curso de alimentação ecológica - apostila

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Curso de Alimentação Ecológica Apostila de Aprofundamento

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Page 1: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Curso de

Alimentação Ecológica

Apostila de Aprofundamento

Page 2: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

“Você é Parte da Natureza...”

Page 3: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Introdução

Não é nenhum segredo que o planeta em que vivemos atravessa um momento

delicado. Qualquer um que observe a situação da ecologia global percebe que a maneira

como a civilização se desenvolveu nos últimos séculos deixou a Terra doente. A

poluição e a devastação crescem enquanto os recursos naturais mínguam. As estações já

não são mais as mesmas, demonstrando que o fino equilíbrio da biosfera está fora de

eixo.

Aqueles que buscam a perspectiva real além do falso otimismo disseminado

pelos meios tradicionais de comunicação deságuam na percepção de que o momento é

crítico. E que a sobrevivência de nossa espécie na Terra depende de uma urgente

evolução de nossa maneira de nos relacionarmos com ela.

Nossa civilização desenvolveu-se em muitos sentidos, mas claramente ainda

engatinha no quesito sustentabilidade. Em poucas palavras, isto significa que o homem

ainda não aprendeu a conviver de maneira harmônica com a Natureza.

Se é possível perceber com clareza esta desarmonia na devastação das matas, na

degradação dos rios e mares ou no empesteamento do ar, nem sempre estamos alerta

para o fato de que a desarmonização ecológica tem início dentro de cada um. Nascemos

e crescemos em uma cultura que nos educou desde o berço com hábitos e costumes que

gradualmente nos afastam daquilo que verdadeiramente somos.

Somos todos filhos da Terra, pequenas células do grande organismo planetário.

Dos átomos da biosfera constituem-se cada molécula de cada corpo humano. Da mesma

natureza que embeleza as paisagens é feita a matéria do corpo biológico de cada ser que

respira neste planeta. Você é parte da Natureza.

Page 4: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Ao poluir esta Natureza através da ingestão de alimentos artificiais, que vive

dentro de cada um de nós, amortecemos e embotamos nossa sensibilidade e nossa

própria capacidade de nos perceber claramente como parte integrante da Natureza.

Cegos nesta percepção, passamos os dias perseguindo objetivos sem importância,

consumindo objetos de propaganda e nos embriagando ainda mais com as diversas

drogas da civilização. Mergulhados neste adormecimento, vivemos apenas uma fração

de nosso potencial verdadeiro, escravos de um sistema que nos afasta da verdadeira

felicidade que é estar em harmonia com os ciclos da Natureza Viva.

Este pequeno livro intitulado “Alimentação Ecológica” é um convite ao retorno

para esta harmonia natural. Foi elaborado para ser propositalmente descomplicado, para

demonstrar que é pela simplicidade que tudo tem solução. Seu objetivo é demonstrar

que evoluir os hábitos alimentares pode ser muito simples e agradável, desde feito com

sabedoria e conhecimento. E que através desta evolução você possa gradualmente

restabelecer seu equilíbrio interior, contribuindo diretamente para a sustentabilidade

global sendo a mudança que você quer ver no mundo.

A essência da mensagem cabe em uma frase: Harmonize sua ecologia interior

alimentando-se do melhor que a Natureza oferece. As implicações desta escolha são

imensas e contribuem não apenas para a saúde de cada célula do corpo humano, mas

para a saúde de todo o planeta.

Cada vez que você opta por algo natural ao invés de algo originado pela

indústria você deixa de fazer parte da estrutura que saqueia recursos, destrói a qualidade

do solo, escraviza, tortura e mata animais em enorme escala e polui o globo em todos os

aspectos. Cada pequena escolha faz a diferença e é um gesto de valor.

A preservação da Natureza começa dentro de cada um, e uma grande chave para

a sustentabilidade global encontra-se bem debaixo de cada nariz: na escolha daquilo que

entra pela boca. Sinta-se, portanto, convidado a um estudo do universo dos alimentos

naturais e da relação que existe entre a qualidade daquilo que se come e a qualidade

através da qual se experimenta a saúde, as emoções, os pensamentos e todos os demais

detalhes da própria vida.

Page 5: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Seu Corpo é Parte da Natureza

“Perdemos nossa saúde na medida em que nos distanciamos da Natureza.”

- Hipócrates, o pai da medicina ocidental, 2.400 AC

A palavra Ecologia tem origem no grego “oikos", que significa casa, e "logos",

estudo, reflexão. Seu significado original é, portanto, o estudo da casa, ou de forma

mais genérica, do lugar onde se vive.

Normalmente utiliza-se o termo ecologia para estudar a relação dos seres vivos

entre si e o meio ambiente. Aqui, porém, retornaremos à raiz do significado da palavra e

realizaremos um estudo da casa biológica onde habita nossa consciência: o corpo

humano.

Não é incomum que a realidade mais óbvia nos escape à visão. E a maneira

como o típico ocidental civilizado vive nos dias de hoje deixa claro que este há muito já

perdeu o contato com a percepção de sua própria realidade. Sobretudo a essencial

realidade de que o corpo humano é parte da Natureza.

Dos mesmos elementos que constituem a biosfera terrestre se forma o corpo do

ser humano, assim como de todos os seus irmãos animais.

A mesma água que corre nos rios e deságua no mar, corre nas veias e deságua no

coração.

Page 6: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

O fogo que arde no núcleo da terra é o calor que aquece por dentro da pele.

O vento que sopra na colina e graceja a copa das árvores também inspira e expira

através das narinas, movimentando todas as funções vitais.

Dos minerais que dão firmeza ao rochedo se compõe o esqueleto que estrutura todos

os músculos do corpo.

O corpo humano é uma pequena célula do grande Jardim Terrestre, assim como

o é o corpo de um animal e a folha de uma planta. Todos são diferentes expressões da

mesma coisa: a Vida Natural.

Assim como um astronauta precisa de um traje especial para explorar a

superfície lunar, a consciência humana envolve-se ao nascer em uma vestimenta feita do

mesmo material do planeta para explorar a Terra. O corpo é a veste biológica recebida

pela consciência individual quando esta vem para este planeta-escola aprender suas

lições.

Muitos são aqueles que têm zelo e carinho por seu automóvel, conhecendo todos

os detalhes de seu funcionamento e necessidades de manutenção, tratando-o sempre

com o melhor combustível disponível. Poucos, entretanto, são aqueles que tratam com o

mesmo cuidado seu veículo primário, o corpo que lhes é dado para atravessar uma vida

inteira.

Sendo constituído de Natureza, o corpo gosta daquilo que é Natureza. Gosta de

estar em contato com o brilho do sol, com o ar fresco da floresta, com a água cristalina.

O corpo gosta de pisar descalço na terra e nutrir-se de seu magnetismo. E, claro, gosta

de comer aquilo que dá no jardim da Natureza.

Alimentos naturais trazem equilíbrio e harmonia para o corpo. Nutrem com

perfeição, pois foram elaborados pela mesma Sabedoria que desenvolveu cada detalhe

da vida, incluindo o próprio corpo.

Page 7: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

A diversidade criativa da Rainha Natural não economizou esforços para que a

experiência degustativa daqueles que visitam a Terra fosse rica em todos os sentidos.

Frutas, folhas, sementes, castanhas, raízes, algas... Cada região do globo traz sua

variedade de tesouros. Cada qual com seu perfume, seu sabor, sua riqueza de nutrientes,

sua função medicinal.

Uma humanidade consciente e desenvolvida decerto saberia reconhecer o valor e

a utilidade de cada um destes tesouros alimentícios. Estes seriam cultivados de maneira

sustentável, orgânica e abundante em um mundo onde não se conheceria fome, onde

doenças seriam raras ocorrências e onde a qualidade de vida seria algo realmente

extraordinário.

Obviamente ainda estamos um tanto distantes deste ponto de desenvolvimento.

Page 8: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

A Desnaturação do Homem

“O que diferem os pássaros dos seres humanos

é a sua habilidade de construir sem alterar a paisagem.”

- Robert Lynnd

Nós que vivemos neste início de milênio nascemos e crescemos em meio à

civilização industrial. Muito se tornou possível desde a revolução industrial, que trouxe

certa abundância material em diversos setores da vida humana. Ocorre que, ainda que

tenha evoluído em alguns aspectos, a civilização como um todo ainda não incorporou os

princípios da sustentabilidade e da harmonia com a Natureza.

Não é preciso ser nenhum especialista para perceber isto. Basta visitar qualquer

cidade de porte razoável para perceber que a presença humana cria uma série de fatores

de desequilíbrio com o meio ambiente.

Uma civilização cuja indústria não trabalha em harmonia com os princípios da

Natureza cria produtos e processos artificiais que, de uma maneira ou de outra,

destroem a vida. Desde o método de produção até o resíduo denominado lixo, a absoluta

maioria daquilo que sai de uma indústria é nociva para o meio ambiente e para os seres

que habitam a Terra.

Um rio que nasce puro no alto da montanha não é mais o mesmo depois de

cruzar um povoado. Sua pureza é denegrida por uma grande diversidade de agentes

poluidores: esgoto, lixo, dejetos químicos, garrafas e sacolas de plástico. O rio cujo leito

atravessa a cidade perde seu brilho, sua vida, sua alegria e não é mais do que uma

recordação da beleza de sua origem.

De maneira semelhante, o ser humano, que também nasce puro, vai aos poucos

sendo intoxicado (poluído) pela grande diversidade de agentes poluidores que, desde

pequeno, é educado para consumir: comida processada artificialmente, corantes e

conservantes, agrotóxicos, gordura hidrogenada, frituras, refrigerantes, enlatados,

farinha refinada, doces açucarados, cosméticos químicos, remédios farmacêuticos...

Page 9: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Estas e outras formas de sujeira vão gradual e inexoravelmente afastando o

homem do seu estado natural ao poluir o seu sangue, entupir seus órgãos, reduzir sua

capacidade cerebral e embotar sua sensibilidade. Camadas e camadas de poluição

denigrem a beleza do ser humano em todos os sentidos.

Não existe registro na historia de um período em que o homem experimentou

tamanho distanciamento de sua origem Natural. Quase tudo o que faz parte do cotidiano

de um ocidental típico é artificial e sintético. Roupas, calçados, artigos de higiene

pessoal, móveis, colchões, edredons, carpetes, lâmpadas, automóveis, produtos de

limpeza e de higiene pessoal, eletrodomésticos, utensílios de cozinha... E, é claro, a

comida.

Page 10: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Comida de Plástico

“Visitando a fábrica, pedi para ver o depósito de concentrados das frutas, que deveria ser

imenso, cheio de reservatórios imensos de laranja, abacaxi, morango, e tantos outros...

O sujeito olhou para mim, deu uma risadinha e me levou para visitar os depósitos imensos de

corantes e mais de 50 tipos de componentes químicos.

O refrigerante de laranja, o que menos tem é laranja. Morango, até os gominhos que ficam em

suspensão são feitos de goma (uma liga química que envolve um semipolímero). Abacaxi é um

festival de ácidos e mais goma. Essência para sorvete de Abacate? Usam até peróxido de

hidrogênio (água oxigenada) para dar aquela sensação de arrasto espumoso no céu da boca ao

comer, típico do abacate.”

- Relato de um ex-diretor de fábrica de refrigerantes, em visita a uma fábrica de corantes

“Você é o que come” é uma frase cuja sabedoria é subestimada. Tudo aquilo que

compõe o que se escolhe como alimento vai se agregar ao sistema psicofísico humano.

Nutrientes, agrotóxicos, conservantes e outros químicos, alumínio das panelas, plástico

das embalagens, sentimentos de quem prepara... Tudo.

A verdade é mais simples do que parece. Alimentos naturais lhe aproximam da

Natureza. Para o corpo, isto significa aproximar-se de seu estado natural: saúde, força,

flexibilidade, beleza, vitalidade e longevidade. Para a mente significa serenidade,

clareza, criatividade, sensibilidade e foco. A apreciação pelos detalhes da beleza do

Reino Natural cresce dentro de quem opta por se alimentar daquilo que este Reino

oferece. Assim como um pássaro que canta para celebrar a vida é o ser humano que

escolhe se alimentar de Natureza.

Page 11: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

O oposto também é verdadeiro: alimentos artificiais e desnaturados pela indústria lhe

afastam de seu estado natural. Nutrem no homem a apreciação pela ilusão do

consumismo e a sensação de que tudo falta. Provocam doença, desequilíbrio e rigidez

no corpo, bem como letargia, falta de vontade e confusão na mente.

Não é difícil compreender que, se o corpo é feito de Natureza, este também deve se

alimentar de Natureza. O problema é que a absoluta maioria das pessoas que vivem nos

dias de hoje foi, desde criança, seduzida a consumir comida produzida pela indústria.

Num mundo ideal, onde a indústria serviria aos interesses das pessoas, isto não seria um

problema grave. Afinal, esta se encarregaria de elaborar exclusivamente alimentos puros

e de alta qualidade, densamente nutritivos, compatíveis com a ecologia interior e

alinhados com a Sabedoria Natural.

O fato é que, por uma série de razões, a indústria que se formou em nossa civilização,

especialmente a indústria alimentícia, não se pautou nos critérios mais nobres para

desenvolver sua linha de produtos. Na realidade, só existe uma motivação verdadeira

para a indústria: o lucro.

Alimentos frescos e orgânicos não são tão lucrativos quanto comida enlatada e

processada. Rentabilidade, vida longa nas prateleiras, apelo ao “consumidor”, baixo

custo de produção. Estes são os fatores levados em consideração durante a formulação

de um produto. Adicionar a um biscoito gordura hidrogenada, cuja composição é

similar à do plástico, ainda é praxe na indústria. Mesmo que existam estudos que

comprovem que este tipo de gordura entope artérias e plastifica membranas celulares.

Page 12: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Salgadinhos elaborados para crianças, quando não são feitos com gordura de plástico

são fritos em óleo vegetal que se hidrogena no calor, muitas vezes de origem

transgênica, como é o caso da soja ou da canola. Além disso, normalmente são

acrescidos de “realçador de sabor glutamato monossódico”, algo que muito ajuda no

intento de tornar o produto algo que é “impossível comer um só”, como afirma o slogan.

Novamente, a indústria não parece se importar com a existência de estudos que

comprovam que este aditivo esteja ligado à obesidade, hiperatividade, enxaqueca e

morte de células cerebrais.

Na verdade, a indústria adora o glutamato monossódico porque ele é capaz de tornar até

lama em algo irresistível. Este agente químico estimula exageradamente os receptores

de prazer do cérebro. Você simplesmente não consegue parar de comer qualquer coisa

que contenha glutamato, e por isto ele está presente em nuggets, hambúrgueres, batata

frita, molho de spaghetti, sopas prontas, tempero em cubos (os chamados caldos)... Ele é

onipresente nas lanchonetes fast food e até mesmo nos “bons” restaurantes. Basta uma

primeira mordida e você está fisgado. E o pior: comida preparada com este agressivo

aditivo literalmente vicia seu paladar, e faz com que alimentos naturais percam a

capacidade de agradar os seus sentidos.

É interessante perceber que os interesses mercadológicos não poupam sequer as

crianças, que normalmente não tem condição de perceber além das aparências e comem

aquilo que parece mais colorido, bonito e alegre. Por este motivo, a indústria formula

doces, balas, chicletes, sorvetes, cereais matinais que parecem coloridos, bonitos e

alegres, mas que na verdade são coloridos artificialmente por químicos que não fazem

parte do universo natural. E colocam neste um elevado teor de açúcar, que rapidamente

vicia o paladar dos pequenos. Tanto açúcar que faz com que o doce natural das frutas

pareça “sem graça”.

Talvez o símbolo máximo da era das sombras em que vivemos atualmente seja um certo

refrigerante negro. Sua composição é um coquetel de agentes químicos, como ácido

fosfórico, corante caramelo, cafeína para viciar a bioquímica corporal, dióxido de

carbono para fritar a língua e nada menos do que oito colheres de chá de açúcar

refinado por lata! É claro que tudo isto cria uma infinidade de desequilíbrios no

organismo, tais como perda de cálcio (que conduz à osteoporose), aumento de fungos

no sistema e muitos outros. Embora isto esteja longe de ser alimento, pode ser

Page 13: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

encontrado na maioria dos estabelecimentos comerciais do planeta e é uma das bebidas

mais vendidas no tempo presente.

Estes são apenas alguns dos exemplos de comida imprópria criada pelos interesses da

indústria. Seria possível preencher uma enciclopédia inteira com os detalhes de cada

aditivo químico ou processamento artificial empregado na engenharia deste tipo de

comida.

Acredite: os responsáveis pela formulação da comida artificial sabem o que estão

fazendo. Eles não são ignorantes, e da mesma maneira como a indústria tabagista tem

plena consciência do que causa nas pessoas através da venda de seu produto, tem plena

consciência do que estão oferecendo ao consumidor. Eles sabem que poluem a comida e

a todos que dela se alimentam, mas isto não parece lhes importar desde que o lucro

prevaleça. Existe uma palavra para classificar este tipo de comportamento: crime.

A indústria do alimento polui a ecologia interna do corpo humano e também a ecologia

do corpo planetário através do lixo que gera através das embalagens inadequadas, dos

resíduos e dejetos que são descartados pelas fábricas e da utilização destrutiva de

recursos naturais. Da forma como existe ela é uma das principais inimigas da Natureza

(e do homem que é parte dela), uma expressão do mal que existe neste mundo e que

trabalha na manutenção do sofrimento, da doença e da ignorância. E continuará assim a

menos que uma reforma profunda ocorra em suas estruturas.

É este tipo de mentalidade que fornece a maior parte do conteúdo das prateleiras dos

supermercados, do cardápio das lanchonetes, das padarias e mercearias. Com uma

ardilosa estratégia de marketing, a indústria da desnaturação tomou conta do mundo e

Page 14: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

mantém como refém bilhões de pessoas que ignoram as conseqüências de se alimentar

de comida adulterada.

É bem sabido que o governo e a mídia pautam suas decisões naquilo que interessa às

grandes corporações, portanto não espere que este absurdo seja resolvido pelo poder

vigente. Cabe a você tomar conhecimento do que se passa e fazer o esforço para deixar

de depender da indústria como supridora de suas necessidades.

A maioria das pessoas de hoje em dia, por terem a comida artificializada como parte de

sua rotina há anos, de alguma forma perdeu a sensibilidade para os efeitos sutis de

deterioração da percepção que um alimento poluído ocasiona.

Quem quer que tenha feito um tratamento homeopático pode constatar que umas poucas

gotas de um princípio ativo muitíssimo diluído são capazes de ocasionar um efeito

profundo no corpo, nas emoções e até mesmo nos pensamentos. Imagine então o que

este arsenal de aditivos químicos, agrotóxicos e outras substâncias são capazes de

ocasionar no ser humano e você terá uma dimensão do quanto a alimentação artificial

afasta o homem daquilo que ele é em verdade.

O caminho que leva para a reconciliação do homem com a Natureza necessariamente

passa pela necessidade de um afastamento dos alimentos gerados pela mentalidade da

ganância e da ignorância.

Page 15: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

O Primeiro Princípio: Comida de Verdade

“Estava em visita a uma família simples no interior de Minas Gerais. Era verão, e

logo ao chegar percebi a presença de mangueiras carregadas no quintal, indicada

pela fragrância de seus frutos que a árvore fartamente despejava sobre suas raízes.

Hospitaleira, a anfitriã logo se prontificou a trazer-me um suco de manga. Felicitei-

me, pois é minha fruta preferida, ainda mais quando apreciada em seu local de

origem. Minutos depois, avistei o conteúdo amarelo dentro do copo de vidro e sorri

diante da anfitriã, sabendo que ela estava me oferecendo o que havia de melhor na

casa, como é tradicional.

Qual não foi a minha surpresa ao degustar o líquido, pois se tratava de um preparado

artificial instantâneo daqueles de saquinho...”

- Relato de um viajante amigo

Perceba que a motivação lucrativa da indústria é diametralmente oposta à

motivação da Natureza. Enquanto a indústria tem como meta lucrar sugando os recursos

do planeta e a força de trabalho das pessoas, a Natureza trabalha para doar, expressando

a universal generosidade infinita. A

intenção da Natureza é a de ver seus

filhos vivendo felizes, saudáveis e em

harmonia.

Enquanto a indústria se ocupa

em criar artificialidades e deturpar a

Sabedoria dos alimentos da Natureza,

esta se dedica em continuar a prover aos

seres vivos o que há de melhor.

Carboidratos, proteínas, gorduras,

vitaminas, minerais, antioxidantes,

oligoelementos, fitonutrientes... Tudo

aquilo que o corpo necessita é

encontrado em sua melhor qualidade

nos víveres do Reino Natural.

Discorrer sobre a importância de

se alimentar de comida de verdade é

algo intrinsecamente óbvio, mas

aparente necessário em uma cultura

onde o vegetal mais consumido é a

batata frita. Ainda que não esteja exatamente na moda, uma alimentação natural de

qualidade é o ABC da boa e saudável relação com a Natureza que é a própria vida.

Definir “comida de verdade” é simples: Alimentos verdadeiramente naturais,

orgânicos, integrais, sem aditivos químicos de qualquer espécie, preparados com

carinho e de maneira a preservar a integridade de seu conteúdo. Alimentos que

contenham densidade nutricional, vida e energia. Alimentos que crescem da fertilidade

da terra, que frutificam do perfume de uma flor. Alimentos nos quais se pode sentir o

Page 16: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

cheiro da chuva, o canto dos pássaros, a luz do sol. Estas são as qualidades do alimento

verdadeiro, que nutre a integridade do ser humano, muito além do corpo material.

Frutas, folhas, sementes, castanhas, raízes e algas são as verdadeiras dádivas da

Natureza para nutrir o corpo do ser humano. Comida de verdade nutre uma percepção

clara da realidade e ajuda a perceber o valor autêntico da vida e de tudo o que existe

nela. Contribui para o desenvolvimento pessoal em todos os níveis ao auxiliar o

organismo na manutenção do equilíbrio da ecologia interior, fornecendo nutrientes de

qualidade ideal sem os temíveis aditivos que poluem o corpo e a mente.

Chegamos, assim, ao primeiro fundamento daquilo que chamamos de

Alimentação Ecológica: O Alimento Ideal é o Alimento Natural.

Page 17: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

O Segundo Princípio: Alimentação baseada em Plantas

“Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores

frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento.”

- Genesis 1,29

“Não vejo razão para que os animais devam ser abatidos para servir como dieta

humana quando existem tantos substitutos. Afinal, o homem pode viver sem carne.”

- Dalai Lama

“Nada beneficiará tanto a saúde humana e aumentará as chances de sobrevivência

da vida na terra quanto a evolução para uma dieta baseada em vegetais”.

- Albert Einstein

O corpo humano é o de um animal onívoro, capaz de se adaptar a qualquer tipo

de alimento. Nossos ancestrais mais antigos, descendentes de espécies que só comiam

vegetais, foram capazes de sobreviver a áridas condições de escassez de alimento por

desenvolverem a capacidade de caçar e, mais tarde, o domínio do fogo.

De acordo com as pesquisas arqueológicas, a carne como alimento nos

acompanhou durante longos períodos de nosso desenvolvimento, principalmente porque

muitas vezes era a única opção de nutrição em locais e épocas onde a vegetação

comestível era escassa.

Page 18: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Se em determinado momento de nossa evolução era determinante que a carne

fizesse parte da alimentação, e em grande quantidade, o atual momento aponta

exatamente para o contrário.

Mais de dez mil anos se passaram desde a revolução agricultural, que nos trouxe

a capacidade de ampliar em muito a quantidade de oferta de vegetais de todos os tipos.

Desde então o homem agricultor tem a segurança de saber que, se bem cuidar de sua

plantação, terá alimento para o ano inteiro. A relação de plantar e colher é uma das

maiores belezas da vida, e com seus muitos detalhes ensina sobre os ciclos naturais,

sobre uma relação saudável com o tempo, e sobre a amizade do homem com os

elementos da Terra.

Na mesma época do início da agricultura, o homem iniciou a prática de

domesticar animais para finalidades diversas, incluindo a alimentícia. Se nesta época na

qual a terra contava com alguns poucos milhões de habitantes a criação de animais para

abate não representava muito para o equilíbrio da biosfera, o panorama dos dias atuais,

com um planeta de seis bilhões de habitantes, nos aponta a necessidade de maneiras

mais eficazes para obtenção de alimento.

Hoje sabemos através de inúmeras pesquisas e experiências vitalícias que é

perfeitamente possível ao ser humano viver muito reduzindo significativamente a

quantidade ou até mesmo eliminando os alimentos de origem animal, como a carne, o

leite, os ovos e seus inúmeros derivados.

O mais extenso experimento científico já feito neste sentido foi conduzido pelo

renomado pesquisador T. Colin Campbell, que supervisionou um grupo numeroso de

Page 19: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

cientistas em um estudo que o New York Times reconheceu como sendo “o Grand Prix

da epidemologia” e “o mais extenso e compreensivo estudo jamais conduzido acerca da

relação entre dieta e o risco de desenvolvimento de doenças.”

O que o Dr. Campbell depreendeu a partir da compilação de mais de 8000

estatísticas diferentes é que a maioria das “doenças ocidentais”, como a doença do

coração, câncer, obesidade, câncer do cólon e diabetes, que recebem este título por

pouco se manifestarem em países subdesenvolvidos, teriam sua incidência intimamente

relacionada com o consumo de grandes quantidades de alimentos de origem animal.

Na China, estas doenças são raras em regiões onde a alimentação é

predominantemente vegetal e integral, porém comuns em regiões onde a dieta segue os

parâmetros dos “países ricos”, cuja alimentação é predominantemente de origem animal

e, quando vegetal, altamente processada e refinada.

O estudo do Dr. Campbell é profundamente significativo e decerto deveria ser

considerado como material de estudo em qualquer faculdade de nutrição por demonstrar

a importância da moderação em relação à proteína e gordura de origem animal,

priorizando o consumo de frutas, verduras e cereais integrais.

Também é de detalhado conhecimento científico que o consumo desmedido de

alimentos de origem animal é talvez a principal causa do aquecimento global, dos

desmatamentos em geral e de toda a crise de recursos que está colocando em risco nossa

sobrevivência como espécie.

Criar animais para fins alimentícios é um enorme desperdício de recursos.

Gastam-se milhares de quilos de vegetais para o crescimento e engorda de um animal,

que é então abatido para se tornar em umas poucas centenas de quilos de carne.

Page 20: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

A questão é que usar animais como

fonte de comida não é sustentável. Nos

estudos „e comum o destaque para a

pecuária como uma prática que está

destruindo o ecossistema global.

Especialistas estimam que 75% da

extensão de solo fértil da América foi

devastada pela criação de gado, assim

como a maioria das florestas, incluindo a

Amazônia dos brasileiros. Se os

historiadores estão certos ao afirmar que a

perda de capacidade produtiva do solo foi

a principal razão para a queda de outras

civilizações no passado, certamente

estamos fazendo um bom trabalho para

acelerar a queda de nossa civilização ao

continuar a promover o consumo de

produtos de origem animal sem qualquer

restrição.

Em 2008 o governo da Alemanha

deu início a uma forte propaganda para

que a população de seu país diminuísse o

consumo da carne, efetivamente pedindo

à população que comesse carne somente em ocasiões especiais. A junta do conselho

chegou à conclusão de que uma redução dramática do consumo de carne era a melhor

solução para reduzir a emissão de gás carbônico no país.

Em uma civilização justa e consciente, o impacto ambiental por si só seria

suficiente para tornar a criação de gado para fins alimentícios uma prática ilegal, ou no

mínimo restrita. Existe, porém, outros aspectos que agravam ainda mais o problema.

Quando uma pessoa é servida de um pedaço de carne oriunda da indústria, certamente

ignora ou pelo menos finge não saber sobre a crueldade que foi envolvida para que o

bife chegasse até o prato.

Page 21: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

“Se as paredes dos matadouros fossem de vidro, todos seriam vegetarianos.” Esta

famosa frase de Paul McCartney resume a impressão que qualquer ser humano sensível

tem ao observar imagens do processo cruel pelo qual os animais, sejam bois, frangos,

porcos, peixes ou outros, são conduzidos para serem sacrificados e transformados em

filés, nuggets, lingüiça ou postas.

Animais são seres sencientes, dotados de

sistema nervoso e, é claro, são capazes de

sentir dor. Basta visitar um matadouro ou

assistir um dos muitos vídeos que ilustram o

processo de criação confinada de animais e o

seu respectivo abate para compreender que o

sabor da carne, a cremosidade do leite, a

textura do ovo e a proteína do peixe

carregam mais do que valor nutritivo:

também trazem consigo todo o sofrimento

das espécies que são tratadas por nossa

civilização como mercadoria e até mesmo

commodities. Ou seja, para uma indústria

que adora o dinheiro como seu deus

soberano, a dor dos animais não tem

qualquer significado.

A doce vaquinha do rótulo de um laticínio

não condiz com a realidade diária de

centenas de milhões de “cabeças de gado”

que são criados de maneira industrial, confinados a espaços minúsculos, alimentados

com ração artificial, inoculados com hormônios para acelerar seu crescimento e engorda

e sofrendo inúmeros tipos de maus tratos. Se o ambiente no criatório não é dos mais

Page 22: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

inspiradores, ainda pior é no local de sacrifício. Tão perturbador que muitos

funcionários se aposentam antecipadamente com problemas psicológicos.

A situação não é muito melhor para as aves e os suínos, criados de maneira

semelhante, nem para os peixes e “frutos do mar”. Todos sofrem, e muito, ao terem sua

vida interrompida sem qualquer respeito por mecanismos industriais que são incapazes

de enxergar muito além de sua lucrativa motivação.

Acontece que toda esta dor e sofrimento não terminam no matadouro. A agonia

de um animal que cresce escravizado e é violentamente morto corre dentro de suas veias

e soma-se aos hormônios de stress e medo secretados durante toda uma vida de maus

tratos. E é claro, termina dentro de steaks, hambúrgueres, coxinha, presunto,

bolognesa...

Alimentar-se deste sofrimento, além de lhe fazer parte da engrenagem que move

esta gigantesca máquina de violência, traz toda esta dor e medo para seu sistema

psicofísico, assim nutrindo pensamentos de qualidade semelhante no subconsciente. O

enorme consumo de carne em nossa cultura explica em parte a atração do homem

Page 23: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

moderno por filmes de terror, por esportes agressivos, por prazeres grosseiros, por

guerras sem sentido. Como é possível que haja paz no mundo enquanto a maioria dos

seres humanos continua a se alimentar de violência, dia após dia, refeição após

refeição?

Sim, é fato que nossos antepassados conseguiram sobreviver graças ao consumo

da carne, mas as coisas certamente mudaram um tanto de lá para cá. Naquela época um

pretendente arrastava sua “noiva” pelos cabelos para dentro das cavernas. Não é

possível justificar o consumo de carne nos dias de hoje amparando-se na cultura pré-

histórica.

Mesmo as culturas nativas e indígenas de diversas regiões do globo, que

caçavam para obter seu alimento, o faziam dentro de uma relação de reverência e

respeito pela consciência do animal, oferecendo preces de gratidão pelo ser que cedia

sua vida para sustentar a vida da tribo. Até então a tecnologia de cultivo e extração das

fontes de nutrição de origem vegetal era bastante limitada, o que fazia do alimento de

origem animal algo realmente necessário.

O contexto atual é bem diferente. Temos tecnologia e ciência suficiente para

transformar este planeta em um grande jardim que, se bem estruturado, é capaz de

prover tudo em abundância para todos os seres humanos. A necessidade de escravizar

ou sacrificar animais tornou-se obsoleta diante dos recursos que se disponibilizaram

através da evolução.

Existe uma diferença profunda entre os alimentos obtidos de animais e os

alimentos provenientes de vegetais. Os alimentos que vêm dos animais normalmente

são tomados a força, salvo raras exceções. Uma vaca que é manipulada pela indústria

não dá o seu consentimento para que seu leite seja extraído. Normalmente seus pés são

amarrados e sua cria é mantida distante. Isto é um típico caso do homem que, ainda

inconsciente acerca da importância de seus atos, abusa de sua força, aprisiona o animal

e rouba aquilo que foi gerado para outrem.

Page 24: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Roubado é o leite de toda a vaca que não dá de livre vontade, assim como o são

os ovos e a carne dos animais. Com certeza você sabe que um frango nunca oferece

livremente seu pescoço para ser degolado, ou que um porco não se dá livremente para

virar presunto. Comer carne dá força e energia, alguns podem afirmar, esquecendo-se de

que estas são na verdade vampirizadas dos animais cuja vida é interrompida para

satisfazer às necessidades do homem.

A qualidade da energia e força provenientes do reino vegetal é outra. O Reino

Vegetal é uma expressão da generosidade da Mãe Natural. Ele está constantemente

doando... Beleza através de um flor, sabor e energia através das inúmeras frutas,

nutrição e medicina através das muitas ervas, fertilidade e força através de uma

semente, equilíbrio através de uma raiz...

Farta e diversa é a abundância com a qual o reino vegetal se espalha pelo

planeta. Tudo o que o homem necessita é aprender a se harmonizar com ele, aprendendo

a usufruir e a multiplicar seus muitos tesouros.

Receber a oferta da Natureza através de um alimento de origem vegetal é um

gesto nobre, que demonstra a gratidão do filho pela Mãe. Depois da fase de aleitamento

materno, o homem deve alimentar-se do seio da Terra.

Assim, por todos estes motivos e mais alguns outros que não foram

mencionados, o segundo fundamento de uma alimentação ecológica é: O alimento

ideal vem do Reino Vegetal.

Uma alimentação baseada em plantas é uma maneira pacífica, harmoniosa,

plena, rica e diversa de obter nutrientes de qualidade e, desde que feita com

conhecimento e equilíbrio, é capaz de suprir todas as necessidades do corpo. Assim

afirmam diversos especialistas da área de nutrição, bem como inúmeras pessoas,

incluindo atletas, cientistas, celebridades e estudantes do espírito que vivem seus anos

muito bem nutrindo-se exclusivamente de plantas.

Ainda que optar por uma alimentação baseada em plantas traga consigo diversos

benefícios à saúde individual, esta escolha é principalmente um nobre gesto que leva em

Page 25: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

consideração o coletivo, pois seu benefício vai muito além da esfera do bem estar

pessoal. Reduzir ou mesmo eliminar o consumo de alimentos de origem animal é sem

dúvida uma das atitudes mais ecologicamente corretas que uma pessoa pode adotar nos

dias de hoje.

É claro que esta ação requer estudo. Não basta minimizar ou eliminar os

alimentos de origem animal, é necessário compreender quais os alimentos ingerir para

que o corpo possa obter todos os elementos que necessita.

Além disso, igualmente importante é o estudo interno das relações de

dependência emocional, psicológico, cultural e social que os alimentos de origem

animal podem exercer dentro de você. Não basta mudar de fora para dentro, é

fundamental a percepção dos fatores internos que resistem à mudança.

É importante compreender que vivemos numa fase de transição, onde ainda

pesquisamos maneiras de tornar acessível para todos uma alimentação de origem

vegetal que é rica o suficiente para suprir todas as necessidades do corpo. Com o auxílio

da tecnologia, hoje já é possível desfrutar com de alimentos vegetais de alto teor

nutritivo disponíveis em abundância, além de extratos necessários, como o DHA de

algas marinhas, anteriormente só disponível através do consumo de peixe. Deixar de

depender dos alimentos de origem animal, fonte alimentícia que serviu a humanidade

por milênios, é algo que requer estudo e cautela, e deve ser realizado com conhecimento

e, de preferência, acompanhamento especializado.

Quem não tem muita experiência neste campo pode ser habitado pelo comum

preconceito de que alimentos de origem vegetal não são tão interessantes ou atraentes.

Esta é uma tendência que normalmente se dissipa diante de uma experimentação bem

conduzida.

De como tornar os vegetais em refeições saborosas, que nutrem e saciam

inteiramente sem deixar saudades dos alimentos de origem animal é algo que trataremos

mais adiante.

Page 26: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Dicas para uma Alimentação Ecológica e Equilibrada

Até aqui já é possível saber que uma alimentação idealmente natural, que

respeita a ecologia corporal e traz equilíbrio para si e para o entorno tem as seguintes

características:

- É de origem verdadeiramente natural e não-sintética, preferencialmente orgânica,

minimamente processada, de preferência integral, não contendo aditivos ou químicos

artificiais.

- É principal ou totalmente proveniente do reino vegetal (pelo menos 80%), e, quando

de origem animal, proveniente de animais tratados com respeito e consideração, criados

em um ambiente harmônico e alimentados de maneira natural.

Estes são os principais atributos, mas é claro que a ciência do bem comer é composta de

muitos detalhes a se conhecer.

A origem do alimento, detalhada nos capítulos anteriores, é um fator realmente

importante que normalmente é ignorado pela grande maioria das pessoas, que

desconhecem de onde vem o que lhes entra pela boca. Mas outros aspectos são

igualmente importantes, tais como a combinação dos alimentos, a forma de preparo, o

ambiente onde se come e até mesmo a forma como se mastiga. É claro que detalhar

todos estes aspectos vai além do escopo deste trabalho, trataremos aqui de alguns dos

mais importantes.

Focalizamos neste estudo a atenção no aspecto do alimento que entra pela boca, mas

sempre é bom lembrar que outras formas de alimento são igualmente importantes: ar

puro, luz do sol, silêncio, boa música, boa compania, boas atitudes e pensamento

positivo, estudo de si próprio, meditação, contato com a Natureza intocada pelo

homem...

Page 27: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Atitudes Saudáveis no Alimentar-se

Mastigar BEM e lentamente todo e qualquer alimento.

Comer somente quando estiver com fome.

Comer somente quando relaxado.

Evitar plantas que já tenham passado do ponto (murchas).

Preferir alimentos em temperatura ambiente (nem quente, nem frio).

Fazer de suas refeições momentos agradáveis, com pratos atraentes.

Comer alimentos crus antes de comer alimentos cozidos.

Fazer de vegetais in natura 80% da alimentação.

Na necessidade de um lanchinho, optar por frutas frescas ou castanhas.

Evitar misturar muitos alimentos numa mesma refeição. Quanto mais simples o

prato, melhor. Frutas devem ser consumidas por si, constituindo uma refeição

isoladamente. Proteínas e carboidratos devem ser consumidos em refeições

diferentes, reservando um intervalo de horas entre um tipo de alimento e outro.

Evite o glúten e os cereais refinados. Trigo, mesmo o integral, deve ser

reservado para dias de festa.

Os melhores cereais são: Quinua, Arroz Integral e/ou Selvagem, Trigo

Sarraceno, Amaranto, Painço. Os melhores feijões são: Lentilhas, Azuki e

Mung, ou Moyashi. Deixe de molho de um dia para o outro e dispense a água

antes de cozinhar. Faça o mesmo com qualquer castanha e semente, mesmo as

que dispensam cozimento.

Evite os derivados de soja (Ver artigo no final da apostila). Mesmo o tofu deve

ser utilizado com moderação.

Se necessário utilizar alimentos de origem animal, manter um máximo de 20%

da dieta, ando preferência para o yogurte caseiro (kefir) de cabra, ovos de granja,

manteiga orgânica (ou ghee) e peixes de águas frias de grandes cardumes, como

a sardinha. Evite o salmão que não seja de origem selvagem (que normalmente

custa caríssimo), pois além de geneticamente modificado é alimentado com

ração. Realmente evite o consumo de carne vermelha ou melhor, sacrifique este

hábito em nome do bem comum.

Coisas importantes a se evitar

Comer em demasia.

Comer carne ou laticínios produzida comercialmente.

Comer produtos de farinha branca, pão de queijo industrializado, biscoitos e

bolachas hidrogenados e outras coisas produzidas em escala.

Sal refinado. Sal marinho ou de rocha, use com moderação.

Extremamente importante – Não comer açúcar refinado (ou cristal). Não cozinhar frutas, castanhas ou sementes oleaginosas. Não aquecer qualquer

tipo de óleo que não seja o de coco. Adicionar azeite somente no prato. Desista

dos óleos poliinsaturados como: soja, canola, milho, algodão, girassol e,

principalmente, da abominável margarina.

Quando cozinhar, ferva, asse (com moderação), ou, de preferência, utilize o

vapor. Fritar jamais.

Não exagere no temperar. Aprenda a arte de apreciar os sabores naturais.

Não coma quando estiver sofrendo, nervoso, esgotado, ou imediatamente após

trabalho duro.

Page 28: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Jamais deixe de ouvir o próprio corpo. Se você estiver em uma dieta

exclusivamente vegetal e o seu corpo estiver fraco, experimente adicionar um

tantinho de leite de cabra, ovos caipira ou, caso extremamente necessário, peixe

de boa procedência. Compreenda que nem todos os organismos ainda estão

aptos a obter tudo o que necessitam do reino vegetal e que transições acontecem

gradualmente. É mais natural ser saudável do que obrigar seu corpo a seguir uma

filosofia.

Se você optar por uma alimentação 100% vegana, isto é, livre de todo e qualquer

produto de origem animal, estude muito bem as necessidades de seu organismo para não

se arrepender depois. Muitos são os que optam por seguir uma filosofia sem muito

estudo e depois acabam por sofrer desequilíbrios. Para evitar que isto aconteça com

você, pesquise bem os seguintes tópicos e procure suplementos de boa qualidade:

Vitamina B12 (disponível somente em suplementos), Vitamina A (muitos são os

organismos que não conseguem converter o betacaroteno devidamente), Vitamina D

(alguns não conseguem obter toda a vitamina D que precisam somente da luz do sol),

Taurina (uma aminoácido condicionalmente essencial para adultos, porém essencial

para bebês e crianças novas) e, principalmente, DHA e EPA, ácidos graxos de cadeia

longa somente encontrado em peixes ou em microalgas específicas (na forma de

suplementos). Enfim, procure saber bem o que você está fazendo.

A individualidade biológica é uma realidade, ou seja, coisas diferentes funcionam

para organismos diferentes em diferentes momentos. Qualquer um que tente propor uma

fórmula universal única que sirva para todos estará ignorando este fato.

Algumas práticas podem ser benéficas em curto prazo, mas podem conduzir a

deficiências severas em longo prazo. Dietas muito restritivas, ainda que possam ajudar

em processos específicos de desintoxicação, podem ser perigosas se sustentadas por

longos períodos e devem ser experimentadas com extrema cautela. Frugivorismo

(comer somente frutas), por exemplo, deve ser experimentado apenas por períodos

curtos (poucos dias). Mesmo o crudivorismo (comer somente comida crua) não é para

todos, ainda que alguns se dêem muito bem com este estilo de vida. Tenha cautela em

seus experimentos dietéticos para não se arrepender mais tarde. Mais uma vez, jamais

deixe de ouvir o próprio corpo.

Contudo, lembre-se que desejo por comida industrializada não é necessidade do

corpo, mas vício causado por maus hábitos. A seguir trataremos de maneiras eficazes

para driblar estas dificuldades.

Page 29: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Folhas Verdes: Luz do Sol Comestível

O Princípio da Adição

Se há algo que os experimentos na área de psicologia já deixaram claro é o fato

de que a repressão não é uma maneira eficaz de realizar transformações duradouras.

Represar desejos de qualquer espécie é uma atitude que traz desconforto e em algum

momento resulta no transbordar da realização excessiva daquilo que foi represado.

É por este motivo que dietas para controle de peso dificilmente apresentam

resultado. Restringir o consumo de determinados alimentos, colocando-os sob o rótulo

de “proibidos”, não costuma trazer resultados que vão além do passageiro. Isto porque

tudo aquilo que é proibido é desejado.

Restrições e privações não costumam se sustentar por muito tempo.

Especialmente no contexto da sociedade de consumo, em que a disciplina, o

comedimento e o auto controle são tão pouco praticados e a indulgência é vista com

bons olhos e até mesmo estimulada.

Page 30: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

O fato é que poucos são aqueles que se sentem confortáveis ao se verem

subtraídos de alguma coisa. Assim sendo, a melhor estratégia a ser adotada por qualquer

um que deseja evoluir seus hábitos alimentares é a observação do princípio da adição.

É a estratégia mais simples de todas: trata-se da simples adição de alimentos de

alta qualidade e elevado teor nutritivo. Estes, por sua vez, realizam a função de nutrir o

corpo com excelência, preenchendo carências e equilibrando a bioquímica corporal. O

resultado é o equilíbrio do corpo, que satisfeito em suas necessidades fisiológicas deixa

de procurar nutrição em comida de qualidade inferior. E assim, sem esforço nem luta, a

vontade de comer aquilo que não é benéfico vai gradativamente perdendo sentido e a

reeducação acontece de maneira harmônica e suave, sem repressão, através do

enriquecimento dietético pela adição de alimentos nobres.

Parece simples, e de fato o é. Ainda assim, extremamente eficaz.

Dentro do princípio da adição, não pode haver melhor ponto de partida do que

enriquecer sua alimentação diária com a vibrante vitalidade do verde.

O verde é a cor do centro do arco íris, aquela que traz o equilíbrio e centramento.

É a cor da cura. Os alimentos verdes, especialmente as folhas verde escuras, são

medicina universal. Trazem consigo aquilo que os seres vivos necessitam para

desintoxicação, regeneração e nutrição.

Page 31: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Afinal, o que é uma folha senão uma antena que captura a luz do Sol, somando

esta energia aos minerais do solo e oferecendo este junção de forças como alimento para

a própria planta e para os animais? A fotossíntese não é nada menos do que o

casamento entre o Céu e a Terra, e os alimentos embebidos pela Clorofila esverdeada

são as oferendas desta eterna união.

Quando a luz do sol banha a superfície da terra, os seres folhosos do reino

vegetal realizam a fotossíntese, um processo de captura da energia solar e conversão da

mesma em energia vegetal. As folhas são como antenas de captação da vibrante energia

solar e é no interior de sua pigmentação verde que ocorre o processo da energia

fotoelétrica se transformar em energia bioelétrica. Esta pigmentação verde recebeu de

nós o nome de clorofila (do grego - chloros = verde e phyllon = folha).

A semelhança entre o anel

central que compõe tanto a

molécula da clorofila quanto a da

hemoglobina demonstra que o

sangue verde da folha é o

precursor do sangue vermelho do

animal. Alimentos verdes são a

base da alimentação da grande

maioria dos animais que

caminham sobre a Terra. Cavalos,

vacas, girafas, elefantes e outros

robustos seres constroem toda a

sua fortaleza muscular com os

verdes. Gorilas também o fazem,

assim como os ágeis chimpanzés, cujo genoma é muitíssimo semelhante ao da nossa

espécie.

Page 32: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Como um mamífero, o homem em muito se beneficiaria ao seguir o exemplo de seus

parentes e fazer o mesmo, ou no mínimo consumir uma quantidade significativa das

benéficas folhosas. Entretanto, se para um chimpanzé as folhas verdes constituem cerca

de 40% de sua alimentação, para a absoluta maioria dos seres humanos este grupo de

alimentos não ultrapassa 3% de sua dieta diária. Em um universo cultural onde o

vegetal mais consumido é a batata frita, não são poucos aqueles que só comem o verde

na folha de alface que vem dentro do hambúrguer. Quando o fazem.

O paradigma da medicina natural compreende que existem dois pilares para a

manutenção da boa saúde: nutrição e desintoxicação. Nas folhas encontramos ambos.

A enorme incidência de doenças na atual civilização certamente tem como um dos

fatores de relação a quase ausência de alimentos verdes na dieta comum, pois somente

neles encontramos com abundância e em estado orgânico (biodisponível para

assimilação) uma série elementos essenciais para a manutenção do corpo em perfeito

estado funcional.

Os verdes fornecem carboidratos complexos, aminoácidos, os essenciais ômega 3 (na

forma de ALA), antioxidantes, diversas

vitaminas e minerais orgânicos,

elementos regeneradores, hidratação,

outros fatores que nos são ainda

desconhecidos e a preciosa energia

vital. De fato, no esquema do ciclo da

vida do universo natural, o correto é que

as folhas sejam consumidas

imediatamente após a colheita, quando

suas enzimas ainda estão ativas,

fervilhando em vitalidade. Ou seja,

quando a folha ainda está magnetizada

pela energia em expansão da planta em

crescimento.

É deste tipo de energia que se alimentam

os animais que vivem na liberdade do Reino Natural. Porém, aos humanos que ainda

não podem plantar e colher resta-lhes a boa vontade dos produtores orgânicos que

oferecem o fruto de seu trabalho para trazer saúde, bem-estar e consciência para os

Page 33: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

moradores urbanos. Um alimento colhido e transportado não tem a mesma qualidade de

algo colhido e ingerido imediatamente, mas com certeza tem grande valor.

No que diz respeito às folhas produzidas através da chamada “agricultura

convencional”, estas definitivamente tem seu valor extremamente reduzido. Além de

serem sistematicamente banhadas com venenosos agrotóxicos que poluem a ecologia do

corpo e da Terra, são cultivadas em solo deficiente, adubado quimicamente. Sem a

oportunidade de se alimentar de toda a variedade de minerais de um solo saudável e

orgânico, a planta não consegue manifestar sua magia, crescendo sem força e, portanto,

sem a capacidade de transferir força a quem dela se alimenta. Afinal, não se pode dar

aquilo que não se tem.

Plantas selvagens comestíveis, colhidas na natureza intocada, são as melhores opções.

Diferente de uma alface convencional, que precisa ser protegida de pragas e predadores

pela mão do homem, a planta selvagem resistiu às diversas provações do ambiente

natural por sua própria força. Para tanto, soube colher no solo os minerais e outros

Page 34: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

elementos que nutriram sua robustez e imunidade a doenças diversas. E, portanto,

transferem àquele que dela se alimenta estas mesmas qualidades.

Mais importante é o fato de que alimentos convencionais, cultivados exclusivamente

com o intuito da lucratividade, trazem consigo esta consciência, que se soma à daquele

que se alimenta deles. Diferente daquilo que é livremente doado pela Rainha

Natureza como manifestação de sua infindável generosidade e riqueza. O primeiro

alimenta a noção do comercialismo, do paradigma monetário e da síndrome da falta. O

segundo nutre o atemporal sentimento de que a Natureza é abundante e de que a vida

não tem fim.

Como se pode ver, quanto mais se aproxima da

pureza da Natureza, melhor é a qualidade que

se pode obter, em todos os sentidos. Tendo isto

em vista, faça o melhor que puder dentro das

circunstâncias e lembre-se de que é melhor se

alimentar de vegetais convencionais, porém

frescos e vitalizados, do que de uma salsicha

composta por químicos diversos e restos de

animais que cresceram escravizados e

morreram com grande sofrimento.

As Folhas Verdes como Fonte de

Aminoácidos

Não são poucas as pessoas que demonstram a partir de seu próprio exemplo que

é perfeitamente possível obter as proteínas necessárias para a construção de um corpo

forte e bem estruturado sem depender do consumo de carne. Diversas são as fontes de

aminoácidos de origem vegetal que oferecem ao corpo o que este necessita e sem

dúvida as folhas verdes se configuram como uma destas fontes.

O fato é que os verdes figuram entre as melhores e mais completas fontes de

aminoácidos biodisponíveis. Essa informação significa que o consumo de uma quantidade e

variedade apropriada de verduras fornece o necessário para a síntese de qualquer proteína que o

corpo necessite. Isto sem que seja preciso fornecer ao corpo substâncias impróprias como os

antinutrientes da soja, os antibióticos e hormônios artificiais ou naturais presentes nos produtos

de origem animal que provêm da indústria.

Page 35: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Confira na tabela abaixo a quantidade de alguns aminoácidos disponíveis na couve

versus a necessidade diária de um adulto:

AMINOÁCIDOS Necessidade diária de um

adulto (crua)

Conteúdo em 500g de couve

Histidina 560 313

Isoleucina 700 895

Leucina 980 1.051

Lisina 840 895

Methionina + Cistina 840 345

Fenilalanina + Tirosina 980 1.298

Treonina 490 668

Triptofano 245 182

Valina 700 820

Fonte: FDA - Food and Drug Administration - USA

Basta uma breve análise dos dados nutricionais das verduras para se obter um

vislumbre do potencial nutritivo dos verdes. É interessante constatar que os aminoácidos que

faltam ou existem em menor quantidade em algumas folhas estão presentes em maior

quantidade em outras variedades, fato que estimula o consumo de diversos tipos de plantas e o

desfrute da imensa diversidade da Criatividade Natural.

Fornecer ao corpo os aminoácidos ao invés de proteínas completas (presentes na

carne, no leite, ovos, etc.) é como construir a partir de tijolos ao invés de ter que primeiro

demolir uma casa para depois utilizá-los na construção. Simplificamos o trabalho do organismo,

evitando a geração de subprodutos desnecessários e economizamos energia que seria gasta com

a digestão. E para onde vai esta energia economizada? Para a faculdade de pensar, para a

sensibilidade dos sentidos, para o processo de desintoxicação do organismo...

Page 36: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

A Clorofila como um Agente Auxiliar na Desintoxicação

Desde os tempos antigos a Clorofila é tratada como um "agente miraculoso de

cura". Foi provado que a Clorofila é grande auxiliar no tratamento de câncer1 e

arteriosclerose2. Abundante pesquisa científica nos mostra que dificilmente existe algum

tratamento de doença que não possa ser auxiliado pela ingestão de clorofila.

A composição elementar e mineral das folhas verdes as coloca entre os

alimentos mais alcalinizantes do planeta. O sangue humano é naturalmente alcalino e

estar equilibrado neste aspecto significa sentir-se como um peixe dentro da água. Um

agradável conforto se instala, a respiração se torna longa e contínua, os pensamentos se

acalmam, as emoções se suavizam. Quando a corrente sanguínea está alcalinizada é

difícil o aparecimento de fungos, parasitas, bactérias patogênicas e o desenvolvimento

de tumores. Ou seja, a imunologia e a alcalinidade sanguínea estão intimamente ligadas.

Algo a se considerar nos dias de hoje, onde as pessoas acidificam seu sangue a cada

refeição açucarada e mal combinada, a cada noite mal dormida, a cada discussão, a cada

má notícia recebida...

São diversas as ações promovidas pela Clorofila no restabelecimento da saúde.

Além da nutrição excelente, essa molécula carrega consigo quantidades significativas de

oxigênio, letal para fungos, bactérias, tumores e células cancerosas. Além de atuar como

prébiotico que nutre a boa flora intestinal Tal fato, por si só, ressalta a importância das

verduras para a construção, manutenção e regeneração da boa saúde.

Como se não fosse suficiente, é possível ainda citar diversos outros benefícios

das muitas qualidades desta substância extraordinária: melhoramento da qualidade e da

contagem de células sanguíneas, auxílio na prevenção do câncer, no tratamento da

anemia, remove toxinas da corrente sanguínea, ajuda a purificar o fígado, regula a

menstruação, melhora a qualidade do leite materno, acelera a cicatrização (pode ser

aplicada topicamente também), elimina odores corporais (chulé, etc.), faz a limpeza dos

dentes e da estrutura da gengiva, elimina mau hálito, alivia problemas de garganta,

Page 37: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

ajuda a tratar inflamações e a remover muco e catarro, torna a visão mais nítida, abranda

hemorróidas, dores e fortalece todo o sistema imunológico. Enfim, algo especial.

E porque algo tão especial é ainda tão pouco utilizado?

“A saúde da população cresceria aos saltos se verduras subitamente adquirissem o

mesmo paladar do Bacon.”

- Dr. Howard Howell

Tudo muito interessante, mas o que fazer se não gosto de verduras?

A razão verduras certamente não são, à primeira vista, as mais atraentes opções

disponíveis ao paladar. As crianças que o digam, salvo raras e abençoadas exceções. Há

pessoas que detestam, outras que gostam, mas um fato é correto: poucas ingerem uma

quantidade verdadeiramente significativa destes vegetais.

A dieta moderna, repleta de substâncias que superestimulam o paladar tais como

açúcar, frituras salgadas e molhos temperados, torna complicada a tarefa de apreciar

sabores suaves e diferentes, como o leve amargo dos vegetais. Quantas pessoas

trocariam uma pizza por um prato cheio de rúcula? É inegável que existe uma

dificuldade cultural para comer uma quantidade expressiva de folhas verdes.

Mesmo aquelas pessoas que afirmam comer “bastante salada” possivelmente se

enquadram no perfil das que ainda se beneficiariam de uma ingestão maior de verdes.

Afinal, muitas vezes o termo “bastante salada” se refere a um prato com duas folhas de

alface, quatro de rúcula, cenoura ralada e duas fatias de tomate. Como se observa quase

nada de folhas verdes. Estima-se, através de análises do FDA americano, que, uma

quantidade diária adequada de folhas verdes por pessoa seria algo como um molho de

salsinha ou seis folhas de couve.

Outra questão importante é que a maioria das pessoas não mastiga

suficientemente as verduras para que todos os nutrientes sejam liberados das fibras para

utilização pelo organismo, diminuindo em muito a aproveitação dos nutrientes

Assim, por todos estes motivos se faz necessária uma alternativa viável para se

usufruir dos inúmeros benefícios desses notáveis alimentos, de uma maneira condizente

com as necessidades atual do homem “civilizado”: rapidez, praticidade, economia e

sabor agradável.

Page 38: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

A Revolução dos Sucos Verdes

A tecnologia pode ser um dos maiores auxiliares da qualidade de vida do homem

quando utilizada com critério. E é justamente com a ajuda de um dos mais importantes

aparatos tecnológicos jamais desenvolvidos para a área da culinária que a inclusão das

verduras no dia a dia se tornou uma tarefa acessível e agradável.

Liquidificar as verduras, misturando-as com frutas com a finalidade de criar um

coquetel de sabor agradável é uma solução simples e eficaz. O suco verde é algo

especial por uma série de motivos. O preparo é rápido e fácil, o custo é baixo e os

nutrientes já são entregues “mastigados”, prontos para assimilação.

Alguns estudiosos podem argumentar vegetais e frutas não se combinam muito

bem no ambiente digestivo. Isto é uma verdade que se aplica em várias instâncias, mas

estudos empíricos comprovam que as folhas e as frutas se configuram em uma exceção.

Chimpanzés dão provas deste fato ao preparar para si sanduíches de banana enrolada em

folhas.

É realmente surpreendente o quanto as combinações de sabor que surgem

experimentando diversas misturas de frutas e folhas resultam em coquetéis realmente

saborosos. Manga, banana e salsão. Pêra com folhas de beterraba. Maçã, couve e

hortelã. As possibilidades são muitas (sugestões mais adiante).

É tudo muito simples: um pouco de água no fundo do liquidificador, as frutas, as

folhas, bater, servir, beber. Quanto mais fresco melhor. Caso possível, experimente

utilizar água de coco verde (fresca, não a industrializada) no lugar da água comum. Fica

ainda mais especial.

As frutas devem estar bem maduras e, sempre que possível, recém colhidas,

assim como as folhas.

Page 39: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Quem já visitou um mercado da Califórnia, região famosa pela abundância de

produtores orgânicos, pôde maravilhar-se com a grande variedade de verduras

disponíveis nos mercados. Quatro tipos de couve, cinco de acelga, três de salsa, dezenas

de alfaces diferentes e outras muito diferentes. Lá as folhas da beterraba não são

desperdiçadas, mas até priorizadas sobre a raiz, pois chegam a ter uma concentração de

até 600 vezes mais nutrientes que a mesma

.

Também nestes mercados se pode observar alguns produtores especializados no

fornecimento de ervas “daninhas” comestíveis, as chamadas plantas selvagens,

deliciosas e ainda mais nutritivas do que as hortaliças tradicionais. Somando-se aos

diversos tipos de brotos, é realmente de causar espanto a enorme diversidade de

verduras que são ofertadas nas bancas de produtores orgânicos. Diferente da mesmice

da variedade disponível na maioria das feiras de nosso país: alface, couve, salsinha,

rúcula, agrião e não muito mais do que isto. Decerto falta ao consumidor brasileiro o

interesse para conhecer e valorizar estes tesouros vivos do reino vegetal, interesse este

que incentivaria os produtores a ampliar a variedade de ofertas.

Com algumas semanas de ingestão diária de sucos verdes é possível que você

experimente alguns “pequenos milagres”. Não é incomum que uma pessoa que

anteriormente não podia suportar o sabor das verduras passe a apreciá-las e até mesmo a

desejá-las através da ferramenta dos sucos.

Outro benéfico acontecimento é a sensação de calma e tranqüilidade que

costuma se instalar gradativamente naqueles que realizam a experiência do consumo do

suco verde. Um dos fatores responsáveis por isto é o farto suprimento de magnésio,

mineral responsável pelo bom funcionamento do coração, o relaxamento das artérias e

do organismo como um todo. A ingestão constante dos verdes também costuma

contribuir para certa tendência à tranqüilidade, redução do stress e flexibilidade em

nível físico e mental.

Também é comum àqueles que ingerem o suco verde com freqüência o despertar

da sensibilidade para os alimentos que fazem bem e para os que são nocivos ao

equilíbrio do organismo como um todo. A voz do próprio corpo torna-se mais

perceptível, assim como torna-se mais claro seus sinais indicativos, que dizem mais do

que um enciclopédia inteira. Este é o principal motivo que faz da simples adição deste

Page 40: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

coquetel de saúde uma ferramenta capaz de transformar hábitos inadequados

profundamente arraigados.

Muito são os benefícios trazidos pelo uso freqüente desta ferramenta de saúde. É

claro que apenas ler sobre eles não trará qualquer benefício à sua qualidade de vida: é

preciso experimentar. Experimente com as diversas combinações sugeridas, crie suas

próprias e traga o verde solar para o seu dia a dia. Grandes são as chances de você

adquirir apreço por este bom hábito, tão simples e tão poderoso.

Bibliografia:

Green for Life, Victoria Boutenko, Raw Family Publishing

Estudos citados:

1 – Chermonowsky, S. et all. Efeito da Clorofila Dietética na Mutagênese e

Crescimento das células Tumorais. p. 79, 313-322, 1999.

2 – Efeito da Cuprofilina em Experimentos com a Arteriosclerose. Romênia, Instituto de

Saúde Pública e Pesquisa Médica, 1995.

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Receita Universal do Suco Verde

Este tipo de receita é a que se mostrou mais simples, fácil e de paladar aceitável para

realizar a tarefa de facilitar o consumo do grupo alimentar das folhas verdes na alimentação

diária. Fica pronto em dois minutos (quando muito), não precisa peneirar, contém as folhas e

frutas em seu estado integral (ou seja, com as fibras) e, salvo raras exceções, costuma ficar bem

saboroso.

A receita universal é simples: 60% de Frutas, 40% de Folhas (um ou mais tipos), e água

mineral ou de coco a gosto. Basta liquidificar e servir.

A insulação dos nutrientes pela fibra solúvel das frutas reduz a velocidade da oxidação,

portanto este tipo de suco resiste bem ao longo do dia. Isto significa que você pode preparar

uma garrafa e levar para o trabalho ou para a escola e nutrir-se com qualidade ao longo do dia.

Existem outros métodos de preparo de suco verde, tais como o propagado pelo Biochip

(o famoso “Suco da Luz do Sol”). O resultado deste é também muito bom e seus benefícios são

de altíssimo valor. Na verdade, qualquer que seja a estratégia utilizada para aumentar sua

ingestão de verdes é benéfica. Neste trabalho enfatizamos o método do suco verde cremoso por

alguns motivos: 1 – Facilidade, simplicidade e rapidez de preparo; 2 – Durabilidade da

qualidade dos nutrientes e 3 – Aceitação do mesmo. Ainda assim, você é convidado a escolher o

método de sua preferência, experimentando as diversas opções e praticando aquelas que mais

lhe atraírem.

Um cremoso, adocicado e esverdeado suco é uma excelente maneira de conceder ao seu

corpo uma infinidade de elementos que não são encontrados nos alimentos industrializados,

cozidos ou excessivamente processados e é, sem dúvida, uma excelente porta de entrada ao

universo da alimentação saudável. Experimente por alguns dias e sinta os resultados.

Frutas:

Page 42: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Manga, Pêra, Caqui, Mamão, Banana, Maçã, Pêssego, Uvas, Morangos, Amoras, Framboesas,

Jaca, Ameixa... o céu é o limite.

Folhas:

Almeirão, Couve, Catalonia, Dente de Leão, Coentro, Salsa, Manjericão, Salsão, Folha de

Brócolis, Beterraba ou Couve Flor, Escarola...

Adições benéficas:

Capim de trigo, Spirulina, Chlorella, Brotos diversos, Óleo de Linhaça (importante!), Óleo de

Coco, Folhas de Pinheiro (riquíssimas em clorofila!), Kefir de Água...

Obs:

Evite utilizar melão e melancia. O ideal deste tipo de fruta é o consumo isolado.

O tipo de suco ensinado neste trabalho, que cria um creme homogêneo com as frutas e folhas,

não costuma combinar muito bem com:

Cenoura, castanhas e sementes oleaginosas (óleos ok, sementes não), grãos germinados (trigo,

etc.), raízes amiláceas (inhame, etc.), pepino e outras coisas que o próprio bom senso pode

indicar.

Como em toda regra, existem algumas exceções. Maçã e mamão são frutas neutras, com uma

composição enzimática que costuma aceitar qualquer elemento sem apresentar dificuldades para

digestão. Sementes de linhaça germinada, maçã, verduras e água, por exemplo, fazem uma

bebida realmente excelente.

Na dúvida, experimente com uma pequena quantidade e ouça os sinais indicativos de seu

próprio organismo durante a degustação, no processo de digestão e no pós-digestivo. Não há

bússola mais eficaz do que o próprio corpo.

Page 43: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Deleites

Deleites são os leites extraídos das sementes e castanhas do reino vegetal.

Cremosos, saborosos e nutritivos, são opções muito interessantes para quem não pode

ou não quer ingerir os laticínios tradicionais. O preparo é simples e rápido, e suas possibilidades

de uso são muitas.

Gergelim, amêndoas, castanhas do Pará, avelãs, girassol, coco seco... cada semente

traz seus benefícios nutricionais, seu sabor e seu charme.

A receita básica é a mesma para todas as

variedades de Deleite: sementes (ou

castanhas) hidratadas ou germinadas, água

e liquidificador. A proporção recomendada é

de uma parte de sementes para três partes de

água. Ou qualquer outra variação desta

quantidade de acordo com o grau de espessura

desejado.

Pode-se utilizar água de coco (fica mais gostoso) ou água mineral, mas evite utilizar

água filtrada se você vive em grandes cidades, pois a tecnologia atual dos filtros é insuficiente

para remover toda a poluição depositada na água que passa por uma estação de tratamento.

Page 44: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Procede-se da seguinte maneira: Com exceção do coco seco, que não necessita ficar de

molho, cada semente oferece seu melhor quando demolhada pelo tempo suficiente que

necessita para dar início ao seu processo de germinação. Isto elimina substâncias indesejadas

(inibidores enzimáticos) e torna o processo de digestão mais fácil. Deixar as sementes de molho,

escorrer a água (não reaproveite a mesma) e lavar bem é o mínimo necessário para a extração

dos deleites, mas você pode germinar as sementes caso queira. Para maiores detalhes sobre

germinação, consulte o trabalho dos grupos Biochip (http://wwwusers.rdc.puc-

rio.br/anabranc/portugues/home.html) ou Terrapia (http://www4.ensp.fiocruz.br/terrapia/).

Eis uma pequena referência do tempo necessário que cada semente precisa ficar de molho:

Amêndoas – 12 horas

Castanha do Pará (do Brasil) – 14 horas

Avelãs – 12 Horas

Macadâmias – 12 Horas

Castanha de Caju (utilize somente em ocasiões especiais) – 6 horas

Gergelim – 4 Horas

Nozes – 4 Horas

Girassol – 8 Horas

Não é necessário coar os deleites, mas fazê-lo certamente contribui para uma

experiência mais próxima do que se espera ao degustar uma bebida que objetiva algum

parentesco com os lácteos. Além disso, a polpa sempre pode ser utilizada para criar queijos e

patês. As exceções são os deleites de macadâmias e de castanhas de caju, que formam um creme

homogêneo e não precisam de serem peneirados.

O ideal é fazer o deleite e saboreá-lo o mais rápido possível. Caso deseje armazenar,

congele em cubinhos. O deleite de amêndoas, de macadâmias, de castanha de caju e de castanha

do Pará se prestam bem para o uso em culturas de lactobacilos (ver capítulo sobre probióticos).

Page 45: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Os deleites podem ser utilizados como base para vitaminas com frutas

(especialmente as frutas do bosque, como os morangos, as amoras, etc.), shakes com

cacau e super alimentos diversos (spirulina, maca, etc.).

Sempre é importante lembrar que os laticínios provenientes da indústria estão

longe de ser uma opção saudável ou ecologicamente correta. Além de obtidos de

animais que são tratados como mercadoria (sem respeito ou consideração) e acrescidos

de hormônios artificiais e antibióticos, a maioria absoluta dos laticínios disponíveis no

mercado é tratado com métodos de processamento que arruínam o valor nutritivo,

dificultam em muito o processo de digestão e fazem deste tipo de alimento um dos

maiores responsáveis por reações alérgicas, excesso de produção de muco e outros

desequilíbrios da saúde. Leite de caixinha deve ser evitado e percebido como o que ele

realmente é: um inimigo da saúde.

Os processos de pasteurização e homogeneização servem bem aos interesses

da indústria, mas criam tamanha adulteração na estrutura do leite que, caso este seja

oferecido a um bezerro como alimento, o mesmo morre em poucos dias.

Caso você opte pelo consumo de laticínios, procure um fornecedor capaz de lhe

entregar o mesmo da maneira que ele é entregue do animal para seu filhote: fresco, cru,

com as enzimas e lactobacilos intactos. Utilize somente o leite de animais que são

tratados com carinho e respeito, se alimentam de pasto e não são inoculados com

químicos para estímulo de crescimento.

Uma alternativa muito melhor do que o leite da vaca é o leite da cabra, muito

menos alergênico e mais adaptável ao consumo humano. Sua composição é muito

semelhante ao leite materno e por diversos motivos se configura na melhor opção para

bebês que não podem contar com o leite da mãe, devidamente acrescido de substâncias

complementares (como o DHA, ácido fólico, etc). Para adulto é também uma excelente

opção, especialmente se pré-digerido através do uso do kefir ou dos lactobacilos (ver

capítulo sobre probióticos).

Por mais surpreendente que possa parecer, 72%

de todo o leite consumido no planeta é proveniente de

cabras. Produtores diversos reportam que as dóceis

cabras produzem mais leite do que o filhote necessita,

especialmente se bem tratadas. Experimente com

gratidão este verdadeiro super alimento (na forma

fermentada, de preferência) e veja se o seu corpo se dá

bem com ele. Leite cru, integral, de animais felizes e

alimentados naturalmente, pré-digerido por cultura de

lactobacilos é um dos mais vivos alimentos disponíveis

neste planeta.

Yogues experimentados argumentam que o

cérebro necessita de elementos sutis somente

encontrados nos lácteos. Gandhi, depois de uma fracassada experiência de se nutrir

apenas de vegetais, refez suas forças com o leite deste nobre animal.

Page 46: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Queijos de Castanhas e Sementes

(foto: Queijo de Castanha de Caju com Especiarias)

Raros são os indivíduos que não apreciam o sabor intenso dos queijos. Apetitosos, são

utilizados em diversas preparações culinárias de múltiplas culturas.

A questão é que, na maior parte dos casos, os queijos são preparados utilizando a mesma

qualidade de leite industrializado cujos malefícios foram descritos anteriormente. De fato, a

maior parte dos queijos é de digestão difícil e lenta, ocasionando problemas de saúde diversos.

É sempre melhor optar por queijos de origem orgânica, de preferência preparados com leite não

pasteurizado (de fonte higiênica) a partir de fermentação natural (com lactobacilos) e coalho

vegetal. Melhor ainda se for feito com leite de cabra. Como queijos com este critério de

qualidade ainda são raros no mercado, uma ótima opção é experimentar com a ciência do

preparo de queijo de castanhas e sementes.

Utilizando estes ingredientes como base é possível criar patês, ricota, cream cheese, parmesan, e

até mesmo queijos “finos”, como roquefort e brie. O mesmo se cumpre através da inoculação

dos cremes feitos com castanhas ou sementes no liquidificador com os lactobacilos específicos,

drenando o líquido de acordo com a receita.

Amêndoas, castanha de caju ou do Pará, macadâmias, avelãs e outras se prestam muito bem

para a criação de queijos nobres. A arte é fina e requer experimentação para a obtenção de

resultados profissionais, mas sem muito esforço é possível criar receitas básicas que são sucesso

absoluto mesmo entre apreciadores de queijos clássicos.

Patê de Castanha de Caju

Deixe de molho duas xícaras de castanhas por quatro horas, lave-

as bem e deposite-as num copo de liquidificador. Acrescente água

suficiente para cobrir as mesmas. Processe-as até obter um creme

liso. Acrescente uma pitada de lactobacilos, misture bem e reserve

a receita em uma tigela bem limpa, tampada com um filó. Aguarde

algumas horas até que a fermentação aconteça, apresentando

aroma característico. Tempere com azeite e sal, acrescentando

ervas se desejar.

Page 47: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Arte Culinária Natural

A grande maioria das pessoas associa comida natural com algo duro, sem cor, sem

cheiro e sem sabor. Uma privação do prazer de comer.

É claro que isto teve um precedente. O primeiro contato com algo que se chamou de

alimentação natural no Brasil foi com a macrobiótica, uma linha de regime dietético

desenvolvida no Japão por Michio Kushi no final dos anos 60. Esta dieta enfatiza o

consumo de cereais integrais, legumes cozidos e produtos de soja fermentada, enquanto

propõe a restrição de alimentos de origem animal e mesmo de frutas ou qualquer coisa

que não tenha sido cozida.

A macrobiótica de fato teve seu lugar e ajudou muitas pessoas em seu processo de

equilíbrio de saúde e até mesmo na recuperação de quadros de enfermidade, porém

trouxe consigo um revés: a associação do conceito de "alimentação natural" com uma

comida restritiva, sem sabor, de textura endurecida, de preparo demorado e difícil, além

de pouco interessante.

Esta associação não poderia estar mais equivocada. A gastronomia natural do novo

milênio é diferente de tudo isso: rica, colorida, abundante em vitalidade, fácil e rápida

de preparar, perfumada e, sobretudo, saborosíssima.

Page 48: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Aqui incluímos algumas fotos de pratos elaborados dentro desta proposta, preparados

somente com o uso de vegetais. Todos são ausentes de glúten, lactose, ingredientes

artificiais ou refinados. São tão fáceis de serem preparados que dispensam até o uso de

fogão!

Pratos preparados com ingredientes “in

natura”, ou seja, não cozidos, possuem

uma qualidade especial de textura,

sabor, aroma, nutrição e energia. Seus

nutrientes são de fácil disponibilidade

e interagem de maneira superior com o

organismo. É a mais natural de todas

as artes culinárias, pois tem como

objetivo elaborar delícias com o

cuidado de modificar ao mínimo as

características originais de cada

ingrediente, preservando assim a

sabedoria conceitual empregada pela

Natureza em sua criação.

Ainda que as fotos revelem a beleza desta arte

culinária, o mais interessante é poder degustar desta

beleza e saborear sua pureza. Compreendendo alguns

dos princípios básicos é perfeitamente possível criar as

próprias receitas. Sinta-se, portanto, convidado a

exercitar a criatividade e a desvendar novas maneiras

de transformar ingredientes saudáveis em poesias

comestíveis...

Page 49: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Canelonni de Castanhas ao Pesto de Manjericão

Para a “massa”:

Três abobrinhas italianas médias e planas (não-curvas)

Utilizando o fatiador mandoline, regule a espessura mínima para obter as fatias mais

finas possíveis. Faça pressão do começo ao fim enquanto realiza o movimento de

deslizamento da abobrinha para obter fatias de igual espessura. Na palma de sua mão,

coloque três ou quatro fatias lado a lado apoiando uma sobre a outra para obter a "massa

retangular" de Canelonni. Recheie a ponta do retângulo com a ricota (descrita abaixo) e

enrole. Monte os rolinhos no prato e decore com o molho de sua preferência.

Ricota de Castanhas

Ingredientes:

Sobra do leite de castanhas (resíduo da coagem)

Azeite, sal e limão a gosto

Ervas a escolha

Variações:

Misture azeitonas orgânicas, tomate seco, etc.

Page 50: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Faça Assim:

Misture bem e sirva sobre folhas, ou em algum prato gourmet.

Molho de Ervas

Ingredientes:

Sobras da abobrinha que você usou para obter as fatias

Azeite de oliva

Limão

Alho poró

Dill (erva aromática que pode ser encontrada em feiras de rua) ou Manjericão

Sal

Faça assim:

Processe no liquidificador e sirva sobre os rolinhos. Evite processar por muito tempo,

ou a abobrinha se torna amarga.

- Macarronalga Oriental

Ingredientes:

Algas Gracilárias, demolhadas por pelo menos duas horas e escorridas (aproveite a

água para vitaminas, é riquíssima em minerais). Selecione a alga retirando os caules

mais firmes (duros) e impurezas.

Sementes de Girassol descascadas, demolhadas por qautro horas (descarte a água)

Alho Poró picadinho, Cenoura ralada, Acelga picada, Brotos de Feijão Moyashi

Page 51: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Shoyu Macrobiótico e Óleo de Gergelim tostado (opcionais, para saborizar) e Suco de

limão

Faça Assim:

Misture todos os ingredientes, deixando os sabores se mesclando (marinando) por no

mínimo uma hora. Servir na temperatura ambiente. Se desejar, guarde na geladeira e

sirva no dia seguinte (frio ou temperatura ambiente).

Variação: Molho Bolognozes

(na foto, servido sobre lascas de abobrinha)

Processe o tomate cereja com o azeite e demais temperos (sal, limão, noz moscada,

alho, salsinha e orégano) até obter a consistência desejada (recomenda-se deixar

pedacinhos inteiros do tomate para uma melhor experiência degustativa). Reserve.

Processe nozes, previamente demolhadas (por 4 horas), escorridas e bem lavadas.

Misture os pedacinhos em seu molho de tomate. Sirva sobre as algas hidratadas,

selecionadas e bem levadas. Se desejar, aqueça sob o sol ou em desidratador.

Page 52: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

- Sushi de Brotos

Ingredientes:

Folhas de Alga Nori (normalmente utilizadas para sushi). Corte cada em folha em quatro

quadrados iguais.

Brotos de alfafa, trevo, brócolis, rabanete ou girassol (à escolha). Lave bem os brotos e

seque-os antes de consumir.

Fatias finas de cenoura, abacate, cebolinha verde, pepino e/ou o que preferir.

Faça Assim:

Na metade de um quadradinho de alga faça uma cama de brotos, fatias de vegetais e abacate.

Cuidadosamente enrole o quadradinho, prensando bem os ingredientes, e feche o rolinho

umidificando a ponta da alga com um pouquinho de água. Se desejar, corte os rolinhos em fatias

menores. Sirva com o molho Moyo (polpa de manga, processada no liquidificador com shoyu

macrobiótico e gengibre) e raiz forte, caso a aprecie.

Page 53: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Assando sem Tostar

“Deixai que os anjos de Deus preparem vosso pão. Umedecei vosso trigo para que o

anjo da água o penetre. Colocai-o então ao ar, para que o anjo do ar o abrace também.

E deixai-o da manhã à tarde abaixo do sol, para que o anjo da luz do sol desça sobre

ele. E a bênção dos três anjos fará com que o gérmen da vida brote em vosso trigo.

Triturai então em migalhas e fazei finas fatias, como fizeram vossos antepassados

quando partiram do Egito, terra da escravidão. Ponde-as de novo sob o sol e, quando

este estiver no seu ponto mais alto no céu, virai-lhes ao contrário para que o anjo da

luz do sol as abrace também pelo outro lado, e deixai-os assim até que o sol se ponha.

Pois os anjos da água, do ar e da luz do sol alimentaram e maturaram o trigo no

campo, e eles devem igualmente preparar também vosso pão. E o mesmo sol que, com o

fogo da vida, fez com que o trigo crescesse e maturasse, deve cozer vosso pão com o

mesmo fogo. Pois o fogo do sol dá vida ao trigo, ao pão e ao corpo.”

- O Evangelho Essênio da Paz, Edmond Bordeaux Szekely, Pensamento

Não é novidade para a ciência que tostar, fritar e assar, além de destruir alguns

elementos nutritivos, cria compostos que são nocivos para a estrutura fisiológica

humana.

A casquinha do pão, o crocante da batata, a crosta do bolinho são, na verdade, partes do

alimento que acumulam grande quantidade de acrilamida, uma substância cancerígena.

Comida torrada é como um livro que caiu na fogueira e teve parte de seu conteúdo

queimado: torna-se de difícil leitura para o organismo. A digestão é difícil e o valor

nutricional reduzido.

Felizmente, novas tecnologias, em harmonia com a sabedoria da antiguidade, nos

trazem a possibilidade de criar pães, biscoitos e outras delícias crocantes que não

possuem as contra indicações dos assados e tostados convencionais.

Page 54: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

O Desidratador

Um desidratador de alimentos é um tipo de forno que não assa, mas simplesmente

remove a umidade dos ingredientes. Frutas secas são normalmente preparadas em

desidratadores.

Um bom desidratador é aquele com temperatura regulável. Abaixo de 42,5º o alimento

conserva todos os seus nutrientes em estado original. Um modelo ideal também tem

bandejas horizontais, o que possibilita desidratar massas diversas, além de um melhor

aproveitamento de seu espaço.

A marca de destaque no reino dos desidratadores é o Excalibur

(WWW.excaliburdehydrators.com), fabricado nos EUA. Suas virtudes são muitas e até

hoje ele não foi superado por nenhum outro. Um honroso segundo lugar é o Good4You,

similar fabricado na china. No Brasil temos o Pratic Dryer, do Pedro Meloni

(http://www.meloni.com.br/residencial/praticDryer.php).

Para espalhar as massas se faz necessário o uso de folhas antiaderentes reutilizáveis

(denominadas TEFLEX), para evitar que a mesma grude na bandeja. Estas também

podem ser encomendadas no site da Excalibur.

Inúmeras são as possibilidades de receitas criativas, saborosas, nutritivas e naturais que

podem ser elaboradas com ajuda de um desidratador. Pães diversos, biscoitos e bolachas

crocantes, pizza, massa de empadinha, quiches, barras energéticas, granola, cookies,

crepe... A seguir, algumas receitas básicas utilizando o Trigo Sarraceno, uma semente

leve, saborosa, densamente nutritiva e livre do famigerado glúten.

Page 55: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Pão dos Essênios 2.0

Ingredientes:

5 copos de Trigo Sarraceno (Previamente deixado de molho por no mínimo duas horas, bem

lavado e escorrido... Caso haja uma semente apropriada, você deve germiná-lo antes de criar a

massa. Mas isto não é imprescindível.)

1 copo de Linhaça moída no liquidificador

1/2 copo de água

4 colheres de sopa de Azeite

1 colher de sopa de sal

Moer a linhaça e reservar.

Processar no liquidificador metade do trigo, a água, o azeite e o sal.

Misturar esta pasta com o resto do trigo. Adicionar a linhaça em pó, misturando bem.

Espalhar a massa sobre uma folha antiaderente. Desidratar por três horas. Vire a massa em outra

bandeja, retirando a folha antiaderente.

Continuar a desidratar até que esteja absolutamente crocante. Guarde em geladeira por até um

mês, ou fora dela por uma semana.

Page 56: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Granola Élfica

Ingredientes:

10 Copos de Trigo Sarraceno (Previamente deixado de molho por pelo menos duas horas, bem

lavado e escorrido... e, claro, germinado se possível.)

3 Copos de Coco Ralado Sem Açúcar

2 Copos de Uva Passa

3 Colheres de chá (cheias) de sal

Modo de Fazer:

Pasta de tâmaras (2 copos e meio de tâmaras sem caroço, batidas no liquidificador (ou

processador) com 1 copo de água)

Misturar bem todos os ingredientes, acrescentando por último a pasta de tâmaras. Espalhar

sobre as bandejas do desidratador, removendo a umidade até que esteja bem crocante. Guarde

em vidro fechado na geladeira por até um mês.

Rende quatro bandejas do desidratador.

Adições Opcionais (adicione antes de misturar a pasta de tâmaras):

Maçã seca em cubos, Baunilha em pó, Canela em pó, Cacau em pó, etc...

Cookies ou Barra Energética

Page 57: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Ingredientes:

5 copos de trigo sarraceno (Previamente deixado de molho por duas horas, bem lavado e

escorrido)

4 Colheres de sopa de cacau em pó ou alfarrôba (opcional)

Castanhas do Pará demolhadas e picadinhas, ou gotas de chocolate amargo

1 colher de chá cheia de sal

Pasta de tâmaras (1 copo e meio de tâmaras sem caroço, batidas no liquidificador (ou

processador) com 1/2 copo de água).

Processar (no processador de alimentos) os ingredientes, acrescentando a pasta de tâmaras por

último.

Espalhar a massa sobre uma folha antiaderente. Dependendo de como você escolher moldar a

mesma, você obterá cookies ou barra de cereais na mesma receita.

Desidratar por três horas. Vire a massa em outra bandeja, retirando a folha anti-aderente.

Continuar a desidratar até que esteja absolutamente crocante. Guarde em geladeira por até um

mês, ou fora dela por uma semana.

É claro que inúmeras variações podem ser feitas em cima desta clássica base. Utilize a

criatividade e experimente com ingredientes e especiarias diversas!

Page 58: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Doces Celestiais

Os doces apresentados com requinte nas vitrines das docerias são, normalmente,

elaborados quase em sua totalidade com ingredientes nocivos. Assim, não é de se

espantar que os prazeres de um doce artístico sejam desfrutados quase sempre com uma

ponta de culpa.

Uma vez que você compreende a arte da culinária natural e descobre que é

possível desfrutar dos prazeres do paladar sem poluir seu templo corporal com açúcar

refinado, gordura hidrogenada, leite homogeneizado, corantes, acidulantes, químicos

diversos e outros elementos indesejáveis, torna-se claro o quanto esta ciência alimentar

é uma evolução do comer.

Saborear estes doces celestiais é presentear a Natureza que vive em seu corpo

com a mesma coisa daquilo que ela é feita... Natureza.

- Cheesecake com Frutas Vermelhas

Ingredientes e Modo de Preparo:

Base:

2 xícaras de Amêndoas previamente demolhadas por, no mínimo, 12 horas, escorridas e bem

lavadas.

1/2 xícara de tâmaras previamente demolhadas por, no mínimo, 3 horas.

1/4 de xícara de coco ralado em flocos finos (sem açúcar)

Processe todos os ingredientes (em um processador de alimentos, com a lâmina “S”) até obter a

massa. Molde-a em uma fôrma de fundo falso.

Page 59: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Recheio de "Queijo":

3 xícaras de castanhas de caju cruas, previamente demolhadas por pelo menos uma hora

1/2 xícara de suco de limão

3/4 de xícara de mel orgânico

3/4 de xícara de óleo de coco

1 colher de chá de extrato de baunilha

1/2 colher de sal marinho

Faça Assim:

Processe todos os ingredientes até obter textura homogênea. Despeje sobre a crosta e leve ao

freezer até que o "queijo" endureça.

Depois de algumas horas, retire do freezer e armazene na geladeira. Na hora de servir,

desenforme e despeje sobre a torta a cobertura, que é feita simplesmente de framboesas (ou

morangos, ou pitangas, ou uma mistura de frutas vermelhas, frescas ou congeladas) processadas

no liquidificador com um pouquinho de pasta de tâmaras ou mel. Decore com amoras,

morangos ou o que desejar!

Page 60: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

- Torta de Maçã e Canela

Ingredientes da Base:

> Pasta de Figos (deixados de molho por três horas - utilize a água) – Faça da mesma

maneira que a pasta de tâmaras.

> Castanhas do Pará (ou Nozes), demolhadas por no mínimo 12 horas e moídas em

um processador.

Basta utilizar uma parte da pasta de figos para duas partes de castanhas ou nozes

moídas. Adicione uma pitada de sal antes de misturar. Amasse bastante até obter uma

consistência homogênea. Molde-a num pirex ou bandeja.

Ingredientes da Cobertura:

> Maçãs inteiras cortadas em fatias finíssimas (obtidas com ajuda um bom mandoline,

ou fatiador de alimentos)

> Pasta de Figos (A mesma utilizada na base. Faça uma boa quantidade, separe metade

para a cobertura e utilize a outra metade no feitio da base, descrito acima.), acrescida de

canela em pó a gosto. Ajuste a textura adicionando um pouco mais de água e

processando-a um pouco mais (a consistência deve ser menos sólida do que a pasta

utilizada na base, para ficar fácil de espalhar sobre as fatias de maçã).

Montagem: Sobre a base, espalhe uma camada de pasta de figo e canela. Cubra com

fatias finíssimas de maçã, espalhe mais uma camada de pasta. Se desejar, repita a ordem

das camadas. Decore da maneira que desejar e sirva fria, com um bom chá.

Page 61: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

- Bolo Mangolícia

Primeiramente, obtenha a farinha de coco ralado seco em flocos finos, não-adoçado

(basta processar o mesmo no processador de alimentos por dois minutos

aproximadamente, até que este se torne bem fino.) Obs: adicione uma pitada de sal na

farinha.

Em seguida, faça um creme com a polpa de mangas maduras, adicionadas de

cardamomo (um tempero indiano especial, podes ser encontrado em casas

especializadas), também processando no liquidificador.

Separe uma parte do creme para servir de cobertura para o bolo e, em seguida,

acrescente castanhas de caju cruas, previamente demolhadas por 4 horas ou mais,

escorridas e bem lavadas. Adicione mel orgânico, caso deseje um bolo mais doce.

Processe tudo no liquidificador até obter consistência homogênea (ou quase).

Junte a farinha com o creme (a proporção ideal é 70% de farinha para 30% de creme,

mas vá acrescentando aos poucos até obter a consistência desejada). Misture bem até

obter consistência homogênea.

Molde o bolo no formato que lhe parecer mais interessante, espalhe a cobertura por

cima do mesmo (a parte do creme de manga previamente reservada), decore com fatias

de kiwi ou morango e leve ao freezer por meia hora. Sirva gelado!

Page 62: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

- Bolo de Chocolate Naturalíssimo

Ingredientes da massa:

Processe três xícaras de Nozes (com ajuda de um processador de alimentos ou super

liquidificador). Caso opte por deixá-las de molho antes, cuide de secá-las em um desidratador

ou sob o sol antes de moer. Obtida a farinha, acrescente cacau em pó e/ou alfarrôba a gosto,

além de uma pitada de sal. Misture bem.

Acrescente pasta de tâmaras aos poucos até obter uma boa consistência, que é a de “bolo

esfarelante”. Molde o bolo no formato desejado, corte na metade cuidadosamente (para rechear,

como na foto acima) e prepare o recheio.

Prepare a cobertura, que é feita com abacate (do tipo manteiga ou avocado), mel ou pasta de

tâmaras e cacau em pó e/ou alfarrôba. Processe tudo até obter consistência homogênea,

acrescentando o cacau por último, ajustando as quantidades de acordo com a preferência.

Cubra a metade de baixo com metade do creme e leve ao congelador por duas horas para firmar.

Em seguida, pouse a segunda metade da massa por cima da cobertura já endurecida, cubra com

o restante e leve ao congelador novamente por mais duas horas. Retire do congelador uma hora

antes de servir. Decore com uvas verdes, ou da maneira que preferir. Hmmmmm!!!

Page 63: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Palavras Finais

Celebrar os sabores, perfumes e prazeres da Natureza é uma forma de

prece.

Reconhecer que somos um com esta Grande Rainha, dando-lhe o valor que

lhe é devido é uma atitude que demonstra aquilo que verdadeiramente

somos: seus filhos e herdeiros.

A harmonização de si com a Sabedoria da vida é um caminho que conduz à

felicidade verdadeira. Cada pequeno gesto neste sentido conta e faz

diferença.

Ser feliz é a verdadeira tarefa de cada um. Seja a mudança que quer ver no

mundo e brilhe como um farol de luz nesta era das sombras.

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Page 64: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Capítulos Adicionais

Probióticos: As Bactérias do Bem

A engenhosa máquina biológica humana é composta de aproximadamente dez trilhões de

células. Elas nos dão um belo exemplo do potencial e do significado da palavra união, pois é

somente pela cooperação e integração destas que as inúmeras funções biológicas conseguem se

sustentar. Imagine se as células do corpo subitamente adquirissem personalidade semelhante a

dos “civilizados” seres humanos? Provavelmente o corpo se desintegraria em minutos!

O corpo biológico, lar da Consciência humana, hospeda ainda uma enorme quantidade de

microorganismos, um número nove vezes maior do que a contagem de suas células. Sim, cerca

de noventa trilhões de bactérias habitam simbioticamente nos intestinos, boca, esôfago, boca,

nariz, genitais...

A percepção deste fato nos traz mais uma semelhança do corpo humano com o corpo da

biosfera terrestre. Assim como os microorganismos do solo não podem ser percebidos a olho nu

mas são essenciais para a fertilidade do mesmo, os microorganismos que habitam o corpo

humano, ainda que invisíveis, realizam várias tarefas essenciais para o desenvolvimento daquele

maravilhoso estado de equilíbrio que denominamos Saúde, incluindo a proteção contra

patógenos e a conversão metabólica de nutrientes.

É provável que você já tenha ouvido falar sobre os muitos benefícios do iogurte, do Kefir e de

outros alimentos fermentados. Muitas pesquisas sobre a longevidade e a excelente saúde de

povos que tem por hábito o consumo freqüente de alimentos deste tipo já foram realizadas e

revelaram a fundamental importância de um determinado grupo de bacilos e microorganismos:

os Probióticos.

Page 65: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

O que são Probióticos?

O termo vem do grego, significando “a favor da vida”. O extremo oposto dos antibióticos, por

sinal. Também conhecidos por lactobacilos, são normalmente definidos por microorganismos

vivos, de ocorrência natural (geralmente bactérias) que funcionam internamente para promover

digestão saudável, fortalecer o sistema imunológico e contribuir para a saúde de uma maneira

geral. Mas a definição mais completa é bem mais interessante.

Antes de você nascer, seus intestinos eram livres de microorganismos. Eles eram virtualmente

estéreis. A partir do momento que você passou pelo túnel do nascimento, diversos tipos de

bactéria, algumas benéficas e outras nocivas, penetraram através de sua boca e começaram uma

luta pelo domínio de seu corpo que só termina no dia em que este morre. Bem vindo ao planeta

Terra, o mundo da dualidade e palco da eterna luta entre o bem e o mal.

Se você foi amamentado no seio, em algum momento entre os dias quatro e sete depois de seu

nascimento as bactérias “do bem” decisivamente viraram a maré da batalha e declararam sua

supremacia sobre virtualmente cada canto do sistema digestivo – desde a boca até o ânus. (Nota:

a mesma batalha ocorre no trato vaginal, nas cavidades nasais e na boca). A guerra formal,

porém, não é vencida até a idade dos seis anos, quando o sistema imunológico está

completamente treinado. Se por qualquer razão sua floral intestinal é severamente

comprometida (o que acontece quando sujeita a uma dose de antibióticos) antes desta idade, isto

pode impactar sua saúde pelo resto da vida.

Verdade seja dita, é uma batalha que nunca é inteiramente vencida. As bactérias nocivas nunca

são inteiramente eliminadas. Mas em um corpo saudável, as inimigas da saúde não têm sequer

chance de ganhar território, estabelecer uma colônia, multiplicar-se exponencialmente e causar

doenças. Um dos problemas é que a cada segundo de cada dia somos expostos a bilhões e

bilhões de microorganismos potencialmente nocivos a cada inspiração tomada, a cada

pedacinho de alimento ingerido, a cada gole de água bebido. Assim, a idéia de que é possível se

proteger de doenças esterilizando os alimentos e ambientes é absolutamente irreal, pois jamais

poderia ser realizada perfeitamente.

Desta forma, o resultado é que em um bebê que é amamentado as bactérias benéficas (como a

acidophilus ou a bifidobactéria) controlam mais de 90% do trato intestinal. Algo que

simplesmente não acontece com bebês que foram alimentados com fórmulas infantis criadas em

laboratório.

Page 66: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Estes microorganismos benéficos produzem uma grande quantidade e variedade de subprodutos

essenciais dentro dos intestinos, os quais agem como uma barreira para o crescimento de

perigosos microorganismos patogênicos que podem causar doença e infecção.

Quando você está saudável, muitos trilhões de microorganismos de aproximadamente 400

espécies diferentes florescem no trato intestinal, ajudando na digestão, absorção e na produção

de quantidades significativas de vitaminas do complexo B (incluindo a B12), vitamina K e

enzimas.

É isto mesmo: a misteriosa vitamina B12 é produzida por bactérias, dentro do corpo. Pesquisas

relatam que uma boa e saudável flora intestinal sintetiza toda a vitamina B12 necessária ao

funcionamento perfeito do organismo. Ainda que nutricionistas e médicos não tão bem

informados afirmem o contrário, os alimentos de origem animal (carne, leite e ovos) não são

essenciais para que o organismo obtenha a B12 que precisa desde que a flora intestinal esteja

em bom equilíbrio (algo raro nos dias de hoje). Caso contrário, o ideal é suplementar com B12

sublingual de boa qualidade enquanto se faz um trabalho de correção do terreno biológico com

o acréscimo na dieta de alimentos ricos em probióticos (algo que será detalhado mais adiante).

Estas bactérias benéficas também atuam cobrindo cada centímetro de superfície disponível

desde a boca até o ânus, não deixando vaga para as bactérias nocivas. Infelizmente, conforme

apontado anteriormente, nem sempre acontece das bactérias benéficas receberem as condições

ideais para estabelecer e sustentar sua supremacia por toda a vida. E mais: os níveis de bactérias

benéficas tendem a diminuir conforme a idade avança. Eis alguns dos motivos pelos quais isto

acontece:

Com o passar dos anos, as colônias

envelhecem e perdem sua vitalidade.

(Semelhante a uma família real que

eventualmente enfraquece geneticamente

depois de anos de cruzamento entre

membros da mesma origem genética.)

Mudanças e disfunções no equilíbrio

ácido/alcalino dos intestinos podem

representar um papel significativo na

redução do crescimento das bactérias

benéficas, ao mesmo tempo em que

favorecem o crescimento de vírus e fungos

nocivos, assim como bactérias putrefativas e causadoras de doenças.

Drogas antiinflamatórias diversas são destrutivas para a flora intestinal.

O cloro na água tratada que as pessoas utilizam para beber ou cozinhar não mata apenas

as bactérias da água, mas também devasta as colônias de bactérias benéficas que vivem

nos intestinos. O problema é que a Natureza não tolera vácuos, e então o espaço vago é

preenchido por bactérias nocivas.

Radiação e quimioterapia são devastadoras para o seu meio-ambiente interno de

bactérias.

Virtualmente toda a carne, frango e laticínios que são vendidos (afora os orgânicos) está

carregado de antibióticos, os quais destroem TODAS as bactérias benéficas do trato

gastrointestinal.

Uma dieta com alto consumo de carnes e gorduras animais, pelo fato de que levam tanto

tempo para serem digeridas dentro do corpo humano, promovem o crescimento de

bactérias nocivas e putrefativas.

Constipação, é claro, permite que as bactérias nocivas fiquem nos intestinos por mais

tempo, encontrando mais chances de se estabelecer por ali.

Page 67: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Cigarro, álcool e estresse também são fatores muito relevantes para o desequilíbrio

bacteriológico interior.

Finalmente, se você algum dia se sujeitou a uma sequência de antibióticos

farmacêuticos, esteja certo de que suas bactérias benéficas há muito já se foram. O

problema com os antibióticos é que estes destroem indiscriminadamente todas as

bactérias, tanto as boas quanto as ruins, permitindo que colônias virulentas e

mutagênicas de organismos nocivos se proliferem por todas as partes do corpo.

Antibióticos (tanto os farmacêuticos quanto os que existem na comida

industrializada) são a razão número um para o crescimento desmedido de

organismos patogênicos no trato gastrointestinal.

Eis algumas doenças associadas com baixos níveis de bactérias benéficas no organismo: acne,

alergias, intolerâncias alimentares, artrite, asma, infecção da bexiga e do trato urinário,

patologias dos seios, problemas cardíacos, fadiga crônica, colite, câncer do cólon, imunidade

comprometida, constipação, diarréia, diverticulite, infecção nos ouvidos, nos olhos, no nariz e

na garganta, mau hálito, gastrite, dor de cabeça, desequilíbrios hormonais, Síndrome do

Intestino Irritável, problemas no fígado e na vesícula, câncer no útero e no ovário, síndrome pré-

menstrual, sinusite,

inchaço no abdomen,

gases e infecção

vaginal por fungos.

Ufa!

Um trato intestinal

em perfeito

funcionamento é uma

de nossas principais

linhas de defesa

contra invasores.

Num cólon saudável

existem, na media,

algo em torno de 100

bilhões de bactérias

benéficas por

milímetro (cerca de

1/5 de colher de chá)

que literalmente

consomem bactérias nocivas e outros invasores. No típico ocidental, por causa da dieta

empobrecida e sua negligência com os cuidados com o cólon, a contagem de bactérias benéficas

pode ser tão pequena quanto quatro ou cinco por milímetro. Compare 100 bilhões com quatro

(não quatro bilhões – só quatro, mesmo) e você consegue ter uma idéia do tamanho do

problema. Muitos pesquisadores agora acreditam que o declínio dos níveis de bactérias

benéficas no trato intestinal podem de fato marcar o início da doença degenerativa crônica. Já os

benefícios de um trato intestinal colonizado por probióticos incluem:

Colesterol reduzido.

Assistência na digestão dos carboidratos.

Ajuda na prevenção da constipação.

Inibição do câncer.

Proteção contra envenenamento alimentar.

Proteção contra úlcera do estômago.

Proteção contra intolerância à lactose e à caseína.

Fim de alergias e intolerâncias alimentares diversas.

Imunidade reforçada.

Proteção contra muitas bactérias, vírus e fungos.

Page 68: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Proteção contra o crescimento desequilibrado do fungo Cândida (candidíase).

Prevenção e correção de constipação e diarréia, ileíte, colite, síndrome do intestino

irritável e uma enorme gama de disfunções do trato digestivo.

Melhoramento na saúde e na aparência da pele.

Melhor nutrição pela capacidade melhorada de absorver os nutrientes, assim como pela

sintetização interna de vitaminas do complexo B e da vitamina K.

Proteção contra vaginite e infecção por fungos.

Eliminando os invasores patogênicos e produzindo bioquímicos que fortalecem a

imunidade, como fatores de transferência e a lactoferrina, as bactérias benéficas são

responsáveis por 60-70% da atividade de seu sistema imunológico.

Em resumo, os probióticos são como hóspedes muitíssimo cuidadosos, que ajudam a manter

limpo, forte e protegido o seu hospedeiro. E não há como não receber hóspedes – ou você está

cheio de bons hóspedes, ou você está cheio de baderneiros que não tem nenhum respeito pelo

seu equilíbrio interior e ocasionalmente resultarão na decomposição de seu sistema biológico.

Probióticos e o Apêndice

Para finalizar, existe um ponto curioso que recentemente veio

à luz.

Um novo estudo encontrou uma potencial conexão entre o

apêndice e as bactérias benéficas do trato intestinal. Ao que

parece, o apêndice não é tão inútil quanto os médicos

tradicionais afirmaram por todos estes anos. De fato, é

provável que em certo momento os médicos descubram que

não existe nada “inútil” na criação do corpo biológico, e que

todas as partes têm alguma função importante, ainda que

obscura.

De acordo com William Parker, Ph.D., professor-assistente de

cirurgia experimental, "Ainda que não haja nenhuma certeza

absoluta, a abundância de evidência circunstancial nos dá uma

forte indicação de que o papel do apêndice é servir como um abrigo para as boas bactérias para

que estas possam ali viver em segurança até que sejam necessárias." Em outras palavras, parece

que o apêndice humano serve como um “bunker” para que as bactérias benéficas mantenham

uma reserve de contingência para quando seja necessário que estas re-inoculem o cólon em

eventos quando o conteúdo do cólon é purgado na sequência de uma exposição a patogênicos.

Por exemplo, repovoando o intestino no evento de uma diarréia.

Além disto, novas pesquisas confirmam o fato de que num trato intestinal saudável as bactérias

benéficas são instrumentais na criação de um biofilme composto de micróbios, muco e

moléculas do sistema imunológico que cobrem a membrana do intestino, assim prevenindo que

as bactérias maléficas consigam afixar raízes. Como diz o Dr. Parke, “Nossos estudos indicaram

que o sistema imunológico protege e nutre as colônias de micróbios que vivem no biofilme.

Protegendo-os, os micróbios ruins não têm como se estabelecer. Também percebemos que este

biofilme é mais pronunciado no apêndice e sua prevalência diminui na medida em que nos

afastamos dele.”

Page 69: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Suplementando Probióticos

Daquilo que foi apresentado ficou claro que a possibilidade de uma suplementação com

probióticos seria altamente recomendável, com muitos estudos amparando seus benefícios.

A última palavra sobre o assunto é que para a vasta maioria das pessoas não pode haver saúde

verdadeira ou recuperação de doenças sem que se tenha colônias de mais de 100 trilhões de

microorganismos benéficos florescendo através do trato intestinal, ajudando na digestão e na

absorção, na produção de significantes quantidades de vitaminas e enzimas, potencializando o

sistema imunológico e trabalhando para suplantar as bactérias danosas. Resumindo –

suplementação com um bom probiótico é essencial para fortalecer os alicerces da saúde.

A questão então é: como fazê-lo? Como acrescentar na dieta alimentos que ajudem a repovoar a

flora intestinal com diversos tipos de bactérias benéficas?

A primeira medida é acrescentar ao máximo alimentos vivos, alcalinizantes e orgânicos, pois

estes carregam do solo as boas bactérias consigo, além de fornecerem os elementos que nutrem

as boas bactérias já estabelecidas e tornam o ambiente do trato intestinal favorável para seu

florescimento. Alimentos cozidos, irradiados, esterilizados por irradiação, ou de alguma outra

forma, perdem estes benefícios. Não é só a vida de dentro do alimento que se destrói com o

cozimento, mas a vida de fora também. Especialistas como David Wolfe afirmam que, num

ambiente natural e orgânico, somente bactérias benéficas se desenvolvem no interior e na casca

de frutas, folhas, etc.

A segunda medida é suplementar com uma boa

fórmula probiótica, algo absolutamente essencial para

a saúde intestinal em longo prazo e também para o

controle de parasitas em longo prazo.

Podemos fazer isto através de cápsulas de probióticos,

de alimentos fermentados, ou da melhor opção: a

junção das duas possibilidades.

Page 70: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Alimentos Fermentados

Ao longo da história da humanidade, diversas culturas perceberam que alguns alimentos,

quando fermentavam, manifestavam culturas benéficas, que traziam consigo efeitos benéficos.

Iogurte, Kefir e chucrute são alguns exemplos de alimentos, provenientes de culturas diversas,

que trazem consigo a reputação de aperfeiçoar processos digestivos e com isto melhorar a saúde

e promover a longevidade.

Alimentos fermentados são excelentes, mas nos dias de hoje temos ferramentas melhores e mais

eficazes no intuito de colonizar o trato intestinal. Estas são as fórmulas com probióticos,

manipulados com tecnologia avançada para assegurar pureza e qualidade.

Kefir (excelente), Rejuvelac (não recomendado), Yogurte (somente o caseiro), Chucrute (jamais

o industrializado) e outras formas de alimentos fermentados são bons e ajudam, mas correm o

risco de não carregarem em sua composição apenas as bactérias benéficas, algo que não ocorre

quando utilizamos uma fórmula de probióticos. O ideal, quando optamos por utilizar os

fermentados, é iniciar a cultura com uma cápsula de probióticos de alta qualidade, abrindo-a e

despejando o conteúdo em pó na base que desejamos fermentar.

Explicando melhor: em uma cápsula de probióticos de alta qualidade devem constar várias

espécies benéficas (devidamente selecionadas para não competirem entre si), como

Acidophilus, Bifidobacterium, L. Salivarius, L. Plantarum, L. Rhamnosus, etc. Se você tomar

um alimento fermentado qualquer (de boa qualidade), você raramente encontra mais do que

duas espécies de probióticos. Inocular uma base com uma cápsula é um meio muito eficaz de

garantir que o alimento fermentado contenha a biodiversidade ideal para colonizar sua flora

intestinal.

Ademais, a vantagem de fermentar um alimento com uma cápsula ao invés de simplesmente

tomar a cápsula é que isto irá potencializar em muito o efeito dos probióticos, pois estes terão as

condições para crescer e se multiplicar no meio escolhido antes de adentrar seu organismo.

Assim, ao invés de ingerir alguns milhões de microorganismos em uma cápsula, você pode

ingerir bilhões deles em uma única colherada de alimento fermentado. Fermentando com

cápsulas você potencializa o efeito de inoculação e economiza dinheiro, pois probióticos de alta

qualidade não são exatamente baratos e fermentando com eles você precisa de menos cápsulas.

Page 71: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Fermentar com probióticos otimiza a ação dos probióticos e mais: cria receitas que podem ficar

muitíssimo saborosas.

Existem vários meios que podem ser utilizados como base de cultura. A mais simples opção é a

água de coco. Simplesmente abra um coco, transfira sua água para um recipiente de vidro bem

limpo, despeje o conteúdo de uma cápsula de probióticos, guarde o recipiente coberto com um

pano em um local escuro e morno (como um armário, por exemplo) e aguarde algumas horas

(entre 3 a 6, aproximadamente, ou até que o aroma e o aspecto da água se transforme. É

perceptível quando está fermentado.). Beba puro ou crie saborosos e requintados drinks,

utilizando gengibre, especiarias e/ou frutas diversas. É realmente algo especial.

Existem, claro, outras possibilidades. Você pode utilizar vegetais fatiados ou ralados para criar

“pickles” (conservas) saudáveis. O procedimento é semelhante ao da água de coco, basta ralar

os vegetais escolhidos (cenoura, repolho, gengibre ou o que parecer mais interessante) e

acrescentar um pouco da água de coco já fermentada, ou começar do zero utilizando um pouco

do sumo dos vegetais ralados. Depois de algumas horas (entre 5 a 24, dependendo do vegetal),

você percebe que estes se tornam macios, pré-digeridos pelos microorganismos, com sabor

acentuado de conserva. Os orientais chamam isto de Kim-Chee. Uma colherada de algo assim

antes de uma refeição ajuda a digerir qualquer coisa, pois fortalece o fogo digestivo com sua

acidez e fornece enzimas digestivas, além dos preciosos microorganismos.

Finalmente, existe a sensacional possibilidade dos iogurtes e queijos feitos de amêndoas,

castanhas, nozes ou coco. O procedimento, muito semelhante aos demais, consistem em

acrescentar probióticos em pastas ou cremes feitos a partir destes oleaginosos (préviamente

demolhados e escorridos). Algumas horas depois (entre 4 a 6) obtemos aquele desejável aroma

fermentado do iogurte ou do queijo.

Sim, os benefícios do iogurte tradicional não são originados do leite, mas dos probióticos.

Assim, escolhendo uma base vegetal de qualidade, como as amêndoas, é possível obter um

queijo deliciosamente aromático e nutritivo, de fácil digestão (pois foi pré-digerido pelos

probióticos) sem ter que incomodar a doce vaquinha.

Já existem pessoas bem escoladas na fina arte de preparo de queijos de sementes. Tive a

oportunidade de degustar um roquefort feito de macadâmias que era melhor que o original. Isso

mostra que é mais do que possível evoluir a qualidade da origem dos ingredientes que compõem

a nossa alimentação sem com isto abrir mão dos prazeres do paladar.

Como precaução, ouça o conselho de seus sentidos (em especial o olfato) e, caso perceba que

algo fermentou demais e/ou passou do ponto, devolva esta cultura à terra e comece de novo com

um novo lote de probióticos. Se sentir que está forte, mas que ainda está comestível, não

exagere na quantidade. Lembre-se de que estes microorganismos se multiplicam com enorme

velocidade, e que em uma colherada pode haver bilhões deles. Um excesso de probióticos pode

gerar reações adversas, portanto é bom começar aos poucos, aclimatando o organismo. Mesmo

algo essencialmente benéfico como o sol, quando tomado em excesso, pode gerar queimaduras.

Propriedades de Alguns Probióticos

L. Acidophilus reside primariamente no intestino delgado e produz uma variedade de

poderosos compostos antimicróbicos (incluindo acidolina, acidophilina, lactocidina, e

bacteriocina). Estes compostos podem inibir o crescimento e a capacidade de produção de

toxinas de 23 patógenos causadores de doenças, entre eles os estafilococos. Além de reduzir o

crescimento de tumores e efetivamente neutralizar ou inibir subst6ancias carcinogênicas. L.

Page 72: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Acidophilus é também a bactéria benéfica principal em um trato vaginal saudável, e sua

ausência é associada a uma série de infecções.

A Bifidobacteria, que reside principalmente no intestino grosso, beneficia o corpo de diversas

maneiras. Ela:

Consomem matéria fecal envelhecida.

Tem a habilidade de remover elementos formativos do câncer, ou as enzimas que levam

à sua formação.

Protegem contra a formação de tumores no fígado, no cólon e nas glândulas mamárias.

Produzem uma variedade e uma quantidade substancial de vitaminas do complexo B.

L. Salivarius ajuda a digerir comida no trato intestinal e faz com que os nutrientes vitais se

tornem mais assimiláveis. Ela também ajuda a comer material fecal incrustada nas paredes

de todo o cólon. Auxilia no reparo do trato intestinal fornecendo enzimas e nutrientes

essenciais e adere às paredes do intestino, formando uma matriz viva que ajuda a proteger a

mucosa.

L. Plantarum tem a capacidade de eliminar milhares de espécies de vírus e bactérias

patogênicas, removendo com facilidade a E. Coli do trato intestinal.

L. Salivarius e L. Plantarum funcionam muito bem em conjunto, pois enquanto a primeira

ataca primariamente bactérias, a segunda tem como alvo primário os vírus.

L. rhamnosus é um poderoso fortalecedor imunológico, estimulando a capacidade do corpo

de destruir invasores em até três vezes a atividade normal, além de aumentar a circulação

deanticorpos em níveis até oito vezes superiores. Suplementação com este probiótico foi

associada com a prevenção e alívio de quase tudo, desde alergias alimentares, passando por

diarréia e constipação, até mesmo doença inflamatória do cólon.

Outras bactérias amigas importantes que você pode encontrar em uma boa fórmula incluem:

Streptococus Termophilus, L. Bulgaricus, B. Longum e L. Casei.

Page 73: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Prebióticos: Alimento para Probióticos

Conforme mencionado acima, é importante fazer uso de uma alimentação adequada, rica em

Prebióticos (alimento para os probióticos). Estes nutrem a boa flora e aumentam a eficácia

de nossos micro amigos.

Dentre as melhores fontes de prebióticos encontramos os seguintes alimentos: Aloe Vera,

folhas verdes (especialmente couve, folhas de brócolis, de couve-flor, dente de leão e

outras), cebola crua, linhaça, banana, frutinhas (amora, framboesa e outras “berries”), aveia

e outros cereais integrais.

Um destaque especial para a Chlorella, que tende a aumentar em quatro vezes a velocidade

de multiplicação das bactérias benéficas no organismo.

Notas Finais

Comer iogurte (a menos que você prepare o seu próprio em casa) não ajuda muito, na

verdade. Além dos malefícios do leite de origem industrial, as bactérias utilizadas para

preparar o iogurte (L. bulgaricus e S. thermophilus) não são as bactérias chave, ainda

que sejam de alguma forma benéficas. Porém, o que acontece com a maior parte dos

iogurtes industrializados, além da péssima qualidade de sua matéria prima, é que a

coagulação não acontece por meio de probióticos, mas de agentes químicos.

Ainda mais importante: muito do iogurte vendido em lojas é pasteurizado depois de

pronto para aumentar sua vida de prateleira, o que simplesmente mata todos os

lactobacilos benéficos. Se na etiqueta não diz “culturas vivas e ativas”, não se engane.

É só um creme de leite simples.

Uma dieta rica em carboidratos complexos, como frutas, cereais integrais e vegetais

promovem o crescimento de Bifidobacteria no intestino grosso. Consumo intenso de

Page 74: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

carne faz exatamente o oposto e, de fato, promove o crescimento de E. Coli. Se você

ainda come carne, reduza o consumo para, no máximo, três vezes por semana.

Evite antibióticos se possível. Caso as circunstâncias tornem isto algo inevitável,

assegure-se de repor a flora intestinal imediatamente na sequência da carga de

antibióticos. Recolonize o seu sistema com os bons soldados antes que o inimigo

tenham chance de tomar o lugar deles. Lembre-se de que se você não suplementar com

boa bactéria, as bactérias ruins irão provavelmente tomar conta e você sofrerá os

temíveis sintomas da disbiose.

Finalmente, beber água com cloro (proveniente de filtros) ou comer carne e/ou

laticínios produzidos com antibióticos tiram todo o sentido de qualquer esforço em prol

da saúde.

Page 75: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Soja: a Verdade por trás do Mito

A soja está na moda. Estrela de capa de revista, onipresente nas prateleiras de lojas de produtos

“naturais”, recomendada com louvor por médicos e nutricionistas. Muitos que se propõem a

melhorar a qualidade do que comem começam por acrescentar seus derivados em sua dieta, de

fato acreditando que estão fazendo escolhas mais saudáveis. Atualmente, a percepção geral do

público é a de que qualquer coisa que contenha soja é saudável.

Infelizmente isso não é bem verdade. Toda esta propaganda que promove a soja como um

“alimento milagroso” é apenas mais uma armadilha da indústria alimentícia. Afinal, a indústria

da soja é tão grande quanto à indústria do leite (que o promove como “fonte essencial de

cálcio”) e a indústria da carne (que a promove como “fonte essencial de proteínas”), e dispõe de

grande orçamento para patrocinar estudos e publicidade para colocar a leguminosa em alta.

Promovida como uma alternativa “mais do que saudável” para o leite e para a carne, a soja hoje

é adicionada em quase tudo. Biscoitos, macarrão, salgadinhos infantis, fórmulas nutricionais

para bebês, bebidas prontas, suplementos para atletas... Parece que adicionar soja entre os

ingredientes é bom negócio. O consumidor realmente acredita optar por algo melhor quando lê a

palavra mágica “soja” entre os ingredientes.

Não é a primeira vez que a indústria se aproveita do pouco estudo do consumidor e pincela a

realidade com toques de fantasia. Neste caso, porém, a dimensão da “fábula” se tornou

realmente enorme e se fala até mesmo em “milagre da soja”. Já passa da hora da verdade ser

dita. E a verdade é que, a menos que seja preparada da maneira correta, a soja é um

veneno para a delicada bioquímica do corpo humano.

Page 76: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Sabedoria Ignorada

A soja foi utilizado como alimento pela primeira vez durante a

antiga dinastia Chou (1134-246 AC), somente após esta

cultura ter aprendido a transformá-la em algo biodisponível

através do processo de fermentação, o que fez surgir

alimentos como o missô, o tempê, o nattô e o tamari. A soja

era então, utilizada apenas como condimento e em pequenas

quantidades, como é até hoje nas culturas tradicionais. Nunca

foi utilizada como substituto para alimentos de origem animal

e nem mesmo da maneira excessiva como tem sido propagada

nos dias de hoje pela cultura ocidental.

A sabedoria dos antigos compreendia que a soja que não é

preparada devidamente é altamente indigesta. Algo que foi

ignorado por aqueles que propagam o uso irrestrito da soja, na

forma do grão integral cozido, na forma de “carne” ou “leite”

de soja e nas inúmeras formas de soja não-fermentada,

desnaturada pelo calor excessivo e/ou pressão, tratada com

químicos, fracionada ou coagulada para se transformar em

tofu ou até mesmo geneticamente modificada para ser

resistente a pragas e, portanto, fornecer maior lucratividade

por metro quadrado.

O fato é que existe um elevado conteúdo de anti nutrientes na soja que não é devidamente

preparada. Anti nutrientes são substâncias que interferem com a absorção de nutrientes e seu

consumo freqüente conduz a deficiências crônicas de minerais. Na soja se concentram

substâncias como o ácido fítico e alguns inibidores enzimáticos que bloqueiam a ação da

tripsina (uma importante enzima vital), dentre outras enzimas essenciais. Estes inibidores são

proteínas resistentes que retém sua configuração mesmo quando cozidas por longos períodos.

Quando ingeridas, estas substâncias produzem desarranjo gástrico, redução na capacidade de

digestão das proteínas e deficiências crônicas de aminoácidos.

Os chineses sabiam disto e, portanto, só consumiam a soja fermentada. A fermentação,

realizado por microorganismos benéficos (probióticos), pré digere a proteína em aminoácidos e

inativa tanto os inibidores enzimáticos quanto os anti nutrientes. Desta forma a soja se

transforma em um alimento altamente biodisponível, apta ao consumo humano. Se a soja não

for preparada desta maneira bem específica, ou seja, por fermentação lenta, o melhor é evitá-la.

A soja contém naturalmente fito estrógenos, substâncias que mimetizam a ação do hormônio

estrogênio dentro do corpo humano. Quando você ingere uma pequena quantidade destas

substâncias o corpo se adapta sem alterações, mas em excesso estes fito estrógenos causam

desequilíbrio hormonal. Acontece que, além do hábito ocidental de consumir a soja em

quantidades excessivas, a absoluta maioria da soja disponível é geneticamente modificada. A

soja geneticamente modificada contém muito mais fito estrógenos do que a soja natural. Seu

consumo agride o equilíbrio hormonal e pode conduzir à puberdade prematura e a uma série de

doenças relacionadas ao excesso de estrogênios no decorrer da vida. Pesquisas ainda pouco

divulgadas (afinal, não contribuem para a lucratividade da indústria) demonstraram que o uso de

soja nas fórmulas de nutrição para bebês pode causar danos irreversíveis em seu sistema

nervoso. A sugestão é não consumir produtos geneticamente modificados de qualquer espécie, e

no caso da soja isto é particularmente difícil.

Page 77: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Proteína Vegetal Texturizada: Resíduo Industrial

`

A proteína isolada da soja, presente em suplementos para atletas e em diversos alimentos

industrializados, assim como a proteína vegetal texturizada, ou carne de soja, são, sem exagero,

venenos tóxicos para o sistema biológico humano.

É importante lembrar que nem todos os venenos matam na primeira dose. Porém, assim como

os refrigerantes, os refinados e as frituras, esses derivados industriais da soja são agressivos e

anti naturais para o sistema e contribuem para o desequilíbrio da ecologia interior. Ainda que o

organismo seja equipado com uma exímia capacidade de expulsar toxidade, a cada vez que você

escolhe ingerir algo inadequado está desnecessariamente desgastando o mesmo, poluindo sua

bioquímica interior e ofendendo a Natureza que vive dentro de você. Ainda que sua

sensibilidade possa não estar vívida o suficiente para perceber esta realidade.

O que faz com que estas substâncias sejam tão nocivas é justamente a sua natureza altamente

processada. Para produzir a proteína isolada de soja, os grãos da leguminosa são primeiramente

moídos e depois mergulhados em solvente químico de petróleo, com o objetivo de extrair os

óleos naturais do grão. O resíduo desta mistura, que é na verdade a sobra do processo

industrial de extração do óleo é então misturado com açúcares e com uma solução alcalina

(também química) para remover qualquer fibra. A massa resultante é então precipitada e

separada utilizando uma lavagem ácida, feita geralmente em enormes tanques de alumínio. O

ácido faz com que o alumínio se dissolva das paredes dos tanques e se concentre na soja. De

fato, a proteína isolada de soja pode ter até 100 vezes o conteúdo de alumínio que se encontraria

nos grãos in natura. Finalmente, o que sobra é neutralizado em uma solução alcalina e depois

desidratado em altas temperaturas para produzir um pó protéico.

O resultado final é um pó que é tão artificialmente desnaturado que se transforma em veneno.

Mesmo assim, a maioria dos anti nutrientes presentes naturalmente na soja resistem e

permanecem em seu conteúdo. Seu corpo é incapaz de utilizar a proteína isolada da soja de

qualquer forma; o que ele faz é simplesmente tentar eliminá-la do sistema o mais rápido

possível.

Proteína vegetal texturizada, ou PVT, a famosa “carne de soja” não é nada mais do que proteína

isolada de soja que foi compactada através de um processo industrial de elevada pressão e

temperatura. Tão venenosa quanto o isolado de proteína de soja, se não mais, porque esta é

muitas vezes adicionada de corante caramelo, substância reconhecidamente cancerígena, e o

famigerado realçador de sabor glutamato monossódico, um dos piores venenos que o ser

humano pode colocar para dentro de seu templo biológico.

Page 78: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Assim sendo, uma maneira de medir os critérios de qualidade de um restaurante que se

denomina natural é verificar se este oferece a tal “carne de soja”, ou proteína vegetal texturizada

(PVT) em seu cardápio. Pratos como “Strogonoff de carne de soja”, carne de soja refogada,

kibe, coxinha ou pastel de carne de soja, molho bolognesa com carne de soja e outras opções

semelhantes são uma clara demonstração de que os responsáveis pela elaboração do cardápio

carecem de um tanto mais de estudo, uma vez que estão se propondo a oferecer opções de

alimentos naturais que contribuem para a saúde das pessoas.

Naturalmente, os critérios das grandes indústrias alimentícias não são muito melhores e portanto

é recomendável que você adquira o hábito de ler o rótulo daquilo que você está habituado a

comprar e evite tudo aquilo que contenha proteína isolada de soja ou proteína vegetal

texturizada em sua composição. Eles estão adicionando isto em tudo hoje em dia, especialmente

naquilo que tem como meta atingir o nicho de mercado “natural e saudável”. Uma grande

mentira, é claro, pois como foi demonstrado não pode haver coisa tão distante do natural e do

saudável.

Um apelo especial às mães: não dê aos seus bebês qualquer coisa que contenha proteína isolada

de soja ou PVT, nem mesmo fórmulas feitas com extrato de soja ou leite de soja. Leite de soja é

altamente indigesto e carrega em sua composição todos os anti nutrientes e toxinas advindas do

processo de industrialização.

Consideremos o processo envolvido no feitio do leite de soja. Primeiramente, com o objetivo de

remover alguns dos anti nutrientes (mas não todos), os grãos da soja são mergulhados em uma

solução alcalina. Esta mistura é então cozida em panelas de pressão gigantescas, algo que

desnatura a proteína da soja a tal ponto que a torna algo muito difícil para o corpo digerir. A

solução alcalina em que os grãos ficam de molho deixa neles um carcinogênico (cancerígeno)

chamado lisinealina.

Portanto, se é absolutamente necessário beber leite de alguma espécie, que seja o leite de

amêndoas, de gergelim, de coco, de castanhas, de nozes, de girassol, de linhaça, de quinua ou,

em último caso, de arroz.

Page 79: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Tofu: Só em pequenas quantidades

Mesmo produtos fracionados da soja como o tofu trazem consigo alguns inconvenientes, pois

herdam os anti nutrientes e inibidores enzimáticos, ainda intactos em sua maioria. O processo de

feitio do tofu de fato reduz parte do conteúdo de anti nutrientes, mas muito deste conteúdo

permanece. O ácido fítico permanece intacto.

Tofu é uma adição bem recente às culturas orientais, e mesmo lá ele é utilizado apenas como

condimento, em quantidades moderadas.

A tragédia é que os produtos de soja estão sendo promovidos atualmente em escala sem

precedentes, e as pessoas induzidas a pensar que são alternativas saudáveis para o dia-a-dia.

Médicos e nutricionistas que não se dedicam a se aprofundar neste estudo passam adiante as

informações patrocinadas pela indústria multibilionária que financia estudos dúbios para

incentivar as vendas. O problema é especialmente significativo para aquelas pessoas que,

sensibilizadas com o absurdo que é a indústria do sofrimento animal, optam por não mais

ingerir carne, derivados de leite e ovos e recebem a informação de que precisam suplementar as

necessidades de proteína através da soja, passando assim a consumir derivados da leguminosa

com freqüência e em grande quantidade.

Em 2003 foi feita uma pesquisa, extensamente divulgada pelo Dr. John McDougall, MD, que

demonstrou que os fatores de estimulação hormonal da soja podem acelerar em até 69% (30%

a mais que os temíveis laticínios) o crescimento de células cancerosas e tumores através da

estimulação exagerada de um fator corporal denominado IGF-1 (Insulin Growth Factor).

Somente este fator seria significativo o suficiente para despertar um alerta em relação ao

desmedido consumo de soja que tem acontecido. Como vimos, entretanto, este está longe de ser

o único.

Os únicos produtos de soja recomendáveis são aqueles elaborados a partir da fermentação da

mesma, tais como o missô, o tamari, o tempê e o nattô, os quais devem ser originados de grãos

orgânicos, e não modificados geneticamente. Tofu não deveria ser usado como substituto para a

carne, mas, no máximo, ingerido em pequenas quantidades, como um condimento, assim como

fazem as culturas asiáticas que deram origem a ele.

Page 80: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

MITOS E VERDADES SOBRE A SOJA

(Fonte: Fundação Weston Price)

Mito: Culturas asiáticas consomem grandes quantidades de soja.

Verdade: O consumo médio de soja no Japão e na China é de 10 gramas

(aproximadamente 2 colheres de chá) por dia. Asiáticos utilizam a soja em pequenas quantidades, como condimento, e não como substituto para a proteína animal.

Mito: A soja fornece proteína completa.

Verdade: Como todas as leguminosas, a soja é deficiente em aminoácidos sulfurosos com a Metionina e a Cistina. Além disso, o processamento industrial desnatura a frágil Lisina.

Mito: Alimentos fermentados de soja pode fornecer a vitamina B12 para

suprir as necessidades de dietas vegetarianas.

Verdade: O composto que lembra a vitamina B12 presente na soja não pode ser utilizado pelo corpo humano. De fato, alimentos provenientes da

soja causam ao corpo uma necessidade maior de B12.

Mito: A fórmula nutricional para bebês feita de soja é saudável.

Verdade: Os inibidores enzimáticos da soja afetam a função pancreática. Dietas com elevado teor de tripsina, quando testadas em animais, levaram

a uma paralisia do crescimento e desordens do pâncreas. Soja aumenta a necessidade de vitamina D do corpo, necessária para o fortalecimento dos

ossos e para o desenvolvimento em geral. O ácido fítico também reduz a absorção do ferro e do zinco, igualmente importantes para o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. E a megadose de fito

estrogênios na fórmula infantil de soja tem sido implicada como um dos fatores da tendência do desenvolvimento sexual prematuro das meninas e

do retardamento do desenvolvimento sexual dos meninos.

Mito: Derivados de soja podem ajudar a prevenir a osteoporose.

Verdade: Derivados de soja podem causar deficiências em cálcio e em vitamina D, ambos necessários para a saúde dos ossos.

Mito: Derivados de soja protegem contra diversos tipos de câncer.

Verdade: Um estudo feito pelo governo britânico relatou que não existe

qualquer evidência que a soja protege contra câncer de mama ou qualquer outro tipo de câncer. De fato, derivados de soja podem resultar num aumento do risco de câncer.

Page 81: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Mito: Derivados de soja protegem contra doenças de coração.

Verdade: Em algumas pessoas, o consumo de soja irá reduzir o colesterol,

mas não há qualquer evidência que as doenças do coração estejam ligadas ao aumento do colesterol.

Mito: O fito estrogênio da soja (isoflavona) é saudável.

Verdade: As isoflavonas são agentes que rompem o equilíbrio do sistema

endócrino. Acrescentados na dieta, podem prevenir a ovulação e estimular o crescimento de células cancerígenas. Apenas 30 gramas (4 colheres de

sopa) de soja por dia pode resultar em hipotireoidismo com sintomas de letargia, constipação, ganho de peso e fadiga.

Mito: Derivados de soja são bons para as mulheres em seus anos pós-

menopausa.

Verdade: Derivados de soja podem estimular o crescimento de tumores devido ao seu teor elevado de estrogênio, além do já mencionado déficit no funcionamento da tireóide. Uma tireóide debilitada é associada com

dificuldades na menopausa.

Mito: Os fito estrogênios da soja podem melhorar a capacidade cerebral.

Verdade: Um estudo recente revelou que as mulheres com a maior quantidade de estrogênio em seu sangue apresentavam os menores níveis

de função cognitiva. O consumo de tofu é relacionado com o crescimento da ocorrência da doença de Alzheimer em descendentes de japoneses.

Mito: A soja é boa para a sua vida sexual.

Verdade: Diversos estudos demonstraram que derivados da soja causam

infertilidade nos animais. O consumo da soja estimula o crescimento dos cabelos em homens de meia idade, algo que indica redução nos níveis de

testosterona. Donas de casa japonesas alimentam seus maridos consistentemente com tofu quando querem reduzir sua virilidade.

Mito: A soja é boa para o meio ambiente.

Verdade: A maior parte da soja cultivada hoje em dia é geneticamente

modificada, o que amplia o uso de pesticidas e polui a biosfera.

Mito: O cultivo da soja é um auxílio para os países subdesenvolvidos

Verdade: Em países de terceiro mundo, o cultivo da soja toma o lugar dos cultivos tradicionais e transfere o valor adicional do processamento da população para as corporações multinacionais.

Page 82: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Outros Tipos de Feijão também são como a Soja

Não é só a soja que tem os seus inconvenientes: todos os membros da família dos feijões

apresentam fatores de dificuldade para a digestão, a menos que sejam devidamente

preparados.

Qualquer tipo de feijão, a menos que ainda esteja verde dentro da vagem, também apresenta

inibidores enzimáticos e anti nutrientes em sua composição. A Mãe Natureza designou estes

anti nutrientes nos feijões para impedir que brotassem e crescessem antes que estivessem no

ambiente correto.

Além da questão dos inibidores e anti nutrientes, o tipo de proteína que se encontra em um

feijão maduro é difícil de ser quebrado pelo sistema digestivo, fato que normalmente resulta em

um processo digestivo incompleto, onde fermentações ocorrem no tubo digestivo. Por isso é tão

comum ter gases depois de comer feijão.

De fato, assim como é em relação à soja, para qualquer feijão se tornar idealmente leve e

digestivo é necessário que antes este seja deixado de molho de um dia para o outro. Na manhã

seguinte, os grãos devem ser lavados e deixados em repouso sobre uma peneira. Os grãozinhos

inchados recebem da água a mensagem de que podem então despertar para a vida e iniciar seu

processo de germinação.

Page 83: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

No processo de germinação, a semente dormente inicia uma série de transformações que

inativam os inibidores e anti nutrientes e pré digerem a proteína. O ideal é manter os feijões

sempre úmidos, enxaguando-os duas vezes por dia até que estejam completamente brotados,

num processo que pode levar em média 72 horas, dependendo do tipo do feijão. Os brotos são a

forma mais leve de aproveitar os nutrientes deste tipo de alimento.

Alguns feijões podem ser apreciados na forma de brotos crus, como é o caso do azuki, do

moyashi (imagem acima) e das lentilhas, desde que tenham sido brotados por pelo menos 72

horas. Caso tenham sido apenas parcialmente brotados (ou seja, por menos do que 72 horas), o

ideal é cozê-los lentamente para desativar o que resta de suas substâncias indesejáveis.

Page 84: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

No caso dos outros tipos de feijões (incluindo a soja, o roxinho, o grão de bico e todos os

demais) o processo para o aproveitamento ideal de sua nutrição é primeiro germiná-los por 48

horas, para depois cozinhar. Os brotos podem então ser transformados em pasta e finalmente

fermentados lentamente a partir de probióticos benéficos. Desta forma obtém-se missô, um

condimento pré digerido que é livre de qualquer tipo de inibidor enzimático ou anti nutriente e

ainda um suplemento de bactérias benéficas ao organismo. Sim, pode-se obter o missô de feijão

azuki, lentilhas e outros feijões diversos. Esta é a forma ideal de consumo de qualquer tipo de

feijão.

Os feijões mencionados acima (moyashi, azuki e lentilhas) são os de digestão mais fácil e leve,

portanto os mais recomendáveis para consumo freqüente (desde que preparados devidamente).

Feijões mais densos como o preto ou o roxinho deveriam ser deixados para ocasiões ao invés de

fazer parte da dieta do dia-a-dia. Grão de bico é um exemplo de um feijão bem denso, que a

menos que seja preparado a contento (germinado e depois cozido) deveria ser evitado. Outros

feijões de difícil digestão são o feijão branco e o feijão fava, ambos ricos em toxina

hemaglutinina, assim como o são o roxinho, o jalo e diversas outras variedades, algo que

inviabiliza seu consumo em estado cru.

O Feijão Nosso de Cada Dia

Culturalmente os feijões são ingredientes consagrados da culinária do Brasil e de diversas partes

do mundo. O prato mais famoso da culinária brasileira é a Feijoada, e o arroz com feijão

considerado como a estrutura nutritiva de toda uma nação.

A pergunta que fica é: será que um ingrediente que requer tantos métodos de transformação para

ser consumido sem problemas deveria ser considerado um alimento tão essencial assim? Os

melhores alimentos são aqueles que a Natureza fornece já prontos: folhas verdes, frutas

silvestres. Estes sim devem ser consumidos com freqüência abundante.

Tudo o que você pode encontrar nos feijões você também encontra em outros alimentos, sem as

desvantagens e com muito mais facilidade de preparo. Ferro, magnésio, proteínas, molibdênio...

estes e outros nutrientes você encontra suficientemente nas folhas verde escuras, sem dúvida a

fonte de alimento mais abundante, rica e medicinal deste planeta. Um belo e consistente suco de

folhas verdes, acompanhado de outros ricos e nobres elementos dietéticos como, por exemplo, a

semente de linhaça, supre tudo o que você pode obter nos feijões, sem lhe deixar pesado e com

o pensamento lento, muito pelo contrário.

Page 85: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

É importante lembrar que quanto mais leve e de fácil digestão é uma refeição, melhor, mais

dinâmico e capaz de realizar qualquer coisa você se sentirá nas próximas horas.

Os antigos membros da escola do sábio Pitágoras observavam a total abstenção de feijões em

geral, assim como faziam com a carne, pois estes eram considerados “alimentos impuros” e de

difícil digestão, responsáveis pelo embotamento do intelecto e das percepções sutis.

Para concluir, feijões, desde que preparados dentro dos critérios descritos, podem muito bem

fazer parte de uma dieta leve e saudável, porém não são absolutamente necessários. Existem

fontes mais leves, mais digestivas e de preparo mais simples para se obter os importantes

nutrientes. Se ainda assim escolher os feijões como fonte de nutrientes, lembre-se de germiná-

los por alguns dias antes de cozinhar. Faz uma enorme diferença, e você certamente terá menos

gases.

Finalmente, uma das mais agradáveis formas de se apreciar os feijões é através de suas vagens.

Neste estado ainda se encontram livres de inibidores enzimáticos, anti nutrientes ou

hemaglutininas. Tudo o que requerem é um rápido cozimento no vapor.

As vagens, ou feijões imaturos, são normalmente muito menos apreciadas do que merecem.

Riquíssimas em vitamina K, vitamina C, vitamina A, manganês, fibras, potássio, ácido fólico,

ferro, triptofano, proteínas e até mesmo ômega 3 (algo que não se encontra no feijão maduro),

as vagens não são apenas práticas, leves e nutritivas, mas também deliciosas se preparadas a

contento.

Uma forma sensacional de saborear este vegetal é usá-lo como substituto para a massa de

macarrão penne. Selecione vagens novas, frescas e firmes, lavando-as bem e cortando a base

com o cabo. Em seguida, faça dois cortes em diagonal, cortando cada vagem num formato

semelhante ao penne. Cozinhe no vapor por dez minutos, ou até que fique ao dente. Cubra com

o molho de sua preferência (evite os enlatados industrializados e prefira os orgânicos,

especialmente os caseiros) e saboreie esta delícia nutritiva, sem glúten e sem excesso de

carboidratos!

Page 86: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Super Alimentos

Dentre os muitos tesouros alimentícios que a Natureza produz em seu Jardim Terrestre, existem

aqueles que são especiais. São os chamados Super Alimentos e recebem este título por seu

conteúdo densamente nutritivo e medicinal, além de propriedades exclusivas.

Laranja, maçã, abacate, alface e rúcula são exemplos de alimentos muito bons e importantes,

mas aqui disserto sobre uma classe de nobres alimentos que são especialmente capazes de elevar

sua qualidade de vida. Os Super Alimentos são riquíssimos em fito nutrientes, minerais,

vitaminas e outros elementos importantes, podendo ser utilizados para preencher carências

nutritivas causadas por dietas empobrecidas. É o que de melhor você pode oferecer como

combustível ao seu corpo.

Em cada região do globo encontramos alguns tipos de Super Alimentos. No Tibet encontramos

a frutinha avermelhada Goji, que contém 500 vezes mais vitamina C que a Laranja, todos os

aminoácidos essenciais, 21 tipos de minerais diferentes e uma substância que estimula as

glândulas a secretar o hormônio de crescimento, responsável por conservar a juventude do

organismo. Por isto, é usada há milênios por monges e yogues nas cordilheiras do Himalaia

como um alimento extensor da longevidade.

Com o mesmo intuito, apicultores da antiga União Soviética utilizam o Pólen de Flores,

considerado por muitos nutricionistas como o mais completo alimento da Natureza. O pólen

contém mais de 5000 enzimas diferentes, 18 tipos de aminoácidos, vitaminas diversas do

complexo B, incluindo a B12 (ativa para humanos), vitaminas A, C, D e E, Rutina, além de

minerais diversos e substâncias que se ajudam a reparar danos no DNA e RNA humano.

Apicultores de regiões remotas da Geórgia que fazem uso diário do pólen não raro ultrapassam

os 100 anos de vida.

Page 87: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Da Amazônia temos o Açaí, um dos maiores antioxidantes do planeta, e o Cacau, que foi

utilizado pelos antigos Astecas como alimento, dinheiro e até mesmo em rituais, como planta de

poder. No alto dos Andes nasce a Maca, uma raiz que tem o exato formato do sacro humano.

Sua incrível composição tonifica o organismo, regula os hormônios, fortalece os músculos, além

de lhe conferir capacidades especiais de adaptação ao stress e mudanças climáticas.

Mas é das águas que se originam aqueles que hoje são aclamados como os mais nobres e

completos alimentos do planeta: as Microalgas. Chlorella e Spirulina, organismos unicelulares

que foram as primeiras formas de vida a povoar este planeta. São as precursoras da vida,

responsáveis diretas pela criação da atmosfera.

O título de Super não é para menos. Para se ter uma idéia, a Spirulina contém 2300% mais ferro

do que o espinafre, 3900% mais beta caroteno do que as cenouras, 300% mais cálcio do que o

leite, 4500% mais antioxidantes do que o chá verde e 375% mais proteínas do que o Tofu!

No quesito proteínas, nada se equipara à Spirulina, a maior fonte de proteína do planeta! A

carne vermelha, considerada densamente protéica, não contém mais do que 22% de

aminoácidos, enquanto que a Spirulina é composta de nada menos que 65% aminoácidos,

incluindo todos os essenciais e não-essenciais! Por estes motivos o governo da Índia tem

financiado diversas fazendas aquáticas para a produção em larga escala desta Microalga que por

si só é capaz de aplacar a pobreza da desnutrição de toda a população da Terra.

Page 88: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Na mesma medida em que a Spirulina é capaz de fortalecer, a Chlorella é capaz de

desintoxicar. Além de ser a mais rica fonte de Clorofila da Terra (75%), a Chlorella tem a

capacidade especial de grudar em metais pesados e expulsá-los do organismo. Metais pesados

são substâncias que poluem o organismo, como o alumínio das panelas, o mercúrio dos

amálgamas dentários, o chumbo e o arsênico da poluição atmosférica de uma cidade como São

Paulo. Como se não bastasse sua exímia capacidade de desintoxicar os rins, o fígado, o cérebro

e todo o organismo humano, a Chlorella é ainda capaz de equilibrar o colesterol, destruir células

cancerígenas e ainda proteger contra a poluição radioativa. Qualquer um que viva nestes tempos

de intensa poluição ambiental e tenha condição para tal deveria fazer uso de algo tão especial.

Super Alimentos são os alimentos do futuro, já disponíveis hoje em dia como a maneira mais

simples, eficaz e natural de preencher deficiências nutritivas e potencializar a qualidade de vida

em todos os níveis.

Em outro anexo ofereço a descrição detalhada de alguns destes Super Alimentos para aqueles

que se interessarem por se aprofundar neste conhecimento.

Super Alimentos no Cotidiano

Quando você compreende o nível de riqueza dos Super Alimentos, fica simples compreender

que estes são os pilares da ciência do enriquecimento alimentar.

Adicionando alimentos tão nobres e ricos em sua dieta, o corpo fica tão satisfeito e bem nutrido

que a vontade de comer industrializados vai aos poucos diminuindo até desaparecer. Depois de

alguns dias se alimentando destes tesouros com regularidade, você percebe que seu apetite

diminui naturalmente e você passa a optar por menos quantidade de comida, o que é excelente

pois proporciona leveza e estende a longevidade (pesquisas diversas comprovam que quanto

menos você come, mais você vive).

Assim, muito mais eficaz e prático do que qualquer sistema complexo de alimentação, que

requer tempo na preparação de refeições específicas, a simples adição de Super Alimentos na

dieta é o primeiro e mais eficaz passo na escalada evolutiva dos hábitos alimentares.

Page 89: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Por exemplo: 10 mini comprimidos de Chlorella antes de cada refeição (junto com um copo de

água) nutrem o organismo com mais do que você encontraria em cinco pratos de salada, além de

proporcionar enzimas que ajudam a tornar mais leve o processo digestivo. A Chlorella ainda

serve como antídoto para certas substâncias nocivas, como os agrotóxicos, as gorduras rançosas

e a acrilamida, substância cancerígena que resulta do processo de assar, torrar ou fritar qualquer

tipo de amido.

Quando enfraquecido por uma jornada estressante (depois de um longo período num avião),

experimente a densidade nutritiva do Pólen ou da Goji, que tonificam as glândulas e ajudam a

revitalizar o corpo.

Ainda, quando estiver precisando sintonizar-se com a criatividade e focalizar seu poder mental,

faça uso do cacau in-natura, não-tostado, e perceba o efeito de suas 184 substâncias nutritivas

atuando em seu cérebro. Os Astecas não estavam brincando quando o denominaram “Alimento

dos Deuses”.

No caso das crianças, imagine como é muito mais simples (além de infinitamente mais

nutritivo) oferecer um suco acompanhado por cinco mini comprimidos de Spirulina do que

querer convencê-las a comer um prato de salada, ou de vegetais cozidos. Dê a elas um

pouquinho de Super Alimentos e repouse de suas preocupações.

Page 90: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Todos os grandes especialistas mundiais da área da Nutrição não deixam de recomendar a

adição de Super Alimentos como o que talvez seja a melhor e mais simples ferramenta para

sintonizar-se com a saúde e o bem-estar. A sugestão é que você faça o mesmo, experimentando

quais são os que melhor lhe servem e enriquecendo sua saúde biológica com o que há de melhor

neste planeta.

Como pesquisador da área há anos, tenho garimpado os melhores fornecedores de Super

Alimentos para que pudesse oferecer aos meus clientes a melhor qualidade pelo menor preço.

Caso a proposta lhe atraia, entre em contato através do telefone: (11) 9953-6595.

Page 91: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Pólen de Flores

Se a flor é o órgão sexual da planta, o Pólen é o sêmen do reino vegetal. Nele se concentram

uma enorme de elementos bioenergéticos que servem como precursores da vida.

Não é por acaso que grandes nutricionistas e pesquisadores ao redor do planeta intitularam o

pólen como “um dos mais nutritivos e completos alimentos existentes na Natureza”.

É dito que o pólen contém todos os elementos necessários para a sustentação da vida humana.

De acordo com a San Francisco Medical Research Foundation, estima-se que o pólen contenha

mais de 5000 tipos de enzimas e coenzimas diferentes, o que é mais do que qualquer tipo de

alimento existente. A alta quantidade de enzimas, como catalase, amilase, protease e outras ,faz

do pólem um auxílio para a digestão e também um alimento que ajuda a rejuvenescer o

metabolismo e aumentar a longevidade de todo o organismo. Algumas pesquisas sugerem que

os nutrientes do pólen são absorvido diretamente do estômago para a corrente sanguínea.

O pólen é uma fonte vegetariana de B-12 ativa, da maioria das vitaminas do complexo B, das

vitaminas A, C, D e E, Rutina, de todos os aminoácidos essenciais, de ácidos graxos essenciais

linolênicos, carboidratos complexos, de RNA e DNA, de substâncias hormonais que atuam

como esteróides naturais e de um hormônio natural chamado gonadotropina, similar à secreção

da glândula pituitária. O pólen é também abundante em minerais como cálcio, fósforo,

magnésio, ferro, manganês, potássio, cobre, silício, enxofre, titânio e sódio, todos em estado

orgânico, biodisponíveis e prontos para serem assimilados e utilizados pelo organismo.

De acordo com pesquisas feitas por médicos da França e da antiga União Soviética, o pólen é

uma das mais ricas fontes de proteína da Natureza, oferecendo um conteúdo de 5 a 7 vezes

mais protéico do que a carne, os ovos ou o queijo. A proteína do pólen é pré-digerida e,

portanto, fácil de assimilar. Esta imensa riqueza nutricional faz do pólen um dos mais ricos

tesouros alimentícios da Natureza.

Page 92: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Colheita e Armazenagem do Pólen

O pólen é colhido pela abelha operária feminina quando ela esbarra contra as antenas da flor ao

buscar o néctar que existe no interior delas. O pólen gruda em suas pequenas patas e asas.

Quando retorna à colméia, ela passa através de uma tela colocada na entrada da mesma que faz

com que parte do pólen se espane para fora de seu corpo. Como na colheita das frutas, a

obtenção do pólen não implica na matança da planta.

Grande parte dos apicultores utiliza uma tela grosseira, que machuca as abelhas. Alguns, porém,

trabalham com uma tela especialmente desenvolvida para que as abelhas passem através dela

sem se ferirem. Consideramos que as abelhas são amigas e auxiliares do homem, e que devem

ser respeitadas como tal, sendo, portanto, importante que o pólen seja obtido de uma maneira

respeitosa. E consideramos também que este tipo de cuidado afeta profundamente a qualidade

do alimento e a qualidade da vida de quem escolhe alimentos produzidos com este critério.

Depois da colheita, os grânulos de pólen precisam ser desidratados, retirando cerca de 97% de

seu teor de umidade, para evitar que apodreçam com a mesma rapidez de uma fruta madura.

O que acontece normalmente é que, provavelmente por falta de estudo, a maioria do pólen

atualmente disponível é desidratado em fornos, em temperaturas que geralmente ultrapassam os

50 graus centígrados.

Este processo rudimentar anula boa parte da biodisponibilidade dos fito nutrientes, destruindo

todo o conteúdo enzimático (que é destruído quando exposto a temperaturas superiores aos 42º

C), fazendo com que o pólen não ofereça tudo aquilo que originalmente teria. Ele se torna, nas

palavras de um amigo apicultor, "pouco mais do que uma farinha cara", na forma de grânulos

endurecidos, sabor rançoso e pouco atraente.

O pólen com o qual trabalhamos, além de ter uma colheita ecológica, que respeita as abelhas, é

selecionado de regiões que são distantes de indústrias ou fazendas comerciais que utilizam

agrotóxicos. Desta forma você pode degustar esta dádiva das flores selvagens, não-

contaminadas por poluentes de qualquer tipo. E, importantíssimo, é desidratado em baixas

temperaturas (que não ultrapassam os 40 graus), e protegido do contato com a luz durante

todo o processo.

Page 93: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Finalmente, o pólen é envasado em recipiente de vidro escuro, assim como deve ser feito com

um bom azeite. O resultado? Grânulos perfumados, macios e doces, que dissolvem na boca e

até mesmo enaltecem o hálito, além de trazerem todos os benefícios nutricionais e medicinais

apregoados no artigo.

Experimente e sinta a diferença.

Como utilizar

Como todo Super Alimento, o pólen não deve ser visto como um remédio, mas como uma

saudável prática de vida. Este um alimento altamente promotor da longevidade. Ingerindo-o

diariamente você certamente desenvolverá com ele laços que durarão por toda a vida.

A dosagem recomendada varia para cada individuo, de acordo com o estado de saúde, o estilo

de vida e a sensibilidade. Ao introduzir alimentos novos, é sempre prudente começar aos

poucos. Coloque meia colher de chá embaixo da língua e perceba o que o organismo lhe diz

depois de dois minutos. Se a sensação for boa, vá em frente e comece com uma colher de chá

por dia, aumentando gradualmente até chegar em uma colher de sopa, ou até mesmo duas.

Sempre observe os sinais de seu corpo para conhecer qual a dosagem ideal para você.

O pólen pode ser ingerido puro, pois seu sabor é de fato muito agradável. Entretanto, o ideal é

combiná-lo com o suco de alguma fruta ácida, como laranja, limão ou abacaxi, pois o ácido da

fruta dissolve uma membrana que envolve o grânulo, abrindo o tesouro de seu conteúdo

nutricional e, portanto, facilitando sua absorção.

OBS: Ainda que resista por algumas semanas sem refrigeração, Pólen fresco como o nosso deve

ser guardado no freezer. Isto conserva suas propriedades por até nove meses, aproximadamente.

Page 94: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Super Nutrição que vêm das Águas

As algas unicelulares foram as primeiras formas de vida neste planeta. Durante os primeiros

bilhões de anos de existência da Terra, sua atmosfera era repleta de gases fatais como amônia,

metano e dióxido de carbono. As plantas aquáticas, ou algas, realizaram a função de filtrar estes

elementos fatais, criando uma atmosfera rica em oxigênio e, por conseguinte, possibilitando que

a vida em forma de fauna e flora pudesse surgir no ambiente terrestre. Foi nas águas que a vida

biológica deste planeta teve origem.

Ainda que alguns acreditem que a Amazônia é o pulmão do mundo, são as algas as verdadeiras

responsáveis pelo papel de fornecer as condições necessárias para a vida respirar. O que poucos

sabem, porém, é que dentre as algas encontram-se alguns dos mais ricos, nutritivos e poderosos

alimentos para a vida humana, capazes não apenas de nutrir, mas também de desintoxicar e

regenerar todo o sistema biológico.

Minerais: Músicos da Orquestra Biológica

Page 95: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Algas, conforme dito acima são vegetais aquáticos. Podem ser do mar ou da água doce,

dependendo da espécie. A idéia de comer algas pode parecer estranha para muitos em nossa

cultura, mas não para alguém que vive na China ou no Japão, exemplos de países que usufruem

dos muitos benefícios nutritivos destas espécies.

Na realidade, alimentar-se dos vegetais aquáticos não é muito diferente de comer alface, rúcula

ou agrião. Se há alguma diferença, esta é no teor de minerais, muitíssimo superior nas algas do

que em plantas que crescem no solo, especialmente naqueles empobrecidos pelas culturas

comerciais. Algo realmente importante, uma vez que, de acordo com uma pesquisa da NASA,

cerca de 96% da população humana sofre de algum tipo de deficiência mineral.

Os minerais são como músicos da orquestra biológica que é o seu organismo. Quando faltam

minerais, a melodia vital que dele emana torna-se empobrecida. É grande a diversidade de

doenças, patologias e desequilíbrios causados por uma dieta desmineralizada.

Mais importante que isto, porém, é o fato de que com uma carência de minerais orgânicos e

assimiláveis o organismo humano não funciona no máximo de sua capacidade. Física e

intelectualmente empobrecida é a vida de quem tem uma dieta pobre em minerais, assim como

amarelas e sem viço são as plantas que crescem num solo pobre em minerais.

Folha de bananeira amarelada e enfraquecida: cultivada em solo empobrecido

O valor e a importância dos minerais não devem ser menosprezados, e nos dias de hoje, onde

quase tudo aquilo que é disponível nas prateleiras é palidamente pobre neste tipo de nutriente, se

faz necessário que saibamos enriquecer nossa nutrição com alimentos densamente

mineralizados. E uma das melhores, mais eficazes e mais fáceis maneiras de realizar isto é

através das algas, especialmente as marinhas, que crescem no grande caldo de minerais vitais

que conhecemos por oceano.

Assim como as plantas de solo transformam os minerais inorgânicos da terra em minerais vivos,

capazes de serem assimilados facilmente pelo organismo animal, assim fazem as algas com os

minerais do mar. O sódio orgânico dentro de uma alga, por exemplo, é muito diferente do sódio

Page 96: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

inorgânico contido no sal refinado. Os minerais ionizados pelas estruturas vegetais são muito

mais biodisponíveis, ou seja, utilizáveis. Por este motivo, suplementos sintéticos de minerais

(como aqueles vendidos em farmácias) não funcionam, ou funcionam de maneira muito inferior.

A indisponibilidade biológica dos nutrientes sintéticos faz com que estes sejam em sua grande

maioria excretados pela urina.

A ciência médica tem descoberto muitas virtudes da presença dos minerais vivos no organismo

humano. Por exemplo, selênio interrompe tumores cancerígenos. Zinco acelera o reparo de

tecidos corporais. Magnésio ajuda a reverter doenças do coração e desordens neurológicas.

Estrôncio é um mineral essencial na construção de ossos saudáveis. Cromo ajuda a aumentar a

sensibilidade à insulina, o que ajuda a regular o açúcar sanguíneo. Iodo previne o câncer de

mama e regula a função da tireóide, o que termina com rompantes incontroláveis de apetite... E

a lista continua! Estes e outros minerais (ao todo são aproximadamente 92 que o corpo necessita

para compor seu delicado quebra-cabeças bioquímico) são os segredos da fundação de uma

saúde duradoura, e são todos encontrados nas diferentes algas marinhas.

Testes realizados por agricultores orgânicos comprovam que não há melhor forma de enriquecer

o solo do que utilizar compostos a base de algas marinhas. As plantas crescem fortes e robustas,

as folhas com um verde vivo, resistentes a pragas de qualquer espécie. Se o corpo em que você

vive é um terreno biológico, é claro que uma alimentação rica em minerais orgânicos também

lhe confere os mesmos benefícios: força, vivacidade, imunologia.

Page 97: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Algas: Maravilhosa fonte de proteínas

Ecossistema Marinho: Os Peixes e sua Horta de Algas

Se o efeito mineralizante não é razão suficiente para incluir algas em sua alimentação, talvez

você se interesse pelo fato de que dentre as algas encontram-se as melhores fontes de proteína

de nosso planeta.

Proteínas são constituídas de aminoácidos. Existem ao todo 22 tipos de aminoácidos

diferentes. Destes, 12 são aminoácidos não-essenciais, sintetizáveis pelo organismo. E 10 são

aminoácidos essenciais, que precisam ser adquiridos através da ingestão de alimentos.

Não são poucos aqueles que pensam que proteína é sinônimo de carne, leite ou ovos. Muitos são

aqueles que temem uma deficiência protéica se por ventura não tiverem acesso a alimentos que

contenham estes ingredientes. Entretanto, um simples raciocínio pode revelar o equívoco desta

impressão: se o organismo animal é incapaz de sintetizar os aminoácidos essenciais, de onde é

obtido o material que constitui a proteína da carne, do leite e dos ovos? Dos vegetais,

obviamente.

L-alanina, um aminoácido

Page 98: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Dar preferência para os alimentos de origem vegetal é uma prática sábia por diversos motivos.

Uma delas é que você está obtendo os nutrientes de primeira mão. Pelo fato da alga estar na

base da cadeia alimentícia, ou seja, mais próxima da fonte primordial de energia (a junção da

luz do sol com os minerais da terra), comer uma alga é uma prática mais energética do que

comer um peixe, que é essencialmente constituído por algas. E com a vantagem de que você não

precisou matar um animal (capaz de sofrer e sentir dor) para obter sua nutrição.

O reino vegetal é doador. Ele doa beleza através de uma flor, sabor e perfume através de um

fruto, nutrição através de uma alga. Obter nutrição de plantas é uma maneira pacífica de

alimentar-se, uma vez que você está simplesmente acolhendo algo que a Natureza lhe oferece de

bom grado, ao invés de usufruir de algo que foi roubado de outros seres, como a carne, o leite e

os ovos dos animais. Ainda que a grande maioria de nós tenha sido educada de forma a acreditar

que comer carne é algo apropriado e benéfico, fica aqui uma sugestão para uma reflexão sobre o

assunto.

Ainda que no reino vegetal existam diversas fontes de proteínas de boa qualidade, como os

cereais, as folhas verdes e as sementes, as algas decerto representam uma categoria especial.

Primeiramente, pela abundância com a qual se espalham pelo globo. Nosso planeta Terra, que

deveria chamar-se água, tem território mais do que suficiente para o cultivo de algas capazes de

nutrir com magnífica qualidade muito mais do que seis bilhões de seres humanos.

Mas o mais importante é que algumas categorias de algas, especialmente o gênero das

microalgas unicelulares, apresentam algo relativamente incomum em alimentos, sejam estes de

categoria animal ou vegetal: proteína completa (todos os 22 aminoácidos), de alta concentração

e de fácil assimilação.

Quando alguém de nossa cultura pensa em proteína, a primeira coisa que vêm à mente é carne

de vaca. Um bife. O que poucos sabem é que a carne é composta de apenas 22% (na média) de

proteína enquanto que nas microalgas este percentual pode ultrapassar os 80%! E a carne é

composta de onze aminoácidos, sendo que apenas quatro destes compreendem a maioria de sua

estrutura, o que constitui uma versão não tão excelente de proteína.

Uma vaca amiga, talvez incomodada pela etiqueta em sua orelha.

Page 99: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

O que o corpo necessita é de uma ampla oferta de todos os aminoácidos que estejam em correta

proporção uns aos outros. Algo que acontece com perfeição nos vegetais que são a base da vida,

como as microalgas e mesmo o capim (cujo sumo é constituído de aproximadamente 24%

proteína). Afinal, do que será que é feita a vaca?

Se a composição de 22% de proteína é um valor considerado satisfatório pelos padrões gerais

para que um alimento seja considerado de alto teor protéico, o que pensar de um alimento que é

mais de 60% proteína? Bem vindo ao reino dos Superalimentos. Bem vindo ao reino das

microalgas.

Spirulina e Chlorella: Tesouros do Oceano

Fazenda de Spirulina

Estas duas algas unicelulares são dois dos mais antigos organismos vivos do planeta, estando

presentes na atmosfera terrestre há bilhões de anos. São alimentos originais, criados pela

superior inteligência da Natureza, e não geneticamente modificados ou sintetizados pelo

homem. São formas de vida fortes, que resistiram e se adaptaram a todo o tipo de mudança

climática, radiação e até mesmo venenos criados pelo homem que levaram diversos outros

organismos à extinção. Naturalmente, conferem a quem delas se alimenta estas mesmas

características, o que pode ser especialmente útil no inóspito e árido ambiente que é uma grande

cidade poluída.

Spirulina e Chlorella são perfeitos alimentos integrais, verdadeiros super alimentos. São

compostos em média de 60% proteína, 19% carboidrato, 6% gordura e 8% minerais

biodisponíveis. Não são extratos, concentrados ou amálgamas de vitaminas e minerais, como as

fórmulas vendidas que as pessoas geralmente acreditam ser saudáveis. Na realidade, o corpo

não absorve mais de 10% destes suplementos vitamínicos, uma vez que estes são mortos e

ausentes de enzimas. Por outro lado, comer Spirulina ou Chlorella é como comer qualquer

outro alimento integral como banana, maçã ou brócolis. Ou seja, as microalgas são comida, e

não remédios (ainda que possam ser utilizados com tal finalidade).

Page 100: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Existem diferentes subespécies destas duas microalgas, mas aqui me refiro as duas de melhor

qualidade: Spirulina Platensis e Chlorella Pyrenoidosa. Não perca tempo nem gaste dinheiro

com qualquer outra de qualidade inferior. A Natureza que vive no seu corpo merece o melhor, e

nada menos do que isto.

Uma tremenda quantidade de pesquisa científica foi feita em relação a estas duas microalgas em

universidades e instituições médicas ao redor do mundo. Elas se provaram como algumas das

melhores soluções para os problemas de fome global. Países evoluídos, como o Japão, oferecem

as microalgas como enriquecedoras de bebidas infantis e drinks para atletas e executivos

atarefados.

Alimento que também é medicina

“Faça do teu alimento a tua medicina”. Baseado nesta sabedoria o grego Hipócrates,

considerado o pai da medicina, fundamentou o princípio da única possibilidade de cura natural e

verdadeira: fortalecer e purificar o corpo para que este tenha as condições necessárias para

prevenir ou reverter qualquer possível doença e debilidade.

Alimentos naturais e integrais contribuem de diversas formas para que o organismo se torne um

lugar onde a doença não consegue sobreviver. Uma visão mais acertada de medicina integrada

com os princípios da Natureza reconhece que mais importante que combater doenças ou

bactérias é fortalecer o terreno biológico para que este tenha a capacidade de ter ativa sua

função imunológica e com isto manifestar sua programação original: saúde.

Diversos alimentos integrais apresentam nutrientes e fitoelementos que auxiliam neste processo.

Antioxidantes, enzimas, óleos essenciais, vitaminas, minerais e outros, todos contribuem de

alguma forma para o fortalecimento do organismo como um todo. A vantagem em se obter estes

elementos nutritivos de alimentos integrais, ao invés de em cápsulas sintéticas ou alimentos

industrializados “enriquecidos” artificialmente é que nos alimentos integrais e naturais,

especialmente quando ainda não modificados de seu estado original, os nutrientes encontram-se

conjugados com outros, em perfeita sinergia e biodisponibilidade. Um elemento aumenta a

capacidade de atuação do outro, ou seja, o conjunto vale mais do que a soma das partes. Perceba

como é maravilhosa a Sabedoria Natural que cria os alimentos com tamanha harmonia!

Como as folhas das árvores, estas microalgas obtém sua coloração esverdeada da clorofila. De

acordo com Alan Keith Tillotson, em seu livro "One Earth Herbal Sourcebook," os elevados

níveis de clorofila nestas microalgas podem explicar sua habilidade em interromper as colônias

cancerígenas de se formarem. Como Tillotson escreve: “Alimentos e ervas que contém elevado

nível de clorofila mostram evidência farmacológica de prevenção do câncer, talvez porque estes

pigmentos dos vegetais (e algas) verdes fazem ligação com os químicos causadores de câncer,

assim estimulando sua excreção”. Se as células cancerígenas, que ocorrem naturalmente no

organismo puderem ser interrompidas antes que estas possam se desenvolver em colônias, então

dificilmente será possível desenvolver qualquer câncer sintomático.

Page 101: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

A clorofila é uma molécula faxineira. Ela gruda em toxinas dos mais variados tipos, limpa o

fígado, oxigena o sangue e ajuda a transformar o organismo em um local realmente

desagradável para patogênicos de qualquer tipo, como vírus, bactérias, parasitas e fungos.

A clorofila também tem sido estudada por seu potencial em estimular o crescimento de tecido, e

em estimular a produção de glóbulos vermelhos no sangue. Realmente impressionante é a

similaridade entre a clorofila e o pigmento vermelho do sangue. De fato, a hemoglobina e a

clorofila compartilham uma mesma estrutura molecular chamada “anel porfirínico”. O sangue

verde do vegetal nutre o sangue vermelho dos animais. Uma boa indicação de que os alimentos

esverdeados deveriam fazer parte da dieta de todo o ser humano. E em abundância.

É interessante o conhecimento de que a Chlorella, em particular, apresenta 70% de sua

composição da mais pura clorofila, o que faz dela a maior fonte de clorofila em nosso planeta.

Se a clorofila é a luz do sol capturada pela planta através da fotossíntese, eis aqui uma maneira

eficaz de levar o seu brilho para o interior dos órgãos do corpo. Eis um alimento solar de

primeira grandeza!

Page 102: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

A Spirulina, ainda que não seja tão rica em clorofila (35% de sua composição), possui o

suficiente para ser considerado um alimento riquíssimo neste pigmento. Apresenta, porém,

virtudes exclusivas, como abundância de antioxidantes como alfa e beta caroteno e a

phycocianina, um pigmento azul que já foi extensamente pesquisado por seu efeito positivo

sobre o câncer.

Como todos os alimentos ricos em clorofila, ambas as microalgas são altamente alcalinizantes

para a corrente sanguínea, o que significa que ajudam a restaurar o equilíbrio ácido-alcalino. Em

outras palavras, as microalgas ajudam a neutralizar o excesso de acidez causado por comer em

excesso carne, amidos, açúcares, refrigerantes e alimentos artificiais. Esta acidez também é

acentuada pelo excesso de stress e pelo excesso de exercício.

O PH sanguíneo em seu estado natural é levemente alcalino. Estar no equilíbrio é sentir-se

como um peixe dentro da água. É viver em seu habitat natural. Isto produz conforto. Ou seja,

alimentos alcalinizantes ajudam a trazer um estado de profundo conforto e bem-estar. O mesmo

acontece com práticas de respiração profunda e relaxamento, e é por isto que praticantes de

yoga sentem tamanho conforto e bem-estar durante e após as suas práticas.

Qual das duas?

Ambas são parecidas, cultivadas de forma semelhante (em fazendas aquáticas equipadas com

laboratórios), ricas em fibras solúveis (que umedecem e ajudam a movimentar intestinos presos

e/ou ressecados). As duas ajudam a desintoxicar metais pesados do organismo e são

extremamente nutritivas, ainda que em cada uma delas existam benefícios exclusivos.

A Spirulina é uma microalga azul-esverdeada. Tem gosto de mar. Seu formato é espiralado, o

que explica seu nome. Cresce no oceano e também em grandes lagos, e multiplica-se com

velocidade tão grande que podemos dar a ela o mérito da metabolização de metade do oxigênio

do planeta!

Além de todas as incríveis características mencionadas, que deveriam saltar aos olhos de

qualquer nutricionista que entende sua profissão, a Spirulina é ainda mais rica em vitamina E do

que o germe de trigo, possui mais óleos essenciais anti-inflamatórios (GLA/EFA) do que a

linhaça, sendo que um destes ácidos graxos essenciais (o GLA) é carente em todos aqueles cuja

amamentação foi prematuramente interrompida. Por conseguinte, para prevenir a degeneração

Page 103: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

cerebral e ampliar a capacidade deste órgão, alguns tomam cápsulas de óleo de peixe para obter

este nutriente. Mas de onde será que o peixe obtém este óleo?

Como se não bastasse, Spirulina possui fatores de crescimento que estimulam a multiplicação

da boa flora intestinal. Tal alimento recebe o título de prebiótico, ou seja, um alimento que nutre

os probióticos (também chamados de lactobacilos) que tanto beneficiam a limpeza e imunologia

no tubo digestivo.

Dr. David Williams, famoso editor de Alternatives For The Health Conscious Individual

(alternativas para o indivíduo consciente de saúde), afirma: “se eu fosse forçado a me limitar a

apenas um suplemento, Spirulina seria definitivamente minha primeira escolha!”

Chlorella (nome que significa “pequena esverdeada”) é uma microalga unicelular redonda e

como a Spirulina invisível ao olho nu. É talvez o primeiro organismo do planeta a apresentar um

núcleo. Cresce em lagos, mas também no oceano. Seu sabor é parecido com o de grama fresca

(o quê? Não vá me dizer que você nunca comeu grama?!?).

No Japão, categorizada como complemento alimentar, é o alimento de saúde mais vendido de

todos, utilizado por bebês, crianças, jovens, adultos e idosos. Riquíssima em vitaminas e

minerais de todos os tipos, especialmente em Zinco, é de longe a mais rica fonte dos

rejuvenescedores RNA e DNA, os próprios fundamentos de construção da vida!

Chlorella é o mais pesquisado de todos os alimentos esverdeados do planeta e apresenta efeito

comprovado em numerosos benefícios tais como melhoramento do sistema imunológico,

desintoxicação de metais pesados e pesticidas, “atividade anti-tumoral” e, por causa de um

composto denominado CGF (Chorella Growth Factor, ou fator de crescimento), melhoramento

da atividade das células brancas de defesa e maior rapidez na regeneração de feridas e úlceras!

Michael Rosenbaum, MD, MSC, notável medico especializado em medicina nutricional,

escrevendo para o M.D.'s Nutritional Bulletin, na primavera de 2001, diz que a chlorella é "de

longe o melhor e mais poderoso dos nutracêuticos , alimentos funcionais que provêm ao corpo

com a nutrição adequada para nutrir a si próprio. Não há nada melhor para lhe ajudar a se sentir

da maneira como você sempre quis!”

Se estes não são alimentos cuidadosamente elaborados pela Rainha Natureza para nutrir

profundamente o ser humano, então, caro amigo, eu não sei o que pode ser. “Açucrilhos”,

talvez?

Page 104: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Uma escolha entre as duas é uma tarefa realmente difícil. Melhor mesmo é não ter de escolher

entre tantos benefícios e enriquecer sua alimentação com as duas, uma vez que estas oferecem

benefícios e nutrientes diferentes e complementares.

Quando, quanto e como utilizar?

Tanto a Chlorella como a Spirulina são disponibilizadas em forma liofilizada (em pó) através de

um processo chamado freeze drying, que conserva a maior parte de sua delicada estrutura

nutricional. A Chlorella, ao contrário da Spirulina, possui uma membrana que não pode ser

digerida pelo aparelho humano e portanto é necessário que o baú de seus tesouros nutritivos seja

aberto através de um processo que rompa sua parede celular por alta pressão.

Você pode misturá-las no que quiser, e até criar delícias gastronômicas exóticas com as

mesmas, como molhos, patês, etc. A Spirulina é apresentada em pó e pode ser processada com

bananas maduras (ou outra fruta) e água pura, por exemplo, forma uma deliciosa bebida para

antes e/ou depois de uma atividade física. Imagine o quão vitalizante pode ser um alimento em

forma de espiral! Diversos são os atletas que não apenas imaginam, mas fazem uso constante

desta maravilha.

Page 105: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

A Chlorella, por sua vez, é apresentada em forma de comprimidos, o que é algo bem prático

para se carregar na bolsa e na mochila e tomar com bastante água nas seguintes ocasiões:

> Antes das refeições, quando se quer complementar o valor nutritivo da mesma e/ou amenizar

possíveis efeitos reversos em alimentos menos do que ideais.

> Antes ou durante viagens de avião para proteger o organismo da radiação da cabine (que é

bem alta).

> Quando não há nada puro e saudável para comer (ou seja, quase sempre nesta civilização) e

deseja-se apenas nutrir o corpo até que algo de bom se torne disponível.

A dosagem recomendada varia de pessoa para pessoa, e deve-se começar com pouco e ir

gradualmente aumentando a quantidade para evitar chocar o organismo com seu forte efeito

nutritivo e desintoxicante.

Mike Adams (www.naturalnews.com), um especialista em nutrição natural e atleta, recomenda

a dosagem-alvo de 10 gramas de Spirulina (1 colher de sopa) e 5 gramas de Chlorella (20 micro

comprimidos de 250mg)por dia. Ele afirma que desde que começou a usufruir das microalgas,

obtém delas o núcleo de sua nutrição e o resto do que come é apenas para fazer volume.

Obviamente, esta é a dosagem que ele descobriu funcionar para si próprio. É importante que

cada um experimente para sentir aquilo que lhe faz bem.

As microalgas, na concepção de alguns especialistas renomados, não são algo que se deve

utilizar vez por outra quando se deseja a recuperação de algum sintoma de doença, ou uma

energia extra. Ao invés disto, algo que deve fazer parte da dieta diária para o resto da vida de

todo aquele que tiver condição de fazê-lo.*

*Como todo alimento, existe uma parcela da população que apresenta em sua individualidade

biológica algo que o torna alérgico e, portanto, incompatível às microalgas. Caso você sinta

náusea ao ingerir qualquer uma delas, interrompa sua utilização. Tente algum outro

superalimento, se for o caso. Coisas diferentes funcionam para pessoas diferentes!

*Estes alimentos não são remédios, mesmo assim não devem ser utilizados no tratamento sem

supervisão médica. Consulte seu especialista antes de tomar qualquer decisão. Mas, por favor,

procure um bom especialista!

Page 106: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Do Alto das Cordilheiras, a Super Raiz

A raiz Maca (Lepidium meyenii) é verdadeiramente o "Superalimento dos Andes". Maca é um

alimento tônico poderoso, capaz de aumentar a resistência e melhorar o desempenho

generalizado do organismo, além de proporcionar equilíbrio em diversas funções corporais.

Maca é uma planta forte e selvagem, que não necessita de cuidados em seu cultivo.

Desenvolve-se entre quatro e cinco mil metros de altitude, nos Andes Centrais do Peru, com

temperaturas que oscilam entre 20 graus positivos e 25 graus negativos. É uma raiz que

sobrevive ao intenso calor da manhã e aos gélidos ventos da madrugada, nos locais mais

inóspitos das cordilheiras. Seguindo o princípio de que os vegetais naturais transmitem suas

características a quem deles faz uso, é fácil compreender o valor desta planta.

São muitos os fatores que fazem deste um vegetal bem especial mas talvez o principal deles seja

o fato de que a Maca é um adaptogênico, um tipo de substância que ajuda o corpo a se adaptar

a qualquer tipo de condição adversa (mudanças climáticas, stress, etc.). Nativos das montanhas

andinas têm usado os poderes de adaptação desta raiz para serem capazes de viver em altitudes

extremamente elevadas, onde o frio é grande e os níveis de oxigênio são menores.

Page 107: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Maca é especialmente boa em épocas de mudança de estação, durante viagens internacionais,

expedições de qualquer tipo ou em qualquer situação onde o corpo será exposto a mudanças e

choques.

Benefícios Hormonais

Maca é uma raiz semelhante ao rabanete, de elevado conteúdo protéico, que tem o formato

idêntico ao do cóccix humano. Considerando a filosofia de que a forma dos alimentos e ervas

naturais está diretamente associada à sua função, a Maca seria um alimento que ajuda a trazer

enraizamento, equilíbrio e centramento. E, naturalmente, potencialização das glândulas sexuais

e dos centros energéticos da base.

A Maca tem em sua composição fito esteróides, que são compostos vegetais que tem a mesma

estrutura que os hormônios naturais humanos, tanto os femininos quanto os masculinos. Por este

motivo, esta excepcional raiz é capaz de afetar positivamente o sistema endócrino, regulando o

metabolismo, os níveis de vitalidade, o fortalecimento muscular, o crescimento e

desenvolvimento sexual, bem como auxiliando a proporcionar um saudável senso de bem-estar

e atitude positiva em relação a vida. Isso mesmo: Maca pode lhe ajudar a sentir-se mais vivo!

Muitas pesquisas tem sido realizadas no Peru buscando o entendimento de um dos efeitos que a

Maca exerce sobre os homens: aumento da libido. A biologista peruana Glória Chacon de

Popivici, Ph.D., sugere que os alcalóides naturais da Maca atuam diretamente nas glândulas

Page 108: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

pituitária (do hipotálamo) e nas adrenais (que são a casa da energia vital), ativando assim uma

energização da sexualidade de um modo geral.

Garry P. Gordon, MD, ex-presidente do Colégio Americano de Avanços da Medicina disse que

a Maca Peruana seria a "resposta da Natureza para o Viagra" devido aos seus benefícios na

potencialização da função erétil masculina. Esta ação se dá através da normalização de níveis

hormonais, tanto da testosterona quanto da progesterona.

Já no que diz respeito às mulheres que atravessam a menopausa, Maca revela-se como algo

especialmente útil. Gabriel Cousens, MD, declarou: "Sempre que possível eu prefiro utilizar a

terapia com Maca (em doses generosas) do que a reposição hormonal, pelas vantagens de não

ocasionar um envelhecimento prematuro nem diminuir a capacidade de produção de hormônios

das glândulas. Maca provou em diversos estudos ser muito eficaz para senhoras durante a

menopausa, eliminando as ondas de calor e depressão e também elevando os níveis de

vitalidade e bom humor."

Tesouro do Povo Inca

A maca era considerada pelos incas como um "presente dos deuses". Eles a cultivavam como

alimento e a utilizavam em cerimônias religiosas para danças e rituais. Relatos espanhóis

contam que durante a conquista do Peru, os animais trazidos da Espanha não se reproduziam

normalmente naquelas alturas. Os nativos aconselharam os conquistadores a alimentarem seus

animais com maca, o que trouxe resultados positivos, aumentando os níveis de reprodução dos

animais.

Conta-se que durante os 100 primeiros anos de colonização, a maca fazia parte dos tributos

exigidos pelos colonizadores. Além disso, sua importância era tão grande para o povo, que

também era usada para realizar trocas entre as comunidades. Maca era dinheiro para os Incas,

assim como Cacau era dinheiro para os Astecas. Durante sua época, a Maca teria sido

considerada um alimento para as castas superiores, ao mesmo tempo em que era uma oferenda

para os deuses.

Reza a lenda, que durante o apogeu do império, os guerreiros incluíam as raízes da maca na sua

alimentação antes de participar das batalhas, o que os tornavam extremamente fortes. Além

disso, os guerreiros que se destacavam em combate recebiam a maca como prêmio por seus

feitos.

Page 109: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Estudos sobre a Maca constataram que ela faz um excelente trabalho de ajudar no aumento da

resistência física e na superação da Síndrome de Fatiga Crônica. Ela também apresenta efeito de

acelerar a velocidade com a qual ferimentos e cortes são regenerados. Profundamente nutritiva e

com elevado teor de ferro biodisponível, a Maca é ótima para casos de anemia.

Maca ajuda a oxigenar o sangue, o que traz uma série de benefícios. Auxilia também no

funcionamento da memória, na capacidade de prestar atenção, de focar a mente e de aprender.

Como utilizar

A Maca é uma planta da família das crucíferas (como o brócolis, a couve-flor e o repolho). Sua

raiz é facilmente seca ao sol e depois triturada para se transformar em um pó bege, de sabor

suave e levemente adocicado.

Milhares de pessoas que já conhecem seus benefícios começam o seu dia com uma bebida

fortificada com Maca. Uma colher de sobremesa cheia costuma ser suficiente para que você

sinta os benefícios vitalizantes deste superalimento.

Maca fica deliciosa batida com frutas, e especial quando misturada ao chocolate. Maca é leve,

fácil de digerir e assimilar. No Peru, onde o valor da Maca é bem conhecido e divulgado, esta

raiz se faz presente em doces naturais, geléias, sopas, pratos típicos, barras nutricionais e até

mesmo em balas para crianças.

Page 110: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

Por ser um alimento puro e integral, é uma alternativa muito superior a vitaminas sintéticas,

estimulantes químicos e energéticos artificiais, como estes que são vendidos em latinhas e que

contém taurina, um hormônio extraído dos testículos do boi.

Nutrientes na Maca Peruana

Maca é muito rica em vitaminas A, B1, B2, B3, B12 (parte análoga, parte ativa para humanos),

C, D e E. Maca também é conhecida por ser rica em alcalóides que são importantes para a

regulação do cálcio e do fósforo.

Altamente protéica (rica em 20 aminoácidos, sendo 7 deles essenciais), também é uma boa fonte

de fibras, ácidos gordurosos, cálcio, bismute, potássio, cobre, zinco, iodo, frutose, fósforo, ferro,

manganês, silício e magnésio. Conforme mencionado, Maca é rica em fito esteróis, como

sitosterol, campestrol, ergosterol, brassicasterol, and ergostadienol.

Para praticantes de musculação, Maca é uma excelente alternativa natural para os esteróides

anabolizantes, pois ela ajuda a construir músculos rapidamente sem qualquer efeito colateral

tóxico.

Maca é um tonificante de primeira qualidade. Um antigo segredo dos Andes que hoje está

disponível para todos os que quiserem experimentar uma dose extra de potência em sua vida

diária.

Page 111: Curso de Alimentação Ecológica - Apostila

É possível exagerar na dose?

Sim, é claro. Maca é um poderoso superalimento e deve ser tratado com respeito. Aconselha-se

não ultrapassar a marca de duas colheres de sopa por dia. Além disso, é recomendável ficar uma

semana sem utilizar a Maca a cada mês para não deixar que o organismo se acostume e que os

efeitos diminuam.

Lembrando que estamos tratando de um alimento, e não de um remédio, a Maca Peruana não

possui contra-indicações (exceto, talvez, para aquele que demonstrar algum tipo de alergia à

planta. Isto é algo incomum, porém.). Entretanto, seu uso não é recomendado para as pessoas

que fazem tratamento com hormônios, pois uma intensificação do efeito pode ocorrer. Mulheres

que tomam pílulas anticoncepcionais ou fazem terapias de reposição hormonal devem consultar

seu médico antes de utilizar a maca peruana.

Não existem efeitos colaterais de qualquer tipo, porém. Em efeitos toxicológicos conduzidos

nos EUA, Maca demonstrou absolutamente nenhuma toxidade. Estudos com animais

demonstraram que, quanto mais maca consumiam, mais fortes e sexualmente ativos eles se

tornavam. Ainda assim, recomenda-se moderação.

Hoje Maca está se tornando cada vez mais popular no Peru e seus efeitos estão criando demanda

de mercado no Japão, na Europa e nos Estados Unidos. O cultivo da Maca está em crescimento

e o governo do Peru está ativamente promovendo o desenvolvimento de sua agricultura e

estudo. Maca está se posicionando para ser um grande produto botânico no mercado

internacional de superalimentos e ervas.

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