como traduzir o latim
DESCRIPTION
Introdução ao estudo do LatimTRANSCRIPT
'•f'"-
%;3J£:i r? j-p-
ISlfy^ti- ..'
^•:-'i: t\'1}';lri
. -!:!^i!
: Hi'-'ii£'!
^sii""-""
'-i<
ili|a||j.i'i'!^ifi:';r
M.afcl fabjipr;:?]^,";;~;:;[H3;!i ;:ii!;iHt:fi!:-f
111111 sISSfSjiHi!1
.Si!IP ijSJggiii:::;;
:?;hy|];iifUff&filtllli
''^^rvjk- l!ji
',->'
t:!a'f*'l: ajjg^ltflii1;
rni^isi:^ iV;i(Vi(:n:5)
u-lui'nrL-^11-^^^-' 3
!
: i>g '--''
ISlSlidip:
:fllllfe
.1•
. J
MB;
.-;ria!ii3!|i:3!{:i-i!
Ilflllil
]!
mssmml-iljiiiiiliiBi
~
F'UAD £A UD
,IAJifiU I-KALrU£fiH LATS/i
Para uso dos estucaanies de todos os cursos
l. E D I C A o
EDITORIAL PAULiSTA*».\n pa 5 !;»;?»
'
FUAD DAUD
COM© TRADUZIK LAT1M
Para us© dos estudarstes de todos os cursos
'
l.a EDICAO
^A^r=t
-
"::
.
EDITORIAL PAULISTA
.
'
©BRAS DO MESMO AUTOR
EM PFIEPARA^AQ
1 - Como Estudar a Gramafica Latirsa.
2 - Novo Traiado de Traducao (Estudo de todos os
autores mais conhecidos e adotados nas escolas).
Pcopriedade excSusiva do autor.
Direifos garaniidos pop lei.
-
00015
fios meus quendos pais e ipmaos,
com grancle e eterna afeicao.
flo meu venerando Mestre e ftmigo.
&rot Majop Qcdcio de Paula Ferpeira,
com imensa gratidao pelos relevantes
obsequios que me prestou na
organizacao deste livrinho,
oferece
flUTOR.
Sao Paulo, ftgosto de 1931.
Tenho verificado, durante a minha carreira estudantina, que o Latim, de
todas as outras materias, e a mais desprezada pelos estudantes e tambem a
mais odiada. Raro e o jovem que aprecia a lingua latina e, por isso mesmo,
as aulas em que se ministram as obras de Cicero e de Vergilio, sao as menos
frequentadas.
Durante o men curso ginasial, muitas vezes ou quasi sempre, o meu
velho e bondoso mestre, Major Acacio, nao tinha o trabalho de fazer a cha-
mada, para certificar-se dos faltosos e dar presenca aos assiduos : o unico que
havia comparecido era eu ! E assim dava inicio a aula, sem perder um minuto
de tempo.
Por que, entretanto, essa fuga desesperada e odienta ? Haveria
algum motivo imperioso para os meus colegas se desfazerem das licoes latinas,
ou seria, talvez, malquerenga ao professor?
Depois de pacientes observagfjes e de largo convivio entre meus colegas,
ouvindo as mais variadas opinioes, conseguf saber qual a causa dessa fuga
desesperada e odienta.
Todos os rapazes que estudam, voluntaria ou obrigatoriamente, gostam
do Latim, como de Fisica, de Matematica ou de Historia. Ou, pelo menos,
quereriam gostar. Essa falta de vontade, que se nota neles pelo estudo latino,
deve ser eliminada o mais depressa possivel, para que a lingua de Cesar seja
benquista e bem recebida nos cerebros de todos os brasileiros.
mal esta nos nossos professores, no metodo de ensino empregado
por eles.
Nao desejo, aqui, inculcar-me sabio ou profundo la'cinista, porque os meus
diminutos conhecimentos nao o permitem. Nem, tao pouco, pretendo ser
mais talentoso e provido de mais cultura do que os nomens, que semeiam no
espirito da mocidade a mais bela e necessaria de todas a linguas. A maio-
ria dos mestres que cuidam do Latim devem e tern obrigacao de conhece-lo.
Por conseguinte, nao se trata de desprezar o saber deste ou daquele profes-
sor. Quero, apenas, fazer ver que reina entre eles uma profunda cegueira,
que precisa ser curada imediatamente ; quero, apenas, cooperar para o bem
d6 nosso povo e de nossa civilizacao, contribuindo com um pequeno esforgo
que espero ser coroado de exito.
Sanado esse mal, esta salva a Patria !
qiW^ QDll£
186 F 'oinRd ogs
•UJ9D31JU0D B OBU 3nb SO BJBd 3pBp[n3IJip BpOJ BJBJIJ 3tlb '|B3
-IlBUJB.lS 3SI]BUE Rliin I3.IB] 'Og5tipBJ) BpBD UI3 'OSSI BJBd '3 'SOpOJ 3p 331163]!?
OB BJ3JS3 Bjqo BJS3 3Hb '01UBJ3JJU3 'OJ3S3Q 'OpniSS 3JSQP OBSUS.ldlllOD .!0q|3LU
bjbcI bdijbuibjS sp oonod iun joooijuoo ospsjd 3 'bujiob sssjp v.\ 011103
•0B.13pil3jdB S0pBSS3J3HII SO 'Z3pidl?.I 3}UE}SEq UJOD 'Ollb 3 .UZIipBi] 3S
3p 'SIEJ3§ SBqillj LU3 '|I3BJ SIEIU 0I3LU 'OljUIJAI] OJS3pOUI 91S9U 'JBp tlOy\
•ogsnpuos euin : s.ujqo 'osouojia 'jbuijs '3nb oiujo.id sp BuSip
BIDU3I3Bd BLUn LU03 SOpi3E]SqO SO SOpO) J33USA pjtlOCUd '03U1JE SJUEJSBq UJOD
JEpmsa b I3D3UI03 -euijoj Bj^nop 'uisjod 'psusd 'sojisquBdmoD snsui so anb
soii3j3 souissuj so iju3s sub 'saiiuiEJi sssss sopoi jod pssed snb 'ng
•S3H1B oiuenb ojubj
3qBS 'OSJnO EUIUIJ31 ZBCiGJ OpUBn£) -0}SO§SOp '3H13UJ3]U3nb3SU03 '3
spBpinoyip b 3DBJNJ • -BUjn§|B BSioo J3pu3}U3 mas znpEJj 3 sq -ojnssqo 'osnj
-U03 3 Opm 3]3 BJBCJ "9
J
LIRld IDU I.I d Op 0)UldS3 OU J0JJ31 JB.1AB] B B531UOQ
•|pB] oimui Bjoquis 'ojaij apnbe no siss .iiznpEJj 3Asp oujusui o 'saoonuipap
SEJISUJIjd SB BpUlB .13qBS LU3S 'OUB OJIOUII.ld OU 0§0| 'UIIJKJ EUISUS 3S SpilO
soiscuiS sou 'bjo-
buub| eduelubjS b ui3q oimui 3 ui3q jgqnos oeu is 'uisq
BJiznpGJi outi|B mn Boun^ bIss snb JE|n§3.ui sieiu jod oq.i3A o jb8iiIuo3 no
6JAB|Bd J3nb]BIlb JBUipSp 3S 3Ilb Siodsp 'S3JB1U3UJSP SIBLU SGjqO SB 0LUS3UI
'.IIZnpBJl B B33UI03 3S OCJ -BUIll'l BI1§UJ| Bp 3S-0pUE}EJJ SHISlUlfidpULy '3jnD
-Sip 3S OBU ! IBOIJElUBJo B 3, P,X\%U)\ BUinp !Bpil3SS3 3 |Bip.lOlUI.ld 3MBCl V"
•SI3AISS333BUI
sieiu so|noB;sqo so 3ui3Ji ens ep 3.idai3s opuB.iij3.i 'jsq[uj iba sp anb oquiui
-B3 o 3 3AEns ognb 9q|-jRjidsu] 'euijBj e snb |pBj sieui en§uj| Eq oeu snb
'0UI1|B 08 J3pU33.ldui03 .13ZBJ 3 JBJJSOUI 3 'JBp UJ3A3p 3nb OSSBd 0J!3UIIjd Q•osnoB so ossi jod 'jszej 3p LUExpp 3nb o sjusuiBisnj 9 g •ei.idojd bjuos
JOd [BUI 3SS9 JEIA1|B 'BIABpOJ 'UJBUSpOJ "OpBlIp 3 S3q| 3nb B3SI.1 B Jin§3S B
SOpEOJOJ OBS Siod 'S0ped[113 OEJ OBS OBU S3]U3| SO 'SUEd LU3 '3pBpj3A B|sJ
•buijb] Bn§ui] Bp 03U31UBUISU3 ojpjjsd urn sziueSjo ss snb BJBd SOj-IAnO 3A3p
OUJOAOS '01I3J J3S SA3p 01U03 ElUBJ§Ojd UJH U1B3BJl
s3|duiis oimuj g
0LUS3U1 Op UJSpJO Bp JIBS S0LU3.ISp
-Od OBU S ]Epi]0 BUlBJ§0jd Jin§3S 3tlb S0U13J '0§0| OgJip 'SBJAJ •9JU3UJ|B0ip
-BJ OpBDIJipOUJ J3S 3nb UI3J SB|03SS SBSSOU SBU B^OpB 3S Snb OpOlSUJ Q
— 9—
• ''M
GAPITULO I
VERGILIOPara dar inicio as nossas licoes, tomaremos qualquer trecho de qualquer
?:.:
:pbra, pouco importa. Quern traduz os primeiros discursos de Cicero, traciu-
^zi'ra-'perfeitainente os restantes.,. r .
. .,
Agora, ao lermos Vergilio, notaremos uma certa diferenca, se]a no estilo,
^ seia no sentido das palavras. _:" De modo que, para melhor comodidade, daremos traducoes das obras
Z mais celebres e adotadas em nossas escolas. Tomemos, para pnmeiro exem-
;:-: plb a Eneida, de Vergilio.'
Escolhemos o trecho abaixo por ser o mais conhecido. Nao ha estu-
i- dante, por mais vadio que seja, que nao tenha passado os olhos nos primeiros
S; versos de Vergilio. Pelo menos, por curiosidade, nesse dia ele toi a aula.
K;: Vejamos, pois, o
|# V Livro I — Verso n.° 1 ao n.° 11
Arma virumque cdno, trojce primus ah oris
Jtaliam fatOjprofugus lavinaque vemt
Litora, mullum Me et terris jactatus el alto
YA superum, sosvce memorem junonis ob ifam, y_ ,-;-
Nulla quoque'et hello passus, dum conderet urbem.
...'' Inferretque Deos latio, .genus urtde latinum ,,..,,
.
;,.„ v .',
: Albanique paires atque altce mania Romce, , ,.,:;,,,,-.,
Musa, mihi causas memora, quoC/numine losso, ...
Quidve dolens regina Deum totvolvere casus,
Insignem pietate virum, tot adire labores
Impulerit tanicene animis ccelestibus ires?
<- Antes de mais nada, precisamos ler os versos com bastantc atencao,
analisando mentalmente palavra por palavra. Quando se trata de urn pnnci-
/?' ..'
piante, isto e impossivel. Tera que recorrer a um bom dicionano para obter
.:'.' todas as explicates de que necessita.. ,
: Suponbamos uma palavra qualquer, arma, por exemplo.^ O dicionano
^indicar-lhe-a primeiro, a sua declinacao; arma, armorum, isto e, o nommativo
- ve o genitivo que sao suficientes para se saber a que declinacao pertence anna.
* >. Depois, dira'de que categoria gramatical e ella; si e verbo, si c adjective si
i;; >re adverbio, etc. Finalisando, o principiante ficara sabendo qual o signiticado
f - 'da palavra latina em portugues. m^;->W:/.:" .:-Mas ainda nao basta. E preciso conhecer tambem qual o caso em que
Siesta colocado o nome latino. Esta e a parte mais dificil, porque nao compe-
tt-te ? este trabalho ao dicionario e sim a gramatica. aluno, entao, mo conne-
cendo as declinacoes, precisara estuda-las, sem o que nao traduzira.
8 —
Feito isto, comeca-se dispondo os termos na ordem direta. Como faze-lo? Tomamos primeiramente o sujeito, seguido do verbo e este dos comple-ment^ Mas, como saberemos qual o sujeito, qual o objeto direto e o indi-reto? Conhecendo os casos latinos e sua correspondencia em portu^ues (Ca-da vez se nota mais a mfluencia preponderante da gramatica, para se podertraduzir).
r r
De modo que se conclue: nao podemos prescindir de dois elementosimportantissimos para a traducao: A gramatica e o diciondrio!
Ha professores que dao as traducoes ja.feitas para os alunos estudaremem casa e repetirem na aula o que viram. E o metodo mais nocivo e inutilque pode haver. Nunca e em tempo algum, esses alunos aprenderao o Latimt
Vamos agora por em pratica tudo o que dissemos. Analisaremos palavrapor palavra, fazendo todas as observances precisas.
Arma — Arma, armorum Substantivo neutro da segunda declinacao,usado so no plural. Declinando, veremos que ha tres casosiguais desse nome: nominativo, acusativo e vocative prin-cipiante titubearia quanto ao caso que deveria dar-lhe; haveriauma confusao medonha no seu cerebro, e a primeira ideaque Ihe surgiria a mente era por o livro de lado. Seria acu-sativo? E nominativo nao poderia ser tambem? Pois saotodos iguais !
Nao seria nada, nem acusativo, nem nominativo, nemvocativo, mas sim o livro na gaveta, mais pratico e mais ra-pido, pensana logo o estudante. Entretanto, o problema naoe tao diifcil como parece, com urn pouquinho de pacienciae mteligencia, descobre-se logo o caso que Vergilio deu aArma.
Raciocinemos, pois: — Vocativo, nao e. sentido, ai,nao expnme que esteja chamando, rogando ou implorando.Nominativo, e impossivel. Nominativo subentende sujeito, eo sujeito da oracao vamos conhece-lo ja. Ademais o verbose acha no singular e Arma no plural; portanto, nao sendonominativo nem vocativo, so podera ser acusativo. ':
Como viram, a dificuldade deixa de existir quando sefaz urn raciocinio simples como este.
Conclusdo: Arma, sendo acusativo, em portugues seraobjeto direto.
I.a
)— Observacao: Declina-se so no plural, da seguinte forma:
Nominativo: Anna, as armasGenitivo: Armorum, das armasDativo: Armis, as armasAcusativo: Arma, as armasVocativo: Arma, oh armasAblativo: Armis, com ou pelas armas.
9 —
Virum Vir, viri. Substantivo masculino, da segunda declinacao. Ao
declinarmos este nome, veremos que elle se encontra no
acusativo singular, portanto objeto direto na nossa lingua.
Traduz-se por «varao» ou «barao», como nos Luziadas.
2.a Declina-se assim:
Nom.:
Gen.:
Dat.:
Ac:Voc:Abl.:
Singular
Vir, o varao
Viri, do varao
Vivo, ao varao
Virum, o varao
Vir, oh varao
Plural
Viri, os varoes
Virorum, dos varoes
Viris, aos varoes
Viros, os varoes
Viri, oh varoes
Que
Cano
Trojea
3."
Viro, com ou pelo varao Viris, com ou pelos varOes
— Conjuncao coordenativa copulativa, geralmente pospositiva.
Como vimos, esta particula esta ligada a Virum e posposta
a ela; quern conhece urn pouco de latim, descobre logo esta
conjuncao em qualquer oracao; mas, o principiante, ao ver
Virumque, julga ser uma unica palavra. Para remediar esse
mal, basta procurar num dicionario, que esclarecera o espi-
rito mais infantil que seja. Si, no Livro mestre, estiver
Virumque, a conjuncao acima deixara de existir; si porem,
encontrarmos Vir, viri, ai, entao, poderemos afirmar: Quee uma conjuncao copulativa pospositiva. significando em por-
tugues: «e».
— Verbo de terceira conjugacao, transitivo, bastante irregular,
cujos tempos primitivos sao": Cano, canis, Cecmi, Cantum,
Canere.
A traducao e facilima, pois esta evidente o indicativo
presente, primeira pessoa do singular. Quer dizer: «eu canto».
— Troja, trojee. Substantivo feminino, da primeira declinacao,
caso genitivo, que corresponde ao nosso complemento restriti-
vo; traduz-se «de Troia».
A sua declinacao e:
Singular Plural
Nom.: Troja Trojee
Gen.: Trojee Trojarum
Dat.: Trojee Trojis
Ac: Trojam Trojan
Voc: Troja Trojee
Abl.: Troja Trojis
Qui •Pronome relativo, masculino singular. Concorda em genero
e numero com Virum. relativo Qui, Quos, Quod, cha-
.
— LO —
mado tambem conjuntivo, porque liga duas oracoes entre si",
tem a significacao de «que, qual, o que,» etc., e se dechna
do seguinte modo:
Singular Plural
Nominativo: Qui (masc.) Quce (fern.) Quod (neut.) Qui, quce, quoc.
Genitivo: Cujus (para os 3 generos) Quorum, quorum, quorum.
Dativo: Qui (para os 3 generos) Quibus, ou Quels (para os 6.
generos)
Acusativo : Quern, quam, quod Quos, quas, quce.
Ablativo: Quo, qua, quo Quibus ou queis.
Primus — Primus, prima, primum. E chamado adjetivo de primei-
ra classe, porque segue a segunda declinacao, para_ os gene-
ros masculino e neutro, e a primeira para o feminino. Este
adjetivo esta concordando em genero, numero e caso com o
pronome qui.
4.') _ A declinacao e simples, desde que se conhecam a primeira e segunda
declinacoes, como se vera:
Nom.: primus, prima, primum.
Gen.: primi, primes, primi.
Dat.: primo, prima, primo.
Ac.: primum, primam, primum
Abl.: primo, prima, primo.
Ab — Preposigao. Significa De, Por, Da banda, de, etc. Esta
preposicao sempre construe-se com ablativo. Dizemos isto,
porque na preposic,oes que se construem ora com o acusativo,
ora com ablativo. Ha algumas preposicoes ainda, como %n,
sub, super que, indiferentemente, se construem com acusa-
tivo e com ablativo. Devera, pois, o estudioso tomar de uma
boa gramatica, afim de saber quais sao as que regem acusa-
tivo e quais as que regem o ablativo.
A's vezes, encontramos uma outra preposicao que tem
o mesmo significado, masAcuja grafia e diferente, isto e, des-
tituida da consoante b. E a preposicao a. Explicate tacii-
mente : quando a palavra seguinte comeca por vogal, usa-se
a preposicao ah; comecando por consoante, usa-se a prepo-
sicao a.
Exemplos
:
.... quos ego a Catalina non revoco (Cic.) _.•
turn vero ingentem gemitum dat pectore ab imo (Verg.)
'Orig —Ora, orce. Substantivo feminino. Pertence a primeira de-
clinacao e significa: das ou pelas margens.
::
*
11
Observable) : Nao confundir com os, oris, que significa
rosto ou bico e. alem disso, se declina pela terceira. E facil
evitar essa confusao com urn pouquinho de raciocinio. Vimos,
acima, que a preposicao ab so rege ablativo ; logo Oris esta
forcosamente em ablativo plural. Bern, no dicionario, encon-
tramos ora, orce e os, oris, pertencendo esta a terceira e
aquela a primeira, com significados tambem completamentediversos. Precisamos ver, agora, qual o que nos serve no-
momento. Como fazer?
Declinando Os, Oris, veremos que o seu ablativo tern
a forma seguinte: Oribus. Nao sendo esta a palavra dese-
jada, sera a outra evidentemente, como segue:
SINGULAR PLURAL
Nominativo Ora Orce
Genitivo Orce OrarumDativo Orce Oris
Acusativo Oram OrasVocativo Ora Orce
Ablativo Ora Oris
Italiam
Fatum
5.°) -
-Italia, Italian Substantivo pr6prio, feminino, da primeira
declinacao. Caso : acusativo singular : objeto diiecto.
- Fatum, fati. Nome neutro da segunda declinagao. Ablativo
singular. Em portugues e urn complemento circunstancial de
causa eficiente, Traduz-se « pelo destino» e declina-se:
Singular Plural
Norn.: Fatum FataGen.: Fati FatorumDat.: Fatu Fatis
Ac: Fatum FataVoc: I' ahtm FataAbl.: Fa to Fatis
Profugus — Profugus, profuga, profugum. Adjetivo de primeira
classe. Vein do verbo : profugio, profug'is-profQgi-pi'ofu-
gi turn-profugere : perseguir.
Lavina — Lavinus, lavina, lavinum. Adjetivo. Caso ablativo sin-
gular.
6.a)
•— Declina-se como primus, a, um.
Que — Conjuncao copulativa pospositiva. (Ver explicacoes ja dadas).
— 12
Venit — VENIO, vents - VENI -venlum- venire: «vir.» Obsermgdo :
assinalamos o verbo no modo indicativo e no preterito, pro-
positadamente. No primeiro, e breve, e, no segundo, e longo.
Nos seus compostos e que se nota melhormente esta acen-
tuagao. Assim, dizemos : convenio, convents, acentuando
na antepenultima, quando no modo indicativo presente : e
dizemos ; conveni, acentuando na penultima, quando no pre-
terito. E de grande importancia conhecer estas pequenas
coisas, para que se evite soltar as costumeiras silabadas que,
nao so ferem os ouvidos, como tambem alteram profunda-
mente o sentido.
7.a
)— Embora ultrapasse os limites deste livrinho, vamos conjugar os prin-
cipals tempos do verbo venire:
Indicativo PRESENT!-: 1mpi-:ri-tto do Ind.
Venio — eu venho Ve.nebam — eu vinha
Vents — tu vens Venebas — tu vinhas
Venit — ele vem Venebat — ele vinha
Venimus — nbs vimos Venebamus — n6s vinhamos
Venitis — vos vindes Venebatis vos vinheis
Veniunt — eles vem Venebant — eles vinham
Preterito I'ERFEITO Mais - que PERFEITO
Veni — eu vim Veneram — eu viera
Veniste .... tu vieste Veneras — tu vieras
Venit — ele veio Voterat.— ele viera
Venimus — nos viemos Veneranuts — nos vieramos
Venistis — vos viestes Veneratis — vos viereis
Venerunt
ou venere1
J
eles vieramVenerant — eles vieram
Pirn; 10 i MPERFE1TO Futuro Perff.ito
Valium — eu virei Venero — eu terei
Venies — tu viras Veneris — tu teras
Veniei — ele vira Venerit — ele tera
Veniemits — nos viremos Venerimus — nos teremos
Venietis — vos vireis Veneritis — vos tereis
Venient eles virao
Imper
Venerant —
ATIVO
eles terao
Veni ou venito — vem tu
Venito — venha voce
Venile ou venitote — vinde vos
Veniunto — venham voces
>vindo
n
— 13
CONJUNTIVO iMPI'Rl'lilTO do conjuntivo
VeniamVeniasVenial
VeniamusVeniatis
Veniant
eu venhatu venhas
ele venhanos venhamosvos venhais
eles venham
VeniremVenires
Veniret
VcniremusVeniretis
Venircnt
eu viesse
tu viesses
ele viesse
nos viessemos
vos viesseis
eles viessem
e etc. etc.
Litora -Litus, litoHs. Substantivo neutro da terceira declinacao.
Caso : acusativo plural. Significa : «praias, margens*, etc. e
se declina :
Singular Plural
Nom.: litus litora
Gen : litoris litorum
Dat: litori litoribus
Ac: litus litora
Voc: litus litora
Abl.: litore litoribus
Nota: Os nomes neutros tern sempre tres casos iguais no singular e no
plural : nominativo, acusativo e vocative
E por isso, mais facil se torna declina-los.
Multum — Adverbio : «muito.»
Ille —Ele, ilia, illud. Pronome demonstrative. Caso; nominativo.
9.") — Vejamos a sua declinacao:
Singular
Nom.: ille, ilia, illud
Gen.: illnts (para os 3 generos)
Dat.: ill-L (para os 3 generos)
Ac: ilium, illam, illud
Abl.: Mo, ilia, Mo
Plural
illi illce, ilia
illorum, illarum, MormnMis (para os 3 generos)
illos, Mas, -dla.
illis (para os ?> generos)
Et...Et
Terris
Jactatus
!0.a
)
Alto
— Covjitgagdo. «Nao so... mais».
— Terra, lerrae. Substantivo t'eminino. Primeira declinacao.
Caso: ablativo plural: nas terras, pelas terras, etc.
— Jactatus, jactata, jactalum. Participio passado do verbo:
jacto, jactas, jactavi, jaelatum, jactare. Querdizer: «lancado,
arremessado». etc. Caso: nominativo, concordando com o
pronome ille.
Declina-se como ])rimus, a, urn.
— Altum, alii. Substantivo neutro da segunda declinacao.
Esta no ablativo singular e significa : «por mar alto.»
14
I*
\4
11.")
Vi
12.a
)
Declina-se como fatum, i.
— Vis, vis. Substantivo feminino da terceira declinagao. Caso
ablativo singular. Traducao : «pela forga».
Declinagao :
Singular Plural
Norn.: vis, a forca
Gen.: vis, da forga
Dat.: vi, a forga
Ac: vim, a forga
Voc: vis, oh forga
Abl.: vi, com ou pela forca
vires, as forgas
virium, das forgas
viribus, as forgas
vires, as forgas
vires, oh forgas
viribus, com ou pelas forgas
Superum — Superus, supera, superum. Adjetivo de primeira classe.
Observagao : — Ai esta uma das figuras muito empregada pelos
poetas : Sincope. Uma das dificuldades da tradugao consiste
nisso. Aqui, neste exemplo, os senhores estudantes pensa-
riam tratar-se de urn nominativo ou mesmo de .urn acusativo.
Entretanto, e urn legitime* genitivo plural, cuja forma verda-
deira e superorum. Mas como o poeta precisasse de uma
silaba a menos, usou da sincope e escreveu superum.
13.a
)— Para declinar, vide primus, a, urn.
Steves — Scevus, sceva, scevum. Adjetivo. Logicamente e urn com-
plemento restritivo. pois esta em genitivo. Traducao: «da
cruel».
14.s
)— Segue primus, a, urn.
Memorem — Memor, memoris. Nome da terceira declinagao. Acusativo
singular.
15.°) — Declina-se do seguinte modo :
Singular Plural
Norn.: memor memoresGen.: memoris memorumDat.: memori memoribus
Ac: memorem memores
Voc: memor memores
Abl.: memore memoribus
Jimonis
Iram
• Multa
— Juno, junonis. Substantivo feminino da terceira declinagao.
Genitivo singular, concordando com smvee.
— Preposicao do acusativo, regendo a palavra seguinte: «por-
pela», etc.
— Ira, tree. Substantivo feminino da primeira declinagao.
Acusativo singular: «ira, raiva, colera», etc.
— Multus, multa, multum. Adjetivo de primeira classe:
«muito».
— 15
Quoque — Adverbio : «tambem».
Bello —Bellurn, belli. Substantivo neutro da segunda declinacao.
Ablativo singular. Traduz-se : «na guerra».
',16.*) — Declina-se como fatum, i.
Passus — Participio passado dn verbo: potior, paterispassus sum-pati-
E' urn verbo depoente. (Chama-se verbo depoente, aquele
que tem forma passiva mas significacao ativa.) Tempo do
verbo : preterito perfeito do modo indicativo, terceira pessoa
do singular. Significa: sofreu.
17.°)' — Por simples curiosidade, conjugaremos alguns tempos deste verbo:
Indicativo presente Preterito perfeito
Patior, eu sofro
Pateris, tu sofres
Patitur, ele sofre
Patimur, n6s sofremos
Patimini, vos sofreis
Patiuntur, eles sofrem
Imperfeito do Indicativo
Patiebar, eu sofria
PaUeiaris ou \ m sofrJasPatiebare, )
Patiebatur, ele sofria
Patiebamur, nos sofria mosvos sofrieisPatiebamini,
Patiebant'ur,
passi. passce. passu
eles sofriam
Futuro DO
Patiar,
Patieris ou patieri,
Patietur,
Patiemur,
Patiemini.
Patientur
,
passus, passa, passion Sum» » » cs
» » » est
Sumusestis
» » » sunt
(eu sofrf, tu sofreste, ele
sofreu, nos sofremos, vos
sofrestes, eles sofreram)
Nota: Quando se tratar de
urn homem: passus sum—quando de uma mulher:
passa sum — quando de
um objeto: passum sum.
Indicativo
eu sofrerei
tu sofreras
ele sofrera
nos sofreremos
vos sofrereis
eles sofrerao
Duni — Conjuncao: enquanto, ate que, etc.
Conderet — Condo, condis-condidi-conditum-conders. Imperfeito do
subjuntivo : «construisse, erguesse, levantasse», etc.
18.") — Conjuga-se assim :
Conderem, eu construisse
Conderes1 Conderet
ConderemusConderetis
- . Conderent,
Urbem
Inferret
19.a)—
Que
Deos
20.
— 1(5 —
— Urbs, urbis. Substantivo feminino da terceira declinacao'
Acusativo singular: «a cidade».
— Infero, infers-intuli-illatum-inferre. Tempo: imperfeito do
subjuntivo: "levasse".
Como vem, e bastante irregular o verbo acima. Entretanto, nao im-
plica dificuldade a sua conjugacao, desde que conhecamos os tempos
primitivos.
— Conjuncao.
— Deus, Dei. Substantivo rrasculino da segunda declinagao.
Esta em acusativo plural, portanto objeto direto.
Observacao: — Ha alguroa coisa interessante a dizer
s'obre este nome. A gramatica nos ensina que todos os nomes
da segunda declinacao fazem o vocativo em E. Mas, ha umaexcecao para os seguintes: Angelus (anjo), Deus (Deus),
Chorus (coro) e Agnus (cordeiro), que tem o vocativo igual
ao nominativo. Assim, o vocativo de Deus e Deus ; _de agnus
e agnus e nao agnJE, como deveria ser. A respeito da se-
gunda declinacao, ha mais observacDes interessantes que dei-
xaremos ao cuidado dos senhores estudantes, como, por exem-
plo, sobre a terminacao em ius (breve) e ius (longo).
Elucidemos melhor, declinando Deus, Dei.
Singular Plural
Nom.:Gen.:
Dat.:
Ac:Voc:Abl.:
DeusDeiDeoDeumDeusDeo
Dei, Dii ou DiDeorum ou DeumDeis, Diis ou Dis
DeosDei, Dii ou DiDeis, Diis ou Dis.
Latio
Genus
21.") -
— Latium, latii. Substantivo neutro da segunda declinacao.
Ablativo singular: «no Lacio». Para declina-lo, ver Fatum, i.
— Genus, generis.
Acusativo singular
Substantivo
:<a raca»
Declina-se genus, generis, assim:
Singular
neutro da terceira declinacao.
Pl.UR.-'
Norn.:
Gen.:
Dat.:
Ac:Voc:Abl.:
genu*
generis
generi
genus
genus
genere
genera
generumyenerihus
genera
genera
generihus
,Onde
Latinum
— Adverbio : «onde.»
— Latinus, latina, latinum
.
Adjetivo de
Acusativo singular, concordando com genus.
primeira classe.
Traducao: latino.
(::'.''"
Albani
Patres
Atque
Altse
Mcenia
— 17 —
— Albamis, albana, albanum. Genitivo singular: de «de Albano*.
— Pater, patris. Substantivo masculino da terceira declinacao.
Nominativo plural: «os padres.
»
— Conjuncao copulativa: «e». Empregada mormente antes de
uma palavra que comece por vogal.
— Alius, alia, altvm. Esta em genitivo singular. Traduz-se:
«da alta».
— Mcenia, mcenium. Substantivo neutro. Nominativo plural.
«os muros».
22.a)— Esta palavra e declinada so no plural
Norn.: mcenia.
Gen.: mcr-.nium
Dat.: nuenibus
Ac: vuunia
Voc: maniaA b i .
:
^mcenibus
os muros
Romaa
Musa
Mihi
23- a) -
— Roma, Romai. Substantivo feminino da primeira declinacao.
Genitivo singular: «de Roma*.
— Musa, musa. Nome feminino da primeira declinacao. Voca-
tivo singular: *Oh musa*.
— Pronome pessoal. Caso : dativo. Traducao: &a mim».
Declina-se:
Singular Plural
Norn.:
Gen.:
Dat.:
Ac:Abl.:
ego, eu
mei, de mini
mihi, a mim, meme. me
nos, nos
nostrum ou nostri, de nos
nobis, a nos, nos
nos, nos
;ausas
>, de mim ou por mim nobis, de ou por nos
Causa, caiisce. Substantivo feminino da primeira declinacao.
Acusativo plural: «as causas>.
— Memoro, memoras - memoravi - memoratum - memorarc. Mo-
do imperative Traducao: «lembra, recorda», etc.
Memora
24.a
)— Conjuga-se o Imperativo da seguinte forma:
memora ou manorato — lembra tu
memoraio — lembre voce
memorateoumemoratote — lembrai vos
memoranto — lembrem voces
it
Quo
Numine
— 18 -
•Ablativo singular de Qui, Quce, Quod, tornado como con-
juncao e adverbio. Traducao: «por que».
— Numem, numinis. Substantivo neutro da terceira declinacao.
Ablativo singular: «magestade».
25.a)— Vejamos como se declina:
Singular. Plural
Nom.: numen numinaGen.: numinis numinumDat.: numini numinibusAc: numen numinaVoc: numen numinaAbl.: numine numinibus
Loeso
Quidve
Dolens
26.a).
-Icesus, Icesa, Icesum. Ablativo singular, concordando coma palavra anterior.
- Quivis, qucevis, quodvis ou quidvis. Adjetivo. Significa:
«porque, qualquer, qualquer que seja*, etc.
Dolens, dolentis. Participio presente do verbo: Doleo, doles - dolui - dc
nifica: «dor».
les - dolui - dolitum - dolere. Empregado como adjetivo; sig-
Os participios presentes dos verbos latinos sao declinaveis e seguemsempre a terceira, como:
Singular Plural
Nom.: Dolens (m. f. n.)
Gen.: Dolentis (m. f. n.)
Dat.: ' Dolenti (m. f. n.)
Ac: Dolentem (m. f.), Dolens (n.
Voc: Dolens (m. f. n.)
Abl: Dolente ou Dolenti (m. f. n.
Dolentes (m. f.), Dolentia (n.
Dolentium [m. f. n.)
Dolentibus (m. f. n.)
Dolentes (m. f.), Dolentia (n.
Dolentes, Dolentia
Dolentibus
Nota: Sao quasi sempre tornados como adjetivos e estes sao os adjetivos
de 2,a
classe, uniforrnes, ou de uma so forma, para os tres generos. Ha os
triformes, como salubei; salubris, salubre. os biformes, corno gravis, grave.
Regina ' — Regina, regince. Substantivo feminino da primeira declinacao.
Nominativo, singular: «a rainha».
DeuTP Deus, Dei. Genitivo plural. Observaeao: aluno perspi-
caz nao concordara com este genitivo que ai puzemos. Pois,
si o nome e da segunda declinacao e o genitivo plural desta
declinacao faz Deorum, como afirmar ser Deum urn genitivo?
Naturalmente. Mas, lembramos novamente que o poeta pode
usar de umas tantas figuras para compor os seus versos. Eis
aqui uma delas: a siacope, a qual ja nos referim'os uma
n-
o.
p-r •. —'19 —
vez. Vergilio precisou nao quebrar o verso e, em vez de
deorum, estribado na figura citada, empregou deum. Por isso,
afirmamos, deum, e um genitivo plural, logo, em portugues,
urn complemento restritivo ou um adjunto atributivo de regina.
!/!Tpt — Adjetivo plural, indeclinavel. «Tantos» e a traducao.
'Volvere — volvo, volvis-volvi-volutum-volvere. Esta no infinito impes-
soal, servindo de objeto direto do verbo da oracao.
Casus — Casus, casus. Substantivo masculino da quarta declinacao.
Esta no acusativo plural: «aventuras, perigos», etc.
;27.a) — Declina-se:
Singular Plural
Nom.: casus casus
Gen.: casus casuum .
Dat: casui casibus
Ac: casum casus
Voc: casus casus
Abl.: casu casibus
o genitivo singu ar us, sabe-se perfeitamentePela terminacao do genitivo singular, us, sabe-se perfeitamente que e da
quarta declinagao.
Insignem — Insignis, insigne. Adjetivo de segunda classe, biforme, is to
e, duas formas; a primeira serve para o masculino e femini-
no; a segunda para o genero neutro. Caso; acusativo singular.
Observacao: Ha alguns adjetivos que sao triformes, comoSaluber, Salubris, Salubre. Masculino, feminino e neutro
respetivamente.
28.a
)— Vejamos como se declina :
Singular
Nom.: insignis (m. f.), insigne (n)
Gen.: insignis (m. f. n.)
Dat.: insigni (m. f. n.)
Ac: insignem (m. f.), insigne (n)
Voc: insignis, insigne
Abl.: insigni (m. f. n.)
Plural
insignes, insignia
insignium
insignibus
insignes. insignia
insignes. insignia
insignibus
Pietate Pietas, pietatis.
Ablativo singular
Substantivo feminino
«na piedade».
da terceira declinacao.
3
:.:..': 29 ;) -— Declina-se : :
Singular Plural
Nom.: Pietas Pietates
Gen.: Pietatis Pietatum
Dat.: Pietati Pitatibus1 Ac: Pietatera Pietates
Voc: Pietas Pietates
Abl.: Pietate Pietatibus
20
IM
yirum
Adire
Labores
Impulerit
30:a) — Esta
— Ver explicacoes dad.as.
— Adeo, ades - adivi ou adii-aditum- adire. Infinito impessoal,
servindo tambem de. objeto direto.
— Labor, laboris. Substantivo masculino da terceira declinacao.
Acusativo plural.
— Impello, imp ellis - impuli - impulsum - impellere.
no Futuro imperfeito do conjunctivo, o qual se conjuga assim:
impulerim — eu tiver impelido
impuleris — tu tiveres
impulerit — ele tiver
impulerimus — nos tivermosimpuleritis — vos tiverdes
impulerini — eles tiverem
— Tantus, tanta, tantum. Nominativo plural, feminino, concor-
dando com irce. Adjetivo.
—. Esta parti'cula e muito variavel, podendo-se analisa-la de di-
versos modos. Mas, no caso presente, e uma conjuncao ench'-
tica e interrogativa. E facil encontra-la numa oracao, porquevem sem'pre ligada ao nome e posposta a ele. Significa: <?por
ventura?. por acaso?»
— Animus, animi. Substantivo masculino da segunda declina-
cao. Esta no ablativo plural.
Observagao :•' — Nao confundi'r com Anima, Animas,que tern outro sentido e pertence a outra declinacao.
31.a)— Declinemos animus e anima, animce, afim de os distinguirmos melhor:
Singular Plural
Tantse
Ne
Animis
Norn.:
Gen.:
Dat.:
Ac: '
Voc:Abl.:
Ccelestibus
Iras
animusanimianimoanimumanimeanimo
animaanima:
animce
animamanimaanima
animi — animai
animorum -— ammarimianimiK — animis
amnios — animas
animi — animai
animis — animis
- Ocelesiis, ccelestis. Substantivo masculino da terceira decli-
nacao. Ablativo plural, concordando com. a palavra precedence.
Ira, irce. Substantivo feminino da primeira declinacao.
minativo plural.
No-
Terminamos aq'ui.a primeira parte, a mais dificil e trabalhosa, e, comoja foi dito, : a mais necessaria para se traduzir com facilidade : a parte tebrica.
De posse destes conhecimentos, qualquer estudante, palmilhara o terreno commais desembaraco, porque tudo se vai iluminando a sua frente.
__L
21
Depois disso feito, entao, lancara. as vistas sobre a outra parte que vamos
que e a parte v—'-'- -—.•-- tr> - — -»*.iomM M<
mo da Traducao.5Bar, que' e a parte verdadeiramente. pratica. E' o que intitulamos, Mecanis-
i:
V fVSECANISMO DA TRADUCAO,
Quern conhece urn pouco de portugues sabe perfeitamente que, neste
'!processo, nao ha nenhuma novidade, pois consiste em regras muito conhecidas
nossas, regras de gramatica portuguesa. Sendo assim, nao e possivel estudar
p latim, sem primeiro conhecer a nossa propria lingua. Ai esta um dos erros
'do- nosso programa de ensino: logo no primeiro ano ginasial, Latim!
Sabemos muito bem que, no latim, os termos de uma oracaoestao dis-
postos na ordem inversa.'
Precisamos, entao, como primeiro cuidado, por
estes mesmos termos na ordem direta. Operacao um pouco dificil, mas que
se tornara facil em vista da seguinte regra :
Primeiro. regra : Para se colocar uma ora<?ao
na ordem directa, tomamos,em primeiro lugar, dos nomi-nativos ; em seguida, do predi-
cado ; depois, sendo este tran-
sitivo, do acusativo (ou acusa-
tivos); nao o sendo, dos dativos ,-
e, por lim, dos dblatiws.
Nota : Esta regra nao e verda-
deira em certo ponto, porque a
construcao latina diverge da cons-
. trucao portuguesa, o que e natu-
ral. Muitas vezes, no latim, o verbo
-/: e transitivo e o objeto nao esta
em acusativo.
Mesmo sendo imperfeita, porem,
:= vamos nos guiar por ela, que e a
que mais proxima esta da verdade.
Certos alunos, talvez, nao saibam a correspondencia em portugues dos
casos latinos. Por isso, daremos, em poucas linhas, algumas explicates :
Nominaiivo '..—. E' derivado do- verbo nominare: «chamar». Corresponde ao
sujeito. Quer dizer que, quasi sempre, ao procurarmos.o su-
jeito, ' encontramo-lo em nominative Dizemos «quasi sem pre* ,.
e com muita verdade, porque ha casos, em que o sujeito.
se :
acha em acusativo. Logo e.errr momento oportuno, explica-
remos a causa de tal.
:fi>ativo, -E'derivado do verbo dare: «dar». objeto indireto,
portuguez vae para o dativo em latim.
•em
22
Acusativo
Vocativo
Genitivo
Ablativo
Compreendem-se— Origina-se do verbo accusare> «acusar>
neste caso todos os objetos diretos.
— Do verbo vocare : «invocar». Igual ao nominativo._
— Do verbo gignere : «gerar». E' o caso do complemento res-
tritivo.
— Do verbo auferre: «tirar». E' o caso do adjunto adverbial,
exprimindo as circunstancias de modo, tempo, lugar, causa,
materia, instrumento, etc.
Comecemos, pois, usando da nossa primeira regra. Outras mais serao
dadas em seus momentos precisos. Dividiremos o trecho citado em oracoes,
enumerando-as, para ficar bem mais patente as vistas dos caros estudantes.
ArmaVirunque
Cano
TrojiB
Qui primusAb oris
Italiam
l. a Oraqao
Arma — Nao nos interessa, porque, cotiforme ja disse-
mos, e urn acusativo, objeto direto ; ends esta-
mos em busca do nominativo, sujeito. • Conti-
nuando, veremos que, ate aquarta palavra, nao
ha nenhum nominativo logo nao ha sujeito.
Deixemo-lo e vamos ao verbo.
Cano — Canto, isto e «m canto». Apareceu o sujeito.
(E' preciso nao esquecer que, no latim, nao se
usam os pronomes pessoafs; as desinencias ver-
bal's indicam suficientemente as pessoas cor-
respondentes).
Anah'sando, notamos que o verbo, no latim
ou no portugues, e transitivo e pede objeto di-
reto. Procuremos, pois, o acusativo, que e o
caso correspondente em latim. Com efeito, arma.
Havera outro. acusativo no discurso ?
Ha: virum. Esta decifrada a primeira
oracao : cano arma que ar« : «Eu canto as :
armas e o varao...»
2. a Oraqao
Qui — E' o nominativo. Porventura existira outro no-
minativo na joracao ? Vejamos. Muitas vezes
se encontra, num mesmo periodo, mais de umacusativo, nominativo, etc.
E' preciso lembrar tambem que os apos-
tos vein em nominativo e devemos traduzi-los
logo com o sujeito.. Havera nesta oracao algumaposto ? Veremos.
Primus — Com efeito, surge outro nominativo. Traduzamo-lo, pois, com a palavra anterior: qui /primus :
«Que primeiro. . .
»
•
I
23
Fatoprofuguslavinaque
Venit
litora
.
Multum ille
et terris
jactatuset alto vi
superum,tfscevce
memoremjunonisoh irain . .
.
cMnlta
quoque
|;et;.. ;
bello
passus.
.
Venit —Agora, de acordo com a regra, temos a seguir
o verbo: venit.
Ora, quem vem, de algum lugar vira;
portanto, facamos a seguinte pergunta : Donde ?
e teremos a' resposta em genitivo.
— Ei-lo, bem visi'vel : Trojce. «De Troia .
. .>>
Trojse
Italiam
Oris e
Lavina:
E' do que precisamos, segundo a nossa regnnha,
do acusativo: Italiam. Havera outro? (nunca
descuidar desta interrogagao). Sim, litora. For
conseguinte: litora Italiam: Litoral italiano...»
Finalmente, os ablativos. primeiro e mais
facil de se reconhecer, por ser regido da prepo-
sicao db. Esta terminado? Ainda nao. Sobraram:
fato profugus: e o aposto! Mais uma ojagao
resolvida': qui primus, fato profugus, venit Trojre
litora Italiam db oris Lavina:
«Que primeiro, perseguido pelo destino,
veio de Troia ao Litoral Italiano pelas
margens de Lavinio ...»
3.a Oraqao
Nominativo: — Hie — verbo: jactatus — acusativos:
(6b) irarn memorem — genitivos : soevos Junonis — ablati-
vos: (et) terris (et) alto — ablativo de causa: vi — Geni-
nitivo: Superum. Resumindo: multum ille jactatus db tram
memorem scam Junonis Vi Superum et Terris et alto:
«Muito ele foi arremessado pela ira inesquecivel
da cruel Juno, por uma forca do superior, nao so por
mar como por terra ..
.
4.a Oraqao
Nominativo: passus. Mas esta palavra, segundo a ana-
lise ja feita, e verbo. E ella esta em noiiiinativo por forca de
de concordancia. sujeito, ai subentende-sc: ille: «ele.»
Observaqao: — Notamos, que ha, nesta oracao, uma
particula, o adverbio guogiie. Para que se evitem maiores
dificuldades, tomamo-la antes do nominativo. Baseados neste
principio, podemos enunciar uma outra regra:
Segunda regra: — Toda vez que se encon-
trar uma particula, (como sejam conjuncoes, mter-
jeicoes, adverbios, etc. ) devemos traduzi-la emprimeiro logar.
Sendo assim, podemos entao escrever: et multa quoque
passus (est) bello: «E muito tambem sofreu na guerra. . .»
24
b.aOr.rVQAO
Dumeondereturbem. .
.
Tnferretquedeoslatio . .
.
Genus
unde
Iatinum
albanique
paires
atque
altse
moenia
roffite
Musa
mihi
. causas
Bum, de acordo com a segunda regra. — Verbo-co?ideret—acnsa.tivo: urbem— Traducao: «Ate que cons-truisse a cidade. . .
»
6.aOracao
Conjuncao: que— verbo: inferret— aeusativo: deosablative: Latio Traducao: «E levasse os deuses aoLaciq ...»
7.a Oraqao
Adverbio: undo — nominativo: nao ha — verbo:nao ha — Pelo menos, parece nao haver, porque nao os vemos.Af esta uma das dificuldad.es
;da traducao do latim. Muitas
vezes, temos que procurar uma'palavra que possa justamentedar sentido numa determinada oracao; temos que adivinhar oque o poeta queria escrever. Com um pouco de raciocinio,porem, descobriremos aquilo que desejamos, . empregandodiversos te.rmos, experimentando-os ate que um se adaptemelhor. Neste nosso exemplo, a palavra que cabe perfeita-mente, sem alterar coisa alguma, e «nascer, originar,» etc.
Continuando, vejamos o aeusativo. Sao muitos, comb segue:genus, Iatinum, patres, moenia, todos objetos diretos do verboque esta oculto.
Bern, e o que serao Albani e alke Romce?Genitivos, esta visto. Mas, como poderemos junta-los
aos seus verdadeiros substantivos?
Facilmente. Notem os caros leitores que Albani esta nomasculino; ora, patres, e masculino; logo, ambos concordam'no genero. Por isso podemos dizer sem medo de errar:patres Albani. Ademais, e dispensavel este raciocinio, vistoque, com muito mais facilidade, concluiremos a mesma coisa:pelo sentido. Com efeito, «os padres» nao poderiam ser da«alta Roma» porque nao ha nenhuma relacao entre eles. Osmuros (mamia), porcm, concordam com «alta Roma».
P'eito isto, escrovamos: -uncle. . . genus laiimim patresAlbani atque iweitia alic Ro)\w:---
«0ride (teve origem) a raca latina, os padres.deAlbano e os muros da alta Roma».
H.a Oracao
Voeativo: Musa — verbo: memora — aeusativo:causas — Dativo: mihi.
Nota — A nossa primeira regra adapta-se inteiramente.a esta oracao. sujeito, que, neste caso, esta em voeativo,e seguido do verbo; este, por sua vez, exigindo dois objetos,
t: ; -M..'
.'v.?r-7rT^
i*s£ £&£^
f .
— 25 —
um direto e outro indireto, e seguido do acusativo e do;«»«:-. memora... dativo.
Traducao: Oh! Musa, lembra as causas a mini. ..»•
Quo numineL03SO,
Quidve do-
lens
Reginadeum
Tot volvere
Casus, in-
signem
Pietate
Virum,
Tot adire
LaboresImpulerit:
9.a Oraqao
Como vimos, Quo, e ablativo singular de qui, quce,
quod, tornado como conjuncao e adverbio. Bern, procuremos
umaoutra palavra, ou palavras, que estejam tambem em abla-
tivo, para nos livrarmos dela. Ei-las: numine e Iceso. Dai
podermos formar mais uma regra que ira eiucidar bastante
o espirito dos alunos:
Terceira Regra: Devem traduzir-se conjunta-
.
mente todas as palavras que tiverem o mesmocaso;Assim, se tivermos, numa oracao, mais de um nomina-
tivo, acusativo, dativo, etc., deveremos.traduzi-los em conjunto.
Como na frase seguinte: Quo numine - loss o, estao todos
em ablativo singular; portanto, nao devemos separa-los ao
traduzir. .
Proseguindo, temos: Adjetivo: quidve -Nominativos
:
regina dolens -Genitivo: deum - (Lembramos aos caros estu-
dantes que, sempre que dermos o sujeito, e util ver. si ha
algum complemento restritivo, genitivo, no latim. Havendo,
devemos toma-lo logo em seguida). Verbo: impulerit - ob-
jeto dele: volvere - Acusativo da pessoa: virum insignem -
Ablativo : .pietate - Acusativo de causa: (tot) casus.
Para nao desdobrar numa. outra oracao, juntamos logo:
Verbo: o mesmo - objeto direto dele: adire - Acusativo da
pessOa: o mesmo Acusativo de causa : (tot) labores.
Sintetizando: quo numine Iceso, quidve dolens, regina
deum impulerit volvere tot casus virum insignem pietati; adi-
re tot labores: «Por que lesa - magestade a rainha dosdeuses, dolorida, fez passar tantos perigos um varaoinsigne na piedade; fez arrostar tantos trabalhos.. .»
Ultima Oraqao
Tantaene Conjuncao: ne - Nominativos : tantce irce - Verbo : nao
Animis ha (ver explicacoes ja dadas a respeito) - Ablativos: animis
.Coelestibus cadesiibus. Traducao: «Por ventura (cabem) tantas iras
, Irss? em peitos celestes?*
Eis carissimos leitores, exposto em.linhas gerais"o nossometodo de tra-
ducao, bastante imperfeito, e verdade; falho as vezes sem duvida.
;.•"..;-'.' No entanto, estas nossas regrinhas, si bem que fujam, de vez em quan-;
do a clareza e a verdade, servem como guia, como luz, para os que ainda
nao tern boa compreensao da lingua latina. Pelo menos, gozam de uma uti-
— 20 —
lissima propriedade. Esclarecem, relativamente, estes espiritos obscuros e des-
pertam certo estimulo aos desejosos de aprender.
A traducao que acabamos de fazer estara em boas condicoes? Sera
perfeita?
p Talvez esteja em boas condicoes e seja regularmente perfeita, mas o
que garantimos e que nao esta em bom portugues. que fizemos foi sim-
plesmente traduzir palavra por palavra. Necessitamos agora traduzir de acordo
com o nosso idioma. Para isso, temos que nos desviar bastante do latim, em-
pregando termos que expressem melhor em portugues aquilo que o poeta
expressou na lingua dele. Enfim, fazer uma Eneida nossa, portugueza. Coisa
impossivel de se obter, esta visto, pois que toda a beleza, toda a intensidade
da narrativa desaparecerao com o original.
Todavia, vamos tentar uma empreza. que daria melhores resultados emmaos de outrem.
Ha variadissimas traducoes por ai, quer em prosa, quer em verso. Al-
gumas boas, outras medfocres, cada qual se esmerando melhor na feitura do
seu trabalho.
Faremos a nossa traducao em prosa, por nao aspirarmos a tao alto, nao
so por falta de certos conhecimentos, como por incapacidade poetica. Alias,
e este urn livrinho muitissimo elementar, que nao comporta tao grandes coisas.
Traduzamos, pois:
«Eu canto as armas e o varao que, primeiro, perseguido pelos
fados, lancado por mar e terra pela forca de um superior, afim desatisfazer a ira rancorosa da cruel Juno, veio de Troia a Italia pe-
las praias de LaviDio, muito sofreu na guerra, antes que constru-
issem a cidade e introduzissem os deuse no Lacio, onde tiveram
origem os padres D'Alba e os muros d'alta Roma.Oh Musa! Lembra-me os fatos; dize, por que lesa-magestade,
ou ultraje, a Rainha dos deuses iaria passar por tantas aventuras
e arrostar tantos trabalhos um varao assinalado na piedade?Cabe em peitos celestes tanta ira?
A titulo de curiosidade e para a delicia dos caros leitores, verao a belis-
sima traducao de Jose Victorino Barreto Feio (1846 — Imprensa Nacional —Lisb6a — Eneida).
Eu canto as armas, e o barao primeiro,
Que profugo de Troia por destino,
A' Italia e de Lavinio as praias veio.
Muito por mar e terra contrastado
Foi do poder dos mimes, pelas iras
Esquecidas jamais da seva Juno :
Muito soffreo na guerra, antes q'em Lacio
Cidade erguesse e introduzisse os Deoses
:
D'onde a gente Latina origem teve,
— 27 —
D'Alba os padres, e os muros d'alta Roma.— As causas tu me conta, 6 musa; dize
Por que lesa deidade, ou'de q'ultrage,
A rainha dos deoses resentida,
Passar por tantos casos da fortuna,
Tantos trabalhos arrostar faria
Urn barao na piedade assignalado.
Cabe em peitos celestes ira tanta ?
28;'
HI.-
it-
®>t
H'B
CAPITULO II
CICERO
Discukso contra Catiuxa Parte primeira; paragrafo III
Etenim quid est, Catilina, quod jam amplius exspectes, si neque
nox tenebris obscurare ccelus nefarios, nee privet la elomus parietibus
continere voces conjurationis luce potest? Si illustrantur, si erum-
punt omnia? hutajam islam mentem, mild crede; obliviscere ccedis
atque incendiorum: teneris undique; luce sunt clariora nobis tua
consilia omnia; qua', etiam mecuni Heel recognoscas.
Idem... Idem... paragrafo IV
Reeognosce tandem meeum noctem illam superiorem: Jamintelliges multo me vigilare acrius ad salutem, quam te ad pemiciemreipublicce. Dico te prion nocte venisse inter falcarios (nom agamobscure) in M. Leccce domum; convenisse eodem complures ejusdem
amenlice scelerisque socios. Num negare aucles? Quid laces? Con-
vincam, si negas: Video enim esse hie in senalu quosdam, qui
U ' tecum una fuerunl.
Como ja tivemos ocasiao de dizer, cada autor goza da sua liberdade,
escrevendo, como bem entende, nao se afastando, porem, das-leis estabelecidas
pela gramatica. .
Assim, quern traduz Vergilio, encontrara um certo embaraco ao traduzir
Cicero. Em'bora esteja habituado e conheca profundarnente um autor latino,
qualquer pessoa se sentira estranha ao ler outro autor. A diferenca nao e
tao grande que implique tanta dificuldade. Mas, e mister que se familiarize
com todos os autores, para que os seus conhecimentos aumentem em quanti-
clade e qualidade.
Cicero, por exemplo, na maior parte das suas obras, traduz-se a pri-
meira vista.' Parece que lemos portugues. As oracoes estao, geralmente, na
ordem direta, os termos sao faceis, a leitura e agradavel e entusiastica, e tudo,
emfim, facilita, por ser prosa e nao versos.^
Emquanto que, nos o'sabemos, o poeta e obrigado, as vezes, a se aiastar
da gramatica, usar de certas figuras, quasi sempre suprimindo palavras essen-
ciais, que dificultam imensamente a traducao, somente para dar beleza e
metrica aos versos. E disso ja tivemos prova no capitulo anterior.
Pois bem, fa to interessente, conheco um estudante que, ao lhe ser apre-
'sentada uma obra de Cicero, achou-a bastante complicada e terminou dr/.endo
"que as «Georgicas» de Vergilio lhe eram muitissimo mais faceis.
— 20 —
Este exemplo e uma prova cabal de que, embora conhecamos um Tito
Li'vio, nos e indispensavel estudar um Horacio, Cicero, Vergllio, etc. Tocante.a'esta parte, os programas de ensino acertaram.
Por conseguinte, um estudante, ainda que traduza os iindos canticos de
Vergilio, tropeca ao traduzir os discursos impetuosos de Cicero.
:
A razao disso, esta justamente na liberdade de escrever do autor, comodissemos ha pouco.
Cada qual tern o seu estilo proprio; o emprego e significacao de certos
termos tambem nao Ihes sao comuns.
Cicero gosta imensamente dos verbos no modo infinito, pois que, lendo-o,
vemo-los constantemente aplicados. E' uma das suas formas de construcao
predileta.
Logo, baseados neste fato, podemos enunciar uma lei que, alias, e encon-
trada em qualquer gramatica latina:
«Toda vez que o verbo da oracao estiver no modo infinito, osujeito estara em acusativo.»
. - Com este principio, tornar-se-a mais facil comprehender o grande tribuno.
, Observacao: Mas, neste caso, a nossa primejra regra deixa de existir, e
falsa, e absurda, pen.sarao os nossos caros leitores. Nao, nao e falsa. Continuaa vigorar ainda, e verdadeira na sua essencia, embora nao o seja na sua exte-
rioridade. A linica diferenca e que, ao precisarmos do sujeito, devemos pro-
cural-o no acusativo. Ora, seja acusativo, seja nominativo, e sempre sujeito.
E o que nos interessa e tomar o sujeito em primeito lugar, quer esteja numcaso ou noutro. Portanto, prevalece a primeira regra, bastando somente mudaros casos, conforme o verbo da oracao esteja no modo finite ou infinito. Escla-
.recida esta questao, lembramos ainda que, para nao ficar sem nexo a oracao,
devemos, ao traduzir, antepor a particula «que» ao sujeito.
Com estas nocoes, cremos, agora, poder por em portugues, com mais
desembaraco e coragem, os paragrafos citados.
Comecemos por analisar lexica e logicamente os termos latinos, isto e,
pela parte essencial, primordial, teorica. Sem ella, como ja foi dito varias
vezes e que mais diremos ainda, e impossivel a traducao. Contudo, vamosdispensa-la,
;uma vez que foi dada no capitulo anterior a maneira pela qual se
deve operar. Suponhamos, portanto que este trabalho ja esta realizado, ganhandodesta forma tempo e espaco. Nao deixaremos, porem, de observar certos fatos,
. comentando-os, sempre que a isso se nos oferecer ocasiao.
Posto isto, maos a obra:
i.a Oraqao
Etenim quid Obedecendo a segunda regra, escrevemos logo: ctenim
i^esty .--, '.:: .';;' ; quid, seguido do verbo: e^t — vocativo: Caiilina. — «Tra-
Catilina... ducao»: Com efeito, que ha, oh Catilina...»
30
Quod jamampliusexspectes.
Si neque noxtenebrisobscurarecoetus nefa-rios. .
.
Nee privatadomusparietibuscontinerevoces con-jurationis
potest?
2.a Oracao
quod jam (2.a
regra) — verbo: exspectes — acusativo:
amplius.—'Tradugao: «Que ja esperas mais amplamente...»
Como veem, pouca ou nenhuma dificuldade ha, porque
a ordem direta esta bem patente ai.
3." Oracao
si neque (2.a
regra) — nominativo: nox verbo: potest
— verbo no'modo infinito, servindo de objeto direto: obscu-
rare — acusativos: coetus nefarios — ablativo: tenebris —Traducao: Si nem a noite pode obscurecer as assem-
bleas°criminosas com as trevas...
4." Oracao
nee (2.aregra) — nominatives: privata domus — ver-
bo: o mesmo da 3- aoracao —verbo infinitivo, servindo de obje-
to direto: continere. acusativo: voces — ablativo: parietibus
— genitives: turn conjurationis— Tradugao : «Si nem a casa
particular pode conter as vozes da tua conjuracao
entre as paredes. .
.
5. a Oracao
Si si — Verbo: illustrantur. Tradugao: «Si sao ilus-
lllustrantur trados; si sao publicos», etc.
32.a)— verbo desta oracao esta na voz passiva, 3. a pessoa do plural do
Indicativo presente, que conjuga:
Ilhistror — sou ilustrado
Illustraris — es
Illustratur — e
Illustramur — somosIllustramim — sois
Illustrantur — sao
Si Erumpuntomnia?
Muta
Jam
Istam
6."' Oracao
si omnia— Verbo: erumpunt — Traducao : «Si to-
das as coisas irrompem. ..»
7. a Oracao
Nominativo: nao ha; subentende-se. Precisamos re-
lembrar aos caros estudantes que os latinos nao usam dar os
verbos com os respectivos pronomes pessoais. Assim, quando
procurarmos o sujeito da oracao e nao o encontrarmos, de-
vemos passar a traduzir comegando pelo verbo, que nos dara,
incontinente, o sujeito.
Mentem
33. a)
Nom.:Gen :
Dat:Ac:Abl.:
Ol.
Jam — Verbo: ?nuta — Acusativos: islam men-tern — Traducao: «Muda ja esta mente. . . »
As palavras islam mentem se declinam da seguinte forma:
Sngular
isle, ista, islud (esse, essa, isso)
istius (para os 8 generos)isti (para os 3 generos)isturn, islam, -i.itudisto, ista. isto
Plural
w^t, i.vte, iste
istorum, istarum, istorumistis (para os 3 generos)istos, istas, ista
istis (para os 3 generos)
Nom.: mens mentesGen.: mentis mentiumDat.: menti mentibusAc: mentem mentesVoc: mens mentesAbl.: mente mentibus
CredeMihi...
Obliviscere
Cosdis
8.a Oraqao
Verbo. crede— Dativo : mihi— Tradugao: « Ore emmim. . .
»
9. a Oraqao
Verbo: obliviscere — Observagao: Certos alunos acha-rao estranho darmos este verbo, que «parece» estar no modoinfinito, como verbo de oracao. No entanto, si parece ter
forma infinitiva, realmente nao" a tem. E' um verbo depoente,cujos tempos primitivos sao : obliviscor, oblivisceris-oblitus sum-oblivisei. E nos sabemos que 'o imperativo deste verbo se
conjuga assim :
Obliviscere ou Obliviscitor
:
Obliviscitor :
Obliviscimini :
Obliviscuntor :
« esquece tu »
« esqueca ele
»
« esquecei vos»« esque^am eles »
Por conseguinte, ainda mais uma vez, debelamos umadiivida que iria surgir no espirito inteligente e ativo de algunsestudantes, os quais conhecem aquela regrinha de sintaxe por-tuguesa: «Bavera num discurso tantas orapoes quantosverbos no modo Finilo houver»
Bern continuemos com o que mais nos interessa nomomento.
Acusativo: nao ha— Ablativo:ccedis (atque) incendiorum. Tradugaote e os incendios. . .
»
idem— Genitives
:
«Esquece a mor-
32
Atque
Incendio-rum.
.
Tenerisundique . .
.
Luce suntclariora no-
bis tuaconsilia
omnia. .
.
Observagao: «Como os substantivos, os adjetivos e os
pronomes, tambem muitos verbos pedem no genitivo o objeto
que corresponde, umas vezes ao ciireto, outras ao indireto, e
que, geralmente, e acompanhado em portugues da preposicao
de restritiva.
Ex.: Utinam obliviscamini eorum;
«01axa vos esquecaes dele».
Pedem este genitivo os verbos que significam : «lembrar-
se de,- esquecer-se de, recorda-se de, etc. (Ver Mendes Aguiar-
Sintaxe dos casos).
De posse destas nocoes, os senhores estudantes nSo mais
estranharao vendo ccedis^e incendiorum no genitivo, quando
esperavam. encontra-los no acusativo.
10." Oraqao
teneris — Traduccao:Undique — verbo
:
parte es tido ...»
ll.a Oraqao
Em toda
Nominativos: omnia tua consilia (ver 3.a
regra) —verbo: sunt — acusativo: clariora— dativo: nobis — abla-
tivo: luce.— Traducao: «Todos os teus pianos sao mais
claros para nos do que a luz. . .»
34>) ._ o acusativo clariora esta no grau superlative A sua declinacao e esta;
Norn.:
Gen.:
Dat.:
Ac:Voc:Abl.:
Singular
clarior (m. f.), elarius
clarioris (m. f. n)
clariori (m. f. n)
clariorem, elarius
clarior, elarius
clariore ou clariori
Plural
clariores, clariora
clariorum
clarioribus
clariores, clariora
clariores, clariora
clarioribus.
12. a Oracao
Qua; etiammecumlicet reco-
gnoscas
qua etiam— verbo : licet. — Traducao: Que ainda e hciio . .
Para terminal', juntemos o restante nesta oracao: verbo.
recognoscas — ablativo: mecum, — Traducao: «Reeonhegas
commigo.
»
35.8) verbo licet e chamado unipessoal; so e usado nas 3.
as pessoas do
singular:
Exemplos: licet, e permitido
licebat, era permitido'..-•'.: ojporiet, e mister
.- etc.-
Nota: Nao se usam no imperative), gerundios, participios, e supino.
ParAgrafo IV
l.a Oraqao
tandem — verbo: reeognosce — acusativos: illam noetem
superiorem — ablativo: mecum. — Traducao: «Emfim, re-
corda aquela noite anterior comigo.»
2.a Oracao
Reeognoscetantem me-cum illamsuperio-rem. .
.
Jamintelliges jam verbo : intelliges. — Traducao : ja compreenderas . .
.
36.°) — verbo desta oracao e irregular, corao se ve pelos tempos primi-
tives: intelligo. intelliges— intellexi — intelleetum — intelligere.
Nota: Costuma-se, quando se citam os tempos primitivos dum verbo, dar
a 2.a
pessoa do singular do indicativo presente, porque e a que indica a
conjugacao a que ele pertence.
Assim: amo, atnas, amare (l'a
debeo, debes, debere (2.a
etc. etc.
conjugacao)
Multo me
vigillare
acrius ad
salutem,
quam te ad
pernieiem
ie\ Here.
3. a Oraqao
Chegou a vez de aplicarmos as nocoes dadas no prin-
cipio deste capitulo. Notem que o verbo desta oracao esta no
modo infinito; portanto, procuremos o sujeito, nao mais no
nominativo e sim no acusativo. Aeusativo sujeito, chama
remos, para distinguir do acusativo objeto.
acusativo sujeito: me — verbo: vigilare — acusativos
objetos: (multo) acrius e ad salutem — genitivo: rdpublicfc.
— Truducao: «Que eu vigio muito mais acremente paraa salvaeao da republica. . .»
Vamos incluir nesta oragao uma outra, cujo verbo e o
mesmo. Charaa-se esta oracao subordinada comparativa.
qtiam — acusativo sujeito°: te — acusativo objeto: ad per-
nieiem. — Traducao: «.Que tu para a perdicao...*
Declinemos a palavra respublica, que, a primeira vista, parece ser
dificil. primeiro termo res segue a 5.a
declinagao; o segundo
publiea, a 1.* declinacao. Vejamos:
Singular Plural
Norn.: res — publiea res — publico;
Gen.: rei — publico: rerum -— publicarum
Dat.: rei — publicce rebus -— publicis
Ac: rem— publicam res — publicas
Voc: res — publicm res — publico.
Abl.: re — publiea rebus -— publicis
— 34 —
Nota: Respublica e urn substantivo. Dizem as gramaticas, a respeito de
substantivos compostos: Quando compostos de um substantivo e de urn adje-
tivo, ambos em nominativo, declina-se cada um dos componentes, como o
nom'e ja estudado: respublica. Quando, porem, compostos de dois substantivos,
um em nominativo e outro em diferente caso, declina-se so o do nominativo,
como pater-familias
:
Norn, pater — familias
Gen. patris—familias
Dat. patri — familias
. . .e assim por deante.
Ou como senatus — considtum:
Nom. senatus
Gen. senatus
Dat. senatus
etc.
consultum
consulti
consulto
4." Oraqao
Dico
Te priore -
noctevenisse inter
falcarios
(Non agamobscure)
In M. Leccsedomum
38.°) Decli
-Consta simplesmente duma palavra : Verbo : dico. Tradu-
cao : « Eu digo. ..»
5.a Oracao
-Aeusativo sujeito : te - Verbo: venisse. Acusativos : inter
falcarios, in domum. Genitivo : M. Leccce. Ablativo
:
priore nocte. Traducao: «Que tu foste a casa de M.
Lecca entre os fabricates de Mce na noite anterior...
Nota: a frase que esta entre parentesis traduz-se: «Nao
falarei obscuramente».
na-se o sujeito desta oracao, assim :
Singular Plural
Nom : tu DOS
Gen.: tui vestrum ou vestri
Dat.: tibi vobis
Ac: te vos
Voc: tu cos
Ab!.: te vobis
Convenisse -
eodem com-piures ejus-
dem amen-tise sceleris-
que socios.
6.a Oraqao
Aeusativo sujeito : o. mesmo, te — Verbo : convenisse - Aeusa-
tivo objeto: complures socios - Genitivo :ejusdem amentia
(que) sceleris -- Ablativo : eodem. Traducao: «Que tu reu-
niste numerosos socios da mesma loucura e do mesmo
crime Id mesmo...'
:
39.°)
Norn.
|Gen.:
:Dat:
IAc:iAbl.:
— 35 —
A palavra ejusdem e composta de ejus, variavel, e dem, terminacaoinvariavel. Para declina-la, basta conhecermos is, ea, id e acrecen-tarmos a terminacao acima. Vejamos
:
Singular
is, ea, id — idem, eadem, idemejus — ejusdeni
ei — eidemeum, earn, eum — eumclem, eamdem, idemeo, ea, eo — eodem, eadem, eodem
Plural
. . .iidem, easdem, eadem
. . . eorumdem, earumdem,eorumdem
. . .eisdem ou iisdem
. . .eosdem, easdem, eadem. . .eisdem ou iisdem
7.aOracao
Num negare — Num. — Verbo : audes - Objeto direto : negare — Traducao :
audes? «Por ventura, ousas negar...»
8." Oracao
Quid taces ?— Quid - Verbo : taces - «Porque te calas ?»
9.a Oracao
Convincam...— Verbo: convineam - «Eu couvencerei.»
10.sOracao
Si negas — Si — Verbo : negas - «Si uegas».
11." Oracao
Video —Enin hie — Verbo : video - Verbo infinitivo servindo deobjeto direto do verbo da oracao: esse — Acusativo : quosdam— Ablativo : in senatu. Traducao: «Com ei'eito, aqui vejo
Enin estar alguns no Senado. . . »
*
Observagao : estudante inteligente, avido de novos co-
nhecimentos,, notaria logo uma certa irregularidade, que oEsse hie deixaria erabaracado no primeiro momento. Perguntaria mais
que depressa ao seu mestre, ou consultaria uma boa grama-tica, sobre o problerna a resolver.
Vimos, ha pouco, Cicero empregar domum no acusativo,regido da preposicao in; logo mais, deu Senatu no ablativo,
regido da mesma preposicao. Nao estaria errado?Afinal, a preposicao In rege acusativo ou ablativo ?
Cicero nao esta errado e a preposicao citada tanto podereger acusativo como ablativo.
Mas, como, quando? E' facil.
,Nos mesmos, raciocinando urn pouco, veremos porque
Cicero empregou uma vez o acusativo e outra o ablativo.
In senatu - Das nossas conclusoes, poderemos enunciar uma regra desintaxe latina, que se ve em qualquer gramatica.
—. 3G —
No primeiro exemplo, do acusativo, vimos que o verbo
da oracao, venis&e, de venire, «vir», exprime movimento;. nosegundo exemplo, do ablativo, .vimos que o verbo nao expri-
me movimento algum. Por conseqiiencia, podemos formular
o seguinte princfpio: «Toda vez que o verbo de uma oracao
Quosdam... exprimir movimento e for seguido da preposicao in, a pala-
vra regida por esta preposicao ira para o acusativo; si o
verbo, porem, exprimir estado, deve empregar-se o ablativo.
»
12.a
e ultima Oracao
Qui tecum Nominativo: qui — verbo: fuerunt — ablativo: tecum —una fuerunt; adverbio: una. — Traducao: «Que foram contigo junta-
mente».
Precisamos dar agora, num so conjunto, uma traducao limpa e clara do
que foi feito. Aconselhamos aos estudiosos que e de grande importancia ter-
se esse pequeno trabalho, pois os resultados serao otimos e a nossa cultura
lucrara imensamente.
1.° DlSCURSO CONTRA CaTAUN'A 1 " PARTE — ParAGRAFO III.
«Que podes, pois, oh Catalina, esperar ainda, si nem as trevas
da noite ocultaram aos nossos olhos tuas assembleas criminosas,
nem as paredes duma casa abalaram o rumor da tua conjuracao?«Si tudo e publico? Si tudo brilha?«Renuncia aos teus pianos, cre-me; cessa de pensar na morte
e nos incendios. Estas cercado por todos os lados; todos os teusprojetos sao para nos mais claros que o dia; e mister que o reco-
nliecas comigo.»
Idem — Idem — ParAgrafo IV
«Recorda, enfim, comigo, a noite precedente; compreenderas,entao, que velo com mais ardor pela salvacao da republica que tu"
pela perdicao dela. Afirmo-te que, naquela noite, foste ao quartei-
rao dos espadeiros (nao ocultarei nada), a casa de M. Lecca, ondese reiiniram em grande nuinero os cumplices do teu furor criminoso.»
«Por ventura, ousas nega-lo? Calas-te! Convencer-te-ei, si o
negas, pois vejo, aqui no senado, alguns daqueles que se achavameontigo.->
'Oij liS
1 1 ... mni-
hil-
>gigg
ai,
la-
WSI§
liti.» Sit
io
r-
ra
,s
?.
e
s
CAPITULO III
JULIO CESARA traducao dos trechos deste capitulo goza da mesma facilidade da do
capitulo anterior. Alem disso, esta facilidade acentua-se mais pelo fato detratarmos de um historiador. Ora, uma historia e sempre escrita ao correrda pena, sem floreios, citando fatos apenas. Principalmente em se tratandode Cesar, que escrevia os seus comentarios quasi sempre nos intervalos deuma batalha.
Por isso, vamos enfrentar tranqiiilos a belicosidade de Cesar, com umapaz de espirito que demonstra nao acharmos espinhosa a nossa tarefa.
Como ja tivemos ocasiao de dizer, quern traduz um autor latino encon-trara materia dificil
Aao topar com outro. Confirmamos esta nossa assercao
agora com Cesar. Este, como Cicero, tern tambem a sua predilecao no era-
prego das palavras, na forma, enfim, na construcao oracional.Em «de bello gallico», encontramos constantemente umas frases chama-
das ablativo absoluto, que os caros^leitores terao oportunidade de ver logo mais.
Livro I — Paragrafo VI
Erant omnino duo itinera, quibus itineribus domo exire possent:Unum per sequanos, angustum et difficile, ihter montem Juram eti'lumem Rhodanum, vix qua singuli carri ducerentur; mons au-tern altissimus impendebat, ut facile perpauci prohibere possent;alterum per provinciam nostram, multo facilius atque expeditius,propterea quod helvetiorum inter fines et allobrogum, qui nuper pa-cati erant, Rhodamus fluit, isque nonnullis locis vado transitur. Ex-tremum oppidum allobrogum est, proximumque helvetiorum finibus,Geneva.
Idem Paragrafo XXV
Ccesar, primum suo, deinde omnium ex conspectu remotis equis,'ut cequato. omnium pericolo spem fugas tolleret, cohortatus suos,prceiium comrnisit. Milites, e loco superiore pilis missis, facile hos-tium phalangem perfregerunt. Ea disjecta, gladiis destrictis, in eosimpetum fecerunt. Gallis magno ad pugnam erat impedimento, quodpluribus eorum scutis uno icto pilorum transfixis et colligatis, quumferrum se inflexisset, neque evellere, neque, sinistra impedita, satiscommode pugnare poterant; multi ut, diu jactato brachio, prceopta-rent scutum manu emittere et nudo corpore pugnare.
' Idem — Paragrafo LIV
Hoc prcolio trans Rhenum nunciato, Suevi, qui ad ripas Rhenivenefant, domuin reverti cceperunt: quos Ubii, qui proximi Rhenum
— 38 —
incolunt, perterritos insecuti, magnum ex his numcrum occiderunt.
Ccesar. una restate duobus maximis bellis confectis, maturius paullo,
quam tempus anni postulabat, in hiberna in sequanos exercitum de-
duxit: hibernis Labienum prceposuit: ipse in citeriorem galliam adconventus agendos profeetus est.
Vamos seguir a trilha do capitulo precedente, isto e, supritnir a parte
gramatical, que ficara confiada aos senhores estudantes, visto ja estarerri cien-;!
tes do seu processo. Mas, conforme ja foi dito, daremos, sempre que for
preciso e para melhores esclarecimentos, explicacoes importantes e necessarias,
a proporcao que formos encontrando motivos para tal.
Comecemos, pois, o nosso trabalho, usando sempre do nosso mecanismocom as suas respectivas leis ou
,regras. Estas, ao traduzirmos, devem ser
lembradas e postas em pratica segundo a ordem em que estao colocadas nes-
te livro. Isto sera ate aprende-las; depois, entao, agiremos indiferentemente.
Rememoremos a primeira regra: «Toma-se, ,em primeira lugar, do sujeito
seguido do verbo, e este dos compiementos>>.
Procuremos, entao, o sujeito da primeira oracao:
1." Oracao
Erant
Omnino
Itinera
Duo. . .
Nominativos: duo itinera: Verbo: erant — Omnino, e urn:
adverbio, logo, traduzamo-lo antes do sujeito, de acordo coma regra ja dada. — Traducao: «Apenas dois caminhoseram» ...
1.* Ohservacao: Notem a sintaxe latina como diverge profun-
damente da portuguesa. latino diz: «Apenas dois cami-nhos eram»; e nos dizemos: «Havia apenas dois cami-nhos». No latim, «dOis caminhos», e sujeito; em portugues,
objeto direto.
2."' Observac&o: Raro e o estudante que declina com acerto
o adjetivo duo. Mostraremos, em poucas linhas, este erro
contumaz e irritante, que deve, mas nao tende a desaparecer.
Declinemos:Nominativo: Duo, duos-, duo.
Genitivo: Duorum, duarum, duorum.
Dativo: Duobus. duabus. duobus.
Acusativo: Duos ou Duo, Duces, Duo.Ablativo: Duobus, duabus duobus.
Salientarnos bem o caso que geralmente erram ao cita-lo.
Muito facil de se guardar, dependendo somente da boa von-
tade. Temos observado casos interessantes. Ha rapazes quedevotam urn verdadeiro odio ao Duo, duce, duo, so pelo
fato de nao poderem assimilar o acusativo, que, afinal, e bemsimples. Ha um professor, ate que, para torturar certos; alu-
nos vadios e indiciplinados, manda-os declinar: Duo, duce,
duo.
— 39
it.
o.
tv
id
re
ti-
lli-
is,
10
er
s-
e.
to
mn
s
i-
L-
Quibus
Itineribus
Domo exire
Possent.
40. a '
2.a Oraqao
Ablatives: quibus itineribus— Aqui, dirao, desviamo-nos bas-
tante da nossa 1." regra, pois estamos comecando a traduzircom
ablativo quando devia ser com nominative De fato, em parte,
e verdade; mas, a isso somos obrigados. Ademais, nao estare-
mos tanto em desacordo porque, lembrando-nos daquela regra
que diz: «Sempre que houver uma particula (conjuncao, pre-
posicao, adverbio, etc.) numa oracao, devemos traduzi-la em pri-
meiro lugar», e lembrando-nos, duma observacao, feita amis e
nos seguintes termos: «Toda vez que uma palavra acompanhar
esta particula e tiver o mesmo caso, genero e numero, deve-
se traduzi-lo juntamente», — estaremos autorizados para tal.
Assim, pois, vamos ao verbo; possent — Objeto direto: exire
— dativo: domo. — Traducao: «Pelos quais caminhos pu-
dessem sair de casa...»
: irregularidade dosDeclinemos itineribus,
para mostrar a gra
casos :
Singular Plural
Norn.: iter itinera
Gen.: itineris itinerum
Dat.: itineri itineribus
Ac: iter itinera
Voc: iter itinera
Abl.: itinere
3.
itineribus
" Oraqao
Unum per
sequanos,
angustum
et difficile,
inter
montem
juram et
flumen
rbodanum...
Vix qua'singuli
carri duce-rentur. .
.
Esta nao e propriamente uma oracao, pois que os seus termos
estao quasi todos no acusativo, e poden'amos te-los incluido
na oracao anterior. A traducao e facilima, bastando somente
escrever, porque a ordem dlreta esta bem visive) :unum per
Sequanos angustum et difficile inter montem Juram et flumen
PJiodanum: «Um pelos sequanos, estreito e difficil,
eatre o monte Jura e o Rio Rhodano ...»
Entretanto, se quisermos, podemos com estas palavras
formar, anunciando tudo o que estiver oculto. Vejamos:_
Nominative : unum iter — aposto : angustum et difficile.
(Nunca se esquecer de traduzir quando houver o aposto logo
depois do sujeito). — Verbo: erat— acusativo de logar:
per Sequanos — inter montem Juram et flumen PJiodanum.
4.° Oraqao
Adverbios: qua vix — nominative: carri singuli — verbo:
ducerentur. — Truducao: «Por onde dificilmente os carros
um a um fossem conduzidos. . .
»
40
i
1 ?
Mons autemaltissimusiiop^D de-
bat. .
.
Ut facile
perpauci
prohibere
possent. .
.
Alteram
per
provineiam
nostram,
multo
facilius
atque
expedi-
tius. .
.
5.a Oraqao
Conjunccao: autem — nominativo : mons altissimus — verbo:impendebal. — Traducao: «Mas um monte altissimo estavaiminente . . .
»
6." Oraqao
Conj. e Adv.: ut facile — nominativo: perpauci — verbo:possent — Objeto direto: proliibere
Observem, caros estudantes, que, quando houver dois
verbos numa oracao, um no modo finito e outro no modoinfiniio, este servira de objeto direto daquelle:
Traducao: «De modo que facilmente poucos pu-dessem impedir. . .
»
7." Oracao
Novamente estamos diante de varios acusativos, como na3." oracao alterum per provineiam nostram multo facilius atque
expeditius: « outro pela nossa provincia muito mais facil
e expedite. ..
»
Nominativos: alteram iter — aposto: multo facilius atque
expeditius—verb : erat— acusativo : per provineiam nostram.
Observacao: unum e alterum, sao adjetivos numerals distri-
butives; estao em nominativo neutro concordando com iter.
Declinam-se:
Nominativo: Unus, a, um. — Alter, a, um.
Genitivo: Unites (m. f. n.) — Alterius (m, f. n.)
Dativo: Uni (m. f. n.) — Alteri (m. f. n.)
Acusativo: Unum, am, -um. — Alterum, am um.
Ablativo: Uno, a, o. — Altero, a, o.
Multo, e um adverbio empregado ordinariamente comum comparativo ou palavra que indique superioridade, pre-
ferencia, etc.
Faeilius e expeditius, ambos estao no grau comparativo
e se deciinam da seguinte forma
:
Nominativo: Facilior (m. e f. ), facilius (n.)
Genitivo: Facilioris (para os 3 generos)
Dativo: Faciliori (idem)
Acusativo: Faciliorem (m. e f,), facilius (n.)
Vocativo: (igual ao nominativo)
Ablativo: Faciliore ou faciliori (3 generos)
Plural
Nominativo : Faciliores, faciliora.
Genitivo: Faciliorum.
Dativo:- Facilioribus.
41
Proptereaquod nelve-tiorum inter
fines et al-
lobroguin...
Qui
Nuper
Pacati
Erant...
Isque non-nullis loeis
vado transi-
tu!'..
.
Acusativo: (igual ao nominativo). ' •
Vocativo : ( » » » )
Ablativo: Facilioribus. '
. ;..
E' desnecesario declinar a segunda palavra, por ser igual;
a primeira..
8. a Oracao' '
:
propterea quod — nominativo: Rhodanus — verbo: fluit .— \
acusativo: inter fines — genitivos: Helvetiorum et Allo^
brogum. — Traducao: «Por isso que o Rodano eorre entre
as fronteiras dos helvecios e dos alobrogos . . .
»
9.a ORAgAo
- Qui nuper — Verbo : pacati erant - Traducao : «Que napouco foram pacificados. . .»
Observagcio : Notem a concordancia do participio pas-
sado Pacati com o pronome relativo Qui. Ambos estao no
nominativo plural e no masculine De mqdo que, pensariam
os caros estudantes, poderiamos traduzir.de urn modo dife-
rente e tambem certo: qui pacati - nuper erant.
Na verdade, nao altera o sentido e a tradugao e per-
feita. Mas nao devemos faze-lo, si nao quisermos incorrer
em erro, porquanto, nao podemos separar pacati de erant,
visto nao ser este ultimo o verbo da oracao e sim ambos
:
pacati erant. E' urn tempo composto e como tal deve ser
respeitado.
Esta no preterito mais que perfeito- do indicativo, que
se conjuga assim :
Pacatus, a, um — eram.
» » » — eras.
i> » » — erat.
Pacati. ce, a — eramos
» » i> — eratis.
» » » — erant.
10.a Oraqao
— Que — Nominativo: is - Verbo: transitu?- — Dativo: vado -.
Ablativo: nonnullis loci. Traducao: «E este e transitado
a vau em alguns lugares. . .»
11.a Oraqao
Extremum — Nominativo : Geneva - Verbo : est — l.° Acusativo:_
ex-
oppidum al- tremum oppidum - Genitivo : Allobrogum — 2.° Acusativo :
' lobrogum que proximum - Ablativo : finibus - Genitivo : Helvelionim.
est, proxi- Traducao: «Genova e a extrema cidade dos Alobro-
mum que gos e=
proxima as 1'ronteiras dos Helvecios.
»
I•' - 42 -
Jm.-I-jl helvetiorum Nota : Esta oracao parece, a primeira vista, ser mais
Jjj finibus, Ge- dificil do que e, pois o sujeito dela esta no fim, isto e, a sua
neva. ordem e bem inversa.'
Seria mais trabalhoso, porem, si houvesse mais palavras
II em nominativo, o que nao acontece aqui.
8jiff
Traducao correta do trabalho feito :
«Havia somente dois caminiios, pelos quais pudessem sair dopais : um atraves os Sequanos, estreito e dificil, entre o Monte Jurae o rio Rodano, por onde real passariam os earros um a um ; ficava-Ibe, porem, a cavaleiro um monte altissimo, de modo que dos des-i'iiadeiros podiam mui poucos embargar-lhes o passo. Outro, pelanossa provincia, muito mais facil e expedito, pois que, por entre asfronteiras dos Helvecios e as dos Alobrogo.s, ha pouco pacificados,corre o Rodano que em alguns lugares se Vadeia. Extrema eidadedos Albrogos e vizinha as fronteiras dos Helvecios, e Genova.»
.
Outra traducao, que juigamos tambem ser boa:
«Nao havia sinao dois caminhos .para sair da Helvecia : umpelo Pais dos Sequanos, entre o Rodano e o Jura, estreito, dificil,
onde os earros teriam o necessario para passar um a um ; era,
|l alem disso, dominado por uma altissima montanha, de modo queum punhado de homens nela protegeriam facilmente as passagens
;
outro, pela nossa provincia, muito mais curto e mais comodo, por-que o Rodano, que corre entre o pais dos Helvecios e o dos Albro-gos recentemente submetidos, e vadeavel em muitos pontos. Ge-nova e uma extrema eidade dos Alobrogos e vizinha as fronteirasdos Helvecios.*
Livro I. Paragrafo XXV
l.a Oeaqao
Coesar — Nominative: Cwsar -Yetbo: commisit - Acusativo : prmProslium Hum. Traducao: « Cesar encetou o combate... .»
(Jommisr
41.a)— Prcelntm, nome neutro da 2.
adeclinacao:
Singular Plural
Norn.: prcelium prcelia
Gen.: proslii prceliorum
Dat.: prcelio prcelils '-
Ac: pfoelium prcelia
Voc: proslium prcelia
Abl.: proslio prcelils
43 —
Primum
Suo
Deinde
Omnium
Ex eonspe-
ctu
Remotis
ri
;«*•<-•"Equis . .
.
ate;»;•?
:»?litis* Ut cequato
fjllliomnium
ilftSi
sifts.
lite" periculo
life
w. spemlll'S
tap#. !' .:'.
IIII luga-
2.a Oraqao
Verbo: remotis - Ablativo : ex-conspectu.
Observacao: Isto e o que se chama urn Ablativo ab-
solute. Cesar usa frequentemente esta forma de construqao.
Mendes de ' Aguiar diz : « Ablativo absoluto ou Ora-
cional.» Coloca-se em ablativo a clausula participial (parti-,
cipio, ou adjetivo, e substantivo a que este se refere) cujo
sujeito nao faz parte da oracao de que a dita clausula
depende como ad junto.
Ex. Oriente sole, tenebrce diffugiunt, — nacendo o sol
(clausula participial, podendo formar uma oracao a parte, com
sujeito do da principal) as trevas fogem.
participio nao seria absoluto, ou separado, si o /su-
jeito da clausula participial fosse, o mesmo da oracao princi-
pal, como neste exemplo: Sol or'iens tenebras fugat, — o sol
nacendo afugenta as trevas.
Podem entrar no ablativo absoluto os partfeipios do
presente e os do preterito, bem como certos adjetivos ;mas,
quando ocorre o participio do verbo «ser»; omite-se em latim.
Ex. fortunatam natam, me consule, Romam«Oh afortunada Roma nacida, sendo eu consul*.
- (Cicero)
Sic est locutus, partibus faetis, Leo
Feitas as partes, assim falou o Leao, etc., etc.
(Ver «Gramatica Latina», de Mendes de Aguiar —
:
Gomes Ribeiro.)
Feita esta observacao necessaria, continu'emos com o
nosso trabalho :
Adverbio : primum - Ablativo :
' suo (equo) - Adverbio
:
deinde - Ablativo : equis - Genitivo : omnium. Traducao :
«Afastados da vista primeiramente o seu, depois.os. cavalos
de todos ...»
.3.
a Oraqao
ut - Verbo: tolleret - Acusativo: spem - Genitivo: fugce.
As palavras que restaram, formam outro ablativo absoluto:
".cequato omnium periculum. Verbo: cequato, no ablativo singu-
lar - Objeto direto: periculo, tambem no ablativo singular -
Compl. restritivo: omnium.
Traducao: «Afim de que, iguaiado o perigo de todos,
tirasse a esperanca de fuga...»Observacao: Deven'amos prosseguir com esta forma de
detalhes quanto aos ablativos absolutos. Mas, com a previa
licenca dos caros leitores, daqui por diante, divergiremos,''
deste* modo de agir. Todos os ablativos que formos encon-:
trando, engloba-los-emos na oracao em que se acharem, por-
;que assim evitaremos desperdicio de tempo e acumulo de
espaco.
— 44 —
tolleret. .
.
Cohortatussuos. .
.
Milites, e loco
superiore
pills
missis,
facile
hostium
phalangem
perfrege-runt. .
.
E a disjecta,
gladiis
destrictis
in eos im-petum fe-
cerunt. .
.
Gallis mag-no ad pug-nam eratimpedimen-to . .
.
Quod pluri-
bus eorum
scutis
untj ictu
'piionim
verbo desta oracao e sumamente irregular, pelo quepor curiosidade, daremos os tempos primitivos: tollo is - sw>'-
tuli - siiblatum - tolere.
4,aOracao
Nominativo: novamente Cassar - Verbo: cohortatus (est,
oculto) - Acusativo : suos. Traducao: «Cesar exortou '
osseus ...»
5.a Oracao ::
Adverbio, facile - Nominativo : milites - e loco superiore pilismissis: ablativo absoluto - Verbo: perfregerunt - Acusativo:Phalangem - Genitivo: liostium.
Traducao: «Facilmente os soldados, atirados os dardosdum lugar superior, romperam a i'alange dos inimi-gos...
Observagao: Ainda por curiosidade, vamos rftostrar aextrema irregularidade de algumas palavras desta oracao.Soldados: Norn. Miles Gen. MilitesFalange: » . Phalanx » Phalangis
Os nomes miles e phalanx sao chamados imparisilabicos.
Nome imparisilabico e aquele que tern, no nominativo singu-lar, urn niimero menor de si'Iabas que no genitivo; parisila-
bico e o que tern o mesmo numero de silabas.
Os tempos primitivos do verbo desta oracao: perfringo,perfringis, - perfregi - perfractum - perfringere,
6." Oracao
ea disjecta - gladiis destrictis: ablativos absolutos - Verbo:fecerunt, - Acusativo causal: impetum - Acusativo pessoal:in eos.
'
Traducao: «Desfeita esta, tiradas as espadas, fize-ram impeto (atacaram) contra eles. . .»
7.aOracao
Verbo: erat - Acusativo: ad pugnam - Ablativo: magnoimpedimento - Dativo: gallis.
Traducao: «Havia para a lucta urn grande obsta-culo aos gauleses'.' . .»
8.a Oracao
quod - pluribus eorum scutis e mio ictu pilarum. transfixis et
colligatis: dois ablativos absolutos.
neque - Verbo: poterant - Objeto direto: evellere.
9.aOraqao
neque - Verbo:. o mesmo da precedente - Objeto direto:
pugnare - Adverbios: satis commode.
— 45 —
2.a
)— Nota: Os adverbios satis comocle de viam ser tornados antes do verbo,
junto de neque. Mas, como nao altera em nada a posicao final deles,
nao ha necessidade de correcao'.
transi'ixis
et colligatis,
quum ier-
rum seini'lexisset,
neque evel-
lere, neque,sinistra
impedita,satis
: commodepugnarepoterant. .
.
Multi ut, diujactatobrachio,prceoptarentscutummanuemittere et
nudocorporepugnare.
10." Oraqao
quum - Nominativo : ferrum - Verbo: inflexisset - Acusa-tivo: se.
Traducao da 8.a
9." e 10." oracoes: «Porque, commuitos escudos deles traspassados e coligados porum so golpe de dardos, nao podiam tirar nem lutarcomodamente, como o ferro se encurvasse . . .
»
Faltou dar: sinistra impedita, que e.outro ablativo ab-
solute Trad.: «Estando impedida a mao esquerda. . .»
ll.ft Oraqao
nt - Nominativo: multi - diu jactato Irachio: ablativo abso-lute - Verbo: iwaioj>tarent - Objeto direto: emittere - Acu-sativo: scutum Ablativo: manu - Traducao: «De tal mo-do que muitos, agitando o brago por muito tempo,preferiram largar o escudo da mao. . .»
et pugnare: outro objeto direto do verbo prwoptarent, como qual poderiamos formar outra oracao. - Ablativo: undo'corpore. - Trad.: «E lutar com o corpo nu.»
A seguir, uma traducao correta do trabalho feito:
«Removido primeiro o seu, depois os cavalos de todos, paraque, igualado o perigo, tirasse a esperanca de luga, exortando osseus, trava Cesar a batallia.)>
«Arremessando os dardos do alto, rompem i'acilmente os soldadosa falange inimiga; destruida esta, arremetem contra eles, espadaem puniio. Grande embaraco aos gauleses havia para a peleja, pelofato de haverem-lhe os dardos " varado e ligado, de um golpe,muitos escudos, de modo que, encurvado o Jerro, o nao podiamarrancar, nem lutar assaz comodamente; estando impedida a esquerda,e sacudindo constantemente o braco, desejavam muitos arrojar oescudo da mao, e.combater a corpo nu.»
Outra traducao, com outras palavras, exprimindo a mesma coisa:
« Cesar faz alastar o seu cavalo a principio e todos os outrosem seguida, para tirar a esperanca de fugir e tornar o perigo igual:encoraja as tropas e trava a batalha. Os soldados, lancando os seusdardos, rompem impetuosamente a Mange dos inimigos; vendo-adestruida, caem sobre os helvecios de espada na mao. Uma coisamuito mcomoda aos gualeses, e que um so dardo tendo perfuradomuitos dos seus escudos, o ferro, curvando-se, os bavia cravado
46—
'
urn no outro; nao podiam, pois, nem os separar, nem combatercomodamente, nao tendo sinao o braco direito livre. Muitos, depoisde ter ieito longos esiorcos, acharam melhor abandonar os escudose combater nus.»
Observacao: Si damos mais de uma traducao, e somente para fazer ver
ads caros estudantes que uma traducao tinica e exclusiva nao e obrigatoria.
Podemos traduzir como bem nos aprouver, dar uma imensidade de traducoes
de urn mesmo trecho, desde que nao fujamos do sentido e sigamos as regras
de construcao. Antes de tudo, respeitemos a gramatica. No mais, somos livres
e indepedentes. Ademais, nao perdemos nada em fazer diversas traducoes;
pelo contrario, Iucramos muito ate.
Hoc prcelio
nunciatotrans rne-num, suevi,
domumreverticcBperunt...
Qui ad ripasrhenivenerant...
Quos ubii,
qui
proximi
rhenum.
incol tint
perterritos
niaynum
ex his
Livro I. Paragrafo LIV
l.a Oeacao
Hoc prcelium trans Rhenum nunciato.: ablativo absoluto —nominativo: Suevi — verbo: cceperunt — Objeto direto
:
reverti — acusativo: domun. — Traducao: «Tendo sido
anunciado este cbmbate para la do Reno, os suevoscomecaram a voltar para casa. . .»
2.a Oeacao
nominativo: qui-
genitivo : Rheni.
vei'bo: venerant-— acusativo: ad ripas
Traducao: «Que haviam vindo asmargens do Reno ...»
3.a Oracao
quos — verbo: perterritos' — Traducao: «0s quais, atemo-rizados,...»
4.a Oraqao
nominativo: Ubii — verbo: oceiderunt — acusativo: ma-
gnum numerum — ablativo : ex his
Traducao: «0s ubios mataram graude numero destes...»
Observaqao: Sobre o verbo desta oracao, ha algo de
importante a dizer.
Ha dois verbos na lingua latina, quasi que semelhantes,
mas de significados completamente opostos: occido, is —oceidi — ocasum — occldere: «mori'er, cair,» etc. — occido is
— oecldi -^— occlsum — occldere: «matar».
Como . veem, a diferenca principal esta no supino, que
sao bem distinctos. Quanto ao resto, varia somente a acen-
tuacao, que e importantissimo conhecer.
;;
j
;v.'yH:
'JuIgarn6s-'.sabido o significado dos signaes: (— ).-longo
e(") breve, isto e, sobre a " si'Iaba onde se achar o traco,
47
numerum sabemos que e tonka; Sendo assim si pronunciarmos occufe,
acentuando na penultima, significa: «eu matei> Agora pro-
^cciderunt. nunciando, occUi, acentuando na antepenultima, significa:
. «eu morri.»
Aconselhamos muito cuidado aos estudiosos, ao toparem
com este verbo ao traduzir.
4:;. ablativo his e encontrado na seguinte declinacao:
Singular
Nom.: Sic, hcec, hoc
Gen.: hujus
Dat: hide
Ac: hunc, hanc. hoc
Abl.: hoc, hac, hoc
Plural
Sil, ha>., hcec
horum, lucrum, horum
his
hos, has; hcec
his
5.a OltAQAO
Cocsar, unacestate
duobis ma-ximis bellis
eonliectis,
maturiuspaullo,
quam tern-
pas annipostulabat,
in hibernain sequa110s exer-citumdeduxit.
nominativo : qui proximi — verbo; incolunt — acusativo
Bhenum. — Traducao: «Os quais moram proximos ao
Reno ...»
Insecuti, devia formar outra oracao, mas fica incluida nesta.
Nominativo: qui — verbo: insecuti (erant, oculto). — Tra-
ducao : Os quais eram perseguidos. . .
»
6. a Oraqao
Abverbios: paullo maturius — Ablativo absol u to:
con-
fectis una cestate duobus bellis maximis. — nominativo:
Ccesar — verbo : deduxit — acusativo : excrcitum — Acusa-
tivo de lugar: in hiberna in sequanos. — Traducao: «Umpouco mais cedo, terminadas numa so estagao duas
grandes guerras, Cesar levou o exercito para os quar-
teis de inverno no pais dos Sequanos ...»
7. a Oraoao
quam — nominativo: tempus — genitive: anni — verbo:
postulabat — Traducao: « Do que tempo do ano
requeria ...»
'44.a Te?mpt declina-se:
Singular Plural
Nom.: tempus tempora
Gen.: tampons temporum
Dat: tempori temporibus
Ac: tempus tempora
Voc: tempus . tempora
Abl.: tempore temporibus
.':"''' — 48'—-. .^'-''i .
.''.-••
''.'.:'•.
•..
'.;:•
verbo postulabat, a semelhanca de outro ja observado, e unipessoal: 1
r 8 :
a OrAQAO'
:C(;:
'•;'' '
; ::-;5
Hibernis nominativo: Cmsar, novamente — verbo: . praiposuit —labienum acusativo: Labienum. — dativo: hibernis. — Traducao:praiposuit... «Cesar pos a frente, Labieno, aos quarteis de inverno..
'
'
:
.
9. a Oracao
Ipse in nominativo: ipse — verbo: profectus est — acusativo:citeriorem ad agendos conventus — acusativo de lugar: in Gallian cite-
galliam ad ?wem.Tradugao: «Elle mesmo partiu para a Galia cite-
conventus rior, afim de reunir as assembleas.»agendus Observacao: agendos e um p.articipio do futuro do modoprofectus infinite da voz p.assivav e se conju'ga assim: :*est. Agendus, a, um. — «-o que :.ha de ser realizado.» No |
nosso exemplo, esta no acusativo plural. •
j|
;
45.a)— Declina-se nominativo desta oracao assim:
Singular Plural" •
Norn.: ipse, ipsa, ipsimi ipsi, ipsos, ipsa „
Gen.: ipsius ipsorum, ispsarum, ipsorumDat.: ipsi ipsis
Ac: ipsum, ipsam, ipsum ipsos, ifsas, ipsa
Abl.: ipso, ipsa, ipso ipsis
verbo e bem irregular, da voz passiva: profisciscor, profisciceris—pro-
fectus sum — profiscici.
W- Vamos, como sempre temos feito, reunir as oracoes esparsas, traduzidas
l?f.;r"\~ literalmente; e po-las numa traducao mais pura:
«A noticia do combate estendeu-se ate ale alem do Reno, e ossuevos, que vinhain pelas suas rnargens, comecaram a retroceder;
;jos ubios, que i'icam perto desse rio, perseguiram os suevos atemo-
?! : rizados e mataram muitos deles.
«Cesar havia, nurna so campanha, terminado duas grandesguerras; pos o seu exercito em quarteis de inverno, no pais dossequanos, um pouco mais cedo que a estacao exigia, e, deixando-oas ordens de Labieno, partiu para a Galia eiterior, alim de adminis-ter a Justica.»
i
%I
CAPITULO IV
: Vamos entrar, agora, num dos capitulos mais dificeis do nosso livrinho;
Co terror dos examinandos de latim :— Odes de Eoracio. Com efeito, ha al-
luma dificuldade em traduzir este autor, visto ele afastar-se imensamente da
ordem direta, sendo as vezes preciso, ate, ler quasi todos os versos de uma
Code, para encontrarmos o nominative Aumenta mais a nossa penosidade,:
"quando formos em busca do verbo.. ,
,
-.-.'.."• Mas, si, a primeira vista, parece arduo, depoi.s suavizar-se-a, porque, logo
Cque tivermos traduzido qualquer coisa, acostumamo-nos como estilo de Ho-
racio e aquela cadencia, forma e construcao nos- entram pelo cerebro a dentro,
de modo a nos tornarmos amicissimos de tao fulgurante poeta satinco.
Por isso, vamos dar uma das suas odes, toda inteira, si bem que muito
;k;extensa.
|)T;^:
:
•• AD AUGUSTUM GGESAREM.
1 Jam satis terris nivis atque diras
Grandinis misit pater, et rubente
Dextera sacras jaculatus arces
4 Terruit urbem
;
Terruit geutes, grave ne rediret
Sfficulum pyrrhcB, nova monstra quests,
Omne quum proteus pecus egit altos
8 Visere montes,Piscium et summa genus hoesit ulmo,
Nota quae sedes iuerat Columbis,
Et superjecto pavida; naturant
12 Oequore dams.Vidimus flavum tiberim, retortis
Littore etrusco violenter undis,
Ire dejectum monumenta regis,
• 16 Templaque Vestas
;
Ilise dum se nimium querenti
Jactat uitorein, vagus et sinistra
Labitur Tipa, jove non probante,
S^vyy'-V'",
;:
20 Uxorius amnis.
Audiet cives acuisse feiTum,
Quo graves persaj melius perirent;
Audiet pugnas vitio parentum24 Rara juventus.
Quern vocet divum populus mentisImperi rebus ? Preee qua fatigent
28
3(5
40
44
48
•S?
— 50 —
Virgines sanctse minus audientemCarmina Vestam?
Cui dabit partes scelus expiandiJupiter? Tandem venias precaniurNube candentes humeros amictus,
Augur Apollo
;
Sive tu mavis, erycina ridens,
Quam jocus cit'eumvolat, et Cupido,Sive neglectum genus et nepotes
Respicis auctor,
Heu; nimis longo satiate ludo,
Quem juvat clamor, gales que leves,
Acer et marsi peditis cruentumVultus in hostem
;
Sive mutata juvenem iigura
Ales in terris imitaris, alma;Filius maise, patiens vocariCcesaris ultor
:
Serus in crelum redeas, diuqueLcetus intersis populo quirini.
Neve te nostris vitiis iniquumOcior aura
Tollat. Hie magnus potius triumphos,Hie ames dici pater atque princeps,Neu sinas medos equitare inultos,
Te Duce, Coesar.
Para mostrar aos senhores estudantes como e profunda a ordem inversa,
damos a seguir os mesmos versos em disp'osicao direta.
Verso n.° 1 ao n." 4 -: Jam Pater misit terris satis nivis atque grandinis
dirae, et jaculatus dextera rubente arees saeras,
terruit tirbein ;
terruit gentes, ne rediret sceeulum grave Pyrrhai,
queske nova monstra, quum Proteus egit omnepeeu* visere altos monies.
et genus piseium hcesit summa ulmo, quce I'uerai
sedes nota columbis; et damce pavidai natarmit
equore superjecto,
Vidimus Tiberim flavum, retortis undis violenter
litlore Etricsco, ire defectum monuvienta regis, que
lempla Vesica;
dum, amnis uxorius, jaetai Rim nimium querenti
se ultorem, et vagus labitur ripa sinistra, Jove
-non probante.
Juvenilis vara vitio -parentum audiet cives acuisse
ferrum, quo melius Persai gravis perirent; audiet
pugnas.
8
12
16
20
8
12
10 -
20 -
24
s :
f)l —
» 24
» 28
o
» 3G
»-;4o;
» 44
» 48
:'.:.':
36-
» »
2S^Sguem^I)ivum populuS::
vpcet rebus Imperi ruenti?.,.
Qwa £>reee virginis sanctce fatigent Vestam audien-
tem minus earmina?Cui Jupiter dabit partes expiandi seelus? Precamur,
augur Apollo, venias tandem amictus nube humeros
eandentes;
sive tu mavis, ridens Erycina, quam drcumvolat
':Jqcus::etl Oupido; swe respices genus neglectum et
nepotes. auetor,
satiate :ludo, Beu/nimis longo, quern juvat clamor,
:qu.e'':-golem leves,\et doer vultus peditis Marsi in;
hostem cruentum;:swe^filiMs:ales alma; Maice, mutata figuraimitaris
juvenem in terris, patiensvo'cari tiltor Ccesaris:.
redeas serus in caelum,' que loztus intersis diu
populo Quirini. Neve aura odo?- te tollat iniquum
nostris vitiis.
Potius antes hie magnos triumphos, hie did pater
atque princeps, neu sinas, Cassar, Medos equitare
inultos, te duce,'
40
44
48 -
52
>;>:$ ^Gomparem essa disposicao com a original, e verao a grande diferenca
"que existe. Naturalmente, quererao saber como pudemos faze-lo e si nao
"encbntramos'dificuldades para tal. A dificuldade existira sempre quando nao
:iorrnos resolutos, \ esforcados e perseverantes. Qualquer estudante, com urn
Ipouco de boa vontade, "pode, empregando as nossas simples e tao facers re-
%inhas,T fazer o mesmo trabalho:; Mas e preciso ser, antes de tudo, paciente, -
^astante paciente. Nao se deve desanimar lago ao primeiro impecilho. Nao!
:lPelo contrario, este obstaculo deve i incentivar, no espirito do aluno, maior
entusiasmo-para a prossecugao do seu servico.
:;t;",; -Assim,: por exemplq, vejamos. do verso 1 ao. 4: ,.';-,':'
^$4:^o^;^ T- •
:
;
:
.---
:
';"\^"- :
=
:
--'-.''
:;
Ham satis terris nivis atque dira
WM-i:':y
: s;: 9 io ;';.'
iji" •;'.;•;.
Sgrandinis misit Pater, etlrubente
1^2;,. ,:.:-i&;; .,14, ;:/i5.,\'
;.;. •-..'-.;
:
SBextera sacras jaculatus arces ':•• .''.'-
.:,.;., /Term it urbem;
^Procuremos primeiramente o sujeito, o nominativo. Lendo, vemos que
que <-.ta cm n.nnin.uiv... C'.u^i-hi. in i - rivymtniVHS o sui-im. 1,,^;,. porii.-.-iu
Sp$jM; ^Kr^cisarhos^ ;Cbmecemos, /novamente,
:
:
do. n, 1
.
Sife|6lsMeSvis1;bs^bs1 fis;^
ifflfl'Be^rnl^e^%m$i0ffisit::; .:
:
:Z :i'^^ ///"/': *
; r ;;/..;. v v/v :/:; '•^••
; -
v-..\:
^-..v--
IP,-l
Continuemos, raciocinando assim : quem «manda», manda alguma coisa
a algum lugar. Por isso, queremos o objecto direto e o indireto, Vam6s3,pois,ao dativo. On. 1 esta nos incomodando, tiremo-lo e o coloquemos;
antes do nominativo. (ver 3.a
regra). n.° 2 tambem nao nos convem, mas,
:
6 n.° 3:e o. desejado. E assim por diante,
>; Bern, com essa disposigao de Ad Augustum Ccesarem, na ordem direta,
estamos a meio caminho andado, porque basta tomar dum dtcionario e : tra-"
duzir os vocabulos latinos, para termos o trabalho pronto. Nao ficaremos,
porem, aqui; iremos repetir o que temos feito noutros capitulos, visto que:arepeticao sucessiva grava-se com mais nitidez no cerebro de quem estuda.
Alem 'disso, teremos ocasiao de dar explicacOes gramaticais, que serao bas-
'tante uteis.
.; l.a Oracao
Jam satis
nivis-atque-dirse
grandinismisit pateret rubentedextera sa-
cras jacula-
tus arcesterruit
urbem;
Terruit gen-
tes grave
ne rediret
scx^eulum
pirrhre,
nova mons-
tra questaj
omne quum
proteus
, pecus egit
,1am - Nominativo: Pater - Verbo : misit - Dativo: terns
-
Genitivos: (satis) nivis (atque) grandinis dirce. - Traducao
:
«Ja o pai (dos deuses, Jupiter) mandou as terras'(a
o
mundo) bastante neve e de funesta saraiva...»
2.a Oracao
Nominativo: o mesmo da precedente - Verbo: terruit - Acu-sativo: uriem. -Traducao: «Ele aterrou a cidade (Roma). ..»
Outra oracao, que incluimos aqui: Nominativo: o mes-
mo - Verbo: jacidatus (est) - Acusativo: arces sacras- Abla-tivo: dextera rubente. - Traducao: «Agitou os templos sa-
grados com a mao direira" armada de Raio...»
3.a Oraqao
Nominativo: continua a ser o mesmo - Verbo: terruit -
Acusativo: gentes - Traducao: «Fez tremer as gentes. . .»
4." Oraqao
Ne: conjugacao proi'bitiva integrante - Nominativo: scecidtim
grave - Genitive: Pyrrhce - Verbo: rediret - Traducao: «Pa-ra que nao o seculo de Pirra voltasse. .
. » .
Observagdo : Devemos ter cuidado.com a particula ne,
porque, alem do papel que representa aqui, pode ser ainda:
adverbio de negacao. «Nao», conjugacao enclitica e interro-
gativa: «Por ventura;» ou um simples adverbio: «Certa-;
tamente, na verdade,» etc.
A frase que sobroii, questce nova monstra, serve de aposto
ao substantivo Pyrrhce, e traduz-se: «Queixosa: de novosprodigies. .
.».
5.a Oraqao
quum - Nominativo: Proteus - Verbo: egit - Objeto d i reto :
'.yisere - Acusativo: omne pecus - Acusativo de lugar: altos
mdntes.'-'r .'::"'''" :/-: 'i
— 53 —
altos visere Traducao: «Quando Proteu levou a visitar todo o
rebanho, nos altos montes .
.
jVofe.-- o prirneiro acusativo serve de objeto direto. do
verbo\' fegii; o segundo, de objeto; direto; do, verbo vtsere. :
montes,
^6.a)•_ As palavras omne e pecus, ;declinam-se do seguinte modo
:
SINGULAR
Norn.: Omnis (m. f), omne
Gen.: omnius (m. f. n.)
Dat.: omni ' (m. f. n.)
Ac: omnem (m. f.), omne
Voc.: omnis, omne
Abl" omne ou omni
Nom.: Peous
Gen.: pecoris
Dat: pecori
Ac: pecus
Voc: -pecus
Abl.: pecore
Piscium et
summa
genus
hcBsit ulmo,
nota qua;
sedes
fuerat
columbis,.et
superjecto
pavidai
natarunt
damo?
Plural :
omnes, omniaomniumomnibusomnes, omniaomnes, omniaomnibus
pecora
pecorumpecoribus
pecora,
pecora
pecoribus
'
6." OrAQAO :
" " ' :: '•'..:J.
et. (quum, oculto) - Nominativo: genus - Genitivo :-piscium -
Verbo : hwsit - Ablativo : summa ulmo. - Traducao :«b (quan-
do) a ra?a dos peixes encalhou no alto do olmo. ..»
Observacao: Talvez os caros estudantes estranhem a con-,
cordancia At Summa & Ulmo. Mas, e bem perfeita, porque,
Ulmo, sendo nome de arvore, como diz a gramatica, e term-:
nino; ora, Summa esta no femininp; logo concordam pertei-
tamente.
''.':,'7.
aOraqao'/'. .':',;' \^y- ::
-;
:i: '^>.'.^-
Nominativo: qncn sedes - Verbo: fuerat - Ablativo: nota
columUs. - Traducao: «Que morada f8ra conbecida pe-
las pombas. . .»
' ' 8.aOrACJAO; '=.;:
.
''.
"'V-''-
et (quum, t&mbem oculto como acima) -Nominativo::; damce;:
pavidce - Verbo: natarunt - Ablativo -.rmquore: superjecto.^
Traducao: «E (quando) as corsas timidas nadaram no,
mar transbordado ..
, » .,..:.
viorme :l^\ zsciiveix'Matarim^Vquando o verdadeirO;
;e jNataVarunt. :^ :
r;
«iSj!
54
Vidimus ila-
vum tibe-
riro, retortis
littore
etrusco vio-
lenterundis, ire
dejectum .
monumentaregis tem-plaqueveste
llize dum se
nimium
querenti
jactat ulto-
rem, vagus
et sinistra
labitur ripa,
jove non
probante
uxorius
amnis.
Audient
cives acuis-
se ferrum,
• quo graves
9. a Oracao
Verbo : vidimus (o sujeito da oracao subentende-se
;
portanto, nao percamos tempo em procurar o nominativo) —Acusativo : Tihcrim Jlavum — Objeto direto do verbo vidi-
mus: ire dejectum Objeto direto deste, em Acusativo: mo-numenta que tempia — Genitivo do primeiro : regis — Ge-netivo do segundo : Vesica.
NOTA : Ver explicacoes ja dadas para se saber por-
que dizemos regis genitivo de monumenta e Vesica de tenipla.
Restou dar : retortis undis violenter littore Etrusco, que"e mais do que certo" ser urn ablativo absolute
Traducao : "Vimos o tibre amarello, repelidas asaguas violentamente da praia etrusca, ir derrubar osmonumentos dos reis e os templos de vesta."
10.a Oracao
dum — Nomiuativo : amnis — Genitivo : uxorius —Verbo: jactat — Acusativo : se tdtorem— Dativo : ilice —Aposto : nimium querenti. — Traducao: "Enquanto rio ex-tremoso pela esposa se jacta ele vingador a ilia ni
miamente queixosa..."
ll. a Oracao
el — Nominativo: vagus — Verbo : labitur — Ablati-vo : ripa sinistra — Ablativo absoluto : Jove non probante.— Traducao : "E vagabundo espraia-se pela margemesquerda, nao sendo aprovado por Jupiter. ..
OBSERVACAO : verbo desta oracao chama-se depoenr
le, cujas tempos piimitivos sao : Labor, Laberis — Lapsussum — Labi.
A declinacao de Jupiter e muito irregular, como se ve
:
Nominativo Jupiic)
Genitivo Jovis
Dativo Jovi
Acusativo JoremVocativo Jupitei
Ablativo Jove
12."- Oracao
Nominativo : juventus — Aposto : rara vitio parenium— Verbo : Audicf. — Traducao : "Mocidade, rareada pe-lo vicio dos pais, ouvira..."
i:-5.a Oracao
Acusativo sujeito (ver cap. de Cesar: : cives — Ver-bo: acuisse — Acusativo objeio: ferritin. Traducao: "Queos cidadaos terem ai'iado (afiaram) o t'erro..."
55
Persge me-lius peri-
rent; audietpugnas vi-
tio paren-tum rarajuventus
Quern vocetdivumpopulusruentis im-peri rebus?prece quafatigent
virginessanctas
minus au-
dientemcarminavestam?
Cui: dabit
partes
SCe'lUS
expiandi
Jupiter?
tandem ve-
nias preca-
mur nube
• camlentes
humeros
amictus,
'''•. 14' a Oraqao
quo melius— Nominativo: Persce graves — Verbo : perirent. :
:
:
Traducao. "Com o qual melhor os persas ternveis pe-
recessem. ..".15. a Oraqao
Nominativo: o mesmo da 12. a oracao, juventus —Verbo: audiet — Acusativo: pittas. Traducao :
"Mocida-
de ouvira as guerras (isto e, falar das guerras).
16. a Oraqao .-'
Nominativo: populus — Verbo: vocet — Acusativo .:
quern divum — Ablativo : rebus ruentis — Genitivo :Imperi.
— Traducao : "O povo invocara a que divindade contra
as coisas decadentes do imperio...".
,.
NOTA : verdadeiro genitivo de imperium e imperii.
Mas .o poeta, lancando mao da apocope, usou imperi.
. 17. a Oraqao.
'
:-'.;'CkM
Nominativo: virgines santoa— Verbo: : fatigent \^i
Acusativo : Vestam — [Audientem minus Carmina: frasepar-:
ticipial, em acusativo, concordando com Vestam) — Ablativo :-
qua prece — Traducao: "As virgens santas fatigam Vesta
ouvindo menos o°s cantos com que prece," ou melhor,
invertendo: — "Com que prece as virgens santas fati-
gam Vesta, que ouve menos os seus cantos.
18. a Oraqao ,:• :
Nominativo : Jupiter — Verbo : dabit — Acusativo :
partes— Genitivo : expiandi— Dativo : cui— Acusativo de;:
expiandi, scelus. - Traducao: "Jupiter dara as partes (a
incumbencia) de expiar a quern o crime . . ..." •';' ;-'
Obervacao: Expiandi esta no gerundio, e este tern-.
;
po emprega-se nos adjuntos restritivos, depois de substantivos;
e adjetivos, quando no genitivo, como acima.
Ex: -yy^sSapientia est ars vivendi (Cicero). "'V
:
'.;Vh:
"A sabedoria e a arte de viver," etc.
(Ver "Gramatica Latin.a" de M. Aguiar)
19,a ''Oraqao: V'.^.V.^? ;
S:: '~':.\^^- :^m-l'.
:
s''
:
v
:
•
; Tandem— Verbo': precamuv — VocatiVo :\[ -cmgur^Apol-/
/_ Traducao: "En&n, rogamos, oil agoureiro Apolo. .
."
"/ : '; NOTArsA traducao : ;do : vocativo;;:mantes:
ou:;deppis;;
do;
. : verbov e-indiferente. '\-- ; \^-^'--';i'.':s'::?y!-y^'-:^'>
^fM
1
56
augur
Apollo;
Sive tu
mavis,
Erycina
ridens,
quam jocus
et cupido
circumvo-
lat...
Siveneglectumgenus et
nepotesrespicisauctor, heu!minis longosatiate
ludo. .
.
Quem juvatclamor,galeaequeieves, aceret marsipeditis
t
cruentum' vultus in' hostem. .
.
20.a Oracao
Nominativo: amictus (concordando com augur Apolo) —Verbo : venias - Acusativo : humeros candenles — Abla-tivo : nube — Traducao: "(que) Coberto venhas os bracesbrancos com umaWem..."
'21.a Oracao
sive — nominativo: tu— verbo: mavis— vocative: Helens
Erycina. Traducao: «Ou, si tu preieres, (vem) oh risonhaEricina. . .
»
Obsekvacao: verbo desta oracao e irregularissimo e
e importante conhece-lo;
malo, mavis — malui — malle.
Conjuga-se o indicativo presente:
Singular Plural
Malo MalumusMavis MavultisMavult Malunt
Significa: «mais querer, preferir, etc.
Sao seus companheiros os verbos seguintes: volo, vis — volui— velle: « querer » — e nollo, nonvis— nolui— nolle: « nao
querer
»
22.a Oracao
quam (pronome relativo em acusativo, por ser objeto direto
de circumvolat, referindo-se a Erycina) — nominativos:Jocus et Cupido — verbo: circumvolat — Traducao: A quemo jogo (os jogos) e Cupido rodeia voando (rodeiam
voando). .
.
>
23.a Oracao
sive — vocativo: auctor — Aposto: satiate ludo Heu, nimis
longo — verbo: respicis — acusativos : genus neglectum et
nepotes — Traducao: «Ou tu, oh criador, ^arto de umjogo, ai !, demasiado longo, si ainda olhas a raca es-
quecida e os netos. ..
»
24." Oracao
quem (tambem, como na 22." oracao, em acusativo masculino
concordando com auctor — nominativos: clamor gale<c leves
et acer vultus — genitivo: peditis Marsi — verbo: juvat —acusativo: in hostem cruentum. — Traducao: «A quem oclamor (belico) e os capacetes polidos e o carrancudoaspecto do peao marso ajuda contra o inimigo ensan-guentado ...»
f
e>7
Sive mutata
]uvenem
i'igura ales
in terris
imitaris,
25." QrAQAO
sive.— nominative : filius ales — genitivo: alma Make —Ablative absoluto: mutata figur
a
— verbo: imitaris —acusativo: juvenem — ablativo: in terris.-— Tradueao:
«Ou (vem tu), iilho alado da benigna maia, (ja que)
mudada a figura (disfarcado), representas urn manceborias terras (neste mundo). . .»
Observances: Demos films ales como nominativo, mas
podem ser considerados como vocativos, que ficara melhor.
—
Imitor, imitaris — imitatas sum — imitari. e urn verbo de-
poente e, como ja ficou dito, verbo depoente e aquele cuja
forma passiva tern significacao ativa.
26.a Oraqao
nominativo : patiens— verbo : voeari— acusativo : ultor—Almee filius genitivo; Ccesaris. — Tradueao: «Digno de ser charnado
o vingador de Cesar... »
mai3e > Observaqoes: Os poetas gostam do emprego do modoinfinitivo, depois de certos adjetivos, como dignos e outros,
patiens que na prosa se construem como gerundio.
;-.• Ha algo de importante sobre vocare, voz ativa: e a sua
voeari pronuncia. A acentuacao e breve e nao longa, como podere-
mos ver nos seus compostos:
Ccesaris Convoco, revoco, provoco, etc.
E' muito comum ouvir-se: convoco, acentuando na penul-ultor....
tima. ouvido nao tolera tal barbaridade, Por isso, chama-
mos a atencao dos estudantes para este fato, afim de que
. evitem uma silabada irritante como esta.
serus mccelum
redeas, diu-
que la;tus
intoi'sir;
populd
quirini.
Neve te
nostris
vitiis ini-
quuni oeior
aura tollat.
nominative
;
ccelum.— Tradueao
27.a Oraqao
(tu) serus — verbo: redeas acusativo: in
«(Oxala) tu tardio voltes para o ceo...»
28.a Oracao
que diu — nominative: tu leetus — verbo: intersis— abla-
tive : popido : genitive : Quirini. — Tradueao : «E por muitomuito tempo tu alegre Piques com o povo de Quirino. .
.
29.a Oraqao :;-. ../. 'V':
:
;-.';'.:-i;',
Neve— nominativo: aura odor— verbo: tollat—-acusativo:te iniquum— ablativo : nostris vitiis. — Tradueao: «Nenhumvento mais rapido te arrebate irritado com os nossosvicios. . .»
— 58 —
80." Okacao
Hie magnos jjoHus hie — verbo: ames — acusativo: magnos triumphos—triumphos Traducao — «(Oxala) antes aqui ames magnos triunfos...»
hie ames <M n„
,. . . ol. a Okacaodici pater
atque prin- h™ — nominativos: pater et princeps — verbo: did —ceos neu Traducao: «Aqui pai e principe (aspires) a ser chamado...»
.^ ' Nota: did, infinite impessoal da voz passiva,
smas servindo de objeto indireto de um verbo no modomedos i'inito que esta oculto.
equitare „., „
inultos, te
ciuce Neu — vocativo: (Jcesar — verbo: sinus — Objeto direto :
Oopsa'requitare — acusativo: Medos inultos — ablativo: te duce—Traducao: Nem, oh Cesar, deixes cavalgar os medasimpunes, (sendo) tu chet'e.»
Traduzamos, agora, com mais clareza e perfeicao:
«Ja bastante neve e saraiva desastrosas arremessou o pai dos
deuses sobre a terra; ja a sua dextra i'lamejante, iulminando os tem-plos sagrados, bastante ameacou Roma e os povos com o regresso
desse horrivel seculo em que Pirra, lastimando portentos inauditos,
viu Proteu conduzir todo o seu rebanho ate ao cume dos montes,
estacarem os peixes no alto dos olmeiros, retiro outrora das pombas,e os gamos assustados fenderem as oudas transbordadas.
Repelidas violentamente da praia etrusca as suas aguas lodo-
sas, vimos o Tibre ir derrubar os monumentos reais e o Templo deVesta; vimo-lo, marido extremoso, espraiar-se, vagando, pela margemesquerda, contra a vontade de Jupiter, protestando yingar os agra-
vos com que se lamenta em excesso sua consorte, Ilia.
«A mocidade romana, rareada pelos crimes dos pais, tera, umdia, noticia das nossas lutas t'raticidas; sabera que cidadaos afiaram
contra si mesmos o l'erro que houvera sido melhor empregado nos
temiveis Persas.«Para que divindade apelara o povo afim de acudir ao imperio
que desaba? Com que preces hao de as sagradas virgens importu-
nar Vesta, menos atenta aos seus hinos? A quem confiara Jupiter
a missao de expiar os nossos crimes?«Oh! vem, rogamos-te, apolo, Deus dos Agouros, com os teus
candidos ombros envoltos numa nuvem; ou tu, si o prei'eres, riso-
nha Venus, em torno de quem volteiam os jogos e os amores! outu, Pai dos romanos, se ainda olhas por este povo e por teus iilhos
.esquecidos; si estas i'arto dessas lides que duram, ai! ha tanto tem-
po; tu, a quem aprazem o clamor dos combates, o esplendor dos
capacetes e o olhar bravio do soldado marso encarando o inimigo
— 5<> —
ensangiientado! ou tu, alado filho da bondosa Maia, si, sob a iigura
de jovem heroi, habitas a terra e nao desejas ser chamado o vin-
gad'or de Cesar.«Nao voltes tao cedo para o Ceu; seja-te grato viver entre os
t'ilhos de Romulo; nao te deixes arrebatar, irritado com os nossos
crimes, por urn vento rapido! prefere gozar aqui gloriosos triunfos;
prefere que te cliamem pai e principe; e nao consintas que os es-
quadroes dos Medas calquem impunemente os campos onde reina
Cesar.
»
Vejamos outra interpretacao, de mesma claresa e simplicidade:
Por muito tempo, o Pai dos deuses i'ez cair sobre a terra, ne-
vc e saraiva desastrosa. Por muito tempo, sua dextra resplande-
cente, fulminando nossos templos sagrados, ameacou Roma e o Uni-
verse com a volta desse terrivel seculo onde Pirra, lastimando tantos
prejuizos inauditos, viu Proteu levar seu rebanho marinho ate ao
curae dos montes; os peixes estacarem no cimo dos olmeiros mo-
rada querida das pombas; e as timidas corsas nadarem no seio das
ondas transbordadas.
«Vimos o Tibre lodacento lancar violentamente suas aguas pa-
ra longe da praia etrusca, derrubando urn templo real e o templo
de Vesta; vimo-lo muito sensivel as lagrimas duma- esposa, desviar-
se do seu cursp, e, sem o consentimento de Jupiter, cobrindo a
margem esquerda, jurar vinganca a queixosa Ilia.
«Nossos jovens romanos, tornados raros pelos crimes de seus
pais, saberao, urn dia, das nossas tristes lutas; saberao que cida-
daos afiaram contra si proprios o ferro sob o qual devia cair antes
o persa terrivel.
«A que divindade o povo apelara em socorro do imperio que de-
saba? Com que preces nossas virgens sagradas enternecerao Vesta,
que menos ouve os seus cantos? A quem Jupiter confiara o cui-
dado de expiar os nossos crimes? Oh! vem nos te rogamos, tu que
cobres teu corpo com uma misteriosa nuvem, Apolo, Deus dos
?\.gouros; ou tu, si o preferes, risonha Venus, em voita de quemodeiam os jogos e o amor; ou tu, Pai dos romanos, si olhas amdaielos teus filhos abandonados, si deixaste, eni'im, os jogos crueis
que duram, ai! desde muito tempo; que amas os gritos de guerra,
o brillio dos capacetes polidos e o olhar indomito do Marso que
que araeaca o inimigo ensanguentado; ou tu, filho alado da bela
Maia, si, sob a aparencia dum jovem heroi, tu nao desdenhas ser
chamado, entre nos, o vingador de Cesar.
«Ah! Nao tomes a subir sinao bem tarde aos ceus; laze a
tua felicidade vivendo entre os filhos de Romulo, e possa, urn vento
rapido te arrebatar, o coracao ainda indignado dos nossos crimes!
«Mas, antes, goza aqui teus gloriosos triuni'os; goza o prazer
de ser chamado o pai, o principe da patria, e nao toleres que a
cavalaria dos Medas faca impunemente caminhos pelo Imperio que
Cesar governa.»
ro
— (50 —
NOTAS EXPLICATIVAS
Pyrra: Mulher de Deucaliao, rei da Thessalia, sob cujo reinado houveimenso diliivio.
Proteu: Deus marinho, pastor de Netuno, que guardava os rebanhos defocas e monstros do mar.
Regis: palacio e o tumulo de Numa Pompilio.
Ilia: Mae de Romulo, de quem descendia Julio Cesar, e a quern o Deusdo Tibre havia desposado, depois que Ilia fora precipitada no Tibre,
por ordem do tio Amulio, por haver faltado a lei de castidade
de Vesta.
Scelus : Refere-se ao assassinio de Cesar.
Auctor : Deus Marte, tido por pai de Romulo e Remo.Marsi: Os marsos, povos da antiga Italia, formavam a melhor infantaria
dos Romanos.
:/ v'-• Advertencia necessaria :
.;; Ghegam'os, aqui, ao ultimo, capitulo do nosso livrinho.
I-"-- ^
:;Sera suficiente o que vai nele contido ? Serao il'teis as: nossas licoes ?
: E:
;
Estarao certas e verdadeiras as nossas:explicacoes ? Bastara conhecero nosso
«i$';;^etodO, para traduzir perfeita e inteiramente'qualquer trecho latino ? Enfim,^l^veste nosso pequeno esforco sera reeebido com' aplausos, com festas, ou serajj§|X. • i atacado e batjdo por todo lado ?
^J,v>\; ;;Vamos respqnder a esses quesitos o mais sucintamente possivel,
:com o
IglfX^ Coracao abertp; despidos de todo e qualquer sentimento, usando da franquezap||;v e lealdade proprias de moco. Somos jovem ainda, nada sabemos e muito te-
|||f:;:
mos que aprender. Mas, como a mocidade e impulsiva arrebatadora, pusada...|||S ; 1° — fulgamos que o que se escreveu nas modestas paginas deste li-
|I;S; . vro, tambem modesto, e suficiente e nao o e.;
l|tX' '
;_
Para o estudante possuidor de: uma forca de vontade ferrea, de urn es- :
•• pirito um tanto educado e empreendedor, de' uma capacidade intelectual urn
tanto vantajosa, e, mais do- que suficiente. Explica-se facilmente. Com as no-
pj coes que demos, facilimas- e simples, o estudante, ja entSo com um certop£V;., amor ao latim, atirar-se-a aos discursos de Cicero, por exemplo, traduzindo-os
:
||;vl : com esta ou aquela dificuldade, mas traduzindo sempre, sem temer qualquerp2>;; obstaculo e com o Dicionario na m§o. Este devera ser sempre o seu in.se-:.
itS' Paravel companheiro de luta, a sua unica arma INunca devera abandona-lo,
t||: sob pena de nunca traduzir bem o latim.
fife:; E natural, a pri'ncipio, o estudante -ainda encontrara certa dificuldade,
||:?;: mesmo de posse dos nossos elementos de traducao. Depois, porem, familiari-|fc; :. zar-se-a, ira se compenetrando mais e mais do estilo de Cicero, e, como uma||K
;musjca que nos entra pelo duvido a dentro, a forma, os termos empregados,
p3:;: :a disposicao deles nos entram pelo cerebro
1
, gravando-se com uma nitidez in-
||Xr ;: vulgar. Um outro meio, pois, de traduzirmos, e. traduzir muito, muito e
||aV;\ muito! E, para isso, e bem suficiente o que vai contido neste livrinho, por-
p|; v ;que, dada esta' a semente, bastando somente planta-la e cultiva-la para se||g0::;vobter um bom fruto. Isto, bem entendido, para a especie de estudante de quej||S;; ha pouco falamos. Agora, para aquete que gosta de encontrar a cama sempre|||r
7 y preparada para se deitar, nao e suficiente. Ainda mais, e exi'guo, muito exi-
tSC:; : §UCI ! Para cdntenta-lo, teriamos que escrever volumes e volumes sobre, todospl|:;;
:
os;autores latinos, traduzindo-os um a um, com todas as suas obras. Mas, se-
|i||:;;.ria_perder tempo, porque livros latinos, traduzidos para o nosso idioma, ha
f§l8SX rnujtos:
e demais ate. Esse estudante podera procurar neles o que deseja, isto
^?>X-'|C?;:.traduc§o-ja feita. E o que chamam, geralmente, de "Burro''. Esse estu-
p|gX;dante nao sabe,:porem,
; q prejuizo que esta. tendo, o mal que esta causando,g||?fr:;: a: si proprio, si e "que pretende / cbnhecer a lingua latina. (Estamos nos diri-
plll?; V:g' ncio aclu i ao
:
estudante que faz questao de saber o latim, e nao ao que quer
W&&:- -': ™eramente passar nos ;exames: :;Com este nao perderiamos o nosso preciosop|;§t^ternpp, .
pprque: seria : clamar nUm vdeserto).— :'. Eica assim satisfeita a primeira:
\:^^^Xhterrogacao/~7vr^;H' ]^::%^^--^Xi>/'? :
'
: '^<-- '.'
'
'-' :::,•'
-'' — A utilidade das imssas licOes ja t.;.i quasi que >\vpli.;ada um pouco
I
v.vadm|; : - ;.istd>^ ao ::;primeiro;-alumnp, ao
9r
— 62 —
pois que o fim deste livrinho e justamente esse. Agora, ao segundo aluno,
ao negligente, ao pouco esforcado, talvez nao o sejam. Deveria, entretanto,
se-lo, "po'i'que'tambem o objeto" do nosso livrinho alcanca esta especie de estu-
dantes. Ate hoje, eles teem vividn nas trevas, em completa cegueira. Nao po-
dendo compreender o latim, achandoo extremamente dificil, comecaram a
odia-lo, a despreza-lo. Mas tinham que estuda-lo, pois eram obrigados, o pro-
grama o exigi.i, sinao deixariam de ter o titulo de bachareis, nao poderiam
cursar escolas superiores nem ser alguem, enfim, nas letras. Recorreram a urn
processo. entao, que nao dava trabalho algum ao cerebro, pouco dispendioso
a inteligencia e assimilavel a qualquer urn : tal "burro". Estava desco-
berta a polvora ! La se foram as preocupacoes, os tormentos, puseram o latim
em segundo piano, porque, no fim do ano, a aprovacao era certa, certi'ssima !
Esperamos, entretanto, que estas nocoes sejam urn pequeno facho de luz
que, daqui por diante, ira iluminando aos poucos o cerebro adormecido da
moc'idade estudiosa brasileira, dando-lhe intenso entusiasmo pelo conhecimento
duma lingua que nos e tao util, tao necessaria ! Este nosso methodo de tra-
ducao talvez nao seja complete verdadeiro, eficiente; todavia, servira como urn
guia que conduz urn cego, embora esse guia seja aleijado, anemico, doentio !
Naturahnente, surgirao novos livros depois do nosso, mais abalizados,
de conhecimentos mais profundos, de autores mestres, o que so nos causarao
satisfacao, imenso prazer. Af, entao, regozijar-nosemos pelo fato de termos
despertado inumeros sabios da lingua larina, dum sono profundo, para pro-
veito e beneficio dos nossos estudantes.
3° — Como ja dissemos mais atras, o estudante que ainda nao tenha
nenhum principio de traducao, de posse deste metodo, encontrara mais suave
a ardua tarefa de traduzir a lingua latina. E os que ja tern urn certo conhe-
cimento desta lingua, embora muito fraco, encara-la-ao por um outro prisma,
lancando maos das nossas muito rudimentares licoes. Com o nosso processo,
que' julgamos inedito ainda, si bem que existisse sempre na mente de todos
os mestres e professores da lingua latina, o estudante desembaracar-se-a de
umas tantas dificuldades que aparecem constantemente na pratica da traducao.
Perguntarnos, no cntanto, si, com o nosso metodo, podera traduzir-se,
perfeita e inteiramente, qualquer trecho latino, e vamos responder em poucas
linhas e o mais breve possivel.— Todo aquele que conhecer o nosso meca-
nismo de traducao, com as respectivas regras, tern que, naturalmente, tradu-
zir perfeita e inteiramente qualquer trecho latino, por rnais dificil que o seja!
E bem verdade, porem, que ha muitas observacoes de sintaxe latina, como
dos casos, por exemplo, que ajudam grandemente a traduzir. Muitas delas
figuram no nosso trabalho e muitas estao por fazer ainda, pois nao memos
ocasiao de lhes fazer referencias. As observacoes feitas foram oportunas, tira-
das dos exemplos; por conseguinte, nao estao completas. Para darmos todas.
teriamos que organ izar um verdadeiro tratado de traducao, comentando todas
as obras latinas/E isso seria inutil, pernicioso ate, no momento presente. Para
comecar, devemos por diante dos nossos estudantes, elementos, livros peque-
nos, que os facam compreender com extrema facilidade e que nao os ame-
cjrontem. Depois que o latim grangear rnais simpatias no seio da nossa mo-
cidade, contar com adeptos mais fervorosos, realizaremos, entao, gradativa-
mente, metodos sobre traducao mais desenvolvidos, mais complexos.
&' •
— 63 —
Dissemos, ha pouco, ser inedito o nosso metodo, porque, ate ao presen-te, nao sabemos nem temos conhecimento de que haja sido exposto, quernos cursos, quer pelos livros, um processo qualquer de traducao nos moldesdo nosso. Talves o mecanismo de traducao que adotamos nao'seja perfeito ecompleto, conforme ja ficou dito. Entretanto, e o que mais se aproxima daverdade. Com ele,'pelo menos, o estudante achara mais doce a lingua latinae tendera a aprecia-la com mais carinho.
E este e o primeiro passo por que devemos iniciar a propagacao dolatim, tornando-o amigo do estudante, pela facilidade, e ceifando esse rancorantigo, pela boa vontade desse mesmo estudante. Por isso, dizemos perempto-riamente
: Todo aquele que estiver de posse do nosso simplicissimo meca-nismo de traducao, traduzira qualquer trecho latino perfeita e inteira-mente; animado, a pnncipio, pela extrema suavidade do mesmo; depois, comesse entusiasmo por tudo o que e facil, adquirira boa vontade, que se ira de-senvolvendo e multiplicando, produzindo entao o nosso "mecanismo" efeitosotimos e salutares.
Perguntar-nos-ao, entretanto : e possivel traduzir, sem conhecimento dagramatica, embora provido deste mecanismo ? A resposta e bem clara : s'im !
E possivel ! Explicamos ja no prefacio a importancia -capital de conhecer a
gramatica latina perfeitamente. Dissemos, tambem, que o nosso metodo se di-
vidia em duas partes, uma teorica e outra pratica.- A primeira e justamentea parte gramatical, a essential; a segunda, a parte pratica, e o mecanismoem si. Por conseguinte, podemos afirmar: com o nosso mecanismo, traduz-seperfeitamente, porque nele esta incluida a parte gramatical.
Agora, si nos perguntasssem sobre a possibilidade de traduzir, sem teralgum conhecimento da gramatica' latina, a resposta seria bem diferente ebastante categorica : Nao ! Nao e possivel ! Todo aquele que quiser traduziro latim, precisa estudar, antes de mais nada, a gramatica latina!
Outra tarefa ardua e espinhosa para os nossos estudantes. horror pelolatim comeca tambem por ai. metodo de ensino empregado nas nossas es-colas, — insistimos novamente sobre este ponto — deve desaparecer.
Exemplifiquemos: um aluno que nunca estudou latim, vai a aula rece-
ber a primeira licao. professor, mostra-lhe na gramatica a licao a estudarem casa e trazer sabida no dia seguinte : l a
. declinacao : rosa ro'sae.
principiante nao entende coisa alguma do'que le; nao sabe o quesao aqueles nomes novos para ele : nominativo, acusativo, aMativo, etc., nao
\r\4 concebe as desinencias; enfim, estupefato, diante do livro, acha aquilo umaft -i coisa do outro mundo, sem pes nem cabeca.
Mas, o professor mandou que ele levasse a licao sabida, e nao the restaoutro recurso sinao decorar. Volta a aula e da todos os casos com perfeitaexatidao, na ordem que viu na gramatica, isto e, declina automaticamente. Si
o professor, porem, se distrai e lhe pergunta o ablativo em primeiro lugar,•' seguido do acusativo, o resultado sera evidente, positivo, de que nada apren-
deu. Ha alunos, ate, que estudam as declinacoes tao inconcientemente que,si mandarmos que declinem mensa, mensae, nao serao capazes, porque apren-
^ deram a primeira declinacao com rosa, rosael...;.:•' A quern devemos culpar ? Aos professores, naturalmente. E, para afir-•-... mar essa acusacao, estribamo-nos no seguinte : tres rapazes, nossos amigos e
64
cole^as odiavam o latim ao extremo por nao poder compreende-lo. Procura-
ram-nos. Na segunda licao, confessaram nao achar o latim tao dificil como
parecia. Haviamos operado o milagre !
Tudo depende, pois, dos professores e dos seus metodos.
Teriamos muito boa vontade de, mais tarde, escrever outro livrmho
explicando o meio de estudar a gramatica latina, compreendendo-a sem de-
corar. Mas, nao saTra perfeito porque haveria impossibilidade de grafar tudo
o que fosse precise Isto ja nao acontece oralmente. Falando, temos um vasto
campo para dissertacoes; escrevendo, esse campo e muito restrito. A parte
dramatical deve, ser dada em aula pelo professor; os livros servirao, apenas,
de consulta ao aluno. Tivemos um aluno que dizia usar a gramatica somente
para fixar melhor as explicates recebidas, e que, quando a tomava, a encon-
trava demasiado facil.
Fizemos experiencias e obtivemos os melhores resultados. Durante a
aula, escolhiamos urn ponto qualquer da gramatica, uma declinacao, um verbo,
enfim, coisa completamente desconhecida do aluno.' Terminada a prelecao, o
aluno' repetia a questao como si ja a tivesse estudado muito, e com o maior
desembaraco possivel. Tudo depende, como dissemos, dos professores e dos
seus metodos. •.
4. _ Aquf esta uma resposta dificil de dar, por sermos susp.eitos. U
futuro da-la-a melhor.. .
Teriamos sido bastante ousados em publicar este atrevido livnnho. ? Cre-
mos que sim. Nao somos nenhuma autoridade no assunto para arcarmos com
tao grande responsabilidade. Ha grandes mestres da lingua que podenam m-
cumbir-se de tal mister, e deveriam faze-o ha ja muito tempo. Seriam, com
certeza, mais bem recebidos, cobrir-se-iam de louros mais uma vez, e teriam
feito um beneficio a mais aos estudantes. Nao quiseram, porem, ou melhor,
nao se lembraram, porque andavam preocupados com questoes nao menos
importantes. E nos, figura apagada no cenario das letras, obscuro apaixonado
da lingua de Cesar, tivemos o grande atrevimento de escrever umas tantas
paginas, movidos somente pelo sentimento de revolta. Vendo a deficiencia do
ensino latino, o terror que ele lavrava no espfrito dos alunos, e a ausencia
completa de um livro qualquer sobre o assunto, atiramo-nos doidamente a
uma aventura, que nos podera ser fatal ou nao, com o intuito de expurgar
esses males enra'i'zados desde muito tempo.
Si as nossas licoes forem aceitas e bem acatadas, so teremos que nos
alegrar imensa, imensamente. Sentir-nos-emos sumamente felizes, si f6rem com-
placentes para comnosco, perdoando-nos as falhas que nao deixamos at come-
ter. Agradecemos, com urna satisfacao sem conta, a toda e qualquer observa-
cao cue nos fizerem, apontando-nos os costumeiros descuidos daquele que
escreve. Sera extraordinario o nosso contentamento, porque, entao.ficara pro-
vado que o latim nao e tao descurado, assim, e que ha alguem ainda que o
estuda com amor e dedicacao.
Entretanto, pode acontecer que o nosso livnnho seja mal rccebido — o
que e mais certo — e crivado de severissimas criticas. Sera repudiado, natu-
ralmente, abandonado e maltratado sem do nem piedade. Restar-nos-a, com
esse resultado, fazer somente o seguinte : abrir um buraco, metermo-nos nele
e nao tentar novamente semelhante aventura.
?mmmm :
y
r
INDICE
PAG.
Prefacio 5
Capitulo I — Vergilio 7
Capitulo II — Cicero. 28
Capitulo III — Julio Cesar 37
Capitulo IV — Horacio. 49
Advertencia necessaria (51
LJ