entrevista com judicäel perroy

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Guita Entr Por Revist princi guita pai p um co Delia conse impo progr Após quan (no se em g não t parad de m (Cons arra Clássica revista a J Pedro Rod ta Guitarra C ipais professor rra. Na altur rocurou um oncerto. E o Estrada d ervatório, es rtante pois e ressos. bastantes do tinha 20 entido em q guitarra) e to tinha tantas do durante o me tornar p servatoire N udicaël Pe drigues Clássica –Go res e os princi ra tinha um novo profes s primeiros e durante dois studei poste estudei com hesitações 21 anos. He ue em Franç odas as pess certezas ass os 17 e os 19 profissional ational de M erroy ostava que fa ipais ensinam capa professor m ssor, alguém estudos a sé s anos. Co eriormente c ele entre os decidi, verd esitei bastan ça, na altura soas pensava im. E tudo is 9 anos. E só a e fui para Musique de alasse um po entos que ret Judicaël Pe tinha 7 acordeão meu pai amador, respeita a me impuls no conserv estar part meses, a perceber guitarra. É como aco músicas do cidade indic mediano, que mais compe rio começara omo era ne com Raymon s 11 e os 15 dadeirament nte pois qua que era mai am que eu sto foi bastan após ter reto a a École N Paris) onde ouco sobre o irou de cada u erroy Come anos mas por razões tocava um mas um a a música clá sionou a est vatório do c icularmente alguma coi perfeitamen É algo que onteceu ma livro em leit cava que e e aliás não to etente e foi f am aos 9 ano ecessário qu nd Gratien q anos. Foi co te, fazer da ndo era ma is novo não h iria obrigato nte pesado e omado aos 2 Normale de estudei com seu início na um deles. cei a estuda inicialmente que não se m pouco de amador esc ssica. E foi tudar guitarr entro de Par motivado n sa acontec nte como tu não sei exp as consegui ura à primei era bastante ocava guitar falar com Ro os pois estud ue tivesse que foi o me m ele igualm guitarra a is novo, fui havia muitas oriamente se e só decidi re 20 anos é qu e Musique m Alberto Po a guitarra, o ar guitarra qu e queria es i bem explic e guitarra larecido no portanto ele ra e me insc ris. Apesar d nos primeiro ceu e con do funciona plicar muito tocar tod ra vista. E te e dotado p ra clássica, o oberto Ausse dei com ele e um diplom eu professor mente que fiz minha pro bastante ex s crianças pro er guitarrista ealmente ap ue tomei a de e para o C once. Este pe s seus uando studar car. O como o que e que creveu de não os seis nsegui va na o bem as as er esta ara a o meu l após e com ma do r mais z mais ofissão xposto odígio a e eu pós ter ecisão CNSM eríodo

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Guita 

EntrPor  

Revist

princi

guita

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Delia

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ipais professor

rra. Na altur

rocurou um 

oncerto. E o

  Estrada  d

ervatório, es

rtante pois e

ressos.  

bastantes 

do  tinha 20

entido em q

guitarra) e  to

tinha tantas 

do durante o

me  tornar  p

servatoire N

udicaël Pedrigues 

Clássica  –  Go

res e os princi

ra tinha um 

novo profes

s primeiros e

durante  dois

studei poste

estudei com 

hesitações 

‐21 anos. He

ue em Franç

odas as pess

certezas ass

os 17 e os 19

profissional 

ational de M

erroy 

ostava  que  fa

ipais ensinam

capa

professor m

ssor, alguém 

estudos a sé

s  anos.  Co

eriormente  c

ele entre os

decidi,  verd

esitei bastan

ça, na altura 

soas pensava

im. E tudo is

9 anos. E só a

e  fui  para

Musique de 

alasse  um  po

entos que ret

 Judicaël Pe

tinha  7 

acordeão 

meu  pai 

amador, 

respeita  a

me  impuls

no conserv

estar part

meses,  a

perceber 

guitarra.  É

como  aco

músicas do 

cidade  indic

mediano, que

mais compe

rio começara

omo  era  ne

com Raymon

s 11 e os 15 

dadeirament

nte pois qua

que era mai

am que eu 

sto foi bastan

após ter reto

a  a  École  N

Paris) onde 

ouco  sobre  o 

irou de cada u

erroy ‐ Come

anos  mas 

por  razões 

tocava  um

mas  um  a

a música  clá

sionou a est

vatório do c

icularmente 

alguma  coi

perfeitamen

É  algo  que 

onteceu  ma

livro em leit

cava  que  e

e aliás não to

etente e foi f

am aos 9 ano

ecessário  qu

nd Gratien q

anos. Foi co

te,  fazer  da

ndo era ma

is novo não h

iria obrigato

nte pesado e

omado aos 2

Normale  de

estudei com

seu  início  na

um deles.  

cei a estuda

inicialmente

que  não  se

m  pouco  de

amador  esc

ssica.  E  foi 

tudar guitarr

entro de Par

motivado n

sa  acontec

nte  como  tu

não  sei  exp

as  consegui 

ura à primei

era  bastante

ocava guitar

falar com Ro

os pois estud

ue  tivesse 

que  foi o me

m ele igualm

  guitarra  a 

is novo,  fui 

havia muitas

oriamente  se

e só decidi re

20 anos é qu

e  Musique 

m Alberto Po

 

a  guitarra,  o

ar guitarra qu

e  queria  es

i  bem  explic

e  guitarra 

larecido  no

portanto  ele

ra e me  insc

ris. Apesar d

nos primeiro

ceu  e  con

do  funciona

plicar  muito

tocar  tod

ra vista. E te

e  dotado  p

ra clássica, o

oberto Ausse

dei com ele e

um  diplom

eu professor

mente que fiz

minha  pro

bastante ex

s crianças pro

er guitarrista

ealmente ap

ue tomei a de

e  para  o  C

once. Este pe

 

s  seus 

uando 

studar 

car. O 

como 

o  que 

e  que 

creveu 

de não 

os  seis 

nsegui 

va  na 

o  bem 

as  as 

er esta 

ara  a 

o meu 

l após 

e com 

ma  do 

r mais 

z mais 

ofissão 

xposto 

odígio 

a e eu 

pós ter 

ecisão 

CNSM 

eríodo 

Guitarra Clássica        

de  aulas  correu de modo  relativamente difícil pois  tive dificuldade  em  ajustar‐me  às  aulas. 

Tinha um  imenso respeito por Ponce enquanto professor, alguém que é muito dedicado aos 

seus alunos mas aquilo que me queria ensinar não se adequava de todo a mim e foram aulas 

muito difíceis. Após este período de estudo, fiz poucos concursos, fiz o GFA em 1997 e a partir 

desse momento comecei a ter bastantes concertos o que também motivou que fizesse poucos 

concursos em comparação com muitas pessoas. Devo  ter  feito 7 concursos  tendo começado 

em concursos  internacionais aos 14 anos. Nessa  idade ganhei o segundo prémio, pois aos 14 

anos  já  tinha  as  mesmas  capacidades  técnicas  que  actualmente  possuo.  Musicalmente 

diferente como seria de esperar mas tecnicamente era bastante semelhante ao que sou hoje.  

RGC – Em entrevistas mais antigas, refere frequentemente o piano como instrumento de referência. Que outros músicos considera que influenciaram a sua maneira de pensar a música? 

JP  ‐ Quando  era mais  novo  nunca  ouvi  outra música  sem  ser  a  erudita  e  até  aos  13‐14  anos  ouvi 

unicamente música para guitarra clássica. A partir dos 14 anos comecei a ouvir outras coisas, comecei 

com as cassetes que existiam em casa dos meus pais e consistiam em Polonaises de Chopin tocadas por 

Maurizio Pollini e obras de Granados interpretadas por Alicia de Larocha. Fui de certo modo influenciado 

pelo meu pai que ouvia bastantes vezes os Impromptus de Schubert por Brendel e assim fiquei também 

eu imerso nesta música.  

Na altura em que parei de estudar guitarra, por  coincidência,  fui  ver um  concerto do pianista Nikita 

Magaloff que estava a fazer a integral de Chopin e partir desse momento comecei a ouvir cada vez mais 

este  instrumento.  No  que  respeita  aos  intérpretes  não  diria  que  me  influenciaram,  mas  sim  que 

marcaram, pois não tenho a pretensão de dizer que tenho a influência de tais músicos na maneira como 

toco. Muito especificamente, existem quatro: Pollini que devo ter visto em concerto pelo menos umas 

vinte vezes; Brendel que vi igualmente em diversas ocasiões; Richter que vi apenas uma vez em 1995 e 

finalmente Rudolf Serkin que conheci através dos seus discos de Beethoven. Após ter ganho o concurso 

Bartoli, a primeira coisa que fiz foi comprar a integral das sonatas de Beethoven.  

RGC – E o que admira mais em cada um desses músicos?  

JP – É bastante difícil definir. Evidentemente, após alguma reflexão chegamos à conclusão que existe um 

ponto comum: a ausência de compromisso perante o repertório há muito estandardizado, algo que o 

piano  permite  com  alguma  facilidade  pois  o  seu  repertório  é  de  facto  enorme.  E  cada  um  desses 

músicos tem as suas características: destaco em Brendel a maneira como cada interpretação é estudada 

e  aprofundada, mesmo  que  tenha  gravado  várias  vezes  as mesmas  obras,  cada  gravação  apresenta 

sempre novidade e frescura e é algo que acho admirável, tal como o facto de ser alguém que escreveu 

bastante  sobre  a música,  análise,  interpretação  e  a  sua profissão.  Em Richter, que  é o meu pianista 

favorito,  admiro  as  suas escolhas  radicais. Tem uma quantidade de  repertório  alucinante, maior que 

qualquer  outro  pianista.  O  facto  de  tomar  riscos  em  concerto  e  há mais  do  que  essa  ausência  de 

compromisso: quando o vi ao vivo, tocava no escuro e com alguém ao  lado que  lhe virava as páginas. 

Guitarra Clássica        

Não víamos as mãos e  como não as víamos,  tínhamos a capacidade de ouvir muito melhor. Para ele 

havia  esta  necessidade  de  concentração  na  audição  por  parte  do  público.  Em  Pollini  salientaria  a 

perfeição  técnica mas  esta  perfeição  não  é  um  objectivo  em  si,  como  se  nota  nos  concertos  onde 

sentimos uma urgência em  comunicar.  Sinto, no entanto, que acabo por  ter uma maior  ligação  com 

Brendel.  

RGC – Quais os factores que o motivam a escolher determinadas obras e qual o seu método de estudo e 

aproximação às peças?  

JP – É um método muito lento e está a tornar‐se cada vez mais lento (o que é um pouco inquietante). Há 

muitas obras que gosto muito e à medida que as vou trabalhando dou‐me conta que "não, não é  isto 

que quero fazer". Como agora não tenho de fazer concursos, não tenho imposições. Há imensas obras 

que gosto de ouvir e que gostaria de  tocar, mas uma vez que para  tocar bem as peças preciso de as 

trabalhar muito, eu tenho de gostar muito delas o que acaba por limitar a minha escolha. Por exemplo, 

a sonata de Tedesco, é uma peça que gosto muito e que trabalho frequentemente com os meus alunos. 

Já a comecei a estudar 3‐4 vezes porque tinha evidentemente vontade mas de cada vez que a estudava 

perdia o interesse pela obra.  

Como  sou alguém bastante ocupado com concertos e aulas, preciso de uma enorme motivação para 

encetar o  estudo de uma obra nova. Por  exemplo, um  amigo  transcreveu  a partita de Bach  (Tristan 

Manoukian – Partita nº2) e essa obra sim, tive uma grande vontade de estudar pois era algo que gostava 

mesmo muito. Uma peça que comecei por tocar e depois deixei, seja por achar que não era capaz de a 

tocar bem ou porque não tinha inspiração suficiente, foi a Introdução e Capricho de Regondi. Portanto, 

o mais importante agora é considerar que as obras valem realmente a pena.  

RGC – E foi esse o critério para o novo disco que irá sair brevemente editado pela Naxos?  

JP – Os dois discos anteriores a solo foram discos com programa tipo recital, diversas obras sem uma 

verdadeira ligação entre elas. O próximo disco, com obras de Bach, não surgiu com esse propósito de ter 

uma coerência temática porque é algo que  já foi feito. Não reivindico o facto de tocar bem Bach, não 

tenho essa pretensão, aliás quando me pedem para falar da música de Bach sinto‐me completamente 

incapaz de o fazer. Mas, é uma música que sempre esteve comigo e sem me dar conta apercebo‐me que 

quando  tinha 16 anos, bastante  isolado a nível guitarrístico,  já  tocava duas  suites  (uma para alaúde, 

outra para violoncelo e a Chaconne).  

A vontade de  tocar a música de Bach esteve portanto  sempre presente e para este novo disco, esta 

escolha, muito pessoal, foi aceite pela Naxos especialmente graças à Partita nº2. A suite BWV 997 foi a 

primeira peça de Bach que estudei seriamente, aprendi‐a quando tinha 13 anos. Para este trabalho tive 

de a  reaprender após um hiato de mais de 20 anos e evidentemente  surgiram muitas alterações  tal 

como  o  grau  de  exigência  e  trabalho  que  se modificou  substancialmente.  É  sobretudo  um  projecto 

pessoal e tal fará com que toque bastante Bach, não sendo no entanto uma reivindicação, é obviamente 

Guitarra Clássica        

um dos grandes compositores de sempre e o prazer que retiro das suas obras é suficiente para justificar 

esta escolha.  

RGC – Em outros artigos seus menciona  frequentemente a música de Bach e a problemática que dela 

surge. Nomeadamente o Prelúdio, Fuga & Allegro BWV 998.  

JP – Sim,  comecei a  tocar essa obra há  cerca de 4 anos. De vez em quando  retiro‐a do  repertório e 

depois volto a tocá‐la e isso é algo que acontece com alguma frequência. Não sei porque tal acontece, 

pois tenho a sensação que a trabalhei bem e tenho a obra tecnicamente bem dominada. Há no entanto 

sempre algo que não me agrada e acho que esse é um problema que acontece com muitas pessoas, não 

apenas em Bach mas em  toda a música  (talvez particularmente evidente em Bach). Há um equilíbrio 

hiper‐complicado entre o rigor e a vertente mais  lírica e podemos sempre pensar na frase "tocar Bach 

como Chopin e Chopin como Bach" pois Chopin é um compositor muito clássico, longe da imagem ultra‐

romântica que temos actualmente.  

A música de Bach, por seu lado, tem muita sensualidade e penso que esse equilíbrio é realmente difícil 

de atingir. Convém dizer que estudei parcamente as disciplinas de análise e contraponto e a capacidade 

de análise que possuo  surgiu de modo  instintivo. Desenvolveu‐se muito com a audição de discos e a 

verdade  é  que  aprendemos muito de  análise  e  solfejo  ao  ouvir.  É muito  difícil  fazer  a  ligação  entre 

aquilo  que  estudamos  e  o  que  tocamos  e  parece‐me  urgente  a necessidade  de  criar  a  disciplina  de 

"estudos de interpretação". Por exemplo, analisar boas interpretações e ver quais os pontos que fazem 

com  que  gravação  X  ou  Y  se  destaque  das  outras.  Tal  permitiria  uma  ligação  entre  a  análise  e  a 

interpretação e  é  algo  sobre o qual  tenho  vindo  a pensar  recentemente  e  faço‐o  regularmente  com 

alunos, ouvindo diferentes versões da mesma obra. Em França, e em mais países, temos a análise de um 

lado e o instrumento de outro e estes dois nunca estão conectados e é frequente ver pessoas que são 

muito  boas  em  análise  e  que  quando  tocam  fazem  erros  típicos  de  pessoas  que  não  têm  uma  boa 

capacidade de análise.  

RGC  –  É  curioso  notar  como  existe muitas  vezes  uma  sobrecarga  de  disciplinas  teóricas  sem  uma 

verdadeira aplicação prática na disciplina principal. 

 JP  –  É  um  facto.  E  consideremos  ainda  o  facto  de  muitas  vezes  os  guitarristas  trabalharem 

paralelamente ao  curso,  todos estes elementos que  "roubam"  tempo  são  flagrantes  sobretudo nesta 

altura em que surgem guitarristas muito bons cada vez mais novos. Tenho alunos que  tiveram muito 

sucesso por volta dos seus 20 anos e por outro lado tenho outros alunos que são muito bons também 

mas que com 23‐24 anos  têm a  impressão de  já estarem completamente ultrapassados e "velhos". É 

algo que compreendo mas não deixo de achar absurdo pois quando alguém  toca bem, simplesmente 

toca bem seja qual  for a sua  idade e aos 23‐24 anos temos uma vida  inteira para continuar a evoluir. 

Contudo, estes alunos têm a impressão de estar atrasados porque com esta idade não ganharam o GFA 

por exemplo.  

É preciso notar que nem todas as pessoas que tocam bem vão ganhar este tipo de concurso e é por isso 

que é importante desenvolver outros caminhos. Para além disso, o facto de ganhar concursos ou fazer 

Guita 

conce

muito

por de

RGC –

JP – S

altura

altura

semp

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E assi

eu ser

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RGC –

 JP – 

arra Clássica 

ertos não gara

os concertos p

esenvolver o 

– Dessa consta

Sim, é muito 

a  já  tocava m

a  tive  vontad

re a viajar soz

quem  nos  e

ule a criativid

m propus a J

r mais velho, 

penas raras e

istem diferenç

ovisa  bem, m

ca e ouço exc

ro musical, ma

ível  do  repe

lmente dedica

compositor q

eterminados a

emos a mesm

– Quais são os

Existe o proje

ante que uma 

por ano e tem

interesse e a s

ante procura d

importante re

muitíssimo bem

e  de  fazer m

zinho e por vo

ntendamos  e

ade musical m

érémy que fiz

ele tinha bast

experiências n

ças considerá

usicalmente 

clusivamente m

as foi este gén

ertório  a  solo

ado à música 

que não se en

aspectos mas

ma opinião con

s próximos pro

ecto de grava

pessoa contin

mos sempre a

sua maneira d

de desenvolvi

eferir  isso. Co

m e  tornámo

música  de  câm

ontade de par

e  que  simult

mutuamente. 

zéssemos este

tante mais ex

neste campo. 

veis entre nó

aberto  (fez m

música clássic

nero que me m

o  temos  tam

espanhola e a

quadra nos m

s existe uma u

nseguimos sem

ojectos do vos

r um disco co

nue a evoluir 

 noção que a

de se exprimir

mento surge o

onheci  Jérémy

‐nos  amigos 

mara,  por  um

rtilha musical.

aneamente  g

 

e duo, algum 

periência que

Temos uma 

s, por exemp

música  indiana

ca. Não foi um

motivou e que

mbém  as  nos

acaba de grav

meus gostos e 

uniformidade 

mpre compree

sso duo?  

om música de

q

musicalmente

lgo dentro de

r através da m

o duo com Jér

y quando ele 

antes de  term

ma  necessidad

. Evidentemen

gostemos  com

tempo antes

e eu a nível da

maneira seme

lo o Jérémy, o

a)  enquanto 

ma decisão mi

e presenteme

ssas  diferenç

var uma parte

que não toco

de opiniões s

ender a escolh

e compositore

ue  fez  a  tra

recentemen

Teremos  C

maneira…) 

uma gravaç

 

 

 

e. Há imensas

elas já morreu

música.  

rémy Jouve? 

tinha 19 ano

mos decidido 

de  de  pesqui

nte, não é fác

mo  instrumen

 de ele ganha

a música de câ

elhante de ve

ouve imensos

eu,  faço  excl

nha o facto d

ente desperta 

ças,  Jérémy  t

 da integral d

o. Assim, som

sobre a músic

ha do outro.  

es franceses. 

anscrição  de 

nte  a  Sui

César  Franck

e uma transc

ção que farem

 

s pessoas que 

u. O essencial

os e eu teria 2

fazer o duo.

isa,  para  não

cil encontrar a

ntista,  alguém

ar o GFA. Ape

âmara, uma v

er a música, m

 estilos de mú

usivamente m

de ouvir apena

interesse.  

tem  um  pro

e Rodrigo e R

os muito dife

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Guitarra Clássica        

RGC  –  A  sociologia  é  uma  das  suas  grandes  paixões.  Sente  que  a  situação  de  crise  económica  tem 

paralelo com uma crise cultural?  

JP  –  É muito  difícil  comparar  as  histórias  das  diversas  culturas.  É  certo  que  há  cerca  de  uma/duas 

centenas de anos, a cultura pertencia a 0,1% da população. Existe actualmente o fenómeno da cultura 

de massa mas simultaneamente temos sempre tendência a pensar que no passado era bastante melhor. 

O que tenho a certeza é que quando dou aulas a alunos jovens, que estão a começar a estudar guitarra, 

parece‐me sempre milagroso como estes jovens de 10‐11 se interessam por música erudita uma vez que 

esta é muito pouco valorizada. É algo que me impressiona sempre, como se a necessidade de cultura do 

Homem, não pudesse ser apagada, independentemente da necessidade, da crise, do desemprego ou da 

necessidade de fazer mais dinheiro.  

Como disse, durante algum tempo imaginei a minha vida sem música, mas penso que a vida sem Arte, 

sem  cultura,  ficaria  desprovida  de  sentido.  Sobra  certamente  o  Amor  mas  falta‐lhe  uma  vertente 

espiritual  (e não sou crente) que apenas a Arte poderá dar. Acredito que a mais  forte espiritualidade 

reside na cultura e é algo vital. Se nos contentarmos meramente com comida, dormir e por aí fora, se 

perdermos a componente cultural da nossa existência não seremos diferentes dos animais. O Amor, é 

difícil saber o que é, existem definições complicadas mas muitos animais vivem em casal para sempre e 

isso acaba por ser amor também. Ao fim ao cabo, a Cultura é uma produção exclusivamente do Homem 

e é uma necessidade, infelizmente pouco valorizada no momento presente. 

RGC  –  Enquanto  professor  (e  um  dos  professores  mais  pretendidos  actualmente)  o  que  procura 

especificamente nos seus futuros alunos?  

JP – É complicado de definir. Tenho a sorte de, desde há 9‐10 anos,  ter alunos muito bons à partida. 

Quer  isto  dizer  que  chegam  com  um  nível  já muito  alto  o  que  como  é  evidente,  torna mais  fácil  o 

trabalho futuro. Actualmente, tenho também a sorte de poder escolher e é um pouco difícil de dizer o 

que motiva a selecção. Mas, gosto que os valores que tenho na vida musical sejam semelhantes aos dos 

futuros alunos. Se um aluno quer apenas ser muito famoso e tocar coisas de um gosto duvidoso aí tenho 

a certeza de não querer  trabalhar com ele. Procuro alguém que seja  realmente dedicado à Arte, que 

tenha  necessidade  da Música  para  se  exprimir,  que  tenha  necessidade  de  viver  a Música  que  seja 

relativamente similar à minha.  

Depois deste período de aulas, cada um terá o seu próprio percurso e vejo  isso nos alunos que tenho 

pois  todos  fazem  percursos  incrivelmente  diferentes,  e  dentro  desses  percursos,  vejo  que  a minha 

influência é relativamente fraca o que é muito bom, pois o percurso deve pertencer exclusivamente às 

pessoas. Poderão  ser pessoas  com objectivos  comuns: melhorar ou  trabalhar determinados aspectos 

mas no fundo ficarão sempre eles mesmos. 

RGC – E quais são aqueles que considera como os seus principais ensinamentos?  

Guitarra Clássica        

JP  –  Fico muito  contente  se  sentir  que  os  alunos  são  felizes  enquanto  estão  a  fazer música  ou que 

eventualmente  vão  continuar  a  fazer  música  durante  muito  tempo,  sempre  com  esta  felicidade 

presente. Tal  felicidade poderá tomar  formas diferentes pois nem todos serão concertistas, como por 

exemplo Gabriel  [Bianco] ou Florian  [Larousse], mas se  todos chegarem a esta relação positiva com a 

música,  seja  com um  concerto por ano ou por  ser um professor entusiasta que  faz com que os  seus 

alunos gostem de música, ou músicos de ensembles maiores. Em resumo, quando as pessoas estão vivas 

no que respeita a música, posso dizer que cumpri a minha missão quanto ao que deveria acrescentar à 

vida de cada um dos alunos. É preciso compreender que não tenho espaço para todos os alunos mas há 

espaço para que cada aluno encontre o seu caminho.  

Durante um  curso que  leccionei  inserido num  festival e  cursos de outros  instrumentos, havia muitos 

violinistas  entre  15  e  18  anos, mais  novos  que  os  guitarristas,  que  queriam  estudar  exclusivamente 

concertos.  Durante  esse  curso,  foi‐lhes  pedido  que  fizessem  música  de  câmara  com  outros 

instrumentos,  algo  que  não  tinham muita  vontade,  de  tal modo  que  sabotaram  o  concerto  final  e 

tocaram mal de propósito. Apercebi‐me que dentro destes 300‐400 alunos que estudavam unicamente 

concertos, apenas um número restrito irá realmente tocar ao longo da sua vida estas obras e é pena que 

não desenvolvam outros aspectos para além deste. E é isso que gostava de expandir no trabalho com os 

meus alunos, que possam gostar de música de câmara, que possam gostar de ensinar, que possam estar 

vivos com a Música. Evidentemente, sinto‐me muito  feliz com o  facto de ensinar e sinto que há uma 

comunicação e retorno maior durante as aulas do que por exemplo durante um concerto, onde toda a 

gente diz que foi muito bem no final, onde não é possível saber exactamente o que as pessoas pensam, 

que é algo que acho meio  frustrante: perceber que há pessoas que gostam dos concertos por  razões 

absurdas como  tocar  rápido. Durante as aulas  temos a noção do que a pessoa ouviu e compreendeu 

pois houve um verdadeiro intercâmbio de comunicação. 

RGC – Como utilizador frequente das novas tecnologias de comunicação, quais as principais vantagens e 

desvantagens que destaca deste enorme mundo?  

JP – No campo da música, há  imensas possibilidades. Se, eu fiz poucos concursos e nunca parti para o 

estrangeiro para estudar, tal se deve ao facto de na minha altura ser bastante mais complicado e caro 

viajar. Nesse  sentido  é  de  invejar  a  comunicação  possível  actualmente,  comunicação  entre  alunos  e 

comunicação também possível com determinados professores. Tenho alunos de diversos países graças a 

este  poder  de  correspondência.  Do  mesmo  modo,  determinados  aspectos  mais  pueris,  como  por 

exemplo a questão do ataque à esquerda vs ataque à direita, desapareceram pois as pessoas viajaram 

muito e consequentemente evoluíram.  

Enquanto cada um estava isolado no seu canto ou país, referíamo‐nos a escolas de uma pessoa, "Escola 

Lagoya",  "Escola  Carlevaro",  "Escola  Ponce"  e  por  aí  fora.  A  partir  do momento  em  que  viajamos 

apercebemo‐nos  que  há  coisas  interessantes  um  pouco  por  todo  o  lado  e  isso  foi muito  positivo. 

Naturalmente, o verdadeiro problema coloca‐se na indústria discográfica, mesmo que tal não afecte do 

mesmo modo os músicos clássicos que não são os principais motivos de venda das editoras. Ao gravar 

Guitarra Clássica        

para a Naxos, fiquei muito contente naturalmente mas pensei que foi muito bom gravar para eles antes 

que  deixassem  de  fazer  discos.  Os  1500  discos  que  comprei,  perfazem  uma  bela  soma mas  se  os 

comprasse actualmente seria muito mais barato. E este desconto dos preços é demonstrativo da perda 

de valores que damos à música. Comprei uma integral de piano, 100 discos por 90 euros, e cada disco é 

realmente  incrível.  É  fantástica  esta  possibilidade mas  ao mesmo  tempo  é  perigoso  pois  podemos 

pensar:  "Por  quê  comprar  um  disco  a  15  euros  quando  posso  comprar  100  a  um  euro  cada?"  A 

globalização faz com existam muitos guitarristas que estejam constantemente em tournée mas de igual 

modo  faz  com que muito poucos  sejam  realmente  conhecidos, não  só em guitarra mas em  todos os 

instrumentos. O que  torna  impossível que exista um novo Karajan, Rostropovich, etc, pessoas que se 

tornam conhecidas apenas pela música.  

Actualmente,  existe  uma  razão  paralela  à  música  para  que  os  intérpretes  sejam  conhecidos.  Por 

exemplo,  Lang‐Lang é um  representante do novo poderio asiático, Helène Grimaud apoia os  lobos, e 

cada  um  tem  algo  que  para  além  da música  faz  com  que  tenha  destaque  através  do media.  Antes 

existiam pessoas como Horowitz, Rubinstein, Rampal, Lagoya, que eram muito conhecidos unicamente 

por aquilo que faziam musicalmente.  

RGC – Mas é preciso considerar a força que o marketing tem…  

JP – Sem dúvida que há um marketing muito  forte.  Li  recentemente uma entrevista de uma pianista 

chinesa que ganhou diversos concursos e nesta entrevista falou de Lang‐Lang e menciona como muitas 

histórias  em  torno  deste  pianista  não  correspondem  propriamente  à  verdade.  É  verdade  que  o 

marketing  joga uma carta muito  importante mas não deixo de o constatar sem sentir alguma pena. É 

óptimo  que  se  queira  dar  cultura  a  todas  as  pessoas  mas  observo  que  em  vez  de  levarmos,  ou 

levantarmos o nível cultural das pessoas, estamos constantemente a baixar o nível da cultura para que 

corresponda à média das pessoas.  

É  algo  que  não  posso  fazer  na minha  vida.  Vivo  confortavelmente,  tenho  os  alunos  que  quero,  os 

concertos, portanto não tenho razões para me deixar controlar por um determinado marketing. Estou 

num  contexto  onde  uma  vez  que  não morro  de  fome,  não  tenho  razões  para  fazer  coisas  que  não 

correspondem com a minha forma de ser. Naturalmente, é preciso pensar que nem todas as pessoas se 

encontram  nesta  situação,  que  cada  um  de  nós  tem  os  seus  próprios motivos,  e  a  verdade  é  que 

infelizmente pode ser muito  lucrativo. Certas pessoas  fazem certas coisas para serem conhecidas, é a 

sua escolha. Se vivemos correctamente não há grandes razões para criticar.  

RGC – No entanto a escolha que uma pessoa  faz no  sentido de querer mais ou menos mediatismo e 

exposição acaba por influenciar a sua maneira de pensar a música.  

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