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7/26/2019 CORR-internacionalizao do curriculo artigo livro (1).doc
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INTERNACIONALIZAO E AMBIENTALIZAO DO CURRCULO:
Processos em uma Escola Montessorana
M!rca Perera "a #l$a% UNI&ALI'
Antono (ernan"o #l$era )uerra% UNI&ALI*
INTRODUO
Este artigo tem por objetivo identificar o grau de internacionaliza!o curricular
de uma Institui!o "ontessoriana de Educa!o #$sica% do munic&pio de '!o (os)%
Estado de 'anta *atarina% considerando% como base para este diagn+stico% os est$gios
propostos por #et, -eas. /01234% 5uais sejam6 26 Diagn+stico e refle7!o% 5ue buscaresponder o 5uanto est$ internacionalizado o curr&culo da institui!o8 06 Imagina!o6
9ue outro meios de pensar e fazer s!o poss&veis: ;6 Revis!o e planejamento6 O 5ue
pode ser diferente: 36 ncia@ O estudo abre
possibilidades para 5ue outras instituiAes de Educa!o #$sica realizem% tamb)m% seus
processos de ambientaliza!o e internacionaliza!o% num movimento de transi!o para
se constitu&rem em Espaos Educadores 'ustent$veis@
1 "arcia Bereira da 'ilvaC Barapsic+loga e Bsicopedagoga@ "estre em Educa!o e doutoranda emEduca!o pela UNI
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< internacionaliza!o e a ambientaliza!o s!o processos em constru!o n!o
apenas no #rasil% mas tamb)m em grande parte do territ+rio global@ Esse desafio se
potencializa% 5uando pensamos em como nossa escola se estrutura e se configura% em
seu pr+prio conte7to% sem nos juntarmos aos 5ue apenas a criticam% mas unindoCnos
J5ueles 5ue% a esta% outras propostas apresentam% afinal% Ka maior ri5ueza do ?omem ) a
sua incompletudeL /#
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2C *URRI*U-O E EDU* precisa de tempo pra en7ergar
5ue a5uela estrela morreu@ < estrela da educa!o morreu% mas n+s ainda en7ergamos a
sua luzL@ "as a 5ue lugar nos referimos: De 5ue morte fala "affesoli:
Na busca por alicerar e ancorar este estudo em bases s+lidas 5ue permitam% J
escola de Educa!o #$sica% realizar os processos de internacionaliza!o e
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ambientaliza!o% segura de suas escol?as mas% sobretudo% para 5ue possamos nos unir
aos 5ue pensam outra escola poss&vel% ) 5ue refletimos sobre o sentido da morte%
retornando J filosofia de Nietzsc?e /0114% em K< Haia *i>nciaL@
9uando Nietsc?e disse6 Deus esta mortoS proferiu uma afirma!o 5ue causou
um abalo nas estruturas da sociedade de sua )poca@ < pergunta era6 *omo Deus pode
estar morto% se j$ ) imortal: 'e Deus est$ morto% como lidar com o pecado% uma vez
5ue% se ele morreu% todo pecado tamb)m dei7a de e7istir: O con?ecimento cient&fico
tamb)m e7plica os fenmenos 5ue antes eram desvelados apenas pelo ol?ar da f)@ Dessa
forma% a religi!o n!o mais representaria a resposta para tudo% nem dominaria
integralmente as convicAes sociais@ -ogo% ao assim afirmar% Nietzsc?e 5uis salientar
5ue a estrutura religiosa do con?ecimento% como fonte nica% morreu e 5ue% portanto% a
ci>ncia da )poca tamb)m era KdeusL% e e7plicaria muitas das convicAes esclarecidas%
antes% apenas pela f)@
Numa interpreta!o livre e pessoal% afirmamos 5ue% 5uando "affesoli /011%
p@04 diz6 Ka estrela da escola est$ mortaL% 5uer tamb)m dizer 5ue vivemos um momento
em 5ue a mudana ) inevit$vel% ou seja% outra rela!o pode ser encontrada para 5ue a
escola represente um espao de conviv>ncia% de troca e de respeito Js distintas culturas
5ue nela e7istem e se relacionam@
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manifestam no curr&culo oculto das nossas instituiAes de ensino@@@@ E 5uantas ?ist+rias
podemos encontrar no Kc?!o da escolaL@@@
Um redimensionamento do curr&culo numa perspectiva intercultural permite um
movimento circular entre curr&culo formal% informal e oculto% todos acontecendo dentro
desta comunidade feita de pessoas 5ue possuem ?ist+rias nicas e diferentes% sendo e
pensando num movimento ininterrupto6
Gigura 2C "ovimento circular do curr&culo@ Gonte6 Elabora!o dos autores@
Essa base de compreens!o do curr&culo pela educa!o intercultural serve de
alicerce para a leitura dos documentos da escola a5ui mencionados% pensando 5ue a vida
dessa escola est$ nesse cont&nuo movimento entre formal% informal e oculto%constituindo uma escola viva% a 5ual pode muito bem ser este Koutro lugarL proposto por
"afessoli@
Bensar nos aspectos do curr&culo oculto% por e7emplo% representa pensar este
pulsar de vida na escola% e 5uanto mais este estiver presente% mais a internacionaliza!o
e a ambientaliza!o ser!o poss&veis@
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Bara 'ilva /01214% 5uando as formas tradicionais de conceber o con?ecimento e
a cultura entram em crise e s!o radicalmente 5uestionadas% o curr&culo n!o pode dei7ar
de ser atingido /'I-ncias e e7peri>ncias@ Y
atrav)s do v&nculo entre cultura% con?ecimento e identidade 5ue a internacionaliza!o e
a ambientaliza!o se efetivam no curr&culo da escola@
< ambientaliza!o% por sua vez% compreende a inser!o% nos curr&culos% de
valores sociais% )ticos% est)ticos e ambientais% de forma a educar para a sustentabilidade
socioambiental /HUERR
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pa&ses na constitui!o da Rede de Ambientalizao Curricular do EnsinoSuperior (ACES)@ Essa rede foi criada em 0110% com o objetivo deapresentar um projeto comum ao Brograma s erambrasileiras /UNE'B% UNI*
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Gigura ;C Etapas do processo de Internacionaliza!o do curr&culo elaborada pelos autores% com base em
-eas.% 0123@
< internacionaliza!o proposta por -eas. considera% em seus est$gios% a
relevPncia de um ol?ar sobre o todo das InstituiAes de Ensino% propondo 5ue estas se
internacionalizem pensando nesses est$gios% n!o de maneira estan5ue e isolados% mas
acontecendo na dinPmica da Institui!o@
Obviamente 5ue este n!o ) um processo sem embates e disputas% visto 5ue a
Educa!o ) um campo minado de conflitos% onde os discursos e as relaAes de poder
est!o diretamente ligados e se intensificam 5uando uma proposta de inova!o coloca em
7e5ue os discursos j$ estabelecidos como verdade@
ncias% os
processos de internacionaliza!o e ambientaliza!o curriculares apresentamCse como
um camin?o para outra maneira de pensar a Educa!o% o 5ue nem sempre ) bem aceito
pelos 5ue se apropriaram do discurso de uma Keduca!o de 5ualidadeL% o 5ual se
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esvazia 5uando% parafraseando Baulo Greire3% se 5uestiona6 9ualidade: Bara 5u>% para
5uem: < servio de 5uem% e contra 5uem:
Bautados nas refle7Aes e conte7tualizaAes at) a5ui e7plicitadas apresentamos na
se5uencia a institui!o de Educa!o "ontessoriana e os facilitadores e blo5ueadores
presentes no processo de internacionaliza!o e ambientaliza!o do curr&culo%
considerando para esta analise o documento Institucional Brojeto Bol&tico Bedag+gico
/BBB4 da escola@
;C *ONTEZTO IN'TITU*ION
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20 a 2 anos *omo:
3C MI'T\RI*O D< IN'TITUIO
< Institui!o iniciou atendendo apenas a Educa!o Infantil com Hrupos de
Trabal?o /HTs4 de idades entre ; meses e = anos% ampliando suas atividades% em 011=%
para o Ensino Gundamental I /HTs entre e 21 anos4 e% em 0121% iniciando a ltima
etapa do Ensino Gundamental II /HTs entre 22 e 23 anos4@ Desde sua abertura% prima
por dialogar com uma ideia de escola diferenciada e pensada a partir dos princ&pios da
educadora italiana "aria "ontessori% 5uais sejam6 "iberdade% Responsabilidade e
#ndividualidade@ < Bedagogia "ontessori constituiCse em uma filosofia de vida 5uebusca o desenvolvimento pleno do ser baseado na ideia do6 KajudeCme a crescer% mas
dei7eCme ser eu mesmo@L@
Na Bedagogia "ontessori% se estabelece um campo de a!o atrav)s do conv&vio
entre educandos de idades diferentes% sendo 5ue% com a media!o do educador%
paulatinamente vai se estabelecendo essa comunidade aprendente@
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=C BRO*E''O DE INTERN
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BBB% se estes oportunizam as trocas de e7peri>ncias culturais dos educandos vindos de
outras regiAes e ou pa&ses@ Bor)m% na descri!o desses dispositivos pedag+gicos% ?$
ind&cios de Internacionaliza!o@ Est$ presente tamb)m% no documento% a ideia do
pertencimento como sendo o norte das escol?as pedag+gicas% no sentido de 5ue todos os
educadores e os educandos s!o respons$veis pela organiza!o% modifica!o% elabora!o
de regras /assembleias4% valoriza!o dos talentos individuais e coletivos% considerando%
tamb)m% a presena de varias manifestaAes culturais /do local de origem dos diversos
grupos presentes na escola4@
Os dispositivos pedag+gicos s!o centrais no curr&culo da institui!o% permitindo
compreender 5ue ) poss&vel ampliar as aAes j$ realizadas em dire!o ao aumento do
grau de internacionaliza!o da Institui!o% por ser esta% uma escola com escol?as
distintas% menos engessadas do 5ue a5uelas presentes nas escolas guiadas por curr&culos
ainda centrados em disciplinas e series@
'!o estes os referidos dispositivos6
Gigura 3C Dispositivos Bedag+gicos do *entro Educacional "aria "ontessori@
*onsiderando o j$ afirmado% de 5ue um redimensionamento do curr&culo numa
perspectiva intercultural permite um movimento circular entre os curr&culos formal%
informal e oculto% buscamos identificar a presena ou n!o do curr&culo informal% namiss!o da institui!o e nos eventos apresentados no BBB% como norteadores das tomadas
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de decisAes da comunidade aprendente8 compreender% tamb)m% as possibilidades
facilitadoras do curr&culo oculto poss&vel% nos dispositivos como6 s?o^ de talentos%
est$gios e forma!o de leitores e concluir pensando no conceito de curr&culo formal% j$
rompido no BBB da institui!o% 5ue apresenta% em seus documentos% outra constitui!o
de saberes e fazeres pedag+gicos@
Redimensionar o curr&culo considerando essa constitui!o de escola% significa
consider$Clo um facilitador% no sentido de 5ue o curr&culo da institui!o apresentaCse em
seu BBB e Blano anuais% como um espao comunit$rio 5ue centra seus fazeres na troca
de viv>ncias de diferentes idades e considera a participa!o% a individualidade e a
autogest!o como princ&pios b$sicos para uma *asaCescola% defendendo o respeito a
todas as formas de vida% como atributo essencial para vida e a perman>ncia de todos e
de todas nesta casa comum@ *onforme destaca o te7to de seu BBB6
@@@ ) importante o interesse e a participa!o de todos e todas para 5ue a escolase constitua em uma comunidade participativa onde todos e todas s!oconvidados a crescerem juntos% lugar privilegiado para inventar% reinventar%criar e recriar o saber@ Y lugar onde ) poss&vel o con?ecimento e o e7erc&cioda cidadania@ 'abeCse% pois% 5ue de nada adianta o con?ecimento se a partirdele n!o se fizer uso ade5uado para as modificaAes sociais necess$rias@-ugar onde a criana cresa livre e respons$vel tornandoCse um adultocr&tico% refle7ivo e sujeito de sua pr+pria ?ist+ria@ /DO*@ Escola% 012=%
p@104
*rescer junto% aprender uns com os outros% respeitar a vida em todas as suas
manifestaAes s!o convites a todos e a todas 5ue participam da comunidade aprendente
e de entorno desta institui!o de ensino@
=@0CImagina!o
O est$gio imagina!o proposto por -eas.@ Bara a autora este Krepresenta o
momento de imaginar as mudanas 5ue 5ueremos no programa% as possibilidades deinternacionaliza!o do curr&culoL@
O foco deste est$gio est$ centrado% basicamente% em imaginar possibilidades de
internacionaliza!o da escola% a partir de elementos presentes em seu curr&culo% os 5uais
possam ser ampliados% bem como em outros elementos poss&veis de son?ar para 5ue a
6Termo utilizado pela educadora "aria "ontessori ao referirCse a escola como espao onde se convivecomo em fam&lia@7
T?e focus in t?is stage of t?e process is Qgiven t?e possibilities for internationalizing t?ecurriculum% ^?at c?anges de ^e ^ant to ma.e to t?e program@ /-E
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institui!o camin?e em dire!o a uma internacionaliza!o efetiva com base numa
educa!o intercultural@
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diferentes idiomas e ressaltandotemas culturais% com lin.s nacultura nacional e internacionalcomo troca de saberes e diferentes
percepAes de mundo8
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socioambientais comofundantes de suasaAes pedag+gicas8
imagens do BBBcomposto por variadosespaos 5ue permitema integra!o de todos8
apresentado nas imagens de seuBBB% denota limitaAes 5ue secontrapAem Js possibilidades
propostas pela ambientaliza!o% nosentido de constituirCse num
espao f&sico ecologicamentesustent$vel@ Nas imagens observaCse 5ue grande parte do solo est$coberta por piso% impedindoCl?e arespira!o@
HE'TOO BBB apresenta a
gest!o comoparticipativa por
considerar amica8
O pensamento disciplinar% 5uepostula um saber em gavetas% ) omaior blo5ueador 5ue umaInstitui!o pode vivenciar@
C *ON'IDER
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9uando pensamos na escola% pensamos em disciplinas estan5ues% comportadas
em seus devidos lugares% dentro do curr&culo@ Da&% deriva% talvez% a principal pergunta a
ser feita6 K*omo os contedos curriculares tratam da realidade:L e n!o8 K*omo inserir
tem$ticas% conte7tos% culturas e realidades nicas nos contedos curriculares:L@ Nosso
desafio% como educadores% ) romper a miopia das disciplinas e construir o mosaico
intercultural com base em conte7tos globais@
< contribui!o da internacionaliza!o% em di$logo com a ambientaliza!o% talvez
seja a fora de se pensar uma educa!o pautada em Kprinc&pios educacionaisL /respeito
J cultura% responsabilidade% respeito a todas as formas de vida% )tica% pertencimento%
alegria% sensibilidade art&stica e cultural% apreo pelo belo% dentre outros4 como fonte de
uma educa!o aberta aos desafios deste tempo sem fronteiras% deste mundo em
movimento de internacionaliza!o% mas% sobretudo% deste tempo de descobrir uma
sociedade sem fronteiras geogr$ficas% como define "affesoli uma Ksociedade de tribosL
/"
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DO*U"ENTO *URRI*U-nca ? a"olesc@nca@ Rio de (aneiro6 VTH% 011=@
NIETV'*ME% Griedric?@ A +aa c@ncaTradu!o de
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RODRIHUE'% *ae@ A am4ental,a-.o currcular "a e"uca-.o 18sca nos contetos
"a /es2usa aca"@mca e "o ensno su/eror'!o *arlos 6 UG'*ar% 012;@
'I-