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O CONCEITO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS:DIRETRIZES PARA SUA ELABORAÇÃO E CONTROLE

The design concept in the building construction:production and control guidelines

Silvio Burrattino MelhadoVahan Agopyan

RESUMO

Este artigo discute o conceito de projeto no processo da construção de edifícios, analisaas relações entre projeto e produção e propõe diretrizes para a organização dosprocedimentos de elaboração e controle do projeto, com base em princípios deracionalização construtiva e construtibilidade e visando a melhoria da qualidade doprojeto de edifícios. As diretrizes propostas resultam em mudanças nos esquemastradicionais de arranjo de equipe, desenvolvimento e coordenação do projeto paraauxiliar na garantia da qualidade do processo como um todo.

ABSTRACT

This paper presents the design concept, analyses the relationship among buildingdesign and production activities inside building construction process and proposesguidelines to improve the building design quality. These guidelines are based onconstructive rationalization and buildability principles and the proposal results inchanges of the traditional design team arrangement, the design development andcoordination, in order to contribute for the quality assurance of the building process asa whole.

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1 INTRODUÇÃO

As mudanças ocorridas no decorrer do processo histórico de civilizaçãolevaram o Homem a viver e trabalhar em abrigos artificiais por ele construídos,gerando assim um ramo básico da atividade humana: a construção deedifícios. Essa atividade sofreu algumas alterações desde sua origem e,particularmente, a partir da introdução da tecnologia em substituição parcial aoempirismo, bem como da especialização profissional crescente, pôde-seperceber que as mudanças não foram adequadamente absorvidas pelaConstrução Civil. Dentro desse enfoque, a conceituação da atividade deprojeto, distorcido o papel do mesmo pelas mudanças ocorridas ao longo dostempos, apresenta-se hoje incoerente e inadequada, com reflexos negativossobre a qualidade.

Em pesquisa realizada junto a empresários, diretores, gerentes técnicos eadministrativos e engenheiros de empresas associadas ao Sindicato daConstrução Civil do Estado de São Paulo (SINDUSCON-SP), SOUZA &MEKBEKIAN (1992) promoveram uma auto-avaliação em relação a requisitosda qualidade naquelas empresas, as quais admitem que seus produtos,serviços e organização apresentam problemas em relação à qualidade. O itempior avaliado foi "projeto", em que a apresentação formal foi consideradageralmente superior ao conteúdo. Dentro desse item, os pontos mais criticadosforam "detalhamento das especificações técnicas" e "controle da qualidade doprojeto". Ficou revelado que na opinião dos consultados os problemas maioresnão se concentram nas atividades de produção propriamente ditas, mas nadireção e gerenciamento das empresas e na concepção dosempreendimentos.

Porém, ao analisar a participação do projeto no contexto do empreendimento,fica constatado o esvaziamento de seu significado como parte da atividade deconstruir. Essa importância do projeto muitas vezes é desprezada em funçãoda orientação do processo que gera o produto edifício, demonstrando-seclaramente a necessidade de rever a filosofia que conduz o empreendimento.Em conseqüência, propõe-se a formulação de diretrizes diferentes para aelaboração de projetos, em favor da qualidade e da implementação de umafilosofia baseada em princípios de evolução tecnológica, racionalização econstrutibilidade, dando assim um novo conteúdo aos mesmos.

2 O CONCEITO DE PROJETO

2.1 O significado de "projeto"

A maioria dos conceitos e definições de "projeto", obtidos a partir dabibliografia relacionada com o tema, estão ligados ao procedimento ou práticade projetar e, nesse sentido, pode-se entender o projeto como sendo:

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"... um processo para a realização de idéias que deverá passar pelas etapasde: idealização, simulação (análise) e implantação (protótipo e escala deprodução)" (RODRIGUEZ, 1992);

"... um modelo de solução para resolver um determinado problema"(MARQUES, 1992);

"... uma atividade criativa, intelectual, baseada em conhecimentos (..) mastambém em experiência (...) um processo de otimização" (STEMMER, 1988).

Tem-se nessas definições o enfoque de projeto como criação. Por outro lado, épossível encontrar também na bibliografia uma série de definições de projetode um ponto de vista mais voltado aos resultados do mesmo, delineando o seupropósito individual, social, político ou cultural:

"... é uma idéia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro"(FERREIRA, 1986);

"... a atividade de criar propostas que transformem alguma coisa existente emalgo melhor" (McGINTY, 1984);

"... o projeto é parte e reflexo de uma atitude global de seu autor e, atravésdele, do tempo em que vive" (FERRO, 1979);

"... a ação de intervir ordenadamente, mediante atos antecipatórios, no meioambiente. A ação pode manifestar-se em produtos, edifícios, sinais, avisospublicitários, sistemas, organizações, tanto em estruturas físicas como emestruturas não físicas" (BONSIEPE, 1983).

Outros conceitos poderiam ser incorporados a esses; no entanto, quando sefala em projeto de edifícios, acredita-se que se deva extrapolar a visão doproduto ou da sua função. Nesse caso, fica claro que o projeto deva serencarado, também, sob a ótica do processo (no caso, a atividade de construir).

E, também nesse contexto, o projeto deve ser encarado como informação, aqual pode ser de natureza tecnológica (como no caso de indicações dedetalhes construtivos ou locação de equipamentos) ou de cunho puramentegerencial - sendo útil ao planejamento e programação das atividades deexecução, ou que a ela dão suporte (como no caso de suprimentos econtratações de serviços).

Entretanto, tem-se verificado em geral "uma freqüente dissociação entre aatividade de projeto e a de construção, sendo que o projeto geralmente éentendido como instrumento, comprimindo-se o seu prazo e o seu custo,merecendo um mínimo de aprofundamento e assumindo um conteúdo quasemeramente legal, ao ponto de torná-lo simplesmente indicativo e postergando-se grande parte das decisões para a etapa de obra" (MELHADO & VIOLANI1992a).

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2.2 O significado do projeto no contexto do empreendimento

O empreendedor, o construtor e o usuário podem ser considerados clientes doprojeto, dentro da ótica da qualidade. Sendo clientes do projeto, o mesmodeveria levar em conta as necessidades do empreendedor, do construtor e dousuário, para então melhor satisfazê-las; nesse sentido, pode-se atribuir acada um desses clientes um conjunto de aspectos que denotam o ponto devista pelo qual a qualidade de um dado projeto seria avaliada:

• o empreendedor avaliaria a qualidade do projeto a partir do alcance de seusobjetivos empresariais, que envolvem seu sucesso quanto à penetração doproduto no mercado, a formação de uma imagem junto aos compradores,bem como - ou até principalmente - pelo retorno que o projeto ajudasse aproporcionar a seus investimentos, ou pelo menos, pela manutenção doscustos previstos para o empreendimento;

• o construtor avaliaria a qualidade do projeto com base na qualidade gráficae de conteúdo, importantes para facilitar o trabalho de planejamento daexecução, em que a clareza e abrangência das informações podem reduzira margem de dúvida ou necessidade de correções durante a execução,além de analisar a potencial economia de materiais e de mão-de-obra,capazes de proporcionar redução de desperdícios;

• o usuário avaliaria a qualidade do projeto na medida da satisfação de suasintenções de "consumo", envolvendo conforto, bem-estar, segurança efuncionalidade, somando-se a estas, baixos custos de operação e demanutenção; este é o cliente externo.

No entanto, o peso da satisfação de cada cliente no conjunto destas relaçõespode vir a ser diferenciado, na medida em que o empreendedor tenha funçãode maior ascendência, como contratante do projetista, por exemplo; e,dependendo do caso, construtor e projetista constituam partes da mesmaempresa - os clientes internos, em cada caso, podem ter importânciasdiferentes.

É fundamental, para a obtenção da qualidade, que o empreendedor valorize afase de projeto. Na defesa desse ponto de vista, pode-se citar asconsiderações feitas pelo grupo do Construction Industry Institute - CII acercada importância das fases iniciais do empreendimento: nestas primeiras fases,as decisões tomadas são as que têm maior capacidade de influenciar o custofinal. Esta influência é ilustrada pela figura 2.1.

Também HAMMARLUND & JOSEPHSON (1992) defendem a idéia de que asdecisões tomadas nas fases iniciais do empreendimento são importantes,atribuindo-lhes a principal participação na redução dos custos de falhas doedifício (ver figura 2.2). É muito expressiva a importância atribuída pelosautores às fases iniciais do empreendimento, do estudo de viabilidade àconclusão do projeto, em que, apesar do baixo dispêndio de recursos,

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concentram-se boa parte das chances de redução da incidência de falhas edos respectivos custos.

Figura 2.1 Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento deedifício ao longo de suas fases (CII, 1987)

Na prática corrente, porém, muitas vezes o projeto de um edifício é entendidocomo um ônus que o empreendedor deve ter antes do início da obra, encaradoportanto como uma despesa a ser minimizada o quanto for possível, já quenão se tem inicialmente os recursos financeiros necessários e suficientes paraexecutar o empreendimento, antes de aprovar o projeto junto aos órgãoscompetentes. (BARROS & MELHADO, 1993.)

BOBROFF (1993) também coloca a identificação desses vários clientes comouma das dificuldades no posicionamento do projeto, implicando em piorescondições para o desenvolvimento do produto na Construção Civil, emcomparação com outras indústrias;

Em termos ideais, o projeto pode assumir o encargo fundamental de agregareficiência e qualidade ao produto; a proposta que se está trazendo com estetrabalho visa exatamente a valorização dos interesses em comum, uma vezque a qualidade interessa: ao empreendedor, ao projetista, ao construtor e aousuário, atuando a favor da evolução tecnológica e da qualidade dos produtosnesse setor de atividade econômica.

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Figura 2.2 O avanço do empreendimento em relação à chance de reduzir ocusto de falhas do edifício (HAMMARLUND & JOSEPHSON, 1992)

3 DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO E CONTROLE DO PROJETO

3.1 A filosofia da qualidade e o projeto

As análises que partem da filosofia da qualidade, originada em outrasindústrias, ajudam a evidenciar as distorções que na Construção Civil cercam aparticipação do projeto no processo de geração do produto edifício.

Esse caráter deformado da inserção do projeto é evidenciado particularmentena construção de edifícios por empresas de incorporação e construção, ondeem geral o projeto ocorre de modo truncado, desfavorável à implantação desistemas da qualidade. As relações da empresa com agentes financeiros ecom os órgãos de aprovação, a viabilização do lançamento do produto e outrosaspectos vinculados à geração do empreendimento são elementospredominantes no ciclo praticado pela maioria das empresas, relegando oprojeto a segundo plano.

Pode-se aqui lembrar a mudança de enfoque verificada na indústria japonesa,em que o projeto foi sendo gradativamente mais valorizado face aos esforçosde inspeção e controle, voltados a etapas posteriores no processo de geraçãodo produto, entendendo-se com isto que há uma defasagem conceitual entre

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as práticas adotadas na Construção Civil com relação a outros ambientesindustriais.

Para que se possa mudar o enfoque corrente, deve-se alterar as relações doprojeto com as demais atividades que compõem o ciclo da qualidade, o quesignifica:

• estreitar as relações entre as atividades de projeto e de planejamento doempreendimento, utilizando de forma estratégica o projeto, considerando asnecessidades do usuário e formulando políticas de marketing coerentescom a qualidade do produto;

• relacionar as decisões de projeto a informações advindas do uso, operaçãoe manutenção de produtos já entregues aos usuários, comoretroalimentação para auxiliar a tomada de decisões em projeto;

• integrar projeto e execução (o que será detalhado nos itens 3.2 e 3.3);

• tratar o projetista como um participante efetivo do ciclo da qualidade,estabelecendo procedimentos para as relações cliente-fornecedor nacontratação, acompanhamento e controle dos projetos - consideradas suaspeculiaridades;

• compatibilizar as atividades de projeto e suprimentos para permitir odesenvolvimento de inovações, estabelecendo parcerias tecnológicas quese traduzem em especificações e detalhamentos adotados no projeto.

A adequada inserção da atividade de projeto no processo do empreendimentopermitirá, ainda, a consideração do necessário atendimento aos três principaisclientes do projeto - o usuário, o empreendedor e o construtor - significando asatisfação destes clientes, equilibrando seus interesses e trazendo melhoresresultados para a atuação da empresa em seu mercado.

A diretriz resultante deve contemplar a mudança estratégica no papel doprojeto, a qual pode ser expressa como:

"A atividade de projeto deve ser entendida como instrumento fundamental parao aumento da competitividade da empresa, integrando-se aos demaisprocessos que participam do ciclo da qualidade".

3.2 Enfoque sistêmico do processo e qualidade do projeto

A participação do projeto possui a característica essencial de gerar e receberinfluências globais no empreendimento; daí o interesse em discutir-se o carátersistêmico - em que o empreendimento ou a empresa são sistemas nos quais oprojeto está inserido.

WOOD JR. (1993) apresenta idéias relacionadas à utilização dos conceitos daTeoria dos Sistemas na solução de problemas da qualidade, valorizando oenfoque global no enfrentamento das questões e a consciência crítica da

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inserção de cada ação no todo da empresa. Um ponto fundamental destacadopor WOOD JR. é o raciocínio sistêmico: a tendência natural do modo ocidentalde pensar e agir é o emprego de formas lineares-causais, devendo-se evitar oestabelecimento de relações causa-efeito simplistas.

HANDLER (1970) desenvolve um enfoque sistêmico para o trabalho emarquitetura e apresenta uma divisão das atividades realizadas nosempreendimentos, definindo quatro subsistemas do que ele denomina"sistema arquitetônico"1:

• subsistema projeto;

• subsistema construção;

• subsistema uso;

• subsistema operação e manutenção.

Este autor dá destaque à importância de empregar-se uma visão global: "paraprojetar satisfatoriamente um produto, o arquiteto tem de considerar todo oespectro do processo, desde seu início até a conclusão, quando deverãotornar-se evidentes os objetivos da construção proposta e as atividades paraas quais ele foi projetado".

No subsistema projeto, HANDLER enfatiza a consideração de um conjunto derestrições, constituído pelos objetivos adotados pelo empreendimento, pelaslimitações a ele impostas e pelo atendimento a quatro grupos de critérios; taisrestrições condicionarão o processo de projeto, que utilizará como dados deentrada métodos e conhecimentos especializados, para ao final oferecer, comosaídas deste subsistema, as informações necessárias à execução da obra(dados de entrada para o subsistema construção).

A figura 3.1 reproduz a conceituação do subsistema projeto, proposta porHANDLER.

Produzidos a partir do conjunto de restrições de diversas naturezas e origens,estabelecidas no nível de objetivos, de limitações e, por último, de critérios,dentre os quais estão os critérios técnicos, em meio aos humanos, sociais eeconômicos, um conjunto de dados de entrada serão considerados desde aelaboração das primeiras idéias vinculadas ao projeto, dando assim forma àspossíveis soluções. Aos dados de entrada originados pelas restrições citadasassociam-se a metodologia de projeto, o conhecimento prático e o apoio deconsultoria para subsidiarem o processo de projeto.

1 Na realidade, este sistema representa, na visão de vários outros autores (incluindo GARCIA

MESEGUER, 1991), o próprio empreendimento.

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Figura 3.1 O subsistema projeto (adaptado de HANDLER, 1970)

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O processo de projeto em si, composto (segundo HANDLER) por atividades deconcepção, planejamento, análise, seleção e síntese final, produz comoresultado subsídios à execução; estes dados de saída são as soluções deprojeto, que mostram como deve ser o produto concebido, através daespecificação de componentes, arranjos, dimensões, detalhes, enfim,caracterizam-no de forma completa. A continuidade do trabalho da equipe deprojeto, iniciada a obra, é fundamental: o projetista deve "estar sempredisposto a ir ao canteiro de obras, não se limitando a entregar o pacote deprojetos" (VANNUCCHI & KÖNIGSBERGER, 1991).

Dos subsistemas uso e operação e manutenção devem retornar ao projeto asinformações resultantes de um processo de avaliação dos resultados, que emqualidade seria a medida da satisfação das necessidades do cliente externo(comprador ou usuário). Essa avaliação pode ser realizada com a aplicação doprocesso denominado, por diversos autores, avaliação pós-ocupação, queenvolve as relações entre homem e ambiente construído e consiste em avaliaro impacto de soluções de projeto no desempenho técnico e funcional da obra,através de estudos de caso e técnicas de mapeamento e consulta aosusuários. Segundo ORNSTEIN (1993), a avaliação pós-ocupação tem-seconcentrado em analisar aspectos "técnico-construtivos", econômicos efuncionais, estes últimos ligados a adequação dos espaços e ao confortoambiental, antes de abranger fatores comportamentais e psicológicos.

Portanto, em parte, as idéias publicadas por HANDLER ainda permanecematuais, podendo-se ligar a visão sistêmica proposta por ele a um dos princípiosfundamentais da qualidade, que é a integração entre as atividades ligadas aum ciclo produtivo e destas aos elementos externos do ciclo, existentes nomercado em que se insere o produto, favorecendo um enfoque abrangente dasquestões que envolvem a evolução do setor de construção de edifícios.

Em síntese, as considerações desenvolvidas neste item podem ser traduzidascomo uma das diretrizes para a estruturação do processo de projeto:

"A atividade de projeto deve estar integrada, quanto aos objetivos e quanto aosprocedimentos, com o conjunto das atividades vinculadas ao empreendimentoe às relações externas da empresa, sendo considerada um subsistema desteconjunto."

3.3 Projeto do produto e projeto do processo

Pode-se traçar um paralelo com o conceito de engenharia simultânea2, emvoga na indústria automobilística, conceito este em que se temsimultaneamente a elaboração do "projeto do produto" e do "projeto doprocesso". 2 Conforme FERREIRA (1993), o conceito de "engenharia simultânea" foi adotado na Ford

Motor Company (EUA) no início da década de 80, durante o projeto Taurus, podendo serencontrado em outras indústrias com diferentes denominações: engenharia concorrente(indústria mecânica em geral); engenharia paralela (indústria eletrônica).

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FERREIRA avalia a introdução deste conceito, na verdade, como umaredescoberta: "antigamente, antes do taylorismo, os artesões eramsimultaneamente projetistas e produtores".

Este autor apresenta uma série de passos a seguir para a implantação daengenharia simultânea em um dado projeto, dentre os quais destacam-se:

• a indicação de um responsável pelo projeto (coordenador), que liderará aequipe, com poderes sobre decisões de outras áreas que afetem o projeto;

• promover treinamentos cruzados: ensinar aos engenheiros de projeto sobreprodução e vice-versa;

• cooperação total de outras áreas da empresa.

Aplicando princípios de engenharia simultânea, CARDOSO (1993) defende aidéia de formar grupos de projeto na Construção Civil segundo "cortestransversais", reunindo diferentes profissionais além dos projetistas: homensde vendas, encarregados de produção, de assistência técnica, qualidade,custos, fornecedores, etc., superpondo as fases de concepção e de projetopara produção, de forma similar ao que já é feito em outras indústrias.

Devido às dificuldades para a obtenção da qualidade do projeto, a extensãodesse conceito à Construção Civil deve exigir algumas alterações naorganização dos empreendimentos, de modo a permitir a consideração deambos aspectos desde o início. Tal adaptação faz-se necessária em váriasconjunturas e não apenas no caso brasileiro.

Segundo BOBROFF (1993), o momento atual (na França) inclui, na busca demodernização das empresas, a tentativa de reagrupar projetistas, construtorese investidores em uma mesma equipe de trabalho - já que existe hoje umadivisão de fases dentro de um empreendimento, que o transforma em um"duplo" empreendimento: a primeira fase orientada pelo projeto e peladefinição de preço; e a segunda fase voltada ao gerenciamento da produção.

A autora acima cita como exemplo um trabalho desenvolvido em uma empresafrancesa de construção, em que se introduziu recentemente as seguintesinovações na organização do processo de geração do empreendimento:

• nas primeiras fases do empreendimento já são consideradas alternativas dearquitetura e de tecnologia;

• há a participação de engenheiros ligados à execução na decisão desoluções técnicas de projeto;

• essa filosofia facilita a previsão de custos, torna-a mais precisa e permiteantecipar a organização de canteiro e subcontratações.

Pode-se somar a isto a participação dos projetistas estendida à etapa deexecução, dentro do conceito de projeto como serviço, o que significa asolução efetiva dos problemas dentro das necessidades previstas e não

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previstas, estas últimas podendo surgir até o final do processo doempreendimento e inclusive após a entrega ao usuário. A adoção desseprincípio implica em que esta "assistência permanente" seja sistemática econste das próprias atribuições do projetista previstas em seu contrato.

Nesse sentido, projetar passa a ser uma função ao mesmo tempo exercida nosníveis estratégico e operacional da empresa, havendo assim a devidaintegração entre eles; um programa de desenvolvimento tecnológico em fasede condução na empresa exercerá, portanto, uma natural influência,orientando o projeto a evoluir segundo as necessidades originadas na buscada qualidade dos processos de produção.

O projeto deve incluir informações destinadas à criação da infra-estrutura deprodução e à organização, planejamento e controle das atividades; comoassinala MARTUCCI (1990), o projeto pode ser dividido em dois conteúdos,por ele considerados fundamentais no caso de programas destinados àconstrução habitacional para populações de baixa renda, quais sejam: oprojeto do produto e o projeto da produção. Sendo assim, parece natural quetais informações estejam vinculadas a experiências distintas, já que osprofissionais "de produto" não têm em muitos casos igual vivência deprodução.

O plano da qualidade em empresas de incorporação e construção deve serestruturado de modo a orientar e subsidiar a elaboração do projeto levando emconta estes dois prismas: o do produto e o do processo. A atividade deprojetar, portanto, não pode ser resumida à caracterização geométrica e dasespecificações de acabamento do produto desejado - uma série de dadosquanto ao processo de produção devem ser colocados entre as informaçõesque compõem o conjunto de elementos de projeto.

Pode-se formular, por conseguinte, uma diretriz a ser seguida na definição doconteúdo do projeto e na orientação das decisões tomadas em seu processode elaboração:

"O projeto deve incluir informações dirigidas às especificações do produto a serconstruído e também dos meios estratégicos, físicos e tecnológicosnecessários para executar o seu processo de construção".

3.4 Informações e padronização na elaboração do projeto

Os aspectos de racionalização construtiva ou construtibilidade devem serprovidos por intervenções no processo, nas quais a participação do construtor,ou de um consultor de tecnologia construtiva, ou do próprio representante deum fornecedor de materiais ou serviços, podem ser positivas e bemaproveitadas para a evolução da qualidade dos projetos.

Como propõem HALL & FLETCHER (1990), para implementar a qualidade naconstrução de edifícios "o acesso dos projetistas às fontes de informaçãoprecisa ser estabelecido (...) particularmente quanto ao que é possível de ser

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executado e quais são as expectativas da equipe de construção". Os mesmosautores criticam a especificação de "produtos desconhecidos que nãopossuem informação clara a respeito".

Um recurso a ser explorado, e que deve permitir soluções mais definitivas,conquanto passam a ser incorporadas à estrutura organizacional da empresa,é a criação de uma "memória" construtiva, contendo um conjunto deinformações técnicas e de detalhes construtivos, que vai sendocomplementado até tornar-se fonte de referência atualizada e suficiente paraas necessidades da empresa.

O caminho para a evolução tecnológica passa pela estruturação de um bancode informações, disponível para utilização pelos projetistas. Na hipótese decontratação do projeto pela empresa construtora, o banco de informações serádado de entrada para a sua elaboração, contendo: prescrições ourecomendações para a especificação de materiais e serviços, tipos ealternativas de detalhes construtivos, recomendações dimensionais na formade malhas de modulação ou de índices geométricos a serem respeitados,dentre outros.

Esse sistema de informações sobre tecnologia construtiva, fundamental para"alavancar" a evolução e aumentar a competitividade da empresa, serádenominado aqui banco de tecnologia construtiva. A figura 3.2 ilustra a suainserção nas etapas de projeto e execução.

Porém, cabe discutir a viabilidade e a eficácia dessa sistemática: quando ecomo será interessante a adoção do banco de tecnologia? Se a construtoradesenvolver ou contratar o desenvolvimento de um projeto, e este fordirecionado para um dado sistema construtivo3, na acepção da palavra, ocaminho natural é sem dúvida esse, como bem demonstrou FRANCO (1992)em seu trabalho, com relação a um sistema construtivo em alvenaria estruturalde blocos de concreto.

Nesses casos, o desenvolvimento tecnológico subsidia o trabalho do projetista,de modo a torná-lo produtivo e eficaz, com uma metodologia de detalhamentoe o uso de informação técnica vinculada às próprias soluções construtivastestadas e aprimoradas em obra.

Por outro lado, se for adotado o processo construtivo tradicional, tal processo,que não é um sistema construtivo, não garante nível de detalhamento einformações tecnológicas suficientes, em quantidade e qualidade, para aelaboração dos projetos.

3 Ver definição apresentada por SABBATINI (1989).

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Figura 3.2 Proposta do banco de tecnologia como ligação entre etapas deprojeto e execução e parte do processo de desenvolvimentotecnológico da empresa (MELHADO, 1994)

Assim surgiram as iniciativas de algumas empresas que investem emdesenvolvimento tecnológico, buscando a racionalização do processoconstrutivo tradicional, com vistas à obtenção de sistemas construtivos própriosque se constituam em evolução significativa, sem no entanto representar umaruptura brusca nos procedimentos e práticas usuais de projeto e execução,quanto a padrões e materiais utilizados, técnicas de execução, qualificação damão-de-obra, enfim, mantendo a estrutura básica de organização e produçãodas obras de edifícios.

E, na hipótese mais imediata de um processo de projeto que não possa sersubsidiado por informações oriundas de um banco de tecnologia? Aelaboração do projeto deverá exigir, desde seu início, a participação deconsultores em métodos construtivos, que deverão atuar junto à coordenaçãodo projeto, e antes, junto à gerência do empreendimento, com vistas a agregarefetivamente ao produto final a tecnologia especificada.

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No caso de projetos nessa última situação, que é a situação geral encontradahoje, vale a colocação feita por CAMBIAGHI (1992): "o conteúdo de umprojeto completo deve ser o mais abrangente possível, de sorte a permitir averificação e coordenação, identificação dos processos e métodosconstrutivos; qualificação, especificação e quantificação de todos os elementosque constituem a obra".

No entanto, para obter sucesso na implantação e aplicação de qualquersistema de informação, como observa LONGO (1987), não pode haverdescontinuidades em sua execução ou erros no dimensionamento do sistema,desgastando a idéia e desmotivando o seu emprego.

Portanto, resultam como diretrizes ao final deste item, conforme a configuraçãotecnológica em que esteja inserido o processo de projeto:

• para projetos que partam do processo construtivo tradicional: "deve-seefetuar a coleta e organização de informações que comporão um banco detecnologia construtiva, para consulta e orientação na seleção dealternativas para as especificações e detalhes necessários à elaboração doprojeto";

• em caso da opção por sistemas construtivos inovadores: "deve ser feitaa estruturação de um banco de tecnologia construtiva, contendo umconjunto de informações essenciais, critérios e restrições próprias dosistema, capazes de orientar a concepção e detalhamento do projeto combase nos requisitos da tecnologia escolhida".

3.5 A atividade de projeto como serviço na construção de edifícios

MARQUES (1979) analisa com extrema clareza a distinção entre as duasdimensões do projeto, apresentando dois possíveis conceitos do mesmo:

• o conceito "estático", que se refere ao "projeto como um produto,constituído de elementos gráficos e descritivos, ordenados e elaboradossegundo uma linguagem apropriada, visando atender às necessidades dafase de execução";

• o conceito "dinâmico" de projeto, que lhe confere "um sentido de processoatravés do qual são produzidas soluções para os problemas que deramcausa ao empreendimento e que justificam o investimento".

Nesse último conceito fica clara a caracterização do projeto como serviço,apesar de o mesmo ser confundido muitas vezes com o seu resultado físico:um conjunto de desenhos e textos contendo especificações técnicas egeométricas.

MARQUES completa a sua conceituação sintetizando: "o projeto, segundo seuconceito estático, é na realidade o produto final do processo". Se essa for aconsciência de todos os participantes do empreendimento, terá sido devolvida

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ao projeto a sua importância e o seu potencial de contribuir para o sucesso doempreendimento e para a evolução da Construção Civil.

A atividade de projeto, então, deverá ser encarada dentro das seguintesdimensões:

• projeto como processo estratégico, visando atender às necessidades eexigências do empreendimento, portanto voltado à definição decaracterísticas do produto final desse empreendimento;

• projeto como processo operacional, visando a eficiência e a confiabilidadedos processos que geram o mesmo produto.

Neste trabalho, dá-se destaque à segunda dimensão atribuída ao projeto e,para adequada inserção do projeto no sistema produtivo que gera o edifício, aelaboração daquele deve seguir as diretrizes tecnológicas da empresa e utilizarcomo critérios de concepção, estudo e seleção de alternativas, os princípios deracionalização e construtibilidade - baseando-se em um conjunto deinformações de tecnologia construtiva desenvolvida, sedimentada e registradaao longo da execução de várias obras.

A atividade de projeto não cessa quando da entrega do projeto à obra; namedida em que existe a imprevisibilidade e que a eficácia das decisõestomadas em projeto só pode ser efetivamente avaliada durante a execução, apermanência da equipe de projeto ao longo daquele período é fundamental.

Na realidade, o que se denomina em geral de "projeto" é o resultado daatividade, portanto está-se fazendo referência ao projeto como produto, quederiva do projeto enquanto serviço, na forma de um conjunto de documentosque é produto daquela atividade de projeto; o aspecto formal não édeterminante, pois estes documentos podem, eventualmente, seremsubstituídos por outros com características absolutamente diversas das formasconvencionais - como no caso de transmissão e consulta direta de dados emredes de computadores - sem que se agregue um diferencial quanto ao seuconteúdo.

Como serviço e como produto, o projeto deve estar sujeito a mecanismos degarantia da qualidade, mas deve-se distinguir entre o controle da qualidade do"produto projeto" e os mecanismos que garantem a qualidade do projeto comoserviço; o primeiro pode ter verificada a sua conformidade com padrõesformais estabelecidos, mas o segundo será conseqüência da eficáciaoperacional do próprio sistema da qualidade da empresa, e de suas relaçõescom as empresas externas a este sistema.

Como diretriz resultante, tem-se que: "o projeto deve ser especificado econtratado como um serviço, respeitando-se as relações estabelecidas pelosistema da qualidade que gera o empreendimento".

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3.6 A multidisciplinaridade do processo de projeto de edifícios

Segundo MARQUES (1979), "o elenco de especialistas envolvidos em umempreendimento compõe uma estrutura organizacional, cuja configuraçãodepende de uma série de fatores circunstanciais, não se podendo a prioriestabelecer uma estrutura padrão".

MARQUES avalia que a crescente complexidade operacional dosempreendimentos, somada à própria tendência à especialização cada vezmaior, gera por conseqüência a necessidade de técnica específica para acondução do projeto - onde estão as principais dificuldades para a obtenção daqualidade.

A necessidade de haver essa coordenação do processo de projeto éreconhecida por vários autores, sendo o papel do coordenador descrito porMARQUES: "deve possuir características de liderança, bem como saber usá-la, quando se defrontar com impasses em áreas de interesse de mais de umaespecialidade (...) conseguir o comprometimento de todos os membros daequipe (...) deve ser profissional com vivência no campo de projeto e tambémde execução de obras, de tal forma que possa transmitir à equipe a orientaçãoadequada que promova a necessária integração dessas duas etapas doempreendimento". MARQUES simboliza a atividade do coordenação do projetocomo um processo iterativo em espiral, onde ocorre a compatibilização dasdiversas "especialidades" ou "disciplinas" envolvidas no projeto, segundo oautor, especialmente na fase de detalhamento das soluções.

É fundamental que o líder de um grupo seja crítico e flexível o suficiente paraavaliar a produção desse grupo e decidir acerca da necessidade ou não deconsultar especialistas, externos ao grupo. Transportada para a posição docoordenador em um projeto, face ao trabalho de equipe na sua elaboração,essa análise pode auxiliar a dissolver a noção de "autoria" do projeto,enfatizando o resultado final e impedindo que haja uma "compartimentaçãoestanque" das suas partes.

LUSH (1988), ao falar sobre a organização do processo de projeto de edifíciosem que serão utilizados sistemas de automação - os chamados edifícios"inteligentes" - compara o arranjo tradicional da equipe de projeto com oconceito de equipe multidisciplinar (ver figura 3.3).

Para maior eficácia, as especialidades necessárias à formação da equipedevem ser identificadas no início do empreendimento, sendo os profissionaisespecialistas colocados em contato com o caso quanto antes for possível. E,pela multidisciplinaridade do processo, surge em decorrência a necessidade decriar uma orientação dos trabalhos de cada um dos especialistas, segundo ummesmo conjunto de diretrizes, com a priorização das tarefas de acordo com osobjetivos gerais do empreendimento e baseada em critérios voltados àqualidade.

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OUTROS

multidisciplinar

Figura 3.3 Os arranjos das equipes de projeto segundo a forma tradicional ecom o conceito de equipe multidisciplinar (MELHADO, 1994)

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A diretriz básica a ser adotada em projetos de edifícios, quanto à constituição ecoordenação da equipe, deve incluir os conceitos destacados anteriormente:

"O desenvolvimento do projeto deve ser baseado no trabalho gerado por umaequipe multidisciplinar e coordenada de forma iterativa por um profissional comadequada experiência em projeto e execução".

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se este trabalho definindo a seguinte conceituação para o termoprojeto: atividade ou serviço integrante do processo de construção,responsável pelo desenvolvimento, organização, registro e transmissão dascaracterísticas físicas e tecnológicas especificadas para uma obra, a seremconsideradas na fase de execução.

O projeto é entendido aqui como uma parte de um processo maior, que leva àgeração de produtos, no caso, edifícios. Sendo assim, para que se possaevoluir em busca da qualidade, a organização do processo de projeto dentrodos empreendimentos é fundamental. A implantação de uma nova metodologiavisando a qualidade do projeto deve estar inserida em um programa maisamplo da qualidade nas empresas; a busca da qualidade do projeto não devenunca ser uma ação isolada.

Como foi salientado, um aspecto fundamental na metodologia dedesenvolvimento do projeto está ligado à atividade de coordenação de projetoque, embora sempre positiva para a obtenção de qualidade, não pode garantirsozinha a solução mais adequada; para isto contribuirão especialmente osprocedimentos de elaboração e controle dos projetos.

E o controle da qualidade, através da verificação dos elementos recebidos pelaempresa, mesmo que com base em uma listagem exaustiva de itens e de umintenso trabalho de coleta e processamento de informações, especificação epadronização das características desse produto, não pode ser consideradosuficiente para garantir a qualidade; restará ainda estruturar procedimentos deauditoria da qualidade e análise crítica do projeto que agreguem qualidade aoprocesso de projeto.

Porém, as dificuldades em criar todo o conjunto de condições organizacionaise humanas necessárias à implantação das mudanças, especialmente emambientes de tradição conservadora como na construção de edifícios, sãoimensas. Não há dúvida que só um programa muito objetivo de implantação daqualidade, com resultados mensuráveis, pode ajudar a quebrar as barreirasinternas que tendem a surgir ao longo do processo - não se trata, portanto, deestabelecer metas audaciosas, mas sim aquelas possíveis de se alcançar. E,juntamente com ações voltadas à reestruturação administrativa e à melhoriados processos de produção, o cuidado com a qualidade do projeto mostra-sehoje como uma passagem obrigatória ao percorrer o caminho da evolução.

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