e dominou uma grande parte dos eventos da Europa. Ela transmitiu as qualidades do signo de Peixes à civilização do mundo então conhecido e, durante séculos, condicionou a Europa. É esta personalidade Leão a responsável pelo espírito intensamente nacionalista do francês moderno e que neutraliza nele a tendência aquariana à consciência universal, ou a tendência para salvar o mundo, que é a expressão da alma pisciana avançada; a França vem antes do mundo. A lição que a França deve aprender hoje é que a meta da sua alma, sob o signo de Peixes, é a salvação dos outros e o egocentrismo de Leão se levanta contra isso, criando um conflito do qual a França está lentamente tomando consciência. O raio egoico da França é o da Ciência Concreta e este, atuando em combinação com a energia do quinto signo zodiacal, Leão, deu ao povo francês o seu brilho intelectual e sua inclinação para as ciências. As forças da cristalização se vertem sobre Paris, cuja personalidade é regida por Capricórnio. Mesmo assim, a alma da nação francesa é nutrida nesta grande capital pela alma da cidade, energizada pelo signo de Virgem, e não nos esqueçamos de que Virgem é o oposto polar de Peixes e que o Cristo menino em Virgem atinge pleno florescimento em Peixes. Nisto reside a esperança da França. Vocês estarão lembrados, talvez, que há alguns anos mencionei que da França virá uma grande revelação psicológica ou revelação da alma, que trará iluminação no campo mundial do pensamento. Se o verdadeiro elemento de Peixes puder ser extraído e neutralizar o egoísmo da nação francesa e seus interesses de autoproteção, a França então ficará livre para, algum dia, conduzir o mundo espiritualmente, tal como fez no passado, nos aspectos mais políticos e culturais. Mas isso só poderá acontecer se o raio da personalidade estiver subordinado ao raio da alma e Leão puder responder à influência aquariana na nova era que chega, em que Aquário será dominante. O Sol, como regente de Leão, fez da França o que ela foi durante séculos, uma luz irradiante na Europa, mas tratava-se da personalidade e não do aspecto espiritual, e sua influência nunca foi espiritual, como esta palavra deve ser compreendida. Esotericamente, Plutão, um dos regentes de Peixes, deve entrar em ação, trazendo a morte da influência da personalidade, nutrida por Leão; isto pode ser feito sem grande dissolução externa da forma da nação, graças à influência benéfica de Júpiter, regente exotérico de Peixes. O que é necessário na vida nacional da França é haver uma expressão mais espiritual do Segundo Raio de Amor-Sabedoria, que no passado a levou ao sucesso material, mas que pode preencher o mundo, via França, quando ela estiver morta para o “eu”. Capricórnio, que rege Paris, significa tanto morte como iniciação à vida espiritual, e neste ponto reside a escolha da França. Com a colaboração que Plutão pode dar em produzir as condições que levarão à revelação de Virgem (que rege a alma de Paris) é possível haver – em conexão com este poderoso e influente país – uma contribuição para a vida da humanidade que será eficaz na concretização das novas condições desejadas na Europa. Mas as reivindicações da França com relação à sua própria segurança devem dar lugar à segurança do todo,

31

A.A.B.

protegido contra a agressão, o mal e o medo e todo pensamento de vingança ou de desmembramento de outros países para seu próprio interesse terá que acabar, para que a verdadeira alma da França possa se expressar. Assim, os seguintes signos (energia cósmica) e planetas a seguir, transmitindo energias solar e cósmica, são os fatores atualmente em manifestação que condicionam a França: França 1. Peixes — com seus regentes : Júpiter e Plutão. | > a nação 2. Leão — com seu regente : o Sol. | 3. Virgem — com seus regentes : Mercúrio, Lua, Júpiter. | > Paris. 4. Capricórnio — com seus regentes : Saturno e Vênus. | 5. Influências indiretas dos raios, oriundas dos regentes planetários: a. Segundo raio — Amor-Sabedoria, via Júpiter e o Sol. São as influências planetárias mais potentes. b. Primeiro raio — Poder ou Vontade, via Plutão. O primeiro raio é também o Raio Destruidor e pode trazer a morte da influência de Leão. c. Terceiro raio — Inteligência Ativa, via Saturno. Vem reforçar o terceiro raio que é o da personalidade da França. Nesta época, Saturno oferece uma oportunidade das mais positivas, pela concentração de poder que se encontra agora em Paris. d. Quarto raio — Harmonia através do Conflito, via Mercúrio. Poderá a França trabalhar para a harmonia do mundo no período do pós-guerra? e. Quinto raio — Ciência Concreta ou Conhecimento, via Vênus. Esta influência reforçando a do raio da alma, que é também o quinto raio, pode promover a perfeita consumação da influência ou genialidade de Peixes, por meio da nação francesa. f. Quarto raio — Harmonia através do Conflito, desta vez por meio da Lua, ajudando assim o trabalho de Mercúrio e produzindo o conflito interno necessário que liberará a França de Leão e da dominação de sua personalidade egocêntrica. Nesta altura, eu gostaria de insistir sobre o fato de que a astrologia que enfatizo é a que trata das energias efetivas – o que são elas e de onde provêm. Eu repetiria aqui, como já fiz tantas vezes, que não trato de astrologia preditiva. No futuro, serão enfatizadas na astrologia as energias disponíveis, o uso que se pode fazer delas e a oportunidade que elas podem apresentar em um dado momento. Tratei da França para vocês relativamente com detalhes, de maneira que possam apreciar a extensão das influências que determinam uma nação e fazem dela o que ela é atualmente. A combinação do poder das energias de Peixes na Era de Peixes e de uma potente natureza leonina possibilitou que a França expressasse de maneira prodigiosa a sua tendência subjetiva inata de salvar o mundo (pois a França está essencialmente no Caminho de um Salvador mundial). Para isso contribuiu a brilhante e clara visão dos raios quinto e terceiro, com sua tendência intelectual, além da oportunidade oferecida por Saturno, que rege Paris. Isso possibilitou a grande Revolução Francesa, com a qual a França assestou um dos golpes mais potentes para libertar a humanidade da escravidão. Isso ocorreu duas vezes durante a Era de Peixes: a primeira vez, na assinatura da Magna Carta em Runnymede e durante a Revolução Francesa. O reconhecimento da importância dos direitos da humanidade, como um todo, foi comunicado ao mundo por intermédio da França. Foi o apogeu, o ponto culminante da evolução desta nação. Desde então, Capricórnio e Plutão produziram cristalização, assim como a morte ou obscurecimento temporário do aspecto alma (falando simbolicamente) que nascia, e a atitude da França não foi desinteressada. As forças da alma estão atuando, mas a França ainda é regida predominantemente pela personalidade e pelos aspectos egoístas das influências de Leão. No momento, a França atribui mais importância a si mesma do 32

A.A.B.

que à humanidade. A questão é saber se ela será capaz de cumprir a esmagadora tarefa de se descentralizar, de se sacrificar pelo bem comum, renunciando ao seu sonho para a França em uma visão da totalidade e, assim, trilhar novamente, de maneira mais plena, o Caminho de um Salvador Mundial. Até agora não há sinal disso. Quando chegar o momento de assinar os tratados de paz, ficará mais claro o caminho que a França tomará, se vai trabalhar pela paz e pela segurança da totalidade, com amor e sabedoria, ou se para a França, com brilho intelectual e egoísmo. Vamos examinar sucintamente mais um ou dois países, permitindo que os estudantes façam comparações e compreendam as relações e as possibilidades futuras. A Alemanha é regida por Áries, o que resulta na combinação das potentes influências deste primeiro signo com as do quarto raio de sua alma (o Raio da Harmonia através do Conflito). A interpretação disso é simples, a de que estamos assistindo ao início de uma nova fase e de um novo ciclo na história deste país que emerge à proeminência pelo conflito, o qual é essencialmente um processo de liberação da alma para sua expressão mais plena. Também é regida por Peixes, cooperando com as influências de sua personalidade de primeiro raio, o Raio do Poder e o Raio do Destruidor. Todo o problema das relações franco-alemãs está ligado ao fato de que o signo de Peixes rege a alma da França e a personalidade da Alemanha. Não é evidente que os dois países devem, oportunamente, chegar a bom termo, e que a real solução repousa nas mãos da França, que deve permitir que a sua alma controle? É por esta razão que, no encerramento da Era de Peixes, as relações entre as duas nações atingiram um ponto crítico. A França tem uma personalidade integrada, enquanto que a Alemanha não tem; a França é mental, enquanto que a Alemanha é predominantemente astral. Portanto, a França é mais potente em essência e sua personalidade, sob o signo de Leão, pode controlar com força, em detrimento do futuro entendimento mundial ou, se a sua alma controla, ela pode ajudar no cumprimento dos objetivos da Hierarquia. Como vocês sabem, Berlim é controlada por Leão do ângulo da personalidade, e nisso, mais uma vez, reaparece a relação entre os dois países. Ambos são potentemente influenciados por este signo do autointeresse e da individualidade, como também pelo signo de Peixes. Não têm como escapar desta relação. O constante conflito entre esses dois países é efeito do signo do interesse pessoal, o Leão (que rege ambas as personalidades). As circunstâncias atuais, por mais absorventes que sejam, não deveriam levar a esquecer o passado. A França não deveria se esquecer das guerras napoleônicas, como a Grã-Bretanha não deveria se esquecer da Guerra dos Bôeres. Todas as nações têm no passado muitas coisas que podem ser esquecidas, sobretudo se aprenderam as lições de maior crescimento espiritual. Os Estados Unidos não devem se esquecer de que são uma seção de todo o continente europeu, transplantada para além do oceano e que a história da Europa, com seus sucessos, erros e pecados também estão ali – muitas pessoas tendem a se esquecer do passado, o que é uma maneira de fugir da responsabilidade. O que está acontecendo no mundo hoje é um acontecimento mundial, não uma ocorrência continental ou local. A Alemanha, pois, é controlada pelas seguintes energias e forças e um estudo das consequentes inter-relações seria do maior interesse para o estudante desapegado e de mente aberta. Alemanha 1. Áries – com seus regentes, Marte, Mercúrio e Urano. | > a nação. 2. Peixes – com seus regentes, Júpiter e Plutão. | 3. Escorpião – com seus regentes, Marte e Plutão. | > Berlim. 4. Leão – com seu regente, o Sol. | 5. O raio da alma. Harmonia através do Conflito. 4º Raio 6. Raio da personalidade. Vontade ou Poder. 1º Raio 33

A.A.B.

7. Influências indiretas de Raio, oriundas dos regentes planetários: a. Sexto raio – Idealismo ou Devoção, via Marte que rege Áries e rege também Escorpião. Produz o fanatismo e a desarrazoada devoção e cega aceitação de condições, que tanto tipificam o país nestes tempos. É uma virtude mal direcionada. b. Quarto raio – Harmonia através do Conflito, via Mercúrio, dessa maneira cooperando com o raio da alma, intensificando as condições conflitantes que levam ao choque entre o idealismo e os fatos reais, entre a França e a Alemanha e entre os diferentes grupos dentro da própria Alemanha. c. Sétimo raio – Ordem Cerimonial ou Ritual, via Urano. Afeta as massas como um todo, pois Urano é o regente hierárquico e (devido ao seu ponto de evolução) faz com que fiquem fáceis de padronizar e arregimentar. O 7º raio também concentra ou “aterra o primeiro raio”, assim intensificando o poder daqueles que dirigem o país. d. Segundo raio – Amor-Sabedoria, via Júpiter e o Sol como regente de Leão. Assim, o raio da personalidade da nação e o raio da personalidade de Berlim tendem, nesta etapa, a expressar amor próprio. e. Primeiro raio – Vontade ou Poder, via Plutão como regente de Peixes, regendo a personalidade da nação em cooperação com o poder de matar de Escorpião, signo que ele rege e que rege Berlim. Esta terrível atividade do agente destruidor, no que diz respeito à Alemanha, é contrabalançada pela influência de Júpiter. No entanto, não é muito potente. Tudo tende a demonstrar que o povo alemão, não sendo uma raça integrada, é em grande parte vítima daqueles que o guiaram em suas presentes atividades e que ele também poderia muito bem ser conduzido para o bom caminho. No entanto, propiciou um bom instrumento pelo qual o antigo conflito atlante pôde se precipitar e ser trazido à superfície, a fim de liquidar, neste específico ciclo mundial, a antiga contenda entre o materialismo e as Forças da Luz. A Alemanha é mediúnica, como era seu ditador, como já expus antes; são as influências de Áries e Leão que produzem o ditador. A personalidade pisciana da Alemanha (Peixes é o signo que rege a mediunidade) nos explica a compreensão aparentemente fluida do essencial e a incapacidade de seu povo e do governo de cumprir os compromissos. A influência do sexto raio, que chega via Marte, aplicada marcialmente, e a falta de verdadeiro amor espiritual, desvirtuado em devoções sentimentais da personalidade explicam, no estágio atual, a negligência da massa de se impor em favor dos oprimidos e dos interesses dos princípios superiores. A necessidade desta tomada de posição é sentida por muitos na Alemanha, mas a atitude negativa da personalidade regida por Peixes oferece um real obstáculo e explica o que tanto intrigou e desorientou todos aqueles que conhecem e amam o povo alemão. No momento presente, predominam as influências de Marte, Leão e Peixes, em sua oitava inferior. O que pode contrabalançar esta infeliz situação é a influência de Escorpião, o signo do discipulado e um dos signos da morte no Zodíaco. Em Berlim, a alma do povo alemão luta atualmente para emergir e assumir o controle, e muito depende do resultado deste conflito. A França, cuja alma é regida por Peixes, signo do Salvador mundial, pode fazer muito para liberar a personalidade pisciana da Alemanha. Temos aqui o ponto crucial do problema mundial. A Grã-Bretanha, com seu raio de alma regido por Gêmeos (que compreende tanto a natureza da alma como a natureza da personalidade), pode fazer muito para ajudar. Não posso me estender mais, salvo assinalar que tanto para as nações como para os indivíduos, a primeira grande crise em Escorpião, no caminho do discipulado, tem efeitos determinantes para o futuro. Ao considerar a Grã-Bretanha, observamos primeiramente que o signo de Gêmeos rege a alma do povo, e que Touro rege a forma externa material da nação; foi este fator que levou seu povo a aparecer ante o mundo sob o símbolo de John Bull, que representa a personalidade britânica. Alguns astrólogos acreditavam que a Grã-Bretanha fosse regida por Áries, e isso é verdade no que diz respeito àquela 34

A.A.B.

pequena parte denominada Inglaterra; no entanto, estou tratando do império como um todo, e não de uma de suas frações. Foi a influência de Gêmeos que levou o povo britânico à movimentação e ao deslocamento constantes; que o impulsionou a cruzar repetidamente os oceanos e ir até os confins do mundo, para retornar sempre ao centro do qual veio. É a característica da raça. Foi a influência de Gêmeos que produziu – observando a obra da nação do ângulo da personalidade ou aspecto inferior – a diplomacia secreta e muitas vezes tortuosa e a astúcia que, no passado, caracterizou a atividade política da Grã-Bretanha. É comum haver desconfiança das pessoas de Gêmeos e o efeito geminiano nesta linha não faz da Grã-Bretanha nenhuma exceção. Esta desconfiança se justificava no passado, mas agora não mais, porque a nação está velha e experiente, e aprendendo rapidamente as lições que tinha de dominar. Até agora, o aspecto superior do signo de Gêmeos não governa inteiramente a Grã-Bretanha, pois somente agora a sua alma está lutando por se expressar. Durante muitas eras, Touro liderou o caminho com seus fins materialistas, seus desejos de posse, sua vontade arrogante e seu cego impulso para as posses desejadas. A capacidade de penetração e a tendência ao deslocamento são duas qualidades que Gêmeos e Touro dotaram à raça. Londres, centro cardíaco do império, é regido espiritualmente por Leão e materialmente por Libra e é, portanto, o fator egoico que vincula a Grã-Bretanha à França que deveria assistir espiritualmente a natureza leonina da personalidade francesa. No entanto, não é a qualidade espiritual deste signo que domina a política britânica, mas sim, essencialmente, o aspecto Libra. A Grã-Bretanha se considera a preservadora do equilíbrio do poder entre as nações e como a nação que pode fazer justiça e indicar os métodos corretos para estabelecer a lei e a ordem. No entanto, sua natureza geminiana às vezes ofusca tudo isso, enquanto que a influência de Touro muitas vezes a deixa cega frente aos verdadeiros problemas. É também o aspecto Leão que vincula Londres a Berlim, mas é Leão em seu aspecto mais altivo, e daí decorrem algumas das dificuldades, e daí também a estreita e inevitável relação entre Londres-Paris-Berlim, um triângulo de forças que condiciona a Europa de maneira bastante potente. Nestas três repousa o destino da raça dos homens no futuro imediato e, mais uma vez, levanta-se a pergunta: As decisões vindouras terão por base o bem do todo ou o bem para uma parte do todo? Foi a força de Leão da Grã-Bretanha que atraiu originalmente a força do Leão da França, e levou à conquista normanda do século XI. Menciono este ponto porque indica a relação e demonstra os resultados de tais relações, mas não porque esse evento passado exerça alguma repercussão real no momento presente. Há uma relação muito mais estreita entre os Estados Unidos da América e a Grã-Bretanha do que entre qualquer potência continental, porque Gêmeos é o signo regente dos dois países e porque eles têm, de muitas maneiras, uma vibração sincrônica. Nos Estados Unidos, porém, a influência de Touro é fraca e, em consequência, temos os frequentes mal-entendidos entre essas duas potências. Elas são muito próximas uma da outra e o bem-estar de cada uma significa muito para as duas, a tal grau que a tendência de interpretar de maneira errada as ações e motivações de cada qual não é compensada pelo caráter fluido de Gêmeos. Contudo, a arrogância e a obstinação própria do Touro devem dar lugar à flexibilidade e à compreensão da consciência inclusiva de Gêmeos, o que é muito difícil para o temperamento britânico captar nestes dias. Os britânicos têm tanta certeza de sua retidão e estão tão convencidos de sua sabedoria, que tendem a se esquecer de que as boas intenções muitas vezes são neutralizadas por maus métodos. Os britânicos são justos e sábios, porém a sua autossuficiência técnica e sua cegueira aos pontos de vista dos outros povos não ajudaram a estabelecer a paz mundial, o que é característico do controle de Touro. Eu acrescentaria que a convicção do povo alemão de constituir uma super raça, o intenso nacionalismo dos franceses, que os leva a crer que possuem uma cultura superior a de qualquer outro povo, o inexorável orgulho dos britânicos, que os leva a se considerarem eternamente do lado certo e a ruidosa presunção dos Estados Unidos, que os leva a considerarem seu país como a esperança do mundo, na realidade são equivalentes, pois são todos igualmente indicativos de que a personalidade está no controle. Como sabem, para as nações e para os indivíduos é um ponto a ser superado. As seguintes energias regem, pois, a Grã-Bretanha, atuando por meio dos signos zodiacais e dos planetas regentes: 35

A.A.B.

Grã-Bretanha 1. Gêmeos — com seus regentes, Mercúrio, Vênus e a Terra. | > Nação. 2. Touro — com seus regentes, Vênus e Vulcano. | 3. Leão — com seu regente, o Sol. | > Capital. 4. Libra — com seus regentes, Vênus, Urano e Saturno. | 5. O raio da alma — Amor-Sabedoria. 2º Raio. 6. O raio da personalidade — Vontade ou Poder. 1º Raio. 7. Influências indiretas dos raios, provenientes dos regentes planetários: a. Quarto raio — Harmonia através do Conflito, via Mercúrio, levando a um claro vínculo com a Alemanha (como o quadro anterior bem mostrou). Esta influência é responsável pelo caráter belicoso da história da Grã-Bretanha, mas atualmente atua pela harmonia no Império. b. Quinto raio. — Conhecimento Concreto ou Ciência, via Vênus. É interessante observar que é esse raio que liga a Grã-Bretanha tão estreitamente à França e que não aparece em lugar nenhum entre as influências que afetam a nação alemã. Vênus rege Touro e Libra, assim como Gêmeos, daí o bom desenvolvimento do mental inferior concreto da nação britânica. O mental intuitivo, porém, ainda está por se desenvolver. c. Terceiro raio — Inteligência Ativa ou Adaptabilidade, via a Terra e também via o planeta Saturno, cuja influência, entre outras, rege Libra. Temos aqui uma pista da razão pela qual o Império Britânico cobre a Terra, pois há uma relação estreita entre a Terra, como um todo, e a Grã-Bretanha. Esta influência liga também a Grã-Bretanha com a França, cuja personalidade é regida pelo terceiro raio. d. Primeiro raio — Vontade ou Poder, via o planeta Vulcano. Há no primeiro raio – tal como se expressa através de Vulcano – pouco do aspecto Destruidor, como há na influência planetária de Plutão, outro agente do primeiro raio. Mais uma vez encontramos neste regente da personalidade taurina da Grã-Bretanha uma ligação com o primeiro raio da personalidade da Alemanha. Isso explica também como se formam os laços que ligam as diversas partes do Império, fazendo dele uma unidade pela vontade dos povos. e. Segundo raio — Amor-Sabedoria, via o Sol, regente de Leão, que rege a alma de Londres e que é também um canal para a força da alma do Império Britânico, que é essencialmente a de amor-sabedoria quando realmente se exprime e não está sob o controle e domínio da influência de Libra. f. Sétimo raio — Ordem Cerimonial ou Ritual Organizado, que chega ao nosso planeta via Urano e dando ao Império seu controle no plano físico bem estabelecido sobre os lugares e as circunstâncias, assim como os fundamentos legais, em cooperação com Libra, e seu amor por ordem e governo. Tudo isso facilita a plena expressão do primeiro raio do Império Britânico. Um estudo do efeito recíproco dessas energias e forças ajudará a entender a Grã-Bretanha e suas atividades; estas energias indicam certas afinidades, assim como as possibilidades iminentes de um ajuste, se o amor, que é o princípio motivador básico da alma britânica, puder chegar a se expressar. Até o presente, as atitudes, decisões e atividades britânicas manifestaram, sobretudo, as características de Touro, Leão e Libra. Preservando a sua vontade-para-a-ordem e o julgamento equilibrado que Libra lhe confere, poderia a Grã-Bretanha mudar, eliminando os aspectos de Touro que a levaram a perseguir cegamente objetivos egoístas e que lhe possibilitaram, graças à sua potente personalidade, alcançar seus fins? Não é uma ironia do destino que esta nação, que no passado foi uma das mais agressivas do mundo, 36

A.A.B.

seja agora justo ela que deveria pôr fim a um período de agressão, com o auxílio da França (cuja tendência agressiva é muito similar)? Desta maneira, a Grã-Bretanha serviria à inauguração de uma era de cooperação, entendimento e responsabilidade compartilhada. O futuro do mundo repousa hoje, em grande parte, nas mãos da França e da Grã-Bretanha, e a felicidade do mundo está garantida, se a energia de alma desses dois países dominar suas personalidades, suplantando os objetivos e ambições da personalidade. Só posso fazer breve referência às energias que motivam e condicionam o império italiano e os Estados Unidos, deixando que vocês façam suas próprias deduções e aplicações. A Rússia ainda está no estado embrionário, seu papel está mais no Oriente que no Ocidente, desde que siga as linhas indicadas. Os dois signos que a regem são Aquário e Leão e sua real função no concerto das nações está muito longe quando a era aquariana florescer e Leão tiver cessado de influenciar a personalidade russa. Os planetas que exercem principalmente sua influência sobre a Rússia, são: o Sol (2º raio), Urano (7º raio), Júpiter (2º raio) e a Lua (4º raio). Esta combinação é das mais interessantes e das mais humanitárias. Com o tempo, não será destrutiva. Na atualidade, a força intensamente individualista de Leão, sob seus piores aspectos predominam, mas isto não durará, como a história acabará comprovando. A criança cruel e barulhenta poderá se converter, na vida adulta, em um controlado humanitário, e é o que indicam as potentes influências no horóscopo da Rússia. Na Itália vemos aparecer novamente o signo de Leão, relacionando a Itália à França, Grã-Bretanha e Berlim – que possuem Leão como signo regente, seja nas próprias nações ou nas capitais. Em consequência, não há possibilidade de nenhuma dessas quatro potências escapar das relações. A Itália é mais estreitamente vinculada com a Grã-Bretanha do que com a França, porque Roma é regida por Touro e Leão, o qual a vincula com a Grã-Bretanha por similitude de vibração. A França terá que reconhecer isto, como também a Itália e a Grã-Bretanha. A personalidade da Itália é regida por Sagitário, o signo do discípulo unidirecionado e é por esta razão que o estado italiano permanece imutável em seus propósitos, e se recusa a mudar de atitude e de modificar suas determinações. A Itália vê com mais clareza do que a Alemanha os princípios em jogo neste momento, e embora a influência de Touro cegue às vezes Roma e a incite a se precipitar em uma meta sem considerar as consequências e implicações decorrentes, a Itália se mantém fiel ao objetivo previsto e para ele se dirige em linha reta, segundo um plano pré-estabelecido. A história da Itália ficará suficientemente clara ao considerarmos as energias que a condicionam: Itália 1. Leão — com seu regente, o Sol. | > Nação 2. Sagitário — com seus regentes, Júpiter, a Terra e Marte. | 3. Touro — com seus regentes, Vênus e Vulcano. | > Capital. 4. Leão — com seu regente, o Sol. | 5. Raio da alma — Idealismo, Devoção. 6º Raio. 6. Personalidade — Harmonia através do Conflito. 4º Raio. 7. Influências indiretas dos raios, se originando dos regentes planetários: a. Segundo raio — Amor-Sabedoria, via o Sol e Júpiter. Mais uma vez há uma relação da Itália com a alma de segundo raio da Grã-Bretanha e tende a um entendimento básico. Assinalaria, nessa altura, que nesta influência do segundo raio, o aspecto sabedoria é mais dominante que o aspecto amor. O amor, na realidade, é sabedoria compreensiva, em expressão ativa. 37

A.A.B.

b. Terceiro raio — Inteligência Ativa, via a Terra. Foi esta influência da Terra que, no passado, deu à Itália seu domínio sobre o mundo e é ainda ela que incita a personalidade italiana a buscar um outro império mundial. c. Sexto raio — Devoção e Idealismo, via Marte. Lembraria a vocês que o raio da alma da Itália é também o sexto raio. Temos, portanto, a influência de Marte dominando a história da Itália e de Roma e é esta tendência marciana que repousa na base do eixo Alemanha-Itália. Hoje, porém, não é o fator controlador. d. Quinto raio — Conhecimento Concreto ou Ciência, via Vênus. Esta influência também é dominante na Grã-Bretanha e, mais uma vez, relaciona estreitamente os dois países. Há um pequeno e curioso exemplo que demonstra uma atuação praticamente uniforme desta tendência científica para o bem de todo o mundo (Vênus em relação a Júpiter). Trata-se da invenção do telefone por Alexander Graham Bell e o desenvolvimento do rádio por Marconi. e. Primeiro raio — Vontade ou Poder, via Vulcano, o ferreiro e o artesão em metais, cuja influência neste caso associa estreitamente a si mesmo com o aspecto não desenvolvido da influência de Leão. As indicações acima explicarão as relações anglo-italianas e as esclarecerão. O destino dos dois países estão estreitamente ligados e, juntos, podem influenciar fortemente a raça alemã, no sentido de um melhor ajuste à vida e a uma discriminação mais lúcida. Isso vai precisar do apoio da França, quando este país estiver sob o controle da alma. Examinaremos os fatores controladores de um outro país, os Estados Unidos da América, e indicaremos as influências que estão atuando neste momento, e em processo de pôr fim à adolescência deste país e habilitá-lo a se elevar à total maturidade. Este vasto país é regido por Gêmeos, vinculando-o estreitamente, pois, com a Grã-Bretanha e também, por Aquário, que rege o raio da sua alma. Esta combinação de personalidade de sexto raio, regida por Gêmeos, e de alma de segundo raio (como tem a Grã-Bretanha), regida por Aquário, é muito potente em poder e utilidade para o futuro. A capital, Washington, é regida por Câncer e Sagitário, e é este fato que leva os Estados Unidos a agirem como o caranguejo (Câncer) e a estarem pré-ocupados com a própria casa que carrega em suas costas e a desaparecer, escondendo-se ao primeiro sinal de transtorno. Como a influência de Sagitário também é forte, há uma potente determinação de aderir, de maneira unidirecionada, a qualquer decisão tomada. É a personalidade de sexto raio deste país que compele, às vezes, ao ponto de uma cegueira fanática e em detrimento da visão de longo alcance, tão necessária em tempos como esses. Como a Rússia, este país está em construção e – como já lhes disse em outro material – quando o poder desta nação passar de Washington para Nova York, a influência de Câncer diminuirá gradualmente e o país tomará seu lugar como adulto entre as nações. Sua natureza geminiana e sua alma aquariana (quando desenvolvidas e equilibradas) propiciarão um canal extraordinário para a expressão humana. Vocês observarão que nenhum dos seus regentes zodiacais os vincula à França, salvo indiretamente por meio de Câncer, que é o oposto polar de Capricórnio, um dos regentes de Paris. É por esta razão que um pequeno percentual de franceses, em termos relativos, migram para os Estados Unidos; há uma vinculação mais estreita com a Itália do que com a França, e daí a grande população italiana, pois Sagitário rege tanto a Itália como Washington. As influências que atuam nos Estados Unidos, portanto, são as seguintes:

38

A.A.B.

Estados Unidos 1. Aquário — com seus regentes, Urano, Júpiter e a Lua. | > Nação. 2. Gêmeos — com seus regentes, Mercúrio, Vênus e a Terra. | 3. Câncer — com seus regentes, a Lua e Netuno. | > Capital. 4. Sagitário — com seus regentes, Júpiter, a Terra e Marte. | 5. O raio da alma — Amor-Sabedoria. 2º raio. 6. Raio da personalidade — Idealismo. Devoção. 6º raio. 7. As influências indiretas via os regentes planetários são muitas e, em consequência, os raios que condicionam este país são múltiplos, devido à mistura de raças que há ali. Estas influências são onze no total, pois a Terra apresenta dois aspectos e a Lua vela Vulcano e Urano. a. Sétimo raio — Ordem e Magia, via Urano. Esta influência foi herdada do mundo atlante, que ainda rege o aspecto territorial dos Estados Unidos, que é remanescente dos antigos atlantes. É isso que produz os inúmeros grupos mágicos, espíritas e ocultos que florescem hoje nos Estados Unidos. b. Segundo raio — Amor-Sabedoria, via Júpiter, dessa maneira vinculando os Estados Unidos com a Grã-Bretanha e, indiretamente, com a França. c. Quarto raio — Harmonia através do Conflito, via a Lua, velando, neste caso, o planeta Vulcano. Vulcano aqui “forja em sua bigorna, através de fogo e sopros, aquela rede de ligação que cobre toda a nação e a mantém unida.” Este raio produz a condição que une a Alemanha e os Estados Unidos, pois o quarto raio é o raio da alma alemã e o primeiro raio, que Vulcano transmite via a Lua, liga a alma e a personalidade da Alemanha aos Estados Unidos. Daí o grande número de alemães que chegam aos Estados Unidos para escapar do aspecto destruidor de primeiro raio que se manifesta através da atividade da personalidade da Alemanha. d. Quarto raio — Menciono este raio pela segunda vez porque ele se expressa aqui por meio de Mercúrio, o Mensageiro, e enfatiza o aspecto harmonia, em contraste com o ângulo conflituoso que Lua e Vulcano precipitam juntos. É a relação Lua-Vulcano que produz o conflito político que sempre grassa nos Estados Unidos. e. Quinto raio — Conhecimento Concreto e Ciência, via Vênus. Confere a inteligência que é tão marcante no povo americano e que, a certa altura, determinará as linhas ao longo das quais tenderão sua educação e organizações religiosas. f. Terceiro raio — Inteligência Ativa ou Adaptabilidade, via a Terra, dessa maneira ‘ancorando’ o povo americano e, basicamente, fazendo do solo seu problema de base. Daí a importância da agricultura na consciência pública e a pré-ocupação do governo com os problemas do algodão, do milho e muitas outras questões do momento. g. Sexto raio — Idealismo ou Devoção, via Marte. Isso aumenta muito o poder do sexto raio da personalidade dos Estados Unidos, desta maneira apresentando problemas muito reais para a jovem geração, que tende a ser sempre fanática e exclusiva. O exclusivismo é um dos principais pontos fracos do tipo de sexto raio. h. Quarto Raio. — Esta influência aparece, como podem ver, com muita frequência, mas desta vez é por meio da Lua velando Urano. Isso produz um conflito de uma natureza diferente do que acontece quando a 39

A.A.B.

Lua vela Vulcano ou transmite diretamente a energia do quarto raio. Urano é o agente do 7º raio e a sua fusão com o 4º raio, via a Lua, é produzir uma relação mágica entre as muitas e distintas nacionalidades que se encontram nos Estados Unidos e assim fusioná-las e misturá-las em um todo homogêneo – o que não é o caso atualmente. Assim, as influências que são vertidas nos Estados Unidos hoje são muitas; elas relacionam este país com praticamente todos os países da Europa; isso leva, às vezes, a condições caóticas e a muita confusão de pensamento. No entanto, enriquece a vida nacional, o que é um bom augúrio para o futuro. Um estudo do exposto e o exame das diversas esquematizações que coloquei à sua disposição mostrarão o quanto é absolutamente impossível para o povo americano se dissociar da Europa e do resto do mundo.

5. O Significado de Certas Cidades. As energias que estamos considerando são liberadas na vida do planeta por certas vias de acesso específicas. Atualmente, há cinco delas disseminadas pelo mundo. Onde há uma dessas vias de acesso da força espiritual, sempre haverá uma cidade de importância espiritual no mesmo local. Os cinco pontos de afluência espiritual são: 1. Londres................... ... para o Império Britânico. 2. Nova York................para o Hemisfério Ocidental. 3. Genebra...................para a Europa, incluindo a URSS. 4. Tóquio...................... .. para o Extremo Oriente. 5. Darjeeling.................para a Índia e a maior parte da Ásia. Mais tarde, outros dois pontos se somarão a esses, mas a hora ainda não chegou. Por meio desses cinco lugares e das áreas circundantes, é vertida a energia dos cinco raios, condicionando o mundo dos homens, levando a resultados de profunda significação e determinando o curso dos acontecimentos. Esses cinco pontos de energia condicionadora (embora a energia que flui através de Darjeeling ainda não tenha alcançado toda a sua força) formam, por sua ação recíproca, dois triângulos de força: 1. Londres........Nova York........Darjeeling. 2. Tóquio..........Nova York........Genebra. Genebra e Darjeeling são dois centros pelos quais a energia espiritual pura pode ser direcionada com mais facilidade do que pelos outros três; constituem, portanto, os pontos mais elevados de seus respectivos triângulos. Sua influência é também mais subjetiva que a de Londres, Nova York ou Tóquio. No conjunto, formam os cinco centros de “energia impulsionadora” de hoje. Seria interessante saber também quais são os raios regentes e os signos astrológicos destes cinco centros, mas não nos esqueçamos de que os raios da personalidade mudam de um período para outro nos países e cidades, tal como acontece com os seres humanos individuais: Cidade................Alma.......Personalidade................Signo Londres.............5º raio......7º raio.................Gêmeos Nova York..........2º raio......3º raio.................Câncer Tóquio...............6º raio......4º raio.................Câncer Genebra.............1º raio......2º raio.................Leão Darjeeling..........2º raio......5º raio.................Escorpião Se os estudantes analisarem estas informações em relação ao que foi transmitido em outro texto sobre as nações e outras cidades, poderão ver as inter-relações que estão despontando nos assuntos mundiais como resultado da atuação dessas forças e energias e, portanto, como inevitáveis, até certo ponto. O uso da

40

A.A.B.

energia pode ser feito em linhas erradas, produzindo separação e dificuldades, ou em linhas certas, levando afinal à harmonia e ao bom entendimento, mas a energia está ali e deve fazer sentir seus efeitos. Tal como na vida individual, um ou outro dos raios dominará, como resultado da ação da energia da alma sobre o aspecto forma. Se a pessoa ou a nação estiver orientada espiritualmente, o resultado do impacto da energia será bom e levará à realização do plano divino, e assim será totalmente construtivo. Onde domina a força da personalidade, os efeitos serão destrutivos e poderão entravar temporariamente o Propósito divino. No entanto, até mesmo força que está dirigida para fins destrutivos pode atuar para o bem e é o que finalmente faz, pois a tendência da força evolutiva é inalterável, já que se baseia na Vontade-para-o-bem da própria Divindade. A afluente energia da alma pode ser desacelerada ou acelerada, de acordo com o propósito, a aspiração e a orientação da entidade (o homem ou a nação), pode expressar o propósito da alma ou o egoísmo da personalidade, mas o impulso para o melhoramento triunfará inevitavelmente. Toda a questão dos centros planetários e da energia que eles liberam, evidentemente é de grande interesse e, se pudéssemos compreender, de suprema importância. Há uma grande verdade velada por trás da tendência de todos os povos de considerarem certas cidades e lugares como sagrados e como centros espirituais, fazendo deles destino de peregrinações. A analogia é válida para os seres humanos, e não é sem razão que o coração é considerado mais sagrado e desejável em sua expressão do que a cabeça. Tudo isto indica um reconhecimento inato por parte da humanidade de que por trás da forma externa há sempre o intangível, o real e o sagrado. Gostaria de desenvolver um pouco mais este tema dos centros pelos quais a energia espiritual está fluindo em nossos dias, mas é preciso lembrar que este tema que estamos tratando é de interesse geral e não diz respeito especialmente ao indivíduo. Discorrendo, como sempre devemos fazer, do universal para o particular, é essencial que a humanidade relacione seu próprio mecanismo com o mecanismo maior (a totalidade da nossa vida planetária) e veja o que denominamos de “sua própria alma” como uma parte infinitesimal da alma do mundo. Também é necessário que o homem estabeleça relação entre sua alma e sua personalidade, considerando ambas como aspectos e partes integrantes da família humana, e assim será cada vez mais. Este processo está em andamento, como demonstra a firme expansão da consciência grupal, nacional e racial na humanidade – consciência que se demonstra como inclusividade espiritual ou como uma tentativa anormal e nociva (do ponto de vista da alma) de fundir e mesclar todas as nações em uma ordem mundial baseada em questões materiais e dominada por uma visão materialista. Não havia nada de espiritual na visão dos líderes das potências denominadas potências do Eixo e a visão das massas até agora não se mostrou adequada para deter a materialização desta visão. A intenção espiritual da humanidade, porém, está crescendo lentamente, e a grande Lei dos Contrastes acabará por trazer a iluminação. O Senhor do Mundo, o “Ancião dos Dias”, está liberando novas energias na humanidade, transmutadas na presente fornalha de dor e ardente agonia. Esta transmutação produzirá um novo poder de sacrifício, de entrega inclusiva, uma visão mais clara do Todo e um espírito de cooperação até agora desconhecido e que será a primeira expressão desse grande princípio de partilha, tão intensamente necessário hoje. Não estou falando aqui de maneira idealista ou mística. Estou assinalando uma meta imediata e possível; estou dando uma pista para um processo científico que está se desenvolvendo diante dos nossos olhos e que, neste momento, se encontra em um ponto de crise. Como esta é a raça ariana (termo que não está sendo usado no sentido alemão ou materialista), estes cinco centros a que se fez referência, estes cinco pontos focais de energia espiritual, estão sendo estimulados e vitalizados de maneira anormal e deliberada. A energia que flui deles está afetando profundamente o mundo e a Organização das Nações Unidas, e isto encerra uma grande esperança para o futuro. Justamente porque Nova York é um destes cinco centros, é ali onde a Organização das Nações Unidas deve trabalhar.

41

A.A.B.

Há dois centros no nosso planeta que ainda estão relativamente passivos no que diz respeito a qualquer efeito mundial. Não especifico seu ponto focal, apenas indico que algum dia um deles será encontrado no continente africano e, muito mais tarde ainda (milhões de anos depois) o outro será descoberto na região da Austrália. Porém, são os cinco centros desta quinta raça-raiz que nos dizem respeito. A força que o centro de Genebra está expressando (no momento ineficazmente, porém mais tarde isso mudará), é a de Segundo Raio de Amor-Sabedoria, nesta época com ênfase principal na qualidade de inclusividade. Sua ação é de “unir pelo amor fraternal” e exprimir a natureza do serviço. Este centro planetário, que condiciona o pequeno país suíço, exerceu um poderoso efeito sobre este país, e um estudo sobre tais efeitos demonstrará as futuras possibilidades para o mundo, desde que o fluxo dessa energia seja menos obstruído. Este centro produziu a fusão de três robustos tipos raciais em formação grupal, mas não pela miscigenação como nos Estados Unidos; possibilitou que duas divisões relativamente antagônicas do credo cristão atuassem juntas com um mínimo de fricção; fez de Genebra a sede da Cruz Vermelha – um movimento mundial que trabalha verdadeiramente de maneira imparcial com cidadãos de todas as nações e para elas, como também para os prisioneiros de todas as nações; abrigou aquele deplorável, mas bem intencionado experimento denominado Liga das Nações e abrigará novamente uma liga mais verdadeira para atender a necessidade mundial; foi o que protegeu este pequeno país da arremetida agressiva das potências do Eixo. O lema ou nota fundamental deste centro é: “Procuro fusionar, harmonizar e servir”. A força centrada em Londres é a de primeiro Raio de Vontade ou Poder no aspecto construtivo, não no destrutivo. Procura o serviço ao todo e a grande custo, e o esforço visa expressar a Lei de Síntese, que constitui a nova ênfase vertida de Shamballa. Eis a razão de governos de muitas nações encontrarem asilo na Grã-Bretanha durante a guerra. Além disso, se as Forças da Luz triunfarem devido à cooperação da humanidade, a energia que se expressa através deste poderoso império terá potência suficiente para estabelecer uma ordem mundial fundamentada na justiça inteligente e em uma equitativa distribuição econômica. A nota-chave desta força é: “Eu sirvo”. A força que se expressa pelo centro de Nova York é a de sexto Raio da Devoção ou Idealismo. Por isso há conflitos entre as diversas ideologias, sendo o principal conflito entre aqueles que proclamam o grande ideal da unidade mundial produzida pelo esforço conjunto das Forças da Luz, respaldadas pelo esforço cooperativo de todas as nações democráticas e aqueles de atitude materialista e separatista, que procuram impedir que os Estados Unidos assumam suas responsabilidades e seu devido lugar nos assuntos mundiais. Se este último grupo tiver êxito em sua iniciativa, privará os Estados Unidos da parte que lhes cabe nos “dons dos Deuses na futura era de paz que sucederá o atual e crítico período de incertezas”, segundo expressa O Antigo Comentário. O sexto raio ou é militante e ativo ou místico, pacífico e destituído do sentido de realidade, e esses dois aspectos condicionam os Estados Unidos de hoje. A nota-chave deste centro mundial é: “Eu ilumino o Caminho”. É um privilégio para os Estados Unidos, se seus cidadãos assim decidirem e, por iniciativa própria, se sacrificarem em um objetivo humanitário universal e tomarem a firme decisão de exigir que a retidão governe suas atitudes e política atuais. Isto vem ocorrendo lentamente e as vozes egoístas dos cegos idealistas, dos medrosos e separatistas estão se desvanecendo. Tudo isto está acontecendo sob a inspiração do serviço, motivado pelo amor. Assim, as duas principais democracias podem restabelecer a ordem mundial oportunamente, neutralizar a antiga ordem de egoísmo e agressão e introduzir a nova ordem de consenso mundial, partilha mundial e paz mundial. A paz resultará do consenso e da partilha, não será a origem deles, como tantas vezes os pacifistas dão a entender. A força que flui de Darjeeling nesta época é a de primeiro Raio da Vontade ou do Poder. O raio da alma da Índia é o primeiro raio, por isto o efeito imediato da força que flui de Shamballa é estimular a vontade-para-o-poder de todos os ditadores, sejam eles ávidos ditadores mundiais, como Hitler e seu grupo de homens malignos, ou ditadores eclesiásticos de qualquer religião, ditadores no campo dos negócios, de qualquer parte do mundo, ou aqueles ditadores menores, os tiranos do lar. É interessante observar que a nota-chave da Índia é: “Eu oculto a luz”, o que vem sendo interpretado no sentido de que a luz flui do 42

A.A.B.

Oriente e que o dom da Índia para o mundo é a luz da Sabedoria Atemporal. Isso é verdade em um certo sentido, mas há um outro sentido, mais amplo e profundo em que se mostrará válido. Quando a intenção e o propósito da grande Vida que atua através de Shamballa forem cumpridos e estiverem em processo de expressão, será revelada uma luz que nunca foi vista nem conhecida. Há uma informação nas Escrituras Cristãs que diz: “Nessa luz veremos a luz”; significa que por meio da luz da sabedoria, vertida em nossos corações através da Sabedoria Atemporal, veremos, enfim, a Luz da própria Vida – algo inexplicável e sem sentido nos dias de hoje para a humanidade, mas que se revelará mais tarde, quando o ponto de crise atual for vencido. Nada tenho a dizer por ora sobre sua natureza e efeito. Gostaria de intercalar aqui algumas observações. É de grande importância saber que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos têm estreita relação e que esta relação torna certas atividades e realidades inevitáveis, uma vez que a alma de cada uma destas nações atue potentemente. A Índia e a Grã-Bretanha também estão vinculadas por meio da personalidade de primeiro raio da Grã-Bretanha e do raio da alma da Índia. As implicações são claras e interessantes, e também alentadoras. O aspecto consciência do povo britânico tende cada vez mais a exprimir o segundo raio da alma, o que o faz aproveitar neste momento a oportu-nidade de servir à humanidade a um imenso custo. O mesmo está acontecendo com o povo americano. Como disse, o problema de desviar o idealismo é grande, e a tentação é de se esconder atrás do espelhismo de lutar por um ideal, em vez de responder à necessidade do mundo e de deixar de reagir ao raio da alma, que é o segundo raio de amor. As forças que fluem por intermédio de Tóquio são de primeiro raio em seu aspecto inferior, o aspecto materialista. O Japão é regido pelo raio da alma na consciência de seus dirigentes. Sua personalidade de sexto raio responde ao chamado da energia de primeiro raio, por isso as presentes atitudes e atividades infelizes e também seu vínculo com a Alemanha, por meio do raio da alma das duas nações, e com a Itália pelo raio da personalidade. Isto explica a aliança com o Eixo. Gostaria de assinalar aqui que nestas inter-relações não existe uma sina inevitável ou um destino inexorável. O objetivo do discípulo individual é manejar as forças que atuam através dele, de tal maneira que apenas resulte o bem construtivo. O discípulo pode usar mal essa energia ou empregá-la para os fins da alma. O mesmo acontece com as nações e as raças. O destino de uma nação geralmente repousa nas mãos de seus dirigentes; eles dirigem as forças da nação, enfocam as intenções nacionais (se são suficientemente intuitivos) e desenvolvem as características do povo, deixando atrás deles a memória dos símbolos da intenção, dos ideais ou da corrupção nacionais. Podemos ver um exemplo na maneira de agir dos dois grandes grupos de dirigentes mundiais durante a guerra. Os três grupos de dirigentes do Eixo, dominados pelo maligno grupo alemão, e a Itália e o Japão lutando em certos momentos contra a influência maligna (poucas vezes conscientemente, mas com frequência de maneira inconsciente), e o segundo grupo, o dos dirigentes da causa dos Aliados. Não importa o que a história possa dizer a respeito do passado de muitas das nações aliadas (agressões, antigas crueldades e atos errados), todas procuravam e procuram ainda hoje cooperar com as Forças da Luz e estão se esforçando para salvar a liberdade humana – política, religiosa e econômica. Gostaria de assinalar, a propósito, que as duas grandes divisões do mundo, Ocidente e Oriente, também são regidas por certas energias de raio, a saber: Ocidente Raio da Alma Segundo Raio Raio da Personalidade Quarto Raio Oriente Raio da Alma Quarto Raio Raio da Personalidade Terceiro Raio Lembraria que estamos em um período de transferência de raios, e que eles mudam tanto para os indivíduos como para as nações e para os hemisférios e planetas. Todos eles podem passar de um raio menor para um raio maior, se o destino assim quiser. Uma análise da tabela acima trará muita luz sobre as inter-relações humanas. Atualmente, três grandes países sustentam em suas mãos o destino da

43

A.A.B.

humanidade: Estados Unidos da América, Grã-Bretanha e Rússia. Uma grande fusão e experimentos raciais estão se processando nesses países; o governo do povo está se desenvolvendo em todos eles, embora ainda em estado embrionário. Na Rússia está sendo retardado por uma ditadura que em breve terminará; nos Estados Unidos por uma política corrupta e na Grã-Bretanha por antigas tendências imperialistas. Mas os princípios democráticos, embora não controlem, estão se desenvolvendo; a unidade religiosa está se estabelecendo, embora ainda não funcione, e os três países estão aprendendo rapidamente, embora os Estados Unidos sejam atualmente mais lentos em aprender. O Ocidente e o Oriente estão vinculados pelo raio da personalidade do Ocidente e o raio da alma do Oriente; é uma indicação de um possível entendimento, quando no Ocidente o raio da alma for o fator dominante. Quando os povos do mundo captarem estas variadas relações em certa medida, teremos a chave de muitos dos acontecimentos atuais e compreenderemos com maior clareza a meta e o método empregados para realizá-los. Há muitas e profundas pesquisas a fazer neste campo, pois a ciência das relações da energia ainda está na infância. Nos próximos anos veremos seus beneficios. Na realidade, a consciência humana está passando do en-foque nas energias individuais que atuam nos limites de um círculo-não-se-passa específico (individual, nacional, continental ou racial) para a compreensão das relações existentes entre estas energias e os efeitos recíprocos resultantes. Esta ciência pode ser estudada de várias maneiras: 1. Do ângulo dos antagonismos que parecem inevitáveis e se explicam pelas energias dos raios, mas que podem ser neutralizados pelo uso correto das energias da alma. 2. Do ângulo da similitude das forças, que inevitavelmente levam a intereses e atividades idênticos. 3. Do ângulo da fusão, da unidade de visão e de objetivos. 4. Do ângulo da humanidade como um todo. Se lembrarmos que a humanidade é regida em primeiro lugar por dois raios (o segundo e o quarto), compreenderemos que as nações e os países cujos raios regentes são também o segundo e o quarto, devem desempenhar e desempenharão um papel importante na determinação do destino humano. Portanto, através da energia espiritual que flui por intermédio dos cinco centros maiores do planeta, e de acordo com o veículo de expressão que recebe seu impacto, assim será a reação, a atividade e o tipo de consciência que o interpretará e usará. A antiga e conhecida verdade ocultista continua válida: “A consciência depende de seu veículo de expressão, e ambos devem sua existência à vida e à energia”, e isso se mantém como uma lei imutável. As cinco cidades que são a expressão exotérica dos centros de forças esotéricos e através das quais a Hierarquia e Shamballa procuram atuar, são as correspondências, no corpo planetário, dos quatro centros situados na coluna vertebral e do centro ajna, no corpo da humanidade e no corpo do indivíduo. Nos três casos eles são “pontos focais, vitais e vivos de uma força dinâmica”, em maior ou menor grau. Alguns expressam de maneira predominante a energia da alma; outros, a força da personalidade; outros, ainda, são influenciados por Shamballa e outros pela Hierarquia. O centro da cabeça do Ocidente está começando a reagir à energia do segundo raio, e o centro ajna à energia do quarto raio; nisso reside a esperança da raça dos homens. Temos nisso um vasto campo de investigação, que terá várias categorias: 1. Pesquisas sobre as realidades da natureza espiritual do homem e dos seus centros; pesquisas sobre a natureza e influência dos planetas que os regem, pesquisas sobre a inter-relação do ângulo da energia e sobre a qualidade das forças de raio que procuram se expressar, assim como um conhecimento dos raios

44

A.A.B.

da personalidade e da alma. Disto surgirá uma compreensão da constituição humana, que revelará todas as relações e produzirá dois básicos “acontecimentos no tempo”: a. A fusão da vida subjetiva e objetiva na consciência vigílica do indivíduo. b. O estabelecimento de novas relações entre os homens, fundamentadas nesta fusão. 2. Pesquisa sobre os diversos centros nacionais e sobre as energias esotéricas que os regem, revelando de maneira mais universal e com um horizonte mais amplo, o destino da humanidade em relação às suas unidades grupais, pequenas e grandes. Serão estudadas as qualidades da alma e da personalidade de cada nação, assim como os centros nos quais as energias de raio são focalizadas e serão investigadas as emanações qualitativas de suas cinco ou seis cidades mais importantes. Darei um exemplo do que quero dizer: as influências de Nova York, Washington, Chicago, Kansas City e Los Angeles serão objeto de pesquisas científicas; serão estudadas a atmosfera psíquica e a dinâmica intelectual; haverá esforços para descobrir a qualidade da alma e a natureza da personalidade (tendências espirituais e materialistas) dessas grandes aglomerações de seres humanos que se formaram em certas localidades bem determinadas, porque são a expressão dos centros de força do corpo vital da nação. Também no que diz respeito ao Império Britânico, será feito um estudo sobre Londres, Sydney, Johannesburg, Toronto e Vancouver, com estudos subsidiários sobre Calcutá, Nova Delhi, Singapura, Jamaica e Madras, todas vinculadas subjetivamente de maneira inesperada atualmente. De acordo com o plano, e em razão das energias que afluem através dos cinco centros planetários, há hoje em nosso planeta três grandes energias fusionadoras ou centros vitais: a. A Rússia, fusionando e misturando a Europa oriental e a Ásia ocidental e do norte. b. Os Estados Unidos (e mais tarde a América do Sul) fusionando e misturando a Europa central e ocidental e todo o hemisfério ocidental. c. O Império Britânico, fusionando e misturando as raças e os homens do mundo inteiro. Estas nações têm o destino do planeta em suas mãos. Elas formam os três principais blocos mundiais, do ângulo da consciência e da síntese mundial. Outras nações menos importantes participarão deste processo com toda independência e em espírito de cooperação voluntária e por meio do aperfeiçoamento de sua vida nacional, no interesse de toda a humanidade, e pelo desejo de expressar e conservar a integridade de sua alma e o propósito nacional purificado (purificação que está acontecendo atualmente). Contudo, a nota-chave do viver humano será emitido pela Rússia, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, não devido à sua potência, ao seu passado histórico, aos seus recursos materiais ou à extensão do seu território, mas porque estas nações estão em condições de fusionar e misturar os diversos tipos humanos, pois possuem uma visão de longo prazo e têm propósito de envergadura mundial, não são essencialmente egoístas em seus objetivos e o governo desses povos chega até as profundezas de cada nação e é fundamentalmente para o povo. Suas constituições, a Carta Magna e a Declaração de Direitos, são humanas. Outras nações se alinharão gradualmente a estes requisitos espirituais fundamentais, ou – se já estiverem baseadas nestes princípios humanos e não na autoridade de uma minoria poderosa, que explora uma maioria infeliz – cooperarão livremente com essas grandes nações, em uma federação de propósitos e de interesses, até o momento em que todas as nações do mundo cheguem com clareza à visão e, renunciando a seus fins egoístas, aceitem trabalhar em uníssono para o todo. A humanidade surgirá então à luz da liberdade e lhe será revelada beleza e propósito espirituais até agora desconhecidos. Começando, como sempre, com o estudo do microcosmo, como chave para o macrocosmo, mas ao mesmo tempo procurando considerar o macrocosmo a fim de compreender o microcosmo, o homem estabelecerá algum dia uma inteligente relação com o todo do qual é parte, e aprenderá a cooperar conscientemente. Deste modo, a mente superior e a mente inferior, o abstrato e o concreto, o subjetivo e o objetivo, funcionarão como unidade e o homem será completo. Não posso lhes dar aqui a relação dos centros planetários com o ser humano. Seria prematuro comunicar tanto conhecimento, antes que amor suficiente esteja presente na natureza humana para evitar o possível uso impróprio da energia, com suas consequências desastrosas. As cores, a frequência matemática das

45

A.A.B.

vibrações mais elevadas que emanam dos centros – individuais e planetários – e a qualidade (esotericamente compreendida) das energias devem ser tema de investigação humana e de autocomprovação. Todas as indicações e pistas se encontram na Sabedoria Atemporal. O método de pesquisa mais lento é o mais seguro atualmente. No início do próximo século aparecerá um iniciado que dará continuidade a este ensinamento. O que resta deste século deve ser dedicado à reconstrução do templo da Vida do homem e da forma de vida da humanidade, à reconstituição da nova civilização sobre os fundamentos da antiga e à reorganização das estruturas do pensamento mundial e da política mundial, além da redistribuição dos recursos mundiais, de acordo com o propósito divino. Só então será possível fazer maiores revelações. Tenham bom ânimo, pois não há real derrota do espírito humano; não há extinção final do divino no homem, pois a divindade sempre se eleva triunfante do abismo mais escuro do inferno. É necessário, porém, vencer individualmente a inércia da natureza material para atender as necessidades da humanidade, o mesmo valendo para as nações que não estejam concentradas nos princípios básicos da situação. Há sinais de que isso já está acontecendo. Não há poder na Terra que possa impedir o homem de avançar para a meta que lhe é destinada e nenhuma coalizão de poderes é capaz de detê-lo. Hoje essa coalizão está ativa – uma combinação do antigo mal com o moderno egoísmo agressivo, desencadeado por meio de um grupo de homens inescrupulosos e ambiciosos de todos os países. Afinal de contas, não terão êxito. Talvez possam retardar e dificultar o surgimento da liberdade. As acusações contra eles estão se acumulando sob os Senhores do Destino, mas a Divindade triunfará.

6. A Vida Espiritual na Nova Era.

Há um ponto sobre o qual gostaria de chamar a atenção de vocês e é que os dois grandes grupos de agentes divinos – a Grande Fraternidade Branca e a Loja das Forças Materialistas – procuram ambas desviar as energias para canais que promoverão os fins para os quais trabalham e para os quais foram constituídas e existem. Portanto, pediria a vocês que se lembrassem de que, por trás de todos os acontecimentos externos, estes dois agentes diretores estão presentes. Em consequência, temos: 1 . Dois grupos de Mentes avançadas, ambos igualmente iluminados pela luz do intelecto, ambos formulando claramente seus objetivos, mas diferindo em direção e meios de ação. Um grupo, segundo os termos do plano divino, trabalha inteiramente com o aspecto forma, e nele está ausente a luz do amor e do altruísmo. O outro trabalha inteiramente com a alma, o aspecto consciência, e nele a doutrina do coração e a lei do amor são os fatores controladores. Neste contexto, os grupos estão trabalhando em oposição no plano mental. 2. Os planos que incorporam estes dois ideais e objetivos divergentes descem para o plano astral e, assim, para o mundo de desejos. As linhas demarcatórias são sempre claras no que diz respeito aos trabalhadores desses dois grupos, mas não tão claras no que diz respeito aos seres humanos comuns e discípulos mundiais e iniciados. Um grande caos reina no plano do desejo, e o Arjuna mundial está hoje perplexo entre as duas forças ou campos opostos, reconhecendo a sua relação tanto com a forma como com a alma e, ao mesmo tempo, procurando descobrir onde está o seu dever. É o seu ponto de evolução que determina seu problema. Assim sendo, os dois grupos estão trabalhando em oposição no plano do desejo. 3. A materialização dos planos destes dois grupos de mentes iluminadas prossegue regularmente nos termos das diferentes leis de seu ser – as leis da vida da forma e as leis da existência espiritual. Nesta etapa inicial, e enquanto a batalha está sendo travada no campo do desejo (pois é onde o principal conflito acontece e tudo o que está se passando no plano físico é apenas o reflexo de um conflito interno), as forças dos dois grupos, trabalhando com as energias dos raios sexto e sétimo produziram, no campo da

46

A.A.B.

existência física, um estado de completa calamidade. A situação econômica e os ódios religiosos são os dois principais instrumentos. Valeria muito refletir sobre este tema. Portanto, temos dois grupos, dois objetivos, dois grandes ideais formulados, duas correntes de energia em atividade e dois raios essencialmente em conflito e, assim, produzindo ideologias divergentes. O resultado deste dualismo é o caos externo, a diferenciação dos ideais dos dois grupos nas muitas experiências humanas, e o resultante alinhamento de toda a família humana sob muitas bandeiras, atestando os diversos pontos de vista nos inúmeros campos do pensamento – político, religioso, econômico, social, educacional e filosófico. Eu diria que o resultado de todo este conflito é absolutamente bom, e demonstra o sólido êxito da Grande Loja Branca. A consciência da humanidade certamente se expandiu e, nesta época, todos os homens pensam. Trata-se de um fenômeno totalmente novo e de uma nova experiência na vida da alma humana. O primeiro resultado de todo este tumulto foi a transferência do foco de atenção dos homens para o plano mental e, portanto, para mais perto das fontes de luz e de amor. É bem neste ponto, e em conexão com esta memorável mudança de enfoque, que os discípulos do mundo podem assumir sua responsabilidade e sustentar um trabalho efetivo. Quando falo de discípulos, estou usando este termo em relação a todos que aspiram à verdadeira humanidade, à fraternidade e à expressão viva dos valores espirituais e mais elevados. Não o estou usando no sentido técnico, que implica em uma relação reconhecida com a Hierarquia através dos diversos graus do probacionário ou do discipulado aceito, embora eles estejam incluídos em meu pensamento. Refiro-me a todos os aspirantes e a todos que têm algum senso dos verdadeiros valores e o interesse de atender às necessidades do mundo. Para compreender um pouco o problema envolvido e os diferentes métodos de trabalho que caracterizaram tanto aqueles que trabalharam no passado, sob a influência do sexto raio, como aqueles que estão aprendendo hoje a trabalhar sob a influência do entrante sétimo raio, poderia ser útil comparar brevemente os dois sistemas de atividade. Lembraria a vocês que os dois sistemas ou métodos de trabalho são igualmente corretos em seu momento e lugar, mas que o discípulo moderno deveria descartar os antigos métodos e aprender a empregar progressivamente os métodos mais novos, mais modernos e mais eficientes. Deve aprender a fazer tudo isso com otimismo e confiança, sabendo que os benefícios e a experiência adquiridos sob o sistema de disciplina do sexto raio, ainda são sua conquista mais valiosa, pois os métodos e modos foram transmutados em características e hábitos estabelecidos. São os novos procedimentos de trabalho e as novas forças e objetivos que o discípulo da era atual precisa dominar, confiando nas lições aprendidas no passado e baseando sua nova estrutura da verdade nos fundamentos e nas orientações consolidadas, que agora devem ser estabelecidas. O primeiro passo que o aspirante sincero deve dar, neste ponto, é parar um instante para indagar e descobrir se está trabalhando essencialmente sob o impulso do sexto raio ou sob a influência do sétimo raio. Uso estas palavras “impulso e influência" deliberadamente, porque descrevem o efeito geral das duas energias em atuação. Em uma coisa todos os discípulos e aspirantes podem confiar, e é o efeito básico e duradouro de todas as potencialidades do sexto raio, que foram estabelecidas nos últimos dois mil anos. Elas devem ser levadas em conta, é preciso compreendê-las e contrabalançá-las e, em seguida, estudar as novas influências, aprender os novos métodos e dominá-los; além disso, é preciso que as novas ideias e os novos idealismos sejam levados ao conhecimento dos homens e expressos de uma maneira nova. Somente assim a nova civilização e a nova cultura serão produzidas de maneira lúcida e sensata, e serão assentadas as bases para o desenvolvimento da família humana nas linhas corretas durante a era vindoura. Portanto, será produtivo comparar os sistemas antigos e os novos modos de disciplina e instrução, de atributo e qualidade, de métodos e objetivos. Tomemos, primeiro, os métodos de atividade e as principais características do sexto raio. São os que mais conhecemos e podemos considerá-los rapidamente, o que nos permitirá passar para os novos meios de demonstrar e descobrir a sabedoria antiga e compreender os novos modos de trabalho que proporcionarão uma nova vitalidade à obra da Hierarquia no plano físico.

47

A.A.B.

A característica relevante do discípulo e do aspirante sob o antigo regime era a devoção. A raça tinha necessariamente que alcançar uma orientação distinta e correta para o mundo dos valores espirituais, por isso o esforço da Hierarquia nos últimos vinte séculos de acentuar o reino dos valores religiosos. As religiões do mundo ocuparam uma posição preponderante durante vários milhares de anos, no esforço para fazer a humanidade buscar a alma, de maneira unidirecionada, e assim se preparar para a exteriorização do quinto reino da natureza. Isto está programado (se posso usar uma palavra tão especializada) para se manifestar na iminente Era de Aquário, que será, predominantemente, a era do discipulado mundial, levando à posterior era da iniciação universal, no período de Capricórnio. Por isso as grandes religiões mundiais exerceram um domínio autoritário durante um longo tempo; suas doutrinas peculiares, adaptadas a uma nação, raça ou período específico, continham certa verdade, estabelecida por intermédio de algum instrutor específico, que atraía para si indivíduos espiritualmente orientados de todo o mundo, porque para eles expressava a meta mais elevada pela qual podiam se empenhar. Todas as religiões do mundo foram edificadas em torno de uma Ideia encarnada, que na própria Pessoa do instrutor expressava o ideal imediato daquele tempo e época. Ele demonstrava certos atributos e conceitos divinos que era necessário apresentar à visão dos filhos dos homens, como meta possível e imediata. Em tais manifestações – como já assinalei anteriormente – é possível observar facilmente a influência do sexto raio. No entanto, quando uma influência individual do sexto raio é constatada em uma era em que o mencionado raio se encontra excepcionalmente ativo, podemos apreciar a razão pela qual a ideia religiosa é potente, tal como se expressa por uma doutrina, por dogmas teológicos e pela autoridade universal das Igrejas. Esta orientação do homem para os valores mais elevados foi o principal objetivo da Era de Peixes que está acabando agora e da influência do sexto raio que está se dissipando rapidamente. Embora nunca tenha havido uma época em que esta orientação básica não estivesse avançando regularmente, é conveniente ter em conta que ao longo dos últimos dois mil anos um processo de orientação muito mais elevado, incomum e difícil esteve diante da raça dos homens, e isso pela seguinte razão: o quarto reino da natureza foi efetivamente atraído para o alto, na direção do quinto reino emergente, o que também fez necessário o traslado da atenção dos três mundos do esforço e expressão humanos, que deve passar para o mundo superior da consciência da alma. Da mesma maneira, foi necessário um reenfoque diferente do instinto e do intelecto, que são os principais fatores do desenvolvimento do divino poder de conhecer. Este conhecimento pode ser instintivo, intelectual e, portanto, humano, como também espiritual, mas são todos igualmente divinos, ponto de que muito se esquece. O segundo objetivo do discípulo de sexto raio ou do homem que está saindo da influência deste raio, mas ainda está condicionado por ele (pois é um ser humano representativo do atual ângulo evolutivo), foi o desenvolvimento da “capacidade de abstração”, como é denominada. A qualidade significativa dos nossos dias e época presente, como resultado da transmutação do caráter e da qualidade humana nos discípulos e por intermédio deles, foi a expressão da natureza idealista do homem, isto é, de sua reação instintiva aos valores intuitivos superiores. No passado, alguns raros indivíduos altamente desenvolvidos demonstraram, aqui e ali, este poder de abstrair a consciência do lado forma ou material da vida, e enfocá-la no ideal e na expressão sem forma da verdade viva. Hoje, massas inteiras de pessoas e nações inteiras adotam certas formas de idealismo e apreciam ideias formuladas como ideais. Podemos constatar aqui novamente o êxito do processo evolutivo e do trabalho da Hierarquia, que demonstra ser eficaz em seu esforço de expandir a consciência humana. Devido à potência da atividade do sexto raio, devido ao longo período em que vem se expressando, a reação do ser humano comum é de intensa devoção a seu próprio e particular ideal, à qual se junta um esforço fanático para impor aos semelhantes seu sonho idealista (pois é o que potencialmente é), fazendo-o de tal maneira que lamentavelmente a ideia original se perde e o ideal inicial é destruído e o devoto fica muito mais ocupado com o método de aplicar seu ideal do que com o ideal em si. Assim a ideia se perde no ideal, e o ideal, por sua vez, no método de aplicação. O homem se torna devoto de um ideal que pode ou não estar encarnado em uma expressão individual, e isto controla seus pensamentos, comanda as suas

48

A.A.B.

atividades e o leva, com frequência, a impiedosos excessos no interesse da sua ideia sob a sua forma peculiar. Sob a influência imediata do sexto raio, o divino princípio do desejo se desviou fortemente do desejo pela forma material para o reino dos desejos mais elevados. Embora o materialismo ainda esteja desenfreado, poucas pessoas não estão inspiradas por certas aspirações idealistas bem definidas, pelas quais estariam dispostas a fazer sacrifícios, se necessário. Trata-se de um fenômeno relativamente novo, que deveria ser observado com atenção. Ao longo das eras, grandes filhos de Deus sempre estiveram prontos a morrer por uma ideia; hoje, massas inteiras de homens estão igualmente dispostas a morrer e assim fizeram, seja pela ideia de um estado, nação ou império super-humano, por uma resposta a uma importante necessidade mundial, ou por uma ardente adesão a alguma ideologia corrente. Isto indica uma extraordinária realização racial e um grande êxito da Hierarquia, que conseguiu trasladar a atenção humana para o mundo de onde surgem as ideias, e para valores mais elevados e menos materialistas. O instinto que caracterizou este período de sexto raio que está passando e que foi claramente fomentado sob sua influência, foi o paladar – gosto no alimento, nas trocas humanas, na cor, na forma, arte, arquitetura e gosto em todos os setores do conhecimento humano. Este gosto discriminativo alcançou um grau de desenvolvimento relativamente alto nos últimos dois mil anos, e o “bom gosto” é hoje uma virtude de massa muito apreciada e objetiva. Isto é algo totalmente novo, que até agora era prerrogativa de poucas pessoas cultas. Reflitam sobre isso. Sugere uma realização evolutiva. Para os discípulos do mundo, este sentido do gosto deve ser transmutado em sua correspondência superior, o sentido da discriminação dos valores. É esta a razão da ênfase na necessidade de desenvolver a discriminação que se faz em todos os textos sobre o discipulado. Desejo – gosto – discriminação, são os valores, sob o sexto raio, de todo desenvolvimento evolutivo, e particularmente, a meta de todos os discípulos. Os métodos pelos quais a atividade de sexto raio e seus objetivos se impuseram na raça, são três: 1. O desenvolvimento do instinto. Seguiu-se a isso o reconhecimento inteligente do desejo, produzindo-se assim uma expansão crescente das necessidades, das realizações e, em seguida, uma reorientação. 2. O consequente estímulo da consciência humana para a expansão, levando finalmente à aspiração espiritual. 3. Segue-se o reflexo da realidade na consciência mental, o que é percebido, exigido e procurado por meio do trabalho grupal. O mecanismo do ser humano pelo qual a alma estabelece contato com os três mundos, que de outra maneira (nos termos do plano atual) ficariam selados e ocultos à experiência e à experimentação da alma, tornou-se mais sensível e desenvolvido durante os últimos dois mil anos do que no período de dez mil anos anteriores. A razão está em que a mente do homem ajudou conscientemente no processo de coordenação dos instintos e na transmutação da reação instintiva, transformando-a em percepção inteligente. No caso dos discípulos mundiais, este processo alcançou a etapa seguinte de desenvolvimento, à qual damos o nome de conhecimento intuicional. As contrapartes dos cinco sentidos e suas correspondências superiores, nos planos mais sutis, estão rapidamente se desenvolvendo, se organizando e sendo reconhecidas, e é por meio destes sentidos internos que a descoberta espiritual se torna possível, como também as descobertas psíquicas mais conhecidas. Nas três fases, a. passagem do instinto para a aspiração, b. estímulo do desejo divino, c. reflexo da realidade, temos a história da atividade do sexto raio e sua relação, nos últimos séculos, com seu principal campo de expressão, o plano astral.

49

A.A.B.

Podemos agora passar à consideração sobre o sétimo raio em sua relação com a situação atual, tal como fizemos com o sexto raio. Assim fazendo, vamos apurar em nossa consciência uma ideia do processo em desenvolvimento e dos eventos em progresso, assim como dos acontecimentos iminentes que, logicamente, podemos esperar. Como podem compreender, há duas maneiras de considerar um raio qualquer. Primeiro, pode ser estudado do ângulo da energia, que sempre entra em relação com outras energias e forças, cujo encontro e frequente conflito produzem uma situação inteiramente diferente, uma mudança no que havia antes do contato. As etapas desta implicação seriam cobertas sucintamente pelas seguintes palavras: contato, conflito, ajuste, equilíbrio (uma forma de impasse ou condição estática alcançada como a que aconteceu no século XIX), absorção e o desaparecimento final da energia mais fraca, que está saindo. A conclusão é sempre inevitável, porque não são os raios que estão em conflito, mas sim a substância e as formas que estão envolvidas durante o período em questão. Segundo, pode ser considerada a qualidade do raio. Na realidade, trata-se da expressão de sua alma e da sua natureza intrínseca que – colidindo com as condições existentes no momento em que o raio entra em manifestação – faz invariavelmente três coisas: 1. Muda a natureza da civilização e da cultura da humanidade em um dado período. É esta força que a Hierarquia utiliza quando ocorre um encontro de energias de raio. A cultura é a primeira a mudar, porque toda mudança fundamental de qualidade se produz sempre de cima para baixo, e os intelectuais são os primeiros a se sensibilizar com as influências entrantes. A forma muda em seguida automaticamente e reverte o processo. É assim que, inevitavelmente, ocorrem pontos de ligação por todo o processo evolutivo. Quando os cientistas envolvidos na teoria e nos processos da evolução aceitarem e estudarem o modo de ação dos raios, aparecerão mudanças decisivas de atitude e uma abordagem mais próxima da verdade. Este conceito se encontra também por trás do ensinamento que dei sobre as Grandes Aproximações que devem acontecer (e que podem ocorrer em breve) entre o quarto e o quinto reino da natureza. Deste quinto reino, a Hierarquia é o núcleo vivo e dinâmico. 2. Produz mudanças nos outros reinos da natureza, levando à manifestação uma qualidade diferente da alma de cada reino (pois eles todos diferem em qualidade de alma) e, em consequência, também a mudanças no aspecto forma. 3. Produz mudanças no tipo de egos ou almas que tomarão encarnação durante o período de um raio específico. Com isto quero dizer que assim como durante a era que está chegando ao fim, a massa das almas encarnadas era predominantemente de sexto raio em qualidade, é de se esperar agora o aparecimento de um número cada vez maior de egos de sétimo raio. A evolução da futura civilização de sétimo raio, civilização de síntese, fusão e crescente expressão de alma, assim como do desenvolvimento da nova etapa em que a magia branca da Hierarquia está entrando é, portanto, inevitável, e para esta etapa é preciso haver um definido trabalho de preparação e educação. Os poderes da era da magia são muitos e uma das razões pelas quais o sétimo raio está aparecendo agora é que, dado o rápido aperfeiçoamento e integração da personalidade humana, a possibilidade de integração superior entre a alma e a personalidade é hoje maior e passível de se dar como nunca antes. As novas formas, pelas quais é possível chegar a esta consumação tão desejada, devem ser desenvolvidas de maneira gradual e científica. Isto, como podem compreender facilmente, será alcançado mediante a intensificação das forças, atuando através do corpo etérico, mediante a coordenação dos sete centros maiores e pelo estabelecimento de suas relações rítmicas. O sétimo raio rege predominantemente os níveis etéricos do plano físico. Não rege a forma física densa, que está sob o controle do terceiro raio. É o corpo vital ou etérico que responde e se desenvolve sob as influências do sétimo raio entrante. Ao considerar os métodos pelos quais se realizam os propósitos do sétimo raio, gostaria de assinalar que, neste ponto do nosso debate, estou limitado e inibido pelo idioma, porque estamos tratando de algo novo e, portanto, ainda não compreendido de fato. Trata-se de desenvolvimentos que serão concretizados, 50

A.A.B.

oportunamente, por meio de uma magia verdadeira e científica. Esta nova magia não terá mais relação com as primitivas tentativas e iniciativas muitas vezes ridículas dos magos, alquimistas e prestidigitadores do passado do que c-a-t, cat3 teria com uma fórmula algébrica. Também lembraria que no lar da antiga magia que vocês chamam de Egito, o trabalho mágico então realizado concentrava-se enfaticamente na produção de efeitos físicos e resultados materiais. O foco da atenção do mago da época pode ser visto na estupenda produção das antigas e gigantescas formas que se erguem hoje, silentes e plácidas, em sua prístina magnificência, e que chamam a atenção de arqueólogos e turistas. As formas de magia inferior que produziam eram dedicadas à proteção da forma física e das matérias associadas. Mais tarde temos o aparecimento da alquimia em suas muitas formas, além de sua busca da Pedra Filosofal e do ensinamento sobre os três elementos minerais de base. Os alquimistas eram impulsionados esotericamente e pelo lado subjetivo da vida a buscar o que poderia unificar os três níveis físicos inferiores e isto está na natureza profundamente simbólica do desenvolvimento racial. Esses níveis simbolizam o homem integrado – físico, astral e mental. Quando a Pedra é agregada a estes elementos, e tendo realizado seu trabalho mágico, temos a representação simbólica do controle exercido pela alma nos quatro níveis superiores do plano físico, os níveis etéricos, de energia. Dessa desejável consumação, a Pedra Filosofal é o emblema. Disse “emblema” e não “símbolo”. Um símbolo é um sinal externo e visível de uma realidade interna e espiritual, levada à expressão no plano físico pela força da vida interna incorporada. Um emblema é a formulação humana de um conceito, criado pelo homem e incorporando para ele a verdade tal como a percebe e compreende. Um símbolo tem implicações maiores do que um emblema. Os níveis etéricos são também o campo de expressão para a alma, seja a alma humana ou a alma como expressão da Tríade superior, a vida monádica. Pergunto-me se algum de vocês tem a menor ideia do que acontecerá à humanidade quando a realidade subjetiva interna, atuando por meio do corpo etérico e vertendo suas forças livremente através dos centros desse corpo, terá realizado sua integração maior com o mecanismo físico denso, reduzindo-o à completa submissão em consequência da integração superior, consumada entre a alma e a personalidade. Estamos, pois, em um período crucial e dos mais interessantes da história racial e planetária, período distinto de qualquer outro já havido, em razão do processo evolutivo ter sido bem-sucedido, apesar de todas as falhas, erros e atrasos; os atrasos foram muitos, em razão do fato curioso e, para vocês, difícil de entender, da recusa das Energias concentradas em Shamballa de impor a força da vontade sobre a matéria e a forma, até o momento em que isso poderia ser feito com a cooperação da família humana. Até agora não foi possível, devido ao despreparo do homem para a tarefa e à falta de conhecimento do Plano. O Senhor de Shamballa e Seus Colaboradores tiveram que esperar até que pelo menos as grandes linhas do Plano tivessem minimamente penetrado na consciência da raça, o que está começando a acontecer com crescente frequência e a cada dia que passa, maior número de homens e mulheres inteligentes estão entrando em contato (ou são postos em contato) com as ideias oriundas da Hierarquia. Portanto, podemos esperar um incessante aparecimento da energia da vontade, a ser gradual e cautelosamente aplicada, proveniente do centro mais elevado que existe no nosso planeta, Shamballa. Este centro corresponde ao centro monádico, que faz sentir sua potência na consciência do discípulo que está preparado para tomar a terceira iniciação. Depois de tomada a segunda iniciação, a vigilante Hierarquia pode começar a observar a constante reorientação da alma para a Mônada e o poder atrativo deste aspecto superior sobre o iniciado. Hoje, são tantos os membros da família humana – em encarnação ou não – que tomaram as duas primeiras iniciações, que a atenção de Shamballa está se voltando cada vez mais para a humanidade, via Hierarquia, enquanto que, simultaneamente, os pensamentos dos homens estão se direcionando para o Plano e para o uso da vontade para comandar e guiar e para a natureza da força dinâmica. Por exemplo, a qualidade da natureza explosiva e dinâmica da guerra neste século é uma indicação disso, pois a energia

3 N. do T.: Cat, gato em inglês. Optamos por manter a palavra original. 51

A.A.B.

da vontade em um dos seus aspectos é expressão da morte e da destruição; o primeiro raio é o raio do destruidor. Podemos ver que o que está acontecendo é efeito da força de Shamballa sobre as formas da natureza, devido ao uso indevido que o homem faz desta energia entrante. No passado, e falando em termos gerais e esotéricos, a guerra tinha por base, consistentemente, o poder atrativo das posses, e era o que levava à característica agressiva e cobiçosa das motivações que geravam a guerra. Gradualmente ocorreu uma mudança e, em tempos mais recentes, a guerra se fundamenta em motivações mais elevadas e a aquisição de terras e posses territoriais deixou de ser o real e principal motivo. A guerra é fomentada pelas necessidades econômicas ou pela imposição da vontade de alguma nação ou grupo de nações e seu desejo de impor determinada ideologia ou algo mais sobre determinada nação ou para se livrar de um sistema de pensamento desgastado, de um governo ou dogma religioso que esteja detendo o desenvolvimento racial. É o que está se fazendo agora conscientemente, e é uma expressão da força de Shamballa ou da força da vontade e nem tanto da força de desejo como no passado. O sétimo raio é uma das linhas diretas pelas quais a energia de primeiro raio pode ser transmitida e é também outra razão do seu surgimento nesta época, pois, ao liberar a vida para formas novas e aperfeiçoadas, os antigos sistemas de vida, a cultura e a civilização precisam ser destruídos ou modificados. Tudo isto é trabalho do primeiro Raio da Vontade, expressando-se principalmente na época atual por meio do sétimo Raio de Organização e Relação. Quando estudamos o sexto raio, consideramos, primeiro, os efeitos do raio sobre o trabalho e o treinamento, a vida e os planos do discípulo, condicionando, como inevitavelmente deve fazer, suas atividades e resultados da sua vida. Vamos seguir o mesmo procedimento agora, e assim obteremos uma ideia da relação existente entre os raios sexto e sétimo, e a maneira como a potência do sexto raio preparou a humanidade para os iminentes acontecimentos que estão diante dela. O que tenho a dizer agora não será compreendido com facilidade nem devidamente apreciado pelo discípulo de sexto raio, pois os métodos empregados por Aqueles que estão manejando e dirigindo as novas energias não serão compreensíveis para ele, assentado como está nos métodos do passado; decorre daí o surgimento das escolas fundamentalistas, encontradas em todos os campos do pensamento – religioso, político e até mesmo científico. Além disso, quando o discípulo de sexto raio tenta usar as novas energias entrantes, elas se expressam para ele no plano astral, e o resultado é magia astral, intensificação do espelhismo e pronunciada indução em erro. A este fato devemos atribuir o surgimento de instrutores que alegam ensinar magia, produzir certos resultados mágicos, trabalhar com raios de distintas cores e usar Palavras de Poder, pronunciar decretos e ser guardiões de desígnios e segredos, até agora não revelados, dos Mestres da Sabedoria. Tudo isso é uma espécie de espelhismo astral, devido ao contato no plano astral com o que, posteriormente, se precipitará na Terra. Ainda não é o momento para isso, nem chegou a hora de empregar tais coisas. O sentido de tempo e a compreensão do momento correto para o cumprimento do Plano com seus futuros detalhes ainda não foi captado por essas pessoas, sinceras, mas iludidas, que – enfocadas como estão no plano astral e pouco desenvolvidas mentalmente – interpretam mal, para si e para os outros, o que ali percebem psiquicamente. Sabem pouquíssimo, mas creem saber muito. Falam com autoridade, mas a autoridade de uma mente não desenvolvida. Imperam hoje a expressão das formas antigas de magia, a busca de indícios e indicações de métodos cristalizados e desgastados de um remoto passado e tudo isso é responsável por tanto engano das massas e, em consequência, pela ilusão coletiva. A magia branca – gostaria de lhes lembrar – trata do desenvolvimento da alma na forma e da necessária experiência que ela obtém por esse meio. Não tem a ver com a ação direta sobre a forma, mas com a influência indireta da alma que atua em quaisquer das formas em todos os reinos da natureza, e na medida

52

A.A.B.

em que coloca a forma sob seu controle, desta maneira efetuando e desenvolvendo as necessárias mudanças no mecanismo de contato. O mago branco sabe que quando o estímulo apropriado e correto do raio é aplicado no centro que chamamos de alma em cada forma, mas não na forma em si, a alma, assim estimulada, realizará seu próprio trabalho de destruição, atração e reconstrução e, em consequência, suscitará uma manifestação renovada da vida. Isto é válido para a alma de um homem, a alma de uma nação e para a alma da própria humanidade. Tenham isso em mente, pois aqui expus uma regra básica e fundamental de como toda a magia branca é regida sempiternamente. Por esta razão se diz que o sétimo raio rege o reino mineral e também que é por intermédio dele que se manifestará essa significativa e característica qualidade da alma que chamamos de radiação. Esta palavra descreve com precisão o resultado do estímulo da alma sobre cada forma e dentro dela. A vida da alma oportunamente se irradia para além da forma, e esta radiação produz efeitos definidos e calculados. O sexto raio, como bem se sabe, está estreitamente relacionado com o reino animal, no qual seu efeito é produzir, nas formas superiores da vida animal, a qualidade e a expressão da domesticidade e da adaptabilidade do animal ao contato humano. Os raios que controlam o reino animal são o sétimo, o terceiro e o sexto. Por isso podemos deduzir facilmente que a relação existente entre os animais superiores e o homem é uma relação de raio e, portanto, útil em termos da lei de evolução e inevitável em seus resultados. Os raios que regem o reino vegetal são o sexto, o segundo e o quarto e também aqui há uma relação entrelaçada por intermédio do sexto raio. O reino humano é regido pelos raios quarto e quinto, e novamente pelo quarto, e isso indica relação. Algum dia essas relações e essas linhas de força interconectadas serão mais bem compreendidas e as linhas de energias relacionadas entre si serão estudadas. Esta interligação de energias vai atrair a atenção de algumas das melhores mentes e, quando isso acontecer, muito se aprenderá. Estas informações, porém, são hoje de pouca utilidade, e assim permanecerão até chegar a hora em que os homens estarão sensíveis à vibração dos diferentes raios e puderem isolar o ritmo de um raio em sua consciência. Quando esta sensibilidade estiver desenvolvida, muitas descobertas importantes e revolucionárias serão feitas rapidamente. Um dos efeitos inevitáveis da energia do sétimo raio será relacionar e consolidar em estreita síntese os quatro reinos da natureza, o que deve ser feito como preparação para o trabalho há muito destinado para a humanidade, o de ser o agente distribuidor de energia espiritual para os três reinos subumanos. É esta a principal tarefa de serviço para a qual o quarto reino se comprometeu, por meio de suas almas encarnadas. A radiação proveniente do quarto reino será algum dia tão potente e seus efeitos de tão longo alcance, que permearão as próprias profundezas do mundo fenomênico criado, até mesmo no reino mineral. Veremos então os resultados aos quais o grande iniciado Paulo se refere, quando diz que toda a criação espera pela manifestação dos Filhos de Deus, manifestação que é da glória irradiante, do poder e do amor. Gostaria de indicar, a propósito, que a influência do sétimo raio exercerá três efeitos precisos nos quarto e terceiro reinos da natureza, a saber: 1. Todos os corpos animais serão progressivamente refinados e, no caso da humanidade, serão conscientemente refinados, e assim levados a um estado de desenvolvimento superior e mais especializado. Isto está se processando hoje com rapidez. A dieta e o esporte, a vida ao ar livre e a luz do sol estão fazendo muito pela raça e, nas duas próximas gerações, aparecerão corpos refinados e naturezas sensíveis e a alma terá instrumentos muito melhores para o seu trabalho. 2. A relação entre os reinos humano e animal vai se tornar cada vez mais estreita. É bem reconhecido o serviço que o animal presta ao homem, serviço que é continuamente demonstrado, mas o serviço que o homem presta aos animais ainda não é compreendido, embora alguns passos corretos nessa direção já sejam dados. Oportunamente haverá uma estreita síntese, como também uma coordenação solidária entre eles e, quando assim for, ocorrerão manifestações extraordinárias de mediunidade animal sob a inspiração humana. Por esse meio, o fator inteligência no animal (do qual o instinto é uma manifestação embrionária) se desenvolverá rapidamente, sendo este um dos resultados significativos das relações pretendidas entre o homem e o animal. 53

A.A.B.

3. Em consequência desta evolução acelerada, haverá uma rápida destruição de certos tipos de corpos animais. Corpos humanos de grau muito inferior desaparecerão, causando uma mudança geral nos tipos raciais, para um padrão mais elevado. Muitas espécies de animais também serão extintas e hoje já estão desaparecendo, daí a crescente preocupação de preservar certas espécies e de estabelecer reservas de caça. Neste estudo comparativo, embora incompleto, dos antigos e novos estilos de discipulado, um dos problemas que se coloca diante da Hierarquia é como suscitar as mudanças necessárias em técnica e método de desenvolvimento, que o tipo de sétimo raio necessitará e, ao mesmo tempo, condicionar as mudanças para produzir um processo tranquilo de reajuste e interação entre a Hierarquia e os aspirantes do mundo. Este reajuste deve incluir os dois grupos (um deles é hoje numeroso, o outro reduzido) de discípulos de sexto e sétimo raios. Evidentemente, os problemas da Hierarquia não suscitam interesse para aqueles que não alcançaram a liberação e, portanto, não podem contemplar a vida com os mesmos olhos de quem já não está sujeito às forças dos três mundos; seria útil, porém, se os discípulos refletissem de vez em quando sobre as relações como existem pelo lado dos Mestres, ponderando menos sobre as próprias e peculiares dificuldades individuais. Uma das principais características do discípulo de sétimo raio é um intenso sentido prático. Ele trabalha no plano físico com um firme e constante objetivo, visando alcançar resultados efetivos na determinação das formas da cultura e civilização futuras. Para fins do ciclo do sétimo raio, trabalhará arduamente para perpetuar o que impulsionou. Ele maneja força para construir as formas que atenderão seus requisitos, fazendo-o de maneira mais científica do que os discípulos de outros raios. O devoto de sexto raio é muito mais abstrato e místico em seu trabalho e pensamento, e poucas vezes chega realmente a compreender a correta relação entre forma e energia. Ele pensa quase que inteiramente em termos da qualidade e pouca atenção dedica ao aspecto material da vida e à verdadeira significação da substância como produtora de fenômenos. Tende a considerar a matéria como de natureza maligna e a forma como uma limitação, considerando e enfatizando como de real importância apenas a consciência da alma. Foi esta incapacidade de trabalhar com a substância de maneira inteligente e, acrescentaria, com amor, e assim relacioná-la corretamente com a forma externa densa, que fez com que os últimos dois mil anos produzissem um mundo tão desastrosamente mal administrado e que levou a população do planeta à grave situação atual. O trabalho ininteligente realizado no plano físico, por aqueles que estão sob a influência da força de sexto raio, levou a um mundo que padece de separações, no mesmo sentido como um indivíduo pode sofrer de “dupla personalidade”. As linhas demarcatórias entre a ciência e a religião são um exemplo notável disso e foram traçadas com toda clareza e força. A separação a que me refiro é obra dos eclesiásticos do passado e de ninguém mais; as linhas separatistas foram traçadas pelos místicos destituídos de senso prático e visionários, como também pelos fanáticos devotados a alguma ideia que, no entanto, eram incapazes de ver as implicações mais amplas e a natureza universal dessas ideias reconhecidas. Estou generalizando. Houve muitos homens devotados e santos filhos de Deus que jamais foram culpados dessas tendências desinteligentes e separatistas. Com isto também devemos reconhecer que a religião ortodoxa separou temporariamente os dois grandes conceitos de espírito e matéria em seu pensamento e ensinamento, separando religião da ciência. A tarefa dos trabalhadores da nova era é reunir esses dois opostos aparentes e demonstrar que espírito e matéria não são antagônicos, e que em todo o universo só existe substância espiritual, criando e atuando sobre as formas tangíveis externas. Quando uma forma e uma atividade são o que chamam de “o mal”, deve-se apenas a que a energia motivadora por trás da forma e responsável pela atividade está orientada de maneira errada, obedecendo a um impulso egoísta e usada de maneira incorreta. Neste ponto, cabem mais uma vez duas verdades bem

54

A.A.B.

conhecidas do ocultismo moderno (há outras que serão transmitidas quando estas duas estiverem dominadas e aplicadas corretamente): 1. A energia segue o pensamento. 2. A motivação correta cria a ação correta e as formas corretas. Estas duas asserções têm origem muito antiga, mas até agora pouco foram compreendidas. Por este motivo, a primeira coisa que todo discípulo tem de aprender é a natureza da energia e como controlá-la e dirigi-la. Isso ele faz trabalhando com as causas determinantes, estudando a natureza do reino das causas e desenvolvendo a capacidade de captar, por trás do efeito, a causa que o gerou ou produziu. No caso do discípulo individual e na etapa preliminar de sua formação, implica na constante investigação de suas motivações, até descobrir quais são elas e direcionar seu pensamento, confiando em todos os casos que as motivações atuarão automática e dinamicamente sob a direção da alma. O discípulo de sexto raio, na maioria dos casos, executa seu trabalho até o plano astral, onde focaliza a sua atenção, sua vida e seu pensamento. Sua natureza física responde automaticamente, e por necessidade, ao impulso emanado do plano astral, motivado pelo mental e, às vezes, dirigido pela alma. No entanto, a potência do seu desejo e a determinação de ver o fruto do trabalho suscitaram muitas dificuldades no passado, pelo fato de travar a verdadeira expressão do impulso original, que fica detida no plano astral. Esta condição foi equilibrada pela intervenção cíclica de forças oriundas de outros raios, do contrário a situação seria muito pior do que é. O discípulo de sétimo raio fará descer a energia que está manejando até o plano físico, com isso produzindo a integração. O dualismo que caracteriza esta operação consistirá em um centro de energia no plano mental e outro no plano físico, enquanto que o dualismo do trabalhador de sexto raio é o dos pares de opostos do plano astral. É evidente, portanto, que tendo estabelecido os dois pontos de energia (mental e física), a tarefa seguinte daquele que trabalha com magia será produzir, no plano físico, uma síntese das energias disponíveis, concretizá-las e dotar aquilo que foi construído com a potência da atividade e da persistência. A energia assim empregada, na maioria dos casos, será de três tipos: 1. A energia da mente. Será a energia controladora dominante, usada durante o período do discipulado aceito e até a segunda iniciação. 2. A energia da alma. Será manejada, usada e aplicada de maneira criativa, a partir da segunda e até a terceira iniciação. 3. A energia da alma e da mente, fusionadas e sintetizadas. Esta combinação é de imensa potência que, depois da quarta iniciação, aumentará devido à energia proveniente da Mônada. Gostaria que mantivessem em mente que, embora tudo seja energia, segundo o correto ensinamento esotérico, a atividade impulsionadora superior é chamada de energia e o que é condicionado e impelido à atividade por seu intermédio é chamado de força. Esses termos são relativos e mutáveis. Para a massa da humanidade, por exemplo, o impulso astral é a energia mais elevada à qual normalmente aspira, e as forças sobre as quais a energia astral atuará então serão a física e a etérica. As energias superiores podem exercer um controle intermitente, mas, como regra geral, o incentivo ou impulso da vida é astral, o que pode ser chamado de desejo ou de aspiração, segundo o objetivo. Este objetivo pode ser simplesmente uma ambição mental ou desejo de poder, e o termo “aspiração” não deve ficar confinado aos chamados impulsos religiosos, anseios místicos e clamor por liberação. O discípulo de sétimo raio trabalha conscientemente por meio de certas leis que regem a forma e sua relação com o espírito ou vida. No Tratado sobre Fogo Cósmico, dei as três principais leis do sistema solar e as sete leis subsidiárias pelas quais as três mencionadas se expressam; dei também indicações sobre as leis que regem o trabalho grupal. É preciso lembrar que os discípulos, que pertencem a diferentes raios, manejarão essas leis de acordo com a qualidade dos impulsos do seu raio (aqui me faltam as palavras apropriadas), interpretando-os em termos de obrigações específicas da vida ou darma e produzindo os resultados desejados mediante as distintas técnicas de raio, mas sempre de acordo com a

55

A.A.B.

inevitabilidade dos resultados produzidos pelas energias que eles lançaram para atuar sobre as forças, regidas pelas leis de seu ser. O discípulo de sexto raio, trabalhando com as leis da natureza e da alma, qualificará seus resultados e produzirá suas formas criadoras no plano astral; muitas vezes tem que aprender a trabalhar por meio de uma personalidade de sétimo raio, durante várias vidas (seja antes ou depois de atingir o discipulado), para que lhe seja possível levar ao plano físico seus sonhos e visão. O discípulo de sétimo raio não tem esse problema. Por conhecer o ritual (que é o antigo método codificado pelo qual as energias de atração e de manifestação a empregar são organizadas e postas em relação), por compreender as “Palavras de Poder” (que descobre por experimentação) e pelo uso da potência do som, o discípulo do futuro trabalhará e construirá o novo mundo e sua cultura e civilização. Uma curiosa indicação do efeito do trabalho mágico do sétimo raio sobre a consciência da massa é o crescente uso de slogans e lemas (não é esse o termo que se usa?) para produzir resultados e impelir os se-res humanos a certos tipos de ação de massa. Trata-se do uso embrionário das Palavras de Poder. Pelo estudo de seus valores tonais, suas indicações numéricas e potência inerente, os homens chegarão oportunamente a vastas criações e realizações mágicas, produzindo atividade grupal e o surgimento de certas formas de expressão no plano externo. Afinal de contas, as fórmulas científicas reduziram as descobertas mais intrincadas e obscuras a alguns sinais e símbolos. O passo seguinte é incorporar tais sinais e símbolos a uma ou a várias palavras, dotando-as do que se denomina esotericamente de “poder de materialização”. Se pudesse me expressar assim, a antiga afirmação de que “Deus falou e os mundos foram feitos”, simplesmente significa que a fórmula de Deus para a criação se reduziu a uma grande Palavra que Ele emitiu e à qual se seguiram os resultados inevitáveis. Veremos que algo deste processo, na diminuta escala humana, poderá ser constatada na próxima era. No momento presente, o que acabo de dizer poderá parecer fantasioso e fantástico para o estudante comum. Ficará óbvio para vocês que os discípulos de sétimo raio manejam muito poder, e por esta razão em todo ensinamento é enfatizada a pureza de motivo. No passado, no caso dos discípulos de sexto raio, enfatizava-se a pureza do corpo. Como era inevitável, sustentaram esta ideia ao ponto do fanatismo, ressaltando o celibato, o ascetismo e as mais rígidas regras para a vida física, muitas vezes convertendo em pecado o que é natural. Esta etapa foi necessária para o desenvolvimento desses discípulos, porque era essencial que o plano físico se tornasse um fator importante em sua consciência, e que sua atenção se afastasse do reino das abstrações (que é a linha de menor resistência desses discípulos) e se centrasse na existência física, pois, repetindo, a energia segue o pensamento. Deste modo, a atitude desses discípulos frente à vida poderia se tornar mais prática e ocorrer a necessária integração. Os discípulos da nova era enfatizarão o princípio mental, porque condiciona o pensamento e a palavra. Todo o trabalho mágico se baseia na energia do pensamento e na palavra falada (expressão dos dois centros mágicos mencionados acima), e a pureza no reino da mente e na motivação é considerada, portanto, como uma base essencial. A influência do sétimo raio produzirá, em um sentido singular e inesperado, a Escola Ocidental de Ocultismo, do mesmo modo como o impulso do sexto raio produziu a Escola Oriental de Ocultismo – a qual fez descer a luz ao plano astral, sendo que a nova influência entrante fará com que ela desça ao plano físico. O ensinamento oriental influenciou o cristianismo, indicou e determinou as linhas de desenvolvimento, sendo o cristianismo, com efeito, uma religião de ponte. A certa altura, os papeis se inverterão e a “Luz do Oriente” se trasladará para a Europa e a América. Isto inevitavelmente produzirá a tão desejada e necessária síntese da via mística com o caminho ocultista, o que mais tarde levará à formulação da via superior, sobre a qual é inútil falar no momento, pois não compreenderiam. Nenhuma das antigas e basilares Regras do Caminho jamais será revogada ou descartada.

56

A.A.B.

Assim como os homens viajavam a pé pelas antigas estradas, em conformidade com as imposições da época, e hoje andam de trem ou carro (chegando ao mesmo destino), a mesma estrada será seguida, a mesma meta atingida, havendo, porém, diferentes procedimentos, outros salvo-condutos e outras medidas de proteção. As regras podem variar periodicamente, a fim de proporcionar indicações mais simples e a proteção adequada. O treinamento do discípulo no futuro diferirá do treinamento do passado, mas as regras básicas continuam sendo impositivas. A nota-chave que rege o desenvolvimento do discípulo do sexto raio foi expressa para ele nas palavras do Cristo, quando disse: “Quando Eu for elevado, atrairei todos os homens para Mim”. A ênfase de todo trabalho do sexto raio é a Atração e a Repulsão – daí a divisão e as rupturas que, oportunamente, fazem entender a necessidade de uma síntese e integração, empreendidas conscientemente e motivadas e produzidas no nível mental. A história do cristianismo (que é a história da Europa) ficará esclarecida se o seu passado, rico em acontecimentos, for estudado à luz da Lei de Atração e Repulsão. O uso desta lei, como também seu uso indevido e suas constantes interpretações em termos de desejos materiais, de ambições pessoais e de controle territorial, causaram as diversas cisões e separações que explicam grande parte do que aconteceu. Sob a influência do sétimo raio, essas separações terão fim e, oportunamente, ocorrerá a síntese. A nota-chave do discípulo do sétimo raio é “Atividade Radiatória”, o que explica o surgimento no mundo do pensamento de certas novas ideias – radiação mental ou telepatia, o uso radiador do calor, a descoberta do rádio. Tudo isto indica atividade do sétimo raio. O princípio divino de maior interesse para a humanidade de sétimo raio será o da vida, à medida que se expressa por meio do corpo etérico. Por esta razão, há um crescente interesse pela natureza da vitalidade; a função das glândulas está sendo estudada e em pouco tempo será observada sua função principal, como geradoras de vitalidade. O esoterismo as considera como exteriorizações, no plano físico, dos centros de força do corpo etérico e sua vitalidade ou falta de atividade são indicativos da condição dos centros. O interesse mundial também se volta para o campo da economia, que é precisamente o campo do sustento da vida. Há, pois, muitas coisas para acontecer em todas essas esferas de interesse, e quando o corpo etérico se tornar um fato científico estabelecido e os centros – maiores e menores – forem reconhecidos como focos de toda energia, à medida que se expressa por meio do corpo humano no plano físico, veremos uma grande revolução se produzir na medicina, na dietética e na organização das atividades da vida diária. Isto produzirá grandes mudanças nos sistemas de trabalho e ocupação e, acima de tudo, nas atividades de lazer da raça. Este pensamento chama a nossa atenção para os três métodos de atividade usados por todos os trabalhadores de todos os raios, e que diferem segundo o raio. Aqueles que, a certa altura, controlarão os tipos de sétimo raio, gradualmente produzirão novas atitudes frente à vida e métodos muito diferentes no viver cotidiano. Os três métodos são: 1. Uma atividade de grupo para a relação científica entre substância e energia. 2. O estímulo das formas etéricas por meio da força dirigida corretamente. 3. A correta distribuição da energia vital, por meio de um estudo científico. Estamos entrando em uma era científica, mas de uma ciência que sairá do impasse ao qual chegou e – tendo penetrado, como fez, no reino do intangível – começará a trabalhar de maneira muito mais subjetiva do que até agora. Reconhecerá a existência de sentidos suprassensórios e que são as extensões dos cinco sentidos físicos, e isto será imposto à ciência em razão da grande quantidade de pessoas confiáveis que os possuirão e que poderão viver e atuar simultaneamente nos mundos do tangível e do intangível. A abundância de testemunhos respeitáveis será incontestável. No momento em que for provada a existência do mundo subjetivo das causas (o que virá mediante a irrefutável comprovação da extensão dos sentidos do homem), a ciência entrará em uma nova era; o foco de atenção mudará; as probabilidades de descobertas serão imensas e o materialismo (tal como entendido agora) desaparecerá. Até mesmo a

57

A.A.B.

palavra “materialismo” vai se tornar obsoleta e os homens do futuro sorrirão diante da visão limitada do nosso mundo moderno e se perguntarão porque pensávamos e sentíamos daquele jeito. Gostaria que mantivessem em mente, com relação aos cinco raios que, segundo observamos, estão influenciando ou começando a influenciar a humanidade nesta época (os raios primeiro, segundo, terceiro, sexto e sétimo) que o efeito deles varia de acordo com o tipo de raio ou qualidade de raio do indivíduo em questão e segundo sua etapa na escala da evolução. Muitas vezes estes pontos são esquecidos. Para um homem que está, por exemplo, no segundo Raio de Amor-Sabedoria, espera-se que a influência deste e do sexto raio (que está na linha de poder do segundo raio) atue com eficácia, constituindo necessariamente a linha de menor resistência. Esta situação, portanto, pode produzir uma sensibilidade indevida e um desenvolvimento desbalanceado das características. São nossas características que influenciam a nossa conduta e nossas reações às circunstâncias. Isto significará também que a influência dos raios primeiro, terceiro e sétimo, será funda-mentalmente desconcertante e provocará resistência ou – no mínimo – uma atitude não receptiva. No mundo de hoje, os raios que estão na linha da energia do primeiro Raio da Vontade ou Poder (em que se incluem o terceiro e o sétimo) estão na proporção de três para dois (no que diz respeito à manifestação presente) e, em consequência, podemos esperar uma expressão mais plena de atributos e ocorrências do primeiro raio que, de outra maneira, não seria o caso. E assim será especialmente, porque o sexto raio está rapidamente se retirando da manifestação. Todo o exposto é uma informação de pouco valor nos dias de hoje. Suas implicações ficarão cada vez mais aparentes à medida que o tempo passar e, por esta razão, a incluo em meus ensinamentos.

7. A Iniciação na Era de Aquário. Fiz menção à orientação que foram ou serão postas em relação com os três centros mundiais maiores; também mencionei a relação que há entre certas iniciações maiores e referidos centros. Essas indicações constituem uma nova linha de pensamento. A este respeito, há um ou dois pontos que gostaria de desenvolver, para que todo o tema fique consideravelmente mais claro do que está na hora presente. Gostaria também de relacionar estes centros com os raios que estão agora em manifestação (entrando, se retirando ou em plena expressão). Sucintamente, poderia dizer que: A primeira iniciação é estreitamente relacionada com o centro planetário que é a própria humanidade. Produzirá, quando tomada, um crescente estímulo no intelecto, expressando-se por uma atividade ordenada no plano físico. Também está estreitamente vinculada com o terceiro Raio da Inteligência Ativa, raio que está em manifestação objetiva desde o ano de 1425 da nossa era, e que permanecerá em encarnação durante toda a Era de Aquário. Os ciclos deste raio são os mais longos de todos os ciclos dos raios. Entretanto, dentro destes ciclos maiores, há períodos de atividade mais intensa, que são como as batidas ou pulsações do coração, e duram cerca de três mil anos. Quando estão fora de encarnação, são chamados de “ciclos de retração, mas não de abstração”, e também duram cerca de três mil anos. Um desses períodos de três mil anos de atividade intensa está agora em manifestação, e podemos esperar um grande desenvolvimento das faculdades intelectuais e uma intensificação significativa do trabalho criador ao longo desta época. Este ciclo particular de expressão marca um ponto de clímax de um ciclo maior. Na era que se aproxima, o desenvolvimento ativo da inteligência humana assumirá reais proporções, e isso com muita rapidez. A intensificação da vida do centro humano prosseguirá aceleradamente e é esta a razão pela qual tantas pessoas (como já indiquei) tomarão a primeira iniciação. Os estudantes tendem a se esquecer de que a primeira iniciação pode ser descrita como sendo, na realidade: a . O ancoramento ou a exteriorização do princípio crístico na humanidade como um todo, no plano físico. 58

A.A.B.

b. O florescimento da inteligência, de modo que o iniciado possa trabalhar potentemente no plano mental e com isso a própria humanidade possa ser elevada e ajudada em todas as questões. c. A entrada em atividade do centro da garganta e (como o terceiro raio é estreitamente relacionado com o primeiro) pode ocorrer a primeira tímida orientação do homem espiritual na direção de Shamballa, orientação que se intensificará cada vez mais e será mais pronunciada no momento da terceira iniciação. Gostaria de indicar as correspondências numéricas: a. O terceiro grande centro mundial – a humanidade. b. A atividade de terceiro raio – a inteligência ativa. c. A terceira iniciação que marca a consumação da primeira, assim como a quarta marca a consumação da segunda, e a quinta, da terceira. d. O terceiro centro maior – o centro da garganta. e. A terceira raça – a ária, na medida que expressa a primeira raça estritamente humana, a lemuriana. f. O terceiro plano – o físico, reflexo do terceiro plano mais elevado, o plano átmico. g. O terceiro veículo periódico – a personalidade. h. O terceiro aspecto divino – a inteligência. i. O terceiro grau de mensageiro divino – Hércules. j. A Vida sustentadora, o terceiro Sol ou Sol externo – o sol físico. São estas algumas das correspondências que seria útil manter em mente, porque elas revelam a qualidade divina, a intenção espiritual e os objetivos universais. Durante o primeiro terço da era aquariana, a saber, durante o primeiro decanato, considerado esotericamente, a vitalização do centro humano (considerado espiritualmente) em relação com o Plano aparecerá cada vez mais no indivíduo e na humanidade, assim como o aumento contínuo da atividade criadora. Isso será devido à obra e à influência de Saturno, que é regido pelo terceiro raio. É este o planeta da oportunidade, do discipulado e da prova, e a raça humana pode esperar uma expressão maior da atividade de Saturno, à medida que essa grande Vida divina dá continuidade à Sua obra benfeitora. A segunda iniciação é estreitamente relacionada com a Hierarquia como centro planetário e com a atividade do segundo raio. Esta iniciação produzirá no iniciado um crescente senso de relação, de unidade básica com tudo que respira, além do reconhecimento da Vida Una, o que oportunamente levará a um estado de fraternidade explícita, que a era aquariana tem como meta trazer à existência. Este centro maior, a Hierarquia, traz para a humanidade a vida concentrada de amor, e é este amor básico que o segundo decanato de Aquário – sendo regido por Mercúrio – trará à manifestação. Mercúrio, o Mensageiro dos Deuses (isto é, da Hierarquia de almas), conduz sempre a mensagem de amor e estabelece uma inquebrantável inter-relação entre os dois grandes centros planetários, a Hierarquia e a Humanidade. Mais uma vez, temos em relação a isto determinadas correspondências numéricas fundamentais, baseadas na entrada em atividade de um centro do coração desperto na humanidade. É este o segundo centro maior no indivíduo e se situa acima do diafragma; é por intermédio dele que a Hierarquia pode chegar a toda a humanidade, assim como aos reinos subumanos. 1. O segundo centro planetário – a Hierarquia. 2. A atividade do segundo raio – o Amor-Sabedoria. 3. A segunda iniciação, que liga o plexo solar com o coração, a humanidade com a Hierarquia e os raios da personalidade e da alma com o segundo, que basicamente está sempre em manifestação. 4. O centro do segundo raio – o centro do coração. 5. A segunda raça (a atlante), que tem seu apogeu na quarta raça, a próxima. 6. O segundo plano – o plano astral. Ele é o reflexo do segundo plano mais elevado. 7. O segundo veículo periódico – a alma. 59

A.A.B.

8. O segundo aspecto divino – o Amor-Sabedoria. 9. O segundo tipo ou grau de Mensageiro – o Cristo, o Buda. 10. A Vida sustentadora, o segundo Sol ou Sol subjetivo – o coração do sol. O sexto raio se relaciona com todas estas analogias, na qualidade de associado ou subsidiário do segundo raio. Seria possível dizer que, neste ciclo mundial, toda a ênfase do poder espiritual está concentrada na Hierarquia que, no presente, é o intermediário divino, interpretando a vontade de Deus, que é o propósito de Shamballa. A Hierarquia transmite ou amortece a energia divina, de maneira a possibilitar uma aplicação segura para a Humanidade. Ficará evidente, portanto, a razão pela qual, durante o segundo decanato de Aquário, a Hierarquia, como representante de Shamballa e com o auxílio de Mercúrio, poderá trazer à manifestação física o futuro Avatar. Isso será viável quando o trabalho do primeiro decanato estiver concluído e quando Shamballa tiver liberado e reorientado efetivamente as energias do terceiro grande centro, o da Humanidade. Esta liberação e este reajuste levam à expressão da atividade criadora e à renovação da vida espiritual. O alinhamento planetário pode acontecer, e tal é o objetivo previsto e para o qual a Hierarquia está se preparando, como também se prepara o próprio Avatar em Shamballa. A terceira iniciação está relacionada com Shamballa como centro planetário e com a atividade do primeiro raio. É preciso ter presente que se trata da primeira iniciação na qual a personalidade e a alma se unem e se fusionam, de maneira que os dois aspectos formam uma unidade. Após esta iniciação, ocorre que, pela primeira vez, algumas de suas implicações grupais mais amplas se tornam uma realidade, e dali em diante são o impulso motivador na vida do iniciado. A aspiração chega ao fim, e a convicção mais absoluta toma seu lugar. É interessante observar também que Vênus começa a exercer controle no terceiro decanato da Era de Aquário. Vênus é reconhecido esotericamente como aquela força misteriosa que é uma mescla de amor e conhecimento, de inteligência e síntese, de compreensão e fraternidade. Dentro da própria Hierarquia, os dois grandes mensageiros que corporificaram a dupla energia de Vênus são o Buda e o Cristo. O Mensageiro que virá mais adiante congregará em Si os poderes combinados do impulso de Shamballa para a síntese, da aspiração da Hierarquia para o amor e do desejo da humanidade para a atividade inteligente. Todas essas qualidades se enfocarão n’Ele, além de outra qualidade ou princípio divino, sobre o qual a raça dos homens nada sabe e para a qual ainda não temos nome. Será um grande e potente Avatar, cuja estirpe não terá nada em comum com a da nossa humanidade. Podemos observar as correspondências numéricas como as que se seguem, lembrando que a terceira iniciação, na realidade, é a primeira da alma, após sua completa identificação com a personalidade na vida e na consciência da Mônada, o Uno e o Primeiro: 1. O primeiro centro planetário – Shamballa. 2. A atividade do primeiro raio – Vontade ou Poder. 3. A terceira iniciação, que é a primeira da alma, relacionando a base da coluna vertebral com o centro da cabeça e a alma com a Mônada. 4. O primeiro centro maior – o centro da cabeça. 5. A primeira raça verdadeiramente divina – a raça final. 6. O terceiro plano, que na realidade é o primeiro plano da consciência da alma, o reflexo do plano mais elevado, o Logoico. 7. O primeiro veículo periódico – o veículo monádico. 8. O primeiro aspecto divino – Vontade ou Poder. 9. O primeiro tipo de Mediador, o tipo mais elevado – o Avatar que vem. 10. A Vida sustentadora, o Sol espiritual – o Sol espiritual central. Agora consideraremos os raios com relação à sua manifestação na época presente:

60

A.A.B.

1° RAIO – Este raio ainda está fora da manifestação física, mas começa a exercer um efeito definido no plano mental. Neste plano, ele influencia as mentes dos discípulos de todas as partes do mundo e prepara o terreno para o aparecimento de certo grupo de discípulos provenientes de Shamballa. Dentro de dois mil anos, a partir de hoje, a influência deste raio será poderosamente sentida no plano físico. Dentro de cem anos, sua potência será observada no plano astral. 2° RAIO - Este raio está sempre em manifestação subjetiva e é muito potente, porque é o raio do nosso sistema solar. Está particularmente ativo neste momento em que a Hierarquia está se aproximando mais da humanidade, em preparação para a “crise de amor” e para uma iminente iniciação planetária maior. Nesse momento, porém, a influência do segundo raio está se tornando objetiva no plano físico e aumentará mais durante os próximos dois mil e duzentos anos, quando então se retrairá gradualmente para segundo plano. 3° RAIO - Este raio permanecerá em encarnação objetiva, do ponto de vista da humanidade, durante longuíssimo tempo – tão longo que para nós é inútil prognosticar o declínio de sua influência. O centro planetário que é a própria Humanidade ainda necessita da aplicação intensificada dessas forças, de maneira que estimule até o “último dos filhos dos homens”. 4° RAIO - Este raio, como sabem, entrará em encarnação no início do próximo século e – em colaboração com a influência crescente de Saturno – levará muitos para o caminho do discipulado. Quando a peculiar energia, à qual damos o nome pouco satisfatório de “harmonia através do conflito” e as forças deste planeta que oferecem oportunidade para o aspirante estiverem atuando em combinação e em síntese ordenada, poderemos esperar um rápido reajuste dos assuntos humanos, em especial no que se refere ao Caminho. O quarto raio é, em última análise, o raio que ensina a arte de viver, de modo a produzir uma síntese da beleza. Não há beleza sem unidade, sem um idealismo incorporado e sem o resultante desenvolvimento equilibrado. Este raio não é o raio da arte, como se alega com tanta frequência; ele é a energia que viabiliza a beleza das formas vivas que corporificam as ideias e os ideais que buscam expressão imediata. Muitas pessoas dizem ser do quarto raio porque sonham com a expressiva vida artística. Como já lhes disse antes, a arte criativa se expressa em todos os raios. 5° RAIO - Este raio está em manifestação há quase setenta anos. Ele se retirará (nos termos de um programa de ação especial e singular), dentro de outros cinquenta anos, retomando assim o seu próprio ciclo normal, porque se considerou que o necessário impulso especial foi adequado e que a arrancada dada ao “espírito humano de descoberta” atingiu seu objetivo. Qualquer outra intensificação dos processos mentais (exceto por meio do pervasivo efeito do terceiro raio) seria agora desastroso. Os ciclos de raio geralmente são fixos e determinados, mas, em comum acordo e devido à iminente e espiritual Crise de Aproximação, o Senhor do Quinto Raio e o Senhor do Mundo decidiram retrair temporariamente este tipo de força, o que será feito em cerca de cinquenta anos. 6° RAIO - Como sabem, este raio está saindo da manifestação já há algum tempo, e assim continuará, em crescente rapidez. 7° RAIO - Este raio está começando a se manifestar efetivamente. Não há necessidade de acrescentar mais material às informações que já lhes dei neste e em outros livros. Um pequeno ponto interessante, embora não de especial importância para vocês, é que os Senhores de Raio, por meio de Seus Representantes planetários, constituem um corpo de Forças dirigentes que colaboram com o Senhor do Mundo em Shamballa. Exercem a função de consultoria e gestão, mas nada impositivo. Alguns de vocês podem considerar este ponto como a informação mais interessante contida neste livro. Se esta é a sua atitude, indica apenas o seu despreparo para o verdadeiro ensinamento esotérico. Os estudantes devem distinguir os valores que podem ser realmente importantes para eles e adquirir um sentido de proporção mais correto do ponto de vista espiritual. Os fatos planetários e solares (e as informações acima poderiam entrar nesta categoria) podem estimular a imaginação e ampliar o horizonte, e é este o grande valor para aspirantes e discípulos. Todas as informações e eventos

61

A.A.B.

relacionados a Shamballa são sempre tocantes para o neófito, que tende a se esquecer de que deve fazer contato com a Hierarquia, mais próxima, antes de obter uma percepção real das relações mais vastas. Gostaria que estudassem a esquematização dada no livro Iniciação Humana e Solar e que aparece no apêndice do primeiro volume do Tratado sobre os Sete Raios. Insiro-a aqui para aqueles que não possuem cópia do primeiro volume do Tratado, e que devem desviar a atenção da magnitude do Macrocosmo e dirigi-la novamente para a responsabilidade do microcosmo. O DISCIPULADO E OS RAIOS 1° Raio – Força – Energia – Ação – O Ocultista. 2° Raio – Consciência – Expansão – Iniciação – O verdadeiro Psíquico. 3° Raio – Adaptação – Desenvolvimento – Evolução – O Mago. 4° Raio – Vibração – Resposta – Expressão – O Artista. 5° Raio – Atividade mental – Conhecimento – Ciência – O Cientista. 6° Raio – Devoção – Abstração – Idealismo – O Devoto. 7° Raio – Encantamento – Magia – Ritual – O Ritualista. Na Era de Aquário, como resultado da existente combinação das influências de raio, a humanidade entrará em uma expansão de consciência que lhe revelará as relações grupais, em vez das individuais e pessoais, autocentradas. Lembraria a vocês que Aquário se encontra na metade superior do círculo zodiacal, em exata oposição a Leão, na metade inferior. Leão é o signo do desenvolvimento individual e da afirmação do eu. Este signo altamente individualista se consuma em Aquário, no qual o indivíduo chega a uma plena expressão por meio do grupo, passando do serviço a si mesmo e da autoexpressão como personalidade para o serviço ao grupo e a uma crescente expressão da Hierarquia, da qual se aproxima gradualmente. As influências de raio serão cada vez mais aplicadas para este fim. A humanidade alcançou uma etapa em que o senso da individualidade está surgindo aceleradamente. Em todos os campos da expressão humana, homens e mulheres estão se tornando, de fato, autoafirmativos. O Antigo Comentário faz uma referência simbólica a isto nos seguintes termos: “O Leão começa a rugir. Lança-se à frente e, na premência de viver, destrói. Novamente ruge e – lançando-se para a corrente de vida – bebe insaciavelmente. Em seguida, tendo bebido, a magia das águas atua. Ele se transforma. O Leão desaparece e aquele que porta o cântaro se apresenta e dá início à Sua missão.” Aqueles que têm visão podem ver como isto está acontecendo hoje por todos os lados. O portador de água (outra denominação do servidor mundial) está começando a sua tarefa autoimposta. Daí o ancoramento na Terra do Novo Grupo de Servidores do Mundo, cujos representantes se encontram em todos os países e em todas as grandes cidades. Gostaria de lembrar a vocês que isto se processa, sem exceção, em todas as terras e que eles trabalham em todos os raios; expressam pontos de vista diferentes; seu campo de serviço difere amplamente e suas técnicas são tão diversificadas que, em alguns casos, as pessoas de mentalidade estreita têm dificuldade de compreendê-las. Todos, porém, carregam nos ombros o cântaro que contém a água da vida e, novamente em termos simbólicos, todos difundem a luz, em algum grau, em seu ambiente. Para vocês, que vivem e trabalham neste período intermediário e neste ciclo de transição, com todos os resultantes caos e transtornos externos, é dada a tarefa de expressar constância, serviço e sacrifício. São estas as três palavras que lhes dou. Não tenho nenhuma informação espetacular para dar a vocês, como aconteceu algumas vezes. Informações novas e absorventes em demasia podem levar a uma profunda insensibilidade. Vocês precisam absorver e atuar de acordo com as informações que já têm, antes de emanar a demanda básica por mais luz, demanda que exige resposta daqueles de nós que trabalhamos no âmbito da Hierarquia. Por essa demanda esperamos pacientemente. 62

A.A.B.

8. O Cristo e a Nova Era Vindoura Ao finalizarmos as nossas considerações sobre o mundo de hoje e seus raios dominantes, atuando através das nações e condicionando os indivíduos, há uma última questão à qual gostaria de aludir; situa-se no âmbito da religião e diz respeito à significação do Natal. Desde as noites dos tempos, como bem sabem, o período em que o sol se desloca novamente para o norte é considerado como estação de Festas; durante milhares de anos foi associada com a chegada do Deus-Sol para salvar o mundo, trazer luz e fertilidade à Terra e, através da obra de um Filho de Deus, trazer esperança para a humanidade. O período do Natal, para aqueles que não sabem um pouco mais, é considerado unicamente como o Festival do Cristo. É o que as igrejas cristãs enfatizam e todos os eclesiásticos o asseveram. Isto é tanto verdadeiro como falso. O Fundador da Igreja Cristã – Deus encarnado – valeu-se deste período e veio até nós nesta época escura do ano para inaugurar uma nova era em que a nota distintiva seria a luz. Isto foi verdade em todos os pontos de vista, inclusive do puramente físico, pois hoje temos um mundo iluminado; em todas as partes há luzes e o breu das noites escuras de antigamente está desaparecendo rapidamente. A luz também desceu à Terra sob a forma da “luz do conhecimento”. Hoje, a educação, cujo objetivo é conduzir todos os homens para um “caminho iluminado” é a nota dominante da nossa civilização e é a maior preocupação de todos os países. A eliminação do analfabetismo, o desenvolvimento de uma verdadeira cultura e a busca da verdade em todos os campos do pensamento e da experimentação são de suprema importância em todas as terras. Assim, quando o Cristo proclamou (como certamente fez), junto com todos os Salvadores e Deuses-Solares do mundo, que Ele era a Luz do Mundo, inaugurou um maravilhoso período, no qual a humanidade está sendo ampla e universalmente iluminada. Este período data do dia de Natal, há dois mil anos, na Palestina. Foi este o maior Dia de Natal de todos e a influência que dele emanou foi mais potente do que a de qualquer vinda anterior de um Portador de Luz, porque a humanidade estava mais preparada para receber a luz. O Cristo veio no signo de Peixes, os Peixes4 – o signo do divino Intermediário no sentido mais elevado, ou do médium, na acepção inferior. É o signo de muitos dos Salvadores mundiais e dos Reveladores da divindade que estabelecem relações mundiais. Gostaria que observassem essa frase. O maior impulso que moveu o Cristo para cumprir esta obra especial foi o desejo de estabelecer corretas relações humanas; é também esse o desejo da humanidade – reconhecido ou não – e sabemos que dia virá em que o desejo de todas as nações emanará, que as corretas relações humanas se estabelecerão em toda parte. A boa vontade implementará essa realização, levando a paz a todas as terras e entre todos os povos. Ao longo das eras, o Dia de Natal é reconhecido e observado como uma época de novos começos, de melhores contatos humanos e de relações mais felizes entre famílias e comunidades. Contudo, assim como as igrejas tornaram a apresentação do cristianismo profundamente materialista, da mesma maneira o simples dia de Natal, que teria agradado ao coração do Cristo, degenerou em uma orgia de gastos, de aquisição de coisas boas, e é considerado como um período “favorável para o comércio”. Precisamos nos lembrar, portanto, de que quando qualquer fase da religião inspirada-pela-vida é interpretada inteiramente de maneira material, quando qualquer civilização e cultura perdem o senso dos valores espirituais e respondem principalmente aos valores materiais, já deixaram de ser úteis e devem desaparecer, e isto em prol da própria vida e do progresso. A mensagem do nascimento do Cristo soa sempre nova, mas não é compreendida em nossos dias. A ênfase durante a Era Aquariana, a era em que estamos entrando rapidamente, se trasladará de Belém para Jerusalém, e do Salvador Menino para o Cristo Ressuscitado. A Era de Peixes testemunhou, durante dois mil anos, a difusão da luz; a Era de Aquário verá a Ascensão da Luz e, de ambas, o Cristo é o símbolo eterno. A antiga história do Nascimento será universalizada e será vista como a história de todo discípulo e iniciado que toma a primeira iniciação e, em seu tempo e lugar, se torna um servidor e em um portador de luz. Na Era Aquariana ocorrerão dois desenvolvimentos de grande importância:

4 N. do T.: No original: “Pisces, the Fishes”. 63

A.A.B.

1. A Iniciação do Nascimento condicionará o pensamento e a aspiração dos homens de todas as partes. 2. A religião do Cristo Ressuscitado, e não a do Cristo recém-nascido ou do Cristo crucificado, será a nota-chave dominante. Raramente se compreende que centenas de milhares de pessoas de todos os países tomaram ou estão se preparando para tomar esta primeira iniciação, denominada de Nascimento em Belém, a Casa do Pão. A Humanidade, como discípulo mundial, está agora pronta para isto. É possível observar indícios da exatidão desta declaração na reorientação geral das pessoas de todas as partes para as coisas espirituais, no interesse que dedicam ao bem para a humanidade e ao bem-estar humano, na perseverança que mostram na busca de luz e no anseio e desejo por uma paz verdadeira, fundada nas corretas relações humanas e implementadas pela boa vontade. Este “espírito crístico” pode ser visto na revolta contra a religião materialista e no generalizado esforço que se vê na Europa e em outras partes para devolver a terra (a Mãe-Terra, a verdadeira Virgem Maria) ao povo. É possível vê-lo no constante movimento de pessoas por todo o mundo, indo de um lugar para outro, movimento simbolizado no relato do Evangelho da viagem de Maria com o menino Jesus para o Egito. Seguiu-se, como nos diz o Novo Testamento, um ciclo de trinta anos, do qual tudo o que sabemos é que o menino Jesus cresceu até se tornar um homem e poder então tomar a segunda iniciação, o Batismo no Jordão, e dar início ao Seu ministério público. Hoje, os muitos que nesta vida tomaram a primeira iniciação estão entrando no longo silêncio desses simbólicos trinta anos, em que também crescerão até a maturidade e tomarão a segunda iniciação. Esta iniciação demonstra o completo controle da natureza emocional e de todas as características piscianas. Os trinta anos podem ser considerados como um período de desenvolvimento espiritual durante as três divisões de Aquário (e, em consequência, da Nova Era agora sobre nós). Refiro-me ao que tecnicamente é conhecido como os três decanatos de cada signo. Neste signo, as águas da era pisciana, falando em termos simbólicos, serão absorvidas pelo cântaro que Aquário leva sobre os ombros, símbolo característico deste signo, pois Aquário é o portador da água, aquele que leva a água da vida ao povo – uma vida mais abundante. Na Era de Aquário, o Cristo Ressuscitado será Ele próprio o Portador de Água; desta vez Ele não demonstrará a vida aperfeiçoada de um Filho de Deus, que foi a Sua principal missão anterior; desta vez Ele aparecerá como o Guia Supremo da Hierarquia Espiritual, atendendo a necessidade das sedentas nações do mundo – sedentas de verdade, de corretas relações humanas e de compreensão amorosa. Desta vez, Ele será reconhecido por todos e em Sua própria Pessoa testemunhará a realidade da ressurreição e assim demonstrará o fato paralelo da imortalidade da alma, do homem espiritual. Nos últimos dois mil anos, a ênfase recaiu sobre a morte; ela coloriu todo o ensinamento das igrejas ortodoxas; só um dia do ano foi dedicado ao pensamento da ressurreição. Na Era Aquariana, a ênfase estará na vida e na liberação da tumba da matéria, e esta será a nota que distinguirá a nova religião mundial de todas as que a precederam. O Festival da Páscoa e a Festa de Pentecostes serão os dois dias destacados do ano religioso. Pentecostes, como devem saber bem, é o símbolo das corretas relações humanas, nas quais todos os homens e todas as nações se compreenderão mutuamente e – embora falem em muitos e diferentes idiomas – conhecerão somente uma linguagem espiritual.

É significativo que dois importantes episódios estejam relacionados na parte final do relato do Evangelho – um precedendo a aparente morte do Cristo e outro a seguindo. São eles: 1. O relato do cenáculo superior, para o qual o homem portando o cântaro de água, tipificando Aquário, conduziu os discípulos, e no qual foi celebrado o primeiro serviço de comunhão, de que todos participaram, pressagiando as estreitas relações entre os membros da grande família humana que caracterizarão a era vindoura, seguindo-se às provas da Era de Peixes. Tal comunhão ainda não ocorreu, mas a Nova Era a verá. 64

A.A.B.

2. O relato do cenáculo superior, no qual os discípulos se reuniram e chegaram a um verdadeiro reconhecimento do Cristo Ressuscitado e a uma perfeita e completa compreensão uns dos outros, apesar da simbólica diversidade de línguas. Eles tiveram um breve toque de previsão, de profética percepção interna do que seria a maravilha da Era de Aquário. Hoje, a visão que está na mente dos homens, é a da Era de Aquário, embora não se deem conta. O futuro verá corretas relações, a verdadeira comunhão, a partilha de todas as coisas (vinho, sangue, vida e pão, satisfação econômica) e conhecerá a boa vontade; temos assim um quadro do futuro da humanidade quando todas as nações estarão unidas em completo entendimento e a diversidade de línguas – simbolizando as diferentes tradições, culturas, civilizações e pontos de vista – não será barreira alguma para as corretas relações humanas. No centro de cada um destes quadros se encontra o Cristo. Deste modo, finalmente se realizarão os expressos objetivos e empenhos da Organização das Nações Unidas e uma nova igreja de Deus, extraída de todas as religiões e de todos os grupos espirituais, dará fim à grande heresia da separatividade. O amor, a unidade e o Cristo Ressuscitado estarão presentes e Ele demonstrará para nós a vida perfeita.

65

A.A.B.