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01 No período 750-338 a. C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado. No período 1200- 1600 d. C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia. (Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado). Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas são semelhantes pois (A) as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações. (B) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas. (C) as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si. (D) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades-Estado da Grécia. (E) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia. 02 Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”. (VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994). O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania (A) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar. (B) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade. (C) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica. (D) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais. (E) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade. 03 Fugindo a luta de classes, a nossa organização sindical tem sido um instrumento de harmonia e de cooperação entre o capital e o trabalho. Não se limitou a um sindicalismo puramente “operário”, que conduziria certamente a luta contra o “patrão”, como aconteceu com outros povos FALCÃO, W. Cartas Sindicais. In: Boletim do Ministério do trabalho, indústria e comércio. (Rio de Janeiro, 10 (85), set, 1941 (adaptado) Nesse documento oficial à época do Estado Novo (1937-1945), é apresentada uma concepção de organização sindical que (A) elimina conflitos no ambiente das fábricas. (B) limita os direitos associativos do segmento patronal. (C) orienta a busca do consenso entre trabalhadores e patrões. (D) proíbe o registro de estrangeiros nas entidades profissionais do país. 1

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Page 1: Corpo Simulado 7

01 No período 750-338 a. C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades-Estado. No período 1200-1600 d. C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia.

(Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado).

Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas são semelhantes pois

(A) as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações.

(B) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas.

(C) as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si.

(D) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades-Estado da Grécia.

(E) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia.

02 Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”.

(VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994).

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania

(A) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.

(B) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.

(C) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.

(D) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.

(E) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.

03 Fugindo a luta de classes, a nossa organização sindical tem sido um instrumento de harmonia e de cooperação entre o capital e o trabalho. Não se limitou a um sindicalismo puramente “operário”, que conduziria certamente a luta contra o “patrão”, como aconteceu com outros povos FALCÃO, W. Cartas Sindicais. In: Boletim do Ministério do trabalho, indústria e comércio.

(Rio de Janeiro, 10 (85), set, 1941 (adaptado)

Nesse documento oficial à época do Estado Novo (1937-1945), é apresentada uma concepção de organização sindical que

(A) elimina conflitos no ambiente das fábricas.

(B) limita os direitos associativos do segmento patronal.

(C) orienta a busca do consenso entre trabalhadores e patrões.

(D) proíbe o registro de estrangeiros nas entidades profissionais do país.

(E) desobriga o Estado quanto aos direitos e deveres da classe trabalhadora.

04 Elaborado pelos partidários da Revolução Constitucionalista de 1932, o cartaz apresentado pretendia mobilizar a população paulista contra o governo federal.

Essa mobilização utilizou-se de uma referência histórica, associando o processo revolucionário

(A) à experiência francesa, expressa no chamado à luta contra a ditadura.

(B) aos ideais republicanos, indicados no destaque à bandeira paulista.

(C) ao protagonismo das Forças Armadas, representadas pelo militar que empunha a bandeira.

(D) ao bandeirantismo, símbolo paulista apresentado em primeiro plano.

(E) ao papel figurativo de Vargas na política, enfatizado pela pequenez de sua figura no cartaz.

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Page 2: Corpo Simulado 7

05 Zuenir Ventura, em seu livro “Minhas memórias dos outros” (São Paulo: Planeta do Brasil, 2005), referindo-se ao fim da “Era Vargas” e ao suicídio do presidente em 1954, comenta: Quase como castigo do destino, dois anos depois eu iria trabalhar no jornal de Carlos Lacerda, o inimigo mortal de Vargas (e nunca esse adjetivo foi tão próprio). Diante daquele contexto histórico, muitos estudiosos acreditam que, com o suicídio, Getúlio Vargas atingiu não apenas a si mesmo, mas o coração de seus aliados e a mente de seus inimigos. A afirmação que aparece “entre parênteses” no comentário e uma consequência política que atingiu os inimigos de Vargas aparecem, respectivamente, em:

(A) a conspiração envolvendo o jornalista Carlos Lacerda é um dos elementos do desfecho trágico e o recuo da ação de políticos conservadores devido ao impacto da reação popular.

(B) a tentativa de assassinato sofrida pelo jornalista Carlos Lacerda por apoiar os assessores do presidente que discordavam de suas ideais e o avanço dos conservadores foi intensificado pela ação dos militares.

(C) o presidente sentiu-se impotente para atender a seus inimigos, como Carlos Lacerda, que o pressionavam contra a ditadura e os aliados do presidente teriam que aguardar mais uma década para concretizar a democracia progressista.

(D) o jornalista Carlos Lacerda foi responsável direto pela morte do presidente e este fato veio impedir definitivamente a ação de grupos conservadores.

(E) o presidente cometeu o suicído para garantir uma definitiva e dramática vitória contra seus acusadores e oferecendo a própria vida Vargas facilitou as estratégias de regimes autoritários no país.

06 Com relação à economia da cana-de-açúcar e da pecuária no Nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que:

(A) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes, foram as que mais usaram escravos.

(B) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre.

(C) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação de animais para atender o mercado interno.

(D) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de trabalho compulsório.

(E) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de comparação entre ambas.

07 “Na sociedade feudal, o vínculo humano característico foi o elo entre subordinado e chefe mais próximo. De escalão em escalão, os nós assim formados uniam, tal como se se tratasse de cadeias infinitamente ramificadas, os menores e os maiores. A própria terra só parecia ser uma riqueza tão preciosa por permitir obter ‘homens’, remunerando-os." (Marc Bloch. A sociedade feudal.)

O texto descreve a:

(A) hierarquia eclesiástica da Igreja Católica;

(B) relação de tipo comunitário dos camponeses;

(C) relação de suserania e vassalagem;

(D) hierarquia nas corporações de ofício;

(E) organização política das cidades medievais.

08 Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem subordinar à lei islâmica (Shari(A), são hoje muito ativos em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram a sua origem histórica:

(A) no desenvolvimento do Islamismo, durante a Antigüidade, na Península Arábica;

(B) na expansão da civilização árabe, durante a Idade Média, tanto a Ocidente quanto a Oriente;

(C) na derrocada do Socialismo, depois do fim da União Soviética, no início dos anos noventa;

(D) no estabelecimento do Império Turco-Otomano, com base em Istambul, durante a Idade Moderna;

(E) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX.

09 Fascismo e nazismo têm em sua origem algumas causas comuns. Entre essas causas pode-se apontar:

(A) o ideário da "raça pura".

(B) conflitos entre burguesia e nobreza.

(C) crises econômico-sociais com as consequentes greves, tumultos e agitações que poderiam favorecer a tomada do poder pelas esquerdas.

(D) as consequências do fracasso das ofensivas dos dois países contra a Tríplice Aliança, durante a Primeira Guerra Mundial.

(E) A luta pelo poder entre partidos fortes da direita.

10 Morrer pela Pátria, pela Ideia (...) Não, isso é fugir da verdade. Mesmo no front, matar é que é importante (...). Morrer não é nada, isso não existe. Ninguém pode imaginar sua própria morte. Matar é o importante. Essa é a fronteira a ser cruzada. Sim, esse é o ato concreto de vontade. Porque aí você torna sua vontade viva na de outro homem.

Esse texto, de 1943-45, expressa a visão de mundo de um adepto da ideologia

(A) socialista.

(B) liberal-fascista.

(C) nazi-fascista.

(D) anarquista.

(E) capitalista.

11 No famoso mito da caverna, Platão (428-347 a.C.) imagina uma caverna onde estão acorrentados os homens desde a infância, de tal forma que, não podendo se voltar para a entrada, onde á ma fogueira, apenas enxergam o fundo da caverna. A luz da fogueira projeta, nesse fundo, sombras das coisas que passam as suas costas. Ora, se um desses homens se libertasse das correntes e chegasse à luz o dia, voltaria contando aos outros o que são realmente os verdadeiros objetos. Entretanto, seus companheiros o tomariam por louco, pois não acreditariam em suas palavras.

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Page 3: Corpo Simulado 7

Esse mito pode ser analisado sob dois pontos de vista: o epistemológico (como surge o conhecimento humano) e o político aquele que apreende as ideias verdadeiras é apto para governar). Do ponto de vista epistemológico (do conhecimento), é CORRETO afirmar:

1. Acima do mundo ilusório sensível, há o mundo das idéias gerais e essências imutáveis.

2. O mundo dos fenômenos só existe se participa do mundo das idéias.

3. O homem atinge as essências imutáveis através da contemplação e da depuração dos enganos dos sentidos.

4. A alma humana pode elevar-se das coisas múltiplas e mutáveis às coisas unas e imutáveis.

5. As ideias unas e imutáveis são hierarquizadas e no topo delas está a ideia de Bem.

ASSINALE a alternativa CORRETA.

(A) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

(B) Somente as afirmativas 1, 4 e 5 são verdadeiras.

(C) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras.

(D) Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras.

(E) Somente as afirmativas 3, 4 e 5 são verdadeiras.

12 “O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é uma ação que não possui um fim próprio de utilidade e não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência e oportunidade.”

(BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 3.ed. Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder político é:

(A) Independente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos ao âmbito político.

(B) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da vida em sociedade.

(C) Dependente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pela Igreja.

(D) Dependente da ética, devendo ser orientado por princípios morais válidos universal e necessariamente.

(E) Independente das pretensões dos governantes de realizar os interesses do Estado.

13 “Não sendo o Estado ou a Cidade mais que uma pessoa moral, cuja vida consiste na união de seus membros, e se o mais importante de seus cuidados é o de sua própria conservação, torna-se-lhe necessária uma força universal e compulsiva para mover e dispor cada parte da maneira mais conveniente a todos. Assim como a natureza dá a cada homem poder absoluto sobre todos os seus membros, o pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus, e é esse mesmo poder que, dirigido pela vontade geral, ganha, como já disse, o nome de soberania.”

(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. de Lourdes Santos Machado. 3.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1994. p. 48.)

De acordo com o texto e os conhecimentos sobre os conceitos de Estado e soberania em Rousseau, é correto afirmar.

(A) A soberania surge como resultado da imposição da vontade de alguns grupos sobre outros, visando a conservar o poder do Estado.

(B) O estabelecimento da soberania está desvinculado do pacto social que funda o Estado.

(C) O Estado é uma instituição social dependente da vontade impositiva da maioria, o que configura a democracia.

(D) A conservação do Estado independe de uma força política coletiva que seja capaz de garanti-lo.

(E) A soberania é estabelecida como poder absoluto orientado pela vontade geral e legitimado pelo pacto social para garantir a conservação do Estado.

14 Observe a charge e leia o texto a seguir.

“ANIMAL POLÍTICO” “NÂO ALIMENTE”

Fonte: LAERTE. Classificados. São Paulo: Devir, 2001. p. 25.

“É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que aquele que, por instinto, e não porque qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer parte de uma cidade, é um ser vil ou superior ao homem [...].”

(ARISTÓTELES. A política. Trad. de Nestor Silveira Chaves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 13.)

Com base no texto de Aristóteles e na charge, é correto afirmar:

(A) O texto de Aristóteles confirma a idéia exposta pela charge de que a condição humana de ser político é artificial e um obstáculo à liberdade individual.

(B) A charge apresenta uma interpretação correta do texto de Aristóteles segundo a qual a política é uma atividade nociva à coletividade devendo seus representantes serem afastados do convívio social.

(C) A charge aborda o ponto de vista aristotélico de que a dimensão política do homem independe da convivência com seus semelhantes, uma vez que o homem bastasse a si próprio.

(D) A charge, fazendo alusão à afirmação aristotélica de que o homem é um animal político por natureza, sugere uma crítica a um tipo de político que ignora a coletividade privilegiando interesses particulares e que, por isso, deve ser evitado.

(E) Tanto a charge quanto o texto de Aristóteles apresentam a ideia de que a vida em sociedade degenera o homem, tornando-o um animal.

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Page 4: Corpo Simulado 7

15 Assinale a opção que indica o emprego correto do conceito de cultura na perspectiva da antropologia:

(A) A cultura diz respeito aos atributos históricos que singularizam um povo;

(B) A cultura de um povo é determinada pelo meio natural;

(C) A cultura é herdada biologicamente e condiciona o comportamento dos povos;

(D) A cultura é uma forma de linguagem que tem origem simbólica;

(E) A cultura está vinculada ao cultivo das tradições que frutificam e semeam a evolução humana.

16 “Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no pode. Ideologia, eu quero uma pra viver!! Ideologia, eu quero uma para viver”. Esses versos, escritos e cantados por Cazuza em uma de suas canções, servem para exemplificar como esses conceito de larga utilização sociológica também pode ser utilizado pelo senso comum.

Considerando as múltiplas acepções do termo ideologia, assinale qual destas alternativas está correta

(A) O termo ideologia aparece pela primeira vez significando “filosofia”.

(B) Ideologia pode ser entendida como um meio para que o povo tenha mais participação.

(C) O termo ideologia pode ser interpretado como um sistema repleto de verdades beneficentes.

(D) Ayrton Senna utilizava-se da ideologia da classe política e econômica dos diretores da fórmula 1 para vencer suas corridas.

(E) A ideologia é a principal ferramenta da classe dominante para controlar a população.

17 De acordo com o caput do artigo 5º da Constituição Federal/1988 " Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade"... Contudo, quando confrontamos com a realidade concreta podemos enxergar que esses direitos e garantias fundamentais não se materializam na vida cotidiana de vários brasileiros. Assim, fazendo uma relação com o estudo das desigualdades sociais, podemos afirmar que:

(A) A desigualdade social por ser um fenômeno natural de toda sociedade, na prática, o Estado não tem o dever de acabá-las.

(B) A norma jurídica em questão entra em confronto diretamente com a realidade efetiva, demonstrando assim que, mesmo assegurada por lei, a igualdade social não é efetivada de forma tão simples.

(C) As sociedades são naturalmente desiguais, os dispositivos jurídicos são os únicos mecanismos capazes de diminuir as desigualdades sociais.

(D) A desigualdade social não tem relações com as injustiças, já que os mecanismos jurídicos a condenam, retirando a

possibilidade de haver uma relação entre as relações desiguais e as injustiças sociais.

(E) A desigualdade social só existe porque a sociedade, de modo geral, não reivindica seus direitos sendo guiados por pensamentos alienados ignorando a relatividade de seus atos.

18 As lendas sempre foram alicerces para os povos antigos. Os gregos, por exemplo, tributavam suas origens aos heróis que protagonizam a poesia de Homero, e os romanos, aos irmãos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte, eternizados no relato do historiador Tito Livio.

Essas explicações lendárias:

(A) Alteram ou reinventaram fatos históricos, justificando alguma condição ou ação posterior dos homens.

(B) Sempre se basearam em acontecimentos reais, com o único propósito de explicar o passado.

(C) Confirmaram que as civilizações, em sua origem, não possuem vínculos com seu passado lendário, denominado idade das trevas.

(D) Afirmam uma reação inconsciente de todos os povos, que tem por fundamento o ideal religioso, desligado de qualquer interesse político.

(E) São apenas formas artísticas ou literárias independentes dos interesses políticos, por serem estéticas.

19 Sobre os Movimentos Sociais é correto afirmar que:

(A) São ações de determinados grupos sociais, com objetivos de mudanças sociais, radicais ou reformistas.

(B) São organizações clandestinas que lutam por uma revolução mundial.

(C) Os movimentos sociais são ações coletivas ligadas apenas a questões econômicas.

(D) São mobilizações feitas em todo o mundo, com objetivo de mudar os padrões sociais e estéticos do planeta.

(E) Todas as alternativas estão corretas.

20 Assinale o item que melhor completa a frase “Os dois conceitos sociológicos: família e parentesco, ajudam no desenvolvimento sociológico ao

(A) desvelarem a forma, a intensidade e finalidade da reprodução sexual da humanidade, pela qual a humanidade se perpetua.”

(B) provocarem a constatação de que estão na origem das classes sociais, por meio do nascimento dos indivíduos.”

(C) serem o local do amor e outras tantas e importantes relações afetivo-emocionais experimentadas pela sociedade.”

(D) possibilitarem a compreensão da organização social apenas nas sociedades de menor densidade.”

(E) tornarem compreensíveis as relações de afinidade e consanguinidade experimentadas pelos membros de um determinado grupo.”

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Page 5: Corpo Simulado 7

21 Assinale a alternativa que indica corretamente a localização e uma característica predominante dos domínios morfoclimáticos do Cerrado, da Caatinga e dos Mares de Morros.

(A) 1, Cerrado, com clima subtropical; 2, Caatinga, com rios perenes; 3, Mares de Morros, com vegetação do tipo savana estépica.

(B) 1, Caatinga, com clima semiárido; 2, Mares de Morros, com mata atlântica; 3, Cerrado, com vegetação do tipo savana.

(C) 1, Caatinga, com clima tropical de altitude; 2, Mares de Morros, com rios intermitentes; 3, Cerrado, com mata de araucária.

(D) 1, Cerrado, com vegetação do tipo savana; 2, Caatinga, com clima semiárido; 3, Mares de Morros, com mata atlântica.

(E) 1, Mares de Morro, com cerrado; 2, mata latifoliada, com rioe perenes; 3, caatinga, no semiárido.

22 Num clássico trabalho publicado em 1967, o geógrafo brasileiro Aziz Nacib Ab'Saber caracterizou seis grandes domínios morfoclimáticos, apresentados no mapa abaixo, cujas áreas estão relacionadas a regiões climatobotânicas, áreas geopedológicas, províncias fitogeográficas e regiões hidrológicas particularmente bem definidas.

Cada quadro na legenda, de 1 a 6, no mapa, representa um domínio morfoclimático. Numere as caracterizações abaixo, estabelecendo sua correspondência com a legenda do mapa.

( ) Domínio dos planaltos de araucárias, com predomínio de drenagens perenes e solos diversificados.

( ) Domínio dos chapadões recobertos por cerrados e penetrados por florestas de galerias, composto por planaltos de estrutura complexa, capeados ou não por lateritas de cimeira, planaltos sedimentares com vertentes em rampas suaves, drenagens espaçadas pouco ramificadas.

( ) Domínio das terras baixas florestadas com planícies de inundação labirínticas e/ou meândricas, tabuleiros extensos e morros baixos e arredondados nas áreas cristalinas adjacentes, terraços de cascalhos e/ou laterita, rios com elevada carga de sedimentos e drenagens perenes.

( ) Domínio das depressões interplanálticas semiáridas, revestido por diferentes tipos de caatingas, apresenta fraca decomposição das rochas com frequentes afloramentos, chãos pedregosos e drenagens intermitentes.

( ) Domínio das pradarias mistas, coxilhas extensivas, grandes matas subtropicais, apresenta fraca decomposição das rochas e presença de banhados.

( ) Domínio dos mares de morros florestados, apresenta fortíssima e generalizada decomposição de rochas, densas drenagens perenes, extensiva mamelonização.

Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta, de cima para baixo.

(A) 5 – 2 – 1 – 4 – 6 – 3.

(B) 1 – 4 – 5 – 2 – 6 – 3.

(C) 1 – 2 – 6 – 5 – 3 – 4.

(D) 5 – 6 – 1 – 4 – 3 – 2.

(E) 3 – 4 – 6 – 5 – 1 – 2.

23 A extração de madeira, especialmente do pau-brasil, os ciclos do açúcar e café e o desmatamento para instalação de indústrias são eventos de nossa história que contribuíram para a degradação desse bioma.

(www.eco.ib.usp.br)O texto refere-se ao bioma

(A) Mata Atlântica.

(B) Caatinga.

(C) Cerrado.

(D) Pantanal.

(E) Floresta Amazônica.

24 A partir do conhecimento das diferentes formações geológicas do território brasileiro, é possível deduzir a ocorrência de determinadas riquezas minerais. Na área ‘I’, hachurada no mapa esquemático das formações geológicas brasileiras a seguir, verifica-se a presença de jazidas de

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Page 6: Corpo Simulado 7

(A) petróleo e cobre.

(B) petróleo e carvão mineral.

(C) ferro e xisto.

(D) estanho e diamante.

(E) ouro e calcário.

25 A partir de 2007, quando se anunciou a descoberta de grandes reservas do chamado “pré-sal”, o governo brasileiro passou a defender novas regras para a exploração de petróleo no país. O pré-sal corresponde à camada de rocha que contém petróleo e que está localizada abaixo de uma espessa camada de sal. A Petrobras estima que no pré-sal brasileiro haja reservas em torno de 70 bilhões a 100 bilhões de barris de petróleo. Em agosto de 2009, o ex-presidente Lula apresentou projetos para mudanças no setor petrolífero, sendo um deles a redistribuição dos royalties. No ano de 2011, por exemplo, os royalties somaram R$ 25,6 bilhões.

Adaptado de bbc.co.uk, dezembro de 2012.

A disputa pela redistribuição dos royalties do petróleo entre estados e municípios brasileiros se acirrou no final de 2012, em função de novas regras para o setor votadas no Congresso Nacional.

Essa disputa decorre diretamente da característica político-econômica do país indicada em:

(A) controle da União sobre a regulação do acesso às riquezas hidrominerais

(B) dependência de capitais estrangeiros no fornecimento de matérias-primas

(C) monopólio da legislação federal sobre os insumos para a indústria de base

(D) adequação dos padrões tecnológicos na preservação dos recursos ambientais

(E) distribuição social da renda arrecada com a comercialização do combustível fóssil

26 A tecnologia dos sonares possibilita o conhecimento do relevo submarino. No Brasil, considerando-se a exploração econômica do petróleo na camada geológica denominada “pré-sal”, o relevo submarino predominante corresponde a áreas de

(A) elevações, fraturadas, formando dorsais, com profundidade variando entre 1.800 e 3.000m.

(B) elevações longas e contínuas, com escarpamentos ladeados por planícies.

(C) continuidade continental, relativamente planas, com profundidades que não ultrapassam 200m.

(D) continuidade da margem continental, profundas, com lâmina d'água com mais de 2.000m.

(E) depressões alongadas e estreitas, com laterais de altas declividades, presentes em zonas de subducção.

27 Brasil alcança maior safra da história, diz ministro da Agricultura

O Brasil deve ter a maior safra de grãos da história do país na safra 2011/2012, com 165,92 milhões de toneladas colhidas, em uma área plantada de 50,81 milhões de hectares. A estimativa consta no 11º levantamento feito pela Conab (Companhia Nacio-nal de Abastecimento), realizado entre 22 e 28 de julho, e representa um crescimento de 1,9% em relação à safra 2010/2011 – quando a produção atingiu 162,8 milhões de toneladas – e 3,1 milhões de toneladas a mais no volume total.

Fonte: Folha de São Paulo, 09/08/2012.

O maior responsável pelo aumento da produção agrícola brasileira no período supracitado foi:

(A) a soja, produzida no Centro-Oeste.

(B) o arroz, produzido tanto no nordeste como na região Sul.

(C) o cacau, produzido no sul do país.

(D) a laranja nordestina.

(E) o milho, produzido em diversas partes do território brasileiro.

28 O primeiro Ranking de Gestão dos Estados brasileiros, elaborado pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist, patrocinado pelo Centro de Liderança Púbica e publicado pela revista Veja (de 28 de dezembro, 2011), revela quais são os estados brasileiros mais preparados para receber o fluxo recorde de investimento estrangeiro que chega ao país graças à estabilidade econômica interna, à proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

O relatório será atualizado anualmente, e para fazerem o ranking, os pesquisadores analisaram 25 indicadores em oito categorias com impacto no ambiente de negócios.

As alternativas a seguir consideram algumas das categorias avaliadas e os respectivos estados com seus desempenhos.

I. No ambiente político três quesitos foram avaliados: estabilidade política, corrupção e burocracia. A maioria dos estados tem um bom ambiente político. Mas, precisando apenas melhorar a corrupção, o estado do Amapá foi o que apresentou melhor classificação para o ambiente de negócios.

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Page 7: Corpo Simulado 7

II. A qualidade da rede de telecomunicações, o acesso à Internet de alta velocidade e o estado da malha rodoviária foram os pontos considerados na avaliação sobre infraestrutura. Em todo o país, as deficiências de infraestrutura prejudicam os negócios e elevam os custos com logística, afugentando investidores.

III. No quesito recursos humanos os tópicos avaliados foram oferta de mão de obra especializada, produtividade dos trabalhadores e número de graduados em universidades. Das 27 unidades, apenas os estados do Sul e do Sudeste, à exceção do Espírito Santo, apresentam bom desempenho, o que evidencia a necessidade de melhorias na qualidade de ensino.

IV. No quesito de políticas para investimentos estrangeiros foram levados em conta os incentivos dos estados. Com eficientes agências de promoção e mais bem preparados para se beneficiar da grande expansão nos investimentos estrangeiros no Brasil, o destaque ficou com os estados do Nordeste.

Assinale:

(A) Se as afirmativas I e II estiverem certas.

(B) Se as afirmativas II e III estiverem certas.

(C) Se as afirmativas I e IV estiverem certas.

(D) Se as afirmativas III e IV estiverem certas.

(E) Se as afirmativas I, II e IV estiverem certas.

29 Observe os perfis longitudinais de importantes rios de algumas das bacias hidrográficas brasileiras.

As bacias hidrográficas identificadas nos perfis são, respectivamente,

(A) Amazônica, Tocantins-Araguaia, Uruguai e Atlântico Nordeste Oriental.

(B) Tocantins-Araguaia, Paraguai, Parnaíba e Atlântico Leste.

(C) Atlântico Sudeste, Uruguai, Paraguai e Amazônica.

(D) Amazônica, Tocantins-Araguaia, São Francisco e Paraná.

(E) Atlântico Nordeste Oriental, Parnaíba, São Francisco e Paraná.

30 Observe o mapa a seguir.

O São Francisco, também chamado de “rio dos currais” e “rio da unidade nacional”, desempenhou e ainda desempenha grande importância, desde suas nascentes até a sua foz, no processo de ocupação da região. O atual projeto de transposição das águas do São Francisco tem gerado inúmeros debates no cenário nacional.

Com relação à temática, é CORRETO afirmar que:

(A) a transposição das águas do São Francisco irá beneficiar um dos maiores polos de desenvolvimento da Bahia – o polo industrial de Camaçari.

(B) o projeto que envolve o desvio e a transposição do São Francisco tem como alvos principais os estados de Sergipe e Alagoas, além do norte da Bahia.

(C) a transposição do São Francisco não deixará de atender aos “velhos coronéis”, agora representados pelos interesses dos grandes empreendimentos industriais e do agronegócio.

(D) com a efetivação do projeto de transposição, a “indústria da seca” perderá força em razão dos benefícios voltados para as populações ribeirinhas e de baixa renda, as quais têm na pesca a sua principal atividade.

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(E) as águas desviadas chegaram a corrente amazônica, o que possibilitará um aumento do potencial hidráulico na região Norte.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

BRASIL, MOSTRA A TUA CARA

A busca de uma identidade nacional é preocupação deste séculoJoão Gabriel de Lima

1 Ao criar um livro, um quadro ou uma canção, o artista 11brasileiro dos dias atuais tem uma preocupação a menos: parecer brasileiro. A noção de cultura nacional é algo tão incorporado ao cotidiano do país que deixou de ser um peso para os 12criadores. Agora, em vez de servir à pátria, eles podem servir ao próprio talento. 6Essa é uma 7conquista deste século. Tem como marco a Semana de Arte Moderna de 1922, 1uma espécie de 8grito de independência artística do país, cem anos depois da 2independência política. Até esta data, o 13brasileiro era, antes de tudo, um 14envergonhado. Achava que pertencia a uma raça inferior e que a única solução era imitar os modelos culturais importados. Para acabar com esse complexo, foi preciso que um grupo de artistas de diversas áreas se reunisse no Teatro Municipal de São Paulo e bradasse que ser brasileiro era bom. O escritor Mário de Andrade lançou o projeto de uma língua nacional. Seu colega Oswald de Andrade propôs o conceito de "antropofagia", segundo o qual a cultura brasileira criaria um caráter próprio depois de digerir as influências externas.

2 A semana de 22 foi só um marco, mas pode-se dizer que ela realmente criou uma agenda cultural para o país. Foi tentando inventar uma língua brasileira que Graciliano Ramos e Guimarães Rosa escreveram suas obras, 3as mais significativas do 9século, no país, no campo da prosa. Foi recorrendo ao bordão da antropofagia que vários artistas jovens, nos anos 60, inventaram a cultura pop brasileira, no movimento conhecido como tropicalismo. No plano das ideias, o século gerou três obras que se tornariam clássicos da reflexão sobre o país. "Os Sertões", do carioca Euclides da Cunha, escrito em 1902, é ainda influenciado por teorias racistas do século passado, que achavam que a mistura entre negros, 15brancos e índios provocaria 4um "enfraquecimento" da raça brasileira. Mesmo assim, é 5um livro essencial, porque o repórter Euclides, que trabalhava no jornal "O Estado de S. Paulo", foi a campo cobrir a guerra de Canudos e viu na frente de 18combate muitas coisas que punham em questão as teorias formuladas em gabinete. "Casa-Grande & Senzala", do pernambucano Gilberto Freyre, apresentava pela primeira vez a miscigenação como algo positivo e buscava nos primórdios da colonização portuguesa do país as origens da sociedade que se formou aqui. Por último, o paulista Sérgio Buarque de Holanda, em "Raízes do Brasil", partia de premissas parecidas mas propunha uma visão crítica, que influenciaria toda a sociologia produzida a partir de então.

VEJA, 22 de dezembro, 1999. p. 281-282.

31 Analise o padrão das seguintes frases:

Vários artistas jovens, nos anos 60, inventaram a cultura pop brasileira.

O repórter Euclides viu muitas coisas na frente de combate.

Nas duas frases, NÃO ocorre

(A) sujeito.

(B) verbo transitivo.

(C) objeto direto.

(D) predicativo.

(E) adjunto adverbial.

32 (...) "Do Pantanal, corra até Bonito, onde um mundo de águas cristalinas faz tudo parecer um imenso aquário." ("O Estado de São Paulo")

Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação dos verbos do período acima, quanto à sua predicação.

(A) intransitivo - transitivo direto - de ligação

(B) transitivo indireto - transitivo direto - de ligação

(C) intransitivo - transitivo direto - transitivo direto

(D) transitivo indireto - transitivo direto - transitivo direto

(E) intransitivo - intransitivo - intransitivo

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

GOLS DE COCURUTO

O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema - e parados. Então o tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável, esse inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura de sua reputação no vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema do Tim, diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores.

(L. F. Veríssimo, O Estado de São Paulo, 23/08/93)

33 "Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura da sua reputação de vestiário."

Começando a frase por:

"Nunca conseguiu uma reputação no campo à altura da sua reputação de vestiário", para manter a mesma relação lógica expressa na frase dada inicialmente deve-se continuar com:

(A) enquanto foi...

(B) na medida em que era...

(C) ainda que tenha sido...

(D) desde que fosse...

(E) porquanto era...

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

SONETO DE SEPARAÇÃO

De repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a última chamaE da paixão fez-se o pressentimentoE do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distanteFez-se da vida uma aventura erranteDe repente, não mais que de repente.

(Vinícius de Morais)

34 "Que dos olhos desfez a última chama"

Oração subordinada:

(A) substantiva subjetiva

(B) substantiva objetiva direta

(C) substantiva objetiva indireta

(D) substantiva completiva nominal

(E) adjetiva restritiva

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS QUESTÕES:

"UMA VELA PARA DARIO"

Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou no chão o cachimbo.

Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.

Estendeu-se mais um pouco, deitado agora na calçada, o cachimbo a seu lado tinha apagado. Um rapaz de bigode pediu ao grupo que se afastasse, deixando-o respirar. E abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou pela garganta e um fio de espuma saiu do canto da boca.

Cada pessoa que chegava se punha na ponta dos pés, embora não pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram acordadas e vieram de pijama às janelas. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao lado dele.

Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que Dario estava morrendo. Um grupo transportou-o na direção do táxi estacionado na esquina. Já tinha introduzido no carro metade do corpo, quando o motorista protestou: se ele morresse na viagem? A turba concordou em chamar a ambulância. Dario foi conduzido de volta e encostado à parede - não tinha os sapatos e o alfinete de pérola na gravata.

(Dalton Trevisan)

35 "(1) Cada pessoa / (2) que chegava, / (1) se punha na ponta dos pés, / (3) embora não pudesse ver."

Há no texto três orações, e estão numeradas. A primeira - CADA PESSOA SE PUNHA NA PONTA DOS PÉS - chama-se:

(A) absoluta

(B) principal

(C) coordenada assindética

(D) coordenada sindética

(E) subordinada

36 "(1) Cada pessoa / (2) que chegava, / (1) se punha na ponta dos pés, / (3) embora não pudesse ver."

Há no texto três orações, e estão numeradas. A segunda - QUE CHEGAVA - é subordinada:

(A) substantiva subjetiva

(B) substantiva objetiva direta

(C) adverbial causal

(D) adverbial final

(E) adjetiva

37 . "(1) Cada pessoa / (2) que chegava, / (1) se punha na ponta dos pés, / (3) embora não pudesse ver."

Há no texto três orações, e estão numeradas. A terceira - EMBORA NÃO PUDESSE VER - oferece uma ideia de:

(A) causa

(B) fim

(C) condição

(D) concessão

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(E) consequência

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

"Certas instituições encontram sua autoridade na palavra divina. Acreditemos ou não nos dogmas, é preciso reconhecer que seus dirigentes são obedecidos porque um Deus fala através de sua boca. Suas qualidades pessoais importam pouco. Quando prevaricam, eles são punidos no inferno, como aconteceu, na opinião de muita gente boa, com o Papa Bonifácio VIII, simoníaco reconhecido. Mas o carisma é da própria Igreja, não de seus ministros. A prova de que ela é divina, dizia um erudito, é que os homens ainda não a destruíram.

Outras associações humanas, como a universidade, retiram do saber o respeito pelos seus atos e palavras. Sem a ciência rigorosa e objetiva, ela pode atingir situações privilegiadas de mando, como ocorreu com a Sorbonne. Nesse caso, ela é mais temida do que estimada pelos cientistas, filósofos, pesquisadores. Jaques Le Goff mostra o quanto a universidade se degradou quando se tornou uma polícia do intelecto a serviço do Estado e da Igreja.

As instituições políticas não possuem nem Deus nem a ciência como fonte de autoridade. Sua justificativa é impedir que os homens se destruam mutuamente e vivam em segurança anímica e corporal. Se um Estado não garante esses itens, ele não pode aspirar à legítima obediência civil ou armada. Sem a confiança pública, desmorona a soberania justa. Só resta a força bruta ou a propaganda mentirosa para amparar uma potência política falida.

O Estado deve ser visto com respeito pelos cidadãos. Há uma espécie de aura a ser mantida, através do essencial decoro. Em todas as suas falas e atos, os poderosos precisam apresentar-se ao povo como pessoas confiáveis e sérias. No Executivo, no Parlamento e, sobretudo, no Judiciário, esta é a raiz do poder legítimo.

Com a fé pública, os dirigentes podem governar em sentido estrito, administrando as atividades sociais, econômicas, religiosas, etc. Sem ela, os governantes são reféns das oligarquias instaladas no próprio âmbito do Estado. Essas últimas, sugando para si o excedente econômico, enfraquecem o Estado, tornando-o uma instituição inane."

(Roberto Romano, excerto do texto "Salários de Senadores e legitimidade do Estado", publicado na Folha de São Paulo, 17/10/1994, 1º caderno, página 3)

38 Em:

"Acreditemos ou não nos dogmas, é preciso reconhecer QUE SEUS DIRIGENTES SÃO OBEDECIDOS PORQUE UM DEUS FALA ATRAVÉS DE SUA BOCA."

As orações, em destaque, no plano sintático são, respectivamente,

(A) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada adverbial final.

(B) subordinada adverbial alternativa e coordenada explicativa.

(C) coordenada assindética e coordenada explicativa.

(D) coordenada assindética e subordinada adverbial conformativa.

(E) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada adverbial causal.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

O Martírio DO ARTISTA

Arte ingrata! E conquanto, em desalento,A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,Busca exteriorizar o pensamentoQue em suas fronetais células guarda!

Tarda-lhe a Ideia! A inspiração lhe tarda!E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,Como o soldado que rasgou a fardaNo desespero do último momento!

Tenta chorar e os olhos sente enxutos! ...É como o paralítico que, à mínguaDa própria voz e na que ardente o lavra

Febre de em vão falar, com os dedos brutosPara falar, puxa e repuxa a língua,E não lhe vem à boca uma palavra!

Augusto dos Anjos

39 Observe o emprego da partícula "e", em:

I. "Tenta chorar e os olhos sente enxutos!..."

II. "puxa e repuxa a língua,"

III. "E não lhe vem à boca uma palavra!"

Analisando a relação que a referida partícula estabelece nas três construções, pode-se dizer que:

(A) nos três casos, seu valor é o mesmo, ou seja, de conjunção aditiva.

(B) em cada caso, seu valor é diferente, ou seja: em I, é de conjunção adversativa; em II, é de conjunção aditiva; em III, é de conjunção temporal.

(C) em I e em II, seu valor é de conjunção aditiva; em III é de, simplesmente, introdutora do verso.

(D) nos três casos, seu valor é o mesmo, ou seja, de conjunção adversativa.

(E) em I e III, seu valor é de conjunção adversativa; em II, seu valor é de conjunção aditiva.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

POBRE ALIMÁRIA

"O cavalo e a carroçaEstavam atravancados no trilhoE como o motorneiro se impacientassePorque levava os advogados para os escritóriosDesatravancaram o veículo

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E o animal disparouMas o lesto carroceiroTrepou na boleiaE castigou o fugitivo atreladoCom um grandioso chicote."40 Assinale a alternativa correta, com relação à estrutura sintática e de significação dos versos "E como o motorneiro se impacientasse/Porque levava os advogados para os escritórios/ Desatravancaram o veículo/ E o animal disparou".

(A) Há uma relação de causa e efeito entre a impaciência do motorneiro e o ato de desatravancar o veículo.

(B) Na oração "como o motorneiro se impacientasse" há uma comparação que se completa com a ideia da pressa dos advogados, na oração seguinte.

(C) A oração "porque levava os advogados para os escritórios" é consequência da impaciência do motorneiro.

(D) Na oração "E o animal disparou" há uma relação de oposição, estabelecida pela conjunção.

(E) As orações "E como o motorneiro se impacientasse" e "E o animal disparou" indicam relações de adição entre esses dois fatos.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Poema de Sete Faces

Quando nasci um anjo tortodesses que vive na sombradisse: Vai, Carlos! Ser gauche1 na vida.

As casas espiam os homensQue correm atrás de mulheres.A tarde talvez fosse azulNão houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:Pernas brancas pretas amarelas.Para quetanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.Porém meus olhosnão perguntam nada.

O homem atrás do bigodeé sério, simples e forte.Quase não conversa.Tem poucos, raros amigoso homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonastese sabias que eu não era Deusse sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,se eu me chamasse Raimundoseria uma rima, não seria uma solução.Mundo mundo vasto mundo,mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizermas essa luamas esse conhaquebotam a gente comovido como o diabo.

(Carlos Drummond de Andrad(E)

41 A palavra francesa (pronuncia-se “gôche”) era uma gíria usada por jovens da classe média urbana para rotular indivíduos tidos como arredios, esquisitos, inadaptados.

A respeito do jogo intertextual estabelecido entre a tirinha e o poema, considere estas afirmações:

I. Os três primeiros quadrinhos ilustram o conteúdo expresso nos versos da segunda estrofe do poema de Drummond.

II. Como a tirinha faz uma citação do poema, é possível caracterizá-la como pertencente ao mesmo gênero do texto de Drummond.

III. O silêncio da personagem, presente no último quadrinho da tira, ilustra o conteúdo expresso na última estrofe do poema.

Está(ão) correta(s):

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e II. (D) Apenas III. (E) Apenas I e III.

42 A Semana de Arte Moderna foi um movimento definidor da concepção contemporânea de “cultura brasileira”, quando foram propostas pela primeira vez muitas das ideias ainda correntes sobre a relação do país com a tradição nacional e as influências estrangeiras. Neste ano de 2012, esse movimento completa 90 anos. Da Semana participaram jovens artistas como os escritores Oswald de Andrade, Anita Malfati, Mario de Andrade e Manuel Bandeira, esses dois últimos autores dos poemas abaixo.

Texto I

VOU ME EMBORA

Mario de Andrade(Fragmento)

Vou-me embora, vou-me emboraVou-me embora pra BelémVou colher cravos e rosasVolto a semana que vem(...)

Vou-me embora paz na terraPaz na terra repartidaUns têm terra, muita terraOutros nem pra uma dormidaNão tenho onde cair mortoFiz gorar a inteligênciaVou reentrar no meu povoReprincipiar minha ciência

(...)

Texto II

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADAManuel Bandeira(Fragmento)

Vou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolherei

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Vou-me embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaAqui não sou feliz(...)

Expressões e palavras assumem diferentes significados dependendo do contexto em que estão sendo utilizadas. A expressão “Vou-me embora” assume, nos textos I e II, os seguintes sentidos de busca, respectivamente:

(A) da independência financeira e da liberdade condicional

(B) da expressão nacionalista e do paraíso perdido

(C) do conhecimento da pátria e da independência financeira

(D) do conhecimento do povo e da liberdade de expressão linguística

(E) da felicidade e do conhecimento da cultura popular

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Morro da Babilônia

À noite, do morrodescem vozes que criam o terror(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua geral).

Quando houve revolução, os soldados se espalharam no morro,o quartel pegou fogo, eles não voltaram.Alguns, chumbados, morreram.O morro ficou mais encantado.

Mas as vozes do morronão são propriamente lúgubres.Há mesmo um cavaquinho bem afinadoque domina os ruídos da pedra e da folhageme desce até nós, modesto e recreativo,como uma gentileza do morro.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo.

43 Guardadas as diferenças que separam as obras a seguir comparadas, as tensões a que remete o poema de Drummond derivam de um conflito de

(A) caráter racial, assim como sucede em A cidade e as serras.

(B) grupos linguísticos rivais, de modo semelhante ao que ocorre em Viagens na minha terra.

(C) fundo religioso e doutrinário, como o que agita o enredo de Til.

(D) classes sociais, tal como ocorre em Capitães da areia.

(E) interesses entre agregados e proprietários, como o que tensiona as Memórias póstumas de Brás Cubas.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Lira XV

Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro,Fui honrado Pastor da tua aldeia;Vestia finas lãs, e tinha sempre

A minha choça do preciso cheia.Tiraram-me o casal, e o manso gado,Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.

Para ter que te dar, é que eu queriaDe mor rebanho ainda ser o dono;Prezava o teu semblante, os teus cabelosAinda muito mais que um grande Trono.Agora que te oferte já não vejoAlém de um puro amor, de um são desejo.

Se o rio levantado me causava,Levando a sementeira, prejuízo,Eu alegre ficava apenas viaNa tua breve boca um ar de riso.Tudo agora perdi; nem tenho o gostoDe ver-te aos menos compassivo o rosto.

Propunha-me dormir no teu regaçoAs quentes horas da comprida sesta,Escrever teus louvores nos olmeiros,Toucar-te de papoulas na floresta.Julgou o justo Céu, que não convinhaQue a tanto grau subisse a glória minha.

Ah! minha Bela, se a Fortuna volta,Se o bem, que já perdi, alcanço, e provo;Por essas brancas mãos, por essas facesTe juro renascer um homem novo;Romper a nuvem, que os meus olhos cerra,Amar no Céu a Jove, e a ti na terra.

Fiadas comprarei as ovelhinhas,Que pagarei dos poucos do meu ganho;E dentro em pouco tempo nos veremosSenhores outra vez de um bom rebanho.Para o contágio lhe não dar, sobejaQue as afague Marília, ou só que as veja.

Senão tivermos lãs, e peles finas,Podem mui bem cobrir as carnes nossasAs peles dos cordeiros mal curtidas,E os panos feitos com as lãs mais grossas.Mas ao menos será o teu vestidoPor mãos de amor, por minhas mão cosido.

Nós iremos pescar na quente sestaCom canas, e com cestos os peixinhos:Nós iremos caçar nas manhãs friasCom a vara envisgada os passarinhos.Para nos divertir faremos quanto Reputa o varão sábio, honesto e santo.

Nas noites de serão nos sentaremosC'os filhos, se os tivermos, à fogueira;Entre as falsas histórias, que contares,Lhes contarás a minha verdadeira.Pasmados te ouvirão; eu entretantoAinda o rosto banharei de pranto.

Quando passarmos juntos pela rua,Nos mostrarão c'o dedo os mais Pastores;Dizendo uns para os outros: "Olha os nosso"Exemplos da desgraça, e sãos amores".Contentes viveremos desta sorte,Até que chegue a um dos dois a morte.

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Page 13: Corpo Simulado 7

GONZAGA, Tomaz Antonio. Marília de Dirceu. Disponível em <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>. Acesso em: 25.out.2012.

44 NÃO é correto afirmar que o pastor (A) é o eu lírico do poema. (B) projeta pela imaginação seu futuro. (C) revela à Marília a causa de sua desgraça. (D) apresenta uma visão nostálgica do passado.

45 O poema apresenta a temática árcade conhecida como

(A) fugere urbem (fuga da cidad(E).

(B) inutilia truncat (corte das coisas inúteis).

(C) carpe diem (desejo de aproveitar o dia, a vid(A).

(D) aurea mediocritas (vida simples materialmente, mas feliz).

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

A(s) questão(ões) a seguir toma(m) por base um fragmento de Glória moribunda, do poeta romântico brasileiro Álvares de Azevedo (1831-1852).

É uma visão medonha uma caveira?Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.Foi a cabeça ardente de um poeta,Outrora à sombra dos cabelos loiros.Quando o reflexo do viver fogosoAli dentro animava o pensamento,Esta fronte era bela. Aqui nas facesFormosa palidez cobria o rosto;Nessas órbitas — ocas, denegridas! —Como era puro seu olhar sombrio!

Agora tudo é cinza. Resta apenasA caveira que a alma em si guardava,Como a concha no mar encerra a pérola,Como a caçoula a mirra incandescente.

Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;Por que repugnas levantá-la agora?Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!Quanta vida ali dentro fermentava,Como a seiva nos ramos do arvoredo!E a sede em fogo das ideias vivasOnde está? onde foi? Essa alma erranteQue um dia no viver passou cantando,Como canta na treva um vagabundo,Perdeu-se acaso no sombrio vento,Como noturna lâmpada apagou-se?E a centelha da vida, o eletrismoQue as fibras tremulantes agitavaMorreu para animar futuras vidas?

Sorris? eu sou um louco. As utopias,Os sonhos da ciência nada valem.A vida é um escárnio sem sentido,Comédia infame que ensanguenta o lodo.Há talvez um segredo que ela esconde;Mas esse a morte o sabe e o não revela.Os túmulos são mudos como o vácuo.Desde a primeira dor sobre um cadáver,

Quando a primeira mãe entre soluçosDo filho morto os membros apertavaAo ofegante seio, o peito humanoCaiu tremendo interrogando o túmulo...E a terra sepulcral não respondia. (Poesias completas, 1962.) 46 Do segundo ao último verso da primeira estrofe do poema, revelam-se características marcantes do Romantismo:

(A) conteúdos e desenvolvimentos bucólicos.

(B) subjetivismo e imaginação criadora.

(C) submissão do discurso poético à musicalidade pura.

(D) observação e descrição meticulosa da realidade.

(E) concepção determinista e mecanicista da natureza.

47 Morreu para animar futuras vidas?

No verso em destaque, sob forma interrogativa, o eu lírico sugere com o termo animar que

(A) a morte de uma pessoa deve ser festejada pelos que ficam.

(B) o verdadeiro objetivo da morte é demonstrar o desvalor da vida.

(C) a vida do poeta é mais consistente e animada que todas as outras.

(D) a alma que habitou o corpo talvez possa reencarnar em novo corpo.

(E) outras pessoas passam a viver melhor quando um homem morre.

48 Considerando a poesia de Gregório de Matos e o momento literário em que sua obra se insere, avalie as seguintes afirmativas:

1. Apresentando a luta do homem no embate entre a carne e o espírito, a terra e o céu, o presente e a eternidade, os poemas religiosos do autor correspondem à sensibilidade da época e encontram paralelo na obra de um seu contemporâneo, Padre Antônio Vieira.

2. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da versatilidade do poeta, mas não são representativos da melhor poesia do autor, por não apresentarem a mesma sofisticação e riqueza de recursos poéticos que os poemas líricos ou religiosos apresentam.

3. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do autor incrementa e exagera alguns recursos poéticos, deixando sua linguagem mais rebuscada e enredada pelo uso de figuras de linguagem raras e de resultados tortuosos.

4. A presença do elemento mulato nessa poesia resgata para a literatura uma dimensão social problemática da sociedade baiana da época: num país de escravos, o mestiço é um ser em conflito, vítima e algoz em uma sociedade violentamente desigual.

Assinale a alternativa correta.

(A) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

(B) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

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(C) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

(D) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.

(E) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Uma campanha alegre, IX

Há muitos anos que a política em Portugal apresenta este singular estado:

Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente possuem o Poder, perdem o Poder, reconquistam o Poder, trocam o Poder... O Poder não sai duns certos grupos, como uma pela* que quatro crianças, aos quatro cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, num rumor de risos.

Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no Poder, esses homens são, segundo a opinião, e os dizeres de todos os outros que lá não estão — os corruptos, os esbanjadores da Fazenda, a ruína do País!

Os outros, os que não estão no Poder, são, segundo a sua própria opinião e os seus jornais — os verdadeiros liberais, os salvadores da causa pública, os amigos do povo, e os interesses do País.

Mas, coisa notável! — os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem para continuar a ser os esbanjadores da Fazenda e a ruína do País, durante o maior tempo possível! E os que não estão no Poder movem-se, conspiram, cansam-se, para deixar de ser o mais depressa que puderem — os verdadeiros liberais, e os interesses do País!

Até que enfim caem os cinco do Poder, e os outros, os verdadeiros liberais, entram triunfantemente na designação herdada de esbanjadores da Fazenda e ruína do País; em tanto que os que caíram do Poder se resignam, cheios de fel e de tédio — a vir a ser os verdadeiros liberais e os interesses do País.

Ora como todos os ministros são tirados deste grupo de doze ou quinze indivíduos, não há nenhum deles que não tenha sido por seu turno esbanjador da Fazenda e ruína do País...

Não há nenhum que não tenha sido demitido, ou obrigado a pedir a demissão, pelas acusações mais graves e pelas votações mais hostis...

Não há nenhum que não tenha sido julgado incapaz de dirigir as coisas públicas — pela Imprensa, pela palavra dos oradores, pelas incriminações da opinião, pela afirmativa constitucional do poder moderador...

E todavia serão estes doze ou quinze indivíduos os que continuarão dirigindo o País, neste caminho em que ele vai, feliz, abundante, rico, forte, coroado de rosas, e num chouto** tão triunfante!

(*) Pela: bola.(**) Chouto: trote miúdo.

(Eça de Queirós. Obras. Porto: Lello & Irmão-Editores, [s.d.].)

49 Considere as frases com relação ao que se afirma na crônica de Eça de Queirós:

I. Os que estão no poder não querem sair e os que não estão querem entrar.

II. Quando um partido ético está no poder, tudo fica melhor.

III. Os governantes são bons e éticos, mas vivem a trocar acusações infundadas.

IV. Os políticos que estão fora do poder julgam-se os melhores eticamente para governar.

As frases que representam a opinião do cronista estão contidas apenas em:

(A) I e II.

(B) I e III.

(C) I e IV.

(D) I, II e III.

(E) II, III e IV.

50 Não há nenhum que não tenha sido demitido, ou obrigado a pedir a demissão, pelas acusações mais graves e pelas votações mais hostis...

Com esta frase, o cronista afirma que

(A) a atividade política está sempre sujeita a acusações descabidas.

(B) é altamente honroso, em certos casos, demitir-se para evitar males ao estado.

(C) a defesa de boas ideias frequentemente leva à renúncia.

(D) os políticos honestos sofrem acusações e perseguições dos desonestos.

(E) todos os políticos se equivalem pelos desvios da ética.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:

As questões a seguir tomam por base uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953).

Contas

Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.

Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes.

Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repende estourava:

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Page 15: Corpo Simulado 7

– Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa.

Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia.

Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros.

Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!

O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que, o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.

Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem.

Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher, provavelmente devia ser ignorância da mulher. Até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.

(Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.)

51 Quem é do chão não se trepa.

Fabiano emprega duas vezes este provérbio para retratar com certo determinismo sua situação, que ele considera impossível de ser mudada. Há outros que poderiam ser utilizados para retratar essa atitude de desânimo ante algo que parece irreversível.

Na relação de provérbios abaixo, aponte aquele que não poderia substituir o empregado por Fabiano, em virtude de não corresponder àquilo que a personagem queria significar.

(A) Quem nasce na lama morre na bicharia.

(B) Quem semeia ventos colhe tempestades.

(C) Quem nasceu pra tostão não chega a milhão.

(D) Quem nasceu pra ser tatu morre cavando.

(E) Os paus, uns nasceram para santos, outros para tamancos.

52 Lendo atentamente o fragmento de Vidas secas, percebe-se que o foco principal é o das transações entre Fabiano e o proprietário da fazenda. Aponte a alternativa que não corresponde ao que é efetivamente exposto pelo texto.

(A) O proprietário era, na verdade, um benfeitor para Fabiano.

(B) Fabiano declarava-se “um bruto” ao proprietário.

(C) O proprietário levava sempre vantagem na partilha do gado.

(D) Fabiano sabia que era enganado nas contas, mas não conseguia provar.

(E) Fabiano aceitava a situação e se resignava, por medo de ficar sem trabalho.

53 Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano.

A forma verbal queimava, no período acima, apresenta o sentido de:

(A) ignorava. (B) assava. (C) destruía. (D) marcava. (E) prejudicava.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

TEXTO

Senhora Dona Bahia,nobre e opulenta cidade,madrasta dos naturais,e dos estrangeiros madre:

Dizei-me por vida vossaem que fundais o ditamede exaltar os que aqui vêm,e abater os que aqui nascem?

Se o fazeis pelo interessede que os estranhos vos gabem,isso os paisanos fariamcom conhecidas vantagens.

E suposto que os louvoresem boca própria não valem,se tem força esta sentença,mor força terá a verdade.

O certo é, pátria minha,que fostes terra de alarves,e inda os ressábios vos duramdesse tempo e dessa idade.

Haverá duzentos anos,nem tantos podem contar-se,que éreis uma aldeia pobree hoje sois rica cidade.

Então vos pisavam índios,e vos habitavam cafres,hoje chispais fidalguias,arrojando personagens.

Nota: entenda-se “Bahia” como cidade.

Gregório de Matos

Vocabulárioalarves - que ou quem é rústico, abrutado, grosseiro,ignorante; que ou o que é tolo, parvo, estúpido.ressábios - sabor; gosto que se tem depois.cafres - indivíduo de raça negra.

54 Todas as afirmativas sobre a construção estética ou a produção textual do poema de Gregório de Matos (Texto) estão adequadas, EXCETO uma. Assinale-a.

(A) Existem antíteses, características de textos no período barroco.

(B) Há uma personificação, pois a Bahia, ser inanimado, é tratada como ser vivo.

(C) A ausência de métrica aproxima o poema do Modernismo.

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Page 16: Corpo Simulado 7

(D) O eu lírico usa o vocativo, transformando a Bahia em sua interlocutora.

(E) Há diferença de tratamento para os habitantes locais e os estrangeiros.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: Arte suprema

Tal como Pigmalião, a minha ideiaVisto na pedra: talho-a, domo-a, bato-a;E ante os meus olhos e a vaidade fátuaSurge, formosa e nua, Galateia.

Mais um retoque, uns golpes... e remato-a;Digo-lhe: “Fala!”, ao ver em cada veiaSangue rubro, que a cora e aformoseia...E a estatua não falou, porque era estatua.

Bem haja o verso, em cuja enorme escalaFalam todas as vozes do universo,E ao qual também arte nenhuma iguala:

Quer mesquinho e sem cor, quer amplo e terso,Em vão não e que eu digo ao verso: “Fala!”E ele fala-me sempre, porque e verso.

(Júlio César da Silva. Arte de amar. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.)

55 O soneto Arte suprema apresenta as características comuns da poesia parnasiana. Assinale a alternativa em que as características descritas se referem ao parnasianismo.

(A) Busca da objetividade, preocupação acentuada com o apuro formal, com a rima, o ritmo, a escolha dos vocábulos, a composição e a técnica do poema.

(B) Tendência para a humanização do sobrenatural, com a oposição entre o homem voltado para Deus e o homem voltado para a terra.

(C) Poesia caracterizada pelo escapismo, ou seja, pela fuga do mundo real para um mundo ideal caracterizado pelo sonho, pela solidão, pelas emoções pessoais.

(D) Predomínio dos sentimentos sobre a razão, gosto pelas ruínas e pela atmosfera de mistério.

(E) Poesia impregnada de religiosidade e que faz uso recorrente de sinestesias.

56 O poema de Júlio César da Silva faz referência ao mito grego de Pigmalião, um escultor da ilha de Chipre que obteve da deusa Vênus a graça de transformar em uma mulher de verdade a belíssima estátua que havia esculpido. Esse aproveitamento do mito, todavia, tem um encaminhamento diferente no soneto. Aponte a alternativa que melhor descreve como o mito foi aproveitado no poema.

(A) O poema se serve do mito para apresentar uma defesa da poesia como arte superior em capacidade de comunicação e expressão à escultura e às demais artes.

(B) O eu-poemático aproveita o mito para demonstrar que a escultura, como arte visual, apresenta possibilidades expressivas que a poesia jamais poderá atingir.

(C) O desenvolvimento do poema conduz a uma exaltação da correspondência entre as artes, demonstrando que todas apresentam grande força expressiva.

(D) O mito de Pigmalião é usado para realçar o grande poder da arte da escultura, como também da poesia, que pode imitar a escultura.

(E) A lenda de Pigmalião e Galateia é utilizada para dividir o poema em duas partes, com a primeira associando Pigmalião à escultura e a segunda associando Galateia à poesia.

57 Identifique a alternativa que representa, por meio de letras, o esquema de rimas do soneto de Júlio César da Silva.

(A) ABBA CDDC EFE FEF.

(B) ABBA ABBA CDC DCD.

(C) ABBA BAAB CDE CDE.

(D) ABBA BAAB CDC DCD.

(E) ABBA CDDC EFG EFG.

58 Leia o fragmento textual de Fernando Pessoa e assinale a alternativa CORRETA.

"A obra de arte, fundamentalmente, consiste numa interpretação objetivada duma impressão subjetiva. Difere, assim, da ciência, que é uma interpretação subjetiva de uma impressão objetiva, e da filosofia, que é, ou procura ser, uma interpretação objetivada de uma impressão objetiva.

A ciência procura as leis particulares das cousas - isto é, aquelas leis que regem os assuntos ou objetos que pertencem àquele tipo de cousas que se estão observando. A ciência é uma subjetivação, porque é uma conclusão que se tira de determinado número de fenômenos. A ciência é uma cousa real e, dentro dos seus limites, certa, por que é uma subjetivação de uma impressão objetiva, e é, assim, um equilíbrio."

(PESSOA, F. Trecho de "A Obra de Arte: Critérios a que Obedece". In: OBRAS EM PROSA. vol. único, Rio de Janeiro, Aguilar, 1974, p. 127)

(A) A subjetividade impressiva do artista é resultante de uma interpretação objetiva que conduz à obra de arte.

(B) Muitas vezes, a ciência busca leis particulares das coisas e por isso as torna subjetivas, valendo como verdadeiras.

(C) Ao caráter ilusório da Arte contrapõe-se a realidade da Ciência e nisso, segundo o texto reside o equilíbrio das coisas.

(D) A arte obedece a três critérios fundamentais: impressão, interpretação e busca de objetividade; enquanto a ciência obedece aos seguintes: seleção, observação e análise dos fenômenos.

(E) Os limites do método científico não interferem no caráter real da ciência que é sempre certa, equilibrada e reveladora da subjetividade das coisas e dos seres.

59 Baseando-se na leitura do texto de Álvares de Azevedo, assinale a única alternativa INCORRETA:

"Junto a meu leito, com as mãos unidas,Olhos fitos no céu, cabelos soltos,Pálida sombra de mulher formosaEntre nuvens azuis pranteia orando.É um retrato talvez. Naquele seioPorventura sonhei doiradas noites.Talvez sonhando desatei sorrindoAlguma vez nos ombros perfumados

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Page 17: Corpo Simulado 7

Esses cabelos negros, e em delíquioNos lábios dela suspirei tremendo.Foi-se minha visão. E resta agoraAquela vaga sombra na parede- Fantasma de carvão e pó cerúleo,Tão vaga, tão extinta e fumarentaComo de um sonho o recordar incerto."

(AZEVEDO, Álvares de. VI Parte de "Ideias Íntimas")

(A) Considerando os aspectos temáticos e formais do poema, pode-se vinculá-lo ao segundo momento do movimento romântico brasileiro, também conhecido como "geração do spleen" ou "mal do século".

(B) A presença da mulher amada torna-se o ponto central do poema. Isso é claramente manifestado pelas recordações do eu-lírico, marcado por um passado vivido, que sempre volta em imagens e sonhos.

(C) O texto reflete um articulado jogo entre o plano do imaginário e o plano real. Um dos elementos, entre outros, que articula essa construção é a alternância dos tempos verbais presente/passado.

(D) Realidade e fantasia tornam-se a única realidade no espaço da poesia lírica romântica, gênero privilegiado dentro desse movimento.

(E) Apesar de utilizar decassílado, esse poema possui o andamento próximo ao da prosa. Esse aspecto formal é importante para intensificar certo prosaísmo intimista da poesia romântica.

60 "Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente."

"Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz."

"Tupi, or not tupi that is the question."

(Fragmento do "Manifesto Antropófago" de Oswald de Andrad(E)

Analisando as ideias contidas nesses fragmentos, assinale a única alternativa que julgar INCORRETA.

(A) O "Manifesto Antropófago" de Oswald de Andrade articula-se ao movimento antropófago do Modernismo brasileiro, cuja expressão máxima se deu em "Macunaíma" de Mário de Andrade.

(B) Em "Tupi, or not tupi that is the question", está implícita a crítica ao espírito de nacionalidade, falseado pelo estrangeirismo exacerbado entre nós, até os adventos do Modernismo.

(C) Ainda nos fragmentos acima citados, deve-se entender não a aversão à cultura estrangeira, mas a dialética de conjunção das raízes nacionais à cultura europeia.

(D) A leitura dos três fragmentos acaba por desvendar a crítica à cultura brasileira que não estaria muito distante do primitivismo antropofágico.

(E) O "Manifesto Antropófago" propõe a mobilidade cultural advinda da mobilidade do pensamento e dos valores do homem em sociedade.

61 Certa máquina, trabalhando 5 horas por dia, produz 1200 peças em 3 dias. O número de horas que deverá trabalhar no sexto dia para produzir 1840 peças, se o regime de trabalho fosse de 4 horas diárias, seria:

a) 18b) 3,75c) 2d) 3e) 162 Uma progressão aritmética com 10 termos tem soma igual a 410. Sendo o seu sétimo termo igual a 50, o primeiro termo é:

a) 2b) 8c) 12d) 14e) 20

63 Certa mercadoria é vendida nas lojas A e B, sendo R$20,00 mais cara em B. Se a loja B oferecesse um desconto de 10%, os preços nas duas lojas seriam iguais. Qual o preço na loja A?

a) R$180,00b) R$185,00c) R$175,00d) R$190,00e) R$170,00

64 O quadro seguinte mostra o desempenho de um time de futebol no último campeonato. A coluna da esquerda mostra o número de gols marcados e a coluna da direita informa em quantos jogos o time marcou aquele número de gols.

Gols marcados Quantidade de partidas

0 5

1 3

2 4

3 3

4 2

5 2

7 1

Se X, Y e Z são, respectivamente, a média, a mediana e a moda desta distribuição, então:

a) X = Y < Zb) Z < X = Yc) Y < Z < Xd) Z < X < Ye) Z < Y < X

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Page 18: Corpo Simulado 7

65 O gráfico da função quadrática definida por f(x) = 4x² + 5x + 1 é uma parábola de vértice V e intercepta o eixo das abscissas nos pontos A e B. A área do triângulo AVB é:

a) 27/8b) 27/16c) 27/32d) 27/64e) 27/128

66 A área da figura, no diagrama a seguir, vale:

a) 5,0b) 4,5c) 4,0d) 3,5e) 3,0

67 A partir de um grupo de oito pessoas, quer-se formar uma comissão constituída de quatro integrantes. Nesse grupo, incluem-se Gustavo e Danilo, que, sabe-se, não se relacionam um com o outro. Portanto, para evitar problemas, decidiu-se que esses dois, juntos, não deveriam participar da comissão a ser formada.Nessas condições, de quantas maneiras distintas se pode formar essa comissão?

a) 70b) 35c) 55d) 45e) 60

68 A uma caixa d'água de forma cúbica com 1 m de lado está acoplado um cano cilíndrico com 4 cm de diâmetro e 50 m de comprimento. Num certo instante, a caixa está cheia de água e o cano vazio. Solta-se a água pelo cano até que fique cheio. Qual o valor da altura da água na caixa no instante em que o cano ficou cheio? Utilize π = 3.

a) 90 cmb) 92 cmc) 94 cmd) 96 cme) 98 cm

69 Uma reta r determina, no primeiro quadrante do plano cartesiano, um triângulo isósceles, cujos vértices são a origem e os pontos em que a reta intercepta os eixos Ox e Oy. Se a área desse triângulo é 18, a equação de r é:

a) x – y = 4b) x + y = 6c) x – y = 16d) x + y = 2e) x + y = 470 Para calcular a altura de um prédio, um estudante teve a seguinte ideia: olhando da posição A, avistou o topo do prédio segundo um ângulo α de tangente 2/3; logo em seguida, caminhou 20 m em linha reta em direção ao prédio, até a posição B, passando a avistar o topo deste segundo ângulo de tangente 6/7. Desprezando a altura do estudante, calcule a altura do prédio:

a) 60 mb) 13 mc) 70 md) 18 me) 50 m

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Page 19: Corpo Simulado 7

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Wiser and 4older

Sometimes the world of science and medicine produces something that can only be described as 1unalloyed good news. We are used to stories about pollution scares and increases in the rates of cancer, but bubbling beneath is the stark reality that we live at a time when humans are healthier and 5live longer than at any time in our history.

The Office for National Statistics figures, recently released, make heartening if surprising reading. They show that 2most men are surviving until the age of 85, while women are living four years longer. Furthermore, we can expect these figures to increase as the century progresses. What’s driving this extraordinary increase in human 6longevity?

The increase has been driven by a number of advances. Firstly, the huge reduction in neonatal and infant deaths. These days, nearly all babies born in a prosperous advanced nation can expect to survive into adulthood. Over half the couples in the world are having fewer than two children each. This is partly because almost everywhere infant mortality is falling, globally faster today than at any time in human history.

Sanitation, vaccination and better diets have increased lifespans once we survive infancy, but they cannot wholly explain why people are living into their eighties and beyond. A cut in physical stress and a huge reduction in exposure to toxic and carcinogenic substances in the environment may explain much of the increase. In the 1950s, thousands died or became very ill during the London smogs. That threat, along with numerous other environmental containments, has gone. We have also begun to stop smoking and we are drinking less, too.

Finally, life is much safer than it used to be. As psychologist Steven Pinker shows in his book, The better angels of our nature, the history of all societies has shown an amazing decline in violence over the past century. We are ten times less likely to be murdered today than we were two hundred years ago, and three times less likely to be killed on the roads than we were in the 1960s.

So, can the increase in longevity continue? According to gerontologists, there is no clear answer. Currently the maximum human lifespan is 122 years, attained by the French woman Jeanne Calment who died in 1997. Significantly, no one has come close to her astonishing record. Instead, more and more of us are dodging the bullets of middle age and living to our personal genetic potential. So how long is the natural human lifespan? The answer seems to be that, in a world where infectious diseases are kept at bay and where we are safe from predators and starvation, and provided we keep our lifestyles in check, 3most people should reach 80 or 90.

Something very big is going on, wrote Ban Ki-moon, the United Nations secretary general. He warned that “the social and economic implications of this phenomenon are profound, extending far beyond the individual 7older person and the immediate family, touching broader society and the global community in unprecedented ways”. What the figures show more

than anything is that we need a rapid and radical rethink of how we treat 8the elderly among us, as they will soon be the majority.

telegraph.co.uk

71 most men are surviving until the age of 85, while women are living four years longer. (ref. 2)According to the sentence above, women will probably reach the age of: (A) 80 (B) 81 (C) 85 (D) 89 72 vThe first paragraph introduces the subject of the text by calling it unalloyed good news (ref. 1).

This expression refers to the following fact:

(A) people are living longer (B) science is changing quickly (C) pollution is increasing slowly (D) medicine is developing faster TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:

Brazilian protest songs: “Peace without a voice is no peace but fear”

1I was born a year after the military coup in Brazil. The dictatorship that followed lasted from 1964 until 1985 - all my childhood and teenage years. But until I was 13 or 14 years old, 2I had no clue of what was going on in my country. I lived in a small town and my parents were not involved in politics. We listened to the radio, watched the news on TV and had a subscription to a national newspaper, but 3all the media were completely censored at that time. The fact that the newspaper was sometimes printed with a blank space or 4a cake recipe in the middle of the news never really caught my attention. It was always like that and I didn’t know any better.

I had my first glimpse of what it really meant to have a military government and what kind of things were going on through songs. There was a song that I liked a lot, “O bêbado e a equilibrista”, 6although the lyrics didn’t make much sense to me: “My Brazil… / that dreams of the return / of Henfil’s brother / and so many people that left / on rocket fins”. Henfil was a famous cartoonist, but who was his brother? Who were the people who left? What were they singing about? This was in 1979 and I was 13.

Thanks to this song by João Bosco and Aldir Blanc (sung by Elis Regin(A) and the questions I started to ask, I heard for the first time about all the artists, journalists and activists that had been persecuted, imprisoned, tortured and exiled. Many had disappeared or been killed by the military regime. This song became an anthem for the amnesty of political prisoners and activists in exile, which was announced later in that same year.

In fact, due to the extreme censorship during the period of military dictatorship in Brazil, songs were one of the few ways to send political messages. Despite the tight surveillance of the censors, they flourished, giving a voice to the resistance movement. Like “Para não dizer que não falei das flores”, by Geraldo Vandré, which was interpreted as a call for armed struggle.

Words and phrases with double meanings were used to escape censorship and persecution. The greatest master in this art was Chico Buarque de Holanda. 7His clever lyrics were often approved by the censors, who would only later realise what the songs were really about. But then, of course, it was too late. That was the case with “Apesar de você”, which was censored only after it had already become an anthem on the streets. 5At first

19

Page 20: Corpo Simulado 7

sight, it appears to be a samba about a lover’s quarrel. Actually, it was a sharp critique of the authoritarian regime and an act of direct defiance aimed at the dictators.

With the advent of democracy and the new freedom of expression in the late 1980s, protest songs played less of a role in Brazil for a while, but in the 1990s they once again became a powerful channel to voice social discontent. One of bands active in this period was O Rappa, with the song “A paz que eu não quero”. The fight against social inequality, urban and police violence and racial discrimination are the most common themes. 8Nowadays, the lyrics are explicit and the messages are clear.

Mariângela Guimarães

73 Peace without a voice is no peace but fear (titl(E) is a line from the song “A paz que eu não quero”, by the Brazilian band O Rappa. This line is an example of intertextuality.

The resource used by the author that signals this process of intertextuality is

(A) parody (B) summary (C) quotation (D) paraphrase

74 Besides describing the effect of the Brazilian political situation on the media, the first paragraph also mentions that the author had no idea of this situation at the time.

The author’s complete lack of knowledge is best established by means of the following sentence:

(A) I was born a year after the military coup in Brazil. (ref. 1)

(B) I had no clue of what was going on in my country. (ref. 2)

(C) all the media were completely censored at that time. (ref. 3)

(D) a cake recipe in the middle of the news never really caught my attention. (ref. 4)

75 According to the author, Chico Buarque de Holanda was an expert in the art of writing songs with double meanings.

He did that with the following aim:

(A) inflict torture (B) resist change (C) overcome failure (D) avoid repression

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:

President Obama Launches Gun-Violence Task Force

Five days after deadliest elementary school shooting in U.S. history, President Obama said his administration plans immediate action early next year on proposals to curb an “epidemic of gun violence”. At a morning news conference, Obama announced the formation of a task force to be headed by Vice President Joe Biden that will formulate a package of policy recommendations by January. “The fact that this problem is complex can no longer be an excuse for doing nothing”, Obama said. “The fact that we can’t prevent every act of violence doesn’t mean that we can’t steadily reduce the violence and prevent the very worst violence.” The president said he intends to push for implementation of the proposals without delay”. “This is a team that has a very specific task to pull together real reforms right now”, he said.

While Obama did not offer specifics, he suggested the task force would examine an array of steps to curb gun violence and prevent mass shootings, including legislative measures, mental health resources and a “look more closely at a culture that all-too-often glorifies guns and violence”. “I will use all the powers of this office to help advance efforts aimed at preventing more tragedies like this”, Obama said.

Obama made similar pronouncements following at least four other mass shootings that marked his first term. But few policy changes were made. “This is not the first incident of horrific gun violence of your four years. Where have you been?”, asked ABC News’ Jake Tapper. ‘I’ve been president of the United States, dealing with the worst economic crisis since the Great Depression, an auto industry on the verge of collapse, two wars. I don’t think I’ve been on vacation”, Obama responded.

Adaptado de http://abcnews.go.com/PoIitics/OTUS/presldent-obama-Iaunches-gun-violence-task-force/story?id=18015694#UOA3AOTAdyw

76 According to the text, Obama

(A) is not trying to solve the mass shootings problem. (B) is not worried about gun violence. (C) was on vacation during the shooting. (D) requests a task force to try to solve the problem. (E) decides to take action after talking to the reporter.

77 In the sentence “The fact that this problem is complex can no longer be an excuse for doing nothing... “, t his problem refers to

(A) task force. (B) economic crisis. (C) police recommendations. (D) an array of steps. (E) gun violence.

78 In the sentence “This is a team that has a very specific task ...“, who is the leader of this team?

(A) the press. (B) Jake Tapper. (C) Joe Biden. (D) the task force. (E) ABC channel.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Welcome to Madrid: City of Protests

Madrid (CNN) — “The people, united, will never be divided!” yells the crowd, angrily waving banners and placards. “To fight is the only way!” Dog-walkers, mothers with strollers, an pensioners carrying shopping bags join the crowd. These people on the sidewalk are no curious neighbors. Indeed, many of them are complete strangers to the family living on the fifth floor, but they are all here to protect Rocio from eviction – being forced to leave her property by legal process

Rocio and her son, now 17 and in high school, moved from Ecuador in 2003, when times were good and jobs plentiful in Spain. But then the global financial crisis hit, bringing Spain’s economy’ down, Rocio lost her two jobs – in a shop, and as a cleaner. For a while, Rocio got by on benefits but then those stopped too. She is an example of the crisis many Spaniards face as the country deals with the highest unemployment rate since the Civil War in the 1930s, and a recession entering its second year. “I can’t stand the thought of living on the streets with my san, but I have no idea where else to go”, she says.

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Rocio’s story is echoed by others all over Spain. It is this fear that took many Spanish citizen to action. Many of those people who are outside the door of Rocio’s apartment block are supporter of “Stop Desahucios” (Stop Evictions), part of the Platform of People Affected by Mortgages (PAI – Plataforma de Afectados por la Hipotec(A), a group that campaigns to prevent banks and authorities from eviction because of the country’s economic crisis. They accuse the banks and authorities o ‘real estate terrorism”.

There are also the mass marches of the 15-M movement – also known as the “Indignados”. Activist Dante Scherma, 24, says citizens were not used to speaking out on political issues. “The 15-M movement made people talk about social issues, and about politics in normal conversations - in cafés, restaurants, bars – where before they only talked about football or fashion.”

Back in Vicalvaro, the moment of truth has arrived, but the crowd – now shouting at the police, insisting they have to stop forcing families to leave their properties – appears to have had an impact. Lawyers from the PAH explain that Rocio will be able to stay – for a while, at least. For those working to stop Spain’s eviction epidemic, today has seen a small and temporary victory. For those demonstrating about cuts, corruption and lack of cash, the protests will go on.

Adaptado de: http://edition.cnn.com/2013/02/20/world/europe/madrid-city-of-protests/index.html

79 According to the text, Rocio

(A) moved to Spain when there were many jobs there.

(B) was the only person affected by the crisis in Spain.

(C) is getting benefits from Spain’s government nowadays.

(D) had two jobs in Ecuador before moving to Spain.

(E) has the best job in Spain nowadays.

80 According to the text, the 15-M movement made

(A) Spaniards’ lives lose their importance.

(B) citizens in Spain more interested in social issues.

(C) Spaniards talk more about football and fashion.

(D) people go to cafés, restaurants and bars.

(E) Spaniards accept evictions.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS QUESTÕES

¿Se ha cansado Brasil de ser “el país del futuro”?

Los políticos brasileños deben mantenerse vigilantes ante un descontento difuso y una revolución silenciosa que ha estallado en el país y que puede ser un presagio de tormentas mayores

Brasil, el gigante americano, está en una encrucijada. Para algunos con peligro de derrapar en la próxima curva. En este momento todo el mundo está crispado y casi incrédulo. “Brasil es un caos”, es la frase que más se escucha en la calle.

Lo cierto es que Brasil forcejea por salir de una situación que ha comenzado a incomodarlo: se ha hartado de ser "el país del futuro"

y quiere serlo del presente, ahora. No le bastan promesas, y menos incumplidas. Y quiere un hoy con calidad de vida. El 73% de los brasileños quiere “cambios”, incluso radicales. 

Se repitió durante mucho tiempo que Brasil era el “país del futuro” y se presentaba a la empresa Petrobras como la joya de la corona, el emblema de la eficiencia empresarial, una empresa modelo en el mundo a la que hoy se le están viendo sus pies de barro.

Calificar a Brasil de país del futuro llevaba implícito que aún no era un país adulto sino más bien un adolescente. Acunados por ese mantra, los brasileños se sintieron esperanzados aún sufriendo las garras de la realidad presente, llena de injusticia social.

Es sintomático que en todos los países donde se ha desencadenado con violencia un movimiento de protesta para cambiar las cosas, dicha revuelta ha sido capitaneada sobre todo por los jóvenes, que han acabado arrastrando a su causa a otros sectores de la sociedad que confraternizan con sus aspiraciones.

¿Y en Brasil? Algo que deberían tener en cuenta los que gobiernan los países, incluso los que viven en una democracia decente aunque siempre imperfecta como la brasileña, es que los jóvenes representan un impulso hacia el cambio.

Los jóvenes necesitan estar en primera fila cuando se trata de cambiar las cosas porque llevan en su sangre caliente el aguijón de la prisa y el apremio por lo nuevo. Y soportan, por ejemplo, peor que los adultos la corrupción política porque aún no están viciados en esa peligrosa ruleta.

Los gobiernos de algunos países ya están pagando el precio de haber engañado a los jóvenes impidiéndoles participar en plena libertad de los cambios de época. Y cuando los jóvenes se despiertan de las pesadillas autoritarias que les fueron impuestas, resurgen en sus protestas con una fuerza renovada y hasta peligrosa, como estamos viendo en varias latitudes del mundo.

Cuando aquí en Brasil los jóvenes empiezan a dar señales de desasosiego que se reflejan cada vez más en acciones de vandalismo, en el resurgir de gestos racistas en los estadios de fútbol, que parecían desaparecidos, o en formas peligrosas de tomar la justicia por su mano. Ello podría significar que las aguas del inconformismo y el anhelo de crear algo mejor han llegado al nivel de alarma.

Los políticos deben hoy más que nunca mantenerse vigilantes ante un descontento difuso y una revolución silenciosa que ha estallado en el país y que suele ser presagio de tormentas mayores.

Todo ello es, al mismo tiempo, una alerta y una esperanza, para Brasil y para todo el continente latinoamericano, ya que mientras las aguas desbordadas pueden ser benéficas o desbastadoras, las estancadas acaban siempre pudriéndose.

Quedarse inactivo, además de imposible, suele resultar peligroso.

Y las elecciones están a la puerta. Y ya hay rugidos de alerta.

(www.elpais.com Adaptado.)

81 A expressão aún destacada no quarto parágrafo pode ser corretamente substituída por:

(A) aunque(B) mientras(C) todavía(D) mismo

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(E) sin embargo

82 Os verbos destacados no quinto parágrafo, ha sido e han acabado, podem ser corretamente substituídos sem mudar seu sentido por:

(A) fui e acabaran(B) sería e acabarían(C) fui e acabó(D) fue e acabaron(E) fue e acabarán83 A expressão nivel destacada no nono parágrafo é um caso de palavra heterotônica. Qual das alternativas abaixo apresenta somente palavras heterotônicas?

(A) síntoma, burocracia, terapia

(B) alergia, policía, técnico

(C) fotografia, leucemia, héroe

(D) atmósfera, misil, difícil

(E) misionario, cérebro, cafeína

84 Qual das alternativas abaixo apresenta palavras somente do mesmo gênero?

(A) protesta, viaje, contenta

(B) estreno, color, nariz

(C) sangre, risa, protesta

(D) miel, legumbre, color

(E) paisaje, énfasis, sal

85 A frase destacada no antepenúltimo parágrafo do texto “las estancadas acaban siempre pudriéndose” pode ser corretamente substituída por:

(A) las estancadas acábanse siempre pudriendo

(B) las estancadas se acaban siempre pudriendo

(C) las estancadas acaban siempre se pudriendo

(D) las estancadas acaban-se siempre pudriendo

(E) las estancadas acaban siempre pudriendo-se

86 As expressões sino, mientras e hacia, todas presentes no textos, poderiam ser corretamente traduzidas por:

(A) no entanto, sempre, até

(B) mas, depois, para

(C) mas, então, em direção a

(D) mas, enquanto, para

(E) só, enquanto, até

87 De acordo com os primeiros parágrafos do texto é correto afirmar que:

(A) Mais da metade dos brasileiros está satisfeita com a situação do país.

(B) Brasil ainda quer ser o país do futuro.

(C) A população brasileira está insatisfeita, mas segue inerte.

(D) Ainda hoje a Petrobrás segue sendo a “joia da coroa”.

(E) A população jovem é a mais motivada a lutar por mudanças.

88 A que se refere a frase “aún no están viciados en esa peligrosa ruleta” destacada no sétimo parágrafo?

(A) Ao fato de os brasileiros não estarem acostumados a lutar.

(B) Ao fato de os jovens estarem mais propensos a querer mudanças, pois não estão tão acomodados.

(C) Ao fato de os jovens não se importarem muito com o destino político do país, pois ainda não tem de ser participativos.

(D) Ao fato de que os adultos são mais críticos e menos acomodados que os jovens.

(E) Ao fato de os políticos brasileiros terem pressa em mudar a situação do país.

89 De acordo com o texto é falso afirmar que:

(A) Acredita-se que os protestos no país não terão maior repercussão do que a que têm hoje.

(B) O mundo todo está em choque com o “caos” instalado no Brasil.

(C) A maioria dos brasileiros quer mudança.

(D) Os brasileiros querem mudanças imediatas.

(E) Na grande maioria dos casos, os jovens “encabeçam” as revoluções.

90 Segundo o desfecho do texto, pode-se concluir que:

(A) Com as eleições e a copa chegando os protestos provavelmente diminuirão.

(B) É perigoso, nessa fase política e histórica do país, ser uma pessoa ativa e crítica.

(C) Os protestos de agora aparentam ser apenas um presságio do que está por vir com as eleições e com a copa.

(D) Os políticos devem ignorar os pedidos da população neste momento para que o caos não se instale no país.

(E) Este ano, sendo ano de copa e de eleições no país, não é o momento mais oportuno para protestos.

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