elaboraÇÃo de projetos texto 2

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SECRETARIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO E ASSISTÊNCIA SOCIAL - SEDAS GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO, PROJETOS E CAPACITAÇÃO Av. Cruz Cabugá, 665 – Santo Amaro – Recife/PE CEP 50.040.00 – FONE: 3183 3045 / 3043 ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS Construindo um projeto social: elaboração, redação e formatação da proposta. “Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter- relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de tempo e de orçamento dados”. (APREMAVI, 1999 apud ONU, 1984) O termo projeto carrega o sentido de organizar ideias, pesquisar, analisar a realidade e, diante desta, desenhar uma proposta articulada com intencionalidade. Os projetos são pontes entre o desejo e a realidade. São ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada problemática e buscam contribuir, em alguma medida, para “outro mundo possível”. Uma boa definição é formulada por Domingos Armani: “Um projeto é uma ação social planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades, baseados em uma quantidade limitada de recursos (...) e de tempo” (Armani, 2000:18). Se, além de se constituir de ações exemplares, o projeto se integra a governos locais, municipais, estadual e federal, poderá ser replicado em escala maior, gerando, assim, políticas públicas de qualidade na área social, ampliando a possibilidade de impacto social. O percurso de construção do projeto é carregado de problematização à luz de uma análise ou discussão reflexiva, a fim de que as consequências, que resultarão do planejamento, possam se constituir em respostas concretas. A compreensão sobre os marcos históricos traz elementos para a reflexão e o engajamento às lutas sociais. Esses elementos direcionarão o olhar para as situações, exigindo um posicionamento criativo, isto é, não simples transposições de modelos, mas uma percepção da singularidade de cada realidade (ver texto 1) ·.

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GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO, PROJETOS E CAPACITAÇÃO

Av. Cruz Cabugá, 665 – Santo Amaro – Recife/PE CEP 50.040.00 – FONE: 3183 3045 / 3043

ELABORAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Construindo um projeto social: elaboração, redação e formatação da proposta.

“Projeto é um empreendimento planejado que

consiste num conjunto de atividades inter-

relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar

objetivos específicos dentro dos limites de tempo e de

orçamento dados”. (APREMAVI, 1999 apud ONU,

1984)

O termo projeto carrega o sentido de organizar ideias, pesquisar, analisar a realidade e, diante desta,

desenhar uma proposta articulada com intencionalidade.

Os projetos são pontes entre o desejo e a realidade. São ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou

organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada problemática e buscam

contribuir, em alguma medida, para “outro mundo possível”.

Uma boa definição é formulada por Domingos Armani:

“Um projeto é uma ação social planejada, estruturada

em objetivos, resultados e atividades, baseados em

uma quantidade limitada de recursos (...) e de tempo”

(Armani, 2000:18).

Se, além de se constituir de ações exemplares, o projeto se integra a governos locais, municipais, estadual e

federal, poderá ser replicado em escala maior, gerando, assim, políticas públicas de qualidade na área social,

ampliando a possibilidade de impacto social.

O percurso de construção do projeto é carregado de problematização à luz de uma análise ou discussão

reflexiva, a fim de que as consequências, que resultarão do planejamento, possam se constituir em respostas

concretas.

A compreensão sobre os marcos históricos traz elementos para a reflexão e o engajamento às lutas sociais.

Esses elementos direcionarão o olhar para as situações, exigindo um posicionamento criativo, isto é, não

simples transposições de modelos, mas uma percepção da singularidade de cada realidade (ver texto 1) ·.

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O compromisso ideológico é dado pela visão de homem e de realidade. Logo, a escolha de alternativas,

quando se trata de futuro coletivo, não pode estar centralizada em uma só pessoa, mesmo porque o projeto

nessa perspectiva é atividade interprofissional e social.

“A construção em conjunto acontece quando o poder

está com as pessoas. Todos crescem juntos,

transformam a realidade, criam o novo em proveito

de todos e com o trabalho coordenado”. Danilo

Gandin.

A construção do projeto social supõe dois grandes momentos: elaboração da realidade social em evidência e

redação da proposta construída a partir da elaboração.

Os projetos contribuem para transformação de uma problemática social, a partir de uma ação geralmente

mais localizada no tempo e focalizada em seus resultados. A política pública envolve um conjunto de ações

diversificadas e continuadas no tempo, voltadas para manter e regular a oferta de um determinado bem ou

serviço, envolvendo entre estas ações projetos sociais específicos. No texto 1 vimos que os marcos históricos

e políticos no Brasil resultaram em manifestações que revelam a força das organizações sociais e os caminhos

construídos como estratégias para alcançar a cidadania plena.

O processo de elaboração deve ser marcado por reflexões e análises. É importante e fundamental percorrer

caminhos que favoreçam a análise de conjuntura e as várias leituras sobre a realidade, identificando as

ameaças e oportunidades para se implantar a proposta.

O grupo envolvido no processo de elaboração deve dedicar tempo para realizar um bom diagnóstico sobre o

contexto e a problemática que pretende enfrentar; analisar seu potencial. Em seguida, construir o caminho. É

preciso que todas as pessoas envolvidas no projeto participem diretamente na fase de elaboração, com visão

ampla e criatividade na busca de viabilidade.

A ELABORAÇÃO: Refletir, questionar, avaliar e propor...

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• Onde estamos?

• Onde queremos chegar?

• Como chegar ao destino que desejamos?

• Qual o percurso que precisamos percorrer?

• Qual o tempo necessário para o trajeto que precisamos percorrer?

• O que pode ameaçar a minha caminhada?

• O que, no decorrer da caminhada, indicará o sucesso e/ou o fracasso?

• Com quem podemos contar?

• Quais as oportunidades para firmar nossos passos?

• Quais os investimentos que precisamos fazer?

No processo de elaboração, pode correr dois grandes riscos: o da onipotência ou o da impotência.

1. Um grupo pode sentir-se onipotente quando considerar que tem a possibilidade de transformar,

sozinho, os problemas sociais existentes em um bairro ou cidade. É o perigo do voluntarismo.

2. Sabendo ser difícil ou mesmo impossível resolver, isoladamente, os problemas encontrados, o grupo

julga não poder fazer nada e desiste de buscar soluções criativas, abrindo espaço para o sentimento

de impotência.

Esses dois grandes riscos, frequentemente, têm como raiz, pelo menos, três fatores:

1. Diagnóstico superficial sobre o espaço e o contexto em que o grupo atua;

2. Análise inconsistente da viabilidade social, política, técnica, financeira, ambiental, étnico-racial e

cultural do projeto;

3. Distribuição de papéis e das responsabilidades, centralizando o poder em uma única pessoa ou a

diluí-lo, dificultando a constituição de líderes.

QUESTIONAMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM CAMINHO DE SUCESSO!

IMPORTANTE

• As respostas a essas perguntas devem compor a memória para a redação do Projeto; umrascunho das ideias é referência para a produção e formatação do texto “final”.

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A precisão dos resultados e custos do Projeto direcionados às condições de vida e a promoção dos direitos

humanos é algo complexo. O diagnóstico deverá promover um campo de análise que favoreça a construção

de objetivos e definição de indicadores de processos, resultados e impactos.

Para superar essa dificuldade e realizar algo de efetivo, é necessário construir um caminho baseado em

resultados, organizado no tempo, planejado, executado e monitorado. Sobretudo, não parar nas boas

intenções. Transformá-las em metas.

Reforçando o pensamento... Um projeto não é uma ilha!

A elaboração de um projeto implica em:

• Diagnosticar uma realidade social;

• Identificar contextos sócio históricos que alicerçam as situações “problemas”;

• Compreender relações institucionais, grupais e comunitárias;

• Planejar uma intervenção, considerando os limites e as oportunidades para a transformação

social.

Os projetos sociais não são realizações isoladas, estão sempre interagindo, através de diferentes modalidades

de relação, com políticas e programas voltados para o desenvolvimento social. Neste sentido, pelo caráter

demonstrativo de boas práticas sociais, os projetos podem ser indutores de novas políticas públicas ou

qualificar a gestão e execução de políticas já existentes.

O momento de redação do projeto é um exercício de síntese do processo anterior, agrupado em um roteiro

que demonstre, de modo objetivo, o que será realizado.

É importante nesse momento ter o rascunho do processo anterior a “memória” do grupo. Lembra? A

memória facilitará a organização das tarefas no contexto da redação.

Tarefas importantes:

1. Montar duas listas paralelas, a dos problemas que o grupo pretende superar e a das soluções para

esses problemas:

a) Escolher o problema principal, o problema condutor de novos problemas, o problema com

maior impacto negativo para a comunidade ou instituição onde o projeto será implementado;

b) Montar uma árvore com o problema escolhido, suas causas e suas consequências. As causas

do problema estão no que o origina e o mantém. Estão em sua raiz. As consequências são os

A REDAÇÃO: É hora de colocar a elaboração de idéias no papel

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danos causados pelo problema. Perceber a diferença entre causas e consequências ajuda o

grupo a não gastar recursos financeiros, e tempo apenas com os efeitos, tornando o Projeto

ineficaz. Ações estruturadoras são aquelas que alcançam as causas e combatem as

consequências, naturalmente, como resultado do processo.

2. Definir, a partir das listas dos problemas e das soluções, os objetivos gerais e específicos; resultados

previstos, indicadores, fatores de risco e plano de ação.

OBJETIVOS: Propósitos ou alvos que se pretende atingir. Tudo aquilo que se deseja alcançar através de uma

ação clara e explícita.

OBJETIVO GERAL: Para encontrar o objetivo geral da intervenção, busquem na memória da fase de

elaboração as respostas para as seguintes questões:

• Onde o grupo pretende chegar no “final” da intervenção?

• O que o grupo pretende alcançar como resultado do processo?

O Objetivo Geral é o “degrau” mais alto de uma escada!

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Quais os degraus que preciso subir para alcançar o degrau mais alto da escada?

Os objetivos específicos são respostas às perguntas feitas em relação ao Objetivo geral. Eles indicam o

caminho a ser percorrido e devem considerar os princípios e diretrizes da política social de evidência no

projeto (saúde, educação, assistência social, entre outras).

Exemplo:

Objetivo geral: (qual a mudança estruturadora para a melhoria das políticas sociais no município?).

• Consolidar a participação cidadã.

Objetivos específicos: (o que preciso fazer para consolidar a participação cidadã?).

• Aprofundar conhecimentos sobre participação e cidadania;

• Avaliar processos democráticos;

• Compreender as concepções das políticas públicas;

• Promover espaço de reflexão, debate e construção coletiva;

• Reconhecer-se parte integrante de uma sociedade;

• Adotar atitudes que fortaleçam as relações comunitárias e coletivas;

• Implantar o fórum da cidade;

• Ampliar a cobertura do orçamento participativo

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Com os objetivos construídos, é hora de revisitar a memória e construir, a partir do diagnóstico, as metas a

serem alcançadas.

OBJETIVO GERAL

O objetivo geral está relacionado com a transformação pretendida pós-intervenção que caracteriza a efetividade do Projeto;

OBJETIVO ESPECÍFICO

Os objetivos específicos estão relacionados às mudanças almejadas enecessárias durante a implementação do projeto, possibilitando assim atransformação (alcance do objetivo geral) que caracteriza a eficácia do projeto.

MET

AS • São tangíveis e correspondem aos produtos finais de um conjunto de

atividades em certo período.

• Quantificam as atividades que serão desenvolvidas, bem como suaintensidade.

• Qualificam o modo pelo qual o projeto será realizado, os valores que ogrupo quer imprimir a ele, considerando os objetivos específicos definidos.

ATENTE PARA...

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São tangíveis e correspondem aos produtos finais de um conjunto de atividades em certo período.

Quantificam as atividades que serão desenvolvidas, bem como sua intensidade.

Qualificam o modo pelo qual o projeto será realizado, os valores que o grupo quer imprimir a ele,

considerando os objetivos específicos definidos.

Exemplo:

Realizar dez (10) oficinas sobre políticas públicas e direito de cidadania.

• Dez (10) quantifica a atividade, e políticas públicas e direito de cidadania qualifica a oficina

relacionando-a ao objetivo específico.

Os conceitos sobre indicadores tem como base a avaliação de processo:

Segundo Cassiolatoe Gonzales Ferreira (2009) “O indicador é uma medida, de ordem quantitativa ou

qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos

elementos que compõem o objeto da observação. É um recurso metodológico que informa empiricamente

sobre a evolução do aspecto observado”. Na visão de Rua (2004), os indicadores são medidas que expressam

ou quantificam um insumo, um resultado, uma característica ou o desempenho de um processo, serviço,

produto ou organização. Para o IBGE(2005), os indicadores são ferramentas constituídas de variáveis que,

associadas a partir de diferentes configurações, expressam significados.

IND

ICA

DO

RES

• Indicadores para monitoramente de resultados são instrumentos quepermitem identificar e medir aspectos relacionados a um determinadoconceito, fenômeno, problema ou resultado de uma intervenção narealidade. A principal finalidade de um indicador é traduzir, de formamensurável, determinado aspecto de uma realidade dada (situação social)ou construída (ação de governo), de maneira a tornar operacional a suaobservação e avaliação.

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Indicadores, portanto podem sinalizar o sucesso, o fracasso, a possibilidade de ampliar e a necessidade de

reposicionar o processo. Os indicadores têm como referência o diagnóstico inicial e os objetivos previstos.

Para cada objetivo devem ser construídos e definidos indicadores.

Os indicadores podem ser:

• Indicador de insumo: Correspondem às medidas associadas à disponibilidade de recursos

humanos, financeiros ou equipamentos alocados para um processo ou programa que afeta uma

das dimensões da realidade social.

• Indicadores produto: São aqueles mais propriamente vinculados às dimensões empíricas da

realidade social, referidos às variáveis resultantes de processos sociais complexos, como a

esperança de vida ao nascer, proporção de crianças fora da escola ou nível de pobreza. São

medidas representativas das condições de vida, saúde, nível de renda da população, indicativas da

presença, ausência, avanços ou retrocessos das políticas sociais formuladas.

• Indicadores de processo ou fluxo: São indicadores intermediários, que traduzem em medidas

quantitativas, o esforço operacional de alocação de recursos humanos, físicos ou financeiros para

obtenção de melhorias efetivas de bem-estar como número de consultas pediátricas por mês,

merendas escolares distribuídas diariamente por aluno, ou ainda, homens-hora dedicados a um

programa social.

Em alguns contextos, os indicadores de insumo e processo costumam ser chamados de indicadores de

esforço, e os indicadores de produto, de indicadores de resultados. Além disso, alguns autores destacam

ainda, que alguns dos resultados podem ser classificados como o impacto geral do projeto, por se tratarem de

desdobramentos mais gerais, a serem alcançados no médio prazo, ou ainda por se tratarem de externalidades

positivas ou mesmo não antecipadas de determinado projeto.

Exemplo:

Objetivo: Aprofundar conhecimentos sobre participação e cidadania

• Indicador de insumo: número de participantes das oficinas relacionada à carga horária trabalhada em

cada oficina e profissional disponibilizado para a execução da proposta (100 pessoas foram

capacitadas no período de três meses, onde foram ministrados conteúdos numa carga horária de 300

horas sob comando de dois profissionais – gastos para a realização das oficinas x número de pessoas

capacitadas).

• Indicador de processo: número de pessoas participantes nas oficinas durante o período.

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• Indicadores produto: número de participantes que aderiram aos serviços de políticas públicas

ampliando o acesso; número de participantes que se integraram a movimentos de controle social,

entre outros.

No processo de definição dos indicadores é possível identificar os fatores de riscos do projeto.

É importante reconhecer esses fatores durante o diagnóstico, planejando assim, alternativas possíveis que

favoreçam a implementação do projeto.

Ações e atividades

São práticas sociais, em que o sujeito é compreendido como agente

transformador da sua realidade natural e social. Essas atividades se

desenvolvem por um processo de interação dinâmica entre os sujeitos e o

meio social em que atuam. Para nelas atuarem, os sujeitos partem de suas

necessidades, constroem motivos compartilhados e utilizam instrumentos para

alcançá-los. Segundo Leontiev (1977), essas atividades estão imersas em

contextos em que regras, divisão de trabalho e uma comunidade específica

estão envolvidas.

As ações estão contidas nos objetivos específicos e os desdobramentos para a sua realização correspondem

às atividades. Ou seja, o que precisa ser feito para se chegar aos resultados. Esse exercício possibilitará a

FATO

RES

DE

RIS

CO

S • São obstáculos com os quais o grupo deverá conviver. Os fatores de riscoou ameaças estão fora da gerência do Projeto, são, na maioria das vezes,questões externas e precisam ser estrategicamente encaminhadas,buscando garantir a viabilidade do Projeto.

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visualização de prazos, atividades simultâneas e complementares, facilitando assim a identificação sobre a

equipe necessária, os parceiros fundamentais e a construção da planilha orçamentária. No caso da Assistência

social, as ações devem contemplar a Tipificação dos Serviços socioassistenciais que traz os parâmetros para o

desenvolvimento da política, através das Proteções afiançáveis.

Análise de viabilidade do projeto:

• Viabilidade Econômica: Considerar o custo total do projeto. Comparar se o total dos recursos

de que o grupo dispõe somado ao que poderá captar, cobre os custos do projeto.

• Viabilidade Social: Analisar os atores sociais (indivíduos ou organizações) que terão seus

interesses afetados, positiva ou negativamente, pelo projeto.

• Viabilidade Política: Verificar as pessoas, grupos e instituições que apoiam o projeto, e se há

obstáculos políticos ou legais que poderão atrapalhar sua realização. Prever ações para superá-

los.

• Viabilidade Técnica: Reconhecer diante dos desafios, objetivos propostos e metodologia a ser

desenvolvida, a capacidade técnica instalada (composição e caracterização da equipe) e,

considerar, se o grupo dispõe das tecnologias necessárias para o desenvolvimento das

atividades.

• Viabilidade Ambiental: Analisar se o projeto agride o meio ambiente, considerando material

didático a ser utilizado e procedimentos a serem adotados pela equipe.

An

ális

e • É importante verificar se o grupo pode realizar o projeto a que se propôs.Para tanto, é importante realizar seis análises de viabilidade.

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• Viabilidade Gênero e étnico-cultural: Analisar se há algum padrão cultural que pode dificultar a

realização do projeto, seja ele na relação de gêneros, nas relações étnico-raciais ou nas relações

culturais mais amplas.

Exemplo:

Etapa Objetivo Ação Atividade Período /mês

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Preparatória Construir

diagnóstico Mobilização

parceiros

Reunião de trabalho

intersetorial x x

CR

ON

OG

RA

MA

DE

TRA

BA

LHO • Deve conter data de início e término do projeto. Recomenda-se fazer

uma tabela com as metas planejadas, distribuídas pelos meses deduração do projeto. Distribuir ou planejar pelos meses as ações eatividades previstas, considerando as etapas: preparatória /planejamento, execução e monitoramento e avaliação.

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Exemplo:

Uma parceria viabilizou um veículo com motorista. O custo correspondente deverá entrar no cálculo das

despesas e ser indicado como conta partida para a execução do projeto.

Deverá acompanhar à planilha orçamentária, a memória de cálculo detalhando os gastos em relação às

atividades e objetivos previstos. Dessa forma, ficará mais fácil alcançar os indicadores de insumos.

Exemplo:

Planilha orçamentária

Etapa Elemento de despesa Quantidade Valor unidade Período Total

Execução Pagamento de RH 03 R$ 1.000,00 12 meses R$ 36.000,00

Memória de cálculo

Nº educadores x valor pagamento mês x nº de meses de trabalho = total do elemento de despesa.

IMPORTANTE: As planilhas orçamentárias na maioria das vezes são apresentadas pelo financiador que

também exige diferentes formatos para a memória de calculo. Portanto, esses são exemplos relacionados

muito mais com o processo de elaboração e organização interna para prestação de contas; algo também

pactuado e definido junto ao financiador.

OR

ÇA

MEN

TO D

ETA

LHA

DO

D

AS

DES

PES

AS • É preciso prever custo de equipe de trabalho, infraestrutura e

material necessário, entre outros elementos de despesa. É semprebom reservar recursos para gastos com impostos e despesasimprevistas.

• O grupo deve, mais uma vez, revisitar a memória construída noperíodo de elaboração e verificar possíveis contrapartidas deparceiros. As parcerias devem aparecer no orçamento como contrapartida deixando explicito o real valor do projeto.

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Alguns cuidados precisam ser considerados na construção da planilha orçamentária:

• Percentual previsto para despesas com recursos humanos x recursos disponível para o projeto como

um todo;

• Referência para despesas, considerando cotação no mercado local e não ultrapassando a média de

preços (superfaturamento);

• Na aquisição de equipamentos, detalhar a capacidade e referência para análise sobre custo benefício.

Um projeto é composto de diversos itens que, encadeados, dão sentido, corpo e forma à ideia da organização.

São eles:

1. Identificação e descrição da organização proponente

Dados gerais da instituição: CNPJ, endereço, telefones, site e também um breve histórico da organização, sua

missão e principais iniciativas.

2. Identificação dos responsáveis pelo projeto

Nomes, cargos e contatos das pessoas responsáveis pelo projeto.

3. Título

Inclui o nome curto do projeto, que expressa sua finalidade e forma de atuação.

4. Apresentação

O que contém o projeto, período previsto para sua realização e avaliação.

5. Justificativa

Discute o contexto social em que se inserem a organização da sociedade civil e o projeto proposto. Serve para

mostrar por que é necessário e prioritário fazer a intervenção proposta pelo projeto.

6. Público-alvo

Descreve quantos e quem são os beneficiados diretos e indiretos do projeto.

7. Objetivo Geral

É a razão de ser do projeto. Responde de forma clara e objetiva à questão: “para quem se destina esse projeto

e o que ele pretende transformar?”. Este objetivo está diretamente relacionado à justificativa e, é genérico.

Ele não pode ser assegurado somente pelo sucesso do projeto; depende de outras ações e variáveis. Portanto,

expressa o que se quer alcançar em longo prazo, podendo ultrapassar inclusive o tempo de duração do

projeto.

A FORMATAÇÃO: Dando corpo e Forma ao Projeto

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8. Objetivos Específicos

Explica como estarão o público-alvo e o contexto social, depois de suas necessidades serem atendidas. Cada

objetivo específico retrata uma única mudança na vida do público-alvo. Um objetivo específico é mensurável,

atingível num tempo limitado, relacionado às necessidades do público-alvo.

9. Plano de ações e atividades

Mostra o que será feito para que os objetivos específicos se transformem em realidade.

10. Parcerias

Relata se o projeto conta com alianças com o setor público, com a iniciativa privada e/ou com organizações da

sociedade civil organizada. Também apresenta o tipo de parceria estabelecida e o papel de cada ator.

11. Avaliação

Apresenta os procedimentos e métodos que serão usados para saber se as atividades estão sendo

executadas, consumindo os recursos previstos, se os objetivos propostos estão sendo atingidos e quais os

indicadores referência para o processo.

12. Cronograma

É a representação gráfica do tempo das ações e das atividades planejadas. Responde quando ocorrerão as

atividades previstas no plano de ação, durante o período estabelecido para o projeto.

13. Orçamento

Detalha todos os recursos materiais, financeiros e humanos envolvidos no projeto. Pode ser feito mostrando

as despesas por tipo, ou rubricas tais como: recursos humanos, equipamentos etc. Também podem ser

apresentadas por meio de um cronograma físico financeiro que demonstra quando as despesas serão

efetivadas ao longo do projeto.

14. Equipe

Descreve o grupo de pessoas ou profissionais envolvidos no projeto e qual será o papel de cada um.

15. Sustentabilidade (continuidade do projeto)

Pontua as estratégias e os desdobramentos que viabilizarão a continuidade do projeto e de seus resultados.

Referencias bibliográficas

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Disponível em www.cdhep.org.br (consulta em Março de 2008)

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