cheio ou vazio

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Copyright Professor Paulo Sérgio Buhrer Todos os direitos reservados. 1 PAULO SÉRGIO BUHRER CHEIO OU VAZIO? A vida está implorando para fazer você feliz. Dê uma chance a ela

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PAULO SÉRGIO BUHRER

CHEIO OU VAZIO? A vida está implorando para fazer você feliz. Dê

uma chance a ela

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Sumário SINOPSE ............................................................................................................................................................. 4

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 5

RIQUEZA E POBREZA NÃO SÃO COISAS MATERIAIS .......................................................................................... 9

UM PANORAMA IDEAL DA CAIXA DA VIDA ..................................................................................................... 10

TRÊS GRANDES RAZÕES PARA A INFELICIDADE ............................................................................................... 12

VOCÊ NÃO PRECISA DE RENÚNCIAS PARA SER FELIZ ...................................................................................... 13

REMÉDIO NÃO TRATA CAUSAS ........................................................................................................................ 15

ESCOLHAS ........................................................................................................................................................ 17

APARÊNCIAS .................................................................................................................................................... 18

SEMPRE HÁ SOLUÇÕES .................................................................................................................................... 21

COMO SER FELIZ MAIS VEZES DO QUE SÓ DE VEZ EM QUANDO? .................................................................. 22

1. ENCONTRE SUA ESSÊNCIA ............................................................................................... 23

Respeite seus princípios e valores ........................................................................................................... 27

Escute seu coração .................................................................................................................................. 36

Destrua a mediocridade .......................................................................................................................... 38

Não se encha de coisas vazias ................................................................................................................. 42

Não se esvazie de coisas cheias ............................................................................................................... 45

RESUMO: ................................................................................................................................. 47

2. ORGANIZE SUA CAIXA ...................................................................................................... 47

Curta muito o que você tem .................................................................................................................... 49

Deseje intensamente mais da vida .......................................................................................................... 53

Vá sem muita pressa................................................................................................................................ 57

Faça da gratidão sua semente ................................................................................................................. 59

Liberte o amor ......................................................................................................................................... 64

RESUMO .................................................................................................................................. 69

3. FILTRE SEUS PENSAMENTOS ........................................................................................... 70

Primeiro filtro .......................................................................................................................................... 75

Segundo filtro .......................................................................................................................................... 76

Terceiro filtro ........................................................................................................................................... 76

Fluxo da filtragem .................................................................................................................................... 78

Especialmente para as mulheres (mas que todo homem deve ler) ........................................................ 80

RESUMO: ................................................................................................................................. 84

4. CONSTRUA UMA CARREIRA DE SUCESSO, SEM DEIXAR DE SER FELIZ ............................ 85

Estado Mental de Vencedor - EMV ......................................................................................................... 88

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Competência ............................................................................................................................................ 95

Algo a mais ............................................................................................................................................... 97

As que se matam de trabalhar, mas sem resultados expressivos ......................................................... 103

As que obtém resultados, mas matam a felicidade de fome ................................................................ 106

RESUMO: ............................................................................................................................... 109

5. ABRA A TORNEIRA DAS FONTES DA FELICIDADE ........................................................... 110

O que importa é o jeito como você faz ................................................................................................. 111

Trave uma guerra contra a tristeza ....................................................................................................... 113

Seja simples ........................................................................................................................................... 116

Fuja da solidão ....................................................................................................................................... 118

Resolva seu passado .............................................................................................................................. 120

Cuide-se fisicamente ............................................................................................................................. 125

RESUMO: ............................................................................................................................... 130

6. LIVRE-SE DAS ALGEMAS ................................................................................................. 130

Você não pode tirar as algemas alheias ................................................................................................ 133

Naturalmente alguns ficarão pelo caminho .......................................................................................... 138

Sonhe e realize os seus sonhos ............................................................................................................. 141

RESUMO: ....................................................................................................................................................... 144

A FELICIDADE CUSTA SÓ 12,80 ...................................................................................................................... 145

A VIDA É MESMO UMA CAIXA ....................................................................................................................... 145

DE ONDE VEM A IDEIA DA CAIXA DA VIDA? .................................................................................................. 147

CONTATO ....................................................................................................................................................... 149

BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS ................................................................................................................. 149

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SINOPSE

Por qual razão tantas pessoas atingem o ápice da vida financeira e profissional, porém, não

conseguem ser felizes, enquanto que outras que sofrem para pagar as contas parecem ser felizes

e desapegadas? Será que é possível ser feliz de verdade sem poder realizar sonhos? Será que

todos que correm atrás de riqueza material estão fadados a matarem a felicidade de fome?

Será que mesmo diante de todo tipo de dificuldade, infortúnios, problemas, e quem sabe até uma

enfermidade própria ou de quem a gente ama, é possível resistir a infelicidade?

Como estudioso do comportamento humano, descobri que cada pessoa carrega uma caixa, a Caixa

da Vida, e concluí que ninguém é feliz se passa a vida colocando apenas dinheiro e mais dinheiro

na Caixa. Como também descobri que ninguém é feliz, de verdade, se despreza o dinheiro, e nunca

se preocupa em colocá-lo na Caixa da Vida também.

Entendi que riqueza e pobreza não são coisas materiais, e sim imateriais. Elas estão na mente de

cada ser humano. Reconheci que há três razões principais que afastam a felicidade: Ter uma Caixa

da Vida cheia demais; Ter uma Caixa da Vida vazia demais; Não aproveitar o que tem na Caixa.

E o que mais me impressiona nos estudos que faço, é que as pessoas pensam que felicidade é

algo que dá para pedir na pizzaria, e o entregador deixa na porta de casa. Não adianta pedir

felicidade a ninguém: é você quem precisa dar de cara com ela.

No livro apresento um método para que você, leitor, seja feliz mais vezes do que só de vez em

quando. São seis passos fundamentais para você dar de cara com a felicidade e o sucesso que

você busca. Além de, quando a infelicidade bater na tampa da Caixa da sua Vida, você saberá

como se proteger dela. Os passos são:

1. Encontre sua essência;

2. Organize sua Caixa;

3. Filtre seus pensamentos;

4. Construa uma carreira de sucesso, sem deixar de ser feliz;

5. Abra a torneira da felicidade, e

6. Livre-se das algemas.

Cada passo possui mini passos, que vão ajudar você a ser uma pessoa com mais autoestima e

energia para superar momentos difíceis, bem como se blindar contra o mundo externo, mantendo

seu foco não em chafurdar no lodo das lamentações, mas sim, em mergulhar fundo no rio da

felicidade, ainda que tenha de nadar contra a correnteza.

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É um livro inspirador, com conteúdo e experiência de vida, revelando a você que, na maioria das

vezes, a felicidade custa só R$12,80. Você vai saber disso lendo o livro.

“Ninguém é digno de ser feliz se não for capaz de organizar a Caixa da sua Vida, de uma maneira

que ela não se encha de coisas vazias, nem se esvazie de coisas cheias”.

Paulo Sérgio Buhrer

INTRODUÇÃO

A vida é tão fascinante e bela, que mesmo cheia de complicações, dificuldades e

problemas, seria inaceitável chegar ao fim dela imaginando que deveríamos ter vivido de

maneira diferente, não seria?

Seria uma lástima passar a maior parte da sua vida olhando para trás e desejando mudar

tudo o que fez e viveu. Isso não pode acontecer. Ninguém vive feliz se o tempo todo se

arrepende do que fez ou não fez. Uma das frases mais tristes para se dizer na vida é esta:

“Como eu poderia ter sido feliz se eu tivesse...”. É lamentável!

Quando o assunto é felicidade, sua estratégia não pode ser apenas a esperança. Você tem

de fazer da felicidade algo concreto. Como? É o que vamos aprender neste livro.

Muita gente pensa que dá para buscar felicidade no mundo de fora. Mas, infelizmente, a

felicidade não é como uma pizza, que você liga pedindo e o entregador a deixa na porta da

sua casa. Felicidade você não pede. Simplesmente faz, ou não faz, coisas que fazem você

dar de cara com ela. Caso contrário, é a sua coirmã que vai encontrar você: a infelicidade.

A felicidade também não está naquilo que se pode ver. Se fosse assim, pessoas cegas

jamais seriam felizes. No entanto, conheço dezenas de pessoas com algum tipo de

deficiência visual que “veem” a felicidade com muito mais frequência do que quem enxerga

perfeitamente. Onde está a felicidade? Com 100% de certeza afirmo que naquilo que se

pode sentir, e é isso que você vai aprender: sentir felicidade.

A felicidade também não depende da sua idade. Jovens, crianças, adultos, idosos, todos

têm o direito a ela. Só precisam aprender a cultivá-la em cada etapa da vida, aprendendo

a lidar com os episódios que vão se sucedendo na história de cada um.

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A felicidade, ainda, não tem muito a ver com o que você faz profissionalmente neste exato

momento. Dá para ser feliz sendo um vendedor de tintas em uma pequena cidade, ou um

alto executivo de uma multinacional. Depende mais de aprender a ser feliz onde se está

neste instante, do que esperar para ser feliz apenas quando chegar aonde se sonha.

A vida vive pedindo oportunidades para fazer a gente ser feliz... mas vivemos negando essa

chance a ela. E isso se deve porque não entendemos que todos nós ao nascer, recebemos

uma caixa, a Caixa da Vida. E é essa Caixa que teremos que carregar para sempre, pesada

ou leve, cheia ou vazia.

Essa Caixa é o grande presente que recebemos da vida. E quem não compreende que

mais importante do que a embalagem é o que está dentro dessa Caixa, terá sérias

complicações para ser feliz, ainda que deseje ardentemente a felicidade.

Ser feliz não é só uma questão de querer. Afinal, não consigo imaginar ninguém em seu

juízo perfeito querendo ser infeliz. Ser feliz é uma questão de querer e de fazer, ou não

fazer. Não é algo teórico, mas sim, prático. Se a felicidade fosse teoria, bastaria você

terminar de ler este livro que seria feliz. Porém, só vai conseguir isso se transformar a leitura

em aprendizado, e este em atitudes.

Eu adoraria que fosse ao contrário, ou seja, que você, ao terminar de ler este livro, pudesse

dizer: “ufa, agora sim sou uma pessoa feliz”. Mas prefiro não mentir.

Como diz meu filho mais novo: “isso não vai rolar pai”. Eu digo: isso não vai rolar meu

amigo, minha amiga. Ser feliz realmente é uma questão prática, e não de desejo apenas.

Duvida? Então por qual razão, por exemplo, uma mulher que é agredida, tanto física como

emocional e psicologicamente, não consegue se ver longe do agressor? Ela quer ser feliz,

não quer? Mas esse querer não dá a ela felicidade. Ela deseja ardentemente ser feliz,

porém, embora saiba na teoria o que deveria fazer para tal (largar o agressor), ela não põe

em prática.

Além do fato de as pessoas não entenderem que a felicidade não depende unicamente de

querer, o maior problema em relação à incapacidade das pessoas em ser feliz é não saber

gerenciar, organizar a Caixa da Vida delas. A Caixa é uma verdadeira bagunça. Geralmente

essa Caixa está cheia de coisas sem sentido, e vazia das que são cheias de significado.

Complicado? Nenhum pouco. Você vai ver como é simples ser feliz.

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Algumas pessoas lutam pelo que querem e vencem na vida. Porém, mesmo cheias de

coisas na Caixa, não conseguem preencher o vazio que sentem, sem saber bem ao certo

do que se trata esse vazio. Raramente estão plenamente felizes porque sempre querem

mais, sem mesmo saber por qual motivo.

Em alguns momentos elas parecem ter um lampejo de que a Caixa está cheia demais de

tudo o que é material, e pensam em diminuir o ritmo, se desfazer de algumas coisas que

não são essenciais. No entanto, elas sentem um nó na garganta só de pensar em deixar

de lado aquele carrão, a mansão, e ter uma vida mais simples. Na verdade, se preocupam

mais com o que os outros vão pensar, do que em se livrar do que pode estar tornando a

Caixa da Vida pesada demais.

Se elas soubessem que realmente não precisam deixar nada disso para serem felizes

ficariam mais apavoradas ainda.

Outras pessoas se acomodam, conquistam pouco, e por alguma razão, deixam seus

sonhos na gaveta. Dão atenção demais a quem as desvaloriza, critica e diz que não são

dignas de vencer. Ouvem sempre alguém falando que dá muito trabalho, e custa caro lutar

pelos sonhos, e concluem que o preço para correr atrás deles é mesmo muito alto. Porém,

depois de um tempo se dão conta de que ficar parado e desistir de realizar sonhos custa

muito mais, porque não há nada pior do que engavetar sonhos.

Quem faz isso, não vai encontrar motivos para ser feliz mais vezes do que só de vez em

quando.

Para entender do que estamos falando, é só você pensar em alguém cheio de dinheiro na

conta, mas que mesmo assim vive tendo altos e baixos emocionalmente (mais baixos que

altos), e a pessoa sente um vazio enorme de felicidade. Esse alguém vive rodeado de

pessoas, mas, há poucas com as quais pode contar se não tiver mais nada material a

oferecer.

Ou pensar em alguém que está com a Caixa totalmente vazia: não tem dinheiro ou amigos,

nem felicidade.

Qual das duas situações é a pior? Vamos ver.

Infelizmente, não é difícil encontrar alguém numa dessas duas situações. Quem sabe você

esteja vivendo isso ou algo parecido, seja você um jovem no início da construção da sua

vida, ou uma pessoa experiente que já passou por poucas e boas.

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Pense em alguém que vive em função de enriquecer a qualquer custo e consegue isso,

mas ainda assim não é feliz. E não falo de uma pessoa desonesta, que pisa nos outros

para subir na vida. Falo de pessoas honestas, que trabalham bastante, fazem o melhor que

podem na carreira, nas empresas, nos negócios, iguais a mim e a você.

A razão para não se sentirem bem é que enquanto engordam a conta no banco, a conta da

felicidade faz regime o tempo todo. Acumulam bens e mais bens, e tudo isso tomou o lugar

da felicidade na Caixa da Vida, e agora não conseguem mais organizar, gerenciar as

coisas. Elas têm medo da pior das solidões: aquela na qual se vive rodeado de gente, mas

nenhuma delas está conosco pelo que somos. Elas têm medo de não serem feliz, mas

parece que o medo de perder tudo o que conseguiram é maior, embora, talvez, seja esse

acúmulo que causa infelicidade.

Pense agora em alguém que tenha desistido dos seus sonhos, que tenha se entregado ao

conformismo, e aceita passivamente tudo de ruim que acontece na sua vida. Ela abandonou

seus projetos, foi perdendo a motivação, a ousadia, e enterrou a semente dos seus desejos

no quintal da acomodação, e ela não brotou. Como não realizou os próprios sonhos, talvez

ela passou a viver e fazer de tudo pelos outros, mas se esqueceu dela mesma. Ela não

percebe que ninguém consegue ser feliz de verdade se só pensar nos outros. Deveria saber

que quem se esquece de si mesmo convida o tempo todo a infelicidade para entrar em sua

Caixa da Vida: cedo ou tarde ela aceita o convite.

Você consegue imaginar pessoas assim? Conhece alguém? Você já viveu, ou vive uma

dessas situações? É terrível viver sem felicidade, não é?

Logicamente que as pessoas não vivem só de felicidade. Afinal, ela não paga as contas, e

nenhuma empresa aceita um sorriso como forma de pagamento de uma dívida. No entanto,

experimente viver sem felicidade por muito tempo que aí sim não vai conseguir pagar suas

contas, porque a infelicidade rouba as forças e rasga a cortina da energia que você precisa

para seguir seu caminho.

Sucesso e felicidade não estão umbilicalmente atrelados a ter ou não muito dinheiro. A

questão é que as pessoas estão sempre em dúvida sobre o que as faz feliz, e aí o dinheiro

parece suprir essa dúvida.

Você precisa aprender a se relacionar bem com o dinheiro, porque ninguém é feliz se dá

muito valor a ele, ou se o despreza.

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O que mais importa em relação à felicidade é o fato de você saber como equilibrar a Caixa

da sua Vida, correndo atrás dos sonhos, fazendo o melhor que pode em tudo, por que aí

as coisas materiais parecem ser atraídas para dentro da Caixa, e quando chegam, não

ocupam mais espaço que o necessário.

Recusar-se a enterrar a semente dos sonhos no quintal da acomodação é um grande salto

para ir ao encontro da felicidade que está maluca para fazer parte da Caixa da sua Vida,

desde que você faça sua parte.

RIQUEZA E POBREZA NÃO SÃO COISAS MATERIAIS

Isso mesmo. Riqueza e pobreza estão dentro da cabeça de cada um, e não naquilo que se

pode ver materialmente. Há ricos pobres e pobres ricos; ricos ricos e pobres pobres.

Será que os ricos são sempre tristes, depressivos, e precisam tomar remédios para dormir,

além de afogarem suas mágoas num copo com whisky e gelo como vemos nas novelas e

filmes? Será que são todos avarentos, mesquinhos e não sabem dividir e ser generosos?

Sabemos que não. Há pessoas ricas extremamente bondosas, caridosas e que vivem muito

felizes. Esses são os ricos ricos. Se forem avarentos, mesquinhos, egoístas, são os ricos

pobres.

E claro, também existem pessoas sem uma grande soma em dinheiro no banco, mas que

são extremamente felizes, bondosas, generosas mesmo com o pouco materialmente que

têm. Estes são os pobres ricos. Se não tiverem sonhos, se apenas reclamarem da vida e

culparem aos outros, são os pobres pobres.

Em meio à confusão que parece que ter ou não dinheiro representa, a verdade é que não

precisamos abandonar nossos projetos de riqueza para sermos felizes. Desistir de ter

dinheiro e uma situação confortável só porque dá trabalho, ou parece que precisaremos

escolher entre ser rico e feliz, não faz sentido. Tampouco entrar na onda de que pobre é

que é feliz, mesmo vivendo atolado em dívidas e dificuldades.

O importante é você não deixar sua mente convencer de que se você nasceu pobre, vai ter

que morrer miserável. E acredite: ela é capaz disso. Nem permitir que ela convença você

de que, só porque tem dinheiro, é melhor que os outros e está mais apto a ser feliz.

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A felicidade tem seu ponto de partida na correta distinção de que riqueza e miséria não são

coisas materiais, mas sim, mentais.

UM PANORAMA IDEAL DA CAIXA DA VIDA

Um grave problema em relação à felicidade é nossa visão errada da Caixa da Vida. Não

percebemos que a alegria, o sucesso e a felicidade não estão em encher essa Caixa.

Tampouco em esvaziá-la. A solução está em criar a verdadeira ponte para a felicidade, que

é organizá-la de acordo com o que é importante e necessário para aquilo que queremos

pôr/tirar dela todos os dias.

Claro que entrarão na Caixa coisas que não gostaríamos que entrassem, mesmo que

frequentemente nós mesmos concedemos para que elas entrem. E tantas outras coisas

que desejaríamos que fossem para dentro da Caixa talvez nunca entrem, ou pelo menos

não no momento em que mais precisávamos.

Lembro-me de uma vez numa palestra que fiz, e enquanto dizia que as pessoas precisam

ter mais energia e paciência para que as coisas deem certo, um dos participantes levantou-

se e gritou: “fale isso para a empresa de energia elétrica. Esse sistema em que vivemos

me sufoca. Só os ricos ficam mais ricos, e os pobres mais pobres. Esse governo, esses

empresários só querem arrancar o couro da gente. Não preciso de conselhos, preciso de

dinheiro para pagar a conta”.

Em partes, ele estava com a razão, não estava? Mas a culpa não era minha por seu talão

de luz estar atrasado. Com certeza a Caixa da Vida dessa pessoa estava com problemas,

e culpar aos outros não era a melhor solução para ela resolver esses problemas.

Se não formos capazes de organizar, gerenciar essa Caixa, fatalmente chegaremos ao fim

desta jornada da vida com:

Uma sensação de completo vazio, mesmo que a Caixa esteja transbordando, só que

será de um monte de quinquilharias, e não do que precisávamos que estivesse lá

dentro;

Uma sensação de peso enorme, mesmo olhando para a Caixa vazia.

Em uma consultoria que prestei, como Coach, meu cliente disse que gostaria de morar num

mosteiro budista, porque acreditava que os monges é que são felizes, pois eles são

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capazes de resolver todos os problemas que aparecem, e dariam um jeito de saber como

encher ou esvaziar a Caixa da vida.

Sem desmerecer os monges, mas a questão é que eles são muito bons para resolver os

problemas dos outros. E nisso todos nós somos, não somos? Conheço monges, e já me

aconselhei com eles, e um deles, enquanto me aconselhava, atendeu a uma ligação no seu

celular. Notei que ele mudou completamente o discurso que estava tendo comigo, e disse

a quem estava do outro lado da linha: “preciso sim desse dinheiro ainda hoje. Temos vários

monges aqui com essa maldita gripe. Traga hoje mesmo ou teremos sérios problemas”.

Todos nós temos problemas. Isso não é um privilégio meu ou seu.

Muita gente diz que daria todo o dinheiro do mundo para ter um tempo em paz, onde

pudesse se sentir leve e feliz completamente. É engraçado, porque a vida dessas pessoas

só está pesada e estressante porque elas próprias trouxeram isso para dentro da Caixa.

Se encheram de bens, dinheiro, e tantos compromissos que parece que a Caixa está cheia

de pedras. O que era para trazer alegria, leveza e felicidade tem deixado a Caixa da Vida

pesada. E nem mesmo que se mudem para um mosteiro elas vão aliviar o peso da Caixa.

O que essas pessoas que pensam assim querem, na realidade, é fugir das pressões,

dúvidas, dificuldades, dores que o mundo também oferece. Só que fugir não significa

resolver. Cedo ou tarde, aquilo do que elas tentam fugir acaba as encontrando de novo,

como aquela pessoa que você sonhava em nunca mais ver e de repente ela está ali na sua

frente, na fila do caixa do supermercado.

E as pessoas que dizem que estão com a conta no banco vazia, e que se sentiriam bem se

ela estivesse transbordando de dinheiro? Mesmo com boas intenções, não sabem do que

estão falando. Elas precisariam conhecer a vida de quem é cheio de dinheiro, mas vive

procurando a felicidade e só a vê na vida dos outros.

Vamos falar neste livro sobre como você pode dar a chance que a vida lhe oferece para

você ser feliz a maior parte do tempo. Vai também aprender a organizar, a gerenciar sua

Caixa da Vida, porque definitivamente é isso que vai fazer você olhar para sua vida e dizer:

“puxa, que bela Caixa que eu tenho aqui comigo”.

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TRÊS GRANDES RAZÕES PARA A INFELICIDADE

Minha teoria é que a maior causa para não criarmos felicidade é o fato de, mesmo que

involuntariamente, criamos infelicidade. E três problemas são o principal combustível para

essa criação:

Ter uma Caixa da Vida cheia demais;

Ter uma Caixa da Vida vazia demais;

Não aproveitar o que tem na Caixa.

Querer, sonhar com o melhor que a vida pode oferecer é ótimo. São os sonhos, a ambição

sadia que fazem você enfrentar os problemas, porque vê nesse enfrentamento, e na

solução deles, a chance de conseguir realizar o que você sonha.

No entanto, quando esse querer, esse sonhar ultrapassam a barreira da ambição sadia,

acaba se tornando ganância, e aí as conquistas materiais começam a afastar a felicidade,

porque a pessoa sempre vai querer um pouco mais do que já tem, nunca se satisfazendo

com nada. Mesmo com a Caixa derramando, cheia de coisas, vai ficar um vazio na alma,

um abismo quando o assunto é felicidade, paz de espírito, e aquele prazer de viver que ela

gostaria de sentir mais e mais vezes.

É gostoso sonhar, querer, lutar e batalhar todos os dias em busca de conquistas. Mas,

quando você passa a ter como foco de vida ser feliz só se tiver muito além do que precisa,

e que esse muito além seja apenas para você, sem ajudar aos outros, estará alimentando

todo dia o pássaro da infelicidade. E ele vai, inevitavelmente, voar para bem pertinho de

você, porque ninguém precisa de milhões na conta para ser e fazer as pessoas felizes.

Warren Buffet, um dos homens mais ricos do planeta ajuda muita gente com o dinheiro que

tem. Madre Tereza, talvez o ser humano mais desapegado de riqueza também fez a

diferença na vida das pessoas, e pelo que se sabe, foi muito feliz.

Já, querer muito menos do que é importante para uma vida estável e confortável é outro

erro. As pessoas até dão conta de ser feliz com pouco, mas com menos que isso ninguém

consegue. E vejo frequentemente gente que mal consegue manter suas necessidades

básicas tentando ser feliz, sem êxito. Caixa vazia de recursos materiais também é sinônimo

de infelicidade.

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As pessoas até dão conta de ser feliz com pouco, mas com menos que

isso ninguém consegue.

E o terceiro problema surge: cheias ou vazias, as pessoas não são mais capazes de

agradecer nem de aproveitar o que tem na Caixa no momento presente. Não dá para deixar

para curtir a vida amanhã, quando você tiver o que sonha, nem ser feliz vivendo apenas de

lembranças. E o ontem e o amanhã não possuem nada real para nos oferecer, a não ser

recordações e possibilidades.

Em qual dos lados você está hoje? De quem quer sempre muito mais do que já possui, ou

do lado de quem se conforma com o pouco que tem?

Na verdade isso não importa muito. Se estiver de algum desses lados, é certo que não está

aproveitando o que tem na Caixa da Vida, porque a solução está no elo entre uma coisa e

outra.

VOCÊ NÃO PRECISA DE RENÚNCIAS PARA SER FELIZ

Você já notou que a maioria das pessoas vive angustiada. Por que será que parece que

sempre está faltando alguma coisa? Por que não conseguem fazer a vida valer a pena de

verdade? Ou quando parece que tudo vai a mil maravilhas, vivem procurando ou

imaginando que alguma coisa está ou dará errada?

Parece que a felicidade realmente mora na Caixa da Vida dos outros. Por que isso

acontece?

Por uma razão óbvia: para muitas pessoas conseguirem ser feliz na carreira elas acabam

abandonando a vida pessoal, ou para serem felizes nas relações afetivas renunciam o

sucesso profissional.

Só que felicidade não tem nada a ver com renúncias. Toda vez que você renuncia algo que

ama e lhe faz bem, está provocando sua infelicidade. Para ser feliz você precisa, em vez

de renuncias, fazer concessões e alguns pequenos sacrifícios às vezes. Não precisa

renunciar a nada.

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O segredo está em saber organizar, administrar a Caixa de uma maneira que você não se

encha de coisas inúteis, que tomam espaço e bloqueiam a entrada do que levaria você

realmente para o caminho da felicidade.

Pela falta de organização, o problema que é gerado é a falta de equilíbrio entre vida pessoal

e profissional.

Esse desequilíbrio leva a:

• Estresse;

• Ansiedade;

• Rompimentos;

• Frustrações;

• Tristeza;

• Paralização dos sonhos.

O estresse e a ansiedade são normais num mundo onde ser ótimo já não tem sido suficiente

para alcançar o que chamam de sucesso. O problema é não saber como reduzir esses

níveis de estresse e ansiedade, já que muita gente mal tem tempo sequer para sentar à

mesa e fazer uma refeição em família.

Na busca pelo sucesso, as pessoas vão desequilibrando a agenda, e aí os rompimentos,

separações, conflitos acontecem, porque ninguém aguenta por muito tempo um

marido/mulher/pai/amigo profissional o tempo inteiro. Mesmo juntas, as pessoas parecem

separadas, porque uma, ou ambas, só pensa em sucesso na carreira e nos negócios.

Outras se acomodam, e renunciam ao sucesso profissional para serem felizes nos seus

relacionamentos. Isso também não funciona, porque para ser feliz de verdade, as pessoas

precisam de um sucesso equilibrado nas duas áreas.

Com tudo isso acontecendo, as pessoas tendem a tomar duas decisões: viram o jogo e

partem com toda força em direção dos sonhos; ou acabam paralisando esses sonhos, como

se vissem nisso a solução para terem mais tempo com as pessoas, menos estresse e

ansiedade, mais alegria e para parar com o processo de retroalimentação dos problemas.

Não se dão conta de que paralisar, renunciar aos sonhos é a pior decisão a ser tomada,

pois o ser humano começa a morrer quando decide pôr seus sonhos numa prateleira e

esquecê-los lá no meio da poeira.

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De algum modo, você tem de entender que não é renunciando ao seu sucesso profissional

que será feliz na vida pessoal. Nem renunciando ao sucesso pessoal para ser um vencedor

nos negócios fará você feliz.

Tudo o que precisa é aprender a fazer concessões e alguns sacrifícios numa área, e investir

mais em outra por um tempo. Quando perceber que está investindo demais, basta tirar um

pouco o pé do acelerador, fazer o retorno e investir na área que estava ficando em segundo

plano.

REMÉDIO NÃO TRATA CAUSAS

Tristeza sem motivo aparente, irritação, um vazio existencial que por vezes tira o sono, falta

de sentido para o que fazemos, problemas conjugais, afetivos e no trabalho, tarefas

entediantes, colegas e chefes irritantes, medo das metas, de que a empresa quebre, de

perder o emprego ou a promoção, de não realizar sonhos, de que a relação afetiva vá de

mal a pior, de que os filhos se percam nas estradas da vida, ou quase que a certeza de que

as coisas vão dar erradas são sintomas comuns a todos nós.

E um grande erro nosso é imaginar que destruiremos todos esses sintomas, como se

jogássemos um vaso de porcelana que se espatifa no chão. Precisamos compreender que

raramente vivemos sem um pouco disso tudo. O problema é que às vezes parece que só

temos esses sintomas dentro da Caixa da nossa Vida, e aí a vida vai perdendo a graça.

Esses sintomas fatalmente trarão:

Insucesso profissional;

Fracasso na vida pessoal.

Quem consegue ser feliz com essas duas áreas da vida indo à falência? Ninguém. Por que

o resultado que obtemos na carreira afeta toda nossa vida. Quem não cresce

profissionalmente tem grandes dificuldades de evoluir como ser humano. Isso porque é

através do nosso trabalho que temos condições de realizar nossos sonhos e desejos, dos

mais simples aos mais sofisticados.

Como consequência, o insucesso profissional vai, rápida ou lentamente nos levar na

direção do fracasso pessoal. É difícil ver as outras pessoas evoluindo, realizando sonhos,

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enquanto nós continuamos com as mesmas dificuldades de todos os dias, e quando mudam

para melhor duram pouco, ou mudam para pior.

Sem sucesso profissional nem pessoal, uma das atitudes que mais vejo acontecer é as

pessoas se conformarem e começarem a arranjar todo tipo de desculpas para seus

fracassos, entrando numa rotina de infelicidade impressionante, se acomodando e se

acovardando diante do que precisa ser urgentemente modificado em suas vidas. Olham

para a Caixa e tudo o que fazem é lamentar, em vez de a abrirem, verem o que está errado,

e reorganizá-la.

Mas não são apenas os acomodados que sofrem esses sintomas. Há aqueles que são

agitados, proativos, ousados, inquietos no trabalho. Pensam sempre em como fazer mais

com menos, trabalham muito, parece que não precisam de descanso, e nunca tiram um

tempo de qualidade para si mesmos e para dar atenção a quem amam.

Esses podem até conseguir um sucesso profissional, mas em pouco tempo vão destruir a

vida pessoal se não cuidarem direito das pessoas que amam, além de em breve irem visitar

vários médicos especialistas em virtude da insônia, dores de estômago, tensão muscular,

dor de cabeça.

Em pouco tempo, tanto quem é acomodado, como quem é proativo demais, serão pessoas

nervosas, irritadas, de pavio curto, e como dizia minha avó Zeferina: “que fazem um pé

d’água diante de qualquer goteirinha”.

Você se irrita facilmente com questões banais do dia a dia? Provavelmente sim.

Pais se irritam com o barulho que os filhos fazem enquanto brincam, como se preferissem

crianças doentes. O casal se irrita um com o outro por questões sem qualquer sentido,

como quando um não arruma a cama pela manhã. Funcionários brigam por qualquer coisa

e destroem um time que poderia ser vencedor. Chefes não têm mais paciência de ensinar,

e demitem colaboradores que poderiam ter um futuro brilhante. E clientes trocam de loja

diante de pequenas falhas no atendimento.

Para o pavio curto, e outros problemas desse gênero, não existe remédio desses que você

compra em farmácias que possa resolvê-los. Remédios podem até aliviar os sintomas e dar

uma falsa e curta sensação de alegria, de felicidade. Mas quando o efeito passa, a tristeza,

a angústia, o vazio, a irritação, o medo, e a consequência mais grave – a infelicidade -, vão

arrombar a Caixa da sua vida e entrar sem pedir licença.

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O único medicamento que tem o poder de curar tudo isso é você aprender a organizar,

gerenciar a Caixa da sua Vida, e para isso precisa seguir alguns passos que vai aprender

neste livro.

ESCOLHAS

A vida é aquilo que você escolhe fazer com ela, somado ao que deixa que os outros

escolham por você. Só que isso, no fim das contas também é uma escolha sua.

Com tristeza no coração sei que muita gente não está fazendo a escolha certa. As escolhas

estão abarrotando a Caixa da Vida com muita quinquilharia que não deveria entrar, ou, ao

menos, não permanecer nela.

Não é difícil fazer escolhas, como muita gente pensa. Difícil é aguentar o que vem depois.

E é por isso que a maioria prefere continuar levando do jeito que está para ver como é que

fica, sem notar que essa é, geralmente, a pior das escolhas. Na maioria das vezes as

pessoas pecam mais pela inação, pela inatividade, por não fazerem nada, do que por fazer

alguma coisa.

O que você quer para a Caixa da sua Vida? Para você, o que é importante na vida?

Para alguns, a vida é feita de muitos passos descalços na grama, na areia ou na terra. São

pessoas aparentemente desapegadas de coisas materiais. Para outros, é feita de muitos

passos com bons sapatos. Alguns dizem que a vida cabe dentro de um beijo, de um abraço.

Outros falam que a vida tem de ser sinônimo de mordomias.

Qual maneira de perceber a vida está certa? Isso mesmo que você pensou: as duas.

Sim, a vida requer mordomias, dinheiro, bens, mas nada disso tem sentido se não houver

um monte de doces e sorvetes e um jantar abençoado em família.

Muita gente escolhe correr atrás do sucesso material, de conquistar tudo o que puder.

Todavia, no final se veem cheios e vazios ao mesmo tempo. O problema foi tudo o que

conquistaram e colocaram dentro da Caixa da Vida? Claro que não. O problema foi o que

deixaram de fora da Caixa.

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Há também quem não tenha conquistado o que gostaria, e de alguma maneira acabou se

conformando. Acharam caro demais o preço do sucesso, porém não se sentem bem com

o preço estratosférico do fracasso, e lamentam dia após dia por não terem o suficiente para

oferecer o que a família precisa. Perceberam que isso custa mais caro que o preço do

sucesso, pois custa a honra e dignidade, que ficaram fora da Caixa.

Quem escolhe um desses extremos – viver em função do sucesso material, ou ser

completamente acomodado em relação a isso -, terá grandes dificuldades para ter uma vida

feliz.

Um dia você descobre que não é o que o dinheiro pode comprar que traz paz, plenitude,

felicidade, mas sim exatamente aquilo que ele não pode comprar, como carinho, belas

amizades, amor, caráter, respeito. Mas no outro dia você descobre que quando você não

tem dinheiro para comprar aquilo que ele pode, sua paz e felicidade também vão embora.

O mais importante de tudo é que você precisa aprender a fazer suas escolhas, e não optar

com frequência por ficar sem fazer nada, só esperando. Analise vantagens e desvantagens

de cada escolha importante que tiver de fazer e pense nos resultados, no seu presente e

no futuro que quer para sua vida.

Depois é só observar para qual direção suas escolhas estão levando você. Se elas estão

levando você para onde você quer ir, mesmo que apareçam obstáculos, tem chances de

ser a escolha mais adequada. Se estão levando você a um caminho que você não quer,

significa que não é a escolha mais correta, embora, talvez, você tenha que percorrer por

esse caminho para aprender.

APARÊNCIAS

Muitas pessoas nem querem, de verdade, o que dizem que querem. Sabe do que estou

falando? Imagino que sim, pois certamente conhece alguém que, como dizem, “vive de

aparências”.

Elas querem alguma coisa não porque adorariam ter, porque é útil ou dará prazer a elas.

Elas simplesmente querem porque alguém que geralmente não gostam, tem. Querem

também porque dizem que está na moda, porque é “legal” ter. No fim das contas, atitudes

como essas podem até levá-las a conquistar o que “querem”. Contudo, levam também a

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um vazio enorme, porque ninguém que vive de aparência consegue mantê-la por muito

tempo.

Para pessoas assim, a conclusão é que o remédio mais barato para preencher a Caixa da

Vida é parecer. Aí parecem legais, felizes, honestas, vivas, alegres. O problema é que

parecer tem um preço muito alto.

Quando queremos parecer honestos é porque perecemos de honestidade; quando

queremos parecer amar é porque carecemos de amor; quando queremos parecer felizes é

porque estamos perecendo de felicidade.

Parecer não é remédio, é veneno.

As pessoas estão comendo o que não gostam para parecerem sofisticadas. Compram e

vestem roupas de grife sem ter um tostão no bolso. Comprometem o orçamento da família

só para comparem o que alguém também comprou. Relacionam-se com algumas pessoas

amargas, sem sal, arrogantes, porém, ricas, apenas para parecerem da high society.

Lembro-me de uma vez que fui à casa de uma amiga e vi que ela tinha um novo cachorro.

Me contou que tinha pago os olhos da cara pelo animalzinho. Mas também não pude deixar

de notar o quanto era feio (aos meus olhos) o pobre bichinho e não me aguentei sem lhe

dizer: “Puxa, me desculpe, mas ele é feio pra caramba não é, e ainda fica com essa língua

pra fora o tempo todo. Parece mais uma cobra do que um cachorro”. Ela disse que também

achava feio, porém retrucou: “É feio mesmo, mas minha vizinha comprou um e disse que

era cachorro de rico, então todo mundo vai achar ele é bonito”. (menos eu)

Me contou que ficava observando que roupas a vizinha comprava para o cachorro e corria

comprar uma melhor. Se a vizinha levava o animal num pet shop, minha amiga também

levava e fazia questão de colocar mais adereços no bichinho do que a vizinha. Todos esses

gastos, claro, parcelados no cartão de crédito.

Sabe quem ganhava com tudo isso? Os dois cachorros.

O tempo todo vemos as pessoas vivendo em função das aparências. Precisamos parar de

comprar “cachorrinhos feios” só porque eles parecem bonitos por esta ou por aquela razão.

Quanto tempo e dinheiro perdemos tentando ser o que não somos, ter o que ainda não

podemos ter? Eu aposto que os pobres cachorros não estão nem aí se são feios ou bonitos.

Se derem um prato com ração e outro com água todos os dias, eles vão se sentir o ser mais

feliz do mundo. Eles não estão nem aí para as aparências.

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Viver de aparência nos torna infantis, como a criança que quer o brinquedo da outra. A

diferença é que as crianças não têm maldade. Viver de aparência nos faz perder o melhor

da vida: ser o que somos e aproveitar o que temos, e não querer ser o que os outros são e

ter o que eles têm.

Viver de aparências impede você de aproveitar a vida, de pisar descalço no orvalho da

manhã e de curtir o pôr-do-sol ao lado de pessoas especiais, de deitar na grama e ver os

pingos de chuva caindo. Se você viver para manter a pose, deixará de fazer coisas simples

só porque custam pouco, mas que são muito valiosas para a sua Caixa da Vida ficar cheia

de felicidade.

Você ainda tem coragem de observar as flores, o nascer e pôr do sol? Você consegue ficar

um tempo sentado num banco de uma praça, de mãos dadas com seu parceiro ou parceria,

e apenas curtirem a revoada dos pássaros, e olhar com carinho as crianças brincando?

Ainda olha no fundo dos olhos dos seus filhos, mesmo que eles já sejam adolescentes?

Você ainda tem a ousadia de acariciar o rosto cheio de rugas e marcas da vida da sua mãe,

do seu pai, ou de alguém que você ame, admire?

Ou acha que isso é ridículo?

Lembro-me de uma história que ouvi:

O filho de 38 anos estava no ônibus de volta para casa com sua mãe. Ele

apontava para as nuvens e dizia o quanto eram lindas e pareciam caminhar

junto com o ônibus. Olhava para as árvores e mostrava para sua mãe o

quanto eram verdes e belas. Quando começou a chover o homem ficou

inebriado, e até abriu a janela para sentir as gotas caindo sobre seus

cabelos. Ele tocava na face de sua velha mãe com mais de 60 anos e a

acariciava como se fosse pela primeira vez. As pessoas que estavam no

ônibus chamaram a atenção daquela senhora. “Hei, ele não é um moleque,

mas está agindo como se fosse. Peça para que não se comporte como

criança, que vê as coisas pela primeira vez”. A velha senhora sorriu e disse:

“Sim, é verdade, ele está vendo essas coisas pela primeira vez. Acabou de

sair do hospital onde fez uma cirurgia que lhe devolveu a visão depois de

tê-la perdido aos seis meses de idade”.

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As pessoas querem ser felizes, mas parece que o mais importante é manter a Caixa da

Vida cheia de aparências. Afinal, ser feliz sem sofisticação ou por coisas simples parece

ridículo.

Não é que viver de maneira sofisticada seja errado e traga infelicidade. Errado é imaginar

que por não ter um barco, uma casa na praia, carro importado, roupas de marca, ou não

frequentar lugares requintados torne você um infeliz.

Não permita que isso aconteça com você. Seja você, custe o que custar, por que, além do

mais, você não tem outra chance. Continue sendo quem é na sua essência.

Assim não vai precisar viver de aparências, e seja rico ou não, a felicidade estará sobejando

na Caixa da sua Vida antes que você possa imaginar.

SEMPRE HÁ SOLUÇÕES

Você já notou que quando uma dificuldade surge, a primeira impressão que a maioria das

pessoas têm é que ela não vai se resolver, ou que será muito difícil encontrar soluções?

Mas você não percebe também que as coisas vão se encaixando como as peças de um

quebra-cabeças, e que na maioria das vezes não são tão complicadas como imaginava?

Porém, é preciso compreender que elas não se ajeitam apenas com o passar do tempo,

como muita gente acredita. Elas se encaixam quando você age com sabedoria, e não

quando se esconde esperando que tudo se resolva sem a sua interferência.

A saída está em tirar a cabeça de dentro do buraco e se colocar como responsável pela

busca e criação de soluções, procurando ajuda de pessoas que tenham boas ideias e

conselhos para oferecer, sem transferir a elas a responsabilidade por tomar decisões, mas

sim apenas contar com o apoio delas.

Através deste livro, quero ser a pessoa que vai clarear algumas questões na sua vida, que

provavelmente estão impedindo você de ter uma Caixa da Vida cheia de sentido e vazia de

infelicidade.

Você vai aprender sobre as razões que fazem a Caixa da sua Vida ficar cheia ou vazia, e

também o que deve colocar, tirar ou substituir na Caixa

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Sei que muita gente apenas está infeliz por alguma razão conhecida ou não, mas adoraria

dar uma guinada no rumo que a vida tomou. Quem sabe você esteja enfrentando uma

situação muito difícil, financeira, emocional, profissional, nos relacionamentos. Talvez

possa estar enfermo, ou com alguém que ama muito com alguma doença grave, e você

não vê muita lógica em ser feliz.

Nem mesmo isso tem o poder de tirar de você o direito à felicidade. Sabe por quê? Por que

as pessoas que mais amamos, mesmo doentes, ou cheias de problemas, adorariam ver

que apesar disso, somos felizes. Só essa nossa felicidade já dá a elas uma melhor

recuperação. E isso vale também para nós mesmos: se estamos cheios de dificuldades na

Caixa da Vida, doentes, enfermos, ficar infeliz não melhora nada. O que é ruim na nossa

vida não gosta de felicidade.

Portanto, se você procurar ser feliz, ainda que repleto de coisas ruins acontecendo, vai

fazer com que essas coisas ruins vão embora mais rápido do que imagina.

Tenho certeza que só é preciso plantar e cultivar a semente da felicidade dentro da Caixa

da sua Vida, para que como uma pequena semente de mostarda, ela se espalhe e preencha

a Caixa com uma vida que vai fazer de você a pessoa mais feliz do mundo, dando ainda a

oportunidade de você promover a mesma sensação na vida de quem ama.

COMO SER FELIZ MAIS VEZES DO QUE SÓ DE VEZ EM

QUANDO?

Quero compartilhar com você um método que criei para que sua vida seja intensa e plena,

linda e perfumada como uma bela rosa. Para que você mude em alguns pontos e descubra

como ser feliz a maior parte do tempo.

Mas não são os métodos que mudam a vida das pessoas. São as atitudes colocadas em

prática que fazem isso. Assim você consegue aproveitar a beleza e o perfume das flores.

Mesmo sabendo que elas têm espinhos, nem por isso você desiste de admirá-las, pois será

capaz de perceber que as flores não deixam de ser mais belas porque têm espinhos, mas

que por isso mesmo é que são tão fascinantes.

Só quem sabe conviver com os espinhos consegue curtir a beleza das pétalas da vida.

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Está interessado em colocar essas flores (com os espinhos necessários) na Caixa da sua

Vida? Quem não estaria!

Então vamos começar.

1. ENCONTRE SUA ESSÊNCIA

Certa vez um índio passeava com seu amigo pela cidade de São Paulo, em plena

Avenida Paulista, no horário de pico. De repente o índio pediu para que parassem,

e ouvissem o canto de um pássaro. O amigo riu e disse: “que pássaro? Como é

que alguém vai ouvir um pássaro com todo este barulho? É carro pra lá, carro pra

cá, helicóptero, ambulância, gente ao celular fazendo negócios. É impossível

alguém prestar atenção num pássaro. Onde está ele?”.

O índio cruzou a avenida, e foi debaixo da sacada de um shopping, chamou seu

amigo e disse: “olha lá ele, como é linda a sua imagem e seu canto não é?”.

O amigo ficou impressionado com a capacidade do índio em ouvir o pássaro em

meio a tanto barulho, agitação e milhares de pessoas passando, e perguntou ao

índio como ele conseguia fazer aquilo.

Então o índio tirou umas dez moedas do bolso, jogou-as para cima, e deixou que

caíssem no asfalto. Rapidamente dezenas de pessoas pararam e começaram a

catar as moedas.

O amigo sem entender nada, perguntou qual a razão de o índio jogar tanto dinheiro

fora. E ele respondeu: “Viu, cada um ouve o que quer. O problema é que muitos

podem estar ouvindo só as moedas, e perdendo o verdadeiro som da vida,

perdendo a beleza e a formosura do cantar de um pássaro. Quem quer preservar

sua essência, primeiro ouve e encontra um sentido para a vida. Depois, o dinheiro

e o sucesso acontecem. Quem não faz isso, vai viver catando as migalhas que os

outros deixam cair”.

Muitas vezes fugimos da nossa essência. Aceitamos qualquer coisa que traga dinheiro, e

alguns acabam vendendo até a alma ao diabo (literalmente) para terem riqueza material.

Procuramos e aceitamos, por exemplo, trabalhos só pelo salário que eles oferecem. No fim

das contas, corremos o risco de viver catando as moedas, sem talvez nunca conseguir ouvir

o som dos pássaros cantando e sem sermos felizes de verdade.

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Às vezes, mesmo numa total pendura de dinheiro, precisamos ter coragem de negar uma

oportunidade. Se ela vai destruir nossa essência, não pode ser aceita. Nem todas as

oportunidades que aparecem são boas para a nossa vida como um todo. Pode significar

abrir as torneiras do crescimento na carreira, nos negócios, porém, um furo no

encanamento da felicidade.

As oportunidades são como um balão de ar: você o enche até o máximo e pronto. Não dá

para encher mais sem tirar parte do ar que já está lá dentro. Com as oportunidades é a

mesma coisa: para aproveitar uma, quando você já está com seu balão cheio, tem de tirar

outra de dentro do balão. Se não fizer isso sempre que for necessário, o balão estoura, e o

sucesso e felicidade que buscava vai para os ares.

Talvez você tenha o sonho de trabalhar num lugar onde possa mudar o mundo, onde

consiga realizar coisas magníficas em prol das pessoas. Porém, vai trabalhar numa

empresa onde os donos não estão nem aí sequer em atender bem aos clientes.

Quem sabe você ame tecnologia. Contudo, aceita um emprego onde ainda usam máquinas

de escrever para montar relatórios.

Quem vive fugindo da própria essência, vivendo em função de ter mais e mais, a qualquer

custo, ou quem aceita qualquer coisa que não exija muito esforço, mesmo não sendo o

trabalho dos sonhos, um dia verá seu balão da felicidade estourar.

Muita gente, por exemplo, troca de profissão porque recebe ofertas salariais maiores,

entretanto, percebe logo depois que não vai aguentar ficar por muito tempo num lugar onde

parece um peixe fora d’água. Um peixe fora d’água só será feliz se voltar para a água. Não

adianta você dar um carro, uma casa, um alto salário para o peixe. Sua essência está em

viver na água. Fora dela ele até tenta viver, se debate, procura o ar, mas acaba morrendo.

Você já se sentiu um peixe fora d’água? Talvez esteja se sentindo assim agora.

Sim, é importante ter um alto contracheque, não há como negar essa necessidade. Afinal,

o mundo respira dinheiro.

Contudo, como sempre, o problema não está no dinheiro. Está em você deixar escapar do

balão das oportunidades a possibilidade de seguir seu caminho, aquele caminho que sabe

que deveria seguir, em função de ganhar mais dinheiro em menos tempo. Se o dinheiro

leva a felicidade para longe, ele perde seu valor.

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Quando as pessoas me procuram para que eu as orienta sobre que carreira devem seguir,

sempre ouço: “Mas Paulo, e isso aí dá dinheiro?”.

Raramente alguém diz: “Se essa é a minha essência, então preciso encontrar uma maneira

de viver financeiramente disso”.

Então todos nós devemos fazer somente o que é nossa essência? De algum modo, sim. A

diferença é que imaginamos, por exemplo, que alguém cuja essência é ser engenheiro, vai

ter que ser engenheiro para ser bem sucedido e cumprir sua missão.

O que um engenheiro faz? Constrói, realiza, analisa, cria. Qual é a essência do engenheiro

então? É ser engenheiro? Claro que não.

A essência está naquilo que ele faz, na sua missão de construir um mundo mais seguro,

uniforme, bonito, simétrico. Sua essência é ajudar as pessoas a realizarem um sonho.

Alguém mais pode ajudar as pessoas a realizarem sonhos? Sim, todos nós podemos fazer,

sejamos engenheiros, cabeleireiros, manicures, advogados, médicos, pilotos, aeromoças,

garis, secretárias. Cada um pode contribuir para ajudar o sonho das pessoas, seja

arrumando o cabelo e as unhas da noiva par o dia do seu casamento, seja defendendo a

justiça, salvando vidas, levando as pessoas para voar, servindo um lanche no avião ou

ajudando uma senhora idosa a se acomodar bem na poltrona, embelezando as ruas da

cidade, ou ajudando o chefe a cuidar da agenda e atendendo bem aos clientes.

Se a essência fosse apenas a engenharia, eu não teria conhecido um engenheiro que ao

atender um cliente muito humilde, se comoveu tanto com a situação do cliente que não

cobrou um centavo pelos serviços, e ainda deu de presente o material para a primeira etapa

da construção do imóvel.

Você percebe onde está realmente a essência?

Se a essência estivesse, por exemplo, na remuneração que a medicina oferece, não

encontraríamos médicos atendendo de forma voluntária em campos de guerra ou de

refugiados, muitos deles sem qualquer equipamento ou medicamentos adequados.

Quando descobrimos nossa essência sabemos o que oferecer ao mundo. E o dinheiro, por

incrível que pareça, começa a aparecer na carteira de quem segue sua essência. Pode até

demorar mais para vir, comparado com quem corre atrás pura e simplesmente do dinheiro.

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Mas quando ele chega, vem com uma grande diferença: quem descobre e oferece sua

essência boa ao mundo, é o dinheiro quem corre atrás. E traz na sua garupa a felicidade.

Quem quer apenas o dinheiro, sem se importar com sua essência, em ajudar as pessoas,

está tão preocupado em encher a Caixa da Vida com bens e dinheiro, que não têm tempo

para atender a felicidade que está batendo na tampa da Caixa para entrar, porém, como

ninguém atende, ela vai procurar quem atenda.

Precisamos encontrar a essência das profissões, senão, todo mundo vai querer trabalhar

no que der mais dinheiro, e aí não teremos pessoas trabalhando, por um tempo, em funções

essenciais para que o mundo mantenha-se em movimento e evoluindo.

Eu já trabalhei como gari, funileiro, vendedor, cortador de grama, e sei que cada profissão

dessas é importantíssima para o mundo. Necessitamos de todas elas. E cada pessoa que

passar por essas e tantas outras profissões tem que encontrar a essência de cada uma

delas, ficando o tempo necessário para aprender e crescer, para que outros possam ocupá-

las e continuar o ciclo de aprendizado e crescimento.

Quando trabalhei como gari, aconselhava meus amigos a fazerem um trabalho benfeito, e

nunca disse a eles que eu varria ruas, mas sim que embelezava a cidade. Foi por essa

razão que consegui crescer, pois encontrei a essência da profissão de gari. Muitos deles,

depois de mais de vinte anos, ainda continuam na mesma profissão, sem qualquer sinal de

aprendizado e evolução.

Você pode ser secretária, recepcionista, vendedor, escritor, marceneiro, diretor de uma

multinacional e até presidente de uma empresa. Nenhuma dessas profissões revela sua

essência. O que revela sua essência é como você cumpre sua missão, como você enxerga

o que faz com a profissão que ocupa.

Mas e se eu seguir minha essência e continuar pobre?

Tenho uma boa notícia: ninguém que segue sua essência fica pobre. Pode não se tornar

milionário materialmente, mas jamais será pobre, porque quando oferecemos nossa

essência, as recompensas vêm de alguma maneira. E como não estamos preocupados em

demasia com o dinheiro, tudo o que ganharmos terá mais valor, proporcionará mais prazer,

alegria e encherá nossa Caixa de felicidade.

Muitos milionários que não seguiram sua essência, oferecem em suas mansões banquetes

para seus convidados, no entanto, há poucos amigos de verdade. Já quem sempre

procurou seguir suas essências, pode ter que fazer uma vaquinha para o churrasco de

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sábado, mas a presença dos amigos, da família é o melhor alimento que põem à mesa. E

no tempo certo, quem segue sua essência, vai melhorar de vida, e provavelmente estará

sempre rodeada de amigos, pois quem não gosta de gente feliz?

E como encontrar sua essência?

Essa é uma etapa que pode levar tempo, e é por isso que muita gente desiste, e acaba

trabalhando no que não gosta, buscando apenas segurança financeira, e acumular bens na

Caixa da Vida. Como não descobrem a essência, vão fazendo o que der mais dinheiro.

Porém, depois de um tempo a coisa para de fazer sentido, e tudo o que conseguiram não

proporciona mais o que antes parecia proporcionar.

Por essa razão é vital você encontrar sua essência. E alguns pontos são fundamentais para

que isso aconteça no menor tempo possível:

Respeite seus princípios e valores

Por princípios e valores morais não se entenda crenças que se petrificaram na vida, certas

ou erradas, mas sim um padrão de comportamento, de atitudes e decisões, e de conduta

íntegra que eleva nosso estado de espírito e alimenta a alma.

Para respeitar seus princípios morais, seus valores como pessoa, às vezes você terá que

se desapegar tanto do $ifrão. Uma carreira, uma vida não se pauta apenas pelo valor que

você consegue ganhar. Ser feliz é muito mais que se agarrar ao dinheiro, às riquezas. Eles

são ótimos, mas não resolvem os conflitos que sua alma vai enfrentar se não estiver se

sentindo bem na profissão, na empresa, com o negócio que montou.

É preciso encontrar um propósito, um caminho que faça você se sentir feliz com o que está

fazendo, algo que alimente sua paz de espírito. Isso não quer dizer que não vá ter de

enfrentar dias ruins com seu trabalho. Significa apenas que quando eles surgirem você terá

energia para transformar dias cinzentos num céu estrelado.

Alguém que vive atrás apenas de dinheiro, é capaz de cometer injustiças para conseguir o

que quer. Mas nenhuma quantidade de dinheiro se equivale às consequências da injustiça.

Se o sucesso trouxer como consequência injustiças na vida das pessoas, posso afirmar

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que não se trata de sucesso, mas sim de ganância, de falta de respeito aos valores e às

pessoas.

Se você subir os degraus da escada do sucesso às custas de injustiças, desrespeitando

princípios como a ética, honestidade, generosidade, a solidariedade, a cada degrau que

avançar estará mais solitário. Geralmente será alguém cansado, entediado, estressado, e

a pilha de dinheiro vai ser uma das suas poucas companhias. E pode até se iludir que é

alguém competente, inteligente. Porém, ninguém pode ser nominado como competente e

inteligente se o que conquistou foi a base de sonegação de impostos, falcatruas e de ferir

a ética. É fácil obter “lucro” fazendo coisas erradas. Pessoas competentes e inteligentes

conseguem lucro fazendo o que é certo.

Quem não têm princípios, valores, principalmente morais, nunca será feliz de verdade.

Pode até se iludir com falsas felicidade provocadas pela riqueza material. Mas um dia

quando a ficha cair, vai notar um buraco tão grande na Caixa da Vida pelo qual escapou a

alegria, o prazer, a paz de espírito. E nada do que sobrou na Caixa vai preencher esse

buraco.

Além dos valores morais, há muitos outros que enriquecem ou empobrecem nossa vida,

conforme vamos nos aproximando ou nos distanciando deles.

O lugar onde queremos morar e trabalhar é um valor importante na nossa vida. Muita gente

diz que não aguentaria viver em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e outros grandes

centros, devido à tamanha confusão que é até para atravessar a rua. Mas, muitas dessas

pessoas acabam aceitando propostas de trabalho em cidade grandes, pelo fato de a

remuneração, geralmente ser maior do que aquela que recebem na cidade em que moram.

E aí deixam de viver sua essência interiorana. Enchem a carteira de dinheiro, porém

esvaziam a Caixa da Vida de tranquilidade e do sossego que tinham.

Amo a cidade de São Paulo, do Rio de Janeiro, Curitiba, Recife e tantas outras que já visitei,

a trabalho e a passeio. Conheço grandes centros e cidadezinhas cujo transporte ainda é

feito por charretes. Em todos esses lugares vejo gente feliz e triste, pobre e rica.

A verdade é que você pode ser e ter sucesso onde quer que esteja, pois sempre há uma

maneira de ganhar dinheiro suficiente para ser feliz.

É verdade que às vezes é necessário dar um passo maior do que a perna, e partir daquela

cidade do interior para um grande centro, pois só lá tem o trabalho dos sonhos, a faculdade

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que se deseja fazer. Se isso é necessário, você pode ir buscar. Mas fique atento para não

permitir que nessa viagem fique de fora da bagagem a sua felicidade.

Sua essência também não se completa se você não tiver um valor fundamental na vida,

que é a espiritualidade. Não é religião, mas sim uma conexão com Deus, ou como muitos

dizem, com algo maior no universo. Espiritualidade é também paz interior, mansidão,

capacidade de compreender o mundo, as pessoas e suas decisões, sem ser conivente com

erros. É a sua capacidade de se conectar com o poder de perdoar para transformar erros

em acertos posteriores.

Quando você não consegue essa conexão sempre vai faltar alguma coisa para se sentir

uma pessoa completa. Você veio de algum lugar, e não pode ter sido do acaso, ou de uma

ameba que até hoje continua sendo uma ameba. Se tivesse vindo da explosão de um

átomo, bastaria provocar outra que nasceriam milhares de seres humanos. Mas não é isso

que acontece. Na verdade, explosões matam pessoas.

Como veio de algum lugar, é provável que tenha de voltar para lá, e é essa conexão que

chamo de espiritualidade.

Quais são seus valores hoje? Você tem uma lista de valores morais, por exemplo, que

segue, que respeita e não os troca por nada? Você tem uma lista de valores para sua

carreira, para sua relação amorosa e com amigos, filhos? Quais são seus valores em

relação a sua espiritualidade?

Para muitas pessoas, por exemplo, a liberdade é um valor que elas não trocam por nada.

Por anos trabalharam em empresas, engessadas pela função ou pelo horário puxado, mas

no dia em que deram de cara com sua essência livre, arranjaram um jeito de “largar o osso”

e foram trabalhar em casa, num home office, e até ao ar livre. Alguns trocaram mesas de

mármore e escritório pomposos por uma barraquinha de cachorro quente, e se saíram muito

bem.

Não estou dizendo que você deva largar sua empresa, seu cargo e ir para beira-mar vender

cachorro quente, milho verde, espetinho de gato... a não ser que você descubra que é isso

que quer da vida.

Há muitas maneiras de ser livre, mesmo numa empresa cristalizada pela rotina. Quando

você mostra que os resultados vão melhorar, mesmo com algum esforço extra, ninguém

resiste às mudanças, às novidades, e todos acabam deixando a rotina de lado, em troca de

desafios que por si só já proporcionam um entusiasmo maior pela vida.

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Outras pessoas adoram a estabilidade e a rotina. Elas estudaram bastante para passar

num concurso público e conseguiram. Trabalhavam até então numa boa empresa, com

ótimas chances de progresso, porém, não era isso que queriam para suas vidas. Talvez

para quem deteste a rotina essa seja uma decisão pouco plausível, mas se faz sentido e

preenche a vida de quem tem esses valores como padrão, quem pode criticar? Afinal, cada

um tem sua lista de valores e preferências, que deve ser respeitada por quem tem uma lista

diferente.

Além de termos uma lista de valores, precisamos separá-la para as duas grandes áreas da

nossa vida: pessoal e profissional.

Profissionalmente, o que queremos? Quais valores são primordiais para nossa carreira,

empresa ou negócio?

Na vida pessoal, que valores nos nortearão? São eles que nos dirão com que tipo de pessoa

queremos nos relacionar, que lugares frequentaremos, que tipo de acordos faremos.

Criar essa lista vai nos direcionando para a nossa essência, pois delimita, como um

meridiano, até onde iremos, o que faremos e aceitaremos em relação àquilo que

acreditamos ser essencial.

Veja uma lista de valores que de alguém que ajudei a estabelecê-la:

ÁREA VALORES

Profissional Segurança, tranquilidade, status,

rotina, estabilidade.

Você acha que essa pessoa daria certo numa empresa com pressão por resultados? Será

que ela deve empreender um negócio próprio? Certamente que não. É uma pessoa ótima

para um cargo público, tanto é que é nessa área que ela trabalha.

Ninguém que tenha valores como segurança, rotina, estabilidade vai se dar bem

trabalhando numa empresa em que bater as metas altas é o ponto inicial para o sucesso.

Se ela entrar trabalhar numa empresa com essas características, pode até nadar, mas no

fim vai morrer como o peixe fora d’água.

Estabelecer essa lista de valores é vital, pois já direciona você para aquilo que vai lhe fazer

bem, evitando de perder tempo, energia e dinheiro no lugar errado.

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Outra lista:

ÁREA VALORES

Profissional Crescimento, desafios, progresso,

ética, riqueza.

Imagine uma pessoa dessas dentro de uma empresa monótona, que não oferece

oportunidades, e o maior desafio que o dono exige é não chegar atrasado. Será que ela

teria sucesso? Aposto que não. O problema é que muitas pessoas com valores iguais a

esses da lista, trabalham em empresas como as citadas anteriormente. A essência de uma

não combina com a outra. A vida pessoal e profissional da pessoa vai perdendo cada vez

mais o rumo, e a empresa vai perdendo cada vez mais lucro.

No trabalho que você tem hoje, os valores profissionais que norteiam você, são os mesmos

que norteiam a empresa?

Nunca devemos trabalhar numa empresa ou negócio cujos valores sejam diferentes dos

nossos? De preferência não. Porém, as necessidades nem sempre nos permitem fazer

isso.

O importante é você ter sua lista de valores profissionais bem definida. Enquanto vai

fazendo outras coisas, e trabalhando em lugares cujos valores não se assemelhem tanto

com os seus, continua mirando sua carreira na direção de empresas onde possa seguir sua

essência.

E os valores pessoais? Estes são os mais importantes. É fácil criar uma lista de valores

profissionais. Eles raramente mudam. Quase todo mundo, no fim das contas, ou quer

desafios e crescimento, ou rotina e estabilidade, e dentro dessas duas grandes

ramificações, as pessoas querem:

Dinheiro Liberdade Paz Resultados

Progresso Segurança Afetividade Reconhecimento

Oportunidades Alegria Bem-estar Sucesso

Porém, para você conseguir o que quer profissionalmente, precisará seguir uma lista de

valores pessoais muito fortes. Lembrando que você pode conseguir o que quiser sem muito

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esforço e comprometimento, e até mesmo sem valores morais, mas não é disso que

estamos tratando.

Como está sua lista de valores morais?

Se você perguntar para dez pessoas qual o valor pessoal moral mais importante na vida

delas, nove dirão que é honestidade, variando com outros nomes como ética, integridade.

E convenhamos, ele é o mais importante mesmo, pois norteia todos os demais.

SE você quer progredir profissionalmente sem cometer injustiças, vai precisar ser honesto,

íntegro e ético em tudo o que fizer na empresa. Precisa ser comprometido com os

resultados, não gastar recursos à toa, cumprir prazos, horários e honrar a palavra que deu

quando foi contratado, mesmo diante de injustiças que julgue estar sofrendo. Se você

prometeu trabalhar forte, e prometeram promover você depois de um ano de trabalho, vai

ter que trabalhar forte, mesmo que não promovam você. Enquanto estiver na empresa não

pode quebrar o valor que colocou na sua lista. Se não estiver satisfeito com a empresa, o

mais honesto é chamar seu superior para um diálogo, e se não tiver sucesso na conversa,

procurar outro lugar para trabalhar.

É difícil ser honesto? Sim, bastante. Afinal, você não pode associar honestidade com

termos como “sou honesto, desde que...”, ou “minha ética termina na falta de ética do outro”.

Ou você é honesto ou não é. Não dá para ser só de vez em quando.

Você perde alguma coisa sendo honestos? Claro que sim. Materialmente, em curto prazo,

pode perder muita coisa. Todavia, caminhar numa linha honesta, é como ir construindo a

casa dos seus sonhos. Você aproveita todas as etapas, mesmo com toda a bagunça que

acontece em cada momento. No final, você se senta na varanda, com a família e os amigos

e curte a brisa.

A honestidade não pode ser como um vestido de festa, que se coloca e se tira quando for

conveniente.

Acha que está preparado para colocar a honestidade na sua lista de valores morais? Claro

que está, mesmo, talvez, tendo pensado que não. Todos nós estamos prontos para colocá-

la na lista. Agora, a parte mais difícil é colocá-la em prática no dia-a-dia.

Escrevi há algum tempo um poema sobre a honestidade, e ele vem a calhar neste

momento, para que você reflita:

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“As luzes se apagam, você se deita. É só você e sua consciência, ambos recostados no travesseiro.

O que ela lhe diz? Como você se sente? Você se orgulha da sua história? Ou existem coisas a

serem retocadas? Como se fosse uma balança, qual é o peso da sua consciência em seu

travesseiro? É difícil até para virar de lado, por causa do peso dela, ou você sente-se leve como

uma pluma? Como as suas decisões interferiram na vida dos outros? Contribuíram para o

crescimento delas, ou destruíram sonhos? Você gostaria que alguém tivesse tomado decisões

iguais às que você tomou, e que interferissem na sua vida, e na vida de quem ama?”.

Basicamente é assim que você descobre se tem sido honesto; ou não.

É preciso também definir nossos valores em áreas específicas da sua vida pessoal, como,

por exemplo, relacionamentos amorosos, amizades, saúde e lazer, filhos, espiritual,

intelectual.

Que valores norteiam sua relação com seu par afetivo, seja marido, esposa, namorado,

namorada? O que você não abre mão numa relação de amizade? Quais valores preserva

na área espiritual? Quais valores têm em relação aos seus filhos?

A maioria de nós não tem isso bem claro. Vamos vivendo um dia de cada vez sem dar muita

atenção a esses “detalhes”. Todavia, são esses detalhes que nos levam a viver nossa

essência, são eles que no fim das contas, vão encher ou esvaziar a Caixa da nossa vida.

Veja a lista de valores pessoais abaixo, e analise se ela tem a ver com você:

VIDA PESSOAL – ÁREA VALORES

Relação amorosa Apoio, parceria, respeito, admiração, amor.

Amizades Compreensão, verdade, apoio, diversão, ética.

Espiritual Paz interior.

Intelectual Aprofundamento.

Saúde e Lazer

Equilíbrio, visitas regulares ao médico, controle

alimentar, comer de tudo sem exageros,

passeios pelo parque, viagens interioranas,

brincar e se divertir.

Ter uma lista como essas possibilita a você viver cada vez mais perto da sua essência. Não

significa que tudo sempre estará em harmonia. Porém, se perceber que está saindo da rota,

sentindo-se meio perdido, saberá para onde voltar e recomeçar.

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Um dos pontos mais importantes em relação a essa lista acima, é você se colocar na lista

como “eu”. Que valores você não abre mão, de jeito algum, custe o que custar?

Da lista acima, repetidamente as pessoas quebram alguns valores que colocaram. Mas,

qual deles você realmente não abre mão? Na sua relação consigo mesmo, que valores

você não corrompe, não troca, não negocia?

Eu tenho um amigo que diz que por nada neste mundo ele deixa de visitar seu pai e sua

mãe nas terças à noite para jantarem juntos. É muito bacana essa decisão. Quando ele se

programa para os negócios, procura sempre organizar tudo para que dê tempo de estar

presente no dia e hora marcados. Já o vi viajar centenas de quilômetros para estar com os

pais na terça à noite.

Para mim, uma das coisas que não abro mão é a privacidade. Não gosto muito de me expor,

embora saiba o quanto perco, financeiramente falando, em virtude disso. Raramente vou a

encontros de negócio, e prefiro selecionar com quem irei me relacionar. De forma alguma

isso significa que me ache melhor ou pior do que as outras pessoas. Simplesmente procuro

ser reservado e pouco espalhafatoso.

Algumas vezes até tentei ser como as pessoas expansivas, que saem pelas mesas

cumprimentando a todos, parecendo político em época de eleição. Entretanto percebi que

essa não é a minha essência, e estaria fingindo ser quem não sou.

Isso faz com que muita gente me interprete mal, contudo, depois que temos a

oportunidades de nos conhecermos essa impressão termina, e eu continuo com minha

essência de privacidade.

Outro valor que aprendi desde a infância é ser generoso. Minha avó sempre dizia que

quando a mão da gente se abre, a mão de Deus também se abre. E quando a mão da gente

se fecha, a mão de Deus continua aberta, mas derrama suas bênçãos em outro lugar, onde

as mãos também estejam abertas.

Qual seria sua lista de valores para com você mesmo, que não deixariam você sair da

estrada da sua essência, ou, se acaso se perdesse, encontraria o rumo rapidamente?

Veja a lista que criei pra mim (não necessariamente nessa ordem):

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ÁREA VALORES

Eu

mesmo

Generosidade, privacidade, ética, crescimento consciente, pontualidade,

liberdade, afetividade, paz espiritual e interior, alegria, cuidados pessoais,

amor à família e pelas pessoas.

Tudo o que vou fazer levo em conta essa lista. Às vezes perco dinheiro, mas ganho amigos

e tranquilidade. Noutras perco amigos, porém, mantenho a ética e a paz interior... e o saldo

no banco!

É simples perder amigos. Se você tem um valor forte, como o amor à família por exemplo,

e um deles convida você para saírem à caça de mulheres alheias, certamente você vai

perder o amigo, que não era tão amigo assim não é? Ou se você tem a ética como um valor

consistente, e alguém sem escrúpulos quer ser seu parceiro de negócio para ganharem

dinheiro vendendo produtos pirata, você sabe que tem grandes chances de perder esse

amigo.

Às vezes você fica triste ao ver alguém que parecia especial ir embora, em razão de você

manter uma postura firme em relação aos seus valores pessoais. No entanto, você logo

descobre que essa relação era algo que não devia mesmo ter entrado na Caixa da sua

vida, pois a estava deixando vazia de honestidade.

Alguns valores pessoais e profissionais são mutáveis. Isso mesmo. Algumas coisas que

serviram por um tempo, talvez não sirvam mais. Quem amava a rotina, num belo dia ao

acordar pela manhã nota que essa rotina atrasou muito sua vida. Percebe que todos à sua

volta estão crescendo, evoluindo e ela continua na mesma. Então decide que não quer mais

a mesmice como companheira, e muda totalmente o rumo da vida.

Para alguns acontece o contrário. Sempre adoraram a pressão, o estresse diário, as metas,

a velocidade do mundo corporativo. Venderam a presença em casa por presença em

reuniões de negócios, que deram muito lucro financeiro e conforto, porém, tiraram da Caixa

da Vida o apoio emocional que as pessoas que estavam do seu lado precisavam. E aí

percebem que devem tirar da lista, e da Caixa, valores como progresso, progresso e

progresso, e colocar outros como: qualidade de vida, afeto, carinho.

Sempre que for necessário mudar um valor mutável, mude. Quando isso acontece, quando

essa mudança se torna tão evidente e importante na sua vida, é porque você está prestes

a andar de mãos dadas com a sua essência.

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Não aceite qualquer trabalho que destrua sua paz interior, que arrombe as portas da sua

honestidade. Não se relacione com alguém que quer comprar ou corromper valores seus,

que não estão num banco de negociação. Esse trabalho ou pessoa vai entrar na sua Caixa

e jogar para fora tudo de bom que você tem.

Do seu modo, crie uma lista com seus valores. Você já entendeu que eles são a bússola

que aponta o melhor caminho a ser seguido.

Custe o que custar, respeite seus valores, e só mude aqueles que levarem você para cada

vez mais próximo de viver a sua essência.

Escute seu coração

Eu não acredito em testes psicológicos vocacionais. Respeito quem acredita, mas penso

que eles não têm muito fundamento prático, porque, dentre outros fatores, não levam em

consideração o estado emocional na hora do teste. Uma pessoa que está desesperada

procurando trabalho, se for fazer um teste, terá respostas completamente diferentes das

que teria se estivesse procurando uma nova oportunidade, pelo fato de estar bem

empregada no momento.

Você já viu algum teste apontar que sua vocação é ser gari? Ou quem sabe, limpador de

esgoto? E se apontasse, será que alguém que recebesse esse mapa da mina pagaria pela

consultoria que recebeu?

Eu acredito muito mais em ouvir o coração. O problema é que vivemos fugindo do que o

nosso coração diz. Enquanto podemos, vamos decidindo apenas sob o foco racional, que

geralmente aponta para o lado financeiro. Mas com o passar dos tempos, percebemos

quanto tempo perdemos lutando contra o que o nosso coração dizia há anos.

Você pode fazer testes que apontam que caminho profissional seguir? Claro que pode.

Como pode também ouvir o horóscopo, os curandeiros, médicos, o padre, pastor, enfim,

quem quer e o que quer que seja. Porém, não deixe de lado o que seu coração está lhe

falando.

O que seu coração está dizendo para você fazer, em relação à sua vida pessoal e

profissional? Você sabe como identificar a voz do seu coração? Ou será que damos

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atenção apenas às vozes mentais, aquelas que ficam como mariposas na cabeça da gente,

fazendo um barulho chato e que só incomoda?

Acredito que onde está o nosso coração, está nossa essência. O difícil é ouvir corretamente

o coração. Muitas pessoas ouvem outras vozes e querem acreditar que é o coração quem

fala. Vozes da vontade, da vaidade, da ambição desmedida, da conveniência.

Qual é a voz do coração então? É aquela que nos aponta para uma direção boa, onde você

ganha e as outras pessoas, no mínimo, não perdem, mas, preferencialmente, também

ganham. Se você ouvir uma voz e perceber que o caminho que ela aponta vai prejudicar,

de alguma forma, alguém, não é a voz do seu coração que está falando.

E se você tiver uma lista de valores benfeita, a voz do coração é também aquela que aponta

para um caminho no qual sua essência não vai ser destruída.

Lembro de um palestrante que me ligou certa vez para fazermos um evento juntos. Fiquei

feliz, porque era alguém que eu admirava. Porém, ele me disse que minha equipe deveria

organizar o evento, fazer a divulgação, vender os ingressos, comprar suas passagens

aéreas, buscá-lo no aeroporto local, levá-lo ao hotel e depois para o evento. Para finalizar,

me disse que o resultado seria 70/30. Pensei: “puxa, vale à pena. Trabalhamos mais,

porém, ganhamos mais também”. Contudo, ele encerrou dizendo: “E os meus 70 você

deposita direto na minha conta”.

Claro que recusei a “parceria”, mesmo sendo com uma pessoa que eu admirava até então.

Eu sei que você ouve seu coração, e talvez só não esteja atendendo aos seus pedidos.

Quando ele diz: “Hei, pare um pouco com essa pressão profissional. É hora de dar atenção

à sua família”, você responde: “é só mais esta noite, mais esta viagem. Amanhã estarei em

casa”, e segue para seus compromissos, mesmo correndo o risco de encontrar apenas um

bilhete de despedida ao regressar para casa.

E quando ele fala: “Amigo, se comprometa mais com sua carreira. Você precisa se

empenhar mais em dar o que esperam de você na empresa”. E você responde: “semana

que vem me comprometo a bater a meta, agora preciso ficar aqui em casa grudado no sofá,

vendo meu programa predileto”, mesmo correndo o risco de encontrar uma carta de

demissão na manhã seguinte ao chegar no trabalho.

Nas relações afetivas ouvir o coração é vital. A razão é muito fria para que uma união seja

feliz. Com os filhos também é assim. Os pais não ficam felizes quando o filho chega e diz

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que tirou nota ruim na escola, e aqueles que não ouvem o coração respondem

agressivamente, em vez de apoiarem e tentarem juntos descobrir onde estão as falhas para

que possam ser corrigidas.

Nossa essência é sempre boa, e é por isso que devemos ouvir o coração com mais

frequência, pois ele sempre sabe o que é o mais adequado a ser feito, seja pessoal ou

profissionalmente. Quando o ouvimos corretamente, e agimos conforme suas orientações,

o que parecia não ter fundamento, começa a fazer todo o sentido do mundo.

Quando realmente aprendemos a ouvir nosso coração, e a reconhecer sua voz, ele sempre

tem as respostas certas, ou pelo menos faz as perguntas que nos conduzem a encontrá-

las. Ele sempre sabe com o que encher e o que tirar da Caixa da nossa vida. A questão é

só termos a coragem de seguir o caminho que ele nos mostra.

Aprenda a ouvir a voz do seu coração. Assim, todo dia você dá um passo para ficar mais

perto da sua essência.

Destrua a mediocridade

A mediocridade é como a ferrugem: vai correndo tudo à sua volta.

Posso garantir a você que a mediocridade é um dos maiores maus de todos os tempos.

As pessoas que agem com mediocridade acabam travando processos, limitando

resultados, e além de prejudicarem a elas mesmas, prejudicam toda uma estrutura.

Querendo ou não, elas atrapalham a vida de muita gente.

Quando a mediocridade vem de cima para baixo, é pior ainda. Imagine um líder, um gerente

medíocre. Ele será capaz de reduzir a pó sua equipe, mesmo que ela seja composta pelos

melhores profissionais. Isso acontece em todas as áreas. Um pastor, um padre medíocres

destroem uma comunidade. Um pai, uma mãe medíocres acabam com a família. Um

governante medíocre sucumbe um país, estado ou município.

Mas o que é ser uma pessoa medíocre?

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Ser medíocre é fazer as coisas mais ou menos, quando deveriam ser benfeitas. É diferente

de você, por exemplo, que não é encanador, consertar um vazamento da pia e não fazer o

serviço direito. Você não é encanador, então, só está tentando ajudar.

Medíocre é o encanador que cobra para reparar o vazamento, mas vai até sua casa, faz

uma gambiarra qualquer e cobra pelo serviço sem dar qualquer garantia (e como poderia

oferecer garantia?).

Se você está tentando ajudar uma pessoa, por exemplo, dando a ela conselhos com sua

experiência de vida, mas ela não está respondendo bem, você não é medíocre, afinal, sua

profissão não é de terapeuta, psicólogo. Agora, se você exerce uma dessas profissões, tem

que oferecer conselhos que mudem a vida da pessoa, a ponto de ela própria, caso decida

não mudar, reconhecer que você fez o que deveria ter feito, mas ela não.

Muitas empresas perdem milhões de reais todos os meses por ter no quadro de

colaboradores pessoas medíocres. Milhões de colaboradores são demitidos porque nas

empresas que trabalhavam os líderes são medíocres. Clientes saem insatisfeitos por serem

mal atendidos por vendedores medíocres. A população perece por ter governantes

medíocres. E pasme: bons políticos não entram para governar porque uma fatia dos

eleitores é medíocre na hora de dar seu voto.

Mas a maior verdade sobre a mediocridade é que podemos ser ou nos tornar medíocres

sem perceber. Como?

Quando deixamos de fazer aquele curso que nos levaria para uma boa promoção na

empresa, mas desistimos dele para ficar em casa sem fazer nada;

Quando gastamos tempo que deveria servir para produzir, vender e gerar mais riqueza nos

negócios, afinal, fomos contratados para isso. Nenhuma empresa nos contrata para que

ofereçamos prejuízos;

Quando incentivamos nossos colegas de trabalho a reclamar sem motivos, criando atrito na

equipe;

Quando combinamos em dar nosso melhor, porém, oferecemos menos que isso;

Quando negamos um abraço na hora em que a pessoa mais precisava, e também quando

ela sequer esperava, mas sabíamos que devíamos ter dado;

Quando não ajudamos alguém, mesmo depois de nosso coração quase ter saído do peito

de vontade de ajudar, mas o receio falou mais alto;

Quando invejamos o que os outros tem;

Quando não partimos para cima dos problemas com medo do esforço extra que teremos

que dar...

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É muito fácil se tornar uma pessoa medíocre. Em resumo, toda vez que devíamos

empreender mais esforço, energia, e mostrar uma atitude forte, e não fazemos, fomos

medíocres naquele momento. Quando perpetuamos esse comportamento, corremos o risco

de nos tornarmos medíocres em tudo o que fizermos.

Meu amigo Roberto Shinyashiki diz que se você quer ter sucesso, vai ter que estudar em

horários que as outras pessoas estão tomando chope e comendo batata frita. É duro, mas

verdadeiro. Não ser medíocre sempre requer um esforço extra, e nem sempre estamos

dispostos a deixar o chope e as batatas fritas de lado.

Mediocridade é a pessoa deixar seus sonhos de lado, seus projetos de vida engavetados,

porque tem medo de que eles não deem certo, tem receio das dificuldades que terá de

enfrentar em cada etapa se quiser avançar. Mediocridade é parar quando o maior desejo é

avançar.

E quem não busca avançar na vida é medíocre? Depende.

Se a pessoa está fazendo o seu melhor no lugar em que está e não prejudica o sistema e

os processos no qual está inclusa, não há mediocridade na sua atitude. Ela apenas

escolheu a acomodação como parceira. Se tiver algum preço alto a ser pago, isso só

impactará sua vida e a de mais ninguém.

É o caso da moça que quer ser assistente da diretoria pelo resto da vida. Ela faz um trabalho

formidável como assistente, e todos na empresa adoram o jeito como trata as pessoas,

como organiza a agenda. Admiram sua pontualidade e sua maneira gentil de ser.

Simplesmente ela não quer crescer na empresa. Gosta da vida que tem, cuida bem dos

filhos, ama seu marido e é muito feliz como é.

Quem pode dizer que ela é uma pessoa medíocre? Ninguém, aliás é a vida com a qual

muitas pessoas sonham. Ela vive sem excessos, com a bagagem leve, com a Caixa da

Vida cheia de sentido e nem tão cheia nem tão vazia de dinheiro.

Julgar as pessoas também é uma forma de ser medíocre. Se você corre atrás seus sonhos,

deseja e quer sempre mais e melhor, muitas vezes critica em demasia quem não move uma

palha nessa direção.

E o inverso também: se você é completamente desapegado de bens materiais, ou não tem

tanta coragem para perseguir seus sonhos, não deve condenar quem faz de tudo para

realizá-los. Respeitar a decisão das pessoas é uma forma de se livrar da mediocridade.

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Ser medíocre é também não ajudar as pessoas. Vivemos reprovando o governo, que presta

muito assistencialismo aos menos favorecidos. Ainda que tenha seu fundo de verdade dizer

que as pessoas se acomodam por receberem “bolsas” do governo, boa parte delas que

recebe esses benefícios são pessoas batalhadoras, que por uma razão ou outra deixaram

de estudar, de seguir em frente, muitas vezes levadas a não agir pelos exemplos ruins

desde a infância, por crenças petrificadas e uma série de outras razões que não nos dá o

direito de condená-las.

Muita gente se aproveita do sistema assistencialista? Claro que sim. Mas não é punindo

quem realmente precisa de ajuda que se eliminam os aproveitadores.

Sei que ajudar as pessoas, na verdade, é ajudar a si mesmo. O universo pode não

corresponder generosidade com generosidade, pelo menos não no tempo que você quer.

Às vezes você é generoso, dá pão e só recebe pedras. Porém, com o tempo, se você

continuar a oferecer pão, um dia alguém lhe dará um pão.

Certo homem chamado Mike, desempregado, andava cabisbaixo pelas ruas, quando de repente

avistou uma senhora idosa caída na rua, com o corpo tremulando como se tivesse sofrendo

convulsões. Várias pessoas passavam mas ninguém parava. Ele imediatamente parou, virou a

senhora de lado e notou que ela estava de olhos abertos. Perguntou se ela o ouvia e ela disse que

sim. Pediu para que ficasse imóvel, pois ele chamaria o socorro. Por mais de quarenta minutos o

homem ficou ali com aquela senhora, que logo foi recuperando o fôlego e o tremor também foi

parando. Quando o socorro chegou ela já estava praticamente bem. Agradeceu, disse que se

chamava Ana e perguntou: “como faço para lhe pagar, se não fosse você, acho que eu teria morrido.

Me diga quanto é que faço questão de lhe pagar”. E ele respondeu: “não é nada não senhora, só

faça o mesmo por alguém que estiver numa situação ruim”, e foi embora.

Dona Ana nunca mais se esqueceu daquilo. Um belo dia, quando entrou numa farmácia comprar

seus remédios, notou que uma das clientes chorava desesperada por que não tinha todo o dinheiro

para comprar um medicamento caríssimo para seu marido que sofria de uma doença incurável.

Dona Ana nem perguntou quanto custava e comprou o medicamento. Dora, a cliente, deu tantos

beijos e abraços que Ana mal conseguia respirar.

Quando Dora chegou em casa, seu esposo estava dormindo. Ela se deitou ao seu lado, acordou-o

e disse: “hoje um anjo nos ajudou, e aqui está o remédio. Eu falei que daria um jeito, não falei,

Mike?”

Não seja medíocre em nenhum momento da sua vida em que tiver de fazer benfeito alguma

coisa. Seja no trabalho, na sua relação com a família, amigos, ou mesmo com quem nunca

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viu na vida, mas se sabe que deve dar o seu melhor naquele momento, não faça nada

diferente disso.

Seja o melhor que você pode ser sempre que tiver essa oportunidade. Essa é uma maneira

extraordinária de preservar sua essência boa de ser humano. É uma forma incrível de

encher a Caixa da Vida com atitudes e comportamentos dignos, e de esvaziar a parte que

estava tornando você medíocre.

A vida de muita gente está em jogo sempre que você decide seguir por este ou aquele

caminho, talvez sem que você se dê conta disso. Mas é verdade. Por isso, não escolha o

caminho da mediocridade, porque irá prejudicar muitas pessoas, algumas inclusive que

você ama e amam você. E eu sei que não é isso que você quer, nem para você, nem para

elas.

Destrua a mediocridade. Suba num ponto bem alto, abra a tampa da Caixa da vida e a

arremesse lá de cima, para que não sobre nem vestígios dela.

Se vai amar, ame com muita energia. Se vai brincar, divirta-se para valer. Se está indo

trabalhar, o faça com excelência. Não deixe para ser melhor amanhã. Ninguém faz nada

amanhã.

Não se encha de coisas vazias

A Caixa da Vida de cada pessoa tem um peso e uma medida. Mas por qual razão as

pessoas vivem arrumando mais e mais carga para levar? Coisas das quais não precisam,

no entanto, vão apertando daqui e dali, e arranjando uma maneira de pôr na Caixa.

É comum as pessoas comprarem, por exemplo, coisas que não precisam. E na maioria das

vezes, com um dinheiro que não têm. Pior que isso: geralmente é para mostrar para os

outros que se deram bem na vida. Talvez você já tenha feito isso. Eu já fiz, mas conclui que

essa é uma das piores besteiras que fazemos na vida.

Você precisa de um carro de um milhão de dólares? Óbvio que não. Você tem dinheiro

sobrando para torrar nessa máquina? Tem. Bem, então mesmo não precisando, você pode

comprar. Conclusão: ele cabe na sua Caixa. Se a compra é por um gosto particular, porque

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vai fazer você se sentir poderoso nesse carro, e curti-lo muito, compre. Não há problemas

nisso.

Mas se você estiver comprando um carro desses apenas para dar na cara de alguém que

duvidava que você faria sucesso, não compre, porque ele vai encher a Caixa da sua Vida

de uma maneira ruim, trazendo uma série de problemas, pois junto com o carro vão entrar

a arrogância, as mágoas, ressentimentos, e um monte de sensações que esvaziam de

felicidade sua vida.

E para você ter esses problemas, não precisa ser um carro de um milhão. Às vezes a

pessoa está numa boa financeiramente. Mesmo não sobrando grana, dá para pagar as

contas, e ainda fazer uma viagem com a família todo final de ano. E o carro, ainda que não

seja o dos sonhos, está servindo muito bem.

Porém, ela não pode ver o vizinho ou um parente comprar um carro zero km que dá um

jeito de financiar um também. Compromete quarenta por cento da renda só para não ficar

por baixo. “Se ele comprou, eu também posso”. Isso é um erro, pois junto com o carro vem

para dentro da Caixa da nossa vida a inveja, a cobiça, além de um carnê de prestações

que tem mais páginas que o livro dos Salmos.

Todo o orçamento da família se desfaz e começa a faltar dinheiro para honrar os

compromissos, mas o carrão está ali na garagem, mesmo que não sobre dinheiro para o

combustível. O casal que era só amor agora briga porque a mulher precisa de um vestido

novo para ir à festa da amiga, mas não tem como comprar. O filho cresceu e as calças já

estão pela canela do menino, porém, o melhor a fazer é cortá-la até virar uma bermuda,

pois também não sobrou dinheiro para comprar calças novas.

O que ia a mil maravilhas vira uma tormenta. Brigas, discussão, desentendimentos,

palavras que machucam. E além disso, o coitado do filho decidindo se sai com a calça

pitoca ou com uma bermuda, que todos vão saber que nasceu da calça pitoca.

O que entrou na Caixa da Vida? Um belo carro? Também. Todavia junto com ele, muitas

coisas que empurraram para fora dela a alegria, o bem-estar, o prazer, a amizade, a paz,

etc.

Muita gente tem enchido a Caixa da Vida com tantos compromissos profissionais, que o

parceiro ou a parceira precisam até marcar horário para fazer amor. Outros têm uma

agenda tão lotada que os filhos só se comunicam com os pais por SMS ou facebook. Um

curte o outro nas redes sociais, mas em casa mal se falam.

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Cada momento da vida é importante, e se você assumiu compromissos não deve sair por

aí desonrando o que combinou. No entanto, procure logo equilibrar sua agenda, senão as

pessoas que ama vão começar a marcar hora com alguém que dê atenção a elas.

Conforto, riqueza, dinheiro, joias, carros, casas, tudo isso é ótimo e é normal desejar tê-las.

Não há mal algum nisso...desde que você não jogue para fora da Caixa da sua Vida o

sentido e a felicidade que ela precisa ter.

Eu sei como é triste observar as pessoas comprando isto, aquilo, enquanto a gente mal

consegue pagar o vale transporte para ir para o trabalho. Dá uma angústia e parece que

somos a pessoa mais sem sorte do mundo.

Passei por uma série de privações na infância e adolescência. As coisas materiais

demoraram para entrar na Caixa da minha vida. Porém, minha avó nunca me deixou faltar

amor, carinho, conselhos e exemplos que ecoariam pelo resto da vida. Mesmo com pouco,

eu sempre a via doando um quilo de arroz e de feijão todos os meses para uma vizinha

mais pobre que nós ainda. Lembro-me que mesmo com o pouco que tínhamos, ela me

mandava repartir qualquer doce que eu ganhasse ou comprasse com meu primo, e falava:

“se você tem um doce, e corta ele ao meio para dar a alguém, então fica com dois doces”.

Ela não era professora de matemática, mas no cálculo da generosidade ela era formidável.

Você acha que eu nunca tive vontade de ter o que os outros tinham? Claro que sim. Invejei

muita gente, desejei o que as pessoas possuíam, e por um triz não entrei para o mundo

das drogas para levantar grana, logo que fui morar com meu pai. Via alguns meninos que

moravam na mesma rua com tênis e roupas novas e ficava irado por não poder comprar.

Por alguma razão não entrei para o mundo do crime, mas infelizmente vi dois amigos meus

serem assassinados em razão da escolha que fizeram, e outros tantos que vivem

perambulando e viciados por aí até hoje.

Quando você sentir uma vontade enorme de ter o que ainda não pode ter, procure forças

dentro de você para resistir à tentação de adquirir a qualquer custo, pois corre o risco de

vender completamente sua alma por isso.

É comum também as pessoas encherem a Caixa da Vida com sentimentos que a esvaziam.

Guardam mágoas em vez de perdoar. Querem mostrar quem manda só para inflar o ego.

Se mostram autossuficientes para manter a pose, mesmo quando estão dilaceradas por

dentro. Não ajudam porque dizem que as pessoas não se esforçaram, portanto não

merecem apoio. Ofendem para se sentirem superiores.

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É tanta coisa ruim que colocam na Caixa, até o ponto em que ela estoura, e é nesse

momento que muitos vão para o médico abrir o peito ou a cabeça, em razão de um infarto

ou AVC, sendo que poderiam ter evitado tudo isso se tivessem aberto a Caixa da Vida e

jogado para fora sentimentos ruins que levaram a atitudes impensadas.

É preciso parar de encher a Caixa da Vida com coisas vazias. É para o nosso próprio bem-

estar e saúde, tanto física quanto emocional que devemos fazer isso.

Quais bens e sentimentos você deve tirar da sua Caixa? Você tem se irritado por coisas

banais? Comprou o que não precisava com o dinheiro que não tinha? Ou mesmo tendo

condições de comprar, o que adquiriu lhe roubou a paz de espírito, a felicidade? Se já não

faz mais você feliz, se desfaça disso então. Se alguém quiser, doe, venda, troque, mas

esvazie a Caixa, sem medo de ser feliz.

Às vezes nos prendemos àquilo que temos e sentimos. O problema é que nem sempre o

que temos e sentimos é positivo, bom, e faz bem.

Pode ser que a felicidade que você tanto procura esteja na sua capacidade de se

desprender do que tem na Caixa, livrando-se das tranqueiras e sentimentos ruins que são

um peso morto na sua vida.

Não se esvazie de coisas cheias

Ao passo que nos enchemos de coisas vazias, nos esvaziamos das cheias. Bons

relacionamentos parecem não estar em nosso rol de prioridades. Preferimos um belo par

de sapatos italiano para irmos a um jantar, para o qual insistimos em ser convidados só

pelo glamour de quem estará lá, a fazer uma nova amizade sincera andando descalço num

parque público.

Parece melhor comprar uma TV 60” para assistir sozinho em casa aos jogos de futebol, a

novela, do que ir ao estádio ou na casa de um vizinho que parece legal, mas com o qual

não queremos nos relacionar.

Uma conversa fiada num jogo de bilhar pode encher mais a Caixa da Vida da gente, do que

participar de uma reunião de marketing multinível, quando estamos focados somente em

ganhar dinheiro.

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Sua manicure ou cabeleireira pode ser mais especial do que aquela empresária de sucesso,

que transpira dinheiro por onde passa, e que você vive tentando fazer amizade com ela.

Ajudar o filho a fazer a tarefa, dar a ele um conselho sobre a vida, ensiná-lo de que

matemática, português, história, tudo isso é importante, mas que ajudar e respeitar as

pessoas é mais importante ainda, vale mais do que acessar toda noite o sistema da

empresa para ver como andam suas comissões, vendas e resultados.

Deixar um bilhete escrito “eu te amo, você é especial na minha vida”, para a pessoa amada,

vale milhões de vezes mais que um colar novo.

É fácil encher a Caixa da nossa Vida de coisas sensacionais, que trazem consigo um poder

maravilhoso que nos oferece paz, alegria, uma sensação indescritível de bem-estar,

plenitude e felicidade, que não sentimos quando trocamos de carro ou nos reunimos com

pessoas que só têm riqueza material para oferecer.

Mas e a sua opinião a respeito de tudo isso, qual é? Afinal, é ela que importa. O que é

importante você ter na Caixa da sua vida?

Não tenha vergonha de dizer que é dinheiro. Só lembre-se de impedir que esse dinheiro

traga infelicidade, mágoas, tristeza, raiva, inveja, ódio, rancor.

Não quero que você pense que precisa ser pobre materialmente para ser feliz. O que eu

não quero é que você seja rico materialmente e um miserável quando o tema é felicidade

de verdade, daquelas que não se abalam quando as coisas materiais estiverem indo

embora, porque uma destas duas coisas vai acontecer na vida de todos nós: ou as coisas

materiais vão embora antes de nós, ou nós vamos antes delas.

E confesso para você que detestaria saber que no meu funeral estão comentando: “nossa,

coitado, tinha doze carros, cinco casas, três barcos, uma fazenda, milhões na conta, e

morreu justo agora que iria começar a aproveitar a vida”.

Toda vez que eu rezo, mais agradeço do que peço. Porém, ao fazer minhas orações, peço

sempre a Deus pelo menos duas coisas para a Caixa da minha Vida:

1. Que eu seja e faça minha família e as pessoas felizes;

2. Que eu tenha tempo de me despedir das pessoas que amo, antes de ser gentilmente

convidado à morada eterna.

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E você, o que pede a Deus, ao universo, ou como quiser chamar, quando reza? O que, de

verdade, você quer carregar na Caixa da sua Vida?

RESUMO: Nesta primeira etapa, você aprendeu como seguir sua essência, descobrindo que tudo

começa quando você decide respeitar seus valores, a identificar e ouvir a voz do seu coração,

a não ser medíocre nem se encher de coisas vazias, tampouco se esvaziar das cheias. Com

toda a certeza já deu passos largos no caminho da felicidade, e para chegar mais perto dela,

faça uma lista o mais completa possível do que quer carregar na Caixa da sua Vida.

2. ORGANIZE SUA CAIXA

Organizar, administrar, gerenciar a Caixa da Vida é como arrumar a mala para alguma

viagem: você decide o destino para saber então o que levar na mala. O problema é que

muitas pessoas, mesmo se estiverem a caminho do deserto, em vez de água, protetor solar

e roupas leves, querem levar brincos de ouro, camisas e ternos de grife, sapatos de cromo

alemão, e tudo o que não é necessário para o momento. Mesmo cheias de recursos que

valem muito dinheiro, vão morrer rapidamente.

Talvez o grande segredo da felicidade seja ser capaz de se despedir do que é

desnecessário em cada etapa da vida. Infelizmente, muitas pessoas vivem sem fazer uma

simples faxina no guarda-roupas, mesmo com tanta gente precisando das roupas velhas

das quais elas nem usam mais, porém, não desapegam.

Na maioria das vezes passamos a vida inteira tentando encontrar duas coisas: sucesso e

felicidade. Aposto que você quer isso, não quer?

Como cada um imprime sua própria definição do que é sucesso e do que é felicidade,

escolhe um caminho que julga ser o mais adequado para chagar onde quer, e segue seu

caminho na busca por essas duas coisas.

Muitos, diante das dificuldades, param de buscar. Se conformam em não chegar onde

queriam, e apenas esperam para ver o que acontece. Outros seguem sempre em frente,

recomeçam se for preciso, investem em outro caminho e fazem o que for necessário para

conseguir o que buscam.

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O problema é que tanto um quanto outro acaba não encontrando o que procuram. Qual a

razão?

A razão, como não poderia deixar de ser, está no que estão levando na Caixa da Vida.

Raramente alguém para para verificar o que tem lá dentro, e o que está faltando nela.

Geralmente, tanto quem para como quem continua, simplesmente segue um fluxo, sendo

que o que deveriam fazer constantemente era organizar a Caixa da Vida, de uma maneira

que ela ficasse mais leve, e que eles fossem capazes de curtir não apenas por encontrar o

que estão buscando, mas também aproveitar a própria caminhada. Não há como chegar

onde se quer, sem ter de constantemente revisar o que está sendo carregado dentro da

Caixa.

Para organizar sua Caixa da Vida, o importante é parar de amontoar tranqueiras, e achar

que só tendo tudo o que se deseja é que é possível ser feliz. Mas, mesmo não precisando

encher a Caixa de coisas para ser feliz, com ela vazia, também não existe felicidade. Quem

se conforma em não conquistar o que sempre sonhou terá grandes problemas para ter uma

vida digna, e até de aproveitar o que foi capaz de conseguir. Viver entre o conformismo e

sonhos não realizados é uma ótima maneira de ser infeliz e frustrado.

Obviamente que não é necessário sair como um maluco atrás daquilo que se você deseja,

deixando de lado outras questões importantes da vida. Às vezes é melhor ir devagar, e

sempre, agradecendo pelas coisas que vão entrando na Caixa. Somente com esse

sentimento de gratidão é que você será capaz de ter uma vida cheia de paz, amor, sucesso

e felicidade.

Encontrar o sucesso e a felicidade que você procura é como quem quer comer um bolo: é

preciso saber misturar cada ingrediente para que o bolo fique gostoso. Além disso, tem o

tempo e a temperatura certa para que ele asse uniformemente. Quem não sabe cuidar de

cada ingrediente, e do tempo, ou como bolo cru, ou queimado.

Veja a seguir como aprender a organizar, a gerenciar a Caixa da sua Vida, e invista mais

tempo nessa organização, nessa preparação, do que propriamente na viagem que está

fazendo.

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Curta muito o que você tem

Sofremos demais pelo que não temos.

É legal ficarmos insatisfeitos por não termos o que gostaríamos de ter, desde que isso sirva

como incentivo para corrermos atrás do que queremos. Porém, o que vemos são pessoas

roendo as unhas de inveja do que os outros têm, ou entrando numa frustração profunda por

não criarem coragem para buscar o que desejam.

Temos de aproveitar muito o que já temos, sem gastarmos mais tempo valorizando o que

não temos, ou com olho gordo no que os outros têm. Viver assim é complicado, porque, a

não ser que você seja a pessoa mais rica do mundo, materialmente alguém sempre terá

mais do que você.

Se a pessoa trabalha numa boa empresa diz que será feliz quando for contratada por uma

empresa maior. Se é auxiliar de escritório, associa felicidade ao fato de se tornar gerente.

Se possui uma pequena empresa sonha em ser feliz quando ela crescer. Casa-se com a

pessoa dos seus sonhos, porém em pouco tempo imagina que seria feliz se tivesse junto

com aquela namorada ou namorado dos tempos de colégio.

Vivemos fazendo o mesmo. Temos bons e verdadeiros amigos, mas parece que seríamos

mais feliz se nos relacionássemos com esta ou aquela pessoa famosa, rica e de sucesso.

Muita gente tem um bom carro, mas vive reclamando do carro que têm. Algumas moram

em boas casas, porém, nunca conseguem constituir um lar, porque, para isso, acreditam

que precisariam daquela linda casa da revista de arquitetura. Se esquecem de que as casas

que não viram lar são mesmo como as das revistas: frias e sem vida.

Dentro da casa têm um bom sofá, uma boa cama, contudo estão descontentes pelo fato de

quererem um sofá maior, mais aconchegante e uma cama mais espaçosa, mais macia. A

cama que têm parece cheia de espinhos, porém a verdade é que a vida vivida em função

de ter cada vez mais que o suficiente, onde a felicidade fica para o dia seguinte é que é

espinhosa.

Quem vive dessa maneira jamais será feliz, pois coloca a felicidade sempre no que não

tem.

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Um amigo meu tinha um bom trabalho e ganhava razoavelmente bem. Havia comprado

casa e carro e mantinha seu filho num colégio particular. Porém não sabia aproveitar tudo

o que havia conquistado e vivia reclamando do carro, da casa, da mulher, dos filhos, e até

do pobre Mustang, seu gato.

Um belo dia ele me liga dizendo que tinha comprado um carro novo, o carro dos seus

sonhos. Fiquei feliz por ele, mas apreensivo quando me disse que havia financiado cem por

cento do carro. Um carro que custava em torno de 100 mil reais sairia, no fim das contas,

por mais de 200 mil.

Era um lindo carro realmente, mas o valor da parcela do automóvel consumia mais de 40%

do seu salário. O prazo para pagamento foi mesmo especial (para a financeira)... 90 meses.

Bem, não sei se você já entrou em prazos como esses para comprar um carro, mas o que

era um sonho na parcela 16 se tornou pesadelo. Ele perdeu o trabalho que tinha e só

conseguiu outro com um salário bem menor. Como faltavam ainda 74 parcelas e o carro já

havia perdido mais de 20% do seu valor, foi até a loja para devolver.

No final deu o carro a um terceiro para que este apenas pagasse o restante. Foi o que deu

para fazer para não perder mais do que já tinha perdido (fico com pena de quem assumiu

as parcelas).

É importante e saudável você lutar e conseguir o que sonha ter, isso é inegável. Todavia,

não é nisso que mora a felicidade. Aproveitar e agradecer pelo carrinho velho que tem agora

é tão ou mais importante do que sonhar com o carro 0 km.

Outra razão pela qual prorrogamos a felicidade é que sempre estamos esperando uma

ocasião especial para sermos felizes.

É como a pessoa que guarda há 20 anos uma garrafa de vinho, esperando uma ocasião

mais que especial para abrir a garrafa. Todo mundo insiste para que ela abra a garrafa, só

que ela não abre. Até o dia em que alguém fala: “é, pelo jeito vamos abrir essa garrafa de

vinho só no dia do seu velório”. Depois disso algumas abrem a garrafa.

Muitas das que abrem nem conseguem degustar o vinho, pois armazenaram errado e por

tanto tempo que o produto estragou. E outras continuam com a garrafa fechada, e mesmo

armazenando da maneira certa, talvez não vivam o suficiente para sentir o sabor do vinho

e da companhia dos amigos.

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Enquanto deixarmos a melhor roupa, o melhor vinho, a comida mais saborosa para a

próxima festa estamos prorrogando a felicidade. Se o jantar especial em família fica para o

mês que vem, pois não é hora de gastar com “bobagens”, fatalmente daremos de cara com

a infelicidade.

Se todo nosso potencial ficar para o próximo trabalho há grandes chances de não existir

um próximo trabalho. Ou ficaremos desempregados ou vamos amargar num lugar sem

chances de progresso.

As pessoas estão esperando para serem felizes amanhã. Você fala a um funcionário

comprometido, trabalhador, no entanto, totalmente em desequilíbrio com sua vida pessoal,

que ele precisa acertar alguns pontos para diminuir o estresse, a pressão, a ansiedade e

que deve ser feliz fazendo o que faz. Porém ouve dele: “não tenho tempo para ser feliz

agora. Vou construir uma brilhante carreira depois penso nisso”. Isso não vai dar certo.

É preciso se sentir feliz mesmo totalmente comprometido com o trabalho, com a empresa

e com os negócios. Senão não tem sentido trabalhar. É necessário estampar um sorriso no

rosto e ir trabalhar. Você logo percebe que o alto astral, bom humor e um sorriso no rosto

deixam qualquer trabalho mais leve.

E outra coisa também acontece: a pessoa está sem trabalho, ou em um no qual detesta,

mas quando alguém aconselha que deve procurar um trabalho que lhe propicie realizações

ela se enterra no sofá, lamentando sua infelicidade sem tirar o traseiro do lugar, dizendo

que amanhã vai procurar emprego, porque hoje já não dá mais tempo. Não percebe que

deixar tudo para amanhã é deixar também de ser feliz hoje.

O que mais causa infelicidade é o fato de ficarmos imaginando que a felicidade está no

lugar que ainda não chegamos, ou em coisas que ainda não temos, sendo que ela está

implorando para ser vista naquilo que já conquistamos e no solo que estamos pisando

agora.

Aproveite o sorvete

Um dia eu estava tomando sorvete com meus dois filhos e minha esposa. Era um final de

semana, porém, eu aguardava uma ligação importante para fechar um treinamento. Mal

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conseguia prestar atenção ao sorvete. Um dos meus filhos, vendo minha agitação disse:

“pai, aproveite o sorvete, ele está derretendo”.

Fiquei envergonhado. Como pode uma criança de dez anos saber mais da vida do que eu?

Preocupado com outras coisas bem menos importantes naquele momento, eu estava

deixando meu sorvete derreter.

Eu deveria aproveitar a presença dos meus filhos e da minha linda esposa, pois aquele era

o nosso momento, tinha de ser especial. Pouca coisa deveria quebrar o clima daquela hora,

e o telefonema poderia ser retornado caso eu não atendesse a tempo.

Às vezes sinto que deixei e deixo muitos sorvetes derreterem. E você?

A gente quase nunca está realmente onde está. É difícil se desligar dos acontecimentos e

simplesmente aproveitar o sorvete. É complicado tirar algumas coisas da Caixa e colocar

outras, não é? Mas é isso que vai garantir nosso sucesso e nossa felicidade. Senão

corremos o risco, como na história, de sermos o morto mais rico do deserto.

Em casa estamos preocupados com o trabalho, e aí não aproveitamos os poucos

momentos que temos em família. Quando estamos no trabalho lembramos que não demos

atenção suficiente para a família e prejudicamos nossos resultados profissionais. Ou,

mesmo em casa e sem pensar no trabalho, damos mais atenção à TV do que para as

pessoas que nos amam tanto.

Muita gente deixa o sorvete derreter porque quer estar sempre certo, e perdem um tempo

precioso com discussões vãs, sem nenhum sentido. Às vezes querem convencer os outros

de que eles (os outros) estão errados, ultrapassados e de que não sabem das coisas.

Os pais fazem isso com os filhos. Os filhos fazem isso com os pais. Os casais fazem isso

um com o outro.

No entanto, o tempo passa e depois as pessoas percebem que essas diferenças não têm

a menor importância, e que o tempo que perderam com conflitos, e com a tentativa de estar

sempre certo foi o maior dos erros.

De algum modo temos que aprender a estar presentes de verdade, a amar as pessoas do

jeito que elas estão. Logicamente apoiando nas mudanças que precisam fazer, mas sem

criticar demais e sem criar atritos que não levam a lugar algum.

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A felicidade existe em cada momento que você aproveita. Se o momento for bom, você

sorri e se inspira para eternizá-lo, ajudando a colocar sorrisos e alegria no rosto das

pessoas. Se o momento não for tão bom, você chora um pouco, mas, logo sorri novamente,

porque é preciso aproveitar esse momento também, aprendendo a sorrir depois do choro,

pois isso cria um arco-íris de soluções na Caixa da sua Vida, enquanto que lamentar a vida

toda, reclamar, cria uma tempestade de mais problemas e mais momentos ruins.

A vida passa rápido demais, e se você não aprender a curtir cada momento, quando se der

conta, o sorvete derreteu, sem você aproveitá-lo.

Deseje intensamente mais da vida

A vida tem muito mais para dar a você do que imagina. E não pense que é errado querer

mais da vida. Desejar mais não é um problema. O problema acontece quando, na ânsia de

encher a Caixa da Vida com coisas materiais, você deixa de colocar nela o que é imaterial,

e que tem muito mais valor e significado.

Você pode colocar na Caixa da sua Vida muito dinheiro, mas não pode se esquecer do

afeto. Você pode encher sua Caixa com poder, no entanto, jamais deve deixar de fora a

humildade e a gentileza. Tudo o que você deseja, materialmente, pode entrar na sua Caixa.

Contudo, deve sobrar mais espaço para o que não é material, como carinho, respeito aos

outros, generosidade, amor.

Adoro pessoas que têm sonhos, que buscam melhorar de vida, que querem um carro, uma

casa melhor, e provavelmente você também deseje tudo isso. Saiba que é essa busca é

muito saudável e necessária.

Todavia, tenho visto que esse desejo desenfreado tem tirado o sabor das pequenas

conquistas de todos os dias.

Gente querendo encontrar a felicidade apenas se estiverem num

carro importado, dentro de uma mansão ou usando roupas

caríssimas. Esquecem-se de que ela está, também, num simples

pedaço de algodão doce saboreado ao lado de quem amam.

Observo que as pessoas não comemoram mais um singelo aumento de salário, por

exemplo. Se não for um mega aumento elas se frustram. O gerente que pensava que teria

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um colaborador mais comprometido no mês seguinte por aumentar seu salário, acaba

notando que ele está produzindo menos porque achou pouco o aumento, embora ganhasse

menos no mês anterior.

Não vejo as empresas comemorando novos clientes, nem vendedores brindando novas

vendas. Todos estão sempre atrás de metas mais ambiciosas, o que é legal, desde que

não tire o brilho das metas que já foram atingidas.

Quando você não comemora mais as pequenas conquistas, vai definhando a sensação de

prazer, de alegria. É preciso compreender que o perfume mais caro nem sempre é o que

tem o melhor aroma. Aquele que vem embalado de amor, carinho, respeito, sempre exala

uma fragrância mais atraente.

Desejar mais é fundamental, mas se regozijar no que já se tem é

condição vital para que esse desejo seja realizado.

Não tenha vergonha de contar seus sonhos, seus desejos. Não pense que é uma pessoa

gananciosa, que só pensa em si mesma por querer mais da vida. É maravilhoso você ter

metas para bater, sonhos e desejos para realizar. Geralmente quem não os tem, vive infeliz

mais vezes do que o necessário.

Tenha o foco de conquistar, correr atrás do que você quer. Aceita desafios maiores,

sabendo que os resultados maiores acontecem quando você aceita esses desafios.

O mundo anda carente de campeões, de pessoas que queiram chegar em primeiro lugar.

Claro que o segundo, terceiro, e até o último lugar são importantes, e ensinam muito. Mas

não há nada de errado em querer ser o vencedor, estar lá no alto do pódio.

Sonhe grande, pense grande. O máximo que isso custa é você não chegar exatamente

onde pensou e sonhou. Mas aposto que se sonhar pequeno, pensar pequeno, vai conseguir

bem menos do que se pensar e sonhar grande.

Vença o conformismo

Ninguém deve entrar na onda de que pobre é que é feliz. Já que não tem grandes coisas

para realizar na vida, algumas pessoas pensam que terão uma vida sossegada e tranquila.

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Isso é mentira. O dinheiro sozinho não traz felicidade, mas a pobreza traz muita infelicidade,

e consegue isso sozinha.

Uma pessoa conformada por si só já é uma pessoa pobre. Não só apenas materialmente,

mas de sentido para viver. A acomodação é como um lodo: quanto mais tempo você fica

nele, mais afunda.

Tudo aquilo a que você se acomoda, se torna a sua realidade. E tudo aquilo que você

busca, tende a se tornar também a sua realidade.

Se você sofre, e se acomoda, isso se torna sua realidade. Se você sofre, mas não aceita,

e corre atrás do que precisa mudar para parar de sofrer, isso se tornará a sua realidade.

É como no ditado: se você gosta de se machucar, sempre vai achar alguém disposto a lhe

ferir. Se você não gosta de se machucar, precisa buscar alguém que lhe mande flores, em

vez de se acostumar a receber só espinhos.

Você não deve se conformar com nada que esteja ruim na sua vida, com aquilo que você

quer substituir. Viver, na realidade, é fazer substituições do que você tem, pelo que gostaria

de ter. Mas o conformismo não permite que você faça essas substituições, e ainda é capaz

de fazer você se acostumar com o que tem, e matar sua vontade de conquistar o que você

quer.

Meu primeiro carro foi um Kadet ano 1990, série ouro, na cor prata, com uma lista preta em

todo o seu redor. Coisa linda de se ver.

Minha origem é de uma família bastante pobre. Por isso comprar aquele carro aos 23 anos

de idade foi uma das grandes conquistas que tive na vida. Mesmo tendo que emprestar

800,00 do meu chefe para dar como entrada, e parcelar em 36 vezes o restante, eu podia

dizer que eu tinha vencido na vida! (risos)

Lembro-me que eu o lavava todos os dias. Como todo bom brasileiro, morava de aluguel,

mas tinha um carro financiado!

Como não tinha garagem na casa, nos dias de chuva eu ficava olhando pela janela com

uma dor no coração meu velho Kadet se molhando. Era só parar a chuva e lá ia eu enxugar

e encerrá-lo.

Aproveitei muito aquele carro, porém percebi que poderia ter um carro melhor e é o que

venho fazendo até hoje: aproveitando cada carro que compro. Logicamente já me meti em

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cada enrascada financiando carros que o carnê de financiamento mais parecia a Bíblia pela

grossura. Mas com o tempo a gente aprende e até pode escrever um livro para ajudar as

pessoas a não repetirem os mesmos erros (risos).

Ninguém deve se conformar com uma situação ruim na qual possa estar vivendo. Uma

família que vive sofrendo sem casa, sem comida, só permanece assim se se conformar

com essa condição.

Um vendedor só não vende mais se o conformismo tomar conta dele por não bater as

metas, pois aí desiste de fazer o que deveria ser feito para vender mais. O casal que parece

que um perdeu o encanto pelo outro não pode viver a vida desse jeito. Precisam dialogar e

arrumar a situação, ou cada um parte em busca da própria felicidade, caso ela não seja

possível estando eles juntos.

Os pais que veem os filhos caminhando na direção errada não podem simplesmente se

conformar e abandoná-los. Tem que participar da recuperação sempre, e por mais

complicada que seja a situação, devem dar o apoio correto. Quem sabe tudo o que faltava

era só mais um último abraço que foi negado.

Brigue com o conformismo, combata-o com todas as suas forças. Conheço muitas pessoas

que simplesmente dizem “é desse jeito mesmo, temos que aceitar a situação”. Nunca se

conforme com qualquer situação ruim na sua vida.

Muitos dizem: “é a vida, chegou à hora e ele morreu”. Que nada, tem muita gente

antecipando o dia da própria morte. A pessoa está acima do peso, com falta de ar, sente

umas pontadas no peito, contudo, continua comendo como um maluco e não vai ou não

obedece aos médicos. Come todo tipo de alimento gorduroso, sobremesas açucaradas,

bebe demais, porém, se alguém lhe reprime diz que está aproveitando a vida. Não percebe

que está enchendo a Caixa da Vida com doenças e esvaziando-a de saúde.

Não deixe o conformismo tomar conta da sua vida. Ele é um dos seus maiores inimigos. E

o pior é que ele parece seu melhor amigo, pois raramente exige esforço, determinação.

Para ele, a regra é: “deixe como está porque pior não fica. Todo mundo se mexendo,

correndo atrás das coisas, se estressando, e no fim das contas, nada disso vale à pena”.

Mas não se deixe enganar por esses pensamentos conformistas que podem se passar na

sua cabeça, ou que alguém fale a você.

Realmente querer mais da vida, como vimos, exige mais pujança, mais energia. Entretanto,

quando você chega lá onde queria, ou muito próximo, a vida ganha sentido. Viver

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conformado, aceitando passivamente qualquer cenário ruim, se acomodando na desgraça,

faz a vida nunca ter sentido. O esforço que a pessoa não quis ter para conseguir o que

queria, vai ser exigido em dobro agora quando ela olhar para o espelho e não enxergar

nenhum sinal de dignidade e respeito por si mesma.

O conformismo exige pouco esforço até o dia anterior ao que você descobre que precisa

se levantar e se tornar alguém na vida.

Vá sem muita pressa

É complicado aproveitar a vida quando tudo é feito com muita pressa.

Obviamente que alguns momentos requerem maior velocidade, pois também há perigos

também na lentidão.

Trabalhos, quase sempre, têm que ser feitos com bastante produtividade e em quanto

menos tempo melhor. Todavia a pressa em demasia pode gerar prejuízos.

Muitas decisões empresariais dão erradas porque foram tomadas rápidas demais, sem

antes serem testadas e analisadas. Pessoas perdem grandes oportunidades de

crescimento profissional, porque mal entraram numa empresa e já querem ser promovidas

e ganhar um alto salário.

Com excesso de pressas, muitos têm deixado de lado o prazer de uma companhia

agradável, de um olhar mais compenetrado e atento nas pessoas que amam.

Quando foi a última vez que você parou para olhar com profundidade nos olhos da sua

esposa, esposo, namorado, namorada, ou dos filhos? Talvez até nunca tenha feito isso e

não veja sentido nessa atitude.

Se você aprender a dedicar tempo para olhar nos olhos das pessoas que ama, em breve

fará isso benfeito e poderá reconhecer os medos, os desejos, as angústias de cada uma

delas sem precisar ouvir uma palavra sequer. Você poderá detectar barulho no silêncio que

elas fazem.

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Ouvi uma vez que do jeito que você faz uma coisa, praticamente fará todas as outras coisas.

Portanto, se não consegue contemplar os pequenos detalhes que cercam você, não

conseguirá observar as coisas grandiosas que podem estar acontecendo ao seu derredor.

Eu adoro observar meus filhos fazendo refeições. Sei a velocidade com que cada um come,

os gestos que fazem enquanto mastigam e a hora que tomam suco com a refeição.

Conheço o gosto deles, o corte de cabelo que vão usar no mês seguinte. Gosto de observar

minha esposa se arrumando, embora nestes casos os homens sabem que é necessário

pedir um pouco de pressa!

São pequenos detalhes que exigem menos pressa, mas que fazem toda a diferença na

relação que temos com as pessoas.

Infelizmente, as pessoas estão enchendo a Caixa de suas Vidas com muitas pressas. Se

alimentam, conversam, beijam, abraçam, tudo depressa demais.

Lembro-me de uma vez em que saímos para jantar com um casal de amigos. Ao chegar ao

restaurante meu amigo percebeu que tinha esquecido uma das quatro filhas em casa, que

estava se maquiando no quarto. Tudo isso porque logo depois do jantar ele iria para uma

reunião de negócios. E o mais incrível: além de não retornar buscar a filha, comeu

rapidamente e deixou a família no restaurante para que eu levasse embora, pois saiu antes

de todos para ir ao seu compromisso.

Lemos livros como se devorássemos as palavras. Não discutimos as ideias, as dicas e na

verdade mal compreendemos o que lemos. Ouvimos e vemos notícias e mais rápido que a

velocidade da luz já julgamos, espalhamos, condenamos alguém, como se fossem

verdades ou mentiras absolutas o que foi noticiado.

Para ter sucesso e ser feliz, muitas vezes é necessário ser como o agricultor, que joga a

semente no solo, cuida e espera o tempo de ela brotar. Não há quase nada a ser feito para

antecipar o nascimento do fruto. E se algo for feito inadequadamente, é mais provável que

o fruto nem nasça, ou nasça com defeitos.

Um namoro precisa de tempo para dar certo. Raros são os casos de uma união de sucesso

onde um não conhece bem o outro, o que se leva tempo. Essa pressa é uma das razões

de tantas brigas, agressões e separações.

Uma empresa precisa de um período de adaptação, planejamento, preparação para

acontecer como se pensava.

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A carreira de alguém pode demorar mais do que ela gostaria para dar certo.

Há situações que demandam menos pressa e mais paciência. Se você for com muita sede

ao pote, o pote vira e derrama a água, e você vai continuar com sede.

Sem se tornar uma pessoa acomodada, conformada, fique de olho nas suas pressas. Se

for com muita pressa é quase certo que escolha um destino errado, e pior, vai chegar rápido

até ele, gastando a energia que talvez falte na hora em que encontrar o caminho certo.

Faça da gratidão sua semente

Eu criei o Índice do Sucesso – I.S.. Ele consiste na seguinte fórmula: você deve dividir o

número de vezes que agradece, pelo número de vezes que reclama por dia. Quanto maior

que 2 esse índice, maior será o seu sucesso.

A fórmula ficaria assim:

NVG / NVR, onde:

NVG = número de vezes de gratidão; NVR = número de vezes de reclamação.

Basta você anotar cada vez que agradece e que reclama, e depois dividir a soma das vezes

que agradeceu, pela soma das que reclamou durante o dia.

Se você agradecer, digamos, 15 vezes num dia, e reclamar 8, seu índice é de 1,88. É um

índice ruim, porque é necessário, pelo menos, que seja igual a 2. Afinal, quem não agradece

no mínimo o dobro do que reclama, certamente nunca será uma pessoa de sucesso,

tampouco feliz.

Para você melhorar o seu índice, ou você aumenta o número de vezes que agradece, ou

diminui o número de vezes que reclama. Embora eu aconselhe você a sempre fazer as

duas coisas simultaneamente. Dá mais resultados.

Veja: no caso anterior, se você aumentar o número de vezes de gratidão, de 15 para 16,

seu índice será igual a 2 (16/8). Já se, também, diminuir o número de vezes que reclama

para 7, seu índice será de 2,29.

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É algo muito simples, mas poderoso, porque o sucesso realmente é medido pela

quantidade de vezes que você é grato. Enquanto que o insucesso é calculado pela

quantidade de vezes que reclama.

Todavia, você precisa ser muito verdadeiro ao usar esse índice. Seu agradecimento tem

quer vir do fundo da sua alma, e não fingir agradecimento só para ter um índice melhor. Se

você fizer agradecimentos que não são reais, estará se auto enganando, e o índice não

refletirá a realidade.

Por exemplo: você ganha um salário baixo, porém, como conhece o índice do sucesso, ao

receber seu contracheque você diz: “nossa, que legal, recebi meu pagamento”. Mas,

internamente você está mandando seu chefe para o quinto dos infernos.

Tem de ser gratidão verdadeira, senão não funciona.

Quanto às reclamações, não precisa se preocupar em saber se são reais ou não. Quem

reclama geralmente o faz com profundo pesar, mesmo que não fosse uma situação para

se reclamar. Ou seja, pode anotar todas as vezes em que reclamar. O máximo que você

pode fazer é controlar o número de vezes que reclama da vida, das pessoas, dos fatos.

O I.S. realmente funciona? Sim. Porque, não adianta ter dinheiro, e viver reclamando da

falta de amigos, privacidade. E também não faz sentido não ter dinheiro e viver reclamando

do governo, da falta de oportunidades. Só é feliz quem é grato. Portanto, o índice se aplica

ao mundo real e funciona de verdade.

Quando você começar a medi-lo, e se tornar uma pessoa mais grata do que é atualmente,

poderá comprovar o quanto agradecer, pelo menos, o dobro do que reclamar, faz diferença

no seu sucesso.

Uma das atitudes que mais propicia felicidade ao ser humano é o sentimento de gratidão.

A gratidão é uma via de mão dupla para felicidade e não tem contramão. Quando você é

grato, as coisas conspiram para que tudo o que você sonha fique mais perto, se aproxime

da sua vida.

A gratidão aproxima também as pessoas, porque até quem é ingrato detesta outro ingrato.

Há pessoas que conseguem muito da vida porque são gratas nas coisas mais simples que

recebem. Elas agradecem a quem parou na faixa de pedestre, a quem cedeu o lugar no

banco do ônibus, e até quando alguém lhes agradece, elas devolvem não com um “não foi

nada, de nada”, mas sim com um novo “obrigado a você”.

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A gratidão melhora a autoestima, a motivação, o amor próprio. Torna as relações mais

saudáveis e amistosas. Ela ainda minimiza o estresse, a ansiedade, e gera bem-estar, e

conscientiza você de que o mundo ainda tem jeito.

Imagine a gratidão como o tronco de uma árvore, e alguns dos galhos que emanam desse

tronco são: generosidade, respeito, compaixão, solidariedade, determinação,

comprometimento, fé, esperança, competência, e tudo mais o que você quiser. Cada galho

desses que a gratidão produz, gera os frutos, e estes produzem o sucesso e a felicidade

que você procura.

A ingratidão também pode ser comparada a uma árvore. Só que do seu tronco, nascem os

galhos da mesquinhez, incompreensão, indiferença, do egoísmo, acomodação, preguiça,

desesperança, incompetência, e tantos outros. Cada galho desses que a ingratidão produz,

gera frutos podres, e estes produzem o insucesso e a infelicidade que você não procura.

Por isso cuidar da árvore da gratidão é tão importante. A pessoa que é grata ao chefe pelo

emprego, será um colaborador comprometido, entusiasmado, pois sabe valorizar a

oportunidade que tem. Quem é grato pelos pais, vai respeitá-los, reconhecendo que se

desdobraram para dar o que puderam para que os filhos sofressem menos do que eles na

vida. Quem é grato pelas coisas que possui, vai aprender a repartir com quem não tem,

ainda que tenha pouco.

Cristo ensinou as pessoas a serem gratas, mostrando o quanto esse sentimento rende. Se

você lembrar do episódio dos pães e peixes, reconhecerá que o pouco se transformou em

muito, e ainda sobrou. É isso que a gratidão gera: mais!

Talvez seja a gratidão o sentimento mais perfeito que exista, porque quem o guarda no

coração, certamente é uma pessoa agradável, um ser humano admirável, que ajuda o

mundo a ser melhor, e as pessoas a viverem melhor.

Quem reclama repele o sucesso. Quem agradece o atrai.

Num dia desses estava no carro com meu filho mais novo, aguardando minha esposa que

tinha ido à farmácia. Vimos um senhor bem idoso empurrando seu carrinho de material

reciclável. Retirei cinquenta reais do bolso e dei ao meu filho e disse a ele: “vai lá, diga seu

nome, pergunte o nome daquele senhor, e diga a ele que Deus mandou você entregar esse

dinheiro”.

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Fiquei observando a cena. O senhor olhou para o meu filho, para os dois lados, para cima

e vi que os dois vieram em direção à janela do carro. O senhor falou, rindo: “Então o senhor

é Deus é?”. Também ri e ficamos ali conversando por alguns minutos. No fim ele me

agradeceu e disse que aquele dinheiro faria um bem danado, porque seu filho mais novo

precisava de um medicamento que custava pouco menos que cinquenta reais, e naquela

manhã ele havia pedido em suas orações para que conseguisse juntar material suficiente

para arrecadar aquela quantia.

Já me senti extremamente grato por ter ajudado aquela pessoa, mas logo que saímos do

local meu filho me olhou e disse: “Pai, tenho muito orgulho de você, e quando crescer

também quero ajudar muito as pessoas”.

Gratidão só cria boas energias no mundo. Ela libera um poder mágico de gerar bem-estar,

bondade, amor, respeito, admiração e uma série de outras coisas boas que o mundo

precisa.

E um dos maiores poderes da gratidão: ela gera exemplos. Não são necessárias horas de

sermão para ensinar os filhos, colaboradores ou amigos, o que é certo e errado. A gratidão

não é acadêmica, mas é uma das atitudes que mais ensina às pessoas como viver.

A gratidão é um ingrediente que deve encher sua Caixa da Vida. E a melhor parte da

gratidão é que quanto mais você coloca na Caixa, mais leve sua Caixa da Vida fica.

Se o salário é baixo, mas você diz: “puxa, obrigado por ter pelo menos este salário, sou

grato a ele. Sem ele as coisas seriam bem mais difíceis” algo acontece no universo, que

responde: “obrigado a você, como está agradecendo lá vai mais salário então...”

O contrário também é verdadeiro. Se o discurso é: “Que merreca de salário, com essa

miséria quem é que sobrevive?” o mundo conspira e responde: “ah é, então você está

reclamando... tira isso dele” e aí você vê sua situação piorar cada vez mais.

Se a sua casa tem um dormitório, agradeça e aproveite, veja que oportunidade de todo

mundo ficar juntinho. Se você mora de aluguel agradeça e aproveite a possibilidade de ter

o suficiente para não precisar morar na rua.

Agradeça pelo chefe chato, mas que forjou você um profissional mais antenado e

observador. Ainda que não o entenda muito bem, agradeça pelos puxões de orelha. É

melhor aqueles que puxam a sua orelha àqueles que puxam o seu tapete e dão com o pé

no seu traseiro.

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Você tem muito a agradecer, não tem? E não apenas pelas coisas materiais que

conquistou. Agradecer pelo ar que respira, pela água, pela luz do sol, pelas pessoas que

estão com você e por aquelas que não estão mais ao seu lado. Cada uma delas certamente

tem e teve um papel fundamental na sua História, afinal, nada ocorre por acaso.

O que acontece com você, de alguma maneira faz sentido. Talvez não compreenda no

exato momento em que acontecem, mas lá na frente servirão para alguma coisa.

Eu mesmo nunca entendi qual a razão de um professor meu da faculdade, ter dito que um

livro que produzi nessa época, não valia dez reais quando fui oferecer a ele. Praticamente

me tocou do departamento de contabilidade da faculdade e disse: “está pedindo dez reais

por esse livrinho que você mesmo escreveu, mandou numa gráfica para imprimirem, e

vamos falar a verdade, de baixíssima qualidade gráfica?”

Só fui entender tempos depois, que Deus, o universo, haviam colocado no meu caminho

aquela pedra, aquelas palavras, para que eu as usasse para subir na vida e não para as

deixar como barreiras, embora tenha doido muito ouvir aquilo de uma pessoa que eu

admirava.

Eu sei que às vezes fica difícil de entender a lei da gratidão, sobretudo quando tudo parece

jogar contra você e tudo o que surge que são problemas e dificuldades, e pessoas

desestimulando você.

Porém, entenda que sem alguém para criticar e duvidar de você, talvez nunca chegasse

onde chegou. E se não está avançando, quem sabe falte essa compreensão para que você

avance.

Sem pessoas que querem colocar você para baixo, provavelmente você não teria vontade

nem energia para arriscar a subir mais um degrau. Às vezes as pessoas só se movem

quando alguém diz que elas não são capazes de chegar aonde querem. Eu adoro quando

duvidam da minha capacidade.

Por isso agradeça a todos aqueles que desacreditavam e desacreditam dos seus sonhos.

Agradeça por tudo que acontece na sua vida, e por todos que cruzam seu caminho. Eles

precisam fazer parte da Caixa da sua Vida pelo tempo necessário.

Regue as sementes da árvore da gratidão. Ao fazer isso, automaticamente já estará

deixando secar as sementes da árvore da ingratidão, abrindo oportunidades para colher o

sucesso e a felicidade que você busca e merece.

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Liberte o amor

Por muitas razões, as pessoas têm contido o amor. Às vezes, porque foram mal amadas,

humilhadas, magoadas, agredidas, elas desacreditam do amor e se fecham num mundo de

testa franzida. Na verdade, o amor está lá dentro delas. Elas só estão com medo de libertá-

lo e sofrerem de novo.

Mesmo que alguém faça mal a você, não contenha o amor, não deixe de colocá-lo na sua

Caixa. O amor é tão maravilhoso que quanto mais você o coloca na Caixa, mais ele se

renova, e mais você tem para oferecer.

Não guarde mágoas, rancores só porque alguém o ofendeu, disse que não tinha futuro ou

falou horrores sobre você. Isso não é verdade, a não ser que você instale na sua mente, de

maneira distinta, tudo o que ouviu, viu e sentiu. Vamos falar mais sobre isso no próximo

tópico.

A vida sem amor não tem sentido. Nada do que você tem ou possa ter será aproveitado na

essência se não estiver revestido de amor.

Isso acontece porque num coração e numa mente sem amor, sobra espaço para nascer a

raiva, o ódio, a inveja, a cobiça e todo tipo de semente podre que destrói as sementes boas.

E uma das regras da vida é que se você não regar a semente do amor, automaticamente

estará regando todas essas outras.

Os homens escondem muito mais o amor. Quando a parceira pergunta: “você me ama?”

rapidamente respondem: “você sabe, não preciso repetir” e já fecham a cara diante da

insistência dela.

Seria tão fácil dizer: “sabe, toda vez que você me pergunta se eu te amo sinto o quanto vale

à pena estar ao seu lado. Amo você querida”.

Quando éramos crianças não contínhamos o amor e nos jogávamos no colo dos pais, os

enchíamos de beijos e abraços para demonstrar nosso amor. Hoje, infelizmente, depois

que crescem, para muitas pessoas beijar a face do pai ou deitar no colo da mãe parece um

martírio, uma vergonha diante das pessoas, embora eles se sintam tão felizes quando os

filhos fazem isso. Muitas vezes, quando se dão conta de que deveriam dar mais atenção e

amor aos pais, eles já se foram.

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Alguns pais bem vestidos, prontos para suas reuniões de negócios sentem arrepios quando

o filho adolescente se aproxima para lhe dar um abraço na frente dos demais executivos.

Se esquecem de que os filhos não querem somente executivos, empresários, engenheiros;

eles querem e precisam, mais vezes, apenas de pais.

Por que as pessoas estão contendo o amor?

Algumas porque não amam de verdade. Outras porque são tímidas demais para expressar

os sentimentos. O problema é que as pessoas não acreditam na timidez, mas sim que não

são amadas. Ainda há aqueles que sentem vergonha de amar, ou acham besteira ter que

demonstrar o amor, já que ele está implícito. O amor não pode ser implícito. Amar sem

expressar o amor é como olhar o cardápio e não comer, achando que a fome vai passar.

O primeiro motivo é mais complexo, pois não há como impor amor. Ele simplesmente nasce

no solo fértil do coração, transpassa a razão e se instala. Dizem que o amor pode virar ódio.

Na verdade se ele virar ódio é porque nunca foi amor. Só as paixões correm o risco de virar

ódio, se antes não se tornarem amor.

O mais incrível é que o amor, de fato, não se explica, não se define. Você não vê o amor.

Ele é como o vento; você apenas o sente e então, reconhece que ele existe. O amor não é

uma palavra; é sim atos concretos nos quais ele se mostra.

Ouvi uma pessoa me dizer um dia: “Paulo, meu coração hoje está em câmera lenta...”. Não

entendi muito bem o que ela dizia, mas depois de um tempo descobri que ela quis dizer: o

amor precisa ser intenso, fazer o coração pulsar rapidamente, descompassado e não ser

entregue lentamente, como num conta gotas. Se não for assim, não é amor verdadeiro.

O amor tem que acelerar o coração da outra pessoa quando em momentos de discussão

uma das partes diz: “vou embora, te amo demais, mas não aguento sua indiferença...” A

que fica tem que sentir aquele aperto no peito, um transbordar de medo da perda e ter a

humildade suficiente para dizer: “fica, eu te amo mais ainda e só estava tímido, e com

orgulho ferido tive medo de pedir desculpas pelos meus erros, mas não consigo viver sem

você”.

Se quando um diz que vai embora, e a única preocupação do outro é fazer a lista de bens

a dividir, é porque o amor não estará na lista.

As pessoas têm contido demais todas as formas de amor, não unicamente o amor conjugal,

carnal.

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O amor anda meio receoso em aparecer. O professor, que tem o poder de levar o aluno do

giz de cera à capacidade de voar como um pássaro, tem medo de expressar e demonstrar

o amor que sente pelo aluno e ser mal interpretado pelos pais e colegas.

O amor pelo próximo tem perdido a força. É preciso recuperá-lo em toda sua essência para

que a vida faça sentido.

Abrace mais, beije mais, não sinta vergonha de olhar nos olhos do parceiro, da parceria, do

filho, do pai, dos irmãos e dizer, com toda força: “amo você. Você é muito importante na

minha vida. Obrigado por existir”. Que tal você fazer isso agora?

O primeiro sinal de que uma relação a dois está terminando é quando o único carinho que

um faz ao outro são presentes caros. O brilho da união se perde quando o único brilho que

se vê são o dos anéis de brilhante. A relação tende a fracassar quando logo depois das

brigas o casal se redime fazendo sexo, antes mesmo de um pedido de desculpas.

Os pais, se não forem capazes de expressar o amor que sentem pelos filhos, não poderão

reclamar quando estes os trocarem pelas más companhias, que parecem demonstrar tanto

“carinho e amor” por eles.

Os líderes, se não demonstrarem amor pelos liderados jamais terão força para mudar o

destino deles, e fazê-los compreender a necessidade de permitirem o desabrochar do

comprometimento com os negócios para crescerem profissionalmente.

Os colaboradores, se não forem capazes de mostrar o amor que sentem em ajudar seus

clientes não conseguirão bater continuadamente suas metas, e vão eternizar o sofrimento

e as frustrações pelas profissões que exercerem, mesmo que sigam sua vocação. Não vão

realizar sonhos ainda que estudem a vida inteira, se na hora da prática fizerem um trabalho

sem amor.

Todos nós, para aproveitarmos a vida que temos intensamente, só o conseguiremos se

permitirmos o amor brotar todos os dias na Caixa da nossa Vida e no jardim da nossa alma.

Sob todas as formas, nunca contenha o amor. Nunca deixe de ajudar alguém que precisa

só porque já se decepcionou com uma pessoa, a qual ajudou, e recebeu ingratidão em

troca. Na verdade, nunca recebemos ingratidão. Ela é algo que as outras pessoas nos

trazem, mas é só não a aceitarmos que fica com quem a trouxe.

Ame as pessoas, ajude-as com todo o seu coração. Nem sempre o retorno disso é material,

porém, as emoções que você sente e recebe ao ver alguém que você ajudou, melhorando

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de vida, comprando um medicamento ou um caderno que seja, não tem dinheiro no mundo

que pague.

Espalhe amor. Ajude a velhinha a atravessar a rua, ou a moça grávida a carregar uma

sacola pesada. Estenda a mão e cumprimente um morador de rua. Isso pode significar a

diferença entre ele se sentir humano ou um bicho. Dê uns trocados para alguém que pede.

Isso não deixa você mais pobre, mas deixa quem recebe mais rico. Não importa a

conjuntura social neste momento, nem o que a pessoa irá fazer com o que recebeu, porque

você não pode deixar de ajudar uma pessoa que precisa, só pelo fato de que algumas irão

se aproveitar da situação.

Espalhe, liberte o amor por onde passar. E deixe que o vento o traga de volta para a sua

vida, em forma de carinhos, respeito, admiração, e muito mais amor.

Complemente o amor

O amor é possivelmente o sentimento mais forte e intenso que existe. Porém nada e

ninguém sobrevive sozinho. Se ele não tiver complemento, morre como uma flor que não

recebe água.

O amor precisa do complemento da admiração para que possa ser contemplado na sua

plenitude. Quem diz que ama, mas não admira a outra pessoa, na verdade não ama. A

admiração é um dos fertilizantes do amor. Ela dá brilho à textura do amor, convence os

olhos de que realmente há beleza na pintura do amar.

É complicado o amor durar, por exemplo, quando uma pessoa tem caráter e a outra não.

Afinal, a admiração vai morrendo a cada atitude desonrosa.

Os filhos precisam admirar seus pais, e estes aos filhos. O casal tem que admirar um ao

outro.

Profissionalmente é importante estar ao lado de pessoas que possam merecer admiração,

pessoas de caráter e de honra, que cumprem a palavra.

Cuide dos seus relacionamentos, prefira ter ao seu lado pessoas que você admire.

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O amor também precisa do complemento do respeito. Quem diz amar, mas não respeita,

na realidade desama. O respeito é o melhor conselheiro do amor. É uma das vertentes que

o sustenta.

Respeite seus chefes, seus clientes, amigos e parceiros. O pai precisa respeitar o filho para

dar o exemplo, e o filho tem que respeitar o pai, tanto por amor, quanto porque quando

chegar sua vez de ser pai vai querer o mesmo dos seus filhos. O cônjuge tem de respeitar

o outro, não dizer barbaridades na hora da raiva, das brigas. Um não pode falar que o outro

não tem valor, que só fica em casa, e que tudo o que conquistaram é fruto do trabalho de

um só. Isso não é respeito pela pessoa que está do lado. Afinal, ela deve ter largado muitos

sonhos para cuidar da família.

O líder tem de respeitar as pessoas da equipe. As pessoas não estão dispostas a aceitar a

falta de educação e aspereza do líder só porque é ele quem paga o salário delas. Ninguém

troca a dignidade por dinheiro. Numa equipe onde não há respeito dos líderes para os

liderados, também não há produtividade, vendas, e lucro por muito tempo.

O amor precisa do suplemento da alegria, aliás, amor é alegria. Amar é, mesmo em

momentos tristes, ajudar e estar ansioso para que a tristeza no rosto do outro passe e vire

logo um sorriso ou um choro de felicidade.

Ninguém suporta um amor ranzinzo que esconde o sorriso por detrás de um franzir da testa.

O parceiro ou a parceria que diz que ama, mas não provoca a leveza da alegria no outro

não está adubando a terra do amor com o fortificante da alegria.

O líder que vive de cara amarrada pode impor medo, mas medo não gera lucro a longo

prazo. Gera sim prejuízos. O colega de trabalho que não se relaciona alegremente com os

demais terá grandes dificuldades para se enturmar na equipe.

Não precisamos ser um poço de sorriso o dia e o tempo todo. Mas temos o dever de ser

alegres, felizes, para que no dia em que a tristeza nos pegar, alguém possa se aproximar

para retirá-la da nossa vida.

O amor tem que ser fertilizado com o nutriente da fé, que move montanhas. Amor sem fé

não resiste, não existe. Não a fé religiosa, mas a fé espiritualizada, que traz sensação de

paz de espírito, e o amor precisa muito de paz de espírito para que possamos ter um sono

tranquilo, e acordarmos fortes para enfrentar um novo dia. Fé daquelas que não julga, mas

sim compreende sem encobrir os erros e falhas. Fé que faz a gente acordar pela manhã

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com a certeza de que as coisas vão se ajeitar e dar certo, pois fizemos o que deveríamos

ter feito.

E, talvez, o maior dos complementos do amor: o perdão. Quem ama perdoa. Quando você

perdoa, a arrogância sofre, mas o amor agradece. A mente se irrita, mas o coração sorri.

Ainda que haja distância deve haver o perdão, aquele no qual o peso das mágoas sofre

regime até que desapareça. Perdoar é livrar-se dos inimigos, dos maus sentimentos, é

aliviar a bagagem e deixar a Caixa da Vida mais leve. A melhor vingança é o perdão.

Perdoar não significa que você terá de conviver e se relacionar com quem perdoou, porque

talvez isso não seja mais possível, afinal muitas traições, mágoas, agressões, e ofensas

requerem distância de quem as praticou. Significa apenas que você vai conseguir voltar a

se relacionar consigo mesmo, mais leve e sem o peso da raiva, do ódio e do desejo de se

vingar, que querem ficar do lado de dentro da sua Caixa da Vida.

O amor precisa de todos esses complementos. Sem eles, o amor vai secar como uma

planta semeada num lugar infértil. O amor é a semente, mas seus complementos são os

fertilizantes, o adubo, o jardineiro que farão essa semente virar fruto.

RESUMO Neste segundo momento, você aprendeu sobre como organizar a Caixa da sua Vida. Há muitas

coisas e sentimentos para colocar na Caixa, e isso é você quem vai definindo durante o tempo em

que viver. Mas se você permitir-se organizá-la como viu até agora, enchendo-a de coisas que

realmente façam sentido na vida, o que é material vai entrando naturalmente na Caixa. Por isso,

para encher a Caixa da Vida:

Curta o que você tem;

Deseje intensamente mais da vida, vencendo o conformismo;

Vá sem muita pressa;

Faça da gratidão sua semente;

Liberte e complemente o amor em todos os sentidos

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3. FILTRE SEUS PENSAMENTOS

Na Caixa da Vida de cada pessoa, há pensamentos incontáveis. E não saber filtrá-los antes

de dar respostas a si e aos outros, é algo esmagador para a felicidade.

O pensamento é concreto, embora não seja real. Mas, ele pode tornar real seu

comportamento e suas emoções. Uma pessoa dona de uma empresa que, por exemplo,

pensa que sua empresa vai quebrar, pois todos estão falando em crise, e por isso precisa

cortar custos, acaba cortando custos, até o ponto em que não há muitos custos para serem

cortados. E a empresa quebra. Foi a crise que quebrou sua empresa? Não, quem acendeu

a faísca da falência foram seus pensamentos.

Se essa mesma pessoa tivesse fechado os ouvidos para a crise, ou, se tivesse pensado:

“puxa, precisamos vender e lucrar mais”, ela teria salvado seu empreendimento, porque

seus pensamentos moldariam seu comportamento e de toda a sua equipe, que trabalhariam

não para cortar custos, mas para vender e lucrar mais. Em vez de ficarem criando planilhas

para controlar e cortar custos, teriam saído detrás do balcão para captar mais clientes.

Um marido, ou uma esposa, que não sabe filtrar seus pensamentos, os que cria ou os que

aceita passivamente, pode mudar o estado emocional rapidamente, ofendendo, agredindo,

verbalizando discursos que magoam, tripudiam, diminuem, inferiorizam um ao outro.

A todo o instante você é bombardeado a pensar. Desde que você nasceu, e possivelmente,

segundo estudos científicos, ainda no útero da sua mãe, você já começou a ter

pensamentos.

Todos os sons, as imagens, os diálogos com os outros e com você mesmo, e tudo o que

aconteceu, acontece, e acontecerá com você, fez, faz e fará com que você pense. Não dá

para parar de pensar, porque até a tentativa de fazer isso já gerou um pensamento.

Pensar não é um problema, desde que você dome seus pensamentos, como um treinador

doma seu cavalo. Mas, se você não for capaz de reciclar, selecionar, modificar a forma

como seus pensamentos ficam alojados na sua mente, aí sim eles se tornarão o maior

problema da sua vida, pois seus comportamentos e emoções tendem a exteriorizar o que

se passa na sua mente.

Além de filtrar os pensamentos, é preciso tê-los de forma positiva sempre em maior número,

para que em momentos decisivos possam ser acessados com mais facilidade. Há pessoas

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em que a proporção de pensamentos negativos em relação aos positivos é como acertar

na loteria: para cada pensamento positivo, há milhões de negativos. Nos momentos mais

importantes da vida da pessoa, em que ela precisaria de atitudes motivadoras,

comportamentos inteligentes e ousados, a mente não consegue acessar o pensamento

positivo perdido em meio aos negativos. Talvez fosse mais fácil achar uma agulha no

palheiro.

A intensidade com que os pensamentos são registrados também é fundamental. Algumas

pessoas registram episódios tristes, deprimentes, angustiantes, em áreas vips da mente.

Porém, quando algum acontecimento alegre, edificante, tranquilizante acontece, elas

deixam passar desapercebido.

Então, se além de serem em maior número, os pensamentos negativos forem alojados de

maneira mais intensa, prejudicam completamente o que há dentro da Caixa da Vida da

pessoa, transformando seu comportamento, sua postura numa verdadeira máquina de

produção de infelicidade. Se os positivos fossem registrados intensamente, toda pessoa

teria uma qualidade de vida melhor, e teria ações e reações mais produtivas em tudo que

fizesse.

Infelizmente, muitos médicos estão diagnosticando as pessoas com depressão profunda,

no entanto, talvez o que a maioria delas tenha seja excesso de pensamentos, ideias,

imagens negativas. Se conseguissem filtrar, reeditar tudo isso na mente, passariam a ter

uma qualidade de vida melhor, livrando-se do diagnóstico. E o maior problema é que, como

há uma credibilidade quase que absoluta das pessoas na ciência médica, ao ouvirem que

são depressivas, mesmo que não sejam, agora elas serão, o que é uma pena.

Uma jovem de quarenta e seis anos me disse uma vez que sua vida não fazia sentido,

afinal, desde sua infância ela sempre foi abandonada. As pessoas iam embora sem lhe dar

satisfação. Ela construiu uma rede de pensamentos, ideias, lembranças e imagens terríveis

sobre si mesma. Ouviu dos médicos que tinha depressão, e acreditou nisso sem qualquer

filtro. E como poderia filtrar, se a vida toda foi desvalorizada, ou, ao menos se sentia assim?

Ensinei a ela que deveria parar de se autovitimizar. Disse que ninguém valoriza quem

mantém um comportamento autodepreciativo. Concluí que ela deveria passar a filtrar seus

pensamentos, e tudo mais o que sentia por si mesma. Que não importava mais o que já

havia acontecido na sua história. O que interessava era deste ponto em diante, onde ela só

se reergueria se desse um basta na aceitação passiva de que tinha nascido para ser infeliz.

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Meio descrente, ela fez vários exercícios que pedi que fossem feitos, como se olhar bela

no espelho, e recitar diariamente que era competente, linda, proativa. Que as pessoas não

poderiam decidir como seria o cenário da sua trajetória existencial. Que só ela era dona da

tela da vida, e que deveria pintar um lindo quadro para sua história.

Unindo essa filtragem ao tratamento médico, em pouco tempo o médico a liberou, dizendo

que havia vencido a depressão. E como não venceria, se agora era a protagonista da

própria história?

Infelizmente, os médicos da saúde mental também estão doentes, e, os que que não estão,

não possuem tempo, ou vontade, para dar atenção aos seus pacientes para ouvir suas

histórias. Alguém da minha família, que havia perdido o esposo, foi a um médico, e, antes

de começar a falar qualquer coisa, chorou durante a consulta. O médico lhe prescreveu

medicamento para depressão, sem ao menos saber que o que ela tinha era apenas tristeza

profunda e temporária, e dores no peito em razão de tamanha angústia por ter perdido o

marido com o qual vivia há mais de 40 anos. Até o nome dela saiu errado na receita médica.

Quando sua filha me contou que ela havia sido diagnosticada com depressão, a visitei e

percebi que de fato o médico havia feito um grande estrago. Afinal, agora, além de ter

perdido o marido, sentia-se deprimida. A levamos a outro médico, que dedicou mais

atenção ao caso e retirou qualquer diagnóstico de depressão, e prescreveu apenas um

calmante, e também que recomeçasse sua história sem o marido. O médico disse: “sofra,

você tem esse direito e seu marido merece essa sua tristeza. Mas, certamente se ele estiver

nos vendo, adoraria que você se recuperasse logo. Pode retirar esse pensamento de

depressão que alguém colocou na sua cabeça. Ele não é verdadeiro”. Em menos de três

meses ela retomou sua vida.

O tempo todo você está sob a influência dos seus pensamentos. E precisa saber como

cuidar para que eles não tornem seu comportamento e emoções contraproducentes na vida

real, fazendo você agir e reagir de uma maneira que não faria se soubesse filtrá-los. Não

conclua que está com este ou aquele problema, com esta ou aquela doença. Decida filtrar

e lutar sempre em vez de se abater.

Não estou dizendo para duvidar da ciência. Só estou dizendo que ela pode estar errada, e

se você não questionar o que está ouvindo, a Caixa da sua Vida vai se encher de problemas

e doenças que provavelmente você nem tem.

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Talvez você já esteja com a mente lotada de pensamentos que bloqueiam sua capacidade,

criatividade, competência, sua motivação, e também seus sonhos. Provavelmente você já

desistiu de alguns sonhos antes mesmo de tentar realizá-los, e não sabe bem ao certo o

porquê fez isso, a não ser pela razão de que pensou que não dariam certo, que seria muito

complicado, daria muito trabalho.

Todos nós somos criminosos. Sabe qual a razão dessa tese? Nós, em algum momento,

assassinamos sonhos na mente, através dos pensamentos de negatividade, desculpas,

vitimização. Antes mesmo de o embrião dos sonhos ganhar robustez, o matamos. Quem

recebe um diagnóstico de alguma doença grave, mata, na hora, todos os sonhos, se aceitar

esse diagnóstico como verdadeiro passivamente. O mesmo acontece com quem aceita

críticas e comentários que recebe, sem debater, analisar, filtrar.

Tais pensamentos, ideias, entendimentos, advém de toda a sua história de vida. Grande

parte deles são pensamentos que você simplesmente acolheu na sua mente. Enquanto que

outros, a partir de algumas conclusões próprias, passaram a morar também nesse local.

A boa notícia é que é possível melhorar a qualidade desses pensamentos, mesmo que já

estejam há muito tempo perturbando você.

Como o pensamento é concreto, mas não é real, ele precisa de um agente para impulsionar-

se para fora da mente, em forma de comportamento. E adivinhe quem é esse agente,

representante, mediador entre o pensamento e o comportamento? Isso mesmo. Você!

É o seu “eu” interior quem intermedeia essa negociação entre o pensamento e a realidade

comportamental.

Pessoas com fobias, por exemplo. Elas enxergam uma barata, mas o pensamento, através

da mediação do “eu”, transforma essa barata num monstro, num dinossauro, e o

comportamento da pessoa torna-se real, a ponto de ela subir no sofá, como se fosse

possível enfrentar um monstro mental subindo no sofá. O monstro, lá embaixo, seria

esmagado completamente se a pessoa saltasse do sofá sobre ele. Porém, o pensamento,

com o “eu” como representante, não permite que a pessoa faça qualquer coisa além de

pedir por socorro, até que o salvador surja, e com um chinelo nas mãos, destrua o monstro.

O pensamento não é real, mas transforma em realidade o comportamento, com a

permissão do “eu” de cada um de nós, Essa ausência de filtragem dos pensamentos

abarrota a Caixa da Vida com mensagens de incapacidade, incompetência, inferioridade,

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dentre tantas outras ideias que minimizam a realização pessoal, bem como a profissional,

afastando a felicidade.

Agressões, ofensas, invejas, ciúmes, calúnias, difamações, nada disso é real. Por quê? Por

que não nos pertencem, a não ser que o nosso “eu” interior aceite-os como realidade,

fazendo-nos externar um comportamento ainda mais agressivo, ofensivo, invejosos,

ciumento, caluniador, difamador.

Se você não permitir que seu mediador, o seu “eu” receba e abrigue o que estão querendo

lhe entregar, nada disso será real. É como dizem “entra por um ouvido, e sai pelo outro”.

Infelizmente, a maior parte das pessoas reage da forma errada. Tudo o que ouvem, veem,

entra pelos dois ouvidos, e geralmente sai coisa pior pela boca, pela ponta dos punhos

cerrados, e pela ponta dos pés que chutam.

Quem ouve calúnias não deveria aceitar isso como verdade absoluta, e alojar essa calúnia

de maneira especial na sua mente. Afinal, ela não é real, não pertence a pessoa.

Imagine que você vai até a loja de roupas, e observa que uma camisa que você gostou, ou

um vestido, está sujo, rasgado, com as costuras mal feitas. Você compra essa camisa, esse

vestido? Ainda que esteja em promoção, as pessoas sábias não levam esses produtos para

casa. Porém, as pessoas estão comprando, a peso de ouro, todo tipo de comentários que

tecem a seu respeito, abrigando na loja dos pensamentos - a mente -, camisas e vestidos

sujos, rasgados e mal costurados.

Provavelmente você já abandonou este ou aquele projeto que sequer saíram da sua mente.

Os pensamentos negativos invadiram sua cabeça, da nuca às sobrancelhas, e impediram

que seus sonhos, que eram em menor número do que os pensamentos negativos,

pudessem tornar-se real. Sabe de quem é a culpa? Sua? Não. A culpa é do seu “eu”, que

não soube reciclar, questionar, duvidar e convencer sua mente de que os sonhos tinham

grandes chances de darem certo. Eles só precisavam sair da prisão mental que o “eu”

permitiu que fosse criada na Caixa da sua Vida.

Estamos entregues ao que pensamos sobre nós mesmos, e sobre o que as outras pessoas

dizem sobre nós? A maioria sim. Mas, há uma maneira de mudarmos o curso dessa história

de terror: através dos filtros dos nossos pensamentos. Como isso funciona?

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Primeiro filtro

Você tem de se tornar um questionador de pensamentos. Não pode permitir que o seu “eu”

registre pensamentos sem antes questioná-los. Quando você questiona as teses que as

pessoas querem transmitir a você, como, por exemplo, “você é um fracasso, um derrotado,

e incompetente”, automaticamente não aceita isso como verdade. Sem questionar, essa

camisa e vestido sujos serão comprados por você, fazendo reagir de maneira mais

agressiva, ofensiva, ou transformando você numa pessoa sem autoestima, com complexo

de inferioridade, que vai atrapalhá-lo pelo resto da vida, pois a tese inicial que entregaram

e você aceitou, tem o poder de se espalhar por todo o território da sua mente, e não apenas

ficar no lugar em que foi registrada.

Questionamentos como: “quem disse que sou incompetente? Eu, ou quem está me

dizendo? Qual a razão dessa pessoa estar falando isso? Por que ela me chama de

fracassado? Será que ela nunca errou? Nos últimos sessenta dias, quantas coisas certas

fiz? Quem é ela para tirar o meu brilho?”

Sempre que você questiona sua mente, acerca das teses que são apresentadas,

automaticamente já qualifica seus pensamentos, sem permitir que eles se instalem da

forma como foram recebidos.

Desse modo, não abrigando críticas, ofensas, agressividade, comentários que tecem a seu

respeito, além de se proteger contra pensamentos e ideias que se alojariam na sua mente,

na Caixa da sua Vida, você também melhora a qualidade dos seus próprios pensamentos,

que, via de regra, são produzidos através daqueles que você aceitou dos outros.

Cada aceitação sua produz dezenas, centenas, milhares, milhões de outros pensamentos

e ideias aterrorizadoras. É esse acúmulo de críticas, ideias, teses, que você aceita, e o que

é produzido a partir disso que bloqueia sua autoestima, competência, capacidade de

acreditar nos sonhos, nos projetos, de acreditar na vida.

Se você quer vencer toda essa intimidação que está sendo produzida na sua mente, através

dos pensamentos, aceitos e os que são produzidos a partir deles, passe todos eles pelo

filtro do questionamento. Não deixe que se alojem na Caixa da sua Vida como se fossem

convidados vips. Se eles não estiverem na sua lista vip, não os receba.

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Segundo filtro

Você deve ser convicto em dizer que não é nada daquilo que estão dizendo. Jamais aceite

passivamente o que ouve sobre si mesmo. Este segundo filtro eleva sua autoestima, e

protege sua mente, de maneira que os pensamentos não sejam registrados a ponto de

prejudicar sua autoestima e seu comportamento.

Você, ao receber as teses que são apresentadas, deve filtrá-las, dizendo, com convicção:

“Eu não sou incompetente, tampouco fracassado, nem jamais serei um derrotado. Essa

pessoa não tem cacife para me rotular como se eu fosse um pote de maionese. Sou único,

competente, ousado, capaz e inteligente. Posso errar, falhar, mas sei como corrigir minhas

rotas. Caio, mas logo me levanto, e me torno melhor do que era antes”.

Veja que não adianta meramente questionar. Você precisa convencer sua mente de que

não é o que estão rotulando. As perguntas que você fizer no filtro do questionamento têm

de ser respondidas no filtro da convicção. Com o filtro da convicção, você não permite que

as camisas e vestidos sujos sejam comprados por sua mente, e eles ficam com quem

tentava vendê-los a você.

Terceiro filtro

Você deve dar respostas surpreendentes ao vendedor de camisas e vestidos sujos. Jamais

deve responder a ele no mesmo tom, no mesmo formato de comportamento dele. Afinal,

ele é melhor do que você na arte de vender o que não presta. Você só consegue afastar

esses vendedores de produtos tão desfavoráveis para a sua vida, oferecendo a eles o que

eles não esperam, que são respostas surpreendentes, que desmontem suas estruturas de

agressividade, baixa estima, vitimização.

“Entendo você, e o que está dizendo. Você não é a primeira pessoa que me diz isso, nem

será a última. Mas, mesmo assim, preciso ter o direito de defesa. Quais são as razões que

levaram você a me rotular dessa maneira?”.

Com uma resposta surpreendentes como essas, o vendedor de camisas e vestidos sujos

não sabe reagir. Ele estava pronto para atirar mais pedras, porém, você jogou flores nele.

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E por mais que não pareça, as flores são mais resistentes que as pedras no território dos

pensamentos.

Sabe por quê? Por que quando você sabe filtrar as teses, os pensamentos daquilo que

estão falando sobre você, você transforma pedras em flores. E nunca, jamais, flores são

transformadas em pedras nesse território.

Quem planta flores na terra mental das pessoas, corre o risco de receber pedras, mas não

porque as flores foram transformadas em pedras, e sim porque as pedras não suportaram

ficar ao lado das flores. E um dia, de tanto as flores invadirem o território das pedras, todas

as pedras saem e vão embora, e a pessoa fica com um canteiro repleto de flores.

As flores são como a água: não para diante das pedras. Apenas segue seu fluxo natural

até chegar onde precisa chegar.

Seu “eu” interior precisa ser o guia dos seus pensamentos. Ele tem de ser como o cão de

guarda que vigia para o ladrão não assaltar sua casa ou empresa. Esse cão de guarda não

precisa morder, destruir o ladrão. Deve apenas proteger, filtrar as teses daqueles que

querem roubar sua paz de espírito, sua autoestima, competência e amor próprio.

Há uma história que conta que um assaltante, ao pedir a carteira de uma pessoa foi

surpreendido com a frase: “ah sim, pois não, tome-a aqui. O senhor deseja mais alguma

coisa?”. O ladrão ficou espantado com a resposta, que demorou mais tempo que o normal

para sair correndo, e a polícia chegou antes e o prendeu.

Você precisa se negar a dar respostas habituais, por exemplo, quando é ofendido. Quem

ofende, agride, deseja brigar, e não receber um abraço. Se você der o abraço a pessoa não

sabe como reagir.

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Fluxo da filtragem

Figurativamente, filtrar os pensamentos teria este fluxo, no sentido anti-horário:

A maioria das pessoas passa pela vida sem o filtro. O “eu” interior vira só um observador

passivo, que apenas olha todas as teses, alheias e próprias, sendo aceitas, virando

pensamentos negativos no canteiro mental, que vão desencadear mais pensamentos e

ideias negativas, e culminar em reações perigosas para a qualidade de vida delas, em todos

os aspectos, pessoal, profissional, e, sobretudo, emocional.

Aceitar as teses alheias sempre faz mal? Nem sempre. Se você vai a um profissional ou

alguém competente pedir orientação, por exemplo, e ele apresenta a você teses novas,

positivas, elas podem renovar toda sua estrutura de pensamentos, vendendo para a sua

loja mental, camisas e vestidos novos, limpos e atraentes.

A questão está sempre no filtro, na capacidade do seu “eu” interior fazer análises com base

em questionamentos, convicção e em dar respostas surpreendentes.

Cristo foi o ser humano com o mais alto grau de filtragem psicológica. Nunca se viu

respostas tão surpreendentes, e alguém tão preparado para filtrar todas as teses que lhe

eram apresentadas. Ele nunca permitiu que as pessoas mudassem seu destino, ou que

prejudicassem quem andava na sua presença. Não do ponto de vista teológico, mas na

capacidade de filtrar estímulos psicológicos que arrombariam a caixa da mente de qualquer

um.

Ele sempre respondia com parábolas, ou com o silêncio, ou com perguntas devolutivas que

paralisavam quem pedia sua opinião sobre o que fazer. Certa vez, quando perguntaram se

EUINTERIOR

VOCÊ

TESES

PENSAMENTOS FILTRO

REAÇÃO

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era ele o Cristo, respondeu: “vocês estão dizendo, não eu”. Enquanto todos esperam para

apanhá-lo, suas respostas os deixaram sem reação.

Outra vez perguntaram se era justo pagar impostos. Ele pediu para que lhe trouxessem

uma moeda, e os inquiriu sobre de quem era a figura que estava na moeda. Responderam

que era a de Cezar. Então sua resposta assombra os que queriam pegá-lo de surpresa:

“daí a Cezar o que é de Cezar, e a Deus o que é de Deus”.

É uma pena que seu controle mental, sua capacidade psicológica, seu poder de filtragem

nunca tenham sido estudados do ponto de vista psiquiátrico, psicológico, filosófico ou

pedagógico, e que sua autonomia, autoestima e competência não sejam discutidas nas

salas das melhores faculdades do planeta.

O processo de filtragem não é fácil. A quantidade de estímulos sonoros, visuais, as teses

que são apresentadas a você todos os dias, frequentemente levam a pensar de maneira

desordenada, prejudicial, roubando de você a energia para purificar seus pensamentos.

Mas, imagine um celeiro cheio de sementes. Há um milhão de sementes ruins, e cem mil

boas.

O que acontece, se a cada dia, você incluir no celeiro mais sementes boas do que ruins?

Com o tempo, o número de sementes boas superará às ruins. Assim é na sua mente, com

seus pensamentos. Se todos os dias você aprender a semear um bom pensamento, através

do filtro, e, além disso, reciclar um pensamento ruim existente, convertendo-o em bom, em

breve você terá uma mente saudável, com muito mais sementes boas do que ruins no seu

celeiro mental.

Não permita, ao máximo, que pensamentos, acontecimentos, imagens, sons e ideias

penetrem na Caixa da sua Vida, na sua loja mental sem antes passarem pelos filtros

purificadores de pensamentos. Assim, mesmo que entrem algumas camisas e vestidos

sujos, rasgados e mal costurados, você será capaz de limpá-los e costurá-los, deixando-os

atraentes e brilhantes.

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Especialmente para as mulheres (mas que todo homem deve ler)

Mais de um bilhão de mulheres no mundo todo estão insatisfeitas com o próprio corpo. São

feias, obesas, desajeitadas? Claro que não. Elas apenas não têm o corpo que 1% das

mulheres que a mídia apresenta tem.

No entanto, elas são lindas, maravilhosas, admiráveis aos olhos de quem as vê, mas não

acreditam nessa linda beleza. Estou escrevendo este tópico exclusivo para as mulheres,

mas que todo homem deve ler para valorizar e expandir a autoimagem que as mulheres da

sua vida devem ter delas mesmas.

Somente com uma autoimagem forte, confiante, é que você mulher, será feliz sem se

importar por não ter o corpo que as capas de revista mostram. Aprenda que na sua vida

real não tem fotoshop. Na sua vida real você não precisa passar fome para ser bonita, nem

se matar na academia para agradar alguém.

Você simplesmente precisa se sentir linda e cuidar da sua saúde para agradar a você

mesma. Só assim vai agradar aos outros. Geralmente quem passa fome para agradar

alguém com um corpo escultural está fazendo a felicidade morrer de fome também. Ame-

se, acredite-se, olhe para o espelho e não aponte para seus defeitos, mas para suas

qualidades.

Esqueça por um momento o padrão que a mídia expõe, como sendo esse o ideal de mulher.

Sua autoimagem não está à venda, sua autoestima também não. A TV, as revistas e jornais

não podem mudar sua qualidade de vida.

Não se engane. A maioria das mulheres das capas de revistas tem os mesmos problemas

seus. Elas não são mais felizes porque possuem um corpo dentro do padrão. Há mulheres

morrendo, jovens e não tão jovens, no mundo das modelos, dos padrões midiáticos, porque

comem uma folha de alface por dia para manter o manequim. É a maior besteira, o maior

desastre, e a maior judiação que estão fazendo com as mulheres do mundo todo, criando

um padrão.

Uma mulher nunca será feliz se depender do estado do seu corpo para tal. Por que? Porque

sempre haverá um retoque aqui e ali, e quando você achar que está nos padrões, a mídia,

as revistas vêm e apresentam outro corpo como padrão de beleza.

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Sim, é importante cuidar do corpo, mas para manter a saúde, e não para se achar bonita.

Milhões de mulheres estão, como disse, matando a felicidade de fome junto com a meia

maça diária que comem para manter o peso ideal.

Admire-se ao olhar para o espelho. Passe alguns minutos dizendo a você mesma, até em

voz alta se for preciso, coisas como: “eu sou linda, maravilhosa. Eu me amo. Veja como

sou atraente. Sou muito mais do que um corpo, sou alguém especial, e se os homens não

me querem, o problema é deles, pois não sabem o que estão perdendo”.

Na realidade, não há homem que resista (a não ser os comprometidos), a uma mulher com

autoestima elevada, com ar e semblante confiante. Os homens adoram mulheres bem

resolvidas, despreocupadas em demasia com a beleza externa. A demasiada preocupação

com a beleza torna a mulher fútil, ansiosa, e tira seu brilho, seu valor como ser humano,

como pessoa. Quando o que a mulher tem a oferecer é apenas um corpo bonito, medidas

“perfeitas”, torna-se um objeto nas mãos de homens indelicados. Um dia o corpo perfeito

some, e o homem também!

Como anda sua autoimagem? Como você se enxerga quando o espelho não está à sua

frente? Qual é a imagem mental que você tem de você mesma? Você é uma mulher

confiante? Você veste-se bem, alinha os cabelos, perfuma-se, mesmo tendo alguns

quilinhos a mais? Ou já se abandonou, e passa o dia todo lembrando seu parceiro,

namorado, esposo, do quanto sente-se mal? Quem sabe ainda usa aquela camiseta de três

eleições passadas? Que lástima (risos).

Os homens não reparam muito, mas, há mulheres que fazem questão de mostrar que a

celulite está ali, que os pneuzinhos a deixam com a autoestima baixa. Se não falassem

nada, a maioria dos homens sequer se daria conta disso.

“Olha meu amor, que coisa horrível esses pneuzinhos”, é o que muitas mulheres falam aos

seus pares. O que antes nem era visto pelo marido, agora fica em evidência. E se ele jurar

que não se importa, não adianta. A mulher passa a infernizá-lo até ele dizer que acha aquilo

feio. E aí ela estoura: “viu, eu não falei, você não me ama mais só porque estou gordinha,

eu sabia”.

Como melhorar sua autoimagem? Amando-se do jeitinho que você é. Primeiro ame-se da

maneira como está agora. Ignore o padrão de beleza que observa externamente. Olhe para

dentro de você e repita as frases que citei acima. Assim já vai melhorar a qualidade dos

seus pensamentos em relação a você mesma. Depois, projete o corpo que gostaria de ter,

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se isso é tão importante. E sem se torturar, pratique o que todos deveriam praticar: alimente-

se adequadamente, e faça exercícios físicos regularmente. Vá a academia para melhorar

a rigidez muscular, ou exercite-se em casa mesmo.

Mas entenda que você não é o seu corpo, que você não precisa matar sua autoimagem,

autoestima e felicidade de fome só para entrar no padrão de beleza escandaloso que é

apresentado.

Diga com frequência: “eu me adoro, sou lindona. Olhe só que gata. Nossa, que mulher

maravilhosa que vejo à minha frente. Só algum maluco não se interessaria por mim. Sou

confiante, pra cima, tenho excessos de gostosuras...”

Isto não é vaidade, é amor próprio. É vence um padrão destrutivo que se criou em relação

às mulheres e sua beleza. A mídia precisa parar de ver a mulher como um pedaço de carne,

como se elas estivessem à venda num balcão de açougue. Mas será que esse é o maior

problema? Não, claro que não. Infelizmente, muitas mulheres estão se vendo assim.

Raramente se elogia a inteligência da mulher. Poucos falam sobre seu potencial intelectual.

Dificilmente há matérias enaltecendo às qualidades e habilidades gerenciais das mulheres,

sua capacidade e sensibilidade para os negócios. E quando tais matérias são publicadas,

raramente alguém lê ou se dá o espaço que merecem tais publicações.

Mas, experimente pôr na tela da TV uma dançarina com seu corpo bem torneado, com

roupas sensuais...ah, ela ganha notoriedade, aplausos e reconhecimento. Embora não diga

uma palavra, faz sucesso e logo estará nas primeiras páginas das redes sociais e revistas,

faturando milhões, enquanto que a empresária que recuperou uma empresa, a dona de

casa que se sacrifica para cuidar bem da família vive no anonimato, muitas vezes sem

recursos para compor uma refeição digna para a família.

Você se preocupa demais com seu corpo? Talvez você precise vencer a SCP – Síndrome

do Corpo Perfeito, e praticar mais a CBI – Contemplação da Beleza Interior, todos os dias.

Elogie-se, conquiste-se, repito, ame-se mulher. Invista na qualidade do que você pensa

sobre si mesma. Cuide-se interiormente. Só assim será capaz de cuidar-se exteriormente.

Agrade-se com você mesma. Só assim agradará a quem ama.

Se alguém não ama você só porque está acima do peso, tem uma celulite aqui ou ali,

desprenda-se dessas pessoas. Não é somente sua saúde física que está em jogo. É

sobretudo sua saúde mental, emocional, sua felicidade que estão em jogo.

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Garanto a você que uma mulher pra baixo, triste, descontente, com a autoestima e

autoimagem em baixa não agrada ninguém, por mais linda que seja externamente.

Já, uma mulher alto astral, alegre, bem-humorada, confiante de si mesma, ainda que não

esteja em paz com a balança, é completamente agradável e encantadora.

Antes de tentar conquistar aos outros com um corpo escultural, conquiste a você mesma

com uma autoimagem e autoestima fortes.

Não raro, mulheres que querem emagrecer ganham mais peso. Qual a razão? Elas vivem

angustiadas, depressivas, desanimadas com o próprio corpo, e então, em vez de lutarem

pelo que querem, se entregam ao desânimo, e passam a comer mais ainda, entrando num

ciclo vicioso: não emagrecem porque comem mais, ou comem mais porque não

emagrecem? Não importa, como vimos, não é isso que está em jogo, mas sim, a qualidade

de vida e a felicidade que estão emagrecendo, e não deviam.

Mulher, diariamente faça a oração da mulher de bem com a vida: “obrigado pelo que sou,

pelo que tenho. Sou mulher, sou fã de mim mesma, sou abençoada com uma autoimagem

e uma autoestima elevadas. Não me importo com o padrão de beleza criado. Me amo

demais para me preocupar com o corpo exposto na capa das revistas e na TV. Só exponho

minha autoconfiança, meu amor próprio e minha inteligência. Valorizo-me cada dia mais, e

aceito-me como sou, apenas mudo o que é importante para minha saúde física, mental e

emocional. Não gravito na órbita dos outros. Sou uma admiradora de mim mesma. Sou

linda, fofa, cheirosa e maravilhosa. Qualquer pessoa que não me amar, estará fazendo um

mau negócio”.

E arremate com o golpe fatal: “espelho, existe alguma mulher mais poderosa do que eu...?

...Obrigada, eu sabia que não”.

Homens, valorizem as mulheres da sua vida. Agradeçam por tudo o que elas representam

na sua vida. Há homens que destroem a autoestima e autoimagem das mulheres com

comentários deselegantes, como “você engordou? Nossa, esse vestido está horrível”.

Não façam isso. Você pode falar qualquer coisa para uma mulher, mas nunca deve falar

que ela engordou, ou que seu cabelo está desarrumado!

Constantemente elogiem-nas. Digam como estão lindas, bem-vestidas. Falem que elas não

são um pedaço de carne no balcão de um açougue, mas sim, que são verdadeiras joias

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raras expostas no balcão do seu coração, e não estão à venda, porque você jamais as

perderia por nada neste mundo.

Nunca é demais dizer que os grandes homens conquistam a mulher da sua vida todos os

dias, em vez de conquistar várias mulheres à venda todos os dias. Ajudem as mulheres da

sua vida, esposa, mãe, filhas, a terem autoestima e autoimagem preservadas, fortes. Sejam

elas donas de casas, executivas, vendedoras, secretárias, médicas, fisioterapeutas,

advogadas, comissárias de bordo ou o que for, de manhã cedo, eleve-as ao status de

princesa, rainha. Escreva um bilhete romântico, peça uma cesta de café da manhã antes

de ir trabalhar, compre flores, ou apenas teça um elogio a elas.

Deixe claro que você a ama como ela é, e que ela só precisa melhorar se achar que isso é

importante para sentir-se ainda mais poderosa e feliz. Encha a Caixa da Vida das suas

mulheres com elogios, agradecimentos e amor.

RESUMO: Você aprendeu a filtrar seus pensamentos, e que eles não são reais, mas se tornam reais porque

interferem no seu comportamento. Passe todos os seus pensamentos pelo processo de filtragem,

protendo a Caixa da sua Vida das camisas e vestidos sujos e velhos que querem vender a você. E

você mulher, aprendeu a amar-se do jeito que você é, sem se preocupar com o padrão de beleza

exposto na mídia e nas capas de revistas. Admire-se, elogie-se, e mantenha sua autoimagem e

autoestima elevadas.

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4. CONSTRUA UMA CARREIRA DE SUCESSO, SEM DEIXAR DE

SER FELIZ

Ter sucesso na vida profissional exige tempo, esforço, determinação, disciplina e uma série

de outras características. E há muita gente deixando de lado carreiras, negócios de

sucesso, porque acreditam que não aguentarão o tranco. Agindo assim, sem intenção, elas

vão chamar para dentro da Caixa da Vida a infelicidade pessoal. Por que? Porque não dá

para ser feliz como pessoa sem o ser como profissional.

Quanto tempo você consegue viver sem beber água? Provavelmente entre três e cinco

dias, como mostram os estudos biológicos. E mesmo nesse período seu corpo já começa

a dar sinais de degradação gradual dos sentidos.

Querer ser feliz sem construir uma carreira de sucesso, seja como funcionário ou

empresário, é o mesmo que tentar sobreviver sem água, pois o sucesso profissional está

diretamente e intimamente ligado com sua felicidade pessoal. Procurar encher a Caixa da

Vida de sentido, sem incluir nela o sucesso na carreira e nos negócios, é como tentar encher

um balão de ar sem assoprar ar para dentro dele.

Quando você não se realiza profissionalmente, sua vida pessoal começa a sentir os efeitos

colaterais também. Por essa razão, ter uma vida profissional bem-sucedida é um dos

requisitos para que a felicidade seja completa.

Você precisa sentir que sua profissão, seja ela qual for, está lhe aproximando dos seus

sonhos. Sem exageros e sem deixar faltar energia para o lazer, para cuidar da saúde e da

família, você só se aproxima da realização dos seus sonhos através de muito trabalho

intenso e inteligente.

Muita gente neste momento está indo para o trabalho, ou saindo dele. Será que estão se

aproximando ou se afastando dos seus sonhos e objetivos? As pessoas trabalham muito,

mas pensam pouco se a profissão que escolheram, o negócio que montaram as está

levando para perto das realizações de vida que querem.

É importante fazer uma análise frequente de como você está levando sua vida profissional.

Você já pensou, de verdade, que se não parar para analisar para onde sua escolha

profissional está levando sua felicidade, sua alegria, seu bem-estar com as pessoas, corre

o risco de chegar a algum lugar que não será o lugar que você tinha imaginado?

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Às vezes você está infeliz com o que está fazendo, na empresa na qual trabalha ou é dono,

e pensa que se for para outro lugar, aí sim será feliz. Mas o que garante isso? Quem disse

que lá, nesse lugar, você será feliz?

É importante começar a pensar para onde sua vida profissional está levando você, para

não trabalhar tanto, perder boas noites de sono, e quando chegar a algum lugar, não será

onde você queria.

Entretanto, não estar no trabalho dos sonhos não quer dizer que você deva fazer corpo

mole, ou abandonar seus compromissos profissionais, saindo como um louco atrás de

alguma empresa ou negócio que lhe propicie a realização que deseja.

Alguém já disse que o trabalho dignifica o homem. Porém, a verdade é que é o homem que

dignifica o trabalho que tem. Para você, um dia, dar de cara com a realização profissional,

terá de trabalhar com comprometimento, motivação, e competência onde está neste

momento.

Talvez você tenha caído de paraquedas numa profissão e a rotina diária, as necessidades

mundanas foram deixando sua atividade profissional cada vez mais sem graça, e hoje você

vai às duras penas trabalhar. Como têm muitas obrigações financeiras, decidiu empurrar

com a barriga. O problema é que a melhor forma de realizar os sonhos é trabalhando.

Portanto, você precisa estar em paz, e feliz com seu trabalho. Ir para o trabalho por pura

obrigação não propicia a paz nem a felicidade que você precisa.

Como insatisfação na vida profissional significa desprazer na vida pessoal, você não pode

viver a vida inteira sem trabalhar em alguma coisa que, no mínimo, goste.

E não é apenas quem não tem sucesso (financeiro) na carreira que tem problemas. Alguns

ganham tanto dinheiro na profissão, que nem se dão conta de que estão deixando a vida

passar, enquanto acompanham a movimentação financeira da conta bancária. Já nem

sabem se gostam do que fazem ou se é apenas pelo dinheiro. Não percebem que um dia

a vida vai exigir essa resposta para entregar a felicidade que esperam.

Se não resolverem essa questão vão sofrer com a irritação, ansiedade, estresse em

demasia, com a única diferença de terem dinheiro no bolso, o que nessas horas não resolve

praticamente nada.

Conquistar o tão sonhado sucesso profissional exige doação, comprometimento,

competência, esforço na direção correta, e claro, resultados.

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O mundo corporativo tem fortes exigências nos dias de hoje, e talvez sempre tenha sido

assim. A maior diferença que notamos é a velocidade com que os resultados precisam

aparecer, tanto para os donos de empresas, quanto para seus colaboradores. Isso tem

levado aqueles que não conseguem organizar a Caixa da Vida, a perder de vista o prazer

de uma reunião em família, de um passeio com os filhos e o cônjuge, de jogar conversa

fora num happy hour com os amigos e amigas.

Então as pessoas devem ser menos comprometidas e deixar a responsabilidade

profissional de lado? Obviamente que não. Precisam apenas investir também na vida

pessoal, dividindo as energias, senão não faz sentido trabalhar bastante. Se essa

dedicação extrema estiver jogando a felicidade para fora da Caixa da Vida, é preciso corrigir

essa falha.

Os casais não se separam porque um ou outro trabalha demais. Os filhos não deixam de

amar os pais ou se perdem nos caminhos da vida só porque o pai, a mãe, ou os dois

trabalham muito. O que destrói um relacionamento é a falta de contato, carinho, atenção.

Sem dúvida, algumas pessoas extrapolam na dose diária de trabalho. Ficam dez, doze,

quatorze horas na empresa e ainda levam um monte de trabalho para casa. Chegam,

tomam uma ducha e ligam o computador ou pegam a pilha de relatórios e documentos para

analisar. Se exagerassem também na dose de amor e atenção às pessoas não teriam

tantos problemas na relação.

Um amigo meu me confessou que várias vezes quando está namorando com a esposa, é

interrompido pelo toque do celular, e pior, ele diz a ela: “preciso atender”. Não há relação

que resista a uma atitude como essas frequentemente.

Se a pessoa amada reclama do seu excesso de trabalho, precisa trocar pelo menos a

quarta-feira de horas extras por um jantar romântico, ou por um passeio mesmo que seja

ao ar livre. Se todo final de semana você tem compromissos na empresa com clientes, ou

leva serviço para casa, de vez em quando tem que sair à noite e ir com a pessoa amada

para um lugar especial para curtir a relação. Não é necessário abandonar os sonhos

profissionais, mas também não é preciso criar um pesadelo na relação afetiva.

Já, se o dono da empresa ou os clientes estão exigindo muito de você, considere isso

normal. Eles são pagos para isso! Basta você ter uma conversa franca e mostrar que está

se dedicando, está comprometido, mas só não quer ficar doente de tanto trabalhar, pois

isso seria ruim para todos.

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Se você estiver pecando no lado profissional, o ideal é dialogar com a pessoa amada sobre

a necessidade de dedicar mais tempo para a carreira, para a empresa e para os negócios.

Afinal, a carreira é um pedaço importante da vida, e sem sucesso profissional raramente há

sucesso na vida pessoal.

Isso vale para a relação com os filhos e amigos. Os filhos não querem que os pais

renunciem o sucesso na profissão para os terem 24 h por dia, mas também não querem

pais executivos dentro de casa ou nas viagens em família. Eles só querem apoio, sentirem

que não precisam marcar hora para falar com os pais.

E os amigos de verdade sabem esperar o tempo para saírem juntos, fazerem aquela festa

num final de semana, ou para poderem contar seus problemas para alguém especial que

sabe ouvir.

As pessoas que realmente importam a você entendem que uma vez ou outra terá de levar

trabalho para casa, ou que uma viagem de negócios mais longa é necessária, pois pode

significar uma promoção, o carro novo, a casa própria, a viagem de férias no fim do ano, o

tão sonhado sítio ou casa de praia. Ou talvez seja esse comprometimento que vai garantir

pelo menos o sustento da sua família. Não importa.

O que realmente interessa é você saber equilibrar a Caixa da Vida, não permitindo que ela

se encha tanto de motivações profissionais, nem vá se esvaziando de energia nas relações

pessoais.

Para ter sucesso na vida profissional, além de muita determinação, vontade de vencer na

vida, bons relacionamentos, você precisa de três qualidades essenciais: estado mental de

vencedor, competência, e um “algo a mais”.

Estado Mental de Vencedor - EMV

Há milhões de pessoas competentes, repletas de diferenciais para oferecer, mas são mal

sucedidas profissionalmente. Elas trabalham intensamente, e bastante, porém, não

conquistam resultados expressivos. Por que isso acontece?

Elas mantêm na Caixa da Vida delas uma mente perdedora, fraca, que não sabe se

proteger contra os ataques constantes dos problemas e dificuldades que o mercado de

trabalho apresenta.

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Quando algo dá errado na vida profissional delas, logo se entregam aos acontecimentos,

canalizando ideias negativas, pensamentos de fracasso, e procuram, mentalmente,

justificativas e desculpas para o que deu errado. E pior, se alguma coisa dá certo, dizem

que foi sorte. Não acreditam em si mesmas. Não creem que podem ser maiores do que

são, terem mais resultados do que têm.

Quem tem um Estado Mental de Vencedor, quando não bate as metas, foca toda a sua

energia para saber o que fez de errado e procura correções. Já, quem mantém um Estado

Mental Deteriorado se curva, atrofia, se encurta diante das falhas. Em vez de reagir, a

pessoa se esconde.

O ser humano começa a cair quando reconhece que não tem condições para se levantar

mais uma vez. E infelizmente o mundo está repleto de pessoas com o EMD – Estado Mental

Deteriorado, e carente de gente com um EMV – Estado Mental de Vencedor.

Vencedores não procuram desculpas, nem dão justificativas e explicações. Eles procuram

a raiz dos problemas, e reconhecem suas culpas. A partir disso vão atrás das soluções, de

maneiras de como fazer dar certo o que ainda não saiu como esperavam.

Você tem um EMD ou um EMV?

Pessoas com EMV parecem blindadas, como um carro forte. Elas sabem que haverá

problemas, falhas, crises. Porém, focam nas soluções, acertos e oportunidades. Contra

tudo e contra todos, vão desacreditando de previsões catastróficas, rompendo barreiras,

sem parar. Nadam contra a correnteza, mergulham ainda mais, mesmo que todos estejam

fora do rio, gritando para que saiam, senão vão se afogar.

Não são pessoas aventureiras, que desafiam os limites da sanidade. São pessoas que

apenas desafiam os próprios limites, que têm imunidade contra o pessimismo e o que está

acontecendo no mundo de fora. Elas pensam em vender e lucrar mais, e não em apenas

reduzir os custos. Elas não ouvem os sermões dos chefes, mas os elogios dos clientes.

Não estão nem aí para quem faz previsões negativas, e mal olham para os noticiários sobre

crises. Simplesmente acordam cedo, pedem ao Papai do céu que dê a elas energia, saúde

e fé, e vão fazer o que precisa ser feito.

O foco delas não está em quanto vão ganhar mantendo esse EMV. O foco é quantas

pessoas vão ajudar fazendo um trabalho de excelência. Em quanto o universo vai conspirar

a favor delas por manterem essa energia positiva de quem sabe que no fim das contas, as

coisas se ajeitam para quem conserva um EMV. Elas criam um momento próprio, no qual

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reconhecem que depois dos tsunamis se reconstrói mais fácil quem não fica lamentando o

que perdeu, mas sim quem mantém o foco no que precisa reconquistar.

Já imaginou um cirurgião sem um EMV? Há cirurgias que levam cinco, dez horas para

serem concluídas. Se o cirurgião desfocar por um instante, seu paciente morre. Pode estar

chovendo, caindo canivete, os juros aumentando, o dólar subindo, mas o cirurgião continua

ali, focado. Muitos sequer vão ao banheiro. Eles entram num Estado Mental de Vencedor

tão grande que o cérebro bloqueia qualquer outra necessidade, a não ser a de operar com

sucesso o paciente.

O mundo pode estar desabando, inclusive, o mundo do próprio cirurgião. Quem sabe as

coisas não estejam bem em casa, talvez o filho dele esteja com problemas na escola, com

os amigos. Porém, nada mais importa naquele momento. Tudo o que interessa a ele, ou

ela, é manter o EMV lá em cima para que o paciente não morra.

Novamente, você tem um EMV? Você consegue manter esse foco total naquilo que está

fazendo, sem se importar se o mundo está desmoronando lá fora?

Quando assumi uma empresa, praticamente falida, sem prestígio e credibilidade, por uma

série de erros e deslealdade de alguns funcionários para com os clientes, muitos me

chamaram de louco. Diziam que a maioria dos clientes iria embora, pois um falaria para o

outro que teve prejuízos por culpa da empresa. Falavam que a empresa estava condenada

a fracassar rapidamente. Não era uma empresa grande, porém, considerada a proporção

do seu tamanho, o prejuízo mensal que a empresa tinha era monstruoso, além do risco de

realmente perder clientes.

Mas eu fechei os ouvidos às ponderações que faziam. Eu sabia que a empresa era maior

do que seus erros. Que os colaboradores que ficaram eram maiores, mais honestos, e mais

competentes do que os que foram embora. Me reuni com cada funcionário e expliquei a

real situação da empresa. Ninguém me abandonou. Fiz o mesmo com cada cliente. Contei

a verdade, e assumi que de fato alguns colaboradores haviam cometido atrocidades em

relação aos clientes, no entanto, resolveríamos tudo (embora eu não tivesse muita noção

de como fazer isso). Apenas dois clientes foram embora.

Resumindo, em menos de dois anos nosso faturamento havia triplicado, bem como os

lucros e o número de clientes. Pagamos todas as dívidas que a antiga administração

deixou, e a empresa passou a desfrutar de um belo fluxo de caixa e de uma extraordinária

rentabilidade.

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Quem tem um alto EMV não fica lamentando a falta de água: constrói um poço artesiano e

sai vendendo água. Não reclama da falta de clientes: para todo cliente que diz não, a

pessoa liga para outros dez que podem dizer sim. Não fala mal do governo meramente:

pinta a cara e sai às ruas exigir seus direitos sem destruir os direitos dos outros.

Como manter um EMV e fugir do EMD?

Assuma a responsabilidade

Quem quer manter seu EMV precisa assumir a culpa pelo que não dá certo na sua vida.

Não importa se era para alguém ajudar e não ajudou. Se o mercado em que atua deveria

receber mais investimentos públicos e não recebeu.

Se você quer manter seu EMV não pode gastar energia lamentando aquilo que os outros

deveriam fazer e não fizeram. Gaste-a chamando a responsabilidade para si e siga em

frente.

Metas não são atingidas porque o vendedor fica esperando os clientes, culpando a empresa

pela falta de investimento em propaganda. Equipes não são formadas porque os líderes

sonham que os conflitos vão se resolver por si só, enquanto desfruta de sua imponente

sala, e de sua bela cadeira giratória, com os pés sobre a mesa de madeira importada da

Alemanha. Excelentes resultados não são atingidos porque o colaborador está esperando

ganhar mais para trabalhar mais, e o diretor esperando ele trabalhar mais para aumentar

seu salário.

Não adianta. A Caixa da Vida de ninguém chamará o sucesso profissional para dentro dela,

enquanto a pessoa não assumir a responsabilidades pelos seus resultados.

Você assume 99,9% da responsabilidade pelos seus resultados? Não resolve. Tem de ser

100%. Se alguém ajudar, ótimo, senão, você vai lá e faz!

Ataque a origem

Quem tem dor de cabeça vive tomando analgésico. Mas, geralmente a dor de cabeça é um

sintoma, e não a origem do problema.

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Conta a história que um homem passou a vida com fortes dores de cabeça. Foi a vários

especialistas e tudo o que faziam eram exames, sem encontrar nada de errado em sua

cabeça. Tomou medicamentos a vida inteira, porém, cada vez mais, porque as dores

aumentavam, até o dia em que só conseguia sentir menos dor à base de morfina.

Não suportando a dor, o homem pedia insistentemente para morrer, até que morreu. Ao

chegar ao céu, foi recebido por Cristo. Com raiva, ele perguntou a Cristo a razão de ter sofrido

tanto com aquelas dores de cabeça, sendo que fazia constantes orações e era uma pessoa

justa. Cristo olha para ele e pede para que olhe no calcanhar. O homem notou que estava

inflamado e perguntou o que aquilo tinha a ver com suas dores, afinal, o que lhe incomodava

era dor na cabeça e não no pé. Cristo olha par ele e diz: “vou lhe dar mais uma chance. Volte

para a Terra e peça para um médico olhar no seu calcanhar”. Retornando à Terra, o homem

se viu num leito de UTI, e imaginou que havia apenas sonhado. Porém, chamou o médico e

pediu para que ele olhasse o que tinha de errado com seu calcanhar. O médico olhou, viu

que estava um pouco inflamado e pediu um raio-x para dar o diagnóstico. Quando recebeu o

raio-x percebeu que havia um pequeno espinho no calcanhar daquele homem. Fez então uma

pequena incisão e, com uma pinça, extraiu o espinho. Na mesma hora o homem sarou da dor

de cabeça.

Pessoas com alto EMV atacam a origem dos seus problemas, e não os sintomas.

Muitos empresários reclamam que os clientes não vão até suas lojas. No entanto, não

permitem que os vendedores saiam prospectar, só porque é uma loja de varejo. Em vez de

liberarem 50% dos vendedores para saírem às ruas, visitar clientes, prospectar, ou pelo

menos, ligar para o maior número possível de pessoas convidando para virem à loja,

preferem que eles fiquem andando para lá e para cá dentro da loja, ou que fiquem

encostados pelos cantos, sem ter ninguém para atender.

Profissionais reclamam de que o chefe não vê seu serviço, e o culpam pelo baixo salário.

Dizem que só os puxa-sacos sobem na empresa. É mentira. A verdade é que você precisa

contar sobre suas capacidades para seu chefe. Você precisa falar com ele, mostrar suas

competências. E não custa nada elogiar sutilmente a chefia. Não é criticando ou falando

mal dele ou dela nos bastidores da empresa que você será promovido.

Analise quais os problemas você vem enfrentando, na vida profissional. Veja o que está

dando errado fora da Caixa da sua Vida, e faça uma lista disso tudo. Porém, vai precisar

olhar o que está errado dentro dela para descobrir a origem desses problemas.

Procure o espinho no seu calcanhar!

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Corrija os erros

Só descobrir a origem dos seus problemas não resolve nada. É por isso que muitos

psicólogos, terapeutas e psiquiatras não têm sucesso. Eles ajudam o paciente a descobrir

a origem dos seus erros e problemas, mas não participam mais da etapa de correção.

Depois que você fizer a sua lista de problemas externos que estão afetando sua vida, e se

aprofundar nas origens deles, precisa agir.

Não adianta concluir: “nossa, que legal, agora sei porque sou alcoólatra. Meu pai me

abandonou, batia na mamãe quando eu era criança, e graças a um especialista descobri

isso numa sessão de hipnose”, porém, continuar bebendo. É necessário que você comece

um tratamento, tanto para resolver seu conflito pessoal, existencial, em relação ao seu pai,

bem como dar um basta com a bebida, evitando festas, bares, e tudo o que ativa o gatilho

da bebida.

Há pessoas que sabem exatamente quais são as causas dos seus problemas. Por exemplo:

sofrem de gastrite, e a causa é o excesso de refrigerante, condimentos e conservas,

alimento gorduroso, bebida alcóolica, nervosismo. Mas o que elas continuam fazendo?

Tomando refrigerante, cerveja, comendo pepino azedo acompanhado de uma suculenta

costelinha suína, e se irritando até quando o cachorro abana o rabo.

Se você sabe, por exemplo, que a causa de você não ter uma empresa de sucesso é porque

não atende bem aos clientes, você precisa treinar seus vendedores e todos na empresa.

Não adianta fazer propaganda e chamar os clientes. Vai quebrar mais rápido sua empresa,

pois eles serão mal atendidos.

Se a sua carreira não evolui, seu salário não aumenta, e você sabe que a razão é porque

na empresa só é promovido quem tem uma pós-graduação, não adianta reclamar. Vá fazer

ou terminar a faculdade. Depois faça uma pós-graduação. Ou saia da empresa e procure

algum lugar onde ela não seja necessária para crescer profissionalmente.

Mantenha o foco

O foco das pessoas com EMV está sempre no que elas precisam fazer para que suas metas

sejam alcançadas, e não no que fazer para diminuir os prejuízos.

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Você precisa desconectar-se do mundo externo muitas vezes para conseguir realizar o que

você quer, como o cirurgião no momento da cirurgia, o atleta no momento do salto, o lutador

no momento do golpe perfeito.

Sempre que faço treinamentos observo quem vai sair dali e atingir mais resultados. Alguns

participantes estão mais preocupados com as postagens no Facebook do que com o

treinamento. Outros focam mais na blusa da colega do que no conteúdo da palestra. Alguns

ainda chegam bem cedo, mas para ficarem lá atrás, bem no fundo, só para conversarem e

falarem mal dos colegas que estão lá na frente da plateia. É engraçado, mas muitos focam

mais na mosca que os incomoda do que em se qualificar para bater metas.

A Hortência, uma das maiores jogadoras de basquete do mundo é um exemplo fortíssimo

de foco. Na hora do arremesso, depois de uma falta, ela parecia ignorar qualquer situação,

a torcida adversária e a própria torcida naquele momento. Ela estava 100% compenetrada

em acertar o arremesso. O que acontecia? Ela acertava na imensa maioria das vezes seus

arremessos.

Você precisa focar, se isolar do mundo quando estiver realizando alguma coisa que pode

mudar sua vida, e a vida dos outros, seja um treinamento, uma cirurgia, um salto, um

arremesso.

Foco traz sucesso e felicidade para dentro da Caixa da sua Vida.

Crie uma casca grossa

Boa parte das pessoas não tem uma casca grossa. É só um pequeno aborrecimento

acontecer que elas param com tudo. E mesmo sem contratempos muitas não começam

nada, só por prestarem mais atenção a videntes, horóscopo, e gente pessimista, do que na

própria capacidade.

Não há como construir uma carreira ou um negócio de sucesso se você é suscetível demais

às condições externas ou aos pontos fracos que possui.

Como vimos, você precisa descobrir a origem e corrigir esses pontos. Contudo, nem

sempre tudo vai dar certo só porque fez as correções. E é nessa hora que sua casca precisa

ser grossa para suportar a pressão.

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Essa casca é uma espécie de blindagem, onde, aconteça o que acontecer, você sabe que

seu papel não é chafurdar no lodo das lamentações, mas sim, de erguer a cabeça e

procurar soluções.

Na maior parte das vezes na vida, você vai ter que ser como um tatu, que ao pressentir o

perigo, se recolhe para dentro da casca para não ser atacado.

Sua casca é grossa para suportar quando for atacado?

Competência

Ter um alto EMV, mas ser incompetente naquilo que faz também não gera resultados

significativos profissionalmente.

O que é competência? Competência é dar conta do recado.

Há muitas pessoas frustradas profissionalmente, no entanto, não por culpa da carreira que

escolheram, por falta de vocação, nem por não terem uma mente otimista, de vencedor,

mas simplesmente porque não adquiriram a competência necessária para fazerem benfeito

o trabalho que executam.

Geralmente, a maneira mais rápida para você ter sucesso profissional é sendo competente,

porque uma pessoa incompetente atrapalha todo o processo empresarial, e fica em

evidência sua incompetência, o que a faz ser dispensada num piscar de olhos. Outras

pessoas terão que refazer o trabalho que ela fez, se fez. O líder vai gastar mais tempo, e

dinheiro tentando corrigir seus erros, quase sempre sem sucesso nessa correção.

Há quem diga que motivação vale mais que competência. É difícil acreditar nisso, a não ser

para quem nunca trabalhou ao lado de pessoas incompetentes.

Hoje, você dá conta do recado naquilo que faz? Você consegue cumprir o que esperam

que você cumpra? Se você é líder, você consegue organizar sua equipe para que ela dê o

máximo em produtividade, vendas e lucro?

Não responda tão rapidamente. E não se contente com as suas próprias respostas. Vá

perguntar para quem trabalha com você. Ouça o que as pessoas têm a dizer sobre seu

trabalho. Depois disso, compare seus resultados nos últimos meses, anos, e veja em

quanto eles têm aumentado, para si mesmo e para a empresa na qual trabalha. A

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competência acontece quando os resultados que você oferece estão em pleno crescimento.

Se as coisas estão iguais há muito tempo, pode ser um sinal de falta de competência.

E como uma pessoa consegue ser competente? Do jeito que ela quiser. Há uma centena,

ou mais, de formas para que alguém se torne uma pessoa competente. Em cada setor,

área, departamento, em cada segmento de mercado, ramo empresarial, tipo de negócio,

há maneiras para que uma pessoa consiga a competência que é necessária nesse lugar.

O mundo da informação não é mais distante. A internet aproximou tudo de todos. Existe

informação aos montes para você virar um expert na sua área. Tem muita coisa boa na

internet, você só precisa filtrar. A internet virou um poço sem fim para que você aprenda

aquilo que precisa.

Além de pesquisar na internet, a leitura de livros, artigos e revistas é importantíssima. Não

duvide do poder dos bons livros. Há empresa que não contrata mais vendedor, por exemplo,

se ele não tiver lido pelo menos cinco livros sobre sua área de atuação no último ano.

Você pode se tornar competente também sendo um grande observador. Isso ajuda muito a

melhorar sua competência. Veja como as pessoas bem-sucedidas e honestas agem, o que

elas dizem, como elas executam o trabalho. Fale com elas, pergunte como pensam sobre

determinados temas que você precisa aprender. Preste atenção também nos erros dos

outros e nas pessoas que vivem reclamando. Tanto quem faz acontecer, quanto quem só

vive reclamando, são fontes inesgotáveis para você saber o que fazer e o que não deve

fazer na sua trajetória profissional.

Se relacionar com pessoas mais competentes também ajuda muito. Mantenha sempre

contato com gente que você julga mais inteligente e experiente que você naquilo que quer

ser competente.

Faça constantemente cursos extracurriculares. Vá a palestras, treinamentos. A

competência não é meramente acadêmica. Estudar uma faculdade ajuda muito, mas, não

é a única, e nem sempre, a melhor forma de ser uma pessoa competente. Há milhares de

pessoas só no Brasil, que são megacompetentes, e sequer terminaram o ensino

fundamental. Não entenda isso como um desestímulo à educação formal, mas sim, como

maneiras complementares de adquirir a competência que o mercado exige de você.

Ser competente profissionalmente, basicamente é entregar os resultados que esperam que

você entregue.

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Você tem feito isso?

Algo a mais

Porém, eu tenho convicção de que é um ingrediente especial que só você pode decidir

oferecer ou não, que faz o seu sucesso acontecer muito mais rápido: é você entregar mais

do que o combinado. E você só consegue isso se entrar com tesão naquilo que for fazer.

Você só consegue isso se vibrar com o que tiver de fazer, como o jogador que faz o gol e

sai comemorando com os colegas e com a torcida. Observe um jogador que é só

competente. Ele faz o gol, ou aquilo que é a sua função, e não comemora. Parece que não

tem prazer no que está fazendo.

Quando você faz igual aos outros aquilo que você faz, ninguém nota seus diferenciais. Na

mesma linha do jogador de futebol, há muitos atacantes, por exemplo, que fazem gols. Mas,

os atacantes que fazem mais sucesso são aqueles que fazem golaços, que dão cavadinha,

fazem gol de letra, driblam e deixam o goleiro sentado. Esses é que estarão nos noticiários

no dia seguinte.

A maioria das pessoas corre atrás da competência, e boa parte dessa maioria consegue.

Por esta óptica, os competentes são iguais, entregam resultados iguais, e só se destacam

quando estão em meio aos medíocres. Obviamente que já é alguma coisa ser competente,

mas para que o sucesso que você quer realmente aconteça, é preciso deixar a empresa,

os clientes malucos só de pensarem em perder você.

Mas como você consegue fazer isso? Como ir além do combinado? Como deixar as

pessoas malucas só de pensarem em perder você?

Preciso trabalhar 20h por dia, dar meu sangue pela empresa, e renunciar tudo em prol de

dar o que querem de mim na empresa? Na maioria das vezes, não. Quem se doa demais,

exageradamente, em breve não vai conseguir fazer nem o básico que esperam que faça.

As pessoas precisam se doar aos negócios, à carreira, contudo, do jeito certo. E se você

está acabando com seu tempo, saúde, e com seus relacionamentos para conquistar o

sucesso profissional, está fazendo tudo errado.

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Ir além do combinado é estar disponível, presente quando a empresa ou os clientes

precisam. É fazer melhor, com mais resultados do que foi feito ontem. É estar pronto para

fazer o que ninguém mais quer fazer.

Lembro-me de que depois de um tempo em que eu trabalhava num escritório de

contabilidade, decidi conversar com uma cliente que todos fugiam dela. Diziam que era uma

pessoa amarga, brava, e “soltava os cachorros” em qualquer pessoa que fosse cobrar os

honorários de contabilidade dela.

Ela mal me conhecia, pois nas raras vezes em que vinha ao escritório, eu só ouvia os seus

gritos no balcão de atendimento. Mas, como um desafio, decidi que falaria com ela sobre

os honorários que estavam atrasados há cinco meses, e ninguém tinha coragem de cobrar.

Fui até sua empresa, sem avisar, e percebi que ela estava atendendo no Caixa. Peguei um

carrinho e fiz algumas compras, e esperei até surgir uma oportunidade de passar no Caixa

em que ela estava. Quando chegou minha vez, notei que ela não me reconheceu. Falei

“bom dia Dona..., como vai, tudo bem?”. Ela balançou a cabeça que sim, sem muita

disposição. Enquanto ela passava os produtos, vi que sobre seu balcão no Caixa havia uma

foto de uma criança. Perguntei quem era, e ela me respondeu que era seu neto, e já

esboçou um leve sorriso. “Puxa, você nem parece ser avó, mas, mesmo assim, seu netinho

é uma graça, que criança linda”. “O nome dele é Pedro”, foi a resposta dela. “Pedro, puxa,

que bacana, quer dizer rocha não é. Rocha forte”. “Sim, é isso mesmo. E ele precisou ser

muito forte, porque passou por uma doença quase incurável, e só um milagre o salvou”.

“Nossa, que linda história de vida. Uma criança tão pequena, mas já é uma grande

vencedora não é”, falei. Ela pegou um pano que estava sobre o balcão e enxugou algumas

lágrimas, e disse: “sim, ele é muito forte, e é um grande vencedor”.

Ao terminar minhas compras, voltei para o escritório. Todos estavam ansiosos para saber

como eu tinha me saído. Falei que não tinha conseguido cobrá-la. Meus colegas tiraram a

maior onda da minha cara, principalmente porque além de não receber os honorários, ainda

gastei meu dinheiro comprando na empresa dela.

Mas...na semana seguinte, quando ela adentrou ao escritório, eu fui recepcioná-la. Quando

me viu, abriu um enorme sorriso. Perguntei imediatamente como estava o Pedro, e

gastamos em torno de uma hora conversando sobre ele, sobre sua doença e como superou.

Um pouco antes do fim da conversa, perguntei a ela se havia alguma chance de ela pagar

pelo menos um dos honorários em atraso. Ela franziu a testa, o que me fez imaginar que

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tudo tinha ido por água abaixo. “Pagar um mês?”, ela disse. “Sim”, foi o que falei, bem

suavemente!

“Veja quantos meses estão em atraso, vou pagar todos eles. E diga para esse bando que

trabalha aqui com você, que não fiquem me olhando como se eu fosse uma velha gagá que

só sabe gritar com eles. Eles até que são engraçadinhos”. Todos riram, e eu fiquei com um

belo cheque nas mãos.

Depois desse episódio, em menos de um ano, eu era o braço forte do gerente desse

escritório.

Isso é ir além do combinado. É dar a cara para bater. Várias vezes o seu sucesso está em

fazer o que ninguém mais quer fazer. E se fizer do jeito certo, não tem erro.

Sua promoção, as vendas, o resultado que você espera na carreira é sinônimo de mais

responsabilidade e comprometimento. Por isso, se você quer se dar bem na sua profissão,

assuma aquelas encrencas que todo mundo está fugindo. Quanto mais encrencas você for

capaz de aceitar e resolver, mais rápido você vai crescer profissionalmente. Afinal, todo

mundo adora pessoas que resolvem seus problemas, principalmente aqueles mais

cabeludos.

O medo, a preguiça, o comodismo, impedem que você faça mais que o combinado. Há uma

passagem Bíblica que diz o seguinte: “se te fatigas correndo com homens que vão a pé,

como poderás competir com os cavalos?” (Jer.12:5). Em outras palavras, se você já se

cansa quando acompanha um trabalho que é feito de forma medíocre, como é que vai

conseguir fazer melhor do que isso?

Entregar mais que o combinado é a sua pitada de tempero especial, como aquele

ingrediente que só você conhece, e que dá um sabor diferente no churrasco que você

prepara, e os amigos ficam malucos querendo saber sua receita. Como diz meu amigo e

palestrante Alexandre Bernardo, a receita infalível do sucesso é dar o seu melhor sempre,

para receber o melhor sempre, o que nada mais é do que entregar mais do que prometeu,

para receber mais do que pediu.

Se você é vendedor, por exemplo, entregar mais que o combinado é, além de atender

formidavelmente ao cliente, é ajudá-lo a se sentir importante enquanto estiver falando com

você. É você conseguir mudar o estado emocional do cliente que adentra cheio de

problemas, mas, ouve você falar de maneira entusiasmada sobre a vida, sobre a

capacidade que o cliente tem de superar esses problemas, e que tudo tende a melhorar

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quando se assume a direção da própria vida. Assim você nem precisa usar técnicas para

fechar a venda, pois o cliente compra por se sentir a pessoa mais especial do mundo ao

seu lado, e vê você mais como um amigo, um psicólogo do que como vendedor.

Se você é um empresário, entregar mais que o combinado para seus clientes pode ser

simplesmente enviar um cartão de agradecimento pela compra que ele fez na sua loja, ou

quem sabe até mandar uma cesta de café da manhã no dia do aniversário dele.

É preciso ser competente, e oferecer algo especial ao mundo com a profissão que você

exerce. Não dá para se conformar em cumprir um papel, uma função.

As pessoas andam tão estressadas, ansiosas, tristes, que não temos o direito de tratá-las

mal exercendo nosso trabalho. Dar atenção, mostrar satisfação em cuidar bem delas, sejam

nossos chefes ou clientes, faz toda a diferença.

O algo a mais também significa você ter as chaves que abrem as portas pelas quais as

pessoas querem passar, e elas estão dispostas a pagar para que você abra essas portas.

Por exemplo: há muita gente querendo emagrecer. E elas estão pagando uma fortuna para

quem oferece algo, ou alguma coisa, que não seja muito difícil de cumprir, e que dê o

resultado que querem. Se você é alguém que tem o produto “milagroso”, ou seja, tem a

chave que abre a porta do emagrecimento, do jeito que elas querem, seu sucesso

profissional é garantido.

Ou se você entra numa empresa, onde ninguém consegue, por exemplo, resolver o

problema de desperdícios, que beira aos milhares de reais, e você tem a solução que fará

esse prejuízo cessar ou reduzir drasticamente, você tem a chave que abre a porta do

aumento dos resultados, e seu sucesso profissional também será certo.

Certa vez, num treinamento que fizemos para uma rede de lanchonetes, a ênfase que o

dono solicitou era em que os desperdícios fossem reduzidos. A empresa perdia,

anualmente, cerca de 200 mil reais em mercadorias, seja por excesso de quantidade na

hora do preparo de lanches, seja por furto ou pela perda da validade.

Antes da palestra, pedi ao dono que me autorizasse a fazer o lançamento de um programa

na empresa, mas não contei o que era. Disse simplesmente que ele teria de confiar em

mim. Meio a contragosto, ele topou.

Quase no fim do evento, lancei o programa. Mostrei o quanto a empresa havia perdido no

ano anterior em mercadorias, e o programa consistia em reduzir de 200 mil para ZERO o

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valor dos desperdícios. Todos se entreolharam e acharam que era impossível, até que

alguém disse: “e o que nós ganhamos com isso?”. Sorri e disse: “um carro, com direção

hidráulica e ar condicionado”. Vi que o dono da empresa apertou a gravata, como se tivesse

se engasgado.

No primeiro mês depois do treinamento, o desperdício medido tinha caído para 2,3 mil no

mês, ou seja, estávamos caminhando para um desperdício anual em torno de 25 mil, que

era pouco mais que 10% do que estava sendo perdido pela empresa. No fim de um ano, a

empresa contabilizou cerca de 32 mil em desperdício. Com o carro que sorteou, mais o que

pagou por nossa palestra, gastou menos que 40% do que vinha gastando.

Pense em alguma porta que seu cliente, seu chefe sonha que se abra. Pode ser qualquer

problema, situação, objetivo. Descubra o que o está incomodando, e que ele pagaria para

alguém resolver. Depois disso, dê um jeito de oferecer a ele a chave certa que abra essa

porta. Você vai descobrir como é fácil fazer sucesso profissional se for a pessoa que abre

as portas para outras pessoas.

Veja quais portas seus clientes querem abrir. Pode ser a porta da elegância, da beleza, da

saúde, do ego, do status, do conforto, segurança, das necessidades básicas, enfim, pode

ser a porta que for. Ofereça as chaves que abrem essas portas e terá sucesso garantido

com seu negócio.

Abrir a porta das oportunidades para si mesmo ajuda a fazer sucesso. Mas, o que de fato

cria o sucesso que você quer é ter as chaves que abrem as portas das oportunidades para

as outras pessoas.

Invista fortemente na sua carreira, no seu negócio, dedicando os recursos necessários para

ser bem-sucedido nessa esfera da sua vida, se tornando alguém muito especial no universo

empresarial.

Seja a pessoa/empresa que tem as chaves que as pessoas precisam para fazer sucesso.

Assim, o seu próprio sucesso está praticamente garantido.

Outro grande diferencial das pessoas e empresas é a capacidade de ajudar os outros a

serem mais felizes. Há uma regra nos negócios que diz que você tem de vender a todo o

momento. Eu não acredito que isso dê certo. O que você precisa fazer para ter sucesso

como vendedor, empresário, colaborador, é mostrar que não quer vender nada, mas sim,

deixar seu cliente mais feliz com aquilo que você vende.

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Certa vez uma empresa me contratou porque estava perdendo muitos clientes. Era um

escritório de contabilidade. Geralmente os escritórios de contabilidade são vistos como um

mal necessário. E até muitos dos próprios donos e funcionários de escritórios pensam

assim. A razão, segundo o dono, de estarem perdendo clientes era a concorrência, que

oferecia preços bem mais baixos.

Perguntei se ele conseguia concorrer com o preço da concorrência, e sua resposta foi

negativa. Ou seja, abortamos a questão baixar preços.

Questionei sobre a competência dos profissionais, a segurança que ofereciam aos seus

clientes. Segundo ele, na última pesquisa de satisfação, 98% dos clientes se disseram

satisfeitos com os serviços. Porém, mais de 10% dos clientes haviam saído do escritório

depois da pesquisa.

Era um escritório comum. Mesas, papeis sobre elas, cadeiras, computadores, e gente com

cara séria, compenetrada.

Falei que precisávamos criar uma identidade para aquele escritório. A empresa precisava

de alguns diferenciais, que fugissem da questão contábil, da confiabilidade nas informações

e de oferecer o menor custo tributário para os clientes. Isso, a imensa maioria dos

escritórios faz.

Pedi para que a secretária fizesse um levantamento inusitado. Ela ligou para cada cliente

verificando se tinha filhos até doze anos de idade. Ninguém estava entendendo nada, mas

fizeram a pesquisa. Mais de 50% dos clientes tinham filhos com essa idade. Levantamos

também que tipo de comida, brinquedo as crianças gostavam, bem como o tamanho da

roupa e calçado que usavam.

No dia das crianças, o dono do escritório comprou brinquedos, roupas e calçados para

todos os filhos dos clientes que tinham até doze anos de idade. E foi pessoalmente entregar.

A reação foi fantástica. Pais felizes, crianças sorrindo, afinal, recebiam exatamente aquilo

que mais gostavam. Nunca o escritório recebeu tantos elogios e depoimentos de gratidão.

Para os clientes que não tinham filhos dentro da faixa etária, sugeri ao dono do escritório

que enviasse logo no mês de novembro, alguns presentes de Natal. Ele achou estranho, já

que o Natal é em dezembro, mas fez mesmo assim. Não deu outra. Todos os clientes

ligaram agradecendo, elogiando.

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Desde esse tempo, o dono do escritório não perdeu mais clientes, além de ter aumentado

sua carteira. Atualmente dão todo tipo de presente aos clientes em datas especiais, e

promovem até uma grande festa junina para os clientes e familiares.

Qual a identidade que foi criada? “O escritório que dá presentes, e ainda faz uma excelente

contabilidade”.

Não é algo sensacional? Quem não quer ser cliente de um escritório desses? Quanto vale

o serviço contábil? Talvez igual aos demais. Quanto vale o sorriso do filho do cliente, ou o

dele mesmo? Não tem preço!

Se você for capaz de oferecer algo a mais às empresas, aos clientes, ao seu chefe, não

cairá em dois grandes grupos de pessoas que, mesmo trabalhando muito, não consegue

ser feliz: as que se matam de tanto trabalhar, mas sem resultados expressivos; e as que

obtém resultados, mas matam a felicidade de fome.

As que se matam de trabalhar, mas sem resultados expressivos

Trabalhar bastante não significa necessariamente sucesso profissional. Pelo menos do

ponto de vista financeiro.

Um carregador de pedras trabalha muito, porém, se essa for sua função apenas, no fim da

sua vida profissional as pedras que ele carregou serão bem mais pesadas que o seu saldo

no banco.

Um auxiliar de escritório trabalha intensamente, mas se ficar nessa profissão eternamente

sua renda contabilizada não terá dado lucro no balanço da sua vida profissional.

Um vendedor pode passar horas na empresa atendendo clientes. No entanto, se não

estudar, participar de cursos, palestras e ler muitos livros sobre vendas, e não aprender a

deixar o cliente mais feliz, não vai transformar atendimento em vendas, e nunca vai bater

metas.

É importante procurar ganhar dinheiro com sua profissão, aprender a gostar de dinheiro e

do conforto que ele pode proporcionar a você, e de todo o bem aos outros que pode fazer

com ele.

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É um erro criticar quem ficou rico honestamente. Embora isso pareça um paradoxo, milhões

de pessoas pelo mundo enriqueceram trabalhando de maneira inteligente, e honesta.

Ficar por longos anos numa empresa, profissão que não oferece a você a possibilidade de

ganhar um bom dinheiro, e com ele realizar alguns sonhos materiais, seus, dos seus filhos,

da sua parceira ou parceiro, não é uma boa decisão.

As pessoas precisam viver do seu trabalho. E é complicado viver bem, literalmente,

ganhando menos do que é necessário.

Não sei qual valor você almeja ganhar, nem quais são as suas ambições. Mas sugeriria

que ganhasse uma quantia suficiente para dar conforto à sua família, ter um bom carro,

uma boa casa, poder comprar presentes para as crianças todo Natal, no aniversário delas.

Um valor que permitisse a você viajar pelo menos uma vez ao ano com toda a família, para

um lugar diferente. Você tem de ganhar um valor que faça se sentir uma pessoa realizada,

sem tantos altos e baixos em relação aos seus compromissos financeiros. Enfim, um valor

que encha sua Caixa da Vida de felicidade.

Não é fácil estabelecer um valor ideal para a vida dos outros, pois cada um tem sua própria

definição de quanto precisa para viver bem.

Particularmente, criei um padrão para a minha vida material. Quero viver muito bem, viajar

com a família várias vezes ao ano para onde quiser, dar aos meus filhos o que não pude

ter na infância e presenteá-los com um carro quando completarem dezoito anos, ajudá-los

a ter uma ótima formação profissional e educacional.

Quero ter sempre um ou dois bons carros, uma bela casa, alguns investimentos para o

futuro. E também quero ganhar o suficiente para ajudar o máximo de pessoas que eu puder,

seja fazendo doações a instituições de caridade, pagando uma consulta médica para

alguém que precise, distribuindo brinquedos para as crianças carentes no Natal, oferecendo

cestas básicas todos os meses para um bom número de famílias, etc.

E eu sei que tudo isso vem do meu trabalho. Neste caso, consigo medir se o trabalho árduo

está rendendo o que eu quero. Caso não esteja, preciso procurar outra coisa para fazer (ou

mais coisas), porque não pretendo deixar de ter o que quero, nem de ajudar as pessoas

que precisam.

Essas são as coisas materiais que pretendo ter e oferecer a quem amo. Não preciso ser

um milionário para ter isso. E acredito que nem tenho vocação para ser um morto rico no

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cemitério. Adoro a vida, amo viver. Não sou totalmente apegado a bens materiais, apenas

gosto deles.

Tanto é que tudo o que é material que possuo, não vale um décimo do amor que distribuo

à minha família, aos amigos que tenho, e às pessoas que me rodeiam. Só não costumo

tapar o sol com a peneira quando o assunto é riqueza material. Ela é benvinda sempre que

traz na sua garupa o calor da felicidade.

Como é triste ver uma pessoa na fila de um posto de saúde, com o filho ardendo em febre,

sem ter dinheiro suficiente para sequer pagar uma consulta médica, imagine então para

comprar os remédios. Mas o pior é ouvir dessa mesma pessoa que o sistema é ruim, que

os governantes não fazem nada, e que os ricos sempre ficam mais ricos, e por sorte, ela

diz que é pobre e nunca quer ser rica, porque os ricos são avarentos e só pensam em

dinheiro.

É uma pena, porque se ela fosse rica, ou ganhasse o suficiente para pagar a consulta e

comprar remédios, não estaria sofrendo com seu filho no colo, na fila de um posto de saúde,

desde às cinco da manhã, nem precisaria da ajuda, que quase nunca vem, de outras

pessoas para cuidar de quem ama.

Realmente quem pensa só em dinheiro nunca será feliz. Mas quem nunca pensa em tê-lo

também não!

Há muitas pessoas que nunca irão ganhar o suficiente para terem uma vida boa. E não é

porque não são trabalhadoras. A maioria sai cedo de casa, investe tempo e energia na

carreira, trabalham quinze horas por dia, no entanto, no fim do mês recebem um salário

mínimo ou pouco mais.

O problema é um defeito mental com ideias e pensamentos de que não precisam de

dinheiro para ser feliz. Isso parece bonito, mas é muito feio alguém não conseguir sustentar

e dar conforto à família.

Esforce-se para ter resultados expressivos financeiramente através do seu trabalho. Limpe

sua mente de ideias e pensamentos de que dinheiro não traz felicidade. Naquilo que ele

pode comprar, claro que traz felicidade. Não imagino o pai, a mãe de família felizes por não

poder pagar uma consulta médica para o filho. Porém, posso sentir a felicidade deles se

tivessem condições de levar a criança numa boa clínica particular.

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As que obtém resultados, mas matam a felicidade de fome

Você precisa ser ótimo para a empresa na qual trabalha ou que é dono, sem ser ruim para

você mesmo. Quando você destina energia demais para uma única área da sua vida, as

demais podem sofrer um curto circuito, e cedo ou tarde você vai ser ruim para a empresa

também.

Há aqueles que ganharam muito dinheiro com a carreira e com os negócios, mas não

notaram que enquanto engordavam a poupança a vida sentimental e a felicidade faziam

dieta. O mais triste da vida é quando para você ganhar dinheiro, precisa abrir mão de ser

feliz. Infelizmente muitas pessoas que perderam de vista a felicidade, acreditaram que não

dá para ter as duas coisas na Caixa da Vida.

Elas pensaram apenas nos resultados financeiros que teriam se fizessem mais e mais

negócios. Vararam noites, feriados e finais de semana trabalhando enquanto a família

mendigava migalhas de atenção e nem isso recebe.

Doaram-se tanto ao trabalho, à empresa, que hoje só conseguem dormir à base de

medicamentos tarja preta.

Tiveram relacionamentos que poderiam ter dado certo, mas se recusavam a dar a mesma

atenção que dedicavam aos negócios. Então viram esses relacionamentos se perderem no

vento.

Casaram-se uma, duas, três vezes e muitas delas acabaram seus dias solitárias. Tiveram

filhos, que foram terceirizados e educados pela babá, pelos avós e também pelo mundo.

Muitos pais não foram capazes de acompanhar os primeiros passos dos filhos, de

emprestar as pernas para que se agarrassem, pois sempre estavam ocupados demais.

Outros não tiveram o prazer de ver o brilho nos olhos da criança quando conseguiu dar as

primeiras pedaladas na bicicleta. Coisas simples que só acontecem uma vez na vida.

Deixaram o parceiro, a parceira de lado, sempre em favor do sucesso profissional. Pediam

compreensão, mas negavam carinho pelo menos uma vez ao dia, ainda que fosse um

pouco antes do comprimido que tomavam para dormir.

Sem se darem conta, o tempo foi passando e jamais adiaram uma reunião profissional,

porém adiaram a vida. As promessas para o amanhã realmente sempre ficaram para

amanhã, que nunca se transformou em hoje.

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Viajaram para muitos lugares a trabalho, no entanto jamais conseguiram fechar os olhos,

sentir a brisa e viajar para dentro de si mesmos para reconhecer a necessidade de amarem

e serem amados.

Muitos, inclusive, se tornaram workaholic para esconder outra necessidade: de afeto.

Preencheram a lacuna, o vazio da ausência de amor com excesso de ocupações

profissionais. Não compreenderam que sua fome não era de trabalho nem de dinheiro, mas

de amor.

Quantas dessas pessoas aumentaram as horas de trabalho, intensificaram a força com que

trabalhavam, na busca de resolver seus problemas pessoais. Imaginaram que se

trabalhassem mais, os problemas como ansiedade, angústia, estresse desapareceriam.

Mas isso não adianta, não é? Se você passou, ou está enfrentando a falta de significado

na vida, sabe que dar total energia no trabalho, nos negócios, procurando sufocar os

problemas pessoais, só piora as coisas.

Trabalhar arduamente não soluciona os conflitos que a falta de sentido na vida pessoal traz.

Só piora, pois em vez de ir resolver os problemas pelos quais a pessoa está passando, ela

investe energia só na profissão, e os problemas pessoais aumentam ainda mais.

Se você tem um problema pessoal para resolver, alguma dor na alma que precisa de cura,

não comece a trabalhar como um louco na tentativa de solucionar esses problemas.

Trabalhe o suficiente, o necessário, e vá para casa, ou para onde for, e resolva suas crises

pessoais.

Quem sabe tudo o que esteja faltando seja colocar uma almofada no colo do seu parceiro

ou parceria, e passar ali alguns minutos, sem dizer nada, só pedindo carinho. Depois,

ofereça seu colo e também dê muito carinho. Faça o mesmo com os filhos. São essas

atitudes que recarregam a pilha. Não adianta trabalhar mais para tentar solucionar

problemas pessoais. Isso é só uma fuga, um jeito de antecipar o fim do relacionamento.

Isso está longe de significar que você deve abandonar seus projetos em razão dos filhos,

da relação afetiva, ou do que quer que seja. O bom da vida, da união, das relações, é viver

com as pessoas e não para as pessoas. Renunciar a própria vida em função de alguém ou

de alguma coisa é dar de cara com a frustração lá na frente.

Tive um cliente que me revelou sua angústia.

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“Paulo, ganhei muito dinheiro, mas sequer pude ir à formatura da minha filha. Sei que graças ao meu

trabalho ela se formou, todavia sei também que exagerei na dose. Poderia sim ter dado mais atenção

a ela e a minha saudosa esposa. Muitas noites dormi na empresa na busca por soluções. O engraçado

é que quase sempre as encontrei quando repousava em casa, ao lado da minha amada. Agora

entendo as mensagens que eu lia nos livros, mas que não mexiam comigo na época, ou se me

tocavam eu parava de ler o livro. Nunca vou esquecer o dia que minha filha, aos sete anos, abriu a

porta da minha sala e quando tentou falar eu gritei: “o que você está pensando menina, não está

vendo que estamos numa reunião importante”? Depois soube que ela chorou muito, e que só queria

me mostrar um desenho que havia feito, onde estávamos de mãos dadas. Paulo, usei mal meu tempo.

Já faz algum tempo que minha esposa se foi, e também não suporto a dor de ter dito a ela que a dor

que ela sentia dias antes de morrer não era nada. Sabe, às vezes penso que fiz tudo errado. Minha

filha parece que me visita apenas por obrigação e não tenho a coragem de dizer a ela que a amo,

pois penso que ela não vai acreditar. Enfim, perdi muito tempo e deixei sempre as pessoas que amava

me esperando. Agora noto que é a minha vez de esperar...”

Fiquei emocionado ao ouvir a história daquele senhor de mais de sessenta anos. Agradeci

pelos ensinamentos, abracei-o e disse: “bem, para sua esposa só podemos orar, mas que

tal irmos juntos visitar sua filha e você contar a ela sua angústia”?

O melhor mesmo é você não precisar enfrentar uma situação tão dolorosa como essa. Faça

tudo o que for necessário para equilibrar o lado da balança da vida pessoal com o lado da

vida profissional. Não tem problema se de vez em quando um lado da balança ficar mais

pesado, isso acontece. No entanto, logo depois você precisa investir no lado da balança

que subiu.

Se já estiver vivendo algo parecido o que menos importa é o que já passou. Agora é hora

de parar de sofrer com o passado, e não se angustiar ao imaginar que as pessoas não

perdoarão você. A coisa certa a fazer é partir para o abraço que, tenho certeza, elas estão

aguardando há anos.

Ainda dá tempo de equilibrar a balança da vida pessoal com a profissional. A maior mentira

que já inventaram é que falta tempo para cuidar da vida profissional e pessoal.

Não falta tempo. Tempo há de sobra, só é usado da maneira errada.

São 365 dias por ano. Isso significa 8.760 horas. São 525.600 minutos. É impossível você

não conseguir 21.900 minutos num ano para dar atenção a quem ama, o que quer dizer

apenas uma hora por dia.

Escreva na agenda “bloqueado”, em algum horário do dia, ou da noite, e nesse tempo

dedique atenção total às pessoas especiais da sua vida. Com aquelas mais próximas, como

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pais e filhos, faça isso todos os dias. Com aquelas que você vê só de vez em quando, faça

pelo menos uma vez por mês. Isso fará toda a diferença na sua vida em relação à sua

felicidade.

Se você tiver de trabalhar quatorze horas num dia, e achar que uma hora é muito para

dedicar de atenção à família, doe pelo menos quatorze minutos, e viva esses quatorze

minutos intensamente, com a máxima qualidade, e não com um olho na família e outro no

relógio conferindo se já é hora de o futebol ou a novela começar.

Vale à pena trabalhar bastante sempre que é necessário. E vale muito à pena se doar a

quem a gente ama, fazendo coisas simples, como empurrar os filhos no balanço de um

parque, descer com eles no escorregador da praça, jogar futebol no quintal da casa ou

ajudar a fazer a roupinha para a boneca.

As pessoas que amam você não querem tê-lo o tempo todo. Talvez elas só estejam

implorando por alguns intensos minutos de união, por um telefonema surpresa convidando

a todos para saírem apenas para se divertir.

Bloqueie sua agenda em determinados horários durante o dia, e escreva nesses horários:

“Motivo: dar muito amor à minha família”.

Se fizer isso com frequência, o trabalho árduo não vai tomar o lugar da sua felicidade

pessoal na Caixa da sua Vida, e sim, vão ocupar só o espaço que cabe a cada um.

Dê o seu máximo, o seu melhor naquilo que está fazendo agora. Afinal, campeões tem no

DNA fazer isso. Mas, jamais deixe de destinar energia para a sua saúde física e mental, e

para ter qualidade de vida com sua família. Qualidade é intensidade e não quantidade.

Lembre-se disso!

RESUMO: Eu diria que é impossível ser bem-sucedido profissionalmente sem o ser pessoalmente, e vice-

versa.

Adquira robustez mental, invista no seu EMV – Estado Mental de Vencedor. Cada vez mais adquira

competência e torne-se alguém especial no mundo corporativo, onde as empresas e clientes vão

ficar malucas só de pensarem em perder o relacionamento com você. Trabalhe forte e de maneira

inteligente, se entregando à sua profissão, sem deixar faltar energia para cuidar e dar atenção a

quem ama.

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5. ABRA A TORNEIRA DAS FONTES DA FELICIDADE

A felicidade sai pela mesma torneira que a infelicidade.

Você pode comparar a infelicidade como a água que é captada nos rios logo no início do

processo de purificação. Ela é toda suja, cheia de impurezas. E pode comparar a felicidade

com a água que você bebe da torneira, limpa, tratada e saborosa, que nem dá para dizer

que saiu daquele rio todo sujo. Mas a água é a mesma, só que foi tratada.

Assim é a felicidade. Na maioria das vezes ela começa como a água suja, cheia de

impurezas, e se não for tratada, provoca dor, tristeza, sofrimento, porque ainda está em

forma de infelicidade. O seu processo de purificação é lento, pode custar caro, e exigir

grandes investimentos de quem quer beber água limpa, ou seja, quer transformar

infelicidade em felicidade.

Muita gente diz que só é feliz fazendo o que dá prazer e bem-estar. Isso não funciona. Para

beber água limpa, é preciso tratar a água suja.

A felicidade não é construída só do que faz você sentir prazer e bem-estar. Parece

antagônico, mas não é. A felicidade é construída de coisas boas e ruins. Ela precisa de

purificação, e esse processo é de sua responsabilidade. Algumas pessoas podem ajudar

você no processo de transformação de infelicidade em felicidade. Porém, a maior parte é

por sua conta.

Aliás, outras pessoas farão exatamente o contrário: tentarão a todo custo não deixar que

você purifique a água suja. Além disso, essas e outras pessoas trabalharão para inverter o

processo, procurando tornar sua felicidade – água limpa -, em infelicidade – água suja.

Se você entender que todo esse encanamento, que trata toda a sujeira da infelicidade, até

transformá-la em felicidade, está dentro de você, não vai perder tempo se preocupando

com o que as outras pessoas estão fazendo, porque elas nunca terão êxito se você for o

encanador do seu próprio processo de purificação.

As fontes da felicidade não estão do lado de fora. Elas moram na sua

mente, em seu coração, e principalmente, em suas ações para purificar

as águas do rio da felicidade.

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Agora que você viu que a fonte da felicidade, e da infelicidade, nascem no mesmo lugar,

quero destacar para você seis formas de purificar a infelicidade, que não dependem de

nada e ninguém para virar felicidade.

Quanto mais você aprender a usar esse processo de purificação, mais sua Caixa da Vida

jorrará água limpa - felicidade.

O que importa é o jeito como você faz

Ouvi dizer que felicidade não combina com foco. Existe verdade nisso. No entanto,

provavelmente o problema não esteja no foco, e sim no jeito que as pessoas fazem as

coisas.

Se você não tiver foco na carreira e nos negócios fatalmente não será bem-sucedido. Não

é esse foco que vai roubar a felicidade, e sim o jeito de ser em casa, com a família e com

os filhos. Sua maneira de não demonstrar a mesma dedicação, comprometimento e foco

que demonstra na empresa é que mata a felicidade pessoal.

Como também não é repetir “eu te amo” que mostra o seu amor. Mas é o jeito que você

diz, e principalmente suas atitudes que comprovam seu amor. É como um presente: o jeito

que você o entrega é que dá um significado todo especial a ele, e não o presente em si.

Quando você diz a mulher amada: “por favor, tire esse vestido horrível”, você a magoa e a

faz se sentir a pior pessoa do mundo. Se tivesse dito: “amor, porque não coloca aquele

outro vestido vermelho que te deixa muito mais linda e atraente?”, provavelmente ela se

sentiria a mulher mais linda do planeta.

Quando o pai diz ao filho: “como você pode tirar essas notas baixas seu burro, não vê o

quanto me esforço para pagar essa escola particular?” certamente afasta qualquer

possibilidade de um novo diálogo, e claro, de notas melhores.

O pai teria obtido sucesso se falasse: “cara, você é muito especial para mim, admiro sua

garra, seu esforço, mas vejo que algo saiu errado. O que acha que aconteceu e como eu

posso lhe ajudar, se você também fizer a sua parte?”.

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Na empresa, quando lhe pedem para vir trabalhar no domingo, e você fala: “domingo, nem

pensar, não posso perder o futebol” a mensagem que o dono entende é: “não podemos

contar com essa pessoa”.

Mas quando você diz: “domingo, claro, quero todas as oportunidades que tiver para crescer

aqui na empresa. Vou desmarcar alguns compromissos e agendá-los para outra data”, a

mensagem que o dono sente é: “poxa, que pessoa comprometida, a próxima promoção é

dela”.

Na vida a maioria dos conflitos, da falta de respeito e entendimento entre as pessoas está

no jeito em que as coisas são feitas e não por serem feitas.

O estresse diário tem feito muita gente dizer o que não diria se tivesse pensado mais um

pouco. Na maior parte das vezes as desculpas, o arrependimento são aceitos. Porém, há

outras em que as mágoas são muito pesadas para serem perdoadas.

Mesmo as pessoas que nos amam um dia cansam de serem infelizes, e vão embora, e com

razão, pois o jeito como são tratadas, deixadas de lado e magoadas não permite mais que

fiquemos ao lado delas, ainda que nos amem.

Por isso, antes de dizer qualquer coisa a alguém, faça sua tese passar por dois filtros que

evitam muita tensão, dor e sofrimento:

1º: FEA - filtro da elevação da autoestima

Antes de dizer alguma coisa relevante a alguém, faça esta pergunta:

“O que eu vou dizer/fazer, do jeito que vou dizer/fazer, vai ajudar essa pessoa em alguma

área da sua vida, e vai deixá-la mais feliz agora ou no futuro?”.

Muitas coisas são ditas/feitas que não são relevantes, que não magoam, não ofendem, não

criticam, como aquelas conversas gostosas que você tem, sem censura. Mas, há frases,

teses, críticas, ponderações e atitudes que precisam ser analisadas antes de serem

ditas/feitas, porque podem causar um grande estrago na vida, inclusive, de quem se ama

e se admira.

No calor do momento, sem que a tese passe pelo FEA, ditas/feitas do jeito errado, podem

gerar um tsunami num copo d’água.

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Quando você se dá o tempo de fazer essa pergunta antes de falar/fazer o que está

pensando, você oxigena sua mente, refrescando-a, e a deixando mais consciente dos

resultados que pode provocar na vida das pessoas com aquilo que fala/faz.

Se a resposta for SIM para a pergunta do FEA, passe para a questão seguinte. Se for NÃO,

não diga nada.

2º: FEP – filtro emocional pessoal

Como sua primeira resposta foi SIM para o FEA, ainda não é o momento de falar/fazer.

Faça sua tese, crítica, discurso, passar pelo filtro emocional pessoal – FEP, perguntando:

“Eu gostaria que dissessem/fizessem isto, desse jeito, para mim, e para alguém que eu

amo?”.

Quando você faz esta pergunta, se coloca no lugar do outro, se tornando empático,

podendo sentir o impacto que a outra pessoa sentirá com o que for dito/feito. Além de

racionalizar como alguém que é muito especial a você se sentiria ao ouvir o que está prestes

dizer/fazer.

Se o que você fala/faz é dito/feito de qualquer jeito, sem análises mais acuradas, como

disse, pode causar tempestades na vida das pessoas, mesmo, talvez, que você desejasse

provocar um céu de estrelas.

Antes de falar/fazer coisas importantes, faça-as passar pelo FEA e pelo FEP. Com esses

dois filtros, o jeito que você vai dizer e fazer o que faria de qualquer jeito, será do jeito certo.

Complicado? Nenhum pouco, não é?

Se a resposta for SIM para esta segunda questão também, então pode falar.

Trave uma guerra contra a tristeza

Uma maneira poderosa de gerar felicidade na Caixa da sua Vida é o combate à tristeza.

Você já viu uma pessoa triste? Não dá uma pena dela? E se você não tomar cuidado, não

é fácil entrar na mesma onda de tristeza que a pessoa enfrenta?

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A tristeza é o pior sentimento que alguém pode sentir e a angústia é um dos seus alimentos.

Angústia é uma sensação de um peso que não se vê, mas se sente. Tudo parece bem,

porém um aperto incessante no peito encolhe o espaço da alma. O coração sofre para se

ajeitar no tórax e a mente fica confusa. Você fica com medo do que pode acontecer, e na

sua mente realmente já está acontecendo. Situações corriqueiras tornam-se verdadeiros

tsunamis na vida quando existe angústia.

Ao se sentir angustiado, rapidamente interfira positivamente nos seus pensamentos, e faça

uma reflexão para trazer à realidade o que se passa na sua mente. Na imensa maioria das

vezes os medos causados pela angústia são irreais. Se não combatê-la, ela faz a tristeza

se instalar na Caixa da sua Vida como um vírus de computador.

Se você tem se sentido muito triste, angustiado, volte ao tópico do Filtre seus Pensamentos

e faça as ideias, as imagens, os pensamentos que lotam sua mente passar pelos filtros que

você aprendeu.

Quantas vezes você se sente triste por dia? Comece a medir. Faça um gráfico e controle o

número de vezes em que você se entristece. Depois de identificar quais motivos, situações

e pessoa deixam você triste, procure eliminá-los o mais rápido possível. A felicidade não é

só fazer mais coisas que deixam você feliz. Muitas vezes é eliminar as que deixam você

triste.

Eu uso uma fórmula para saber se devo eliminar algo ou alguém da minha vida, que esteja

me fazendo ficar triste e angustiado. Funciona assim:

NVT / NVA, onde:

NVT – número de vezes triste; NVA – número de vezes alegre

Somo o número de vezes que algo ou alguém me deixa triste, e às vezes que me deixa

alegre, pelo prazo de trinta dias. Depois divido o número de vezes em que fiquei triste pelo

número de vezes em que fiquei alegre. Se o resultado for superior a 0,5, elimino. Faço isso

porque se algo ou alguém faz você ficar triste o dobro de vezes do que alegre, não merece

permanecer na sua vida.

A tristeza pode levar ao isolamento, à solidão, e em pouco tempo tem a capacidade de

fazer você se aproximar da depressão.

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Ela vai ocupando os espaços da sua Caixa, da mente e do coração e impede que sinta

prazer, mesmo diante de momentos em que tudo está bem.

A tristeza é um cárcere, um calabouço. Ela leva você ao fundo do poço e ainda faz questão

de lhe mostrar que dá para ir mais para baixo.

Paulatinamente a tristeza vai levando os recursos que protegem você, como a autoestima,

a capacidade de raciocínio, o emergir para fora dos problemas. Na verdade ela quer que

você mergulhe no lodo das lamentações, e como uma aranha atrás do seu alimento, que

se acorrente nas suas teias.

Quando a tristeza se instala, você que tinha metas grandiosas e sonhava com o futuro mal

consegue sentir o coração bater.

As empresas têm muito a lucrar com a alegria, a felicidade. Por consequência, muito a

perder com a tristeza. Se você é líder, invista um tempo para saber como está a vida dos

seus colaboradores. Descubra se estão felizes ou tristes, e se puder, procure saber as

razões em caso de tristeza. Se é uma mega empresa, não tem problemas. Envie um

memorando, um e-mail em massa dizendo que se importa com cada um dos seus liderados.

Peça para que retornem o e-mail com um pouco de suas histórias. Depois disso, leia o

máximo que puder e ofereça ajuda. Às vezes só o fato de saberem que alguém importante

se preocupa, elas já colocam um singelo sorriso no canto da boca. Sem muito esforço você

ajuda alguém, e ainda vê sua produção/vendas aumentar.

Se você é colaborador, não vá trabalhar triste com frequência. Tristeza frequente faz mal.

Se as coisas não estão saindo como planejado, se é que planejou, do que adianta ficar

triste? No que isso ajuda você? Em nada não é? Então bote, mesmo que seja

disfarçadamente, um sorriso no rosto e faça a tristeza erguer bandeira branca.

Já imaginou ser atendido por um vendedor triste? Com aquela cara de velório? Você

gastaria seu dinheiro num lugar onde parece que entrou comprar um caixão e não um carro

ou uma bicicleta nova?

Os clientes (fora os de funerária) querem alegria, sorriso, balão na porta de entrada, balinha

nem que seja num pote cheio de poeira, café mesmo que do dia anterior. A alegria é

contagiante e soluciona até algum deslize no serviço ou produto que você ofereça.

Quantas vezes você já comprou alguma coisa que nem era o que você queria, só pela

forma alegre como foi atendido?

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O mesmo vale para o casal, filhos e pais, amigos, vizinhos. Um sorriso no rosto da criança

faz os pais comprarem o que ela pediu, ou liberá-la do castigo. Um sorriso no rosto da

pessoa amada ajuda a diminuir a tensão do dia a dia.

Por isso, não permita que a tristeza se aposse de um espaço maior que o necessário na

Caixa da sua Vida.

Agora, não se engane. A tristeza, esse sentimento que aprisiona, por vezes liberta sua

capacidade de superação. Há muitos ensinamentos na tristeza, basta que você a olhe de

outra maneira e se aprofunde nos motivos dela ter se instalado.

Muitos que estavam perdidos se encontraram na tristeza, recobraram suas forças e

renasceram mais fortes. Não há felicidade nem beleza aparente na tristeza, porém, às

vezes ela é aquela sujeira do rio que precisa passar pelo processo de purificação.

Mesmo assim, fique o menor tempo triste possível. Todo o corpo sente os efeitos da tristeza.

O sistema imunológico diminui a capacidade de defesa quando se está abatido, cabisbaixo.

Por isso, não vale à pena manter a tristeza no cardápio do seu dia-a-dia.

Quando estiver triste, pegue a tristeza no colo e convide-a para um banquete até que ela

vire alegria. Seu papel é não permitir que ela dure mais que o necessário, nem que ocupe

mais espaço do que a alegria na Caixa da sua Vida.

Seja simples

Simples não significa simplório. Toda vez que penso em felicidade logo me vem à mente a

palavra simplicidade, uma fonte inesgotável para uma vida feliz. O incrível é que parece

que as pessoas gostam de complicar a felicidade, colocá-la num ponto tão alto que jamais

a alcançarão.

Às vezes o esposo faz um esforço danado para comprar um buquê com meia dúzia de

rosas e o envia no dia do aniversário de casamento à mulher. Ao chegar em casa, nota que

as rosas estão num copo com água num canto da pia. Quando ele pergunta se ela gostou,

diz: “é bonitinha... mas seria melhor se fossem doze”.

A felicidade está no significado e não no fato, na qualidade, na intensidade e não na

quantidade. Claro que um buquê com doze rosas seria aparentemente mais bonito. Mas e

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o carinho, o amor, e quem sabe o esforço financeiro que a pessoa fez para poder comprar

o buquê não valem nada?

Muitas mulheres recebem bem mais que um buquê com uma dúzia de rosas, no entanto

dariam tudo para terem um toque na face, um afago nos ombros, um carinho verdadeiro,

em vez de joias embaladas com o sabor amargo da falta de amor, respeito e admiração.

Nas empresas, vejo quantas vendas são perdidas porque os vendedores complicam tudo,

ao deixar claro com sua forma de falar e se expressar, que querem tirar o dinheiro da

carteira do cliente.

É quase impossível, pois ele deve ter suado muito para colocá-lo ali, então não é de

qualquer jeito que o vendedor arrancará a grana que ele batalhou para ganhar. A venda

estaria na simplicidade do sorriso no atendimento e de mostrar ao cliente o que ele vai

ganhar comprando na loja. O dinheiro praticamente saltaria da carteira do cliente.

Os líderes não percebem que complicam tudo ao tratar seus liderados como mais um

número e não como uma pessoa. A simplicidade em dizer que os liderados são importantes,

e que ele confia no potencial de cada um os faria trabalhar com mais energia.

Os empresários se preocupam com propaganda, qualidade total, ambiente bonito,

localização estratégica. Investem milhões em tecnologia e não entendem como suas

empresas estão à beira de um colapso. É importante investir nisso tudo, mas eles não

compreenderam que o lucro está também na simplicidade de destinarem alguns reais para

propiciar felicidade aos seus colaboradores, pois gente feliz produz e vende mais.

Alguns pais dão presentes caros para seus filhos, dão a melhor bicicleta e até o carro do

ano. É claro que os filhos se sentem bem no momento, mas às vezes o que eles mais

queriam estava na simplicidade do pai, da mãe, saírem para empurrá-los na bicicleta até

aprenderem a andar sozinhos, ou que os levassem para uma viagem radical, mesmo que

fosse num ônibus público.

Vejo muitos casais e namorados tentando impressionar a pessoa amada indo a

restaurantes caríssimos, presenteando com lindas joias e roupas de grife. No entanto a

pessoa está à espera da simplicidade que mora numa casquinha de sorvete degustada a

dois num bosque qualquer.

Às vezes perdemos o encanto com tanta sofisticação que aparentamos, enquanto a outra

parte implora pela simplicidade de receber um buquê com meia dúzia de flores num fim de

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tarde de inverno, um abraço ou uma declaração de amor inesperados em meio a uma

sessão de cinema.

Procure ser simples nas suas atitudes e comportamentos, sem ser simplório, seja no âmbito

pessoal ou profissional. Geralmente é a simplicidade que resolve questões complexas, e

sempre alivia o peso da Caixa da sua Vida.

Fuja da solidão

A solidão dói, não dói?

Por mais que ela seja necessária em alguns momentos para que você se encontre e medite

sobre o que incomoda você, a solidão não pode ser sua única companheira.

O próprio Cristo disse que onde houvesse dois ou três em Seu nome seria melhor (Mt,

18:20). Ele não disse onde houver um, mas dois ou mais. No entanto, como era Mestre na

arte da sabedoria e conhecia a importância de termos momentos muito íntimos conosco

mesmos, também disse que deveríamos, por vezes, fechar as portas do quarto e orar

isoladamente (Mt, 6:6).

O ser humano precisa de companhia, porque ninguém consegue viver bem por muito tempo

isolado.

As decisões quase sempre são melhores quando se considera a opinião de outras pessoas

com mais experiência e sabedoria. Observe um chefe que não compartilha suas ideias com

a equipe. Normalmente as estruturas da empresa ficam fracas, pois decisões unilaterais e

arbitrárias não produzem tanto quanto aquelas que são fruto de debates, discussões e

entendimentos mútuos.

O diálogo interno também inexiste na solidão. Raramente há pessoas que conseguem

manter contato consigo mesmas nesses momentos. A maioria mergulha ainda mais na

superficialidade do próprio “eu”, tendo pensamentos e ideias estranhas, desanimadoras,

que levam a ações insensatas cujos resultados tendem a ser catastróficos, como por

exemplo, pessoas em alto grau de depressão que cometem suicídio, sendo um fator

determinante o isolamento.

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O melhor mesmo é ter a companhia dos amigos, de gente que você ama. Fica mais fácil

você se encontrar quando tem pessoas com as palavras certas, e o ombro amigo para

confessar suas tristezas e celebrar as suas alegrias.

Há homens e mulheres que querem arranjar uma companhia, porém vivem trancafiados em

seus quartos. Reclamam de não encontrar o amor da sua vida, todavia, raramente quando

saem, vão sempre aos mesmos lugares.

Lindos encontros podem acontecer enquanto você caminha pela rua ou visita um museu,

uma biblioteca, um novo bistrô ou enquanto está na fila do banco, mas nunca quando você

está fechado no quarto.

Pais e filhos moram debaixo do mesmo teto, mas parece que cada um tem um quarto

alugado e que não podem se visitar. Vivem isolados cada um no seu canto. Isso também

acontece entre o casal. Moram juntos, mas raramente tem um encontro apaixonado um

com o outro.

Há muitas formas de solidão. Mesmo quando todo mundo está sentado no sofá, vendo tv,

entretanto, sem trocarem um olhar, uma palavra, trata-se de solidão, e talvez a pior delas:

a solidão a dois, a três...

Quando as pessoas que você ama não encontram sua companhia, a tendência é, cedo ou

tarde, elas procurarem o que precisam em outro lugar, e é nesse momento que filhos se

perdem, casais se separam, simplesmente seguindo ou antecipando o fluxo do que já

acontecia dentro de casa.

Invista nos seus relacionamentos pessoais, também nos profissionais. Não deixe a relação

esfriar por conta da solidão que cada um vive dentro de casa ou da empresa.

Saia do seu casulo e mostre a cara. Faça novas amizades sem medo de se decepcionar.

Geralmente a gente se decepciona porque exige demais dos outros, e pouco de si próprio.

Se relacione mais com seus colegas de trabalho, faça parte realmente da equipe, visite a

casa das pessoas que trabalham com você e as convide para ir à sua. Não importa se tem

móveis caros, o que importa é aquele café quentinho preparado com carinho.

Quantos chefes se isolam nas suas belas salas, enquanto o circo pega fogo do lado de

fora. Não fique sozinho na sua sala, vá para a passarela junto com o pessoal da fábrica, do

escritório de contabilidade, das vendas. Analise os relatórios junto com eles. Prefira o calor

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de uma boa discussão saudável à frieza dos números, que impede você de enxergar os

negócios também com o coração.

Observe se não é você mesmo quem está escolhendo a solidão como companheira, e

assim encolhendo sua felicidade. Mude alguns hábitos e mostre à solidão a porta de saída.

Não fique muito tempo sozinho. A solidão encolhe a alma. Por mais que algumas pessoas

defendam que ela é importante para você encontrar seu eu verdadeiro, raramente ela

cumpre esse papel. O mais fácil é que você se perca de vez. Saia de casa, pule do sofá e

vá abraçar, beijar, aproveitar a companhia das pessoas.

Deixe a solidão sozinha!

Resolva seu passado

Certa vez em um mosteiro budista um dos guardiões morreu e foi preciso encontrar

outro para substituí-lo. O Mestre maior convocou todos os discípulos para descobrir

quem seria o novo guardião. O Mestre, com muita sabedoria e mansidão, disse:

“assumirá o posto o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou

apresentar”. Então ele colocou uma linda mesa no centro da enorme sala em que

todos estavam e sobre ela pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa

amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse apenas: “aqui está o

problema!”!

Todos observavam a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a

maravilhosa flor ao centro. O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?

Passado um tempo, um dos discípulos sacou a espada, olhou para o mestre, para

os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e num só golpe destruiu o vaso. Tão

logo o discípulo retornou ao seu lugar o Mestre disse: “você é o novo Guardião”.

Não importa qual é o problema, quão atraente pareça: ele precisa ser destruído.

Se você teve um lindo casamento por muito tempo, mas houve a separação, é hora de você

romper com o seu passado e eliminar esse problema da sua vida. Se não havia mais razão

para ficarem juntos foi melhor assim, e agora você precisa quebrar o vaso e varrer os cacos.

Só assim vai abrir espaço para outro relacionamento bacana. Se você continua com o seu

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passado ocupando espaços na Caixa da sua Vida, não abre espaço para que coisas novas

possam acontecer.

Funciona assim: imagine você com um copo cheio de água. O que você faz para conseguir

tomar café? A maioria das pessoas pega um copo novo para tomar café, mas fica com a

água no copo antigo também. O problema é que a água no antigo copo vai estragar por

ficar ali parada. Assim funciona com seu passado. Você precisa jogar o passado fora, se

livrar dele de uma vez por todas. Não dá para ter um futuro novo se o seu passado ainda

está tão presente. Ele vai estragar sua vida se não for jogado fora.

Não importa se sua empresa deu lucro por dez anos. Se agora ela gera prejuízos e você

não vê saída, é hora de fechá-la e partir para outro setor, para outra área, abrindo espaço

na Caixa da sua Vida para novos negócios.

Se você ganhou muito dinheiro em determinada profissão, mas percebe que as pessoas já

não precisam mais dos seus serviços, procure outro ramo e outro rumo. Curse uma ou mais

uma faculdade, e pare de sofrer porque se esqueceram do quanto você era bom

antigamente, naquilo que não é mais necessário hoje. Saia do lugar onde está para ir para

onde quer e merece ir. Tire da sua Caixa o fardo do profissional “no meu tempo”, e encha-

a com a leveza do profissional “evoluindo sempre”.

Certamente há muito passado na sua vida que só ocupa espaço no presente. Lembranças

de um grande amor que terminou, de um trabalho interessante que chegou ao fim, de um

amigo que acabou traindo ou abandonando você. Tudo isso precisa ser resolvido para livrar

espaço na Caixa da sua Vida.

Você precisa ter uma conversa muito próxima com o seu passado porque ele interfere na

sua vida todos os dias. Não se apaga o passado e nem se volta a ele fisicamente, mas é

possível reeditá-lo na memória, reescrevendo suas linhas, tornando-o um alimento

saudável e não um veneno para a sua vida.

O passado continua alimentando você pela eternidade. Por isso é melhorar transformá-lo

numa fonte de energia, e não num ladrão de forças.

Como?

Comece substituindo imagens mentais que você guarda em relação aos episódios que

estão na Caixa da sua Vida, que fazem você ficar triste, com raiva, cheio de mágoas. Abra

espaço na mente para uma nova visão dos acontecimentos, sejam eles os mais

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catastróficos que pareçam. Afinal, continuar com eles ali do jeito errado, mesmo que num

cantinho da sua mente vai atrapalhar.

Há um bom exercício para que aos poucos você possa sanar essas e outras questões.

Sente-se numa cadeira, descruze pernas e braços. Feche os olhos e respire

profundamente três vezes. Agora se lembre de alguém que lhe fez mal. Pode ser um

cônjuge, um amigo, seu pai, sua mãe, enfim, alguém que você não consegue

perdoar. Lembre-se do que essa pessoa fez a você, recorde a cena, o ambiente.

Procure até recordar os cheiros, as cores de um momento em que essa pessoa fez

mal a você. Observe o tom das palavras ditas, as ofensas, a agressividade que

houve. Sinta toda a angústia daquele instante. Respire profundamente duas vezes.

Agora crie uma tela preta, igual a uma TV desligada e imagine-se muito forte, grande,

a pessoa mais poderosa do mundo nessa tela. Crie esse novo você e inclua-o na

cena que acabara de lembrar. Olhe para a tela e veja você forte e ao seu lado veja

a pessoa que fez muito mal a você. Diga a ela mentalmente, e se quiser murmure,

mas diga a ela que você não é nada do que ela disse, mostre a ela seu novo você e

o quanto você é forte. E o mais importante: diga a ela que você a perdoa. Fale que

mesmo ela tendo feito muito mal você a perdoa, por que você é melhor do que o

problema que ela criou na sua vida. Faça o novo você, forte, poderoso, olhar

fixamente nos olhos dessa pessoa e dizer: “eu te perdoo”. Respire profundamente

três vezes. Veja agora o novo você se despedindo da pessoa, dizendo a ela:

“obrigado pelo que fez por mim. Graças a isso hoje sou mais forte e tenho coragem

para enfrentar as dificuldades, mas estou lhe deixando no passado e seguindo meu

destino.”. Veja agora você partindo e deixando essa pessoa lá no passado. Respire

muito profundamente uma vez e abra seus olhos.

Para realizar esse exercício, coloque uma música suave, só a melodia e peça para alguém,

com voz branda, recitar esse exercício para você. Se preferir, você pode ler e gravar para

depois ouvir. Faça isto para quantas vezes forem necessárias, e para todo tipo de

acontecimento da sua vida que queira mudar as imagens mentais que têm do fato.

Você pode fazer isso para qualquer coisa do seu passado que lhe incomode. Um medo,

um trauma, uma frustração. Crie sempre a imagem de você como uma pessoa poderosa e

resolvendo o seu passado, dando novo significado para tudo o que atrapalha a sua vida

atual.

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Seu passado pode ser seu maior amigo ou seu pior inimigo. Na verdade só depende de

como você o trata. Carregar o peso do passado, principalmente das mágoas, das perdas,

dos rancores, remorsos, não ajuda a enfeitar a Caixa da sua Vida. É melhor perdoar as

pessoas, senão elas dormirão todas as noites com você, no colchão da sua mente.

Perdoe seu pai, sua mãe, seus irmãos, o parceiro que se foi sem aparentes motivos

(sempre há motivos).

Não alimente seu presente com os ódios, as mágoas, as raivas do passado. Se o fizer não

será preciso de uma bola de cristal para adivinhar como será seu futuro: ele será a repetição

do seu passado e do presente.

Quando você escolhe alimentar seu presente com as lembranças ruins do passado, vai

reviver em diferentes intensidades tudo aquilo que lhe faz mal. Ou você cessa a fonte

dessas lembranças ou seca a fonte da felicidade.

Permita que a cicatriz aberta pelas brigas, decepções e derrotas se feche. Quando você

tem uma cicatriz aberta, tudo o que não precisa é ficar pressionando. Por isso vá suturando,

dando pequenos pontos todos os dias até que essa cicatriz se feche com o golpe de

misericórdia: o perdão.

Além de perdoar aos outros você precisa perdoar a si mesmo. Às vezes sua Caixa está tão

cheia de insegurança, traumas, medos, decepções, que fica muito difícil carregá-la. Alivie

essa bagagem.

Faça este exercício (com uma música suave ao fundo e alguém para recitá-lo a você ou

grave e ouça):

Sente-se numa cadeira com braços e pernas descruzados. Respire profundamente

três vezes. Agora lembre-se de um momento em que se sentiu incapaz. Recorde de

alguma situação em que se sentiu uma pessoa incompetente, fraca, infeliz. Traga os

sentimentos desse instante para o seu presente. Sinta o aroma da decepção, do

medo, da fragilidade. Pode ser uma falha sua num projeto da empresa, numa

resposta ao cliente, onde isso repercutiu negativamente na sua função, no seu

salário. Pode ser uma falha grave como ser humano que você tenha cometido,

humilhado alguém e depois bateu o arrependimento. Respire muito profundamente

duas vezes. Agora observe você, crie um novo você que gostaria de ter sido naquele

momento, talvez um você mais forte, competente, um você que teria condições de

aconselhar o velho você. Faça esse novo você dar orientações ao você de antes.

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Mostre a solução que esse novo você daria ao problema, ao momento. Respire duas

vezes. Agora ouça esse novo você perdoando o velho você. Sinta seu novo você

dizendo o quanto você é importante e competente, e que essa situação deve servir

como lição, como aprendizado. Veja o novo você abraçando o velho você e dizendo:

“eu me perdoo. Estou melhor hoje graças a essa situação e vejo que você fez o que

estava ao seu alcance. Obrigado meu antigo você, eu o perdoo e o agradeço por

tudo que fez por mim”. Respire muito intensamente três vezes e abra os olhos.

Para muitas pessoas o passado é tão vivo e brilhante que até cega o presente.

Não fazem mais amigos porque foram traídas. Não se entregam a um novo amor pelos

traumas do antigo relacionamento. Não acreditam na profissão que exercem porque não

tiveram sucesso nela em outros tempos.

Assine um contrato com o seu passado cuja cláusula mais importante é esta: “a partir de

agora só o que for me ajudar a construir um presente e um futuro melhores tem validade,

senão é cláusula nula”.

O passado só pode vir à mente se nele há momentos magníficos. Instantes em que você

se sentiu forte, em que foi admirado, que atingiu as metas, recebeu elogios e chegou ao

pódio. Essas sim são lembranças que devem fazer parte da Caixa da sua Vida. São essas

imagens e lembranças que você deve colocar num quadro que vai decorar a parede da sua

sala mental.

Sempre que for enfrentar um grande problema ou um desafio traga à sua mente lembranças

de momentos em que teve êxito no que estava fazendo.

Imagine que está indo para uma entrevista de trabalho e é numa empresa na qual você

deseja muito trabalhar. A caminho da entrevista vá revivendo momentos em que se sentiu

alguém muito competente, inteligente, dinâmico, rápido. Pode ser um momento totalmente

diferente do que o que vai passar agora.

Pode se lembrar de uma partida de futebol que arrasou no jogo. Pode ser uma

apresentação no colégio em que recebeu aplausos. Quem sabe o nascimento de um filho

ou o elogio de um chefe, de um familiar. Quem sabe aquela vez em que saltou de

paraquedas ou pulou de bung jump quando todos diziam que você não teria coragem.

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O importante é lembrar-se de momentos em que se sentiu uma pessoa forte, poderosa e

competente, porque desse modo vai carregar sua mente com energias positivas para

chegar à entrevista e se sair muito bem.

Isso vale para qualquer problema ou desafio que tiver de enfrentar. Traga à sua mente

imagens e lembranças positivas. É para isso que serve o passado: para dar forças no

presente e melhorar o futuro.

Portanto, resolva os seus passados com altas doses de boas e novas imagens mentais.

Esse processo, realizado seguidamente, reduz o impacto de todo o passado ruim que só

atrapalha o seu presente.

É difícil apagar as pegadas, eu sei. Mas às vezes a gente só avança na vida quando olha

para trás e não consegue mais enxergá-las, e se vê na necessidade de criar outros

caminhos.

Dê essa chance a você. Livre-se do fardo do passado para caminhar em direção ao futuro

que merece ter.

Cuide-se fisicamente

Ninguém é feliz se estiver doente ou com dor.

Falamos bastante até agora sobre muitos assuntos que tenho convicção de que já fizeram

você repensar alguns pontos na sua vida. Contudo, eles focaram a área emocional, que

mexe com sentimentos, e também a área mental, que fala sobre crenças, pensamentos,

valores, coragem para seguir em frente, etc.

Mas há um assunto que quase não é tratado em livros de autoajuda: saúde física. Não sei

a razão disso, porque sem saúde física não há saúde mental que resista.

Um corpo fraco nem sempre é sinônimo de mente fraca, como costuma-se acreditar. Um

corpo fraco pode ser sinônimo de: corpo fraco mesmo.

Alguém que leva uma vida sedentária, fatalmente, a não ser que tenha uma composição

genética privilegiada, terá muita dificuldade em construir uma vida feliz, seja pessoal ou

profissionalmente.

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Imagine uma pessoa com fortes dores de cabeça, daquelas enxaquecas bem pesadas.

Como é que ela vai ter um bom dia de trabalho? Como é que ela vai desempenhar com

qualidade suas funções na empresa? Simplesmente não vai.

Segundo pesquisas da Organização Mundial da Saúde, cerca de 85% da população

mundial tem ou terá algum problema na região das costas, seja lombar ou cervical. Esse

problema geralmente traz muita dor não apenas na região pontual, mas nas pernas, joelhos,

no nervo ciático.

E quem sente dor, seja em qualquer lugar do corpo, tende a ser uma pessoa mais

estressada, de pavio curto, nervosa. Isso tudo leva a um descontrole mental e emocional.

Outras patologias como infarto, acidente vascular cerebral, obesidade, surgem,

basicamente, em função do sedentarismo e da má alimentação, afetando um número

gigante de pessoas ao redor do mundo inteiro, e tiram a vida de homens e mulheres das

mais variadas idades. Já não é incomum jovens morrerem em razão de um infarto, avc,

coisa que antigamente raramente se via.

Quem sofre desses grandes males físicos, certamente não está produzindo tanto quanto

deve ou pode, não está cuidando dos outros como deveria ou poderia, e não vai ser tão

feliz quanto deve ser, porque ninguém que tenha uma saúde física debilitada dentro da

Caixa da Vida consegue isso.

Dados do IBGE revelam que menos de 15% dos brasileiros fazem atividade física regular.

Isso associado à má alimentação, na qual praticamente todos nós cometemos exageros,

esse sedentarismo tem feito vítimas diariamente.

E porque, mesmo sabendo de todo mal que a falta de saúde física faz, continuamos agindo

de maneira sedentária, ou só pensamos em mudar quando, muitas vezes, já é tarde

demais?

Por duas razões. A primeira, porque queremos que as coisas que se arrastam há meses

ou anos, se arrumem na mesma velocidade com que o mágico faz seus truques com as

cartas de um baralho. Isso não acontece dessa forma. Há um tempo para, por exemplo,

eliminar peso. Ninguém elimina saudavelmente 10 kg em trinta dias.

Mas toda pessoa é capaz de deixar de comer pelo menos 33 gramas em cada refeição que

fizer, o que já soma 100g por dia, levando a 3kg num mês. Em três meses, se seguir com

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sua meta diária, associando com exercícios físicos, ela estará vestindo aquela roupa que

viu na vitrine da loja, porém, nem experimentou porque sabia que não ficaria bem.

Muitos não saem do sedentarismo porque dizem que toda vez que vão fazer uma

caminhada sentem dor nas pernas, nas costas e falta de ar. É engraçado, porque é

justamente por não fazerem nenhuma atividade que sentem dores e falta de ar.

Outros dizem que não saem para uma caminhada, pois do que adianta caminhar poucos

metros, que isso não vai ajudar em nada. É um pensamento completamente equivocado,

porque um metro é mais do que nada, um movimento físico é melhor do que nenhum.

Como no caso da alimentação, que você pode cortar 100g por dia, também pode começar

caminhando 3 minutos. Já é uma grande evolução, pois de 0 a 3 são 300% de aumento.

Depois você caminha 6, 9, 12 minutos, e em breve caminhará mais de meia hora. Com

persistência, rapidinho estará correndo pelo quarteirão todo, indo a um parque e se

movimentando como nunca. Quem sabe até pense em correr a maratona de São Silvestre!

É assim que o corpo acostuma com as coisas. Se somos capazes de nos acostumar a não

fazer nada, a ficar no sofá em frente a TV, também somos capazes de nos acostumarmos

a fazer atividades físicas, uma dieta, ou o que quer que seja.

Como tudo tem um começo, certamente em algum momento da vida não fomos

sedentários. Toda criança, mesmo aquelas com peso acima do normal, gostam de se

movimentar, mesmo que quase sempre por brincadeira, não é? Com o passar dos anos,

vamos crescendo, crescendo, e de repente nos vemos sedentários em casa, comendo mais

que o suficiente, e se mexendo menos do que o necessário. Provavelmente só não nos

demos conta disso, mas é certo que no início, ficar parado fazia doer as costas, as pernas,

sentíamos amortecimento. Porém, com o tempo, nos acostumamos e vamos sempre

procurando uma posição que doa menos, até sumir essa dor nessa posição. Depois o ciclo

continua, e a dor apenas vai mudando de lado.

Você entendeu a ideia? Sentir dor nas costas, nas pernas, amortecimento, cansaço, não é

uma questão de ficar parado. É uma questão de hábito, porque nosso corpo vai acabar

acostumando com o que quer que façamos, ou não façamos.

Levante-se, mova-se, mesmo que seja um metro, um alongamento, um abdominal, ou um

polichinelo. Convide um amigo, a pessoa amada, seu filho ou filha para saírem caminhar

com você. Você sabe que é capaz disso. É praticamente impossível alguém não ser capaz

de ter essa atitude, a não ser que você tenha algum impedimento físico gravíssimo.

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Todo hábito se instala na nossa vida por meio das nossas atitudes, e com o tempo ele se

petrifica. E para quebrá-lo, é preciso ter ações diferentes, até que o corpo e a mente se

acostumem com um novo hábito. Raramente alguma coisa se cura com o tempo. Quase

tudo se cura com novas atitudes e novos ciclos que criamos.

Sem essa consciência de que as coisas levam um tempo para atingirem os resultados que

queremos, é difícil alguém ter sucesso naquilo a que se propõe. Precisamos ter a coragem

de começar, e mais coragem ainda para continuar enquanto os resultados não aparecem.

É como um medicamento para gripe: você tem de tomar pelo menos por sete dias,

associando com repouso e ingestão de líquidos, boa alimentação, até que os sintomas da

gripe desapareçam.

E a segunda razão pela qual não mudamos hábitos em relação a nossa saúde, é porque

somos ótimos em diagnosticar e solucionar problemas na vida alheia, mas não nos damos

conta de que precisamos resolver os nossos problemas.

A pessoa está bem acima do peso, mas está criticando a vizinha que usa uma blusinha

colada ao corpo. O vizinho reclama de dores nas costas, e logo nós o aconselhamos a

procurar um médico, no entanto, há seis meses sentimos umas fisgadas na lombar, mas

cremos que deve ser uma bobagem qualquer.

Precisamos adquirir o hábito de ir ao médico sempre que alguma coisa não estiver de

acordo fisicamente. É normal sentir dor. Anormal é achar que não é nada de grave e ir

levando a vida com dor nas costas, de cabeça, muscular.

Claro que nem todo problema físico vai se transformar numa doença grave. A questão é

que nem eu nem você sabemos quando é que se transforma e quando não. Ou seja, é

melhor prevenir do que esperar para ver o resultado.

Vivemos fazendo isso: adiando visitas ao médico. E claro, procrastinando cuidar da saúde

física, seja fazendo exercícios físicos como uma simples caminhada todos os dias, seja

cuidando da alimentação.

Isso pode custar muito caro, não só financeiramente, mas em relação à nossa qualidade

de vida, à nossa felicidade.

Quantas coisas você não consegue fazer em razão de estar com sua saúde física mal

cuidada? Tem dores de cabeça frequentes? Dores nas costas e musculares? Pare de tomar

apenas um analgésico ou um relaxante muscular e vá ao médico. Vença o sedentarismo e

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depois dos exames cardiológicos, comece a fazer exercícios físicos e a se alimentar

adequadamente.

Você precisa cuidar bem de você mesmo, senão não vai cuidar das pessoas que precisam

de você. O mais provável é que além de não cuidar delas, elas é que tenham que cuidar de

você.

Estar bem fisicamente é condição vital para que sua vida seja repleta de felicidade. Já

imaginou você naquela festa em família, todo mundo se divertindo e você morrendo de dor

de cabeça? E pior, irritado por não poder participar da festa?

Na empresa o pessoal marcando um churrasco, um passeio com toda a equipe para algum

lugar especial, e você não poder ir junto porque mal consegue caminhar de tanta dor nas

costas. Ou quem sabe nem possa mais participar do futebol com os amigos, porque mal

consegue caminhar em campo, e já sente o ar sumir toda vez que dá um pique.

E mais: como é que vai brincar com as crianças se nem pode mais carregá-las no colo?

Como dar carinho a quem ama se está trancado num quarto escuro com dor de cabeça

fugindo de qualquer barulho? Não dá para ser feliz sem cuidar da saúde.

E as pessoas com doenças incuráveis nunca serão felizes? Sim, muitas delas conseguem

ser plenamente felizes. A diferença é que elas podem fazer pouca coisa em relação à

doença, e a maioria faz até mais do que pode. Já, muita gente que não possui uma doença

incurável pode, no entanto, não faz.

Cuide-se. Invista na sua saúde. Pare de rolar na cama tentando encontrar uma posição que

doa menos. Chega de colocar panos quentes (ou gelo) para aliviar a dor. Isso só serve para

um momento emergencial. O mais correto é:

Ir rapidamente ao médico para ver o que está acontecendo;

Vencer o sedentarismo e começar uma rotina de exercícios, e;

Alimentar-se corretamente.

As pessoas precisam de você bem. Mais que isso: você merece ter saúde física para ter

uma vida feliz e fazer as outras pessoas felizes também. Inclua na Caixa da sua Vida um

belo cardápio alimentar e boas doses de exercícios físicos, com frequentes visitas ao

médico. Cuide-se para não ficar doente, e não apenas para curar as doenças por não ter

tomado cuidados.

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Ouvi um dia desses que devemos nos comportar fisicamente como fôssemos viver cem

anos. Isso nos levaria a tomar uma série de cuidados em relação à nossa saúde física. E

devemos viver espiritualmente como se fôssemos morrer amanhã, porque aí não

carregaríamos o peso das mágoas nas costas.

É um belo estilo de vida, não é?

RESUMO: Aprenda a fazer as coisas com o jeito certo. Evite convidar a tristeza para visitar sua vida e

veja a vida com simplicidade. Ela só é complexa quando você acredita nisso. Resolva o seu

passado com novas imagens mentais e com o golpe de misericórdia contra mágoas, raiva,

decepções, ódio: o perdão. E, além disso tudo, cuide-se fisicamente. Inclua no seu cardápio

uma alimentação equilibrada, boas doses de exercícios físicos e visitas regulares ao médico.

6. LIVRE-SE DAS ALGEMAS

Toda pessoa carrega um pacote mental com crenças, imagens, ideias e imaginações sobre

o mundo, sobre si mesmo e sobre os outros. E algumas pessoas querem entregar a você

parte do pacote delas. Como você não sabe o que tem nesse pacote, a melhor decisão que

pode tomar é não aceitá-lo antes de dar uma boa olhada nele, porque pode conter inveja,

indiferença, ingratidão, decepção.

Já estudamos sobre isso no tópico filtre seus pensamentos. Mas aqui, especificamente,

vamos falar da dependência que algumas pessoas têm em relação àquilo que falam sobre

elas.

Depender do que as pessoas falam ou pensam sobre você, é aceitar o pacote, sem saber

antes o que tem nele. E aí talvez ele esteja cheio de inveja, cobiça, indiferença, decepção...

Libertar-se da decisão das pessoas, das algemas, é ter a convicção de que você não

depende de pacote nenhum para seguir seu rumo na vida.

Por isso, não aceite, não fique com um pacote que não é seu. Não vale à pena aceitar

esses "presentes" embrulhados, muitas vezes, numa bela embalagem, porém, que só fará

mal a sua vida.

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Você já viu o quanto uma mulher fica mal quando falam que ela está um pouco acima do

peso? Mesmo que ela esteja em paz com a balança, só o fato de alguém falar já a deixa

cheia de dúvidas.

Um dia desses conversando com uma amiga perguntei a ela quando se sentia feliz. Ela me

respondeu que era quando seu esposo dizia que ela estava mais magra, e também quando

ele dizia que a amava.

Falei: “nossa, então você deve ser a mulher mais feliz do mundo, pois isso deve ser tão

fácil para ele”.

E fui surpreendido: “vixi, se depender disso acho que vou morrer de infelicidade”.

Na realidade não importa muito o que dizem sobre ou para você, a não ser que você se

concentre nisso. Se cair na tentação de aceitar o que falam sobre você tem duas

alternativas: ou viverá num tremendo alto astral, ou será frequentemente uma pessoa “pra

baixo”. Mas você não precisa dos outros para ser nem uma coisa nem outra. Só depende

do que você pensa e diz sobre você.

Sempre haverá pessoas falando sobre você. Algumas defendem você, outras atacam.

Umas dizem que você está linda e magra, outras que está cheinha e malvestida. Outras

falam que seus olhos estão lindos hoje, enquanto que algumas vão falar mal do seu cabelo.

Geralmente as que atacam têm muito mais força de vontade!

Se você é uma pessoa que se importa demais com os comentários que tecem a seu

respeito, terá sérios problemas em relação a sua autoestima, motivação, ao seu bem-estar,

o que afeta diretamente sua qualidade e intensidade de felicidade.

Então os outros não me interessam? Sim, as pessoas são importantes, mas não o que

algumas delas falam de você.

Você não precisa do cônjuge, de uma amiga ou um amigo para se sentir bem, por mais

legal e necessário que seja ouvir que está bonita ou bonito, bem ou mal vestido. Você pode,

e deve, se sentir bem e bonito e pronto, independentemente do que estão dizendo, mesmo

que seja a pessoa mais importante do mundo para você.

Não dependa do elogio do chefe para fazer um belo trabalho. Faça um excelente trabalho

porque está no seu DNA fazer benfeito.

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Esteja certo de que vão falar sobre você de qualquer jeito. Até quem gosta de você pode

estar mentindo. Afinal, quem gosta da gente às vezes fica meio sem jeito de dizer algumas

verdades, então, falam mentiras suaves, como:

“Claro que não, você nem está tão acima do peso”;

“Paulo, sua palestra nem foi tão ruim”;

“Nossa, esse vestido está legal, mas aquele número 44 tinha ficado pouco melhor”;

“Que bom que mudou o corte de cabelo, deixou mais entradas né?”

“Pois é, estamos cortando custos, mas você é muito competente, mesmo assim

temos de lhe dispensar”;

Ou seja, se quem gosta da gente não diz a verdade, imagine o que fazem aqueles que não

gostam?

Ouça as pessoas, considere suas opiniões, mas não permita mais que tomem decisões por

você nem que influenciem sua autoestima e autoconfiança.

Um pai, uma mãe podem ter as melhores intenções, mas não me canso de vê-los dando

pacotes cheios de conselhos que assassinam os sonhos, as forças e a coragem dos filhos.

Se pessoas bem intencionadas podem tornar trágica a vida de quem amam e só desejam

o bem, imagine se você der ouvido a pessoas que querem que você fique com o pacote da

inveja, fofoca, acomodação, desmotivação?

Quando você dá muito valor ao que os outros dizem pode se tornar dependentes de elogios

e críticas.

Elogios, bajulação, o reconhecimento alheio, tudo isso é admirável e faz bem. Mas não se

prenda a eles.

Os verdadeiros vencedores não precisam de elogios e sabem

aproveitar muito mais as críticas que recebem.

O colaborador que espera ansiosamente pelo elogio ao trabalho benfeito pode viver

frustrado se encontrar pela frente alguém que não saiba elogiar.

A pessoa que é perfeccionista pode se frustrar toda vez que perguntar se algo está bom e

ouvir que “está”. Afinal, para ela nada nunca está realmente bom.

Desprenda-se do que os outros pensam de e sobre você, seja isso bom ou ruim.

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O que falam de você não é nada perto do que você próprio fala

de si mesmo.

Quando pedi demissão de um trabalho para arriscar o sonho de ter meu próprio negócio,

isso com pouco mais que 21 anos, o fiz por ouvir de pessoas que eu era muito bom no que

fazia e que não precisava trabalhar para ninguém.

Acreditei em quem me disse isso e decidi montar uma empresa. No fim das contas minha

empresa não durou um ano, no entanto as dívidas que contrai e o sofrimento que carreguei

duraram uma eternidade.

Não foi um período fácil. Notar meu filho crescendo no ventre da mãe dele, enquanto todos

os recursos que eu tinha diminuíam, não era o resultado que eu esperava.

Fui ao fundo do poço e só comecei a subir quando decidi assumir toda a responsabilidade,

pois notei que dar ouvidos a tudo o que me diziam só me fazia cavar e afundar ainda mais.

Conte com o apoio das pessoas. Peça ajuda, orientação. Ouça os elogios e os agradeça;

ouça as críticas e as agradeça. Mas liberte-se das algemas mentais de ter que fazer, ou

não fazer alguma coisa só porque alguém está pedindo. Não tome decisões que vão mudar

sua vida só porque estão dizendo que você é bom ou ruim, que você está bonito ou feio,

bem ou malvestido, ou seja lá o que for que disserem.

Só mude seu destino se você concluir que deve fazer, porque

raramente alguém que dá conselhos vai ajudar você se as coisas

derem errado.

Você não pode tirar as algemas alheias

Eu adoro ajudar as pessoas, mas com o tempo tenho aprendido que devo ajudar aquelas

que me ajudam a ajudá-las.

Como é bom ajudar alguém e depois ver a pessoa pra cima, alto astral, rompendo barreiras,

mudando rumos, criando novos caminhos, deixando novas pegadas, mesmo depois que

um tsunami invadiu sua vida. Perceber que ela aprendeu que essa é a arte de seguir em

frente. Ela entende que às vezes é preciso radicalizar com o passado, parar de tentar tapar

o sol com a peneira ou pôr panos quentes, mas sim jogar terra em cima e socar bem.

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Mas, o complicado é notar que logo depois que você ajudou, na maioria das vezes, a

pessoa fica procurando os rastros que deixou, por mais que tenham sido rastros negativos,

ruins, doloridos. A pessoa continua apertando a ferida sem nunca deixá-la cicatrizar.

Você se decepciona, fica triste, e pensa que não fez o que deveria ter feito, que não deu os

melhores conselhos, ou que falou algo que não devia. Mesmo tentando ajudar, é bem

provável que você sinta-se, ou seja visto como o vilão da história.

Isso lhe parece familiar? Já aconteceu com você? Aposto que já ajudou muita gente, e

depois foi mal interpretado.

Na busca pelas fontes da felicidade, passei um bom tempo colhendo informações com

pessoas do meu convívio, com gente que não conheço bem, e com algumas pessoas que

eu nunca vi o rosto pessoalmente, mas que me relaciono pelas redes sociais.

Nessa colheita descobri algo extremamente importante: que você vai se deparar com muita

gente caminhando, buscando sucesso e felicidade na vida. Todavia, a maioria dessas

pessoas apenas caminha, sem saber direito para onde vai nem porque está nesta ou

naquela direção. Elas estão apenas seguindo a multidão.

Geralmente são pessoas que repetem sempre os mesmos erros, só com uma roupagem

nova. Vivem sofrendo com as decisões erradas que tomam, mas passa um tempo e elas

retornam a bater na mesma porta.

É como alguém que quer ir a uma festa, mas foi recusada na porta de entrada. Ela volta,

veste outra roupa, retoca a maquiagem, muda o cabelo e tenta entrar na festa. Não

funciona: os seguranças não têm o nome dela na lista, então não ela não vai entrar. Assim

são algumas pessoas. Elas erram, erram, voltam para trás, vestem uma roupa nova,

retocam a maquiagem, arrumam os cabelos, e tentam entrar pela porta da felicidade. Não

adianta: a única porta que se abre quando você continua errando, é a da infelicidade.

Sabe qual a principal razão de tantas pessoas continuarem nos mesmos erros? Porque

elas recebem muito apoio, são muito perdoadas. O perdão, o apoio são lindos,

maravilhosos, e é um alívio perdoar e apoiar as pessoas. Porém, para quem vive recebendo

perdão e apoio pelos mesmos erros, eles viram uma prisão, um ponto de fuga, onde quem

erra não se corrige por saber que sempre receberá o apoio e o perdão de novo.

Não estou pedindo para você se tornar uma pessoa insensível, egoísta. Mas, entenda que

é cômodo para quem erra continuar errando e depois pedir perdão e apoio. Um dia, você

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que perdoa, se cansa de ter de perdoar sempre os mesmos erros, e a relação, pessoal ou

profissional, vira um inferno na Terra.

Talvez você ofereça ou já ofereceu ajuda, só que boa parte delas não quer ser ajudada, ou

o significado da palavra ajuda para elas é que você resolva todos os problemas que elas

têm, e que elas tenham o mínimo de esforço possível. Contando com o seu apoio

incondicional, e perdão interminável, elas continuam cometendo erros atrás de erros.

Se você tentar ajudar alguém e sentir que a pessoa não vai reagir, você vai ter que se

libertar da decisão dela e seguir seu caminho, deixando-a sozinha até que comece a fazer

a parte dela, ou viva uma vida sem sentido eternamente, sempre esperando que alguém

resolva seus problemas ou perdoe suas falhas.

Quem sabe isto já tenha acontecido com você: você ajudou alguém e ainda foi mal

interpretado quando parou de ajudar. No começo, essas atitudes das pessoas fazem mal,

mas depois de um tempo você tem de entender que isso é normal.

Você sabe qual a razão de as pessoas que estão erradas não mudarem o comportamento,

e, muitas vezes, nem pedirem desculpas? Simples: porque elas acreditam que estão certas.

Então, por qual razão precisariam mudar?

Não sofra a dor alheia

Sofremos muito pelos outros. Carregamos muito a dor e a angústia das pessoas. Eu senti

muito mais isso quando iniciei minha vida como palestrante.

Eu fazia um treinamento, uma palestra, um curso, e ficava intrigado quando notava que

algumas pessoas continuavam a ter o mesmo comportamento errado de antes. Eu visitava

ou ligava para a empresa que me contratou para saber como as coisas estavam indo depois

do meu evento. E quando ouvia: “Paulo, as pessoas não entenderam sua mensagem, mas

é assim mesmo, eu disse que elas não mudariam, pois vivo repetindo todo dia o que você

falou na palestra”.

Essas palavras me doíam na alma. Pensava: “será que tenho jeito para ser palestrante?

Será que realmente consigo transmitir uma mensagem que abra espaço para as mudanças

que as pessoas precisam fazer? Será que minha missão em ser Palestrantes faz parte da

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Caixa da minha Vida? Ou será que estou me enganando e enganando as pessoas, pois

elas realmente não mudam?”.

Sofri muito com isso até entender que o problema não era comigo, mas sim ou com a

empresa, com seus líderes ou com os colaboradores.

Falho, erro, vivo cometendo enganos, mas eu tinha convicção de que o que eu dizia e o

método que mostrava nas palestras era importante e fazia sentido. Eu não poderia estar

completamente enganado.

Sabe quando entendi que não era eu o problema? Depois de um treinamento que fiz e já

estava com receio de fazer o pós-venda, imaginando que ouviria a mesma coisa quando

ligasse para saber como o pessoal estava reagindo depois da palestra. No entanto não

precisei nem ligar para receber o recado. O empresário me ligou e disse: “Paulo, fantástico

seu evento, parabéns. As pessoas só não vão mudar se não quiserem”.

Aquela frase soou como música para meus ouvidos. Entendi que quem quer mudar, muda;

quem quer aprender, aprende; quem quer afundar, afunda; quem quer crescer; cresce;

quem quer ficar algemado, fica; quem quer fracassar, fracassa. As pessoas nos ouvem,

prestam atenção ao que dizemos, e entendem o que tem de ser feito. Boa parte delas

simplesmente não faz nada, e isso não é culpa nossa.

Você não sofre por esperar que alguém mude o comportamento que tem? Você, líder de

empresa, não vive angustiado esperando que alguns dos seus colaboradores tenham mais

comprometimento? Você, colaborador, não sofre esperando que seu chefe seja menos

rude? Pois bem, muitas dessas pessoas nunca vão mudar, a não ser por uma catástrofe

muito grande na vida, e olhe lá. Elas estão algemadas nas ideias, crenças e decisões

erradas que tomam, sem mudar nada.

O funcionário que fazia corpo mole numa empresa e é demitido tende a repetir o mesmo

comportamento na próxima empresa, pois aprendeu que assim é dispensado e pode

receber o fundo de garantia e o seguro desemprego.

O líder que trata mal as pessoas e destrói equipes numa empresa tenderá a fazer o mesmo

em casa com sua família, e também em outras empresas com outras equipes que liderar.

E aí a gente vai sofrendo pelas pessoas erradas, querendo que elas mudem o que está

cristalizado em seus comportamentos, cuja única chance de descristalizar é, talvez, pela

dor.

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Vejo quanto dinheiro, tempo e energia as empresas gastam com pessoas erradas. Elas dão

as ferramentas, pagam cursos, investem pesado no funcionário, e nada. Os resultados

continuam medianos. No treinamento seguinte, elas fazem tudo de novo, na esperança que

o funcionário renda mais. Ele não vai render, a não ser que mude de atitude. Pode participar

de dezenas de treinamentos, se ele não estiver disposto a pagar o preço da mudança, não

muda.

Quando você dá oportunidade para quem não a quer ou não sabe

aproveitar, deixa de oferecer para quem a agarraria com todas as

forças.

Na vida pessoal tendemos a fazer a mesma coisa. Quem não tem um parente, um amigo

que parece uma máquina de reclamar da vida? Tentamos a todo custo mudar suas ideias,

seus pensamentos. Falamos que reclamar não resolve nada, e que a pessoa precisa mudar

suas atitudes. Porém, ela continua como uma metralhadora disparando reclamação para

todos os lados. Mesmo assim ficamos tristes, porque ela não muda nem o pote de açúcar

de lugar, que já está grosso de sujeira lá no fundo.

Embora ela prometa que vai mudar, na semana seguinte ela está de novo em nossa casa,

na empresa, no escritório ou ligando e se reduzindo à condição de vítima.

Sabe o que a maioria de nós acaba fazendo? Ouve tudo novamente, dá conselhos e

praticamente agenda outra reunião para mais e mais reclamações. Não bastasse, sabemos

que parte do sofrimento da pessoa acaba ficando conosco.

Para muita gente a melhor ajuda é não receberem ajuda, porque

aí elas dão um jeito de se virar por conta própria.

Os pais sofrem tentando mudar o comportamento do filho, mas se esquecem que ele já tem

25 anos e tem que tomar suas próprias decisões. Não percebem que enquanto o filho não

tiver que assumir as consequências das suas decisões, terá sempre refúgio na Caixa da

Vida dos pais, e nunca saberá como organizar a própria Caixa para ter sucesso e ser feliz.

E o mais provável é que perpetue esse comportamento inadequado enquanto viver debaixo

da saia da família.

A mãe, toda amorosa, continua passando a roupa da filha, que tem 15 anos de idade e não

sabe nem ligar o ferro na tomada. Na realidade, finge que não sabe. No dia em que a mãe

não passa a roupa, ela fala barbaridades para a mãe, como se esta tivesse alguma

obrigação de cuidar da sua roupa.

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O cônjuge vive angustiado, com medo, porém sonha que o outro vai mudar sua postura,

vai ser mais delicado, gentil, amoroso. Passam-se dez, doze, quinze anos e a pessoa ainda

suporta a grosseria, ranzinza, as brigas, na esperança de que a pessoa mude, sem notar

que cada vez o outro está pior. A partir de um momento, o que sofre se conforma, e só torce

para sofrer um pouco menos.

Quando a vida a dois tem mais intensidade de sofrimento do que de prazer, a admiração

some, e o sentimento que fica até se confunde com amor, mas na realidade é medo de

enfrentar a vida sozinho, e dependência, já que geralmente um acabou vivendo na sombra

do outro e não se sente seguro para sair dessa sombra.

Não tem graça viver sofrendo, cuja única estratégia é a esperança de que as pessoas

mudem, seja do ponto de vista pessoal ou profissional.

Faça sua parte, mas se as pessoas continuarem a repetir os mesmos erros, a causarem

dor e sofrimento na sua vida, afaste-se. Permitia que paguem o preço que a vida vai cobrar

delas lá na frente. Quem sabe sozinhas elas aprendam.

Ajude as pessoas, ofereça seu apoio. Mas se elas não mudarem um comportamento

prejudicial, siga seu rumo, seu caminho. Cada um precisa tomar suas próprias decisões, e

assumir as consequências. Levar o fardo dos outros só diminui suas forças para resolver e

carregar os seus fardos.

Não cabe a você julgar, condenar, nem talvez alertar mais que uma vez. Cabe apenas

deixá-las no emaranhado que criaram, como uma aranha que se enrola na própria teia.

Provavelmente esse seja o único jeito de um dia se libertarem das algemas que elas

mesmas colocaram.

Naturalmente alguns ficarão pelo caminho

É perfeitamente natural que algumas pessoas fiquem pelo caminho. Não é sua obrigação

carregá-las, e precisa respeitar a decisão das que optaram por estacionar na vida. Acredite:

não é culpa sua.

Quando trabalhei como gari fiz muitos amigos. Eu sempre contava do meu desejo de

crescer na vida. Quando chovia e ficávamos no galpão da empresa, eu não me cansava de

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dizer que tão logo fizesse dezoito anos compraria um carro, pois detestava ter que ir à pé

para casa, debaixo de chuva. Poucos colegas me apoiavam. Os mais idosos diziam: “é,

também já sonhei com isso, e hoje o único veículo que tenho é este carrinho de lixo”.

Muitos amigos da mesma idade minha também tinham sonhos, porém, eu notava que eles

não tinham convicção de que melhorariam de vida. Infelizmente, hoje, quando estou em

minha cidade natal, ainda encontro alguns deles empurrando o carrinho de gari. Não há

nada de errado com a profissão de gari. Aprendi muito trabalhando nela e conheci pessoas

muitos especiais. Errado, pra mim, é não ter mudado nada senão a cor do carrinho depois

de mais de 20 anos.

Logo que consegui uma vaga como menor aprendiz da Caixa Econômica Federal, por ter

me dedicado muito no trabalho como gari, sempre que podia, eu mantinha contato para

incentivar meus amigos a fazerem benfeito o trabalho de gari e a estudarem, pois foi isso

que me fez subir um nível na profissão. A maioria me dizia: “Paulinho, você teve muita sorte.

Nosso destino é esse aqui, varrer ruas”.

Hoje percebo que realmente eles não poderiam me seguir, pois eu nunca varri ruas. Sempre

mantive a ideia de que estava embelezando a cidade, e assim pavimentando a estrada dos

meus sonhos, e só quem tivesse esse pensamento sairia dali.

Não há como carregar as pessoas se elas não querem ajuda ou

querem que você faça tudo por elas, porque na hora em que

precisarem andar sozinhas elas vão parar de novo.

Às vezes você custa a entender que as pessoas são responsáveis pelos seus atos, e o seu

único papel é apenas estimulá-las a melhorar. Contudo não é esse estímulo que as fará ter

sucesso e felicidade. Quando alguém depende exclusivamente dos outros para ter sucesso

e ser feliz, por si só já está decretando o contrário, ou seja, fracasso e infelicidade.

A única coisa capaz de oferecer durabilidade de sucesso e felicidade é a própria pessoa

assumir um compromisso inabalável em ter novas atitudes em relação àquilo que precisa

mudar.

Claro que estímulos externos ajudam muito, mas eles não são suficientes para as pessoas

realizarem as mudanças que precisam, nem de dar manutenção aos resultados que

conquistaram. Os estímulos despertam a motivação para mudanças, no entanto, quem se

torna dependente disso, quando alguém deixa de estimular, a motivação volta a dormir.

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Porém, se você é daquelas pessoas que precisam de estímulos para continuar sua

caminhada, cuidado. Ninguém tem qualquer obrigação de ajudar você. É melhor considerar

isso, porque senão vai acabar culpando quem não merece, pelas decisões que tomou ou

não tomou.

Não espere, por exemplo, que seu chefe diga a você que se fizer um belo trabalho será

promovido e ganhará mais. Faça isso sem qualquer estímulo dele. É a sua dedicação,

comprometimento, entusiasmo e competência que devem mostrar que essa seria uma boa

decisão a ser tomada por ele.

Não espere receber carinho e amor para então dá-los. Entregue-os primeiro, mesmo sem

qualquer estimulo da outra parte. Se fizer isso, um dia umas destas coisas acontecem: a

outra pessoa se cansa, e aí aceita seu amor e carinho ou vai embora; ou você se cansa, e

vai ou deixa ela ir embora.

Não fique parado esperando pelos estímulos que podem não vir. E não fique o tempo todo

estimulando aos outros. Nenhuma dessas duas atitudes dá certo no fim das contas.

Praticamente todas as pessoas sabem o que devem fazer. Elas simplesmente não fazem

o que deveriam. Da mesma maneira, elas também sabem o que não deveriam fazer, porém,

elas simplesmente continuam fazendo.

Por que isso acontece? Por que aprender o que é certo, errado, bom ou ruim é fácil. Não

se leva muito tempo para isso. O problema está em pôr isso em prática, não é?

O papel do professor, por exemplo, é ensinar, e o do aluno é aprender. No entanto boa

parte das vezes um ou outro, ou os dois não cumprem seu papel. Não há como fazer uma

pessoa desempenhar aquilo que ela não quer, a não ser pela força e imposição.

O problema é que quando há imposição não há mudanças reais. Quando puder, a pessoa

liberta o “eu” que estava anestesiado pela imposição e vai fazer aquilo que sempre quis

fazer, certo ou errado, bom ou ruim.

Tente ajudar, mas se não tiver sucesso, deixe que fiquem pelo caminho, afinal:

Às vezes, há pessoas que quando se afastam da gente nos

deixam como prêmio uma paz de espírito muito grande.

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Sonhe e realize os seus sonhos

Sua história tem que ser uma sequência de realização de sonhos.

A vida não é para ser em preto e branco. Sem sonhos realizados a vida não tem cor, não

brilha. Quando você não sonha, o quadro da sua história é sempre desenhado em preto e

branco. E sem sonhar, você não tem nem a chance de passar a limpo.

A vida é um presente, porém, sem sonhos é como carregar esse presente numa caixa de

papelão velha e suja.

Mas não adianta apenas sonhar, porque um grave problema em relação aos sonhos é que

boa parte das pessoas tenta realizar sonhos que não são seus.

Um filho, por exemplo, corre o risco de nunca se encontrar profissionalmente se for obrigado

a fazer o que os pais querem. Às vezes, porque pagam as contas, alguns pais acabam

obrigando seus filhos a seguirem o trajeto que eles trilharam, ou, que sempre sonharam em

seguir mas não conseguiram. Os filhos, como dependem dos pais, sobretudo,

financeiramente, aceitam passivamente as escolhas que estes fazem, embora, seja a vida

dos filhos que esteja em jogo, a felicidade deles, o caminho que eles deveriam escolher,

fosse de sucesso ou não.

Outros filhos se rebelam, saem de casa, e os pais praticamente se esquecem deles. Uns

vencem na vida, mas a maior parte quebra a cara. Os pais nunca desejaram a infelicidade

dos filhos, mas a deram de presente numa bandeja quando não permitiram a eles construí

a própria história.

Mas, há alguns filhos que usam e abusam da boa vontade dos pais. Como não são

responsáveis por pagar as contas, eles nunca estão satisfeitos com o que recebem.

Trabalhem ou não, sempre estão querendo mais. Não sabem quanto custa um botijão de

gás, uma conta de luz ou de água, tampouco sabem qual é o valor da internet, embora

passem nela a maior parte do tempo.

Outros filhos trabalham nas empresas dos pais, e novamente acham que têm direitos e

regalias. Deixam de lado a competência, e exigem seus direitos de filhos. Não percebem

que ali são funcionários, e que deveriam dar o exemplo. Muitos vivem insatisfeitos com o

que ganham, por mais que não tenham a menor noção do quanto seria seu custo de vida

se saíssem debaixo das asas dos pais.

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Pais e filhos precisam de mais diálogo, e não de ordens, ou de silêncio, aceitação passiva,

onde um finge que gosta do que faz para agradar os pais, e estes fingem que estão

pensando no melhor para os filhos, embora o maior desejo seja ver as realizações que

conseguiram se repetir nos filhos, ou aqueles que não tiveram sucesso, querem que os

filhos consigam. Sem esse diálogo aberto, com aquela conversa gostosa, de troca de

experiências, o mais provável é que um provoque a infelicidade do outro, ainda que sem

intenção de fazer isso.

Raramente os pais têm má intenção. A intenção pode ser boa, mas os resultados podem

ser catastróficos, porque ninguém que viva o sonho alheio será feliz.

Seja você pai, mãe, ou filho, pense nisso. Avalie como tem agido em relação as ideias,

pensamentos, vontades da outra parte. Quem sabe devam sair para passear, tomar um

sorvete juntos, e então conversarem abertamente, e concluírem que a felicidade de cada

deve ser maior do que a vontade de querer agradar ou ser agradado.

Os pais não devem forçar os filhos a seguirem esta ou aquela carreira, só porque

aparentemente ela dá mais dinheiro. E a felicidade, a realização pessoal, o amor pelo que

se faz, e aquela sensação gostosa de acordar cedo e ter a certeza de que está indo cumprir

uma missão, não contam?

Podem dar todo tipo de orientação, opinião, participar ativamente da decisão dos filhos,

mas, jamais devem decidir por eles.

Exercer um trabalho, uma profissão, tem que ser com vocação, nobreza, um verdadeiro

interesse pelo que se faz, senão a pessoa se torna vítima da Síndrome do Carona, na qual

entrega a direção da sua vida nas mãos alheias.

Você deve amar seus pais, e todas as pessoas queridas que incentivam você a seguir uma

carreira, uma profissão. Do seu modo, todos batalharam para cuidar bem de você. Muitos,

mesmo com precariedade investiram tudo o que tinham para que você se tornasse “alguém

na vida”.

Mas isso não significa que você tenha que seguir os passos deles. Você deve admirar o

esforço, o empenho, a garra, a força de vontade deles, mas se não quiser não precisa

sonhar os sonhos que eles tinham. Deve sonhar e realizar os seus sonhos.

Pais, não forcem seus filhos em uma profissão só porque vocês próprios se frustraram nela,

ou mesmo que tenham ganhado muito dinheiro com ela, permitam que seus filhos tenham

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seus próprios sonhos, senão eles não viverão de verdade. Eles precisam sonhar, se

frustrar, se decepcionar, perder, ganhar, cair, levantar e continuar.

Não tenham medo de consentir que seu filho se machuque por não realizar os sonhos dele.

É melhor do que ele se machucar tentando realizar os que você sonhou para ele. Neste

caso, além dele se machucar, vai colocar a culpa em vocês, machucando a relação de

vocês por muito tempo.

Filhos, amem seus pais, admirem-nos. À maneira deles fizeram o que puderam para que

vocês se tornassem pessoas capazes. Mas é preciso que vocês criem uma história e um

destino próprios.

Quem segue os sonhos dos outros, se chegar, vai ser aonde não

queria, e quando chegar lá, talvez não tenha mais forças para

recomeçar, e decida ficar permanentemente nesse lugar, mesmo

que infeliz.

Você precisa aprender a cultivar a semente dos seus sonhos. Só assim terá força, energia

suficientes para romper episódios de fracassos e tombos que vai levar. Só dessa maneira

não vai se acomodar num lugar que não era o que você queria chegar.

Se decidir viver os sonhos alheios, uma hora você para e desiste de ser feliz. Afinal, do que

adianta recomeçar para ficar dando voltas, se sabe que, no fim vai retornar para o mesmo

lugar que não gosta?

Sonhe seus sonhos que ficará mais fácil chegar onde você quer e conquistar o que deseja,

pois terá mais disposição para superar frustrações e fracassos que inevitavelmente

aparecerão pelo caminho.

Quem sonha tem duas chances: sucesso ou fracasso. Quem não sonha ou sonha o sonho

dos outros, já tem o fracasso como resultado.

Mas, mesmo quem sonha, precisa compreender que não dá para sair correndo atrás de

todos os sonhos que tem. É fundamental selecionar, criar uma lista de quais sonhos são

mais significativos, mais importantes, que não podem deixar de ser realizados, e canalizar

as energias na direção deles, correr atrás, primeiro, desses sonhos.

Estabeleça quais sonhos você tem. Faça uma lista com cinco, dez, vinte grandes sonhos

da sua vida, incluindo questões pessoais, como casar, viajar para algum lugar, ser pai, mãe,

profissionais, como ser gerente de alguma empresa, dono de um negócio, e outras áreas

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que julgar importante. Depois que tiver essa lista, classifique seus sonhos em grau de

importância.

Tendo isso em mãos, e se esses sonhos forem seus, é só você investir tempo, dinheiro e

energia nessa direção, e correr até cansar atrás da realização de cada um desses sonhos

significativos para você encher a Caixa da sua Vida de felicidade.

Dos recursos que vai investir (tempo, dinheiro e energia) para realizar grandes sonhos, o

que mais pode faltar a você é a paciência de esperar ativamente o tempo para que esses

sonhos se realizem. É esse recurso que mais impede as pessoas de se realizarem na vida.

Quando as coisas demoram para acontecer, a maioria das pessoas desiste dos sonhos e

persegue outras coisas, menos importantes. Em vez de persistirem em realizar grandes

sonhos, elas criam sonhos menores, expectativas menores e se conformam quando

conseguem isso. O ideal é manter as altas expectativas, os grandes sonhos, e apenas ir

aproveitando as pequenas vitórias do dia a dia enquanto os sonhos grandes vão sendo

perseguidos, e não substitui-los por menores só porque parecem difíceis de realizar.

Tudo que é importante na sua vida tende a demorar para acontecer. Se você continuar

firme, acontece. Se você desistir, perde a chance de realizar obras grandiosas na sua vida.

À medida em que for realizando os sonhos mais importantes da sua lista, você pode ou

partir para os sonhos que estavam na base da lista, ou estabelecer novos e maiores sonhos.

Como em cada etapa da vida os desejos, as vontades, os sonhos vão mudando, nada

impede que você constantemente refaça sua lista se achar necessário. O importante é ter

uma lista, é ter sonhos, e persegui-los enquanto tiverem relevância na Caixa da sua Vida,

no sentido de darem a você a felicidade que procura.

RESUMO: Você aprendeu que deve se libertar da opinião e da decisão dos outros. E por mais esforço que

faça, e coração mole que tenha, algumas pessoas ficarão pelo caminho. Também descobriu que é

importante ajudar, ensinar, mas não é sua obrigação fazer com que as pessoas decidam aprender.

Sabe agora que deve sonhar os seus sonhos. Nem sonhar pelos outros, tampouco sonhar o que os

outros querem para você. Entendeu que você é o que você diz e mostra que é, e não o que falam

ou mostram sobre você. E, por fim, aprendeu que precisa criar uma lista com os sonhos mais

significativos para você, e correr atrás deles primeiro, até realizá-los, aproveitando tudo o que

conquista antes dessas grandes realizações, e sempre que for necessário, renovar sua lista de

sonhos.

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A FELICIDADE CUSTA SÓ 12,80

A felicidade custa só R$12,80, sabia? Eu aprendi isso com uma criança.

As crianças sempre nos surpreendem. Felicidade para elas é algo simples. Com sua

inocência, ingenuidade e simplicidade de ver o mundo elas são os seres mais felizes do

planeta.

Meu filho mais novo detesta quase todo tipo de comida, mas churrasco ele ama. E eu adoro

preparar um churrasco para a família.

Num churrasco que fiz, fomos até o açougue para comprar as carnes. Escolhemos

algumas, e na hora em que fui pegar coraçãozinho de frango, fiquei espantando com o

preço, que custava R$12,80. Achei um absurdo e não comprei.

Enquanto eu estava assando a carne e conversando em família, e com um casal de amigos,

começamos a falar sobre felicidade, paz de espírito, fé, dentre outros assuntos.

Perguntei a cada um o que achavam que era felicidade. Para minha surpresa quando

perguntei ao meu filho mais novo o que era felicidade, ele disse: “ah pai, eu seria mais feliz

se você tivesse comprado aqueles coraçõezinhos de frango, que pareciam saltar na minha

boca lá no açougue”.

Sabe o que eu fiz? Fui correndo comprar os coraçõezinhos, e fiz o melhor tempero da minha

vida, como forma de pedir desculpas por não dar a tão sonhada felicidade para meu filho.

Como pode a felicidade custar tão pouco e a gente nem perceber. Eu preocupado com

R$12,80 sendo que a felicidade do meu filho estava em jogo.

A gente é que complica a felicidade. Observe se você não anda economizando para ter

felicidade. Ela custa tão pouco.

A VIDA É MESMO UMA CAIXA

Agora que você já sabe que a vida é uma Caixa, e que a felicidade custa só R$12,80, e

sabe também o que tem de colocar e retirar para que sua Caixa da Vida se encha de

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sucesso e felicidade, e se esvazie de coisas desnecessárias, pode se tornar uma pessoa

ainda mais vitoriosa em todas as áreas da sua vida.

Quando você nasce, Deus dá a você essa Caixa da Vida praticamente vazia, e a partir do

nascimento você tem a responsabilidade de começar a completá-la. E fará isso todos os

dias. Como você já sabe, sua função não é abarrotar a Caixa e colocar nela tudo o que

encontra pelo caminho, mas sim enchê-la de coisas que não esvaziem sua felicidade.

Carregar essa Caixa é uma dádiva que você recebe, e não uma obrigação. Nela, há espaço

para o seu sucesso, para sua felicidade e para sua vida ser um paraíso. Mas o fracasso e

a infelicidade vão ocupar essa mesma Caixa algumas vezes. Se você não aprender a

trabalhar com eles, sua vida um caos. Mas agora você já sabe como organizar, gerenciar,

governar sua Caixa.

Cada coisa que colocar, tirar, ou deixar de pôr, estará levando você para mais perto do

paraíso, ou do caos.

Vai errar? Claro que vai. Vai colocar coisas que adoraria tirar dali de dentro, mas parece

que estão grudadas como um carrapicho na roupa? Sim. Vai ter que carregar uma Caixa

pesada, mesmo sabendo que ainda há muita coisa para colocar, porém, percebe que já

não tem mais espaço? Sem dúvidas.

Mas nada disso importa. Agora que você aprendeu a organizar sua Caixa da Vida, o que

realmente importa é:

1. Procurar sua essência;

2. Organizar sua Caixa;

3. Construir uma vida profissional de sucesso;

4. Abrir as torneiras das fontes da felicidade;

5. Libertar-se das algemas e seguir seu destino.

Faça isso e sua Caixa da Vida será cheia de alegria, força, fé, e vai resplandecer sua alma,

acumulando tudo aquilo que lhe dá paz de espírito e sentido de verdade para a vida.

Agora você está preparado para fazer suas escolhas. É como pintar um quadro para sua

vida. Escolha as tintas, o pincel, a moldura e pinte um lindo quadro para sua História.

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DE ONDE VEM A IDEIA DA CAIXA DA VIDA?

Minha mãe faleceu quando eu tinha dez meses. Então morei com minha avó até os 9 anos.

Meu pai havida ficado com cinco filhos logo depois que nossa mãe faleceu. Como não podia

cuidar, espalhou um para cada canto, para morar com parentes. Quando retornei para

morar com ele eu já tinha nove anos, e mal o conhecia, pois raramente nos víamos até

então.

Eu achava que passava dificuldades quando morava com a minha avó. Mas eu não sabia

o que era dificuldade. A situação do meu pai era bem pior. A casa não tinha banheiro, o

chão era de madeira, e no quarto dormíamos eu, meu irmão Cesar e minha irmã Zoraide,

além de algumas galinhas que meu irmão insistia e deixarem morar em nosso velho guarda-

roupas.

Meu pai ganhava cerca de um salário mínimo. Levantava todo dia por volta das quatro

horas da manhã e andava próximo de 10 km até chegar ao trabalho. Ele e sua marmita. À

tardinha ele voltava e uma das coisas que mais me recordo, além de comer o restinho da

comida que ficava na marmita, é que ele chegava assoviando. Ele parecia ser alheio a

qualquer problema que passávamos. Provavelmente foi um jeito que ele criou para se

defender de seus medos, e fugir da vontade de sonhar com uma vida melhor para si mesmo,

embora eu pudesse notar que aquilo era o melhor que ele podia fazer.

Mas, passados algum tempo, quando eu já tinha por volta de quinze anos de idade, retornei

morar com minha avó. Foi na época em que havia sido recém contratado para trabalhar

como menor aprendiz na Caixa Econômica Federal, deixando a profissão de gari.

Numa vez que fui visitar meu pai, levei um presente. Era uma cesta básica envolvida numa

caixa bem grande e embalada num papel brilhante, com alguns produtos diferentes como

bolachas, chocolates, e uma cachaça que ele gostava de tomar com açúcar nas vezes em

que sobrava dinheiro para comprar.

Ele me olhou meio desconfiado, e como não era uma pessoa muito afável, pensei que tinha

cometido um erro. No entanto, quando abriu a caixa, ele olhou para a ela, para mim, para

os produtos, e para mim de novo e disse:

“O mais bonito disso tudo é o que tem dentro da Caixa”, e sorriu.

Daí é que surgiu a ideia da Caixa da Vida!

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É por isso que a Caixa da Vida é tão extraordinária. A aparência dela por fora importa, mas

não é nada comparada com o que tem lá dentro.

Às vezes, por mais complicada que a situação se apresente (e eu sei bem do que estou

falando), tudo o que interessa na vida é a maneira como você vai organizando a Caixa. É

isso que tem o poder de criar uma vida cheia de sentido, sucesso e felicidade.

Se ela estiver cheia de lamentação, medos e crenças paralisantes, culpa, acomodação,

ingratidão e todo tipo de sentimentos e atitudes negativas e ruins, o caos se instala.

Mas, se todas essas coisas forem transformadas em coragem, crenças estimulantes,

ousadia, movimento, fé, gratidão, e toda forma de sentimentos e atitudes boas e positivas,

o paraíso aparece...e fica.

Cuide da sua Caixa, e não perca nenhuma chance de ser muito feliz!

Como sempre, torço por você. Fique com Deus, sucesso e felicidades sempre.

Paulo Sérgio Buhrer

Inverno de 2014

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CONTATO

Adoraria saber que você está melhor depois de ter lido este livro. Se eu não tivesse

aprendido a respeitar a decisão das pessoas eu diria que carregaria uma grande frustração

caso não você não se sinta melhor. Mas por sorte aprendi a respeitar suas decisões.

Entre em contato comigo. Conte-me sobre o que mais apreciou no livro, fale-me

sobre você. Terei imenso prazer em continuar ajudando.

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