as primeiras fronteiras: impactos ecológicos da expansão humana pelo mundo

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Obs.: as imagens são meramente ilustrativas e foram obtidas diretamente da internet. Capítulo: FERNANDEZ, Fernando e ARAÚJO, Bernardo B. A. As Primeiras Fronteiras: impactos ecológicos da expansão humana pelo mundo. In: FRANCO, José Luiz de Andrade; SILVA, Sandro Dutra e; DRUMMOND, José Augusto; e TAVARES, Giovana Galvão (Orgs.). História Ambiental: fronteiras, recursos naturais e conservação da natureza. Rio de Janeiro: Garamond, 2012, p. 97- 117. O Capítulo é estruturado da seguinte forma: Introdução A primeira grande fronteira A fronteira do frio A descoberta do novo mundo - as Américas A última grande fronteira: a América do Sul As ilhas Por que a megafauna? Espécies frágeis e ossos resistentes Fechamento da fronteira e a inovação da agricultura e da pecuária As consequências para a nossa visão da história Introdução A concepção de natureza possui relação com os aspectos de mudança social. Ela se relaciona com o ser humano na sociedade ou ainda, as ideias da sociedade. A palavra natureza e natural foram centrais na formação econômica (pensamentos) europeu, no século 18 (isso deste o Cameralismo até o pensamento da economia política). A história ambiental parte de três premissas: 1). natureza não é entidade fixa e nem tão pouca imutável.

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Obs.: as imagens são meramente ilustrativas e foram obtidasdiretamente da internet.

Capítulo: FERNANDEZ, Fernando e ARAÚJO, Bernardo B. A. AsPrimeiras Fronteiras: impactos ecológicos da expansão humanapelo mundo. In: FRANCO, José Luiz de Andrade; SILVA, SandroDutra e; DRUMMOND, José Augusto; e TAVARES, Giovana Galvão(Orgs.). História Ambiental: fronteiras, recursos naturais econservação da natureza. Rio de Janeiro: Garamond, 2012, p. 97-117.

O Capítulo é estruturado da seguinte forma:

Introdução

A primeira grande fronteira

A fronteira do frio

A descoberta do novo mundo - as Américas

A última grande fronteira: a América do Sul

As ilhas

Por que a megafauna? Espécies frágeis e ossos resistentes

Fechamento da fronteira e a inovação da agricultura e da pecuária

As consequências para a nossa visão da história

Introdução

A concepção de natureza possui relação com os aspectos demudança social. Ela se relaciona com o ser humano na sociedadeou ainda, as ideias da sociedade.

A palavra natureza e natural foram centrais na formaçãoeconômica (pensamentos) europeu, no século 18 (isso deste oCameralismo até o pensamento da economia política).

A história ambiental parte de três premissas:

1). natureza não é entidade fixa e nem tão pouca imutável.

2) as formas de uso/tipos de sociedade - a relação de usoinfluencia nas relações sociais que se estabelecem . ex: uso dosrecursos hídricos e os conflitos pelas cotas/outorga de água e;

3) entendimento científico da natureza.

A espécie humana originou-se na África, especialmente, no lestee teve a maior parte de sua existência restrita a uma parterelativamente pequena do mundo. As datações mais antigas sobre aorigem da espécie humana tem pelo menos 160 mil anos. Por noOriente Médio tem cerca de 120 mil anos. Depois que houve odesbravamento pela Ásia tropical o qual estes povos permanecerampor pelo menos 50 mil anos.

Há pelo menos 50 mil anos atrás, aconteceu os primeiros eventosda trajetória humana na Austrália. Esta foi a primeira grandefronteira. Depois, em sequencia, várias outras fronteiras foramsendo descobertas, ou caindo, como chama o autor. As fronteirasdesbravadas foram: a Europa, a Ásia temperada, as Américas efinalmente as ilhas, incluindo ilhas gigantescas, comoMadasgacar, Nova Zelândia e Tasmâmia.

O autor avança no decorrer do texto e destaca que a extinção dasespécies, especialmente a megafauna tenha sido decorrente dehábitos do homem em razão da mesma não ocorrer de formasimultânea no planeta.

Ele destaca uma série de razões para a inadequação da hipótesede extinção em consequência das mudanças climáticas p. 99.

(1) as mudanças climáticas foram fenômenos globais - deste modoa extinção deveria ser sincrônica em todo o planeta.

(2) a cronologia de extinção não coincide com as mudançasclimáticas.

(3) as mudanças climáticas não explica a extinção em ilhas, jáque estas, foram mais recentes.

(4) a extinção faunística não foi acompanhada pela extinçãoflorística.

(5) a extinção seria mais radial sobre a fauna pequena, animaisde pequeno porte.

(6) a vulnerabilidade das espécie - os de hábitos noturno,arbóreos e do interior da floresta forma os que sobreviveram.

A primeira grande fronteira

Aconteceu a 50 mil anos na Austrália.

Este continente, antes era emerso pelo mar. Depois que o níveldo mar subiu os colonizadores foram presos. Depois de milharesde anos, foram descobertos pelos Europeus e chamados de povosaborígines.

Aborígines Australianos

Com 10 mil anos após, todos os animais haviam sido extintos. Sórestou o cangurú, vombates, wallabies.

Wallabies Cangurú Vombates

Deste modo, estes território foi redescoberto, no final doséculo 18, e os recursos (fauna) forma interpretado com sefossem íntegros.

Como consequência da ação do homem, ele relata sua chegada eexploração, promoveu a diminuição do tamanho das espécies. Ou

seja: o homem promoveu alterações para além da composição dafauna.

Outras características como o fato da aridez do clima, práticasde fogo na Austrália contribuíram sobremaneira para asalterações de aridez do clima na Austrália.

Na leitura dos paleontólogos as mudanças promovidas pela ação dohomem ocorreram num piscar de olhos.

Do ponto de vista de introdução de fauna, o Dingo - que é umcachorro, foi outro exemplo da alteração das característicaspromovidas pelo homem.

Dingo

De modo geral, a extinção conforme a literatura 50.500 anosatrás. Esta extinção foi causada pela:

- caça,

- doença

- alteração do habit

- introdução de espécies exóticas.

A fronteira do frio

Nesta época, por volta de 30 mil anos atrás, ainda em épocainterglacial, e com fogo e roupas, os humanos começaram aexpansão.

Ele também chegou na Eurásia temperada e ocasionou diversosimpactos - nos mamutes, rinocerontes ursos de cavernas e o alceirlandês.

A fronteira do frio ocorreu - desdobramento - mais gradual quea da fronteira Australiana. Na Austrália havia uma barreirafísica que era a nível do mar.

A descoberta do novo mundo - as Américas

A expansão ocorreu nas áreas que hoje temos como Alasca eCanadá. A descoberta das Américas representa um dos maioreseventos da historia. Não houve travessia marítima naquelaépoca. A passagem entre os continentes, na época, era a seco.Isso ocorreu a 13.200 anos atrás.

A megafauna na época era extremamente rica. Era comparável a daÁfrica atual. Muito similar a fauna africana. Ele cita diversasespécies tipo mamute, preguiças gigantes, mastodontes, p. 105,último parágrafo.

Mamute Preguiças gigantes Mastodontes

Nesta época, os primeiros humanos, que ocupavam as planíciescentrais, pertenciam a cultura chamada Clovis. Que se traduziapela cultura tecnológica. Era um tipo de lança de caça. Istofez um aceleramento da extinção da megafauna.

A Cultura Clóvis é uma cultura pré-histórica da América quesurgiu há cerca de 13.000-13.500 atrás, no final da última Idadedo Gelo. Chama-se assim por causa dos artefatos encontradosperto da cidade de Clovis (Novo México). O povo de Clóvis eraconsiderado o mais antigo habitante do Novo Mundo. Contudo, essavisão tem sido contestada nos últimos trinta anos por váriasdescobertas que aparentam ser mais antigas.

Poucos milhares de anos depois, surgiu a cultura Folsom. Foi umacultura que surgiu a posteriori - extinção da megafauna -principalmente na América do norte.

Esta cultura foi o nome dado pelos arqueólogos para especificara cultura arqueológica do Paleoamericano. Paleoamericano é umtermo utilizado para designar os primeiros povos que entraram e,posteriormente, habitaram, o continente americano durante osúltimos episódios glaciais do período Pleistoceno tardio.

A última grande fronteira: a América do Sul

A América do Sul foi a última das grandes fronteira s alcançadaspelo homem.

Assim como a América do Norte e Austrália a América do Sulapresentava uma megafauna bem rica.

O processo de extinção na América do Sul foi bem mais lento e amegafauna, tida como os maiores, começou a desaparecer a maisou menos 11 mil anos. Ex: elefantes, tigres dentes de sabre,preguiças gigantes.

Tigres Dentes De Sabre

Argentina e Uruguai e demais caminhos da colonização foram osrastros por onde os colonizadores passaram.

As densas florestas retardavam as extinções ou mesmo protegiam afauna. A maioria dos poucos sobreviventes foi decorrente deespécies florestais. Os extintos representam os mamíferos deáreas abertas.

O autor ressalta uma especulação de que a retirada de animaispastadores são retirados do meio pode favorecer a substituiçãode habitats abertos por habitats fechados (floresta). Ou seja: oextermino dos grandes pastadores, pelo homem, há pouco mais de10 mil anos possa ter levado a expansão da floresta Amazônica emáreas que antes eram de vegetação aberta, p. 109.

As ilhas

As ilhas só foram colonizadas depois dos continentes, após,milhões de anos. Em razão de construir Barcos capazes deatravessar extensas distâncias de água salgada. As ilhaspreservam faunas intactas.

O autor cita uma grande ilha importante, como as Ilhas doCaribe, que foram alcançadas pelo home a 5500 anos atrás. Asilhas, em Cuba, tipo Hispaniola e Jamaica - a megafaunacontinha 13 espécie de preguiças gigantes. Algumas delasendêmicas.

Preguiças Gigantes

Outras ilhas, como as do mediterrâneo, haviam elefantes ehipopótamos pigmeus.

Ilha de Madagascar havia elefantes voador (aves), lêmuresgigantes (tamanho de um homem). Esta ilha foi colonizada hácerca de 1500 anos atrás. A maior extinção ocorreu cerca de 900anos atrás.

Lêmures gigantes Elefantes voador (aves)

Finalmente, o homem chega a Nova Zelândia, 1o mil anos atrás.Lá havia aves gigantes (moas) que exerciam o papel ecológicopor mamíferos em outros lugares.

Por que a megafauna? Espécies frágeis e ossos resistentes? - página 112

O autor questiona qual a razão dos impactos humanos mais antigosterem sido sobre a megafauna.

Argumento 1

Ele responde que primeiramente, a mega fauna era resistente emrazão do peso e tamanho corporal. O paleontólogo Chris Johnsoncontrapõe este argumento dizendo que foi a taxa dereprodutibilidade das espécies e não o seu tamanho. Ele sustentasua afirmação dizendo que os animais maiores se reproduzemmenos, possuem uma baixa fecundidade, possuem maturação sexualtardia, possuem poucos filhotes, p. 113.

Outro aspectos da fragilidade deste animais era a vertentecomportamental. Uma vez que as espécies não tinha contato com ohomem, então não poderiam desenvolver mecanismos para seprotegerem. Este fenômeno ele chama de ecological naivety, p.114.

Ele cita que a África foi o único continente que jamais foi umanova fronteira conquistada pelo homem, porque é o únicocontinente do qual a espécie é de fato nativa.

Argumento 2

A megafauna fossiliza mais facilmente. O processo defossilização depende fortemente da intensidade e da taxa de

variação dos processos destrutivos que afetam os ossos e daprobabilidade de soterramento final, antes de sua destruiçãototal frente aos agentes externos (bióticos e abióticos).Entreos animais, os vertebrados em geral, tendem a fossilizar melhorque os invertebrados, mamíferos melhor que árvores e espécies degrande porte melhor que as de pequeno porte, p. 114.

A mega fauna, defende o autor, é a nossa melhor janela parao passado porque o seu registro fóssil é bom o suficiente paracaracterizar bem as faunas que existiam antes do primeirocontato humano. Em outras palavras, nos fornece os melhores testemunhos sobre como foi a primeira relação do homem com osecossistemas naturais.

O autor continua discorrendo sobre o processo decolonização do homem e entra na vertente da agricultura e dapecuária como meios de uso da terra e sobrevivência humana, p.115.

Ele relata que a agricultura foi inventada de formaindependente em vários lugares do mundo, como no Oriente Médio esub continente indiano, há pelo menos 11 mil anos atrás. NaAmérica do Sul, 8 mil anos, América Central há pelo menos 9 milanos. A Agricultura foi chegando em cada lugar em períodosdistintos logo em seguida o declínio da megafauna.

De fato, o homem sempre foi caçador-coletor utilizandofrutos, raízes e outros vegetais assim como pequenos animais,mesmo que por meio de métodos rudimentares, p. 115.

A descoberta de novas tecnologias como o fogo e as armasmais aperfeiçoadas abriu portas para a exploração da caça dosgrandes animais - começando com a colonização da Austrália. Há asuposição de que o aumento do uso destas "tecnologias" tenhaaumentado durante todo o processo de exploração da megafauna.

Ao passo que a colonização se estabelecia, o homem passou acultivar animais fazendo com que esta ação passasse ou até mesmoacelerasse sua expansão em um novo mundo empobrecido, onde jánão havia mais tanto o que se caçar.

A ideia que se passa nesta, construção do texto, é quedevido a escassez, as espécies que restaram virariam meioeconômico. Para se ter, tem de pagar.

O autor cita que as "situações gêmeas" AGRICULTURA EPECUÁRIA foram a forma que a humanidade encontrou para dácontinuidade na expansão em vários lugares do mundo, p. 116.

O capítulo termina com o item: as consequências para anossa visão da história

- Compreender a pré história e história para compreender aforma como ocorreu o desbravamento do homem nas fronteiras doplaneta.

- Houve a necessidade do desenvolvimento/aperfeiçoamento dapaleontologia como ciência para que fosse possível perceber ecompreender a história ambiental.