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BACHARELADO EM ENFERMAGEM
HISTÓRIA E TEORIAS DA ENFERMAGEM
Prof. Eurípedes Gil de França
Aula 7
A Enfermagem no Brasil Trajetória Histórica da Enfermagem Brasileira
Brasil Pré-Colonial
• Chegada dos portugueses.
• Pero Vaz de Caminha, escrivão
da corte e da esquadra, relata ao
rei D. Manuel I o que encontraram
na nova terra.
• A Carta de Pero Vaz de Caminha
é tida como a certidão de
nascimento do Brasil.
Brasil Pré-Colonial
• Saúde dos indígenas
• Acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados.
• Utilizavam amuletos, abusavam de superstições e rituais. Utilizavam vastamente os recursos da flora.
• A arte de cuidar estava diretamente vinculada aos rituais místicos.
• A maioria das doenças era tratável.
Brasil Pré-Colonial
Carta de Pero Vaz de Caminha (trechos):
Dali avistamos homens que andavam pela praia... Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas.
Nas mãos traziam arcos com suas setas.
Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como
em mostrar o rosto.
Brasil Pré-Colonial
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos pelas espáduas, e
suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos
nenhuma vergonha...
E certo era tão bem-feita e tão redonda, e sua vergonha (que ela não tinha) tão graciosa, que a muitas mulheres da nossa terra,
vendo-lhe tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela (CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA, 1º de maio de
1.500).
Em 1.530 uma nova expedição foi-nos enviada. Desta vez vieram para explorar.
Trouxeram: exploradores portugueses, soldados de guerra, jesuítas, escravos africanos, estudiosos
e escrivães.
Brasil Colonial
• José de Anchieta relatou os costumes indígenas (1553):
• Estilo de vida: • Cooperativos;
• Descansados;
• Caçavam, pescam e comia da natureza.
Brasil Colonial
• José de Anchieta relatou os costumes indígenas (1553):
• Relacionamentos:
• Relacionamentos entre jovens com as irmãs e tias.
• Poligamia.
• Mulheres não pareciam se preocupar.
• Havia tribos em que o mote central era a varonilidade.
Brasil Colonial
• Carta do catequista Gabriel Soares de Sousa (1540-1591):
São os tupinambás tão luxuriosos que não há pecado de luxúria que não cometam; os quais sendo de muita pouca idade têm conta com mulheres [...] as mulheres de idade ensinam aos
meninos a fazerem o que eles não sabem; [esses homens são] tão luxuriosos que poucas vezes tem respeito às irmãs e tias [...] dormem com elas pelos matos e alguns com suas próprias filhas.
Brasil Colonial
• Carta do catequista Gabriel Soares de Sousa (1540-1591):
São tão amigos da carne que não se contentam com o membro genital como a natureza o formou; mas há muitos que lhe
costumam por o pelo de um bicho não peçonhento, que lho faz inchar...
Os machos destes tupinambás não são [ciumentos]; e ainda que achem outrem com as mulheres, não matam ninguém por isso [...] E[as mulheres] que querem bem aos maridos [...] buscam-lhe moças com que eles se desafadem, às quais lhes levam às
redes onde dormem (MOREAU. Os índios nas cartas de Nóbrega e Anchieta, 2003, p.100).
Brasil Colonial
• Carta XLII de Anchieta
Os índios no Brasil parecem que nunca têm ânimo de se obrigar, nem o marido a mulher, nem a mulher ao marido, quando se casam: e por isso a mulher nunca se agasta porque o marido tome outra ou outras, reste com elas muito ou pouco tempo
(MOREAU. Os índios nas cartas de Nóbrega e Anchieta, 2003, p.104).
Diante do quadro de promiscuidade, começou-se a miscigenação, em que os
estrangeiros se davam em intimidade com os nativos.
Mas os nativos não eram imunes às doenças que os estrangeiros traziam consigo.
Muitos desembarcavam repletos de doenças.
Brasil Colonial
• José de Anchieta relatou o quadro nosológico da época:
• Devido a falta de imunidade, somente em 1562 30.000 indígenas morreram em três meses.
Era necessário cumprir a obra de catequização, mas também era necessário cuidar dos doentes,
indígenas e estrangeiros.
Brasil Colonial
• Criaram, portanto, as Santas Casas de Misericórdia, em 1543:
• Eram atendidos doentes nas enfermariam em conventos e escolas clericais.
• A Enfermagem desta época:
• Realizada por homens, segundo a
filosofia da Igreja, assim como era
na idade média.
• Doméstica.
• Instintiva.
• Empírica.
Quando novos governos se estabeleceram no Brasil, o país deixou de ser colônia para
ser metrópole.
A realeza residia agora no Brasil, a população crescia... Era necessária nova
estrutura para os cuidados em saúde.
Brasil Séc. XIX
• Datas importantes:
• 1822 – Primeira escola de parteiras.
• 1832 – Primeiras escolas de ensino médico.
• 1841 – Criou-se o Hospital de Alienados Dom Pedro II.
Brasil Séc. XIX
• Datas importantes:
• 1852 – Chegada das irmãs de caridade ao Brasil.
• 1864 – 1870 – Guerra do Paraguai. Atuação de Anna Nery.
Brasil Séc. XIX
• 1890 - Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras.
• Anexada ao Hospital Nacional de Alienados.
Ensino na EPEE
1890 as Irmãs de Caridade abandonaram o serviço.
Necessitou-se de novos enfermeiros RAPIDAMENTE.
Ensino na EPEE
Considerando o modelo de atenção à saúde mental, o mais avançado conceito vinha da
França.
Ensino na EPEE
No entanto, a formação das enfermeiras francesas distinguia do modelo
Nightingaliano implementado nos EUA.
Diferenças entre o ensino de Enfermagem Estadunidense e Brasileiro.
EUA BRASIL
Treinamento da enfermeira é tão importante quanto a de outro profissional da saúde
As enfermeiras seriam profissionais capacitadas para a resolução de problemas de saúde, sob ordens médicas
Escolas foram vinculadas às universidades
Escola possuiria estreita ligação com o hospital e sob custeio do Estado
Coordenação e ensino nas mãos de enfermeiras Nightingale
Ensino gerenciado por médicos e ensinado por médicos e enfermeiras francesas
Mulheres escolhidas conforme aptidão para a Enfermagem
Dada a urgência, muitas mulheres foras escolhidas casualmente
Curso com três anos de duração, exigência de secundário completo, práticas obrigatórias nos diversos serviços hospitalares
Dois anos de curso, formação voltada preferencialmente para cuidar dos alienados, noções básicas de anatomia, fisiologia, medicamentos, higiene e administração