corumbella 3ª edição

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EDUCAÇÃO Educação básica em foco INDICAÇÃO GEOGRÁFICA Riquezas da nossa terra ECONOMIA CRIATIVA Estratégia para o desenvolvimento sustentável MATO GROSSO DO SUL FAZ CIÊNCIA ANO 3 N 03 – JAN/JUN 2015 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA ISSN 2318-308X Construindo ambientes inovadores Ecossistemas inovadores projetados em Mato Grosso do Sul são estratégicos para a competitividade e desenvolvimento do Estado Empresas Parques Tecnológicos Agronegócios Universidades Institutos de Pesquisa Indústrias Incubadoras

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Mídia Ciência | Fundect

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  • EDUCAOEducao bsicaem foco

    INDICAO GEOGRFICARiquezas da nossa terra

    ECONOMIA CRIATIVAEstratgia para o desenvolvimento sustentvel

    MATO GROSSO DO SUL FAZ CINCIAANO 3 N 03 JAN/JUN 2015 DISTRIBUIO GRATUITA ISSN 2318-308X

    Construindoambientes inovadoresEcossistemas inovadores projetados em Mato Grosso do Sul so estratgicos para a competitividade e desenvolvimento do Estado

    Empresas

    Parques Tecnolgicos

    Agronegcios

    Universidades

    Institutos de Pesquisa

    Indstrias

    Incubadoras

  • proibida a reproduo total ou parcial de textos e fotos sem prvia autorizao

    distribuio Gratuita

    3.000 exemplaresTiragem

    Grfica Alvorada Impresso Semestral | Janeiro a Junho de 2015Periodicidade

    colaboradores

    Luana CamposNara Bernanos

    GoverNo do estado de mato Grosso do sul

    Reinaldo AzambujaGovernador

    Rose ModestoVice-Governadora

    Athayde NerySecretrio de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovao

    Marcelo Augusto Santos Turine Diretor-Presidente | Fundect

    Marilda Garcia BrunoDiretora Cientfica | Fundect

    Artur Vieira dos Santos Diretor Administrativo | Fundect

    coNselHo superior - fuNdect

    Athayde NeryPresidente

    Marcelo Augusto Santos TurineSecretrio-Executivo

    Aiesca Oliveira PellegrinEmbrapa Pantanal

    Clber Oliveira Soares Embrapa Gado de Corte

    Edilson CostaUEMS

    Gustavo GraciolliUFMS

    Luiz Simo StaszczakIFMS

    Fernando Lamas SEPAF

    Maristela de Oliveira FranaSebrae-MS

    Renato RoscoeSucitec

    Ricardo SennaSemade

    Rosana Cristina Zanelatto Santos UFMS

    Silvio FaveroAnhanguera-Uniderp

    Snia GrubitsUCDB

    eQuipe corumbella

    proJeto editorial

    Andr Martins / Bruno Araujo Projeto Grfico e Finalizao

    Ktia Bianca Iglesias e Luciana GabasReviso

    coNtato

    R So Paulo 1436Vila Clia 79010-050Campo Grande/MS67 3316 6700

    opiNies e suGestes

    Envie sua opinio e sugesto para nosso e-mail e participe da Corumbella

    [email protected]

    alice feldens carromeuJornalista DRT/MS 245

    cristiane KomiyamaJornalista DRT/MA 652

    andr martinsPublicitrio

    Ktia bianca iglesiasJornalista DRT/MS 201

    Cadastre-se em nossa newsletter e fique por dentro de lanamento de editais, bolsas de estudos e notcias sobre CT&I

    EXPEDIENTE

    bruno araujoPublicitrio

    luciana GabasJornalista DRT/MS 120

    ISSN 2318-308X

  • JUNHO DE 2015 05

    JUNHO 2015

    EDITORIAL06

    NOTAS12

    OPINIO07

    BOLSISTA52

    ARTE & CULTURA56

    LEITURA58

    08 ENTREVISTACincia e Tecnologia so bases para o desenvolvimento sustentvel de MS

    14 EDUCAOEducao bsica em foco

    11 POLTICAFrum de CT&I estratgicopara Mato Grosso do Sul

    18 TECNOLOGIA DA INFORMAOTecnologia nos ares

    22 GENTICASemente de peixe

    26 ECONOMIA CRIATIVAEstratgia para o desenvolvimento sustentvel

    30 INOVAOConstruindo ambientesinovadores

    34 INDICAO GEOGRFICARiquezas da nossa terra

    38 PESQUISANcleos de Excelncia fortalecem pesquisa em Mato Grosso do Sul

    44 SADEInvestimento em pesquisatraz melhorias para o SUS

    48 EMPREENDEDORISMOPesquisa e inovaonas empresas

    18

    08 22

    34

    30

  • Divulgar preciso

    A Fundao de Apoio ao Ensi-no, Cincia e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) lana a terceira edio da revista Corumbella com o intuito de divulgar e popularizar o conhe-cimento cientfico produzido como estratgia para o desenvolvimento econmico, social e ambiental para o Estado.

    Nesta edio, apresentamos pro-jetos que esto em desenvolvimento. As reportagens foram desenvolvidas por especialistas em divulgao cien-tfica. O compromisso da Fundect com o jornalismo cientfico popularizar a cincia e promover a transferncia de conhecimento. Por isso, estamos feli-zes em entregar mais um produto do Programa Mdia Cincia.

    A fundao completou 17 anos no dia 7 de julho de 2015 - uma institui-o jovem, pautada por princpios e prticas de gesto e transparncia, com o objetivo de promover desen-volvimento por meio do fomento pesquisa cientfica, desenvolvimento tecnolgico e inovao.

    Na rea de Cincia, Tecnologia e Inovao (CT&I) em Mato Grosso do Sul temos vrios desafios, como criar um ambiente favorvel ao desen-volvimento de incubadoras de base tecnolgica, aceleradoras, agncias de inovao e parques tecnolgicos, despertando e realizando os sonhos

    dos nossos jovens; fortalecer e ampliar a capacitao pessoal e a capacidade para o desenvolvi-mento de projetos e pesquisa pe-las universidades, os programas de ps-graduao e os centros de excelncia; conectar as cidades em rede digital para promover a inclu-so social, gerando oportunidades para integrao das regies e me-lhoria na educao, sade e segu-rana pblica.

    Outras aes importantes so estimular a Economia Criativa para desenvolver negcios baseados na gerao de renda a partir do uso dos conhecimentos locais, das vo-caes territoriais, dos recursos na-turais e das novas tecnologias; inten-sificar a produo de pastagens em reas degradadas para a recuperao do solo por meio da integrao com agricultura e florestas; fortalecer as cadeias produtivas nas quais o Esta-do se destaca ou tem grande poten-cial para maior gerao de valor, tais como a da carne (bovina, suna e de aves), do couro, dos produtos flores-tais, dos gros, da cana-de-acar, do leite, do mel, entre outros setores.

    E os desafios no param por a. preciso fomentar a bioeconomia no intuito de contribuir para a nacionali-zao das indstrias no uso sustent-vel da biodiversidade brasileira; alm de fomentar projetos de CT&I para a

    melhoria da qualidade da educao bsica, despertando a vocao cient-fica e os talentos entre os estudantes.

    Assim, temos ainda muitos de-safios e sonhos a serem realizados. A implantao do Frum de Cincia, Tecnologia e Inovao do Estado de Mato Grosso do Sul um grande avan-o para consolidar as parcerias entre o governo estadual, as instituies de ensino e pesquisa e o setor produtivo.

    Nesse contexto, buscamos mos-trar um pouco do que est sendo pro-duzido de conhecimento por nossos estudantes e pesquisadores.

    Boa leitura!

    REVISTA CORUMBELLA 0306

    A pesquisa s avanar se seus impactos forem reconhecidos pela sociedade

    Marcelo Turine | Diretor-Presidente da Fundect

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    EDITORIAL

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    JUNHO DE 2015 07

    Engenharia e Agronomia como ferramentas da produo cientfica

    As reas das engenharias e da Agronomia possuem importncia na produo cientfica no Pas. Um destaque, por exemplo, est no fato de o Brasil figu-rar no primeiro time da pesquisa apli-cada a energias alternativas, ao lado da Alemanha e dos Estados Unidos.

    Investir em cincia e em inovao tambm propiciar possibilidades ainda maiores de desenvolvimento econmico. Em Mato Grosso do Sul, as trs universidades pblicas e as duas privadas somam 58 cursos de mes-trado e doutorado, onde a multidis-ciplinaridade permite atuao desta parcela significativa de profissionais da rea tecnolgica.

    importante, ainda, nos atentar-mos ao fato de que os profissionais da Engenharia e da Agronomia possuem atuao nas mais diversas reas. A multidisciplinaridade dos programas de ps-graduao, por exemplo, per-mite que os conhecimentos desses profissionais sejam aplicados em re-as como Nanotecnologia, Meio Am-biente, Agricultura, Energia, Tecno-logia da Informao e at mesmo na Medicina.

    No Estado, alm dos trabalhos produzidos por professores, estudan-tes de iniciao cientfica, mestrandos e doutorandos de nossas universida-des, as pesquisas, principalmente as ligadas s reas das cincias da terra,

    so enriquecidas com o conhe-cimento produzido e aplicado pelas trs unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-curia (Embrapa) e ainda pelas Fundaes MS e Chapado. As ltimas, por meio de investimen-tos de empresas e dos prprios produtores, tm desenvolvido trabalhos que impactam decisi-vamente na melhoria da produ-o agrcola local e, consequen-temente, na economia no s do Estado, mas do Pas.

    No raro, vimos a produo local ser destaque em publica-es e premiaes nacionais e internacionais. Um dos casos mais recentes foi o de um grupo de profes-sores e estudantes do Laboratrio de Inteligncia Artificial, Sistemas Digi-tais e Eletrnica de Potncia (Batlab) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o nico do pas a participar do Desafio Internacional de Energia do Futuro, nos Estados Unidos. O sistema para carregamen-to sem fio de baterias veiculares, de-senvolvido pelo grupo, concorreu com trabalhos de universidades da Alema-nha, China e Japo.

    Considerando toda a capacidade e excelncia da produo cientfica e da inovao do Estado, importante saber que existem iniciativas locais de fomento e incentivo ao trabalho

    desenvolvido por nossos pesquisado-res. Em 2014, a Fundao de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Cincia e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) destinou quase R$ 4 milhes para investimentos em 41 pro-gramas de ps-graduao. O incentivo a forma primordial para que, alm de aprimorarmos e ampliarmos a produ-o cientfica, possamos transform-la em tecnologias que possam impactar positivamente no bem-estar de nossa populao e em nosso desenvolvimen-to econmico e social.

    Dirson Artur Freitag | Engenheiro Agrnomo e Presidente do Crea-MS

    OPINIO

    1

  • Ele chegou inovando. Agrupou na mesma secretaria reas que, aparen-temente, no se inter-relacionam: Cul-tura, Turismo, Empreendedorismo Ci-ncia e Tecnologia. Estabeleceu metas para os primeiros 100 dias de governo e firmou compromisso com os secret-rios de Estado para que objetivos se-jam alcanados at o final de sua ges-to. Com perfil empresarial, Reinaldo Azambuja, optou por adotar aes da iniciativa privada para a administrao da mquina pblica, como a elabora-o de planejamento estratgico e me-tas a serem atingidas. Em entrevista para a revista Corumbella, o governa-dor de Mato Grosso do Sul fala sobre a reformulao da estrutura do Governo e as perspectivas para a rea de Cin-cia, Tecnologia e Inovao no contexto da administrao estadual.

    Considerando a reformulao das secretarias do Governo, que vinculou a Fundect Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovao (Sectei), qual a sua viso sobre a nova estrutura e quais os ob-jetivos esperados com a mudana?

    O tema de Cincia, Tecnologia e Inovao, foco de atuao da Fundect, sem dvida uma das bases deste. Isto significa que um tema transver-

    sal e que dever apoiar o desenvolvi-mento de polticas dos diversos seto-res da economia e social. Normalmente este tema pode ser atrelado, principal-mente, a duas questes: ao Desenvol-vimento e ao empreendedorismo e ino-vao. Ambos os temas so de suma relevncia para o Estado, e assim de-ver ser a atuao da Fundect. Contu-do, quando do desenho da estrutura, optou-se por aproximar a Fundect da Secretaria de Cultura, Turismo, Empre-endedorismo e Inovao por entender que os desafios relacionados neste campo exigiro uma ateno especial mas, como j dito anteriormente, sem perder de vista, o desafio de alavancar o desenvolvimento.

    Esta gesto inovou ao estabelecer indicadores de gesto no servio p-blico, qual a perspectiva do Governo com a implantao de planejamento estratgico na administrao pblica?

    J definimos o modelo de gesto e onde pretendemos chegar, mas nada disso acontece sem as pessoas. De nada adianta termos um projeto de gesto de excelncia se no tivermos servidores motivados e comprometi-dos. Tambm trabalhamos no Plano Plurianual (PPA) que no se trata ape-nas de uma pea de laboratrio, feita

    a quatro paredes, sem dilogo. So aes planejadas e prioridades ligadas ao nosso plano de Governo. O foco a mobilizao e participao social, com vida digna e prspera, atendimen-to igualitrio em todas as regies do Estado, criatividade e inovao como motores da mudana.

    O senhor acha importante a diver-sificao da matriz econmica para o crescimento do Estado?

    REVISTA CORUMBELLA 0308

    Cincia e Tecnologia so bases para o desenvolvimento sustentvel de MS

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    ENTREVISTA

    Luciana Gabas

    Temos que trabalhar e incentivar cada vez mais a pesquisa em Cincia, Tecnologia e Inovao, pois com ela que vem o desenvolvimento para nosso Estado e, principalmente, de uma forma igualitria e sustentvel

  • JUNHO DE 2015 09

    1

  • Diversificar a matriz econmica primordial para garantir o desenvolvi-mento de Mato Grosso do Sul, que hoje est atrasado em relao aos demais Estados, at mesmo quando compara-mos com os nossos vizinhos do Centro-Oeste. E para isso, precisamos inves-tir no desenvolvimento do potencial de cada regio. Com esse objetivo, o Estado criou o Programa de Desenvol-vimento da Nova Economia Sul-Mato-Grossense (Pronova), que est sendo implantado para fomentar a economia e diversificar o potencial industrial, promovendo o crescimento e o desen-volvimento econmico.

    Em relao formulao de uma poltica de Estado, qual a sua viso sobre Cincia, Tecnologia e Inovao para o desenvolvimento econ-mico de Mato Grosso do Sul?

    preciso criar o hbito de comunicao permanen-te com a comunidade cient-fica para se discutir as polti-cas de Cincia, Tecnologia e Inovao. O Mato Grosso Sul possui uma enormidade de pequenos produtores e mes-mo assim ainda importamos 80% dos hortifrutigranjei-ros, que vm dos estados de So Paulo e Paran. Ser que no temos capaci-dade de aumentar a produtividade e diminuir a importao? Outro ponto que o Estado no chega a 2,5 milhes de hectares ativos, quando na verdade podem ser nove milhes. Com o auxlio da pesquisa e inovao nestas reas, com certeza teremos capacidade de gerar muito mais desenvolvimento no Estado.

    Em um cenrio mais amplo, como a tecnologia e a inovao podem con-tribuir para a mudana proposta pela sua gesto?

    Estabelecemos a meta de atingir

    os 0,5% em investimentos do Estado. Temos que trabalhar e incentivar cada vez mais a pesquisa em Cincia, Tec-nologia e Inovao, pois com ela que vem o desenvolvimento para nosso Es-tado e, principalmente, de uma forma igualitria e sustentvel.

    O Governo lanou, recentemente, o Programa Estadual de Apoio aos Pequenos Negcios (Propeq), existe espao para a tecnologia e a inovao neste programa e como o empreen-dedorismo e a abertura de novos ne-gcios podem ser impulsionados?

    Apoiar os pequenos negcios sig-nifica criar condies para ampliar a gerao de emprego, trabalho e renda

    no Estado, contribuir para aumentar a produtividade e competitividade dos negcios empresariais e, consequen-temente, tornar nossa economia mais forte e principalmente mais resistente s crises. O Propeq contribuir para diminuir as desigualdades socioeco-nmicas existentes e iniciarmos um processo de desenvolvimento que leve oportunidades iguais para todos os municpios e em todas as regies do Mato Grosso do Sul. O Estado tem como obrigao organizar essas es-truturas de Governo e planejar aes especficas para se desenvolver de for-ma sustentvel, com responsabilidade e crescimento econmico, vejo que

    neste espao que fica claro a impor-tncia de uma ao conjunta no senti-do da pesquisa e inovao.

    A realizao do I Frum de Cin-cia, Tecnologia e Inovao do MS uma indicao de que esta gesto dar mais importncia a esta rea?

    Com certeza que a nossa gesto dar mais importncia para esta rea. Importante ressaltar que a integrao da gesto pblica com o segmento da Cincia e Tecnologia garante diversos aspectos positivos. No aspecto econ-mico, por exemplo, o setor pode tra-balhar no desenvolvimento de novas tecnologias que ajudam a fomentar a economia do Estado. Tambm vamos agir juntos no que se refere melhoria

    dos servios prestados pela gesto pblica em todas as reas como educao, Segu-rana, Sade, Infraestrutura, Meio Ambiente e outros.

    Quais so as perspecti-vas para a Cincia e Tecno-logia nesta gesto?

    Vamos trabalhar para fortalecer cada vez mais a rea de pesquisa, por meio da Fundect e da Universidade Estadual, que tambm tem esse papel. Recentemente, pesquisadores aqui de Mato

    Grosso do Sul descobriram que as moscas podem revelar informaes para o esclarecimento de crimes. possvel identificar se a vtima foi mor-ta no local onde o corpo foi encontra-do e h quanto tempo ela est morta. Outra pesquisa feita no nosso Estado, tambm pela UEMS, mostra que os cupins desenvolvem nutrientes para o solo. Antes, eram vistos como viles. Agora j sabemos que onde tem cupim, tem solo extremamente frtil. Para a rea de produo, a Cincia e a Tecno-logia so extremamente importantes. Com o auxlio da pesquisa e inovao poderemos gerar muito mais desen-volvimento no Estado.

    REVISTA CORUMBELLA 0310

    De nada adianta termos um projeto de gesto de excelncia se no tivermos servidores motivados e comprometidos

  • JUNHO DE 2015 11

    Uma nova poltica para pos-sibilitar o efetivo dilogo entre os setores cientfi-co, produtivo e do governo do Estado com o objetivo de elaborar propostas de programas e aes estratgicas para Mato Grosso do Sul. O Frum de Cincia, Tecnologia e Inovao traz a perspectiva de evidenciar o potencial de empreendedorismo e inovao em reas transversais da economia e de-senvolvimento social do Estado. Para que a gente possa realizar uma poltica efetiva, de demandas com o Estado, de entregas para a sociedade, precisa-mos investir em cincia, tecnologia e empreendedorismo, explica o gover-nador Reinaldo Azambuja.

    Neste aspecto, o governador des-taca a responsabilidade de tratar a Cincia, Tecnologia e Inovao (CT&I) como Poltica de Estado, ultrapassan-do mandatos, e ser um instrumento para fortalecer os diversos segmentos do setor produtivo e da academia.

    O Frum dever apoiar e assesso-rar o governo do Estado a definir as di-retrizes da poltica de CT&I de acordo com as prioridades do setor produtivo e das instituies de pesquisa.

    De acordo com o superintenden-te de Cincia, Tecnologia e Inovao, Renato Roscoe, oito reas devero ser temas das discusses do Frum: a go-vernana e marco regulatrio, a forma-o de profissionais, a estruturao de ambientes de inovao, a promoo da CT&I na educao bsica, a criao do estado digital inteligente e da cadeia

    produtiva do agronegcio industrial, a proposio de soluo para a sade pblica e para a bioeconomia.

    A composio do Frum permite articulao entre os setores estrat-gicos do Estado, tendo como repre-sentantes do setor produtivo as se-guintes organizaes: Federao das Indstrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), Federao da Agricul-tura do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), Federao do Comrcio de Bens, Servios e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecomercio), Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul (Se-brae-MS).

    Entre as instituies que com-pem o Frum esto as universidades Anhanguera Uniderp, Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB), Univer-sidade Federal de Mato Gross do Sul (UFMS), Universidade Federal da Gran-

    de Dourados (UFGD), Universidade Es-tadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), as trs unidades da Embra-pa no Estado (Gado de Corte, Agrope-curia Oeste e Pantanal) e as funda-es MS, Chapado e Oswaldo Cruz.

    Os representantes do governo do Estado so: governador do Estado, Se-cretaria de Estado de Governo e Ges-to Estratgica (Segov), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvol-vimento Econmico (Semade), Secre-taria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovao (Sec-tei), Secretaria de Estado de Produo e Agricultura Familiar (Sepaf), Secreta-ria de Estado de Direitos Humanos, As-sistncia Social e Trabalho (Sedhast), Secretaria de Estado de Sade (SES), Secretaria de Estado de Educao (SED), Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e Fundect.

    Frum de CT&I estratgico paraMato Grosso do Sul Cristiane Benevides Komiyama

    POLTICA

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    A posse dos membros e suplementes do Frum ocorreu no dia 30 de julho

  • FuNdO NEwTON

    O Fundo Newton uma iniciativa britnica que visa promover o desenvolvimento social e econmico de pases emergentes, por meio de pesquisa, cincia e tecnologia. Lanado no Brasil em 2014, o Fundo investir 375 milhes de euros em diversos programas que con-templem mobilidade, pesquisa e capacitao profissional em 15 pases. No Brasil, devero ser investidos 27 milhes de euros at 2017. A Fundect uma das Fundaes de Amparo Pesqui-sa que participam dos editais financiados pelo Fundo Newton. Para saber mais informaes, acesse o site www.britishcouncil.org, e fique de olho nos editais abertos no portal da Fundect .

    REVISTA CORUMBELLA 0312

    APlICATIvO dESTINAdO A MICrOEMPrESrIOS

    O Servio Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de-senvolveu o Qipu, um aplicativo destinado a microempresrios que nor-malmente trabalham sozinhos e tm pouco tempo para se dedicarem ges-to financeira. O Qipu controla as vendas e compras durante todo o ano e prepara a declarao anual para o empreendedor. Dentre suas funcionalida-des esto as notificaes, como lembretes para o pagamento da Declarao de Arrecadao Simplificada (DAS-MEI) e para fazer entrega da Relao Anu-al de Informaes Sociais (Rais). O aplicativo gratuito e foi produzido para plataformas mveis, rodando nos sistemas iOS e Android. Em breve, estar disponvel tambm para o Windows Phone.

    rOuPA INTElIGENTE

    Imagine uma camiseta que pos-sa aquecer seu corpo noite ou no inverno, e resfri-lo nos dias e horrios mais quentes. A ideia do professor Joseph Wang, da Univer-sidade da Califrnia, no apenas dar conforto individual, mas tam-bm substituir os grandes sistemas de ar-condicionado e aquecimento, economizando energia. Ele e sua equipe desenvolveram uma camise-

    ta com um tecido inteligente que se adapta continuamente temperatu-ra externa, graas presena de polmeros. Quando o ambiente est mais quente, o tecido se contrai e fica mais fino e, quando a temperatura do am-biente cai, o tecido se expande e aumenta a espessura.

    1 SEMINrIO CENTrO-OESTE dE ChIkuNGuNyA

    Campo Grande sediou em abril o 1 Seminrio Centro-Oeste de Chikungunya: novo desafio para sa-de pblica nas Amricas. Organizado pela Fiocruz Mato Grosso do Sul, o evento reuniu profissionais do Siste-ma nico de Sade (SUS), represen-tantes de instituies que integram a rede pblica e/ou privada de sade, alm de estudantes de graduao e ps-graduao, docentes e pes-quisadores de todas as regies do Brasil. Durante o Seminrio foram discutidas as aes a serem realiza-das quanto ao manejo clnico, o con-trole e a vigilncia da chikungunya e tambm da dengue, doenas seme-lhantes e transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti. De acor-do com o dialeto africano makonde, chikungunya significa aqueles que se dobram uma referncia ao an-dar curvado dos pacientes devido s fortes dores.

    Cincia o conhecimento organizado.Sabedoria a vida organizada.

    Emmanuel Kant

    NOTAS DE CT&I

  • JUNHO DE 2015 13

    Sul-MATO-GrOSSENSE MAIS CITAdO

    O professor e diretor da Faculdade de Computao (Facom) da UFMS, Nal-vo Franco de Almeida Junior, est entre os brasileiros mais citados no Google Scholar Citations, ferramenta bastante difundida na rea acadmica que rene citaes do mundo todo. Nalvo o nico pesquisador sul-mato-grossense que consta na lista, tendo ao todo 2.924 citaes com seu nome. Professor da UFMS desde 1987, ele egresso do curso de Matemtica da Universidade, fez mestrado em Engenharia de Sistemas e Computao pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutorado em Cincia da Computao pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ps-dou-torado em Bioinformtica pelo Virginia Bioinformatics Institute (EUA).

    MICrOSOFT hOlOlENS

    A Microsoft anunciou recente-mente a criao do HoloLens, o computador hologrfico mais avanado do mundo trata-se de um dispositivo para entretenimen-to baseado em realidade virtual. A inveno consiste em um culos hologrfico que, quando colocado na cabea, projeta pelo seu visor contedos sobre o ambiente em que o usurio estiver olhando. Por

    exemplo, se a pessoa estiver numa sala, poder enxergar grficos tridi-mensionais na mesa, painis com aplicativos na parede, imagens em uma TV digital, entre outras possibilidades. De acordo com a empresa, o pro-duto voltado tanto para os negcios como para o usurio de casa, po-dendo ainda criar jogos, materiais educacionais e vdeos com alto grau de imerso.

    CArAvANA dA SAdE

    Desenvolvida pelo governo do Estado de Mato Grosso do Sul, a Caravana da Sade um pro-grama iniciado em 2015 que est levando um mutiro de servios de sade s cidades do interior e tem como finalidade a garantia de acesso do cidado sul-mato-grossense de forma rpida a estas aes. Sero percorridas 11 mi-crorregies - Coxim, Ponta Por,

    Trs Lagoas, Paranaba, Jardim, Campo Grande, Aquidauana, Corumb, Dourados, Nova Andradina e Navira, respectivamente. S nos trs pri-meiros municpios foi realizado um total de 108.500 procedimentos, que incluem consultas, exames e cirurgias das mais diversas reas, alm de atividades de capacitao.

    IFMS CONQuISTA PrMIOS NA INTEl

    OInstituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) conquistou impor-tantes premiaes na Intel ISEF (Feira Internacional de Cincias e Engenha-ria), realizada em maio, em Pittsburgh (EUA). O projeto Termociclador de baixo custo para amplificao de DNA, aparelho que pode reduzir custos e ampliar o acesso a exames clnicos associados ao DNA, desenvolvido pelo estudante Luiz Fernando Borges, do campus Aquidauana, foi considerado o melhor projeto de tecnologia social brasileiro pela Organizao dos Esta-dos Americanos (OEA). O outro pro-jeto premiado foi Miniplataforma de coleta de dados agrometeorolgicos: utilizando tecnologias computacionais livres, criada no campus de Campo Grande para auxiliar o processo de cultivo em propriedades rurais. O tra-balho conquistou o terceiro lugar na meno honrosa da Sociedade Ameri-cana de Meteorologia.

  • Uma das unanimidades mundiais diz que a edu-cao a soluo para os problemas sociais e econmicos de um pas. De fato a valorizao da educao com investimentos na educao bsica uma das caractersticas dos pases desenvolvidos. Infelizmente, a realidade da educao pblica no Brasil ainda um desafio para os governantes. A qualidade est sempre em cheque e a infraestrutura deixa muito a desejar.

    Em Mato Grosso do Sul os desafios no so diferentes. O ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (Ideb) 2013 apontou que, na rede pblica, no ciclo inicial do ensino fun-damental o resultado ficou em 5,0, acima da meta do gover-

    no que era 4,5. J no ciclo final do

    ensino funda-

    mental obteve a nota 3,9, abaixo da meta (4,0) do Minist-rio da Educao (MEC). O ensino mdio apresentou nota 3,6 abaixo dos 3,8 da meta.

    Entretanto, quando analisada somente a Rede Estadual os dados so melhores, pois o ciclo inicial do ensino fun-damental ficou em 5,1, acima da meta estabelecida de 4,3. No ciclo final do ensino fundamental, a nota foi 3,7, quase alcanando os 3,8 da meta. E no ensino mdio obteve 3,7, dentro da mdia esperada para 2013.

    Os resultados do Ideb para escola, municpio, unida-de da federao, regio e Brasil so calculados a partir do desempenho obtido pelos alunos que participam da Prova Brasil/Saeb e das taxas de aprovao, calculadas com base nas informaes prestadas ao Censo Escolar. O MEC estabe-leceu metas para o perodo de no perodo de 2007 a 2021 (veja quadro). Para a rede pblica as notas, que vo de zero a 10, giram em torno de 3,4 a 5,6, enquanto no ensino priva-do variam de 6,1 a 7,6. As metas revelam a diferena entre a qualidade das escolas pblicas e particulares, visto que se espera muito mais da educao privada.

    Existem tambm avaliaes mundiais, como o Programa Internacional de Avaliao de Estudantes (Program for

    International Student Assessment - Pisa) que realiza uma avaliao comparada, aplicada a estudantes

    na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupe o trmino da escolaridade bsica obrigatria na

    maioria dos pases. Desenvolvido e coordenado pela Organizao para Cooperao e Desenvolvi-

    mento Econmico (OCDE), o Pisa possui em cada pas participante uma coordenao nacional. No Brasil,

    coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pes-quisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep).

    A avaliao acontece a cada trs anos e os resulta-dos geram um ranking mundial de educao, ajudando a

    definir polticas nacionais de ensino. A ltima edio com

    REVISTA CORUMBELLA 0314

    Educao bsica em focoKtia Bianca Iglesias Motta

    EDUCAO

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    resultados divulgados foi realizada em 2012 e mostrou o Brasil no 58 lugar em matemtica, 55 em leitura e 59 em cincias. De acordo com a OCDE, na edio de 2012, as melhores notas fo-ram Xangai (China), Singapura e Hong Kong.

    Em 2015, as provas foram aplicadas durante o ms de maio e os resultados devem ser divulgados no segundo se-mestre de 2016. O foco este ano Cin-cias e entram na avaliao como novas reas do conhecimento a Competncia Financeira e a Resoluo Colaborativa de Problemas.

    No Brasil, a realizao do Pisa 2015 envolveu mais de 30 mil estu-dantes nascidos no ano de 1999, ma-triculados a partir do 7 ano do ensi-no fundamental, distribudos em mais de 960 escolas. A avaliao ocorre no formato de questionrios destina-do ao aluno, ao professor e escola.

    vAlOrIzANdO OS MESTrESMas como garantir uma educao de qualidade a crianas e jovens que de-pendem do ensino pblico no pas? Investindo em seus mestres! Os pro-fessores devem estar preparados para oferecer o melhor. Para isso, existem muitos investimentos direcionados formao de recursos humanos, ou seja, no caso das escolas, na forma-o dos professores. qualificando o profissional da educao que teremos alunos diferentes e, assim, resultados promissores, afirma Marilda Bruno, diretora Cientfica da Fundect e pe-dagoga com doutorado em Ensino da Educao Brasileira pela Universidade Estadual Paulista - Jlio de Mesquita Filho.

    Marilda foi idealizadora do Progra-ma de Desenvolvimento da Educao Bsica no Estado de Mato Grosso do Sul - Educa-MS da Fundect, que teve sua primeira chamada pblica lanada em 2014. O programa uma parceria com a Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de ensino superior (Capes) e convida os pesquisadores vinculados a Programas de Ps-Graduao Stricto Sensu (PPG) a desenvolverem projetos de pesquisa sobre as polticas pblicas e gesto para a formao de profes-sores, alm das prticas pedaggicas para educao bsica.

    O Educa-MS apoia projetos de pes-quisa cientfica, tecnolgica e de inova-o, mediante a seleo de propostas que visem fomentar a produo aca-dmica e apoiar o desenvolvimento de projetos de pesquisa e extenso por meio de aes interinstitucionais e in-terdisciplinares, em rede, com foco na

    capacitao de gestores e na formao de professores da educao bsica com significativa contribuio para a melhoria dos indicadores do desenvol-vimento educacional dos municpios sul-mato-grossenses.

    O objetivo envolver os cursos de ps-graduao no compromisso com a educao bsica. Com o Educa-MS temos aes de articulao dos Pro-gramas de Ps-Graduao com a rede visando a melhoria da qualidade do ensino, a reduo das assimetrias re-gionais e a elevao dos indicadores do Ideb, alm de fortalecer reas estrat-gicas para formao de professores, explica Marilda.

    Outra ao por meio da Fundect o Programa de Iniciao Cientfica J-nior (Pibic-Jr), uma parceria entre as secretarias de Educao (SED-MS) e de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovao (Sectei) com o Conselho Na-cional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq). O edital aproxima as instituies de ensino e pesquisa e as escolas pblicas. A ao voltada aos laboratrios e apoio das universi-dades para a formao dos professo-res nas reas de cincias bsicas em nove municpios, destaca Marilda.

    O Pibic-Jr colabora com a educao bsica pblica, visto que insere alunos dos ensinos fundamental e mdio nos

    METAS PARA MATO GROSSO DO SUL

    O ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (Ideb) um indi-cador geral da educao nas re-des privada e pblica brasileiras. Foi criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep) e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da edu-cao: rendimento escolar (taxas de aprovao, reprovao e aban-dono) e mdias de desempenho na Prova Brasil/Saeb, em uma es-cala de 0 a 10. Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresa preciso que o aluno aprenda, no repita o ano e frequente a sala de aula.

    Prof Marilda Bruno, Diretora Cientfica da Fundect

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    laboratrios de instituies de pesqui-sa. O aluno orientado por um pesqui-sador e tem um supervisor vinculado escola pblica em que o estudante est matriculado. Uma tima oportunidade para aluno e supervisor conhecerem o ambiente acadmico e se qualifica-rem no uso do laboratrio da escola. O aluno ainda recebe uma bolsa de R$ 100,00 para desenvolver projetos de Cincia, Tecnologia e Inovao nas di-versas reas de conhecimento.

    Para a SED, a formao continuada dos professores , prioritariamente, desenvolvida por meio da cultura cien-tfica, isto , educar pela pesquisa. Os professores vivenciam as etapas de um

    trabalho de pesquisa e de construo de conhecimento, do trabalho pedag-gico e a atualizao das suas reas es-pecficas de formao e atuao. Essa formao de protagonismo tem a vi-vncia da teoria e prtica e pressupe o reflexo na aprendizagem do aluno como pesquisador, explica Maria Ce-cilia Amendola da Motta, secretria de Educao de Mato Grosso do Sul.

    A Secretaria de Educao, em par-ceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e outras instituies ofertar, a partir de 2015, cursos de ps-graduao aos profes-sores do quadro permanente de pesso-al do Estado, anuncia.

    Prof Maria Ceclia Amendola da Motta, Secretria de Estado de Educao de Mato Grosso do Sul

    OBJETIVOS DO PROGRAMA EDUCA-MS

    Reduzir as assimetrias regionais nas po-lticas e gesto da formao de professo-res para a educao bsica no Estado de Mato Grosso do Sul

    Valorizar o magistrio e fortalecer os Sistemas Estaduais e Municipais de Edu-cao por meio de parcerias entre as instituies cientficas e tecnolgicas do Estado

    Promover a articulao entre os progra-mas de ps-graduao e a educao bsi-ca e apoiar a criao de redes de pesquisa que tenham como foco a melhoria da edu-cao no Estado

    Fortalecer os grupos de pesquisa a fim de permitir a criao e a evoluo de progra-mas de ps-graduao no Estado

    Colaborar para a formao de recursos humanos para as escolas estaduais, munici-pais e particulares, promovendo o dilogo entre as instituies de pesquisas, os ges-tores das polticas pblicas, professores e demais envolvidos no processo educacional

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    Para garantir a formao dos professores, a SED tem como metodologia principal a formao hbrida, com presena fsica e virtual, trabalhos cooperativo e colaborativo, vivncia da cultura cientfica, priorizando o protagonismo e as diversas plataformas disponibilizadas na WEB, e implantadas pela SED/MS nesta gesto:

    MEDIAWIkI SEER

    JOOMlA

    Para potencializar a fora do argumento e da autoria no de-senvolvimento dos trabalhos pedaggicos na formao dos profissionais da educao

    Para proporcionar publicaes das pesquisas re-alizadas pelos profissionais da educao da Rede Estadual de Educao e pesquisadores dos diver-sos segmentos educacionais

    Portal Educacional Pedaggico que possibilitar a comunicao com toda sociedade educacional, com espaos distintos para a comunidade externa, os estudantes, os educadores e os gestores escolares. Nestes espaos estaro disponveis os trabalhos produzidos por estes autores

    OBJETIVOS DO PROGRAMA PIBIC-Jr

    Implementar projetos de pesquisa em Laboratrios de Base Cientfica tendo em vista a melhoria do ensino nas escolas pblicas dos municpios envolvidos

    Promover a articulao entre as instituies de ensino, os programas de ps-gra-duao e a educao bsica com foco na melhoria dos indicadores.

    Despertar vocao cientfica e incentivar talentos potenciais entre estudantes do ensino fundamental, mdio e profissional da Rede Pblica, mediante sua participa-o em atividades de pesquisa cientfica ou tecnolgica, orientadas por pesquisador qualificado, em instituies de ensino superior ou institutos/centros de pesquisas

    Contribuir para a formao continuada de professores para a educao bsica no Estado de Mato Grosso do Sul

    ACESSE O PLANO NACIONAL DE EDUCAO

    MOODlE

    Para o oferecimento de cursos hbridos, de pre-sena fsica e virtual

    PORTAl DAS ESCOlAS DA REDE ESTADuAl DE EDuCAO DE MS

    A SED est desenvolvendo um portal para oferecer po-pulao informaes sobre todas as escolas da rede

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    Tecnologia nos aresAlice Feldens Carromeu

    Uma das vantagens do uso dos VANTs que o

    deslocamento pelo ar muito mais simplificado que pelo solo, j que no

    possui tantos obstculos

    TECNOLOGIA DA INFORMAO

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    um pssaro? um avio? No, um Vant! primeira vista, um Veculo Areo No Tripulado (VANT) pode at parecer um brinquedo, mas quando integrado a tecnologias de comunicao, compu-tao e localizao capaz de propi-ciar inmeras possibilidades e solu-es inovadoras.

    Tambm conhecido como drone, um VANT todo e qualquer tipo de aeronave que no necessita de um pi-loto presencial para ser guiada, sendo controlada a distncia por meios ele-trnicos e computacionais.

    Os VANTs inicialmente foram pro-jetados para fins militares, mas hoje so utilizados no mundo todo para as mais diversas atividades, como moni-toramento na agricultura (para identi-ficar pragas, plantas daninhas, falhas de plantio ou de irrigao), controle ambiental (em reas degradadas), uso fotogrfico em festas de aniversrios, casamentos e eventos em geral (cap-tando os melhores ngulos), uso cine-matogrfico, segurana, e at mesmo para lazer.

    Em Mato Grosso do Sul, os VANTs esto sendo utilizados na agricultura de preciso, aquela em que se utiliza tecnologia da informao para gerar melhoramentos. Neste caso, ele tem se mostrado um novo aliado, trazendo inmeros benefcios, tais como: redu-o de insumos e agrotxicos, melho-ra na conservao da terra cultivada, diminuio da degradao do meio ambiente e aumento dos lucros para os proprietrios rurais.

    Um exemplo disso o projeto de pesquisa desenvolvido pelo profes-sor da Faculdade de Computao (Fa-

    com) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Edson Takashi, que trabalha com processamento de imagens areas de alta resoluo para agropecuria de preciso. De acordo com ele, os VANTs coletam imagens em campos de cana-de-acar lo-calizados no Estado e, em seguida, o Laboratrio de Inteligncia Artificial (LIA) da UFMS processa a contagem de falhas na cultura.

    Segundo o professor, um dos pon-tos que causa impacto diretamente na produo da cana-de-acar a pre-sena de falhas que so caracteriza-das por regies onde a distncia entre duas plantas consecutivas seja maior que 50 centmetros. Detectar falhas um grande desafio, mas com o uso tecnolgico possvel obter imagens areas em alta resoluo utilizando VANTs e, com estas imagens, podemos

    estimar o ndice de falhas nas planta-es de maneira mais rpida, segura e econmica, diferente do que acontece hoje, em que a coleta de dados feita pelo deslocamento de pessoas dentro da plantao com medio manual, esclarece.

    Tramita na Cmara dos Deputados o Projeto de Lei n16/2015, que visa estabelecer regras sobre o uso e licenciamento de VANTs e drones no Brasil. Uma das exigncias do projeto que a responsabilidade deste assunto fique por conta do Ministrio da Defesa, por meio do Comando da Aeronutica, em especial o Departamento de Controle do Espao Areo (Decea). Hoje, o uso regulado pela Agncia Nacional de Aviao Civil (Anac) e pelo Decea.

    PROJETO DE LEIN16/2015

    As coletas de imagens foram realizadas em lavouras prximas a Campo Grande com a intermediao da

    Aprosoja

    Edson Takashi, professor da Faculdade de Computao (Facom/UFMS)

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  • REVISTA CORUMBELLA 0320

    Para Takashi, a tecnologia de VANTs j est bastante acessvel. Hoje, qual-quer pessoa disposta a gastar de 5 a 10 mil reais pode ter o seu VANT. Existem dezenas ou at centenas de pessoas no Estado que j conseguem coletar imagens areas como hobby ou para solucionar um problema real. A perspectiva muito boa, acredito que em um futuro prximo os produtores rurais tero seus prprios VANTs, as-sim como hoje eles possuem tratores, colheitadeiras e pulverizadores. Ser um equipamento de uso do dia a dia para auxlio na tomada de decises, acredita.

    Em Mato Grosso do Sul j existem empresas que trabalham com VANTs, seja na comercializao de equipa-mentos ou como prestao de servi-os. De acordo com Jefe Rodolfo, da Consis Consultoria e Sistemas Ltda, a atividade principal de sua empresa desenvolver Sistemas de Informaes Geogrficas (SIG) para monitoramen-to agrcola e ambiental, alm de gerar informaes e distribuir os dados cole-tados por meio de um servio denomi-nado Web Map Service (WMS).

    Colocamos no programa do com-putador a rea, altura, distncia, velo-cidade, e ele traa um desenho com o panorama de detalhes da programa-o do voo. Assim, o uso dos VANTs torna-se mais eficiente que pegar uma caminhonete ou um cavalo na fazen-da, explica o empresrio.

    Com a utilizao de um VANT possvel obter imagens imediatamente aps a ocorrncia de eventos climti-cos graves que possam causar danos a uma lavoura e, pela resposta rpida, permitir que o produtor tome decises a tempo de corrigir os problemas de-tectados. Dentro do contexto do agro-negcio, seja no quesito produtividade ou nas questes ambientais, o VANT ser o maior aliado dos produtores rurais para atender essas demandas, assegura Rodolfo.

    ObservatriO de turismO

    A Fundao de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fund-tur MS), em parceria com as prefeituras municipais, est desenvolvendo um projeto de captao de imagens por meio de drones, para levan-tamento de vdeos e fotos areas de alta qualidade. O objetivo produzir um in-ventrio das potencialidades e atrativos tursticos de cada municpio a fim de divulgar e promover os destinos do Estado.

    De acordo com Nelson Cin-tra, diretor-presidente da Fundtur, ser realizado um diagnstico nos municpios do Estado para identificar as potencialidades e priori-dades de cada um e, conse-quentemente, realizar um planejamento estratgico voltado especificamente para as necessidades locais. As imagens faro parte desse levantamento.

    Precisamos utilizar tecno-logias para a divulgao das potencialidades tursticas do nosso Estado. Assim, vamos estimular e atrair turistas para os mais diversos desti-nos de Mato Grosso do Sul, enfatiza Cintra.

    VOC SABIA?

    Drone uma palavra de origem inglesa, que significa zango ou zumbido, uma associao ao som realizado pelo aparelho durante um voo rasante perto de algum.

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    Hemerson Pistori, professor e pr-reitor de Pesquisa e Ps-Graduao da UCDB

    O uso de VANTs em monitoramentos ambientais foi discutido durante o evento

    uSO dE vANTS NA CulTurA dA SOjAH cerca de dois anos, um grupo de pesquisadores da Universidade Ca-tlica Dom Bosco (UCDB) realiza um trabalho que identifica as limitaes e potencialidades da utilizao de VANTs na cultura de soja. Eles acompanham a safra coletando, organizando e anali-sando as imagens.

    A meta identificar problemas vi-veis de serem resolvidos por meio do processamento automtico das ima-gens usando softwares que podero ser executados tanto em computado-res, quanto em smartphones. Como trata-se de um projeto inerentemente multidisciplinar, criamos uma rede, chamada Vantagro, para agregar pro-fissionais das reas de engenharia, computao, agronomia, economia, administrao, geoprocessamento, entre outras, explica o professor e pr-reitor de Pesquisa e Ps-Gradua-

    A utilizao do equipamento em moni-toramentos ambientais foi o ttulo e tema do encontro realizado no dia 13 de abril, na UFMS. Organizado pelo professor Antonio Paranhos Filho, do Laboratrio de Geopro-cessamento para aplicaes Ambientais (La-

    bGis) da universidade que sediou o evento.O assunto atraiu a participao de pes-

    quisadores, acadmicos, professores, re-presentantes de empresas e interessados no tema. Foram ministradas palestras que abordaram assuntos como o uso de VANTs

    na agricultura de preciso, tecnologia am-biental, design, calibrao de cmeras, en-tre outros. J nas mesas redondas foram dis-cutidos os desafios para montar e pilotar o veculo, utilizao para apoio recuperao de reas degradadas, dentre outros.

    o da UCDB, Hemerson Pistori.Sobre esse tema, Pistori coordena

    dois projetos de pesquisa fomentados pela Fundect, Reconhecimento sint-tico de padres para inspeo de fo-lhas de soja em imagens de Veculos Areos No Tripulados e Aplicao de viso computacional para detec-o de doenas e pragas de lavouras de soja em imagens capturadas por VANTs. Os recursos obtidos so es-senciais para o custeio das pesquisas, assim como as bolsas de mestrado e doutorado, que so fundamentais para mantermos alunos com dedicao in-tegral s pesquisas, declara.

    Segundo Pistori, o interesse por drones vem crescendo muito nos l-timos anos. J temos alguns grupos espalhados pelo Brasil, como o nosso, realizando pesquisas tanto na cons-truo dos equipamentos quanto no desenvolvimento de softwares para

    navegao autnoma (drones que de-colam, realizam o voo e pousam sozi-nhos) e tambm para anlise autom-tica de imagens e sistemas de apoio tomada de deciso. A insegurana ju-rdica ainda um problema para uma maior adoo deste tipo de tecnologia, mas a gama de opes e potenciais aplicaes enorme, conclui.

    EVEntO CIEntfICO DISCutIu O uSO DE VAntS

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    Sementede peixe

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    Banco de smen da ictiofauna pantaneira estratgia da Embrapa para conservao de espcies ameaadas

    Luana Campos e Nara Bernanos

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    Silenciosamente a canoa rs-tica feita de cambar desliza pela correnteza do Rio Para-guai. Na proa, um homem de meia ida-de se equilibra em p sobre as guas. Em uma das mos o remo controla a embarcao enquanto a outra bate o canio para fisgar o peixe.

    Assim a vida de Roberto Carlos de Arruda (42), o seu Beto, nascido e criado no Pantanal, aprendeu a pescar ainda criana e conta: a vida da gente isso a... na beira do rio mesmo.

    Seu Beto explica que quando o pei-xe malandro, o pescador tem que ser malandro e meio. No pode fazer ba-rulho, por isso com essa canoa que tem que pescar. As outras vo rangen-do tudo quando passa nas plantas. O pacu por exemplo, se o pauzinho t gemendo ele j correu.

    Com ou sem malandragem, o fato que pegar peixe de medida pra comer hoje t difcil, t acabando rapido!, nas palavras de seu Beto. Ele e outros pescadores da regio sentem na pele a diminuio das populaes de dife-rentes espcies nos rios que formam a bacia do Alto Paraguai.

    Para Roberto Carlos de Arruda, o seu Beto, a pesca muito mais que profisso, um modo de vida

  • Os motivos seriam a presso da pesca, a diminuio das cheias e o as-soreamento, todos ligados ao do homem sobre o ecossistema.

    A pesca esportiva no Pantanal, segunda atividade econmica da re-gio, movimenta em torno de R$ 40 milhes por ano. De acordo com da-dos do Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul (SCPESCA/MS), em 2013 os rios Miranda, Taquari e Pa-raguai, receberam por volta de 1.816 pescadores profissionais e 13.856 pescadores esportivos.

    Foram capturadas 333 toneladas de peixes, sendo o pintado e cacha-

    ra, espcies do tipo predador, os mais procurados.

    O especialista em Ecologia de Pes-ca, Agostinho Catella, aponta que os nmeros no representam o principal fator de risco. Como os recursos pes-queiros so renovveis, podem ser uti-lizados sem prejuzos ambientais des-de que respeitem a capacidade natural de reposio dos estoques, pontua.

    Essa reposio ocorre na poca conhecida como piracema, que vai do incio de novembro ao final de janeiro, e, para as cabeceiras dos rios, at final de fevereiro. quando os peixes sobem as nascentes para se reproduzirem.

    Catella destaca a agropecuria praticada no planalto, sem cuidados com a conservao de solos, como a maior responsvel por esta diminui-o. Ele explica que os solos se tornam arenosos e no assoreamento acabam depositados nas laterais do rio dimi-nuindo sua velocidade, consequente-mente, os leitos acabam entupidos e as margens rompidas.

    O pesquisador compara a inun-dao permanente dessas reas com lagos de barragens hidreltricas. Pobres em nutrientes, eles reduzem a produo de peixes por falta de ali-mento, explica.

    Um exemplo claro foi o que aconte-ceu com o Rio Taquari. A estimativa que por conta do assoreamento o es-toque pesqueiro tenha sido reduzido em 90%, o que trouxe graves preju-zos ambientais, econmicos e sociais populao local.

    ChEIAS E SECASA gerao de peixes no Pantanal diretamente relacionada ao perodo de cheias e secas anuais. Inundaes maiores significam mais alimentos para os peixes j que h maior quan-tidade de detritos orgnicos, insetos, microcrustceos, flores, frutos e se-mentes da mata alagada.

    Segundo a chefe-geral da Embrapa Pantanal, Emiko Resende, desde 1998, as grandes enchentes tornaram-se menos frequentes. Isso acarretou a reduo, principalmente de espcies mais dependentes da cheia como o pacu. Hoje em dia, temos muito mais gente pescando e a sensao de que o peixe diminuiu, devido ao fato de que o mesmo estoque est sendo dividido com mais pescadores.

    TECNOlOGIA APlICAdA PrESErvAOEm busca de possibilidades estratgi-cas para a conservao da diversidade de peixes migradores de gua doce, a Embrapa Pantanal fundou no ano 2000 o Banco de Smen de Peixes de Valor Econmico do Pantanal.

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    Pescadores so os maiores fiscais da atividade e realizam a conservao pelo uso

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  • Atualmente, o banco de germoplas-ma o maior do pas em termos de ma-terial gentico de peixes do Pantanal. No local so mantidos 7.149 doses de esperma congelado em nitrognio l-quido, de cinco espcies nativas: pin-tado (Pseudoplatystoma corruscans), cachara (Pseudoplatystoma reticula-tum), dourado (Salminus brasiliensis), pacu (Piaractus mesopotamicus) e pi-raputanga (Brycon hilarii).

    Emiko conta que a maior dificulda-de dos pesquisadores capturar os machos prontos para reproduo que estejam aptos a liberar o smen quan-do seus abdomens so pressionados.

    Hoje, o uso do material congelado aplicado nos programas de melhora-mento gentico de peixes. A pesquisa-dora explica que o procedimento ficou mais fcil, uma vez que no preciso esperar que machos e fmeas sincro-nizem seu perodo de procriao.

    Basta que a fmea seja preparada

    para alcanar a fase final de reprodu-o (migradores precisam ser prepa-rados para desova quando esto em cativeiro) e, no momento em que a ova liberada, aplica-se o smen.

    O restante a tecnologia j do-minada no Brasil de manejo dos ovos em incubadoras para ecloso e nas-cimento de larvas, pontua Emiko. Os

    animais podem ser utilizados tanto na piscicultura comercial quanto na li-berao em ambientes naturais, caso seja necessrio recompor as popula-es e garantir sua sobrevivncia.

    Uma semente para que no futuro no desapaream os peixes e com eles a cultura de gente como seu Beto que j parte do rio.

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    ff Entre os anos 2000 e 2006 os pesquisadores capturaram machos de cinco espcies nas cabeceiras dos rios Miranda e Taquari no

    perodo de reproduo

    Quando seu abdmen pressionado, os peixes liberam o esperma que fica guardado em palhetas numeradas e catalogadas para

    identificao rpida e precisa do material

    O material, ento, congelado em botijes com nitrognio lquido para ser utilizado em

    programas de melhoramento gentico ou, caso haja necessidade, no repovoamento de espcies

    Agostinho Catella, pesquisador da Embrapa Pantanal Emiko Resende , chefe-geral da Embrapa Pantanal

    COleta de material gentiCOSaiba como funciona a coleta de smen dos peixes do Pantanal

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  • REVISTA CORUMBELLA 0326

    ECONOMIA CRIATIVA

    Dados evidenciam o poten-cial da economia e indstria criativa para o desenvolvi-mento econmico e social dos pases. Nos Estados Unidos, a participao do setor criativo correspondeu, em 2011, a 3,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados da Federao das Indstrias do Estado do Rio de Ja-neiro (Firjan) e da Conferncia das Na-es Unidas para o Comrcio e o De-senvolvimento (UNCTAD), com base no levantamento do PIB 2011 do Banco Mundial. Na Europa, a receita gerada pela economia criativa chegou a 645 bilhes (2003), e o impacto na gerao de emprego foi o mais significativo dos setores.

    Em uma perspectiva abrangente, envolvendo a cadeia da indstria cria-tiva nacional e os servios gerados, os dados referentes ao Brasil ultrapassa-ram R$ 735 bilhes. Somente a massa salarial corresponde a 2,7% do PIB na-cional, o equivalente a R$ 110 bilhes.

    O setor vai alm de ser um poten-cial para a diferenciao econmica do Pas. De acordo com a superintendente de Economia Criativa de Mato Grosso do Sul, Cludia Medeiros, o setor uma das vocaes para o desenvolvimento.

    A superintendncia est ligada

    Secretaria de Estado de Cultura, Tu-rismo, Empreendedorismo e Inova-o (Sectei); atua na formulao de polticas especficas para a economia criativa, atendendo as diretrizes do Ministrio da Cultura. Estruturamos a superintendncia ligada as trs es-feras de atuao da secretaria, e por isso buscamos um desenvolvimento de aes em mbito da cadeia produtiva da cultura local, destaca Cludia.

    Para a implementao dos projetos em Mato Grosso do Sul, esto sendo realizados diagnsticos dos servios criativos e do pblico formado por pro-fissionais liberais e microempreende-dores que participam de associaes culturais.

    De acordo com o Mapeamento da Indstria Criativa 2014, com dados referentes a 2013, o nmero de pro-fissionais criativos em Mato Grosso do Sul superior a 6,5 mil, em 14 reas criativas, colocando o Estado na 18 posio nacional de empregos formais do setor.

    So mais de 2,4 mil cadastrados no banco de dados do Artesanato Brasi-leiro. Entre as entidades representa-tivas esto: Associao de Artesos de Mato Grosso do Sul (Artems); Federa-o dos Artesos de Mato Grosso do

    Estratgia para o desenvolvimento sustentvelCristiane Benevides Komiyama

    As atividades culturais so estratgicas para incentivar o desenvolvimento econmico justo e sustentvel, promove a incluso social, emprego e renda

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    Cludia Medeiros, superintendente de Economia Criativa de Mato Grosso do Sul

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    Sul (Fenarte-MS); Sindicato dos Ar-tesos de Mato Grosso do Sul (Sinart-MS); Unio dos Artesos (Uneart-MS); Associao dos Artesos da Praa dos Imigrantes; e Incubadora Z Pereira, ligada prefeitura e Proart-MS. Va-mos trabalhar com conceitos ligados valorizao da diversidade cultural, transversalidade e estratgia de de-senvolvimento integrados aos progra-mas de Incubadora Criativa e Arranjo Produtivo Local Criativo (APL), infor-ma o secretrio da pasta de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inova-o, Athayde Nery Filho.

    Para o secretrio, um dos desafios do APL Criativo formar uma cadeia produtiva em locais com potencial tu-rstico, de cultura tradicional, e com algum tipo de produo artesanal. Muitos jovens deixam suas comuni-dades tradicionais em busca de outras oportunidades enquanto poderiam se estabelecer na prpria regio como microempreendedores, fomentando a economia local, explica.

    J a incubadora criativa tem a mis-so de oferecer capacitao, orien-tao de gesto e apoio criao de projetos para a captao de recursos envolvendo associaes e entidades organizadas.

    TErrITOrIAlIzAOComo parte do Projeto de Apoio Es-truturao dos Sistemas Municipais de Cultura (Prosimc), at o primeiro semestre de 2015 foram realizados seminrios regionais, compreendendo 59 municpios e capacitando cerca de 450 gestores e agentes culturais na

    formulao dos planos municipais.O objetivo chegar a todos as ci-

    dades do Estado e formar comisses, que tero a participao de um repre-sentante de cada municpio da regio, que atuar tanto na implementao dos sistemas quanto nas polticas de cultura.

    De acordo com o Ministrio da Cultura, so cinco setores criativos estratgicos no pas:

    Patrimnio (materiais e imateriais, museus e arquivos)

    Expresses culturais (artesanato, artes visuais, culturas afro, indgena e populares)

    Artes e espetculos (dana, msica, circo e teatro)

    Audiovisual, livro e literatura (cinema e vdeo, e publicaes)

    Criaes funcionais (moda, arquitetura, desing e arte digital)

  • REVISTA CORUMBELLA 0328

    De acordo com o chefe da Asses-soria de Projetos da Fundao de Cul-tura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Vitor Maia, as comisses criam um espao de dilogo, fortalecem a im-plementao dos sistemas regionais, alm de serem decisivas no processo de construo da poltica pblica cul-tural. Para o Estado se mostrar preci-sa antes fortalecer o mercado interno, para isso precisamos conhecer esse mercado, destaca.

    Cada municpio apresenta pecu-liaridades em relao estruturao do Plano Municipal, formao do Con-selho Municipal e Fundo Municipal da Cultura, at mesmo quanto institu-cionalizao da cultura quanto secre-taria, coordenao ou fundao, por isso o mapeamento em todos os muni-cpios, informa Cladia.

    O diagnstico j foi realizado em algumas cidades. No Pantanal, por exemplo, Rio Verde do Mato Grosso ini-ciou o processo entre os anos de 2012 e 2013 e, em 2014, foi criado e aprova-do o Conselho Municipal.

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    A assessora especial de Cultura e Turismo de Rio Verde, Lidiane Farias de Souza, explica que o trabalho inicial viabilizou a parceria com outras pas-tas como a Educao. O diagnstico da cultura refletiu na Semana de Valo-rizao da Cultura Pantaneira, onde foi trabalhada com as crianas a cultura local, a gastronomia at a msica e dana.

    A partir do diagnstico estadu-al ser possvel identificar os setores culturais dos territrios, o desenvolvi-mento das atividades nas regies, as-pectos necessrios para a promoo de feiras, festivais e mostras de acordo com o que cada municpio apresenta.

    O foco de todo esse processo o fortalecimento do patrimnio material e imaterial de Mato Grosso do Sul, en-volvendo a gerao de renda, trabalho e emprego. A perspectiva da economia criativa impactar a produo cultu-ral local, os setores e a vida social dos territrios de maneira inclusiva, inova-dora e sustentvel.

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  • REVISTA CORUMBELLA 0330 REVISTA CORUMBELLA 03

    Construindo ambientesinovadoresCristiane Benevides Komiyama

    Em 25 anos de existncia no Pas, as incubadoras ganharam impulso apenas nos ltimos 10 anos e j so referncia para a economia brasilei-ra. O faturamento das 2.640 empre-sas incubadas geraram, em 2013, R$ 533 milhes. De acordo com relat-rio tcnico realizado pela Associao Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anpro-tec), em convnio com o Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI), entre as graduadas (empresas incuba-das que passam a operar efetivamen-te) chegou a R$ 4,1 bilhes.

    Em relao aos postos de trabalho, as empresas graduadas e incubadas, juntas, empregaram 45.599 pessoas no Pas. Estes so apenas alguns n-meros que demonstram o potencial estratgico do setor. Empresas incu-badas de Mato Grosso do Sul esto explorando os recursos naturais da biodiversidade do Estado, enquan-to outras buscam novas tecnologias sustentveis, como a energia fotovol-taica, aproveitando a incidncia de sol da regio Centro-Oeste. H outros exemplos de empresas que despontam na rea de Tecnologia da Informao e Comunicao (TIC) exportando sof-twares para outros pases.

    INOVAO

    A IDEIA

    Muitas ideias surgem da curiosidade e criatividade, estimuladas ou provocadas. Assimilar o que se deseja empreender pode levar tempo, mas possvel buscar orientaes para ter foco e no errar na escolha

    Muitos desses negcios no sai-riam do papel se as empresas no esti-vessem inseridas em espaos que pos-sibilitaram o desenvolvimento de seus negcios. Quando os empresrios par-ticipam de uma incubadora recebem consultorias, assessorias e capacita-

    es voltadas para as reas de gesto, empreendedoris-mo e recursos humanos.

    Empresas

    Parques Tecnolgicos

    Agronegcios

    Universidades

    Institutos de Pesquisa

    Indstrias

    Incubadoras

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    Para o vice-presidente da Anpro-tec, Jorge Audy, as incubadoras so espaos que propiciam ambiente ino-vador que, dentre muitos aspectos, tm proximidade com as universida-des. Audy explica que estes ambientes so necessrios para que ocorra o de-senvolvimento das empresas.

    A empresa incubada Morena Flora utiliza os laboratrios de qumica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) para a formulao de seus produtos com base em recursos naturais do cerrado. Sem este apoio a empresria dificilmente teria con-

    dies de comprar os equipamentos para sua atividade, mas com este su-porte ela produz e inicia sua insero no mercado, acrescenta o chefe de di-viso da Pantanal Incubadora Mista de Empresas (PIME), Jardel Pauber Matos e Silva.

    Este um dos exemplos de como as incubadoras so ambientes que podem fomentar negcios. A cincia do empreendedorismo inovador tem a capacidade de transformar a economia, de moderniz-la, destaca Audy. Para ele, os espaos com grandes indstrias esto ultrapassados, so necessrios locais estratgicos em que as empresas de vrias expertises, junto com as universidades e seus pesquisadores, renam-se com os financiadores.

    TErrITOrIAlIzAO dAS INCubAdOrASNo Estado esto implantadas oito in-cubadoras de base tecnolgica e mista trs de cooperativas sociais populares ligadas s universidades, institutos, fundaes e municpios, integradas Rede MS de Inovao. As incubado-ras atuam, principalmente, em Campo Grande e esto buscando a ampliao dos atendimentos em outras regies do Estado por meio das unidades uni-versitrias e do Instituto Federal.

    Em recente projeto aprovado pela Fundect, vinculado chamada de apoio s incubadoras de Mato Grosso do Sul, a Fnix, ligada UEMS, pretende chegar a 15 unidades no interior, com foco em despertar a cultura empreendedora da comunidade acadmica. Assim como a Pime que possui um projeto para criar polos nas cidades de Corumb, Trs Lagoas e Ponta Por, em parceria com os campi da prpria universidade e prefeituras locais.

    MENTES EMPREENDEDORAS

    Mais de 44% dos brasileiros querem ter o prprio negcio (Sebrae/IBQP). Estas mentes inquietas merecem ateno. da inquietude que podem surgir grandes ideias

    INCUBADORAS

    Um dos ambientes em que o futuro empreendedor pode ter sua ideia acolhida a incubadora de empre-sas. So abertos editais convidando empresrios a apresentarem suas propostas

    Empresas

    Parques Tecnolgicos

    Agronegcios

    Universidades

    Institutos de Pesquisa

    Indstrias

    Incubadoras

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    A estratgia do Instituto Fede-ral de Mato Grosso do Sul (IFMS) capacitar em cada unidade agen-tes indutores locais que criaro ambientes de inovao baseados em cincia, tecnologia e inovao. De acordo com o pr-reitor de Pesquisa e Inovao, Luiz Simo Staszczk, o projeto piloto aconte-ce, em parceria com a Fundao Instituto de Tecnologia e Inova-o de Nova Andradina (Finova). No ambiente que estamos cha-mando de Hotel Tecnolgico e Incubadora, queremos integrar os projetos de pesquisa da insti-tuio, as empresas e o mercado.

    O principal foco da Interp, unidade da Fundao Manoel de Barros, atender empreendedo-res de negcios de base tecnol-gica. Buscamos o fortalecimento da prospeco e incubao de novos empreendimentos de base tecnolgica. Atendemos muitos que possuem conhecimento da rea, mas que ainda buscam abrir uma empresa, explica o diretor da Fundao Manoel de Barros e coordenador geral da incubadora, Marcos Henrique Marques.

    Em 2015, a Universidade Ca-tlica Dom Bosco (UCDB) iniciou as atividades da Agncia de Ino-vao e Empreendedorismo S Inova com o objetivo de apoiar a transferncia de tecnologia, ino-vao tecnolgica e propostas inovadoras da comunidade aca-dmica. Para o diretor da S Inova, professor Ruy Caldas, a agncia estabelece relao entre os pro-dutos, processos e servios resul-tantes da pesquisa acadmica e o mercado.

    As primeiras incubadoras de tecnologia social foram criadas nas universidades, ligadas li-nha de extenso favorecendo a integrao das instituies com comunidades externas a univer-

    sidade e a comunidade acadmica. Similares s incubadoras tecnolgi-cas, as incubadoras sociais trabalham, especificamente, com empreendimen-tos coletivos. Em Mato Grosso do Sul, tanto a Incubadora Tecnolgica de Cooperativas Populares (ITCP-UFMS) quanto a Incubadora de Tecnologias Sociais e Solidrias (ITESS) da Uni-versidade Federal da Grande Doura-dos (UFGD) desenvolvem atividades tcnicas e de apoio junto a grupos de trabalho associativo ou cooperativas, os Empreendimentos de Economia So-lidria (ESS).

    O Parque Tecnolgico Internacio-nal de Ponta Por (PTIn), implantado no municpio que faz fronteira seca com Pedro Ruan Cabalero (Paraguai), ser o primeiro de Mato Grosso do Sul. Reunindo diversas instituies e pelo menos 40 municpios da regio, o PTIn

    tem a proposta de ser um espao de integrao, com o objetivo de favore-cer o desenvolvimento da cincia, tec-nologia e inovao.

    CONSULTORIAPassadas as fases de seleo, o empresrio inicia a construo do seu plano de negcios. Recebe diversas consultorias nas mais diversas reas at tornar o seu projeto robusto e coloc-lo em ao. Nesse processo, possvel utilizar as instalaes na institui-o vinculada incubadora

    ECoSSIStEMA DE INovAo E tECNologIA

    Uma parceria envolvendo a Secretaria de Fazenda

    do Estado, por meio da Superintendncia de Ges-to da Informao (SGI), a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistncia Social e Trabalho,

    por meio da subsecretaria de Polticas Pblicas da Juventude e a Secretaria de Cultura, Turismo, Em-preendedorismo e Inovao (Sectei), por meio da Fundect, esto trabalhando em um projeto que bus-ca a insero de jovens universitrios em atividades empreendedoras ligadas ao governo do Estado. Em

    linhas gerais, a proposta atrair jovens talentos e estimular as startups a criar processos, servios e produtos inovadores que possam ser aplicados em diver-sas atividades ligadas tecnologia da informao. Trata-se de uma das linhas norteadoras do Plano Estadual de Empreendedorismo que est sendo estrutura-do de maneira transversal entre diversas secretarias, a longo prazo, objetivamos a estruturao de polo de tecnologia para o Estado, destaca o superintendente de Cincia, Tecnologia e Inovao, Renato Roscoe. Para o subsecretrio da pasta da juventude, Thiago de Freitas Santos, queremos integrar os jovens e poten-cializar os talentos em ambientes que podem propiciar o desenvolvimento de novas tecnologias. Outra ao especfica para fomentar o empreendedorismo

    a criao do Programa de Micro Crdito Cidado Universitrio, envolvendo

    o Banco Cidado, na liberao de recursos, e o Sebrae-MS que deve atender a qualificao para um crdito produtivo e orientado.

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    lEGISlAO Os novos marcos legais para a Cincia, Tecnologia e Inovao (CT&I) demons-tram que h um entendimento quanto ao papel estratgico do setor para o Pas. Est em discusso no Congresso Nacional o Projeto de Lei 2177/2011 que atualiza a Poltica Nacional de CT&I vigente e institui o Cdigo Nacio-nal de Cincia, Tecnologia e Inovao. Dentre os principais aspectos ligados aos ambientes inovadores, o PL vai melhorar os mecanismos de captao e subsdios estatais para centros de pesquisa. Outro aspecto da proposta a regulamentao dos ganhos eco-nmicos resultantes de contratos de transferncia de tecnologia e de licen-ciamento para outorga de direitos de uso para o criador ou inventor.

    Outro dispositivo j em vigor, a Emenda Constitucional (EC) nmero 85 de 26 de fevereiro de 2015, promul-gada pelo Congresso Nacional, altera diversos dispositivos constitucionais com o objetivo de impulsionar, incen-tivar e promover a pesquisa e o desen-volvimento cientfico, da pesquisa, da capacitao cientfica, tecnolgica e da inovao.

    A Constituio Brasileira caracte-riza agora a CT&I estratgica para o desenvolvimento do Pas. No apenas a cincia e tecnologia, mas incorpora o termo inovao ao se referir s ativi-dades a serem estimuladas pelo poder pblico, destaca o diretor-presidente da Fundect, Marcelo Turine.

    A legislao atualiza o tratamento inovao nas empresas e aos par-ques e polos tecnolgicos, e incor-pora o termo ambientes promotores da inovao. Dessa maneira, induz e facilita a aproximao dos estudos de-senvolvidos por universidades e insti-tuies de pesquisa com as demandas do setor produtivo articulado com o governo nas diferentes esferas.

    A Fundect como agncia de fomen-to Estadual entende que o desafio pas-sa, realmente, pelo aporte financeiro e pela sustentabilidade das incubadoras. Em 2014, abrimos seleo pblica para apoiar financeiramente as incu-badoras do Estado com o objetivo de promover a prospeco de novas em-presas incubadas no valor global de R$ 400 mil, explica Turine. Em parceria com o Sebrae-MS estamos qualifican-do e formando novos empreendedores no Estado.

    Maneiras de se obter recursos tam-

    bm so foco da nova legislao, que traz luz possibilidade de se firmar cooperao tcnico-cientfica entre entidades pblicas e privadas, com a Unio, os Estados e municpios, para a execuo de projetos de pesquisa, de desenvolvimento cientfico, tecno-lgico e de inovao. Este acrscimo permite inclusive a associao entre pesquisadores e o poder pblico, e a possibilidade de se compartilhar ins-talaes dos centros de pesquisa. Em outras palavras, o que no havia cla-reza institucional sobre os ambientes inovadores passa a ser normatizado na Constituio Federal.

    Esta mudana foi imprescindvel para transformar os ambientes de ino-vao na nova plataforma de desen-volvimento do pas, incorporando as incubadoras, aceleradoras de empre-sas, parques tecnolgicos e cientficos em papis estratgicos junto ao poder pblico.

    MERCADO

    Produto pronto e na prateleira. A incubao demora o tempo necessrio at a consoli-dao da empresa e passa de incubada para graduada. A incubadora ainda pode auxiliar a empresa quando preciso e mostrar outros parceiros dos empreendedores

    o empresrio comea a processar o seu produto final. Adqua seu plano de negcios, estabelece seu planejamento estratgico e prepara a sua insero no mercado, ainda como empresa incubada

    O RESULTADO

  • Cristiane Benevides Komiyama

    Farinha de mandioca de Anas-tcio, mel do Pantanal, lin-guia tradicional de Mara-caju, Farinha de bocaiuva so alguns produtos dentre diversos outros que possuem em comum um modo de fazer original e exclusivo de regies de Mato Grosso do Sul. Muitos desses produtos tm fabricao artesanal, s vezes, li-mitada.

    Fazer com que sejam conhecidos fora de suas fronteiras um desafio que pode ser superado quando o pro-duto ou o servio local passa a ter a proteo de uma Indicao Geogrfica (IG). Concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a IG est prestes a completar 15 anos e, embora no parea, os feitos deste di-reito de propriedade intelectual ainda so recentes no Brasil.

    A IG um dos direitos da proprie-dade industrial que tem amparo aps entrar em vigor a Lei 9.279/96 - da Propriedade Industrial, em 1997, e que comea a dar visibilidade aos produtos e servios brasileiros. As duas primei-ras Denominaes de Origem (DOs) concedidas pelo INPI foram estran-

    geiras: a primeira em 1999, regio dos Vinhos Verdes (Portugal); e um ano depois, Cognac (Frana). Somente em 2002 o Instituto concedeu a primeira indicao de procedncia brasileira: Vale dos Vinhedos, sendo a nica IG do Pas que buscou a proteo e teve re-conhecimento na Europa em 2007.

    Pela legislao, o pedido de Indica-o Geogrfica pode ser classificado em Denominao de Origem (DO) e In-dicao de Procedncia (IP) (veja qua-dro), e segue procedimentos de acordo com a Instruo Normativa 25 do INPI.

    PrOTEO dA rEPuTAO E dE CA-rACTErSTICAS dO MEIO GEOGr-FICOPara proteger servios e produtos, muitos buscam primeiro o registro do patrimnio imaterial do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Na-cional (IPHAN) e depois a IG. Uma das experincias bem-sucedidas o ofcio das paneleiras de goiabeiras, do Esp-rito Santo, declarado Patrimnio Ima-terial pelo IPHAN em 2002, e que teve a Indicao de Procedncia Goiabei-ras concedida em 2011. O INPI tem

    Riquezas da nossa terra

    INDICAO GEOGRFICA

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    QUEIJO DE JARAGUARI

    BEZERRO DE CAMAPU

    MEL DO PANTANAL

    LINGUIA TRADICIONALDE MARACAJU

    FARINHA DE BOCAIUVA DE CORUMB

    FARINHA DE MANDIOCA DE ANASTCIO

    CAF DO VALE DO IVINHEMA

    CAVALO PANTANEIRO

    MELANCIA DE ELDORADO

    PoTEnCIAlIDADES DE InDICAo GEoGRFICA E MARCA ColETIvA EM MATO GROSSO DO SUL

    foNtE: MINIStRIo DA AgRICUltURA, PECURIA E ABAStECIMENto (MAPA)

  • REVISTA CORUMBELLA 0336

    atuado em parceria com o IPHAN e com diversas outras instituies como Sebrae, universidades, entre outras, com o objetivo de contribuir para a proteo do saber fazer, declara a coordenadora geral de Indicao Ge-ogrfica e Registros, da diretoria de Contratos de IG e Registros do INPI, Lucia Fernandes.

    De acordo com Lucia, a documen-tao do saber fazer das IGs precisa do apoio de diversas instituies, des-de a comprovao e o levantamento histrico, passando pelas formulaes de controle de qualidade e desenvol-vimento do sinal distintivo, at a co-mercializao em nvel nacional e a ex-portao. Para que a gesto garanta a sustentabilidade da IG, outras aes devem ser desenvolvidas com o apoio de instituies como, por exemplo, o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Para Lucia, h a necessidade de se buscar esforos para sensibilizar os pesqui-sadores de todas as reas do conheci-mento. O processo de Indicao Ge-ogrfica em muitos casos vai alm, uma ferramenta de documentao da histria e propicia o resgate da mem-ria brasileira, destaca.

    PrIMEIrOS PEdIdOSRequerida pelo Conselho das Coo-perativas, Associaes, Entrepostos e Empresas de Afins Apicultura do Pantanal do Brasil (Confenal) o Mel do Pantanal oficialmente a primeira IG concedida pelo INPI da regio Cen-tro-Oeste, e a primeira de uma regio produtora de mel. Ao todo so 150 produtores de Mato Grosso do Sul e 40 de Mato Grosso integrantes da Confe-nal que podero requerer a certifica-o de Indicao de Origem.

    Com produo em pequena escala, o mel silvestre ainda coletado em co-lnias de abelhas Europa (Apismellfe-ra) localizadas em matas e capes do Pantanal sul-mato-grossense e pode ter, a partir da Indicao Geogrfica, maior valor agregado aos produtos

    obtidos da meliponicultura.O processo teve incio em 2007

    com reunies junto a produtores de Corumb (MS), e foi protocolado o pe-dido junto ao INPI em 2014. Durante o processo tivemos de apresentar do-cumentos com algumas adequaes sobre tudo quanto aos limites territo-riais da produo no Pantanal, estudo que teve o apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) e da Agncia de Desenvolvimento Agrrio e Extenso Rural (Agraer), esclarece o presidente da Federao de Apicultura e Meliponicultura do Estado de Mato Grosso do Sul (Feams), Gustavo Bijos.

    Receber o selo facultativo ao produtor, que dever enquadrar a sua produo de acordo com as normas previstas para atestar a qualidade do mel. A produo poder ser encami-nhada para envasamento em um dos entrepostos credenciados pelo conse-lho das cooperativas, o objetivo ga-rantir a integridade do produto apcola pantaneiro e, consequentemente, do ecossistema do Pantanal, explica o presidente da Feams.

    O investimento para que o produtor passe a produzir de acordo com estas normas varia entre R$ 500 e R$ 1.000 mil sendo que a previso para o valor do quilo do mel produzido com selo trs vez maior que o valor sem a IG.

    COM O FOCO NA ExPOrTAOEngana-se quem compra a linguia de Maracaju em qualquer cidade do Esta-do que no seja a produzida no munci-pio de Maracaju. Pode estar adquirin-do a linguia tipo de Maracaju, mas no a original, defende o coordenador do Servio de Inspeo Sanitria do municpio, Rodrigo Olegrio.

    Por ser um produto artesanal, os produtores possuem registro para comercializao apenas local, para chegar at a Capital, por exemplo, h necessidade de alvars e outras certi-ficaes expedidas por rgos Estadu-ais e Federal. A produo atual chega a 12 toneladas por ms, com custo m-

    Nome geogrfico de pas, cidade, regio ou localidade de seu territrio, que se tenha tornado conhecido como centro de extrao, produo ou fabricao de determinado produto ou de prestao de determinado servio (lei 9.279/1996 Art.177).

    DENOMINAO DE ORIGEM (DO)

    INDICAO DE PROCEDNCIA (IP)

    Nome geogrfico de pas, cidade, regio ou localidade de seu territrio, que designe produtos ou servios cujas qualidades ou caractersticas se devam exclusivamente ou essencialmente ao meio geogrfico, includos fatores naturais e humanos (lei 9.279/1996 Art. 178).

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    dio de R$ 17 quilos do produto, para o consumidor o valor mnimo de R$ 20 quilos.

    O pedido de registro da Indicao de Procedncia (IP) da linguia foi fei-to em junho de 2014 junto ao INPI e, quando concedido, poder ser o pri-meiro de carne processada do Brasil. Os estudos tiveram incio em 2008, com o apoio da Superintendncia Fe-deral da Agricultura do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA). A expectativa aumentar a produo com foco na exportao. J temos empresas interessadas em com-prar a produo que poder chegar a 40 toneladas por ms, informa o pre-sidente da Associao dos Produtores da Linguia Tradicional de Maracaju (Aptralmar), Gerson Alves Marcondes.

    A linguia de Maracaju apresenta diferenciais na sua produo, como a utilizao de ingredientes naturais e muitos produzidos na regio, como a laranja azeda e outros temperos, alm dos cortes de carne bovina de primeira (contrafil, fil mignon, picanha, alca-tra e coxo mole). As peas so cor-tadas com tcnicas artesanais para garantir a maciez do produto, alm disso, utilizamos apenas 25% de gor-dura bovina fina e macia, acrescenta Marcondes.

    No caso da farinha de mandioca de Anastcio e de bocaiva, produzidas nos municpios de Anastcio e Corum-b, respectivamente, j existem asso-ciaes envolvidas no desenvolvimen-to e comercializao dos produtos, mas dependem de apoio para organi-zar a documentao, como histrico e regulamento de uso, e para o custeio dos servios de IG a serem pagos ao INPI.

    Na opinio da coordenadora de IG do INPI, para que os outros produ-tos com potencial de IG possam ser reconhecidos so necessrias aes conjuntas integrando o Governo do Es-tado, do municpio, instituies de pes-quisa e associaes dos setores para fomentar os estudos e direcionar o

    processo. Um exemplo bem-sucedido a IG do Vale dos Vinhedos que teve a Embrapa Uva e Vinhos, do Rio Grande do Sul, como instituio que participou da elaborao do instrumento oficial.

    Uma parceria deste tipo est sen-do realizada no Estado envolvendo o Sebrae Estadual e Nacional, alm da Secretaria de Estado de Cultura, Tu-rismo, Empreendedorismo e Inovao (Sectei) e da Fundect, com o objeti-vo de identificar as regies, produtos com potencial para registro de indica-es de procedncia e denominaes de origem. De acordo com o diretor- superintendente do Sebrae-MS, Clu-dio George Mendoa, a partir destas informaes, podero se desenvolver iniciativas de apoio a produtores e empresas instaladas. H produtos e servios de Mato Grosso do Sul bas-tante conhecidos, mas sem a devida proteo material e cultural, alm do incremento comercial, h valorizao da sociedade local, dos produtores e moradores da comunidade, destaca Mendona. Devero integrar o projeto pelo menos oito estudos de diagns-tico de IG em Mato Grosso do Sul. As Indicaes Geogrficas j concedi-das e o processo dos pedidos podem ser acompanhados no portal no INPI (www.inpi.gov.br).

    A Indicao Geogrfica mais que agrega valor a produtos e servios, ela garante que a produo e que toda uma regio seja reconhecida e conhecida por seu saber fazer

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    ncleos de Excelncia fortalecem pesquisa em Mato Grosso do SulCristiane Benevides Komiyama

    PESQUISA

    Ser um Ncleo de Excelncia significa que o grupo de pes-quisa, alcanou parmetros de alto nvel e competncia tcnico-cientfica. O Programa de Apoio a N-cleos de Excelncia (Pronex) foi criado por decreto de lei Federal em 1996, e desde ento apoia o desenvolvimen-to cientfico-tecnolgico por meio de aporte financeiro aos Ncleos de Ex-celncia do pas.

    Inicialmente o programa fica sob responsabilidade da Financiadora de Projetos (Finep), mas quando houve

    a reestruturao do sistema de Cin-cia e Tecnologia (C&T), coordenado pelo Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI), passou a ser ad-ministrado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnol-gico (CNPq).

    As primeiras selees nacionais ocorreram nos anos de 1996, 1997 e 1998, por meio de trs editais nacio-nais, em que foram selecionados 206 projetos. Os editais seguintes, ao todo 14, lanados nos anos de 2003 e 2004, foram realizados em parceria do CNPq

    e as Fundaes de Amparo Pesquisa (FAPs). poca, foram contemplados 177 projetos de 15 Estados, apenas um da regio Centro-Oeste, Gois com trs estudos pela Universidade Fede-ral de Gois (UFG).

    O processo de formao tcni-co-cientfica em Mato Grosso do Sul levou tempo. Havia a necessidade da qualificao dos pesquisadores ser re-alizada em outros Estados. O primeiro doutorado do Estado foi criado apenas em 2004, com a formao do primei-ro doutor em 2008. Os programas de

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    ps-graduao e a composio dos grupos de pesquisa somente ocorre-ram quando as instituies sul-mato-grossenses tiveram como estratgia atrair os pesquisadores a se fixarem na regio.

    A maturidade cientfica foi reco-nhecida quando, em 2013, foi firmado o primeiro convnio com o CNPq para o Programa de Ncleos de Excelncia em Mato Grosso do Sul e, no ano seguinte, lanada a primeira chamada pblica com recursos de R$ 1,995 milho sendo R$ 1,4 milho do CNPq e R$ 595

    mil a contrapartida Estadual para os ncleos, recursos a serem executados em um prazo de quatro anos.

    Os Ncleos de Excelncia esto distribudos nas regies e nas insti-tuies consideradas de referncia tcnico-cientfica e econmica para o Estado Corumb, Embrapa Pantanal, Dourados, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universi-dade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), e Campo Grande, Universi-dade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Embrapa Gado de Corte.

    Nessas instituies so realizadas pesquisas estratgicas para o desen-volvimento econmico e social, alm da difuso de conhecimento cientfico que promovem a competitividade tec-nolgica, enfatiza o diretor-presiden-te da Fundect, Marcelo Turine. Para ele, os Ncleos de Excelncia tm como di-ferencial contribuir para a competitivi-dade tecnolgica brasileira.

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    REVISTA CORUMBELLA 0340

    - UFGD

    - UCDB

    - UEMS

    - UFMS

    - Embrapa Gado de Corte

    - Embrapa Gado de Leite

    - Embrapa Pantanal

    - Embrapa Sunos e Aves

    - Embrapa Agropecuria Oeste

    - USP

    - Unicamp

    - UnB

    - UNESP

    - UFF

    - UEM

    - IFSC

    - UFSJ

    - UFMT

    - UFG

    - UFRGS

    - UFSC

    - UFPR

    - UNIFESP

    - UFPE

    - UENF

    - UFC

    - UFSM

    - Agraer

    - UniCesumar

    - MAPA

    - Fiocruz/ICC

    - INTA

    - Programa Biota-MS

    Canad- University of Waterloo

    Argentina- Instituto Nacional de Tecnolo-gia Agropecuria INTA-Argentina

    Frana- Institut Lumir Matire- Universit Claude Bernard Lyon 1- Lyon 1

    Espanha- Universidad de Cdiz- Universidad Complutense de Madrid

    Blgica- Universit de Ghent

    Reino unido- University of Bah

    Estados unidos- Universidade da Califrnia

    Alemanha- Lehrstuhi fr Glas und Keramik - Universitt Erlanger

    Mxico- Universidade Nacional Autnoma de Mxico

    InTERnACIOnAIS

    nACIOnAIS

    Instituies Parceiras

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    A unio de experincias de pesquisadores e de parcerias prvias consolidadas nas reas de Cincia da Computao, Bioinfor-mtica e Biologia Molecular so destaques deste projeto. De acor-do com o coordenador do grupo de pesquisa Grafos cobertos por emparelhamentos, Marcelo Hen-riques de Carvalho, da Faculdade de Computao (Facom-UFMS), as experincias na utilizao de tcnicas de aprendizado de m-quina, mtodos de otimizao, algoritmos para construo de filogenias e biologia molecular de bactrias sero fundamentais para o sucesso do projeto.

    O projeto Tcnicas compu-tacionais para rastreamento de focos de Tuberculose Bovina tem como foco a anlise genmica

    de cepas sequenciadas da esp-cie Mycobacterium bovis, agente causador da doena, bem como da busca de famlias de protenas capazes de genotipar de forma eficiente e confivel essas cepas.

    Dentre os impactos da pes-quisa esto os aspectos ligados sade pblica, como a dimi-nuio dos casos de tuberculose animal possvel com a cobertura diagnstica mais eficiente, pers-pectivas sociais e tcnicas que traro vantagens competitivas aos mercados interno e externo e na formao de recursos huma-nos especializados. Muitos dos pesquisadores envolvidos neste arranjo esto vinculados a cur-sos de ps-graduao e orientam teses de mestrado e doutorado, destaca Carvalho.

    O projeto desenvolvido na Uni-versidade Estadual de Mato Gros-so do Sul (UEMS) pelo grupo de pesquisa Espectroscopia ptica e Fototrmica (GEOF) pretende aumentar a eficinc