correio fraterno 424

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CORREIO FRATERNO O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: [email protected] • A no 41 • Nº 424 • Novembro - De zembro 2008 BAÚ DE MEMÓRIAS Joana d’Arc: o espírito guerreiro de uma casa espírita. Pág. 8 41 ANOS DE CORREIO FRATERNO www.correiofraterno.com.br Visite o nosso site: uem passa pela rua Dr. Bacelar, na Vila Clementino, em São Paulo, antes do cruzamento com a rua Pedro de Toledo, nem ima- gina que há sessenta anos os sobrados ali construídos formavam a Vila dos Jorna- listas, para onde o escritor e filósofo es- pírita José Herculano Pires se mudou em 1948, pouco tempo depois de chegar do interior com a família. O sobrado de número 505 guarda hoje muito mais que recordações. Um acervo cuidadosamente organizado em forma de Fundação mudou o destino o que pode- ria ser um amontoado de papéis, imagens, sons e livros que pertenceram a um dos maiores filósofos espíritas. A Fundação Maria Virgínia e José Herculano Pires ajuda a deixar para trás o tempo em que o Brasil não valorizava a preservação de sua memória. A discussão sobre o valor da história e sua preservação também ganhou espaço no Encontro Nacional dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas, em São Paulo. Leia mais sobre o assunto nas páginas 3, 4 e 5. O valor da história A memória espírita preservada 4º episódio das Aventuras de Fraterninho Q Fraterninho e seu amigo Forcílio che- gam à Terra e começam a ajudar todos que encontram pelo caminho. Entre encontros e desencontros, nossos he- róis vão se adaptando e conhecendo os anseios, virtudes e defeitos das pessoas do nosso mundo.

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Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

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Page 1: Correio Fraterno 424

CORREIOFRATERNO

O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA

P u b l i c a ç ã o d a E d i t o r a E s p í r i t a C o r r e i o F r a t e r n o • e - m a i l : c o r r e i o f r a t e r n o @ c o r r e i o f r a t e r n o . c o m . b r • A n o 4 1 • N º 4 2 4 • N o v e m b r o - D e z e m b r o 2 0 0 8

BAÚ DE MEMÓRIASJoana d’Arc: o espírito guerreiro de uma casa espírita.Pág. 8

41 ANOS DE CORREIO FRATERNO

www.correiofraterno.com.br

Visite o nosso site:

uem passa pela rua Dr. Bacelar, na Vila Clementino, em São Paulo, antes do cruzamento

com a rua Pedro de Toledo, nem ima-gina que há sessenta anos os sobrados ali construídos formavam a Vila dos Jorna-listas, para onde o escritor e filósofo es-pírita José Herculano Pires se mudou em 1948, pouco tempo depois de chegar do interior com a família.

O sobrado de número 505 guarda hoje muito mais que recordações. Um acervo cuidadosamente organizado em forma de

Fundação mudou o destino o que pode-ria ser um amontoado de papéis, imagens, sons e livros que pertenceram a um dos maiores filósofos espíritas. A Fundação Maria Virgínia e José Herculano Pires ajuda a deixar para trás o tempo em que o Brasil não valorizava a preservação de sua memória.

A discussão sobre o valor da história e sua preservação também ganhou espaço no Encontro Nacional dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas, em São Paulo. Leia mais sobre o assunto nas páginas 3, 4 e 5.

O valor da história

A memória espírita preservada

4º episódio das Aventuras de Fraterninho

Q

Fraterninho e seu amigo Forcílio che-gam à Terra e começam a ajudar todos que encontram pelo caminho. Entre encontros e desencontros, nossos he-róis vão se adaptando e conhecendo os anseios, virtudes e defeitos das pessoas do nosso mundo.

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2 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008ED

ITO

RIA

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toda vez que se aproxima a data escolhida para se celebrar a che-gada do Irmão Maior de todos,

é possível sentirmos as vibrações es-pirituais mais intensas que, apoiadas num passado de solenidades religiosas, já viraram tradição.

É esse conjunto de hábitos sociais que igualmente nos fazem avaliar mais um ano de trabalho, pois dezembro também simboliza o término de mais uma etapa percorrida.

Valeu a pena?A considerar as realizações que

aconteceram nesse período, não há como negar.

Só nesta edição, você vai saber quantos projetos foram concluídos em 2008 – o Encontro de Historia-dores de todo o Brasil, a inauguração

de mais um Centro de preservação da Memória Espíri-ta, o Congresso de Pedagogia Es-pírita, os 70 anos do Centro Joana d’Arc, a ampliação das atividades do Lar da Criança Emmanuel – eventos que enchem de coragem os que se preparam para outros fazeres, nos anos que irão se iniciar.

Para nós da imprensa espí-rita, lembrarmos deste fato nos possibilita nos sentirmos como as abelhas, que embora pequenas, são capazes de polinizar o campo e fazer nascer bons frutos, que irão verda-

deiramente saciar a fome.Um Feliz Natal, repleto de nos-

sos agradecimentos !!!Equipe Correio Fraterno

E

CORREIO DO CORREIO

Fé na prevençãoParabéns pela matéria “Fé na Prevenção”. Grande número de serviços na área da dependência é hoje desenvolvido a partir de movimentos religiosos, realizados, em geral, com muita dificuldade. Todas as alternativas de tratamento são valorosas, como possibilidade de orientações, in-formações e principalmente de tratamen-to que auxilie o dependente a trabalhar as reais causa da sua doença. A iniciativa do Governo Federal, através de seus inves-

timentos, estará agregando, qualificando e valorizando o trabalho já desenvolvido pelos movimentos religiosos.

Aracelia Mª. Sagrado Lovato, Assistente Social e Terapeuta familiar.

São Bernardo do Campo- SP

O apreço pelo CorreioMinha irmã gosta muito do jornal. Eu também adoro as matérias. Posso dar uma opinião? Acho que vocês deveriam vender mais publicidades para que pos-

Envio de artigosEncaminhar para e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.800 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNO

Fundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do

Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br

Diretor: Raymundo Rodrigues EspelhoEditora responsável: Izabel Regina R. Vitusso. MTB-3478

Jornalista responsável: Maury de Campos DottoRedação: Mariana Sartor

Comunicação e Marketing: Tatiana BenitesEditoração: PACK Comunicação Criativa

www.packcom.com.brImpressão: AGG –Artes Gráficas Guaru

Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955Vila Alves Dias - Bairro Assunção - CEP 09851-000

Caixa Postal 58 - CEP 09720-971

São Bernardo do Campo – SPFones: (011) 4109-2939

e-mail: [email protected]: www.correiofraterno.com.br

As colaborações assinadas não representam necessariamente a opinião do jornal.

Periodicidade bimestral

Para assinaturas do jornal ou pedido de livros:Acesse www.correiofaterno.com.br

Ou ligue: (11) 4109-2939.Para assinaturas, se preferir, envie depósito para Banco Itaú-

Ag.0092 c/c 19644-3 e informe a editora.

Assinatura 12 exemplares: R$ 30,00Mantenedor: acima de R$ 30,00

Exterior: U$ 20,00

Editora Espírita Correio Fraterno

CNPJ 48.128.664/0001-67

Inscr. Estadual: 635.088.381.118

Presidente: Izabel Regina R. Vitusso

Vice-presidente: Belmiro Tonetto

Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz

Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes

sam ampliar ainda mais o jornal. Um abraço a toda a equipe.

Adriano, Caruaru-PE

A equipe Correio Fraterno só tem a agradecer toda manifestação de carinho e apoio enviada durante mais um ano de publicação. Nosso desejo é que todo leitor receba sempre nossas boas energias, ao “saborear” nosso trabalho em forma de prazerosa leitura.Feliz Natal !!!!

Uma ética para a imprensa escrita

Em dois artigos, escritos por Allan Kar-dec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

•Aapreciaçãorazoáveldosfatos,edesuas conseqüências.

•Acolhimentodetodasobservaçõesanós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

•Discussão,porémnãodisputa.Asin-conveniências de linguagem jamais tiveramboasrazõesaosolhosdepes-soas sensatas.

•Ahistóriadadoutrinaespírita,deal-gumaforma,éadoespíritohumano.Oestudodessasfontesnosfornecerá uma mina inesgotável de observa-ções,sobrefatosgeraispoucoconhe-cidos.

•Osprincípiosdadoutrinasãoosde-correntes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, umateoria pessoal que exporemos.

•Não responderemosaosataquesdi-rigidos contra o Espiritismo, contra seuspartidáriosemesmocontranós.Aliás,nosabsteremosdaspolêmicasque podem degenerar em persona-lismo. Discutiremos os princípios que professamos.

•Confessaremos nossa insuficiênciasobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas,nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento.

•Se emitirmos nosso ponto de vista,issonãoésenãoumaopiniãoindivi-dual que não pretenderemos impor a ninguém.Nósaentregaremosàdis-cussão e estaremos prontos para re-nunciá-la,senossoerrofordemons-trado.

Esta publicação tem como finalidadeoferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões.Eligar,porumlaçocomum,os que compreendem a doutrina espí-rita sob seu verdadeiro ponto de vista moral:apráticadobemeacaridadedoevangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected] • Permitida a reprodução parcial de textos do Correio Fraterno desde que citada a fonte.

O trabalho das abelhas

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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008 CORREIO FRATERNO 3A

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C erca de 70 pessoas estiverem reu-nidas nos dia 27 e 28 de setembro, no Centro de Cultura, Docu-

mentação e Pesquisa Eduardo Carvalho Monteiro, em São Paulo para discutirem sobre os diversos aspectos do desenvol-vimento de pesquisas sobre temáticas espíritas, no 4º Encontro Nacional da Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas – LIHPE.

O evento contou com a participa-ção de pelo menos 15 pesquisadores, da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentaram estudos mais recentes, em grande parte resul-tado de projetos desenvolvidos em uni-versidades, como teses de mestrados e doutorados.

Ele contou com o apoio da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, que se fez presente na aber-tura com o Sr. Paulo Ribeiro (vice-pre-sidente) e da União Espírita Mineira, na pessoa do Prof. Marcelo Gardini, mem-bro da diretoria e responsável pelo acer-vo histórico da federativa mineira.

O Encontro obteve a presença maci-ça do público jovem, inclusive de proce-dência internacional, como a do antro-pólogo Reginaldo Cerolini, brasileiro

que por processo de adoção, aos 8 anos se mudou para a Itália e retorna agora ao Brasil para aprofundar estudos sobre o Espiritismo.

Vários temas abordaram questões so-bre a produção por meio da mediunida-de, como dos médiuns Yvonne Pereira e Chico Xavier. Enfocaram antigas ins-tituições e também a história de muitos pioneiros do espiritismo no Brasil, no-tadamente da região do interior de São Paulo e Triângulo Mineiro.

Como parte da programação, a pro-fessora e historiadora Míriam Hermeto de Sá ofereceu um minicurso enfatizan-do o uso correto das fontes documentais. Também o jornal Correio Fraterno se fez representado, ao ter a sua trajetória de 40 anos de divulgação rapidamente apresentada, para ilustrar o tema: o pa-pel da mídia jornalística na preservação da Memória Espírita, contando com a presença de um de seus fundadores, Raymundo Rodrigues Espelho.

Para Julia Nezu, presidente do Cen-tro de Cultura, o valor da parceria entre a Liga dos Historiadores e do Centro de Cultura está nos laços que se firmam.. “Que todos possam não só utilizar e propagar o acervo que já existe aqui no Centro de Cultura, mas também trazer novos materiais de pesquisas existentes

no Brasil e no mundo, para que sejamos um acervo de referência aos universi-tários, e outras pessoas interessadas no assunto. Futuramente queremos colocar tudo isso na internet, à disposição do mundo. Não queremos ficar isolados, mas ter intercâmbio com outras institui-ções”- pontua Júlia.

“Fui agradavelmente surpreendida com a qualidade dos debates e dos tra-balhos que vêm sendo realizados, assim como com o crescente volume de pro-duções no ambiente universitário, que comprovam os pilares filosófico e cientí-fico do Espiritismo, com conseqüências moralizantes”- avalia a jornalista Kátia Penteado.

Também o economista Marco Mila-ni, coordenador do Núcleo de Estudos do Terceiro Setor da Universidade Ma-ckenzie avaliou o Encontro com um dos melhores que já participou, consi-derando a qualidade das apresentações e a organização do evento.” Milani apre-sentou como tema o Perfil da produ-ção acadêmica brasileira com temática espírita.

Dentre outros expositores estiveram presentes Flávio Mussa Tavares, Adolfo Mendonça, Paulo Henrique de Figuei-redo, Nádia Luz e o biógrafo de Yvonne

Da REDAÇÃO

Pesquisa sobre Espiritismoreúne historiadores

Pereira, Pedro Camilo.Segundo Jáder Sampaio, um dos

representantes da Liga e coordenado-res do Encontro, o evento marcou pela qualidade da maioria dos trabalhos apre-sentados, pelos diálogos sensatos, pelo contato pessoal, pois muitas pessoas só se conheciam pela internet. Jáder acres-centa que o evento “consolida o projeto da rede, e enfatiza que não se trata de uma lista de discussão, mas um inter-câmbio de informação.” Sobre o encon-tro, satisfeito sintetiza que o evento não é uma demonstração de força de adesão. É uma busca de interlocução e isso foi alcançado.

JULIA NEZU

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4 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008EN

TREV

ISTA

Por IZABEL VITUSSO Herculano, como era a vida em família, nesses velhos tempos?Herculano: A família era muito gran-de. Logo que minha mãe se casou, a minha avó materna desencarnou. Meu avô e filhos foram morar conosco em Marília. Meu pai, apesar de ter nascido em Avaré, começou a vida em Cerquei-ra César, mas moraram também em Marília, onde meu pai foi trabalhar em um jornal que acabou adquirindo. De-pois da Segunda Guerra, o jornal “foi para o espaço”, e mudamos então para São Paulo.Não havia nenhuma restrição em se to-mar conhecimento de outras filosofias. A abertura de meus pais era total. Uma vez apareceu em casa um pastor dizen-do que iria abrir uma igreja, ali perto, na Vila Mariana. Minha mãe depois de

Quem passa pela rua Dr. Bacelar, na Vila Clementino, em São Paulo, antes do cruzamento com a rua Pedro de Toledo, nemimaginaquehásessentaanosossobradosaliconstru-ídos formavam a Vila dos Jornalistas, para onde o escritor e filósofoespíritaHerculanoPiressemudouem1948,poucotempo depois de chegar do interior com a família. O sobrado de número 505 guarda hoje muito mais que re-cordações.Umacervocuidadosamenteorganizadoemfor-ma de Fundação foi idealizado por amigo muito próximo do convívio familiar e criado com participação dos familiares: dentreelesHerculanoFerrazPires,umdosquatrofilhosdocasalMariaVirgíniae JoséHerculanoPires.Herculaninho,como era chamado carinhosamente pela mãe, tem muita história para contar...

Fundação Herculano Piresservir um café, disse que a gente iria co-laborar. Todos os domingos de manhã, eu, minhas duas irmãs e parte da vizi-nhança íamos à igreja participar. O pas-tor sempre aparecia em casa para tomar um café, e acabou se tornando grande amigo de meus pais. Mas seus pais já eram espíritas?Herculano: Sim. Quando jovem, meu pai chegou a ser coroinha na igreja católica. Jovem, se tornou teosofista. Depois, com 22 anos, um primo apre-sentou o Livro dos Espíritos. Ele conta que depois que o leu, não se afastou mais de Kardec. Achou que ali ele en-contrava todas as verdades que estava procurando. O escritor Jorge Rizzini costumava dizer a meu pai que os es-píritas deviam amar mais a doutrina. E realmente, Herculano considerava a doutrina a coisa mais importante, isso para todos nós. Você disse que na garagem deste sobrado, seus pais come-çaram a fazer reuniões. Quem chegou a vir ou mesmo as fre-qüentava?Herculano: Lembro do escritor Deo-lindo Amorim, o conhecido Jerônimo Mendonça, que paraplégico – andava sempre em uma perua Kombi – che-gou a vir participar de algumas reuni-ões. Uma porção de gente passou a vir para as reuniões. Foi o início do Cen-tro Espírita Cairbar Schutel. E sempre ao final, o pessoal subia e tinha o café e o bolo de minha mãe. Chico [Xavier] também chegou a participar, e tantas outras pessoas que não me lembro agora. Não existia um centro espíri-ta organizado oficialmente, até o dia em que aconteceu uma coisa curiosa. Apareceu na caixa dos correios um envelope endereçado ao meu pai, que minha filha, Tatiana, pegou e entregou para o avô. Dentro uma carta havia um bilhete dizendo: “Eu sei que você está querendo fazer alguma coisa pelo Espiritismo. Aqui está o que preci-

Um projeto familiar em prol da memóriaAntonio Carlos

Molina e José Herculano Ferraz Pires: o passado

mais próximo

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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008 CORREIO FRATERNO 5EN

TREV

ISTA

sa para um bom começo.” Lá tinha uma boa quantia de dinheiro, o que fez com que meu pai providenciasse a organização jurídica do Centro Espí-rita Cairbar Schutel. Essa colaboração juntada com outras tornou possível a compra da sede do Centro. Isso em 1979. Mas meu pai não chegou a par-ticipar de nenhuma reunião lá, porque logo desencarnou. Seu avô tinha um jornal no in-terior. Daí certamente o dom da escrita herdado pelo seu pai.Herculano: Meu pai sempre foi jor-nalista. Com 14 anos, já escrevia arti-gos para jornal. Concorria também a concursos de poesia. Quando tinha 17 anos, seu pai adoeceu, ficou sem con-dições de tocar o jornal. Ele o assumiu e transformou o jornal político em jornal literário. Fundou ainda a UAI (União Artística do Interior). Como Herculano começa a es-crever sobre Espiritismo, na dé-cada de 50, na coluna do Diário de São Paulo?Herculano: Meu pai trabalhava em um dos jornais do grupo do Diários Asso-ciados, o Diário de São Paulo, havia uma coluna espírita a cargo da Federação Es-pírita de São Paulo. Herminio Sacchet-ta, genro do Júlio Abreu Filho [escritor espírita], assumiu a direção de redação dos Diários Associados e pediu aos jor-nalistas Vandik de Freitas e ao Odilon Negrão e ao meu pai que ficassem res-ponsáveis pela coluna espírita, para que ela fosse mantida. Os três então combi-naram que se revezariam na redação, e assinariam com um único pseudônimo, Irmão Saulo. Mas quem acabou escre-vendo mesmo foi só o meu pai. Ele tratava sempre de temas do cotidiano e os comentava na visão do Espiritismo e que o Correio Fraterno depois publicou em livros. Quando o Chico [Xavier] fez o programa Pinga-Fogo, o jornal passou a publicar semanalmente uma das men-sagens psicografas por ele, enviada toda semana, para o meu pai, com uma carta tecendo comentários inclusive sobre a reunião. Meu pai preparava esse mate-rial, publicando uma abertura, a men-sagem e um comentário sobre o extrato doutrinário. Essas correspondências são, a meu ver, umas das coleções mais im-portantes do acervo.

Como surge a idéia de se criar a Fundação Maria Virgínia e José Herculano Pires?Ou melhor, uma pergunta an-tes para o Molina: como você chegou à família Pires? Que la-ços são esses, pelo menos nes-sa encarnação (risos).Molina: Eu trabalhava no Investban-co, na década de 70 e na época precisa de um profissional da área de processa-mento de dados. O Herculano [filho] foi indicado. Eu também era espírita e pelo nome reconheci seu parentes-co com Herculano Pires. Naquele dia mesmo, por telefone conversei com D. Virgínia, que com seu jeito todo ma-ternal me convidou para que fosse to-mar um café. Conheci a família toda e nunca e mais me desliguei. Convi-vendo já certo tempo, vi que quando Herculano Pires se foi, havia muito material de acervo pela casa e entre os familiares. Dona Virgínia tinha muito cuidado com a preservação e sabia que precisava fazer alguma coisa para não se perder.Não foi fácil organizar o material. Foram feitas pelo menos três ten-tativas com pessoas diferentes para se catalogar o acervo, mas a solução veio quando pusemos justamente no Correio Fraterno um anúncio do tipo: “Precisamos de pessoa que entenda de catalogação para serviços no acervo de Herculano Pires”. Uma moça de São Carlos-SP - Maristela Figueiredo Ro-riz - se prontificou a fazer o projeto e a treinar uma pessoa que pudesse fazer o trabalho. Maria Alice, a esposa do Herculaninho foi quem se prontifi-cou a realizar o trabalho. Foram anos de catalogação. Ao todo cerca de 10 mil documentos, artigos, críticas, ma-terial didático, poesias e mais de dois mil livros de sua biblioteca particular. Herculano exerceu funções de crítico literário, repórter político e o acervo dá uma visão geral de sua obra, que não se limitou às atividades espíritas. Quando Dona Virgínia desencarnou, em 2001, foi o momento de se insti-tucionalizar a Fundação.

Qual foi o papel de Dona Virgí-nia ao lado de Herculano Pires?Herculano: Ela era o braço direito do pai. Dava sempre seus palpites e tem até um caso engraçado, em torno do

livro dele Mediunidade. Ela disse um dia: “Zequita – era assim que ela cha-mava meu pai – sempre me consultam pelo telefone sobre mediunidade. Por que você não escreve sobre esse assun-to?”. Ele então escreveu e quando aca-bou, pediu para que minha mãe desse seu parecer. Ela tornou: “Não dá para simplificar, não?” Meu pai reelaborou e texto e voltou a mostrar para a mi-nha mãe. Ela tornou a sugerir para ele simplificar, mas meu pai disse: “Mais do que isso eu não consigo simplificar” e assim surgiu o livro Mediunidade. Quando meu pai desencarnou, minha mãe tomou as rédeas da editora. Ele fundou a Paidéia em 1976 e desencar-nou três anos depois. Ela tinha a pre-ocupação de manter a obra viva. Era muito pé no chão. Publicou 14 obras inéditas de meu pai, que achou entre os escritos deixados. Ela fazia a edição, juntava dinheiro comprava papel, e tornava a publicar. Com sete anos então de fun-dação, qual vocês consideram hoje o principal papel da insti-tuição?Molina: O enfoque da Fundação é divulgar o acervo, apoiar estudos e pesquisas, disponibilizando material e informação através dos recursos mais modernos, como a internet, inclusi-ve dispondo para os interessados os próprios livros da Paidéia, que podem se baixados via internet. Há também mais de 150 áudios do programa de rádio No Limiar do Amanhã, em que

Herculano respondia a perguntas so-bre o Espiritismo, na década de 70, pela Rádio Mulher. Ano que vem completa 30 anos da desencarnação de Hercula-no Pires. Você diria que é uma boa data para quê?Molina: Talvez para se começar a estu-dar, melhor se entender e se divulgar suas obras. É tempo de se compenetrar mais sobre a importância de Kardec. As pessoas não estudaram direito e já acham que tem novidade melhor para se estudar em questão de Espiritismo. Quando você mergulha no estudo, vê que não há.Herculano: Meu pai tinha muito dis-so. Debatia as idéias. E quando você está discutindo, está focado no assun-to, e não na pessoa. Quando debatia, como fazia com o professor Hernani Guimarães, sobre a Teoria Corpuscu-lar do Espírito, a teoria era o foco da discussão. Eles eram amigos! Os espí-ritas têm que se conscientizar disso. É preciso ficar atento para que cada vez menos o joio se misture com o trigo. É o caso de teorias estranhas atribuídas à doutrina. Não interessa quem trouxe a idéia. O que vale é saber se ela está de acordo com os princípios de Kardec. Chamem as novidades como quise-rem. Só não chamem de Espiritismo. Isso é o que de melhor Herculano Pi-res ensinou.

www.fundacaoherculanopires.org.br Fone: (11) 5549-3053

Estes livros são uma reunião de crônicas escritas por J. Herculano Pires e publicadas, em sua maioria, no jornal Diário de São Paulo.

Herculano Pires foi um dos mais felizes intérpretes do pensamento espírita. Por isso, seus escritos constituem pá-ginas de grande importância para os estudiosos do Espi-ritismo, cuja atualidade é indiscútivel. Ao reuni-las em livro e apresentá-las ao público, a Correio Fraterno presta uma homenagem ao autor, pelos 30 anos de sua partida.

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6 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008

Por IZABEL VITUSSO

LAR

EM

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EL INCLUSÃO

ma das realizações mais aguardadas no setor da pe-dagogia espírita em São Pau-

lo aconteceu entre os dias 7 e 9 de novembro, no campus da Universi-dade UniÍtalo, quando reuniu mais de 400 participantes, entre educa-dores, psicólogos, artistas, médicos, do Brasil e do Exterior.

Com o tema: “Um projeto de inclusão integral – ensinar tudo a to-dos”, o evento promoveu discussões inspiradas na proposta do educador checo Jan Amós Comenius (1592-1670), baseada na religação das diver-sas áreas do conhecimento e na ação para o acesso a todos.

O 3.º Congresso de Pedagogia Es-pírita contou com importantes nomes do setor da Educação e áreas afins, como a professora checa-brasileira Bohumila Araújo, especialista em Comenius; Franklin Santana Santos, coordenador do curso de Tanatolo-gia na USP, que abordou a inclusão de temas tabus na universidade; Júlio Peres, psicólogo e doutor em neuro-ciências; Regis de Moraes, professor-titular aposentado da Unicamp, autor de mais de 40 obras, que discorreu

sobre as três ecologias e a espirituali-dade contemporânea, dentre muitos outros participantes.

O professor polonês Przemystaw Grzybowski, mestre em Ciências Pe-dagógicas, assíduo freqüentador dos congressos de pedagogia espírita aqui no Brasil, lembrou o fato de existirem pontos de contato entre a filosofia espírita e a educação, salientando as diferenças de cada pessoa e a impor-tância de se trabalhar esse aspecto.

Cabe contar que a porta de inte-resse do professor polonês pelo Espiri-tismo se deu justamente pela deficiên-cia pedagógica de um encontro para adolescentes, do qual ele participava em seu país. “No momento em que estava entediante, resolvi fazer uma evocação dos espíritos através dos co-pos. Um fenômeno espiritual ocorreu que me impressionou fortemente, a ponto de me interessar pelo assunto. Escrevi para o Brasil e recebi o Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns, em esperanto” – recorda.

Apresentando dados sobre sua pesquisa, desenvolvida no campo médico psicopedagógico, o profes-sor Marcelo Gomes, neuropediatra

tão esperado Chá-Beneficente do Lar da Criança Emmanuel chegou e esse ano com gosti-

nho ainda melhor!!! É que os recur-sos angariados irão ajudar a custear, a partir do ano que vem, o dobro de crianças assistidas pela creche, um to-tal de 400.

É por isso que todos os presentes sentiram o cli-ma especial de festa, e um carinho a mais em tudo o que viram e degustaram. Artesanatos, quitutes e o clássico chá de frutas completaram os momen-tos de prazer de encontrar os amigos e comemorar mais um ano de trabalho

Chá com gosto de novidade

U

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em prol da casa e da causa. O evento aconteceu no dia 23 de novembro, na Associação dos Funcionários Pú-blicos de São Ber-nardo do Campo e reuniu cerca de 600 pessoas.

As ampliações do prédio do Lar Emmanuel serão inauguradas agora em dezembro para em fevereiro dar início ao projeto que irá beneficiar ainda mais a comunida-de. Para isso, a casa tem buscado novas parcerias com empresas que entendem a importância de iniciativas sociais como essas para ajudar a construir o futuro melhor que todos almejam.

étemadoCongressode Pedagogia Espírita

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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008 CORREIO FRATERNO 7A

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pela UNIFESP e membro da Academia Brasileira de Neurologia, lembrou que é comum, diante de crianças com pro-blemas de aprendizagem, especialistas atribuírem a causa ao próprio paciente, esquecendo-se de considerar que muitas vezes o que falta é apoio necessário para o próprio processo de aprendizagem.

Aproveitando a saliência do assunto: a eleição de um negro para a presidência dos Estados Unidos, o professor Alysson Mascaro, advogado e livre-docente em Filosofia do Direito, discorreu sobre Es-piritismo e justiça social, contextualizan-do as dificuldades e o processo de exclu-são no acesso ao ensino de qualidade.

Acesso ao ensino, pedagogia do es-pírito, desafios da educação. Foi a bus-ca desses e outros assuntos abordados no Congresso que atraiu o casal Maria Helena Mendes e Antonio Sérgio Maca-

cari, da Sociedade Espírita Casa do Caminho – Porto Primavera-SP – que viajou mais de 800 km para parti-cipar do grande encontro.

“Temos planos de fun-dar um educandário e viemos com objetivo de aprender. Foi muito bom, principalmente nos deba-tes. Deu para perceber que a gente tem que investir muito mais em cultura.

Temos o sonho. A gente quer alicerce sólido para construí-lo. Acho que con-seguimos. Voltamos motivados, porque vimos que o pessoal tá fazendo, caindo e levantando” – conclui Sérgio.

Hilda Nogueira de Lima, membro da recém-fundada Associação Paulista de Pedagogia Espírita diz que participou de todos os congressos até hoje e já sente mudanças no público participante. “As pessoas já estão trazendo mais práticas da atuação na pedagogia espírita, o que é muito bom.”

Outros nomes e pesquisas não me-nos importantes completaram a pro-gramação do congresso, como Ales-sandro César Bigheto, Klaus Chaves Alberto, e também os professores Ney Lobo, de Curitiba, e José Pacheco, ambos à frente de projetos que os no-tabilizaram pela inovação.

Ney Lobo, educador que projetou e construiu uma cidade mirim no Paraná, vinculada à educação do espírito, já al-cançou a casa dos 90 anos, mas em vi-talidade está na flor da idade, quando o assunto é encontrar soluções que viabili-zem o desenvolvimento das virtudes, ou das perfeições no ser, como ele mesmo denomina. O professor acaba de lançar em Brasília seu novo livro A espirituali-dade da inteligência, e divulga com entu-siasmo uma nova técnica, que emprega a imaginação para propiciar aos jovens experiências virtuais, suas boas e más conseqüências, técnica que pode ajudar a reduzir o número de pessoas envolvi-

das em problemas sociais, como o uso de drogas, prostituição e gravidez indesejada, dentre outros.

Bastante aguardada foi a presença do educador por-tuguês José Pacheco, à fren-te do projeto de educação que tem como bandeira a

autonomia do educando, materializado pelo menos em 30 anos dedicados à Escola da Ponte, por ele concebida em Portugal. Uma instituição

sem qualquer convenção com o

ensino tradicional: diretor, salas de aula, divisão por séries e turmas.

Morando atualmente no Brasil e de-monstrando natural resistência em ser tomado como modelo a ser seguido, o professor disse que a partir do ano que vem não irá se dedicar mais a palestras, mas elencar duas cidades no Brasil para desenvolver projetos. “Acho que já dis-se tudo. Agora vou concretizar. Muitos fizeram tudo pela educação, desde Co-menius. Só falta agora se resgatar a edu-cação, ou seja, resgatar a humanidade da escola. A Escola da Ponte foi um esboço imperfeito. Eu sei que no Brasil é pos-sível se fazer mais. O Brasil é a terra de Eurípedes, de Tomaz Novelino, de Aná-lia Franco, Agostinho da Silva e outros que o Brasil desconhece.” Aqui não há Escola da Ponte. Há gente brasileira que está a fazer a educação do Brasil. Nada se repete. Ainda bem”- analisa.

A coordenadora da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita e or-ganizadora do evento, Dora Incontri, enfatizou que o congresso superou as expectativas, em público e conteúdo e já pensa em realizar,ano que vem, um seminário, onde as idéias apresentadas pelos dois últimos educadores poderão ser aprofundadas.

O que é Pedagogia Espírita

A Pedagogia Espírita reforça a importân-cia da pedagogia, incluindo a espiritualida-denoprocessodeEducação.Elatemváriaspedagogias primas e irmãs, como a Mon-tessori, a Waldorf e a de Janusz Korczak, que enfatizam a liberdade do aluno, a afetividade, contrapondo-se à escolatradicional, por entender que a Educa-ção é umprocessode autoconstruçãoautônoma de cada um. E mais, é umprocessode construçãoque se dá atravésdasmúltiplasreencarnações,umadosfun-damentos da Doutrina Espírita.

Mono mon mon moom nomomom nomnom

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Page 8: Correio Fraterno 424

8 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008

O

Joana d’ArcO espírito guerreiro de

uma casa espírita

fato de o nome de uma guerreira francesa ser dado a uma casa espírita pode causar estranheza para

muita gente. Mas uma ocorrência na cidade de Uberlândia na região do cer-rado mineiro, terra de Chico Xavier e Eurípedes Barsanulfo, fez com que isso se tornasse uma realidade.

Corria o ano de 1938. Um fervoro-so senhor católico buscou o socorro dos espíritos para curar sua esposa, desenga-nada pelos médicos. Radiante e profun-damente agradecido por tê-la plenamen-te recuperada, seu Onofre Fernandes de Oliveira só pensava numa coisa: mani-festar a sua gratidão. Pensou em levantar uma casa espírita e deixar para sempre o seu reconhecimento à espiritualida-de. Mas queria colocar na instituição o nome de sua santa a quem era devoto: Santa Joana d’Arc. Seu Onofre entendeu que qualquer santo nada mais é que um espírito mais evoluído, um espírito de luz! E porque então ele não poderia em-prestar seu nome àquela boa causa? Os espíritas consentiram.

Setenta anos se passaram. E foi para comemorar uma bonita trajetória de muito trabalho e assistência que no dia 4 de outubro amigos, trabalhado-res, familiares espíritas de outras casas se reuniram sob o mesmo teto do anti-go Joana d’Arc para relembrar os fatos que fizeram história: a da França, com a narrativa do orador mineiro Licur-go Soares de Lacerda Filho sobre Joana d’Arc, e do próprio Centro, contada pela editora do Correio Fraterno, Izabel Vitusso, que conviveu estreitamente com os amigos da casa, no tempo em

morou naquela cidade.Licurgo, autor da coleção A mediu-

nidade na história humana (Minas Edi-tora), lembrou que a história da guerrei-ra francesa se confunde com a própria história da França, uma trajetória de ta-manha envergadura que se mescla com a da Humanidade. Apesar de tal impor-tância, lembra o orador que a jovem de Domrémy, ou Joana d’Arc, permanece à margem dos livros de História, tornado-se quase uma desconhecida.

Ela foi uma jovem camponesa com impressionantes dons mediúnicos,

A Grande SacerdotisaRomance mediúnicoPelo espírito Julianus Septimus, psicografado por Nadir Gomes

Distante de DEUSRomance mediúnicoPelo espírito Fábio, psicografado por Nadir Gomes

“Através da história de Hamazusayth, uma alta sacerdotisa do antigo Egito, muitas personalidades entram em cena e revelam suas lutas para a verdadeira transformação interior.”

A história de Fábio é como a de muitos, que amargam a dor do arrependimento,depois de seguir nos descaminhos do tráfico de drogas.Mas...sempre há o despertar para Deus e para as responsabilidades!

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ser publicado aqui nesta seção. E-mail: [email protected].

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Joana d’Arcque, atendendo aos apelos incessantes dos espíritos, guiou o exército francês contra o domínio dos ingleses. Depois de capitanear os inicialmente incrédu-los soldados franceses, coroou como rei o estupefato Delfim – Charles VII –; protagonizando os momentos ini-ciais do capítulo final da Guerra dos Cem Anos. Sua breve existência terre-na foi encerrada nas chamas da foguei-ra inquisitorial; acusada de herege.

Decorridos quatro séculos, o escritor Léon Denis caminhou lado a lado com Joana; ele como autêntico representante do Espiritismo, na França, ela como sua orientadora espiritual.

Mas ao contrário de Joana d’Arc, que empunhava bandeira destemi-da, quem foi chamado para dirigir o destino daquela casa recém-fundada em Uberlândia foi o caboclo recém-chegado da roça, Miguel Domingos de Oliveira, que se esforçava para ven-cer a timidez e dominar um Português melhor. Ele era ainda criança quando ouviu falar sobre espiritismo. Seu pai fazia entregas de queijo e rapadura em Sacramento-MG, na venda do seu Mogico – pai de Eurípedes Barsanulfo – e Miguel o acompanhava.

Seu Miguel se esmerou no estudo da doutrina, se superou na linguagem e transcendeu em sentimentos. Nos 60 anos em que esteve à frente da casa, ele, e sua esposa Dona Maria Ferreira de Oliveira, escreveu uma história de amor incondicional, principalmente às crian-ças, sessenta das quais educadas em seu próprio lar. História que continua a ser grafada pelos trabalhadores do Joana d’Arc, que aprenderam as lições com um espírito pacífico, que não teve medo tre-mular a bandeira do trabalho e enfrenta os desafios da vida, como quem enfrenta um bom combate.

Mono mon mon moom nomomom nomnom

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10 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008M

OSA

ICO

Sublime recomendação

Na escola, havia um cartaz que dizia: “Colabore com o Es-pírito Natalino e doe seus brinquedos”. O cartaz trazia a ima-gem de uma criança ehaviaàfrenteumagrande caixa escrito: “Deposite aqui sua doação”.Na sala de aula, a professora incen-tivava os alunos a pensarem nas outras criançaseafazeremsuasdoações.– Colaborem com a Campanha do Natal. Doem os brinquedos, aqueles com quevocêsnãolembramdebrincarmais,queficamguardadosequenemsãomais tão importantes para vocês.– Quem vai receber esse monte de brinquedo? Uma criança que não tem como comprar ou ganhar um brinquedo no Natal. Todos vocês ganham brin-quedo no Natal?As crianças responderam em coro:– Siiiiiiiiiiim!– Então, existem crianças que não ganham nada. É claro que o presente nãoéomaisimportantenessadata,masjáimaginaramcomoelasficariamfelizes, sabendo que foram lembradas por vocês? Muitas delas vivem com muitopouco,oanotodo.Eganharumbrinquedoémuitobom!!!.Quandochegarem em casa, vejam o que vocês podem doar e façam isso pelo Espírito Natalino!O burburinho das crianças começou; conversavam entre si sobre o que que-riam e o que não queriam doar. O sinal bateu e todos foram para casa pen-sando, inclusive Laurinha.Chegando em casa, Laurinha correu para seu quarto e começou a pegar todos os seus brinquedos. Quando sua mãe abriu a porta, levou um grande susto.–Laurinha!Oqueéisso?Quebagunçaéessa?– Mãe, estou vendo qual brinquedo posso doar.–Jura,filha?Quebom!Ascriançasvãoficarfelizes,vocêtemtantacoisaquenão usa mais!Laurinhapensativaenfileiravaseusbrinquedoseficavaapensar.–Oquetantovocêpensa,filha?Vejaquantacoisavocêpodedoar!NesseNatal você vai ganhar mais brinquedo!– Eu sei, mas eu preciso de brinquedo que seja de menino e eu só tenho brinquedo de menina!–Porquê?Acampanhaésóparameninos?– Não! É pra um menino só.–Não,filha.Acampanhaéparaajudarmuitascriançasquenãotêmbrinque-do, meninos e meninas!– Não mãe, o cartaz foi bem claro “Colabore com o Espírito Natalino”! Coi-tado,éoúnicoquenãotembrinquedoainda!

Um brinquedo de NatalPor TATIANA BENITES

COISAS DE LAURINHA

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“Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse: Vai para tua casa, para os teus e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te

fez e como teve misericórdia de ti.Marcos, 5:19

“Eminentemente expressiva a palavra de Jesus ao endemoninhado que recuperara

o equilíbrio, ao toque de seu divino amor. Aquele doente que, após a cura, se sentia atormentado de incompreensão, rogava

ao Senhor lhe permitisse demorar ao seu lado, para gozar-lhe a sublime companhia.Jesus,porém,nãolhopermiteerecomenda-lheprocureosseus,paraanunciar-

lhes os benefícios recebidos.Quantos discípulos copiam a atitude desse doente que se fazia acompanhar por

uma legião de gênios perversos!Olhosabertosàverdade,coraçãotocadodenovaluz,àprimeiradificuldadedo

caminho pretendem fugir ao mundo,famintos de repouso ao lado do Nazareno, es-quecendo-se de que o Mestre trabalha sem cessar.

OproblemadoaprendizdoCristonãoéodeconquistarferiadoscelestes,masdeatender os serviços ativos, a que foi convocado, em qualquer lugar, situação, idade e tempo.

Se recebeste a luz do Senhor, meu amigo, vai servir ao Mestre junto dos teus, dos queprendemàtuacaminhada.Senãopossuisa famíliadireta,possuísa indireta.Se não contas parentelas, tens vizinhos e companheiros. Anuncia os benefícios do Salvador, exibindo a própria cura. Quem demonstra a renovação de si mesmo, em Cristo, habilita-se a cooperar na renovação espiritual dos outros. Quanto ao bem-estar próprio,seráschamadoaelenomomentooportuno.”

Vinha de Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier. Ditado por Emmanuel; FEB.

Sabeis o que é a prece?Éumairradiaçãoprotetora,quenascedocoraçãoamoroso,sobeatéDeusem

súplicasveementesedesceembenefíciosatéoserporquemsepede,ouaquemsedesejaproteger.Éumfrêmitodeamorsublimequeseexpande,tocaoInfinito,trans-funde-se em bênçãos, ornamenta-se de virtudes celestes e derrama-se em eflúvios so-breaquelequesofre.Apreceéoamorquebeijaosofrimentoeconsola,éacaridadeque envolve o infortúnio e reanima o sofredor, retemperando-lhe as energias.”

Charles (espírito), em O cavaleiro de Numiers (psicografia de Yvonne do A. Pereira).

Pesquisa e seleção: Raymundo Espelho / Débora Vitorino.

Page 11: Correio Fraterno 424

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008 CORREIO FRATERNO 11EN

SAIO

Por GEORGE DE MARCO

T

A Lei dos Fora-da-leiremembé é um município do estado de São Paulo, situado no Vale do Paraíba. Palavra de ori-

gem tupi - Tirime’mbé “Tere-membé”, tanto pode significar água afamada, água boa para a saúde, como terre-no alagado ou bacia encharcada. Em todos os seus possíveis significados, o nome está sempre relacionado a exces-so de água ou algo parecido. Nada a ver com a fama que Tremembé con-quistou graças aos presídios situados na região. Para estes presídios (tanto o masculino quanto o feminino) foram encaminhados alguns acusados de cri-mes de grande repercussão nacional. Lá estão Alexandre Nardoni (acusado de matar a filha, Isabella); os irmãos Cravinhos (cúmplices no assassina-to do casal Von Richthofen); e, mais recentemente, Lindemberg Fernandes Alves, que seqüestrou e assassinou sua ex-namorada, a jovem Eloá Pimentel. Na ala feminina estão Anna Carolina Jatobá (esposa e cúmplice de Alexandre Nardoni na morte de Isabella) e Suza-ne Von Richthofen, acusada de matar os próprios pais. E qual motivo destes criminosos estarem em Tremembé? Simples: Eles foram “condenados à morte”, por um tribunal que, de fato, não existe, mas é muito atuante: o tri-bunal formado pelos fora-da-lei. Por exemplo: Anna Carolina Jatobá saiu da Penitenciária Feminina de Santana, na zona norte da capital paulista, para evitar que houvesse tumulto, pois as detentas fizeram um protesto no pá-tio, escrevendo frases ameaçadoras.’. Já Suzane Von Richthofen está na Pe-nitenciária de Tremembé desde o dia 2 de fevereiro do ano passado. Segundo sua defesa, a transferência aconteceu porque Suzane estaria sob ameaça de morte na penitenciária de Ribeirão Preto, onde cumpria pena.

A existência destes “tribunais fora-da-lei” não diz só respeito à justiça hu-mana. Por incrível que pareça, também diz respeito à justiça Divina. Apesar de Jesus nos ter ensinado sobre não julgar

o próximo, não há nada que façamos tão bem quanto... Julgar o próximo! Julgamos os hábitos, atos, cor da pele, linguagem corporal, o odor pessoal, os relacionamentos, o valor de uma pes-soa por sua beleza... Sempre acredita-mos que existam pessoas que mereçam nosso julgamento: Os políticos, os pais que agridem os filhos, os motoristas imprudentes, os maridos que traem as espo-sas, os artistas da Tv... E Deus! Sim, por que quando discordamos dos ditames da Cria-ção, dos fatos do mundo, estamos jul-gando Deus. Q u a n t a s vezes pro-n u n c i a -mos frases do tipo: “ C o m o D e u s permite i s s o ? ” Q u e m p o d e j u l g a r D e u s com tan-ta facilida-de, pode julgar o mundo que Ele criou. E cada um julga de acordo com seus parâmetros pessoais, suas susceti-bilidades. Por quê, então, os fora-da-lei não poderiam tê-las também? Somos todos filhos de Deus, cada um de nós é uma centelha divina, popularmente conhecida como “alma”.

Certa ocasião, Jesus, questionado por um fariseu acerca do que dizia a Lei sobre determinado assunto, res-ponde com duas outras perguntas: “O que é que está escrito na Lei? O que é que lês nela?” Realmente, há grande diferença entre o que está escrito na Lei

e a leitura que fazemos dela, ou entre o fato que observamos e a interpretação que damos a esse fato. Muitas vezes, arraigados a preconceitos, distorcemos os fatos que observamos. Quando Je-sus nos ensinou a não julgar, se referia também à extrema complexidade com que se reveste cada espírito, em relação

ao acervo individual de conquistas de cada um, bem como

aos compromissos particulares es-

tabelecidos com as Leis M a i o r e s . Cada ser é único, di-ferente de q u a l q u e r outro e, para con-siderar um julgamen-to correto, seria ne-cessário co-nhecer, em profundida-de, milhares de fatos da história de

quem se julga, além de se averiguar a extensão de todas as ramificações do seu comportamento, isto é, até que ponto ele foi influenciado ou influen-ciou outros na consecução de seus atos. Assim, matar seja quem for, será sempre um mal, será negar a capaci-dade de recuperação e regeneração do criminoso. E ninguém precisa mais de viver do que um meliante, já que a vida é a grande educadora das almas, que se aperfeiçoam através das expe-riências. E o conjunto destas experi-ências forma a sociedade, que criará, por sua vez, filhos felizes ou infelizes ao propiciar a uns o conhecimento e a outros a ignorância. E todos con-vencidos das justezas de seus próprios julgamentos.

Se o significado de Tremembé está relacionado a excesso de água, que seja a água viva de que Jesus falou à mulher samaritana - Quem beber da água do conhecimento nunca mais terá sede e será uma fonte de ensinamentos e consolações para quem precisar.

Publicitário e radialista. Realiza atividades como expositor, evangelizador de mocidade e coordena-dor de teatro na seara espírita. E-mail: [email protected]

Page 12: Correio Fraterno 424

12 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008A

GEN

DA

“Nosso Lar” ganha as telas do cinema

Depois do sucesso de O Diário de um Espírito,

a Fox Filmes faz agora parceria com o ator e diretor espírita Rena-

to Prieto para a produção do fil-me “Nosso Lar”, baseado na obra de André Luiz, ditada ao médium Chico Xavier. Segundo o diretor, o filme deve começar a ser filmado ainda em dezembro. Rio inaugura Centro de Documentação

O Instituto de Cultura Espírita do Brasil (Iceb)

inaugura dia 6 de de-zembro, no Rio de Janeiro, o Centro de

Memória e Documentação, que leva o nome merecido do biógrafo e fotógrafo Antonio Lucena. Aos 86 anos, Lucena é ativo colaborador de revistas e jornais espíritas de todo o país. Dedica-se há décadas ao Bole-tim Serviço Espírita de Informações (SEI), do Lar Fabiano de Cristo. O Centro de Documentação fica no 10.º andar do Iceb, na Rua dos In-válidos, 34- Centro. Rio de Janeiro. Fone: (21) 2224-1060.

Jovens se reúnem no Amazonas

27ª Confraternização das Mocidades Espíritas do

Amazonas. De 21 a 25 de fevereiro de 2009, na Escola Estadual

José B. Lindoso, em Manaus, AM. Tema: “Do outro lado da vida, a vida continua”. Participação do ex-positor Aluísio Almeida e Alberto Almeida (PA).

Comelesp é rea-lizada em abril

A Confraternização

DEZ

1

DEZ

6

FEV

21

FEV

21

ABR

9

CRUZADA DO CORREIO

SOLUÇÃO

ElaboradoporTatianaBeniteseHamiltonDertonio,especialmenteparaoCorreioFraterno

Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado com o que acontece no

meio espírita. Participe.www.correiofraterno.com.br

qualquer hora, em qualquer lugar

das Mocidades Espíritas do Centro-Leste do estado de São Paulo será realizada na cidade de Atibaia – 65 km de São Paulo – de 9 a 12 de abril de 2009. Realizado pelo Depto de Mocidade da União das Sociedades Espíritas de São Paulo. Tema: “Jo-vem espírita e o sentido da vida”. Informações: www.dm2.org.br.

Concafras 2009 em Goiás

53ª confraternização das campanhas de fraterni-

dade auta de souza e promoção social espí-rita.

De 21 a 24 de fevereiro, em cata-lão e cristalina-go. Informações: (64) 3442-8929 (61) 3612-2913. www.concafras.com.br/concafras/concafras_2009.asp

AconteceuEncontro da velha guarda no ABC Ao realizar a 12.ª Semana Espíri-ta de São Bernardo do Campo, o Conselho Espírita da cidade pro-moveu um breve Encontro Frater-no, que reuniu antigos fundadores de instituições espíritas em São Bernardo. Um dos objetivos foi promover a integração e tornar co-nhecida pelo menos parte da his-

Elo entre a vida espititual e o corpo (pl.)

Profetaque

trouxeos10

manda-mentos

Duração,período,época

Órgão responsável pelo paladar

Livro de Dolores Bacelar

– – –Morales,

presidente da Bolívia

Rotaçõespor minuto

De pouco uso

Modo de se locomover

pelo ar

_ _ _ _ _ _ _de Menezes,médium que atuava na

área da cura

Confuso, atordoado

Protocolo de Informação de Roteamento

Ecoa Consoantes de arte

Tanto

Roraima

Nome de mulher

Monte partes do objeto

Abrev. deEditores

– – – – – – – – –Barsanulfo,

médium mineiro

Baixo,rasteiro,

rente

Equipa-mentos

deProteçãoColetiva

Irmãosdopai

Que está desatado ou desprendido

Cartado

baralho

Lugar desabitado,

deserto

Nome técnico de pilha palito

Sétima letra do alfabeto

grego

Sufixo que indica conexão

Finalde

“Sul”

Arem

inglês

Aletra

sinuosa

2 em romanos

Tratamento da cura através das cores

Cabeça, tronco e membrosNenhuma

pessoa

Aqui

Ágil, arredio

Clínica de emagreci-

mento

Perfeição,excelência

Aquele que se

dedica à defesa e propa-gação

de uma doutrina ou de um

ideal

Guarda de elite do parti-

do nazista alemão

Compaixão,dó

As duas primeiras

vogais

Aqueles que dirigem orquestras

Que é pro-duzido pela

natureza

Pessoa muito

querida

Instituto de Saúde Integrada

Típico espetáculo espanhol

Terceira consoante

CROMOTERAPIATEMPOZURETA

SS

PEEASB

IIARISCOCORPO

RV

SPAPENAAEP

RI

ISIADERMORNMAESTROS

LINGUASOARTTOURA A

DLAO

OVENATURALASOMBRA

DOOLO

ME

IR

tória dos pioneiros da cidade, principalmente à imprensa espí-rita também convidada. Alguns dos presentes foram: Maria Tereza Pio, Cecília Martinelli, Luíza Piotto, Miguel de Jesus Sardano, Eliseu Ferreira, Cecí-lia e Sétimo Martinelli, dentre outros. Foi realizado no Grupo Fraternal Bezerra de Menezes, de 21 a 28 de setembro.

Page 13: Correio Fraterno 424

NOVEMBRO - DEZEMBRO 2008 CORREIO FRATERNO 13B

DE M

EMÓ

RIA

S

apidamente ocupou os meios de comunicação espírita a notícia do retorno do escritor e amigo

Jorge Rizzini. Em passeio que realiza-va em Buenos Aires com a família, ele foi acometido por um ataque cardí-aco e aguardava melhora do quadro da saúde para retornar ao Brasil. A intervenção cirúrgica seria necessária, porém seus 84 anos de idade já não viabilizava a operação. Foi no vôo de retorno às terras brasileiras que o amigo Rizzini se despediu, na madru-gada de 17 de outubro.

O escritor tornou-se conhecido por sua extensa lista de atividades em favor da divulgação do Espiritismo e também pela forma contundente com que de-fendia a integridade das obras de Allan Kardec, o trabalho do médium Chico Xavier, do filósofo e professor Her-culano Pires, para não dizer de outros expoentes. Rizzini biografara alguns deles, como o próprio Herculano Pires, o escritor Monteiro Lobato e também fora o primeiro a biografar o médium da cidade de Sacramento, que se trans-formou no livro Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade, lançado em 1979 pela Editora Correio Fraterno.

Rizzini faz uma referência na aber-tura da obra que ilustra bem a natura-lidade com que lidava com os espíritos: “Estávamos escrevendo este livro altas

PorRAYMUNDOESPELHO

R

Jorge RizziniDesencarna o escritor

horas da noite, quando, no silêncio do aposento, fizeram-se ouvir três bati-das no piano. Então uma voz sussurrou aos nossos ouvidos: ‘Rui Barbosa’. Ao grande Espírito, pois, pelo interesse doutrinário demonstrado através de carinhosas visitas, dedica-mos estas páginas.”

Quando o livro foi lançado, o jornal Correio Fraterno tinha apenas 12 anos e por coincidência, na mesma edição em que noticiávamos a desencarnação do querido Herculano Pires, resolve-mos inovar e imprimir a primeira pá-gina em cores, para maior destaque do acontecimento. Junto à capa do livro, o jornal estampava: “Toda a verdade sobre Barsanulfo”. “Por sua importân-cia histórica e pela mensagem substan-ciosa que contém, a Editora Correio Fraterno acaba de lançar o livro que conta a vida de Eurípedes Barsanulfo.” Vale lembrar que apenas no ano 2000 passaríamos a publicar o jornal defini-tivamente em cores.

Foi em São Paulo, em 25 de dezem-bro de 1924, que Rizzini nasceu em uma família tradicionalmente espírita. Formou-se em jornalismo e se dedi-cou ao trabalho da comunicação, sendo pioneiro na apresentação de programa espírita na televisão. Criou também a Filmoteca Espírita Nacional e ganhou notoriedade com a criação do Festival de Música Mediúnica, realizado em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Médium com expressivo potencial, incluindo sensibilidade para a música, chegou a gravar três discos e um CD com músicas mediúnicas de autoria de Verdi, Carlos Gardel e Ary Barro-so. Em 2006, gravou pela Versátil Ví-

deo, um DVD com vários gêneros de músicas mediúnicas de compositores consagrados, dedicado à memória do médium Chico Xavier.

Mais de 40 poetas no plano espiri-tual também utilizaram sua sensibili-dade mediúnica para enviar criações. Muitas acabaram se transformando em livros: Só pela Correio Fraterno, Rizzini publicou Sexo e verdade, Cas-tro Alves fala à Terra, Escritores e fantas-mas, A vida de Monteiro Lobato, além do Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade. Ao todo foram mais de 15 obras. Um livro de contos espíritas, Regresso de Glória, foi sua última rea-lização literária, publicada a cerca de três anos pela editora Lachatrê.

O médium era casado com a es-critora Iracema Sapucaia, autora de consagradas obras infantis, como O Besouro Casca-Dura e As aventuras de Fraterninho, que hoje circula como fascículo aqui no jornal, destinado ao público infantil.

Por ocasião do lançamento do li-vro de Jorge Rizzini, Beco dos aflitos,

Herculano Pires escreveu no jornal Diário da Noite, de São Paulo: “Jorge Rizzini se mostra, em Beco dos Aflitos, possuído daquele mesmo fogo de-moníaco que consumia Destoievski, Maupassant, Allan Poe e seu irmão tradutor, Baudellaire.”

Agora, passados 30 anos da “pro-moção” de Herculano Pires ao Plano Maior, chegou a vez do amigo Rizzini encontrá-lo.

Diretor e um dos fundadores do jornal Correio Fraterno.

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A coleção Revista EspíritadeAllanKardec,de1858a1869,contémpelomenos três referências sobreousodeplantasmedicinaisreveladaspelosespíritos,pormeiodemédiunsdaSociedade Espírita de Paris.•A edição de janeiro de 18601citaousodaplantaeuropéia

colchico (Colchicum autumnale) para a cura da gota, sob o título: “Palestra com o espírito de um vivo”. Nas mensagens do conde R.C, há breve revelação dessa planta e seu usomedicinal,tãodignodenotaqueatéhojeaMedicinaoficialutiliza a colchicina, o princípio ativo da planta no tratamento dagota,combonsêxitos.Emdosealta,estaplantaétóxica.

•Na edição de novembro e dezembro de 18622, Kardec, sem receios de críticas, publicou sob o título “Remédiodado pelos espíritos” uma receita pela célebre médiumErmanceDufaux,àbasedeaçafrão,cominho,ceraeóleo

de amêndoas para toda sorte de chagas e feridas, com bons resultados. •Jáemnovembrode18683, a Revista Espírita

anuncia brevemente o uso do pinhão da Índia (Croton tiglium), planta tóxica, em usohomeopático para acalmar câimbras erestabelecer a circulação normal do fluido

nervoso, na mensagem do Dr. Demeure, o conhecido médicohomeopata de Kardec.

A planta colchico, que produz o alcalóide colchicina, é natural

da Europa. Para uso medicinal recolhe-se os bulbos e as sementes. A colchicina é ainda usada, sobprescriçãomédica,nascrisesartríticasaguda e de reumatismo.

Plantas medicinales. J. Volak e J. Stodola.

Paris: Grüno, 1983 p. 123.

Químico e tradutor de francês; ex-

membro da USE Santo André.

1Allan Kardec. Revista Espírita. Edicel p.11

a 19, (trad. Julio Abreu Fº).2Idem p.336 a 338 e 386.3Ibidem p.321 a 323.

ou contar aqui um caso que se deu comigo, envolvendo o meu amigo Vicente Carta.

Éramos muito amigos. Ele era chefe de vendas e eu representante no Rio.

Ele faleceu e deixou-me de pre-sente o auto-retrato de Rafael, o ar-tista que pintava os tetos das igrejas na Itália, no século 18.

Eu não consegui provar para ninguém que se tratava mesmo do auto-retrato de Rafael, porque, na-quela época, não se usava assinar os quadros e nem pintavam em telas, mas sim em papel.

Então resolvi apelar para o meu amigo Vicente Carta, que já estava no espaço. Rezava todas noites pe-dindo para me ajudar a vender o quadro, o que era necessário. Como não recebia resposta, resolvi apelar para minha filha, Maria de Cássia Legat, que tem o dom de conversar com os desencarnados. Foi aí que

ele me enviou esta mensagem:

Mando-te es-tas entrelinhas para dizer que me encontro bem. O céu é lindo! Só agora estou aqui, depois de ter me purificado. Eu sa-bia que existia um lugar melhor que a Terra! Não me escutas, não pos-so me apresentar a você, acho que não é médium.

Uso sua filha para te dizer estas palavras:

Espera que o quadro será vendido. Tente no exterior, pois é a única solução que achei.

Um abraço do amigo, Vi-cente Carta.

* Esta foi a melhor solução, na visão do Sr. Waldemar, para resolver o seu problema, que de maneira tão singela partilha com os outros leitores. Mas é importan-te lembrar a expressão que o médium Chico Xavier sempre usava, quando recebia pedidos de notícias de pessoas já desencarnadas: “ O telefone deve sempre tocar de lá para cá”. (a editora)

Esta história aconteceu com o S. Waldemar Legat. Conte a sua também. Escreva para [email protected]

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SSIM

… Um recado do

alémPor CÍCERO PIMENTEL

Por WALDEMAR LEGAT

Fitoterapia espiritual

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odos nós somos sensíveis a ati-tudes de gentileza. Quando nos tratam com delicadeza, conside-

ração, cortesia, civilidade, obviamente que nos sentimos bem e respeitados pelo que somos.

Mas, são em nossas tarefas coti-dianas, principalmente quando elas se apresentam em número muito maior à nossa capacidade de absorção e solução, que a ajuda alheia pode facilitar, notada-mente na atualidade, quando a sensação de tempo disponível está se encurtando cada vez mais, em virtude das exigên-cias profissionais, do relacionamento familiar, dos intercâmbios sociais e dos inúmeros atrativos e estímulos da vida moderna.

Sendo assim, fator essencial para a harmonia e o bem-estar de todos é a co-operação. Cooperar é se interessar pela pessoa do outro, por suas dificuldades, seus afazeres e necessidades. É colaborar com alguém – fazer junto – para que

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O prazer de cooperarPorSÍLVIAHELENAVISNADIPESSENDA

ele possa produzir muito mais do que se fizesse sozinho. É prestar favores, ainda que pequenos, exercitando nossa cordia-lidade e melhores sentimentos. É parti-lhar nossa energia, qualquer que seja a forma, ou um sorriso, um pensamento. Enfim, é perceber o quanto nossa dispo-sição pode facilitar a vida de outra pes-soa, trazer-lhe satisfação, criando ainda um vínculo afetivo cada vez mais con-sistente.

Se desejamos experienciar o prazer de uma convivência agradável, necessi-tamos nos comportar de maneira mais amorosa e tolerante, para que os freqüen-tes confrontos deixem de existir. Assim, quando nos esforçamos por nos tornar mais pacíficos, pacientes, compreensi-vos, abertos aos outros, percebemos que a chave da própria sobrevivência não é a competição e sim a cooperação.

Se a colaboração inexiste nos relacio-namentos, decerto que as dificuldades se tornam mais difíceis de serem enfren-

tadas. Sem o amparo alheio, a força de cada um tem de se desdobrar ao máximo para que o desânimo e o desequilíbrio não prevaleçam. Portanto, a definição de quem é o melhor, ou quem manda mais, ou quem é o mais correto, perde completamente seu sentido quando es-tamos verdadeiramente entusiasmados e dispostos a unir nossas forças para se atingir um mesmo objetivo ou a concre-tização de um trabalho. É assim que a prosperidade e a bem-aventurança, em todos os aspectos de nossa realidade, se tornam viáveis.

Carlos Torres Pastorino, em seu livro Minutos de sabedoria, enfatiza:

“O homem não pode viver isolado.Lembre-se de que cada companheiro

de jornada é um amigo que o ajuda e a quem você precisa também ajudar.

A cooperação existe entre todas as coisas criadas.

Procure você também cooperar com tudo e com todos, em benefício da pró-

pria Terra que o acolhe bondosamente, permitindo sua evolução.

Ajude sempre, e jamais desanime.1”O comportamento de cooperação e

boa-vontade está intrinsecamente vin-culado à noção de interdependência entre as pessoas. E é assim que vivemos: necessitando uns dos outros. Somos uma só família perante as leis univer-sais. Estamos todos interligados. E o dever da assistência mútua nos propicia a sublimação de nossas potencialidades e a conquista do prazer da amizade, das trocas, das manifestações de carinho, de interesse e do amor em suas mais varia-das formas.

Quando realmente a maioria das pessoas desejar a paz, nós a teremos. Isso significa que todos os confrontos e di-ferenças precisam ser resolvidos, e isso começa com cada um resolvendo seus próprios conflitos.

Jamais conseguiremos crescer so-zinhos. Precisamos uns dos outros, de nossos intercâmbios e interações, visto que forças unidas sempre criam mais e mais possibilidades.

1Carlos Torres Pastorino. Minutos de sabedoria. Petrópolis, RJ: Vozes.

Sílvia Helena é estudiosa do comportamento hu-mano à luz da doutrina e palestrante na cidade de Rio Claro,SP. E-mail: [email protected]

T

Natal e Ano Novo são momentos para um balanço interior.

Saiba por que dedicar atenção ao outro é fundamental

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